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Estudo dirigido: Produção de fichamentos

Disciplina: História da Educação I


Docente: Dayana Lima

Nome da/o estudante: Meysianne de Farias Oliveira

Período: 2022.2
Curso: Pedagogia

GONDRA, José Gonçalves. SCHUELER, Alessandra. Formas do Brasil e formas da


Educação. In: GONDRA, José Gonçalves. SCHUELER, Alessandra. Educação,
Poder e sociedade no império. São Paulo: Cortez, 2008. P. 19-39

O objetivo do texto é problematizar os processos de circulação de modelos de


educação escolar e experiências históricas dos sujeitos da educação. Os autores já
iniciam o texto dizendo que vão quebrar, e que precisam criticar essa perspectiva da
historiografia da educação brasileira. Eles utilizaram a cronologia tradicional, colônia,
império e república. Mais quando eles vão falar das experiências da educação e das
formas de se educar no império brasileiro existem encontros e desencontros. Os
autores exploram as formas do Brasil e da educação, analisando como elas se
relacionam e influenciam mutuamente. Eles têm enfoque em questões
contemporâneas, eles buscam promover uma reflexão sobre os desafios e
oportunidades para a construção de uma sociedade mais justa e equitativa através
da educação. Eles vão fazer um recorte a partir das fontes, da bibliografia da
historiografia da educação e da historiografia geral brasileira. Através de exemplos
práticos e análises críticas.
"Educação, poder e sociedade no Império brasileiro", os autores vão tratar de
dois tópicos principais: o primeiro tópico é as formas do Brasil e as formas da
educação. Os autores destacam como a história da educação no Brasil está
intimamente ligada à história política, social e econômica do país, e como a
compreensão dessas conexões é fundamental para uma análise crítica do sistema
educacional brasileiro. A primeira ideia que os autores vão tratar no texto é o
abandono de explicações generalizantes sobre o insucesso da história da educação
brasileira, os autores estão se colocando dentro do campo historiográfico da
educação do Brasil. Ainda nesse ponto eles vão dizer que não adianta acharmos
que a história da educação no Brasil principalmente no império teve um marco de
prejuízo ou não foi bem sucedido, pois vamos acabar tendo uma visão anacrônica
do hoje, essa maneira generalizante total de investigar a história da educação
brasileira faz com que a gente não foque nossos olhares para as varias formas de
educação que existiram, acabamos ficando presos ao que o Estado promoveu, isso
em verbas, em regulamentos, em leis para a educação ou o que a igreja promoveu
de catequização, de aberturas de colégios, de institutos de caridade, então para eles
desde a década de noventa a educação brasileira esta sofrendo uma reformulação
no avanço que não é enxergar de forma global a educação mais é enxergar as
experiências educacionais, promovidas pelos sujeitos da educação, isso é negros,
mulheres, mestiços, indígenas e também pelo Estado. Diante dessa característica
do posicionamento dos autores eles colocam o objetivo do texto que é investigar e
problematizar o que eles chamam de processos de circulação de vários modelos
escolares, experiências históricas dos sujeitos da educação isso é, o que da nome
ao titulo do capitulo, isso é, eles vão investigar as varias formas de educação dentro
de um contexto histórico que queria construir o que era uma nação, o que era ser
brasileiro, o que era uma nação independente em Portugal, eles vão investigar as
experiências educacionais. Os autores também discutem as questões da formação
de professores, mostrando como essa área foi negligenciada pelo governo imperial,
que preferiu investir em instituições de ensino superior voltadas para a elite, como
propôs Fonseca. A falta de formação adequada acabou afetando a qualidade do
ensino e contribuindo para a perpetuação de práticas autoritárias e excludentes nas
escolas. Os autores destacam as tensões e conflitos que marcaram o processo de
implantação do sistema educacional imperial. Eles mostram como as lutas e
resistências de diferentes grupos sociais, incluindo os negros, os indígenas, as
mulheres e os trabalhadores urbanos, contribuíram para desestabilizar o projeto
educacional das elites e abrir caminho para novas formas de pensar a educação e a
sociedade brasileiras.
Alguns dos principais marcos históricos abordados foram: a influência das
ideias iluministas na educação brasileira; a adoção de modelos educacionais
europeus, especialmente da França, como forma de modernizar o país; a criação
das escolas primárias públicas prevista na Constituição de 1824, que acabou
sofrendo entraves e tendo sua execução postergada por décadas; o projeto
educacional das elites políticas e econômicas, que buscavam formar uma elite
letrada e educada capaz de liderar o processo de modernização do país; a
tendência elitista da educação, que acabou perpetuando desigualdades e exclusão
social; a resistência e lutas de diferentes grupos sociais contra a visão elitista da
educação e em prol de uma educação popular e libertadora.
Tendo dito os principais marcos históricos, no âmbito da educação escolar, a
reforma pombalina (1759 – 1822) que foi uma reforma feita pelo marquês de
Pombal, que foi um marquês inclusive muito exaltado em Portugal, ele tinha laços
estreitos com o rei e foi contratado pela coroa portuguesa para atuar no Brasil
trazendo inclusive perspectivas iluministas para a educação, o Iluminismo foi um
movimento intelectual que surgiu na Europa no século XVIII, defendendo a razão, a
liberdade e a igualdade como valores fundamentais, retirando o poder dos jesuítas
da dinâmica educacional, abrindo o que eles chamam de aulas régias, que eram
aulas que tinham a função de formar uma elite local vinculada ao Estado Português.
O marquês de Pombal criou algumas reformas na educação, essa reforma
influenciou muito a logica de educar. Desde a criação das aulas régias essas aulas
foram divididas em cadeiras elementares de ler, escrever e contar, isso para os
meninos de classe popular, já para os meninos de classe mais favorecida ensinava-
se além dessas matérias, ensinava-se gramática, latina, retórica, poética filosofia
moral, desenho, entre outras. Os autores falam que no final do século XVIII essas
ideias do depois do despotismo ilustrado conseguiu alavancar a noção pela primeira
vez hoje Brasil, de uma educação pública, embora educação pública não queira
dizer que era uma educação democrática.
Para alguns historiadores a independência do Brasil não se firmou em 1822
ele se firmou com as aberturas dos portos em 1808, o que isso quer é que em
termos econômicos isso impacta na política, pois isso foi uma ideia liberal do livre
comércio. Os grupos que defendiam essas ideias eram as elites locais,
principalmente Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, pois eram onde se estava
localizado os maiores portos das cidades brasileiras como disse Amado e
Figueiredo. Essas mesmas elites foram favoráveis para a independência em 1822,
que já eram pequenos proprietários de terras, que já tinham pequenas fábricas e
que começavam a lucrar com as aberturas dos portos. A política joanina se destacou
pela criação de instituições educacionais, científicas e culturais, que visavam
transformar a cidade do Rio de Janeiro em símbolo da civilização e sede do Império
português. A política joanina indicava o interesse da corte em construir nos trópicos
o novo império português como disse Lyra, 1994. p. 44.
O que mudou na educação no aspecto cultural, foi que o D. João criou a Escola
Politécnica e a Faculdade de Medicina. Essas escolas tinham como objetivo formar
profissionais capacitados para atender às demandas da modernização do país. No
fim do capítulo um eles já fazem uma pequena introdução do que vai ser falado no
segundo tópico, que é a construção de um povo ou nação.
Já no segundo tópico formas de educação na construção do povo e da nação
os autores focam nas tensões e conflitos que permearam o processo de implantação
do sistema educacional imperial. Eles destacam como a falta de investimento na
educação popular e a negligência em relação à formação de professores
contribuíram para a perpetuação de práticas excludentes e autoritárias nas escolas.
Além disso, o autor mostra como a educação foi utilizada para difundir valores
conservadores e elitistas que excluíam grupos marginalizados da sociedade. Os
autores destacam o projeto político de "invenção do Brasil", que se iniciou com a
Independência e ganhou força durante o período regencial e o Segundo Reinado.
Esse projeto se manifestou no incentivo à criação de instituições educacionais,
culturais e científicas, bem como no mecenato às artes e à produção cultural. Os
autores destacam a importância da educação nesse projeto político, uma vez que
ela foi vista como um instrumento fundamental para a construção de uma identidade
nacional coesa e para o desenvolvimento econômico e político do país. Nesse
sentido, foram criadas diversas instituições de ensino, incluindo escolas primárias,
secundárias, técnicas e superiores, com o objetivo de formar uma elite intelectual
capaz de conduzir o país rumo ao progresso e à modernidade. Além disso, o
incentivo às artes e à produção cultural também teve papel importante nesse projeto
político, pois elas foram vistas como meios de expressão da identidade nacional e
de difusão dos valores e ideias que deveriam moldar a sociedade brasileira. Apesar
disso, as hierarquias e distinções entre os cidadãos foram gradativamente
estabelecidas no decorrer do século XIX, baseadas no processo de construção da
identidade nacional e na diferenciação entre um "povo brasileiro" e os demais.
Essa elite intelectual tinha como referência os modelos europeus,
especialmente francês e alemão, e buscava adaptá-los à realidade brasileira.
Mesmo assim, a educação teve um papel importante na construção da identidade
nacional e na difusão dos valores que deveriam moldar a sociedade brasileira. Ainda
que tenha havido exclusão social e racial na oferta educacional, a educação como
instrumento de poder foi fundamental para a consolidação do Estado e da nação
brasileira.
O Ato Adicional de 1834 foi uma emenda à Constituição de 1824 que surgiu
como resposta às demandas descentralizadoras resultantes das tensões e conflitos
políticos ocorridos no período regencial do Império. Esses conflitos surgiram
especialmente devido à resistência de algumas regiões do Norte e do Sul do Império
às propostas centralizadoras dos grupos políticos do Centro-Sul, que buscavam
impor sua hegemonia na direção do Estado e na construção da nação brasileira. O
Ato Adicional de 1834 visava, portanto, atender essas demandas de
descentralização, criando assembleias legislativas provinciais eleitas diretamente
pelos cidadãos. Dessa forma, as províncias passaram a ter maior autonomia política
e administrativa, o que permitiu uma maior participação das elites regionais no
processo decisório do Império. Houve ainda a instituição do Poder Moderador, que
ficaria a cargo do imperador e seria responsável por arbitrar conflitos entre os
poderes executivo e legislativo. No entanto, apesar da tentativa de descentralização
do poder, o Ato Adicional não foi capaz de superar as contradições e desigualdades
existentes na sociedade brasileira. As assembleias legislativas provinciais eram
compostas majoritariamente por membros das elites locais, que ainda mantinham o
controle do poder político e econômico e reproduziam as desigualdades sociais e
raciais já existentes. Além disso, o processo de construção da nação brasileira ainda
estava em curso e enfrentava diversos desafios. A educação foi vista como um
instrumento fundamental nesse processo, mas ainda havia desigualdades e
exclusões no acesso à instrução. A educação na época era vista como um meio de
difusão dos valores que deveriam moldar a sociedade brasileira, como a ordem, o
progresso e a civilização. As escolas eram voltadas especialmente para a formação
da elite intelectual que seria responsável por conduzir o país rumo ao
desenvolvimento e modernidade, mas a maioria da população ainda se encontrava à
margem desse processo. Dessa forma, apesar do Ato Adicional de 1834 ter atendido
às demandas descentralizadoras do período regencial, os desafios na construção da
nação ainda permaneceram e a educação continuou a ser um tema central nesse
processo.

Considerações

O texto Formas do Brasil e formas da educação foi um texto que eu


particularmente gostei muito, considerando as formas do Brasil e da educação
apresentadas ao longo do texto, é possível observar que ambos os processos são
interdependentes e influenciam diretamente um ao outro. A construção da nação
brasileira passou por uma série de desafios e contradições, como as desigualdades
sociais e raciais, a centralização do poder nas mãos das elites e a exclusão
educacional da maioria da população. Nesse contexto, a educação foi vista como
um meio fundamental para difundir valores e moldar a sociedade brasileira. No
entanto, ela também se mostrou como um instrumento de exclusão e manutenção
das desigualdades. O acesso à instrução foi restrito, sobretudo para as pessoas
mais pobres e negras. Hoje, ainda há desafios a serem enfrentados na construção
de uma sociedade mais justa e igualitária, como o acesso universal à educação de
qualidade, a valorização dos profissionais da educação e a promoção de práticas
pedagógicas que incluem e respeitam a diversidade cultural e social. Em resumo, a
construção do Brasil e da educação nacional estão interligadas, sendo que os
desafios de um refletem diretamente nos desafios do outro. É preciso reconhecer as
contradições do passado e lutar por uma sociedade mais justa e democrática, na
qual todos tenham acesso a uma educação de qualidade e possam contribuir para a
construção de uma nação verdadeiramente inclusiva e desenvolvida.

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