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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS- LICENCIATURA

ALICYA DANNYELLE OLIVEIRA SANTOS


ANNE KAROLYNE ISIDORO NUNES
MARYEVELYN COSTA SORIANO
RENATA DA SILVA MARQUES
RAYANE DOS SANTOS DE LIMA (GEOGRAFIA)
YASMIN NATHANIELY RIBEIRO DA SILVA

SÍNTESE ANALÍTICA SOBRE A ORGANIZAÇÃO ATUAL DA


EDUCAÇÃO BÁSICA DO BRASIL

Maceió
2023
A Constituição é a lei mais importante de um país. Ela organiza o
Estado, estabelecendo, no caso brasileiro, a separação entre os poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário.” A constituição de um país é imprescindível
para o desenvolvimento da nação em todos os quesitos. Ela cria e formaliza
leis que são, na maioria das vezes, importantes para auxiliar o convívio social e
regularizar a sociedade como um todo. Além disso, ela promove direitos
sociais, como para educação que são necessários para os indivíduos. Assim,
esses direitos a educação foram desenvolvidos ao longo de séculos, e para
entendermos amplamente a forma como a educação é constituídas atualmente,
relembrar as constituições que assolaram o direito a educação é importante
para entender essa situação vigente..

O Brasil passou por 7 constituições, cada uma trazendo aspectos


diferentes e novos para a educação, mas nem sempre promissores. Foram
desenvolvidos leis educacionais que variaram diversas vezes ao longo desse
processo. Essas constituições visaram:
 Primeira Constituição de 1824: Determinou que a instituição primeira
seria gratuita; Estimulou previsões para que fossem criados ambientes
acadêmicos como colégios e universidades e instituiu a administração
centralizada do ensino, sob poder do governo central.
 Segunda Constituição de 1891: Ao congresso nacional coube a função
de, privativamente, legislar sobre o ensino superior; Já aos estados cabia
legislar sobre o ensino secundário e primário.
 Terceira constituição de 1934: competia, a União,
legislar ,privativamente, sobre diretrizes e bases da educação nacional; Cabia
aos Estados distribuir a educação pública em todos os graus. Tinha a família e
o estado como responsáveis pela educação; nessa constituição a educação
passava a ser um direito de todos.
 Quarta constituição de 1937: passaram a influenciar os jovens a terem
deveres para com a defesa e economia do país. Nessa constituição teve
ênfase no estudo cívico, de um período com maior rigidez e autoridade por
parte do governo, que na época era Getúlio Vargas. Além disso, tinha o
incentivo constante a imagem do líder da nação( Getúlio Vargas).
 Quinta constituição de 1946: escolas privadas deveriam seguir as leis; A
educação como um direito de todos e deve dá família e do Estado; Instituição
assistencial educacional ao alunos carente que assegurar igualdade de
condições.
 Sexta Constituição de 1967: apenas escolas primárias seriam gratuitas;
incentivo a escolas privadas; eliminou verbas disponíveis para a educação

Analisando as constituições anteriores, é nítido como ela


auxiliou para construção da carta magna vigente, uma vez que foi de
grande auxílio para formulação da atual. As constituições anteriores
passaram por diversas mudanças, antes as pessoas mal tinham
direitos educacionais, mas ao decorrer das novas formulações foram
empregadas normas, que ampliavam esse direito. No entanto,
também foi visto que em alguns casos não houve mudanças
significativas ou houve regressões, o que dificultou também para o
processo de desenvolvimento do país. Ademais, será discorrido
sobre a Carta Magna hodierna, que é indiscutível para a educação,
trazendo novos aspectos que visam ampliar as barreiras
educacionais e tentar fazer da educação realmente um direito de
todos.

Educação no Brasil: um panorama histórico e legal

A história da educação no Brasil é vasta e abrange diversos períodos e


influências, desde os tempos coloniais até o século xx houveram diferentes
desafios e transformações no sistema educacional brasileiro.

A Educação formal brasileira inicia-se no período do Brasil Colônia, com


a chegada dos jesuítas, em 1549, sob a orientação do Padre Manoel da
Nóbrega. Estes religiosos foram responsáveis Pela instrução e catequização
até o ano de 1759, quando o Marquês de Pombal os expulsou e implantou as
Reformas Pombalinas.O objetivo fundamental dessa mudança era a
implantação do ensino laico, o que ia em contrapartida com os objetivos dos
jesuítas que se caracterizava pela propagação de ensinamentos
exclusivamente religiosos aos seus alunos, de quem esperavam obediência
total.
Os índios eram ensinados a obedecer e aceitar os dogmas e leis
impostas pelos religiosos, sob pena de serem castigados por estarem em
pecado. A conversão possibilitou o domínio do colonizador sobre os nativos,
atendendo os interesses políticos e econômicos de Portugal, logo se observa
que a educação iniciada pelos jesuítas se estabelecia por meio do uso da força
e atendia de maneira desigual e hierárquica a comunidade, ou seja,
conhecimentos específicos culturais e da área de humanas eram direcionados
aos filhos dos dirigentes da sociedade na época, enquanto os índios e negros
eram doutrinados somente através da catequese.
Com a independência do Brasil, houve iniciativas para a expansão da
educação básica, como a criação das primeiras escolas públicas e o incentivo
à imigração europeia, trazendo ideias educacionais modernas. Contudo as
escolas públicas do Império eram frequentadas praticamente só pelas crianças
das famílias mais abastadas. Na época da lei de 1827, em torno de 12% das
crianças brasileiras em idade escolar estudavam. A educação letrada no Brasil
colonial era direcionada somente aos homens. As mulheres não tinham acesso
aos colégios e eram educadas somente para a vida doméstica e religiosa.
Portanto se analisa um sistema educacional elitista, que visava grupos bem
delimitados para fins políticos e econômicos.
Durante o período da república velha a educação tinha ainda alguns
aspectos excludentes, alunos que reprovavam eram vistos como um gasto a
mais, e nas áreas rurais havia escolas isoladas com apenas uma sala e alunos
de idades diferentes.Entretanto outros aspectos marcaram esse período, como
o surgimentos dos primeiros minutos pela educação popular e laica, como a
escola nova, influenciada por ideais progressistas.
Outro período de grande relevância e marco foi a era Vargas, marcado
por políticas centralizadoras e autoritárias. Vargas promoveu a criação do
ministério da educação e da saúde, estabeleceu a obrigatoriedade do ensino
primário e os primeiros órgãos de fomento à pesquisa. Após a segunda guerra
mundial, houve um maior investimento na educação, com a expansão do
ensino técnico e universitário. Durante a ditadura militar (1964-1985), houve um
período de repressão e controle ideológico nas escolas, todavia ocorreram
avanços na expansão do ensino superior e na criação de programas de
alfabetização.
Com o retorno à democracia, surgiram políticas de descentralização e
democratização do ensino, como a lei de diretrizes e bases da educação
nacional (LDB), em 1996. Houve avanços no acesso a educação básica e no
fortalecimento das políticas de inclusão e diversidade.
Diante desse contexto a valorização histórica da educação é importante
para que haja uma reparação no ensino e de que forma ele se propaga, assim
como também é possível compreender o desenvolvimento e a evolução da
educação e em como diversos aspectos e políticas se mantém estabelecidos
até os dias de hoje.
A Constituição de 1988 garante o direito à educação como um direito
fundamental de todos os cidadãos brasileiros. Isso inclui o acesso à educação
básica obrigatória e gratuita, bem como o estabelecimento de diretrizes para o
ensino em todos os níveis.

Os principais artigos da Constituição de 1988 que garantem o direito à


educação são:

Artigo 6º: Estabelece a educação como um direito social, garantindo o acesso a


todos, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Artigo 205: Determina que a educação é um direito de todos e um dever do


Estado e da família, sendo promovida e incentivada com a colaboração da
sociedade.

Artigo 206: Apresenta princípios que devem nortear o ensino, incluindo a


igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, a liberdade de
aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a pluralidade de ideias e
concepções pedagógicas, entre outros.

Artigo 208: Estabelece a obrigatoriedade do ensino fundamental e médio,


garantindo o acesso gratuito em escolas públicas. Também prevê a oferta de
atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino.
A importância da educação no Brasil é multifacetada e abrange aspectos
econômicos, sociais e culturais.

A educação é essencial para o desenvolvimento econômico de um país, pois


contribui para o aumento da produtividade e da competitividade. Trabalhadores
mais educados tendem a ter maior capacidade de inovação,
empreendedorismo e adaptação às mudanças tecnológicas, o que impulsiona o
crescimento econômico a longo prazo.

A educação desempenha um papel fundamental na redução das desigualdades


sociais, promovendo inclusão e mobilidade social. Ela oferece oportunidades
de acesso a empregos melhores e mais bem remunerados, melhorando a
qualidade de vida e reduzindo a pobreza.

A educação também é essencial para preservar e promover a diversidade


cultural de um país, permitindo que os indivíduos compreendam e valorizem
sua própria cultura e a dos outros. Além disso, uma população educada tende a
ser mais tolerante e engajada na construção de uma sociedade plural e
democrática.

A universalização do acesso à educação básica e a promoção da educação


inclusiva são objetivos fundamentais para garantir a igualdade de
oportunidades e o desenvolvimento integral de todos os indivíduos em uma
sociedade. Para alcançar esses objetivos, políticas públicas e ações
estratégicas são essenciais.

Ao garantir a universalização do acesso à educação básica e promover a


educação inclusiva, uma sociedade pode criar oportunidades iguais para todos
os seus membros, fortalecer a coesão social e construir uma base sólida para o
desenvolvimento sustentável e a realização do potencial humano.

Definição dos princípios e fins da educação nacional estabelecidos pela


LDB.

Os princípios acontecem de certa forma para orientar as práticas educativas . E


esses princípios da educação são:

 A igualdade de condição para o acesso à permanência na escola.


 A liberdade de aprender e ensinar.
 O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.
 A gestão democrática do ensino público.
 Valorização do profissional da educação escolar

Já os fins da educação nacional vem com o objetivo a serem alcançados na


educação. E seus principais objetivos são:

 O desenvolvimento da pessoa, como o seu preparo para o exercício da


cidadania e a sua qualificação para o trabalho.
 A compreensão dos direitos e deveres dos cidadãos.
 o desenvolvimento da capacidade de raciocínio para a compreensão da
realidade.
a capacidade de conhecimento e valorização do saber científico, tecnológico
humanístico e artístico.

Esses são princípios que dirigem as políticas educacionais no Brasil.

estruturação dos níveis e etapas da educação básica e do ensino


superior.

Na educação básica: Que é composta pela educação infantil, o ensino


fundamental e o ensino médio.

1. Educação infantil: São as crianças de 0 a 5 anos, que são ofertadas em


creches e na pré-escola. E é organizado conforme a necessidade de
desenvolvimento de cada criança.
2. Ensino fundamental: São as crianças a partir de 6 anos, e tem duração
de 9 anos e é obrigatório. É dividido em 2 etapas, a primeira etapa é do
1° ao 5° ano, e do 6° ao 9° ano.
3. Ensino médio: Que é ofertado a jovens a partir de 15 anos, com duração
de 3 anos. Que já é uma preparação para o mercado de trabalho.
Ensino superior: Que compreende a formação profissional e acadêmica na
graduação e na pós-graduação.
1. Graduação: Estão ligados nos cursos de bacharelado, licenciatura e
tecnológicos. Os bacharelados e licenciaturas tem duração de 4 a 5
anos, e o tecnológico tem duração de 2 a 3 anos.
Pós-graduação: Estão ligados no mestrado e doutorado. O mestrado tem
duração de 2 a 4 anos. E o doutorado tem duração de 4 a 5 anos do.

A autonomia universitária e a organização do ensino superior

Em Luanda as universidades autonomia para organizar e fixar os próprios


currículos e estabelecer regras para a seleção de docentes e discentes. Isso
significa que as universidades têm Liberdade de definir e desenvolver suas
atividades acadêmicas, administrativas e de gestão de maneira independente,
sem interferência direta do poder público.

A LDB estabelece os seguintes princípios para o ensino superior:

 Indissociabilidade entre o ensino, pesquisa e extensão: as atividades de


ensino, pesquisa e extensão devem ser integrados.
 Gratuidade do ensino público: As universidades públicas devem oferecer
ensino gratuito, assegurando acesso a todos, independentemente da
sua condição socioeconômica.
 Valorização do trabalho docente: A universidade deve valorizar os
profissionais do magistério.
 Gestão democrática: A comunidade acadêmica deve participar
ativamente da gestão das instituições do ensino superior, por meio dos
órgãos colegiados.

Avanços e Desafios na educação no Brasil desde a promulgação da


Constituição de 1988 e da LDB de 1988:

A trajetória da educação no Brasil desde o decreto da Constituição de 1988 e


da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996 é marcada
por avanços notáveis, especialmente no que diz respeito ao aumento da taxa
de escolarização e a expansão do acesso à educação básica. A garantia do
direito à educação como um dever do Estado e da família, culminando na
universalização do Ensino Fundamental obrigatório e gratuito para crianças de
6 a 14 anos, é um marco significativo. Além disso, a LDB de 1996 reconheceu
a educação infantil como a primeira etapa da educação básica, sendo isso uma
etapa inicial da educação básica impulsionou a expansão de creches e pré-
escolas em todo o país, aumentando substancialmente o número de
instituições e salas de aula para atender à crescente demanda. Paralelamente
a esses avanços, programas governamentais, como o Programa Bolsa Família,
foram implementados para incentivar a matrícula e a permanência dos alunos
na escola, evidenciando uma preocupação com a inclusão socioeconômica.
Também houve esforços significativos para a inclusão de pessoas com
deficiência na educação básica, por meio de políticas e programas que visam
garantir seu acesso e permanência nas escolas regulares. Além disso, a
introdução de avanços tecnológicos na educação, como programas de
educação a distância e o uso de tecnologias educacionais, tem contribuído
para ampliar o acesso à educação, especialmente em áreas remotas.

No entanto, apesar desses avanços, diversos desafios persistem. A qualidade


do ensino ainda é uma preocupação central, com muitas escolas enfrentando
problemas relacionados à falta de recursos pedagógicos, infraestrutura
inadequada e desigualdades regionais. A formação e valorização dos
professores também continuam sendo desafios, com condições precárias de
trabalho e baixos salários afetando negativamente a profissão docente. A
infraestrutura escolar, como salas superlotadas e falta de recursos básicos,
como bibliotecas e laboratórios, é outro aspecto que requer atenção urgente.
Além disso, as desigualdades regionais e socioeconômicas no acesso à
educação persistem, com populações de áreas rurais, periferias urbanas e
comunidades tradicionais enfrentando maiores dificuldades. A gestão escolar
também é um ponto-chave, com muitas escolas enfrentando desafios
relacionados à falta de autonomia e recursos financeiros limitados.

Para enfrentar esses desafios e fortalecer o sistema educacional brasileiro no


futuro, é necessário investir em políticas educacionais abrangentes e integrar
eficazmente a tecnologia na educação (formação e valorização dos
professores, investimentos em infraestrutura escolar, promoção da inclusão e
diversidade, e integração da tecnologia na sala de aula). Além disso, é
fundamental estabelecer sistemas eficazes de avaliação e monitoramento da
qualidade da educação, bem como promover parcerias e o envolvimento da
comunidade na busca por uma educação mais inclusiva e de qualidade.

Conclusão e reflexão

A relação entre a educação brasileira, a Constituição de 1988 e a Lei de


Diretrizes e Bases da Educação (LDB) de 1996 é crucial para entender como a
educação se desenvolveu no país. A Constituição de 1988 foi um marco
importante, pois garantiu o direito à educação como um dever do Estado e um
direito de todos. Isso levou à elaboração da LDB, que estabeleceu as bases
legais para o sistema educacional brasileiro.

No entanto, apesar desses avanços legais, a educação no Brasil enfrenta


muitos desafios. A falta de investimento adequado, a desigualdade regional e
socioeconômica, a má qualidade do ensino em muitas escolas e a falta de
infraestrutura são apenas alguns dos problemas enfrentados. Além disso, a
pandemia da COVID-19 acentuou essas questões, evidenciando a
necessidade de adaptação e investimento em tecnologia educacional.

Por outro lado, há oportunidades para melhorar o sistema educacional.


Investimentos em formação de professores, infraestrutura escolar, currículo
mais alinhado com as demandas do século XXI e políticas de inclusão podem
promover uma educação mais equitativa e de qualidade. Além disso, a
tecnologia pode ser uma aliada importante para ampliar o acesso à educação e
melhorar a aprendizagem.

Portanto, apesar dos desafios, há espaço para melhorias significativas na


educação brasileira. Com investimento adequado, políticas eficazes e um
compromisso com a qualidade e a equidade, é possível construir um sistema
educacional que atenda às necessidades de todos os brasileiros e promova o
desenvolvimento sustentável do país.

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