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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE ITAITUBA- LTDA

FACULDADE DE ITAITUBA – FAI


CURSO DE BARACHELADO EM ADMINISTRAÇÃO

ERICK CONCEIÇÃO SILVA


ANTONIO FERNANDO GUEDES WALFREDO

INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA

Itaituba, PA
2023
ERICK CONCEIÇÃO SILVA
ANTONIO FERNANDO GUEDES WALFREDO

INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA

Trabalho apresentado a Faculdade de Itaituba para obtenção de nota


parcial na disciplina de Sociologia do Curso de bacharelado em Administração.

Docente: Lucia Figueira


Curso: Administração 1° período
Implicações praticas da sociologia nas experiências individuais e socias
do ser humano resultam da formulação de uma sociedade dividida, e ao
mesmo tempo entrelaçada a miscigenação de ancestralidade e futuros filhos
entre casais mestiços que unem e vem de um fator histórico, ao qual não se
deve ter implicações nas relações sociais.
O Brasil possui grandes e diversas misturas culturais, religiosas,
linguística, modos de agir etc. Portanto mesmas pré-julgam o indivíduo por
conta de sua cor, pode também se relaciona com o mesmo, já que reprimir o
próximo possa ser uma forma de desejo ao avesso.
Viver socialmente pode ser que haja uma grande dor de cabeça, por vez
que possa se senti em alto mar sem que consiga ir para um lugar, pode ser
uma tarefa difícil, as redondezas que nos assustam com o que passa na
cabeça de outro indivíduo, como estão a observar ou a julgar, além desses e
muitos fatores que colaboram para o comportamento social levando-a guerra,
feita pelos homens, agrava a insegurança de uma existência incessantemente
ameaçada pelos golpes cegos de uma natureza mal domada.
Reforçando e tomando a atitude de terceiros, uma vez que o cidadão
falha, a uma forma de punição para seu ato.

Teoria Positivista ‘‘Corrente filosófica desenvolvida por Auguste Comte, o


Positivismo defendia que apenas os conhecimentos científicos eram
verdadeiros. Para a linha de pensamento, as crenças religiosas não eram
válidas.’’
O positivismo surgiu do interesse de Comte em libertar o homem das
crenças religiosas e da especulação metafísica, calçada na objetividade, de tal
forma que a sociedade deveria ser encarada como objeto de observação e
considerada pura pretensão a busca pela verdade absoluta ou a ideia de uma
sociedade justa.
Para o Positivismo, apenas uma teoria deve ser considerada verdadeira,
isto é, pode ser comprovada através de técnicas científicas válidas (ciências
naturais). Sendo assim, enquanto doutrina filosófica, ela tem a matemática, a
física, a astronomia, a química, a biologia e a sociologia como principais
modelos científicos.
O Positivismo defende a ideia da ciência cumulativa ou transcultural.
Isso quer dizer que não importa a cultura onde a corrente filosófica se
desenvolveu, o importante é alcançar toda a humanidade.
Comte centralizou a ideia do pensamento positivista em sete termos e
significados. São eles: o real, o útil, o certo, o preciso, o relativo, o orgânico e o
simpático. Vale ressaltar que o pensamento positivista é considerado também
uma “romantização da ciência”, pois ele deposita a sua fé na onipotência da
razão, apesar de estabelecer os valores humanos como completamente
opostos aos da teologia e a metafísica.
Com isso, as superstições, religiões e demais ensinos teológicos não
são levados em consideração, pois não contribuem para o desenvolvimento da
humanidade. Portanto, o Positivismo valoriza a ciência, o materialismo e o
mundo humano, em detrimento da metafísica e do mundo espiritual.

O Renascimento teve sua origem na Idade Moderna, e teve grande força


na Itália, com o tempo o sistema feudal não estava funcionando mais como
antes, por isso ficou em crise, as pessoas daquela época não queria viver em
espaços confinados que eram os feudos e decidiram mudar seu estilo de vida,
para isso o povo da Europa Ocidental se apropriou dos conceitos racionais e
humanistas, típicos do classicismo da Grécia e da Roma Antiga, essas ideias
mudaram o foco das ações sociais, antes essas pessoas eram pautadas nas
normas da igreja católica, mas o renascentismo mudou tudo, as vontades do
homem passou a ser prioridade nas escolhas que os indivíduos fazem para si
mesmo.
A religião não perdeu total importância, pelo contrário, só não era mais o
eixo que artilhava naquele momento, nesse contexto todo o renascimento pode
ser reconhecido por sete características; antropocentrismo, hedonismo,
racionalismo, naturalismo, classicismo, individualismo, otimismo.
As duas principais, se destacam o Antropocentrismo e o Hedonismo.
O Antropocentrismo é um conceito que vem da junção de duas palavras
gregas, ‘’antropos’’ (homem) mais ‘’kenthon’’ (centro), apresenta a ideia de que
o homem é protagonista de sua própria história, se antes a vida era
comandada por Deus como no teocentrismo no renascimento o humano passa
a está no centro do mundo, justamente por isso o Hedonismo também é uma
característica mais importante do período, como o homem em primeiro lugar
antes de qualquer coisa, isso inclui também suas próprias vontades, os
prazeres matérias e sensórias devendo foca na vida terrena ao em vez de nos
privar de alegrias mudanas para alcançamos o paraíso depois que morremos,
totalmente ao contrário do que acontecia na Idade Média.
Além disso os conceitos do Racionalismo, pela primeira vez o ser
humano é o centro das atenções consequentemente põe em pauta a razão
humana como principal assunto a ser explorado pelas ciências e pelas artes.
Os intelectuais observaram e faziam vários experimentos para descobrir
o maior número de informações possíveis sobre esse universo inédito que era
o homem, exclusive a relação entre o homem também é bastante abortada
pelo Naturalismo, cientistas do renascentismo passaram a questionar esse
tudo que existia na natureza realmente tinha sido criado pela ação divina,
vários estudos científicos foram desenvolvidos nesse período para descobrir
como os ecossistemas funcionavam.
Essa leva de estudos e experimentos trouxe o Otimismo e o
Individualismo para os europeus, descobertas por conta da sua própria
capacidade, do jeito que as coisas estavam evoluídas, as pessoas daquela
época começaram a acreditar em progresso social, mas claro como o ser
humano era capaz de qualquer coisa, as pessoas se tornaram mais
individualistas também.

Mercantilismo Capitalista deve surgimento do capitalismo em sua


primeira forma, o mercantilismo, desencadeou a expansão marítima e
comercial europeia, fator que possibilitou o desenvolvimento financeiro de
potências por meio do comércio e da exploração das colônias situadas nas
Américas e, mais tarde, na África e na Ásia. Isso fez com que o europeu
buscasse entender as diferentes culturas das colônias.
No século XIX, o europeu precisava justificar a exploração sanguinária
dos países africanos e asiáticos. No século XVI, começou, de forma
embrionária, o desenvolvimento de uma atitude de estudo das diferentes
culturas. Ainda neste período, aquele estudo tornou-se uma área científica das
Ciências Sociais, a Antropologia. Em seu início, por volta dos anos de 1870, a
Antropologia era extremamente elitista e etnocentrista, além disso criava
teorias para justificar a exploração das novas colônias, apesar de já estar em
curso, no mesmo período, o capitalismo industrial.

O Iluminismo foi um movimento cultural europeu que surgiu do século


XVII e XVIII, que se trata de intrigas, não é de hoje que Fé e Razão são
lançadas as cegas em debates frenéticos. Por falar em Fé e Razão, é
justamente nesses dois aspectos da cultura Europeia que os filósofos
iluministas iriam travar debates, polemicas e causar um impacto que durou
séculos e ainda persiste. Afinal de contas, de onde surgiu o iluminismo.
Os primeiros homens a refletir e debater sobre o uso da razão e sua
aplicação no nosso meio de viver foram os filósofos gregos. A cultura, o
conhecimento e a arte dos gregos foram posteriormente adotadas pelos
romanos, estes que também deixaram grandes heranças intelectuais e civis, já
que o sistema de leis dos romanos lançou as bases para a elaboração do
direito moderno, os gregos e o romanos davam um importante papel a razão e
arte.
A partir do século IV o império romano adotou oficialmente o cristianismo
como sua religião oficial e por centenas de anos o papel da religião dentro dos
impérios absolutistas seria de grande importância, já que moldava o modo de
viver das pessoas, a vida espiritual e toda a questão das verdades recebidas
pela fé, que para alguns poderia ser vista como um empecilho no desenvolver
da ciência.
Foi nos séculos XVI e XVII que o movimento e posição da terra seriam
descobertos com Copérnico, Kepler e Galileu. Ainda nestes séculos há a
invenção de equipamentos que revolucionaram a ciência como o telescópio e o
microscópio que possibilitaram o homem a observar e estudar tanto o universo,
quanto o infinitamente pequeno. As descobertas do período do renascimento
deram os pequenos passos para o resgate daquela cultura Greco-romana do
uso da razão e também foram o estopim para as primeiras disputas entre
homem da ciência e o clero. Além de descobertas sobre o universo, a
matemática e a física também iriam trazer drásticas mudanças na maneira de
ser ver o mundo. Com a publicação das descobertas de Isaac Newton sobre as
leis do universo e a aplicação de teorias matemáticas em todas as esferas da
vida por René Descartes, este que também desenvolveu e revolucionou o
método cientifico, estava armado o circo para a guerra entre razão e todo o
sistema antigo. Este sistema antigo, sendo os governos absolutistas e o clero,
iriar ser chamado pelos filósofos iluministas de ‘’Antigo Regime’’.
A maior força deste movimento em prol do uso da razão e da obtenção
da verdade através dela, iria ocorrer na França. Algo que tornaria o movimento
na França muito mais expressivo é a questão do cenário social e político no
qual se encontrava o país.

‘’Movimento iluminista ocorreu em diferentes países, com diferentes


filósofos e ideias’’

Na França, há séculos o poder estava nas mãos da monarquia


absolutista e também havia grande presença do clero no país. Foi neste
cenário, e empolgados pelo desenvolver da razão e ciência, que grandes
intelectuais começariam a reformular e divulgar pensamentos e críticas ao
antigo regime. Com o filósofo francês Voltaire (1694-1778), as ideias críticas do
iluminismo francês ganhariam forma. Em seu trabalho Voltaire criticava os
privilégios da nobreza e do clero e dizia que era vital duvidar de todos os fatos
e desafiar toda a autoridade. Por conta desse posicionamento agressivo,
Voltaire se exilou na Inglaterra, e este foi outro país onde o pensamento
iluminista também teve grande desenvolvimento.
Foi na Inglaterra que Voltaire teve contato com as obras de John Locke
(1632-1704), este que é considerado o ‘’pai do liberalismo’’. O trabalho de
Locke abordava questões filosóficas, dizendo que o conhecimento do homem
não poder ir além de sua própria experiência, ou seja, o ser humano não tem
ideias inatas, que já nascem com ele, o conhecimento só vem através da
experiência. Além de questões filosóficas seu trabalho também se estende a
críticas a governo absolutista.
Locke propôs uma teoria de contrato social da legitimidade do governo,
a ideia de direitos naturais a propriedade privada e também criticava a
opressão absolutista. Igual a Voltaire, isso foi motivo para também fugir como
exilado político.
O iluminista francês Montesquieu (1689-1755) causou consequências
mais duradouras, em sua maior obra, ‘’Os espíritos das leis’’, ele defendeu a
divisão do poder em três esferas, executivo, legislativo e judiciário.
Montesquieu era contra revoluções, por isso propôs a tripartição do poder para
servir melhor a comunidade.
As críticas sobre o poder do clero e sua autoridade, a questão da
verdade e conhecimento que só podia ser obtido pela fé também levou os
pensadores a criar o próprio movimento, apesar de tudo a maioria dos
iluministas não eram ateus, mas sim ‘’Deístas’’ que é uma doutrina que
considera a razão como única via capaz de assegurar a existência de Deus.
Essas ideias alimentaram revoluções e reformas. A produção de ideias
nos séculos XVII e XVIII iriam ser propagandas com enorme rapidez e força,
sendo oralmente ou através de livros. A publicação da chamada ‘’Enciclopédia’’
editada pelo Francês Diderot (1713-1784) e que contou com a colaboração de
diversos outros pensadores, ajudou a propagar o conhecimento cientifico,
artístico e filosófico para o público em geral em grande maioria era a classe
burguesa de comerciantes e não o povo simples, com todo esse conhecimento,
razão e ideias, qual foi o impacto no iluminismo? Revolução francesa, o melhor
exemplo das ideias iluministas sendo postos a uso, as ideias de igualdade,
fraternidade e liberdade da revolução que colocou um fim no absolutismo
francês, tiveram um resultado catastrófico no chamado ‘’Terror’’, um período
onde os revolucionários jacobinos acabaram sendo tão opressores ou mais que
o governo que juraram destruir.
A escravidão no período do Iluminismo estava em seu auge, e não é
raro encontrar pensadores que possuíam escravos, nem tudo são flores.
Segundo Kant, o iluminismo era a saída do homem de sua menoridade
de que ele próprio era culpado. Era a capacidade de utilizar a razão para se
servir do entendimento sem depender de outros. Este aspecto do iluminismo,
ou de todo o período que ficaria conhecido como ‘’século das luzes’’ foi
atingido. Os pensamentos políticos e filosóficos que surgiram neste período
influenciaram e deixaram impactos na política e na filosofia até os dias atuais.

A Revolução Industrial impulsionou as criações das maquinas com a


finalidade de poupar o tempo do trabalho humano. Uma delas era a máquina a
vapor, construída na Inglaterra durante o século XVIII. Através dessas
máquinas, a produção de mercadorias aumentou e os lucros também
cresceram. Vários empresários, então, começaram a investir nas indústrias.
Com tanto avanço, as fábricas começaram a se espalhar pela Inglaterra
trazendo várias mudanças. Esse período é chamado pelos historiadores
de revolução industrial e ela começou na Inglaterra.
O desenvolvimento industrial arruinou os artesãos, pois os produtos
eram confeccionados com mais rapidez nas fábricas. A Revolução Industrial
trouxe riqueza para os burgueses, porém, os trabalhadores viviam na miséria.
Muitas mulheres e crianças faziam o trabalho pesado e ganhavam muito
pouco, a jornada de trabalho variava de 14 a 16 horas diárias para as
mulheres, e de 10 a 12 horas por dia para as crianças. Enquanto os burgueses
se reuniam em grandes festas para comemorar os lucros, os trabalhadores
chegavam à conclusão que teriam que começar a lutar pelos seus direitos. O
chamado Ludismo foi uma das primeiras formas de luta dos trabalhadores. O
movimento ludita era formado por grupos de trabalhadores que invadiam as
fábricas e quebravam as máquinas. Os ludistas conseguiram algumas vitórias,
por exemplo, alguns patrões não reduziram os salários com medo de uma
rebelião.
A vida nas cidades se tornou mais importante que a vida no campo e
isso trouxe muitas consequências: nas cidades os habitantes e trabalhadores
moravam em condições precárias e conviviam diariamente com a falta de
higiene, isso sem contar com o constante medo do desemprego e da miséria
Por um outro lado, a Revolução Industrial estimulou os pesquisadores,
engenheiros e inventores a aperfeiçoar a indústria. Isso fez com que surgisse
novas tecnologias: locomotivas a vapor, barcos a vapor, telégrafo e a
fotografia.
A Revolução Francesa marcou profundamente a história, foi um fator
decisivo para o surgimento da Sociologia. O objetivo final alcançado era acabar
com o Antigo Regime.
A lógica monárquica, herdeira do medievalismo, foi derrubada, e o
pensamento republicano começou a nascer na Europa. Forma de políticas
menos excludentes, laicas e baseadas no Estado de direitos começaram a
florescer na França, o que modificou a configuração social do país. Apesar dos
pontos positivos que tornaram a revolução necessária, a França viveu anos de
instabilidade política por conta do caos deixado no cenário pós-revolucionário,
pois a grande Revolução Francesa, de inspiração burguesa e iluminista,
ocasionou uma ruptura política dentro da Europa.
Segundo Comte, a Revolução Francesa foi necessária para
o desenvolvimento de um novo pensamento político, laico, republicano e
juridicamente amparado, mas o caos deixado pela ruptura abrupta impediu o
crescimento social francês, fator que precisava ser alterado no século XIX.
Como solução, Comte apontou que a Sociologia devia entrar em cena para
entender a nova sociedade e reorganizá-la.
Diante da insegurança, que segundo Comte, era um empecilho para o
crescimento, para a evolução e para o progresso, o filósofo propôs a criação de
uma ciência que, tal como as ciências naturais, observasse e formulasse,
metodologicamente, a sociedade a fim de propor rumos para a retomada do
progresso social, científico e moral. Diante disso, o filósofo formulou a sua Lei
dos Três Estados e inaugurou o positivismo.

Émile Durkheim explorou as diferenças taxas de suicídio entre


protestastes e católicos argumentando que o controle social mais forte entre os
católicos resultava numa menor taxa de suicídio, Durkheim descobriu que nos
casos de suicídio, as taxas são maiores entre os homens do que as mulheres,
maiores entre os solteiros do que entre aqueles que são casados, maiores para
pessoas sem filhos do que aquelas que têm crianças, maiores entre soldados
do que civis e mais elevados em tempos de paz do que em tempos de guerras.
Émile Durkheim foi o primeiro a argumentar que as causas dos suicídios
eram encontradas em fatores sociais e não em personalidades individuais,
afirmando que de acordo com a interação social sendo boa ou ruim, aumenta
ou diminui o suicídio, ou seja, ele afirmou que o grau de integração na estrutura
da sociedade dessas pessoas é um dos fatores mais relevantes do fenômeno e
argumentou que as taxas de suicido são afetadas pelos diferentes contextos
sociais. Durkheim também distinguiu três tipos de suicídio.
Suicídio egoísta acontece quando as pessoas se sentem totalmente
separadas da sociedade, normalmente as pessoas estão integradas na
sociedade por papeis de trabalhos, laços com a famílias e comunidades e
outras obrigações socias, quando esses laços são enfraquecidos ou até
desfeitos através da aposentadoria ou da perda de familiares e amigos há
probabilidade de ocorrência aumenta, os idosos quem perdem esses laços são
os mais suscetíveis ao suicídio.
É um ato que se reveste de individualismo extremado. É o tipo de
suicido que predomina nas sociedades modernas e é geralmente praticado por
aqueles indivíduos que não estão devidamente integrados a sociedade e
geralmente isolados dos grupos socias.
Outro exemplo de causa do suicídio egoísta dado por Durkheim
encontra-se no caso dos homens solteiros, divorciados e das viúvas. Para esse
autor, a família serve como uma maneira de controlar os suicídios, pois a partir
do momento em que se casa e se constitui uma família, criam-se
responsabilidades para o indivíduo, fazendo com que assuma funções dentro
do seio familiar. A partir do momento em que o indivíduo se afasta do seio
familiar, seja por ter muitas tarefas fora de casa ou seja por ficar viúvo ou
divorciar-se, ele perde o sentido da vida, pois não encontra mais uma função
protetora ou auxiliadora na instituição familiar.

Suicídio Altruísta não se trata de um suicídio altruísta no sentido da


palavra, mas somente para diferenciar dos outros tipos, ocorre quando o
excesso de regulamentação dos indivíduos pelas forças sociais.
Na percepção desse autor, suicídio altruísta é quando o indivíduo
valoriza mais a sociedade do que a si mesmo, esse suicídio ocorre quando o
indivíduo abre mão da sua própria vida para fazer um grande favor ao mundo
da segunda sua pessoa a percepção é provocada exatamente pelos seus
costumes e pela sua cultura.
Podemos citar o homem-bomba, pessoas que colocam bombas no corpo
e se explodem e explodem outras pessoas, quando fazem isso perspectiva da
sua consciência elas estão causando um bem a sua sociedade que estão
inseridas, existe fatores que contribui para esse feito, como promessas
religiosas.
Um mesmo exemplo é alguém que comete suicídio por causa de uma
política ou religiosa, como sequestradores dos aviões se chocaram no World
Trade Center em 11 de setembro de 2001.
As pessoas que cometem suicídio altruísta subordinam-se a expectativa
coletivas mesmo quando a morte é o resultado.
O Caso citado por Durkheim é o dos velhos guerreiros bárbaros que se
matavam por sentirem vergonha de sua situação impotente e de doença, não
podendo mais servir a seu povo na defesa de sua sociedade. Do mesmo modo,
as viúvas nas antigas sociedades hindus eram obrigadas a se matar, pois sem
seu marido e não podendo mais se casar com outra pessoa, perdiam sua
função para a coletividade. O suicídio altruísta também ocorre, segundo
Durkheim, citando o exemplo da religião hindu, quando o brâmane atinge o seu
grau mais elevado na terra e se vê no direito e na necessidade de abandonar a
vida para se encontrar com seu ser superior na morada de Brama.
O último caso de suicídio altruísta citado por Durkheim é aquele que
ocorre entre os soldados no exército quando eles se sentem envergonhados
por uma derrota ou quando um soldado se sacrifica para salvar um amigo de
farda. Os soldados também se matam por conta da vergonha que sentem da
família quando sofrem uma derrota em batalha.
O suicídio altruísta ocorre, então, de maneira inversa ao suicídio egoísta,
pois enquanto no suicídio egoísta o indivíduo se mata por estar completamente
afastado do seu compromisso para com a sociedade, deixando de sofrer o
efeito da coesão social presente na coletividade por conta de sua individuação
exagerada, no suicídio altruísta o indivíduo se mata por se sentir no dever de
cometer esse ato em prol do bem-estar da sua sociedade ou do grupo social no
qual está inserido.
Suicídio Anômico representado em situações de ausência de regras que
mantinham a coesão social, o caos provocado por grandes mudanças em uma
sociedade como por exemplo uma crise econômica, pode provocar o aumento
no número de suicídios muitas vezes motivados por desemprego ou perda do
poder aquisitivo.
Em Da Divisão do Trabalho Social (2008), Durkheim vai dizer que com o
surgimento da sociedade industrial a consciência coletiva começou a perder
seu poder de regulação na sociedade fazendo com que ela entrasse em um
estado de anomia. A sociedade estava doente porque os indivíduos não
cooperavam mais entre si da maneira correta para que a sociedade
funcionasse de maneira coerente e, consequentemente, fazendo com que seus
participantes convivessem de maneira harmoniosa. O que Durkheim está
problematizando através dessas colocações é como a divisão social do
trabalho desempenha uma função de coordenadora e reguladora das relações
sociais e de manutenção dos laços sociais advindos da consciência coletiva. É
interessante ressaltar que nesse livro o autor está tratando da divisão social do
trabalho nas sociedades simples e da divisão social do trabalho nas
sociedades complexas.
O suicídio anômico está diretamente relacionado com as questões
sociais. Quando a sociedade se vê perturbada, seja por crises econômicas e
políticas ou por guerras e por revoluções radicais, ela se torna incapaz de
exercer uma moralização sobre o indivíduo.
E qual seria a solução apresentada por Durkheim para cessar essa
anomia e, consequentemente, o tipo de suicídio advindo dela? Para esse autor,
as confissões religiosas já não são capazes de controlar a conduta moral dos
indivíduos nas sociedades complexas por conta do aumento do livre exame e
do desenvolvimento da ciência. Do mesmo modo, a família também não é, pois
assim como a religião, essa instituição também perdeu seu poder de exercer
coesão social sobre os indivíduos.
A solução estaria, segundo Durkheim, nas corporações. Uma corporação
deve ser compreendida como:

[...] um sistema de órgãos necessários ao funcionamento normal da


vida comum que nos faz falta. [...] Será necessário que, em cada
profissão, um corpo de regras se constitua, fixando a quantidade de
trabalho, a justa
remuneração dos diferentes funcionários, seu dever para com os
demais e para com a comunidade, etc.
O interesse dos indivíduos nas corporações é exercer suas funções para
que a sociedade - que deve ser entendida, segundo Durkheim, como um corpo
constituído por vários órgãos que operam em conjunto mantendo seu
funcionamento perfeito - continue sempre operando e exercendo sua coesão
social nas consciências particulares dos indivíduos, evitando, assim, a anomia
e os casos de suicídio que advém dela
Então esse tipo de suicídio acontece quando as forças desagregadoras
da sociedade fazem com que os indivíduos se sintam perdidos ou sozinhos ou
seja essas pessoas se sentem sem valor diante da sociedade.

A evolução histórica da sociologia ocorreu entre os séculos XV e XIX,


sucessivos acontecimentos alteraram significativamente a vida, a política e a
economia europeias. Podemos pensar que a economia e a política feudal não
precisavam de grandes explicações, pois havia uma lógica interna justificada
pelo clero e uma organização social rural e simplista, baseada em estamentos
(a nobreza, o clero, os servos e os camponeses).
A sociedade estamental apoiada pela Igreja Católica simplesmente
impunha que cada um nascia predestinado a levar um tipo de vida e que isso
era escolha de Deus sendo, quase sempre, vedada a alteração dessa ordem.
Se um indivíduo era servo, ele deveria servir, porque Deus quis assim. Se ele
era nobre, era uma recompensa divina, porque o seu espírito era mais nobre.
O século XIX encontra-se em meio a uma crise devido ao alto
desenvolvimento promovido pela industrialização, o que refletiu na formação de
uma complexa crise de valores e conflito de interesses.

Augusto Comte nascido em Montpellier, na França, no ano de 1798,


Isidore Auguste Marie François Xavier Comte foi um filósofo francês que ficou
conhecido por ter sido o primeiro a sintetizar a necessidade de uma ciência da
sociedade (Sociologia) e por ter fundamentado, pela primeira vez, a teoria
positivista.
"Comte era filho de uma família monarquista francesa tradicional e
católica. Estudou na cidade de Montpellier até mudar-se para Paris, onde
ingressou na Escola Politécnica. Após o fechamento temporário da Escola
Politécnica, Comte retornou à sua cidade natal para estudar na Faculdade de
Medicina.
Em 1817, retornou à Escola Politécnica, em Paris, mas foi expulso por
liderar manifestações dentro da instituição. Comte passou a escrever para
jornais e dar aulas particulares, até que começou a trabalhar como secretário
do Conde de Saint Simon, filósofo francês progressista que se autoproclamava
um socialista (como ainda não existia o socialismo científico, de Marx e Engels,
ele é classificado hoje como socialista ou socialista utópico).
Saint Simon introduziu Comte no círculo intelectual francês de sua época
e influenciou-o em muitos aspectos, o principal deles é o entendimento de que
haveria uma marcha progressiva constante na história da humanidade, ou seja,
que a humanidade sempre caminharia para o desenvolvimento. Também são
ideias de Saint Simon que influenciaram o jovem Comte: a noção de que
existem leis sociais — assim como a natureza obedece às leis da Física — e
de que o conhecimento científico aperfeiçoa o ser humano.
Comte passou a dedicar-se à formulação de sua doutrina positivista e,
em 1822, publicou o Plano de trabalhos necessários para a reorganização da
sociedade. O filósofo começou a redigir o seu Curso de Filosofia Positiva em
1830 e terminou o último dos seis volumes apenas no ano de 1842.
Nos primeiros escritos, Comte já planejava um esboço da Sociologia, a
qual nomeou de “Física Social”, em referência à semelhante organização por
leis entre as ciências da natureza e a ciência da sociedade. O termo
“sociologia” surgiu somente nos volumes do Curso de Filosofia Positiva.
Comte já havia rompido o trabalho com Saint Simon devido à
incompatibilidade de ideais. Em 1947, o filósofo fundou o que ele chamou de
Religião da Humanidade, ou Religião Positivista. Essa seria uma doutrina que
daria lugar à religião comum, colocando o homem e o desenvolvimento do
estágio positivo da humanidade (a ciência e a crença no cientificismo) no lugar
da ideia comum de Deus.
As ideias de Comte conquistam adeptos fora da França, inclusive no
Brasil – os militares que lideraram a Primeira República inspiraram-se na
doutrina positivista. O filósofo morreu no ano de 1857, em Paris, aos 59 anos.
Auguste Comte é considerado o “pai” da Sociologia. O filósofo é o
primeiro a teorizar a necessidade de uma ciência que estudasse a sociedade, a
fim de reorganizá-la e colocá-la nos trilhos certos para o maior
desenvolvimento possível.
Mesmo sendo de família monarquista, o filósofo apostava no acerto da
Revolução Francesa: o fim do Antigo Regime. Para ele, os ideais republicanos
soavam como o despertar de um novo tempo que abriria caminho para as
ciências e a tecnologia desenvolverem-se plenamente. Porém, a Revolução
Francesa havia deixado um período de caos e instabilidade social na França.
A Revolução Industrial, impulsionada na primeira metade do século XIX,
principalmente pelo motor movido a vapor, também era crucial para o
desenvolvimento. No entanto, muitos problemas tinham resultado da grande
explosão demográfica dos centros urbanos decorrente da Revolução Industrial,
como o desemprego, a miséria e a forte desigualdade social. Comte enxergava
que seria necessário criar uma ciência que conseguisse teorizar todos esses
fatores para apontar possíveis saídas para eles.

Émile Durkheim (1858-1917), pensador francês do século XIX seguidor


de August Comte representante do movimento positivista e o rebote
responsável por dar um formato metodológico a sociologia a chamada ciência
da sociedade.
Durkheim é autor do livro ‘’As regras do método sociológico’’, o principal
responsável depois de Comte a dar um formato a ciência na sociedade, August
Comte é conhecido como fundador dessa ciência, porém não formalizou isso
enquanto uma disciplina, ele apenas lançou a necessidade as bases para que
isso fosse possível.
Durkheim é o primeiro a formalizar um método que tem origem no que
ele chamou de ‘’Fato Social’’ que utiliza como sendo um ponto de partida para
estudar sociologia é o que chama de coisa, isso para caracterizar a
personalidade do cientista ao lidar com esse problema, pode ser visto como um
fenômeno, um acontecimento. O principal responsável por criar e elaborar as
estruturas sociais para compreender o fato do Durkheim diferencia dois
modelos de consciência.
A chamada ‘’Consciência Coletiva e Consciência individual’’, individual é
a consciência do eu, onde cada pessoa, cada indivíduo tenha sua própria visão
de mundo a sua própria visão de si mesmo, é onde desenvolve a sua auto
aceitação a própria capacidade de reflexão. Porém como os mesmos
indivíduos vivem em sociedade, convivem com outras pessoas, homens e
mulheres demanda uma necessidade de uma organização de uma
internalização, uma adequação a essa convivência que só é possível por meio
da consciência coletiva.
Consciência coletiva ou podemos chamar de senso comum ou de uma
consciência resignada espalhada pela sociedade que responsável por uma
certa harmonia no dia a dia, criterioso por uma normalidade de convivência
social.
Essas duas consciências são diferentes e algumas vezes ate opostas,
digamos que a consciência coletiva é aquela que predomina sobre as
consciências individuais e esse predomínio de uma consciência sobre a outra
dá através do fato social, quando nascemos encontramos uma sociedade já
existente com uma série de padrões sociais já determinados e embutidos entre
nós, inclusive com valores sociais, padrões sociais e por aí afora. Dentro
desses padrões aprendemos a viver e aprendemos a pensar, a nossa
consciência individual inicialmente é nula já que quando nascemos ainda na
condição de vida de recém nascidos temos uma consciência do eu, porém a
consciência coletiva já existe e quando essa consciência do eu começa a se
formar, ela começar a se desenvolver de uma forma já adequada a essa
consciência coletiva e dessa maneira a longo prazo vários indivíduos que vão
entrando e vão iniciando nessa sociedade já conhecidas vão também se
adequando a ela, esse é o fato social, é o principal então responsável por criar
essa harmonia, fato este que tem três características destacada por Durkheim.
A primeira característica é o que ele chamou de Exterioridade, isto é o
fato social externo, aos indivíduos externos quando nascemos esses valores
simplesmente já existiam. Um exemplo de meninos joga bolas enquanto
meninas brincam de boneca, não a uma explicação biológica ou naturalista
para fundamentar esse princípio simplesmente não existe, o fato de meninos
jogarem bola, biologicamente não significam nada quando comparados ao
gênero feminino, esse é um valor social que convenhamos quando você
nasceu já existia, já estava disseminado e essa é a chamada estridade.
A segunda característica do fato social destacada por Durkheim é o que
ele chamou de Generalidade, é a principal responsável pela produção do
sensor comum. A Generalidade vem do genérico, aquilo que é universal, um
exemplo disso, as vestimentas tais como nós utilizamos, aqui no ocidente por
mais que exista uma grande variação de roupas, é possível ainda assim
estabelecer um certo padrão, as mulheres por exemplo utilizar um certo padrão
de roupa feminina, talvez com uma variação maior do que as roupas
masculinas é que o masculino tem de ser um pouco mais clássico também
existe um padrão, mesmo com variações de cores, formatos, tamanhos, etc.
Esse padrão é compartilhado por cada um de nós e esse é o genérico, é
chamada generalidade a maneira também o que diz respeito ao próprio
vocabulário que nós utilizarmos, o vocabulário também é genérico já que
dentro de um grupo o vocabulário tem uma característica universal que todos
compreendem.
A terceira característica do fato social é a Coercitividade, é o poder de
pressão de convencimento que o fato social tem sobre os indivíduos, é o poder
de mando com efetividade que é composta pela chamada sanção o poder de
punição, sim também a punição e educativa e ela acontece de duas maneiras.
A chamada Sanção Expontânea e pôr fim a Sanção Legítima aquela que
tem poder de lei que está no poder jurídico. Imagine que você ultrapassar o
sinal vermelho e desde há alguns dias você recebe na sua casa uma
advertência de inflação seguido por uma multa, você recebeu uma sanção
legitima, essa sanção amparada pela lei pelos órgãos do governo têm como
finalidade fazer com que os indivíduos se adequem em uma determinada
norma.
A Sanção Expontânea e a Sanção legítima atuam em conjunto de tal
forma que em seu conjunto elas exercem um poder de coesão sobre indivíduos
criando, portanto, uma normalidade.

Karl Emil Maximilian Weber (1864–1920) foi um sociólogo, jurista e


economista alemão. Nascido em uma família de posses liderada por um
advogado, Weber foi educado com a rigidez da religião protestante e com o
despertar do gosto pelo estudo e pelo trabalho. Quando ainda jovem, ele
presenciou a unificação da Alemanha promovida pelo estadista Otto von
Bismarck. (O Estado alemão ainda não existia. Existiam vários reinos de
origem germânica independentes, e Bismarck promoveu uma política de
integração desses reinos, formando a Alemanha tal como a conhecemos hoje.
Em 1882, Weber ingressa no curso de Direito da Universidade de Heidelberg,
onde, para além das ciências jurídicas, aprofundou seus estudos em economia
e teologia. Em 1889 concluiu o seu doutorado em Direito, na Universidade de
Berlim, e, em 1893, foi nomeado professor na Universidade de Freiburg.
Entre os anos de 1882 e 1897, além da carreira acadêmica, Weber
atuou no cenário político alemão, não obtendo muito sucesso. O sociólogo era
um homem muito rígido consigo, e a sua idealização do trabalho e do sucesso
financeiro como realização de um homem digno (ideia que aparece na obra
citada) parecia acompanhar a sua vida.
O sociólogo e historiador austríaco Michael Polak, que desenvolveu um
trabalho biográfico sobre Weber, afirma que o sociólogo alemão odiava a ideia
de depender financeiramente de seu pai, primeiro por ter algumas diferenças
familiares com o progenitor e também por cobrar de si um sucesso profissional
e financeiro, sucesso esse que geralmente é demorado para quem está
iniciando uma carreira de pesquisador acadêmico.
Sabe-se que, para tornar-se um professor universitário e pesquisador, é
necessário estudar muito antes de conseguir êxito. Um reflexo disso foi o
casamento de Weber com a escritora feminista Marianne Schnitger, o qual foi
adiado por anos, tendo sido realizado apenas em 1894, quando o sociólogo
conseguiu um emprego. Nesse período de espera, antes do noivado definitivo,
um amigo de Weber havia pedido Marianne em casamento (quando Weber e
ela já trocavam intensões de um relacionamento), o que causou ainda mais
desgosto em Weber com a sua própria vida, afirma Polak.
Em 1887, a mãe de Weber decide viajar para visitá-lo. O seu pai não
permite que a esposa vá sozinha e Weber não gosta da ideia de recebê-lo em
casa, expulsando-o na sua chegada. Algum tempo depois, o pai morre e Weber
tem um colapso mental, entrando em profunda depressão, a qual o impediu de
trabalhar.
O sociólogo conseguiu uma licença da universidade e decidiu viajar,
percorrendo vários lugares da Europa (a Itália era o seu destino preferido) e
conhecendo os Estados Unidos. Nesse período ele tenta voltar a lecionar, não
obtendo êxito, no entanto, por conta de sua doença. A sua situação mental
atormentava-o, principalmente pela vergonha que ele sentia da depressão e de
não conseguir trabalhar. Ser sustentado por uma licença era ainda mais
vergonhoso para o pensador.
Em 1903, Weber pede demissão da universidade, o que lhe foi negado
por sua competência. A administração pública entra em acordo com ele
concedendo-o uma aposentadoria, e, em troca, torna-o professor honorário da
Universidade de Heidelberg, direcionando a ele uma carga horária mínima de
trabalho, o que deu certo para que o sociólogo voltasse a trabalhar e
recuperasse a sua saúde mental.
Nesse período de retorno, Weber volta a escrever com intensidade,
redigindo inclusive a sua obra magna — A ética protestante e o espírito do
capitalismo. Ele havia deixado a atuação no campo político há algum tempo, o
que também o ajudou a recuperar-se mentalmente.
Max Weber vivenciou a Primeira Guerra Mundial e, em 1919, foi
conselheiro da delegação alemã nas conferências que antecederam o Tratado
de Versalhes. A Alemanha perdeu muito com o acordo, pois teve seu exército
reduzido, perdeu território e teve que pagar uma indenização pelos estragos
causados pela guerra.
Entre 1919 e 1920, Weber também atuou como membro da comissão
que formulou a Constituição de Weimar — documento que oficializou a
chamada República de Weimar, período republicano da Alemanha que iniciou
com o fim do Segundo Reich (segundo império que começou em 1871 com a
unificação de Bismarck) e terminou com o início do Terceiro Reich (terceiro
império que se iniciou com a chegada de Hitler ao poder em 1933).
"Em 1920 uma pneumonia severa acamou Weber e levou-o à morte aos
56 anos de idade. Até então, o sociólogo havia publicado apenas os livros A
ética protestante e o espírito do capitalismo (1905), Economia e sociedade
(1910) e A ciência como vocação (1917). Após a sua morte, Marianne
Schnitger Weber, sua esposa, realizou uma curadoria de sua obra e foi
responsável pela publicação póstuma de um segundo volume de Economia e
sociedade (1921), A metodologia das ciências sociais (1922) e História
econômica geral (1923).
Os principais objetos de estudo de Weber na sociologia foram o
capitalismo e o protestantismo, levando o sociólogo a desenvolver uma
sociologia da teologia. A visão weberiana do capitalismo era diferente da visão
marxista. Enquanto Marx via no capitalismo a exploração do proletariado pela
burguesia, Weber encara-o como o fruto de um ideal, o ideal do capitalismo.
Como um ideal, o capitalismo promovia uma espécie de racionalização do
trabalho e do dinheiro, sendo sustentado pela prosperidade e pela capacidade
cada vez maior de gerar dinheiro.
Max Weber foi profundamente influenciado pela filosofia de Immanuel
Kant sustentada pelo idealismo. Para Kant, o plano das ideias e conceitos
deveria pautar todo o trabalho filosófico, que partiria da prática para chegar aos
conceitos mais puros e a priori (anteriores a qualquer vivência material). Weber
acreditava que o capitalismo se originava com um ideal, com um espírito, e a
partir disso, esse sistema ia sendo construído na prática. Com base nesse
ideal, surgiu a noção de administração como ciência capaz de promover o
crescimento do capital.
Para escrever A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber leu
o texto Conselho a um jovem comerciante, de Benjamin Franklin. Com base
nesse texto, que expressa a noção que ficou conhecida como um bordão de
Franklin, time is money (tempo é dinheiro), e da observação de nações
europeias e dos Estados Unidos, Weber elaborou a teoria que dizia que o
capitalismo teria sido aprimorado com o protestantismo, em especial o
calvinista (em nações como a Inglaterra e os Estados Unidos). Para Franklin, o
dinheiro deveria ser movimentado e ampliado, e essa ampliação dava-se como
ensinava a tradição calvinista, por meio do trabalho.
Para os calvinistas, havia uma noção de predestinação (trabalhada por
Weber como hipótese a ser considerada) que dizia que o homem já nascia
predestinado ao paraíso ou ao inferno. A maneira de saber se determinada
pessoa iria para o céu era medir o seu sucesso no trabalho e a sua resistência
ao pecado. Como pecado, os calvinistas incluíam as diversões fúteis, como
festas e luxo, além do ócio e da preguiça.
O homem de valor para os calvinistas era aquele que trabalhava muito, o
máximo que o seu corpo aguentasse, e não se entregava aos prazeres da vida,
acumulando assim cada vez mais dinheiro. Para as outras vertentes
protestantes, há uma ideia geral bem semelhante a essa de valorização do
trabalho e de fuga dos prazeres.
Isso fez com que Weber enxergasse a diferença de desenvolvimento
econômico entre nações predominantemente protestantes que se tornaram as
maiores potências econômicas (Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos) e
nações predominantemente católicas que não tiveram tanto crescimento
econômico, como Espanha, Portugal e Itália.
A ideia do teórico político e estadista estadunidense Benjamin Franklin
estava sustentada no ideal calvinista, e o aumento do dinheiro por meio do
trabalho e da fuga do ócio e dos prazeres parecia ser uma hipótese bem
plausível para Weber, no sentido de medir o sucesso de uma pessoa. Era
esperado de alguém que conseguisse ganhar dinheiro multiplicá-lo para
mostrar o seu valor pessoal e moral.
A ética, nesse sentido, era uma prática voltada para um modo de agir
que fugisse de qualquer distração e de qualquer pecado e que procurasse no
trabalho o maior meio de chegar-se a Deus. Por isso Weber ficou tão frustrado
durante um tempo de sua vida em que não conseguia obter sua sustentação
financeira e sentiu vergonha do tempo em que foi acometido pela depressão e
não conseguiu trabalhar. "Para a metodologia sociológica, Weber contribuiu
formulando a sua teoria da ação social. Segundo o sociólogo, era necessário
que o pesquisador fosse dotado de uma neutralidade axiológica, ou seja, de
uma neutralidade em relação ao seu objeto de estudo. Com base em uma
análise neutra e imparcial, o sociólogo deveria identificar as ações sociais dos
sujeitos e classificá-las. Nisso, Weber discorda do método de Durkheim, que
visa buscar fatos sociais que se repetem em todas as sociedades e são
invariáveis.
Para Weber, as ações individuais é que forneciam o material necessário
para chegar-se a um estudo válido. No entanto, por serem as ações sociais tão
vastas e diversas, o sociólogo deveria buscar um padrão de correção para que
o seu trabalho tivesse uma validade científica e um respaldo metodológico.
Esse padrão de correção estava localizado no que Weber chamou de
tipos ideais, que eram balizas para estabelecer-se qualquer comportamento
padrão. Como ideais, esses tipos são perfeitos e imutáveis, não existindo na
prática. Nessa se encontram as ações que poderiam afastar-se ou aproximar-
se dos tipos ideais.
Weber separa e classifica as ações sociais em quatro tipos. São eles:
Ação social racional com relação a fins: é um tipo de ação pensada e calculada
para atingir alguma finalidade. Por exemplo, casar-se para constituir uma
família. A ação social é o matrimônio e a finalidade dessa ação é a constituição
da família.
Ação social racional com relação a valores: é um tipo de ação social
pensada e calculada para atingir algum tipo de valor moral, ou visando como
fundo a moralidade. Por exemplo, fazer o que a moral considera certo, como
não roubar.
Ação social tradicional: não é racional e nem calculada. Consiste numa
forma de agir de acordo com a tradição, respeitando o que a sociedade
considera como o que deve ser feito. Retomando o exemplo do matrimônio,
seria casar-se porque a sociedade impõe o casamento como uma tradição que
deve ser seguida.
Ação social afetiva: não é racional. Ela segue os afetos e as paixões, os
sentimentos e as afecções. É o tipo de ação motivada por sentimentos, como
amor, paixão, medo.
No campo da teoria da sociologia política, Weber contribuiu com uma
teoria da dominação, que fala dos modos de poder existentes. Para o
pensador, existem três tipos de poder ou dominação exercidos que lhes
conferem alguma legitimidade:
A dominação legal: ocorre por meio das leis. É o poder exercido por
aqueles que a lei permitiu exercê-lo, como os representantes dos poderes
Legislativo, Judiciário e Executivo, no caso de nossa República.
A dominação tradicional: justifica-se pela tradição. Por exemplo, em uma
sociedade patriarcal, o pai exerce o poder autoritário dentro da família e
respalda-se na tradição para exercitá-lo.
A dominação carismática: é exercida por lideranças carismáticas, que
têm o dom de atrair o apoio das massas com seus discursos, como de maneira
mágica. Temos vários exemplos desse tipo de liderança na história mundial,
como Hitler, Mussolini, Getúlio Vargas e Fidel Castro.
Vilfredo Pareto (1848-1923) foi um sociólogo, teórico político e
economista italiano. Elaborou a teoria das elites dominantes e a teoria de que o
comportamento político é essencialmente irracional.
Pareto nasceu em Paris, França, no dia 15 de julho de 1848. Filho de um
aristocrata italiano que tinha ido para exílio político na França. Em 1867 a
família volta para a Itália. Graduou-se em Matemática e Física, em 1867, e em
Engenharia, em 1870, no Instituto Politécnico de Turim. Trabalhou como
Engenheiro em grandes empresas, chegando a diretor de uma companhia
ferroviária italiana.
Em 1874 é nomeado diretor de uma siderúrgica em Florença. Nessa
época, dedicou-se ao estudo da Sociologia, Economia, Filosofia e Política. Em
1889, Pareto se casa com a jovem russa, Dina Bakunin. Renuncia a sua função
na siderúrgica e durante três anos se dedicou a escrever panfletos contra a
política protecionista do governo italiano no mercado interno e suas políticas
militares no exterior.
Nessa época, travou amizade com o economista Maffeo Pantaleoni, o
que o levou a estudar economia pura. Em 1893, foi nomeado para a cadeira de
Economia Política na Universidade de Lausanne, na Suíça. Em 1894 publica
seu primeiro trabalho “Cours d’Economie Politique”, onde reuniu uma grande
quantidade de comentários de outros economistas.
Dois anos depois, Vilfredo Pareto formulou sua polêmica lei da
distribuição de renda, por meio da complicada fórmula matemática, onde tentou
provar que a distribuição da renda e riqueza na sociedade não é aleatória e
que segue padrão invariável no curso da evolução histórica em todas as
sociedades, que depois foi chamada de “Lei de Pareto”.
Em 1906, publicou sua obra mais relevante “Manuale d’Economia
Política”, onde suas ideias sobre as elites e irracionalismo já estavam bem
desenvolvidas. Estabeleceu a teoria geral do equilíbrio econômico onde
discutiu os três fatores de produção: capital, trabalho e recursos naturais.
Nesse mesmo ano, desliga-se da Universidade e Turim e passa a se dedicar
ao estudo da Sociologia, o que resultou na publicação de “Trattato di Sociologia
Generale” (1916), no qual investiga a natureza e as bases da ação social e
individual.
Ao longo de sua vida, foi um crítico ativo das políticas econômicas do
governo italiano. Denunciava o protecionismo e o militarismo, que ele via como
um dos maiores inimigos da liberdade. Em 1923, foi nomeado para um lugar no
senado no governo de Mussoline, mas recusou-se a se tornar membro de
fascismo. Nesse mesmo ano se separa de sua esposa e se casa com Jane
Régis.
Vilfredo Pareto faleceu em Genebra, na Suíça, no dia 19 de agosto de
1923.

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