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Resumo da obra: História da Educação Escolar no Brasil: Notas para uma


Reflexão

ARAGUAINA-TO
2023
Este resumo é baseado no estudo História da educação escolar no Brasil: notas para uma
reflexão, do professor Paulo Rennes Marçal, que faz uma abordagem precisa e bem articulada
da evolução da educação escolar no Brasil. O artigo examina as principais tendências de
desenvolvimento no setor educacional brasileiro desde o período colonial até os dias atuais,
destacando os desafios contemporâneos da educação brasileira. Embora seu enfoque seja
histórico, o artigo também oferece cruciais notas de reflexão para a melhoria da educação
brasileira no atual século XXI. O artigo investigará ainda as distinções entre o passado e o
presente, destacando o desenvolvimento em termos de estrutura, políticas e recursos para a
educação, bem como a mudança nos papéis dos professores e estudantes. Esta abordagem
esclarecedora da história da educação brasileira é vista do ponto de vista da educação
moderna, com mais ênfase na democracia, no pluralismo, na inclusão e na diversidade.
Finalmente, o artigo discutirá potenciais mudanças no sistema educacional brasileiro e como
isso pode melhorar a qualidade da educação no país.

O artigo destaca como no período colonial as principais políticas educacionais foram


direcionadas para garantir a manutenção do ciclo de colonização, atendendo às necessidades
dos colonizadores, o que fez com que a educação escolar fosse essencialmente elitista. O
artigo também destaca como o Império teve pouca interferência na educação formal, apesar
da iniciativa de criação de leis que regulamentaram a educação e de alguns incentivos à
educação municipal, como o Decreto Imperial de 23 de janeiro de 1873. No início da
República, observa-se um crescimento na produção de textos sobre educação, que permitiu a
criação de leis para regulamentar a educação brasileira, com ênfase na diretriz republicana de
universalização das políticas educacionais. Entretanto, este período foi marcado pela
desigualdade educacional, pois o acesso à educação foi desigual em todas as regiões do país, o
que limitou o alcance dos objetivos da lei de 1890. Durante a Primeira e a Segunda República,
foram implementadas várias políticas educacionais, com o propósito de diminuir as
desigualdades educacionais, promover a melhoria dos níveis educacionais do Brasil e
promover o acesso universal à educação. Dentre elas, destacam-se a Lei de Diretrizes e Bases
de 1961 e os Planos de Educação implantados pelo governo militar. Essas políticas
permitiram a expansão do ensino escolar no país, mas também contribuíram para a limitação
da qualidade educacional. No artigo, também é destacado como a abertura política motivou a
criação de novos mecanismos para melhorar a educação escolar brasileira e o liberalismo
econômico de FHC impulsionou a inclusão de crianças e jovens marginalizados na educação
básica. Em suma, este estudo mostra como durante todas as fases da história educacional
brasileira foi possível observar uma ligação entre cada período e sua legislação educacional en
vigor. Embora a progressiva universalização da educação tenha sido uma meta das políticas
educacionais nacionais desde o período imperial, essa meta ainda não foi totalmente
alcançada. Por isso, a reflexão sobre a história da educação brasileira continua sendo
necessária para que se possa pensar novas formas de melhorar a qualidade da educação
escolar no Brasil.

O período colonial brasileiro (1500-1822) é caracterizado pelo domínio indireto da


metrópole e, assim, a educação escolar segue a mesma lógica. De acordo com Paulo Rennes
Marçal, a gestão educacional colonial foi marcada pela incapacidade e falta de vontade de
estabelecer escolas primárias onde fossem ministradas instruções religiosas, cívicas, serviços,
leis, e moralidade cristã. Em seu trabalho, o autor destaca a criação dos Seminários Regios
como principais centros de ensino durante esse período, possibilitando assim o acesso à
educação formal da população escrava e também a outros estratos da população. Dessa forma,
o Seminário apresenta-se como um dos principais fatores a possibilitar o desenvolvimento do
ensino no Brasil colonial. Já o período imperial brasileiro (1822-1889) é caracterizado pelo
envolvimento direto da monarquia portuguesa nos assuntos públicos. Esses governos, cuja
ênfase encontrava-se na educação cristã, não se preocupavam em estabelecer um sistema
formal de ensino. Além disso, embora muitos intelectuais tivessem sido contratados para
implementar o ensino no Brasil, o ensino escolar ainda era altamente restrito ao domínio da
elite. No entanto, a partir de 1845, o Império permitiu a criação de escolas secundárias, que se
tornaram os principais centros de educação pública. Essas instituições permitiram a ampliação
do ensino a outros estratos da sociedade, e, assim, tornou-se possível criar um sistema de
educação básica. No período imperial, a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB) em 1890 trouxe profundas mudanças na educação brasileira. Por
meio desta lei, foi estabelecido o primeiro período de ensino obrigatório para todos os alunos
brasileiros. O período República Velha (1889-1930) caracteriza-se pelo envolvimento da elite
política na educação brasileira, que começou a se centrar na formação de cidadãos leais à
monarquia. Em 1909, um decreto criou um longo período de ensino obrigatório para todos os
alunos (até os 14 anos de idade). Além disso, o decreto também obrigava os professores e as
escolas a serem supervisionados por uma comissão formada por inspectores do governo.

Como resultado, o ensino primário desta época era regulado e supervisionado diretamente
pelo governo, restringindo ainda mais o acesso à educação escolar. Além disso, outras leis,
como a de 1932, estabeleceram o ensino médio como obrigatório em todas as escolas
primárias. A partir disso, dando início ao período da era Vargas (1930-1945), foi marcado por
uma cultura de nacionalismo que incentivou a universalidade do ensino primário. Dessa
forma, foram criadas leis para expandir o ensino a todos os setores da população, bem como
para uniformizar o ensino primário. Além disso, a Constituição de 1934, estabeleceu a
obrigatoriedade de ensino primário até os quatorze anos de idade. Nessa época, foram também
criadas leis de financiamento e apoio às escolas primárias, bem como incentivos à inovação
pedagógica. O período militar (1964-1985) é caracterizado pela consolidação do ensino como
um direito de todos os brasileiros. Embora o acesso ao ensino primário já houvesse sido
expandido durante o período Vargas, foi somente nessa época que o ensino obrigatório foi
ampliado para todos os alunos. Além disso, foi durante o governo militar que foi criada a base
para uma grande reforma educacional, com a criação da Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional de 1971. Nesse período, ainda foram criados vários programas de ensino
técnico e profissional, bem como a expansão e criação de outras modalidades de ensino
inovadoras. O período pós-militar (1985-presente) caracteriza-se pelo fim do regime militar e
pela consolidação do sistema de educação brasileiro. Nessa época, o governo brasileiro
desenvolveu e implementou políticas que expandiram o acesso ao ensino, promovendo a
inclusão e a igualdade social. A partir desse contexto, o governo promoveu a reformulação
dos parâmetros educacionais, criando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de
1996. A lei foi responsável pela definição dos princípios pedagógicos, assim como pelas
diretrizes para a estruturação de um sistema nacional de educação de qualidade. Além disso, a
lei determina que todas as unidades escolares sigam normas estabelecidas pelo governo, como
o ensino obrigatório até os 18 anos.

O texto parte da constatação de que a educação nunca foi considerada uma prioridade
nacional durante todos os cinco séculos de história brasileira e que a estrutura educacional
permaneceu substancialmente inalterada, continuando a servir como transmissora da ideologia
das elites e atendendo de forma mais ou menos satisfatória apenas a uma pequena parcela da
sociedade. Marçal começa mostrando como o ensino em Portugal era difundido
exclusivamente entre os membros da aristocracia, chamado de “ensino letrado”,
que preparava os estudantes apenas para estudos literários, estudos teológicos e para a prática
da advocacia e da burocracia nos tribunais. Como consequência desta forma de ensino,
surgiram várias instituições educativas no Brasil, que concentravam os esforços e
investimentos nas camadas sociais mais ricas da época e deixavam de lado as classes menos
abastadas. O artigo destaca que mesmo com a evolução histórico-econômica da sociedade
brasileira desde a colonização até a modernidade, a educação ainda não foi verdadeiramente
considerada como prioridade nacional. Com a industrialização e o desenvolvimento
tecnológico, a população passou a ter maior acesso ao ensino, porém, o sistema educacional
escolar não foi alterado significativamente. Logo, aqueles que foram incluídos foram aqueles
que já tinham acesso mais fácil e a maior parte da população continuou sendo excluída e
marginalizada. Na década de 1930, durante o regime Vargas, a Constituição determinou que a
educação seria obrigatória e gratuita para todos os brasileiros. É nesse momento que a
educação passa a ser pensada e tratada como prioridade pela primeira vez em toda a história
do país. 

No entanto, o artigo também destaca que essa determinação legal não foi suficiente para que o
acesso à educação se tornasse realidade para todos, pois o mesmo depende da eficácia na
execução da lei, assim como da disponibilidade de recursos para ações de forma concreta. O
período militar também trouxe alterações significativas na legislação educacional, com o
objetivo de atender à reestruturação econômica imposta pelo regime. Apesar de maiores
investimentos educacionais, o foco passou a ser o ensino técnico e profissionalizante, para
suprir as demandas geradas pelo novo modelo econômico, prejudicando o ensino de ciências
humanas e de caráter mais liberal. Logo, o estudo realizado por Marçal mostra como a
educação escolar no Brasil nunca foi verdadeiramente considerada como prioridade nacional.
Em cada período histórico, existiram alterações na legislação que propiciavam maior acesso à
educação, porém, essas leis não foram suficientes para garantir que a educação fosse
efetivamente acessível a todos. Nesse sentido, o texto reforça a ideia de que, mesmo após 500
anos de história, a desigualdade social permanece presente no Brasil e que a educação escolar
ainda não é considerada como uma prioridade nacional. Atualmente, a educação ainda é
marcada por desigualdades de acesso e desempenho. Os problemas estruturais, como escassez
de recursos financeiros e falta de material didático, vem em detrimento da qualidade do
ensino. O desafio é proporcionar ofertas educacionais de qualidade que privilegiam a inclusão
de todos os membros da sociedade. É possível dizer, portanto, que a partir de Paulo Rennes
Marçal é possível situar e analisar as principais mudanças e as contradições que marcaram o
desenvolvimento da educação escolar no Brasil ao longo da sua história. Essa dialética entre
passado e presente permite a compreensão dos principais desafios que devem ser enfrentados
no futuro.

REFERENCIAS

RIBEIRO, Paulo Rennes Marçal. História da educação escolar no Brasil: notas para uma
reflexão. Paidéia (Ribeirão Preto) (4) • Jul 1993. < https://doi.org/10.1590/S0103-
863X1993000100003> Acessado em: 22/04/2023 

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