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CURSO

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Resumo da obra: História da Educação Escolar no Brasil: Notas para uma


Reflexão

ARAGUAINA-TO
2023
  O resumo aqui desenvolvido pretende mostrar o surgimento e a evolução da educação
escolar no Brasil ao longo da história a partir da ótica de Paulo Rennes Marçal. Para isso, o
seu artigo História da Educação Escolar no Brasil: Notas para uma Reflexão servirá como
principal referência. Nela, o autor se propõe a analisar a história da educação escolar
brasileira desde 1549, ano da instauração dos primeiros planos de educação escolar no país,
até o século XXI.

   No artigo História da educação escolar no Brasil: notas para uma reflexão, Paulo Rennes
Marçal aborda o contexto histórico da educação brasileira desde o período colonial até o final
do regime militar. O autor discute o desenvolvimento da educação, a dificuldade de acesso à
educação e o peso da igreja no processo. Ele também examina o modo como os regimes
políticos sucedidos adaptaram a educação às suas agendas e como essa adaptação refletiu no
ensino oferecido. Marçal também explora as políticas públicas educacionais para analisar o
crescimento da educação escolar no país. Ao final, o autor oferece algumas recomendações
para o desenvolvimento de uma educação mais inclusiva e eficaz no Brasil, como: reestruturar
os currículos de forma a criar um diálogo entre o ensino da História, da Educação e das
Ciências Sociais, para incentivar o debate e a compreensão das desigualdades sociais e
interações culturais; investir em escolas municipais, promovendo cursos de formação e
melhorando as condições de trabalho dos professores; criar programas de remediação e
acompanhamento de alunos com necessidades especiais e distúrbios de aprendizagem, para
que não fiquem excluídos do processo de aprendizado; adotar metodologias inovadoras de
ensino-aprendizagem, como as tecnologias da informação e comunicação, para ajudar a
incentivar o interesse dos alunos e aumentar a produtividade do processo de ensino. 5.
Estabelecer programas de cooperação entre escolas, professores, responsáveis e comunidades,
para tornar a educação mais inclusiva e conectada à realidade social; estimular campanhas de
conscientização da população quanto às questões educacionais, mirando principalmente os
grupos sociais mais vulneráveis, para incentivar ações conjuntas no contexto educacional. 

  Além do mais, Marçalo contextualiza historicamente o movimento de cunho pedagógico a


Escola Nova destacando que a partir do século XIX foi possível observar o nascimento de
educadores de profissão que denunciaram os problemas existentes na educação, como o
analfabetismo e as desigualdades sociais. Esses educadores foram os responsáveis pela
formulação dos princípios da Escola Nova, que resultou na implementação de estratégias
pedagógicas inovadoras que garantiram o acesso à escolarização a crianças de classes sociais
mais desfavorecidas, tornando assim a educação mais democrática e equitativa. Muitos
Reformistas da Escola Nova acreditavam que a comunicação entre os alunos e professores
através de diálogos já presentes nas experiências cotidianas eram o melhor meio para
desenvolver a capacidade mental dos alunos. Além disso, os Reformistas exaltavam o
desenvolvimento da socialização, da identidade nacional e da cidadania. Eles também
contribuíram com a discussão acerca do direito à formação profissional e da educação como
direito dos trabalhadores.

  Inicialmente, a educação escolar no Brasil foi moldada pelas necessidades da Colônia. Dessa
maneira, a educação primária e a alfabetização foram muito limitadas e destinadas apenas a
poucos indivíduos que estavam ligados à Igreja ou ao Estado. Além disso, as escolas
primárias eram frequentadas principalmente por crianças da classe aristocrática e não estavam
focadas na formação intelectual. Discriminação e estigma eram presentes nas escolas, já que a
educação era destinada a grupos específicos da população. Mais tarde, no século XIX, houve
um aumento da alfabetização e a proliferação de escolas primárias, resultado dos esforços dos
mecenas e líderes comunitários em aprimorar a educação. Ainda assim, as leis de educação
ainda privilegiavam os interesses da elite branca e educação era precária. No século XIX, o
brasileiro Joaquim Nabuco lutou pela educação escolar para os negros e tornou-se um dos
principais defensores de leis mais justas e de maior acesso a educação. No início do século
XX, foi criada a República Velha, sistema político que impulsionou um amplo
desenvolvimento acadêmico. Naquela época, foram criadas leis que asseguravam o direito à
educação. Além disso, foram criados cursos profissionalizantes e estabelecimentos de ensino
secundário em diversas partes do país. Com a Revolução de 1930, houve uma reformulação
na educação brasileira. Ficou estabelecido que a educação seria obrigatória para todos e o
Ensino Fundamental foi oficialmente reconhecido como direito de todos, independentemente
de sua religião ou posição social. Além disso, foram criadas novas leis para garantir a
acessibilidade à educação, assim como leis que reforçavam o Estado como o responsável pelo
financiamento da educação brasileira. Em 1950, o Programa Nacional de Educação Básica foi
criado, este novo sistema trouxe grandes avanços sociais, como o aumento do número de
crianças frequentando escolas e o aumento de alunos das zonas rurais na educação escolar. No
governo de JK, em 1956, o Brasil adotou o primeiro plano de Educação Física, aumentando
assim as ofertas de atividades voltadas ao crescimento e à saúde dos alunos. O sistema de
ensino médio também foi reestruturado, abrindo portas para a democratização do ensino.
Durante o regime militar, em 1967, foi criada a Lei do Ensino Básico para dar mais liberdade
aos educadores. Ainda assim, os currículos nacionais controlavam mais a educação nacional,
impondo o ensino autoritário e excluindo conteúdos que não correspondiam às visões
políticas e a moralidade imposta na época. Desde então, a educação brasileira vem sendo
direcionada por programas e políticas que visam o avanço e a democratização do ensino.
Atualmente, a educação brasileira se define por garantias de acesso e qualidade da educação
escolar para todos. Em resumo, a educação escolar brasileira teve um longo caminho para se
tornar o sistema que é atualmente. Ao longo das últimas cinco centenas de anos, vimos a
discriminação, o privilégio, as reformas, as leis e os avanços que levaram ao aprimoramento
da educação brasileira. No final das contas, a educação de hoje representa o resultado final de
séculos de pensamento, luta e compromisso.

Durante o período colonial, a educação no Brasil era controlada principalmente pela Igreja
Católica, com destaque para os jesuítas. Não havia uma legislação educacional formal, mas os
jesuítas desempenharam um papel fundamental na educação, estabelecendo escolas para os
indígenas e os filhos da elite colonial. A educação era voltada para a catequese e a
evangelização, com foco na formação religiosa. Com a independência do Brasil em 1822,
surgiram mudanças significativas no sistema educacional. Em 1827, foi promulgada a Lei
Geral do Ensino, conhecida como Lei de 15 de outubro, que estabelecia a criação de escolas
primárias em todas as cidades e vilas do país. Essa lei buscava garantir a instrução primária a
todos os cidadãos brasileiros. Durante o Império, também foram criados os primeiros cursos
superiores, como a Escola de Medicina do Rio de Janeiro. Durante a República Velha,
ocorreram debates em torno da educação e da necessidade de ampliar o acesso à instrução. A
Constituição de 1891 assegurava a liberdade de ensino, permitindo a atuação de instituições
privadas. Em 1891, foi promulgada a Lei de Organização do Ensino Primário, que estabelecia
a obrigatoriedade do ensino primário, embora a implementação fosse desigual. Também
houve a criação de escolas normais para a formação de professores. Durante o governo de
Getúlio Vargas, ocorreram reformas educacionais significativas. A Constituição de 1934
estabeleceu a gratuidade do ensino primário e a obrigatoriedade do ensino fundamental. Além
disso, foram criadas instituições importantes, como o Ministério da Educação e Saúde Pública
(atualmente Ministério da Educação) e a Universidade de São Paulo. Em 1942, foi criada a
Lei Orgânica do Ensino Industrial, que impulsionou a formação técnica e profissionalizante.
Durante o regime militar, a educação sofreu interferência e controle do governo. Foi
promulgada a Lei Suprema da Educação (Lei nº 5.540/1968), que estabelecia diretrizes para o
ensino superior e restringia a autonomia universitária. A censura ideológica era aplicada nas
instituições de ensino, visando moldar a educação de acordo com a ideologia do regime.

Em contrapartida, Marçal questiona o fato de que a educação escolar no Brasil nunca foi
prioridade nacional. Ele argumenta que, ao longo da história, a educação foi usada para servir
a uma determinada camada social da sociedade, em detrimento das outras camadas da
população que permaneceram iletradas e desprovidas de acesso à educação escolar. Ele sugere
que essa diferença de tratamento esteja ligada à desigualdade existente entre as classes sociais
e que isso contribuiu para a perpetuação dessa diferença na sociedade brasileira. Além disso,
ele alerta para a necessidade de medidas mais equânimes no que diz respeito à educação,
colocando em risco a perpetuação da desigualdade social, contextualizando os desafios
educacionais para lembrar o quanto o sistema educacional brasileiro exclui grande parcela da
população. Ele aponta que a história da educação é repleta de efeitos discriminatórios e
desigualdades, e que, mesmo quando houve melhorias iminentes, elas foram limitadas a
determinadas partes da sociedade. Para responder aos desafios educacionais, ele defende que
são necessários mecanismos de implementação de políticas educacionais equânimes e
inclusivas, que possam contribuir para a melhoria das condições de educação para todos.
Demonstra como fatores sociais, culturais e econômicos influenciaram o desenvolvimento do
ensino ao longo das décadas, abordando temas como a escravidão e a colonização, até a era
pós-moderna, destacando a recente expansão da educação digital. O autor defende que é
necessário dar prioridade à universalização do ensino com qualidade, além de investimento
em programas de acompanhamento, especialização e qualificação dos profissionais, além de
acesso universal aos recursos tecnológicos, como auxílio às práticas pedagógicas. Aponta,
também, como solução para melhorias dos sistemas educacionais, o estímulo às parcerias e
colaborações entre entes públicos e privados, além de uma maior responsabilidade social das
empresas para com a educação. Embora os diversos processos educacionais nacionais tenham
sofrido muitas mudanças, a luta da educação para promover a inclusão, equidade e
oportunidades para todos é um esforço que continua a mexer com o coração e mente das
pessoas. A educação é e sempre será uma ferramenta para a criação e desenvolvimento de
uma sociedade altamente inovadora, instruída e democrática.

REFERENCIAS

RIBEIRO, Paulo Rennes Marçal. História da educação escolar no Brasil: notas para uma
reflexão. Paidéia (Ribeirão Preto) (4) • Jul 1993. < https://doi.org/10.1590/S0103-
863X1993000100003> Acessado em: 22/04/2023 

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