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TRABALHO DO
ASSISTENTE SOCIAL
NA EDUCAÇÃO
A democratização da
educação superior
Thaís Fernandes Ferreira
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
A educação superior no Brasil passou por diversas transformações ao longo do
tempo. Durante um período considerável, o acesso a esse nível de ensino era
bastante restrito. Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 (CF/1988)
e da Lei de Diretrizes e Bases (LDB — Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996), esse
cenário foi alterado. Esses importantes dispositivos, mesmo com seus limites,
representaram um considerável avanço no que tange à expansão da educação
superior no país, que passou a ser reconhecida como um direito social.
A temática da expansão do ensino superior gera diversos debates e po-
sicionamentos no âmbito das mais diversas nações. Isso não é diferente no
Brasil. A democratização dessa modalidade de ensino, somada ao processo
de interiorização, fizeram com que novas estratégias fossem empreendidas,
de modo a atingir um maior contingente de pessoas em um curto espaço de
tempo. Desse modo, os impactos gerados nas esferas econômica, política,
social e cultural do país são evidenciados.
2 A democratização da educação superior
A educação é parte da sociedade; qualquer que ela seja, tenha sido ou venha a ser.
Para entendê-la é imprescindível mergulhar em sua história e nas especificidades
que a tornaram o que é no presente. Mas para entender o seu sentido mais profundo,
é preciso buscar este todo maior de que faz parte, a sociedade que a perpassa.
Ela foi precedida por edições de leis, decretos e portarias que a nortearam.
A LDB, em seu art. 43, estabelece as finalidades do ensino superior (BRASIL,
1996, documento on-line):
As possibilidades da democratização
na educação superior
A dimensão continental brasileira e a sua histórica desigualdade regional
representam um importante desafio ao Estado no que diz respeito à efeti-
vação dos princípios estabelecidos na CF/1988. Nesse sentido, destaca-se o
que preconiza o art. 3° da CF/1988: “[...] construir uma sociedade livre, justa e
solidária; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades
sociais e regionais” (BRASIL, 1988, documento on-line). A partir do exposto,
é importante considerar que tais desigualdades entre as regiões corroboram
com a perpetuação das injustiças sociais e da diferença de oportunidades
entre os indivíduos.
Portanto, em se tratando da política de educação, para além das restrições
relacionadas ao acesso, devemos considerar a sua oferta em face à distribui-
ção territorial. Um contraponto importante a se fazer é em relação ao ensino
básico, pois sua distribuição ocorre a partir das competências federativas,
o que difere do ensino superior. A oferta deste se concentra de forma mais
acentuada nas capitais e nos grandes centros urbanos.
O crescente processo de reconhecimento e valorização da educação su-
perior, somado ao processo de urbanização e modernização da sociedade
brasileira, fortaleceram a ampliação e a disseminação desse nível de ensino,
com destaque para o setor privado. As políticas públicas historicamente
6 A democratização da educação superior
Modalidade de ensino
Atributos do vínculo
discente de graduação
Presencial A distância
Idade (matrícula) 21 22
Idade (ingresso) 19 20
Idade (concluinte) 23 30
Figura 3. Número de vagas de cursos de graduação, por tipo de vaga e categoria adminis-
trativa, em 2019.
Fonte: Brasil (2019, documento on-line).
Certamente os desafios que temos a enfrentar não são poucos, todavia já exis-
tem sinais que demonstram que avanços também foram conquistados, e que um
melhor padrão de qualidade é algo a ser alcançado com políticas educacionais
eficazes e contínuas, o que demonstra que também a educação superior, não está
definitivamente dentro de uma escola de vidro.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência
da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm. Acesso em: 6 jan. 2021.
BRASIL. Decreto n° 5.800, de 8 de junho de 2006. Dispõe sobre o sistema de Uni-
versidades Abertas do Brasil (UAB). Brasília, DF: Presidência da República, 2006.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/decreto/
d5800.htm#:~:text=Decreto%20n%C2%BA%205800&text=DECRETO%20N%C2%BA%20
5.800%2C%20DE%208,que%20lhe%20confere%20o%20art. Acesso em: 6 jan. 2021.
BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. Brasília: MEC, 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l9394.htm. Acesso em: 6 jan. 2021.
BRASIL. Lei n° 10.260, de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o Fundo de Financiamento
ao Estudante do Ensino Superior e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da
República, 2001. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/
l10260.htm#:~:text=LEI%20No%2010.260%2C%20DE%2012%20DE%20JULHO%20
DE%202001.&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20o%20Fundo%20de,Superior%20e%20
d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.&text=Art.&text=%C2%A7%203o%20
Os%20cursos,preju%C3%ADzo%20para%20o%20aluno%20financiado. Acesso em:
6 jan. 2021.
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Leitura recomendada
HAAS, C. M.; LINHARES, M. Políticas públicas de ações afirmativas para ingresso na
educação superior se justificam no Brasil? Rev. Bras. Estud. Pedagog., Brasília, v. 93,
n. 235, p. 836-863, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S2176-66812012000400015&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 6 jan. 2021.