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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE FUNDAMENTOS E POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO

DISCENTE JACKSON FELICIANO TEIXEIRA


DOCENTE: ANDRIALEX WILLIAM DA SILVA
DISCIPLINA: ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

O presente trabalho tem por intuito analisar os processos que compuseram as políticas
públicas de educação no Brasil. É fundamental para compreendermos os acontecimentos de
forma sistemática, abordamos o Estado e sua influência na sociedade. O Estado pode ser
definido como um conjunto de instituições que administram um território, regido por uma
constituição que determina suas normas, ou seja, ele existe para organizar o âmbito da política
que se dá, precedentemente, ao Estado.
Para exercer atribuição de mediador entre o individual e o coletivo, o Estado precisa ser
soberano, um poder maior a dar a última decisão, só assim ele tem condições de garantir o
equilíbrio entre as vontades e direitos de cada indivíduo. São características do Estado,
Instituição Social – nasce da sociedade, garantidor da ordem e de sua reprodução, arbitra os
conflitos de classe, está a serviço do capital, regular as relações humanas (formas de controle
do homem pelo próprio homem). A correlação da educação ao Estado é um acontecimento
especificamente moderno, a educação era entendida como aperfeiçoamento individual e tinha
seu caráter público negado.
No contexto revolucionário, a educação se conecta a esfera pública e ao civismo,
transformando-se em instrumento de regeneração social e, desvincula-se da dimensão
eminentemente individualista de emancipação característica da utopia iluminista. Dessa forma,
de uma perspectiva de dever moral de autoaperfeiçoamento sem referência a um coletivo, a
educação ocorre como um dever moral de aperfeiçoamento social, assumindo a configuração
de uma responsabilidade coletiva. Todavia, apenas no século XX é que a ideia da educação
como propulsora de igualdade econômica e social pode ser relacionada com a de direito a ser
garantido pelo Estado.
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Outro acontecimento relevante é que a educação não era uma tarefa do Estado nacional,
mas sim das províncias e, com a proclamação da república, ocorre a inserção para os estados.
Um marco histórico deste período acontece em 1930 com a criação do Ministério da
Educação e Saúde, que significou o reconhecimento, no plano institucional, da educação como
uma questão nacional.
Duas grandes correntes desenvolvimentistas: a nacionalista e a liberal, fizeram parte do
processo de ampliação da educação escolar em estreita correlação tanto com os ideais da
sociedade do pleno emprego, quanto da sociedade organizada sob a proteção de um Estado
intervencionista do ponto de vista econômico e social, esses parâmetros foram neutralizados
com as transformações do capitalismo.
O direito de educação foi constituído em dois aspectos: a oportunidade de acesso e a
possibilidade de permanência na escola, mediante educação com nível de qualidade semelhante
para todos. Diferentemente dos demais direitos sociais, está estreitamente vinculado à
obrigatoriedade escolar. Este processo de constituição histórica evidencia as dificuldades que
seguem até a contemporaneidade quanto ao acesso, à permanência. À análise destes fatos,
propiciam o fomento a políticas públicas que ajudem a área educacional.
Sobre o processo histórico da educação brasileira e a organização do sistema
educacional nacional, o final do século XIX foi um período de diversas mudanças em aspectos
econômicos, sociais, políticos e culturais, esses acontecimentos marcaram a educação
brasileira, citarei alguns desses fatos: cultivo e plantação de cafeeiros, a cafeicultura se tornou
a principal prática industrial, produto de importação, se tornando um monopólio além de
impulsionar a economia. A abolição da escravatura em 1888; surgimento de novos grupos
industriais; aumento da imigração europeia para a região sudeste e sul do Brasil; a queda da
monarquia e a fundação do regime republicano.

Recapitulando, a educação no Brasil começou com a chegada dos jesuítas em 1549. Foi
o primeiro período educacional, que terminou em 1759 com o fechamento dos colégios jesuítas
por Marquez de Pombal. O ensino era ministrado por padres jesuítas, um “ensino religioso
público”, público porque é mantido por recursos públicos, subsidiado e remunerado pelos
tribunais portugueses, e o ensino religioso pelo fato de o cristianismo ser o principal objeto de
estudo, no entanto, há divergências sobre a educação ser totalmente pública, pois os jesuítas
controlam tudo, desde as diretrizes de ensino até a infraestrutura escolar, ou seja, o controle
privado sobre elas.
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Em 1759, com o fechamento das escolas jesuítas pelo Marquês de Pombal, é conhecido
o Período Pombalino, onde Graças às fortes influências iluministas, há a busca da construção
de uma educação laica e o Estado seria o responsável por fornecer as diretrizes curriculares e
prover a educação pública, ou seja, uma “educação pública estatal”.
Após a independência do país em 1822, tentou-se implantar a “educação pública no
país” através da Lei das Escolas Iniciais de 1927. Ao decorrer do século XIX, o poder público
foi normatizado, assim como os mecanismos de organização, criação e funcionamento dos
espaços que seriam utilizados para o funcionamento das escolas, visto que anteriormente a
educação se dava somente nas casas dos próprios professores, logo em espaços privados,
também ao fim deste século no período republicano do Brasil a educação pública ganha força
e o poder público começa a organizar e manter as escolas visando atingir toda a população
brasileira.
Até então a educação atendia cada um no seu contexto, porém, com o advento de alguns
fatores como, por exemplo, a abolição da escravatura, emergiu a preocupação de quais atitudes
tomar com o povo que já não dependeria mais do império. Existia a ideia central de que a
educação é a chave para a mudança da sociedade. No período republicano ocorreu o
pensamento de que a república tomaria conta do sistema educacional, no entanto, essa
concepção foi falha, ocorreu a divisão dos níveis escolares, e em seguida por faixa etária.

Em 1961, foi a implementação da Lei de diretrizes e bases da educação nacional e suas


respectivas modificações conforme as demandas sócio-políticas daquele período, devido ao
regime militar de 1964, que gerou um processo de reorientação geral do ensino, exigindo
adequações que implicaram na legislação educacional. A lei n.5.540/68 tinha por objetivo
atender duas demandas, a autonomia da universidade, e demandas dos grupos ligados ao regime
do golpe militar, que buscava vincular mais fortemente o ensino superior aos mecanismos de
mercado.
Todos esses momentos citados neste trabalho foram de grande importância para
chegarmos a essa configuração educacional, e evidenciam a necessidade do fomento e de
políticas públicas para a melhoria do ensino nacional. Como observado no trabalho, ainda
enfrentamos questões que se fazem presente desde os primórdios da educação, e a análise e
debate desses pontos são essenciais para as práticas educacionais direcionadoras na construção
de uma escola qualificada e que oferece uma formação ao indivíduo.
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