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Gislane Azevedo
Leandro Calbente
Reinaldo Seriacopi
8
Historia
ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS FINAIS
COMPONENTE CURRICULAR:
MANUAL HISTÓRIA
DO
PROFESSOR
MANUAL
DO
PROFESSOR
REINALDO SERIACOPI
Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Comunicação Social pelo
Instituto Metodista de Ensino Superior.
Editor especializado na área de História.
1a edição
São Paulo • 2022
22-114756 CDD-372.89
Índices para catálogo sistemático:
1. História : Ensino fundamental 372.89
Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380
2 Metodologia da coleção.........................................................................XLII
2.1 O autoconhecimento e o protagonismo..........................................XLII
2.2 A contextualização e a relação entre presente e passado.......XLIII
2.3 O trabalho com documentos............................................................. XLVII
2.4. As unidades conceituais....................................................................... XLIX
UNIDADE 2 Liberdade.......................................................................................66
CAPÍTULO 3 Revoluções iluministas: Estados Unidos e França..............70
CAPÍTULO 4 Rebeliões na colônia: a Conjuração Mineira
e a Conjuração Baiana..................................................................................... 104
CAPÍTULO 5 Os processos de independência da América
espanhola e da América portuguesa........................................................ 124
Organização da coleção
Detalha as seções e os boxes da coleção, explicitando sua forma de apresentação nos volumes, suas respectivas
localizações e suas funções para o processo de ensino-aprendizagem.
ALBERTI, Verena. Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In: PEREIRA, Amilcar Araújo; MONTEIRO, 8.1 • Avaliação da unidade 1
Ana Maria (org.). Ensino de História e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 53.
O capítulo escrito por Verena Alberti provoca a reflexão sobre o ensino da história das relações raciais com base na literatura
1. O século XVIII foi um momento de profundas transformações sociais, políticas, econômicas e cultu-
rais, principalmente pelo que o historiador Eric Hobsbawm chamou de “dupla revolução”: a Revolução
sobre o tema. A autora afirma a importância de mostrar que a história da população negra vai além da escravidão, da pobreza ou
da submissão. Francesa e a Revolução Industrial. Pensando nisso, responda às questões a seguir:
a) Como podemos definir o conceito de “revolução”?
ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino
Médio. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília: 2008. Disponível b) Por que o conceito de “revolução” pode ser usado tanto para se referir às transformações ocorridas na França a partir
em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102251/alegro_rc_dr_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso de 1789 quanto às mudanças provocadas pelas transformações técnicas ocorridas na Inglaterra do século XVIII?
em: 12 jul. 2022. 2. O Iluminismo foi um movimento de ideias que influenciou profundamente as mudanças que ocorreram
Embora a pesquisa seja com estudantes do Ensino Médio, as reflexões sobre aprendizagem significativa e sobre conhecimentos na Europa e nas Américas no século XVIII. Podemos afirmar que o pensamento iluminista:
prévios para novas aprendizagens são pertinentes à educação como um todo.
a) teve como opositores pensadores como o inglês John Locke e o francês René Descartes.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- b) recusava a separação entre a Igreja e o Estado e defendia que era papel do rei definir a religião de sua população.
-prática. Campinas: Papirus, 2012.
c) tinha como princípio o uso da razão como instrumento fundamental do conhecimento humano.
Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação
das metodologias ativas. d) propunha que a educação deveria ter como função impedir a divulgação do conhecimento científico.
e) defendeu o fim da liberdade política e de expressão, servindo para a afirmação das ideias absolutistas.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-
-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/ 3. Relacione as ideias apresentadas a seguir com os pensadores iluministas que foram seus formuladores.
uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
a) Defendia a liberdade de expressão e julgava essencial combater o clero e os nobres que fizessem oposição aos
Versão digital da coletânea publicada em 2012.
monarcas.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. A sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Tradução: b) Um crítico fervoroso do Absolutismo, defendia a divisão do poder em três: Poder Executivo, Poder Legislativo
Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016. e Poder Judiciário.
Os autores apresentam a metodologia da sala de aula invertida como espaço de esclarecer dúvidas, realizar atividades, trocar c) Republicano, para ele o verdadeiro soberano era o povo, de quem o governante era apenas um funcionário.
conhecimentos e fixar a aprendizagem.
I. Montesquieu II. Voltaire III. Rousseau
BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.). História na a) I. a - II. b - III. c c) I. b - II. c - III. a e) I. c - II. b - III. a
sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 37-48.
b) I. a - II. c - III. b d) I. b - II. a - III. c
O capítulo escrito por Holien Gonçalves Bezerra aborda o que os professores devem selecionar e quais conceitos enfatizar na
elaboração das suas aulas de História. 4. Um dos elementos centrais que marcaram o Iluminismo foi a defesa da razão como instrumento para
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008. conquistar a liberdade e da capacidade de o ser humano pensar por si próprio. A ciência passou a ser
Obra cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, acrescido de valorizada como caminho para conhecer a natureza, afastando-se do entendimento da religião sobre o
questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais. mundo físico. Pensando nisso, reúna-se com um colega e façam uma pesquisa sobre alguma invenção
ou descoberta que mostre a importância da ciência e do conhecimento científico no Brasil. Durante a
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
pesquisa, procurem responder às seguintes perguntas:
Obra clássica da historiografia escrita pelo historiador francês Marc Bloch (1886-1944), esse livro de metodologia da História foi
publicado postumamente, em 1949, com a organização de Lucien Febvre.
• Qual é a invenção ou descoberta científica pesquisada?
• Que contribuições essa invenção ou descoberta trouxe para a sociedade?
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da
República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. • Essa invenção ou descoberta ainda hoje tem impacto na sociedade?
A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do país. • Quem foi o(a) cientista ou pesquisador(a) responsável por essa descoberta? Escreva uma pequena
biografia sobre ele(a).
BRASIL. Decreto-lei no 869, de 12 de setembro de 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-
Depois, compartilhem as conclusões do grupo com o restante da turma. Ouça, anote e discuta também
lei/1965-1988/del0869.htm. Acesso em: 18 nov. 2019.
as informações compartilhadas pelos colegas dos outros grupos.
Decreto-lei (atualmente revogado) que criou as disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política do
Brasil (OSPB). 5. A Revolução Industrial provocou profundas mudanças na maneira de fabricar produtos e nas relações
de trabalho, iniciando uma nova fase do capitalismo. Escreva um pequeno texto explicando os principais
BRASIL. Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras
elementos que permitiram à Inglaterra ser o centro inicial dessas transformações.
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l5692.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. 6. Leia com atenção o texto a seguir, que trata das consequências da Revolução Industrial, e depois responda
Lei que, durante a ditadura civil-militar, regulou o ensino de 1o e 2o graus, atuais ensinos Fundamental e Médio. às questões.
LVI LXVIII
VI
2
• Gerais (CG): 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10: UNIDADE estratégia pedagógica
trabalhadas com os estudantes à me-
dida que valorizam a construção e a
A s r o d a s d e c o n v e r-
utilização do conhecimento histórico sas possibilitam encontros
acerca das revoluções ocorridas na dialóg icos, cr iando pos-
Europa e na América, exercitando a
problematização de suas particulari- LIBERDADE sibilidades de produção e
ressignificação de sentido – sa-
beres – sobre as experiências
dades, como no caso da guerra de
independência dos Estados Unidos ao dos partícipes. Sua escolha
abordar assuntos como a criação da se baseia na horizontaliza-
Constituição e seus efeitos na socie- ção das relações de poder.
dade da época; a Revolução Francesa, Os sujeitos que as compõem
ao trabalhar com as causas e conse- se implicam, dialeticamen-
quências do processo revolucionário te, como atores históricos e
na França e no mundo; os processos A liberdade se manifesta nas ações sociais críticos e reflexivos
de independência das colônias espa- individuais e coletivas, nas relações entre o diante da realidade. [...]
nholas e portuguesas e as rebeliões [...]
governo de um país e seu povo, assim como
do período. As rodas são mais do que
nas relações dos países entre si.
• Específicas de Ciências Humanas disposição física (circular)
Nesta unidade, estudaremos, entre
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. dos participantes e bem mais
outros assuntos, de que modo o ideal de
• Específicas de História (CEH): liberdade impulsionou os movimentos anti- que uma relação custo-be-
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. nefício para o trabalho com
coloniais ocorridos no continente americano
Habilidades entre os séculos XVIII e XIX e a Revolução grupos. Elas são uma postu-
• EF08HI04 • EF08HI05 • EF08HI06 Francesa de 1789. ra ético-política em relação
• EF08HI07 • EF08HI08 • EF08HI09 à produção do conhecimen-
• EF08HI10 • EF08HI11 • EF08HI12 to e à transformação social,
• EF08HI13 • EF08HI14 efetivando-se a partir das ne-
gociações entre sujeitos.
Temas Contemporâneos SAMPAIO, Juliana et al. Limites
Transversais na e potencialidades das rodas de
conversa no cuidado em saúde:
Unidade uma experiência com jovens no
• Cidadania e civismo: Temá- sertão pernambucano. Interface,
tica abordada ao refletir sobre Botucatu, v. 18, supl. 2, p. 1299-
as desigualdades sociais brasi- Grafite do artista inglês Banksy 1311, 2014. Disponível em:
leiras na página 81; ao discutir chamado Ballon debate, em http://www.scielo.br/pdf/icse/
Ramala, na Palestina, em 2005. v18s2/1807-5762-icse-18-s2-1299.
a divisão do estado em três
pdf. Acesso em: 14 ago. 2022.
poderes na página 100; a no-
ção de cidadania no passado Esse grafite foi feito no chamado
Muro da Cisjordânia, uma barreira
e no presente e a importância
erguida pelo Estado de Israel que
da participação popular nas separa parte de seu território do
mudanças da sociedade na território da Palestina, o que é um
página 100; ao discutir o sen- desrespeito a diversas liberdades
tido dos feriados nacionais na dos palestinos.
página 104; As razões que le-
vam à criação de heróis nas 66 67
páginas 113 e 124; valoriza-
ção da história das mulheres
no presente na página 132;
o desenvolvimento da empa- dígenas na página 136; o direito
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 66 à felicidade • Economia: Ao abordar cobrança de tributos 09/08/22 15:50 D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 67 09/08/22 15:50
tia na página 149. Aborda-se na página 74; aborda-se a Declaração dos Di- na página 110.
ainda o conceito de liberdade reitos do Homem e do Cidadão ao solicitar • Saúde: Ao discutir a covid-19 na página 69; e ao
em toda a unidade, especial- que os estudantes elaborem uma Declaração refletir sobre capacitismo nas páginas 148 e 149.
mente nas páginas 66, 67, 68, dos Direitos das Crianças e Adolescentes na
69, 78, 123; a liberdade como página 102.
direito humano fundamental • Ciência e Tecnologia: A identificação de os-
na página 103; reflexão sobre sadas dos inconfidentes é pano de fundo para
a imparcialidade da justiça na discutir a importância da tecnologia e ciência
página 117; a situação dos in- no presente na página 112.
66 67
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VII
JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK.COM
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D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 116 116 30/08/2022 13:13 D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd
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VIII
L. PE
TRÓP
OLIS,
D. G. Rascunhos sobre a vida portuguesa, hábitos, costumes e características, publicado em gicos. Uma das situações mais
portuguesa, provocou grande U IM
PERIA
Londres (Inglaterra), 1826.
MUSE graves aconteceu em 2018,
impacto quando a Corte se ins-
FICA A DICA quando um incêndio consumiu
talou no Rio de Janeiro.
o Museu Nacional. O prédio,
• Nos bastidores da realeza, de Giselda Laporta Nicolelis. São Paulo: FTD, 2014.
situado no parque da Quinta da
No livro, os leitores são convidados a acompanhar uma visita escolar ao Museu de História,
Atividade complementar Leque comemorativo da chegada da família real à América, de autoria desconhecida, Boa Vista, foi fundado em 1818
em que D. Carlota Joaquina narra a chegada da família real ao Brasil colonial, em 1808.
século XIX. por D. João VI para ser a resi-
Refletir sobre as dência da Família Real no Brasil.
espacialidades 134 135
As distâncias e o tempo para
percorrê-las são, em geral, difí-
ceis para os estudantes dessa Organize a turma em grupos
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 134 de três ou • Qual tipo de navio os portugueses utilizaram 09/08/22 11:36 D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 135
AMPLIAR HORIZONTES 09/08/22 11:36
faixa etária mensurarem. Isso quatro integrantes. Em seguida, solicite-lhes que para essa viagem?
se torna ainda mais complexo respondam: Outras questões podem ser incluídas, a • A VIDA na corte e as transformações na cidade do Rio de Janeiro. MultiRio, Rio de Janeiro, c1995-2022.
• Qual a distância, em quilômetros, de Portugal Disponível em: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/88-a-corte-no-
quando se trata de viagens em depender de sua avaliação. Por fim, após os
a Salvador e de Portugal ao Rio de Janeiro? rio-de-janeiro/8854-a-vida-na-corte-e-as-transforma%C3%A7%C3%B5es-na-cidade-do-rio-de-janeiro.
períodos muito distantes da atua- grupos obterem as respostas, organize uma dis- Acesso em: 26 jul 2022.
lidade, como a realizada pela • Qual é o tempo médio que essas viagens cussão sobre essas espacialidades e promova
Imagens e textos conduzem a um passeio pelas ruas e edificações do Rio de Janeiro na época em que a cida-
Família Real portuguesa. Diante duram hoje, por meio dos transportes ma- um debate sobre como eram longas as viagens de recebeu a Família Real.
disso, proponha uma atividade rítimo e aéreo? de navio naquele período. O resultado também
de pesquisa em interdiscipli- • Quanto tempo a Família Real levou para rea- pode ser consolidado em materiais de divulga-
naridade com Matemática. lizar a viagem entre 1807 e 1808? ção impressos ou digitais.
134 135
Atividade
complementar
A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3, 4, 5, 6 e 7: trabalhadas no DOVLA982/SHUTTERSTOCK.COM
atividades extras, como jogos, sobre o presente. punha fim à expectativa de juntar forças e mobilizar a população.
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6: abordadas na Em março, o governador da capitania convocou vários devedores para
problematização dos grupos sociais quitar suas dívidas com o reino. Alguns deles eram conjurados e revelaram
Proposta de avaliação
com degredo na África. Para a identificação das ossadas, utilizaram-se tecnologias de
ali produzida. Retome alguns análise, como raio X e tomografia computadorizada. Sobre isso, responda às questões.
elementos sobre a forma de
DIVULGAÇÃO/UNICAMP
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D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 112 112 30/08/2022 13:13
IX
Esses conceitos-chave foram definidos considerando sua relevância e pertinência, de modo a possibilitar aos estudan-
tes a compreensão do mundo em que vivem com base nos diferentes contextos trabalhados nos capítulos que compõem
cada volume. Assim, a perspectiva cronológica adotada nesta coleção se relaciona de maneira integrada tanto com os
conceitos-chave de cada unidade quanto com as competências e habilidades estabelecidas pela BNCC.
Para tanto, os conteúdos e as atividades propostos na coleção têm por base processos de ensino-aprendizagem
que valorizam, entre outros elementos, o protagonismo do estudante e a associação entre a História estudada no livro
e o cotidiano vivido na prática. Dessa forma, consideramos o desenvolvimento das competências e habilidades (tanto
cognitivas como socioemocionais) dos educandos voltadas para a educação integral.
Assinalamos ao professor, em todos os volumes e em todas as suas respectivas unidades e capítulos, de que forma
conteúdos e atividades se entrelaçam com as premissas da BNCC. Essa articulação se mostra presente nas seções
A BNCC na unidade, A BNCC neste capítulo e A BNCC nesta dupla. Desse modo, o professor terá à disposição um
mapeamento completo das formas pelas quais a BNCC está presente e articulada em todos os conteúdos da coleção.
De maneira a sintetizar a nomenclatura, na parte específica deste manual, as Competências Gerais recebem a sigla
CG; as Competências Específicas de Ciências Humanas levaram a sigla CECH; as Competências Específicas de História,
CEH; já as habilidades permaneceram como estão na BNCC.
Como exemplos, verifique a seguir de que modo citamos e detalhamos a articulação entre conteúdo e BNCC neste manual:
3
TULO
7
• Gerais (CG): 1, 3, 4, 6, 7 e 9: traba- UNIDADE • CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
os estudantes a partir da contextuali-
zação das particularidades culturais e A ARTE AFRICA
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
lhadas com os estudantes à medida
que valorizam a construção e a utiliza- Habilidades
O NEOCOLONIALISMO
sociais dos países africanos. Até a realização da Con
• CEH 1, 2 e 5: são abordadas com a tinha ocorrido de maneira
NAÇÃO E
ção do conhecimento histórico acerca • EF08HI23 • EF08HI24 turma por meio da análise de caracte- guesa na África era das ma
dos modelos políticos e econômicos vi- • EF08HI26 • EF08HI27 rísticas sociais e culturais de sociedades governo de Portugal começ
gentes no século XIX e analisam suas
NACIONALISMO
africanas no período abordado. os portugueses chegaram
causas e consequências entre os di- A BNCC NESTA DUPLA
ferentes grupos e indivíduos nos • Habilidade
OBJETIVOSEF08HI24: é enfocada com
DE APRENDIZAGEM comercial e ponto de apoio
• CECH 2, 6 e 7: são trabalhadas com os estudantes ao compreender as par-
territórios independentes. O domínio colonial –
os estudantes ao analisar o conceito ticularidades
• Entenderdos países africanos
o processo no
de neocolonialismo na África e na corrupção
Ásia e seu impacto
• Específicas de Ciências Humanas guerras, e desig
de neocolonialismo e suas principais período abordado,
sobre tendo como
as populações ponto
locais.
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. dificultaram a construção d
características. de•partida as práticas culturais.
Relacionar o neocolonialismo e as mudanças advindas da Segunda
preconceito. A arte foi um
• Específicas de História (CEH): 1, • CEH 1, 2 e 4: são abordadas com a Revolução Industrial. experiência colonial e a sit
2, 3, 4, 5, 6 e 7. turma à medida que os estudantes
Habilidades constroem argumentos críticos sobre Volume 8, parte
PROCEDIMENTOS
• Conhecer específica,
as ideologias raciais que embasaram o neocolonialismo na Ásia
na África.
• EF08HI06 • EF08HI15 • EF08HI16 Nesta políticas
unidade, estudaremos
e práticas como,
neocoloniais, a par- unidade 3, capítulo 7,
DIDÁTICOS 1. Rui Knopfli (1932-19
• EF08HI17 • EF08HI19 • EF08HI20 no final dotirséculo
do contexto
XIX, histórico
algumasdanações
Segunda página 186. “Hidrografia”
O poema representar as ama
Revolução Industrial.
europeias subjugaram outros povos por Você já assistiu a algum filme do Tarzan? Sabia que esse personagem
• EF08HI22 • EF08HI23 • EF08HI24 Leia ajáseguir
existe um
há ma
tre
motivações • Habilidade EF08HI24:
econômicas, é enfocada
aliadas com os
a interes- 100 anos? Elechama
aparecea noatenção para of
livro Tarzan a terra
the apes (Tarzan dos macacos), uma história e
• EF08HI25 • EF08HI26 • EF08HI27
estudantes ao relacionar o neocolonialis-
ses nacionalistas. em 1912 porafricana,
Edgar Rice suas peculiaridades,
Burroughs (1875-1950). As aventuras de Tarzan foram contadas
Hidrografia em
Também movamos
com a Segunda
entender Revolução
como Industrial.
o pro- suasde
de duas dezenas riquezas e sua
livros, além de história.
terem sidoPoradaptadas para o cinema e para os quadrinh
Volume
Temas8, Contemporâneos
parte específica, meio dele, somos estimulados a
A história criada por Burroughs começa com o naufrágio de um navio inglês na cos
São belos os nom
jeto de nação brasileira, desenvolvido a par-
unidade 3, página
Transversais na150.
unidade tir doVolume 8, parte
excluíaespecífica, refletir
África. Apenas sobre outras
duas pessoas se salvam:realidades,
lorde Greystoke e1.sua
velha Europa.
esposa. Eles constroem uma ca
• Cidadania e Civismo: o tema
PROCEDIMENTOS
Primeiro Reinado, grande parte
percepções
na praia, onde a mulher edá epistemologias
à luz um menino, em
a) Significa Sena, Danúbio,
trazer o olhar para palavras cheias d
R
da população
unidade do 3,
país.capítulo 7,
é abordado por meio de discus- DIDÁTICOS porém os paisvezmorrem
de focar e ona bebê é “adotado”
Europa como a África, em vez lembrando em ta
sões a respeito dos conceitos de página 180.
Caso considere interessante, por um grupo de grandes
centro do mundomacacos, e que dão a
referên-
de ficar voltado
frutos e folhas ca
para a Europa,
nação e nacionalismo na unida- este conteúdo pode ser trabalhado ele o nome cia
de Tarzan. No livro,Ao “Tarzan” quer outoniça dos cho
a ser seguida. abordá-lo e conhecer a
dizer “pele branca” história de seu [...]
de e trazem diversas reflexões a utilizando-se de metodologias com osna linguagem dos
estudantes, grandes
lembre-os povo. O poeta Todo o mistério r
respeito da vida em sociedade, macacos.
ativas (veja mais detalhes no que a Literatura faz parte do ressalta o da minha terra.
principalmente nas páginas 152 Edgar Rice Burroughs nunca pôs os pés na desconhecimento
item 1.4 • O processo de ensi- repertório de fontes utilizadas
X
Toda a beleza se
e 153; exemplos de expressão África. Tudo em seu livro e nos outros que ele da história da
no-aprendizagem em que com regularidade em diversas
escreveu sobre as aventuras de Tarzan é fruto África e o cansaço resta
da nacionalidade brasileira no obras As historiográficas, contri- de estudar os rios está nos rios da m
acreditamos, no manual geral). de sua imaginação. histórias de Tarzan foram
presente na página 162; refle- buindo para o estabelecimento da Europa e suas Toda a poesia oc
xão a respeito de soberania na O tema central pode ser:“Existe produzidas em um período no qual alguns países histórias. da minha terra.
racismo em relação à África e aos da interdisciplinaridade
europeus invadiram e dominaram territórios com intei- 1. b) É um apelo Os que, cansados
página 203; discussões a respei-
Para chegar africanos?
ao modeloExistem
de estereótipos?”. a História.
ros da África, transformando O trecho
essasda palestra
regiões em para que as as histórias do S
to do racismo na página 185; pessoas deixem
bicicleta que conhecemos
Esses são temas mais globalizan- colônias. “O perigo de uma única histó- de lado os
e do Guadalquivi
combate à xenofobia no 10
D3-HIST-F2-2108-V8-MPG-001-019-INICIAIS-G24-AV1.indd pre- 01/09/22
atualmente, ela passou ria”, deestudaremos
Neste capítulo, Chimamanda Ngozi
esse processo preconceitos e se 20:30
ORGANIZAÇÃO DA COLEÇÃO
Abertura da unidade
Quatro páginas compostas de textos e imagens introduzem o conceito a ser estu-
dado por meio de estratégias de antecipação, de sensibilização e de problematização
do eixo conceitual, com linguagem atrativa e compreensível, mas com rigor histórico.
Apresentam também atividades direcionadas para a valorização do conhecimento prévio
dos estudantes.
3
UNIDADE
NAÇÃO E
NACIONALISMO
com o,
estudaremos
Nest a unidade, naçõ es
lo XIX, algumas
no final do sécu povos por
ugaram outros
euro peias subj a inter es-
ômicas, aliadas
motivações econ
.
ses nacionalistas nder como o
pro-
vam os ente
Também nvolvido a par-
brasileira, dese
jeto de nação ía grande part
e
Reinado, exclu
tir do Primeiro
do país.
da população
A
PHOTO/FOTOAREN
O/ALAMY STOCK
SERGI REBORED
151
es Unidas, em
Sede das Naçõ
dos Unidos,
Nova York, Esta
09/08/22 16:34
2021.
150 50-179-U3-CAP
6-LA-G24.indd
151
08-V8-1
09/08/22 16:34 D3-HIST-F2-21
Compartilhan 08-V8-150-179-
U3-CAP6-LA-G
24.indd 150
do
D3-HIST-F2-21
Se você já assis
tiu alguma vez
Jogos Olímpico à cerimônia de
s ou nos Jogo entrega de med
ção é acompanh s Pan-American alhas nos
/PULSAR IMAGENS
mais alto
NI MINZHE/CHINASP
ORTS/GETTY IMAGES
Mulheres da etnia
preparação para kamaiurá, da aldeia Ipavu,
a liderança femi dançam na Fest
nina. Gaúcha do a do Uluri, em
Norte (MT), 2018 um ritual de
O conceito de .
nação também
nações indígenas pode se estender
existentes no a povos sem front
que passou por Brasil. Nesse ritua eiras definidas,
um período de l, as mulheres como as diferente
reclusão e será preparam uma s
liberada para jovem de 13 anos
participar da vida
Esse sentimen na comunidade.
to de pertenci
mamos de naci mento a uma
onalismo. O naci naçã o, cha-
para a autoestim onalismo pod
a dos povos e e contribuir Xeno fobia: aversão
nas pessoas a para ajudar a pessoas de fora a coisas e
vontade de melh desenvolver do país.
Porém, se exac orar o país. Racismo: preco
nceit
erbado, esse sent de hostilidade contr o e atitude
goso, uma vez imento torna-se pertencentes a a indivíduos
que pode resu peri- uma
em racismo. ltar em xenofob geralmente consi etnia diferente,
ia e também derada inferior.
Converse com
Aber tura dos os colegas e
Jogo o professor sobr
certos aspectos s Olímpicos de Inverno, na 1. Em seu ente e as questõe
s a seguir.
culturais de um Chin ndimento, quai
povo, que os difera, 2022. O conceito de naçã rizam a identida s são as principa
enciam de todo o é definido por is manifestaçõe
152 s os outros povo Resposta pesso de brasileira
al. O estudante ? s culturais que
s. 2. Você acha imp pode citar as festa caracte-
ortante conh s,
Resposta pesso ecer a cultura a culinária, o futebol, a língua,
al. de outras naçõ a música etc.
variadas, evitando-Procure mostrar a importância es? Por quê?
se, assim, a xeno de conh
D3-HIST-F2-21 fobia e o etnocentris ecer e respeitar as expressões
08-V8-150-179-
U3-CAP6-LA-G mo. culturais
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153
D3-HIST-F2-21
08-V8-150-179-
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Na segunda dupla da abertura de cada unidade, sempre há questões propostas aos estudantes que buscam
dialogar com situações do cotidiano ou do mundo contemporâneo (contextualização), nas quais os estudantes podem
verificar a presença do conceito apresentado e, com isso, discutir algumas características dessas situações, evidenciar
conhecimentos prévios e construir uma experiência escolar significativa.
XI
7
LO
CAPÍTU
que será estudado, relacionando-o a algum fato ou acon-
tecimento da atualidade (contextualização). O objetivo é O NEOCOLONIA
LISMO
mobilizar e sistematizar o conhecimento prévio dos estu-
dantes, motivá-los para o estudo e auxiliá-los a identificar OB JE TIV OS DE
AP RE ND IZA GE M
diferenças e semelhanças, bem como mudanças e perma- • Entender
o processo
de neocolon
sobre as po ialismo na Áfr
pulações loc
nências no presente e no passado. • Relacionar
o neocolon
ais.
ialismo e as
ica e na Ásia
e seu impact
o
Revolução Ind mudanças ad
ustrial. vindas da Seg
• Conhecer unda
as ideologia
na África. s raciais que
embasaram
o neocolon
ialismo na Ás
ia e
Você já assisti
u a algum film
100 anos? Ele e do Tarzan
aparece no ? Sabia que
em 1912 po livro Tarzan of ess e personage
r Edgar Rice the apes (Ta m já existe
de duas dezen Burroughs (18 rzan dos ma há mais de
as de livros, 75-1950). As cacos), uma
além de ter aventuras de história escrita
A história cria em sid o Tarzan foram
da por Burro adaptadas pa contadas em
África. Apen ug hs começa com ra o cinema e para mais
as duas pesso
Objetivos de na praia, on as se salvam o naufrágio os quadrinho
de a mulhe : lorde Greys de um navio s.
r dá à luz toke e sua esp inglês na cos
porém os pa um menino, osa. Eles con ta da
is morrem stroem uma
aprendizagem por um gru e o bebê é cabana
po de grand “ad otado”
ele o nome es macacos,
de Tarzan. que dão a
. PICTURES
dizer “pele No livro, “Ta
branca” na rzan” quer
O boxe Objetivos de macacos. linguagem
dos grandes
WARNER BROS
Edgar Rice
Burroughs nu
aprendizagem, presente em África. Tudo
escreveu sob
em seu livr
nca pôs os
o e nos ou
pés na
tros que ele
re as aventu
todas as aberturas de capítulo, de sua imag
produzidas
inação. As his
em um perío
ras de Tarzan
tórias de Tar
é fruto
zan foram
do no qual
expõe os conteúdos a serem europeus inv
ros da África
adiram e do
, transform
mi na
alguns paíse
ram território
s intei-
s
ando essas
desenvolvidos naquela etapa, colônias.
Neste capítu
regiões em
lo, estudare
que ocorreu mos esse pro
como uma maneira de engajar na África e
na Ásia. cesso
D3-HIST-F
2-2108-V8-18
0-205-U3-CAP
7-LA-G24.indd
180
09/08/22 16:29
XII
parecem
se 3 Assim como D. Pedro, os soldados
1 No centro do quadro, cercado por soldado o
estátuas imóveis. Ao representá-los assim,
pessoas comuns, D. Pedro acena com o chapéu
OLHO VI VO para o povo, transmitindo uma mensag
em de pintor talvez tivesse a intenção de conferir
imortalidade ao acontecimento.
união e harmonia entre o príncipe e seus súditos.
seu ato
Ele olha para o céu, como a mostrar que 4 Esse soldado, voltado para trás, dá a
impres-
A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA é realizado segundo a vontade divina. são de saudar pessoas que se aproxim
am,
s para ce-
que encomendou representações artística
Não foi apenas o governo da Venezuela o Senado sugerindo que uma multidão ainda maior
atitude também ocorreu no Brasil. Em 1844,
lebrar seu processo de independência, essa (1807-18 60) – que chegara ao 2 A primeira estátua equestre de que se tem
notícia é esteja vindo aclamar D. Pedro.
pintor francês François-René Moreau x século
brasileiro encome ndou ao
D. Pedro. a do imperador romano Marco Aurélio, no
ação da Independência pelo príncipe regente 5 Ao contrário de D. Pedro e seus soldado
s,
Brasil em 1838 – uma obra sobre a Proclam tou II d.C. Com base nela, foi criada uma tradição
de
o 7 de setembro de 1822. Moreaux represen as pessoas que assistem ao ato estão
em
Vinte e dois anos haviam se passado desde a uma multidão heróis a cavalo, tanto em escultura quanto
em
D. Pedro a cavalo, em São Paulo, em meio movimento: elas acenam, tiram o chapéu,
no quadro uma cena que nunca existiu: ndência foi pintura. Nessas duas artes, o cavalo é um símbolo
imento. A tela Proclamação da Indepe caminham ou se abraçam, demonstrando
feli-
de pessoas agitadas e felizes com o acontec a obra pertence ligado à masculinidade, à guerra e ao poder.
que permaneceu por muitos anos. Hoje, cidade pela Proclamação da Independência
e
colocada na sala do Senado, local em Janeiro.
de Petrópolis, no estado do Rio de por ser D. Pedro o novo governante do
Brasil.
ao acervo do Museu Imperial, na cidade
dirige
-René Moreaux. 6 Enquanto grande parte das pessoas
Proclamação da Independência, François seus olhares para o céu, esta senhora
ajoe-
Óleo sobre tela, 2,44 m x 3,83 m, 1844. sinal de respeito a D. Pedro.
lha-se em
da da
A cena é uma representação idealiza suas
obra 7 Nem D. Pedro nem os soldados seguram
Proclamação de Independência do Brasil em um
executada anos depois de o fato ter acontecido. espadas. A cena representada não tem
u dar a ela
caráter guerreiro. O pintor procuro
ão de manifes tação popular na
uma conotaç
10 como
qual o líder, D. Pedro, é representado
um herói do povo.
1 7 No
3 8 Não há negros nem indígenas na cena.
9 4 lugar deles, o artista pintou homens, mulhe-
com
res e crianças que mais se parecem
camponeses europeus.
vam o
9 Essas seriam as árvores que margea
riacho do Ipiranga, que não é visto no quadro.
2
brasi-
5 11 10 Para situar o acontecimento em terras
leiras, François-René Moreaux inseriu alguns
erro, pois
coqueiros ao fundo. Cometeu um
da
6 os coqueiros são típicos do Nordeste, não
8
MUSEU IMPERIAL, PETRÓPOLIS, RJ
139
138
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D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd
XIII
PAULO-SP
A seção desenvolve no estudante a
INSTITUTO DE ESTUDOS
informações a respeito do passado, ques-
tiona evidências e desenvolve uma postura
crítica sobre as produções materiais. Auxilia, Ilustração de
1785-1790,
de autoria
tunidades para o estudante ser capaz de compreender, interpretar e foram reformadas ou substit aterrado. As casas ao
monumento, com uma uídas. O pelourinho foi
estátua, em homenagem extinto, e há um
a Tiradentes.
114
formular ideias científicas, de maneira contextualizada e, sempre que
possível, ligadas ao seu cotidiano. Nesse sentido, apresenta, ainda D3-HIST-F2-2108-V8-1
04-123-U2-CAP4-LA-G
24.indd 114
fica dos estudantes, ensinando as diferentes etapas do método científico, tais como definir um problema, propor e testar
hipóteses, e formular conclusões. Também envolve aprender procedimentos e atitudes de investigação, comunicação
e debate de fatos e ideias. A abordagem investigativa deve proporcionar oportunidades para o uso social do que se
aprende, isto é, levá-los a implementar soluções para resolver problemas de sua comunidade.
Por isso, em cada um dos livros, desenvolvemos práticas de pesquisa, criando, assim, possibilidades para o exercício
da investigação científica de fenômenos sociais e problematizando a aplicação de diferentes técnicas e métodos de coleta,
organização e análise de dados. Esse trabalho é feito principalmente na seção Pesquisa & Ação, cujo conteúdo, muitas
vezes, é complementado com a seção Como se faz....
4O passo
3O passo Depois de realizadas as
os conforme as orientações
Apliquem os questionári entrevistas, façam uma
PE SQUISA & AÇÃ O do professor, seguindo
o número de participante
a boa comu nicação
s
com tabulação das respostas,
pré-estipulado e observando apresentem aos colega
se
vocês só devem ir à obtidos.
Consulte comentários nas os interlo cutores. Impor tante:
comparem os resultados
MENTOS? Orientações didáticas. de um responsável.
DE ONDE VÊM MEUS ALI ras e os legumes que chega
m à sua mesa feira livre acompanhados
Consulte comen tários nas Orien taçõe s didáticas.
vêm as frutas, as verdu
Você já penso u de onde nos ou médios produtores
em grand es fazendas ou vêm de peque ? Definam o objetivo da
pesquisa
o da pesquisa. Afinal,
as respostas
nas refeições? São cultiva
dos a mesma que os cultiva em sintonia com o objetiv
pessoa que os vende é As perguntas devem estar
ntos são cultivados? A a pensar (e até a repen
sar) ão a embasar as inform
ações do trabalho.
rurais? E como esses alime que consumimos nos ajuda do questionário ajudar
cas do alime nto
Conhecer as característi as.
e a fazer melhores escolh Para isso, com
nossos hábitos alimentares a respeito dessas questões. Identifiquem o públic
o-alvo
s que serão entrevistadas
. Procurem
isa em sua comunidade próxima à escola qual é o perfil das pessoa
Em grupo, façam uma pesqu uma visita a uma feira livre É muito importante saber s que o entrevistado deve
conhecer.
dos responsáveis, organ izem
os feirantes. ra direta, utilizando termo
o auxílio do professor e r inform ações com fazer as perguntas de manei de vocês obterem respostas verdadeiras.
vão coleta s as chance s
você e os colegas do grupo Dessa maneira, serão maiore
ou outra conhecida. Lá,
2O passo
m fazer
e pergunta que deseja as intenções dos
1O passo Depois de fazer ajustes Estabeleçam o tipo de variar de acordo com
to desta atividade, é funda
mental um questionário pode la escolha, permitindo
que o
finalizar o questionário, O tipo de pergunta de
Para o melhor aproveitamen o entre o público- res. Vocês podem fazer perguntas de múltip tipo de música você
ar previamente um questionário a ser aplicad imprim am cópias dele, entrevistado
e uma ou mais alternativas. Por exemplo: “que
é possível limitar,
elabor deve ser feita entrevistado indiqu ; e) funk”. Se quiserem,
ionário é uma tarefa que de acordo com o núme
ro c) MPB; d) samba os,
alvo. Elaborar um quest Confiram gosta de ouvir”: a) rap;
b) rock;
ne apenas os três gênero
s favorit
s e métodos específicos. lista, o entrevistado selecio
com atenção, seguindo critério em estimado de pessoas que pedindo para que, dessa
alguns dos cuidad os que vocês precisam ter da pesqu isa. mesmo que ele ouça todos. as, para que o entrevistado responda
no gráfico a seguir isa. participarão fazer perguntas abert você gosta de
de um questionário de pesqu Vocês também podem lo: “em quais momentos
mente durante a elaboração livremente a respeito de
um assunto. Por exemp
serem usadas quando se
deseja conhecer
tas abertas são boas de
ouvir música?”. Pergun .
do entrev istado com base em uma
melhor as ideias tas são escolhidas
os questionários cujas respos m as respostas em “posit
ivas” e
Outra possibilidade são
ESTÚDIO DIAGRAMI
ho ação que
Elaborem um rascun . Pensem no tipo de inform
elaboração do questionário a informação
Não tenham pressa na ta a ser feita para se obter
o melhor tipo de pergun erão que algumas
pretendem reunir e qual um rascunho. Ao concluí-lo, vocês perceb
m para decidir
desejada. Inicialmente, escreva reelaboradas. Aproveitem
e outras necessitam ser
perguntas são dispensáveis nário.
tas aparecerão no questio
a ordem em que as pergun
pessoas a
Façam um teste peçam a opinião de outras
istar seu público-alvo, está claro,
Antes de começar a entrev descobrir se o questionário
elaboradas, procurando novos ajustes.
respeito das perguntas coerentes. Se houver necessidade, façam
tas pesqu isa já
isento de erros e com pergun nesse momento do que depois, quando a
onário
Melhor corrigir o questi
estiver sendo aplicada. l
cos. Universidade Federa
em trabalhos científi
uso de questionários _2013_2/O_
em: CARMO, Vera. O .ufsc.br/~vera.carmo/Ensino
Elaborado com base ível em: http://www.inf 29 jun. 2022.
Catarin a. Florian ópolis, [2013]. Dispon
rabalh os_cien t%EDf icos.pdf. Acesso em:
de Santa s_em_t
uso_de_questionario
253
OM
RSTOCK.C
E/SHUTTE
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253
F2-2108-V8-238-265 -U4-CAP9-LA-G24-AV1.indd
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XIV
252
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D3-HIST-F2-2108-V8-238-265
Enquanto isso...
s ilum inist o de São Dom
Os princípio significativos foi ínio da França.
plos mais o dom de
mundo. Um dos
exem
e 169 7, enco ntrava-se sob por uma gran de produção
be, e que, desd , responsá vel uma
no Mar do Cari l colônia francesa oas, controlava
s era a principa a de 5 mil pess
São Domingo branca, de cerc principalmente,
XVIII, uma elite trabalhavam,
açúcar. Em mea
população de
dos do século
apro xima dam ente 465 mil pessoas
e na produção
escravizadas que
do açúc ar.
começaram a
difundir ideia s Seção que apresenta acontecimentos históricos contemporâneos
de cana e café ados e libertos , e muitos
nas plantações XVIII, escraviz s se fortaleceram
Na segunda met
ade do século
ilha. Com o iníci
o da Revo luçã o Fran cesa, essas ideia
3-1803)
àqueles estudados ao longo de cada capítulo, trabalhando as noções
iluministas pela o fim da escravid
ão. t L’Ouverture (174
nder também vizado Toussain de
passaram a defe
Em 1791, começou
uma rebelião lider
ada pelo ex-escra
smo francês. Nos
primeiros meses
de combate, mais
de simultaneidade e ampliando a compreensão sobre o tempo
RENA
e o colo niali
ção dos negros
GRANGER/FOTOA
cont ra a escr aviza tos eng e-
tos e mui
mil colonos bran
nhos de açúcar
cos foram mor
e plantações de
café, destruídos.
do à França e
histórico estudado. São abordados povos, processos, invenções e
verture foi leva
Em 1801, L’Ou
descobertas geralmente excluídos do cotidiano escolar, mas nem
a
ão não cumprid
oferta de perd
preso, após uma pela participa
ção dele na
erno fran cês para o
pelo gov imento passou
por isso menos importantes. Oferecemos, assim, elementos para o
, o mov
revolução; assim s (1758-1806),
-Jacques Dessaline
comando de Jean
vizado.
outro ex-escra 3, ano em
A revo
que os francese
luçã o pros seguiu até 180
s foram derrotad
os e expulsos
da
da
professor trabalhar a percepção de que não existe uma história linear
iro de 180 4, foi proclama
Constituição de
1824
Esquema-resumo Manutenção da
escravidão Divisão de pode
criação do Pode
res:
r
Moderador
Localizados sempre antes da seção Atividades, os esquemas orga- Confederação
do Equador (182
4)
nizam visualmente as principais ideias trabalhadas no capítulo e são uma
Abdicação do Críticas ao exce
imperador (183 sso de
1)
poder do impe
rador
ferramenta que possibilita a rápida retomada e revisão dos assuntos PERÍODO REG
ENCIAL
(1831-1840)
Explique, com
base na leitura
ao se tornar inde do capítulo e
pendente, o Bras do esquema-resu
il não podia ser mo, por que
considerado uma muitos historiado
Consulte resposta nação, no sent res afirmam que,
esperada nas ido pleno do
Orientações termo.
didáticas.
r
a Sabinada em Salvado
A Revolta dos Malês e século XIX, cerca de 65
mil pessoas. Mais 175
abrigava, no começo do e escravizados, que
D3-HIST-F2-2
O município de Salvador
108-V8-150-
de dois terços dessa popul social era muito grande: cerca de 90%
aldade
e a opressão. A desigu buíram para que ocorre
sse,
sofriam com o preconceito e a desigualdade contri
na pobreza. A injustiça
09/08/22 16:35
Glossário
seu princip al líder, o de D. Pedro II.
nome deriva de república até a maioridade
transformada em uma
pação da Bahia, que seria s setores
revoltosos – que contav am com o apoio de amplo Revolta dos Malês: movim
ento
Os da população, de
camadas média e baixa liderado por escravizados
da sociedade, como as res do
militares, comerciantes
e escravizados – tomar
a República Bahiense.
am o controle de diferentes etnias, seguido
islamismo (os malês na língua
iorubá), cujo objetivo era
Esse boxe apresenta o signifi-
Salvador e proclamaram lica não
sobrev
A repressão ao movim
iveu por mais de
ento foi intensa e a repúb
quatro meses. Cerca de
mil rebeldes mor-
dominar a população branca
e decretar uma monarquia
islâmica na Bahia.
cado contextualizado das palavras
3 mil acaba ram presos. Por cinco
reram nos combates e
anos, a província viveu
outros
sob intervenção militar. que necessitam de definição, con-
IMAGENS
no volume é variável.
transformou em quartel-
o pelos revoltosos e se
São Pedro, que foi tomad
Fotografia do Forte de (BA), 2014.
ada, em 1837. Salvador
-general durante a Sabin
168
XV
09/08/22 16:34
168
3-CAP6-LA-G24.indd
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U
Conjuração Baiana
XVI
BAHIA
GOVERNO DO ESTADO DA
do capítulo. Em geral, relacionam-se com questões do pre-
sente, como formação cidadã e direitos humanos. Também
têm como objetivo levar o estudante a questionar valores e
a rever posições de maneira responsável, ética e coerente.
Cartaz em
homenagem
aos mártires
da Conjuração
Baiana. Salvador
A Conjuração Mineira (BA), 2016.
e a Conjuração Baiana
defendiam o princípio
Fechando a unidade
nificado dessa liberdade da liberdade. O sig-
variou nos dois movim
um governo livre que entos, mas em ambos
poderia promover o bem envolvia a criação de
sociedade mais justa. dos cidadãos e garantir
a construção de uma
Os conjurados mineiros
defendiam a liberdade
Trabalho de enfoque quase sempre são colonial. Já no caso política de parte da Améri
da Conjuração Baiana, a ca e o fim da opres-
explicam as historiadora ideia de liberdade era mais
s Lilia Moritz Schwarcz ampla e radical. Como
biografia (2015, p. 150), e Heloisa Murgel Starlin
g na obra Brasil: uma
interdisciplinar que visa sistematizar o de indivíduos desiguais
muito distintos uns dos
“a Conjuração Baiana era
em termos sociais e econô
radicalmente inovadora:
micos, com interesses oposto
propunha a inclusão
outros”. s e, eventualmente,
aprendizado do conceito da unidade. Assim, o movimento
da escrav idão. À parte
baiano defendeu a liberd
as comp araçõ es, os dois
ade de todos, inclusive
propondo o fim
história do Brasil porqu movim entos foram impor
e ajudaram a incentivar tantes para a
As atividades dessa seção possibi- momentos históricos.
1. Levando isso em consid
a luta pela liberdade
em outros períodos e
Documento 3: Charge
ALVES
FE CH ANDO A UNIDADE
IGUALDADE JURÍDICA jurídica. Confira
, o que se entende por igualdade
Você estudou, no começo desta unidade ição Federal do
O primeiro deles são artigos da Constitu
agora os quatro documentos a seguir. símbolo da Justiça,
é uma fotografia de uma estátua,
Brasil, promulgada em 1988. O segundo charge de 2018 do cartunista
, em Brasília (DF), o terceiro é uma
instalada na Praça dos Três Poderes Após analisar os ALVES, Evandro. [Sobre a Justiça]
.
sobre a população carcerária no Brasil.
Evandro Alves e o quarto é um gráfico Jornalistas Livres. [S. l.], 23 maio
2018.
a ao que se pede. Documento 4: Gráfico Disponível em: https://jornalistaslivres
.
documentos com atenção, respond
adas-da -justica/.
ária org/as-maos-ensanguent
Perfil étnico da população carcer Acesso em: 1 ago. 2022.
Documento 1: Legislação r natureza, garan- brasileira em 2019
a lei, sem distinção de qualque
Art. 5º Todos são iguais perante ilidade do direito
eiros residentes no País a inviolab
tindo-se aos brasileiros e aos estrang dade, nos termos seguintes:
(%) 80
à seguran ça e à proprie 70
à vida, à liberdade, à igualdade, nos termos desta
em direitos e obrigações, 60
I – homens e mulheres são iguais 50 e Segurança Pública.
Fonte: BRASIL. Ministério da Justiça
Constituição; 40 Cor/Raça no Sistema Prisional.
Composição da População por
2020. Disponível em:
[…] desumano ou
30 Brasília, DF: Ministério da Justiça,
a tortura nem a tratamento iN2ZlZWFmNzktNjRlZ
https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjo
III – ninguém será submet ido
20
kIiwidCI6ImViMDkwN
10 i00MjNiLWFhYmYtNjExNmMyNmYxMjR
degradante; RhNmJmZThlMSJ9.
anonimato; Pardos e DIwLTQ0NGMtNDNmNy05MWYyLTRiOG
pensamento, sendo vedado o
0 Amarela Branca
SONIA VAZ
Indígena
IV – é livre a manifestação do Negros Acesso em: 24 jul. 2022.
[…] assegurado o livre
consciência e de crença, sendo assegur ados a
VI – é inviolável a liberdade de uição Federal, quais são os direitos
e garantida, na forma da lei, a
proteção aos locais de 1. De acordo com o trecho da Constit Orientações didáticas.
exercício dos cultos religiosos s brasileiros? Consulte comentários nas
todos os cidadão
culto e a suas liturgias; […] e, pode-se dizer que o artigo 5
da Constituição o
unidad
ção da República Federativa do
Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado 2. Com base no que você viu nesta ue sua resposta.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constitui 88/con1988_atual/art_5_.asp. do pensamento iluminista? Justifiq
Federal, 1988. Disponível em: https://ww
w.senado.leg.br/atividade/const/con19
Acesso em: 12 jun. 2022. Federal do Brasil tem influência s.
ões didática
Consulte comentários nas Orientaç foi representada?
3. Como a estátua da Justiça os olhos vendados e com uma espada
pousada sobre o colo.
Foi representada como uma mulher coma Justiça está de olhos vendados?
4. Em seu entendimento, por que
equânime, age sem distinguir as pessoas.
Documento 2: Fotografia A ideia é a de que a Justiça, de modo que a Justiça carrega?
5. E qual significado tem a espada Pode ser entendida como uma arma contra
o mal.
TON MOLINA/FOTOARENA
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XVII
ENTREVISTA e opiniões
informações
uma pessoa (o entrevistador) pede
COMO SE FAZ... Entrevista é uma conversa na qual
a outra (o entrevistado) sobre um
assunto escolhido ou sobre a vida
do entrevistado.
ista
1O passo Elaboração do plano da entrev
DEBATE pontos pensar nas informações que se pretend
e obter, escolher qual
que tenham Uma vez definido o tema, é preciso
amigável entre duas ou mais pessoas
O debate é uma forma de discussão de registro: anotação, filme ou áudio.
tema. pessoa será entrevistada e o meio
de vista diferentes sobre determinado dor e o público.
debatedores, o modera
Os participantes do debate são os
ipantes, e 2O passo Elaboração das perguntas
1O passo Escolha do tema e dos partic quais não se pode responder apenas
“sim” ou “não”. Faça um
definição das regras Elabore questões mais abertas, às .
devem ser simples, claras e corretas
r e indicação de uma bibliografia básica número limitado de perguntas, que
Apresentação do tema pelo professo
a respeito do assunto. Escolha dos
que permita a troca de ideias e a reflexão
com os interesses e as habilidades Preparação da entrevista
debatedores e do mediador de acordo 3 passo
O
um tempo para argumentação, contra- comunique ao entrevistado quais assunto
s serão
dos participantes. Deve ser definido Marque a entrevista com antecedência, e silencioso para
argumentação e participação do público. filmar ou gravar. O local deve ser calmo
abordados e peça autorização para entos e leve papel e caneta
a. Prepare os equipam
que não haja interferência na convers
2O passo Preparação para o debate para anotações.
debate,
público) devem se preparar para o
Todos os participantes (inclusive o
de que obtenham mais conhecimentos
realizando as leituras indicadas, a fim a
de apresentar bons argumentos durante 4 passo
O Entrevista
sobre o tema e tenham condições ouça atentamente as
expor as principais ideias e justifica
tivas a serem Faça uma pergunta de cada vez e
discussão. É importante resumir e claro. Anote a data e o local da entrevista. a conversa surgir um
decorar as falas. O discurso deve ser s (anotando ou gravando). Se durante
apresentadas, mas não é necessário respostas enquanto faz os registro a questão. Ao final da entrevista,
nas pergunt as, explore
fato novo e interessante não previsto
.
O debate agradeça ao entrevistado e se despeça
3O passo
o tema
público e apresentar os debatedores,
O mediador deve cumprimentar o
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ÍCONES SELOS
Algumas atividades são caracterizadas IMAGENS FORA AS CORES NÃO LINHA DO TEMPO SEM ESCALA. OS
com os seguintes ícones: DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS. SEGMENTOS ENTRE AS DATAS NÃO
CORRESPONDEM AO TEMPO DECORRIDO.
INTERPRETAÇÃO
COMUNIDADE DE DOCUMENTOS Para representar melhor certos conceitos,
algumas ilustrações podem alterar a proporção
MAPA ILUSTRATIVO de tamanho entre os elementos ou empregar
T R A BA L H O SEM ESCALA.
DIVERSIDADE SOCIOEMOCIONAL cores que não são as reais. Quando isso
acontecer, a ilustração apresentará estes selos.
TECNOLOGIA NÃO ESCREVA Este livro é reutilizável. Faça as atividades
NO LIVRO. no caderno ou em folhas avulsas.
XVIII
no final do sécu lo
mais
é considerado o café
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a em
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chegou
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1872,
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mas foi reinaugurad
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Informações complementares
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Paris, França. que ampliam o estudo de uma
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A divulgação do con
hecimento
Durante o Iluminism
o, muitos cientistas,
a buscar respostas racio escritores e filósofos
nais para diferentes passaram
reza e do Universo. aspectos da sociedade
Esses pensadores dese , da natu-
política e a sociedade nvol veram novas ideias
, além de abrirem cam sobre a
e inventos tecnológ inho para descobertas
icos. científicas
Os pensadores ilum
inistas, espalhados pela
livros com o objetivo Europa, produziram
de organizar e divu diversos
novas descobertas da lgar os saberes adqu
ciência moderna, para iridos com as
dições de acompanh que o público leigo
ar os avanços. Esse tives se con-
por meio de obras conh esforço tomou form
ecidas como enciclop a especialmente
A Enciclopédia foi édias.
publicada em Paris,
dores da obra convidara entre 1751 e 1772. Os
m outros iluministas organiza-
eles Montesquieu, Rous para participar do proje
seau e Voltaire. to, entre
A partir daí, muitas
outras enciclopé-
BRIDGEMAN/FOTOARENA
Gravura da Enciclop
édia
Benoit-Louis Prevost, , feita por
que representa um
REPRODUÇÃO/WIKIPÉDIA
estudo anatômico de
esqueleto, c. 1770.
A versão francesa da
Enciclopédia seguia
ordem alfabética e trazia a
textos que desenvolviam
temas relacionados às
ciências e aos conheci- Barra de ferramentas
mentos humanos, dand
o especial importância da enciclopédia virtu
para a explicação de termo al
s técnicos e científicos. Wikipédia, em língu
a
portuguesa. Junho
de 2022.
1. A escrita de um verb
ete da Wikipédia
Art. 22. [...] desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exer-
cício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
XX
1.3.1 • Equidade
CARLOS CAMINHA
Igualdade Equidade
Elaborado com base em: FARIA, Regina. Quem precisa de equidade? Serpro. Porto Alegre, [20--].
Disponível em: http://intra.serpro.gov.br/tema/artigos-opinioes/quem-precisa-de-equidade. Acesso em: 22 jun. 2022.
XXI
[...] Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica
compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões redu-
cionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda,
assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – con-
siderando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento,
reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. [...]
Espera-se de todos os envolvidos no processo educacional a busca por garantir uma educação integral aos estu-
dantes e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. A chamada educação integral é a que leva em
conta a educação em variados aspectos (disciplinar, cognitiva, emocional, tecnológica, ecológica etc.).
Em síntese, uma educação integral precisa se amparar em algumas premissas:
• Eleger o estudante como foco central e protagonista de seus processos de ensino e aprendizagem.
• Respeitar a diversidade e a singularidade do estudante no que tange ao sexo, à etnia, à identidade de gênero, à
orientação sexual, à religião ou à deficiência, por exemplo.
• Incentivar a participação reflexiva, ativa, propositiva e colaborativa dos estudantes no cotidiano de suas escolas e
na relação com seus pares.
1
“[...] Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em 2014. No PNE, a
Base está representada em quatro estratégias das 20 metas do Plano. São elas: a estratégia 1.9 da meta 1; a estratégia 2.1 da meta 2; a estratégia
3.2 da meta 3; e a estratégia 7.1 da meta 7.” (PRINCÍPIOS que nortearam a Base Curricular estão na Constituição. Correio Braziliense, Brasília,
DF, 22 fev. 2016. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2016/02/22/interna-
educacaobasica-2019,518886/principios-que-nortearam-a-base-curricular-estao-na-constituicao.shtml. Acesso em: 11 fev. 2020.)
2
Conceituamos bullying, de acordo com especialistas, como caracterizado por três aspectos principais. O primeiro deles é o comportamento
agressivo e negativo, praticado por um ou mais agressores contra uma vítima. Esse comportamento pode ser: a ridicularização da vítima,
tomando-se por base aspectos físicos, modo de se vestir, características da personalidade etc.; a intimidação ou até a agressão física. O
segundo aspecto necessário para caracterizar bullying é a repetição das agressões, seja dentro do espaço escolar, seja em outros lugares de
convívio do grupo ou mesmo em meios digitais, como e-mails e redes sociais. O terceiro aspecto é o comportamento agressivo e negativo
que se estabelece dentro de uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes, decorrente da força física, do prestígio, da popularidade,
do poder aquisitivo do agressor, entre outros exemplos.
XXII
[...] processo de entendimento e manejo das emoções, com empatia e pela tomada de decisão
responsável. Para que isso ocorra, é fundamental a promoção da educação socioemocional nas mais
diferentes situações, dentro e fora da escola [...].
Existem diferentes estudos e práticas internacionais e nacionais voltadas ao trabalho com com-
petências socioemocionais (por exemplo: OCDE, Casel, Wida, Center for Curriculum Redesign, MEC).
Além do estudo e disseminação do conhecimento, diferentes avaliações de grande escala contemplam
as competências socioemocionais, como o PISA (Programme for International Student Assessment) e
o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
(BRASIL, [20--]a).
XXIII
As habilidades, por sua vez, dizem respeito às aprendizagens essenciais esperadas para cada área, componente
curricular e ano. São sempre iniciadas por um verbo que, segundo o texto da BNCC, explicita o processo cognitivo
envolvido. Exemplo de habilidade do 6o ano em História:
3
Na coleção, existe um trabalho com as habilidades socioemocionais tanto no texto central como nas atividades. No Manual do Professor
assinalamos situações que podem servir de suporte para o trabalho com as habilidades socioemocionais. Tanto no Livro do Estudante
quanto no Manual do Professor o trabalho com as habilidades socioemocionais está sinalizado com este ícone:
4
Como preconiza a BNCC: “No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo,
analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de
informações” (BRASIL, 2018, p. 14).
XXIV
[...] A criança nessa fase tem maior interação nos espaços públicos, entre os quais se destaca a escola.
Esse é, pois, um período em que se deve intensificar a aprendizagem das normas da conduta social, com
ênfase no desenvolvimento de habilidades que facilitem os processos de ensino e de aprendizagem.
Mas é também durante a etapa da escolarização obrigatória que os alunos entram na puberdade
e se tornam adolescentes. Eles passam por grandes transformações biológicas, psicológicas, sociais e
emocionais. Os adolescentes nesse estágio da vida modificam as relações sociais e os laços afetivos,
intensificando suas relações com os pares de idade e as aprendizagens referentes aos papéis sexuais e
às relações de gênero, iniciando o processo de ruptura com a infância na tentativa de construir valores
próprios. Ampliam-se as suas possibilidades intelectuais, o que resulta na capacidade de realização de
raciocínios mais abstratos. Os alunos se tornam crescentemente capazes de ver as coisas a partir do
ponto de vista dos outros, superando, dessa maneira, o egocentrismo próprio da infância. Essa capaci-
dade de descentração é importante na construção da autonomia e na aquisição de valores morais e éticos.
(BRASIL, 2009, p. 17).
As mudanças próprias dessa fase da vida implicam a compreensão do adolescente como sujeito
em desenvolvimento, com singularidades e formações identitárias e culturais próprias, que deman-
dam práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e diferentes modos
de inserção social. Conforme reconhecem as DCN, é frequente, nessa etapa,
observar forte adesão aos padrões de comportamento dos jovens da mesma idade, o que é evidenciado pela
forma de se vestir e também pela linguagem utilizada por eles. Isso requer dos educadores maior disposição para
entender e dialogar com as formas próprias de expressão das culturas juvenis, cujos traços são mais visíveis,
sobretudo, nas áreas urbanas mais densamente povoadas (BRASIL, 2010).
(BRASIL, 2018, p. 60).
– Acolhimento e inclusão
O desafio com que nos deparamos no século XXI é o de criar novos modos de nos relacionar de maneira mais
integrada, rompendo com os binarismos: não mais intelecto versus corpo, razão versus afetividade. Mas sim: intelecto e
corpo, razão e afetividade. Acolhimento, e não mais exclusão. Sobretudo dos grupos historicamente esquecidos: negros,
indígenas, periféricos, imigrantes, população LGBTQIA+; buscando sempre a equidade.
São distintos os horizontes de futuro para um rapaz negro, morador da favela e/ou comunidades, e para um jovem
branco, mesmo que viva em bairro periférico. As impossibilidades de emprego, o medo constante, até mesmo de não
saber se conseguirá voltar para sua moradia com vida, fazem parte do cotidiano de jovens negros. Algo similar ocorre
com as jovens negras e brancas, muitas vezes vítimas de violências inúmeras, mas que temem, antes, a violência sexual,
expressão de poder numa sociedade de tradição patriarcal, como a brasileira.
A Pesquisa Nacional sobre Estudantes LGBT e Ambiente Escolar em 2016 revelou que 73% dos estudantes identifi-
cados como lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais disseram já ter sofrido, na escola, alguma agressão verbal por causa
de sua orientação sexual (BRASIL, [20--]b). E o número desses jovens que cometem suicídio chega a ser até três vezes
maior do que o de adolescentes e jovens que se identificam como heterossexuais.
Por isso, trabalhar e acolhê-los vai muito além de usar uma linguagem característica ou gíria dos dias de hoje. A escola
precisa dar espaço para manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas
juvenis. Pensar atividades que permitam expor problemáticas, pensar soluções, diversificar o modo de apresentação de
trabalhos, promover conversas que tenham significado para a vida de adolescentes e jovens, trazer para falar pessoas
que possam ser referências positivas para suas vidas, entre outros.5
5
As habilidades de Língua Portuguesa, presentes na BNCC (em EF69LP46), apontam algumas sugestões pedagógicas mais atrativas aos jovens
e adolescentes, muitas também presentes neste Manual do Professor: “Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de
obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de
apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores,
de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações,
escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e
podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages,
trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs” (BRASIL, 2018, p. 157).
XXV
PENSAMENTO COMPUTACIONAL
O pensamento computacional tem muitos princípios, mas quatro são fundamentais e podem ser aplicados ao longo do Ensino
Fundamental – Anos Finais de maneira gradual. Eles poderão, caso a caso, ser utilizados juntos ou apenas um ou outro,
dependendo do tipo de problema em questão:
• Decomposição: relacionada à capacidade de, com a identificação de um problema, dividi-lo em diversas partes menores
para resolver cada uma delas. Ao tornar o problema menor, trabalhando com uma parte por vez, a resolução é facilitada, pois as
partes menores terão menos complexidade que o problema como um todo. Além disso, quando é possível fazer essa subdivisão,
pode-se entender melhor a visão do todo. Por exemplo, vamos pensar em uma situação do dia a dia, como uma sala de aula
com a qual estamos tendo dificuldades. Ao fazer essa decomposição dos problemas, pode-se chegar, por exemplo, a algumas
situações que deixam a sala de aula em situação crítica, como: muitos estudantes com desemprego familiar; bullying na turma;
falta de professor na aula anterior (o que os deixa agitados); estudantes em etapas diferentes de aprendizagem; turma muito
numerosa; metodologia utilizada não atrativa etc.
• Reconhecimento de padrões: relacionado à capacidade de reconhecer características que se repetem ou tendem a se
repetir no problema. Ao reconhecer os padrões, fica mais fácil entender por que acontecem e, em consequência, as soluções que
poderão ser apresentadas utilizando criatividade e inovação, partes do pensamento computacional. Ao dominar a capacidade
de reconhecer padrões, os estudantes poderão facilmente apontar situações similares em problemas distintos, sendo aptos
para empregar a solução de um problema já solucionado e assim resolver problemas semelhantes. Continuando no exemplo
da sala de aula, pode-se chegar à conclusão de que os problemas da turma são semelhantes aos de outras classes da escola,
ou seja, seguem um mesmo padrão. É possível concluir também que algumas questões são comuns e outras diferentes.
Ou, ao constatar um problema semelhante ao observado em outro local, tentar aplicar a mesma solução. Por exemplo: se uma
escola “X” conseguiu diminuir ocorrências de bullying promovendo um trabalho pontual com os estudantes, que inclui rodas de
conversa, dramatização sobre a violência etc., pode-se aplicar a mesma estratégia na escola “Y”.
• Abstração: relacionada ao foco em processos importantes para a resolução dos problemas, sem necessariamente pensar
nos detalhes. Com essa capacidade, os estudantes aprenderão a filtrar e classificar mais rapidamente os dados que têm à
disposição, deixando em segundo plano o que, no momento, não tem muita importância para a solução do problema. No caso
do nosso exemplo: por meio da “decomposição”, o professor constatou que existem vários problemas a serem enfrentados. Mas
não dá conta de tudo sozinho e de uma vez só. Em um processo de abstração, o professor chega à conclusão de que, embora
todos os problemas sejam importantes, impedir que o estudante sofra violência é prioritário. Nesses casos, ele pode acolher os
estudantes vulneráveis, conversar com a turma e compartilhar os demais problemas com a coordenação, a fim de se chegar a
um resultado que atenda às necessidades de todos os envolvidos.
• Pensamento algorítmico: relacionado à capacidade de elaborar estratégias ou planos com instruções que ajudarão a
solucionar o problema ou alcançar determinado objetivo. Seguindo nosso exemplo, vamos pensar que a escola conseguiu
mudar completamente a realidade daquela turma e, por isso, resolveu criar um manual com instruções e etapas bem claras
para auxiliar outras escolas ou turmas a solucionar problemas semelhantes. Outros exemplos de algoritmos são as receitas, os
manuais de funcionamento de um eletrodoméstico etc.
XXVI
1
A busca é enviada ao servidor web
Você faz uma busca do buscador on-line.
60
55 30
5
25 5
50 20 10
10
15
45 15
40 20
35 25
30
2
Sua solicitação é enviada
aos servidores de índice
(ou servidores de indexação).
A solicitação então “viaja” até os
3 servidores de dados que contêm
as informações solicitadas.
Os servidores de índice apontam
em quais servidores de dados estão
as páginas com os conteúdos que
As páginas são ordenadas contêm as expressões de sua busca.
por um algoritmo que usa
milhares de variáveis.
Elaborado com base em: HISTÓRIA SOBRE OS SITES DE BUSCA. História do site de busca Google. [S. l.], [20--]. Disponível em:
https://sites.google.com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-principais-sites-de-busca/Historia-do-site-de-busca-google.
Acesso em: 13 jun. 2022.
XXVII
Acendeu?
Retirar a lâmpada F V
FIM Colocar lâmpada nova Subir na escada
queimada
Elaborado com base em: CAMPELLO, Ricardo J. G. B. Introdução à ciência da computação: algoritmos. [S. l.], [20--].
Disponível em: http://wiki.icmc.usp.br/images/a/ab/Algoritmos_SCC0120.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Portanto, o estudante precisa compreender o imenso poder das grandes empresas de tecnologia que dominam o
mercado (também conhecidas como big techs), bem como a capacidade que elas têm de controlar ou influenciar diversos
aspectos da vida das sociedades em geral. Assim, além de aprender a usar e produzir tecnologia (programação, vídeos,
podcasts, sites), o estudante também precisa conhecer os riscos da internet, como a exposição excessiva, o ciberbullying,
a deep web, os perigos de sites de pornografia infantil, entre outros.
XXVIII
XXIX
6
Os PCNs de História trazem uma elucidativa definição do saber histórico escolar: “No espaço escolar, o conhecimento é uma reelaboração
de muitos saberes, constituindo o que se chama de saber histórico escolar. Esse saber é proveniente do diálogo entre muitos interlocutores
e muitas fontes e é permanentemente reconstruído a partir de objetivos sociais, didáticos e pedagógicos. Dele fazem parte as tradições de
ensino da área; as vivências sociais de professores e alunos; as representações do que e como estudar; as produções escolares de docentes e
discentes; o conhecimento, fruto das pesquisas dos historiadores, educadores e especialistas das Ciências Humanas; as formas e conteúdos
provenientes dos mais diferentes materiais utilizados; as informações organizadas nos manuais e as informações difundidas pelos meios de
comunicação” (BRASIL, 1998, p. 38-39).
XXX
XXXI
[...] Assim, para o ensino de História, mais do que para qualquer outra disciplina ensinada
na escola básica, é necessário considerar os “diferentes discursos”, os diferentes conteúdos que
circulam na sala de aula. Para além do conhecimento veiculado no livro didático, na fala do pro-
fessor, na tradição oral e nos meios de comunicação de massa, é possível reconhecer, também, o
conhecimento elaborado pelo aprendiz. E mais: como estabelece a teoria da aprendizagem signi-
ficativa de Ausubel e colaboradores, pode-se facilitar o processo de aprendizagem ao organizar-se
o ensino – de História – a partir do conhecimento prévio manifesto pelos estudantes.
O que o aluno já sabe, o conhecimento prévio (conceitos, proposições, princípios, fatos, ideias,
imagens, símbolos), é fundamental para a teoria da aprendizagem significativa, uma vez que
constitui-se como determinante do processo de aprendizagem [...].
7
Presentes na segunda dupla da abertura das unidades.
8
Exemplos: 6o ano = abertura do capítulo 4; capítulo 8, na discussão sobre monarquia e sobre o cristianismo em Roma; 7o ano = na abertura
da unidade 1 e nos estudos sobre feudalismo; 9o ano = abertura da unidade 4.
XXXII
Estudantes da Escola Família Agrícola Antônia Estudantes da etnia kalapalo, da aldeia Aiha,
Suzete de Olivindo Silva realizando uma atividade na apresentam desenho que representa a aldeia em
aula de educação ambiental, em Tianguá (CE), 2018. que vivem, em Querência (MT), 2018.
9
John Dewey escreveu inúmeras obras em que defendeu o aprendizado por meio da realização de tarefas manuais e criativas associadas
aos conteúdos ensinados. Por isso, é considerado um dos precursores da renovação educacional.
10
“Para Dewey só se poderia preparar a criança para a vida social se ela mesma se formasse em um ambiente de intercâmbio e de
cooperação, aprendendo e compartilhando seus conhecimentos. Para tanto, se procurou superar a separação entre conhecimento teórico
e atividade prática, levando a que o conhecimento escolar e a vida social estivessem articulados na elaboração dos problemas a partir dos
quais a escola deveria planejar a seleção de conteúdos a serem ensinados, bem como definir as atividades didáticas a serem desenvolvidas
em cooperação, pelos adultos e pelas crianças. Em resumo, ele propugnava o uso criativo da cultura dos indivíduos com o empenho por
encontrar respostas racionais –poderíamos dizer de caráter científico –, alcançando, progressivamente, o aprendizado a respeito de seus
próprios poderes e propósitos em relação e interação com a vida social.” (XAVIER; PINHEIRO, 2016. p. 181).
XXXIII
BENTINHO
“As metodologias ativas envolvem e engajam os educandos, individual ou colaborativamente, no
desenvolvimento de projetos e/ou atividades práticas de aprendizagem” (FILATRO; CAVALCANTI, 2018).*
ESTUDANTES
Estão no centro do processo.
PROTAGONISMO COLABORAÇÃO
DO ESTUDANTE Estudantes aprendem conteúdos
Estudantes participam e desenvolvem habilidades na
efetivamente da construção interação com o outro, seja com a
do processo de aprendizagem. professora, ou o professor, seja
com seus pares.
PROCESSOS INDUTIVOS
Baseiam-se na investigação e na criação de hipóteses para depois haver o desenvolvimento da teoria.
PROFESSORA OU
PROFESSOR
Tem papel de orientador
e mediador de caminhos
e experiências de
aprendizagem.
Elaborado com base em: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/
wp-content/uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
* FILATRO, Andrea; CAVALCANTI, Carolina Costa. Metodologias inovativas na educação presencial, a distância e corporativa.
São Paulo: Saraiva Educação, 2018 apud LUCIANO, Patrícia Turazzi et al. Aplicação de metodologias ativas no ensino síncrono
por meio da abordagem do Design Thinking. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 7., 2020, [s. l.]. Anais eletrônicos
[...]. 2020. Não paginado. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA_
ID8379_23112021155855.pdf. Acesso em: 24 jun. 2022.
XXXIV
ESTÚDIO DIAGRAMI
ANTES DA AULA
1. Organizar os conteúdos a serem
trabalhados previamente e disponibilizar em um
ambiente virtual, possibilitando ao educando
liberdade de tempo e de acesso. Esses conteúdos
podem ser em forma de videoaulas, slides, textos,
resumos, mapas conceituais, entre outros.
2. A disponibilização dos conteúdos pode ser feita
por aplicativos de mensagens instantâneas, redes
sociais ou outros. Nessa fase, o estudante tem a
oportunidade de assistir aos vídeos
inúmeras vezes, transcrevendo
suas dúvidas para serem
sanadas em sala de aula.
DURANTE A AULA
3. Em sala de aula, haverá a discussão
das percepções dos vídeos. O professor será o
mediador que esclarecerá as dúvidas expostas. Após
esse momento, será proposta a atividade do dia,
podendo se efetivar como uma atividade de pesquisa,
solução de problemas ou testes.
4. Na etapa de desenvolvimento das atividades,
o professor poderá circular na sala, propor debates
e sanar as dúvidas, permitindo, assim, um
espaço conjunto de exploração
de ideias.
DEPOIS DA AULA
Depois da aula, há um processo
de avaliação do tópico estudado,
revisão do conteúdo e definição
do novo tema de trabalho.
Benefícios da
sala de aula invertida
• Incentiva a construção do conhecimento.
• Fomenta a autonomia do estudante.
• Contribui para desenvolver habilidades socioemocionais e
cognitivas, como organização, colaboração e automotivação.
Elaborado com base em: PANTOJA, Ana Maria Silva; LIMA, Maria Francisca Morais de. Proposta de ensino: sala de aula
invertida – uma metodologia ativa de aprendizagem. Manaus: Instituto Federal do Amazonas, [2019].
Disponível em: http://repositorio.ifam.edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20
aula%20invertida%20uma%20metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
XXXV
ALEX SILVA
APRENDIZAGEM POR PARES OU GRUPOS (PEER INSTRUCTION)
Principais
Crítica
e revisão
conhecimentos
e habilidades
para o século Originalidade
1 Professor expõe um conceito específ ico
e organiza as duplas (ou os grupos).
Importante: as duplas (ou grupos) não devem
XXI
ser unidas aleatoriamente, mas sim considerando
que os estudantes agrupados tenham
Voz do
habilidades/conhecimentos complementares para
estudante Ref lexão que ensinem uns aos outros. Aquele que explica se
beneficia tanto quanto o que recebe a explicação,
já que a repetição e a prática garantem
o aprendizado no longo prazo.
2
• Defina um problema central. plaquinhas, mãos
Formam-se
• Formule uma questão orientadora. levantadas, quiz etc.
duplas ou grupos.
• Planeje atividades a serem desenvolvidas.
• Elabore um cronograma.
Desenvolvimento
até 30% de acertos: o professor revisa
• Incentive os estudantes.
o conteúdo.
• Envolva a turma durante o processo.
• Mantenha o diálogo.
• Estimule que os estudantes façam pesquisas.
4 Professor
avalia as
respostas, e
entre 30% e 70% de acertos: o professor
incentiva uma nova rodada de discussão
Monitoramento e avaliação se houver... entre as duplas ou os grupos.
• Acompanhe e registre o desenvolvimento dos estudantes.
mais de 70% de acertos: o professor explana
• Observe a motivação e o interesse pelas atividades.
o conteúdo e passa para a próxima questão.
• Veja se as atividades contribuem para a construção de conhecimentos.
• Avalie a necessidade de fazer ajustes no projeto.
Encerramento Elaborado com base em: CHICON, Patricia Mariotto
• Reflita com os estudantes sobre as aprendizagens adquiridas. Mozzaquatro; QUARESMA, Cindia Rosa Toniazzo; GARCÊS,
• Avalie se os objetivos foram atingidos. Solange Beatriz Billig. Aplicação do método de ensino
• Divulgue os resultados objetivos.
Peer Instruction para o ensino de lógica de programação
Elaborado com base em: MÃO na massa. Aprendizagem com acadêmicos do curso de Ciência da Computação. In:
baseada em projetos. Porvir. São Paulo, [20--]. Disponível em: SEMINÁRIO NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL, 5., 2018, Passo
https://maonamassa.porvir.org/aprendizagem-baseada-em- Fundo. Anais [...]. Passo Fundo: UPF, 2018. Disponível em:
projetos. Acesso em: 15 jun. 2022. https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos-
completos/179081.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Benefícios da aprendizagem por projetos
Benefícios da aprendizagem por pares ou grupos
• Torna o ensino mais agradável e gratificante para os
estudantes. • Duplas ou grupos com habilidades e conhecimentos dife-
rentes se complementam, de modo a contribuírem uns
• Melhora a aprendizagem.
com os outros.
• Constrói habilidades para a vida.
• Ao auxiliar um colega que apresente dificuldade, o estu-
• Ajuda a alcançar metas do currículo. dante desenvolve a comunicação e a autoconfiança,
• Oferece oportunidades para o estudantes usarem consolidando o próprio aprendizado por meio da prática.
tecnologias. • O trabalho em conjunto favorece a ampliação do senso
• Conecta os estudantes com a comunidade e com o crítico, melhora as relações interpessoais e fomenta a
mundo. cooperação entre os colegas.
XXXVI
ALEX SILVA
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS
A aprendizagem baseada em
problemas é representada
no Brasil pela sigla ABP, mas
também é comumente
conhecida como PBL
(Problem Based Learning).
A ABP (ou PBL) é uma
abordagem pedagógica na
qual os estudantes iniciam
sua atividade com base em
um problema, que pode ser
real ou uma situação
simulada, de qualquer área
do conhecimento, desde que
atenda aos objetivos da
aprendizagem do curso ou
da disciplina.
1 Oproblema,
professor seleciona um
caso, cenário ou situação
2 Para que os estudantes consigam
solucionar o problema elencado,
com base nas necessidades do o professor pode indicar as fontes ou
conteúdo trabalhado. os autores de base para a investigação.
3 Os estudantes, individualmente ou em
grupo, realizam pesquisas ou coleta
4 Odeprofessor deve indicar a forma
apresentação da resolução
de informações sobre o problema. do problema.
Elaborado com base em: FERREIRA, Tatiane Carvalho; OTA, Marcos Andrei; ARAUJO JÚNIOR, Carlos Fernando de.
Framework para o planejamento de aulas ativas nos espaços de aprendizagem online e presencial.
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 2969-2979, jan. 2021. Disponível em:
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/22857. Acesso em: 15 jun. 2022.
XXXVII
[...] é importante o desenvolvimento da percepção de que a história de vida não é algo puramente indi-
vidual, mas que nossas vivências estão entrelaçadas na vida de outras pessoas, que somos influenciados
pelos discursos circulantes na sociedade. Os alunos precisam perceber como sua vida está relacionada à
dos pais, dos avós, dos colegas, por exemplo. Ao incentivá-los a partilhar suas vivências, os professores
contribuem para promover uma aproximação do conceito de alteridade, o interesse pelo “outro”, ou seja,
favorecem uma espécie de descentramento. Desse modo, constrói-se a ideia de que a história não é feita
exclusivamente pelos chamados “grandes homens”, ela deixa de ser apenas “a história dos outros”.
11
Ver página 354 da BNCC (BRASIL, 2018).
12
A seção Enquanto isso... situa-se em quase todos os capítulos antes da seção Esquema-resumo.
13
Esse trabalho se encontra em algumas atividades, seções e boxes da coleção, especialmente nos fechamentos das unidades.
XXXVIII
A história não emerge como um dado ou um acidente que tudo explica: ela é a correlação de
forças, de enfrentamentos e da batalha para a produção de sentidos e significados, que são constan-
temente reinterpretados por diferentes grupos sociais e suas demandas [...].
XXXIX
[...] status econômico de classe média, com constelação familiar, crianças praticando atividade
de lazer, em interação com crianças de outras [...] etnias, com nome próprio, sem aspecto caricatural,
frequentando escola, adultos negros exercendo funções e papéis diversificados, descritos como cida-
dãos, interagindo com pessoas de outras etnias sem subalternalidade etc.
19
Poucos docentes formados antes de 2005 tiveram nos seus currículos disciplinas que abordassem as sociedades africanas ou as orientais,
por exemplo. Com exceção da história da África (implantada como temática por força da lei), boa parte dos cursos de História das
universidades brasileiras ainda não contempla culturas como a chinesa ou a indiana, entre tantas outras, e o foco da formação continua
bastante voltado para a história europeia.
20
A lei no 12.232, de 29 de abril de 2010 (BRASIL, 2010), por exemplo, estabelece que toda publicidade governamental deve ter a
representação de afrodescendentes.
XL
O ser índio e o viver índio, no Brasil, não são constantes históricas de um passado pré-colombiano.
[...] [os povos indígenas] constituem pluralidades culturais variadas, determinadas por tempos de lutas
e derrotas, por extinções e sobrevivências, condicionadas pelo presente que se constrói em meio a
uma complexidade sociopolítica que deixa pouco espaço de manobra e opção existencial para eles. [...]
A nova Constituição brasileira definiu o índio como parte essencial da nação brasileira, cidadão com
direitos plenos, povos específicos com direitos legitimados pela sua historicidade, coletividades com
formas próprias de conduta social e cultural. O Estado lhes garante sua proteção contra seus inimigos,
os usurpadores de terras, os esbulhadores de suas riquezas, as doenças e o preconceito ainda existente.
XLI
2 Metodologia da coleção
O componente curricular História aborda as experiências sociais, culturais, tecnológicas, políticas e econômicas da
humanidade. Contudo, não se destina a um acúmulo de erudição ou mera especulação sobre o passado, pois são o
conhecimento e a reflexão sobre esses processos que contribuirão para a formação de pessoas com habilidades de ler a
realidade e promover transformações, tanto no seu entorno como em âmbito global.
O desenvolvimento dessas habilidades e competências está atrelado ao reconhecimento dos estudantes como sujeitos
históricos, indivíduos que se relacionam com outras pessoas e grupos, capazes de interferir no mundo e modificá-lo a
fim de torná-lo mais justo e solidário. Para alcançar esse objetivo, é preciso criar estratégias pedagógicas e historiográficas
capazes de levá-los a dar significado à herança material e imaterial construída pelos seres humanos ao longo do tempo,
assim como identificar as mudanças, rupturas e permanências nos espaços onde vivem.
XLII
As unidades conceituais
Com base em níveis variados de exigência, das operações mais simples às mais elaboradas,
os alunos devem ser instigados a aprender a contextualizar. Saber localizar momentos e lugares
específicos de um evento, de um discurso ou de um registro das atividades humanas é tarefa fun-
damental para evitar atribuição de sentidos e significados não condizentes com uma determinada
época, grupo social, comunidade ou território. Portanto, os estudantes devem identificar, em um
contexto, o momento em que uma circunstância histórica é analisada e as condições específicas
daquele momento, inserindo o evento em um quadro mais amplo de referências sociais, culturais e
econômicas.
Fazer conexões
A ideia de contextualização significa fazer conexões. Assim, a vida do estudante, seu entorno e o mundo em que vive
são o ponto de partida para a contextualização. A escolha das abordagens da obra, os conceitos a serem trabalhados,
bem como a valorização do conhecimento prévio do estudante, são pontos de destaque dessa contextualização. Os
contextos reais, tomados como base para a elaboração dos capítulos21 e das seções, são analisados na sua complexidade,
procurando-se expressar as múltiplas faces da realidade.22
21
Exemplos: 6o ano = capítulo 5, onde são encontradas várias conexões que ligam presente e passado; e 7o ano = capítulo 2, cuja abertura
relaciona os atuais livros digitais com os livros escritos à mão.
22
Sobre o conceito de complexidade ver Paviani (2014, p. 47-48).
XLIII
é preciso que o ato de pesquisar seja compreendido também como uma aprendizagem a ser
desenvolvida. Isso demanda, dos professores, investimento e planejamento de situações de apren-
dizagem que fomentem nos estudantes o desenvolvimento, entre muitas outras, das habilidades de:
• localizar;
• selecionar e compartilhar informações;
• ler, compreender e interpretar textos com maior grau de complexidade;
• consultar, de forma crítica, fontes de informação diferentes e confiáveis;
• formar e defender opiniões;
• argumentar de forma respeitosa;
23
Exemplos: 6o ano = combate a todo tipo de violência: atividades do capítulo 3 e fechamento da unidade 1; pluralidade de ideias: estudo
e atividades sobre povoamento da América do capítulo 2; valorização da democracia: diversas atividades da unidade 3; literacia digital: na
seção Como se faz..., item Podcast; e 7o ano = pluralidade de ideias: na seção Vamos falar sobre..., do capítulo 3; combate a todo tipo
de violência + saúde mental dos estudantes: no fechamento da unidade 3; cultura da paz e contra o preconceito: atividades do capítulo 7,
sobre a escravização dos africanos.
XLIV
(BRASIL, [20--]c).
Na seção Pesquisa & Ação, abordamos, de modo acessível à faixa etária, algumas práticas de pesquisa. Ao mesmo
tempo que apreende como proceder, o estudante se debruça sobre temas ligados à sua comunidade, à realidade do
planeta ou ao seu papel de indivíduo na sociedade, como recomendam os Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs). São, portanto, atividades que visam desenvolver o espírito investigativo e autoral do estudante.
A revisão bibliográfica é um
levantamento prévio de re-
ferências bibliográficas para
identificar o estado da arte • Promove revisões de publicações científicas em periódicos,
Revisão bibliográfica do tema a ser investigado, livros, anais de congressos etc.
(estado da arte) ou seja, se há pesquisas se-
melhantes ou complementa- • Não realiza coleta de dados em campo.
res que possam contribuir
para o avanço da pesquisa a
ser realizada.
24
As práticas de pesquisa presentes na coleção são: 6o ano = capítulo 7: observação, tomada de nota e construção de relatórios; 7o ano =
capítulo 2: entrevistas; capítulo 3: estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da indústria cultural); 8o ano = capítulo 2: análise de
mídias sociais (análise das métricas das mídias e princípios de análise de discurso multimodal); capítulo 9: construção e uso de questionários;
e 9o ano = capítulo 1: revisão bibliográfica (estado da arte); capítulo 9: análise documental (princípios de análise de discurso).
XLV
Trata-se de uma estratégia • Algumas métricas das mídias sociais são de engajamento,
Análise de mídias de estudo das mídias sociais rankings, demografias, fontes de tráfego, sites de referência,
sociais (análise das por meio de formas de men- curtidas, fanpages, posts, seguidores, mapeamento de influen-
métricas das mídias e suração (métricas) do de- ciadores, entre outros25.
princípios de análise de sempenho de um site, uma
publicação, um aplicativo, • O objetivo das métricas é aferir o desempenho das estraté-
discurso multimodal) gias de comunicação das mídias sociais.
das redes sociais etc.
25
A respeito das métricas das mídias sociais, sugerimos a leitura do artigo de Liotti (2017).
XLVI
E FELIPE CITRO)
Os estudantes envolvidos com a direção e o
roteiro devem aproveitar esse momento para
fazer os ajustes necessários.
A troca de opiniões e as sugestões de todos Espetáculo Quem roubou o branco
2O passo Distribuição de funções do mundo?, de Luciano Luppi,
são importantes nesta etapa de montagem encenado pelo Projeto Identidade,
Depois de estabelecer um objetivo a ser alcançado com a dramatização, é preciso da dramatização, e o ambiente dos ensaios e da grupo de teatro da Escola Municipal
definir que função cada integrante do grupo desempenhará de acordo com suas apresentação deve ser calmo e organizado. de Teatro de Três Lagoas (MG), 2013.
habilidades (diretor, roteirista, ator, cenógrafo) e o tipo de texto que servirá de base
para a apresentação. O texto pode ser: 6O passo Encenação
• previamente elaborado; nesse caso, ele pode sofrer cortes ou acréscimos;
Antes da encenação, é importante que você e os colegas fiquem tranquilos e tenham clareza de
• um texto dramático criado pelos estudantes com base em conteúdos já estudados; que se trata de teatro amador, ou seja, todos estão aprendendo e, nesse processo, é natural que
• uma adaptação de texto narrativo transformado em texto dramático. cometam algumas falhas. Após a exibição, organizem uma roda de conversa para ouvir sugestões
e críticas do público. O grupo pode avaliar se os resultados alcançados estão de acordo com o
objetivo inicial do trabalho e falar sobre a experiência de representar as personagens.
250 251
capazes de facilitar a compreensão da relação tempo e espaço e das relações sociais que os
geraram. Os registros e vestígios das mais diversas naturezas (mobiliário, instrumentos de trabalho,
música etc.) deixados pelos indivíduos carregam em si mesmos a experiência humana, as formas
específicas de produção, consumo e circulação, tanto de objetos quanto de saberes. Nessa dimensão,
o objeto histórico transforma-se em exercício, em laboratório da memória voltado para a produção
de um saber próprio da história.
26
No volume 6, a seção Como se faz... abrange dez atividades procedimentais.
XLVII
27
Exemplos: 6o ano = capítulo 2: na atividade sobre pinturas rupestres; capítulo 7: na análise de vestígios históricos gregos; 7o ano = capítulo
1, no trecho da Carta Magna.
28
Exemplos: 6o ano = final do capítulo 7: atividade de leitura de mapas e texto contemporâneo sobre a Antiguidade Clássica e novas
possíveis abordagens; 7o ano = final do capítulo 4, no trecho extraído do livro de Ricardo da Costa.
29
Exemplos: 6o ano = fechamento da unidade 3; 7o ano = fechamento da unidade 1.
30
O site brasileiro da associação civil sem fins lucrativos Safernet ([2005]), criada para promover a defesa dos Direitos Humanos na internet,
tem uma série de orientações e relatos sobre situações que envolvem imagens de crianças e adolescentes na rede mundial.
XLVIII
31
A forma como esse trabalho conceitual está desenvolvido não se confunde com a perspectiva da história temática, uma vez que esta,
em geral, busca criar relações entre várias temporalidades em um mesmo momento ou análise (no caso do livro didático, quase sempre no
capítulo). Em vez disso, esta coleção mantém a cronologia e a perspectiva integrada (que permeia a história de várias regiões do planeta),
inserindo, nessa relação, a reflexão de alguns conceitos centrais das Ciências Humanas, que são caros ao nosso presente.
XLIX
[...] no cotidiano escolar, as provas são as atividades de avaliação mais comuns, sob a justificativa de
que os estudantes precisam ser preparados para enfrentar o mundo, do qual as provas fazem parte. [...]
Os estudantes se deparam, em suas vidas presentes, com desafios diferentes [...]
Os desafios enfrentados por nós, nas diferentes esferas da vida (cotidiana, escolar, mundo do
trabalho etc.), exigem a mobilização de diferentes conhecimentos. Por isso, os processos de avaliação
da aprendizagem também podem e devem se orientar pela lógica de atenção à natureza dos conteúdos
ensinados por meio de diferentes tipos de atividade.
(BRASIL, [20--]d).
32
Conforme apontado por Sousa e Ferreira (2019), a esse respeito, consultar a revista Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo,
v. 27, n. 66, set./dez. 2016. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/issue/view/334. Acesso em: 14 jun. 2022.
[...] a avaliação das competências não descartará uma observação qualitativa dos fatos e gestos,
palavras, raciocínios, hesitações, estratégias, decisões, caminhos do sujeito frente a um problema. [...]
Tal observação passa necessariamente por um diálogo, solicita uma parte importante de autoa-
valiação ou, pelo menos, de explicitação. Faz o aluno e o professor entrarem na complexidade e afasta
definitivamente da busca e da discriminação dos erros. Trata-se [...] de tentar compreender como se é envol-
vido, em quais momentos poder-se-ia ter considerado outras hipóteses ou adotado outros procedimentos.
Em resumo, algumas características da avaliação de competências são a observação qualitativa,
o diálogo constante entre estudante e professor ou entre pares, a autoavaliação (que trataremos a
seguir), a compreensão do erro e a análise crítica de uma prática de identificação e resolução de
problemas. [...].
EDITORIA DE ARTE
Tipos de avaliação
AVALIAÇÃO
Elaborado com base em: RAYMUNDO, Gislene Miotto Catolino. A avaliação na EaD. [Florianópolis]: IFSC, [20--]. 1.1
Discussões teóricas. Disponível em: moodle.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=324567. Acesso em: 11 jul. 2022.
LI
Na coleção, no início de cada unidade existe um boxe com questões de análise de aprendizagens prévias, pelo
qual é possível fazer uma avaliação diagnóstica de conhecimentos, interesses e habilidades da turma. Também em
cada capítulo, ao contextualizarmos dada situação ou realidade, pode ser solicitado que os estudantes explicitem seus
conhecimentos sobre o tema tratado, tendo em vista os objetivos a serem alcançados.33 Nesse momento, podem-se
registrar as conclusões iniciais de cada um, a fim de retomá-las ao final do estudo com o objetivo de que os estudantes
façam correções e complementações necessárias.
33
Exemplos: 6o ano = abertura da unidade 2: quando estudante é convidado a refletir sobre a importância das regras para a vida em
sociedade e relacionar com suas experiências prévias; na abertura da unidade 3: ao instigar o estudante a associar o tema em estudo
com as práticas da comunidade onde ele vive. 7o ano = capítulo 7: em vários momentos, quando o estudante é convidado a expor seus
conhecimentos prévios sobre mitologia grega, escravidão, cidadania e democracia.
LII
[...] o professor, assim como o aluno, deve poder “corrigir” sua ação, modificando, se necessário,
seu dispositivo pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior “varia-
bilidade didática”. A avaliação formativa implica, por parte do professor, flexibilidade e vontade de
adaptação, de ajuste. Este é sem dúvida um dos únicos indicativos capazes de fazer com que se reco-
nheça de fora uma avaliação formativa: o aumento da “variabilidade didática”. Uma avaliação que não
é seguida por uma modificação das práticas do professor tem poucas chances de ser formativa! [...]
As correções a serem feitas com o objetivo de melhorar o desempenho do aluno, e que con-
cernem, portanto, tanto à ação de ensino do professor quanto à atividade de aprendizagem do
aluno, são escolhidas em função da análise da situação, tornada possível pela avaliação formativa.
O remédio baseia-se no diagnóstico, o que permite aos atores retificar as modalidades da ação
em andamento.
A avaliação formativa, portanto, insere-se em um processo de ensino-aprendizagem. E, como vimos, esse processo
não é uniforme e depende dos conhecimentos e competências desenvolvidos anteriormente pelos estudantes.
Por isso, para Hadji (2001), o que de fato atesta a prática de uma avaliação formativa é a existência da variabilidade
didática, que decorre da obtenção de informação sobre o que e como o estudante aprende. Em outras palavras, em
um processo de avaliação formativa, obtemos informações que auxiliarão no aprendizado de diferentes estudantes.
Consequentemente, é necessário pensar em propostas diferenciadas, porque quando a variabilidade didática não acon-
tece, o processo pode ter sido presidido por uma intenção formativa, mas que não se concretizou de fato.
A seguir, apresentamos algumas propostas de avaliação contínua que podem servir como ferramenta para uma
avaliação formativa e ponto de partida para o professor. Essas propostas se baseiam nas unidades conceituais nas quais
a obra está organizada. Podem ser provas orais ou escritas, testes, seminários, produção de textos, análise de filmes,
produção de mapas, práticas de pesquisa, visitas etc.
a) Avaliação no início da unidade: busca fornecer informações sobre o nível de conhecimento dos estudantes em
relação ao conceito discutido na unidade. Sugerimos que, por meio das questões propostas na abertura, o professor
faça uma análise das aptidões, dos conhecimentos e dos interesses da turma, tendo em mente os objetivos que
pretende alcançar.
b) Avaliação no decorrer da unidade: possibilita verificar o processo de aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento
da capacidade de observar e interpretar criticamente a realidade, bem como a validade das estratégias pedagógicas
utilizadas. Pode ser feita cotidianamente, pela participação e pelo empenho da turma em trabalhos individuais ou
coletivos, orais ou escritos, em pesquisas, debates, provas etc.
c) Avaliação ao final da unidade: tem como objetivo diagnosticar a capacidade de assimilar os conhecimentos traba-
lhados ao longo da unidade e a compreensão do conceito estudado.
Muitas das atividades que constam no Livro do Estudante, assim como as atividades complementares e propostas
de avaliação que estão no Manual do Professor podem ser usadas como avaliação. Além dessas, há avaliações por
unidade de estudo de cada ano escolar, que se encontram neste manual, no tópico Avaliações do volume.
LIII
Elaborado com base em: NOGUEIRA, Danielle Xabregas Pamplona; JESUS, Girlene Ribeiro de. Avaliação: definições iniciais.
[S. l.], [20--]. Disponível em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/tipos%20e%20etapas.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
LIV
Começo a
Penso e faço pensar de Frequentemente Preciso de
Elementos do Penso de
conexões maneira preciso de alguém para me
processo de maneira
de maneira independente alguém para me ajudar o tempo
pensamento independente
independente com a ajuda de ajudar todo
outras pessoas
Elaborado com base em: VINCENT-LANCRIN, Stéphan et al. Desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico dos
estudantes: o que significa na escola. Tradução: Carbajal Traduções. São Paulo: Fundação Santillana, 2020. Disponível em:
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde-
traduzido.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
É fundamental apoiar-se nos resultados do processo avaliativo para discutir conquistas e dificuldades, a fim de decidir
posteriores mudanças. A respeito dessa função autorreguladora da avaliação, César Coll e Elena Martín (2009, p. 214) afirmam:
As atividades de avaliação deveriam atender mais a essa possível e desejável função autorre-
guladora por meio de uma apresentação prévia clara e explícita daquilo que se pretende avaliar, das
finalidades perseguidas e da análise posterior dos resultados obtidos. [...] Se “aprender a aprender”
implica desenvolver a capacidade de utilizar os conhecimentos adquiridos em toda sua capacidade ins-
trumental para adquirir novos conhecimentos, não há dúvida de que o desenvolvimento e a aquisição
de procedimentos de autorregulação do processo de construção de significados são um componente
essencial dessa meta educacional.
LV
ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino
Médio. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília: 2008. Disponível
em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102251/alegro_rc_dr_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso
em: 12 jul. 2022.
Embora a pesquisa seja com estudantes do Ensino Médio, as reflexões sobre aprendizagem significativa e sobre conhecimentos
prévios para novas aprendizagens são pertinentes à educação como um todo.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-
-prática. Campinas: Papirus, 2012.
Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação
das metodologias ativas.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-
-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/
uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
Versão digital da coletânea publicada em 2012.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. A sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Tradução:
Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
Os autores apresentam a metodologia da sala de aula invertida como espaço de esclarecer dúvidas, realizar atividades, trocar
conhecimentos e fixar a aprendizagem.
BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.). História na
sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 37-48.
O capítulo escrito por Holien Gonçalves Bezerra aborda o que os professores devem selecionar e quais conceitos enfatizar na
elaboração das suas aulas de História.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
Obra cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, acrescido de
questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
Obra clássica da historiografia escrita pelo historiador francês Marc Bloch (1886-1944), esse livro de metodologia da História foi
publicado postumamente, em 1949, com a organização de Lucien Febvre.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da
República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022.
A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do país.
BRASIL. Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l5692.htm. Acesso em: 25 jun. 2022.
Lei que, durante a ditadura civil-militar, regulou o ensino de 1o e 2o graus, atuais ensinos Fundamental e Médio.
LVI
BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 140, n. 8, p. 1,
10 jan. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 24 jun. 2022.
Lei que determinou a inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira.
BRASIL. Lei no 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei
no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo
oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, ano 145, n. 48, p. 1, 11 mar. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 24 jun. 2022.
Lei que determinou a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, da obrigatoriedade da temática cultura afro-brasileira e indígena.
BRASIL. Lei no 12.232, de 29 de abril de 2010. Dispõe sobre as normas gerais para licitação e contratação pela adminis-
tração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 147, n. 81, p. 1-3, 30 abr. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12232.htm. Acesso em: 25 jun. 2022.
Lei que estabelece que toda publicidade governamental deve ter a representação de afrodescendentes.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em:
5 jul. 2022.
Elaborada por especialistas de todas as áreas do conhecimento, a BNCC é um documento que visa estabelecer uma base comum
para toda a Educação Básica brasileira.
BRASIL. Ministério da Educação. Competências socioemocionais como fator de proteção à saúde mental e ao
bullying. Brasília, DF: MEC, [20--]a. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/
caderno-de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-saude-mental-e-
ao-bullying. Acesso em: 6 jun. 2022.
Aborda como o manejo das emoções, por meio da educação socioemocional, pode ajudar a combater a prática do bullying.
BRASIL. Ministério da Educação. Dia do Orgulho LGBT ganha espaço para debate em programa da TV Escola.
Brasília, DF: MEC, [20--]b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/homofobia. Acesso em: 22 jun. 2022.
Artigo do Portal MEC com alguns dados e informações sobre o papel da escola no combate à homofobia.
BRASIL. Ministério da Educação. Metodologia de pesquisa na escola. Brasília, DF: MEC, [20--]c. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/192-metodologia-de-pes-
quisa-na-escola. Acesso em: 7 jun. 2022.
Aborda os procedimentos de pesquisa na escola como um trabalho sistemático e interdisciplinar de orientação de estudo.
BRASIL. Ministério da Educação. Métodos de diagnóstico inicial e processos de avaliação diversificados. Brasília,
DF: MEC, [20--]d. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
aprofundamentos/194-metodos-de-diagnostico-inicial-e-processos-de-avaliacao-diversificados?highlight=WyJhdmFsaW-
FcdTAwZTdcdTAwZTNvIl0=. Acesso em: 14 jun. 2022.
Aborda as práticas de ensino comprometidas com a aprendizagem ativa dos estudantes, com base no levantamento dos conhe-
cimentos prévios.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: História:
terceiro e quartos ciclos do Ensino Fundamental. Brasília, DF: MEC: SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
seb/arquivos/pdf/pcn_5a8_historia.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Os PCNs são diretrizes que orientam a prática docente em aspectos fundamentais de cada disciplina.
LVII
BRASIL. Ministério da Educação. Subsídios para Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica: diretrizes
curriculares nacionais específicas para o Ensino Fundamental. Brasília, DF: MEC, 2009. p. 55. Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2850-subsidios-ensinofundamental&Itemid=30192.
Acesso em: 12 jul. 2022.
Documento que oferece subsídios para o trabalho docente com as Diretrizes Curriculares Nacionais Específicas para o Ensino
Fundamental.
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos
pedagógicos. Brasília, DF: MEC, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/
contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Documento com temas e contextualização relevantes que devem transpassar toda a grade escolar para formação de todos os
estudantes.
CAMPELLO, Ricardo J. G. B. Introdução à ciência da computação: algoritmos. [S. l.], [20--]. Disponível em: http://wiki.
icmc.usp.br/images/a/ab/Algoritmos_SCC0120.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Série de slides sobre “Introdução à ciência da computação”.
CAMPOS, Magaly Robalino. Ator ou protagonista: dilemas e responsabilidades sociais da profissão docente. Revista
Prelac (Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe), Santiago, n. 1, p. 7-23, jun. 2005. Disponível
em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000144746_por. Acesso em: 22 jun. 2022.
O artigo trata da questão docente, defendendo o fortalecimento do papel de protagonista dos docentes, para atender às
necessidades de aprendizagem de seus estudantes, participar das mudanças e contribuir para transformar os sistemas educacionais
no século XXI.
CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (coord.). O ensino de História. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
A obra discute as principais abordagens do ensino de História com base em formulações teóricas.
CHICON, Patricia Mariotto Mozzaquatro; QUARESMA, Cindia Rosa Toniazzo; GARCÊS, Solange Beatriz Billig. Aplicação
do método de ensino Peer Instruction para o ensino de lógica de programação com acadêmicos do curso de Ciência da
Computação. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL, 5., 2018, Passo Fundo. Anais [...]. Passo Fundo: UPF,
2018. Disponível em: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos-completos/179081.pdf. Acesso em: 15
jun. 2022.
Relata atividades de pesquisa realizadas com base na metodologia ativa de ensino Peer Instruction, ou “aprendizagem por pares”.
COLL, César; MARTÍN, Elena. A avaliação da aprendizagem no currículo escolar: uma perspectiva construtivista. In: COLL,
César et al. O construtivismo na sala de aula. 6. ed. São Paulo: Ática, 2009. (Série Fundamentos).
Nesse livro, que aborda aspectos que diferenciam o construtivismo dos outros métodos de aprendizagem, os autores do capítulo em desta-
que discutem o papel da avaliação no processo de aprendizagem e como esta pode desempenhar, por exemplo, uma função autorreguladora.
DHEIN, Jonas Alberto; AHLERT, Edson Moacir. Aplicação do método de Aprendizagem Baseada em Problemas
(ABP) no ensino de programação em curso técnico em Informática. Artigo (Especialização em Docência na Educação
Profissional) – Universidade do Vale do Taquari, Lajeado, 12 set. 2017. Disponível em: https://www.univates.br/bdu/
bitstream/10737/2137/1/2017JonasDhein.pdf. Acesso em: 24 jul. 2022.
Demonstra o uso da metodologia ativa de ensino com base em problemas com estudantes da educação profissional do curso
técnico em Informática.
ESTUDOS em Avaliação Educacional. São Paulo, v. 27, n. 66, set./dez. 2016. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.
br/eae/issue/view/334/140. Acesso em: 12 jul. 2022.
Edição que trata de um conjunto de indicadores que analisam a educação no Brasil.
FARIA, Regina. Quem precisa de equidade? Serpro. Porto Alegre, [20--]. Disponível em: http://intra.serpro.gov.br/tema/
artigos-opinioes/quem-precisa-de-equidade. Acesso em: 22 jun. 2022.
Artigo explicando que equidade e igualdade são coisas diferentes no contexto social.
LVIII
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).
Aborda a relação entre educadores e educandos, e apresenta propostas de práticas pedagógicas que estimulam a autonomia, a
capacidade crítica e a valorização da cultura e dos conhecimentos empíricos.
GATTI, Bernadette Angelina. Habilidades cognitivas e competências sociais. Santiago, Chile: OREALC, 1997. Disponível
em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001836/183655por.pdf. Acesso em: 12 jul. 2022.
A autora aborda as habilidades cognitivas, ou seja, aquelas que fazem o indivíduo competente e capaz de interagir simbolicamente
com seu meio ambiente.
GIL, Carmem Zeli de Vargas; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. A docência em História: reflexões e proposta para ações.
Erechim: Edelbra, 2012. v. 5. (Entre Nós – Anos Finais do Ensino Fundamental).
Com base em práticas pedagógicas, as autoras instigam outros olhares, desnaturalizando estereótipos e provocando questiona-
mentos sobre histórias silenciadas.
GOMES, Mércio Pereira. Os índios e o Brasil: passado, presente e futuro. São Paulo: Contexto, 2017.
Em livro completo e atualizado, o autor explica quais são os povos indígenas e como eles vivem, bem como as políticas indigenistas
desde a colonização e os interesses de terceiros nas riquezas indígenas.
HADJI, Charles. A avaliação desmistificada. Tradução: Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Na obra, o autor expõe como colocar a avaliação a serviço das aprendizagens de maneira concreta. É um dos principais estudiosos
do assunto.
HISTÓRIA sobre os sites de busca. História do site de busca Google. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://sites.google.
com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-principais-sites-de-busca/Historia-do-site-de-busca-google. Acesso em:
13 jun. 2022.
Página que conta a história do maior site de busca da atualidade.
KALENA, Fernanda; ROCHA, Marília; OLIVEIRA, Vinícius de. Especial socioemocionais. Porvir. São Paulo, [2014]. Disponível
em: http://porvir.org/especiais/socioemocionais/#prettyPhoto. Acesso em: 22 jun. 2022.
A reportagem apresenta reflexões essenciais sobre habilidades socioemocionais.
LIMA, Antonio Carlos de Souza. Um olhar sobre a presença das populações nativas na invenção do Brasil. In: SILVA, Aracy
Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de
1o e 2o graus. Brasília: MEC: Mari: Unesco, 1995. p. 407-424.
Lima discute as estruturas cognitivas enraizadas que de certa maneira mantêm os indígenas como povos ausentes, imutáveis,
dotados de essências a-históricas e objeto de preconceito.
LIOTTI, Lyanna Peixoto Silva et al. Monitoramento aplicado a mídias sociais de agências de comunicação. In: SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DA COMUNICAÇÃO – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA
COMUNICAÇÃO, 40., 2017, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: Universidade Positivo, 2017. Disponível em: http://portalintercom.
org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-0417-1.pdf. Acesso em: 22 jun. 2022.
Discute metodologias de monitoramento de mídias sociais de agências de comunicação.
LUCIANO, Patrícia Turazzi et al. Aplicação de metodologias ativas no ensino síncrono por meio da abordagem do Design
Thinking. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 7., 2020, [s. l.]. Anais eletrônicos [...]. 2020. Não paginado. Disponível
em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA_ID8379_23112021155855.pdf.
Acesso em: 24 jun. 2022.
Artigo que apresenta um experimento didático com estudantes de pós-graduação que buscou compreender o papel das meto-
dologias ativas na educação síncrona por meio do aprender fazendo (learning by doing).
LIX
MÃO na massa. Aprendizagem baseada em projetos. Porvir. São Paulo, [20--]. Disponível em: https://maonamassa.porvir.
org/aprendizagem-baseada-em-projetos. Acesso em: 15 jun. 2022.
Página de site mantido pelo grupo Porvir Inovações em Educação, que oferece diversas ferramentas para preparar aulas de maneira
prática e criativa com base nas metodologias ativas de aprendizagem.
MAZUR, Eric; SOMERS, Mark D. Peer instruction: a user’s manual. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1997.
Aborda a metodologia dos pares (em inglês). O método incentiva os estudantes a interagir entre si ao longo das aulas,
procurando explicar uns aos outros os conceitos estudados, elaborar hipóteses e aplicar os conteúdos na solução das questões
conceituais apresentadas. Neste artigo, podem-se obter mais informações: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos-
completos/179081.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
METODOLOGIAS ativas de aprendizagem: o que são e como aplicá-las. Lyceum. São Paulo, 27 set. 2021. Blogue. Disponível em:
https://blog.lyceum.com.br/metodologias-ativas-de-aprendizagem/#:~:text=O%20Estudo%20de%20Caso%20oferece,
a%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20de%20problemas%20reais. Acesso em: 18 jun. 2022.
O artigo explica a importância das metodologias ativas e como elas funcionam, no contexto em que a informatização provocou
diversas mudanças na maneira como interagimos com o mundo
MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José.
Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 3.
Artigo de Moran detalhando o significado e os processos ligados às metodologias ativas.
MOREIRA, Marco Antonio; MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo:
Centauro, 2001.
Este livro oferece visão geral e acessível ao pensamento de David Ausubel.
NOGUEIRA, Danielle Xabregas Pamplona; JESUS, Girlene Ribeiro de. Avaliação: definições iniciais. [S. l.], [20--]. Disponível
em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/tipos%20e%20etapas.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
As autoras abordam as formas de avaliação diagnóstica, formativa e somativa.
PANTOJA, Ana Maria Silva; LIMA, Maria Francisca Morais de. Proposta de ensino: sala de aula invertida – uma meto-
dologia ativa de aprendizagem. Manaus: Instituto Federal do Amazonas, [2019]. Disponível em: http://repositorio.ifam.
edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20aula%20invertida%20uma%20
metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Instrumento pedagógico para subsidiar a prática docente nos cursos superiores de tecnologia por meio da sala de aula invertida.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
O autor propõe a noção de que a avaliação deve estipular hierarquias de excelência, pois avaliar é privilegiar um modo de estar
em sala de aula e no mundo e, também, de prevenir o fracasso escolar.
PRINCÍPIOS que nortearam a Base Curricular estão na Constituição. Correio Braziliense, Brasília, DF, 22 fev. 2016.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2016/02/22/
interna-educacaobasica-2019,518886/principios-que-nortearam-a-base-curricular-estao-na-constituicao.shtml. Acesso
em: 11 fev. 2020.
Reportagem com informações sobre a trajetória e os princípios que conduziram a produção da BNCC.
LX
SAFERNET. [S. l.], [2005]. Site. Disponível em: https://new.safernet.org.br. Acesso em: 7 jun. 2022.
O site pretende promover a defesa dos Direitos Humanos na internet brasileira. Reúne uma série de orientações e relatos sobre
situações que envolvem imagens de crianças e adolescentes na rede mundial.
SANTOS, Leonor. A articulação entre a avaliação somativa e a formativa, na prática pedagógica: uma impossibilidade ou
um desafio? Ensaio: aval. pol. públ. educ., Rio de Janeiro, v. 24, n. 92, p. 637-669, jul./set. 2016. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/ensaio/a/ZyzxQhwSHR8FQTSxy8JNczk/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
Discute a articulação entre a avaliação somativa e a formativa.
SEVERO, José Leonardo Rolim de Lima. Educação não escolar como campo de práticas pedagógicas. Revista Brasileira
de Estudos Pedagógicos, v. 96, n. 244, p. 561-576, set./dez. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/
SgHzCz9mYprkCV6RtTR368v/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 7 jun. 2022.
Apresenta o conceito de educação não escolar (ENE) e estabelece contribuições críticas ao debate que envolve o reconhecimento
e o fortalecimento dos processos educativos dessa natureza.
SILVA, Ana Célia da. Por uma representação social do negro mais próxima e familiar. In: BARBOSA, Lucia Maria de
Assunção et al. (org.). De preto a afrodescendente: trajetos de pesquisa sobre o negro, cultura negra e relações
étnico-raciais no Brasil. São Paulo: EdUFSC, 2003. p. 151-207.
A autora discute a agenda dos movimentos negros brasileiros, suas reivindicações e ações concretas na luta antirracista no Brasil.
SOUSA, Clarilza Prado de; FERREIRA, Sandra Lúcia. Avaliação de larga escala e da aprendizagem na escola: um diálogo
necessário. Psicologia da Educação, São Paulo, n. 48, p. 13-23, jan./jun. 2019. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752019000100003. Acesso em: 14 jun. 2022.
Debate teórico acerca de aproximações e afastamentos das avaliações de larga escala e da aprendizagem na escola.
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Sociedades indígenas: introdução ao tema da diversidade cultural. In: SILVA, Aracy
Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de
1o e 2o graus. Brasília: MEC: Mari: Unesco, 1995. p. 447-448.
A autora apresenta os resultados de suas pesquisas sobre educação indígena (escolar e não escolar) e oferece subsídios para o
tratamento adequado sobre populações indígenas no ensino regular.
XAVIER, Libânia Nacif; PINHEIRO, José Gledison Rocha. Da Lab School de Chicago às escolas experimentais do Rio de
Janeiro dos anos 1930. História da Educação, Porto Alegre, v. 20, n. 50, p. 177-191, set./dez. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/heduc/a/TpjsgHZzgQ78FyG8Z588CHh/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 24 jun. 2022.
Abordam-se as relações do processo de expansão escolar e de difusão do conhecimento científico com as modernas formas de
socialização.
LXI
Justificativas
• A compreensão dos conceitos de igualdade jurídica e igualdade social é importante para o entendimento das
transformações ocorridas nas sociedades europeias entre os séculos XVII e XVIII, bem como para a reflexão sobre
o exercício da cidadania no presente.
• A análise das transformações ocorridas na Europa com as Revoluções Inglesas e o Iluminismo ajuda a valorizar a
cidadania e o pensamento científico e crítico no presente.
• A reflexão em torno do método científico e do uso da razão possibilita a valorização das práticas de pesquisa cientí-
fica no presente e permite o desenvolvimento de uma análise crítica das implicações do desenvolvimento científico.
• O estudo da Revolução Industrial e suas contradições é fundamental para a compreensão de diversos aspectos do
mundo contemporâneo, como as relações de trabalho, as relações entre os indivíduos e também com o meio ambiente.
• A compreensão das formas de organização dos trabalhadores ajuda a entender as mudanças no mundo do trabalho
e possibilita o fortalecimento de práticas de cidadania no presente.
• A análise das ideias socialistas ajuda a entender diferentes formas de organização da sociedade, possibilitando uma
reflexão crítica sobre o mundo contemporâneo.
5.2 • Unidade 2
Objetivos
• Refletir sobre o ideal de liberdade no passado e no presente.
• Reconhecer a influência do Iluminismo na independência dos Estados Unidos e na Revolução Francesa.
• Identificar as razões que levaram à guerra de independência dos Estados Unidos.
• Caracterizar a Constituição dos Estados Unidos e a configuração da sociedade estadunidense.
• Conhecer as divisões da sociedade francesa e as razões para a revolta popular.
• Compreender as etapas da Revolução Francesa, que levaram à queda da monarquia.
• Reconhecer a importância da Revolução Francesa para o Ocidente.
• Entender as causas e os efeitos do Congresso de Viena na Europa.
• Contextualizar a Revolução Haitiana e o seu impacto.
• Caracterizar a sociedade e a administração colonial na América portuguesa do século XVIII.
• Compreender as causas, as consequências e as personagens envolvidas na Conjuração Mineira e na Conjuração Baiana.
• Reconhecer a revolta de Tupac Amaru como uma resistência indígena sobre o domínio colonial.
• Identificar aspectos da crise do sistema colonial na América espanhola.
• Conhecer Simón Bolívar e sua importância para as independências na América espanhola e os ideais do
pan-americanismo.
• Relacionar a transferência da família real para o Rio de Janeiro ao desgaste do modelo colonial.
• Conhecer e comparar os processos de independência da América espanhola e da América portuguesa.
• Entender o impacto das revoluções liberais do século XIX.
LXII
5.3 • Unidade 3
Objetivos
• Discutir e distinguir os conceitos de nação, nacionalismo, Estado, país, governo e território.
• Conhecer aspectos do Primeiro Reinado e da Regência no Brasil.
• Analisar a situação social no Brasil após a independência, reconhecendo rupturas e permanências em relação ao
presente.
• Caracterizar a primeira Constituição do Brasil e o sistema político por ela implementado.
• Compreender elementos que levaram à crise e ao fim do Primeiro Reinado.
• Reconhecer as origens do coronelismo no Brasil.
• Identificar as revoltas regenciais, suas reivindicações e lideranças.
• Reconhecer as circunstâncias e interesses que levaram ao Golpe da Maioridade.
• Conhecer o que foi a Doutrina Monroe e seus efeitos na política internacional dos Estados Unidos.
• Relacionar o neocolonialismo à Segunda Revolução Industrial e ao imperialismo das potências europeias.
• Diferenciar o colonialismo dos séculos XVI e XVII do exercido entre os séculos XIX e XX.
• Identificar os motivos que levaram os europeus à exploração da África e suas justificativas.
• Problematizar as teorias racistas derivadas do darwinismo social e a ideia de missão civilizatória.
• Compreender consequências da ocupação colonial europeia no continente africano.
• Reconhecer formas de resistência praticadas pelos povos colonizados.
• Identificar formas de exploração e dominação exercidas pelos europeus na Ásia nos séculos XIX e XX.
• Conhecer aspectos dos processos de unificação da Alemanha e da Itália.
Justificativas
• Os conceitos de nação, nacionalismo, Estado, país, governo e território são fundamentais para compreender a
estrutura política das sociedades modernas e contemporâneas. A apropriação desses conceitos pelos estudantes
permite a análise de diferentes temas e problemáticas do mundo atual.
• O processo de consolidação do Estado nacional após a independência do Brasil, que ocorreu entre o Primeiro
Reinado e o Segundo Reinado, foi marcado por intensas disputas entre os diferentes grupos sociais. Conhecer o
intrincado equilíbrio de forças, os projetos políticos e os conflitos que estiveram em discussão nesse período contribui
para a reflexão sobre a formação da sociedade brasileira, levando os estudantes a identificarem aspectos históricos
relevantes, assim como rupturas e permanências do presente em relação ao passado.
• A primeira Constituição do Brasil foi elaborada um pouco depois da independência e procurou estabilizar as bases
sociais preexistentes, isto é, manter os privilégios de alguns grupos sociais e a exclusão de outros do direito à
cidadania plena. Para refletir sobre as raízes das desigualdades no Brasil é importante que os estudantes analisem
o processo de transição do período colonial para o imperial, observando a atuação de diferentes grupos sociais e
suas reivindicações.
LXIII
5.4 • Unidade 4
Objetivos
• Conhecer aspectos sociais, econômicos e políticos do Segundo Reinado.
• Entender o projeto de nação executado por D. Pedro II.
• Compreender aspectos da configuração política e eleitoral no Brasil durante o Segundo Reinado.
• Reconhecer a importância econômica do café, relacionando-o à industrialização ocorrida no século XIX.
• Entender o processo de imigração europeia para o Brasil no período de transição para a mão de obra assalariada.
• Refletir sobre o impacto da Lei de Terras no passado e seus reflexos no presente.
• Caracterizar as medidas tomadas pelo governo imperial quanto à população indígena.
• Identificar as causas e as consequências da Guerra do Paraguai.
• Conhecer como se deu o processo de Abolição da Escravatura.
• Reconhecer as lutas históricas do movimento negro tanto pela Abolição da Escravatura como por equidade social no Brasil.
• Refletir sobre a presença negra na sociedade brasileira, permanências históricas e rupturas.
Justificativas
• O Brasil é um país privilegiado pela grande quantidade de terras e água em seu território, mas essa riqueza está se
exaurindo diante de uma destruição sem precedentes. Refletir sobre as escolhas econômicas ao longo do tempo e
agir em defesa da consciência ambiental é um aspecto que deve ser trabalhado com todos os estudantes.
• Mesmo sendo um país de dimensões continentais, o Brasil mantém uma estrutura fundiária de grandes desigualda-
des, permeada, por um lado, pela concentração fundiária e, por outro, por famílias sem acesso à terra. Parte desse
problema está relacionado a políticas públicas implantadas em 1850 conhecidas como Lei de Terras. Ter consciência
da historicidade desses fatos, assim como da violência que atinge o campo no presente (afetando principalmente
famílias sem terra, quilombolas e indígenas), é fundamental para a construção de um país mais justo e fraterno.
• A situação de exclusão econômica e social que a população negra vive em nosso país está relacionada, entre outros
fatores, à falta de políticas reparatórias no final da escravidão, assim como às teorias racistas do período. Entender como
se deu esse processo é um passo importante para superarmos a violência e o racismo que têm marcado nossa sociedade.
• Muito do que somos como “nação” foi gestado durante o governo de D. Pedro II. Amparando-se em modelos de
cidades e nações europeias, o imperador fez diversas intervenções e ações buscando desvincular o Brasil da ideia
de “atraso”. Entender essa realidade é importante para o estudante saber da importância das políticas públicas e
como são feitas escolhas (e exclusões), assim como pensar o presente e o futuro do país.
• A Guerra do Paraguai é uma das responsáveis pela derrocada do império e implantação da república posteriormente.
Compreender a violência e devastação da guerra é um dos caminhos para se trabalhar a cultura da paz com os
adolescentes.
LXIV
LXV
8o ano
Objetos de conhecimento e
Unidade Conteúdos Competências
habilidades
1. 1. Iluminismo
e monarquia
Gerais: 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 9 e 10.
A questão do Iluminismo e da ilustração
EF08HI01
Igualdade constitucional na Específicas de
Europa Ciências Humanas: As revoluções inglesas e os princípios do
2. A Revolução 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. liberalismo
1º BIMESTRE
Industrial Específicas de EF08HI02
História: 1, 2, 3, 4,
1º TRIMESTRE
5, 6 e 7. Revolução Industrial e seus impactos na
produção e circulação de povos, produtos e
culturas
EF08HI03
2. 3. Revoluções
iluministas:
Gerais: 1, 2, 4, 6,
7, 9 e 10.
Revolução Francesa e seus desdobramentos
EF08HI04
Liberdade Estados Unidos e Específicas de
1º SEMESTRE
França Ciências Humanas: Rebeliões na América portuguesa: as
4. Rebeliões na 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. conjurações mineira e baiana
colônia: a Específicas de EF08HI05
Conjuração Mineira História: 1, 2, 3, 4,
e a Conjuração 5, 6 e 7. Independência dos Estados Unidos da América
Baiana Independências na América espanhola
5. Os processos de • A revolução dos escravizados em São
independência Domingo e seus múltiplos significados e
da América desdobramentos: o caso do Haiti 2º BIMESTRE
espanhola e Os caminhos até a independência do Brasil 2º TRIMESTRE
da América EF08HI06
portuguesa EF08HI07
EF08HI08
EF08HI09
EF08HI10
EF08HI11
EF08HI12
EF08HI13
LXVI
2º
Reinado e o e 9. EF08HI06
Nação e período regencial Específicas de Brasil: Primeiro Reinado
nacionalismo 7. O neocolonialismo Ciências Humanas: EF08HI15
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. O Período Regencial e as contestações ao
Específicas de poder central
História: 1, 2, 3, 4, EF08HI16, EF08HI17
5, 6 e 7.
O escravismo no Brasil do século XIX: plantations
e revoltas de escravizados, abolicionismo e
políticas migratórias no Brasil Imperial
EF08HI19, EF08HI20
A produção do imaginário nacional brasileiro:
cultura popular, representações visuais, letras e
3º BIMESTRE
o Romantismo no Brasil
EF08HI22
Nacionalismo, revoluções e as novas nações
europeias
EF08HI23
Uma nova ordem econômica: as demandas do
capitalismo industrial e o lugar das economias
africanas e asiáticas nas dinâmicas globais
EF08HI24
Os Estados Unidos da América e a América
Latina no século XIX
2º SEMESTRE
EF08HI25
3º TRIMESTRE
O imperialismo europeu e a partilha da África e
da Ásia
EF08HI26
Pensamento e cultura no século XIX:
darwinismo e racismo
EF08HI27
4. 8. O governo de
D. Pedro II
Gerais: 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7, 8, 9 e 10.
O Brasil do Segundo Reinado: política e economia
• A Lei de Terras e seus desdobramentos na
Terra e meio Específicas de política do Segundo Reinado
ambiente Ciências Humanas: • Territórios e fronteiras: a Guerra do Paraguai
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. EF08HI15, EF08HI16, EF08HI17, EF08HI18
9. A Guerra do Específicas de
Paraguai e o fim O escravismo no Brasil do século XIX: plantations
História: 1, 2, 3, 4, e revoltas de escravizados, abolicionismo e
da escravidão
5 e 6. políticas migratórias no Brasil Imperial
4º BIMESTRE
EF08HI19, EF08HI20
Políticas de extermínio do indígena durante o
Império
EF08HI21
Pensamento e cultura no século XIX: darwinismo
e racismo
O discurso civilizatório nas Américas, o
silenciamento dos saberes indígenas e as formas
de integração e destruição de comunidades e
povos indígenas
A resistência dos povos e comunidades
indígenas diante da ofensiva civilizatória
EF08HI27
LXVII
2. O Iluminismo foi um movimento de ideias que influenciou profundamente as mudanças que ocorreram
na Europa e nas Américas no século XVIII. Podemos afirmar que o pensamento iluminista:
a) teve como opositores pensadores como o inglês John Locke e o francês René Descartes.
b) recusava a separação entre a Igreja e o Estado e defendia que era papel do rei definir a religião de sua população.
c) tinha como princípio o uso da razão como instrumento fundamental do conhecimento humano.
d) propunha que a educação deveria ter como função impedir a divulgação do conhecimento científico.
e) defendeu o fim da liberdade política e de expressão, servindo para a afirmação das ideias absolutistas.
3. Relacione as ideias apresentadas a seguir com os pensadores iluministas que foram seus formuladores.
a) Defendia a liberdade de expressão e julgava essencial combater o clero e os nobres que fizessem oposição aos
monarcas.
b) Um crítico fervoroso do Absolutismo, defendia a divisão do poder em três: Poder Executivo, Poder Legislativo
e Poder Judiciário.
c) Republicano, para ele o verdadeiro soberano era o povo, de quem o governante era apenas um funcionário.
I. Montesquieu II. Voltaire III. Rousseau
a) I. a - II. b - III. c c) I. b - II. c - III. a e) I. c - II. b - III. a
b) I. a - II. c - III. b d) I. b - II. a - III. c
4. Um dos elementos centrais que marcaram o Iluminismo foi a defesa da razão como instrumento para
conquistar a liberdade e da capacidade de o ser humano pensar por si próprio. A ciência passou a ser
valorizada como caminho para conhecer a natureza, afastando-se do entendimento da religião sobre o
mundo físico. Pensando nisso, reúna-se com um colega e façam uma pesquisa sobre alguma invenção
ou descoberta que mostre a importância da ciência e do conhecimento científico no Brasil. Durante a
pesquisa, procurem responder às seguintes perguntas:
• Qual é a invenção ou descoberta científica pesquisada?
• Que contribuições essa invenção ou descoberta trouxe para a sociedade?
• Essa invenção ou descoberta ainda hoje tem impacto na sociedade?
• Quem foi o(a) cientista ou pesquisador(a) responsável por essa descoberta? Escreva uma pequena
biografia sobre ele(a).
Depois, compartilhem as conclusões do grupo com o restante da turma. Ouça, anote e discuta também
as informações compartilhadas pelos colegas dos outros grupos.
5. A Revolução Industrial provocou profundas mudanças na maneira de fabricar produtos e nas relações
de trabalho, iniciando uma nova fase do capitalismo. Escreva um pequeno texto explicando os principais
elementos que permitiram à Inglaterra ser o centro inicial dessas transformações.
6. Leia com atenção o texto a seguir, que trata das consequências da Revolução Industrial, e depois responda
às questões.
LXVIII
MARTINS, Olga Guimarães. Condições de vida e de trabalho na Inglaterra da Revolução Industrial. Dissertação de
Mestrado (Estudos Ingleses). Universidade Aberta, Lisboa, 2008. p. VII. Disponível em: https://repositorioaberto.uab.pt/
bitstream/10400.2/446/1/LC456.pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.
a) Por que o texto afirma que “os resultados humanos desta revolução foram catastróficos”?
b) O texto fala, ao caracterizar o quadro da Revolução Industrial do século XVIII, em exploração do trabalho
feminino e infantil, longas jornadas de trabalho, baixos salários, falta de segurança e péssimas condições de
higiene. Na sua opinião, essas condições precárias deixaram de existir no mundo do trabalho atual?
7. A Revolução Industrial estabeleceu novas relações de trabalho e permitiu que os donos das fábricas
enriquecessem explorando a mão de obra dos trabalhadores. Como podemos relacionar o surgimento
das ideias socialistas com as tensões que se estabeleceram nas relações entre burgueses e proletários a
partir da Revolução Industrial?
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise
como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades
e dificuldades.
2. Os territórios coloniais pertencentes à Inglaterra na América do Norte tinham diferenças entre si, o
que foi um importante elemento no processo de formação dos Estados Unidos da América a partir da
independência. Explique as principais características:
a) das colônias do Norte. b) das colônias do Centro. c) das colônias do Sul.
3. Pensando sobre as principais características da Revolução Francesa, analise as alternativas a seguir, iden-
tificando as corretas com um C e corrigindo as alternativas incorretas.
I. A sociedade francesa anterior à Revolução era dividida em estados, sendo que o primeiro e o segundo estado
eram explorados e sustentavam os luxos do terceiro estado.
II. Em 14 de julho de 1789 ocorreu o famoso ataque da população francesa à Bastilha, prisão que era um símbolo
da violência e da repressão do governo absolutista.
III. Após a tentativa de fuga da família real, ocorreu a formação da Convenção Nacional, processo que acabou
resultando na instalação da República.
LXIX
De todos os territórios ocupados pela França nenhum alcançou tanta prosperidade quanto a
ilha de São Domingos (atual Haiti), que era um dos maiores produtores mundiais de açúcar e café e
contava com uma população majoritariamente composta por escravos e negros. A rebelião ocorrida
na parte oeste da ilha foi a única feita por africanos (e seus descendentes) na história americana que
culminou em uma revolução, destruiu o sistema escravista de plantação e transformou o Haiti no
primeiro país fundado por ex-escravos e seus descendentes fora da África. Os seus impactos foram
múltiplos: influiu sobre os preços do açúcar e gerou um grande medo de que uma insurreição daquela
escala acontecesse em outros lugares da América escravista. [...]
NASCIMENTO, Washington Santos. Além do medo: a construção de imagens sobre a revolução haitiana no Brasil
escravista (1791 – 1840). Cadernos de Ciências Humanas - Especiaria, v. 10, n. 18, p. 469-488, jul.-dez. 2007. p. 470.
Disponível em: http://periodicos.uesc.br/index.php/especiaria/article/view/771. Acesso em: 10 ago. 2022.
a) De acordo com o texto, quais eram as principais características da ilha de São Domingos durante a ocupação
francesa?
b) Explique por que o texto afirma que a Revolução Haitiana “gerou um grande medo de que uma insurreição
daquela escala acontecesse em outros lugares”.
5. A Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana foram dois dos mais importantes movimentos ocorridos na
colônia que questionaram as relações de dominação de Portugal. Compare os dois movimentos e registre:
a) as suas principais semelhanças. b) as suas principais diferenças.
6. Os lugares guardam as marcas dos processos históricos, elementos que registram as memórias de acon-
tecimentos do passado. Pensando nisso, organizem pequenos grupos, façam uma pesquisa e montem
um cartaz (que pode ser físico ou um material digital) apresentando um lugar de memória sobre a
Conjuração Mineira e um lugar de memória sobre a Conjuração Baiana.
7. No século XIX, um conjunto de fatores levou os colonos na América espanhola e na América portuguesa
a se revoltar contra a metrópole e a organizar movimentos pela independência. Levante ao menos dois
elementos que podem ser apontados como causas para a crise do sistema colonial americano.
8. Nos territórios portugueses na América, o processo de independência se caracterizou por um gradual
afrouxamento dos laços coloniais e pela articulação de acordos entre as elites brasileiras. Pensando nisso,
é correto afirmar:
a) Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, teve início um processo de aumento do controle
sobre a colônia.
b) Quando se instalou no Rio de Janeiro, D. João VI iniciou reformas que acabaram por incentivar os colonos a
lutarem por sua independência.
c) Em 1820, com a Revolução Liberal do Porto, D. João VI se viu pressionado e decidiu ficar no Brasil e se aliar às
elites brasileiras.
d) D. Pedro I apoiou as decisões das Cortes, que desagradaram parte da elite que defendia que o príncipe não se
submetesse mais a Portugal.
e) Após a Proclamação da Independência, lutas armadas irromperam em diferentes partes do território brasileiro.
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise
como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades
e dificuldades.
LXX
2. A Constituição é o conjunto máximo de leis de um país. A partir do momento em que o Brasil se tornou
um país independente, fez-se necessário criar uma Constituição, o que se concretizou em 1824. Já a
Constituição atual do Brasil foi feita em 1988, no contexto de retomada da democracia após o fim da
ditadura civil-militar. Pensando nisso, reúna-se com um colega, faça uma pesquisa e aponte:
a) duas características centrais da Constituição de 1824.
b) duas características marcantes da Constituição de 1988.
4. Pensando nas principais características das revoltas ocorridas no Período Regencial no Brasil (1831-1840),
analise as alternativas a seguir, identificando as corretas com um C e corrigindo as alternativas incorretas.
I. As guerras civis que marcaram o período regencial por pouco não puseram em risco a integridade do território
brasileiro.
II. Contribuíram para as rebeliões durante as regências as disputas políticas internas das províncias, as desigual-
dades sociais e a continuidade da escravidão.
III. A Cabanagem, revolta que ocorreu no Grão-Pará entre 1835 e 1840, foi um movimento elitista que não contou
com a participação das camadas pobres da população.
IV. Durante a Balaiada, em 1839, os revoltosos chegaram a dominar Caxias, a segunda maior cidade maranhense,
onde constituíram uma Junta Provisória.
V. Em 1835, a chamada Revolta dos Malês, um movimento liderado por escravizados de diferentes etnias segui-
dores do islamismo (os malês), tinha como objetivo decretar uma monarquia islâmica na Bahia.
VI. Sabinada, revolta que contou com o apoio de amplos setores da sociedade, defendia a emancipação da Bahia,
que seria transformada em uma monarquia constitucional.
VII. A Guerra dos Farrapos foi um movimento que, embora tivesse grande participação de fazendeiros gaúchos,
foi liderado por representantes do clero e por magistrados.
5. Na segunda metade do século XIX, os Estados Unidos, a Inglaterra e alguns países da Europa atravessaram
um período de grandes inovações tecnológicas que ficou conhecido como Segunda Revolução Industrial.
Explique como esse processo teve consequências também em territórios da África e da Ásia, que passaram
a ser alvo da cobiça das grandes potências econômicas.
6. Na segunda metade do século XIX ocorreu o processo que ficou conhecido como a “partilha da África”.
As grandes potências capitalistas promoveram uma divisão arbitrária do continente para atender sua
LXXI
7. A África é um continente complexo, marcado pela diversidade. Muitas são as “Áfricas” e suas histórias
estão atravessadas pelas marcas da colonização e da resistência. Pensando nisso, organize-se em grupo
para fazer uma pesquisa sobre a diversidade na África atual. Cada grupo deve selecionar um país africano
e ficar responsável pela pesquisa dos seguintes temas:
• História dos primeiros povos que habitaram a região, destacando suas culturas, costumes e tradições.
• Os impactos da colonização europeia e as marcas da dominação e exploração.
• As lutas de resistência ocorridas na região e o processo de independência e formação da nação atual.
• Características econômicas, sociais, políticas e culturais do país atualmente.
Depois de finalizada a pesquisa, cada grupo deve produzir um material para apresentar os elementos
levantados. Pode ser um cartaz informativo, composto por textos e imagens, ou pode ser desenvolvido
no formato digital, utilizando recursos visuais para destacar os principais elementos pesquisados.
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise
como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades
e dificuldades.
2. Sobre as características econômicas do Segundo Reinado (1840-1889), assinale a(s) alternativa(s) correta(s):
a) O principal produto agrícola cultivado no Brasil naquela época era o café, embora não fosse o único.
b) Boa parte da produção cafeeira era para consumo interno, já que no período o Brasil representava menos de
10% da produção mundial.
c) A expansão das fazendas de café significou a derrubada das matas nativas, impactando principalmente áreas
de floresta amazônica.
d) Inicialmente, as plantações de café avançaram pelo Vale do Paraíba, chegando, mais tarde, até o Oeste Paulista.
e) Muitos donos de fazenda foram agraciados com títulos de nobreza pelo imperador, passando a ser chamados
de coronéis do café.
f) A cafeicultura provocou mudanças importantes, levando à diminuição e enfraquecimento das cidades e vilas
na região Sudeste.
3. Durante o Segundo Reinado, promoveu-se uma série de reformas que pretendiam transformar o Rio de
Janeiro em uma vitrine do progresso tanto em plano internacional quanto nacional. Pensando nisso, explique:
a) como as reformas buscavam modificar a imagem de “atraso” associada ao Brasil na Europa.
b) por que essa modernização não favorecia por igual a população da cidade.
4. Diante da possibilidade do fim da escravidão, alguns fazendeiros começaram a pensar em trazer traba-
lhadores da Europa para cultivar suas terras. Pensando sobre essa questão, explique:
a) como essa ideia era estimulada por teorias raciais vigentes na época.
b) como a vinda dos imigrantes pretendia promover o branqueamento da população do país.
LXXII
6. Leia com atenção o texto a seguir, que trata da chamada “Guerra do Paraguai”:
A Guerra do Paraguai foi um marco para os países que dela participaram. Guerra do Paraguai
se diz no Brasil; Guerra da Tríplice Aliança se fala no Rio da Prata e, no Paraguai, é conhecida como
Guerra Grande; na busca de uma designação comum se poderia dizer Guerra de 1865-1870. Dessas
designações a que mais se aproxima da realidade é, de fato, Guerra Grande: grande foi sua duração;
grande foi o sofrimento humano que desencadeou nas nações envolvidas e grandes foram as con-
sequências políticas e econômicas para os países que a lutaram. No entanto, ela também pode ser
chamada de Guerra do Paraguai porque, no plano militar, começou com o ataque paraguaio a Mato
Grosso – o que na perspectiva paraguaia significava recuperar a posse de um território litigioso –,
ampliou-se com a invasão de Corrientes e Rio Grande do Sul e foi travada a maior parte do tempo – por
quase 4 anos – no território do Paraguai. Também foi a Guerra da Tríplice Aliança pois nela se assistiu
à cooperação argentino-brasileira-uruguaia, pois ao conflito militar antecederam: as disputas entre
partidos políticos na Argentina e no Uruguai; o interesse do Império do Brasil de evitar mudanças
no status quo uruguaio e a demanda do governo de Francisco Solano López de ser parte no processo
político platino. [...]
DORATIOTO, Francisco. História e Ideologia: a produção brasileira sobre a Guerra do Paraguai. Nuevo Mundo
Mundos Nuevos, [s .l.], 13 jan. 2009. Disponível em: http://journals.openedition.org/nuevomundo/49012.
Acesso em: 10 ago. 2022.
O texto discute as diferentes designações possíveis para o conflito ocorrido na América do Sul entre
1865 e 1870. A partir da leitura do texto, apresente os argumentos que permitem nomear o conflito de:
a) Guerra Grande.
b) Guerra do Paraguai.
c) Guerra da Tríplice Aliança.
7. A fase final do governo de D. Pedro II foi marcada, por um lado, pelo envolvimento do Brasil em uma
grande guerra com os países vizinhos e, de outro, pelas tensões internas em torno da questão da escra-
vidão, com grupos em conflito em defesa de sua manutenção ou de sua extinção. Pensando nisso, como
é possível relacionar a participação do Brasil na Guerra do Paraguai com as disputas internas pelo fim
da escravidão?
8. Na sua opinião, o fim da escravidão significou a solução dos problemas de inserção dos negros na socie-
dade e a conquista de direitos por parte dessas populações? Discuta o tema com um colega e escreva
um pequeno texto sobre a questão do preconceito e da discriminação das populações negras no Brasil.
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise
como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades
e dificuldades.
LXXIII
2. Resposta: C.
A atividade pretende que os estudantes reflitam sobre as características do Iluminismo, identificando os
principais aspectos conceituais do movimento. (CG1, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI01)
3. Resposta: D.
A atividade pretende que os estudantes consigam identificar aspectos conceituais do Iluminismo a partir do
reconhecimento das ideias de alguns dos principais pensadores do movimento. (CG1, CECH3, CEH1, EF08HI01)
4. A atividade procura ampliar a reflexão dos estudantes em relação à importância da ciência e do conhe-
cimento científico no desenvolvimento das sociedades, fazendo-os perceber como esse debate, que foi
central na reflexão dos pensadores iluministas, segue sendo essencial nas discussões sobre o desenvol-
vimento nas sociedades contemporâneas. Busque avaliar a organização da dupla, o comprometimento,
a apresentação do trabalho e a capacidade de interação com o restante da classe. (CG1, CG2, CECH2,
CECH3, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI01)
Algumas referências para auxiliar a orientação dos estudantes na pesquisa podem ser encontradas em:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quais-foram-as-maiores-descobertas-cientificas-brasileiras/;
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/07/8-invencoes-que-voce-provavelmente-nao-sabia-
que-eram-de-brasileiros.html. Acesso em: 10 ago. 2022.
6. A atividade pretende fazer com que os estudantes analisem os impactos da Revolução Industrial sobre
as classes trabalhadoras, reconhecendo a relação entre esses processos e a organização do mundo
contemporâneo.
a) O texto afirma que as cidades ofereciam condições deploráveis aos seus habitantes e que as fábricas exploravam
os trabalhadores, sujeitando-os a longas horas de trabalho, a baixos salários, à falta de segurança e de condições
de higiene, além de recorrer à mão de obra mais barata de mulheres e crianças.
b) Espera-se que os estudantes reflitam sobre como ainda hoje a exploração do trabalho feminino e infantil, as
longas jornadas de trabalho, os baixos salários, a falta de segurança e péssimas condições de higiene seguem
LXXIV
7. A atividade tem como objetivo fazer com que os estudantes analisem as consequências da Revolução
Industrial.
A situação de extrema exploração dos proletários a partir da Revolução Industrial e as enormes desigual-
dades em relação aos burgueses provocaram o surgimento no século XIX de questionamentos sobre a
ordem capitalista, que propunham novos caminhos para diminuir a exploração dos trabalhadores. (CG1,
CECH3, CECH6, CEH1, CEH2, EF08HI03)
Unidade 2
1. O objetivo da atividade é fazer com que os estudantes percebam os impactos do Iluminismo e do libe-
ralismo na organização do mundo contemporâneo, analisando a influência do movimento na Europa e
também nas Américas.
a) As ideias do Iluminismo se propagaram rapidamente e em pouco tempo chegaram também às colônias inglesas
na América, por meio da circulação das pessoas, livros e panfletos. Ao chegarem ao continente americano,
os princípios iluministas provocaram grande efervescência de ideias, e seus princípios foram uma das bases da
independência dos Estados Unidos.
b) A França foi um dos principais centros de debate das ideias iluministas, que inicialmente eram discutidas entre
filósofos e pensadores, mas foram alcançando a população por meio de panfletos e jornais, estimulando a luta
por liberdade, igualdade e participação política.
c) Uma parte das elites da América portuguesa estudava na Europa, e lá teve contato com as novas ideias do
Iluminismo. Esse processo, aliado à circulação de livros e panfletos, contribuiu para que em diferentes regiões
do Brasil grupos passassem a se articular para questionar o domínio colonial e lutar por liberdade e igualdade,
como aconteceu nas conjurações mineira e baiana.
d) As elites criollas, os descendentes de espanhóis nascidos na América, não tinham os mesmos privilégios dos
nascidos na Espanha e, animadas pelo contato com as ideias do Iluminismo que circulavam intensamente,
passaram a se organizar para lutar contra o domínio colonial.
(CG1, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, CEH5, EF08HI01)
2. Ao abordar as especificidades que caracterizavam as colônias inglesas, a atividade permite aos estudantes
identificar e contextualizar os diversos processos de independência nas Américas.
Os processos de ocupação e exploração das 13 colônias inglesas da América do Norte foram bastante distintos.
As colônias do Norte foram colonizadas principalmente por pessoas que fugiam de perseguições religiosas
e passaram a cultivar produtos agrícolas em pequenas propriedades familiares. As colônias do Centro eram
muito parecidas com as do Norte, com pequenas e médias propriedades em que se praticavam agricultura
e criação de animais. Já as colônias do Sul se caracterizavam por grandes propriedades agrícolas, onde eram
cultivados principalmente algodão e tabaco com a exploração da mão de obra de africanos escravizados.
(CG1, CECH3, CEH1, EF08HI06, EF08HI07)
3. Ao tratar de algumas das características das diferentes fases da Revolução Francesa, a atividade permite
aos estudantes identificar e relacionar os processos da Revolução e seus desdobramentos na Europa e
no mundo.
Os itens II, III e V estão corretos. No item I, o correto seria afirmar que o terceiro estado era explorado
e sustentava os luxos do primeiro e do segundo estado. No item IV, o correto seria afirmar que os
girondinos eram representantes da alta burguesia mais conservadora e que os jacobinos eram radicais
defensores de mudanças profundas.
(CG1, CECH3, CEH1, EF08HI04)
LXXV
5. A atividade propõe que os estudantes comparem a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana, impor-
tantes movimentos anticoloniais da América portuguesa.
a) os dois movimentos eram resultado da insatisfação dos colonos com as políticas da metrópole portuguesa e
propunham a separação de uma região do restante do império português e a criação de uma república. Além
disso, os dois movimentos tinham influências das ideias iluministas e de outros movimentos de independência
ocorridos nas Américas.
b) a Conjuração Mineira era um movimento predominantemente elitista, enquanto a Conjuração Baiana acabou
envolvendo a participação de diversos setores sociais, inclusive de pessoas das classes mais baixas. Se no mo-
vimento mineiro a maioria dos participantes negociou suas penas, na revolta baiana duras punições atingiram
principalmente os conspiradores mais pobres.
(CG1, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI05)
6. A proposta dessa atividade é refletir sobre os movimentos e as rebeliões da América portuguesa a partir
de um ponto de vista da memória e do patrimônio.
Para a realização da atividade, é importante orientar os grupos na escolha dos marcos históricos. Para
a Conjuração Mineira, é possível pensar em pontos da cidade de Ouro Preto, como a Casa dos Contos.
No caso da Conjuração Baiana, podem ser escolhidos pontos localizados em Salvador como a Praça da
Piedade e a Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade.
(CG1, CG2, CECH3, CECH4, CECH5, CEH1, CEH2, CEH3, CEH6, EF08HI05)
7. Essa atividade permite aos estudantes identificar, contextualizar e comparar os diversos processos de
independência nas Américas.
A crise do sistema colonial americano está relacionada, entre outros elementos, com a circulação das
ideias do Iluminismo, que levaram a questionar o sistema colonial. Também o quadro europeu de ex-
pansão napoleônica, com as disputas entre Inglaterra e França e as invasões na Península Ibérica, tem
importantes desdobramentos no cenário americano.
(CG1, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI07, EF08HI08, EF08HI13)
8. Resposta: E.
A atividade permite aos estudantes caracterizar a organização política e social no Brasil desde a chegada
da Corte portuguesa, em 1808, até 1822, e seus desdobramentos para a história política brasileira. (CG1,
CECH3, CEH1, EF08HI12)
Unidade 3
1. A atividade permite que os estudantes reflitam sobre os conceitos de nação, nacionalismo e xenofobia
e sua aplicação para o entendimento de conflitos e tensões.
a) nação: definida por certos aspectos culturais de um povo, que os diferenciam em relação a todos os outros
povos, como a língua, a comida, os costumes, as crenças, a cultura, o modo de ser e as tradições.
b) nacionalismo: termo usado para definir o sentimento de pertencimento a uma nação.
c) xenofobia: nacionalismo radical que resulta na aversão a coisas e pessoas de fora do país.
(CG1, CG9, CECH1, CECH2, CECH4, CECH6, CEH1, CEH4, CEH6, EF08HI06)
LXXVI
4. Ao tratar de algumas das características das principais revoltas ocorridas durante o período regencial no
Brasil, a atividade permite aos estudantes identificar, comparar e analisar a diversidade política, social e
regional nas rebeliões e nos movimentos contestatórios ao poder centralizado.
Os itens I, II, IV e V estão corretos. No item III, o correto seria afirmar que a Cabanagem foi um movimento
que contou com ampla participação das camadas pobres da população. No item VI, o correto seria afirmar
que a Sabinada defendia a emancipação da Bahia, que seria transformada em uma república. No item VII
o correto seria afirmar que a Guerra dos Farrapos foi um movimento liderado pelos fazendeiros gaúchos.
(CG1, CECH2, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI16)
5. Nessa atividade os estudantes devem refletir sobre as características da Segunda Revolução Industrial,
reconhecendo e analisando seus impactos sobre a forma de organização e exploração econômica.
Com a Segunda Revolução Industrial, surgiram grandes empresas que, fazendo uso das novidades tecno-
lógicas, conseguiram produzir a preços cada vez menores, ampliando seus lucros. Para funcionar, essas
empresas necessitavam de matérias-primas e mercado consumidor para as mercadorias que estavam
produzindo, o que fez com que as potências buscassem dominar territórios em outros continentes (par-
ticularmente na Ásia e na África) que pudessem oferecer essas condições.
(CG1, CECH2, CECH3, CEH1, CEH2, CEH5, EF08HI24)
6. A atividade tem como objetivo fazer com que os estudantes consigam refletir sobre as ideologias raciais e
o determinismo no contexto do imperialismo europeu, identificando e contextualizando o protagonismo
das populações locais na resistência ao imperialismo na África e Ásia.
a) Para justificar a partilha dos territórios do continente africano, os europeus construíram um discurso baseado no
darwinismo social e na ideia da superioridade dos brancos em relação aos negros. Nesse discurso, os europeus
estariam cumprindo o “fardo” de salvar a África e os africanos da barbárie e da selvageria, levando o progresso
e a civilização.
b) As populações africanas manifestaram sua resistência ao neocolonialismo na forma de fugas, protestos, boicotes
e revoltas. Em alguns casos, houve também resistência armada contra o colonizador.
(CG1, CG6, CECH3, CECH4, CECH5, CEH1, CEH2, CEH4, CEH5, EF08HI23, EF08HI27)
7. A proposta da atividade é estimular os estudantes a refletir sobre as relações entre presente e passado, per-
cebendo as marcas dos processos históricos de dominação e resistência na formação das sociedades africanas
atuais. É importante incentivar os estudantes a irem além dos estereótipos sobre o continente africano,
enxergando a diversidade e complexidade que marcam a história do continente. (CG1, CG2, CG4, CG6, CG7,
CG9, CECH1, CECH2, CECH3, CECH4, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, CEH5, EF08HI23, EF08HI24, EF08HI26)
LXXVII
2. Resposta: A e D.
A análise das questões econômicas no Segundo Reinado permite identificar e analisar as forças e os
sujeitos envolvidos nas disputas do período. (CG1, CECH2, CEH1, EF08HI15)
3. Nessa atividade, a partir da questão das reformas urbanas os estudantes são levados a identificar as
tensões e os significados dos discursos civilizatórios, avaliando seus impactos negativos.
a) Nessa época muitas pessoas consideravam a Europa o modelo de “civilização” e acreditavam que as outras
regiões do mundo deveriam seguir seu exemplo. O governo brasileiro tinha grande preocupação em modificar
a imagem de “atraso” associada principalmente às péssimas condições sanitárias e urbanísticas das cidades
brasileiras.
b) Essa modernização não favorecia por igual a população da cidade, pois, enquanto os bairros mais ricos eram
beneficiados com as reformas, as zonas mais pobres tornavam-se cada vez mais precárias.
(CG1, CG2, CECH2, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI27)
4. A atividade leva os estudantes, a partir das ideias por trás das políticas de imigração europeia, a identi-
ficar as tensões e os significados dos discursos civilizatórios, avaliando seus impactos negativos.
a) Segundo algumas teorias raciais da época, os negros e mestiços seriam “inferiores” aos europeus. Para os
fazendeiros terem uma mão de obra qualificada, acreditavam que seria necessário ter trabalhadores brancos.
b) Na época, a partir das teorias racistas que circulavam, acreditava-se que, com a chegada do imigrante branco,
em algumas gerações a população brasileira seria de maioria branca, o que ajudaria a comprovar ao mundo
que o Brasil era “um país civilizado”.
(CG1, CG2, CECH2, CECH3, CEH1, CEH2, EF08HI27)
5. Com a atividade os estudantes são estimulados a refletir sobre o legado da escravidão nas Américas e a
relacionar aspectos das estruturas sociais da atualidade com os legados da escravidão no Brasil.
a) A comemoração dessa data levava a pensar que a Abolição da Escravatura no Brasil tinha sido um presente da
princesa Isabel e do governo de D. Pedro II aos homens e mulheres escravizados, apagando toda a história de
luta e resistência da população escravizada.
b) O Dia da Consciência Negra lembra a luta de milhares de pessoas para acabar com a violência da escravização
e conquistar o reconhecimento das culturas, tradições e dos direitos das populações negras no Brasil.
c) Os estudantes devem ser estimulados a conhecer de maneira mais profunda a história de figuras que lutaram
contra a violência e a exploração das populações negras no Brasil, em busca de dar voz às suas demandas
populações e conquistar reconhecimento e direitos.
(CG1, CG2, CG6, CG9, CECH2, CECH3, CECH4, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI19, EF08HI20)
6. A atividade permite aos estudantes relacionar as transformações territoriais com as tensões e conflitos
durante o Império e também identificar as questões internas e externas sobre a atuação do Brasil na
Guerra do Paraguai e discutir diferentes versões sobre o conflito.
a) Segundo o texto, das designações possíveis, a que mais se aproxima da realidade é Guerra Grande, por conta de
sua duração, do tamanho do sofrimento humano nas nações envolvidas e das grandes consequências políticas
e econômicas para os países que lutaram.
LXXVIII
7. A atividade propõe que os estudantes relacionem a discussão sobre as questões internas ligadas à atuação
do Brasil na Guerra do Paraguai com a discussão sobre a escravidão no Brasil.
Durante a Guerra do Paraguai, soldados brancos e negros lutaram lado a lado. Quando o conflito acabou,
muitos militares começaram a questionar a manutenção da escravidão, o que criava questões com os
grandes proprietários, já que os escravizados eram ainda a principal mão de obra nas lavouras de café.
Tentando não desagradar nenhum dos lados e procurando encontrar uma saída para o impasse, o
governo brasileiro ora sinalizava para o fim da escravatura, ora tentava prolongá-la o máximo possível.
(CG1, CG7, CECH2, CECH3, CECH5, CEH1, CEH2, EF08HI18, EF08HI20)
8. Nesta atividade, o objetivo é que os estudantes reflitam sobre aspectos das estruturas sociais da atuali-
dade e os relacionem com os legados da escravidão no Brasil.
Com o fim da escravidão, os recém-libertos foram abandonados à própria sorte. Nenhum projeto que
promovesse a integração social da população negra foi aprovado ou sequer discutido pelo governo.
Assim, permaneceram a desigualdade social e o preconceito étnico numa sociedade que se esforçava
por excluir e marginalizar os negros.
(CG1, CG2, CG6, CG9, CECH2, CECH3, CECH4, CECH6, CEH1, CEH2, CEH3, EF08HI20)
Gabarito – Autoavaliações
Verifique se na autoavaliação os estudantes demonstraram domínio dos temas abordados em cada unidade, se eles
se consideraram autônomos na construção do processo de ensino-aprendizagem, e como percebem suas potencialidades
e dificuldades, identificando-as para que as devidas intervenções pedagógicas possam ser feitas, auxiliando os estudantes
no seu desenvolvimento.
Autoavaliação
Sim Parcialmente Não
LXXIX
REINALDO SERIACOPI
Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Comunicação Social pelo
Instituto Metodista de Ensino Superior.
Editor especializado na área de História.
1a edição
São Paulo • 2022
22-114756 CDD-372.89
Índices para catálogo sistemático:
1. História : Ensino fundamental 372.89
Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380
1
UNIDADE
10
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DE UNIDADE
com cada caso. Tudo para
e igualdade social
aos estudantes o direito à educação. garantir
Quando todos conseguem se
jurídicos (a lei) e oportunida beneficiar dos mesmos direitos
des, dizemos que existe igualdade
Contudo, a igualdade social social.
ainda não é realidade em nosso
continuam sem acesso à escola, país. Muitas crianças, por exemplo,
principalmente as mais pobres.
A população negra também
não tem as mesmas oportunida
des que a população branca.
Em duas páginas
geral, os negros recebem salários Em
mais baixos e não têm as mesmas
educação, por exemplo. perspectivas de emprego e
O artigo 5o da Constituiç
DE EDITORAÇÃO E PUBLICAÇÕES,
TÉCNICAS
duplas, as aberturas
COORDENAÇÃO DE EDIÇÕES
apresentando o conceito
com todas Dessa forma, a igualdade que
as suas diferenças, devem ter hoje encontramos na Constituiçã
os mesmos direi- só pôde ser obtida por meio o brasileira e na de outros países
tos e deveres. Todos têm o de lutas contra os grupos que
direito de receber a igualdade foi conquistada resistiam a ela. Assim como
do Estado e da sociedade pela ação de muitas pessoas a liberdade,
ao longo da História.
trabalhado na unidade.
um tratamento Nesta unidade, vamos estudar
idêntico, independentemente alguns dos processos históricos
de sexo, idade, igualdade como valor fundamen que levaram à conquista da
etnia, crença religiosa ou posição tal da democracia.
social. Capa da Constituição da República
Para entender melhor esse
conceito,
unidades e, em cada
deficiência física ou intelectual e os princípios estabelecidos
nele.
tiver dificuldades para acompa-
nhar o conteúdo escolar? E
se
o mesmo ocorrer às crianças
importantes para a
à mulher negra a lecionar
ACERVO PESSOAL
estudantes de Pedagogia da
nas quais percebemos que
em que vivemos.
Universidade Federal de Mato sociedade. há igualdade em nossa
Grosso (UFMT). Nossa Senhora
do Livramento (MT), 2020. 2. Você já presenciou ou soube
de situações nas quais o
desrespeitado? Em caso afirmativo princípio da igualdade foi
, que situações foram
12 Respostas pessoais. São exemplos
as proibições de alguém frequentaressas?
étnicas, sociais, religiosas etc. um lugar por questões
Consulte comentários adicionais
nas Orientações didáticas.
13
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4
TULO Com máquinas cada vez melhores, as fábricas passaram a produzir
maior quantidade de
CAPÍ
REBELIÕES NA COLÔNIA: mercadorias com custo de produção menor: um trabalhador com uma
quantidade que muitos trabalhadores produziam manualmente. O
máquina produzia a mesma
aumento de produção e a
A CONJURAÇÃO MINEIRA redução de custos proporcionaram um lucro muito grande para os donos
das indústrias.
Os industriais mandavam construir os locais onde eram instaladas as máquinas
E A CONJURAÇÃO BAIANA e contratavam
ABERTURA DE
os empregados para trabalhar na produção. Interessados em ter ainda
mais lucro, foram aumen-
tando o investimento na mecanização do trabalho, incentivando a invenção
de novas máquinas.
Todo esse processo de mecanização da produção começou na segunda
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM metade do século
XVIII, na Inglaterra. Ao longo do século seguinte, a maquinofatura se
espalhou pelo restante da
• Identificar as causas, as consequências e as personagens envolvidas Europa e também para outras regiões do mundo.
na Mas por que a Revolução Industrial começou na Inglaterra? Para responder
Conjuração Mineira e na Conjuração Baiana. a essa pergunta,
vamos conhecer a sociedade inglesa daquele período.
CAPÍTULO
• Reconhecer aspectos do ideal de liberdade no passado e no presente.
40
104
todos nós.
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GLOSSÁRIO
Os termos e conceitos
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM destacados no texto em
Nesse boxe, você ficará sabendo o que será aprendido com o lilás remetem ao glossário
estudo do capítulo. disponível na mesma
página, que apresenta
suas definições.
O panteão dos heróis
BOXE
Muitos anos depois das guerras pela independência, o governo da Venezuela
encomendou
IMAGEM
ao artista Arturo Michelena (1863-1898) um quadro para celebrar a
independência do país.
O artista começou a produzir a obra, mas faleceu antes de finalizá-la.
Mesmo inconclusa, a
obra ajuda a refletir sobre o processo que culminou na formação dos
países latino-americanos.
Analise-a com atenção.
CONDUTORA
IMAGEM CONDUTORA
COMPLEMENTAR
MUSEO ARTURO MICHELENA, CARACAS, VENEZUELA
Informações
deuses. Mas, nesse caso,
complementares que
nacionais.
em detalhes nas páginas título, quem são os heróis a que se refere o artista?
MUSEO ARTURO MICHELENA, CARACAS, VENEZUELA
#FICA A DICA
No quadro, está representada uma grande quantidade
de pessoas. Há um religioso, pessoas em trajes civis, mas a
seguintes e ajudará na
maior parte são homens em trajes militares. Esses homens
representam diversos chefes militares que enfrentaram as
tropas espanholas nas lutas pela independência da América.
Apoiado no pedestal da estátua está José Antonio Páez (1790-
compreensão do capítulo.
1873), que, posteriormente, seria presidente da Venezuela.
128
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assuntos estudados, há
sugestões de diferentes
conteúdos, como
PESQUIS A AÇÃO
livros, revistas, sites,
&
3O passo
4O passo
Apliquem os questionários conforme as orientações
Depois de realizadas as
DE ONDE VÊM MEUS ALIMENTOS? Consulte comentários nas do professor, seguindo o número de participantes
entrevistas, façam uma
documentários e filmes.
Orientações didáticas. pré-estipulado e observando a boa comunicação
Você já pensou de onde vêm as frutas, as verduras com tabulação das respostas,
e os legumes que chegam à sua mesa os interlocutores. Importante: vocês só devem
ir à apresentem aos colegas e
nas refeições? São cultivados em grandes fazendas feira livre acompanhados de um responsável.
ou vêm de pequenos ou médios produtores comparem os resultados obtidos.
rurais? E como esses alimentos são cultivados?
A pessoa que os vende é a mesma que os cultiva?
Conhecer as características do alimento que Consulte comentários nas Orientações didáticas.
consumimos nos ajuda a pensar (e até a repensar)
nossos hábitos alimentares e a fazer melhores Definam o objetivo da pesquisa
escolhas. As perguntas devem estar em sintonia com o
Em grupo, façam uma pesquisa em sua comunidade objetivo da pesquisa. Afinal, as respostas
a respeito dessas questões. Para isso, com do questionário ajudarão a embasar as informações
do trabalho.
o auxílio do professor e dos responsáveis, organizem
uma visita a uma feira livre próxima à escola
ou outra conhecida. Lá, você e os colegas do
grupo vão coletar informações com os feirantes. Identifiquem o público-alvo
É muito importante saber qual é o perfil das
1O passo pessoas que serão entrevistadas. Procurem
fazer as perguntas de maneira direta, utilizando
2O passo
Elaborem um rascunho
Façam um teste
Antes de começar a entrevistar seu público-alvo,
respeito das perguntas elaboradas, procurando
isento de erros e com perguntas coerentes. Se
peçam a opinião de outras pessoas a
descobrir se o questionário está claro,
entrevistas, observação e tomada
de notas, entre outras.
houver necessidade, façam novos ajustes.
Melhor corrigir o questionário nesse momento
do que depois, quando a pesquisa já
estiver sendo aplicada.
Elaborado com base em: CARMO, Vera. O
STOCKSYLE/SHUTTERSTOCK.COM uso de questionários em trabalhos científicos.
de Santa Catarina. Florianópolis, [2013]. Universidade Federal
Disponível em: http://www.inf.ufsc.br/~vera.carmo/Ensino_2013_2
uso_de_questionarios_em_trabalhos_cient%EDfico /O_
252 s.pdf. Acesso em: 29 jun. 2022.
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PA
glorificação do Império Brasileiro. Porém, diferentemente
R
A praça foi expandida, e o desnível
IS
extinto, e há um do
,F
ou substituídas. O pelourinho foi
RA
que era comum em pinturas do gênero, o pintor
redor da praça também foram reformadas 4 Os paraguaios são representados com
NÇ
preferiu
A
a Tiradentes. transferir o papel de herói para o povo, representado 5 No centro da ação, estão soldados e oficiais
uma estátua, em homenagem corpos atarracados e os rostos com traços de
monumento, com pelos patentes mais baixas, como o comandante da
cava-
soldados e oficiais de patentes mais baixas. rústicos, transmitindo, assim, a ideia de
laria, tenente Alves Pereira. Na imagem, ele “rouba”
que eram “bárbaros”. Além disso, estão
114 em atitudes de ferocidade e covardia.
a bandeira paraguaia e é ameaçado por três
inimi-
gos, que o atacam com lança, sabre e pistola.
A batalha do Avaí, Detalhe de Oficial dos
Pedro Américo. Óleo caçadores a cavalo, Théodore 6 Ao fugir, o soldado paraguaio recolhe moedas
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sobre tela, 1872. caídas no chão. Ao mostrá-lo preocupado em
Géricault. Óleo sobre tela, 1812. os despojos de guerra, o pintor procura passar rapinar
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114 a ideia de que os paraguaios são mesquinhos.
RAIO X
dante do I Corpo do Exército Imperial,
como um soldado raso, portando
é um dos poucos comandantes que
uma baioneta retorcida, manchada
7 aparecem no centro das ações. Foi
de sangue. Em seu quepe está o
representado momentos antes de
número 33, sua idade na época em
receber um tiro no maxilar que o tiraria
que executou a obra. Naturalmente,
2 da guerra.
1 ele não participou da batalha.
de documentos históricos.
Elaborado com base em: CARDOSO, Rafael.
A arte brasileira em 25 quadros (1790-1930).
Record, 2008. Rio de Janeiro:
COLI, Jorge. Como estudar a arte brasileira
do século XIX. São Paulo: Senac, 2005.
OLIVEIRA, Vladimir José Machado de. Dos
esboços pictóricos às rotundas dos dioramas:
pinturas das batalhas de Pedro Américo. a fotografia nas
Tese (Doutorado em História) – Departamento
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências de História da
Humanas, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2002.
6 SCHLICHTA, Consuelo A. Duarte. A pintura
histórica e a elaboração de uma certidão
no século XIX. Tese (Doutorado em História) visual para a nação,
– Programa de Pós-Graduação em História,
Federal do Paraná, Curitiba, 2006. Disponível Universidade
em: https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/3948.
Acesso em: 9 ago. 2022.
244
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ENQUANTO ISSO...
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SOCIEDADE
SOCIEDADE
ESQUEMA-RESUMO
PÓS-INDEPENDÊNCIA
PÓS-INDEPENDÊNCIA
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ÍCONES SELOS
Algumas atividades são caracterizadas IMAGENS FORA AS CORES NÃO LINHA DO TEMPO SEM ESCALA. OS
com os seguintes ícones: DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS. SEGMENTOS ENTRE AS DATAS NÃO
CORRESPONDEM AO TEMPO DECORRIDO.
INTERPRETAÇÃO
COMUNIDADE DE DOCUMENTOS Para representar melhor certos conceitos,
algumas ilustrações podem alterar a proporção
MAPA ILUSTRATIVO de tamanho entre os elementos ou empregar
T R A BA L H O SEM ESCALA.
DIVERSIDADE SOCIOEMOCIONAL cores que não são as reais. Quando isso
acontecer, a ilustração apresentará estes selos.
TECNOLOGIA NÃO ESCREVA Este livro é reutilizável. Faça as atividades
NO LIVRO. no caderno ou em folhas avulsas.
DO RIO DE JANEIRO
Consulte respostas esperadas e comentários
Atividades propõe um
c) O imperador foi representado pessoas que a perda de nutrientes do solo e compromete
em sociedade, é importante que existam produtividade. Na região em que a sua
Império. Em muitos espaços da vida Reflita sobre essa você vive, quais são os principais
na moderação de conflitos entre indivíduos e grupos distintos. tais observados? problemas ambien-
atuem para mediar
são as atitudes e habilidades necessárias
questão e discuta com os colegas quais 2. Os órgãos públicos agem para impedir
que esses problemas se perpetuem?
conflitos da melhor maneira possível.
exercício de reflexão e
programa de conscientização da Existe algum
do população local para promover
explique como se deu o processo de interiorização o fim desses problemas?
2. Confira o mapa da página 218 e para orientações 3. E como você avalia sua preocupação
(Consulte a seção Como se faz… em relação ao meio ambiente?
café no Sul e no Sudeste do país. comportamento para impedir a Você adota algum
históricos.) degradação ambiental? Conte para
sobre como fazer a leitura de mapas nas Orientações didáticas. você faz nesse sentido. seus colegas o que
da unidade.
o trabalho com competências socioemocionais da atividade é despertar nos estudantes
1. c) Resposta pessoal. A atividade possibilita é um momento importante para a reflexão dos estudantes percepção para os significados que as
manifestações artísticas podem adquirir. uma
Além disso,
234 resolução de conflitos e ao diálogo.os conflitos que se manifestam no espaço escolar. 237
sobre a importância de resolver
FECHANDO A UNIDADE
FECHANDO A UNIDADE Documento 3: Charge
ALVES
IGUALDADE JURÍDICA
Você estudou, no começo desta unidade, o que
se entende por igualdade jurídica. Confira
agora os quatro documentos a seguir. O primeiro
deles são artigos da Constituição Federal do
SONIA VAZ
Indígena Amarela Branca
i00MjNiLWFhYmYtNjExNmMyNmYxMjRkIiwidCI6I
exercício dos cultos religiosos e garantida, Pardos e mViMDkwN
na forma da lei, a proteção aos locais de Negros
DIwLTQ0NGMtNDNmNy05MWYyLTRiOGRhNmJmZ
ThlMSJ9.
culto e a suas liturgias; […] Acesso em: 24 jul. 2022.
COMO SE FAZ…
COMO SE FAZ... ENTREVISTA
Esta seção contribui para seu
desenvolvimento escolar. Por
Entrevista é uma conversa na qual uma pessoa
(o entrevistador) pede informações e opiniões
DEBATE a outra (o entrevistado) sobre um assunto escolhido
ou sobre a vida do entrevistado.
O debate é uma forma de discussão amigável entre
duas ou mais pessoas que tenham pontos 1O passo Elaboração do plano da entrevista
debatedor.
entrevista
• 2a fase: O mediador retoma a palavra e a repassa
para o primeiro debatedor, pedindo Depois da entrevista, é preciso organizar
a ele que comente a exposição do oponente. Nesse
1
• Gerais (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 9 e UNIDADE
10: trabalhadas com os estudantes à
medida que valorizam a construção e
a utilização do conhecimento históri-
co acerca das Revoluções Inglesas, do
Iluminismo e da Revolução Industrial;
e exercitam a criação de argumentos IGUALDADE
críticos sobre suas particularidades,
como no caso das Revoluções Inglesas
e do Iluminismo, ao abordar assuntos
como os direitos dos seres humanos e
as liberdades individuais dos sujeitos
históricos, e da Revolução Industrial,
ao trabalhar com os grupos operários
e as transformações ocasionadas na Hoje, a noção de que somos todos
sociedade europeia com a implemen- juridicamente iguais é reconhecida na
tação das máquinas.
Constituição Federal do Brasil e nas de
• Específicas de Ciências Huma- outros países. No passado, porém, houve
nas (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. muita resistência a essa ideia, particular-
• Específicas de História (CEH): mente de grupos sociais privilegiados.
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. A igualdade foi conquistada pela ação
Habilidades de muitas pessoas que, ao longo da história,
• EF08HI01 • EF08HI02 • EF08HI03 lutaram contra formas de governo e siste-
mas de poder pautados na discriminação e
na desvalorização das diferenças.
Temas Contemporâneos Nesta unidade, vamos estudar alguns
Transversais na unidade dos processos históricos que fizeram da igual-
• Cidadania e Civismo: es- dade um valor fundamental da democracia.
sa temática é trabalhada na
abordagem sobre espaços de
circulação de pessoas e ideias Visões de resistências, sonhos
no mundo atual na página 34; de liberdade, mural do artista
regras de funcionamento da Acme que representa líderes da
luta por igualdade racial, com
escola e da sociedade na pá- destaque para Martin Luther
gina 36; e relações sociais na King Jr. (1929-1968). Rio de
luta por melhorias na página Janeiro (RJ), 2022.
60. A unidade é ainda per-
meada por reflexões sobre Martin Luther King Jr. se tornou
um dos principais nomes do movi-
igualdade, mas analisar, espe-
mento por direitos civis nos Estados
cificamente, as páginas 12, 13, Unidos na década de 1960, quando
64 e 65. Além disso, obser- as leis de segregação racial ainda
var os limites da liberdade de separavam negros e brancos em
expressão na página 24; a de- estados do sul do país.
fesa do Estado laico na página
34; a discussão sobre direitos 10
humanos na página 35 e os di-
reitos das pessoas LGBTQIA+
nas páginas 36 e 37. O tema científico na página 19; as reflexões sobre o • Economia: o tema é trabalhado pela abor-
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ainda pode ser identificado dagem de doenças ocupacionais na página
uso de animais em experimentos na página
na página 12, ao abordar os 50; os efeitos da Quarta Revolução Indus-
21; o desenvolvimento de textos enciclopé-
direitos das crianças e ado- trial no mundo do trabalho na página 61; o
lescentes, e na página 49, ao dicos no contexto iluminista na página 27 e
trabalho para pessoas PcD nas páginas 61 e
tratar da exploração do tra- 34; a presença feminina na ciência na página
62; e os direitos trabalhistas na página 63.
balho infantil na atualidade. 30; as reflexões sobre a prática científica na
página 35; a Quarta Revolução Industrial na • Saúde: tema abordado ao tratar de doen-
• Ciência e Tecnologia: o tema ças ocupacionais na página 50.
é identificado na página 14, página 38; o pensamento computacional nas
ao abordar o desenvolvimen- páginas 44 e 45; e a reflexão sobre a capa-
to da ciência; o pensamento cidade inventiva do estudante na página 46.
10
11
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 11 05/08/22 16:10
• ADICHIE, Chimamanda. Sejamos todos feministas. São Paulo: Companhia das Letras, 2014.
Nesse livro, a escritora nigeriana reflete sobre o que significa ser feminista no século XXI.
• PENHA, Maria da. Sobrevivi: posso contar. Fortaleza: Armazém da Cultura, 2016.
A obra retrata a vida da autora, que sofreu diversas violências do marido. Sua luta ficou eternizada na lei
no 11.340/2006, nomeada como Lei Maria da Penha em sua homenagem.
• PINTO, Celia Regina. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2003.
A obra resgata as principais personagens e organizações que construíram a história do feminismo no Brasil a
partir do século XIX.
11
AMPLIAR HORIZONTES
Sonia Guimarães é
cientista e doutora em • SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem
Física. Foi a primeira preto nem branco, muito pe-
mulher negra a lecionar
lo contrário. In: SCHWARCZ,
no Instituto Tecnológico
ACERVO PESSOAL
13
Competências
TULO
1
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4 e 6. ILUMINISMO E MONARQUIA
Habilidades CONSTITUCIONAL NA EUROPA
• EF08HI01 • EF08HI02
15
16
o Estado e os cidadãos.
Detalhe de Partida de Guilherme de Orange dos Países Baixos e chegada a Torbay, Romeyn
de Hooghe. Gravura, 1695. Guilherme de Orange lidera a deposição de Jaime II, evento sucedido
pela assinatura da Declaração de Direitos.
17
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 17 5. Que constitui um direito dos súdi-
05/08/22 16:10 não devem ser impedidos ou
tos apresentarem petições ao Rei, sendo questionados por qualquer
Declaração de Direitos (1689) ilegais todas as prisões ou acusações por tribunal ou local fora do Par-
motivo de tais petições. lamento. [...]
1. Que é ilegal o pretendido poder de 6. Que levantar e manter um exército
suspender leis, ou a execução de leis, pe- ISHAY, Micheline R. (org.).
permanente dentro do reino em tempo de
la autoridade real, sem o consentimento Direitos Humanos: uma
paz é contra a lei, salvo com permissão do antologia. São Paulo: Edusp,
do Parlamento. Parlamento. [...] 2006. p. 171-173.
2. Que é ilegal o pretendido poder de 8. Que devem ser livres as eleições dos
revogar leis, ou a execução de leis, por membros do Parlamento.
autoridade real, como foi assumido e pra- 9. Que a liberdade de expressão, e de-
ticado em tempos passados. [...] bates ou procedimentos no Parlamento,
17
do conhecimento racional. de que todos são livres, iguais e independen- tas no século XVII.
Em seguida, apresente um tes mas também sustentar que havia limites Para apresentar as principais ideias de
resumo das ideias defendidas que os governantes não deveriam ultrapassar. Descartes e mostrar sua influência na formação
por John Locke, informando Chame a atenção para a resistência contra o do movimento iluminista, elabore um resumo
aos estudantes que o filósofo foi pensamento iluminista fora da Inglaterra, rela- na lousa.
influenciado pelas transforma- cionando-a ao fato de que em muitos lugares
ções provocadas pela Revolução ainda prevalecia o Absolutismo. Destaque,
Gloriosa. Utilize o resumo para entretanto, a importância da liberdade de pen-
explicar à turma que combater samento vigente nos Países Baixos, que permitiu
18
GRANGER/FOTOARENA
autonomia, a curiosidade, o
autoconhecimento e a criativi-
dade. O Texto complementar
a seguir apresenta orientações
sobre como planejar práticas
pedagógicas para o desenvol-
vimento dessas competências
e como acompanhá-las.
AMPLIAR HORIZONTES
• LOCKE, John. Carta sobre a
tolerância. São Paulo: He-
dra, 2007.
Nessa obra, Locke afirma que to-
dos os homens pertencem a duas
sociedades, a civil e a religiosa
Mirabeau chega aos Campos Elísios, Jean Michel Moreau e Louis-Joseph Masquelier. Gravura
colorida, de 1792. Vários outros pensadores e cientistas, de diferentes épocas e lugares, estão (Estado e Igreja), e defende que
presentes na gravura: Benjamin Franklin, Montesquieu, Voltaire, Demóstenes e Cícero. devem se manter separadas.
AL
AM
Y/
FO
que selecionem informações que
TO
AR
EN A
comprovem ou refutem a dis-
cussão feita em sala de aula. O Café Procope, em Paris, França.
Fotografia de 2020.
texto informa que os iluminis-
tas eram “jovens da nobreza e
da burguesia” e “também pro- Placa em francês que informa aos
fissionais liberais [...], artistas, visitantes um pouco da história do
Café Procope e sua importância durante
nobres, comerciantes, funcio-
o período da Revolução Francesa.
nários do Estado, clérigos etc.”.
Relembre que a sociedade do 20
Antigo Regime era hierarquizada
e pontue que a maioria da popu-
lação, composta de camponeses, Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 20 05/08/22 16:10
20
a estabilidade emocional
AR
EN A
1. Após analisar a pintura com atenção, responda ao que se pede. e a tomada de decisões
a) As pessoas representadas na obra demonstram, por meio de gestos e expressões, diferentes responsáveis.
reações em relação ao experimento. Como você interpreta as reações desses espectadores?
b) Identifique elementos da obra que permitem afirmar que ela representa os princípios do
pensamento iluminista do século XVIII. Atividade complementar
c) Imagine se você participasse dessa reunião e tivesse de responder ao cientista o que ele
deveria fazer: liberar ou manter fechada a entrada de ar para comprovar a importância do
Pesquisar o uso
oxigênio para a respiração. Qual seria a sua resposta? Por quê? de animais em
Consulte respostas e comentários nas Orientações didáticas. experimentos
21 A pintura pode servir para um
debate sobre as questões éticas
que envolvem o uso de animais
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 21 da luz, símbolo maior do Iluminismo, 05/08/22
repre-16:10 em pesquisas hoje. Organize a
Ao abordar o item que tem como tema As sentado pelo pintor. Essas considerações turma em grupos e peça aos
reuniões científicas, algumas questões podem desenvolvem olhares interdisciplinares e estudantes que pesquisem argu-
ser discutidas previamente com o auxílio dos exploram as informações contidas na imagem. mentos contrários e favoráveis ao
professores de Ciências e Arte. Prossiga solicitando aos estudantes que uso de animais em experiências.
Uma delas é o conteúdo científico da obra, observem e descrevam os elementos e as per- Os argumentos podem ser resu-
que tem como tema a demonstração de experi- sonagens que compõem a cena. Incentive-os midos em um painel. Destaque
mentos da pressão do ar. Destaque a importância a apontar hipóteses sobre o que foi repre- questões éticas, que demandam
da bomba de vácuo e da pesquisa sobre o ar sentado e anote-as na lousa. Com base nas reflexão e que nem sempre resul-
nos estudos da época. Em Arte, explore o uso discussões, explore os aspectos do experimento tam em consenso.
21
ACADEMIE DES SCIENCES ET BELLES LETTRES, ROUEN, FRANÇA. FOTO: ANICET-CHARLES LEMONNIER/ART IMAGES/GETTY IMAGES
mento iluminista e problematizar suas
principais características.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Antes da leitura do texto, peça
aos estudantes que observem a
imagem e busquem interpretar
seus sentidos e significados . É uma
pintura com muitos detalhes e é
importante que exercitem o olhar.
Posteriormente, peça que
alguém se voluntarie para a
leitura em voz alta.
Reforce com os estudantes
a opção do autor em reunir, na
mesma cena, pessoas que nunca
Leitura da tragédia “O órfão da China” no salão de madame Geoffrin ou Uma noite no salão de
se encontraram. Questione sobre madame Geoffrin, Anicet Charles Gabriel Lemonnier. Óleo sobre tela, 1822.
as possíveis razões que levaram
a essa escolha e se ela invalida a Pintado em 1822 pelo artista francês Anicet Charles Gabriel Lemonnier (1743-1824), o quadro
obra. Com base nas respostas, representa um encontro que teria ocorrido em 1755, na casa de madame Marie-Thérèse Geoffrin
explique que a liberdade do (1699-1777). Na realidade, a obra nasceu de uma grande fantasia do pintor, pois ele agrupou em
artista para atingir os objetivos uma mesma cena personagens que jamais se encontraram, ou que nunca estiveram ao mesmo
da obra permite licenças como tempo nos salões de madame Geoffrin.
Do ponto de vista da expressão artística, isso é o que chamamos de “licença poética”, recurso
essa, reforçando que a arte é,
pelo qual um artista modifica a realidade para dar realce a aspectos que considera importantes.
antes de tudo, representação. A intenção de Lemonnier ao pintar essa tela era pôr em evidência algumas das personagens mais
Solicite a eles que citem outros importantes do Iluminismo francês. O fato de várias delas nunca terem se encontrado nos salões
exemplos de licença poética que de madame Geoffrin não tinha importância nesse contexto.
já tenham observado em obras Do ponto de vista da história, a obra reforça a noção de que as imagens são representações
visuais ou literárias. As contribui- de um interesse, aspectos de uma realidade, e não uma reprodução exata do que aconteceu.
ções podem ser aproveitadas para
22
ampliar essa reflexão.
Comente ou pergunte sobre
situações de fotos publicitárias de
alimentos em que são utlizados D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 22 05/08/22 16:10
22
ACADEMIE DES SCIENCES ET BELLES LETTRES, ROUEN, FRANÇA. FOTO: ANICET-CHARLES LEMONNIER/ART IMAGES/GETTY IMAGES
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D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 23
AMPLIAR HORIZONTES 05/08/22 16:10
• GORRI, Ana Paula; SANTIM FILHO, Ourides. Representação de temas científicos em pintura do século
XVIII: um estudo interdisciplinar entre Química, História e Arte. Química Nova Escola, São Paulo, v. 31,
n. 3, p. 184-189, ago. 2009. Disponível em: http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/quimica/sbq/
QNEsc31_3/06-HQ-0808.pdf. Acesso em: 18 jul. 2022.
O artigo analisa, de maneira interdisciplinar, temas científicos na pintura Experimento com um pássa-
ro em uma bomba de ar (1768), de Joseph Wright.
23
Em seguida, apresente um
resumo das ideias de Voltaire, 1. A liberdade de expressão é um dos pilares da democracia. Porém, o direito à livre
destacando a defesa do livre manifestação de opiniões e ideias não é irrestrito, mas considera os limites necessários
pensamento, a crítica à crença ao convívio harmônico em sociedade. Pessoas que propagam o racismo e a discrimina-
ção e incitam crimes, por exemplo, extrapolam o direito de liberdade de expressão e
em milagres e a defesa da exis- podem ser punidas pelas autoridades. Discuta com seus colegas a importância desse
tência de Deus como princípio princípio para assegurar o fortalecimento dos mecanismos democráticos no presente.
explicativo do universo. Diga Resposta pessoal. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
aos estudantes que esse aspecto 24
religioso do pensamento dele,
contudo, não foi suficiente para
poupá-lo da repressão que sofreu Atividade
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 24 a liberdade de expressão, exceto para os 05/08/22 16:10
da Igreja Católica. Pontue que, 1. A Constituição brasileira consagrou a liber- discursos de ódio. Ou seja, há liberdade de
apesar de criticar a monarquia dade de expressão. No entanto, diversos expressão desde que ela preserve a tolerância
francesa, Voltaire não defendia discursos de intolerância, preconceitos, e as liberdades públicas. Segundo o filósofo
a extinção da monarquia abso- racismos, incentivo à violência (inclusive Karl Popper, é preciso “exigir, em nome da
lutista – para ele, os monarcas em direção aos poderes constituídos) levou tolerância, o direito de não tolerar os into-
deveriam agir conforme a razão o Supremo Tribunal Federal do país a arbi- lerantes”, do contrário “os tolerantes serão
e adotar preceitos iluministas. trar sobre a questão. Em suma, garantiu-se destruídos e a própria tolerância com eles”.
24
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 25 05/08/22 16:10
organização da Enciclopédia,
associada à leitura do texto do
item A Enciclopédia. Durante
a abordagem, auxilie a turma a
perceber que a publicação da
Enciclopédia foi a materialização
de diversos princípios iluminis-
tas. A valorização da ciência e da
razão está na proposta de regis-
trar, compilar e organizar todo o
FOTO: ANICET-CHARLES LEMONNIER/ART IMAGES/GETTY IMAGES
sem qualquer qualificação, fake de vista dos autores tendem a estar subordi-
nados a uma apresentação de dados e fatos. • BURKE, Peter. Uma história social do co-
news etc. Por isso, vale apontar
Mas a Enciclopédia iluminista é muito mais nhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de
os cuidados que eles devem ter ao
que isso – pretendia fornecer subsídios para Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
usar materiais da internet. um novo modo de pensar, organizar todas O livro aborda a história do conhecimento, sua evo-
Texto complementar as áreas de conhecimento e ao mesmo tem- lução nas maneiras de distribuição e disseminação, o
po transformá-las em profundidade. controle pela Igreja e pelo Estado, entre outros tópicos.
Subsídios para o pensar
GUIMARÃES, Bruno; ARAÚJO, Guaracy; PIMENTA,
Em nossa época, enciclopé- Olímpio. Filosofia como esclarecimento. São Paulo:
dias são obras de referência Autêntica, 2014. (Coleção Práticas Docentes).
26
BRIDGEMAN/FOTOARENA
A partir daí, muitas outras enciclopé- cognitiva e humana deve ser
dias foram publicadas no mundo, todas oferecida a todos e contribui
inspiradas na de Diderot e D’Alembert. Um para a igualdade de condições.
exemplo contemporâneo é a Wikipédia, na
qual podem ser encontradas informações Atividade
sobre uma grande variedade de assuntos.
1. Os estudantes podem produzir
REPRODUÇÃO/WIKIPÉDIA
Gravura da Enciclopédia, feita por o verbete que acharem mais
Benoit-Louis Prevost, que representa um adequado, mas é possível
estudo anatômico de esqueleto, c. 1770.
sugerir a eles que façam um
A versão francesa da Enciclopédia seguia a verbete aprofundando um
ordem alfabética e trazia textos que desenvolviam Barra de ferramentas
da enciclopédia virtual dos temas estudados até o
temas relacionados às ciências e aos conheci-
mentos humanos, dando especial importância Wikipédia, em língua momento e que tenha lhes
portuguesa. Junho
para a explicação de termos técnicos e científicos.
de 2022.
despertado mais interesse. Ao
final, esse material pode virar
um verbete eletrônico a ser
1. A escrita de um verbete da Wikipédia segue algumas normas e padrões. Em grupo,
selecionem três verbetes da Wikipédia (por exemplo, os verbetes com as biografias
enviado para a comunidade
de Montesquieu, Rousseau e Voltaire) e procurem identificar aspectos em comum escolar e os familiares.
desses textos. Analisem principalmente o formato, a linguagem utilizada e o uso
de recursos não textuais. Em seguida, elaborem um verbete novo, com tema à sua
escolha, tomando como parâmetro as características observadas.
Produção pessoal. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
FICA A DICA
• BBC Ciência. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/topics/cr50y580rjxt. Acesso
em: 19 jun. 2022.
A seção do portal do jornal britânico BBC contém artigos de divulgação científica em linguagem
acessível, contribuindo para levar conhecimentos em diversas áreas para um público amplo.
27
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24-AV3.indd 27 16/08/22 10:11
• PASSOS, Úrsula. A Enciclopédia e o mundo esclarecido em verbetes. Folha de S.Paulo, São Paulo, 16 ago. 2015. Disponível em: https://www1.
folha.uol.com.br/ilustrissima/2015/08/1668699-a-enciclopedia-e-o-mundo-esclarecido-em-verbetes.shtml. Acesso em: 18 jul. 2022.
Ao apresentar uma edição brasileira da Enciclopédia iluminista, de Diderot e D’Alembert, o artigo descreve as principais características da principal em-
preitada iluminista.
• HIR, Pierre Le. A bisavó da Wikipédia. Folha de S.Paulo, São Paulo, 28 fev. 2010. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/
fs2802201014.htm. Acesso em: 29 jun. 2022.
Na entrevista dada originalmente ao jornal Le Monde, o historiador da cultura Roger Chartier fala sobre o caráter subversivo da Enciclopédia iluminista.
27
ACADEMIE DES SCIENCES ET BELLES LETTRES, ROUEN, FRANÇA. FOTO: ANICET-CHARLES LEMONNIER/ART IMAGES/GETTY IMAGES
PROCEDIMENTOS quência, as próprias obras de literatura, teatro
DIDÁTICOS ou poesia. É esse o caso das duas intelectuais
que você pode notar no detalhe em destaque
A leitura do texto do item A nesta página.
presença feminina pode ser Do lado esquerdo do quadro, de vestido
usada para estimular o debate azul, está representada Jeanne Julie Eléonore
sobre como a ciência era basi- de Lespinasse (1732-1776). Além de escritora,
camente restrita aos homens e ela organizava salões em que recebia vários
ainda permaneceu assim durante enciclopedistas. Mais ao fundo, encontra-se
o Iluminismo. Na sequência, soli- Anne-Marie Fiquet du Boccage (1710-1802),
cite aos estudantes que observem escritora, poeta e dramaturga francesa que,
as demais mulheres retrata- desde 1733, tinha o próprio salão.
das na obra de Anicet Charles
Lemonnier e apresentem hipó-
teses para explicar a presença
delas no salão. Anote na lousa as As escritoras Jeanne Julie Eléonore de
hipóteses apresentadas e, se neces- Lespinasse (de vestido azul) e Anne-Marie
Fiquet du Boccage (na esquerda do destaque).
sário, aprofunde a abordagem
Detalhe da pintura de Lemonnier.
sobre a importância das mulhe-
res na organização dos salões,
no apoio aos iluministas e na 1. De acordo com uma pesquisa feita em 2020 pela Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), cerca de 60% dos cientistas que trabalham
produção científica do período.
no Brasil são homens. Em algumas áreas, como as das Ciências Exatas, há uma ampla
Peça-lhes que localizem as maioria de homens em relação às mulheres. Sobre isso, responda:
informações sobre as mulheres a) Em sua opinião, a sociedade brasileira sustenta a ideia de que existem profissões para
em destaque na obra e anotem homens e profissões para mulheres? Como você reage quando se depara com esse tipo
os dados no caderno. Chame a de argumento?
atenção deles para a presença de b) O que poderia ser feito para assegurar maior presença feminina nas Ciências? Converse
uma maioria masculina na obra com os colegas.
e indague-os sobre os possíveis Respostas pessoais. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
motivos para isso. Aproveite para 30
comentar acerca da concepção
de ciência como uma atividade
com predominância masculina educação voltada para a superação de precon-
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 30 podem ser citadas ações cotidianas, como a 05/08/22 16:11
durante todo o século XVIII, refor- ceitos e que valorize o potencial das mulheres, conscientização sobre o machismo e os pre-
çando as discussões anteriores. bem como suas habilidades e competências, conceitos que dele nascem. O texto sugerido a
contribui para romper com a falsa ideia de que seguir pode ajudá-lo a promover essa discussão
Atividade
existem profissões para homens e profissões e relacioná-la com o empoderamento feminino
1. a) e b) Respostas pessoais. Um
para mulheres. Sugerimos apontar exemplos no mundo contemporâneo: ABE, Stephanie
dos grandes desafios da socie-
de medidas bem-sucedidas para promover a Kim. Mulheres nas ciências. Cenpec. [S. l.],
dade brasileira contemporânea é
igualdade de gênero, como as leis que protegem 10 mar. 2021. Disponível em: https://www.
a superação das desigualdades
as mulheres ou garantem o acesso a cargos cenpec.org.br/tematicas/mulheres-nas-ciencias.
de gênero. Espera-se que os
políticos, acadêmicos e empresariais. Também Acesso em: 18 jul. 2022.
estudantes sugiram que uma
30
ENQUAN TO ISSO...
sobre os fatos históricos que fizeram
parte do período estudado e analisem,
de maneira crítica, seus efeitos na so-
ciedade da época. EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS AO BRASIL
• CEH 1 e 6: trabalhadas com a turma
O interesse em conhecer a natu-
32
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 32 05/08/22 16:11
• MENINAS na ciência. Porto Alegre: Instituto de Física O livro situa alguns casos de cientistas pioneiros em
da UFRGS, [2022]. Site. Disponível em: https://www. suas áreas de conhecimento.
ufrgs.br/meninasnaciencia/. Acesso em: 29 jun. 2022. • AS MINA na história. [S. l.], [2022].
Site. Disponí-
O programa tem como objetivo atrair meninas para vel em: https://asminanahistoria.wordpress.com.
as ciências e a tecnologia, e incentivar o desenvolvi- Acesso em: 30 jun 2022.
mento científico e tecnológico do Brasil. A página resgata a história e o protagonismo de mu-
• ROSSI, Paolo. O nascimento da ciência moder- lheres que transformaram o mundo.
na na Europa. Bauru: Edusc, 2001.
32
intervenção do Estado na eco- c) um movimento social fundado na ideologia cristã, base das correntes humanistas do Ocidente.
nomia, assumindo o controle d) uma reação contrária à sistematização do saber e à soberania popular.
das atividades econômicas. e) um movimento artístico com ênfase na expressão livre da vontade criadora dos artistas.
Alternativa B.
3. a) Em um Estado laico, nenhu- 34 4. b) Resposta pessoal. Os estudantes podem citar as redes sociais, associações de bairro, comunidades
ma religião tem prioridade e universidades, entre outros exemplos.
sobre as outras, e todas têm
o direito de se expressar 4. a) Até o século XVII, a circulação do co- 5. a) É um exemplo de permanência porque
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livremente. nhecimento estava concentrada quase recupera o projeto dos enciclopedistas de
3. b) Espera-se que os estudan- exclusivamente nas universidades. Entre elaborar um quadro geral do conhecimento
tes percebam que, apesar os séculos XVII e XVIII, outros espaços humano.
da laicidade do Brasil, as se consolidaram, como cafés, clubes de b) Ao contrário da Enciclopédia, que sele-
religiões influenciam muitas leitura e até mesmo residências. Esses locais cionava especialistas para produzir seus
decisões políticas, princi- recebiam um público variado, incluindo verbetes, o conteúdo da Wikipédia pode
palmente as relacionadas mulheres, algo que não acontecia nas ser elaborado por qualquer pessoa.
à intimidade das pessoas universidades e nas academias científicas c) Resposta pessoal. O objetivo é que os
e às liberdades individuais. da época. estudantes reflitam que, por haver um
34
35
Sampaio, autor de Indisci- “É nossa função dizer à turma tudo o que supõe a possibilidade de rever posições,
plina: Um Signo Geracional. cabe a ela para facilitar o ensino”, diz. “Em se necessário. Assim, todos vão incorpo-
[...] Como escreve Julio contrapartida, devemos mostrar empenho rar e cumprir as normas de conduta. E a
Aquino, não se trata de de- em fazer todos aprenderem. Só assim os indisciplina, que antes incomodava, se
finir o que não é permitido jovens encontram sentido nos conteúdos transforma numa grande aliada. [...]
fazer na sala de aula e na es- e participam mais.” GENTILE, Paola. A indisciplina como aliada.
cola, mas de abrir um diálogo Com responsabilidade, todos devem di- Nova Escola, São Paulo, 1 jan. 2002. Disponível
entre professor e alunos para zer o que querem e o que não querem que em: https://novaescola.org.br/conteudo/1697/
estabelecer o que é bom pa- aconteça neste ano letivo que se inicia. Vale a-indisciplina-como-aliada. Acesso em:
18 jul. 2022.
ra todos e, aqui, o exemplo a pena redigir essa carta de intenções. [...]
36
LAERTE
sereno e coletivo: as persona-
gens aparecem sorrindo, a cor
de fundo muda, destacando
a importância da luta.
6. Resposta pessoal. Sugerimos
apontar exemplos de medidas
bem-sucedidas para promo-
COUTINHO, Laerte. [Luta é diferente]. Laerte. São Paulo, 26 jun. 2022. Disponível em: ver a igualdade de gênero,
https://laerte.art.br/wp-content/uploads/2022/05/Tiras-Junho-22_0-28.jpeg. Acesso em: 31 jul. 2022. como as leis que protegem
As pessoas transgênero enfrentam muitas dificuldades no Brasil, decorrentes principalmente as mulheres ou garantem
do preconceito e da falta de informação. A reportagem a seguir apresenta algumas informações o acesso a cargos políticos,
sobre esse tema. Leia-a e, depois, faça o que se pede. acadêmicos e empresariais.
De acordo com o levantamento, que ouviu 1 788 pessoas trans e travestis [em
Texto complementar
2020], a maioria da população trans é composta por mulheres jovens, pretas e pardas, Refletindo sobre as
e 59% exerciam uma função remunerada durante o período das entrevistas – grande próprias práticas
parte no mercado de trabalho informal. pedagógicas
Jornalista e estudante de Letras na Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lia Soares, mulher trans,
Pensar na superação de um
Trabalho informal: tipo
não tem emprego com carteira assinada há dois anos. “A de trabalho sem garantias ambiente escolar discrimina-
transfobia, assim como o racismo, é um problema estru- trabalhistas, como o direito tório e violento, no que diz
tural sobre o qual precisamos falar […]. A minha torcida
a férias, final de semana respeito à sexualidade e ao
remunerado e 13o salário. gênero, requer, antes de tudo,
é que as empresas ofereçam vagas destinadas às pessoas Transfobia: discriminação
trans até que eles consigam colocar, no mínimo, 25% do contra pessoas transgênero. a compreensão do quão arrai-
quadro de funcionários com corpos trans e pretos”, diz. gados estes conceitos estão
em nosso cotidiano e nosso
AGUIAR, Estela. Emprego para pessoas trans: o lento avanço no mercado de trabalho. CNN Brasil,
São Paulo, 29 jan. 2021. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/business/emprego-para- discurso. [...]. A homofobia, a
pessoas-trans-o-lento-avanco-no-mercado-de-trabalho/. Acesso em: 17 jun. 2022. misoginia, a heteronormativi-
dade são fenômenos sociais, e
1. Como você interpreta a tirinha de Laerte?
Consulte resposta esperada nas Orientações didáticas. não há como enfrentá-los sem
2. A tirinha evidencia que brigar e lutar são duas ações distintas. Explique essa diferença encararmos os dispositivos
e o motivo de Muriel preferir a luta à briga. Consulte resposta e comentários sociais – materiais e simbó-
nas Orientações didáticas.
3. De que maneira as imagens representam essa diferença entre briga e luta? licos – que os const roem e
Consulte resposta e comentários nas Orientações didáticas. alimentam.
4. De acordo com a reportagem, quais são as dificuldades enfrentada pelas pessoas trans- [...] Quais são as SUAS
gêneros em relação ao mercado de trabalho? práticas pedagógicas, co-
5. Que relação pode ser estabelecida entre os dois documentos desta seção e o pensa- mo educador ou educadora,
mento iluminista? A defesa dos direitos e da liberdade de pensamento e de expressão eram princípios em que você pode perceber
defendidos pelos iluministas. Eles estão presentes tanto na reportagem como na tirinha de Laerte. que – mesmo que não cons-
6. Em grupo, discutam a seguinte questão: que ações podem ser tomadas para assegurar a cientemente – você reproduz
igualdade de direitos às pessoas transgênero e demais membros da comunidade LGBTQIA+?
modelos normativos de gê-
Elaborem uma história em quadrinhos para apresentar as ideias do grupo. Na seção Como
se faz…, consulte orientações sobre como elaborar uma história em quadrinhos. nero e sexualidade? Em que
Produção pessoal. Consulte comentários nas Orientações didáticas. momentos no seu cotidia-
4. A entrevistada Lia Soares aponta que a transfobia impede que pessoas trans possam competir de 37 no você acaba reforçando
maneira igual com outros trabalhadores, uma vez que restringe seu acesso ao mercado de trabalho. determinados modelos de
masculinidade, feminilida-
de e de sexualidade?
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-010-037-U1-CAP1-LA-G24.indd 37 2. A diferença entre briga e luta consiste no
05/08/22 16:11
BORTOLINI, Alexandre et
caráter coletivo da luta. A proposta de
Atividades al. Trabalhando diversidade
Laerte é mostrar que, diante do preconceito sexual e de gênero na escola:
1. Após ler uma reportagem a respeito da
da sociedade em relação à comunidade currículo e prática pedagógica.
Parada Gay, Muriel se irrita, dando a enten- Rio de Janeiro: UFRJ, 2014.
LGBTQI+, a melhor solução é a organização
der que a reportagem trazia uma abordagem p. 35. Disponível em: http://
provocativa a respeito do assunto. Apesar da coletiva de grupos minoritários para promo- diversidade.pr5.ufrj.br/images/
vontade de brigar individualmente contra a ver mudanças mais amplas na sociedade. GDE_livro_1.pdf. Acesso em:
18 jul. 2022.
revista, Muriel conclui que o mais importante 3. A briga é representada por um momento
é lutar (coletivamente), por isso aparece com de raiva de Muriel. A raiva pode ser veri-
companheiros de luta no último quadro. ficada em suas feições e em seu desejo
37
Competências
TULO
2
• CECH: 1, 2, 3, 5 e 6. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. A REVOLUÇÃO
Habilidade
• EF08HI03
INDUSTRIAL
A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3 e 5: trabalhadas com os es- OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
tudantes ao estabelecer uma análise
sobre a Revolução Industrial, no tem- • Analisar aspectos da Revolução Industrial e seus impactos.
po e no espaço, compreendendo as • Comparar as relações trabalhistas no passado e no presente.
intervenções de grupos e indivíduos • Identificar os diferentes grupos sociais decorrentes da Revolução Industrial.
no processo de implementação das
máquinas nas produções.
O mundo está passando por uma revolução tecnológica sem precedentes, tanto em termos
• CEH 1, 2 e 5: abordadas com a turma
de velocidade como de amplitude das mudanças. Esse fenômeno é chamado de Quarta Revolução
na identificação das transformações
Industrial (ou Indústria 4.0), na qual diversas tecnologias – como realidade aumentada, realidade
provocadas pelo processo de indus-
virtual, inteligência artificial e robótica – se integram. Isso permite tanto o desenvolvimento de carros
trialização.
autônomos, ou seja, veículos que trafegam pelas ruas sem motoristas, como a conexão de celulares,
• Habilidade EF08HI03: enfocada com
eletrodomésticos, câmeras e outros objetos à internet.
os estudantes ao descrever o adven-
No entanto, essa revolução pode trazer também novos problemas sociais e ambientais. Um
to da industrialização e analisar suas
exemplo é a substituição da mão de obra por processos automatizados de produção ou por robôs,
causas e consequências nas socieda-
que já é uma realidade e acelera o aumento do desemprego e até mesmo a extinção de muitas
des europeia e global.
profissões. Ao mesmo tempo, a constante demanda por recursos naturais para atender às neces-
sidades das indústrias provoca sérios
ELENABSL/SHUTTERSTOCK.COM
PROCEDIMENTOS danos ambientais.
DIDÁTICOS A extração de lítio, por exemplo,
usado para a fabricação de bate-
Peça aos estudantes que rias – tanto de celulares como de
comentem sobre os aparelhos carros elétricos –, tem provocado a
domésticos existentes hoje nas destruição de ecossistemas e polui-
residências e como esses apa- ção ambiental. Na verdade, vivemos
relhos serão no futuro. Estarão hoje uma forma de interação com a
tecnologia jamais experimentada em
conectados à internet? Que
toda a história da humanidade. Essa
melhorias podem surgir ou quais
realidade é muito diferente da que
poderiam ser inventados? Depois, existia há pouco mais de 200 anos,
solicite que pensem como seria a quando surgiram as primeiras indús-
vida sem esses aparelhos. Conclua trias. Neste capítulo, estudaremos os
informando que essa era a vida primeiros tempos da industrialização.
das pessoas antes da Revolução
Representação de estágios da
Industrial e que as máquinas Revolução Industrial, desde a
trouxeram um novo ritmo, tanto utilização de máquinas a vapor
até os sistemas cibernéticos de
na vida cotidiana das pessoas produção comandados remotamente.
como nas relações de trabalho
e poder. Essas transformações 38
foram muito profundas para toda
a humanidade e ficaram conhe-
cidas como Revolução Industrial. A cada três trabalhadores desempregados,
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 38 dois Veja neste Manual, nas Orientações gerais 09/08/22 15:54
Comente que um dos aspectos são mulheres. Metade das pessoas que estão para a coleção, dicas de metodologias ativas
perversos das mudanças tecno- desempregadas por muito tempo tem entre 17 que podem contribuir com esse processo.
lógicas aceleradas que estamos e 29 anos.
vivendo atualmente é o desem- Mesmo que estejam em uma faixa etária ainda
prego, principalmente entre os fora do mercado de trabalho, é muito impor-
mais jovens. O principal perfil de tante que os estudantes consigam entender que
quem procura emprego há mais a escolaridade é um dos pontos centrais para
de dois anos no Brasil é mulher, o projeto de vida. Nesse sentido, o papel do
jovem e com baixa escolaridade. professor como motivador é muito importante.
38
AKG-IMAGES/ALBUM//ALBUM/FOTOARENA
das várias etapas na manufatura mistura, cozimento, decoração,
possibilitava a produção de
empacotamento. Na manufa-
maior quantidade de mercado-
rias, de modo mais acelerado.
tura, enquanto a primeira fila
de estudantes misturaria e cozi-
Manufatura: modo de produção nharia os ingredientes, a última
manual com divisão de tarefas ou prepararia as caixas de empaco-
unidade de produção que usa esse
método, isto é, o local onde se tamento, e as demais cuidariam
trabalha assim. da limpeza, de enrolar os doci-
Matéria-prima: material utilizado nhos e de atender o telefone
na fabricação de algum produto. Ele
pode ser natural (como o algodão para anotar os pedidos. Foi esse
bruto) ou semimanufaturado modo segmentado de fabricar
(algodão com algum tipo de
beneficiamento, por exemplo) e é mercadorias que induziu um
submetido a um processo até se ritmo mais rápido na produção.
tornar um produto acabado (como
o tecido de algodão).
39
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 39 09/08/22 15:54
• CARRO de bois. Direção: Humberto Mauro. Brasil: Corisco Filmes, 1974. • DECCA, Edgar de; MENEGUELLO, Cristina. Fábricas e homens: a Revo-
(9min40s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=lUSJl5oTS6M. lução Industrial e o cotidiano dos trabalhadores. São Paulo: Atual, 1999.
Acesso em: 13 ago. 2022. O livro traz uma ampla análise sobre as mudanças causadas pela Revolu-
O filme é um clássico dos curtas brasileiros. Ele mostra a importância que o ção Industrial, da vida cotidiana ao novo ritmo de trabalho nas fábricas.
carro de boi teve em nosso país, bem como seu processo de construção. Os autores constroem sua análise baseando-se em documentos que po-
Por meio desse curta, pode-se relacionar essa realidade pré-industrial com dem ser também utilizados em sala de aula.
a modernidade imposta pela revolução tratada no capítulo.
39
41
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 41 como as evidências têm intencionalidade.
09/08/22 15:54
Manchester, na Inglaterra,
zadas na feitura de máquinas; e em fotografia do começo do
século XX, onde é possível
também a abundância de minas
perceber os efeitos da
de carvão, essencial para a pro- industrialização que se
dução de energia naquela época. iniciou no século XVIII.
Aponte para o Atlântico e
diga que os ingleses eram donos
de grandes companhias de
transporte de mercadorias
e escravos. Indique as regiões
do Caribe, dos Estados Unidos
e da África e diga que o Império
Britânico tinha colônias ou povo-
amentos nesses territórios, o que
contribuía para garantir o amplo 42
fornecimento de matéria-prima.
Esclareça que, quando nos refe-
rimos à Inglaterra, nos referimos naquele que não tem nenhum 42meio
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd
AMPLIAR HORIZONTES 09/08/22 15:54
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 43 Em seguida, peça 09/08/22
que citem
15:54 exemplos de relações trabalhistas
que são consideradas ilegais hoje, como trabalho infantil, traba-
Denunciar uma realidade social lhos análogos à escravidão ou precarizados. Peça que, em grupos,
Peça aos estudantes que observem a gravura reproduzida escrevam uma manchete denunciando um dos trabalhos listados.
do livro A vida e as aventuras de Michael Armstrong, o Depois, a turma deverá produzir um texto direcionado a um
garoto da fábrica, que denunciava as condições de trabalho público-alvo específico (crianças, adultos etc.). Se necessário, soli-
no período. Explique a eles que denunciar, nesse caso, é expor cite que façam uma pesquisa para aprofundar e amparar seus
publicamente a vida degradante imposta a algumas pessoas, argumentos. Por fim, peça-lhes que compartilhem as manche-
geralmente por causa de sua classe social, raça ou gênero. tes e os textos com os colegas.
43
AKG-IMAGES/ALBUM//ALBUM/FOTOARENA
nar os problemas com eficiência.
Fazemos isso de diversas formas,
mas nem sempre consciente do
uso do conceito. O importante,
portanto, é ter clareza do uso do
conceito e saber que ele pode nos
auxiliar em diversas situações.
Como consta no Livro do
Estudante e nas Orientações
gerais para a coleção, deste
Manual, o pensamento compu-
tacional é composto de alguns
princípios que podem ser usados
juntos ou separadamente. No
8o ano, usamos três princípios:
decomposição; reconhecimento
de padrões e abstrações.
Antes de abordar o mate-
rial da página 44 do Livro do
Estudante, promova a atividade
a seguir, ideal para se fazer com
grupos grandes de estudantes. Colcha fabricada pelo tear de Jacquard, em 1840.
44
AMPLIAR HORIZONTES
• HOW was it made? Jacquard Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24-AV3.indd 44 central e peça-lhes que identifiquem 16/08/22 10:14
DMITRI MARUTA/ALAMY/FOTOARENA
a) Agora, solicite à turma que
O tear criado por Jacquard diversificou, popula-
pense como descrever uma
rizou e barateou a produção de tecidos. Os cartões mochila para quem nunca
podiam ser copiados e reproduzidos quantas vezes viu uma.
fosse necessário e faziam do tear uma máquina pro- b) Deixe-os refletir, mas prova-
gramável. Esse invento é considerado um dos marcos velmente optarão por esco-
do pensamento computacional, pois, por meio de
lher um modelo de maior
uma linguagem comum – os cartões perfurados –,
representatividade para a
a máquina repetia padrões. Esses cartões passaram
a ser utilizados, em diversos outros processos e descrição.
foram usados, inclusive, nos primeiros computado- Diferente do problema ante-
c)
res, de meados do século XX. rior (cujo objetivo era encon-
A lógica computacional, portanto, não precisa trar padrões), a questão aqui
de computador. Sua essência é a capacidade de é dividir o problema em par-
pensar para buscar resolver problemas usando
tes menores.
alguns dos princípios a seguir, de modo conjunto
ou independente. • Abstração
• Decomposição: identificar um problema e a) A habilidade da abstra-
decompô-lo em partes menores para facilitar ção significa ser capaz de
a resolução de cada uma dessas partes. Cartões utilizados nos teares de separar aquilo que de fato
• Reconhecimento de padrões: capacidade Jacquard. Fotografia de 2019.
é importante em um pro-
de reconhecer características que se repetem ou são tendências em um problema. Ao blema e focar no que é
entender padrões que se repetem, é mais fácil buscar possíveis soluções. essencial.
• Abstração: enfocar o que realmente importa em cada problema, esquecendo detalhes.
Jacquard utilizou vários aspectos do pensamento computacional, como a decomposição Atividade
para dividir o funcionamento de um tear e resolvê-lo por partes menores, a abstração para con- 3. Uma pesquisa em um busca-
centrar-se em determinado ponto central de funcionamento do tear etc. Mas uma característica
dor on-line pelo termo punch
bem evidente é o uso de repetição de padrões, uma vez que ele utilizou uma lógica por meio
dos cartões perfurados que funcionava para a produção de muitos tecidos.
cart art pode revelar diversos
exemplos de arte feita com
matriz de cartão perfurado.
1. Podemos verificar que o conhecimento humano é resultante da ação de muitas Outro exemplo é o artesanato
pessoas, ou seja, ele é acumulativo. Cite algum outro evento ou ideia onde isso pode de ponto em cruz, bastante
ser verificado.
tradicional em todo o país.
2. As invenções são resultantes de muitas tentativas e erros, ou seja, errar é um pro-
cesso importante para a aquisição de conhecimento, desde que exista uma reflexão
sobre suas causas. Na sua vida, você costuma analisar as razões de erros ou caminhos
que não deram certo? Como você faz isso? Pense em exemplos práticos de situações
nas quais você acha que errou e quais foram as causas. O que você poderia fazer
transformar esses erros em acertos? Respostas pessoais. A atividade procura trabalhar com
as habilidades socioemocionais dos estudantes, como o autoconhecimento.
3. Agora é com você. Busque na internet algum vídeo que mostre a técnica do tear
de cartões e faça um texto explicando o que entendeu. Posteriormente, consulte
exemplos de produções com cartão perfurado e faça uma matriz para produzir um
desenho que represente algo de que você goste. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes indiquem que o conhecimento é resultado do acúmulo
dos saberes do passado. Eles podem citar exemplos variados, como as pesquisas científicas, os avanços 45
tecnológicos, entre outros.
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24-AV2.indd 45 escolhido foi o melhor, se algumas mochi-
14/08/22 14:23
45
dessa população.
AMPLIAR HORIZONTES
• MAPA do Trabalho Infantil.
A exploração de crianças era Criança Livre de Trabalho
constante dentro das fábricas. Infantil. [S. l.], 2020.Dispo-
Detalhe da gravura feita para o nível em: https://livredetrabalho
livro A vida e as aventuras de
infantil.org.br/conteudos-
Michael Armstrong, o garoto
da fábrica. formativos/mapa-do-trabalho-
infantil/. Acesso em: 4 ago. 2022.
47 Mapa com estatísticas nacionais
sobre o trabalho infantil no Brasil.
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 47 09/08/22 15:54
de trabalho infantil era vantajoso trabalhador daria mais lucro para o emprega-
aos industriais e significava uma dor, mesmo se a fábrica precisasse de duas
precarização de toda a força de ou três crianças para produzir o equivalente a
trabalho. um adulto. Espera-se que os estudantes res-
Na lousa, escreva o número pondam que as crianças eram mais rentáveis.
100, para simbolizar a remunera- Explique a eles que, por causa disso, muitos tra-
ção pelo trabalho de um adulto, balhadores adultos negociavam salários mais
e o número 20, para simbolizar baixos e/ou colocavam mais filhos para traba-
a remuneração pelo trabalho lhar nas fábricas.
48
49
a acidentes, alguns trabalhado- a atenção para o fato de o desemprego contri- Essa avaliação é útil para integrar os estu-
res preferiam não trabalhar. Essa buir para uma condição de penúria financeira dantes com deficiência e avaliar o conteúdo
situação pode inspirar uma refle- e marginalização social. ensinado. Organize a sala em grupos, aten-
xão sobre a situação de “não tando para que o estudante com deficiência
trabalho”, que vivemos na atu- escolha o grupo do qual quer participar.
alidade. Pergunte à turma: em
que essas situações são pareci-
das? Em que elas são diferentes?
Quais efeitos tem o desemprego
52
COLEÇÃO PARTICULAR
bém melhoraram as formas de também que sem o amparo
organização dos operários. Ao financeiro do Estado ou dos
longo do século XIX, surgiram empregadores, os trabalhado-
dezenas de movimentos políticos res criaram associações de auxílio
que defendiam os interesses do
mútuo, que objetivavam assegu-
proletariado e lutavam contra a
“exploração da burguesia e do
rar assistência aos trabalhadores
capitalismo”. As ideias socialistas acidentados e a suas famílias.
foram as que modificaram mais Para sintetizar o assunto e
profundamente a organização e a estimular as reflexões da turma,
forma de luta dos operários. escreva as expressões “greve”,
“ludismo” e “associações de
auxílio” na lousa e peça aos
Ilustração do início do século XX estudantes que pensem em
que representa trabalhadores
ingleses enquanto destroem o
outras formas de exigir direi-
tear de uma fábrica de tecidos tos que possam ter existido no
durante os motins de 1811 a 1816. passado. Explique a eles que
Esses atos estavam relacionados
a um movimento que ficou protestos, denúncias em jornais,
conhecido como ludismo. cartas a governantes e pique-
tes também eram comuns. É
53
interessante que eles notem as
diferentes estratégias utilizadas
pelos trabalhadores, tanto para
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO (continuação)
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 53 09/08/22 15:54
ampliar o movimento, esten-
A turma deverá elaborar uma manchete e uma breve reportagem, denunciando as pés- dendo a mensagem para mais
simas condições de trabalho em uma fábrica do século XIX e informando os leitores sobre pessoas, como para pressionar
uma greve no local. Estabeleça o tamanho mínimo e máximo para o material, que terá de por suas demandas. Aproveite
abordar as condições de trabalho, as formas de organização dos trabalhadores e as suas para questioná-los sobre como
reivindicações. os trabalhadores exigem seus
O material poderá ser produzido e veiculado na forma de vídeo ou texto. A depender da direitos no presente.
deficiência do estudante, ele poderá se encarregar de anunciar a manchete da reportagem,
redigir as matérias etc.
53
DIDÁTICOS
Ao abordar o item O capita-
lismo, explique aos estudantes
que ele nem sempre esteve pre-
sente na história da humanidade.
Se possível, faça uma linha do
tempo na lousa para mostrar
que o capitalismo começou a Produção: interior
surgir ao final do feudalismo, de fábrica de
calçados em
passando também pelas Grandes Qingdao, na China,
Navegações, pela reestrutura- em 2018.
ção produtiva das Revoluções
Industriais, estendendo-se até
os dias de hoje.
Nessa longa trajetória, as
características desse sistema
econômico se transformaram,
passando desde o capitalismo Consumo: multidão
terra, capital etc.) e muitas são tampouco força física. Esses fatores amplia-
as pessoas que trabalham para ram a mão de obra disponível, tornando viável • A HISTÓRIA do capitalismo no Brasil. 2010. Ví-
eles em troca de remuneração. a opção pelo trabalho infantil, por exemplo. deo (10min16s). Publicado pelo canal Univesp.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch
Faça um esquema explicativo na ?v=h03TyMwv8sg (parte 1); https://www.
lousa mostrando para a turma youtube.com/watch?v=yj6K9KYLaGY (parte 2).
que o avanço tecnológico na Acessos em: 13 ago. 2022.
Revolução Industrial possibilitou Caso queira ampliar a discussão sobre o capitalis-
mo, sugerimos abordar esse programa da Univesp
que praticamente qualquer indi- TV, que discute as influências dessa forma de or-
víduo operasse as máquinas. Em ganização social e econômica no Brasil.
54
AMPLIAR HORIZONTES
56
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 56 pergunte-lhes se problemas como a fome, a 09/08/22 15:54
Amplie a discussão a respeito dos impac- pobreza, a desigualdade social e o uso preda-
tos da Revolução Industrial nas sociedades tório dos recursos ambientais são decorrentes
contemporâneas, tomando como ponto da Revolução Industrial ou agravaram-se após
de partida o documento da ONU “Agenda esse processo. Na discussão, lembre-os de que a
de 2030 para o desenvolvimento susten- ONU é um organismo intergovernamental com
tável - Brasil” (disponível em: https://brasil. vários objetivos, entre eles, discutir o desen-
un.org/pt-br/sdgs; acesso em: 4 ago. 2022). volvimento sustentável, o meio ambiente e os
Apresente o documento aos estudantes e direitos humanos.
56
CAST OF THOUSANDS/SHUTTERSTOCK.COM
tais hábitos em busca de compor- adquiri-las.
tamentos mais sustentáveis. Confira 2. O meme articula a imagem de
um exemplo disso na imagem.
sarcasmo de um personagem
fictício com o texto. Ao exage-
Meme sobre consumismo. rar uma situação que ocorre
cotidianamente, também cria
1. Qual é a mensagem do meme? um efeito humorístico.
2. Um aspecto importante do meme é o senso de humor. Como esse meme articula o 3. Como indicado anteriormente,
senso de humor com sua mensagem? parte da graça do meme vem
3. Qual é a importância dos recursos visuais utilizados nesse meme? da articulação entre texto e
imagem. Um aspecto impor-
4. Em trio, reflitam sobre o problema do consumismo e pensem em formas de lidar com
tante nos memes é que eles
o consumo excessivo no presente. Depois, montem um meme explorando as ideias
discutidas. (Utilizem as dicas da seção Como se faz… para criar um meme.) funcionam com base nessa
Consulte respostas e comentários nas Orientações didáticas. articulação, provocando maior
57 impacto no observador.
4. Lembre a turma da consulta à
seção Como se faz... para auxi-
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 57 Solicite que os estudantes identifiquem os
09/08/22 15:54
liá-los na atividade. Ofereça
diferentes elementos que compõem o meme
Pesquisa & Ação exibido na seção.
alguns outros exemplos de
Um meme é um exemplo de linguagem Vale ressaltar que os memes estão muito meme e endereços da internet
multimodal, uma vez que mescla diferentes ligados ao contexto econômico, político, cultu- que possam inspirá-los. Indique
elementos em sua composição: textos, imagens ral e social em que foram produzidos. Sob esse que montem um painel com
e gráficos. Hoje, os memes fazem parte da aspecto, o meme assemelha-se às charges, que os memes da turma para
comunicação pela internet, circulando nas precisam ser contextualizadas para serem com- compartilhar o resultado da
redes sociais ou entre aplicativos de mensagens. preendidas. Para auxiliá-los na interpretação do atividade com a escola.
57
no mercado nacional indiano. coroada máxima expressão de brasilidade. na Índia eram o hinduísmo e o islamismo,
Outras vezes, ela é só um tecido baratinho, que proibiam motivos figurativos. Dessa for-
Texto complementar de estampas descontroladas. Mas a verdade ma, as estampas mais comuns eram motivos
A história da chita, um é que o tecido percorreu um longo caminho florais, galhos, folhagens, arabescos e dese-
tecido quase brasileiro antes de chegar ao Brasil. A história da chi- nhos geométricos.
Chita de vestido de festa ju- ta inclui viagens marítimas, antepassados ANDREA, Lúcia. A história da chita, um tecido
orientais e muitas, muitas cores. (quase) brasileiro. SindVeste. Guará, DF, 22 fev.
nina, chita de toalha de mesa
2016. Disponível em: http://www.sindicatoda
ou chita de cortininha de pia. Os portugueses, durante seus intercâm-
industria.com.br/noticias/2016/02/72,82487/a-
[...] Todo brasileiro que se preze bios comerciais com a Índia, começaram a historiada-chita-um-tecido-quase-brasileiro.html.
viu, tocou ou ao menos ouviu levar para a Europa tecidos de algodão rica- Acesso em: 13 ago. 2022.
58
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd 59 Atente para os estudantes com deficiência,
09/08/22 15:54 usada a posição em pé com
considerando movimentos que eles possam movimentos de erguer e abaixar
Entender o funcionamento repetir facilmente. rapidamente os braços.
de artesanato, manufatura e O artesanato é mais lento e minucioso, então Diga aleatoriamente os tipos
maquinofatura debruçar-se sobre a carteira pode ser a mímica de trabalho até os estudantes
A atividade proposta é o clássico “jogo correspondente a ele. A manufatura requer um errarem os gestos e serem eli-
do vivo ou morto” adaptado ao conteúdo. trabalho mais rápido e repetitivo, podendo ser minados. É uma boa maneira
Para iniciá-la, retome com os estudantes as representada pela posição sentada e ereta e de integrar a turma e revisar o
características dos três tipos de produção e o movimento rápido dos braços para a frente conteúdo.
estabeleça uma mímica para cada um deles. e para trás. Para a maquinofatura, pode ser
59
61
mercado de trabalho e em
outras dimensões da vida
coletiva que demandam
políticas de acessibilidade
mais intensa.
62
63
TON MOLINA/FOTOARENA
Fachada do prédio do Supremo Tribunal
comunidade discursiva jurídica Federal (STF), com a escultura que
e promove a interpretação de representa a Justiça, Brasília (DF), 2022.
texto jurídico sobre igualdade.
Além disso, há outro documento,
a charge, que utiliza a criativi-
dade artística para expressar uma
crítica social, política etc. carre-
gada de ironia.
O documento 1 é parte do
artigo 5o da Constituição Federal
do Brasil. Passados 30 anos
de sua promulgação, a Carta 64
Magna não conseguiu se tornar
efetiva em muitos campos. As
populações indígenas sofrem daD3-HIST-F2-2108-V8-038-065-U1-CAP2-LA-G24.indd
população negra, especialmente 64 a jovem AMPLIAR HORIZONTES 09/08/22 15:54
1. Estimular a participação de
todos garante que os estu-
dantes se lembrem mais
facilmente dos direitos do
cidadão assegurados pela
Constituição brasileira, como
igualdade entre homens e
mulheres, proteção contra
ALVES, Evandro. [Sobre a Justiça]. tortura ou tratamento desu-
Documento 4: Gráfico Jornalistas Livres. [S. l.], 23 maio 2018.
Disponível em: https://jornalistaslivres. mano ou degradante, direito
Perfil étnico da população carcerária org/as-maos-ensanguentadas-da-justica/. de livre expressão, direito à
brasileira em 2019 Acesso em: 1 ago. 2022.
liberdade religiosa, proteção
(%) 80 contra a censura e direito à
70
60
inviolabilidade de residência
50 (salvo em caso de flagrante
40 Fonte: BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública.
30 Composição da População por Cor/Raça no Sistema Prisional. delito, prestação de socorro
20 Brasília, DF: Ministério da Justiça, 2020. Disponível em: ou determinação judicial).
10 https://app.powerbi.com/view?r=eyJrIjoiN2ZlZWFmNzktNjRlZ
0 i00MjNiLWFhYmYtNjExNmMyNmYxMjRkIiwidCI6ImViMDkwN 2. O documento revela clara
SONIA VAZ
65
2
• Gerais (CG): 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10: UNIDADE
trabalhadas com os estudantes à me-
dida que valorizam a construção e a
utilização do conhecimento histórico
acerca das revoluções ocorridas na
Europa e na América, exercitando a
problematização de suas particulari- LIBERDADE
dades, como no caso da guerra de
independência dos Estados Unidos ao
abordar assuntos como a criação da
Constituição e seus efeitos na socie-
dade da época; a Revolução Francesa,
ao trabalhar com as causas e conse-
quências do processo revolucionário
na França e no mundo; os processos A liberdade se manifesta nas ações
de independência das colônias espa- individuais e coletivas, nas relações entre o
nholas e portuguesas e as rebeliões
governo de um país e seu povo, assim como
do período.
nas relações dos países entre si.
• Específicas de Ciências Humanas
Nesta unidade, estudaremos, entre
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
outros assuntos, de que modo o ideal de
• Específicas de História (CEH): liberdade impulsionou os movimentos anti-
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
coloniais ocorridos no continente americano
Habilidades entre os séculos XVIII e XIX e a Revolução
• EF08HI04 • EF08HI05 • EF08HI06 Francesa de 1789.
• EF08HI07 • EF08HI08 • EF08HI09
• EF08HI10 • EF08HI11 • EF08HI12
• EF08HI13 • EF08HI14
Temas Contemporâneos
Transversais na
Unidade
• Cidadania e civismo: Temá-
tica abordada ao refletir sobre
as desigualdades sociais brasi- Grafite do artista inglês Banksy
leiras na página 81; ao discutir chamado Ballon debate, em
a divisão do estado em três Ramala, na Palestina, em 2005.
poderes na página 100; a no-
ção de cidadania no passado Esse grafite foi feito no chamado
Muro da Cisjordânia, uma barreira
e no presente e a importância
erguida pelo Estado de Israel que
da participação popular nas separa parte de seu território do
mudanças da sociedade na território da Palestina, o que é um
página 100; ao discutir o sen- desrespeito a diversas liberdades
tido dos feriados nacionais na dos palestinos.
página 104; As razões que le-
vam à criação de heróis nas 66
páginas 113 e 124; valoriza-
ção da história das mulheres
no presente na página 132;
o desenvolvimento da empa- dígenas na página 136; o direito
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 66 à felicidade • Economia: Ao abordar cobrança de tributos 09/08/22 15:50
tia na página 149. Aborda-se na página 74; aborda-se a Declaração dos Di- na página 110.
ainda o conceito de liberdade reitos do Homem e do Cidadão ao solicitar • Saúde: Ao discutir a covid-19 na página 69; e ao
em toda a unidade, especial- que os estudantes elaborem uma Declaração refletir sobre capacitismo nas páginas 148 e 149.
mente nas páginas 66, 67, 68, dos Direitos das Crianças e Adolescentes na
69, 78, 123; a liberdade como página 102.
direito humano fundamental • Ciência e Tecnologia: A identificação de os-
na página 103; reflexão sobre sadas dos inconfidentes é pano de fundo para
a imparcialidade da justiça na discutir a importância da tecnologia e ciência
página 117; a situação dos in- no presente na página 112.
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Texto complementar
O uso de rodas de
67
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Ao introduzir o assunto da
unidade, organize uma roda de
conversa com os estudantes e O que significa
proponha as seguintes refle-
xões: o que é liberdade? Você ser livre?
se considera livre? Aproveite
para relembrar as várias esferas
da liberdade: de pensamento Se lhe perguntassem o que significa ser livre, provavelmente você teria a resposta na
e de opinião, política, religiosa, ponta da língua. Poderia afirmar, por exemplo, que ser livre é agir segundo o próprio arbítrio,
sexual, artística, entre outras. É de acordo com a própria vontade. Ou considerar que a liberdade não é total e ilimitada,
importante que eles percebam pois vivemos em comunidades, e nossa liberdade não pode atravessar o espaço alheio e
que em todas elas há o desejo prejudicar outras pessoas ou grupos.
de autonomia nas condutas e Quando se vive em sociedade, a liberdade individual e a coletiva, em geral, precisam
nas experiências. ser garantidas por lei. Imagine uma sociedade em que todas as pessoas fizessem aquilo que
E x p l i q u e q u e o te r m o quisessem, sem levar em conta os interesses das demais. Provavelmente, seriam milhões
“liberdade” tem origem no de vontades divergentes tentando predominar umas sobre as outras. Por isso, é necessário
latim libertas e significa a con- estabelecer certos deveres comuns a todos para que os direitos também sejam respeitados.
dição do indivíduo que possui
o direito de fazer escolhas de
fazer tudo quanto as leis [...] Enquanto a liberdade interna é am- gulamentação da Liberdade. [...]
permitem; e, se um cidadão pla e abstrata, a liberdade externa é restrita RUIZ, Thiago. O direito à liberdade: uma visão
pudesse fazer o que elas proí- e objetiva. Por isso, esta vem sempre li- sobre a perspectiva dos direitos fundamentais.
bem, não mais teria liberdade, gada a uma limitação legal, visualizando Revista de Direito Público, Londrina, v. 1, n. 2,
porque os outros teriam idên- não só o bem de um, mas de todos; não o p. 137-150, 2006. Disponível em: http://www.
tico poder. uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/
bem do indivíduo, isoladamente, mas do
view/11572/10268. Acesso em: 3 jul. 2022.
CHEVALIER, Jean-Jacques. As
indivíduo dentro de um contexto social.
grandes obras políticas: de O homem [ser humano] ao optar por
Maquiavel a nossos dias. Rio viver em uma sociedade politicamente or-
de Janeiro: Agir, 1998. p. 139. ganizada teve a necessidade de aprender
68
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discriminatórias, preconceituo-
sas, intolerância e discursos de
ódio não são aceitos. Para apro-
Em termos políticos, a liberdade tem a ver com a possibilidade de se manifestar e participar
fundar a abordagem, peça que
das decisões políticas. O direito de discordar, a livre expressão, os debates, as demonstrações de
citem exemplos positivos e nega-
insatisfação, tudo isso revela o grau de liberdade alcançado por uma sociedade.
Ao longo da história, não foram poucos os povos e as sociedades que se rebelaram contra tivos da liberdade de opinião e
governos autoritários. promova uma discussão sobre
cada um deles.
Atividades
2. Converse com os estudantes
sobre a importância de se
respeitar a liberdade alheia.
Indague-lhes se respeitam
o direito do colega de mani-
festar suas opiniões, vestir-se
como quiser, professar a
religião que lhe agrada etc.
Ajude-os a perceber como
o desrespeito à liberdade de
expressão prejudica o exer-
cício da liberdade de escolha
dos outros.
3. A atividade permite explo-
rar a discussão em torno
SANDRO PEREIRA/FOTOARENA
da liberdade individual em
contraposição ao interesse
coletivo. Incentive os estu-
dantes a refletir sobre outros
Fila para vacinação em Manaus (AM), no Parque do Idoso, em 2021.
exemplos em que esse tipo
de debate se impõe. Situação
1. Em que situações de seu cotidiano você sente que é uma pessoa livre? Resposta pessoal. semelhante também pôde ser
Podem ser citadas a possibilidade de expressar opiniões, a liberdade de ir e vir, de escolha de uma religião etc.
2. Em sua opinião, nos grupos e espaços em que você convive, as pessoas respeitam verificada durante a pandemia
a liberdade umas das outras? Explique sua resposta. de covid-19, em debates que
Resposta pessoal. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
3. Durante a pandemia de covid-19, diversas pessoas se recusaram a se vacinar opunham o direito de ir e vir
contra a doença, alegando ter liberdade de escolha para tal. Muitos, no entanto, à necessidade de manter o
questionaram tal postura, argumentando que a liberdade individual não poderia isolamento social.
se sobrepor ao interesse coletivo. Nesse caso, ao recusar o imunizante, esses in-
divíduos poderiam contribuir para a circulação do vírus, pondo em risco a saúde
pública. O que você pensa sobre isso? Você se identifica com alguma dessas
opiniões? Discuta sobre o assunto em grupo e, ao final, apresentem oralmente
para a turma as conclusões a que você e os colegas chegaram.
Respostas pessoais. Comentários nas Orientações didáticas.
69
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24-AV2.indd 69 Questione, então, sobre os princípios
14/08/22 que
14:31
Prossiga indagando-os: existem limites para embasam esse artigo: a lei prevê alguma limi-
exercer a liberdade na vida em sociedade? Para tação para a liberdade de expressão? Qual é a
estimular a reflexão, leia para a turma alguns importância dessa lei para o conjunto da socie-
incisos do artigo 5o da Constituição Federal dade? Escreva um resumo das contribuições da
de 1988, que tratam especificamente da liber- turma na lousa.
dade de expressão (incisos IV, IX, X e XLI). O Reforce que a liberdade de expressão
documento está disponível em: http://www. permite que todos os indivíduos possam
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao. expressar suas opiniões e crenças sem
htm; acesso em: 15 ago. 2022. serem censurados; contudo, manifestações
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A BNCC NESTE CAPÍTULO
Competências
TULO
3
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. REVOLUÇÕES ILUMINISTAS:
Habilidades
• EF08HI04 • EF08HI07 • EF08HI10
ESTADOS UNIDOS E FRANÇA
A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3 e 6: abordadas com os estu- OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
dantes fazendo com que compreendam
o contexto histórico da independência • Explicar a influência do Iluminismo nos Estados Unidos e na França no
dos Estados Unidos e as implicações da século XVIII.
influência do Iluminismo. • Identificar os principais aspectos das revoluções Americana e Francesa.
• CEH 1, 2, 3 e 6: trabalhadas com a • Reconhecer reflexos dessas revoluções no mundo contemporâneo.
turma à medida que os estudantes
analisam os fatos históricos e ela-
boram questionamentos e hipóteses Um dos símbolos mais importantes de um país é sua bandeira. Mas não são apenas as nações
problematizadas sobre as informações que utilizam bandeiras como forma de representação e identidade. É o caso, por exemplo, de
apresentadas. organizações intergovernamentais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), e agremiações,
• Habilidades EF08HI04 e EF08HI07: en- como escolas de samba e clubes de futebol.
focadas com os estudantes ao descrever Confira, a seguir, que a bandeira da França e a dos Estados Unidos serviram de inspiração
os principais aspectos e características para a criação das bandeiras de diversos países. Isso ocorreu em virtude das influências que a
das Revoluções Iluministas. Independência dos Estados Unidos (1776) e a Revolução Francesa (1789) exerceram sobre outras
nações. Neste capítulo, estudaremos esses dois grandes processos históricos e entenderemos por
PROCEDIMENTOS que ainda hoje eles são referências históricas para o mundo ocidental.
MAXIMUMVECTOR/ SHUTTERSTOCK.COM
Explique aos estudantes que
T. LESIA/ SHUTTERSTOCK.COM
JULINZY/ SHUTTERSTOCK.COM
LINDAKS/SHUTTERSTOCK.COM
GIL C/ SHUTTERSTOCK.COM
GIL C/ SHUTTERSTOCK.COM
mação de países, inclusive do
Brasil. Se necessário, retome
com a turma os estudos desen-
volvidos sobre o Iluminismo Andorra. Costa do Marfim. Libéria. Uruguai.
anteriormente.
ATLASPIX/ SHUTTERSTOCK.COM
STAKES/SHUTTERSTOCK.COM
GIL C/ SHUTTERSTOCK.COM
Sugerimos fazer um resumo
GREBESHKOVMAXIM/
SHUTTERSTOCK.COM
as bandeiras, para representar Estados Unidos como os processos revolucio- mas décadas foram cheias de agitações
uma comunidade. Destaque que nários na França reverberaram em diferentes políticas, chegando até o ponto de revol-
esses elementos conferem uma partes do mundo, o que demonstra sua rele- tas, de movimentos coloniais em busca
de autonomia, às vezes atingindo o nível
identidade, isto é, uma refe- vância para além dos territórios nacionais.
de secessão [...]. A quantidade de agita-
rência comum a um grupo de
Texto complementar ções políticas é tão grande que alguns
pessoas. Pontue que, além disso, historiadores mais recentes falaram de
as bandeiras demonstram influ- As revoluções uma “era da revolução democrática”, na
ências de determinados países O final do século XVIII foi uma época qual a Revolução Francesa foi apenas um
sobre outros. Eles poderão de crise para os velhos regimes da Europa exemplo [...].
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
REVOLUÇÃO NA AMÉRICA DO NORTE Leia o texto do item Revo
lução na América do Norte
No decorrer do século XVIII, desenvolveu-se na Europa um amplo movimento de ideias
com a turma e esclareça possí-
conhecido como Iluminismo. Entre outros princípios, os pensadores iluministas defendiam a
liberdade de opinião, o uso da razão, a tolerância religiosa e o fim do Absolutismo – ou seja, do
veis dúvidas sobre o tema. Em
poder concentrado nas mãos de um único governante. seguida, promova uma análise
As novas ideias se propagaram rapidamente pela Europa e, em pouco tempo, chegaram sobre a imagem, que representa
também às colônias inglesas na América. No continente americano, os princípios iluministas pro- o início da colonização americana
vocaram grande efervescência de ideias. e a importância da educação
Os ideais iluministas encontraram terreno fértil nas 13 colônias, que, desde o início de seu para os colonos. Aproveite para
processo de colonização, tinham a autonomia e a liberdade como princípios. As colônias do Norte retomar com a turma o processo
foram ocupadas principalmente por pessoas que fugiam de perseguições religiosas na Europa.
de colonização das 13 colô
De modo geral, eram colonos que cultivavam produtos agrícolas em pequenas propriedades
nias e, se considerar válido,
rurais, trabalhando na terra junto de suas famílias.
As colônias do Centro eram muito parecidas com as do Norte: nas pequenas e médias pro- conduza uma reflexão sobre a
priedades praticava-se agricultura e criavam-se animais. Muitos colonos se dedicavam também à importância da educação para
exportação de madeira e pele e à importação de açúcar e vinho, entre outros produtos. a sociedade. O Texto comple-
No sul da América do Norte, as colônias se caracterizavam pela presença de grandes pro- mentar (As revoluções) pode
priedades agrícolas, onde cultivavam principalmente algodão e tabaco e utilizavam a mão de ser lido para ajudar os estudan-
obra de africanos escravizados. tes a entender a importância do
contexto histórico.
LOOK AND LEARN/BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL
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D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 71 Em primeiro lugar, ela aconteceu no mais levante comparável. [...] Resultaram
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3, 5 e 7: abordadas com os
estudantes fazendo com que compre-
endam as definições dos conceitos de
A liberdade e a soberania
liberdade nas 13 colônias inglesas à Em nome da liberdade e da soberania do povo, em 1776 os habitantes dessas colônias se
luz da influência do Iluminismo. rebelaram contra o domínio inglês, conquistaram a independência e fundaram os Estados Unidos
• CEH 1, 2, 3 e 6: trabalhadas com os da América (EUA).
estudantes à medida que analisam as Para melhor entender como isso aconteceu, analise com
atenção a imagem desta página. Existe algum detalhe que você Soberania: caracteriza o poder
particularidades do processo de inde- político do Estado dentro do
pendência dos Estados Unidos. identifique (ou reconheça), como bandeiras ou uniformes? O território nacional e em suas
• Habilidade EF08HI07: enfocada com que os homens representados no centro da imagem estariam relações com nações estrangeiras.
os estudantes ao caracterizar as par- fazendo? Quem seriam os militares em destaque na obra?
ticularidades da independência das
IMAGEM CONDUTORA
então colônias inglesas.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 73 iguais, dotados pelo Criador
09/08/22 15:51 de certos direitos inaliená-
veis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a procura
A Declaração de Independência dos Estados da felicidade. [...] que, sempre que qualquer forma de go-
Unidos da América verno se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o
Quando [...] se torna necessário a um povo dissolver direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo [...].
os laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os
A DECLARAÇÃO de Independência dos Estados Unidos da América.
poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão
Polícia Militar do Estado de São Paulo. São Paulo, [20--]. Disponível
direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o res- em: http://www4.policiamilitar.sp.gov.br/unidades/dpcdh/Normas_
peito digno para com as opiniões dos homens exige que Direitos_Humanos/DECLARA%C3%87%C3%83O%20DE%20
se declarem as causas que os levam a essa separação. INDEPENDENCIA%20DOS%20EUA%20-04%20de%20julho%20de%20
Consideramos [...] que todos os homens são criados 1776%20-%20PORTUGU%C3%8AS.pdf. Acesso em: 21 jul. 2022.
73
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3 e 4: abordadas com os estu-
dantes a partir da análise da atuação
da Inglaterra na guerra de indepen-
A Inglaterra perde a guerra
dência nas 13 colônias e os impactos O texto da declaração evidenciava a influência do pensamento iluminista entre os colonos. Um
políticos, sociais e econômicos do re- dos trechos dizia que “todos os homens são criados iguais” e providos de “direitos inalienáveis”,
sultado do conflito. entre os quais se contam a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Ideia semelhante havia sido
• CEH 1, 3, 6 e 7: trabalhadas com a defendida pelo pensador inglês John Locke (1632-1704), um dos precursores do Iluminismo, no
turma à medida que os estudantes século XVII.
compreendem os resultados da guer- A Declaração da Independência aumentou os conflitos e, em 1778, soldados franceses
ra de independência das 13 colônias chegaram a entrar nos combates em auxílio às tropas de colonos norte-americanos.
e a construção de símbolos importan- No quadro de John Trumbull, a bandeira branca simboliza a
tes para a constituição da soberania Monarquia Francesa, e as figuras alinhadas representam oficiais fran- Direito inalienável:
também chamado de
nacional. ceses que lutaram na Guerra de Independência dos Estados Unidos.
“direito natural”, é o
• Habilidade EF08HI07: enfocada com os Os ingleses foram definitivamente derrotados em 1781, na Batalha direito que não pode ser
estudantes ao caracterizar os principais de Yorktown. Dois anos depois, um acordo de paz foi assinado em negado e se estende a
aspectos da guerra de independência Paris, no qual a Inglaterra reconheceu formalmente a independência todos os seres humanos,
independentemente das
promovida pelas 13 colônias. dos Estados Unidos. Essa era a primeira vez que, desde o processo de leis e governos que os
expansão marítima iniciado no século XV, uma colônia conquistava a regem.
independência de sua metrópole.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS IC
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Listras e estrelas Ao avançar para o item Listras
Lorde Cornwallis, apesar de ser citado no nome do quadro, não está representado na obra, e estrelas, peça aos estudantes
pois não compareceu à cerimônia de rendição. Alegando doença, mandou um subordinado para que identifiquem a localização
cumprir o protocolo de entregar a espada ao adversário. George Washington, comandante das de Lincoln e George Washington
forças estadunidenses, recusou-se a receber o objeto nessas circunstâncias e determinou que o no quadro e que descrevam suas
general Lincoln o substituísse. posturas e as roupas com que
Note que, no centro da tela, um grupo de soldados ingleses encontra-se perfilado ao lado foram representados. Anote na
do general norte-americano Lincoln, que está sobre um cavalo branco, de mão aberta e pronta
lousa os principais comentários.
para pegar a arma, símbolo da rendição inglesa.
Na sequência, utilize o texto da
A bandeira escolhida como símbolo do novo país foi representada à direita da imagem. Era
composta de 13 listras vermelhas e brancas que se alternavam, representando as colônias. No página para destacar o papel
canto superior esquerdo, destacavam-se 13 estrelas sobre um retângulo azul. Com o passar do desses personagens na história
tempo, a cada novo estado incorporado ao território foi acrescentada uma nova estrela. dos Estados Unidos.
Uma vez independentes, os Estados Unidos não adotaram de início um governo centralizado. Solicite que observem tam-
Cada estado manteve um alto grau de autonomia. Havia um Congresso de representantes eleitos, bém a bandeira dos Estados
mas seu poder era limitado. Unidos na imagem de John
IC Trumbull. Depois, peça à turma
Trumbull, 1820.
de lorde Cornwallis, John ças foram introduzidas. Explique
Trumbull, 1820.
a eles que, ao longo do tempo,
novos estados foram anexa-
dos ao território americano
e que, por isso, o número de
estrelas da bandeira sofreu alte-
rações. Aproveite para retomar o
75 conceito historiográfico de per-
manências e rupturas.
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3 e 6: abordadas com os
estudantes fazendo com que proble-
matizem a influência do Iluminismo
A influência iluminista
no processo revolucionário dos Esta- Em 1787, representantes eleitos pela população dos
Constituição: também chamada de
dos Unidos. 13 estados aprovaram uma constituição, que vigora até hoje. Carta Magna, é um documento que
• CEH 1, 3 e 5: trabalhadas com a turma Uma das novidades da Carta Magna foi a criação de reúne as leis fundamentais de um
um poder central forte para governar o país, que adotou o país. Geralmente, a constituição é
à medida que os estudantes analisam escrita, debatida e aprovada por uma
os efeitos da independência dos Es- regime republicano. Sob a influência dos ideais iluminis- assembleia de representantes do povo,
tados Unidos para grupos sociais tas, ela estabeleceu também a divisão do Estado em três chamada de Assembleia Constituinte.
como os de negros e indígenas, iden- poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
tificando os problemas envolvidos na
GRANGER/FOTOARENA
construção da nova nação.
• Habilidade EF08HI07: enfocada com
os estudantes ao contextualizar confli-
tos e disputas entre diferentes grupos
sociais durante o processo de inde- A derrubada da
pendência dos Estados Unidos. estátua de George
III, 9 de julho de
1776, de William
Walcutt. Óleo sobre
PROCEDIMENTOS tela, 1854. A pintura
DIDÁTICOS representa a reação
dos norte-americanos
Pergunte se eles conhe- aos símbolos
ingleses, logo após
cem a divisão dos poderes do
a declaração de
Estado brasileiro. Comente independência dos
que, assim como foi adotado Estados Unidos.
pelos Estados Unidos, no O Executivo era o governo propriamente
COLEÇÃO PARTICULAR
Brasil os poderes se dividem dito, o poder central, exercido por um presi-
em: Executivo, Legislativo e dente da República, eleito a cada quatro anos.
Judiciário. Em seguida, procure O Legislativo seria formado pela Câmara dos
Representantes (no Brasil, corresponde à Câmara
fazer com que os estudantes des-
dos Deputados) e pelo Senado, e estava encar-
cubram quais são os principais
regado de aprovar as leis. O Judiciário, exercido
representantes do Executivo pelos juízes e encarregado de aplicar as leis, reunia
(presidente, governador e os tribunais de justiça.
prefeito), do Legislativo (presi- Foi a primeira vez que um país estrutu-
dentes do Senado, da Câmara rou o Estado dessa maneira, com três poderes.
dos Deputados e da Assembleia Atualmente, diversas nações seguem um modelo
Estadual) e do Judiciário (pre- semelhante a esse.
77
77
GRANGER/FOTOARENA
ra a influência do Iluminismo. sob o jugo da opressão. A liberdade
• Habilidade EF08HI04: enfocada com está sendo caçada por todo o globo.
os estudantes ao caracterizar e des- A Ásia e a África a expulsaram há
crever a Revolução Francesa. tempos. A Europa a considera uma
estranha, e a Inglaterra deu-lhe
ordem de partir. Ó, recebam a fugi-
PROCEDIMENTOS tiva, e preparem a tempo um asilo
DIDÁTICOS para a raça humana.
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
A REVOLUÇÃO FRANCESA Ao avançar para o item
A Revolução Francesa per-
A crítica por meio de charges foi comum na França do século XVIII, época em que o país
gunte o que eles sabem sobre
experimentou profundas mudanças políticas e sociais, que culminaram na chamada Revolução
Francesa (1789-1799).
esse processo histórico. É pro-
As muitas charges produzidas naquele tempo tornaram-se importantes fontes de informação vável que citem aspectos como
para compreendermos os mais variados aspectos da população francesa e da própria revolução. “revolta popular que derrubou
A charge que será analisada a seguir se chama Despertar do terceiro estado e foi feita a Bastilha”, “a decapitação do
em 1789, com a técnica água-forte. rei e da rainha”, temas mais
conhecidos. Anote na lousa
Charge: tipo de desenho de caráter crítico e humorístico a respeito de uma situação da vida real. Essa forma de as principais observações dos
expressão artística costuma ser bastante empregada para fazer críticas políticas.
Água-forte: técnica de produção de gravuras que tem como ponto de partida um desenho ou uma inscrição estudantes sobre o assunto. Elas
feita em chapa de metal. Esse desenho é preenchido com tinta, e a placa é pressionada sobre uma folha de poderão ser retomadas e dis-
papel, dando origem a uma ou mais gravuras, todas iguais.
cutidas ao longo dos estudos.
Comente com a turma que,
IMAGEM CONDUTORA para compreender os motivos
Despertar do terceiro estado, charge de autoria desconhecida, produzida no século XVIII, que AMPLIAR HORIZONTES
representa a nobreza e o clero assustados diante da reação do terceiro estado.
• HUGO, Vitor. Os miseráveis.
79 Tradução e adaptação: Walcyr
Carrasco. São Paulo: FTD, 2002.
Livro clássico, de forte cunho social,
que não é por acaso que elas são publica-
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 79 lê deve construir analogias e associar
09/08/22 aos
15:51 que retrata a sociedade francesa
das em jornais e nas sessões de opinião dos seus conhecimentos prévios. Não à toa, é pós-Revolução.
mais variados suportes. Charge e lingua- um conteúdo cada vez mais cobrado nos • DINIZ, André. A Revolução
gem estão totalmente associados, trata-se vestibulares e tema nas aulas de Língua Francesa. São Paulo: Escala
de uma combinação entre a linguagem ver- Portuguesa nas escolas Brasil afora. Educacional, 2008.
bal e a não verbal. História em quadrinhos que narra
SOARES, Esdras. Charge: humor e crítica.
A charge nunca é autoexplicativa, ela os principais momentos da Revo-
Escrevendo o futuro, São Paulo, [20--].
exige um conhecimento prévio do leitor Disponível em: https://www.escrevendoofuturo. lução Francesa.
para que ele possa apreender o sentido org.br/conteudo/noticias/educacao-e-cultura/
em sua totalidade. Ou seja, trata-se de artigo/1631/charge-humor-e-critica.
um processo de intertextualidade; quem Acesso em: 21 jul. 2022.
79
No texto verbal, o docen- Quem sustenta a charge é o jogo de a charge quer passar. A perspectiva alia-
te pode orientar projetos em expressão corporal e facial. A postura, da ao design também acentua diferenças
redação, análise de discur- entretanto, é fundamental para o leitor das charges nos diferentes países onde
so, elementos gramaticais imaginar o tipo de atitude a até mesmo a são produzidos.
do texto, coesão, coerência, fala da personagem.
PESSOA, Alberto Ricardo. Charge como
aprendizagem de novas ex- Os cenários desenhados nas charges
estratégia complementar de ensino. Revista
pressões, palavras e relação estabelecem contextos, noções de profun- Temática, ano 7, n. 3, mar. 2011. p. 4-5.
de temas pertinentes à comu- didade devido à perspectiva e ambientação Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/
nidade da escola, com ênfase das personagens. index.php/tematica/article/view/30340.
aos temas transversais. A perspectiva age como orientador para Acesso em: 15 ago. 2022.
80
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
O terceiro estado D es t aque a figura dos
O terceiro estado correspon- sans-culotte, pedindo aos estu-
ERICH LESSING/ALBUM/FOTOARENA
dia a 98% da população francesa, dantes que levantem hipóteses
ou seja, cerca de 27,5 milhões de sobre os motivos de esses indiví-
pessoas. Nele estavam reunidos duos fazerem parte dos grupos
diferentes grupos sociais, como a mais radicais da revolução.
alta e a média burguesia, os traba- Após as contribuições de
lhadores rurais e os trabalhadores todos, explique a eles que se
urbanos.
tratava de pessoas que viviam
A alta burguesia era formada
por pessoas muito ricas, como
em situação muito grave de
banqueiros e comerciantes. Abaixo miséria, com falta de comida, de
dela estava a média burguesia, lugar para morar e sem acesso à
constituída por profissionais libe- educação. Comente que, infeliz-
rais – como médicos, professores mente, até os dias atuais, muitos
e advogados – e comerciantes grupos de população de diver-
médios. sos países passam por uma
Os trabalhadores rurais, ou
série de dificuldades econômi-
camponeses, representavam cerca
cas. Muitos tentam organizar-se
de 80% da população francesa.
Alguns eram livres, mas havia politicamente para tentar rever-
também muitos servos, ou seja, ter essas situações. Se houver
pessoas sem liberdade plena e que espaço pergunte aos estudan-
estavam presas às terras de seus tes: quais fatores dificultam ou
senhores (os nobres). O grupo dos até impedem que a miséria seja
trabalhadores urbanos, cerca de eliminada?
200 mil pessoas, era composto de
artesãos, trabalhadores da constru-
ção, desempregados, entre outros.
Essa parte mais pobre da
população urbana da França do
século XVIII era conhecida como
sans-culotte. Os culotes eram
calções masculinos justos que iam Sans-culotte parisiense, gravura colorizada de autoria
da cintura até os joelhos, usados desconhecida, século XVIII.
pelos nobres. Os trabalhadores, ao contrário, vestiam calças compridas, largas, feitas de pano
grosseiro. Daí a expressão sans-culotte, ou seja, sem culote. Os sans-culotte tiveram papel funda-
mental na revolução, na qual formaram a ala mais radical.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 81 físicos exagerados (uma pessoa09/08/22
muito
15:51 a da personagem “Mafalda”,
alta, ou com a boca grande etc.) ou ca- criada pelo argentino Quino.
Qual a diferença entre charge, racterísticas pessoais (uma pessoa com SOARES, Esdras. Charge: humor
cartum, caricatura e tirinha? a cara de irritada, uma pessoa muito e crítica. Escrevendo o futuro,
Cartum: É semelhante à charge, mas gentil etc.). Atenção: normalmente o ar- São Paulo, [20--]. Disponível em:
não busca satirizar um acontecimento tista utiliza caricaturas para elaborar https://www.escrevendoofuturo.
específico, mas brincar com uma situação suas charges. org.br/conteudo/noticias/
educacao-e-cultura/artigo/1631/
do dia a dia, com as coisas mais comuns Tirinha: Sequência de quadrinhos que
charge-humor-e-critica.
e corriqueiras do cotidiano. possui uma narrativa. Normalmente, possui Acesso em: 15 ago. 2022.
Caricatura: Trata-se de representar uma crítica, piada ou uma situação inusi-
uma pessoa específica com os traços tada. Uma das tirinhas mais conhecidas é
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 4, 5 e 6: abordadas com os
estudantes fazendo com que analisem
as ações empreendidas pelos grupos
A população se revolta
sociais envolvidos no processo revo- O terceiro estado sustentava os outros dois grupos por meio do pagamento de impostos.
lucionário francês. Era da burguesia grande parte do dinheiro que o rei tomava emprestado sempre que os cofres
• CEH 1, 2, 3 e 6: trabalhadas com a públicos esvaziavam.
turma à medida que os estudantes Na charge, o terceiro estado é representado pela figura do homem caído, começando a se
compreendem as motivações dos levantar. Com a mão direita, ele quebra a corrente que o prende, enquanto, com a esquerda,
grupos e indivíduos envolvidos no pro- segura um fuzil. Diante desse “despertar”, os representantes do primeiro e do segundo estado
cesso revolucionário francês. recuam apavorados.
• Habilidade EF08HI04: enfocada com Na época em que foi feita essa charge, a França passava por uma grave crise econômica.
os estudantes ao contextualizar a Para piorar, a partir de 1785, o país sofreu períodos alternados de seca e de inundações, o que
movimentação dos principais grupos resultou em uma baixa produção agrícola. A diminuição da oferta de alimentos levou à fome no
sociais envolvidos no processo revo- campo e na cidade.
lucionário francês. Sem comida, muitos camponeses pas-
82
FICA A DICA
• Versalhes: o palácio é todo seu, publicado por Google Arts & Culture. Disponível em:
https://artsandculture.google.com/project/versailles?hl=pt-BR. Acesso em: 28 jun. 2022.
O conteúdo multimídia, composto de imagens, textos, vídeos e até recursos de realidade virtual,
promete levar o internauta a um “tour virtual privado pela antiga casa da realeza francesa”.
83
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 83 da Bastilha. Se possível, produza a atividade
09/08/22 15:51 base no desempenho de cada
junto com o professor de Arte. Organize a turma um. Neste manual, há suges-
Dramatizar a reunião das em dois grupos: um escreverá o texto e o outro tão de autoavaliação no item
Assembleias Gerais providenciará roupas, adereços, equipamentos 3.1.4. Autoavaliação. O item
Proponha aos estudantes que elaborem de luz e som etc. Com o texto pronto, divida- 8. Avaliações do volume
uma dramatização da reunião dos três estados -os entre os que vão atuar (atores) e os que se apresenta outro modelo de
durante as Assembleias Gerais. Oriente-os a con- dedicarão a cenário, figurinos e trilha sonora. autoavaliação.
sultar a seção Como se faz... sobre o tema. A Se possível, organize uma apresentação
dramatização deverá contemplar especialmente à comunidade escolar. Ao final, proponha
a insatisfação da população que levaria à Queda uma autoavaliação dos estudantes com
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3, 5 e 6: abordadas com os
estudantes fazendo com que compre-
endam as consequências da Queda da
A Queda da Bastilha
Bastilha e identifiquem na elaboração De longe, a população de Paris acompanhava os acontecimentos em Versalhes. Logo correu
da Declaração dos Direitos do Homem a notícia de que o rei pretendia dissolver a Assembleia, indignando a população parisiense, que
e do Cidadão a influência iluminista. resolveu tomar as ruas.
• CEH 1, 2, 3 e 6: trabalhadas com a Na madrugada de 14 de julho de 1789, uma multidão invadiu os arsenais e se apoderou
turma à medida que os estudantes das armas ali encontradas. Em seguida, marchou para a Bastilha, fortaleza que servia de prisão
contextualizam as ações dos grupos para os que eram considerados inimigos do governo.
e indivíduos protagonistas da Queda A fortaleza da Bastilha era um dos símbolos mais odiados do regime absolutista. Por isso, foi
da Bastilha. um dos primeiros lugares dos quais a população revoltosa se apoderou.
• Habilidade EF08HI04: enfocada com Na imagem que estamos analisando, vemos ao fundo um grupo de soldados indo em direção
os estudantes ao caracterizar as à Bastilha. Repare que, no alto das torres da fortaleza, já há pessoas ocupando o prédio. Até
consequências das ações dos revolu- hoje o 14 de julho, dia da Queda da Bastilha, é comemorado como feriado nacional na França.
cionários franceses. Sem conseguir controlar a situação, o rei reconheceu a Assembleia Nacional Constituinte.
Em 4 de agosto de 1789, a Assembleia aboliu as leis feudais ainda em vigor no país e decre-
tou o fim dos privilégios da nobreza e do
PROCEDIMENTOS
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão Prossiga conversando sobre
Inspirada nos ideais iluministas, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão esta- a importância da Declaração
belecia como valores supremos a liberdade e a igualdade de todos perante a lei. Seu primeiro dos Direitos do Homem e do
artigo diz que “os homens nascem e permanecem livres e iguais perante a lei”. Cidadão de 1789. Chame a
Esse documento causou grande impacto em muitos lugares do mundo. Por meio dele, assu- atenção para o fato de a declara-
mia-se como princípio, pela primeira vez na Era Moderna, que o rei não era um “representante ção ser voltada para o “homem”,
de Deus na Terra”, como até então muitos afirmavam.
e não para todos os “seres
Segundo o texto, o poder emana do povo. Dessa maneira, um de seus direitos “naturais
humanos”. Isso pode parecer
e imprescritíveis”, estabelecidos no artigo 2o da declaração, seria o de resistência à opressão. Em
outras palavras, o povo tinha o direito de tirar do poder qualquer governante que se tornasse tirano. insignificante, mas reflete um
O impacto da Revolução Francesa na sociedade ocidental foi tão grande que os historia- paradoxo da Revolução Francesa,
dores costumam defini-la como marco para o fim da Idade Moderna e o início da Idade pois por um lado defende um
Contemporânea (confira a linha do tempo com essa representação). modelo político moderno e
LINHA DO TEMPO
Cerco de SEM ESCALA. OS democrático, mas, por outro, a
FOTOTECA GILARDI/AKG-IMAGES/ALBUM/FOTOARENA
BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA
1789 Revolução
Francesa - Queda importantes para eles. Pergunte
da Bastilha
também se acham que existem
direitos ainda não garantidos
pelos governantes hoje, mesmo
tendo sido previstos desde a
Declaração de 1789.
Gravura extraída do livro Enciclopédia
das artes utilitárias e manufatureiras,
Para concluir, chame a
O jantar dos filósofos, de Jean Huber. Óleo de Charles Tomlinson, publicado atenção da turma para a linha
sobre tela, 1773. A obra representa uma ceia no século XIX. A imagem destaca a do tempo disponível na página
de filósofos iluministas, entre eles Diderot, atividade de extração de carvão na
D’Alembert, Condorcet e Voltaire. Inglaterra, pioneira da industrialização. 85 e estimule uma reflexão
sobre o fato de a Revolução
85 Francesa ser considerada um
marco histórico que assinala
o fim da Idade Moderna e o
Art. 6o. A lei é a expressão da vontade geral.
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 85 pode ser punido senão em virtude de uma
09/08/22lei
15:51
início da Idade Contemporânea.
Todos os cidadãos têm o direito de concorrer, estabelecida e promulgada antes do delito Nesse momento, é interes-
pessoalmente ou através de mandatários, para a e legalmente aplicada. sante lembrar as discussões
sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, Art. 9o. Todo acusado se presume ino- feitas nos volumes anteriores
quer se destine a proteger quer a punir. [...] cente até ser declarado culpado [...] sobre as convenções estabele-
Art. 7o. Ninguém pode ser acusado, preso ou BRASIL. Ministério Público Federal. Declaração cidas pelos historiadores para
detido senão nos casos determinados pela lei e dos Direitos do Homem e do Cidadão de interpretar o tempo histórico,
de acordo com as formas por esta prescritas. [...]. 1789. Brasília, DF: MPF, [20--]. Disponível em:
http://www.mpf.mp.br/pfdc/temas/legislacao/ tratando também sobre as limi-
Art. 8o. A lei apenas deve estabelecer penas internacional/declar_dir_homem_cidadao.pdf/ tações inerentes a elas.
estrita e evidentemente necessárias, e ninguém at_download/file. Acesso em: 21 jul. 2022.
85
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3, 5 e 6: abordadas com os
estudantes a partir da comparação das
estruturas políticas da monarquia abso-
De Monarquia Absolutista a República
lutista e da república e da identificação A Constituição francesa foi promulgada pela Assembleia Nacional Constituinte em 1791. Ela
das mudanças políticas, sociais e eco- extinguiu a Monarquia Absolutista e estabeleceu em seu lugar uma Monarquia Constitucional.
nômicas ocorridas na França durante o Ou seja, o rei foi mantido no trono, mas não governava sozinho. Acima dele estava a Constituição,
processo revolucionário. à qual ele devia obedecer.
• CEH 1, 3 e 6: trabalhadas com a turma Ao mesmo tempo, a autoridade do Estado foi dividida – como nos Estados Unidos e como é
à medida que os estudantes analisam hoje no Brasil – em três poderes: Executivo (nesse caso exercido pelo rei), Legislativo e Judiciário.
o processo pós-revolucionário francês Nas aparências, o rei Luís XVI se submetia à Constituição, mas no íntimo não aceitava a perda
e suas particularidades. do poder. Por isso, iniciou negociações secretas com governos de países vizinhos, que temiam a
• Habilidade EF08HI04: enfocada com difusão das ideias antiabsolutistas para outras regiões da Europa.
os estudantes ao caracterizar a socie- Em junho de 1791, o rei e sua família tentaram fugir disfarçados para o exterior com a
dade pós-revolucionária francesa. intenção de reorganizar forças militares para retomar o poder. Mas foram reconhecidos antes de
cruzar as fronteiras e então reconduzidos a Paris, onde ficaram presos.
Com a prisão do rei, o governo passou para um Conselho Executivo
PROCEDIMENTOS Provisório que dissolveu a Assembleia Legislativa e convocou eleições Sufrágio universal:
DIDÁTICOS para a formação de uma nova assembleia, a Convenção Nacional.
direito ao voto
estendido a todos os
Para iniciar a abordagem do Seus membros foram escolhidos por meio do sufrágio universal mas- cidadãos adultos, sem
culino. Já em sua primeira sessão, em setembro de 1792, a Convenção discriminar o nível
conteúdo, pergunte aos estudan- de alfabetização, a
declarou extinta a milenar Monarquia Francesa e instaurou em seu lugar
tes se eles conseguem apontar classe social, a renda
a República. Até um novo calendário, com base nos ciclos da natureza, ou a etnia. Contudo,
as principais diferenças entre
foi implantado no país. o sufrágio universal
o regime monárquico e a BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL na França excluía
República. Anote as principais as mulheres do
processo de escolha de
observações da turma na lousa representantes.
e busque esclarecer possíveis
dúvidas.
Na sequência, leia o texto da
página 86 e explique a eles que Arquivos franceses regis-
nos dias atuais ainda existem tram dados biográficos
países que se mantêm como de dezenas de mulhe-
res que combateram
monarquias, como é o caso
durante a Revolução
da Inglaterra e da Espanha. No Francesa. A imagem
entanto, em ambos os países, os mostra a participação
monarcas não possuem a mesma ativa de mulheres em
1789, quando estavam
força política que tinham os reis voltando de um piquete
absolutistas. Questione os estu- que acabou em várias
dantes sobre o que sabem acerca decapitações. Os pães
do sistema político desses países, da gravura lembram
a razão principal do
valorizando seus conhecimen- levante: a fome.
tos prévios e a observação do Mulheres francesas retornando de Versalhes, de autoria
contexto sociopolítico mundial. desconhecida. Litografia, 1789.
Ao discutir o conteúdo da
página, sugere-se comentar 86
também que a proposta de
uma monarquia constitucio
nal estava entre os projetos de Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 86 tos, até certo ponto, a arriscar a ordem em 09/08/22 15:51
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
A Convenção Nacional e seus grupos rivais No item A Convenção
A Convenção Nacional era formada por representantes de diferentes grupos sociais: clero, alta bur- Nacional e seus grupos rivais,
guesia, média burguesia, trabalhadores etc. Esses representantes se uniram em torno de três grandes peça à turma que observe a
grupos rivais, cada qual ocupando um lugar específico na Convenção: os jacobinos, os girondinos e imagem. Leia o texto com eles
o pântano. Esses grupos tentaram se afirmar e controlar o novo governo que estava sendo criado. e incentive-os a identificar onde
• Os jacobinos representavam principalmente a pequena e a média burguesia, sendo um dos estão representados os jacobi
grupos mais radicais da revolução. Defendiam a República e o voto universal, liderados por nos e os girondinos. Anote na
Maximilien de Robespierre (1758-1794). Por sentarem-se à esquerda no salão da Convenção, lousa as principais características
o termo esquerda, ainda nos dias de hoje, é associado geralmente a pessoas ou grupos desses grupos, e explique que
que lutam por justiça social, pela promoção do bem-estar coletivo e pelo reconhecimento e
Robespierre foi considerado o
participação dos movimentos sociais e das chamadas minorias.
principal líder entre os jacobi-
• Os girondinos eram o bloco formado por políticos moderados, que representavam a grande
nos. Na Convenção Nacional,
burguesia mercantil e procuravam conter a radicalização, negociando com o rei. Como no
salão da Convenção sentavam-se à direita, o termo direita até hoje é associado a pessoas ou
outro grupo, chamado pântano,
grupos que têm posições políticas mais conservadoras, que buscam promover o bem-estar compunha políticos considera-
e a liberdade individual. dos de centro (se alinhavam ora
• O pântano era o grupo menos expressivo, formado por políticos cujas decisões oscilavam de com os jacobinos, ora os giron-
acordo com as circunstâncias e com os temas a ser votados. Recebiam esse nome por ocuparem dinos). Traga a abordagem para
a parte baixa, no centro do salão da Convenção. Atualmente, o termo pessoa de centro ou o presente e pergunte aos estu-
partido de centro indica defensores de posições que podem variar entre a esquerda e a direita dantes se conhecem partidos
conforme a situação. políticos no Brasil que apresen-
Os conceitos de esquerda, direita e centro mudaram ao longo do tempo, conforme a época e tam características semelhantes.
a região onde foram empregados. Essa é uma questão impor-
Na imagem, foi repre-
tante, pois retomou, com
sentado o salão da bastante vigor, o uso de termos
Convenção Nacional. como “direita” e “esquerda”.
Confira a divisão dos Não há uma definição simples
participantes: uma parte
fica à direita, outra à para esses termos, uma vez
esquerda e uma ter- que cientistas políticos no Brasil
ceira no centro do salão. afirmam que a questão é com-
Condenado à morte, o
plexa: teria que ser analisada
rei Luís XVI (no destaque,
à direita) foi guilhotinado a concepção de Estado; de
poucos dias depois desse movimentos socias e políticos,
interrogatório. entre outras, de cada grupo.
Apresentamos, como suporte,
BRIDGEMAN/EASYPIX BRASIL
87
Bobbio, já discutido aqui, mas que Bresser-Pereira as- gico que pretende empoderar grupos sub-representados
sim resumiu: nas esferas de poder; e A direita é o espectro ideológico que
Bobbio diz que é de esquerda quem defende a igualdade, pretende preservar ou ampliar os poderes de grupos já de-
quem luta por uma distribuição de renda mais igual, por vidamente representados nas esferas de poder.
uma maior justiça social. E é de direita quem não tem este
SILVA, Gustavo Jorge. Conceituações teóricas: esquerda e
objetivo como prioridade, vendo a desigualdade como ine- direita. Humanidades em Diálogo, v. 6, p. 149-162, 2014.
vitável e sob muitos aspectos desejável (BRESSER-PEREIRA Disponível em: https://www.revistas.usp.br/humanidades/article/
1997, p. 55). view/106265/104928. Acesso em: 22 jul. 2022.
87
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3 e 6: abordadas com os
estudantes fazendo com que compre-
endam os conflitos entre diferentes
A execução do rei e da rainha
grupos e indivíduos durante o pro- Ao longo da revolução, jacobinos e girondinos tiveram momentos de maior ou menor con-
cesso revolucionário francês. trole dos processos políticos. Quando os jacobinos tiveram maior controle, as medidas políticas
• CEH 1, 2, 3, 5 e 6: trabalhadas com adotadas se radicalizaram.
os estudantes à medida que proble- Exemplo disso foi o processo movido contra o rei Luís XVI e a rainha Maria Antonieta. Contra
matizam as disputas políticas entre a a vontade dos girondinos, os jacobinos levaram o rei e a rainha a julgamento e os condenaram
execução da família real francesa e o à morte na guilhotina.
Período do Terror. A execução do rei levou à formação de uma aliança internacio-
nal, chamada de coalizão, contra a França revolucionária. Ela era Coalizão: acordo político
• Habilidade EF08HI04: enfocada com
formada pelos governos da Áustria, Prússia, Inglaterra, Rússia, Espanha entre grupos (partidos ou
os estudantes ao descrever o Período nações) para alcançar um
do Terror. e Portugal, cujas tropas invadiram o território francês. Internamente, objetivo comum.
nobres inconformados com a perda do poder organizavam movimentos
contrarrevolucionários.
PROCEDIMENTOS
pena de morte no presente. Caso também os erros judiciais, que muitas vezes
isso ocorra, explique aos estu- levaram à morte pessoas que depois foram • MICHELET, Jules. História da Revolução Fran-
dantes que a pena de morte é comprovadas como inocentes. Neste texto há cesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
mais informações sobre o tema: AMNISTIA Escrito pelo conhecido historiador francês, o livro
uma punição desumana e degra-
conduz a mais famosa interpretação da Revolu-
dante. Apresente dados que Internacional. Pena de morte: argumentos pela
ção Francesa.
revelam que em nenhum lugar sua abolição. Lisboa, 23 abr. 2021. Disponível • GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Ilu-
do mundo a pena de morte em: https://www.amnistia.pt/pena-morte- minismo. São Paulo: Contexto, 2008.
reduziu a violência. Explique que argumentos. Acesso em: 15 ago. 2022. O livro problematiza as relações entre a Revolução
os condenados são, em geral, Francesa e o Iluminismo.
88
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
O Período do Terror Para facilitar o entendimento
Em junho de 1793, os jacobinos tomaram a Convenção, prenderam os líderes girondinos e sobre o período, anote na lousa
criaram o Comitê de Salvação Pública e o Tribunal Revolucionário. os principais eventos ocorridos
O Comitê organizou uma força pública de 300 mil homens para lutar contra as forças dos durante o Período do Terror
países invasores. O Tribunal Revolucionário passou a julgar e a condenar os suspeitos de conspirar e suas datas. Aponte também
contra a República. Esse período, compreendido entre setembro de 1793 e julho de 1794, ficou as conquistas geradas durante
conhecido como o Período do Terror. o período, organizando-as em
O Terror foi uma ditadura implantada pelos jacobinos, que prenderam e condenaram à forma de lista. Deixar claro os
morte seus opositores. Calcula-se que durante o Período do Terror foram presas cerca de 300 mil
pontos negativos e os positi-
pessoas – 35 mil delas foram julgadas de maneira sumária e condenadas à morte na guilhotina.
Muitos eram nobres, membros da alta burguesia e religiosos, mas até mesmo jacobinos acusados
vos de determinado período ou
de traição acabaram executados. acontecimento histórico que con-
Embora tenha sido tribuem para a construção de
ART COLLECTION/ALAMY/FOTOARENA
o período mais violento e noções sobre a complexidade
radical da Revolução Fran- dos eventos. Trabalhe-as sempre
cesa, foi nesse momento que possível com a turma de
que grande parte das con- modo a desenvolver o pensa
quistas – principalmente
mento crítico, a pluralidade
as populares – foi conso-
de ideias e a desencorajar inter-
lidada. Foram criadas leis
que instituíram o divórcio, pretações maniqueístas.
as escolas públicas laicas
(não religiosas), os impos-
tos sobre a renda dos mais
[...]
[...] O processo e a morte
ricos, entre outras.
do rei tornaram inexpiável o
conflito entre a Gironda e a
Montanha. Enquanto aque-
les ainda acreditavam em
um compromisso com a mo-
narquia, estes exigiam sua
execução. Sem rei e sem base
de apoio, os girondinos foram
eliminados da Convenção nas
jornadas de 31 de março a 2
de junho de 1793. A revolução
precisava de um governo revo-
lucionário, a fim de não deixar
O brasão dos radicais, o rumo dos acontecimentos
do inglês George nas mãos simplesmente do
Cruikshank. Caricatura, ímpeto popular e, ao mes-
1819. A obra ironiza mo tempo, controlado pelos
a violência de grupos quadros da burguesia. É deste
envolvidos na Revolução
peculiar contexto que vai bro-
Francesa.
tar a aliança que vai dar base
89 para o Terror. O impulso popu-
lar, ao mesmo tempo em que
serviu como base social para
a vitória dos burgueses mais
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 89 ros esforços dos setores moderados para
09/08/22 15:52 radicais, também se apoiou
que o retrato da transformação social que nestes como sua base filo-
O sentido positivo do Terror para os a Revolução causou fosse o das modifica- sófica. [...]
jacobinos ções nas instituições e no pensamento, é PAULA, Guilherme Tadeu de.
A Revolução Francesa ocupa, no imagi- impossível tratar do processo sem abordar O sentido positivo do terror para
nário contemporâneo – sobretudo no que a força da violência nos anos revolucioná- os jacobinos. Teoria & Sociedade,
diz respeito à sua herança e à disputa pe- rios. “A desmontagem do quadro mental Belo Horizonte, n. 23.2, p. 247-
do Antigo Regime demandou violência, e 259, jul./dez. 2015. p. 249-254.
la compreensão de seu significado – um
Disponível em: https://www.
estatuto da mais absoluta relevância. também temos dificuldade em imaginar a teoriaesociedade.fafich.ufmg.br/
[...] própria violência, iconoclasta, destruidora index.php/rts/article/view/221/165.
[...] Ainda que haja e tenha havido seve- de mundo, revolucionária” (Darton 1989: 29). Acesso em: 22 jul. 2022.
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3 e 7: abordadas com os estu-
dantes fazendo com que compreendam
a Revolução Francesa a partir da pro-
blematização de suas particularidades.
OLHO VI VO
• CEH 1, 3 e 6: trabalhadas com os es-
tudantes à medida que analisam o UMA ALEGORIA DA REVOLUÇÃO
processo revolucionário enquanto
A imagem desta seção exibe a obra produzida em 1794 pelo pintor francês Nicolas Henri
um fato histórico inspirado nos ide-
ais iluministas. Jeaurat de Bertry (1728-1796). Trata-se de uma alegoria da Revolução Francesa e uma home-
nagem a Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), um dos mais importantes filósofos do Iluminismo.
• Habilidade EF08HI04: enfocada com
os estudantes ao descrever o proces- Segundo Rousseau, o povo deveria participar do poder, pois era ele, e não o rei, o verda-
so revolucionário francês destacando deiro soberano do Estado. Ao povo, e somente ao povo, pertencia a soberania de uma nação.
suas principais características. Rousseau argumentava, ainda, que uma comunidade só viveria bem se houvesse liberdade política
e igualdade entre seus membros. Esses dois princípios entraram,
mais tarde, na base da Revolução Francesa. Por isso, Jeaurat de Alegoria: neste caso, é uma
PROCEDIMENTOS Bertry faz uma associação entre os eventos ocorridos na França
imagem que representa ideias.
Por exemplo: a ideia de “justiça”
DIDÁTICOS naquele período e as ideias do filósofo, que morreu 11 anos é quase sempre representada por
antes da revolução. uma mulher de olhos vendados
que segura uma balança. Essa
Olho vivo Agora, analise a pintura. Vamos, juntos, desvendar detalhes
mulher é uma alegoria da Justiça.
Retome as ideias da Revolução dessa alegoria e entender como ela foi elaborada.
Francesa sobre liberdade, igual 1 Como a fotografia ainda não tinha sido inventada, os retratos eram pintados em quadros ou
dade e fraternidade. Promova medalhões. O de Rousseau encontra-se na parte superior do quadro para indicar simbolica-
uma conversa sobre esses con- mente a importância de suas ideias para a Revolução Francesa.
ceitos e sua pertinência na
atualidade. Pode ser interessante 2 Exames radiológicos no quadro revelaram que, sob uma camada de tinta, estavam pintados,
questionar os estudantes se a liber- do lado direito e do lado esquerdo do medalhão de Rousseau, os retratos de dois revolu-
cionários: Jean-Paul Marat (1743-1793) e Louis-Michel Lepeletier, marquês de Saint-Fargeau
dade política e a igualdade entre
(1760-1793), respectivamente. A aplicação dessa camada de tinta foi feita depois de pronto o
os membros de uma comunidade
quadro, provavelmente em 1795, quando houve uma reação contra esses dois revolucionários.
teorizadas por Rousseau são pra-
ticadas hoje. 3 As duas bandeiras entrecruzadas (símbolo do novo Estado francês) têm sobre elas o olho
Promova a análise da imagem da verdade, aquele que tudo vê. Esse era o símbolo da vigilância para a conservação dos
e das informações que a acom- princípios da revolução.
panham. Destaque os diferentes
símbolos utilizados na composi- 4 Em primeiro plano, quase no centro da obra, está um fascio, feixe de varas em cuja ponta
se veem alguns machados de bronze. Esse símbolo, de origem etrusca e muito utilizado na
ção da obra, ressaltando a função
Roma antiga, era associado à soberania e à união. Confira como repousam sobre ele alguns
de cada um deles em uma narra-
símbolos da República: no topo, o barrete frígio e uma coroa cívica; de cima para baixo,
tiva visual significativa e coerente. quatro inscrições, com os dizeres “força”, “verdade”, “justiça” e “união”. Na árvore ao lado
Estimule a turma a refletir sobre desse fascio, há uma placa com a inscrição “liberdade”.
as intenções que levaram o artista
a produzi-la e de como ele se 5 Sobre essa coluna está escrita uma frase de Salignac de La Mothe-Fénelon (1651-1715), um
posicionou em relação aos acon- dos precursores do Iluminismo: “Quanto mais uma nação é esclarecida, mais sente que seu
tecimentos políticos na França. verdadeiro interesse é obedecer a leis justas e sábias”.
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fixar com mais eficiência as
informações recebidas.
MUSEU CARNAVALET, PARIS. FOTO: ERICH LESSING/ALBUM/FOTOARENA
MOREIRA, Cristiano Marins.
Alegoria da Revolução
Técnicas de leitura para
Francesa, de Nicolas Henri
Jeaurat de Bertry. Óleo sobre
ledores (os leitores deficientes
1 2 tela, 1794. Na parte central visuais). [Rio de Janeiro], [20--].
superior, medalhão com um Disponível em: http://www.
retrato que reproduz a imagem filologia.org.br/ixcnlf/5/01.htm.
de Jean-Jacques Rousseau. Acesso em: 22 jul. 2022.
O estudo de Francilene Flor da
10 Perto de um canhão, uma Silva relatou sua experiência pro-
sentinela vigia. Trata-se de fissional de ledora para estudantes
uma referência à necessi- com deficiência visual no Instituto
dade de estar preparado Federal da Paraíba e citou a con-
3 para possíveis ataques dos
tribuição dos softwares de voz no
inimigos da revolução.
auxílio a esses estudantes.
5 11 Sans-culotte identificado Os softwares de voz são lei-
7 pelo barrete frígio na cabeça. tores de tela que permitem
4 Esse gorro vermelho era um ao cego usar o computador e
13 dos símbolos da república, outros equipamentos eletrô-
mas sua função simbólica é nicos, sintetizadores de voz, e
6 navegar na internet. Com essa
8 muito anterior à Revolução
Francesa: na Antiguidade, tecnologia, o aluno pode rece-
ele era tradicionalmente ber e registrar as informações
10
concedido ao escravizado
simultaneamente à explicação
9 do professor, que tem as pos-
grego que se tornava livre.
11 sibilidades de planejamento
Tratava-se de um sinal visível
ampliadas. Existem diversas
de conquista da liberdade.
opções no mercado, mas o
12 custo é um fator limitante.
12 Aos pés da coluna, está uma
cornucópia, um símbolo da Dois desses programas me-
recem destaque: Computador
fertilidade, da riqueza e da
de voiss que é um Dispositi-
abundância. A cornucópia
vo de baixo custo e acessível,
é, geralmente, representada
6 No pedestal da coluna, está o livro aberto da Constituição republi- que permite ampliar as letras
como um vaso em forma de
cana, no qual se pode ler: “Direitos do Homem e do Cidadão”. com a lupa eletrônica. Um lei-
chifre, de onde saem frutas tor de tela lê o conteúdo. Já o
7 Pirâmide da Pátria, erguida em reconhecimento aos heróis e cida- e flores. Dosvox é um aplicativo com
dãos mortos durante os acontecimentos de 10 de agosto de 1792, diversas funções, como agen-
13 Bem ao fundo, ergue-se a
quando uma multidão cercou o Palácio das Tulherias, em Paris. Esse da, calculadora, editor e leitor
guilhotina, instrumento da
evento marca o fim da Monarquia Francesa. de textos, além de ser forma-
“regeneração nacional”, na
tador para braille, [...]
8 Pedestal com a inscrição “Revolução Francesa”. qual eram executados não
só os inimigos da revolução, SILVA, Francilene Flor da.
9 As mulheres tiveram uma participação decisiva no processo revo- mas também os revolucio- A prática do ledor para
estudantes cegos: relato
lucionário. Por isso, o pintor as inseriu em sua tela. Aqui, elas nários que se opunham a
de experiência. Trabalho de
também representam os camponeses. Robespierre. Conclusão de Curso (Pedagogia)
– Universidade Estadual da
91 Paraíba, Campina Grande, 2020.
p. 23. Disponível em: http://
dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/
bitstream/123456789/23944/1/
dicas podem ajudar nesse trabalho, conforme vem-se evitar a lentidão e a rapidez 09/08/22
durante Francilene%20Flor%20da%20
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Silva%20121610414.pdf.
texto de Cristiano Marins Moreira, a seguir. o processo. Salvo por solicitação do ouvinte.
Acesso em: 22 jul. 2022.
1. Entoação – A questão da entoação é sim- 2. Recursos Gráficos – Tais marcas me-
ples e não apresenta grandes dificuldades. recem uma devida atenção por, muitas
a) Altura: a voz deve ter uma altura média. vezes, assinalarem características neces-
Dependendo do ambiente, faz-se necessá- sárias para a compreensão do texto.
rio elevar ou reduzir o seu tom. Deve-se a) Gráficos e fotos: é comum a presen-
evitar lugares barulhentos onde possam ça de fotos em jornais e de desenhos em
existir frequentes interrupções ou elemen- textos literários, os quais podem ser des-
tos de distração durante a leitura. critos com detalhes para que o ouvinte
b) Ritmo: a velocidade deve ser regular. De- possa imaginar a situação, o que lhe fará
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3, 5 e 6: abordadas com
os estudantes fazendo com que
compreendam a chamada Reação Ter-
A Reação Termidoriana
midoriana enquanto um fato histórico Tanto a burguesia quanto os sans-culotte queriam o fim da sociedade feudal e dos privilégios
do processo revolucionário francês. dos nobres e do clero. Entretanto, a burguesia francesa não pode ser entendida como um bloco
• CEH 1, 3 e 6: trabalhadas com a turma único. Havia diversos grupos dentro dela, e uma parte desses burgueses – os girondinos – temia
à medida que os estudantes contextu- que o movimento se radicalizasse e saísse do controle.
alizam e caracterizam a organização
BRIDGEMAN/EASYPIX BRASIL
do Diretório.
• Habilidade EF08HI04: enfocada com
os estudantes ao descrever o contexto
histórico da Reação Termidoriana e os
conflitos sociais e políticos que marca-
ram o fim do processo revolucionário.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Ao introduzir o item A
Reação Termidoriana, retome
com os estudantes os membros
do terceiro estado, apontando
as diferenças que havia entre
eles na sociedade francesa do
período. Busque ressaltar que
muitos dos interesses da bur
guesia e dos sans-cullote eram
inconciliáveis, uma vez que os
privilégios econômicos dos bur-
gueses contrastavam com as A marcha incrível, Louis Léopold-Boilly. Óleo sobre tela, 1795. A obra representa
ironicamente o que seria a união da burguesia com as camadas populares. O artista se refere,
condições dos mais pobres. Esses provavelmente, à aversão da burguesia à participação popular na Revolução Francesa.
contrastes podem ser explorados
Dois dos valores mais importantes para a burguesia eram o direito à propriedade privada e ao
por meio da imagem de autoria
livre-comércio. Para os burgueses, esses valores estavam ameaçados pelo tabelamento de preços
de Louis Léopold-Boilly.
e pela reforma agrária implementados pelos jacobinos. Por isso, os girondinos e outros setores
Retome as explicações sobre o articularam um golpe contra os jacobinos.
Período do Terror, entre setem- O golpe se concretizou em julho de 1794, quando Robespierre foi deposto e condenado
bro de 1793 e julho de 1794, à morte. Esse movimento ficou conhecido como Reação Termidoriana, pois aconteceu no
quando dominavam os jacobi- Termidor, nome do 11º mês do calendário revolucionário francês. A partir de então, a Convenção
nos. Leia o texto com a turma e Nacional passou a ser controlada pelos membros da alta burguesia.
procure esclarecer os principais
motivos que levaram os girondi 1. Analise atentamente a pintura reproduzida nesta página e responda: podemos afirmar
nos a tomar o poder. Comente que as pessoas representadas pertencem a um mesmo grupo social? Por quê?
Consulte comentários nas Orientações didáticas.
que Robespierre, líder dos jaco-
92
binos, foi condenado e morreu
guilhotinado.
Atividade (aparentemente, uma estola feita com pele
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
O Diretório e o fim da revolução Antes da leitura do texto do
item O Diretório e o fim da
Com a Convenção sob controle da alta burguesia, uma nova Constituição foi elaborada
em 1795. Ela acabou com o voto universal masculino e reintroduziu o voto censitário, ou seja, Revolução, pergunte aos estudan-
o direito ao voto ficava restrito a pessoas do sexo masculino com certa condição financeira, tes o que sabem sobre Napoleão
excluindo, assim, os pobres das decisões políticas. A alta burguesia também anulou algumas Bonaparte e sua relação com
medidas implantadas pelos jacobinos, entre elas o tabelamento de preços e o fim da escravidão a Revolução Francesa. Anote
nas colônias francesas. na lousa os principais comentá-
O Poder Executivo passou a ser controlado pelo Diretório, órgão composto de cinco pessoas rios e aproveite para trabalhar os
eleitas entre os deputados. Nesse período, a França passou por outra grave crise econômica, na conhecimentos prévios e o ima-
qual os preços dos produtos de primeira necessidade dispararam. Nos campos, a fome era tanta ginário da turma sobre Napoleão.
que nem mesmo a ameaça de pena de morte impedia os saques. Ressalte, por exemplo, como as
Nessas condições, tanto os jacobinos quanto os defensores da monar- artes e a indústria cultural con-
Golpe de Estado:
quia começaram a conspirar contra o governo da alta burguesia. Para não ação pela qual um tribuem para a criação de uma
perder o controle da situação, o Diretório convocou Napoleão Bonaparte grupo de pessoas
derruba o governo de
imagem sobre esse personagem
(1769-1821), um general do Exército, para reprimir os movimentos.
um país e ocupa seu histórico, um dos mais famosos
O sucesso do general Bonaparte em reprimir a rebelião dos partidá-
lugar. Os golpes de do mundo ocidental.
rios da monarquia foi tão grande que ele foi convidado a assumir uma Estado são, muitas
das vagas do Diretório, em outubro de 1799. Um mês depois, ele deu vezes, liderados por Esclareça que Napoleão foi um
um golpe de Estado: dissolveu o Parlamento e substituiu o Diretório militares e podem ter importante militar do Exército
ou não apoio popular. francês que assumiu uma vaga
por três cônsules. O mais importante desses cônsules era ele mesmo. A
revolução, então, chegava ao fim. no Diretório em 1799, dando
Embora diversos aspectos da revolução tenham se perdido durante o governo de Napoleão, a um golpe logo em seguida.
Revolução Francesa marcou a história do mundo ocidental. Além de acabar com a estrutura feudal Certifique-se de que os estudan-
na França, ela estabeleceu princípios de valor universal, como os de liberdade, igualdade e tes compreendem um golpe de
fraternidade, inaugurando uma nova era na história do mundo ocidental. As três palavras torna- Estado como o ato de derrubar
ram-se o lema da Revolução Francesa, mas, por sintetizar valores comuns à maioria da população um governo constitucionalmente
francesa, continuaram sendo utilizadas em defesa da democracia contra governos opressores. legítimo. Se considerar válido,
discuta sobre outros exemplos
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3, 6 e 7: abordadas com os
estudantes fazendo com que com-
preendam a concepção de tempo dos
O calendário revolucionário
revolucionários franceses e contextu- O golpe de Estado que conduziu Napoleão Bonaparte ao poder ocorreu em 9 de novembro
alizem o governo napoleônico. de 1799, mas entrou para a história como Golpe do 18 Brumário porque em 1792 os revolu-
• CEH 1, 3 e 6: trabalhadas com a turma cionários substituíram o calendário gregoriano por um novo calendário. A intenção era marcar o
à medida que os estudantes analisam as início de uma nova era e romper com as heranças culturais do Antigo Regime e da Igreja Católica.
características do governo napoleônico. O Calendário Republicano ou Calendário Revolucionário era dividido em 12 meses, cada qual
• Habilidade EF08HI04: enfocada com com trinta dias, mais cinco dias complementares (ou seis, nos anos bissextos) acrescentados ao
os estudantes ao caracterizar o gover- final do ano. As semanas receberam nomes distintos e eram chamadas de decâmeros ou décadas.
no de Napoleão Bonaparte. Os dias também foram alterados, substituídos por nomes de plantas, animais e minerais.
Os nomes dos meses foram escolhidos com base nos fenômenos da natureza, como Pluvioso,
Ventoso e Floreal. O Brumário, mês do golpe dado por Napoleão, ia de 22 de outubro a 20 de novem-
PROCEDIMENTOS bro, no calendário gregoriano, e recebeu esse nome por ser época de neblina ou bruma naquela região.
DIDÁTICOS Todas essas mudanças vigoraram até 1805, quando Napoleão aboliu o Calendário
Ao discutir as informações Revolucionário e retomou o gregoriano.
do item O calendário revo
ALBUM/FOTOARENA
lucionário, explique que os
revolucionários buscaram alterar
a contagem do tempo durante
os dias, pretendendo abolir as 24
horas e implementar um sistema
de apenas 10 horas. Cada hora
teria mais cem unidades, e cada
uma dessas unidades seria sub-
dividida em outras cem partes.
Por exemplo, uma hora do dia do
calendário revolucionário repre-
sentaria 2 horas e 24 minutos
do nosso dia.
Em seguida, solicite que
observem a imagem do calen-
dário da Revolução e os nomes
dados aos dias da semana e aos
meses. Ressalte o intuito de rom-
pimento com as heranças cristãs
e de estabelecimento de novos Calendário revolucionário francês, autoria desconhecida. Gravura, 1801.
parâmetros sociais e culturais.
Pode ser interessante perguntar FICA A DICA
aos estudantes: se tivesse que • Napoleão, de Thierry Lentz. São Paulo: Editora Unesp, 2008.
criar um novo calendário, que Livro sobre a vida, a obra e a herança de Napoleão, adequado ao público de jovens leitores.
nomes você daria aos meses?
Por quê? É um exercício simples, 94
mas que proporciona reflexão,
conduz ao autoconhecimento
e exercita a criatividade.
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
O PERÍODO NAPOLEÔNICO Durante a abordagem do
item O período napoleô
Depois de dez anos de revolução (1789-1799), a sociedade francesa encontrava-se arra-
nico, solicite aos estudantes que
sada pelas disputas internas e pelas guerras externas. Napoleão conquistou a confiança da
burguesia em virtude de seus êxitos militares e, em 1802, um plebiscito concedeu a Napoleão
observem o mapa Conquistas
o título de cônsul vitalício. Dois anos depois, outra consulta popular o transformou em impe- napoleônicas (século XVIII
rador dos franceses. a XIX). Destaque a localização
Durante o período em que exerceu o poder (1799-1814), Plebiscito: consulta popular pela da França e de todos os territó-
o governo de Napoleão adotou medidas para recuperar a eco- qual os eleitores manifestam rios conquistados por Napoleão.
nomia e as instituições do Estado. Incentivou a industrialização, pelo voto sua opinião sobre
determinado assunto.
Explique que, sob seu comando,
criou o primeiro banco nacional francês e promoveu obras públi- a França conseguiu recuperar
Código Civil: conjunto de leis
cas, como a construção de estradas, a fim de gerar empregos. que consolidava as conquistas sua economia, mas, apesar do
Em 1804, sob o governo de Bonaparte, foi instituído o burguesas da revolução, como
liberdade individual, respeito à Código Civil, muitos direitos e
Código Civil. Disposto a enfraquecer o comércio e a indústria da
propriedade privada, igualdade liberdades conquistados durante
rival Inglaterra, Napoleão Bonaparte proibiu as nações europeias perante a lei e casamento civil
de comerciar com os britânicos, ameaçando atacar os países que separado do religioso. O Brasil a Revolução foram revogados,
desobedecessem ao chamado Bloqueio Continental. Além também tem seu Código Civil e embora alguns tenham sido reto-
nele estão agrupadas as relações
disso, pôs em prática um processo expansionista que culminou jurídicas de ordem privada.
mados em outros momentos
na anexação de vários territórios aos domínios franceses. históricos.
Explicite que o tema será
Conquistas napoleônicas (século XVIII a XIX) retomado no último capítulo
da unidade, momento em que
ALLMAPS
0°
São Petersburgo
wich
REINO DA Estocolmo
DINAMARCA
Império Napoleônico exerceu
iano de
E
NORUEGA
REINO DA Moscou
na história do Brasil.
Merid
SUÉCIA
REINO UNIDO Mar do Mar
DA Báltico
GRÃ-BRETANHA Norte
Copenhague
E IRLANDA
IMPÉRIO
PRÚSSIA
Amsterdã
RUSSO
Berlim Varsóvia
Londres
OCEANO Bruxelas
WESTFÁLIA
Dresden GRÃO-DUCADO
DE VARSÓVIA
ATLÂNTICO CONFEDERAÇÃO
DO
Paris RENO
Milão HUNGRIA
SABOIA
REINO
DA Belgrado
ITÁLIA Mar Negro
M
I
P
Mar É
PORTUGAL Madri Adriático
R
Roma I O Constantinopla
T U
R C O N O
- O T O M A
Lisboa ESPANHA REINO Nápoles REINO
DE
DA NÁPOLES
SARDENHA Território francês em 1789
Mar
Egeu
Territórios conquistados pela França até 1801
Mar Mediterrâneo Territórios conquistados pela França até 1812
REINO DA
SICÍLIA Estados “aliados” da França em 1812
0 250 Estados em guerra contra a França
km
Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 124.
95
AMPLIAR HORIZONTES
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3 e 6: abordadas com os
estudantes fazendo com que com-
preendam a estrutura do Congresso O CONGRESSO DE VIENA
de Viena e a importância de outros Napoleão governou até 1814, quando foi derrotado por uma coalizão internacional e obri-
movimentos revolucionários, como a gado a se exilar na ilha de Elba, próxima à costa italiana. Algum tempo depois, conseguiu fugir
Revolução Haitiana. da ilha e foi recebido em Paris com aclamações de “viva o imperador”. Governou durante cem
• CEH 1, 2, 3, 4 e 6: trabalhadas com dias, mas foi novamente derrotado em 1815, na Batalha de Waterloo. Preso mais uma vez, foi
a turma à medida que os estudantes deportado para a ilha de Santa Helena, no oceano Atlântico, onde morreu alguns anos mais tarde.
analisam a Revolução Haitiana e con- Após o fim do governo de Napoleão Bonaparte, representantes de diversas nações europeias
textualizam suas características com o se reuniram na Áustria para participar do Congresso de Viena (1814-1815). O objetivo do
período das revoluções iluministas em encontro era restabelecer o equilíbrio de forças entre as grandes potências do continente. Nesse
diferentes regiões do planeta. sentido, uma das medidas adotadas foi a retomada das fronteiras europeias existentes antes da
• Habilidades EF08HI04 e EF08HI10: Revolução Francesa e das Guerras Napoleônicas.
enfocadas com os estudantes ao Além disso, o Congresso determinou a restauração dos governos derrubados durante a
descrever e caracterizar processos Revolução Francesa. Na França, por exemplo, Luís XVIII, irmão de Luís XVI, assumiu o trono. Outra
revolucionários, como o ocorrido no medida definida pelo Congresso de Viena foi a garantia de que as monarquias ibéricas voltariam
Haiti e na França. ao controle das famílias reais que governavam Portugal e Espanha antes das invasões napoleônicas.
Por tudo isso, o Congresso de Viena ficou conhecido como Restauração, ou seja, o retorno à
PROCEDIMENTOS ordem existente na Europa antes da Revolução Francesa. Para evitar a ameaça de novas revoluções,
os líderes europeus decidiram criar a Santa Aliança, uma coligação de países que agiria para
DIDÁTICOS reprimir novas revoluções que pudessem se disseminar pelo continente.
Utilize o mapa da página
96 para abordar o item O Europa após o Congresso de Viena (1815)
ALLMAPS
Congresso de Viena e expli- 0°
REINO DA SUÉCIA
Gree
Mar do
um movimento de retomada e Norte REINO DA
o
REINO UNIDO DA
tic
50 DINAMARCA
°N GRÃ-BRETANHA
rB
ál
Copenhague
restabelecimento de territórios E IRLANDA
Ma
I M P ÉRIO
que existiam antes da Revolução REINO DOS REINO DE
PAÍSES HANNOVER REINO DA
RU S SO
Londres BAIXOS PRÚSSIA
Francesa e das conquistas napo- OCEANO
REINO DA
ATLÂNTICO
leônicas. Essa retomada, ou Paris
SAXÔNIA
REINO DA
BAVIERA
Restauração, também foi uma REINO DE Munique
WÜRTTENBERG Viena
I M PÉ R I O
época de algum retrocesso polí- REINO DA
FRANÇA
CONF.
SUÍÇA AU STRÍAC O
PORTUGAL ESTADOS
Madri PONTIFÍCIOS Mar Negro Territórios anexados
M
ram para evitar novas revoluções.
ÉR
ar
REINO DA Córsega Ad
Lisboa
IO
o R ao Império Austríaco
-SARDENHA Nápoles C
O ÁSIA ao Reino da Prússia
-O
uma boa oportunidade para dis- M a r M e REINO DAS Mar
TO
MAN
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ao Reino da Dinamarca
d DUAS SICÍLIAS Egeu
i
cutir com os estudantes como t
e Sicília
ao Reino da Sardenha
r ao Reino da Suécia
a história não é uma linha reta 0 295 r
â
n
Limites da Confederação
ÁFRICA e o Germânica
que vai do menos para o mais
km
evoluído, ou algo semelhante. Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 125.
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Enquanto isso...
ENQUAN TO ISSO... Utilize um mapa-múndi para
localizar a França e a região do
Haiti, na Ilha de São Domingos,
IDEAIS ILUMINISTAS REVOLUCIONAM O HAITI parte do Caribe. Comente que
Os princípios iluministas de liberdade e igualdade espalharam-se para outros lugares do os ideais da Revolução Francesa
mundo. Um dos exemplos mais significativos foi o de São Domingos, parte de uma ilha localizada alcançaram rapidamente diversas
no Mar do Caribe, e que, desde 1697, encontrava-se sob o domínio da França. regiões do mundo, entre elas as
São Domingos era a principal colônia francesa, responsável por uma grande produção de colônias da França, e que a revo-
açúcar. Em meados do século XVIII, uma elite branca, de cerca de 5 mil pessoas, controlava uma lução de São Domingos é um
população de aproximadamente 465 mil pessoas escravizadas que trabalhavam, principalmente, exemplo disso.
nas plantações de cana e café e na produção do açúcar.
Na sequência, leia o texto com
Na segunda metade do século XVIII, escravizados e libertos começaram a difundir ideias
os estudantes, incentivando-os
iluministas pela ilha. Com o início da Revolução Francesa, essas ideias se fortaleceram, e muitos
a observar as imagens. Pergunte
passaram a defender também o fim da escravidão.
Em 1791, começou uma rebelião liderada pelo ex-escravizado Toussaint L’Ouverture (1743-1803)
se sabiam sobre essa revolução
contra a escravização dos negros e o colonialismo francês. Nos primeiros meses de combate, mais de escrava e comente que, nos anos
mil colonos brancos foram mortos e muitos enge- seguintes, as Américas foram
GRANGER/FOTOARENA
nhos de açúcar e plantações de café, destruídos. tomadas pelo “haitianismo”,
Em 1801, L’Ouverture foi levado à França e isto é, o medo das elites de que
preso, após uma oferta de perdão não cumprida o exemplo haitiano se espalhasse
pelo governo francês pela participação dele na por outras colônias escravagistas.
revolução; assim, o movimento passou para o Aponte que até os dias atuais
comando de Jean-Jacques Dessalines (1758-1806), o Haiti tem como línguas ofi
outro ex-escravizado. ciais o francês e também o
A revolução prosseguiu até 1803, ano em criollo haitiano. Se conside-
que os franceses foram derrotados e expulsos da rar válido, estimule uma pesquisa
ilha. Em 1º de janeiro de 1804, foi proclamada sobre outras características do
a independência da ilha e, em homenagem aos Haiti atualmente para que reco-
indígenas que haviam sido mortos pelos franceses, nheçam aspectos políticos,
os escravizados decidiram adotar o antigo nome
culturais e sociais do país.
indígena: Haiti. Dessalines se coroou imperador
com o nome de Jacques I e mandou executar os
3 mil brancos que ainda viviam no Haiti. Gravura de autoria desconhecida que
A Revolução Haitiana promoveu a instau- representa o levante de haitianos contra
ração de uma república livre, que passou a ser a escravidão e o domínio francês do Haiti, escravistas com presença de
vista como uma ameaça às elites escravistas da em 1791. escravos de origem africana.
América, despertando uma onda de medo que Assim, como um não even-
Esse movimento foi o único no qual grupos
ficou conhecida como “haitianismo”. to, ou evento impensável, o
de pessoas escravizadas promoveram o fim
As nações europeias bloquearam as relações da escravidão, acabando com o poder das
Haiti torna-se o centro para
econômicas com o Haiti, o que levou a economia antigas elites coloniais. Além disso, o novo se pensar o colonialismo e
do país ao colapso. Além disso, o país precisou governo que se instaurou no país foi formado suas contradições não só na
assumir uma elevada dívida externa para ter reco- pelos ex-escravizados, que consolidaram sua própria ilha de São Domingos,
influência no território haitiano. na França, nos Estados Uni-
nhecida a sua soberania.
dos e em outras localidades,
97 mas em todo campo de inci-
dência das práticas coloniais
e da escravidão. [...]
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 97 Trouillot, essas pretensões falharam,
09/08/22pois
15:52 DUARTE, Evandro Charles
não havia debate público algum no mundo Piza; QUEIROZ, Marcos
Direito, Estado e modernidade branco-europeu sobre o direito dos negros Vinícius Lustosa. A revolução
haitiana e o Atlântico negro: o
[...] a Revolução Haitiana serviu de teste de alcançarem sua autodeterminação e o constitucionalismo em face do
máximo às pretensões universalistas pre- direito de fazê-lo pela resistência armada lado oculto da modernidade.
sentes na França e nos Estados Unidos. Ela (como outros haviam feito na mesma época). Direito, Estado e Sociedade,
atacou as noções do liberalismo sobre ci- Não obstante, essas pretensões foram Rio de Janeiro, n. 49, p. 10-42,
decisivas para os debates subsequentes em jul./dez. 2016. Disponível em:
dadania, apresentando novas pretensões
http://direitoestadosociedade.
de universalização que nossa historiogra- torno da continuidade da escravidão e sem- jur.puc-rio.br/media/Direito%20
fia constitucional faz questão de ocultar. pre pairaram como um fantasma para os 49_artigo%201.pdf.
Para o historiador haitiano Michel-Rolph estados-nação que emergiram de sociedades Acesso em: 15 ago. 2022.
97
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3 e 5: abordadas com os es-
tudantes fazendo com que sintetizem
os principais fatos históricos relaciona-
dos às revoluções iluministas ocorridas ESQUEM A-RE SUMO
na Europa e na América, como no caso
da Independência dos Estados Unidos
e a Revolução Francesa.
CAPÍTULO 3 – PARTE 1
• CEH 1, 3 e 6: trabalhadas com a turma REVOLUÇÕES ILUMINISTAS: ESTADOS UNIDOS
à medida que os estudantes contex-
tualizam as revoluções abordadas ao
longo do capítulo e identificam suas Rápida propagação de ideias
semelhanças e diferenças. iluministas na América
• Habilidades EF08HI04 e EF08HI07:
enfocadas com os estudantes ao des-
crever e caracterizar as Revoluções
Iluministas na Europa e na América.
Ausência de governo único na
A partir de 1763: ampliação da
América do Norte; forma de
PROCEDIMENTOS colonização diferente conforme
cobrança de impostos na colônia
americana
DIDÁTICOS a região
Esquema-resumo –
Parte 1
Peça aos estudantes que – Descontentamento dos colonos,
principalmente os do Norte
se organizem em grupos para Colônias do Norte e do Colônias do Sul
Centro: Nova Inglaterra – Início do movimento de ruptura com a
comentar os principais aspec- Inglaterra: 1775
tos da Independência dos
Estados Unidos indicados em – Pequenas propriedades – Grandes propriedades
cada item do esquema. Se con- – Sistema de autogoverno agrícolas GUERRA PELA
– Produção para exportação INDEPENDÊNCIA DAS
siderar pertinente, incentive-os
COLÔNIAS: 1776-1781
a retomar o conteúdo do capí-
tulo, completando o esquema
Constituição dos Estados Unidos:
com as informações que consi- influência do Iluminismo (1787)
deram mais importantes.
Manutenção da
Divisão dos poderes Direitos dos cidadãos
escravidão
Liberdade de imprensa
Liberdade de expressão
Liberdade de reunião, entre outros
98
Texto complementar
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Esquema-resumo –
CAPÍTULO 3 – PARTE 2 Parte 2
A Revolução Francesa e a
REVOLUÇÃO FRANCESA (1789-1799)
Independência dos Estados
Unidos são os principais temas
Divisão da sociedade francesa: três até este ponto da unidade. Para
estados aprofundar as relações entre eles,
sugerimos a leitura do Texto
complementar na página 98,
PRIMEIRO ESTADO: SEGUNDO ESTADO: TERCEIRO ESTADO: RESTANTE em que o pesquisador espanhol
CLERO DA IGREJA NOBREZA DA SOCIEDADE (98% DA Ignasi Saborit faz uma compa-
CATÓLICA POPULAÇÃO)
ração entre esses dois eventos.
Com base nas informações
Agrava-se a crise econômica na França
Exploração do terceiro estado: 1785 presentes nos esquemas-resumo
e na leitura do capítulo, explique
a influência do pensamento
Convocação dos Estados Gerais: iluminista nas revoluções ame-
o terceiro estado se rebela (1789)
ricana e francesa. É importante
que notem que diversas ideias
iluministas estiveram presentes
Proclamação da Assembleia Revolta popular Tomada da Bastilha
Nacional Constituinte nas duas revoluções, como os
princípios de liberdade (política,
– Jacobinos DECLARAÇÃO DOS DIREITOS religiosa, de expressão), igual-
– Girondinos DO HOMEM E DO CIDADÃO dade, defesa do estado laico
E PROMULGAÇÃO DA e divisão do Estado em três
CONSTITUIÇÃO
poderes, por exemplo.
Diversas ideias do pensamento iluminista estão presentes nas duas revoluções, como os princípios de liberdade
(em seus variados sentidos: político, religioso, de expressão) e de igualdade, fim do Antigo Regime, defesa 99
do estado laico e divisão do Estado em três poderes, por exemplo.
99
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3, 6 e 7: abordadas com
os estudantes fazendo com que
sintetizem os fatos históricos abor-
dados no capítulo e compreendam
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
suas particularidades.
• CEH 1, 3, 5 e 6: trabalhadas com a turma 1. A Constituição dos Estados Unidos, aprovada em 1787, seguia diversos princípios inspira-
à medida que os estudantes analisam as dos no pensamento iluminista. Um exemplo disso foi a ideia de separação dos poderes,
Revoluções Iluministas e contextualizam praticada posteriormente em muitos outros países, inclusive no Brasil. Em linhas gerais,
explique como funciona essa divisão do Estado em três poderes.
suas características ressaltando suas prin- Consulte resposta esperada e comentários em Orientações didáticas.
cipais semelhanças e diferenças entre si. 2. O texto a seguir apresenta uma definição do conceito de cidadania. Leia-o atentamente
• Habilidades EF08HI04, EF08HI07 e responda ao que se pede:
EF08HI10: enfocadas com os estudantes
ao descrever e caracterizar os principais A rigor podemos definir cidadania como um complexo de direitos e deveres atri-
aspectos das revoluções estudadas. buídos aos indivíduos que integram uma Nação, complexo que abrange direitos políticos,
sociais e civis. Cidadania é um conceito histórico que varia no tempo e no espaço. Por
PROCEDIMENTOS exemplo, é bem diferente ser cidadão nos Estados Unidos, na Alemanha e no Brasil.
DIDÁTICOS SILVA, Kalina Vanderlei; MACIEL, Henrique Silva. Dicionário de conceitos históricos.
São Paulo: Contexto, 2009. p. 47.
Atividades • Apresente um exemplo para explicitar como a noção de cidadania no século XVIII
1. A Constituição estabeleceu é diferente da noção de cidadania no presente.
Consulte resposta e comentários nas Orientações didáticas.
a divisão do Estado em três 3. Os ideais iluministas de cidadania e liberdade influenciaram a luta pela independência das
poderes: o Executivo, exercido 13 colônias. Identifique alguns dos direitos conquistados após a emancipação dos Estados
Unidos e explique por que não podemos afirmar que todos eram cidadãos nesse novo país.
pelo presidente; o Legislativo Consulte a resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
(formado por uma Câmara 4. Retome a imagem da página 79. A charge, de autoria desconhecida, é chamada de
dos Representantes e pelo Despertar do terceiro estado e permite verificar uma representação da divisão em
estados da sociedade francesa do século XVIII, mas também é uma crítica a essa divisão.
Senado), encarregado de
Com base na análise da imagem e na leitura do capítulo, responda.
elaborar leis; e o Judiciário,
a) Como era a divisão social da França até o final do século XVIII?
exercido pelos juízes e
b) Qual é a crítica presente na imagem sobre essa divisão social?
encarregado de zelar pelo Consulte as respostas esperadas e comentários nas Orientações didáticas.
cumprimento das leis. 5. Explique a importância do primeiro artigo da Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão no contexto social da França em 1789.
2. Dois exemplos para diferen-
ciar a noção de cidadania no 6. O período revolucionário francês passou por diferentes fases: Monarquia Constitucional,
República e Diretório. Elabore um pequeno resumo de cada um desses períodos, pro-
século XVIII e no presente são curando destacar: Consulte a resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
a questão da escravidão e a • o período de duração; 5. Espera-se que o estudante observe que o artigo assegura a igualdade
exclusão das mulheres da par- • o tipo de governo; entre todos, numa época em que a França se caracterizava por ter uma
sociedade desigual, na qual os membros do primeiro e do segundo estado
ticipação política. Atualmente, • os direitos alcançados. detinham privilégios negados ao terceiro estado.
a noção de cidadania envolve 7. O Período do Terror e a Reação Termidoriana são dois momentos distintos da Revolução
a ideia de que todos são iguais Francesa. Explique o que foram esses períodos e aponte diferenças entre eles.
e a escravidão é uma grave Consulte a resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
8. As revoluções francesa e haitiana foram inspiradas nos princípios iluministas, mas suas
violência. Mas nos Estados lideranças foram diferentes. Explique quem liderou cada uma dessas revoluções e qual
Unidos, no final do século foi o desfecho da Revolução Haitiana.
XVIII, essa ideia não existia, Consulte a resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
e muitos líderes conciliavam 100
a ideia de cidadania com a
manutenção da escravidão.
Além disso, as mulheres não a escravidão foi mantida, e os indígenas e
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24.indd 100 com os impostos do país. A quebra das 09/08/22 15:52
eram consideradas cidadãs negros libertos não tinham direito à cidadania. correntes pode ser interpretada simbo-
iguais aos homens, por 4. a) A sociedade francesa encontrava-se dividida licamente como o despertar do terceiro
isso eram excluídas da vida em três estamentos. O primeiro estado estado contra a exploração à qual estava
política. (clero), o segundo estado (nobreza) e o submetido.
3. Entre os direitos conquista- terceiro estado (o restante da população: 6. Resposta pessoal. Para elaborar seu resumo,
dos após a emancipação dos burguesia, operários, camponeses e servos). o estudante pode basear-se no esquema-re-
Estados Unidos estava a liber- b) A crítica é ao primeiro e segundo estados, sumo da página 99, que sintetiza as principais
dade de expressão. Contudo, que obrigavam o terceiro estado a arcar etapas da Revolução Francesa.
100
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
9. Leia as frases sobre a independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa e
indique a opção correta.
Atividades
10. Espera-se que os estudantes
a) A independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto
histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos. consigam identificar nas alter-
b) O processo revolucionário francês assemelhou-se com o movimento de independência nor- nativas os aspectos comuns
te-americano no apoio ao poder dos reis. entre a Independência dos
c) Tanto nos Estados Unidos quanto na França, as teses iluministas sustentaram a luta pelo Estados Unidos e a Revolução
reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana. Francesa.
d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no processo de indepen- 11. Espera-se que os estudantes
dência norte-americano. consigam identificar algu-
e) Tanto a independência dos Estados Unidos como a Revolução Francesa foram movimentos mas das ações do governo
liderados por representantes da elite. de Napoleão.
Alternativa C.
10. Como general, cônsul e imperador, Napoleão Bonaparte transformou a França em uma Texto complementar
potência expansionista, com influência em todo o continente europeu. No entanto, a
expansão francesa, com seus ideais burgueses, encontrou muitas resistências, princi- Ciência de dados
palmente entre as nações dominadas por setores aristocráticos. Indique a opção que reconstrói a retórica da
identifica corretamente uma ação implementada pelo governo napoleônico. Revolução Francesa
a) O estabelecimento do catolicismo cristão e romano como religião de Estado. Uma parceria entre especia-
b) A descentralização das atividades econômicas, o que permitia que as economias locais pros- listas em história, computação
perassem sem o pagamento de impostos. e ciências cognitivas está aju-
c) A adoção do Código Civil, que garantia a liberdade individual, a igualdade perante a lei e o dando a mostrar como ideias
direito à propriedade privada. surgiram e vicejaram logo
d) O estímulo, por parte das leis francesas, à criação de sindicatos de trabalhadores, livres da após a Revolução Francesa
influência do Estado. [...]. Os pesquisadores [...] usa-
e) O Bloqueio Continental contra Portugal, decretado por Napoleão em resposta à pressão da
ram técnicas de mineração de
Inglaterra, de quem era aliado. dados para analisar transcri-
Alternativa C. ções de 40 mil discursos da
11. O texto a seguir é um trecho do livro Ecos da Marselhesa, do historiador Eric Hobsbawm. Assembleia Nacional Consti-
Na obra, ele examina o processo revolucionário francês e aponta quais foram as heran- tuinte, o primeiro parlamento
ças dessa revolução para o mundo contemporâneo. pós-revolução, que funcionou
de 1789 a 1791. Os textos es-
[…] A Revolução Francesa foi, de fato, um conjunto de acontecimentos suficiente- tão disponíveis no Arquivo
mente poderoso e suficientemente universal em seu impacto para ter transformado Digital da Revolução Francesa
o mundo permanentemente […]. e foram estudados por meio
[...] Metade dos sistemas legais do mundo está baseada na codificação legal que de um método que combina
a Revolução implantou. […] teoria da informação com es-
[...] A Revolução Francesa deu aos povos a noção de que a história pode ser tatística para rastrear padrões
mudada por sua ação. Deu-lhes também [...] o que até hoje permanece como a mais de uso de palavras nos deba-
poderosa divisa jamais formulada para a política da democracia e das pessoas tes da assembleia. [...]
comuns que ela inaugurou: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. […] CIÊNCIA de dados reconstrói
a retórica da Revolução
HOBSBAWM, Eric. Ecos da Marselhesa: dois séculos reveem a Revolução Francesa.
São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 124-125. Francesa. Pesquisa Fapesp,
São Paulo, ed. 267, 23 maio
• Segundo o autor, quais são os reflexos da Revolução Francesa no mundo 2018. Disponível em: http://
contemporâneo? revistapesquisa.fapesp.br/
De acordo com Hobsbawm, a Revolução Francesa teve impacto de dimensões mundiais, a ponto de a ciencia-de-dados-reconstroi-a-
metade dos sistemas legais do mundo ter como base a codificação legal implantada pela revolução. 101 retorica-da-revolucao-francesa/.
Além disso, a Revolução Francesa mostrou que a história pode ser mudada pela ação de um povo. Acesso em: 15 ago. 2022.
101
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A BNCC NESTA DUPLA
NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
• CECH 1, 2, 3, 5 e 6: abordadas com os
estudantes em uma aproximação das 12. Chamamos de alegoria uma imagem ou um conjunto de imagens que representam
revoluções analisadas ao longo do ca- uma ideia. Na França do século XVIII, foram feitas inúmeras charges com alegorias
pítulo com o contexto dos dias atuais. referentes ao Antigo Regime e aos ideais da Revolução Francesa. A gravura a seguir
• CEH 1, 3 e 6: trabalhadas com a turma mostra isso. Analise-a com atenção e responda ao que se pede.
à medida que caracterizam os proces- a) Quais elementos indicam que se trata de
da Bahia.
Estatuto da juventude: À margem da Constituição brasileira [...]
atos internacionais e nor- [...] “Em 30 anos da Constituição, in-
mas correlatas. Brasília, DF: BRITO, Débora. Negros ainda lutam por direitos
titulada cidadã, nós vivenciamos uma básicos, 30 anos após Constituição. Agência
Senado Federal, Coordenação situação-limite. Quando você olha para Brasil, Brasília, DF, 13 maio 2018. Disponível em:
de Edições Técnicas, 2013. os espaços de poder, a possibilidade de https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/
Disponível em: https://www2. equidade no trabalho, entre outros as- noticia/2018-05/negros-ainda-lutam-por-direitos-
basicos-30-anos-apos-constituicao.
senado.leg.br/bdsf/bitstream/ pectos, definitivamente nós precisamos
Acesso em: 22 jul. 2022.
handle/id/509232/001032616. marcar que a população negra continua
pdf. Acesso em: 22 jul. 2022). na margem”, afirma Vilma Reis, Ouvido-
102
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-066-103-U2-CAP3-LA-G24-AV2.indd 103 O ato ocorreu no dia 5 de outubro14/08/22
de 1789,
14:31 de Versalhes e o escoltaram
quando, encabeçadas pelas vendedoras de pei- à capital.
“Os homens tomaram a Bastilha, as xe de Paris, cerca de 7 mil mulheres, armadas ARANTES, José Tadeu. Virtuosas
mulheres tomaram o Rei” de facões de cozinha, lanças rústicas (piques), ou perigosas? Agência Fapesp,
“Os homens tomaram a Bastilha, as mu- machados e dois canhões, marcharam a Ver- São Paulo, 12 dez. 2013.
lheres tomaram o Rei”: assim o historiador salhes, sede da Corte Real e da Assembleia Disponível em:
francês Jules Michelet (1798-1874) resumiu Nacional, para protestar contra a escassez e https://agencia.fapesp.br/
virtuosas-ou-perigosas/18358/.
o alcance da primeira grande manifestação o preço do pão, arrastando atrás de si solda-
Acesso em: 5 ago. 2022.
política feminina ocorrida na Revolução Fran- dos da Guarda Nacional e outros homens.
cesa – que mudou a dinâmica do processo No dia seguinte, [...] as manifestantes
revolucionário, [...] pressionaram o Rei a abandonar o Palácio
103
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A BNCC NESTE CAPÍTULO
Competências
TULO
4
• CECH: 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. REBELIÕES NA COLÔNIA:
Habilidades
• EF08HI04 • EF08HI05 • EF08HI06
A CONJURAÇÃO MINEIRA
• EF08HI07 • EF08HI08 • EF08HI11
• EF08HI14
E A CONJURAÇÃO BAIANA
A BNCC NESTA DUPLA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• CECH 2, 3, 5 e 6: trabalhadas na aná
lise do contexto histórico abordado, • Identificar as causas, as consequências e as personagens envolvidas na
compreendendo as diferentes mo Conjuração Mineira e na Conjuração Baiana.
tivações de grupos e indivíduos no • Reconhecer aspectos do ideal de liberdade no passado e no presente.
processo das rebeliões coloniais.
SERGIO PEDREIRA/PULSAR IMAGENS
• CEH: 1, 2, 5 e 6: abordadas com a turma Alguns dias são feriados nacionais no Brasil.
à medida que os estudantes constroem Certamente você conhece alguns deles: 1o de
argumentos críticos sobre as rebeliões maio, Dia do Trabalho; 7 de setembro, come-
coloniais; e no estudo dos fluxos de pes moração da Proclamação da Independência do
soas e mercadorias com o surgimento
Brasil. Outro feriado nacional é o dia 21 de abril,
dos primeiros núcleos urbanos.
data escolhida para celebrar Tiradentes.
• Habilidade EF08HI05: é enfocada Tiradentes (1746-1792) foi um militar
com os estudantes ao explicar as mo
de baixa patente que, em 1789, com outras
tivações e o contexto histórico para
pessoas, participou de um movimento conhe-
eclosão das rebeliões coloniais.
cido como Conjuração Mineira. Esse movimento
pretendia libertar a capitania de Minas Gerais
PROCEDIMENTOS da dominação portuguesa.
DIDÁTICOS Em 1798, outra rebelião ocorreu na
Busto de Manuel Faustino dos Santos Lira, um
colônia portuguesa. Foi a Conjuração Baiana, dos líderes da Conjuração Baiana, na Praça da
Explique que a instituição de que teve lugar em Salvador, na Bahia. Os dois Piedade, no centro de Salvador (BA), 2020.
feriados ocorre em diferen- movimentos tinham uma característica em
tes sociedades e em diferentes comum: seus integrantes agiam influenciados pelas ideias de liberdade e igualdade difundidas
períodos históricos. Apresente pelo pensamento iluminista.
como exemplos os gregos, que Praça Tiradentes, no centro histórico de Ouro Preto. Nessa cidade,
suspendiam suas atividades no reuniam-se os líderes da Conjuração Mineira, ocorrida em 1789.
PULSAR IMAGENS
JOÃO PRUDENTE/
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
NOVOS NÚCLEOS URBANOS No item Novos núcleos
urbanos, é possível que os estu-
Entre as últimas décadas do século XVII e a primeira metade do século XVIII, a colônia
dantes tenham dificuldade de
portuguesa na América passou por diversas revoltas.
No Maranhão, o senhor de engenho Manuel Beckman (1630-1686) liderou uma rebelião,
compreender como se procedia
em 1684, contra os jesuítas e contra uma companhia de comércio. Em Pernambuco, em 1710, a comunicação no Brasil colonial.
explodiu uma guerra civil entre os habitantes de Recife e os de Olinda. Em Minas Gerais, em Isso pode ocorrer, pois o universo
1720, a população de Vila Rica (atual Ouro Preto) se rebelou, sob a liderança do tropeiro Filipe das novas mídias, marcado por
dos Santos (1680-1720), contra algumas medidas do governo português. uma revolução na velocidade e
No entanto, nenhum desses movimentos pretendia libertar sua região do domínio português. no acesso à informação, é hoje
Eram manifestações isoladas que revelavam insatisfação apenas com aspectos da administração a realidade dessa faixa etária.
portuguesa. Não eram movimentos separatistas.
Atento a esse fato, indique à
Isso pode ser explicado por certas características da
Movimentos separatistas: turma que não existia um sistema
colônia. Até o começo do século XVIII, a vida na colônia estava levantes que reivindicam a
concentrada principalmente em torno dos engenhos de açúcar eficiente e rápido de comunica-
independência de partes do
e de outras atividades rurais. Havia alguns núcleos urbanos, território de algum país. As ção, a qual se dava muitas vezes
como Salvador, Olinda, São Luís, Rio de Janeiro e São Paulo, causas podem ser políticas, por meio de cartas ou livros,
culturais, econômicas e religiosas.
mas a vida urbana era limitada. Isso dificultava a circulação e a que viajavam em cavalos, burros
propagação de ideias. e embarcações. Dessa forma,
Com a descoberta de ouro em Minas Gerais, começaram a surgir novos centros urbanos. Em demoravam até meses para atra-
1711, foi fundado o atual município de Mariana, a primeira vila da região do ouro. Logo vieram vessar a colônia ou até mesmo
outras vilas e cidades, como Vila Rica, São João del-Rei e Diamantina. Ao mesmo tempo, as antigas
o oceano Atlântico.
cidades cresciam e sua população se tornava mais culta e diversificada.
Na sequência, indique os
Igreja São Francisco de Assis, à esquerda, e Santuário de Nossa Senhora do Carmo, motivos para a sociedade
à direita, em Mariana (MG), 2019. do ouro estabelecer-se como
DANIEL MENDES DOMINGUES/SHUTTERSTOCK.COM
AMPLIAR HORIZONTES
• ARBEX JÚNIOR, José (org.).
105 Revoltas populares no
Brasil. 2. ed. São Paulo: Ca
ros Amigos, 2015.
O livro aborda as revoltas po
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pulares ocorridas no território
brasileiro desde o Período Colo
nial até as chamadas Jornadas de
Junho de 2013.
105
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3, 5, 6 e 7: trabalhadas com
a análise de diferentes linguagens que
permitem uma reflexão sobre o con
texto histórico da região de Goiás no
OLHO VI VO
século XVIII, suas principais caracte
rísticas e transformações no tempo. GOIÁS VELHO EM 1751
• CEH 1, 2 e 6: são abordadas com a
No começo do século XVIII, bandeirantes paulistas se instalaram na região do atual estado de
turma à medida que os estudantes
constroem argumentos críticos sobre Goiás em busca de ouro, e lá fundaram diversos arraiais. O mais importante deles foi o arraial
as particularidades de Goiás e a atua de Santa Ana, fundado por Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, em 1727. Surgido às
ção de grupos e indivíduos no contexto margens do Rio Vermelho, em cujas águas havia ouro, passou a se chamar Vila Boa de Goiás e,
abordado. em 1748, com a criação da capitania de Goiás, tornou-se sua capital.
• Habilidade EF08HI05: enfocada com A cidade – hoje chamada Cidade de Goiás, também conhecida como Goiás Velho – foi a capital
os estudantes ao descrever a região goiana até 1937. Atualmente, é um importante centro histórico do estado.
de Goiás durante o período das rebe O mapa reproduzido a seguir é um dos primeiros registros de Vila Boa de Goiás. Foi feito em
liões coloniais. 1751, e por meio dele é possível verificar algumas características urbanísticas do antigo vilarejo
goiano. Como estudaremos, alguns dos prédios retratados no mapa existem até hoje.
PROCEDIMENTOS 1 Rua dos Mercadores, que se caracte- 2 Igreja Nossa Senhora da Lapa, pertencente a uma
DIDÁTICOS rizava pelo fato de as casas não irmandade dos ocupantes da Rua dos Mercadores.
possuírem janelas voltadas para a rua. Foi destruída por uma enchente em 1839.
Olho vivo
ANGELA_MACARIO/SHUTTERSTOCK.COM
3 Igreja Matriz de Sant’Anna, cuja construção começou a ser
A seção Olho Vivo nesta realizada em 1734, no lugar de uma antiga capela. Erguida
dupla de páginas está rela- de maneira precária, seu teto desabou em 1759, e a popu-
cionada ao período em que a lação teve de arcar com os custos da reforma. Desde então,
colônia portuguesa na América passou por inúmeras reformas e, em 1998, foi restaurada
vivia a época da mineração do pela Diocese de Goiás em parceria com o Instituto do
ouro e o consequente surgi- Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
mento de núcleos urbanos em
Igreja Matriz de Sant’Anna, Cidade de Goiás (GO), 2021.
diferentes regiões da colônia. O
texto de abertura aborda o movi-
JUDSON CASTRO/SHUTTERSTOCK.COM
4 Identificado no mapa como “Casas de resi-
mento dos bandeirantes rumo dência do general”, é conhecido hoje como
ao interior extremo da colônia, Palácio dos Arcos. Até 1937, funcionou como
em busca de outras jazidas de residência oficial dos governadores de Goiás.
ouro, após terem sido derrota- Atualmente, sedia a administração municipal da
cidade e abriga um museu.
dos na Guerra dos Emboabas.
A s imagens permitem Palácio dos Arcos, Cidade de Goiás (GO), 2022.
identificar alguns aspectos arqui-
tetônicos da época e evidenciam 5 Casa da Real Intendência, um dos poucos sobrados erguidos em Vila Boa no século XVIII.
A Intendência era um órgão criado pelo governo de Portugal para administrar as lavras nas
que a organização do espaço
regiões auríferas. Cabia ao intendente regular as concessões, as relações entre os minera-
contribui para reforçar a estru-
dores e a arrecadação dos tributos. O local também funcionou como Casa de Fundição.
tura político-administrativa e O prédio, atualmente, é utilizado pelo Ministério Público.
social em dados período e lugar.
Discuta com os estudantes que 106
a presença de muitas construções
religiosas revela a importância das
crenças na vida das pessoas; e
Junto das informações a respeito das dife-
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algumas das peculiaridades dos
rentes construções, a seção traz fotos atuais
prédios destinados ao poder
de algumas dessas edificações. Isso possibi-
político evidenciam as formas de
lita levar para a sala de aula uma discussão a
administração local. A existência
respeito do significado de patrimônio histó-
da Câmara Municipal e da cadeia
rico e sua importância para a preservação da
no mesmo prédio demonstra que
memória de um povo ou de um lugar.
a separação de poderes não era
o princípio organizador da estru-
tura política tal como temos hoje.
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
6 Igreja Nossa Senhora da Boa Morte. Começou 7 Símbolos do poder 8 Capela dos Passos, Aproveite a oportunidade e
a ser construída pelos militares, mas eles não público, a câmara que já não existe mais. solicite à turma para indicar edi-
puderam concluí-la porque havia uma proibi- municipal e a cadeia Localizava-se no atual fícios históricos da comunidade
ção real que os impedia de serem donos de funcionavam em um Beco São Cristóvão, em que se localiza a escola e,
igrejas. Foi doada à Irmandade dos Homens mesmo prédio. Esse na época chamado com base nessas informações,
Pardos, que a concluiu em 1779. É sede hoje de costume de manter Travessa Amena. promova um debate sobre as
um museu de arte
ANGELA_MACARIO/SHUTTERSTOCK.COM
as duas instituições condições de preservação desses
sacra e, durante a em um mesmo edi- 9 Consistório (sede) da patrimônios.
Semana Santa, dela fício perdurou até os Irmandade do Senhor A imagem maior reproduzida
sai a Procissão do primeiros tempos do dos Passos. Essa irman-
na seção Olho vivo também
Fogaréu. Império. Em 1766, a dade existe até hoje.
permite levar para a sala de aula a
câmara e a cadeia
discussão a respeito da importân-
foram transferidas 10 Consistório da Irman-
Igreja da Boa
para outro prédio, dade do Santís simo
cia dos mapas como documentos
Morte, Goiás
Velho (GO), 2021. existente até hoje. Sacramento. históricos, mostrando aos estu-
dantes que, por meio da análise
Elaborado com base em: REIS, Nestor Goulart. Imagens de vilas e cidades do Brasil colonial. São Paulo: Edusp: de uma imagem como essa, é
Imprensa Oficial do Estado: Fapesp, 2000.
possível obter diversas informa-
COELHO, Gustavo Neiva. Iconografia vilaboense VI. Casa Abalcoada. [S. l.], 13 abr. 2009. Blogue.
Disponível em: http://casaabalcoada.blogspot.com/2009/05/iconografia-vilaboense-vi.html. Acesso em: 10 jul. 2022. ções a respeito da cidade, na
época em que foi representada.
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 3, 4, 5 e 6: trabalhadas com os
estudantes ao analisarem as influên
cias do Iluminismo nas rebeliões O ILUMINISMO NA AMÉRICA PORTUGUESA
coloniais e compreenderem a relação No decorrer do século XVIII, muitas pessoas enriqueceram em Minas Gerais. Por essa razão,
do movimento com a figura do déspo elas puderam enviar seus filhos à Europa para estudar. Isso também aconteceu em outras loca-
ta esclarecido. lidades, como Salvador, Rio de Janeiro, Olinda e Recife, de onde partiram jovens para Lisboa,
• CEH 1 e 2: são abordadas com a turma Coimbra ou mesmo Paris. Na Europa, eles entraram em contato com o Iluminismo, movimento
à medida que os estudantes refletem que defendia ideias de liberdade e se opunha ao Absolutismo.
sobre a atuação de grupos e indivídu Ao voltarem para suas cidades, esses estudantes começaram a divulgar as novas ideias a um
os, na colônia, motivados pelos ideais público atento, formado por pessoas habituadas a ler e a trocar opiniões. O meio urbano facilitava
iluministas. esses contatos, diferentemente da área rural, onde as fazendas encontravam-se distantes umas
• Habilidade EF08HI05: enfocada com das outras, o que tornava os contatos mais difíceis.
os estudantes ao associarem o con Textos de filósofos iluministas,
GRANGER,/FOTOARENA
texto político das rebeliões na colônia principalmente franceses, como
com o Iluminismo.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778),
eram lidos e discutidos por pessoas
PROCEDIMENTOS que viviam nas cidades, embora as
autoridades portuguesas tivessem
DIDÁTICOS proibido sua divulgação.
A circularidade de ideias é Outro evento histórico também
um conceito utilizado nas Ciências causou impacto entre os habitantes
Sociais que, em resumo, compre- cultos de Minas Gerais e de outras
ende que uma ideia – ainda que regiões da colônia: a independên-
gerida por classes intelectualiza- cia dos Estados Unidos (1776). Esse
das – tem a capacidade de acessar processo mostrava que era possível
o universo dos diferentes sujeitos romper os laços de dominação
que convivem em determinado colonial e organizar uma nação com
base em princípios republicanos.
espaço, mesmo que não sejam
Em Minas Gerais, principal-
alfabetizados. É por isso que as
mente, as ideias iluministas e a
ideias originárias de Rousseau, notícia da independência dos
assim como de outros intelectuais, Estados Unidos somaram-se a
podem ser identificadas entre as antigas insatisfações com a admi-
populações de diferentes espaços nistração portuguesa. Pouco a
e grupos sociais. pouco, essas insatisfações assumi-
Pergunte aos estudantes se riam a forma de contestação e
eles se recordam das ideias ilu- crítica ao domínio português.
ministas estudadas nos capítulos
anteriores e quais elementos
poderiam confirmar a impor-
tância desses ideais nas atuais
sociedades americanas. Eles Folha de rosto da edição de 1762
da obra Do contrato social ou
poderão, por exemplo, mencionar princípios do direito político, de
o modelo de divisão do Estado Jean-Jacques Rousseau.
em três poderes, elaborado por
Montesquieu. Busque retomar, 108
ainda, as ideias de Rousseau que
ganharam relativa aderência na
América portuguesa. O Texto que eles. Como é feita essa108mudança? Ig-
D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd soluto para subtraí-la. Mas a ordem social 01/08/22 11:51
complementar, a seguir, pode noro-o. Que é que a torna legítima? Creio é um direito sagrado que serve de alicer-
contribuir para esse resgate. poder resolver essa questão. Se eu consi- ce a todos os outros. Esse direito, todavia,
derasse tão somente a força e o efeito que não vem da Natureza; está, pois, funda-
Texto complementar dela deriva, diria: Enquanto um povo é mentado sobre convenções.
Do contrato social constrangido a obedecer, faz bem; tão lo-
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social.
O homem nasceu livre, e go ele possa sacudir o jugo e o sacode, faz
Tradução: Rolando Roque da Silva. [S. l.]:
em toda parte se encontra sob ainda melhor; porque, recobrando a liber- Ridendo Castigat Mores, 2002. p. 10.
ferros. De tal modo acredita- dade graças ao mesmo direito com o qual Disponível em: http://www.dhnet.org.br/
-se o senhor dos outros, que lha arrebatam, ou este lhe serve de base direitos/anthist/marcos/hdh_rousseau_contrato_
não deixa de ser mais escravo para retomá-la ou não se prestava em ab- social.pdf. Acesso em: 15 ago. 2022.
108
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
O déspota esclarecido de Portugal Ao introduzir o item O
Lembra-se dos “déspotas esclarecidos” de que falamos no capítulo 1? Pois é, Portugal também déspota esclarecido de
teve um. Seu nome era Sebastião José de Carvalho e Melo (1699-1782), mas ficou conhecido Portugal, questione a turma
como Marquês de Pombal. Ele foi uma espécie de primeiro-ministro do governo português entre sobre o que significa esse termo
1750 e 1777. De seu nome deriva a expressão política pombalina para designar a orientação e como ele pode ser relacionado
do governo de Portugal nesse período. O rei era D. José I, mas quem tomava as decisões de aos eventos ocorridos na Europa
governo era Pombal. no período estudado. É esperado
Sob o governo de Pombal, foram estabelecidos a que se lembrem de que, nesse
derrama e outros impostos (como estudaremos adiante). O
período, algumas monarquias
marquês promoveu também reformas importantes tanto
na colônia quanto na metrópole. Na colônia, além da
europeias aderiram a pressupos-
criação de novos impostos, ele aboliu a escravização tos iluministas, distanciando-se
indígena e transferiu a capital de Salvador para o Rio do modelo absolutista e pro-
de Janeiro. Até essa época, uma das línguas mais pondo medidas progressistas.
faladas na colônia portuguesa na América não era Discuta, em seguida, como
o português, mas o nheengatu. Pombal proibiu o despotismo esclarecido
o uso desse idioma, estabeleceu o português se manifestou no contexto da
como idioma oficial da colônia e ainda pro-
América portuguesa na figura
moveu a expulsão dos jesuítas da colônia e
do Marquês de Pombal. Se
da metrópole.
considerar válido, elenque na
lousa as principais medidas
Nheengatu: idioma utilizado pelos jesuítas para tomadas por Pombal e questione
facilitar a comunicação entre eles, indígenas
e colonos. Reunia palavras de origens tupi e sobre como elas podiam ser rela-
portuguesa. cionadas aos ideais iluministas.
É interessante deixar claro para
A
REN
TOA
AMPLIAR HORIZONTES
Estátua do Marquês de Pombal, • MARQUÊS de Pombal. Produ
em Lisboa, Portugal, 2020. ção: RTP. Lisboa: RTP, 1999.
(30 min). Disponível em: https://
109
arquivos.rtp.pt/conteudos/
marques-de-pombal/. Acesso
em: 15 ago. 2022.
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Produção da Rádio e Televisão
de Portugal que narra a história
do Marquês de Pombal e alguns
fatos que marcaram sua vida po
lítica, como a reconstrução de
Lisboa e suas tensas relações com
a Companhia de Jesus.
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2 e 3: trabalhadas com os es
tudantes ao analisarem a Conjuração
A CONJURAÇÃO MINEIRA
ADRIANA MOURA
Mineira, a partir de suas particulari
dades, as causas que motivaram a Durante a primeira metade do século XVIII, foram
rebelião, e também ao propiciarem extraídas enormes quantidades de ouro das jazidas de Minas
reflexões sobre o presente Gerais. Em meados daquele século, o ouro começou a se
• CEH 1, 2 e 3: abordadas com a turma à tornar cada vez mais raro, sinal de que as jazidas estavam
medida que os estudantes constroem se esgotando.
reflexões sobre a Conjuração Mineira, Mesmo assim, o governo de Portugal cobrava, desde
caracterizando o contexto e indicando 1719, um imposto de 20% sobre todo o ouro extraído
suas principais motivações. em Minas Gerais. Esse imposto era chamado de “quinto”,
• Habilidades EF08HI04, EF08HI05 e porque correspondia à quinta parte do ouro obtido pelo
EF08HI11: enfocadas com os estu minerador. A partir de 1751, a Coroa fixou o quinto da
dantes na identificação da influência
capitania de Minas Gerais em 100 arrobas (1 500 quilos,
iluminista na Conjuração Mineira e na
aproximadamente) anuais. Caso a cota determinada não
descrição das especificidades dessa
fosse alcançada, previu-se um dispositivo que ficou conhe-
rebelião, sinalizando suas causas e os
atores sociais envolvidos. cido como derrama.
Além dessa taxação, o governo português adotou
outras medidas de controle sobre toda a colônia. Em 1785,
PROCEDIMENTOS proibiu as atividades fabris e aumentou os impostos sobre
ADRIANA MOURA
DIDÁTICOS os produtos vindos da metrópole. Essas medidas provo-
caram um grande impacto na colônia, sobretudo entre a
Observe que o conteúdo população mineira.
do item Conjuração Mineira
está intimamente ligado ao Arroba: unidade de medida de peso que corresponde a cerca de
modelo econômico mercanti- 14,7 kg.
Derrama: tributação devida por todos os habitantes da capitania
lista, amplamente trabalhado com o objetivo de completar as 100 arrobas de ouro anuais que
com os estudantes no ano deveriam ser entregues nas Casas de Fundição. A derrama restringia
também o acesso das elites locais aos postos da administração régia
anterior. Assim, o momento da e anulava os contratos dos mineiros.
leitura possibilita a retomada de Fabril: atividade desenvolvida em fábricas ou manufaturas.
conhecimentos já construídos
a respeito do pacto colonial e,
nesse caso específico, das taxa-
Imagem de São José feita de madeira e produzida no século
ções e dos controles impostos XVIII. Por serem ocas, estatuetas como essa eram usadas
pela metrópole. para contrabando de ouro. Elas ficaram popularmente
conhecidas como “santos do pau oco”.
Com base na informação de
que as atividades fabris se torna-
ram proibidas em 1785, peça aos 1. Todos os cidadãos brasileiros e todas as empresas instaladas no país devem pagar
diversos tributos atualmente. Eles são diferentes daqueles cobrados no período co-
estudantes que levantem hipó-
lonial, quando a arrecadação era em grande parte destinada aos cofres da Coroa
teses para as consequências portuguesa. Hoje, impostos e taxas têm a função de financiar o funcionamento do
de tal determinação. Espera-se Estado brasileiro e a oferta de serviços públicos, como escolas e hospitais. Levando
que eles indiquem que atitu- isso em consideração, que problemas podem ocorrer quando cidadãos ou empresas
des como essa reforçavam o não pagam tributos corretamente? Consulte comentários nas Orientações didáticas.
da colônia e, em certa medida, 1. É importante que os estudantes reconheçam que a sonegação de tributos prejudica toda a
garantiam a manutenção do sociedade, pois os valores pagos por todos são utilizados para assegurar o funcionamento
domínio colonial. de serviços necessários à manutenção do Estado e a garantia de direitos constitucionais.
Se considerar válido, explique-lhes que taxas e impostos são diferentes tipos de tributos. A
atividade promove uma reflexão propícia ao desenvolvimento do Tema Contemporâneo
Transversal Economia, por meio da educação financeira e fiscal, explorando a centralidade
dos tributos na organização de uma sociedade democrática e inclusiva.
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
A elite conspira Ao abordar o item A elite
Em 1788, a capitania de Minas Gerais não conseguiu completar as 100 arrobas de ouro conspira, pergunte à turma por
devidas como imposto a Portugal. Começaram então rumores de que as autoridades decretariam que a derrama parecia preocu-
a derrama. par mais as famílias abastadas.
Esses boatos provocaram inquietação na população mineira, sobretudo entre as famílias mais Espera-se que eles indiquem que
abastadas. Nesse momento, membros da elite mineira começaram a conspirar contra o domínio a população pobre da região
de Portugal. Entre os integrantes do movimento havia funcionários públicos, poetas, religiosos, pouco poderia perder diante
militares e empresários da mineração. Muitos tinham dívidas volumosas com o governo português. dessa tributação, pois pouco
Essa conspiração deu origem à Conjuração Mineira.
possuía. Além disso, a região
Inspirados nas ideias iluministas e na independência dos Estados Unidos, os conjurados
tinham por objetivo libertar a capitania do domínio de Portugal e proclamar uma república em
concentrava uma grande quan-
Minas Gerais, com capital em São João del-Rei. Para tanto, planejavam prender e executar o tidade de escravizados e, para
governador, tomar o poder e implantar uma Junta Provisória, liderada pelo poeta Tomás Antônio estes, a derrama pouco ou nada
Gonzaga (1744-1810). significava.
Além disso, pregavam o perdão das dívidas junto à metrópole, o incentivo à manufatura local As imagens que estão na
e a criação de uma universidade em Vila Rica. Entre seus ideais, porém, não estava a abolição da página 111 e na página anterior
escravatura, sobretudo porque os conjurados eram, em sua maioria, senhores de escravos. permitem trazer discussões inte-
O plano dos revoltosos era começar o movimento no dia em que fosse decretada a derrama.
ressantes a respeito de diferentes
Desse modo, muitas pessoas descontentes se juntariam a eles na luta pela derrubada do governo.
aspectos da chamada “socie-
dade do ouro”. Utilize as imagens
FAGNER MARTINS/SHUTTERSTOCK.COM
Conjurado: aquele
que se associa a um para trazer à sala de aula ques-
grupo com o intuito tões como o barroco mineiro, a
de conspirar contra
práticas do governo importância da Igreja Católica na
que considera injustas sociedade colonial, e a distribui-
ou abusivas.
ção de renda e as desigualdades
sociais na região mineradora.
Vale destacar que a igreja da
Nossa Senhora do Pilar é con-
siderada uma obra-prima do
barroco, conta com trabalhos
Interior da Igreja de de Aleijadinho e foi decorada
Nossa Senhora do
Pilar, em Ouro Preto com cerca de 400 quilos de ouro.
(MG), 2019. Já a estátua de São José, além
de um exemplo da arte sacra do
FICA A DICA
período, também revela as estra-
• Museu da Inconfidência. Disponível em: https://museudainconfidencia.museus.gov.br/ tégias adotadas pela população
exposicoes/. Acesso em: 28 jun. 2022. para conseguir driblar a fiscali-
A palavra “inconfidência” foi tradicionalmente usada para designar a Conjuração Mineira. Por isso, zação da Coroa no controle do
o museu dedicado ao movimento ocorrido em Vila Rica é assim chamado: Museu da Inconfidência.
ouro garimpado.
No site, confira informações sobre as exposições, o acervo e a história dessa instituição.
111
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd 111 sobre a composição da sociedade mineira do
01/08/22 11:51 Em data combinada, todos
século XVIII. devem apresentar as caracte-
Pesquisar um dos grupos da Em um primeiro momento, os estudantes rísticas do grupo pesquisado,
sociedade mineradora devem buscar quais grupos compunham essa buscando diferentes aspectos.
Compreender a composição da sociedade sociedade (escravizados mineradores, escravizados O processo permite ampliar o
mineradora é importante para esclarecer o con- domésticos, escravizados de ganho, profissionais conhecimento sobre o conteúdo
texto em que se deu a Conjuração Mineira. liberais etc.). Divididos em grupos de quatro a cinco histórico, bem como desenvolver
Para que os estudantes possam retomar e ree- integrantes, devem escolher um grupo social para a capacidade de construir conhe-
laborar conhecimentos construídos no ano aprofundar sua pesquisa, que poderá ser reali- cimento coletivo e colaborativo.
anterior, proponha uma atividade de pesquisa zada em sites, livros e outras fontes.
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3, 4, 5, 6 e 7: trabalhadas no DOVLA982/SHUTTERSTOCK.COM
DIVULGAÇÃO/UNICAMP
governo monárquico, indicando
que nesse modelo não há, para
o monarca, um limite entre o
que é público e privado, pois
tudo pertence e ele.
Joaquim José da Silva Xavier Crânio de José Resende de Costa, um dos inconfidentes, morto no continente africano,
identificado por pesquisadores em 2011.
foi o único, entre os inconfidentes,
condenado à morte. Integrante a) Como a tecnologia pode contribuir para pesquisas históricas? Dê exemplos.
mais pobre do grupo, acredita- b) Esse trabalho demonstra como é a multidisciplinaridade científica na prática. Em seu enten-
dimento, que contribuições outros componentes curriculares podem dar ao conhecimento
-se que ele não teria conseguido
histórico? Por que a multidisciplinaridade é importante na ciência?
mobilizar forças a seu favor. Sua Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes identifiquem que o trabalho de reconhecimento das ossadas
punição “exemplar” era uma 112 envolve profissionais de áreas distintas, como cientistas e profissionais da área da Medicina, cujos resultados
forma de garantir que o recado contribuem para ampliar as informações que os historiadores têm a respeito da Conjuração Mineira.
seria compreendido pelas camadas
populares. Parte dos inconfiden- verificar a datação de vestígios e até mesmo
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tes, por outro lado, teve sua pena identificar áreas onde há remanescentes de Peça aos estudantes que procurem
reduzida, assim, alguns foram exi-
antigas civilizações. Entre os exemplos, os na internet uma reprodução do quadro
lados em colônias portuguesas na
estudantes poderão mencionar tecnologias Resposta de Tiradentes à comutação
África, mas lá puderam desenvol-
de processamento de dados, que permi- da pena de morte dos inconfidentes, de
ver novas atividades comerciais e
tem analisar e guardar grande quantidade autoria de Leopoldino de Faria. Eles deverão,
reconstruir suas vidas.
de informações acerca de determinado previamente, buscar informações sobre a
Atividade processo histórico, por exemplo, e até pintura, o autor e a época de produção da
1. a) Recursos tecnológicos são mesmo tecnologias de acondicionamento obra. De posse dessas informações, devem
atualmente utilizados para e preservação de fontes materiais. analisar a imagem representada.
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Castigo exemplar Ao avançar para o item
No dia 21 de abril de 1792, Castigo exemplar, observe
AMPLIAR HORIZONTES
• CARVALHO, José Murilo de. A
Tiradentes esquartejado,
Pedro Américo. Óleo sobre tela, formação das almas. São
255,5 cm x 164,1 cm, 1893. Paulo: Companhia das Letras,
1991.
1. Confira nesta página a pintura Tiradentes esquartejado, feita pelo artista Pedro O livro analisa a mitologia e a
Américo em 1893. A imagem foi concebida de modo a transformar Tiradentes em simbologia que envolvem a cons
um símbolo de heroísmo, luta, resistência e sofrimento. Identifique elementos que trução e a legitimação do sistema
justifiquem essa ideia. Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas. político. O caso de Tiradentes é
indicado na obra como emblemá
2. Explique por que Tiradentes foi punido com a pena de execução e esquartejamento
tico da República brasileira.
pelas autoridades portuguesas. As autoridades portuguesas pretendiam usar a pena de Tiradentes como
um alerta à população, mostrando o que aconteceria com quem tentasse se rebelar. Era a chamada morte exemplar.
3. Tiradentes foi transformado em símbolo de heroísmo durante o início da República
brasileira. Você considera que há no presente outras figuras transformadas em heróis
no Brasil? Apresente exemplos para justificar sua resposta.
Resposta pessoal. É importante que os estudantes entendam que a construção de símbolos heroicos de
patriotismo é um processo constante no imaginário social. 113
elementos que as diferenciam (roupas, gestos, cooperação entre eles. Em caso negativo, verifi-
posições), o uso da luz como elemento de direcio- que as razões e busque remediar o aprendizado,
namento do olhar do observador e as intenções criando mais acolhimento interno nos grupos.
construídas sobre Tiradentes. Com feição que se A avaliação possibilita observar se os estudantes
assemelha à de Jesus Cristo, ele é o único que compreenderam os métodos de análise de imagens,
aparece com o dorso nu, que estende seu braço bem como a construção da figura de Tiradentes
em atitude de defesa de seus colegas inconfidentes. como herói. Espera-se que observem similarida-
Todo o processo de análise pode ser feito des com as obras já analisadas e adotem uma
oralmente e de forma cooperativa entre os postura crítica na análise de produções pictóricas.
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 3, 4, 5, 6 e 7: trabalhadas na
análise da região de Vila Rica no século
XVIII (período das rebeliões coloniais);
e na contextualização histórica da R AIO X
eclosão da Conjuração Baiana, distin
guindo seus protagonistas sociais. VILA RICA NO SÉCULO XVIII
• CEH: 1, 3 e 6: abordadas na reflexão
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
A CONJURAÇÃO BAIANA Ressalte que a Conjuração
Baiana encontrou espaço em
Até o final do século XVIII, Salvador era o mais importante centro urbano da colônia portu-
uma sociedade urbanizada e
guesa. Com cerca de 60 mil habitantes, foi capital da colônia até 1763, quando a administração
foi transferida para o Rio de Janeiro.
peça que levantem hipóteses
Localizada em um ponto privilegiado do litoral, Salvador desenvolveu-se por longo tempo para justificar essa característica.
como entreposto comercial. A seu porto chegavam mercadorias da Europa, da África, da Ásia, e Espera-se que relembrem a cir-
por ele eram exportados produtos da colônia, como açúcar, tabaco e algodão. culação das ideias iluministas,
A partir de meados do século XVIII, as ideias iluministas de liberdade começaram a chegar ao discutida anteriormente, além da
conhecimento dos habitantes da Bahia. Da mesma forma que em Minas Gerais, elas eram trazidas maior concentração de pessoas
principalmente por jovens da elite que haviam estudado na Europa. Em 1797, membros da elite na área urbana.
fundaram a sociedade secreta Cavaleiros da Luz, que promovia reuniões nas quais se discutiam
No caso específico da Conju
os ideais revolucionários difundidos na França.
ração Baiana, reforce o fato de
A partir daí, pessoas de diversas camadas sociais começaram a aderir ao movimento que
se formava. Em geral, grupos que vinham sofrendo com a alta dos preços dos alimentos e com a transferência da capital para
a perda de seu poder aquisitivo. Entre essas pessoas, havia pequenos comerciantes, soldados, o Rio de Janeiro ter impacta-
alfaiates, artesãos, mestiços, brancos pobres, negros libertos e também escravizados. do a economia de Salvador.
O movimento ficou conhecido como Conjuração Baiana, mas tem sido chamado de Auxilie a turma a estabelecer
Revolta dos Alfaiates, por causa da participação desses profissionais e de outros artesãos, e relações entre a mudança da
de Revolta dos Búzios, pois alguns revoltosos usavam búzios (conchas de moluscos) em pulseiras, capital no período e a eclosão de
para facilitar o reconhecimento entre os participantes. movimentos populares, cujos
INSTITUTO HISTÓRICO DA BAHIA, SALVADOR
membros eram diretamente pre-
judicados pela decorrente alta
nos preços dos alimentos.
Vale retomar alguns elemen-
tos da Conjuração Mineira para
estabelecer uma comparação
entre ambos os movimentos da
época. Indique, por exemplo,
que os conjurados na Bahia eram
de diferentes setores sociais, o
que demonstra que a insatisfa-
ção em relação à administração
colonial era mais abrangente que
nas Minas Gerais.
115
A pesquisa pode ser realizada em sites, negra, sem esquecer do passado escravista
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 2, 3, 4, 5, 6: trabalhadas com
os estudantes ao identificarem os for
matos de punição aos rebelados; as
Punição rigorosa aos mais pobres
diferenças nas punições baseadas nas Os conspiradores defendiam o fim da escravidão, a liberdade de comércio, a inde-
classes sociais dos envolvidos nas re pendência da capitania da Bahia e a formação de uma república inspirada nos princípios
beliões; e ao discutir a questão do franceses de igualdade, liberdade e fraternidade. Pregavam ainda a construção de uma sociedade
racismo e das diferenças socioeco sem discriminações étnica e social.
nômicas na sociedade brasileira do Em 1798, eles passaram a divulgar seus ideais revolucionários em cartazes manuscritos afi-
passado e do presente. xados pela cidade. Os textos falavam de igualdade e denunciavam os altos impostos e os preços
• CEH: 1, 2, 3, 4 e 6: abordadas na dos produtos alimentícios. Alguns chegavam a propor o não pagamento dos impostos cobrados
discussão das relações de poder intrín pelo governo.
secas às diferentes punições aplicadas Em um primeiro momento, a reação do governo foi prender o soldado Luís Gonzaga das
aos grupos sociais rebelados e que Virgens, identificado pela caligrafia como autor de alguns dos panfletos. A resposta de grupos
perduram ainda hoje na sociedade de apoio foi planejar uma revolta popular e, em meio à agitação, resgatar o soldado da prisão.
brasileira; e na análise historiográfica. O governo agiu mais rapidamente e prendeu 48 integrantes do movimento. Como no caso
• Habilidades EF08HI05, EF08HI06, da Conjuração Mineira, alguns deles se livraram da prisão por pertencerem à elite ou por falta
EF08HI07, EF08HI11 e EF08HI14: de provas.
enfocadas com na descrição e carac Duras penas atingiram os conspiradores mais pobres. Os que eram escravizados foram açoita-
terização das punições aplicadas aos dos. Quatro dos acusados receberam pena de morte: os alfaiates João de Deus e Manuel Faustino
rebeldes das Conjurações Mineira e e os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas. Eles foram enforcados em novembro de
Baiana; no papel do governo nesse 1799, e seus corpos, esquartejados e expostos para que todos os vissem.
processo; e ao se trabalhar a parti
cipação dos negros na Conjuração
JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK.COM
Baiana.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Sobre a identificação de Luís
Gonzaga das Neves, pergunte
aos estudantes como essa infor-
mação auxilia a compreensão de
aspectos da sociedade baiana
do século XVIII.
Incentive os estudantes a
refletir sobre o papel da alfa-
betização na vida em sociedade
como identificar o transporte
público ou ler um bilhete; até os
mais elaborados, como a capa-
cidade de construir argumentos Igreja e Convento de Nossa Senhora da Piedade,
de forma autônoma. Ao mesmo Fac-símile de um dos avisos públicos criados em Salvador (BA), 2020. Os participantes da
pelos envolvidos na Conjuração Baiana, 1798. Conjuração Baiana condenados à morte foram
tempo, destaque o respeito que executados nesse local, em 1799.
se deve a povos e pessoas que
não fazem uso da escrita. 116
Destaque que os castigos
foram determinados de acordo
com o grupo social ao qual o e que revelam elementos da 116
D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-CAP4-LA-G24.indd história e cultura da sociedade brasileira. Esse trabalho pode ser 01/08/22 11:51
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internacionais como o de luta por
direitos nos Estados Unidos, a
criação das ideias pan-africanistas e
A atuação dos negros na Conjuração Baiana os movimentos de independência
Os negros – escravizados ou libertos – estiveram presentes nos movimentos emancipacionistas dos países africanos denuncia-
ocorridos no final do século XVIII, na colônia portuguesa na América. Na Conjuração Mineira, a ram esse silenciamento e deram
participação deles foi mais restrita porque os próprios líderes do movimento não eram defensores condições para novas chaves inter-
do fim da escravidão. Porém, na Conjuração Baiana, a atuação dessas pessoas foi marcante, com pretativas, tanto no campo da
um significado social e político mais profundo.
História como em outras áreas.
Representantes das camadas mais baixas da população aderiram à conspiração e acabaram
Como resultado de toda a mobi-
se tornando as principais lideranças do movimento. Segundo algumas estimativas, em 1798,
lização do movimento negro e do
viviam, no município de Salvador e em suas imediações, cerca de 110 mil pessoas, e dois terços
desse total eram negros e mestiços pobres. Eram pessoas que, por causa de suas origens étnicas reconhecimento da importância da
e condições econômicas, não tinham prestígio social e enfrentavam constantemente o precon- história africana e afro-brasileira
ceito, a discriminação e diferentes formas de violência. Era principalmente a elas que os líderes da para a compreensão do Brasil con-
Conjuração Baiana se dirigiam. temporâneo, a Lei no 10.639/2003
Mesmo liberta, uma pessoa negra via-se muitas vezes obrigada a demonstrar subserviência introduziu a obrigatoriedade dos
aos brancos. Os ex-senhores chegavam a exigir que seus antigos trabalhadores escravizados lhes conteúdos de História e Cultura
devessem obediência e lealdade sob a ameaça, inclusive, de revogar as cartas de alforria. Estes, da África e dos afro-brasilei-
por sua vez, tanto nos espaços urbanos como nas zonas rurais, eram obrigados a realizar trabalhos ros nos currículos escolares. A lei
estafantes e sofriam constante violência física. Como forma de resistência a essa opressão, foram deve ser compreendida como fer-
diversas as revoltas escravas em Salvador. Uma das mais significativas aconteceu em 1835, a
ramenta fundamental na difusão
Revolta dos Malês, que será estudada no capítulo 6.
de conhecimentos e na constru-
ção de uma sociedade mais justa,
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 3, 4, 5, 6 e 7: trabalhadas na
abordagem das rebeliões para além da
colônia portuguesa, contextualizan
do o fato de que diversos movimentos ENQUAN TO ISSO...
ocorriam em diferentes locais da Amé
rica Latina; e na sistematização gráfica REBELIÃO NO PERU
das informações do capítulo por meio
Enquanto as ideias iluministas circulavam na colônia portuguesa, em outros lugares do continente
do esquema-resumo.
americano aconteciam rebeliões contra o domínio colonial.
• CEH: 1, 2, 3, 4 e 5: enfatizadas na pro
Uma dessas rebeliões ocorreu na região do antigo Império Inca, no território hoje pertencente ao
blematização dos principais temas do
Peru. Em 1780, um descendente dos imperadores incas organizou ali um exército de 10 mil indígenas e
capítulo, na contextualização histórica
mil afrodescendentes. Chamava-se José Gabriel Condorcanqui, mas adotou o nome de Tupac Amaru II
abrangendo revoltas em outros espa
ços geográficos e outras culturas; e na em homenagem a um de seus antepassados. Seu objetivo era lutar contra a dominação espanhola.
identificação das punições aos rebela As forças indígenas realizaram diversas expedições bem-sucedidas. Eles chegaram a assaltar
dos, para além da colônia portuguesa, depósitos e armazéns, apoderando-se de grande quantidade de armas e munição. Por onde o exército
no período estudado. de Tupac Amaru II passava, ele abolia a escravidão, a mita e a cobrança de impostos. Tomou posse
• Habilidades EF08HI04, EF08HI05, também de terras de latifundiários e as distribuiu entre os mais pobres.
EF08HI06, EF08HI07, EF08HI08, Os rebeldes chegaram a controlar um território considerável, assustando as forças metropolita-
EF08HI11, EF08HI14: trabalhadas na nas. Diante da situação, os vice-reis de Lima e de Buenos Aires se uniram, formando um exército de
identificação das influências, causas, cerca de 17 mil soldados para enfrentar as tropas do líder indígena. No fim, conseguiram derrotá-las
grupos sociais envolvidos, consequên em abril de 1781, quando o exército de Tupac Amaru II tentava tomar Cuzco, a capital do vice-reino
cias e ação dos governos nos processos do Peru naquela época.
revolucionários da colônia portuguesa Tupac Amaru II foi capturado, morto e esquartejado. Chefes indígenas foram executados, e seus
e do Peru (colônia espanhola). seguidores, perseguidos até a morte. Era o fim da maior rebelião indígena da história da América Latina.
MUSEU HISTÓRICO REGIONAL, CUZCO, PERU
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Enquanto isso...
A discussão sobre o pro-
cesso de rebelião conduzido por
Tupac Amaru II contribui para a
retomada dos conhecimentos a res-
peito do Império Inca, da mita e de
aspectos do processo de coloni-
zação espanhola na América.
Pergunte aos estudantes se
acreditam que apenas a descen-
dência dos imperadores incas
teria bastado a Tupac Amaru para
reunir em sua causa mais de 10
mil indígenas e afrodescendentes.
Espera-se que eles observem que Execução de Tupac Amaru II, autoria desconhecida. Óleo sobre tela, final do século XVIII.
ser descendente de um imperador
118
inca tinha um forte simbolismo,
mas era a exploração do coloni-
zador que unia o povo ao líder
Tupac Amaru. AMPLIAR HORIZONTES
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indígenas na região e garantir A menina Ana Luísa viaja a Cuzco e Machu Picchu, no Peru, onde faz descobertas sobre o grande líder inca
e sobre ela própria.
a estabilidade de seu domínio.
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Esquema-resumo
ESQUEM A-RE SUMO Utilize o esquema-resumo
para recapitular com a turma
CAPÍTULO 4 os principais assuntos abordados
no capítulo. A proposta dessa
REVOLTAS NA COLÔNIA PORTUGUESA seção é possibilitar a identifica-
ção de fragilidades na construção
dos conhecimentos. Com base
nessa constatação, pode-se pro-
Revoltas não separatistas mover a recuperação de assuntos
Revoltas separatistas ou reforçar pontos que tenham
(influência do Iluminismo)
suscitado dúvidas.
Acompanhe com os estudan-
tes os tópicos apresentados no
Revolta de Beckman Revolta de Filipe esquema, verificando sucinta-
(MA – 1684) dos Santos
(MG – 1720) mente se a turma os domina.
Ao final, pergunte se os estu-
dantes sugeririam outros temas
para somar aos apresentados no
Conjuração Mineira Conjuração Baiana capítulo. Registre essas sugestões
(MG – 1789) (BA – 1797-1798) na lousa, valorizando a reflexão
e as contribuições coletivas.
– Participação da elite mineira – Participação de diversas camadas
– Proposta de manter a escravidão sociais Atividade
– Defesa de uma república independente – Defesa do fim da escravidão Ambos foram movimentos
– Insatisfação com cobrança de impostos – Defesa de uma república emancipacionistas e, em ambos,
independente
– Proposta de criação de universidades as punições mais severas reca-
e desenvolvimento de indústrias
íram sobre as pessoas mais
pobres. Relembre aos estudan-
tes que enquanto a Conjuração
REPRESSÃO DAS
Mineira foi liderada por membros
AUTORIDADES COLONIAIS da elite mineira, que não punham
em xeque a escravidão, a lide-
rança da Conjuração Baiana ficou
Prisão e morte dos envolvidos a cargo de representantes das
camadas sociais mais baixas, e
tinha o fim da escravidão entre
Com base nas informações do esquema-resumo e da leitura deste capítulo, cite duas semelhanças e suas propostas.
duas diferenças entre a Conjuração Mineira e a Conjuração Baiana.
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A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 5, 6 e 7: trabalhadas com os
estudantes ao possibilitar a análise
dos principais assuntos abordados ao
longo do capítulo problematizando os
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
conceitos apresentados.
• CEH: 1, 2 e 3: abordadas com a turma 1. Analise a representação de Tiradentes feita pelo artista Décio Villares em cerca de 1928.
à medida que os estudantes refletem Depois, responda ao que se pede.
sobre as características das rebeliões
COLEÇÃO PARTICULAR
coloniais.
• Habilidade EF08HI05: enfocada ao
possibilitar a retomada dos principais
aspectos das rebeliões coloniais ana
lisadas ao longo do capítulo.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Atividades
1. b) A Conjuração Mineira foi
liderada, basicamente, por
membros da elite mineira.
Tiradentes era um dos
poucos representantes das 1. a) A imagem
representa
camadas desfavorecidas da Tiradentes
população. Já a Conjuração como um
mártir que
Baiana iniciou-se entre os estava disposto
representantes da elite, a se sacrificar
pela liberdade
porém, com o tempo, da nação.
o movimento agregou Além da clara
membros das camadas associação com
representações
menos abastadas, que de Jesus Cristo,
acabaram liderando a o olhar de
Tiradentes
conspiração. Ocorreram simboliza
diferentes tipos de punição, bondade e
entrega. Os
como prisão, degredo e ramalhetes
pena de morte. Porém, as complementam
essa ideia.
penas mais duras foram
Tiradentes, Décio Villares. Óleo sobre tela, c. 1928.
aplicadas aos representantes
das camadas mais pobres a) Essa pintura foi concebida de modo a transformar Tiradentes em um símbolo de heroísmo
e sofrimento. Aponte elementos que justifiquem essa ideia.
da população, revelando
b) A repressão do governo à Conjuração Mineira e à Conjuração Baiana foi severa, mas a
uma tendência do governo punição não foi igual para todos os participantes. O que teria motivado punições diferentes?
metropolitano a punir os Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
pobres e poupar os ricos 120
(ou minimizar suas penas).
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PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
2. Copie o quadro a seguir no caderno e preencha as colunas com os principais aspectos
2. Movimento: Conjuração
da Conjuração Mineira e da Conjuração Baiana. Consulte resposta esperada e comentários
nas Orientações didáticas. Mineira; Participantes: maior
Movimento Participantes Ideias defendidas Desfecho parte composta de membros
Conjuração Mineira da elite mineira; Ideias defen-
Conjuração Baiana didas: independência de
Minas Gerais, proclamação
3. Leia os documentos a seguir e responda às questões propostas. de uma República, perdão
das dívidas, criação de uma
Documento 1: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão
universidade, incentivo à
Art. 1o Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais
só podem ter como fundamento a utilidade comum.
manufatura local; Desfecho:
Art. 2o A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos o movimento fracassou, os
naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a prosperiedade, rebeldes foram presos e con-
a segurança e a resistência à opressão. denados ao degredo, e um
[…] deles, Tiradentes, condenado
Art. 4o A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo:
à morte.
assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão
Movimento: Conjuração
aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direi-
tos. Estes limites só podem ser determinados pela lei. […] Baiana; Participantes: reuniu
A DECLARAÇÃO de Direitos do Homem e do Cidadão. Embaixada da França no Brasil. [S. l.], 13 jan.
membros da elite e repre-
2017. Disponível em: https://br.ambafrance.org/A-Declaracao-dos-Direitos-do-Homem-e-do-Cidadao. sentantes das camadas mais
Acesso em: 12 maio 2022.
pobres; Ideias defendidas:
liberdade comercial, fim da
Documento 2: Aviso ao Povo Bahiense escravidão, independência
[…] Ó vós Homens cidadãos; ó vós Povos curvados, e abandonados pelo Rei, pelos da capitania, proclamação
seus despotismos, pelos seus Ministros.
da República, criação de
Ó vós Povo que nascestes para sereis livres e para gozares dos bons efeitos da
Liberdade, ó vós Povos que viveis flagelados com o pleno poder do indigno coroado, uma sociedade igualitária;
esse mesmo rei que vós criastes; esse mesmo rei tirano é quem se firma no trono Desfecho: o movimento fra-
para vos veixar, para vos roubar e para vos maltratar. cassou, 48 pessoas foram
Homens, o tempo é chegado para a vossa ressurreição, Despotismo: tirania, presas e sofreram penas
sim para ressuscitares do abismo da escravidão, para levan- sistema de governo diversas, e quatro delas foram
tares a sagrada Bandeira da Liberdade. com base em um poder
sem limites.
condenadas à morte.
[…] as nações do mundo todas têm seus olhos fixos na
Veixar: maltratar, 3. a) Os artigos 1o e 4o podem
França, a liberdade é agradável para todos; […] o dia da nossa
humilhar.
revolução, da nossa Liberdade e de nossa felicidade está para ser associados com a sen-
chegar, animai-vos que sereis felizes. […] tença: “Ó vós Povo que
PRIORE, Mary Del et al. Documentos de história do Brasil: de Cabral aos anos 90. nascestes para sereis livres
São Paulo: Scipione, 1997. p. 38.
e para gozares dos bons
a) Relacione as reivindicações feitas no panfleto dos revolucionários de Salvador com os artigos efeitos da Liberdade”. Já
da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Consulte resposta nas Orientações didáticas.
a influência do artigo 2o
b) As propostas defendidas no panfleto Aviso ao Povo Bahiense eram as mesmas defendidas
pelos membros da Conjuração Mineira? Explique a principal diferença entre elas. pode ser verificada na pas-
A ideia de se opor ao governo português é comum aos dois movimentos, mas, no panfleto, seus sagem: “[…] ó vós Povos
autores defendem o fim da escravidão, algo que os conjurados mineiros não propunham. 121 que viveis flagelados com
o pleno poder do indigno
coroado, esse mesmo
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mesmo rei tirano é quem
se firma no trono para vos
veixar, para vos roubar e
para vos maltratar”.
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A BNCC NESTA DUPLA
NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
• CECH 2, 3 e 6: trabalhadas com os
estudantes ao retomarem os princi 4. O gráfico a seguir apresenta uma estimativa da produção de toneladas de ouro em
pais temas abordados ao longo do Minas Gerais durante o século XVIII. Analise-o com atenção e responda ao que se pede.
capítulo, especificamente no que diz
respeito à Conjuração Mineira, per Produção aproximada de ouro em Minas Gerais no século XVIII
mitindo articular relações entre o 4. c) Para poder pagar ao menos 1 470 quilos de ouro como imposto (20% do total
SONIA VAZ
Toneladas
presente e o passado. 12 produzido), a produção aurífera precisava ser de no mínimo 7 350 quilos. Pelo gráfico, o
• CEH: 1, 2, 3 e 6: abordadas com a último ano em que essa produção foi atingida havia sido em 1764, ou seja, 25 anos antes
turma à medida que os estudantes 10
da Conjuração Mineira. 10,26 10,05 9,63
9,31
problematizam conceitos importantes 9
2 1,5
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS 0
Ano
05
10
15
20
25
29
34
39
44
49
54
59
64
69
74
79
84
89
94
99
A derrama foi instituída
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
17
4. b)
Fonte: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. O ouro das minas. Atlas Histórico do Brasil. [S. l.], c2016. Disponível em:
em 1751. Os dados não https://atlas.fgv.br/marcos/descoberta-do-ouro/mapas/graficos-producao-de-ouro-e-populacao-mineira-no-seculo-18.
mostram a produção de Acesso em: 20 jun. 2022.
1751, porém, em 1749 e a) Como você interpreta os dados referentes à produção aurífera nas Minas Gerais do século
1754, a produção havia XVIII? Espera-se que os estudantes respondam que, entre 1705 e 1739, a produção esteve em uma
crescente; porém, a partir de então, a produção foi diminuindo cada vez mais.
superado as 9 toneladas. b) Como se encontrava a produção aurífera na colônia portuguesa na época em que foi instituída
Considerando essa quanti- a derrama? Faça os cálculos e responda: naquela época, era possível pagar para a Coroa
portuguesa a quantidade mínima estipulada pela derrama? Consulte respostas nas
dade de ouro, os 20% de Orientações didáticas.
c) De acordo com o gráfico, a partir de que ano a produção de ouro não estava mais dando
imposto seriam por volta conta de pagar o mínimo de 100 arrobas de imposto?
de 1 800 quilos, acima do
5. Retome a imagem e as informações da seção Raio X, na página 114. Qual pergunta você
mínimo estabelecido pela
poderia fazer sobre aquele documento além das que estão listadas? E qual seria a resposta
Coroa portuguesa, que era para essa pergunta? Compartilhe com a turma a pergunta e a resposta que você elaborou.
de cerca de 1 470 quilos Respostas pessoais. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
6. Leia as alternativas a seguir sobre o fracasso da Conjuração Mineira e escolha a única
(100 arrobas). opção correta. Alternativa A.
5. A atividade possibilita apro- a) As autoridades portuguesas descobriram os planos dos conjurados após alguns membros do
fundar os conteúdos da movimento denunciarem as intenções do grupo em troca do perdão de suas dívidas.
seção Raio X, que apresenta b) Com a suspensão da derrama, os conjurados perderam força, e alguns de seus membros
métodos de pesquisa histó- abandonaram o movimento. Isso facilitou a prisão dos demais pelas autoridades.
c) O movimento fracassou após uma tentativa frustrada de iniciar uma revolta popular no início
rica, de forma autônoma pelos
de 1789. Como a derrama fora cancelada, a população não aderiu ao movimento.
estudantes. É importante
d) A Conjuração Mineira foi descoberta pelas autoridades após a prisão de alguns líderes, os
enfatizar que as perguntas quais foram torturados e acabaram confessando os planos do grupo.
não devem permitir respostas e) As autoridades iniciaram uma devassa em 1789, para averiguar os boatos de uma conspira-
simples, como sim ou não, ção. Com isso, descobriram os planos dos conjurados e prenderam os líderes.
mas demandar justificativas
bem construídas, usando a 122
argumentação.
122
D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd
D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 122 122 30/08/2022 13:13
uma definição de liberdade com
a cooperação da turma.
Em seguida, problematize
VAMOS FALAR SOBRE… LIBERDADE a definição de liberdade pro-
posta pelos estudantes. Afinal,
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA
D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24_AV.indd
D3-HIST-F2-2108-V8-104-123-U2-C04-MPU-G24.indd 123 123 30/08/2022 13:13
A BNCC NESTE CAPÍTULO
Competências
TULO
5
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. OS PROCESSOS DE INDEPENDÊNCIA
Habilidades
• EF08HI05 • EF08HI06 • EF08HI07
DA AMÉRICA ESPANHOLA E DA
• EF08HI08 • EF08HI09 • EF08HI11 AMÉRICA PORTUGUESA
• EF08HI12 • EF08HI13 • EF08HI14
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3 e 5: trabalhadas com • Analisar os processos de independência da América espanhola e da América
os estudantes ao estabelecerem uma portuguesa.
análise sobre o contexto abordado, • Reconhecer a importância dos ideais de liberdade no passado e no presente.
compreendendo as motivações de
grupos e indivíduos na crise do siste-
ma colonial e as noções de liberdade Um dos campeonatos de futebol mais importantes na América Latina é a Copa Libertadores
e de individualidades dos diferentes da América. A primeira edição dessa competição ocorreu em 1960 e reuniu times vitoriosos nos
grupos e indivíduos. campeonatos nacionais dos diversos países da América do Sul. Era uma forma de criar, por meio
• CEH: 1, 2 e 5: abordadas com a turma do esporte, um sentimento de unidade entre os países sul-americanos e promover aproximações
à medida que os estudantes constroem política e cultural da região. Não por acaso, o nome da competição faz referência direta aos liber-
argumentos críticos sobre a crise na es- tadores do continente, aos indivíduos que lutaram contra as dominações espanhola e portuguesa
trutura política, social e econômica da e promoveram a independência e a formação de Estados autônomos na América.
colônia e compreendem os fatos histó- São diversos os libertadores homenageados pelo torneio: Simón Bolívar (1783-1830), Francisco
ricos à luz de diferentes interpretações de Miranda (1750-1816), San Martín (1778-1850), Bernardo O’Higgins (1778?-1842), Dom Pedro I
sobre o período. (1798-1834), José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838) e muitos outros.
• Habilidade EF08HI07: enfocada com A manutenção desses nomes na memória popular evidencia a importância das lutas pela
os estudantes ao contextualizar a crise independência e a forma como indivíduos e grupos se articularam para conquistar a autonomia
do sistema colonial e relacioná-la aos política durante o século XIX. Neste capítulo, estudaremos esse processo e como ele resultou na
processos de independências ocorridos formação de países independentes em quase todo o continente americano no início do século XIX.
no período.
Jogador do Club
NORBERTO DUARTE/AFP
Libertad, time de
PROCEDIMENTOS futebol paraguaio,
cobra pênalti em
DIDÁTICOS disputa da Copa
Libertadores da
Pergunte aos estudantes, se América, 2022.
eles fossem criar um clube, a
quem ou o que iriam homena-
gear. Se sabem a origem do nome Quando o clube des-
do clube de futebol para o qual portivo foi fundado, em
1905, o Paraguai passava
torcem, se torcem, e se já obser-
por um processo político
varam que nenhum dos principais inédito: o Partido Liberal
clubes brasileiros é nomeado em chegava ao poder e as
homenagem a pessoas. palavras “liberdade” e
Homenagear figuras históricas “democracia” ganhavam
as ruas.
em nomes de clubes de futebol é
muito comum nos demais países
124
sul-americanos. Nesse caso,
boa parte dos homenageados
é de pessoas que lutaram nas
guerras de independência contra AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 124 09/08/22 11:35
EMILIANO RODRIGUEZ/ALAMY/FOTOARENA
regiões da América espanhola e buscaram por novas formas de
da América portuguesa, surgiram política nas ideias dos autores
movimentos anticoloniais que iluministas. Como na América
defendiam a emancipação polí- portuguesa, as ideias iluministas
tica. Foi assim, por exemplo, com
de liberdade e igualdade chega-
o levante de Tupac Amaru II no
Peru, ou com a Conjuração Mineira
vam às colônias da Espanha por
ou a Conjuração Baiana na colônia meio de indivíduos da elite local.
portuguesa, assuntos estudados Reitere que as ações de contes-
no capítulo anterior. Mas, até o tação dessas elites foram cruciais
início do século XIX, as autorida- para a formação dos movimen-
des metropolitanas conseguiram tos emancipatórios.
controlar essas revoltas e manter a Se necessário, relembre que
ordem colonial.
a palavra em espanhol criollo se
Elite criolla: camada social formada
refere aos sujeitos nascidos na
por membros de uma elite intelectual América espanhola, mas que
ou por filhos de funcionários da
Coroa ou de grandes proprietários
eram descendentes diretos de
de terra que haviam estudado na espanhóis. Assim, o termo não
Europa e entrado em contato com o se refere apenas a ricos e pro-
pensamento iluminista.
prietários de terras, apesar de
abrangê-los.
A Guerra de Independência do
México, Diego Rivera. Mural,
1929-1935. A obra representa a
luta pela independência no México
em 1810. O progresso do capitalis-
mo industrial, na segunda
125 metade do século XVIII, se
voltou contra todos os mono-
pólios, cujo desaparecimento
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 125 em substituição ao já decadente09/08/22
capita- 11:35 foi cada vez mais considerado
lismo comercial. [...] como condição indispensável
O desenvolvimento do capitalismo Só a partir de meados deste século ao seu desenvolvimento. [...]
industrial no século XIX [XX] é que se delineia um capitalismo VIANA, Sônia Bayão Rodrigues.
O antigo sistema colonial, baseado industrial, isto é, surge um capital in- A Fazenda de Santa Cruz e a
no pacto colonial, que representava o dustrial propriamente dito, autônomo e crise do sistema colonial (1790-
exclusivismo do comércio das colônias independente do comercial, dedicado ex- 1815). Revista de História, [s. l.],
clusivamente à produção manufatureira; v. 49, n. 99, p. 61-96, 1974.
para as respectivas metrópoles, estava
p. 62-63. Disponível em: http://
em declínio devido a uma profunda e desenvolveu-se em índices tão elevados www.revistas.usp.br/revhistoria/
irreversível transformação econômica: que assumiu cada vez mais o domínio da article/view/132579/128673.
o surgimento do capitalismo industrial economia europeia. [...] Acesso em: 26 jul. 2022.
125
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Alguns estudantes podem
ter dificuldade de relacionar os
acontecimentos da Europa com
a crise política na América. Para
que isso se torne mais compre-
ensível, utilize um mapa-múndi
ou faça um mapa simplificado da
Europa na lousa. Depois, desta- Marechal Jean
que nele as invasões promovidas de Dieu Soult no
centro do Porto,
por Napoleão nos territórios de Joseph Beaume.
Espanha e de Portugal. Óleo sobre tela,
Mostre, então, as colônias 1,35 m x 1,07 m,
1840.
americanas, indicando à turma
algumas consequências da A obra representa a
guerra europeia: a América por- ação de tropas france-
tuguesa recebeu toda a Corte de sas na cidade do Porto,
em Portugal, durante
Portugal em 1808, enquanto a as chamadas Guerras
América espanhola iniciava um Peninsulares (1807-
processo de independência. Esse 1814), em que a França
buscou o domínio da
exercício ajudará a compreen- Península Ibérica.
der as relações existentes entre
os acontecimentos. 126
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 126 09/08/22 11:35
• SCHWARCZ, Lilia Moritz; SPACCA. D. João carioca: a corte portuguesa chega ao Brasil (1808-1821). São
Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Livro de história em quadrinhos no qual a historiadora Lilia Moritz Schwarcz e o quadrinista Spacca criaram o
universo da vinda da família real para o Brasil e seus primeiros dias no Rio de Janeiro.
• VERGUEIRO, Waldomiro; RAMA, Angela (org.). Como usar as histórias em quadrinhos na sala de
aula. São Paulo: Contexto, 2004. (Como usar em sala de aula).
Os autores discutem formas de uso das histórias em quadrinhos em sala de aula com exemplos práticos e mui-
tas sugestões de atividades.
126
ALLMAPS
60° O
OCEANO
Jamaica
Honduras Britânicas
HAITI
(1804)
(1898)
Atividade
Mar das Antilhas
ATLÂNTICO
HONDURAS
Chile se emancipou e foi GUATEMALA (1838) (1838)
NICARÁGUA
EL SALVADOR (1838) (1838)
1. O objetivo desta atividade é
seguido por Colômbia, COSTA RICA
(1838) VENEZUELA
Suriname
mostrar aos estudantes um
COLÔMBIA
PACÍFICO
(1821)
BRASIL
(1822)
mantêm sob seu domínio
da década de 1840, BOLÍVIA
(1825) territórios conquistados. A
apenas Cuba permanecia PARAGUAI
(1811)
França domina 16 territórios,
como colônia espanhola
o Reino Unido, 15; Estados
na América. nio
eC
apr
icó
r
URUGUAI
(1828)
Unidos, 14. A lista completa
od
pic
Tró CHILE
(1818)
ARGENTINA
(1816) (em inglês) pode ser observada
(1822) Ano da independência do país
Área do norte brasileiro em disputa
neste link: https://www.
para demarcação de fronteira
Domínio britânico
info p l ea s e.co m / wo r l d /
Domínio holandês Ilhas Malvinas
0 835
countries/territories-colonies-
Domínio francês
km and-dependencies; acesso em:
Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione,
2011. p. 127.
16 ago. 2022.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24-AV1.indd 127 13/08/22 18:14
128
129
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 129 09/08/22 11:36
• VASCONCELLOS, Camilo de Mello. As representações das lutas de independência no México na ótica do muralismo: Diego Rivera e Juan O’Gorman.
Revista de História, São Paulo, n. 152, p. 283-304, 2005. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/viewFile/19013/21076.
Acesso: 26 jul. 2022.
Uma das maiores expressões da arte mexicana é a pintura muralista, estilo que nasceu por volta de 1920 e até hoje desperta interesse e admiração no
mundo inteiro. Um dos seus principais expoentes foi Diego Rivera. Na obra La Guerra de la Independencia de México (1810), o artista, juntamente
com Juan O’Gorman, cria uma representação da independência do país, ressaltando, entre outros elementos, a realidade mestiça e a presença indígena na
região. O artigo do professor Camilo de Mello Vasconcellos pode auxiliar na preparação de aula especial que aborde a independência mexicana pela óti-
ca da arte muralista.
129
• BUENO, Clodoaldo. Pan-americanismo e projetos de integração: temas recorrentes na história das Os variados papéis das mulheres na
relações hemisféricas (1826-2003). In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 27., 2003, Caxambu. luta por independência
Anais [...]. Caxambu: Anpocs, 2003. Disponível em: https://www.anpocs.com/index.php/papers- [...] a participação política das mulhe-
27-encontro-2/gt-24/gt21-18/4287-cbueno-pan-americanismo/file. Acesso em: 26 jul. 2022. res durante as lutas pela independência
O autor refaz o percurso do projeto sonhado por Bolívar para analisar temas comuns às na- precisa ser levada em consideração, pois
ções do continente americano. sua presença e comportamento estão mui-
to além do que a historiografia até hoje
apontou. O número de mulheres em toda
a América Latina que pegou em armas é
130
AMPLIAR HORIZONTES
• BOURDIEU, Pierre. A domina-
ção masculina. Tradução de:
Maria Helena Kühner. Rio de Ja-
neiro: Bertrand Brasil, 2003.
Nesse clássico das ciências sociais,
o autor demonstra a existência de
uma exploração subconsciente dos
espaços femininos pelos homens e
a naturalização de fenômenos que
Reprodução de nota de 5 pesos mexicanos com a imagem da criolla Josefa Ortiz de Domínguez são construções sociais.
(1768-1829), a Corregedora, considerada heroína da emancipação do México.
• LOURO, Guacira Lopes. Mulheres
FICA A DICA na sala de aula. In: DEL PRIORI,
Mary (org.). História das mu-
• Mitos, contos e lendas da América Latina e do Caribe, de Ruth Guimarães e outros. São lheres no Brasil. São Paulo:
Paulo: Melhoramentos, 2008. Contexto, 1997. p. 443-481.
A diversidade da América Latina está presente nessa coletânea de narrativas populares latino-
Nesse capítulo de obra coletiva, a
-americanas. São narrativas anônimas, passadas de forma oral ao longo de gerações e que fazem
autora apresenta maneiras e es-
parte do patrimônio cultural da América Latina.
tratégias de lidar com o tema das
mulheres em sala de aula, trazen-
131 do luz à figura feminina nas aulas
de História.
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24-AV3.indd 131 surpreendente; mas a maneira mais usual de atuar foi através de uma rede16/08/22
de 10:18
co-
nhecimentos e lealdades – que incluíram os empregados domésticos das pessoas
mais ricas – em que se passavam informações, espalhavam notícias, escondiam fu-
gitivos [...]. Enfim, uma teia em que as mulheres tiveram um papel fundamental,
arriscando-se e sendo muitas vezes perseguidas e punidas com a prisão ou a morte.
PRADO, Maria Lígia Coelho. Em busca da participação das mulheres na luta pela independência
política da América Latina. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 12, n. 23/24, 77-90,
set. 1991/ago. 1992. p. 88-89. Disponível em: https://www.anpuh.org/arquivo/download?ID_
ARQUIVO=3713. Acesso em: 16 ago. 2022.
131
estudantes também que reflitam 1. a) Guie o debate para que os estudantes b) O primeiro passo para mudar essa reali-
sobre as seguintes questões: será compreendam que estudar as popula- dade é conhecer a história das mulheres
que as mulheres de hoje estarão ções pobres, negros, indígenas, mestiços e demais grupos excluídos. A partir daí,
bem representadas na história? e mulheres no passado é importante, pois podem ser criadas várias estratégias, como
O que é preciso fazer para que são grupos que compõem a sociedade e criação de cartazes sobre essas pessoas
isso aconteça? precisam estar representados. A história ou grupos, divulgação por meio de redes
não pode ser exclusiva dos grupos domi- sociais, elaboração de textos visando alcan-
nantes social e financeiramente. çar o grande público etc.
132
A reforma agrária, que fazia parte das propostas de muitos revolucionários, não foi efetivada,
e os latifúndios continuaram intocáveis. Muitas propriedades aumentaram de tamanho depois de
seus proprietários se apoderarem de terras comunais, ocupadas anteriormente pelos indígenas.
MUSEU JUAN MANUEL BLANES, MONTEVIDÉU, URUGUAI
Juramento dos trinta e três orientais, Juan Manuel Blanes. Óleo sobre tela, 564 cm x 311 cm,
final do século XIX. Representação do caudilho Juan Antonio Lavalleja (1784-1853), que foi um
dos líderes da Guerra da Cisplatina e tinha grande força política e econômica no Uruguai.
133
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 133 sentido, por meio das atividades propostas,
09/08/22 11:36 Busque guiar a conversa de
buscamos convidar o estudante a repensar modo que eles compreendam
Conversar sobre o papel da mulher o papel da mulher e outros grupos excluí- que estudar a história das popu-
na História dos na História e a levantar possibilidades lações pobres, negros, indígenas,
Como você pode perceber, o conteúdo de solução desse problema. mestiços e mulheres no passado
das páginas 131 e 132 trata colateralmente Para trabalhar as atividades com a turma, é importante, pois são grupos
da necessidade de refletir sobre o papel das divida-a em grupos de 3 ou 4 integrantes. Em que compõem a maioria da
mulheres na independência da América e seguida, leia com eles as duas perguntas da sociedade brasileira e precisam
de elaborar ações para evidenciar o papel página 132 e peça-lhes que elaborem e leiam estar contemplados.
dessas mulheres nos estudos históricos. Nesse as respostas em voz alta para toda a turma.
133
Atividade complementar Leque comemorativo da chegada da família real à América, de autoria desconhecida,
século XIX.
Refletir sobre as
espacialidades 134
As distâncias e o tempo para
percorrê-las são, em geral, difí-
ceis para os estudantes dessa Organize a turma em grupos de três ou
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 134 • Qual tipo de navio os portugueses utilizaram 09/08/22 11:36
faixa etária mensurarem. Isso quatro integrantes. Em seguida, solicite-lhes que para essa viagem?
se torna ainda mais complexo respondam: Outras questões podem ser incluídas, a
quando se trata de viagens em • Qual a distância, em quilômetros, de Portugal depender de sua avaliação. Por fim, após os
períodos muito distantes da atua a Salvador e de Portugal ao Rio de Janeiro? grupos obterem as respostas, organize uma dis-
lidade, como a realizada pela • Qual é o tempo médio que essas viagens cussão sobre essas espacialidades e promova
Família Real portuguesa. Diante duram hoje, por meio dos transportes ma- um debate sobre como eram longas as viagens
disso, proponha uma atividade rítimo e aéreo? de navio naquele período. O resultado também
de pesquisa em interdiscipli- • Quanto tempo a Família Real levou para rea pode ser consolidado em materiais de divulga-
naridade com Matemática. lizar a viagem entre 1807 e 1808? ção impressos ou digitais.
134
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 135
AMPLIAR HORIZONTES 09/08/22 11:36
• A VIDA na corte e as transformações na cidade do Rio de Janeiro. MultiRio, Rio de Janeiro, c1995-2022.
Disponível em: http://multirio.rio.rj.gov.br/index.php/historia-do-brasil/brasil-monarquico/88-a-corte-no-
rio-de-janeiro/8854-a-vida-na-corte-e-as-transforma%C3%A7%C3%B5es-na-cidade-do-rio-de-janeiro.
Acesso em: 26 jul 2022.
Imagens e textos conduzem a um passeio pelas ruas e edificações do Rio de Janeiro na época em que a cida-
de recebeu a Família Real.
135
os dos outros.
Compulsório:
PROCEDIMENTOS obrigatório.
DIDÁTICOS
O item Os indígenas sob a
tutela de Portugal possibilita
o estudo das práticas etnocên-
tricas adotadas na América
A obra representa os
portuguesa em relação aos indí-
botocudos como grupos
genas, além de uma reflexão selvagens e violentos a
sobre as permanências históri- fim de solicitar ações do
cas das políticas indigenistas. Ao príncipe D. João contra
esses indígenas.
abordá-lo com a turma, desta-
Massacres por índios botocudos, de autoria desconhecida. Aquarela,
que quais eram os papéis sociais 27,3 cm x 38,5 cm, sem data.
geralmente destinados aos indí-
genas na sociedade do período.
É importante que os estudan-
tes reconheçam que, como no 1. No período colonial, após o fim da tutela jesuíta, os indígenas foram colocados sob a
tutela da Coroa portuguesa. Atualmente, o Estado brasileiro ainda adota postura de
passado, até hoje as populações tutela sobre os povos indígenas? Justifique sua resposta.
indígenas no Brasil sofrem pre- Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
conceito e tutela por parte dos 136
não indígenas, e que essas ati-
tudes precisam ser revistas.
Reafirme que não existe imediatamente, mas que sejam
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 136 estimulados a atitudes visando tutelar os indígenas, reduzindo 09/08/22 11:36
nenhuma cultura “melhor” ou pensar sobre seus significados e a se familiari- a autonomia de grupos que lutam por seus
“pior” do que outra e que essa zar com o vocabulário. direitos ou pela preservação de suas terras.
visão denota uma atitude etno- Um exemplo disso pode ser observado na
cêntrica causadora de conflitos
Atividades entrevista com o historiador Carlos Bittencourt,
e guerras ao longo da história. 1. Resposta pessoal. A atividade permite disponível em: https://www.ecodebate.com.
Lembre-se de que o conceito estabelecer reflexões entre presente e passado. br/2015/07/13/lei-da-mineracao-em-terras-
de etnocentrismo é uma ideia Atualmente, do ponto de vista legal, os indigenas-uma-nova-tentativa-de-tutelar-os-
complexa; não é esperado que indígenas não são mais tutelados. Porém, isso indigenas-entrevista-com-carlos-bittencourt/;
os estudantes se apropriem dela não impede que setores da sociedade tomem acesso em: 16 ago. 2022.
136
137
dos” propositalmente pelo pintor. lhes são importantes elementos a serem analisados.
Pergunte também sobre as pos- Isso poderá contribuir para o aprimoramento do
síveis razões para Moreaux não olhar dos estudantes sobre as obras de arte, pro-
ter incluído negros nem indíge- vocando a observação de outros exemplos em
nas no quadro. seu cotidiano com mais cautela e interesse. No
Ao final, ressalte que sempre há Texto complementar, o historiador José Murilo de
uma relação direta entre as obras Carvalho compara a obra destas páginas com o
de arte e as intencionalidades do quadro mais conhecido da Independência, pintado
autor, ou seja, elas não foram feitas por Pedro Américo.
138
Brasil se configurar como a nação tos que participaram desse processo e que nem
que é hoje. Ainda com o mapa, sempre são reconhecidos pela história oficial.
indique os territórios e a loca-
lização das províncias da Bahia,
Piauí, Ceará e Maranhão para a
turma, descrevendo as respecti-
vas lutas armadas organizadas
em busca de independência.
140
ARTHIMEDES/SHUTTERSTOCK.COM
identidades nacionais de cada
país recém-constituído. Com o
Representação do
território do Brasil Brasil, a situação não foi dife-
formado pelos rente. Em um primeiro momento,
seus habitantes.
Século XXI. houve uma tentativa de se criar
ou inventar um passado histórico
ou lendário em torno da temá-
tica indígena. Você pode citar
o exemplo do próprio impera-
dor D. Pedro I que, ao se iniciar
na maçonaria, adotou o nome
de Guatimozim, numa referên-
cia ao último imperador asteca,
sucessor de Montezuma; outro
exemplo é o de José Bonifácio,
que publicava um jornal cha-
mado O Tamoio, numa refe-
rência à resistência indígena
141
contra o colonizador europeu.
Porém, somente no final da
década de 1830, quando foi
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24.indd 141 09/08/22 11:36
criado o Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro, que a ideia
• A IDEIA de nação, com Ailton Krenak. 2022. Vídeo (1h e 22s). Publicado pelo canal Museu da Língua Por-
de uma nação brasileira começou
tuguesa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=C8e66OFOyPQ. Acesso em: 16 ago. 2022.
a ganhar corpo. Sediado no Rio
A live faz parte da programação especial do Dia Internacional da Língua Portuguesa, realizada no Museu
de Janeiro, o instituto passou
da Língua Portuguesa, em parceria com o Sesc SP, CPTM e Emef, debatendo o conceito de nação pela vi-
são do intelectual e ativista do movimento socioambiental e de defesa dos direitos indígenas Ailton Krenak. a recolher documentos a res-
peito do Brasil e escrever sobre o
passado brasileiro, construindo,
assim, uma identidade nacional.
141
142
indígenas e mulheres, perso- de Moreaux, D. Pedro I é transformado no Constituinte e Independência (1822). Todos
nagens históricas que estão grande líder da independência. esses fatos podem ser relacionados ao pro-
ausentes nas representações 6. Diversos acontecimentos podem ser lista- cesso emancipacionista do Brasil.
das independências. Nas duas dos, como a abertura dos portos às nações
obras, há a valorização do amigas (1808), os tratados de amizade e
homem branco como herói comércio (1810), elevação a Reino Unido de
da independência. No caso Portugal, Brasil e Algarves (1815), a Revolução
de Michelena, valorizam-se Pernambucana (1817), Retorno de D. João VI
144
145
146
146
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-124-149-U2-CAP5-LA-G24-AV3.indd 147 16/08/22 10:20
• FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. Transição para a independência (1808-1822). Atlas Histórico do Brasil.
Rio de Janeiro, c2016. Disponível em: https://atlas.fgv.br/capitulos/transicao-para-independencia-1808-1822.
Acesso em: 16 ago. 2022.
O atlas apresenta uma extensa linha do tempo da História do Brasil, de 1500 aos dias de hoje. Dez “entradas”
no site sinalizam períodos importantes, desde o descobrimento até a Nova República, com textos e mapas
interativos. A página “Transição para a Independência (1808-1822)” mostra a economia e a política do país
no período e as transformações urbanas do Rio de Janeiro, desde a chegada da Família Real até a Proclama-
ção da Independência.
147
148
• MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Fechando a unidade
Moderna, 2003.
Atividades
O livro enfoca a inclusão escolar e expõe didaticamente o que essa inovação educacional pro-
põe para atender aos anseios e às necessidades de todos os estudantes. 1. A mensagem central do quadrinho é que
a deficiência não define o que a pessoa
• RAMOS, Rossana. Inclusão na prática: estratégias eficazes para a educação inclusiva.
São Paulo: Summus, 2016. é, ou seja, a pessoa com deficiência não
Partindo de uma perspectiva socioconstrutivista, a autora apresenta exemplos de como se po-
pode ser limitada à sua deficiência. Essa é
de desenvolver um trabalho pedagógico consistente com estudantes com deficiência. uma resposta importante contra posturas
148
3
• Gerais (CG): 1, 3, 4, 6, 7 e 9: traba- UNIDADE
lhadas com os estudantes à medida
que valorizam a construção e a utiliza-
NAÇÃO E
ção do conhecimento histórico acerca
dos modelos políticos e econômicos vi-
gentes no século XIX e analisam suas
causas e consequências entre os di-
ferentes grupos e indivíduos nos NACIONALISMO
territórios independentes.
• Específicas de Ciências Humanas
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Específicas de História (CEH): 1,
2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades
• EF08HI06 • EF08HI15 • EF08HI16 Nesta unidade, estudaremos como,
• EF08HI17 • EF08HI19 • EF08HI20 no final do século XIX, algumas nações
• EF08HI22 • EF08HI23 • EF08HI24 europeias subjugaram outros povos por
• EF08HI25 • EF08HI26 • EF08HI27 motivações econômicas, aliadas a interes-
ses nacionalistas.
Também vamos entender como o pro-
Temas Contemporâneos jeto de nação brasileira, desenvolvido a par-
Transversais na unidade tir do Primeiro Reinado, excluía grande parte
• Cidadania e Civismo: o tema da população do país.
é abordado por meio de discus-
sões a respeito dos conceitos de
nação e nacionalismo na unida-
de e trazem diversas reflexões a
respeito da vida em sociedade,
principalmente nas páginas 152
e 153; exemplos de expressão
da nacionalidade brasileira no
presente na página 162; refle-
xão a respeito de soberania na
página 203; discussões a respei-
to do racismo na página 185;
combate à xenofobia no pre-
sente na página 185 e, por fim,
eurocentrismo na página 191.
• Multiculturalismo: o tema
é abordado por meio da dis-
cussão sobre a arte africana,
como forma de combate ao Sede das Nações Unidas, em
Nova York, Estados Unidos,
preconceito, página 186; na 2021.
página 153, ao abordar aspec-
tos dos povos indígenas e, nas 150
páginas 177 e 178, ao resga-
tar para o presente a história
da poeta negra Luísa Mahin.
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 150 09/08/22 16:34
• Ciência e Tecnologia: o te-
ma é abordado ao discutir os
papéis da ciência e da tecno-
logia no combate ao racismo
na página 185.
• Saúde: o tema é abordado
por meio da discussão sobre a
mortalidade infantil na página
157 e por reflexões antidrogas
na página 194.
150
151
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 151 Nacionalismo é o sentimento de consi-
09/08/22 16:34
151
Compartilhando
-chave da unidade, busque
verificar os conhecimentos
prévios da turma sobre eles.
Questione, por exemplo, em que identidades
situações podem ser utilizados
os conceitos de Estado, país e
nação, estimulando os estudan-
tes a retomar discussões feitas Se você já assistiu alguma vez à cerimônia de entrega de medalhas nos
anteriormente e a esclarecer as Jogos Olímpicos ou nos Jogos Pan-Americanos, deve ter notado que a premia-
diferenças entre eles. Aprofunde ção é acompanhada pelo hino do país do atleta vencedor. Nesse momento,
as percepções sobre o conceito toda uma nação se vê representada pelo atleta que ocupa o lugar mais alto
do pódio.
de nação, estendendo para o
nacionalismo, apresentado aqui NI MINZHE/CHINASPORTS/GETTY IMAGES
AMPLIAR HORIZONTES
• XENOFOBIA: um crime silen-
cioso. 2016. Vídeo (7min50s).
Publicado pelo canal HuffPost Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, na China, 2022. O conceito de nação é definido por
Brasil. Disponível em: https:// certos aspectos culturais de um povo, que os diferenciam de todos os outros povos.
www.youtube.com/watch?v=
a93gRuIwW80&t=3s. Acesso 152
em: 4 ago. 2022.
Documentário que evidencia o
crescimento de casos de xeno- D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 152 09/08/22 16:34
fobia recentemente no Brasil,
acendendo um alerta para a es-
calada da intolerância.
152
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 153 superioridade e incentiva atitudes de domi-
09/08/22 16:34
Competências
TULO
6
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3 e 6. O PRIMEIRO REINADO
Habilidades
• EF08HI06 • EF08HI15 • EF08HI16
E O PERÍODO REGENCIAL
• EF08HI17 • EF08HI19 • EF08HI20
• EF08HI22 • EF08HI25
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Pergunte aos estudantes
que sistema de governo
temos hoje no Brasil e levante
Local de votação no
o que entendem por república.
bairro de São Conrado, no
Anote na lousa as palavras cen- Rio de Janeiro (RJ), 2020.
trais usadas por eles e veja o As pessoas utilizam
máscaras por causa da
que sabem também a respeito pandemia de covid-19.
da monarquia. Depois, elabore
com eles a definição dos dois 154
conceitos. Se perceber alguma
dificuldade, faça na lousa um
quadro com 4 colunas e 2 linhas: • Coluna 4: Regime de governo.
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 154 Linha 1: 09/08/22 16:34
155
155
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS Casa de fazendeiro, Johann
Moritz Rugendas. Litografia,
No item Um país desigual, 1825. As moradias das
os estudantes vão estudar a fazendas e dos engenhos
eram mais rústicas que
realidade social do Brasil no as dos ricos em áreas
contexto de sua formação como urbanas. Geralmente,
dispunham apenas de
nação no século XIX. Antes da pesadas mesas de madeira,
leitura do texto, proponha uma alguns bancos e baús.
reflexão sobre a realidade social Em caráter de exceção, alguns escravizados recebiam autorização para construir pequenas
de boa parte da população brasi- moradias de pau a pique cobertas de sapê. Nessas habitações, eles podiam ter um pouco de
leira na época da independência. privacidade, diferentemente da senzala. Além disso, podiam cozinhar e alimentar-se de acordo
Pontue que havia no período com suas raízes africanas.
uma grande desigualdade social,
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 157 reprovação, de acesso aos níveis de ensino,09/08/22a 16:34
dis-
torção entre idade e ano escolar etc.), promovendo
Comente com os estudantes que ainda hoje
o debate, a sistematização dos conhecimentos, o
o analfabetismo atinge em maior proporção a
pensamento crítico, a argumentação e a participa-
população negra. Em 2018, o IBGE registrou que
ção de estudantes com diferentes perfis.
o analfabetismo atingia 3,9% da população branca
e 9,1% da população preta ou parda (disponível Atividade
em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/ 1. a) Estudo divulgado em 2022 pela Fundação
livros/liv101681_informativo.pdf; acesso em: 4 Abrinq mostra uma queda nos índices de
ago. 2022). Se desejar, amplie o estudo da questão mortalidade. Em 2015, eram 12,4 crianças
com a análise de outros dados (como índices de com menos de um ano mortas a cada
157
PROCEDIMENTOS MU
SE
UI
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DIDÁTICOS ER
IA
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OL
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conteúdo questionando os
IO
DE
JA
estudantes sobre o que é
NE
IR O
uma Constituição e qual é
sua função na sociedade. Em
seguida, discuta com eles acerca
da necessidade da elaboração de
uma Constituição no Primeiro
Reinado como meio de definir
novas regras para o país que
acabava de se tornar indepen-
dente de Portugal. Se desejar,
analise com a turma alguns
artigos da Constituição de
1824, procurando observar que
o texto não explicita a exclusão
da população negra do direito
à cidadania, porém, os direitos
políticos dos cidadãos ativos
(de votarem e serem votados)
são restritos a uma pequena 158
parcela da população (Capítulo
VI da Constituição do Império
do Brasil, disponível em: http:// que considerar mais relevantes
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 158 do Capítulo I, 09/08/22 16:34
EDITORIA DE ARTE
PODER MODERADOR relacionando o país aos contex-
tos intelectual e ideológico mais
Conselho de Estado amplos do período. Esclareça
que as ideias iluministas faziam
parte das rodas de conversa dos
Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judiciário
brasileiros bem informados, mas
que o governo continuava a pra-
ticar o despotismo.
Senado Câmara dos Presidentes Supremo Tribunal
Destaque que na Constituição
Deputados de províncias de Justiça de 1988, entre muitas outras
determinações, estão insti-
Conselhos Gerais tuídos três poderes no Brasil:
das províncias Executivo, Legislativo e
Judiciário. Se possível, compare
os representantes que integram
MUSEUS CASTRO MAYA, RIO DE JANEIRO
a estrutura administrativa desses
três poderes na atualidade e
no Primeiro Reinado, para que
possam observar as mudanças
e permanências na composição
do Estado brasileiro.
AMPLIAR HORIZONTES
• GRESPAN, Jorge. Revolução
Opções da bandeira do Brasil imperial, feitas por Jean-Baptiste Debret. Aquarela, Francesa e Iluminismo. São
16,5 cm x 22,7 cm, 1822. A escolhida foi a da esquerda. Paulo: Contexto, 2003.
159
nais. Esclareça que essa força unamos as sortes. [...] Morram os dés-
Interpretar texto histórico sobre potas, fiquemos ufanos. Temos Bahia,
militar era acionada para coibir
a Confederação do Equador Ceará e Maranhão, que podemos dispor
qualquer movimento interno que
Inicie a atividade com a leitura do trecho a nossa vontade. Quebre-se do sobera-
se opusesse ao poder do impe-
a seguir. Trata-se de um documento his- no o cruel grilhão. Extinga-se do Brasil
rador ou o ameaçasse.
tórico sobre a Confederação do Equador, a majestade. Basta de servilismo, bas-
retirado do Fundo Rebelião em Pernambuco, ta de opressão. Viva a República, viva a
do Arquivo Nacional. Liberdade.”
[...] Esta é a ocasião, oh pernambuca- A CONFEDERAÇÃO do Equador: o movimento.
nos, de demonstrar que somos livres, MultiRio, Rio de Janeiro, c1995-2022. Disponível
160
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Texto complementar
Representação
O Poder e a Influência do Teatro da
das Imagens Corte por ocasião
da coroação do
[...] Imperador do
[...] Absolutamente nada Brasil D. Pedro I,
é criado ao acaso. Os pu- por Jean-Baptiste
Debret, em 1822.
blicitários que o digam! A
publicidade é um texto so- A imagem anterior, por exemplo, foi produzida por Jean-Baptiste Debret sob encomenda,
cial multidimensional, com para comemorar a coroação do imperador D. Pedro I e construir uma imagem positiva do império
uma riqueza de sentidos que e do imperador. Sobre isso, responda:
exige um sofisticado processo
de interpretação e um impor-
1. De que maneira essa representação positiva foi construída na imagem?
tante indicador de tendências
e valores sociais. [...] 2. Durante o império, a construção de símbolos que representavam o governo e a so-
[...] ciedade brasileira era realizada, entre outros meios, pela produção de obras de arte
[...] por que você acha que plástica, como a pintura de Jean-Baptiste Debret. No presente, o governo e a socie-
o interior da embalagem das dade continuam produzindo representações que simbolizam a nação ou a sociedade
brasileira, mas podem usar outros meios de expressão para isso. Apresente alguns
famosas batatas fritas daque-
exemplos que comprovam essa afirmação.
la marca dos arcos dourados
Resposta pessoal. A atividade tem por objetivo estimular a reflexão dos estudantes a respeito das diferentes
é vermelha por fora e listra- 162 manifestações artísticas que buscam representar e refletir a nação e o povo brasileiro. O estudante pode citar
da por dentro? Vermelho é os desfiles de Carnaval, o cinema nacional, as artes plásticas, a música, entre muitas outras manifestações.
uma cor quente e popular-
mente atrelada ao amor ou a
raiva e por isso é considerada todo instante, o que nos 162
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd faz sujeitos de e conscientes da influência simbólica das 09/08/22 16:34
a cor da fome [...]. No interior uma prática visual em tempo integral. imagens que nos cercam para que pos-
da embalagem, há listras ver- Um verdadeiro processo de inclusão de- samos transmitir, também, os valores e
ticais brancas e amarelas. O ve possibilitar que mesmo aqueles que identidades construídos e comunicados
amarelo, além de estimular a não dispõem do sentido da visão possam pela cultura visual em que todos (cegos e
fome, também prende a aten- conhecer a cultura visual e entender em videntes) estamos inseridos.
ção dos consumidores. [...] que medida esse tipo de cultura afeta nos- O PODER e a Influência das Imagens. Cinema
É inegável que estamos sas vidas. Cego. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://www.
imersos em um turbilhão de É preciso que nós, profissionais envol- cinemacego.com/o-poder-e-a-influencia-das-
imagens/. Acesso em: 18 ago. 2022.
imagens produzidas, consu- vidos no processo de inclusão de pessoas
midas e compartilhadas a com deficiência visual, estejamos atentos
162
SONIA VAZ
80 000 foi efetiva para coibi-lo totalmente.
70 000 Comente que Portugal só
60 000 aceitou reconhecer a indepen-
Desembarques
50 000
dência com o pagamento de 2
milhões de libras esterlinas como
40 000
indenização. O Brasil não possuía
30 000 a quantia e contraiu um emprés-
20 000 timo com a Inglaterra, assumindo
10 000 uma enorme dívida externa, que
0
só terminou de ser paga em 2008.
Atividade
25
26
27
28
29
30
31
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18
Ano
Fonte: TRÁFICO transatlântico de escravos. Slave Voyages. [S. l.], c2021. Disponível em: http://www. 1. d) O contexto histórico é bem
slavevoyages.org/assessment/estimates. Acesso em: 13 jun. 2022.
diferente do vivido pelos
africanos trazidos à força
a) Com base na análise do gráfico, descreva a entrada de escravizados no Brasil entre 1825 e
1830. Com exceção de alguns anos, havia uma entrada regular de escravizados que variava entre para o Brasil, mas existem
40 mil e 80 mil desembarques por ano. diversas leis que não são
b) Que impacto teve o tratado assinado com a Inglaterra em 1830 e a lei de 1831, que proibiu
o tráfico negreiro sobre a quantidade de escravizados que eram trazidos ao Brasil?
cumpridas, desde o direito
c) Pode-se dizer que a lei de 1831 surtiu os efeitos desejados? Por quê?
das pessoas com deficiência
Não, porque o tráfico não chegou a ser extinto. à demarcação das terras
d) No Brasil de hoje, existem leis que também são constantemente desrespeitadas? Em caso
quilombolas, o combate ao
positivo, cite um exemplo e dê sua opinião explicando por que isso acontece.
Respostas pessoais. Consulte comentários nas Orientações didáticas. racismo e a violência nas
1. b) Em um primeiro momento, houve uma drástica redução no número de entradas, porém, com o passar 163 abordagens policiais contra
dos anos, esses números foram gradativamente aumentando. jovens negros.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 163 Se esse conjunto de transformações afetou
09/08/22 16:34 do capital produtivo, mas
determinadas áreas coloniais escravistas, pressupondo sua existência
A segunda escravidão implicando seu declínio, atuou sobre ou- como condição para sua re-
[...] a escravidão moderna não foi sem- tras áreas escravistas quase que em sentido produção [...].”
pre a mesma entre os séculos XVI e XIX. inverso. Em regiões como Cuba, o Sul dos SALLES, Ricardo. A segunda es-
Na virada do século XVIII para o XIX, um Estados Unidos e o Brasil, antes em segun- cravidão. Revista Tempo, [Rio de
conjunto de acontecimentos [...], principal- do plano, a escravidão “expandiu-se numa Janeiro], v. 19, n. 35, p. 249-254,
mente o advento da Revolução Industrial escala maciça para atender à crescente de- jul./dez. 2013. p. 250. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/
na Inglaterra e a hegemonia internacional manda mundial de algodão, café e açúcar” [...]. tem/v19n35/14.pdf. Acesso em:
da Grã-Bretanha, levaram a reconfigura- “Essa ‘segunda escravidão’ se desen- 4 ago. 2022.
ções profundas no mercado mundial. [...] volveu não como uma premissa histórica
163
ARqUIVO DE FAMíLIA
conseguem identificar essa reali-
dade no presente.
Atividade
1. Fique atento para que os
alunos não cometam anacro-
nismo. À luz do conceito da
unidade, a questão central a
ser observada é que onde não
existe a presença do Estado
outros grupos ocupam esse
espaço. A atividade pode
ser realizada em pequenos
grupos, permitindo a integra-
ção e a troca de experiências. É
importante que os estudantes
compreendam que os grupos
de milícias atuam à margem
das leis, tomando atitudes
Fotografia de família e agregados do coronel João Heráclio. Casinhas (PE), década de 1920. violentas que ameaçam os
cidadãos em diversas regiões
1. No presente, existem diversos grupos de milícias atuando no país. Pesquise infor- do país. Além disso, ao utilizar
mações a respeito desses grupos e discuta com os colegas quais são os riscos que as armas e outras formas de vio-
milícias oferecem para a democracia e os direitos humanos atualmente. lência, esses grupos ameaçam
Resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
os direitos de livre expressão e
165
organização dos cidadãos nas
áreas que controlam, podendo
inclusive intervir na vida política
desde logo a ser dado pelos sertanejos a todo e qualquer chefe político, a todo
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 165 09/08/22 e
16:34
do país. Discuta com a turma
qualquer potentado [...].
[...] Enquanto os latifúndios se estendem, praticamente não existe a ação do Esta- as experiências e reflexões
do; a ausência do poder público facilita a presença do poder privado, que se arroga sobre como essas milícias
no direito de todos os atributos “legais”. afetam a vida das pessoas,
[...] principalmente as mais vulne-
A partir do Império, o mandonismo local é denominado indistintamente de co- ráveis, como negros, pobres,
ronelismo (maior parte do Brasil), caudilhismo (Rio Grande do Sul), chefismo (vale
do São Francisco) etc. [...] etc. Valorize a autonomia na
CARONE, Edgard. Coronelismo: definição histórica e bibliografia. Revista de Administração de elaboração dos argumentos
Empresas, São Paulo, v. 11, n. 3, jul./set. 1971. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php? pelos estudantes.
script=sci_arttext&pid=S0034-75901971000300008#1b. Acesso em: 4 ago. 2022.
165
FICA A DICA
• Curumim cabano, de Júlio José Chiavenato. São Paulo: Brasiliense, 2010.
Nessa narrativa de aventuras, o autor conta a história do indígena Curumim, personagem
ficcional que participa da Cabanagem.
166
ALLMAPS
Caxias, a segunda maior cidade 50° O
MOISÉS SABA/FOTOARENA
AMPLIAR HORIZONTES
• MEMORIAL VIRTUAL. Caxias,
[20--]. Site. Disponível em: http://
memorialvirtual.com/index.html.
Acesso em: 4 ago. 2022.
No site é possível fazer um tour
virtual, conhecer o acervo do me-
morial da Balaiada; há imagens,
cronologia e referências bibliográ-
ficas sobre o assunto.
• SCHWARCZ, Lilia Moritz; STAR-
LING, Heloísa Murgel. Brasil:
uma biografia. São Paulo: Com-
panhia das Letras, 2015.
Memorial da Balaiada, em Caxias (MA), 2022.
O livro narra aspectos da histó-
167 ria do Brasil desde a chegada dos
portugueses até o início do sécu-
lo XXI. Sugerimos especialmente
a leitura das páginas que tratam
lou extensas faixas do território nacional
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24-AV1.indd 167 ta de fazendeiros de gado liberais.13/08/22
No vale 18:29 das revoltas no período regencial.
durante os anos 1839-40 e requereu a in- do rio Itapecuru e na região conhecida co-
tervenção maciça do governo central para mo Maranhão Oriental, pelo contrário, foi
ser finalmente subjugada. Apesar disto, acima de tudo uma revolta de escravos e
não tem recebido muita atenção por parte camponeses [...].
da historiografia e tem sido frequente- ASSUNÇÃO, Matthias Röhrig. “Histórias do Ba-
mente mal interpretada. Uma das razões laio”: historiografia, memória oral e as origens
é sem dúvida o caráter periférico da área da balaiada. História oral, n. 1, p. 67-89, 1998.
atingida pela revolta em relação a socie- p. 67-68. Disponível em: https://revista.
historiaoral.org.br/index.php/rho/article/
dade nacional. [...] No sul do Maranhão e view/94/97. Acesso em: 5 ago. 2022.
em grande parte do Piauí, foi uma revol-
167
168
COLEÇÃO PARTICULAR
altos impostos cobrados pelo
e projetos em questão tives-
governo sobre seus produtos:
charque (carne-seca), couro, sem saído vitoriosos. Estimule
trigo e animais. Também a exposição oral de argumen-
estavam incomodados com tos, a análise do momento
a concorrência do charque histórico e dos diferentes pontos
importado do Uruguai. de vista em disputa e valorize o
Em 1835, sob a liderança pensamento crítico e a troca de
de Bento Gonçalves, rico pro-
opiniões entre os estudantes.
prietário de terras e comerciante,
os revoltosos depuseram o presi-
dente da província e ocuparam a
capital, Porto Alegre. Em setem-
bro de 1836, proclamaram a
República Rio-Grandense. Os
farroupilhas dominaram grande
AMPLIAR HORIZONTES
parte do território sulino até • A CASA das sete mulheres. Di-
1845, quando firmaram um reção: Jayme Monjardim. Brasil:
acordo com o governo central, TV Globo, 2003. Série em 53
pondo fim à revolta. capítulos.
Ambientada na década de 1830,
Retrato de um Lanceiro Negro, durante a Revolução Farroupilha
Juan Manuel Blanes. Óleo sobre no Rio Grande do Sul, a trama
tela, fim do século XIX. Formado conta a história da Guerra dos
por escravizados, o Corpo de
Lanceiros Negros teve papel Farrapos sob a perspectiva das
importante durante a Guerra mulheres da família do líder revo-
dos Farrapos: lutou contra as lucionário Bento Gonçalves.
forças brasileiras enviadas para
• F r o n t e i r a s n o Te m p o :
controlar a situação no Sul.
Historicidade #18 – Negros
169 escravizados na Guerra Civil
Farroupilha. Entrevistada:
Daniela Vallandro de Carvalho.
[S. l.]: Fronterias no Tempo,
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 169 parte do Império. Ressalte que a data conti-
09/08/22 16:34
2019. Podcast. Disponível em:
nua sendo celebrada pelos gaúchos e consta https://fronteirasnotempo.com/
Ao introduzir o tema da página 169, comente
do calendário oficial de feriados estaduais do fronteiras-no-tempo-historicidade-
que a Revolução Farroupilha, ou Guerra dos 19-negros-escravizados-na-
Rio Grande do Sul.
Farrapos, ocorreu na então província de São Converse com a turma sobre o que signi- guerra-civil-farroupilha/. Acesso
Pedro do Rio Grande do Sul e tinha caráter sepa- em: 4 ago. 2022.
ficava a eclosão de revoltas separatistas para
ratista e republicano. A província chegou a a unidade nacional e a construção do Estado Nesse podcast, a historiadora
declarar a independência em 20 de setembro Daniela Vallandro de Carvalho
brasileiro. Vale pontuar que o Império fazia
aborda a participação dos negros
de 1835 mas, dez anos depois, graças à ação necessário garantir um denominador comum na Revolução Farroupilha.
repressiva da Guarda Nacional, voltou a fazer que conferisse coesão aos grupos distintos e
169
LUIZ SOUZA/FOTOARENA
nacional; e ao explorarem a constru-
ção de imaginário nacional brasileiro
no século XIX.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Para o trabalho em sala de
aula, distribua cópias e proponha
à turma a leitura coletiva e oral do
texto Cidadania para os índios,
reproduzido no Texto comple-
mentar desta página. Mencione
que os indígenas e os negros
representavam, na óptica das
elites brancas, um entrave para
a construção da nacionalidade.
Como constituir uma identidade
única brasileira em um país mul-
tiétnico e multifacetado? Depois
discuta a percepção que os estu-
dantes têm de si mesmos e de
suas identidades e proponha que Sede atual do IHGB no Rio de Janeiro (RJ), 2016.
criem um desenho, individual-
mente, para representar a sua 170
identidade. A proposta promove
habilidades socioemocionais,
o autoconhecimento, a autoes- resolver a questão indígena170– figura princi-
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd al, no que diz respeito às culturas indígenas, 09/08/22 16:34
tima, a empatia e a valorização pal para a constituição de uma identidade mesmo que por vezes essa visão fosse de-
da diversidade. única na qual distinguiria o Brasil de outros masiadamente exaltada ou genérica.
países. Porém o índio como figura históri- AUGUSTO, Leandro de Mello. Os índios e a ci-
Texto complementar ca, autor de sua própria cultura e feitos, era dadania no Brasil: reflexões sobre a cidadania
Cidadania para os índios deixado de lado em prol de um índio ideali- dos indígenas de meados do século XIX ao iní-
zado sob a ótica de um pensamento limitado cio do século XX. In: ENCONTRO DE HISTÓRIA DA
Após o Brasil garantir a
ANPUH-RIO, 17., 2016, Nova Iguaçu. Anais [...].
independência de Portugal, e preconceituoso que refletia num movimen-
Nova Iguaçu: UFRRJ, 2016. p. 2-3. Disponível em:
criou-se a atmosfera pela busca to romântico conhecido como indianismo. http://www.encontro2016.rj.anpuh.org/resour
de uma identidade nacional [...] O movimento romântico [revelou] o início ces/anais/42/1471210654_ARQUIVO_Lean
procurava-se entender como do interesse das elites, política e intelectu- drodeMelloAugusto.pdf. Acesso em: 4 ago. 2022.
170
172
Atividade
1. Estimule o uso da argu-
mentação e a retomada de
conteúdos estudados no
capítulo na formulação das
respostas. Relembre aos
A advogada, estudantes que, na prática,
sindicalista e
política Almerinda a não participação de parte da
Farias Gama sociedade no processo eleito-
na votação em
1934. Almerinda
ral pode significar que apenas
foi uma das certos grupos terão o controle
primeiras do Estado, da elaboração das
mulheres negras
a atuar na política leis e, portanto, terão seus
brasileira. interesses representados. A
exclusão de parcelas da popu-
1. Quais problemas políticos são causados por um regime eleitoral que exclui um setor da lação da participação política
população, como ocorria durante o Império por causa do sistema de voto censitário? e do direito de escolher seus
Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas. representantes fragiliza os
173
mecanismos democráticos,
promove o aprofundamento
das desigualdades e o não
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 173 deputados e senadores, mas a maneira como
09/08/22 16:34
atendimento das necessidades
chegavam a seus cargos era muito diferente
Prosseguindo para a questão eleitoral no desses grupos sociais.
Brasil, oriente os estudantes a estabelecer as da atual, já que hoje são realizadas eleições
diferenças entre o regime monárquico, que diretas.
vigorou até 1889, e o regime republicano, A forma como exercemos atualmente a
implantado nesse mesmo ano e que vigora até democracia é por meio do voto e da escolha
hoje. Além das características mais importan- dos representantes políticos. Por essa razão, o
tes, como a presença de um monarca ou de exercício dos direitos políticos nas sociedades
um presidente da república, ressalte também democráticas contemporâneas passa pelo voto
que, tanto em um regime como em outro, havia e pelo sistema eleitoral. Segundo a Constituição
173
Explique, com base na leitura do capítulo e do esquema-resumo, por que muitos historiadores afirmam que,
ao se tornar independente, o Brasil não podia ser considerado uma nação, no sentido pleno do termo.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-150-179-U3-CAP6-LA-G24.indd 175 09/08/22 16:35
175
res gratuitos que podem ser das ao longo do capítulo, oriente a consulta estudantes podem elaborar livremente suas
baixados para o computador ao livro didático e a busca de definições em definições, mas é essencial que percebam
ou utilizados on-line. Caso dicionários da biblioteca da escola ou na inter- as seguintes características: • Nação: termo
não seja possível criar apre- net, de maneira que possam compreender as utilizado para definir um grupo de habitantes
sentações por slides, pode-se confluências e diferenças entre eles. Promova de um território que compartilha caracte-
propor aos estudantes que o compartilhamento das respostas das duplas rísticas e uma história comum. • Estado:
elaborem cartazes em carto- e a cooperação entre os estudantes, para nome dado ao conjunto de instituições
linas com pequenos textos e que eles troquem conhecimentos entre si e que administra um território. • País: um
imagens. identifiquem possíveis ajustes que podem grande território que conta com um governo
176
177
a mesma língua ou ter os mesmos costumes parecida sua maneira de viver e, portan- tes assinalem o fato de hoje
se constituem em laços profundos, identifi- to, se torna um elemento constitutivo de existir um sentimento de
cadores de grupos com fisionomia própria. sua personalidade. pertencimento a um povo
Uma língua comum é o veículo de uma cul- BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PAS- que, apesar de suas diferen-
tura comum e, portanto, acaba criando laços QUINO, Gianfranco. Dicionário de política. ças locais e regionais, conta
importantes entre os que a falam, laços que Brasília, DF: Editora da UnB, 1998. p. 796. uma história que o identifica
se inserem como elementos constitutivos da e possui hábitos e costumes
própria personalidade. A partilha em comum em comum.
do ambiente físico onde vive um grupo de
pessoas, por sua vez, liga suas experiências
179
Competências
TULO
7
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
Habilidades
O NEOCOLONIALISMO
• EF08HI23 • EF08HI24
• EF08HI26 • EF08HI27
LEEMAGE/UIG/FOTOARENA
fazendo uso das novidades coloniais.
tecnológicas do período, É importante que eles obser-
conseguiram produzir seus vem, por exemplo, que a explo-
artigos a preços cada vez ração do comércio de africanos
menores, ampliando, assim, escravizados já não era central
seu mercado consumidor e durante os processos coloniais do
conquistando lucros ainda século XIX. Ao discutir o item A
maiores. Para funcionar, essas Segunda Revolução Industrial,
empresas necessitavam de
ressalte que os impérios colo-
matérias-primas em abun-
niais voltaram-se, sobretudo, à
dância, como ferro, petróleo
e carvão. Mas onde encon- exploração de recursos natu-
trá-las? E onde encontrar rais existentes nas colônias, como
mercado consumidor para carvão, cobre, borracha e petróleo,
todas as mercadorias que fundamentais para o desenvolvi-
essas indústrias estavam mento industrial europeu. Além
produzindo? disso, a escravidão era vista como
um empecilho aos interesses de
expansão dos capitalistas, uma
vez que encolhia o mercado con-
sumidor disponível.
A ilustração, publicada no
Le Petit Journal, de 1913,
representa comissários da
França e da Alemanha que europeias e dividida em colô-
demarcam, no Congo, as
fronteiras de suas colônias nias de dimensões diversas,
com auxílio de africanos. [...]. Nessa época, aliás, a Áfri-
ca não é assaltada apenas na
181 sua soberania e na sua inde-
pendência, mas também em
seus valores culturais.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24-AV1.indd 181 a 1910 caracterizou-se essencialmente pe-
13/08/22 18:36 BOAHEN, Albert Adu.
la consolidação e exploração do sistema. A África diante do desafio
A África diante do desafio colonial [...] colonial. In: INTERNATIONAL
SCIENTIFIC COMMITTEE FOR
Na história da África [...] as mudanças Até 1880, em cerca de 80% do seu territó- THE DRAFTING OF A GENERAL
mais importantes, mais espetaculares – e rio, a África era governada por seus próprios HISTORY OF AFRICA. História
também mais trágicas –, ocorreram num reis, rainhas, chefes de clãs e de linhagens, geral da África, VII: África sob
lapso de tempo bem mais curto, de 1880 a em impérios, reinos, comunidades e unida- dominação colonial, 1880-1935.
des políticas de porte e natureza variados. Brasília, DF: Unesco, 2010.
1910, marcado pela conquista e ocupação
p. 1, 3. Disponível em: https://
de quase todo o continente africano pelas [...] Em 1914, com a única exceção da unesdoc.unesco.org/ark:/48223/
potências imperialistas e, depois, pela ins- Etiópia e da Libéria, a África inteira vê- pf0000064434_por. Acesso em:
tauração do sistema colonial. A fase posterior -se submetida à dominação de potências 7 ago. 2022.
181
dos séculos XVI e XVII e do Ásia foram alvo dos interesses imperialistas.
chamado neocolonialismo,
para ajudá-los a compreender
como distintos contextos econô-
micos e culturais influenciaram as
formas de exploração colonial.
Pontue também que, no primeiro
caso, os principais continentes
envolvidos foram a América e
182
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 183 ficas ou de caridade, criadas e organizadas
09/08/22 16:29 territórios não poderão servir
para esses fins ou que tendam a instruir nem de mercado nem de via
Ata da Conferência de Berlim os indígenas e a lhes fazer compreender e de trânsito para o tráfico dos
[...] Todas as potências que exercem di- apreciar as vantagens da civilização. escravos de qualquer raça. [...]
reitos de soberania ou uma influência nos [...] estando proibido o tráfico dos escravos, ATA da Conferência de Berlim
referidos territórios comprometem-se a e devendo igualmente as operações que, por (1885). Belo Horizonte: Univer-
velar pela conservação das populações mar ou por terra, forneçam escravos para sidade Federal de Minas Gerais,
aborígenes e pela melhoria de suas condi- o tráfico ser consideradas como proibidas, [2013]. Disponível em: https://
ções morais e materiais de existência [...]; as potências que exercem ou que vierem a mamapress.files.wordpress.
elas protegerão e favorecerão, sem distin- exercer direitos de soberania ou uma influ- com/2013/12/conf_berlim.pdf.
ção de nacionalidade ou de culto, todas as ência nos territórios que formam a bacia Acesso em: 7 ago. 2022.
instituições e empresas religiosas, cientí- convencional do Congo declaram que esses
183
origem das formas de vida do etnocêntricas de progresso e de evolução. É ção de valor civilizatório.
planeta, ao mesmo tempo que se importante que os estudantes percebam a his- Explique aos estudantes que essa missão civiliza-
compreende a inadequação dessa toricidade de cada povo no tempo e no espaço, tória na África, amparada pelas ideias do darwinismo
teoria para a explicação das dife- a qual corresponde a transformações e perma- social, é um exemplo claro do voluntarismo his-
renças existentes entre as diversas nências desenvolvidas ao longo dos processos tórico. Afinal, os europeus adaptaram a teoria da
sociedades humanas. históricos. Para isso, ressalte, por exemplo, as dife- evolução das espécies de Darwin para justificar uma
Recomenda-se trabalhar renças no ordenamento do tempo nas sociedades, suposta inferioridade dos povos africanos, classifi-
especialmente a problemá- na importância da escrita ou da oralidade, no cando-os como raça inferior, a fim de atender seus
tica da “missão civilizatória”, cuidado e respeito com a terra etc., auxiliando-os interesses de dominação do continente.
184
REPRODUÇÃO/NATIONAL GEOGRAPHIC
rada em raças. As variações seres mais adiantados (europeus)
encontradas – como a cor para que pudessem aprender era
da pele ou dos olhos, por usada como argumento para as
exemplo – são resultado violências imperialistas.
do processo evolutivo do
É importante tratar desses
ser humano diante da
temas com criticidade para que
necessidade de se adaptar
às condições do ambiente não sejam naturalizados nem
em que passou a viver. usados para promover o bullying.
Em 2007, um antro-
pólogo estadunidense,
após analisar o DNA de
indivíduos de diferentes
populações, afirmou que
parte dos europeus ficou O produto final do projeto
mais clara, mais loura e consistiu no sequenciamen-
com os olhos mais azuis há to de um genoma-referência
apenas 5 mil anos. composto por genomas de
diferentes povos. Eram amos-
tras de doadores anônimos,
Capa da revista National oriundos de diferentes gru-
Geographic, em 2018, pos étnicos. [...]
que mostra duas irmãs Por sua vez, a conclusão do
gêmeas. Uma delas tem a
pele branca e a outra, pele Projeto Genoma não atendeu
negra; isso evidencia que a às expectativas propagadas
espécie humana não pode por Francis Collins: benefí-
ser dividida em raças. cios imediatos que levariam
à cura de diversas doenças
1. A xenofobia continua sendo um grave problema social até o presente. Que atitudes congênitas e grande avanço
podem combater esse problema? às pesquisas biomédicas. Sem
A proposta da atividade é promover uma reflexão sobre a importância de se combater a xenofobia, dúvida, houve um imenso
adotando ações de tolerância e respeito pela diversidade. Além disso, é possível destacar que atitudes 185 avanço em relação ao conhe-
xenófobas devem ser denunciadas às autoridades, combatendo todo tipo de prática preconceituosa.
cimento do genoma humano.
[...]
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 185 proposta foi lançada pelo Department
09/08/22 16:29 GÓES, Andréa Carla de Souza;
of Energy (DOE) na década de 1980, mo- OLIVEIRA, Bruno Vinicius
O Projeto Genoma Humano tivada por um ímpeto de investimento Ximenes de. Projeto Genoma
Humano: um retrato da
O grupo que se propôs a sequenciar o em pesquisas genéticas, a impulsionar construção do conhecimento
genoma humano consistiu em um con- pesquisas relacionadas à Biologia Mo- científico sob a ótica da revista
sórcio público internacional [...]. Reunindo lecular. No caso do sequenciamento, o Ciência Hoje. Ciência & Educação,
equipes de pesquisa e laboratórios de objetivo era construir uma base informa- Bauru, v. 20, n. 3, jul./set. 2014.
cional que contribuísse para a medicina Disponível em: http://www.scielo.
vários países, seu objetivo central era
br/scielo.php?script=sci_
o sequenciamento completo do genoma no campo das síndromes relacionadas à arttext&pid=S1516-7313201
humano. Um dos projetos mais ousados exposição à radiação. 4000300561. Acesso em:
no campo das ciências biomédicas, sua [...] 7 ago. 2022.
185
dos estudantes. Caso eles que têm sua boca e olhos em seus seios”.
O perigo de uma única história [...] Mas o que é importante sobre sua
respondam negativamente,
Eu acho que essa única história da Áfri- escrita é que ela representa o início de
é possível lembrar que
ca vem da literatura ocidental. Então, aqui uma tradição de contar histórias africa-
existem muitas comunida-
temos uma citação de um mercador lon- nas no Ocidente. Uma tradição da África
des brasileiras que vivem drino chamado John Locke, que navegou subsaariana como um lugar negativo,
em grande proximidade de até o oeste da África em 1561 e mante- de diferenças, de escuridão, de pessoas
rios, aproveitando os recursos ve um fascinante relato de sua viagem. que, nas palavras do maravilhoso poeta
naturais desses espaços para Após referir-se aos negros africanos como Rudyard Kipling, são “metade demônio,
a sobrevivência. “bestas que não têm casas”, ele escreve: metade criança”.
186
LEEMAGE/UIG/FOTOARENA
IC
ces dos europeus e desbravam a mata para abrir-lhes sempre colocados em situação
caminho: executam um trabalho braçal. Essa relação de alta vulnerabilidade, além de
de trabalho simboliza claramente a situação de domi- sofrer múltiplas formas de vio-
nação a que a África foi submetida. lência das autoridades coloniais.
Os brancos representados na cena são comis- Explore com a turma a
sários da França e da Alemanha. No mapa que um imagem da página 187, que
deles tem em mãos, demarcam as fronteiras de seus destaca a dicotomia entre
respectivos domínios. o trabalho intelectual e o
Nessa divisão arbitrária do continente, muitas
trabalho braçal no contexto
das colônias foram criadas sem considerar as dife-
das colônias. Por meio dela,
renças étnicas e culturais dos povos que ali viviam.
pode-se apontar a ausência de
Como consequência, povos com identidade e tra-
dições culturais muito diversas foram submetidos a
um projeto de educação para
um mesmo governo estrangeiro. O oposto também essas populações, por exemplo,
ocorreu. Povos com tradições culturais semelhantes uma vez que elas eram conside-
ficaram separados sob governos estrangeiros diferen- radas inferiores. Tal aspecto pode
tes. Isso tudo contribuiu para desorganizar os laços ser discutido à luz das questões
de identidade desses povos. contemporâneas.
LEEMAGE/UIG/FOTOARENA
ria sem falar sobre poder. Há uma palavra, é contar sua história, e começar com
uma palavra da tribo Igbo, que eu lembro “em segundo lugar”. [...] Comece a his-
sempre que penso sobre as estruturas de tória com o fracasso do estado africano
poder do mundo, e a palavra é “nkali”. e não com a criação colonial do estado
É um substantivo que livremente se africano e você tem uma história total-
traduz: “ser maior do que o outro”. Como mente diferente.
nossos mundos econômico e político, his- ADICHIE, Chimamanda Ngozi. Chimamanda Adichie: o perigo de uma única
tórias também são definidas pelo princípio história. Tradução: Erika Barbosa. Portal Geledés, [s. l.], 16 mar. 2010. Disponível em:
do “nkali”. [...] O poeta palestino Mourid https://www.geledes.org.br/chimamanda-adichie-o-perigo-de-uma-unica-historia/.
Barghouti escreve que se você quer des- Acesso em: 7 ago. 2022.
187
Meridiano de Greenwich
europeu, as colônias africa-
PROCEDIMENTOS Mar
M nas representavam mercados
DIDÁTICOS
ed
MARROCOS it
err
Madeira
ESPANHOL TUNÍSIA âneo
Canal de Suez ÁSIA para os produtos industriali-
Oriente os estudantes na
MARROCOS
Canárias IFNI zados da Europa. Em caso de
ARGÉLIA LÍBIA
RIO DO EGITO guerra, o domínio colonial
leitura do mapa A partilha da OURO
Ma
Trópico de Câncer
rV
seria também uma forma de
erm
África e peça a eles que anotem SUDÃO
elh
Cabo MAURITÂNIA RANCESA
Verde FRANCÊS NÍGER
manter o fornecimento de
o
(POR) SOMÁLIA
quais colônias foram dominadas GÂMBIA
SENEGAL
ÁFRICA OCIDENTAL FRANCESA
ALTO
SUDÃO
ANGLO-EGÍPCIO
ERITREIA FRANCESA
recursos importantes, como
VOLTA
ORIAL F
SOMÁLIA
por determinada potência impe- GUINÉ GUINÉ
os minérios, assim como o
DAOMÉ
COSTA ABISSÍNIA
SERRA LEOA DO CHADE (ETIÓPIA)
rialista. Poderão ser mencionados: LIBÉRIA MARFIM
controle de portos de abas-
UAT
CAMARÕES SOMÁLIA
COSTA ÁFRICA ITALIANA
RIO MUNI
EQ
DO UGANDA ORIENTAL
o Congo Belga, que pertencia à Equador OURO 0° tecimento na África.
A
CONGO
E PRÍNCIPE OCEANO
FR
BELGA
Bélgica; as colônias francesas, (POR)
Á
ÁFRICA ÍNDICO
OCEANO ORIENTAL
Seychelles
ALEMÃ
ATLÂNTICO
como Marrocos, Madagascar e ANGOLA
(RUN)
Comores
(FRA)
NIASSALÂNDIA
Território sob controle de
Tunísia; o domínio britânico no países europeus antes de 1914
RODÉSIA
DO NORTE
UE
IQ
AR
MB
Alemanha Maurício
Egito, no Sudão Anglo-Egípcio e
SC
ÁFRICA DO RODÉSIA
(RUN)
ÇA
SUDOESTE DO SUL
GA
Bélgica
MO
ALEMÃ
DA
Espanha
TRANSVAAL
França SUAZILÂNDIA
análise cartográfica e no levan- peias nos países africanos. colonial teoricamente cedeu o controle po-
lítico, se as condições sociais provocadas
tamento de informações úteis à
Texto complementar pelo neocolonialista causarem uma revol-
investigação. Sobre as influên- ta, o governo neocolonialista local pode
cias da ocupação europeia no Neocolonialismo na África
ser sacrificado e outro, igualmente sub-
continente, pode ser indicada, [...] Trata-se de uma reestruturação de serviente, posto em seu lugar” [...].
práticas que, ao invés de renovar, produz
por exemplo, a língua falada por LOPES, Ana Mónica H. Neocolonialismo na África.
algo diferente que compõe um sistema de
algumas nações africanas contem- Sankofa, ano 4, n. 8, p. 12, dez. 2011. Disponível
dominação política que usa como forma em: http://www.revistas.usp.br/sankofa/article/
porâneas. Hábitos de alimentação, de coerção agenciamentos econômicos e view/88804/91687. Acesso em: 7 ago. 2022.
estruturas arquitetônicas e modos financeiros. Assim, “nos territórios neoco-
188
189
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 189 09/08/22 16:29
• SILVA, Diego Barbosa da. Política linguística na África: do passado colonial ao futuro global. Revista Áfri-
ca e Africanidades, ano 3, n. 10, ago. 2010. Disponível em: http://www.africaeafricanidades.com.br/
documentos/10082010_17.pdf. Acesso em: 8 jul 2022.
Nesse artigo, o autor discute os motivos que levaram os países africanos a adotar línguas europeias como ofi-
ciais no período da descolonização.
189
LEEMAGE/UIG/FOTOARENA
posições do imperialismo. IC
sua resistência ao neocolonialismo na forma de fugas,
protestos, boicotes e revoltas. Em alguns casos, houve
PROCEDIMENTOS resistência armada contra o colonizador, como ocorreu
DIDÁTICOS em 1879, quando um povo do sul da África – o zulu
– se armou e atacou os representantes do governo
Aponte a questão da língua inglês na região.
como um dos modos de resistên-
cia articulados pelas populações
LEEMAGE/UIG/FOTOARENA
HERGÉ/TINTIM
trecho da história em quadrinhos
As aventuras de Tintim: Tintim 1. a) Na imagem, podemos
na África, criada pelo artista belga verificar dois africanos
Hergé (1907-1983). A história, brigando por causa de um
datada de 1931, é um exemplo chapéu. Apenas o europeu
de representação imperialista das branco, a personagem
populações africanas. Ela se passa Tintim, consegue resolver
no Congo, região que desde 1877
o conflito e acabar com a
estava sob domínio belga.
briga, partindo o chapéu ao
FICA A DICA meio e entregando metade
para cada um. Ao final, os
• Tintim e a reportagem do
racismo, de Heloisa Pires
africanos ficam agradecidos
Lima. Portal Geledés, [s. l.], pela ajuda oferecida por
6 out. 2011. Disponível em: Tintim, julgando-o uma
https://www.geledes.org.br/
heloisa-pires-lima-tintim-e-
pessoa justa. Os africanos,
a-reportagem-do-racismo/. por sua vez, são vistos como
Acesso em 28 de jul. 2022. ingênuos, por não percebe-
A reportagem publicada rem que a divisão estragou
no Portal Geledés, trata da
questão do racismo na obra o chapéu.
de Hergé, especialmente no b) O rei Leopoldo II, da Bélgica,
quadrinho Tintim na África e
sua recepção no presente, em manifestou interesse na
particular na Bélgica. colonização do Congo na
década de 1870. Então,
Trecho de As aventuras de Tintim:
Tintim na África, história em durante a Conferência de
quadrinhos de Hergé, 1970. Berlim, 15 anos depois,
HERGÉ. As aventuras de Tintim: Tintim na África.
Rio de Janeiro: Record, 1970. p. 29. o território do Congo foi
concedido a ele. A coloni-
zação belga foi violenta e
1. Com base na análise da imagem desta página, responda ao que se pede.
voltada para a exploração
a) A imagem é uma representação eurocêntrica da África, considerando que os africanos são
retratados como incapazes de resolver os próprios conflitos e precisam da ajuda de alguém das riquezas locais, como
branco. Aponte elementos na imagem que justifiquem essa ideia. a borracha e o marfim.
b) Explique como ocorreu a dominação do Congo pelos belgas no final do século XIX. c) É importante que os estu-
c) A imagem é um exemplo da postura de tutela e dominação dos países ricos sobre os países dantes reflitam sobre as
menos desenvolvidos, pois a mensagem dos quadrinhos indica que apenas com a ajuda diversas maneiras de des-
dos belgas as populações do Congo teriam chance de se desenvolver adequadamente.
merecer um país ou uma
Você acredita que, no presente, ainda é possível encontrar exemplos de representações de
tutela dos países menos desenvolvidos pelos países mais ricos? Justifique sua resposta. cultura, como disseminar
Resposta pessoal. Consulte comentários nas Orientações didáticas. estereótipos e imagens pre-
1. a) e b) Consulte respostas esperadas e comentários nas Orientações didáticas. 191 conceituosas que apre-
sentam essas regiões como
lugares perigosos, atrasa-
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24-AV3.indd 191 para trabalhar o modo como essas represen-
16/08/22 10:31 dos, violentos ou insegu-
tações continuam sendo utilizadas. ros e desorganizados. Isso
Ao avançar as discussões para o item
Aventuras de um imperialista na África, Busque avaliar se o conteúdo foi compreen- aparece, por exemplo, em
observe que a atividade proposta discute os dido por todos ou se é necessário retomar algum filmes, séries televisivas,
estereótipos criados pelos impérios coloniais aspecto. Vocês podem, inclusive, formar uma quadrinhos, livros etc., que
acerca das populações nativas colonizadas. roda e conversar sobre os diversos aspectos da contribuem para as posturas
Cabe enfatizar aos estudantes as permanên- exploração dos europeus sobre o continente de “tutela” ou mesmo de
cias dessas construções até os dias de hoje. africano. Caso queira tornar ainda mais dinâ- “missão civilizatória” dos
Retome a questão inicialmente proposta: que mico pode-se dividir os estudantes em dois países mais ricos em relação
imagem vocês têm do continente africano?, grupos e sortear temas do continente para cada aos menos desenvolvidos.
191
Império Mogol:
ções de produção preexistentes.
criado em 1526, na
Informe que a Inglaterra per- região onde hoje se
mitia que companhias inglesas encontram o Paquistão
e o norte da Índia.
praticassem a economia preda- Alguns anos depois,
tória na Índia. A Companhia esse império se
estendeu por toda a
Britânica das Índias Orientais, por Índia. Não é o mesmo
exemplo, explorava os trabalha- Império Mongol que
dominou a China no
dores das fazendas de algodão, século XIII.
comprava essa matéria-prima por
um preço muito baixo, enviava
para a Inglaterra e revendia as
peças de tecido manufaturado
para os indianos.
Enfatize que, dessa maneira,
as pequenas tecelagens sofriam
a concorrência de grandes manu- Serviçal hindu serve
faturas inglesas e faliam, pois chá a uma britânica,
na Índia, no início do
não tinham como praticar os século XX.
mesmos preços ou oferecer a
mesma variedade de produ- 192
tos. Essa economia predatória
provocou grande desemprego
entre os indianos, que não viam Aproveite a oportunidade e peça aos estu-
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 192 09/08/22 16:29
Representação do confronto entre indianos e ingleses durante a Revolta dos Cipaios, em 1857.
193
193
195
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 195 com a corrupção e com a chantagem 09/08/22con-
16:29 vez de abandonadas, deveriam
tra os funcionários e traria um fluxo regular ser aplicadas com rigor ain-
O Império Chinês e o ópio de receita mediante o pagamento de tarifas. da maior.
[...] as importações de ópio continuavam Permitiria também que se cultivasse o ópio Em 1838, após pesar os argu-
subindo, passando de 30 mil caixas, em 1835, chinês – que acreditava ser de melhor qua- mentos, o imperador Daoguang
a 40 mil, em 1838. lidade que o indiano e mais barato – para ir tomou sua decisão. O tráfico de
Em 1836, o imperador Daoguang pediu aos pouco a pouco expulsando o ópio estrangei- ópio deveria ser detido.
seus mais altos funcionários que o aconse- ro. Muitos funcionários [argumentavam] que SPENCE, Jonathan D. Em busca da
lhassem sobre a questão do ópio. As opiniões os estrangeiros eram cruéis e gananciosos China moderna: quatro séculos
dividiram-se. e que os chineses não precisavam de ópio, de histórias. São Paulo: Compa-
Os que defendiam a legalização do comér- fosse ele nacional ou estrangeiro. Achavam nhia das Letras, 1996. p. 161.
cio de ópio salientavam que isso acabaria que as proibições do imperador Jiaqing, em
195
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
BRIDGEMAN/KEYSTONE BRASIL
Retome o conceito de nacio-
nalismo e enfatize que ele pode
ser manifestado de diferentes
maneiras. Uma delas é a partir
de um sentimento anti-impe-
rialista que reverbera na defesa
da nação – e vice-versa.
Cabe trabalhar como o
continente europeu via surgir
movimentos nacionalistas e
debates acerca das soberanias
nacionais, ao passo que nos
continentes coloniais essas dis-
cussões eram sufocadas. Pode-se
questionar os estudantes sobre
os movimentos de resistência na
África e na Ásia, considerando-
-se a influência dessas questões
políticas em todo o mundo.
AMPLIAR HORIZONTES
• COUTO, Sérgio Pereira. A ex- Cartaz de propaganda chinesa, publicado em 1891, com a frase, em chinês: “Abaixo os
traordinária história da estrangeiros! Queimem seus livros!”. A imagem representa um ataque dos membros da
China. São Paulo: Universo sociedade secreta dos boxers contra os estrangeiros.
dos Livros, 2008.
196
O autor descreve a história da
China desde o significado do
nome do país até os dias atuais.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 196 sistema capitalista. A ascensão da China 09/08/22 16:29
BRIDGEMAN/KEYSTONE BRASIL
ma por meio da compreensão da
unificação da Itália como um proces- início em 1848. Nessa época, a península encontrava-se
so histórico importante no contexto dividida em vários Estados. Havia ali duas tendências
estudado. políticas: a republicana e a monarquista.
• Habilidade EF08HI24: é enfocada com Quatro dos pequenos Estados da Península Itálica
os estudantes ao abordar fatos his- eram dominados pela Áustria. Então, fosse sob a forma
tóricos relevantes sobre o período de de república ou de monarquia, a unificação só poderia
dominação imperialista no século XIX. ser obtida por meio de uma guerra contra os austríacos.
Em 1859, o reino do Piemonte-Sardenha, locali-
zado ao norte da península, venceu a guerra contra
PROCEDIMENTOS a Áustria, e alguns dos Estados se uniram ao reino
DIDÁTICOS piemontês. Defensores da monarquia, os piemonteses
anexaram outros territórios, visando unificar toda a
Enquanto isso... região. Nessa campanha, os piemonteses ganharam o
Assim como a Alemanha, a apoio de grupos republicanos que, ao sul da Península
Itália foi unificada, originando Itálica, também guerreavam em prol da unificação ter-
ritorial. As batalhas ali eram lideradas por Giuseppe
um país muito tardiamente (com-
Garibaldi (1807-1882). Em 1861, a Itália se unificou: os
parativamente a países como republicanos abriram mão da ideia de república, e os
Alegoria da unificação italiana
França e Inglaterra), somente em de autoria desconhecida, que
italianos elegeram seu primeiro parlamento adotando o representa a anexação do reino do
1861. Isso ocorreu sob o regime regime monárquico. Nos anos que se seguiram, outros Piemonte-Sardenha à Itália. Litografia
monárquico, e não republicano, territórios foram incorporados à Itália. colorizada, 1859.
como queriam muitos dos parti-
LEEMAGE/UIG/FOTOARENA
A Expedição dos
Mil, de autoria
desconhecida, 1860.
A expedição é um
episódio da luta pela
unificação da Itália
em que os chamados
camisas-vermelhas,
comandados por
Giuseppe Garibaldi,
conquistaram o Reino
das Duas Sicílias.
198
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 198
AMPLIAR HORIZONTES 09/08/22 16:30
198
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 199 de soberania nacional eram garantidos até
09/08/22 16:30
certo ponto.
Esquema-resumo A atividade pode ser aprofundada com uma
Trabalhe o esquema-resumo de modo pesquisa sobre os países que foram colonizados
a retomar os assuntos tratados ao longo do ou tornados zonas de influência no período. Os
capítulo com ênfase nas questões de explo- estudantes poderão levantar dados sobre China,
ração e resistência. A contradição entre Índia, Congo, Angola etc. nos dias atuais, apon-
os projetos de civilização e colonialismo tando aspectos da colonização que ainda são
também pode ser evidenciada, auxiliando os visíveis nessas sociedades. É possível também
estudantes a compreender que os princípios sugerir pesquisas a respeito das migrações e
199
BRIDGEMAN/KEYSTONE BRASIL
mão de obra.
subjugadas, cartaz de propaganda que traz a frase,
sofreram em chinês: “Abaixo os estrangeiros!
diferentes
PROCEDIMENTOS formas de Queimem seus livros!”, representando
o ataque dos boxers contra estrangei-
DIDÁTICOS violência e
perderam ros. Com base na análise da imagem e
sua na leitura do item A China dividida, da
Atividades autonomia. página 195, responda ao que se pede.
1. Ela se caracterizou pelo uso a) Qual é a mensagem expressa na ima-
de novas fontes de energia, gem? Elabore uma hipótese sobre o
5. b) Os possível propósito que levou à elabora-
como a eletricidade e o
líderes da ção de uma imagem como essa.
petróleo, e pela aplicação de rebelião foram b) Explique quais foram os desdobramen-
tecnologias desenvolvidas ao condenados
à morte e o tos da Guerra dos Boxers para a China.
longo do século XIX na pro- movimento 6. Desde o início do século XVII, a Inglaterra mantinha postos comerciais na Índia. Ao longo
dução industrial. Os avanços foi reprimido do século XIX, o domínio inglês sobre essa região se acentuou. A esse respeito, responda.
pelas potências
ou inovações tecnológicas imperialistas. a) Quais eram as principais características do colonialismo inglês na Índia entre o século XVII e
levaram a indústria europeia a A China o início do século XIX? 6. b) A partir do século XIX, a Inglaterra passou a dominar militarmente a Índia,
teve de pagar
conquistar um maior número pesadas
b) Quais foram as mudanças ocorridas na política colonial inglesa a partir do século XIX?
interferindo na política e na organização social da colônia, a ponto de anexá-la ao Império Britânico.
de consumidores, gerando multas e 7. Na segunda metade do século XIX, a Itália (1861) e, em seguida, a Alemanha (1871) se
acúmulo de capital. É possível, ainda fazer unificaram. O processo de unificação desses países apresentou diferenças e semelhan-
concessões ças. Leia as afirmativas a seguir sobre esse tema e assinale V para as opções verdadeiras
ainda, debater a importância econômicas
a essas e F, para as falsas:
das economias locais na con-
potências. V a) Tanto a unificação da Alemanha quanto a da Itália foram marcadas por conflitos militares
temporaneidade, com foco com Estados vizinhos.
nos problemas ambientais. F b) A unificação da Itália resultou na formação de um regime republicano liderado pelo reino
2. As ideias de Darwin foram do Piemonte-Sardenha.
utilizadas para descrever F c) A etapa final do processo de unificação da Alemanha ocorreu a partir da vitória da Prússia
na guerra franco-prussiana.
algumas sociedades humanas
F d) As ideias nacionalistas tiveram grande importância tanto na unificação da Alemanha
como raças que seriam mais
quanto na da Itália.
evoluídas e superiores do que 6. a) Intensa troca de mercadoria se busca por matérias-primas. Os ingleses compravam algodão
outras. As sociedades euro- 200 para a fabricação de tecidos, posteriormente vendidos para o mercado indiano. Os tecidos ingleses
faziam forte concorrência à tecelagem local.
peias, brancas, estariam no
topo dessa escala; e os negros
e asiáticos, na base. Caberia, forma de dominação de um território ou de
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 200 5. a) A imagem expressa uma mensagem de 09/08/22 16:30
dessa forma, aos primeiros uma nação por outro. Essa dominação se dá resistência dos boxers contra os invasores
levar os “princípios civilizató- nas esferas políticas, econômicas, sociais e estrangeiros. Pode ser entendida como uma
rios” aos demais, justificando culturais. No colonialismo do século XVI e no propaganda para incentivar a resistência
o neocolonialismo. Retome neocolonialismo do século XIX, os europeus contra os inimigos externos.
aqui as relações causais exploraram a mão de obra dos africanos.
entre as ideologias raciais e A principal diferença entre os dois tipos de
o determinismo. colonialismo é que no segundo também
3. De modo geral, colonialismo havia a intenção de explorar os mercados
pode ser definido como uma consumidores na África e na Ásia.
200
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24-AV2.indd 201 14/08/22 14:42
• CAMPOS, Bruno de. Formação social indiana: modo de produção asiático, imperialismo e industrialização
tardia. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/101055. Acesso em: 15 ago. 2022.
O texto aborda a situação econômica e social da Índia após a independência. Nele, o autor busca as origens
da industrialização e da autonomia tardias, de meados do século XX, na Índia dominada pelo Império Britâ-
nico e sujeita à economia perversa do neocolonialismo europeu.
201
CORBIS/VCG/GETTY IMAGES
turma a partir da compreensão das
representação
particularidades da exploração neo- é negativa,
colonial, priorizando o ponto de vista pois salienta a
dos colonizados. violência que o
neocolonialismo
• Habilidades EF08HI23 e EF08HI27: é impôs sobre as
enfocada com os estudantes ao con- áreas conquistadas e
textualizar os efeitos da escravidão e dominadas. Podem-
da exploração entre os africanos. -se notar os mortos
e os ossos que estão
sob os pés dos
soldados.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Atividades A moderna civilização da Europa – França no Marrocos e
(continuação) Inglaterra no Egito, A. H. Zaki. Litografia colorizada, 1908-1914.
12. b) Os missionários se preo- a) A imagem oferece uma ideia positiva do movimento neocolonialista de partilha da África
cupavam em combater os pelos europeus? Justifique sua resposta.
costumes que consideram b) A dominação europeia provocou todo tipo de resistência nos territórios coloniais.
Apresente algumas estratégias de resistência dos povos africanos diante dessa dominação.
negativos, o que é uma
prática etnocêntrica e que 12. O texto a seguir é um fragmento do relato escrito pela inglesa Mary Kingsley sobre suas
visa à desorganização das viagens ao continente africano. Ela visitou diferentes regiões da África na década de
1890 e registrou suas impressões em dois relatos de viagem. Leia atentamente o texto
culturas tradicionais. Na e responda ao que se pede. 12. a) A dificuldade apontada no texto é acabar com a poligamia
ação dos religiosos, não entre os fangues. Essa prática era considerada negativa pelos missionários cristãos, e eles se
há nenhuma preocupação preocupavam em encontrar uma forma de extingui-la.
Mais do que todas as outras, a poligamia é a insti-
Aprisco: nome dado a um
em entender a importân- tuição que governa o dia a dia dos nativos, e como os espaço destinado ao abrigo
cia social da prática da missionários procuram participar da vida cotidiana — e de ovelhas; aqui, foi usado no
poligamia; se interessam não apenas da mercantil e legal, como o comerciante ou sentido figurado, significando
"proteção da Igreja".
apenas em impor valores o funcionário do governo —, é o costume que mais lhes
opõe resistência. Todos os missionários o enfrentam e
e costumes cristãos.
negam o ingresso na Igreja daqueles que o praticam. A consequência é que muitos
homens que dariam bons cristãos são excluídos do aprisco. [...]
SILVA, Alberto da Costa e. Imagens da África. São Paulo: Penguin, 2012. p. 484.
a) O texto descreve as dificuldades dos missionários europeus para lidar com os costumes dos
fangues, povo do grupo étnico banto, que vive no território onde atualmente ficam Gabão,
República do Congo e Camarões. Qual é essa dificuldade?
b) Um dos efeitos da dominação europeia sobre o continente africano foi a desorganização de
práticas culturais tradicionais. De que forma esse texto evidencia esse processo?
Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
202 11. b) As populações africanas resistiram por meio de fugas, protestos, boicotes e revoltas. Em 1879, por
exemplo, o povo zulu organizou uma revolta armada contra os representantes do governo inglês na região.
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 202 cos etc. Explique-lhes que o conjunto dessas 09/08/22 16:30
BRIDGEMAN/FOTOARENA
colonial não ocorre mais como
no século XIX. Entretanto, isso 1. Espera-se que os estudan-
não significa que a soberania dos tes construam argumentos
países mais pobres seja sempre embasados em acontecimen-
respeitada pelas nações mais ricas. tos contemporâneos, como
Reflita sobre esse tema e debata as guerras e intervenções em
questões seguintes com os colegas. outras nações. Tais situações
podem ser destacadas como
exemplo de que a soberania
de países menos desenvolvi-
dos nem sempre é respeitada
no presente.
2. Uma forma de assegurar a
soberania de todas as nações
é fortalecer os mecanismos
diplomáticos internacionais
e as instituições capazes
Litografia de Ambrose de
Walton do começo do século
de mediar conflitos, como
XX que representa a guerra a Organização das Nações
entre ingleses e o povo zulu no Unidas.
sul da África, travada em 1879.
Essa guerra foi um exemplo do 3. É importante que os estudan-
desrespeito à soberania dos tes observem que a soberania
povos africanos pelas potências
europeias no século XIX. é a expressão dos interesses
dos grupos que formam um
1. Atualmente, a soberania dos países menos desenvolvidos é respeitada?
país. Quando a soberania é
2. O que pode ser feito para proteger a soberania desses países? violada, esses interesses são
3. Por que é importante respeitar a soberania de todos os países? ameaçados, inviabilizando
a plena autonomia política
4. Quais são as principais motivações das invasões de outros países no presente?
Consulte respostas e comentários nas Orientações didáticas. dessa sociedade.
203 4. É possível apontar exemplos
diversos, como o interesse em
explorar riquezas e recursos
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 203 uma forma de violação da soberania de povos
09/08/22 16:30 naturais ou assegurar a influên-
da África e da Ásia, pois as potências invasoras cia geopolítica em regiões
Vamos falar sobre... Nação e se beneficiavam de seus recursos e suas rique- estratégicas do planeta, entre
nacionalismo zas, explorando-os. Tratava-se de um processo outros fatores.
A proposta da atividade é incentivar os estu- que não promovia benefícios recíprocos.
dantes a refletir sobre a questão da soberania É possível traçar relações com o presente
e o modo como sua violação pode afetar e enfatizar que o modelo de dominação neo-
a organização social de um povo. É interes- colonialista deixou de ocorrer, mas isso não
sante iniciar a reflexão discutindo a ideia de que significa que as potências mais ricas deixaram de
a dominação neocolonialista do século XIX foi violar a soberania de outros povos. É interessante
203
estudante com pouca audição, gueiro” em harmonia com os elementos da visão ufanista do Brasil.
tente conseguir essas letras no cultura popular – criando uma alegoria de país A segunda música foi composta em 1978,
sistema braile ou em outro sistema. onde a natureza exuberante e a alegria preva- quando o autor fazia parte de outra banda. O
Ao encaminhar a análise da lecem. Explique que esse estilo foi chamado de artista continuou tocando a música em shows
canção “Aquarela do Brasil”, samba-exaltação. e sempre afirmava que tinha esperança que seu
explore as sensações causadas Para auxiliar na compreensão da exaltação do conteúdo um dia se tornasse obsoleto, e que o
pelo arranjo e pelas grandiosas nacionalismo na canção, é importante também país melhorasse. Em 1987, a música foi gravada
interpretações; o uso da lingua- informar aos estudantes que a música “Aquarela e se tornou um sucesso, uma das mais importan-
gem erudita em palavras como do Brasil” foi escrita no período de formação do tes da chamada linha politizada do rock no Brasil.
204
JORGE ARAÚJO/FOLHAPRESS
1. A primeira letra (em vídeo ou áudio) e ser enviado
Que país é este pode ser considerada
eletronicamente.
Nas favelas e no Senado nacionalista,
Sujeira pra todo lado já que ressalta
Ninguém respeita características Atividade
A Constituição positivas do país e de 3. Oriente-os a buscar informações
Mas todos acreditam
seus habitantes. Até
mesmo “a Lua vem mais detalhadas sobre a produ-
No futuro da nação…
Que país é esse?
brincar” no Brasil, ção do vídeo na seção Como se
por causa de suas
Que país é esse? belezas. Porém, a faz... A proposta da atividade
Que país é esse? segunda não pode é que os estudantes retomem
Na Amazônia ser considerada
E no Araguaia ia, ia nacionalista, já
as reflexões sobre os concei-
Na Baixada Fluminense que ela critica tos de nação e nacionalismo,
No Mato Grosso a sociedade e o relacionando-os com a forma
E nas Gerais governo brasileiros.
E no Nordeste tudo em paz
como percebem a sociedade
Na morte eu descanso brasileira no presente. As duas
Mas o sangue anda solto músicas apresentadas na seção
Manchando os papéis
Documentos fiéis
evidenciam formas distintas de
Ao descanso do patrão… se refletir sobre o Brasil, criando
Que país é esse? uma representação positiva ou
Que país é esse?
Que país é esse?
crítica do país. Os estudantes
Que país é esse? podem organizar a letra da
Terceiro mundo se for música de maneira semelhante,
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
identificando aspectos que
Vamos faturar um milhão consideram positivos e que
Quando vendermos todas as almas merecem ser destacados em
Dos nossos índios num leilão…
Que país é esse?
uma música ou abordando pro-
Que país é esse? blemas sociais que marcam o
Que país é esse? país. Uma forma de enriquecer o
Que país é esse?
trabalho proposto é desenvolver
QUE país é este. Intérprete: Renato Russo.
Compositor: Renato Russo. In: QUE país é este. Manifestantes em campanha pelas Diretas a atividade de modo interdis-
Intérprete: Renato Russo. Rio de Janeiro: EMI, 1987. Já, em Brasília (DF), 1984. ciplinar com Arte e Língua
1. Estudamos nesta unidade que o nacionalismo envolve a valorização das características Portuguesa. Por meio disso,
e dos interesses da nação. As letras dos dois documentos podem ser consideradas na- é possível explorar aspectos
cionalistas? Justifique sua resposta. da linguagem musical e as
2. As duas músicas trazem a mesma opinião a respeito do Brasil? Justifique sua resposta. especificidades desse gênero
textual. Ao final, caso julgue
3. Reúna-se com os colegas e componham uma música que expresse a opinião do grupo
sobre o Brasil nos dias atuais. Se houver estudantes que saibam tocar algum instru- conveniente, é possível propor
mento, gravem a música em um vídeo. Confiram a seção Como se faz… para orientações aos estudantes que apresentem
sobre como produzir um vídeo. Consulte comentários nas Orientações didáticas. as músicas aos colegas em sala
2. Não. “Aquarela do Brasil” tem uma concepção ufanista; a letra descreve o Brasil como um país de aula. É muito provável que
sem problemas. Já “Que país é este” apresenta os problemas do Brasil, como corrupção, violência, 205
desigualdade social, e demonstra não acreditar nos discursos positivos a respeito do país.
a produção musical dos estu-
dantes siga estilos que foram
apresentados aqui. Busque
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-180-205-U3-CAP7-LA-G24.indd 205 Essa é uma atividade que busca desenvol-
09/08/22 16:30
acolher e valorizar todos os
ver tanto a capacidade de comunicação
estilos.
Fechando a unidade como a criatividade. A música é um instru-
A análise das músicas e a realização da ati- mento importante na comunicação de ideias
vidade 3 pode ser enriquecida por meio do ao longo do tempo e é interessante incen-
estudo interdisciplinar entre Arte, Língua tivar nos estudantes a reflexão crítica desse
Portuguesa e História. Com isso, é possível tipo de discurso. Além disso, a elaboração
examinar aspectos da linguagem musical e de novas músicas é um importante exercí-
dos recursos estilísticos utilizados na com- cio para o desenvolvimento da capacidade
posição das letras. criativa deles.
205
4
• Gerais (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e UNIDADE
10: são trabalhadas com os estudantes
à medida que valorizam a construção
TERRA E
e a utilização do conhecimento his-
tórico acerca do Segundo Reinado e
analisam as relações políticas, sociais
e econômicas entre os colonizadores e
os colonizados, desenvolvendo entre os
estudantes o sentido de respeito mútuo
MEIO AMBIENTE
entre seus pares e não pares.
• Competências Específicas de
Ciências Humanas (CECH): 1, 2,
3, 4, 5, 6 e 7.
• Competências Específicas de His-
tória (CEH): 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Nesta unidade, veremos que a luta pela
Habilidades posse de terras no Brasil vem de longa data,
• EF08HI15 • EF08HI16 • EF08HI17 assim como as preocupações em torno da
• EF08HI18 • EF08HI19 • EF08HI20 degradação ambiental. Essas discussões,
• EF08HI21 • EF08HI22 • EF08HI27 que perduram até hoje, também foram
debatidas durante o governo do imperador
D. Pedro II, no século XIX.
Temas Contemporâneos
Transversais na unidade
• Cidadania e civismo: a temá-
tica “vida familiar e social” está
presente na discussão das elei-
ções, na página 214; da moradia,
na página 225; em como mediar
conflitos, na página 234; nas res-
ponsabilidades que um jovem
pode assumir, na página 235.
No que se refere à educação em
direitos humanos, a unidade faz
reflexões sobre o combate aos
estereótipos e preconceitos con-
tra os indígenas, na página 230;
sobre a resistência indígena no
presente, na página 231; sobre
o combate ao etnocentrismo, na
página 235; sobre a luta contra
o preconceito, a discriminação e
a importância das ações afirma- Área de desmatamento ilegal
na Floresta Amazônica. Autazes
tivas, na página 256; e sobre leis (AM), 2021.
de combate ao preconceito racial,
na página 261. A temática “edu- 206
cação para o trânsito” é abordada
na discussão sobre o transporte
ferroviário, na página 221. gina 238; do Grupo Ilú Obá de • Meio Ambiente: tema que atravessa toda
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 206 Min, de matriz 10/08/22 19:29
• Multiculturalismo: discutido ao africana, na página 255; do resgate da cultura a unidade, denominada Terra e meio am-
se refletir sobre o Brasil como re- africana na sociedade brasileira, na página 262; biente, mas especialmente se evidencia nas
sultado da diversidade cultural, e das comunidades remanescentes de quilom- reflexões das páginas 206, 207, 208, 209, 210,
na página 229. Questões rela- 237, 264 e 265; e na análise da concentra-
bos, na página 263.
cionadas às matrizes culturais
• Ciência e Tecnologia: tema debatido ao ção fundiária no Brasil e do desenvolvimento
brasileiras estão presentes no
tratar do possível uso da ciência para expli- sustentável, na página 251.
estudo do Memorial dos Pre-
tos Novos no Rio de Janeiro, na citar o racismo no presente, na página 227; e • Saúde: a educação alimentar e nutricional é
página 223; de Zumbi e o Dia do desenvolvimento de técnicas de elabora- discutida com ênfase nas páginas 252 e 253
da Consciência Negra, na pá- ção de questionário, nas páginas 252 e 253. (De onde vêm nossos alimentos?).
206
207
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 207 10/08/22 19:29
207
Fonte de riqueza
unidade propõem uma refle-
xão sobre a terra e o meio
ambiente, compreendidos
como fonte de trabalho, riqueza e de poder
e poder. Antes de iniciar a leitura
e as discussões sobre o tema,
incentive os estudantes a apre- A terra é fonte de riqueza e de sustento. É nela que homens e mulheres, por meio da
sentar seus conhecimentos sobre agricultura, cultivam produtos que alimentam bilhões de pessoas em todo o mundo.
a questão da terra. Como se Mas a terra é também uma fonte de poder. Em diversas épocas, proprietários de terras
trata de um assunto atual e de tinham também poder político. Ainda hoje, possuir uma grande quantidade de terra significa
grande relevância, é possível ocupar posição de destaque na sociedade.
que eles tenham tido conta- Mas essa não era a realidade das terras que compunham o atual Brasil antes de 1500.
tos prévios com perspectivas Na época em que os portugueses chegaram aqui, as terras eram de todos os indígenas, e
ninguém era dono delas em particular. O governo de Portugal tomou-as para si e passou
que envolvem a propriedade
a distribuí-las a colonos.
e a disputa por terras, por Dessa forma, a maior parte das terras no Brasil se concentrou nas mãos de um pequeno
exemplo. Caso habitem uma grupo de grandes proprietários.
região rural, quilombola ou indí-
gena, essas questões podem
208
209
Competências
TULO
8
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. O GOVERNO DE
Habilidades
• EF08HI15 • EF08HI16 • EF08HI19
D. PEDRO II
• EF08HI20 • EF08HI21 • EF08HI22
• EF08HI27
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
O tema do desmatamento
da Mata Atlântica possibilita
a construção e o fortalecimento
da consciência ambiental e
das noções de tempo histórico.
Explique que o desmatamento
não era uma preocupação entre
aqueles que viviam no século
XV ou XVIII, portanto, para
os colonizadores, não havia
nenhum problema no processo
de desmatamento. Contudo, na 210
sociedade contemporânea, há
uma grande preocupação com
o meio ambiente, que ganhou flora e da fauna. Para trabalhá-la,
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 210 pergunte aos Outra possibilidade é fazer uma visita guiada 10/08/22 19:29
centralidade após a constata- estudantes se próximo ao município onde eles à região com a participação de outros profes-
ção da condição de finitude das vivem existe alguma floresta ou algum bioma sores, como o de Ciências e o de Geografia.
espécies, inclusive a humana. que esteja ameaçado pela ação humana. Em
Diante desses elementos, caso positivo, questione como se deu o pro-
Texto complementar
a escola constitui-se em um cesso predatório da região e se existe algum Para fazer História Ambiental
espaço importante de cons- movimento que tenta recuperar o local. Vale A ideia de uma Histór ia Ambien-
cientização do papel da estender a atividade para uma pesquisa mais tal começou a surg ir na década de
sociedade e dos indivíduos na aprofundada, que levante dados confiáveis e 1 970, à m e d i d a qu e s e s u c e d i a m
preservação e restauração da informações úteis sobre o problema. conferências sobre a crise global e cres-
210
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
No período pós-Regen-
cial, o cenário político imperial
foi marcado pela bipolarização
entre liberais e conservadores.
Oriundos das classes privilegiadas,
as posições desses setores não
D. Pedro II rodeado por seus ministros. Detalhe da litografia Honra e
eram substancialmente diferen- glória ao ministério de 7 de março, de 1871.
tes entre si. Entre os aspectos que
os aproximavam, por exemplo, O Visconde do Rio Branco era filiado ao Partido Conservador. Durante o Segundo Reinado,
estava a defesa da manutenção existiu também um segundo partido, o Partido Liberal. As bases desses dois partidos começaram
a se formar ainda durante a Regência (1831-1840). As diferenças políticas entre eles, entretanto,
da escravidão e das hierarquias
não eram muito grandes, já que ambos defendiam grupos sociais muito parecidos.
tal como estavam construídas. Os liberais protegiam os grandes comerciantes, enquanto os conservadores defendiam os
A discussão sobre o item grandes fazendeiros. Após a eleição de deputados e senadores, D. Pedro II formava seu ministério
Conservadores e liberais pode (ou gabinete, como também era chamado) com os políticos do partido que tinha eleito a maioria
ser trazida para o presente, por dos candidatos.
meio de uma reflexão de pema- Sempre que achava necessário, o imperador utilizava o
Poder Moderador para dissolver a Câmara ou o próprio minis- Alternância no poder: situação
nências e rupturas. Pergunte aos na qual o partido que governa
estudantes se eles consideram tério, convocando novas eleições ou simplesmente formando é substituído por um partido de
um novo gabinete. Com isso, promovia alternância no poder, oposição, e assim sucessivamente;
que existe (ou não) uma hege-
evitando que o Partido Liberal ou o Partido Conservador se ou seja, o governo não fica o
monia das classes dominantes perpetuasse no governo. Esse mecanismo foi importante para tempo todo nas mãos de um
nas esferas do poder na socie- mesmo partido.
a estabilidade do Império.
dade brasileira atual e, se positivo,
como eles percebem isso. Neste 212
caso, pergunte se teriam alguma
hipótese para explicar a manu-
tenção dessas elites no poder. fundamentais para compreender
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 212 esse processo. começar a participar da vida política partidária? 10/08/22 19:29
Fique atento para que não haja Ressalte que, atualmente, pesquisas apontam A consciência da realidade é fundamental para
anacronismo nessa reflexão, que seis em cada dez parlamentares possuem que propostas de mudanças sejam pensadas.
ou seja, que as características parentes na política. Outros indicadores permi-
de cada período em relação ao tem afirmar que há famílias tradicionais há mais
Texto complementar
tema sejam respeitadas. de dois séculos em diferentes cargos. Pergunte: Eleições no Império
Indique a eles quais os recur- como é possível mudar essa realidade? O que [...] Para que as exigências legais referen-
sos financeiros e as relações fazer para que os governos estejam a serviço tes ao processo eleitoral fossem cumpridas,
com outras pessoas com poder de todos e não de um pequeno grupo? Como foram criadas no ano de 1846 as Juntas
político e/ou econômico são garantir que excluídos desse processo possam de Qualificação de Votantes. Essas Juntas
212
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 213 eram responsáveis pelo alistamento elei- século XIX, Jonas Moreira Vargas (2006)
10/08/22 19:29
FARIA, Vanessa Silva de. Elei-
toral no Império e por formar anualmente argumenta que “a qualificação localizava ções no império: considerações
sobre representação política no
os livros de votantes que continham as lis- o indivíduo, atribuindo suas posses ma-
Segundo Reinado. In: SIMPÓSIO
tas gerais dos cidadãos com direito a votar teriais e simbólicas, emergindo-o do povo NACIONAL DE HISTÓRIA, 27.,
na eleição de eleitores, para juízes de paz anônimo ao reputar-lhe uma determinada 2013, Natal. Anais [...]. Natal:
e para vereadores das Câmaras Munici- ação política, vedada à maioria”. ANPUH-BR, 2013. Disponível em:
pais – eleições primárias. E mais adiante destaca também a impor- http://www.snh2013.anpuh.org/
resources/anais/27/1364925577_
[...] Ressaltando a importância do proces- tância de ser considerado votante ou eleitor
ARQUIVO_artigoanpuh2013.
so de qualificação de votantes e também e como essa denominação poderia significar pdf. Acesso em: 10 ago. 2022.
a utilização dos livros como fontes do- uma forma de distinção social dentro da so-
cumentais para o estudo das eleições no ciedade brasileira oitocentista, [...].
213
GE
estamos analisando. Na litografia, é possível verificar
NS
só ocorreu na década de 1970,
elementos relacionados ao trabalho no campo. Eles
quando progressivamente a
aparecem principalmente nas laterais da gravura e
revelam a importância da agricultura para a eco-
população da zona urbana se
nomia brasileira naquele momento. Para que se tornou maior que a da zona rural.
tenha uma ideia, em 1872, cerca de 80% das Para complementar essa informa-
pessoas que trabalhavam no Brasil se dedicavam ção, podem-se estimular a prática
ao setor agropecuário. de pesquisa e o levantamento de
O principal produto agrícola cultivado no hipóteses, operando substancial-
Brasil, naquela época, era o café, embora não fosse mente na construção de saberes
o único. Produziam-se também cana-de-açúcar, significativos para a disciplina.
algodão, tabaco (fumo) etc. Boa parte da produ- Aproveite e pergunte aos
ção cafeeira era vendida a outros países, ou seja, era estudantes: vocês sabem quais
exportada. Durante o período monárquico, o café brasileiro são os principais produtos agrí-
representava cerca de 50% da produção mundial. Ramas de café.
colas do Brasil? Eles são usados
internamente ou são exportados?
Portanto, ainda que a imagem “Minhas pesquisas deixam claro que nos anos estão disponíveis em: https://www.unicamp.br/
de Taunay represente o desma- 1840, no Brasil recém-independente, houve um unicamp/ju/noticias/2018/08/29/arte-e-ecolo
tamento e denuncie o prejuízo profundo debate envolvendo vários artistas do gia-na-linha-de-frente-contra-ditatura-militar;
à região, isso não significa que período, numa tentativa de pensar a questão acesso em: 10 ago. 2022.
esse fosse um fato central para do ambiente, em o que fazer com nosso patri-
mônio natural. E isso é pouco conhecido no
Texto complementar
o artista ou para a sociedade do
período. Ainda assim, nem todos campo da história da arte”. Foi justamente essa Mata Atlântica
veem a questão com tantas res- obra de Félix-Émile Taunay que fez a professora Mesmo reduzida a aproximadamente
salvas. A professora da Unicamp iniciar a pesquisa aliando arte e ecologia. Mais 27% de sua área original e distribuída em
216
ra há dois homens,
um deles ajoelha- Ao final, promova uma roda
do. O pintor os re-
presentou como de conversa e solicite aos estu-
figuras minúsculas dantes que compartilhem as
9 diante de árvores informações obtidas por meio da
gigantescas, des-
tacando, assim, a pesquisa, assim como as fontes
grandiosidade da pesquisadas. Incentive a parti-
natureza.
cipação de todos, igualmente,
de forma que eles consigam
8 À direita do quadro, está represen-
7 Na parte esquerda da tada a densa floresta nativa, com dialogar e complementar as
tela, o pintor representou suas árvores frondosas e centená- informações uns dos outros.
a desolação do ambiente, rias. Em meio à mata, rios de águas 10 Taunay repre -
mostrando troncos aba- claras seguem seu curso livremente. sentou a região
tidos e uma coluna de Rios como esses eram responsáveis montanhosa que
fumaça que evidencia uma pelo abastecimento de água potável cerca o município
queimada. do município do Rio de Janeiro. do Rio de Janeiro.
217
ALLMAPS
oD
que a turma compreenda a importância oce
á
r ba
an
Pe raí
• Habilidades EF08HI15 e EF08HI19: en- Rio
Pa
Presidente
ixe Rio Claro i o Pa RIO DE JANEIRO
Prudente Marília Vassouras R
Limeira
focadas com os estudantes à medida Guaratinguetá
Botucatu
que identificam os grupos políticos e Cambará Itu
Campinas
Taubaté Angra Rio de Janeiro
econômicos que ascenderam social- Jacarezinho
São Paulo
dos Reis Trópico de Capricórnio
PROCEDIMENTOS Fonte: ARRUDA, José Jobson de Andrade. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 1999. p. 43.
DIDÁTICOS Muitos fazendeiros do Rio de Janeiro, de São Paulo e, posteriormente, de Minas Gerais enri-
Para que os estudantes queceram com o café. Com o enriquecimento, muitos foram agraciados com títulos de nobreza
pelo imperador, originando a expressão que passou a designá-los: barões do café.
possam compreender melhor
as distâncias e a distribuição ter-
COLEÇÃO PARTICULAR
ritorial da produção do café, é
recomendado o uso do mapa A
marcha do café (séculos XIX
a XX), da página 218. Mapas
são materiais pedagógicos que
possibilitam a apreensão de
conteúdos relacionando-os ao
espaço geográfico de sua ocor-
rência. Nesse caso, informações
sobre a expansão do café ao
longo do tempo e as principais
Fazenda das Antinhas, José de Lima. Óleo sobre tela, c. 1870. A obra representa uma fazenda de
regiões do país nesse tipo de café na região de Bananal, em São Paulo.
cultivo podem ser exploradas
em sala de aula. 218
Ao estudar sobre a constitui-
ção da sociedade cafeicultora,
os estudantes poderão verificar tópico deve ser discutido dentro
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 218 dos aspectos substituição do escravo (negro) pelo tra- 10/08/22 19:29
deslocamentos populacio- de longa duração do tempo histórico, ainda balho livre (branco e imigrante), o “período
nais no Brasil independente, que tenham sido readaptados ao contexto bra- da transição”, da “formação do mercado de
sileiro do século XIX. trabalho livre” no Brasil. [...]
bem como a manutenção das
[...] a abundante historiografia sobre a
hierarquias sociais, haja vista o
Texto complementar “transição”, apesar da sua diversidade, efe-
uso de títulos de nobreza oriun- tua um procedimento comum: pretende
dos das sociedades medievais Escravidão, cidadania e história do estabelecer uma teoria explicativa para a
europeias – que foram trans- trabalho no Brasil “passagem” do mundo da escravidão (aque-
postos para a realidade brasileira [...] o final do século XIX passou a con- le no qual o trabalho foi realizado por seres
durante o período colonial. Esse figurar o assim chamado período da coisificados, destituídos de tradições pelo
218
1. Formule uma hipótese para explicar a razão pela qual o governo e a elite brasileira
preferiram financiar a imigração europeia a contratar libertos que já conheciam o
trabalho nas propriedades produtoras de café.
Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
219
ricos recorreram à imigração.
A maioria acabou optando por
mecanismo do tráfico, seres aniquilados pe-
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 219 [...] 10/08/22 19:29 “‘contratados’ por um ano, por
la compulsão violenta da escravidão, para [...] os estudos empíricos a este respeito ‘camaradas’ pagos por mês,
os quais só resta a fuga ou a morte) para o incidiram quase sempre sobre São Paulo, ou, mais ainda, por ‘jornalei-
universo do trabalho livre, assalariado (no acarretando que a assim entendida “expe- ros’, pagos por dia”.
qual, finalmente, poderíamos encontrar su- riência paulista das fazendas de café” se LARA, Silvia Hunold. Escravidão,
jeitos históricos). Em sua modalidade mais configurasse como um paradigma expli- cidadania e história do trabalho
radical, a historiografia da transição postu- cativo de todo o processo, em todo o Brasil. no Brasil. Revista Projeto História,
la a tese da “substituição” do escravo pelo Vários estudos regionais já demonstram cla- São Paulo, v. 16, p. 25-38, jan./
jun. 1998. p. 26-29. Disponível em:
trabalho livre; com o negro escravo desa- ramente como, em outras regiões, a questão https://revistas.pucsp.br/index.
parecendo da história, sendo substituído se colocava de modo diverso, [...]. No Espí- php/revph/article/view/11185/8196.
pelo imigrante europeu. [...] rito Santo, somente os fazendeiros mais Acesso em: 10 ago. 2022.
219
ENIO PRADO
colonos sofriam Fazenda Ibicaba, em
trabalhadores imigrantes e as penas impostas Cordeirópolis (SP), 2021.
péssimas condições de trabalho. não pelas
Aproveite a história de autoridades
competentes,
Thomas Davatz e pergunte aos mas pelos
estudantes se eles já viram ou fazendeiros ou
leram relatos de trabalhadores diretores da
companhia.
que são proibidos de sair de
fazendas, residências ou fábricas
nos dias de hoje. Deixe que eles
exponham o conhecimento que 220
possuem pois esse é um assunto
que está sempre na mídia. Ao
final, explique que trabalhos for-
a trabalhar sem nada receber, sofrendo
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24-AV2.indd 220 diver- ser apresentado à turma num podcast ou em 14/08/22 14:53
çados, infelizmente, continuam
sos tipos de violência e maus-tratos. Muitas um relato escrito.
sendo comuns no Brasil e outros
mulheres e adolescentes inclusive são obriga-
lugares do mundo. Diversos
são os casos de pessoas que das a se prostituir ou traficar drogas.
vão para esses locais com pro- Pensando nessas questões, um trabalho
messas de salário, emprego, significativo de sensibilização é orientar os
boas condições de vida e até estudantes a produzir uma pesquisa sobre
mesmo de relações amorosas uma pessoa que passou por essa situação de
e, ao chegarem, têm documen- trabalho análogo à escravidão: recuperar, o
tos apreendidos e são obrigadas nome, a história, a família. O resultado pode
220
Texto complementar
Ibicaba revisitada
A utilização da mão de obra
livre na fazenda Ibicaba se ini-
ciou alguns anos antes de 1847
[...]. No início da década de 1840,
Nicolau Vergueiro, Senador do
Império, [...] preocupava-se com
o recrudescimento da pressão
Na imagem, a estrada da Inglaterra pela suspensão
de ferro simboliza a do tráfico de escravos para o
modernidade. Detalhe Brasil, que poderia trazer pre-
da litografia Honra e juízos para a lavoura brasileira
glória ao ministério de como um todo e, em especial,
7 de março, de 1871.
para suas próprias possessões.
Em 1841, [...] financiou a via-
1. Você já utilizou o trem como meio de transporte? Em seu entendimento, quais são as gem de 90 colonos portugueses
vantagens e desvantagens do trem em comparação a outros meios de transporte? da região do Minho, em Por-
Respostas pessoais. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas. tugal, para trabalharem sob o
221 regime de parceria, no qual o
senador distribuía certa quanti-
dade de cafezais a cada uma das
famílias que, após amanharem
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 221 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS questão de dedução, eles deverão fazer10/08/22
referên-
19:29
e colherem os frutos, recebiam
cia ao transporte de cavalos, mulas e carroças. 50% dos lucros líquidos da ven-
Pergunte aos estudantes se eles já andaram
de transporte ferroviário e qual a lembrança que Explique aos estudantes que com a Revolução da dos grãos no mercado. [...]
industrial houve o desenvolvimento do transporte MENDES, Felipe Landim Ribeiro.
possuem do evento. Essa é uma experiência que Ibicaba revisitada outra vez: espa-
costuma ser muito marcante para crianças e ado- a vapor (capítulo 2) e que somente na Inglaterra, ço, escravidão e trabalho livre no
lescentes quando não é comum em seu cotidiano. em meados do século XIX, já existia cerca de Oeste Paulista. Anais do Museu
Paulista, São Paulo, v. 25, n. 1, p.
Peça que retomem o mapa da página 218 e 10 mil quilômetros quadrados de estradas de 301-357, jan./abr. 2017. p. 337. Dis-
observem as regiões produtoras de café ao longo ferro. Assim, também aqui começou a ocorrer ponível em: http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttex
dos anos. Pergunte a eles: como vocês imaginam um movimento para que as estradas de ferro t&pid=S0101-47142017000100301.
que eram transportados esses produtos? Por uma fossem implantadas para escoar o café. Acesso em: 10 ago. 2022.
221
questionada pelos países afri- turma uma atividade sobre o Cais do Valongo.
canos e latino-americanos. A Pesquisar sobre o Cais do Os estudantes deverão buscar informações
discussão dessas questões na Valongo sobre a função do cais nos períodos colonial
esfera didática deve possibilitar Escondido sob construções urbanas mais e imperial. Em seguida, identificar em que
compreender procedimentos recentes, o Cais do Valongo, importante momento o cais se tornou desnecessário e
norteadores da produção his- espaço da memória da escravidão no Brasil, acabou desaparecendo. Depois, identificar
toriográfica e como eles se foi redescoberto em 2011 durante escava- o processo que resultou no redescobrimento
relacionam com as mentalida- ções para a reforma da zona portuária. A fim desse local e na sua reinterpretação como
des e a cultura vigentes. de aprofundar a compreensão da necessária espaço de memória.
222
você pode montar uma equipe liar do estudante for difícil: “Embora muitos para o que normalmente distribuímos como dever
de apoio eficaz, composta de de vocês possam achar que o dever de casa é de casa dá aos nossos estudantes sem casa um
Assistente Social e Conselheiros essencial, peço que cada um de nós faça uma espaço tranquilo e focado para completar as
Tutelares, para essa criança ou investigação superficial sobre a vida de nossos tarefas. Também criaria oportunidades iguais
adolescente. estudantes. Muitos estudantes levam uma vida entre estudantes de todas as origens” (reporta-
O professor de Ciências Philip que é contraproducente para concluir trabalhos de gem disponível em: https://jornaldebrasilia.com.br/
Ferreira, de uma escola pública de casa de qualidade em seu tempo pessoal. Se as blogs-e-colunas/educar-acao/enfrentando-a-ver
Ceilândia (Região Administrativa tarefas são algo sem o qual sua sala de aula real- dade-sobre-a-falta-de-moradia-de-estudantes/;
do Distrito Federal), dá outras mente não pode funcionar, devemos considerar acesso em: 10 ago. 2022).
224
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 225 Indique que busquem na internet dados
10/08/22 19:29 atingidos. Espera-se que eles
O objetivo desta avaliação é desenvol- sobre o acesso à moradia digna no municí- compreendam que a moradia
ver a percepção dos estudantes sobre as pio onde moram. Solicite aos estudantes que digna é um direito humano uni-
diversas realidades vividas pela população também conversem com familiares, questio- versal, garantido por lei.
do município onde vivem. Proponha a rea- nando: como estão os serviços de água, luz,
lização de uma pesquisa sobre o acesso à asfalto etc. no bairro? Há investimentos da
moradia no local em que vivem, lembrando prefeitura nessas áreas? Os grupos devem par-
que esse pode ser um ponto sensível para tilhar as informações com a turma. Ao final,
muitos estudantes. Peça à turma que se avalie se houve cooperação entre os estu-
organize em grupos. dantes e se os objetivos da atividade foram
225
226
O conteúdo dessa página permite trabalhar a isso? Sabemos que, de modo geral, foram os indí-
desconstrução de racismos e preconceitos arraiga- genas e negros os principais responsáveis por
dos e, muitas vezes, “imperceptíveis” no cotidiano. essas tarefas. Pergunte: por que, após trabalha-
Leve os estudantes a recuperar temas estu- rem 400 anos, os negros passaram a ser vistos
dados em relação ao trabalho, como corte e como incapazes e incultos? Leve-os a refletir sobre
transporte de pau-brasil; construção de vilas de essa questão, pois ela está no centro do racismo
cidades; plantação de cana e produção do açúcar; implantado em nosso país.
criação de gado; construção de igrejas, palácios; Explique que a verdadeira razão foi o preconceito
mineração etc. e o racismo de parte da população. Amparados em
227
tema. Particulamente, a sala de quer época da história. A intensão é perceber pesquisa: https://acervo.museudapessoa.org/
aula invertida pode ser usada que as razões para as migrações costumam pt/buscar/conteudo/colecao/tag/291; https://
para dar vida a algumas das his- ser as mesmas. www.jornaljoca.com.br/12-historias-de-crian
tórias de milhões de pessoas Na aula presencial, você pode, inclusive, cas-refugiadas-e-imigrantes/; https://unesdoc.
que migraram ao longo do dividir a turma de modo que a metade se encar- unesco.org/ark:/48223/pf0000379210_por/
tempo. Nesse sentido, a turma regue de histórias de vida de migrantes e a PDF/379210por.pdf.multi; https://museudaimi
pode ser dividida em grupos ou outra parte sobre histórias de pessoas que gracao.bnweb.org/scripts/bnportal/bnportal.
duplas e cada um fazer uma vivem em situação análoga à escravidão no exe/index#acao=busca&alias=geral&exp[]=
pesquisa sobre a história de vida presente (página 220 do Livro do Estudante). depoimentos&view=vbibltit0;
228
MARCELO_KRELLING/SHUTTERSTOCK.COM
com hábitos já existentes no Brasil, somando-se a riqueza de ambientes marcados
às culturas indígenas, africanas, europeias e de pela diversidade, onde o exer-
seus descendentes. Nesse processo, formamos cício da tolerância deve ser a
uma cultura rica e variada em nosso país. tônica da convivência.
Atividade
Sushi (peixe cru preparado com arroz e alga) e
sashimi (peixes crus cortados em fatias finas) 1. O tema da migração permite,
são pratos de origem japonesa que se tornaram ainda, observar a realidade
comuns em alguns municípios do Brasil. da turma. Pergunte aos estu-
dantes se o município onde
TIMOLINA/SHUTTERSTOCK.COM
TANYA STOLYAREVSKAYA/SHUTTERSTOCK.COM
residem foi formado por
algum movimento migrató-
rio específico, se conhecem
imigrantes ou, ainda, se a sua
família migrou de outro lugar
para fixar-se nesse município.
No mesmo sentido, solicite à
turma que levante hipóteses
para que esse processo tenha
O hábito de consumir massas, como espaguete, Esfirra é um prato da culinária árabe feito de
fettuccine (o exemplo da fotografia) ou nhoque, massa de farinha de trigo e recheado de carne, ocorrido na região.
foi trazido ao Brasil pelos imigrantes italianos. zátar (mistura de condimentos) ou queijo.
1. A cultura brasileira se formou por meio do encontro de diversos povos com tradições
e costumes próprios. Em trios, respondam: em sua comunidade, vocês identificam
aspectos culturais de origem estrangeira? Se sim, quais? E qual é a importância
de se valorizar esses elementos para a construção de uma sociedade mais justa e
democrática? Consulte comentários nas Orientações didáticas.
229
http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 229
AMPLIAR HORIZONTES 10/08/22 19:29
colecao/a-historia-de-luta-de-imigrantes-italia
nos-117488; acessos em: 11 ago. 2022. • BELINKY, Tatiana. Transplante de menina. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2003. (Veredas).
Na aula presencial, oriente os estudantes a A história autobiográfica narra a trajetória de Tatiana, uma menina nascida na Rússia e que
organizar o texto a ser relatado e a ensaiar a migra para o Brasil aos 10 anos. Hábitos, valores culturais e curiosidades sobre a cidade de
apresentação da história de vida. Esse trabalho São Paulo são apresentados no livro.
pode ser reapresentado para toda a escola ou • VARGAS, Simone. Memória e ficção histórica em Transplante de menina, de Tatiana
Belinky. Revista Littera, São Luís, v. 7, n. 12, p. 4-21, 2016.
ser gravado e disponibilizado on-line.
O artigo explora as possibilidades interpretativas da obra em questão. Nele, também são
analisados aspectos do gênero autobiográfico.
229
de ferramentas etc.
Antes das atividades externas ou de produzir alimentos, os estudantes devem obter auto-
rização e/ou estar acompanhados de responsáveis. No dia da apresentação, devem
produzir ou levar comidas, vídeos, peças de artesanato, representar uma dança ou música,
levar um palestrante para explicar os aspectos culturais do povo indígena, entre outras ações.
Um dos aspectos centrais desse trabalho é a colaboração e engajamento dos estudan-
tes. O ideal é contar com a ajuda dos professores de Artes, Educação Física e Português.
231
protagonizada pelos sujeitos • CARSON, Clayborn; KING, Martin Luther. A au- • A 13a EMENDA. Direção: Ava DuVernay. Estados
marginalizados da sociedade tobiografia de Martin Luther King. Rio de Unidos: Netflix, 2016. (100 min).
e, muitas vezes, também da Janeiro: Jorge Zahar, 2014. A primeira parte do filme indica a substituição da mão
historiografia. O livro é a biografia do mais famoso líder afro-ame- de obra escravizada no sul dos Estados Unidos, após
ricano, ganhador do prêmio Nobel da Paz, Martin a Guerra de Secessão, e a construção da noção de
Luther King Jr. criminalidade negra como forma de controle sobre a
população afrodescendente no país.
232
AMPLIAR HORIZONTES
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24.indd 233 constatação, permitir a recuperação10/08/22
de con-
19:30
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Atividades
1. a) Na charge, D. Pedro II brinca
com os políticos liberais e D. Pedro II, na charge de Cândido Aragonez de Faria, publicada em 1878, equilibra os
partidos Liberal e Conservador.
conservadores. A repre-
sentação faz referência a) Que imagem a charge pretende construir de D. Pedro II? Justifique sua resposta com ele-
ao Poder Moderador, que mentos do desenho.
permitia que o imperador, b) Qual era o papel desempenhado pelo imperador no equilíbrio das disputas entre os partidos
Liberal e Conservador?
por exemplo, convocasse
c) O imperador foi representado como uma figura responsável pela resolução de disputas no
novas eleições de acordo Império. Em muitos espaços da vida em sociedade, é importante que existam pessoas que
com sua vontade. atuem na moderação de conflitos entre indivíduos e grupos distintos. Reflita sobre essa
1. b) Ao desmanchar gabinetes e questão e discuta com os colegas quais são as atitudes e habilidades necessárias para mediar
conflitos da melhor maneira possível.
alternar os poderes entre os
dois partidos, o imperador 2. Confira o mapa da página 218 e explique como se deu o processo de interiorização do
café no Sul e no Sudeste do país. Consulte resposta esperada e comentários
não permitia que um deles nas Orientações didáticas.
se perpetuasse no poder. 3. A seção Raio X, na página 223, apresenta informações sobre o Cemitério dos Pretos
Novos, um sítio arqueológico encontrado na região da Gamboa, no Rio de Janeiro.
2. Inicialmente, o café era Qual é a importância desse sítio para se compreender melhor a história da escravidão
cultivado no litoral sul do no Brasil? Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
Rio de Janeiro. Atravessou 1. c) Resposta pessoal. A atividade possibilita o trabalho com competências socioemocionais associadas à
a fronteira chegando a São 234 resolução de conflitos e ao diálogo. Além disso, é um momento importante para a reflexão dos estudantes
sobre a importância de resolver os conflitos que se manifestam no espaço escolar.
Paulo na década de 1830.
Na década de 1850, o café
chegou à região central do o local, os arqueólogos identificaram que
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24-AV2.indd 234
AMPLIAR HORIZONTES 14/08/22 14:53
234
Pedro Américo
[...] nasce numa família de
Terreno improdutivo em Manoel Viana (RS), 2021.
músicos [1843]. [...] antes de
1. A imagem representa um dos efeitos da degradação ambiental: a destruição da completar 10 anos, é convida-
cobertura vegetal, que acarreta a perda de nutrientes do solo e compromete a sua do a integrar a expedição do
produtividade. Na região em que você vive, quais são os principais problemas ambien- naturalista Jean Brunnet, co-
tais observados? mo desenhista assistente. [...]
2. Os órgãos públicos agem para impedir que esses problemas se perpetuem? Existe algum Seu sucesso é notado até pelo
programa de conscientização da população local para promover o fim desses problemas? imperador dom Pedro II, que
se encarrega pessoalmente de
3. E como você avalia sua preocupação em relação ao meio ambiente? Você adota algum sua transferência para Paris e
comportamento para impedir a degradação ambiental? Conte para seus colegas o que
se responsabiliza pelos custos.
você faz nesse sentido.
[...] no começo de 1870 retor-
4. Faça um desenho a respeito de algum problema ambiental observado na região em que na ao Brasil. [...]
vive. Em seguida, compartilhe o desenho com os colegas. Lembre-se de dar um título [...] [Em 1888] entrega a sua
ao desenho. mais conhecida obra: Inde-
Respostas e produção pessoais. O objetivo da atividade é despertar nos estudantes uma pendência ou morte (1888)
percepção para os significados que as manifestações artísticas podem adquirir. 237 – também conhecida como O
grito do Ipiranga.
PEDRO Américo. In: ENCICLOPÉ-
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-206-237-U4-CAP8-LA-G24-AV2.indd 237
planeta. Ao mesmo tempo, aponte como
14/08/22 14:53 DIA ITAÚ CULTURAL. São Paulo:
os recursos naturais são utilizados na Itaú Cultural, 2017. Disponível em:
Vamos falar sobre... Terra e meio http://enciclopedia.itaucultural.
ambiente indústria e na tecnologia – parte significa-
org.br/pessoa21332/pedro-ameri
tiva dos componentes farmacêuticos são
Atividades co. Acesso em: 11 ago. 2022.
oriundos do mundo natural, por exemplo.
1. a 4. A consciência socioambiental deve ser
permanentemente construída entre os Textos complementares
estudantes. Estimule-os a refletir sobre
que papel tem a natureza na vida deles, Cândido Aragonez de Faria
enfatizando as riquezas naturais como [...] Nascido em 12 de agosto de 1849, na ci-
essenciais à preservação da vida no dade de Laranjeiras [...]. Mudou-se para o Rio
237
Competências
TULO
9
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4 e 6. A GUERRA DO PARAGUAI
Habilidades
• EF08HI15 • EF08HI17 • EF08HI18
E O FIM DA ESCRAVIDÃO
• EF08HI19 • EF08HI20
JCBARRETO/FUTURA PRESS
Consciência Negra? Qual é o
sentido dessa data? Essa reflexão
irá proporcionar um diagnóstico
tanto dos saberes prévios dos
estudantes como da existên-
cia de visões estereotipadas ou
enviesadas sobre a data, uma vez
que, não raro, aflora do senso
comum a frase: por que existe
dia do negro e não existe dia Marcha contra a violência racial no dia da Consciência Negra em Goiânia (GO), 2021.
do branco? Acolha a dúvida
dos estudantes para descons- 238
truir estereótipos. Encaminhe a
conversa de modo que a turma
consiga relacionar a existência situação do negro no Brasil238hoje: os jovens
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd envolvem indivíduos negros etc. Explique, por- 11/08/22 10:41
da data à luta pela superação negros são as principais vítimas de morte vio- tanto, que quando existe opressão e preconceito
do racismo e do preconceito. lenta, as pessoas negras ganham salários mais sistemático em relação a grupos socialmente
Explique que a opressão sis- baixos e compõem o maior contingente de vulneráveis, é necessário criar medidas que
temática que existe em relação desempregados. Ou seja, trata-se do racismo visem eliminar essas manifestações e promo-
ao negro em nossa sociedade estrutural. ver a equidade.
não se reproduz em relação Além disso, pontue que existem situações
ao branco. Para ilustrar essa de racismo velado em nossa sociedade, como
questão, busque apresentar a desconfiança quanto à capacidade de pro-
exemplos concretos sobre a fissionais negros, a existência de piadas que
238
239
239
SONIA VAZ
50º O
Corumbá
Coimbra MATO
MINAS GERAIS
compreender aspectos territo-
Miranda GROSSO
BOLÍVIA DO SUL riais do conflito. Peça a eles que
uai
Nioaque
Rio Parag
Trópico de C
ap Rio Pil
Be co
ma
Rio
rm
ejo
yo
Cerro importância dos rios da região
Corá PARANÁ
ASSUNÇÃO Itororó no transporte, lembrando-os de
Avaí OCEANO
Curupaiti Lomas Valentinas
SANTA ATLÂNTICO que o transporte de carga por
Tuiuti
Corrientes Passo da Pátria CATARINA vias fluviais é mais barato, rápido
Riachuelo
São Borja e eficiente que por vias terrestres.
ai
ragu
Território mato-grossense
RIO GRANDE pretendido pelo Paraguai
Rio Pa
Contraofensiva aliada
Fortes
at
Pr
a Batalhas
BUENOS AIRES
MONTEVIDÉU
Fim da guerra
refletir determinado propósito,
Morte de Solano López
0 180
Limites atuais entre os estados
a ser escolhido previamente por
Limites atuais entre os países eles mesmos, e que deverão expli-
Fonte: ARRUDA, José Jobson de Andrade. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 1999. p. 42. car ao final da apresentação.
O resultado deve ser apre-
241 sentado à sala, uma foto por
vez: quem estiver assistindo deve
fazer uma análise e tentar adi-
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 241 Cada grupo deve escolher uma fotogra-
11/08/22 10:41 vinhar o objetivo da imagem.
fia da época e analisar os elementos que a Dessa forma, os estudantes terão
Produzir e interpretar imagens compõem, como os interesses do fotógrafo, o dado um grande passo para com-
Como atividade alternativa, sugerimos uma que se desejava mostrar, o que se escondia etc. preender que as fotos, tal qual as
pesquisa de imagens dos escravizados. Um dos O acervo de Christiano Junior está no seguinte demais fontes históricas, não são
acervos mais importantes existentes no Brasil é endereço: https://brasilianafotografica.bn.gov. documentos neutros e também
do fotógrafo Christiano Junior. Essas imagens br/?p=14617. Acesso em: 23 ago. 2022. devem ser submetidas à análise
também estão no site da Biblioteca Nacional e Em seguida, peça aos estudantes que produ- crítica. Da mesma forma, a leitura
são de livre consulta. Esse exercício ajuda a refor- zam uma foto usando câmera, celular ou outro do público nem sempre é aquela
çar as habilidades de interpretação imagética. equipamento. Oriente que a imagem deverá que o fotógrafo pensou.
241
guerras e conflitos as pessoas pro- acolhimento. mais fiéis da realidade, mas nem por isso isentos.
curarem culpados distante de sua As crianças e mulheres dessa imagem, por
Atividade exemplo, podem ter sido orientadas a ficar
realidade, ou seja, se excluindo
da responsabilidade como ser 1. A fotografia foi um dos mais importantes meios desse modo posado.
humano. Muitas vezes, não de divulgação e propaganda dos governos envol-
percebem que cultivar a paz é res- vidos em guerras e um poderoso instrumento
ponsabilidades de todos nós e que, de denúncia das atrocidades dos conflitos.
muitas vezes, essa proposta está É importante destacar que, ao contrário da
nos pequenos detalhes do dia a pintura e desenhos, livres para interpretação,
242
COLEÇÃO PARTICULAR
AR
focadas com os estudantes fazendo
IS
,F
glorificação do Império Brasileiro. Porém, diferentemente do
RA
com que construam interpretações crí-
NÇ
A
que era comum em pinturas do gênero, o pintor preferiu
ticas sobre a atuação dos diferentes
grupos na Guerra do Paraguai. transferir o papel de herói para o povo, representado pelos
soldados e oficiais de patentes mais baixas.
Texto complementar
táD3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd
mais reduzido ao olhar, 244 ele adquire a
dez. 2003. p. 26. Disponível em: https://www. 11/08/22 10:41
245
riografia mais recente pesquisa fundar as competências exigidas pela BNCC. Os chefes políticos locais e a oficialidade
o papel desses dois grupos na da Guarda Nacional, que era uma milícia
Guerra do Paraguai e sua rele-
Texto complementar à mando das oligarquias rurais, tentavam
forçar o alistamento de seus oponentes
vância para a sociedade brasileira A participação dos negros escravos
causando sérios conflitos nas províncias.
do período. Apresentar ques- na Guerra do Paraguai [...]
tionamentos sobre o silêncio A população brasileira em 1850, 14 anos A compra de substitutos, ou seja, a com-
dos historiadores acerca desses antes da guerra, era de aproximadamen- pra de escravos para lutarem em nome de
grupos e debater esses temas te dez milhões de pessoas, das quais uma seus proprietários, tornou-se prática cor-
são estratégias para engajar a quarta parte era constituída de escravos. [...] rente. Sociedades patrióticas, conventos e
246
À esquerda, são representadas mulheres religiosas e mulheres conhecidas como vivandeiras, que AMPLIAR HORIZONTES
forneciam alimentos, bebidas e outros gêneros às tropas brasileiras.
• LIMA BARRETO, Afonso H.
de. Triste fim de Policar-
Nos primeiros tempos da guerra, os Voluntários da Pátria foram bem-sucedidos. Entretanto, po Quaresma. Porto Alegre:
as dificuldades no campo de batalha desgastavam os combatentes. Isso incentivou um grande L&PM, 2011.
temor em relação à guerra, e o alistamento voluntário perdeu força.
O livro de Lima Barreto permite
Diante desse recuo, o governo lançou mão do recrutamento forçado. Muitos dos chamados
verificar a construção do nacio-
Voluntários da Pátria, na realidade, foram enviados compulsoriamente. Nesse caso, todos os que
nalismo no Brasil, especialmente
podiam tentavam escapar das listas de enviados para os campos de batalha.
no início do século XX. É uma crí-
Alguns se refugiavam nos matos, longe das cidades, outros se feriam propositadamente. Mas
tica do escritor ao nacionalismo
o modo mais efetivo de se livrar do recrutamento era conseguir dispensa por meio do favor de
acrítico que glorifica heróis des-
alguém importante.
qualificados do passado.
A guerra também se tornou uma maneira de punir homens escravizados considerados indis-
ciplinados ou perigosos por seus senhores. Há relatos de proprietários que venderam seus cativos
ao governo para que este os enviasse ao campo de batalha. Nesse caso, o proprietário recebia
uma soma considerável como indenização. de escaparem; os mais pobres
recorrem ao exílio dos matos.
247
O que menos dispõe de meios
de resistência é exatamente
o escravo, que troca a enxa-
o governo encarregavam-se, além disso,
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 247 compulsoriamente qualquer um, desde 11/08/22 que
10:41 da pelo mosquetão, deixa de
da compra de escravos para lutarem na pobre ou adversário político. Os Voluntários obedecer ao capataz e entre-
guerra. O império prometia alforria para da Pátria, por seu lado, dada a ausência de ga sua vida ao senhor oficial.
os que se apresentassem para a guerra [...]. entusiasmo popular depois da fase inicial TORAL, André Amaral de. A par-
[...] da guerra, também receberam em suas fi- ticipação dos negros escravos
Torna-se claro que os limites da cidadania leiras escravos e substitutos de toda sorte. na guerra do Paraguai. Estu-
efetiva do império igualam os escravos e des- A questão aqui parece ser menos racial dos Avançados, São Paulo, v. 9,
possuídos como material humano disponível e mais de exclusão social. Além dos limites n. 24, p. 287-296, ago. 1995. p.
291-293. Disponível em: https://
para a guerra. A Guarda Nacional, apesar da estreitos da cidadania todos são compreen- www.scielo.br/j/ea/a/Zz5Jrdg
inspiração liberal do modelo francês, ter- didos como voluntários, bons para a guerra. QR5hQMtMwj7dnfTd/?lang=pt.
minou a serviço de oligarquias, alistando Os mais aquinhoados têm mais condições Acesso em: 12 ago. 2022.
247
248
249
tem para lutar quando situações No capítulo 8 deste Manual, abordamos alguns aspectos a respeito da concentração de terras
injustas impedem o bem-estar no Brasil. Esta reportagem do site do Senado brasileiro aborda aspectos da Lei de Terras.
de todos?
Há 170 anos, Lei de Terras oficializou opção do Brasil pelos latifúndios
[...] Em 18 de setembro de 1850, o imperador dom Pedro II assinou a Lei de Terras, por
meio da qual o país oficialmente optou por ter a zona rural dividida em latifúndios, e
não em pequenas propriedades.
[...] Os próprios senadores e deputados eram, em grande parte, senhores de terras. O
senador Costa Ferreira (MA), por exemplo, discursou:
— Isso de repartir terras em pequenos bocados não é exequível. [...]
250
1O passo 2O passo
PROCEDIMENTOS Para o melhor aproveitamento desta atividade, é fundamental Depois de fazer ajustes e
DIDÁTICOS elaborar previamente um questionário a ser aplicado entre o público- finalizar o questionário,
alvo. Elaborar um questionário é uma tarefa que deve ser feita imprimam cópias dele,
Texto complementar com atenção, seguindo critérios e métodos específicos. Confiram de acordo com o número
no gráfico a seguir alguns dos cuidados que vocês precisam ter em estimado de pessoas que
Políticas de agricultura mente durante a elaboração de um questionário de pesquisa. participarão da pesquisa.
familiar brasileiras são
exemplo mundial
No país, 84,4% dos estabele-
ESTÚDIO DIAGRAMI
cimentos rurais pertencem à
agricultura familiar, que em-
prega quase 75% da mão de
obra do setor agropecuário. Em
contrapartida, somente 24,3%
das áreas ocupadas por es-
tabelecimentos agrícolas são
administradas por pequenos
proprietários.
Sua produção é voltada prin-
cipalmente ao mercado interno.
Ela é responsável pela plan-
tação de 70% dos alimentos
consumidos no país – como
70% do feijão, 87% da mandio-
ca, 58% do leite e 46% do milho.
“O incentivo à agricultura fa-
miliar contribui para reduzir a
pobreza extrema, dinamizar os TTERSTOCK.COM
STOCKSYLE/SHU
mercados locais, incentivar a
permanência de agricultores na 252
sua comunidade e também, em
nível nacional, para aumentar a
segurança alimentar, reduzin-
do a vulnerabilidade do país ao muitas dessas propriedades252costumam ser
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd que pode conciliar melhor a agricultura e 11/08/22 10:41
mercado global e ao choque de plantados produtos variados, além de serem áreas de preservação e as áreas naturais.
preços”, diz em entrevista à DW utilizadas sementes e espécies tradicionais Há várias possibilidades que se abrem com
Brasil Salomón Salcedo, oficial que existem há centenas de anos e são mais agricultura familiar para preservar o meio
de políticas da FAO. resistentes a pragas e mudanças. ambiente, o que com a agricultura comer-
[...] o modelo da agricultura Para a bióloga Claúdia Valéria de Assis cial é mais difícil.”
familiar não é importante ape- Dansa, da Universidade de Brasília (UnB), a A definição de agricultura familiar varia
nas para a segurança alimentar, agricultura familiar tem um grande poten- por país. No Brasil, agricultores familiares
mas também para garantir a cial ecológico. “A agricultura familiar pode são aqueles que possuem um único imóvel,
produção de alimentos com ser bem melhor na medida em que ela pos- cujo tamanho difere por região. Além dis-
as mudanças climáticas. Em sibilita um formato, um desenho agrícola, so, a principal mão de obra empregada é a
252
253
255
HERMES FOTOGRAFIA
Unesco sobre evasão escolar,
embasado na metodologia de
grupo focal (entrevista) com profes-
sores e diretores. A análise desses
dados identifica as desigualdades
no campo educacional que existem
em nosso país.
Peça aos estudantes que pro-
ponham algumas soluções para
reparação histórica no acesso às
escolas e universidades de qua-
lidade. Eles devem observar a
importância do espírito de equi-
dade, compreendendo que esse
conceito prevê maiores investimen-
tos para os grupos populacionais Primeira turma de médicos negros formada na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
historicamente desprivilegiados. (BA), em 2019.
a justificativa utilizada para essa exclusão à própria escola. [...] sista da escola.
se explicar a evasão escolar Nas escolas, as crianças e os jovens negros [...] um professor enfatiza que a discrimina-
é a “desestruturação das fa- são alvos constantes de xingamentos racis- ção racial tem origem na família, eximindo a
mílias” que não dão o suporte tas. Ser xingado por causa da cor é um dos escola da culpa na disseminação de precon-
necessário para que os alunos motivos pelos quais os alunos negros deixam ceitos e de discriminação. O aluno, alvo dos
permaneçam na escola. de ir à escola. A fuga dos alunos do ambiente xingamentos racistas, é induzido pela escola
[...] Enfatiza-se que o aluno onde são humilhados e hostilizados é uma a silenciar sobre os fatos, e esse silenciamen-
negro deixa a escola porque forma de manifestar o incômodo com a si- to é compreendido pelo professor como um
precisa trabalhar. Observa-se tuação. [...] Percebe-se que a discriminação processo de conscientização do aluno e da fa-
que os professores não atri- racial expressa nas palavras é possivelmente mília de que na escola não existe racismo. [...]
256
Destruição da Coluna A coluna havia sido construída por Napoleão Bonaparte e era vista como
de Vendôme. Paris, um símbolo de opressão pelos revolucionários da Comuna de Paris.
França, 1871. Após a queda do movimento, a coluna foi reconstruída e existe até hoje.
257
A Guerra do Paraguai provocou grandes gastos ao país ao mesmo tempo que fortaleceu o Exército,
258 que passou a criticar o governo. Já a Abolição fez o governo perder a aprovação dos grandes 258
fazendeiros que empregavam mão de obra escravizada. Sem apoio, a monarquia terminou em 1889.
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 258 11/08/22 10:41
• ROSSI, Amanda; GRAGNANI, Juliana. A luta esquecida dos negros pelo fim da escravidão no Brasil. BBC
Brasil, São Paulo, 11 maio 2018. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/resources/idt-sh/
lutapelaabolicao. Acesso em: 19 jul. 2022.
Se achar adequado, indique aos estudantes a reportagem especial elaborada pela BBC Brasil sobre a luta dos ne-
gros escravizados pelo fim da escravidão no Brasil. O material possui linguagem atraente e é ricamente ilustrado.
258
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 259 3. b) José de Alencar foi um importante11/08/22
escritor,
10:41
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Atividades
(continuação)
5. a) Resposta pessoal. Espera-se
que os estudantes perce-
bam que, a rigor, elas não
“retratam” o que “realmente Vista del interior de Curuzú mirado de aguas arriba (norte a sur) el 20 de septiembre de 1866,
aconteceu”, mas representam do pintor e oficial do exército argentino Cándido López. Óleo sobre tela, 1891.
a subjetividade do artista, 5. a), b), c) Consulte respostas esperadas e comentários nas Orientações didáticas.
a) As duas imagens destacam situações diferentes em meio ao mesmo contexto histórico: a
seu modo de interpretar os Guerra do Paraguai. Descreva as impressões da guerra que essas imagens provocam em você.
acontecimentos. b) A obra de Victor Meirelles foi encomendada pelo ministro da Marinha do governo de D. Pedro II
5. b) Resposta pessoal. É impor- e pretendia construir uma perspectiva heroica da Marinha brasileira. Ao pintar como imaginava
tante lembrar que a obra foi ter sido a batalha, Victor Meirelles optou por praticamente excluir soldados negros. Em seu
entendimento, por que o pintor tomou essa decisão na representação heroica do combate?
encomendada, e, portanto,
c) As representações da Guerra do Paraguai expressam as visões, as crenças e os objetivos
pode-se imaginar que a inten-
dos diferentes países envolvidos no conflito. Tendo isso em vista, as imagens produzidas
ção fosse ocultar a existência por artistas paraguaios poderiam se assemelhar à pintura de Victor Meirelles? Formule uma
da escravidão da sociedade hipótese explicativa para essa questão.
brasileira. Outra interpretação d) A historiografia tem diferentes interpretações para as causas da Guerra do Paraguai. Reunidos
seria a de ocultar intencio- em grupos, debatam a seguinte questão: por que um mesmo fato pode ter diferentes inter-
nalmente a importância dos pretações entre os historiadores?
soldados negros para a vitória 5. d) Resposta pessoal. O ideal é que os estudantes entendam que a História tem um método científico e
260 faz uso de fontes históricas. A leitura de novas fontes permite a mudança de perspectivas e abordagens.
brasileira na guerra, deixando
os méritos todos para a popu-
lação branca.
os estudantes poderão considerar que as
5. c) Resposta pessoal. A atividade
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 260
AMPLIAR HORIZONTES 11/08/22 10:41
ou a ajuda do governo
Quadro 3 Porém muito confiamos na filantropia
com a construção de asilos.
dos lavradores, que com certeza não enxotarão Aproveite a atividade para
os velhos pretos, apesar de livres. Há sempre discutir a legislação sobre
serviços para eles. o combate ao preconceito
Fonte: AGOSTINI, Angelo. Revista Illustrada,
Rio de Janeiro, 1884.
racial e à discriminação no
Brasil. Se possível, leia para
Charge de Angelo Agostini, publicada na eles a reportagem do site
Revista Illustrada em 1884.
8. b) Resposta pessoal. Consulte Geledés, “Lei no 7.716/89 – Lei
a) Qual é a crítica apresentada por Angelo Agostini em sua charge?
comentários nas Orientações CAÓ, 25 anos no Combate
didáticas. ao Racismo”, disponível em:
b) Em seu entendimento, a legislação voltada para o combate ao preconceito racial e à discri-
minação atinge seus objetivos e funciona com eficiência atualmente? https://www.geledes.org.br/
8. a) Consulte resposta esperada nas Orientações didáticas. lei-7-71689-lei-cao-25-anos-
261 combate-ao-racismo/; acesso
em: 12 ago. 2022.
são do tema.
A atividade deve ressaltar a
importância da história para além
da explicação sobre o passado,
elucidando suas consequências
no presente. Auxilie os estudan-
tes a compreender que a história
da escravidão no Brasil não está
restrita ao passado, mas é parte
formadora da nossa sociedade e
impacta diretamente o dia a dia
de grande parte da população
brasileira.
Atividade
1. O site da Fundação Palmares
(https://www.palmares.gov.
br/; acesso em: 12 ago. 2022)
traz importantes informações
sobre as comunidades remanes-
Trabalho coletivo na Comunidade Quilombola de Alcântara (MA), 2019. centes de quilombos em todo
o país. É interessante a escola
1. Com base nessas informações, em grupo, discutam as seguintes questões:
organizar uma visita a uma
a) Procurem saber se em seu estado existem comunidades remanescentes de quilombos. Em
caso positivo, tentem descobrir em quais municípios elas se encontram e de que maneira elas dessas comunidades para que
preservam antigas tradições da cultura afro-brasileira. os estudantes possam entrar
b) Os quilombolas têm o direito de continuar nas terras onde sempre viveram mesmo não tendo em contato com a população
documentos que assegurem sua posse? Por quê? local, conhecendo melhor seus
c) Agora, façam um resumo com o entendimento do grupo e apresentem à turma. hábitos, seus costumes e suas
Respostas e produção pessoais, de acordo com a pesquisa. Consulte comentários nas Orientações didáticas. tradições. É importante destacar
263 a necessidade da preservação
dos quilombos e das políticas de
inclusão racial e de preservação
as comunidades remanescentes de quilom-
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 263 remanescentes de quilombolas recebam 11/08/22 10:41 da cultura afro-brasileira.
bos e o movimento negro da época: o artigo o título de suas terras estão a burocracia e
68 do Ato das Disposições Constitucionais lentidão dos processos jurídico-adminis-
Transitórias, que garante o direito à proprie- trativos, que também demonstram falta
dade dos territórios historicamente ocupados de interesse político em avançar a questão.
por elas. Contudo, mais de 30 anos depois, SOUZA, Matheus. Menos de 7% dos terri-
esse direito só se tornou realidade em uma tórios quilombolas reconhecidos têm títulos
pequena parcela dos territórios quilombolas de propriedade. Jornal da USP, São Paulo,
reconhecidos pela FCP. 14 ago. 2019. Disponível em: https://jornal.usp.
br/?p=263644. Acesso em: 12 ago. 2022.
De acordo com o pesquisador, dentre
as dificuldades para que as comunidades
263
ONU
DIDÁTICOS
Fechando a unidade
O fechamento da unidade
propõe a retomada da discussão
iniciada na abertura, no caso, o
debate sobre a terra e o meio
ambiente (propriedade, concen-
tração, preservação) e o status
de riqueza e poder conferidos à
posse da terra. É possível propor
a elaboração deste trabalho no
formato interdisciplinar com
as Ciências.
Para isso, três documentos são Fonte: QUE É A AGENDA 2030 das Nações Unidas e quais são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Com Ciência, [s. l.], 7 jun. 2018. Disponível em: https://www.comciencia.br/o-que-e-agenda-2030-das-nacoes-
apresentados à turma. Auxilie-os unidas-e-quais-sao-os-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/. Acesso em: 18 jun. 2022.
na interpretação desses docu-
1. As metas para 2030 evidenciam que os desafios a serem superados pela humanidade
mentos e peça a eles que, ao estão em três grandes esferas: social, econômica e ambiental. Identifique informações
realizarem essa leitura, pensem do documento 1 que embasam essa afirmação.
na terra e no longo processo his- 2. Em seu entendimento, esses objetivos são independentes uns dos outros ou estão in-
tórico que tem sido estudado. terligados? Justifique sua resposta.
O documento 1 é uma lista de Espera-se que os estudantes percebam a interligação entre os objetivos. A degradação de um território,
17 Objetivos de Desenvolvimento 264 por exemplo, pode levar os moradores de uma região a perderem suas terras, sendo obrigados a migrar,
contribuindo para a ampliação da pobreza e o aumento das desigualdades sociais.
Sustentável a serem alcança-
dos até 2030, feita pela ONU.
Lembre aos estudantes que mas que ainda enfrenta grandes
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 264 obstáculos 11/08/22 10:42
cada um dos 17 objetivos tem por parte de grupos que veem a preocupa-
uma série de prioridades, tota- ção ambiental como empecilho à obtenção
lizando 169. Os estudantes de lucros. Importante lembrar aos estudantes
precisam se lembrar de que a que, aparentemente, essas 17 metas não se
preocupação socioambiental é relacionam a questões ambientais. Porém, só
um fenômeno contemporâneo é possível preservar recursos naturais e ecos-
(iniciado nos anos 1960, 1970) sistemas se todas as pessoas tiverem condições
ocorrido quando se percebeu de alimentação, habitação e renda que lhes
a finitude de recursos naturais, garanta uma vida digna.
264
AMPLIAR HORIZONTES
• MARTINEZ, Paulo Henrique.
©INSTITUTO TERRA
Antes (2001) e depois (2011) de uma área reflorestada, em Aimorés (MG). História ambiental no Bra-
sil: pesquisa e ensino. São
3. A fotografia do documento 2 mostra uma área degradada pela indústria mineradora.
Em seu entendimento, é possível conciliar desenvolvimento industrial e econômico com Paulo: Cortez, 2006.
preservação ambiental? Explique. A obra oferece perspectivas so-
bre a abordagem do ensino de
4. O trabalho de Lélia e Sebastião Salgado, no documento 3, é um exemplo de como a
sociedade civil pode intervir no processo de preservação e regeneração ambiental.
História Ambiental, contribuin-
Em sua comunidade, há preocupação com a questão ambiental entre os moradores? do para subsidiar o trabalho com
Existem projetos voltados ao manejo sustentável do meio ambiente ou de recuperação a unidade.
de áreas degradadas? Você participa de algum? Conte para os colegas.
5. Forme um grupo e escolha com os colegas um dos ODS listados no documento 1. Sigam
as orientações.
a) O grupo pesquisará se o Brasil vem apresentando avanços no ODS escolhido a fim de atingir
a meta proposta para 2030. No site da ONU, é possível obter mais informações sobre os
ODS: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs (acesso em: 27 jun. 2022).
b) Ao final, façam uma apresentação em slides, com imagens, gráficos e tabelas, e discutam seus
estudos com o professor e a turma. Não se esqueçam de indicar todas as fontes pesquisadas.
Produção pessoal, de acordo com o tópico escolhido. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
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PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V8-238-265-U4-CAP9-LA-G24.indd 265 ambiental. Existem diversos softwares 11/08/22
gratuitos
10:42
3O passo O debate
O mediador deve cumprimentar o público e apresentar os debatedores, o tema
e as normas.
• 1a fase: O mediador passa a palavra ao primeiro debatedor, que cumprimenta o público
e expõe seu ponto de vista. Em seguida, o mediador passa a palavra para o segundo
debatedor.
• 2a fase: O mediador retoma a palavra e a repassa para o primeiro debatedor, pedindo
a ele que comente a exposição do oponente. Nesse momento, pode ocorrer a réplica
(resposta do segundo debatedor).
• 3a fase: Depois de esgotado o tempo previsto para as falas dos debatedores, o público
poderá fazer perguntas a eles, que deverão responder no tempo estipulado. Após esse
momento, cada debatedor deverá fazer um breve comentário sobre suas opiniões.
266
266
4O passo Entrevista
Anote a data e o local da entrevista. Faça uma pergunta de cada vez e ouça atentamente as
respostas enquanto faz os registros (anotando ou gravando). Se durante a conversa surgir um
fato novo e interessante não previsto nas perguntas, explore a questão. Ao final da entrevista,
agradeça ao entrevistado e se despeça.
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267
IDADE MODERNA – 1453 A 1789 IDADE CONTEMPORÂNEA – 1789 AOS DIAS ATUAIS
BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA
1789 Revolução
Francesa – Queda
da Bastilha
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268
6O passo Montagem da linha DICA: Se escolher fazer uma linha do tempo sobre
do tempo você mesmo, procure relacionar os eventos de
sua vida com acontecimentos históricos da cidade
Fotografias, imagens e demais documentos
ou do país onde você vive, ocorridos no mesmo
podem ser relacionados aos fatos registrados período: uma grande descoberta científica, um fato
na linha do tempo por meio de setas ou relativo a alguma personalidade, um evento político
quadros, com informações sobre esses ou esportivo importante, entre outros.
registros (assunto, autor, data).
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270
5O passo Ensaio
Antes da apresentação oficial, é necessário ensaiar a dramatização, exercitando as
falas e as ações das personagens, e testando os cenários e os equipamentos.
Os estudantes envolvidos com a direção e o roteiro devem aproveitar esse
momento para fazer os ajustes necessários.
A troca de opiniões e as sugestões de todos são importantes nesta etapa de
montagem da dramatização, e o ambiente dos ensaios e da apresentação deve ser
calmo e organizado.
Dramatização em
homenagem ao Dia
Internacional das
Mulheres, na Escola
Estadual Quilombola
Professora
Tereza Conceição
CESAR DINIZ/PULSAR IMAGENS
de Arruda, em
Nossa Senhora do
Livramento (MT),
2020.
6O passo Encenação
Antes da encenação, é importante que você e os colegas fiquem
tranquilos e tenham clareza de que se trata de teatro amador, ou seja,
todos estão aprendendo e, nesse processo, é natural que cometam
algumas falhas. Após a exibição, organizem uma roda de conversa
para ouvir sugestões e críticas do público. O grupo pode avaliar se
os resultados alcançados estão de acordo com o objetivo inicial do
trabalho e falar sobre a experiência de representar as personagens.
271
271
1O passo Pesquisa
Pesquise sobre o tema em jornais, revistas, livros ou na internet e anote as fontes consultadas
para incluí-las no final do trabalho.
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Detalhe de HQ
da personagem
Nancy, de Guy
Gilchrist, 2014.
Livros consultados
SANTOS NETO, Elydio dos; SILVA, Marta Regina Paula da. Histórias em quadrinhos e
práticas educativas. São Paulo: Criativo, 2015.
RAMOS, Paulo; VERGUEIRO, Waldomiro. Muito além dos quadrinhos. São Paulo: Devir,
2009.
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Carolina Maria de Jesus nasceu na pequena cidade mineira de Sacramento. Seus pais eram
bastante pobres e viviam em uma comunidade rural formada por pessoas negras. A escritora
frequentou a escola por apenas dois anos, aprendendo a ler e a escrever nesse período.
Foi com base nesses registros do cotidiano e da pobreza, bem como da vida na favela do
Canindé, em São Paulo, que a escritora preparou os textos que formariam seu primeiro livro,
Quarto de despejo – diário de uma favelada. O material que ela escrevia foi descoberto
pelo jornalista Audálio Dantas, o que possibilitou a publicação do livro. A obra foi um sucesso
imediato, tanto pelos temas abordados, como o cotidiano da pobreza, quanto pelo estilo da
escrita de Carolina. Ela expressava uma visão de mundo singular, marcada pela luta cotidiana
por sobrevivência.
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276
A escritora Carolina Maria de Jesus autografa seu livro Quarto de despejo – diário de uma favelada,
em São Paulo (SP), 1960.
Elaborado com base em: OLIVEIRA, André de. A vida de Carolina de Jesus além da favela do
Canindé, seu quarto de despejo. El País, São Paulo, 18 mar. 2018. Disponível em: https://brasil.
elpais.com/brasil/2018/03/14/cultura/1521065374_369396.html. Acesso em: 12 jun. 2022.
SANTANA, Mateus. A vida e obra de Carolina de Jesus, um manifesto para a literatura peri-
férica e afro-brasileira. Fundação Cultural Palmares. Brasília, DF, 13 fev. 2019. Disponível em:
http://www.palmares.gov.br/?p=53353. Acesso em: 12 jun. 2022.
AGÊNCIA BRASIL. Carolina Maria de Jesus. UOL, [s. l.], 14 mar. 2014. Seção Biografias. Disponível
em: https://educacao.uol.com.br/biografias/carolina-maria-de-jesus.htm. Acesso em: 12 jun. 2022.
CAROLINA de Jesus. In: WIKIPEDIA. [S. l.], [20--]. Site. Disponível em: https://pt.
wikipedia.org/wiki/Carolina_de_Jesus. Acesso em: 12 jun. 2022.
CAROLINA Maria de Jesus, a catadora de letras. CartaCapital, São Paulo, 15 mar. 2016.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/cultura/carolina-maria-de-jesus-a-catadora-
de-letras. Acesso em: 12 jun. 2022.
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DICA: Procurem falar em um tom de voz que todos possam ouvir. A fala deve ser tranquila
e clara. A pronúncia correta das palavras também é importante. Pode-se manter um tom
descontraído, mas cuidado com o uso de gírias em excesso.
FERNANDO FAVORETTO/CRIAR IMAGEM
Alunos participam de apresentação de seminário em uma escola de São Paulo (SP), 2018.
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1O passo Planejamento
• Defina o tema de acordo com as orientações do professor.
• Determine também as fontes a serem consultadas: enciclopédias, dicionários, livros, internet,
jornais, revistas especializadas, programas de rádio e TV, conferências, observação pessoal etc.
• Planeje o tempo necessário para a realização da pesquisa. É importante organizar seu tempo
observando o prazo de entrega e as atividades a serem realizadas.
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4O passo Divulgação
Depois de pronto, o meme pode ser divulgado na internet. Para isso, é possível usar as várias redes
sociais. O propósito é ser uma ideia simples e de fácil compartilhamento; por isso, se seus amigos e
conhecidos desejarem, também podem compartilhar seu meme nas redes sociais deles.
FOCA: ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK.COM, SALA DE AULA: WAVEBREAKMEDIA/SHUTTERSTOCK.COM
Meme “Foca
na aula”, 2018.
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geraram dúvidas.
A gravação precisa ser feita
em um local silencioso para
impedir que outros sons sejam
registrados e atrapalhem a
escuta do podcast. O microfone
deve ficar acima ou abaixo da
boca para evitar que capte
sopros e ruídos do ambiente.
Estudante
entrevista uma
mulher para um
podcast. Século XXI.
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ISBN 978-85-96-03506-4
9 788596 035064