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Gislane Azevedo
Leandro Calbente
Reinaldo Seriacopi
7
Historia
ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS FINAIS
COMPONENTE CURRICULAR:
MANUAL HISTÓRIA
DO
PROFESSOR
MANUAL
DO
PROFESSOR
REINALDO SERIACOPI
Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Comunicação Social pelo
Instituto Metodista de Ensino Superior.
Editor especializado na área de História.
1a edição
São Paulo • 2022
22-114757 CDD-372.89
Índices para catálogo sistemático:
1. História : Ensino fundamental 372.89
Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380
2 Metodologia da coleção.........................................................................XLII
2.1 O autoconhecimento e o protagonismo..........................................XLII
2.2 A contextualização e a relação entre presente e passado.......XLIII
2.3 O trabalho com documentos............................................................. XLVII
2.4. As unidades conceituais....................................................................... XLIX
UNIDADE 2 TOLERÂNCIA................................................................................ 62
CAPÍTULO 3 O islamismo e os reinos africanos.......................................... 66
CAPÍTULO 4 As Grandes Navegações............................................................. 90
CAPÍTULO 5 Dos povos pré-colombianos à colonização europeia....112
Organização da coleção
Detalha as seções e os boxes da coleção, explicitando sua forma de apresentação nos volumes, suas respectivas
localizações e suas funções para o processo de ensino-aprendizagem.
ALBERTI, Verena. Algumas estratégias para o ensino de história e cultura afro-brasileira. In: PEREIRA, Amilcar Araújo; MONTEIRO, 8.1 • Avaliação da unidade 1
Ana Maria (org.). Ensino de História e culturas afro-brasileiras e indígenas. Rio de Janeiro: Pallas, 2013. p. 53.
O capítulo escrito por Verena Alberti provoca a reflexão sobre o ensino da história das relações raciais com base na literatura
sobre o tema. A autora afirma a importância de mostrar que a história da população negra vai além da escravidão, da pobreza ou
1. Atualmente, existem 193 países, cada qual com suas fronteiras delimitadas. Mas nem sempre foi assim,
da submissão. pois nem sempre existiram países como conhecemos hoje. Indique a seguir a forma predominante de
organização da Europa Ocidental durante a Alta Idade Média (entre os séculos XI e XV) e explique os
ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino
erros das demais alternativas.
Médio. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília: 2008. Disponível
em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102251/alegro_rc_dr_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso a) Predominantemente as cidades-Estado.
em: 12 jul. 2022. b) Os impérios liderados pelos egípcios.
Embora a pesquisa seja com estudantes do Ensino Médio, as reflexões sobre aprendizagem significativa e sobre conhecimentos
c) Os feudos, unidades territoriais autossuficientes.
prévios para novas aprendizagens são pertinentes à educação como um todo.
d) As poleis gregas.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-
e) O Absolutismo liderado por Luís XIV da França.
-prática. Campinas: Papirus, 2012.
Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação 2. Todas as pessoas e as empresas pagam impostos ao governo. O dinheiro arrecadado é usado para financiar
das metodologias ativas.
obras e serviços públicos. Muitas vezes, na necessidade de aumentar sua arrecadação, os governos criam novos
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico- impostos ou aumentam o imposto já existente. O texto a seguir, do historiador Jacques Le Goff, nos mostra
-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/ que práticas assim também existiam na Idade Média. Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede.
uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
Versão digital da coletânea publicada em 2012.
“Para fazerem face às despesas novas e consideráveis de investimento e funcionamento, as cidades
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. A sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Tradução: eram em geral autorizadas pelo poder real ou senhorial a operar coletas, ou seja, a recolher antecipada-
Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016. mente os impostos [...] recolhiam multas, dinheiros senhoriais, taxas para ingresso na burguesia ou em
Os autores apresentam a metodologia da sala de aula invertida como espaço de esclarecer dúvidas, realizar atividades, trocar corporações. Punham à venda escritórios municipais, promoções de militares. Mas todas as receitas adicio-
conhecimentos e fixar a aprendizagem. nais não cobriam as despesas permanentes. [...] As dificuldades para conseguir que o contribuinte pagasse
BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.). História na esses impostos, que eram muito impopulares, levava frequentemente as cidades ao endividamento.”
sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 37-48. LE GOFF, Jacques. A Idade Média e o dinheiro: ensaio de antropologia histórica.
O capítulo escrito por Holien Gonçalves Bezerra aborda o que os professores devem selecionar e quais conceitos enfatizar na Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. p. 54-55.
elaboração das suas aulas de História.
a) Em última instância, quem detinha o controle das cidades?
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
b) De onde provinha o dinheiro para os investimentos e funcionamento das cidades?
Obra cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, acrescido de
questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais. c) Para ser considerado burguês ou ser aceito em instituições militares, o que era necessário? Essa realidade
beneficiava qual(is) grupo(s) social(is)?
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
Obra clássica da historiografia escrita pelo historiador francês Marc Bloch (1886-1944), esse livro de metodologia da História foi d) O texto aborda uma permanência histórica, que é a cobrança de impostos para funcionamento das cidades.
publicado postumamente, em 1949, com a organização de Lucien Febvre. Faça um parágrafo relacionando a cobrança de impostos e a realidade de seu município na atualidade.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da e) O texto fala que, mesmo com todos os impostos e taxas, as cidades ainda sofriam com o endividamento. Com
República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. base no texto acima, em seus conhecimentos e no que você já estudou em outros componentes curriculares, ex-
A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do país. plique o que é o endividamento e justifique quais razões podem levar pessoas ou instituições ao endividamento.
BRASIL. Decreto-lei no 869, de 12 de setembro de 1969. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto- 3. A centralização política ocorrida na Europa e que resultou na formação das Monarquias Nacionais (como
lei/1965-1988/del0869.htm. Acesso em: 18 nov. 2019. Portugal e Espanha) deu lugar à política absolutista ao longo do século XVII.
Decreto-lei (atualmente revogado) que criou as disciplinas de Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política do
Assinale a alternativa que define a política absolutista do século XVII de modo CORRETO.
Brasil (OSPB).
a) Poder do Estado concentrado nas mãos do rei e de sua burocracia, sustentado pelos setores burgueses urbanos.
BRASIL. Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ b) Poder dos senhores feudais que comandavam os setores camponeses.
leis/l5692.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. c) Poder do rei estruturado na violência e organizado por milícias mercenárias, diretamente ligadas aos setores da
Lei que, durante a ditadura civil-militar, regulou o ensino de 1o e 2o graus, atuais ensinos Fundamental e Médio. pequena nobreza.
LVI LXVIII
VI
1
O conceito de território
• Gerais (CG): 1, 3, 5 e 9: trabalhadas com UNIDADE vincula-se à categoria po-
TERRITÓRIO
o contexto histórico dos movimentos da Mesopotâmia, onde hoje estão Turquia, Armênia, Síria, Iraque,
Irã e Armênia. Divididos em territórios nessa região, eles não de dominação (poder polí-
sociais, políticos, econômicos e cultu-
rais que fizeram parte da configuração têm um Estado nacional próprio. tico), mas também ao poder
da sociedade europeia, incentivando o
desenvolvimento de habilidades como
cooperação e diálogo entre os estudan-
E GOVERNO simbólico, ligado à apropria-
ção de determinados grupos
para com seu espaço de vi-
tes de forma articulada ao estudo das vência (Haesbaert, 2004).
características do período. Sendo o espaço delimita-
• Específicas de Ciências Humanas do por e a partir de relações
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. de poder, o território não se
• Específicas de História (CEH): 1, 2, refere somente aos limites
3, 4, 5, 6 e 7. Ao longo do tempo, diversos grupos político-administrativos es-
Habilidades tabelecidos por linhas ou
com identidades comuns procuraram
• EF07HI01 • EF07HI04 • EF07HI05 marcos divisórios (Souza,
organizar-se e proteger seus valores, suas 2003). Sua abrangência é múl-
• EF07HI07
tradições e seus modos de vida. Uma das tipla, envolvendo diferentes
formas de fazer isso foi a delimitação de espaços e agentes sociais,
Temas Contemporâneos indo desde a ação do Esta-
seus territórios.
Transversais na do delimitando as fronteiras
Ainda assim, nem todos os povos
Unidade que compartilham uma mesma identidade
de um país, por exemplo, até
• Ciência e Tecnologia: presente a definição da abrangência
vivem em um único território. Muitos se dis- espacial das organizações
na página 31, na reflexão sobre
o pensamento filosófico e o uso tribuem em diferentes Estados e outros são comunitárias de bairros, de
da razão relacionados aos pro- itinerantes, sem território definido, como conjuntos habitacionais,
alguns grupos ciganos, os beduínos árabes de ocupações etc.
blemas da sociedade brasileira;
[...] É da necessidade de
e na página 49, ao trabalhar o e os aborígenes australianos. Eles não são
controle sobre o território
desenvolvimento de pesquisa superiores ou inferiores a nenhum outro que emergem as noções de
científica com os estudantes. povo, apenas têm hábitos culturais distintos. fronteiras, manifestando-se
• Multiculturalismo: exemplos Nesta unidade, estudaremos dife- como a expressão espacial
são a página 10, ao abordar a rentes formas de organizar o poder e do uso político do território
existência de diferentes grupos como elas influenciaram a ocupação de (Cataia, 2008).
com identidades comuns, po-
territórios. Também vamos descobrir que SILVA, Marlon Lima
rém com práticas e visões de da; TOURINHO, Helena
mundo opostas; a página 49, ao a formação de cada país aconteceu em
Lúcia Zagury. Território,
propor aos estudantes a produ- dado momento da história e alterou a territorialidade e fronteira: o
ção de uma entrevista sobre as relação das pessoas que ali viviam com o problema dos limites municipais
e seus desdobramentos em
práticas religiosas no Brasil; e o espaço que ocupavam.
Belém/PA. Urbe: Revista
Fechando a unidade, na dis- Brasileira de Gestão Urbana
cussão sobre o significado da (Brazilian Journal of Urban
terra para os povos indígenas. Management), [s. l.], v. 9,
n. 1, p. 96-109, jan./abr. 2017.
• Cidadania e Civismo: como p. 97-98. Disponível em:
exemplos, citamos a página 13, 10 11
https://www.scielo.br/j/urbe/
na atividade em que se discute a/6PymgxZHVysfPDbZBjmGkZJ/.
a importância da democracia; a Acesso em: 16 maio 2022.
página 27, no debate sobre a im- sos de poder; na página 30, 10ao refletir sobre a
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd Texto complementar 27/06/22 11:59 dades de experimentar padrões na forma
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24-AV1.indd 11 a produção e verificação de conjeturas,
14/07/22 11:08
portância de mecanismos de importância de conseguir conviver com as dife- visual, auditiva e física, e atribui ainda além da reprodução e extensão e/ou cria-
controle da Justiça na atualidade; renças; na página 32, ao discutir a situação da Explorando padrões grande importância à verbalização de pa- ção de padrões.
as páginas 18 e 33, nas quais mulher no presente; e na página 33, ao levar a Em sala de aula, o trabalho com padrões drões. A autora propõe atividades variadas MAMEDE, Ema; SILVA, Joana. Explorando
se discutem as funções de um reflexão sobre o papel da jovem na sociedade. é um contexto excelente para o desen- com padrões enfatizando a transposição padrões no 6o ano do ensino básico. Saber
bom governo no presente; na • Ciência e Tecnologia: temática discutida na volvimento de conceitos matemáticos e, de padrões para outras formas, a obser- & Educar, [S. l.], n. 20, p. 160-173, dez. 2015.
página 19, ao levar o estudan- paralelamente, permitir preparar os alu- vação de semelhanças e de diferenças, a p. 163. Disponível em: http://revista.esepf.pt/
página 31, na reflexão sobre o pensamento
nos para aprendizagens posteriores, além análise e comparação de padrões, o re- index.php/sabereducar/article/view/181.
te a refletir sobre as formas de filosófico e o uso da razão relacionados aos pro- Acesso em: 28 jun. 2022.
administração das sociedades; blemas da sociedade brasileira. de desenvolver capacidades de resolução forço da progressão da esquerda para a
na página 27, ao tratar de abu- de problemas, raciocínio e comunicação direita, o raciocínio dedutivo, a conexão
[...] Considera que deve haver oportuni- de ideias abstratas com o mundo real,
10 11
VII
PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
solicite a cada grupo que investigue onde estão kraft ou outro suporte adequado
que pode alcançar [...]. • THOMPSON, Edward Palmer. Costumes em comum: estudos sobre cultura popular tradicional. São Pau- Fazer um estudo do meio os lugares de trabalho mais conhecidos, como à atividade. Por fim, auxilie a
GASPARIN, João Luiz. A lo: Companhia das Letras, 1991. Organize a turma em grupos e, com a ajuda fábricas e comércios, e de trabalho informal. Na turma a perceber as relações
construção dos conceitos No capítulo “Tempo, disciplina do trabalho e o capitalismo industrial”, o historiador investiga as relações en- de um aplicativo gratuito ou site de visualização aula seguinte, peça aos grupos que apresentem de trabalho que caracterizam o
científicos em sala de aula. tre o tempo e o trabalho nas sociedades ocidentais. de mapas e imagens de satélites, identifique com os resultados da pesquisa e anote-os na lousa. espaço geográfico e social onde
Maringá: Universidade Estadual
de Maringá, [20--]. Disponível em: eles a localização da escola. Essa é uma opor- Com as informações, os estudantes podem a escola está localizada.
http://docplayer.com.br/22216197- tunidade de trabalhar com grupos grandes realizar a confecção coletiva de um mapa dos
A-construcao-dos-conceitos-
cientifcos-em-sala-de-aula.html.
de estudantes. pontos de trabalho pesquisados. Recomende
Acesso em: 20 jul. 2022.
142 143
VIII
BRIDGEMAN/FOTOARENA
nas dinâmicas escravocratas no perío A partir de meados do século XVII, as embarcações ganharam mais andares, che- para a transformação da estru-
do abordado. gando a ter três compartimentos. Mesmo com todos os avanços da engenharia náutica, tura dos navios negreiros, que se
as condições de transporte dos escravizados sempre foram péssimas. tornaram maiores e com piores
PROCEDIMENTOS (péssimas) condições de sobre-
Atividade
complementar Revolta em Vila Rica
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Pergunte a eles se teriam
Seção com propostas de As casas de fundição foram criadas em 1719 pelo governo português para
controlar a produção de ouro na colônia. Todo o metal extraído das minas deveria
alguma hipótese para a diferença
de tratamento entre os líderes da
Revolta de Vila Rica: Pascoal da
atividades extras, como jogos, ser levado a essas casas para ser fundido (derretido) e transformado em barras de
tamanho padronizado, gravadas com o selo real.
Silva Guimarães e outros revol-
tosos foram presos, e suas casas
pesquisas, entrevistas e sugestões A criação das casas de fundição revoltou a população das Minas Gerais. Em 1720,
um grupo de mineiros se reuniu em Vila Rica para reivindicar o fim dessas casas
incendiadas, mas o único con-
denado à pena capital foi Filipe
de trabalhos interdisciplinares. e dos postos de fiscalização nas estradas, além do perdão por atos de rebeldia. O
fazendeiro Pascoal da Silva Guimarães e o tropeiro Filipe dos Santos Freire foram os
dos Santos.
Ainda que todos fossem con-
principais líderes do movimento. siderados súditos da Coroa, a
O governador, Pedro de Almeida Portugal, conde de Assumar, simulou aceitar posição social de uma pessoa
as reivindicações, mas, assim que a população se acalmou, mobilizou as tropas dos poderia definir qual tratamento
Dragões Reais e invadiu Vila Rica, prendendo os principais líderes do movimento e receberia do governo. Se achar
incendiando suas casas. Filipe conveniente, questione se existe
ROMULO FIALDINI/TEMPO COMPOSTO
Proposta de avaliação
punição exemplar.
IX
Esses conceitos-chave foram definidos considerando sua relevância e pertinência, de modo a possibilitar aos estudan-
tes a compreensão do mundo em que vivem com base nos diferentes contextos trabalhados nos capítulos que compõem
cada volume. Assim, a perspectiva cronológica adotada nesta coleção se relaciona de maneira integrada tanto com os
conceitos-chave de cada unidade quanto com as competências e habilidades estabelecidas pela BNCC.
Para tanto, os conteúdos e as atividades propostos na coleção têm por base processos de ensino-aprendizagem
que valorizam, entre outros elementos, o protagonismo do estudante e a associação entre a História estudada no livro
e o cotidiano vivido na prática. Dessa forma, consideramos o desenvolvimento das competências e habilidades (tanto
cognitivas como socioemocionais) dos educandos voltadas para a educação integral.
Assinalamos ao professor, em todos os volumes e em todas as suas respectivas unidades e capítulos, de que forma
conteúdos e atividades se entrelaçam com as premissas da BNCC. Essa articulação se mostra presente nas seções A BNCC
na unidade, A BNCC neste capítulo e A BNCC nesta dupla (em alguns casos, A BNCC nesta página). Desse modo,
o professor terá à disposição um mapeamento completo das formas pelas quais a BNCC está presente e articulada em
todos os conteúdos da coleção.
De maneira a sintetizar a nomenclatura, na parte específica deste manual, as Competências Gerais recebem a sigla
CG; as Competências Específicas de Ciências Humanas levaram a sigla CECH; as Competências Específicas de História,
CEH; já as habilidades permaneceram como estão na BNCC.
Como exemplos, verifique a seguir de que modo citamos e detalhamos a articulação entre conteúdo e BNCC neste manual:
4
TULO
3
• Gerais (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 UNIDADE • CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
com que os estudantes compreen-
SURGE O ISLAM
e 10: são trabalhadas com os estu- • CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. O ISLAMISMO E OS
dam a existência de visões e modos
de vida diferentes entre as sociedades
dantes problematizando o processo Habilidades
REINOS AFRICANOS Até o século VII, os d
DESLOCAMENTOS
de expansão colonial e compreenden- e identifiquem nos hábitos e costumes
• EF07HI02 • EF07HI03 determinada área ou oás
do o movimento de interiorização da elementos políticos e sociais impor-
tantes na formação cultural dos povos. a partir da junção de ant
colônia no contexto da exploração au- A BNCC NESTA DUPLA
rífera na América portuguesa, o que
os incentiva a exercer o diálogo e a POPULACIONAIS
• CECH 1, 2, 3 e 7: abordadas na análise
de fatos históricos e das transformações
• CEH 1, 2, 4 e 6:
OBJETIVOS DEtrabalhadas
APRENDIZAGEMà medida
que os estudantes são estimulados a
tas, ou seja, cultuavam
acreditavam que seres se
cooperação. À medida que analisam decorrentes das práticas de grupos e in- compreender a historicidade
• Compreender a origemdosdafatos Um dos
religião islâmica e seu processo demaiores
expansão. cent
o processo e compreendem as carac- divíduos no tempo e no espaço; e no apresentados
• Conhecerealguns
problematizam as di-
reinos africanos. a cidade de Meca (confira
terísticas e fragilidades intrínsecas às uso de linguagens variadas para ampa- ferentes visões de mundo e atuações
• Identificar o legado dos povos bantos e iorubásforma de cubo
na sociedade (Ka'bah, e
brasileira.
interações entre grupos e indivíduos, rar a reflexão sobre os temas. políticas, sociais e religiosas dos gru-
tanto no período estudado quanto no • CEH 1, 2, 4 e 5: trabalhadas fazendo pos sociais estudados. Outro objeto de culto na
presente, incentivam-se o desenvolvi- os estudantes identificarem as diferen- O islamismo • Habilidade EF07HI03:que
é a religião enfocada
mais quan-
cresce no mundo e, de acordo com pesq
mento de ações pessoais e coletivas
Deslocar-seçasde existentes
um lugarentre aspara
características recentes, hojedo o estudante
conta com maisidentifica os principais
de 1,8 bilhão de adeptos. Os países com o maior nú
solidárias, éticas e inclusivas. de vários povos e as influências cons- aspectos envolvidos na constituição
outro é algo constante na história da de islâmicos encontram-se na Ásia: Indonésia, Paquistão, Índia e Bangladesh. A Á
• Específicas de Ciências Humanas truídas ao longo do tempo. do islamismo e as características das
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. humanidade. Os motivos são variados. também abriga países com
sociedades grande quantidade de muçulmanos, entre eles, Nigéria,
africanas.
• Habilidade EF07HI03: enfocada à
• Específicas de História (CEH): 1, 2, Entre os séculos medida
XVII e queXVIII, houveaum
se mobiliza turma a com- Argélia e Marrocos.
3, 4, 5, 6 e 7. grande deslocamento
preenderpopulacional na
as origens históricas e as Essas informações evidenciam a importância do islamismo para se compreen
Volume 7, parte
PROCEDIMENTOS específica,
Habilidades características
América, no interior das sociedades
da colônia portu- africanas. mundo contemporâneo. Além disso, a religião é um elemento importante para se an
unidade 2, capítulo 3,
AYMAn ZAID/sHUTTERsToCk.CoM
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NICOLAS ECONOM
4
UNIDADE
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DESLOCAMENTO
POPULACIONA IS
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XVII e XVIII, hou
Entre os séculos ional na
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grande deslocam portu-
rior da colônia
América, no inte heceremos
unidade, con
guesa. Nesta mentos,
desses desloca
os resultados ansão
ição para a exp
como a contribu América e
de Portugal na
dos domínios território,
colo niza ção do interior do
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nte ao Brasil.
hoje pertence
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Refugiados foge ruiu o
incêndio que dest es e 209
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campo de imig
Moria (um dos
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pa), na ilha
maiores da Euro 2020.
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grega de Lesb 05/07/22 14:05
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209
08-V7-2
05/07/22 14:05 D3-HIST-F2-21
O direito de D3-HIST-F2-21
08-V7-208-233-
U4-CAP9-LA-G
24.indd 208
ir e vir Os deslocamento
contribuem para
s populaciona
is, ao colocar em
a troca de expe contato povos
quem recebe riências e o enri de diferentes cultu
os migrantes. quecimento cultu ras,
mentos e inve Hábitos alimenta ral de quem mig
ntos acompan res, maneiras ra e de
Se você pergunta ham os migrant de falar, músicas
r aos seus fam ou países. Às es em seus desl , comporta-
iliares, vizinhos vezes nem perc ocam ento
é possível que parte do noss ebe mos como as s para outras regi
alguns digam e amigos de o cotidiano. referências cultu ões
o país ou o mun que vieram de onde eles são, rais de outros
icípio em que outros locais. povos fazem
vive para morar Quando alguém
pessoas que pass em outro luga deixa
am a viver em r, diz-se que mig
Os motivos que um novo país são cham rou. As
levam uma pess adas de imigrant
busca por mel oa a deixar seu es.
IMAGES
Centro Olímpico
de Budapeste,
refugiados da
Guerra da Ucrâ Hungria, transformado em
nia, 2022. centro temporár
io de ajuda para
Converse com
os colegas e
o professor sobr
1. Identifique e as questõe
quantos estu s a segu ir.
e quantos vier dantes da turm
am de outra a nasceram no
Vista aérea de outro lugar mud região. Procure município em
migrantes hond saber por que que vivem
Unidos, 2018. urenhos que atra Resposta pesso aram de cida os que vieram
de.
vessam o sul
do México em 2. Você conheceal. Consulte comentários adicionais de
No mesmo perío direção aos Esta alguém que veio nas Orientações
do, dos dessa pessoa de outro país didáticas.
temporários enqu o governo do México ofereceu – como o idio
ma, o modo
ou de outro esta
do? Que aspe
anto os imigrante assis costumes, o
s da América Cent tência médica, educação e acess Resposta pesso comportamento – indicam
de falar, os háb ctos
ral permanecessem o a empregos itos alim entares, os
210 em dois estados
do sul. 3. Você já teveal. que ela é de
outra região?
que mudar de
ao começar bairro, cidade
ou país? Nes
Resposta pesso a estudar em uma nova se caso, com
o se sentiu
al. Consulte come esco
ntários adicionais la?
nas Orientações
D3-HIST-F2-21 didáticas.
08-V7-208-233-
U4-CAP9-LA-G
24.indd 210
05/07/22 14:05
211
D3-HIST-F2-21
08-V7-208-233-
U4-CAP9-LA-G
24-AV3.indd
211
16/07/22 14:25
Na segunda dupla da abertura de cada unidade, sempre há questões propostas aos estudantes que buscam
dialogar com situações do cotidiano ou do mundo contemporâneo (contextualização), nas quais os estudantes podem
verificar a presença do conceito apresentado e, com isso, discutir algumas características dessas situações, evidenciar
conhecimentos prévios e construir uma experiência escolar significativa.
XI
7
LO
CAPÍTU
que será estudado, relacionando-o a algum fato ou acon- A ES C R AV IDÃ
tecimento da atualidade (contextualização). O objetivo é A FR ICA N A O
mobilizar e sistematizar o conhecimento prévio dos estu-
dantes, motivá-los para o estudo e auxiliá-los a identificar OB JE TIV OS DE
AP RE ND IZA GE M
• Compree
diferenças e semelhanças, bem como mudanças e perma- chegada do
nder a difere
s europeus.
nça entre a
escravidão na
África antes
• Caracteriza e depois da
nências no presente e no passado. • Discutir o
r o uso da mã
preconceito
o de obra de
pessoas de orig
e a discrimina em africana no Bra
ção no Brasil sil colonial.
contemporân
No Brasil atu eo.
al, mu
itas pessoas
e homens são são submetid
constantem as a trabalho
documento ente vigiados s degradante
s são confisca e proibidos s. Mulheres
salário mínim do s pelos patrõ de sair do loc
o vigente no es, e o salári al de trabalho
pa ís. o – quando . Seus
Pessoas que existe – é inf
enfrentam ess erior ao
escravidão as condições
. O gráfico são tra ba lhadores em
Ministério do desta págin
Trabalho ne a mostra o situação an
ssa situação número de áloga à
trabalhadores
Objetivos de
A mão de ob nos últimos resgatados
ra escrava vig anos. pelo
Neste capítu orou legalm
lo, vamos est en te no Brasil en
trabalho ao udar a escrav tre os século
aprendizagem à escravidão
qual eram sub
e a participa
metidas. Vamo
ção desses
idão, desde
s conhecer tam
a captura de
bém algumas
s XVI e XIX.
pessoas na Áf
rica até o
trabalhadores formas de res
Trabalho na formação istência
O boxe Objetivos de (2015-202
análogo à
1)
escravidão MINISTÉRIO
PÚBLICO DO
TRAB
da sociedade
brasileira.
ALHO. SERG
aprendizagem, presente em
IPE
Trabalhado
res
resgatado
s
2 000
SONIA VAZ
todas as aberturas de capítulo, 1 500
rmações e
cesso de aprendizagem. Trabalho no
[S. l.], [2018] Brasil. Portal
. Disponível
Estatísticas
da Inspeçã
em: https:/
da Inspeçã
o do Trabal
/sit.trabalh
o do
ho.
Trabalhadore
s
condições aná resgatados em
radar/. Ace
sso em: 22
o.gov.br/ em plantação logas à escravidão,
no município de cana-de-açúcar,
maio 2022.
168 de Maruim
(SE), 2022.
D3-HIST-F
2-2108-V7-16
8-186-U3-CAP
7-LA-G24.indd
168
04/07/22 13:04
O NAVIO NEGREIRO
Texto principal e imagem condutora
Como era a viagem dos africanos escravizados para a América? O documento a seguir Com linguagem clara e adequada à faixa etária dos estu-
pode nos ajudar a refletir sobre isso. Trata-se de uma ilustração de autoria desconhecida pu-
blicada em 1830 no livro que o religioso inglês Robert Walsh escreveu a respeito do período
dantes, o conteúdo é organizado de maneira cronológica, mas
que passou no Brasil.
O que vemos na imagem é a planta de um navio negreiro, nome dado aos navios
em permanente diálogo com outras temporalidades, por meio
que transportavam os escravizados da África à América. O desenho do navio foi feito em de seções, boxes, atividades e imagens que buscam entrelaçar
ângulos diferentes. Na parte superior, temos um corte longitudinal (ou vertical), que mostra
o interior do navio. Na parte inferior, o navio aparece visto de cima. as múltiplas esferas das sociedades, como a política, a econo-
IMAGEM CONDUTORA mia, o cotidiano e a produção cultural. Além disso, são traçadas
BRIDGEMAN/FOTOARENA
XII
OLHO VI VO
13
OS ORIXÁS 13
13
as manifestações religiosas de alguns povos
Quando os africanos chegaram ao Brasil, 15
e crenças do catolicismo e dos povos indígenas, dando origem
se misturaram com hábitos 3
Uma delas é o candom blé, trazido por pessoas oriundas prin-
às religiões afro-brasileiras.
Nigéria e Benin, como tratamo s há pouco.
cipalmente das atuais 14 14
que, durante uma cerimônia, os orixás podem 10 12
Os praticantes do candomblé entendem -se
14
crente por um filho de santo já iniciado, servindo
ser invocados e se manifestar em algum
os mortais . Cada orixá tem cor, roupas e símbolos específicos. 5
dele para se comunicar com
ção de um quadro da pintora paulista Djanira 6 8
Nesta seção, você vai analisar a reprodu blé,
1
2
9
uma represe ntação artística de um dos rituais do candom
(1914-1979). A obra faz
mais cultuad os no Brasil.
destacando alguns dos orixás
Sua cor 2 Paxorô: cajado de metal
1 Oxalá, orixá criador da humanidade.
oa enfeitado com um pombo 7
é o branco e seu dia é sexta-feira. Segund 4
no alto; símbolo de Oxalá.
tradição, Oxalá foi um rei africano. 11
3
4 Omolu, filho de Oxalá, é o
3 Segundo a tradição, Oxalá vestiu
mais temido dos orixás. Seu MUsEUs CAsTRo MAYA, RIo DE jAnEIRo
78
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30/06/22 12:14 D3-HIST-F2-2108-V7-062-0
A-G24.indd 78
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-L
XIII
CRIS BOURONCLE/AFP
Dois profe ssore s de
Arque ologia encontraram
os métodos de interpretação documental e fragmentos de tecido e
na região. Acreditando
vasos
que
de produção historiográfica. o local poderia esconder
sítio arqueológico, instala
um
ram
uma câmera fotográfica
em uma
pipa (também chamada
de papagaio,
pandorga etc.) e fizeram
várias fotogra-
fias aéreas. Com base nas
fotos, escolheram um Moringa de barro huari
lugar para escavar e encon com a
traram, em 2012, um representação de uma
pessoa
conjunto de torres, mural veste uma espécie de chapéu que
has e uma sepultura
intacta, com várias câmar saia curta decorada. Perten e uma
as mortuárias. ce à cultura
huari, 500 a.C-1100 a.C.
120
formular ideias científicas, de maneira contextualizada e, sempre que
possível, ligadas ao seu cotidiano. Nesse sentido, apresenta, ainda D3-HIST-F2-2108-V7-1
12-139-U2-CAP5-LA-G
24-AV2.indd 120
fica dos estudantes, ensinando as diferentes etapas do método científico, tais como definir um problema, propor e testar
hipóteses, e formular conclusões. Também envolve aprender procedimentos e atitudes de investigação, comunicação
e debate de fatos e ideias. A abordagem investigativa deve proporcionar oportunidades para o uso social do que se
aprende, isto é, levá-los a implementar soluções para resolver problemas de sua comunidade.
Por isso, em cada um dos livros, desenvolvemos práticas de pesquisa, criando, assim, possibilidades para o exercício
da investigação científica de fenômenos sociais e problematizando a aplicação de diferentes técnicas e métodos de coleta,
organização e análise de dados. Esse trabalho é feito principalmente na seção Pesquisa & Ação, cujo conteúdo, muitas
vezes, é complementado com a seção Como se faz....
PARTICULAR
2O passo
a pesquisa pode ser feita
MoIsÉs PATRÍCIo/CoLEçÃo
Em qualquer um dos casos,
PE SQUISA & AÇÃ O em meios impressos e
digitais, explorando-se
materiais
go da
livros e revistas do catálo
disponíveis on-line e/ou
Consulte comentários adicion
ais
escolar ou munic ipal. Após o levantamento
biblioteca
DA ARTE nas Orientações didáticas. nar três obras que
ESTUDO DE RECEPÇÃO
selecio
inicial, cada grupo deve
críticas,
das quais apresentam considere significativas.
em suas obras, por meio
Os artistas se expressam em sentimentos aos espec
tadores. Porém,
em reflexões, instigam experiências e expõ de pesso a para
propõ retada varia muito 3O passo
de arte é percebida e interp vão elaborar em uma folha
avulsa
o modo como uma obra de arte acaba adquirindo
sentidos diferentes Nessa etapa, os grupos .
inclusive, uma obra sobre as obras selecionadas
pessoa. Muitas vezes , que as obras se um roteiro de perguntas
iosos do assunto afirmam é o nome do
do artista. Muitos estud Incluam questões objeti
vas, como: “Qual
das intenções originais obra? ”, “Em que ano ela foi
o com o públi co. foco o artista que produ ziu essa
completam nessa relaçã isa tendo como principal localizada?”, entre outras
. As
volver um projeto de pesqu feita?”, “Onde ela está
Nesta seção, vamos desen e de como determinadas
obras rme a expressão artística A Iniciada, Moisés Patríc
io.
Ou seja, faremos uma anális perguntas vão variar confo data.
estudo de recep ção da arte. , músic a, artes visuais etc.). Acrílica sobre tela, sem
pesquisada (poesia, prosa
são receb idas pelo público. ra Djanira analis ado
de arte o quadro da pinto 7O passo
nossa investigação será
O ponto de partida da é a religiosidade afro-brasil
eira,
4O passo Quando todos os grupo
se
vivo, na págin a 79. O tema do quadro . Esse um
é ntas de caráter subjetivo.
Por ndido
na seção Olho participam diferentes orixás Agora, elaborem pergu estudantes tiverem respo
de candomblé em que chamou a sua atenção
nessa
representada em um ritual feitas no Brasil. exemplo: “O que mais em você?”, “Essa a todos os roteiros de
s produ ções artísticas ela despertou com as
tema presente em muita as e sigam obra?”, “Que sentimentos perguntas, as folhas
a-se com cinco coleg ança para você?”, “Há
algo nessa
volvido em etapas. Reún obra traz alguma lembr respostas deverão retorn
ar aos
O projeto será desen ou desgoste?”, “Em sua
opinião,
elabo raram .
obra de que você goste ”. grupos que os
as orientaçõe s. algum apren dizado ? Qual?
1O passo essa obra proporciona Nessa etapa, os grupos
regado arar e avalia r
pRESS
devem comp
Cada grupo ficará encar nças
as semelhanças e difere
DHAVID NORMANDO/FUTURA
80 30/06/22 12:14
81
F2-2108-V7-062-089 -U2-CAP3-LA-G24.indd
14/07/22 12:16 D3-HIST-
XIV
80
-U2-CAP3-LA-G24-AV1.indd
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089
Enquanto isso...
em que a conquistar terra
No período Hola nda , tinh am interesse em (atual Rio de Janeiro)
e
s, como França de Guanabara
reinos europeu se instalar na baía tugueses, que
já
ceses tentaram ulsos pelos por
Exploradores fran 1612. Con tudo, foram exp ibe, com o os atuais
em Car
Maranhão diversas ilhas do
em 1555 e no
dominavam a
região. Ainda
assim, con quis
Dominicana, além
taram
do território da
Guiana Francesa
adá – como Que
. A part
bec e
ir
Seção que apresenta acontecimentos históricos contemporâneos
a e República ões no atual Can
Haiti, Martinic regi
àqueles estudados ao longo de cada capítulo, trabalhando as noções
para m
ainda ocu
I, os franceses a Orleans.
do século XVI Unidos – em Nov o por 24 ano
s
sul dos Estados deste brasileir
Montreal – e no te do atual Nor e da área ond
e
Os hola nde ses
aram
dominaram par
a coloniza ção de Manhatt
an, ilha que faz part
Estados Unidos
.
de simultaneidade e ampliando a compreensão sobre o tempo
e também inici Nov a Yor k, nos
hoje se encont
ra a cidade de
histórico estudado. São abordados povos, processos, invenções e
nos
ier e dos colo
franceses no
de Jacques Cart
O desembarque adá, 1546. Mapa histórico
Can
rida , de auto
composto
ria desconhecid a
ae descobertas geralmente excluídos do cotidiano escolar, mas nem
ta
em litografia colo olas Vallard, que represen
adquirido por
Nich
chegada dos fran
ceses ao territóri
o do atual Can
adá.
por isso menos importantes. Oferecemos, assim, elementos para o
professor trabalhar a percepção de que não existe uma história linear
e única para a humanidade.
ESQUEMA-RE SUMO
/KEYSTONE BRASIL
BRIDGEMAN IMAGES
CALIFÓRNIA. FOTO:
10
GTON, SAN MARINO,
BIBLIOTECA HUNTIN
CAPÍTULO
A CORRIDA
134 DO OURO
01/07/22 09:55
Descoberta
de
-G24.indd 134 ouro na colô
108-V7-112-13
9-U2-CAP5-LA nia
D3-HIST-F2-2 portuguesa Tensões entr
(fim do século e
XVII) paulistas e não
Governo por paulistas
tuguês
envia militare Guerra dos Emb
oabas
Controle da regiã s (1707-1709)
o das
Grande afluxo minas
Esquema-resumo
de
pessoas para a
regiã
(atual Minas Gera o
is) – Derrota dos
paulistas
– Busca de nova
s terras
nos atuais Mato
EXTRAÇÃO
DE OURO E
PEDRAS
estudo e organização das ideias do capítulo. Além disso, a seção é sempre – Crescimento
do comércio
-
ibuíram para o aperfeiçoa
estudos de Óptica contr
mento dos óculos, introd
uzidos na Penín sula Itálica Esse boxe apresenta o signifi-
vários
bastante difundidos em
no final do século XIII e cado contextualizado das palavras
LUISA RICCIARINI/BRIDGEMAN
no volume é variável.
MUSEO DI STORIA DELLA
Galileu
Telescópio utilizado por
u Galilei, 1633, escola de
O julgamento de Galile em 1610 para a obser vação
a). Óleo sobre tela, fenômenos celestes.
italiana (autoria desconhecid
século XVIII.
42
XV
16/07/22 12:30
42
1-CAP2-LA-G24-AV3.indd
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U
Tukano
espanhola, produzido por Diogo CUNHA, Manuela Carneiro da.
Outros grupos
Homem e publicado em 1558, 0 340 História dos índios no Brasil.
Fronteiras
no Atlas da Rainha May. atuais do Brasil
São Paulo: Companhia das
Letras, 1992. p. 88-89, 93, 95,
97, 99.
a) O que esses mapas revelam a respeito do
território?
b) O mapa Terra Brasilis traz a figura de um Dados demográficos da população indígen
dragão; já o mapa de Diogo Homem tem um a no Brasil
leão representado no interior do território. O Ano População População
que a presença de um dragão e de um leão indígena/litoral Total
nos mapas revela sobre a ideia que muitos europeus indígena/interior % pop. total
tinham a respeito da América? 1500
c) Quais são as semelhanças e as diferenças 2 000 000 1 000 000 3 000 000
entre a vegetação desenhada? 100,00
1570 200 000 1 000 000
2. Neste capítulo, você estudou que uma das 1 200 000 95,00
principais pautas da luta indígena no 1650 100 000 600 000
século XXI é a não aprovação do Marco Tempora 700 000 73,00
l. Para saber sobre a atual situação 1825 60 000 300 000
desse marco regulatório, pesquise notícias 360 000 9,00
recentes sobre o assunto em jornais de 1940 20 000 180 000
grande circulação. Siga as orientações.Respostas variáveis. Consulte comentário 200 000 0,40
s 1950 10 000
nas Orientações didáticas.
a) Busque descobrir se a ação já foi votada pelo 140 000 150 000 0,37
STF e, caso tenha sido, qual foi o resultado da 1957 5 000
votação. 65 000 70 000 0,10
1980 10 000 200 000
b) Verifique também se houve mobilização social 210 000 0,19
em torno da decisão e a que setores sociais 1995 30 000
ela beneficia. 300 000 330 000 0,20
2000 60 000 340 000
c) Em data combinada, apresente o que descobriu 400 000 0,20
em uma roda de conversa com a turma. 2010 272 654 545 308 817 962 0,26
164
165
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.in
dd 164
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-CAP6-LA-G24.in dd 165
04/07/22 16:02
XVI
IMAGENS
DELFIM MARTINS/PULSAR
Fechando a unidade
Trabalho de enfoque quase sempre
interdisciplinar que visa sistematizar o
aprendizado do conceito da unidade.
As atividades dessa seção possibi-
litam que o professor avalie a turma na
assimilação dos conteúdos, no grau de
apropriação e no tipo de elaboração em Família kalapalo da aldeia
Aiha faz a cobertura de oca
com sapé. Querência (MT),
2018.
E BRANCOS E NEGROS
DESIGUALDADES SOCIAIS ENTR
promoveu
da sociedade colonial brasileira. Ela
A escravidão foi a base da organização posições sociais
intensa hierarquização da socieda de na qual os brancos ocupavam as
uma marginalização
em geral, sofriam com processos de
mais importantes, enquanto negros, entre brancos e
escravidão, as desigualdades sociais
e violência. Mesmo com o final da
no presente.
negros não acabaram e continuam O primeiro
s três documentos nesta seção.
Para refletir sobre isso, apresentamo ças salariais
sto de um gráfico com dados de 2020, que destaca as diferen
é compo e mulheres negras
brancas, homens negros e pardos
entre homens brancos, mulheres
e pardas. de arte
sobre o tema, e o terceiro é uma obra
O segundo documento é uma charge
negra Criola. A obra foi pintada nas paredes de um prédio na cidade
criada pela artista justiça para
r do prédio entrou com uma ação na
de Belo Horizonte (MG), mas um morado
removê-la do local.
ento
Docum
Docum ee
Charg
ento2:2:Charg
Documento 1: Gráfico
JUNIÃO
SONIA VAZ
206
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108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24-AV3.indd 207
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D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-
XVII
FERREIRA
PROJETO
Ensaio
-
5O passo
LAGOAS/
MS) NÚCLEO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES
DO
ESCOLA
sobre:
E FELIPE CITRO)
cenários e os equipamentos.
• onde ela será encenada. envolvidos com a direção eo
Os estudantes
to para
roteiro devem aproveitar esse momen
fazer os ajustes necessá rios. Espetáculo Quem roubou o branco
todos
A troca de opiniões e as sugestões de do mundo?, de Luciano Luppi,
são importantes nesta etapa de montag
em da encenado pelo Projeto Identidade,
2O passo Distribuição de funções e o ambient e dos ensaios e da grupo de teatro da Escola Municip
al
dramatiz ação,
é preciso de Teatro de Três Lagoas (MG), 2013.
a ser alcançado com a dramatização, apresentação deve ser calmo e organiza
do.
Depois de estabelecer um objetivo com suas
do grupo desempenhará de acordo
definir que função cada integrante de base
cenógrafo) e o tipo de texto que servirá 6O passo Encenação
habilidades (diretor, roteirista, ator,
ser: os e tenham clareza de
para a apresentação. O texto pode que você e os colegas fiquem tranquil
ele pode sofrer cortes ou acréscimos; Antes da encenação, é importante , é natural que
• previamente elaborado; nesse caso, todos estão aprendendo e, nesse processo
os; que se trata de teatro amador, ou seja, para ouvir sugestões
tes com base em conteúdos já estudad , organizem uma roda de conversa
• um texto dramático criado pelos estudan cometam algumas falhas. Após a exibição de acordo com o
estão
transformado em texto dramático. avaliar se os resultados alcançados
• uma adaptação de texto narrativo e críticas do público. O grupo pode gens.
a experiência de representar as persona
objetivo inicial do trabalho e falar sobre
255
254
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ÍCONES SELOS
Algumas atividades são caracterizadas IMAGENS FORA AS CORES NÃO LINHA DO TEMPO SEM ESCALA. OS
com os seguintes ícones: DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS. SEGMENTOS ENTRE AS DATAS NÃO
CORRESPONDEM AO TEMPO DECORRIDO.
INTERPRETAÇÃO
COMUNIDADE DE DOCUMENTOS Para representar melhor certos conceitos,
algumas ilustrações podem alterar a proporção
MAPA ILUSTRATIVO de tamanho entre os elementos ou empregar
T R A BA L H O SEM ESCALA.
DIVERSIDADE SOCIOEMOCIONAL cores que não são as reais. Quando isso
acontecer, a ilustração apresentará estes selos.
TECNOLOGIA NÃO ESCREVA Este livro é reutilizável. Faça as atividades
NO LIVRO. no caderno ou em folhas avulsas.
XVIII
des emb arcar na colônia portugues seg uido se man ter unidas eram
Ao até ali haviam con
licos. As famílias que te voltariam a se enc
ontrar.
mente em leilões púb separados e raramen por-
feitas. Esposas, maridos e filhos eram ado s na Am érica. Na colônia
des de escr aviz
de desembarque iro. O porto do Rio
de
Havia vários portos ife, Salvado r e Rio de Jane
is estavam em Rec continente america
no.
tuguesa, os principa africano s para o sul do
lo, redistribuía os
Y/FOTOARENA
Janeiro, por exemp
LEONID ANDRONOV/ALAM
0.
. Fotografia de 202
, Rio de Janeiro (RJ)
do Cais do Valongo nte obras realizada
s na
Sítio arqueológico ober to em 2011 dura .
Janeiro (RJ), foi desc vizados por 20 anos
portuária do Rio de ércio de africanos escra
Localizado na zona desemba rque e com
em 1811, foi local de
região. Construído forma de
o desse tempo, a
A escravidão durou
mais de 300 ano
alho dos escraviz
s no Brasil. Ao long
ados e suas luta s e resistências variaram con
forme a
Boxe complementar
exploração do trab e rica
época e o lugar.
, brasileiros, somos
hoje é resultado da
influência da variada
entares, nas
Informações complementares
Muito do que nós mp lo, em nossos hábitos alim
cultura africana. Isso
pode ser notado,
por exe
e até mesmo no
idioma, que inco
rporou inúmeras que ampliam o estudo de uma
sticas e religiosas
manifestações artí imagem ou de um tema.
africana.
palavras de origem
176
04/07/22 13:04
86-U3-CAP7-LA-G24.indd 176
D3-HIST-F2-2108-V7-168-1
GA
LL
Antropocentrismo
ER
IE
DE
LL
'
AC
Textos de autores
AD
EM
gregos e romanos,
IA,
estavam sob o con que
VE
trole da Igreja Cató
NE
ZA,
tinham sido traduzid lica e não
ITÁL
os, ou que não circu
IA
pela Europa, foram lava m
recuperados, traduzid
debatidos. Esse foi os e
o caso das obras de
e de Aristóteles, dois Plat ão
dos principais filósofos
Entre outros assuntos gregos.
, esses textos prov
reflexões sobre étic ocavam
a, lógica, a busca
cimento e a natureza pelo conhe-
humana, aspectos
fundamentais entre considerados
os pensadores hum
anistas.
Para os humanistas,
o ser humano devia Homem vitruviano,
de suas reflexões. Essa ocupar o centro
concepção, conhecid Leonardo da Vinci.
pocentrismo, opu a como antro- Estudo das proporçõ
nha-se ao teocentrism es
desenvolvido por teólo o, pensamento humanas para o livro
De
gos da Igreja Católica Architectura, de Marc
que Deus (em grego, que sustentavam Vitru
o
Théos) era a fonte de vio Pollione, publicado
todo o conhecimento em 1492.
Isso não quer dizer que .
os humanistas eram
contrário, eles tinham ateus. Pelo
fortes preocupações Ética: conjunto de princ
ideias eram profund religiosas e suas ípios
amente influenciada que motivam ou discip
linam
Entretanto, eles atrib s pelo cristianismo. o comportamento de
uíam particular importâ uma pessoa ou um grupo
explicações lógicas ncia à proc ura de
e racionais para os social. Os valores nos
quais
Esse tipo de pensam estudos da natureza uma sociedade acredita,
ento é conhecido com .
o raci ona por exemplo, justiça,
Com base no racio lism o. solidariedade, honestida
nalismo, os humanis de etc.
ideia de que a Igreja tas negavam a Ateu: aquele que não
Católica ou os textos crê em
todas as respostas a sagrados tivessem Deus ou em qualquer
outra
respeito dos seres hum divindade.
reza. Afirmavam que anos e da natu-
a busca de explicaç
experiência, na obse ões vinha do saber
rvação e na análise, prático, fundamentad
algo que os antigos o na
• Leonardo da Vinc
i e seu supercérebro
Indicações que visam ampliar e 2004. (Coleção Mor
tos de Fama).
, de Michael Cox. São
Paulo: Companhia das
Letras,
Para contar a vida de
Leonardo da Vinci, o
reforçar o conhecimento construído imaginários da époc
a.
autor recorre a diári
os, cartas, charges e
jornais
Art. 22. [...] desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exer-
cício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
XX
1.3.1 • Equidade
CARLOS CAMINHA
Igualdade Equidade
Elaborado com base em: FARIA, Regina. Quem precisa de equidade? Serpro. Porto Alegre, [20--].
Disponível em: http://intra.serpro.gov.br/tema/artigos-opinioes/quem-precisa-de-equidade. Acesso em: 22 jun. 2022.
XXI
[...] Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica
compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões redu-
cionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual (cognitiva) ou a dimensão afetiva. Significa, ainda,
assumir uma visão plural, singular e integral da criança, do adolescente, do jovem e do adulto – con-
siderando-os como sujeitos de aprendizagem – e promover uma educação voltada ao seu acolhimento,
reconhecimento e desenvolvimento pleno, nas suas singularidades e diversidades. [...]
Espera-se de todos os envolvidos no processo educacional a busca por garantir uma educação integral aos estu-
dantes e a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. A chamada educação integral é a que leva em
conta a educação em variados aspectos (disciplinar, cognitiva, emocional, tecnológica, ecológica etc.).
Em síntese, uma educação integral precisa se amparar em algumas premissas:
• Eleger o estudante como foco central e protagonista de seus processos de ensino e aprendizagem.
• Respeitar a diversidade e a singularidade do estudante no que tange ao sexo, à etnia, à identidade de gênero, à
orientação sexual, à religião ou à deficiência, por exemplo.
• Incentivar a participação reflexiva, ativa, propositiva e colaborativa dos estudantes no cotidiano de suas escolas e
na relação com seus pares.
1
“[...] Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pela presidente Dilma Rousseff em 2014. No PNE, a
Base está representada em quatro estratégias das 20 metas do Plano. São elas: a estratégia 1.9 da meta 1; a estratégia 2.1 da meta 2; a estratégia
3.2 da meta 3; e a estratégia 7.1 da meta 7.” (PRINCÍPIOS que nortearam a Base Curricular estão na Constituição. Correio Braziliense, Brasília,
DF, 22 fev. 2016. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2016/02/22/interna-
educacaobasica-2019,518886/principios-que-nortearam-a-base-curricular-estao-na-constituicao.shtml. Acesso em: 11 fev. 2020.)
2
Conceituamos bullying, de acordo com especialistas, como caracterizado por três aspectos principais. O primeiro deles é o comportamento
agressivo e negativo, praticado por um ou mais agressores contra uma vítima. Esse comportamento pode ser: a ridicularização da vítima,
tomando-se por base aspectos físicos, modo de se vestir, características da personalidade etc.; a intimidação ou até a agressão física. O
segundo aspecto necessário para caracterizar bullying é a repetição das agressões, seja dentro do espaço escolar, seja em outros lugares de
convívio do grupo ou mesmo em meios digitais, como e-mails e redes sociais. O terceiro aspecto é o comportamento agressivo e negativo
que se estabelece dentro de uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes, decorrente da força física, do prestígio, da popularidade,
do poder aquisitivo do agressor, entre outros exemplos.
XXII
[...] processo de entendimento e manejo das emoções, com empatia e pela tomada de decisão
responsável. Para que isso ocorra, é fundamental a promoção da educação socioemocional nas mais
diferentes situações, dentro e fora da escola [...].
Existem diferentes estudos e práticas internacionais e nacionais voltadas ao trabalho com com-
petências socioemocionais (por exemplo: OCDE, Casel, Wida, Center for Curriculum Redesign, MEC).
Além do estudo e disseminação do conhecimento, diferentes avaliações de grande escala contemplam
as competências socioemocionais, como o PISA (Programme for International Student Assessment) e
o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio).
(BRASIL, [20--]a).
XXIII
As habilidades, por sua vez, dizem respeito às aprendizagens essenciais esperadas para cada área, componente
curricular e ano. São sempre iniciadas por um verbo que, segundo o texto da BNCC, explicita o processo cognitivo
envolvido. Exemplo de habilidade do 6o ano em História:
3
Na coleção, existe um trabalho com as habilidades socioemocionais tanto no texto central como nas atividades. No Manual do Professor
assinalamos situações que podem servir de suporte para o trabalho com as habilidades socioemocionais. Tanto no Livro do Estudante
quanto no Manual do Professor o trabalho com as habilidades socioemocionais está sinalizado com este ícone:
4
Como preconiza a BNCC: “No novo cenário mundial, reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, comunicar-se, ser criativo,
analítico-crítico, participativo, aberto ao novo, colaborativo, resiliente, produtivo e responsável requer muito mais do que o acúmulo de
informações” (BRASIL, 2018, p. 14).
XXIV
[...] A criança nessa fase tem maior interação nos espaços públicos, entre os quais se destaca a escola.
Esse é, pois, um período em que se deve intensificar a aprendizagem das normas da conduta social, com
ênfase no desenvolvimento de habilidades que facilitem os processos de ensino e de aprendizagem.
Mas é também durante a etapa da escolarização obrigatória que os alunos entram na puberdade
e se tornam adolescentes. Eles passam por grandes transformações biológicas, psicológicas, sociais e
emocionais. Os adolescentes nesse estágio da vida modificam as relações sociais e os laços afetivos,
intensificando suas relações com os pares de idade e as aprendizagens referentes aos papéis sexuais e
às relações de gênero, iniciando o processo de ruptura com a infância na tentativa de construir valores
próprios. Ampliam-se as suas possibilidades intelectuais, o que resulta na capacidade de realização de
raciocínios mais abstratos. Os alunos se tornam crescentemente capazes de ver as coisas a partir do
ponto de vista dos outros, superando, dessa maneira, o egocentrismo próprio da infância. Essa capaci-
dade de descentração é importante na construção da autonomia e na aquisição de valores morais e éticos.
(BRASIL, 2009, p. 17).
As mudanças próprias dessa fase da vida implicam a compreensão do adolescente como sujeito
em desenvolvimento, com singularidades e formações identitárias e culturais próprias, que deman-
dam práticas escolares diferenciadas, capazes de contemplar suas necessidades e diferentes modos
de inserção social. Conforme reconhecem as DCN, é frequente, nessa etapa,
observar forte adesão aos padrões de comportamento dos jovens da mesma idade, o que é evidenciado pela
forma de se vestir e também pela linguagem utilizada por eles. Isso requer dos educadores maior disposição para
entender e dialogar com as formas próprias de expressão das culturas juvenis, cujos traços são mais visíveis,
sobretudo, nas áreas urbanas mais densamente povoadas (BRASIL, 2010).
(BRASIL, 2018, p. 60).
– Acolhimento e inclusão
O desafio com que nos deparamos no século XXI é o de criar novos modos de nos relacionar de maneira mais
integrada, rompendo com os binarismos: não mais intelecto versus corpo, razão versus afetividade. Mas sim: intelecto e
corpo, razão e afetividade. Acolhimento, e não mais exclusão. Sobretudo dos grupos historicamente esquecidos: negros,
indígenas, periféricos, imigrantes, população LGBTQIA+; buscando sempre a equidade.
São distintos os horizontes de futuro para um rapaz negro, morador da favela e/ou comunidades, e para um jovem
branco, mesmo que viva em bairro periférico. As impossibilidades de emprego, o medo constante, até mesmo de não
saber se conseguirá voltar para sua moradia com vida, fazem parte do cotidiano de jovens negros. Algo similar ocorre
com as jovens negras e brancas, muitas vezes vítimas de violências inúmeras, mas que temem, antes, a violência sexual,
expressão de poder numa sociedade de tradição patriarcal, como a brasileira.
A Pesquisa Nacional sobre Estudantes LGBT e Ambiente Escolar em 2016 revelou que 73% dos estudantes identifi-
cados como lésbicas, gays, bissexuais ou transexuais disseram já ter sofrido, na escola, alguma agressão verbal por causa
de sua orientação sexual (BRASIL, [20--]b). E o número desses jovens que cometem suicídio chega a ser até três vezes
maior do que o de adolescentes e jovens que se identificam como heterossexuais.
Por isso, trabalhar e acolhê-los vai muito além de usar uma linguagem característica ou gíria dos dias de hoje. A escola
precisa dar espaço para manifestações artísticas, produções culturais, intervenções urbanas e práticas próprias das culturas
juvenis. Pensar atividades que permitam expor problemáticas, pensar soluções, diversificar o modo de apresentação de
trabalhos, promover conversas que tenham significado para a vida de adolescentes e jovens, trazer para falar pessoas
que possam ser referências positivas para suas vidas, entre outros.5
5
As habilidades de Língua Portuguesa, presentes na BNCC (em EF69LP46), apontam algumas sugestões pedagógicas mais atrativas aos jovens
e adolescentes, muitas também presentes neste Manual do Professor: “Participar de práticas de compartilhamento de leitura/recepção de
obras literárias/manifestações artísticas, como rodas de leitura, clubes de leitura, eventos de contação de histórias, de leituras dramáticas, de
apresentações teatrais, musicais e de filmes, cineclubes, festivais de vídeo, saraus, slams, canais de booktubers, redes sociais temáticas (de leitores,
de cinéfilos, de música etc.), dentre outros, tecendo, quando possível, comentários de ordem estética e afetiva e justificando suas apreciações,
escrevendo comentários e resenhas para jornais, blogs e redes sociais e utilizando formas de expressão das culturas juvenis, tais como, vlogs e
podcasts culturais (literatura, cinema, teatro, música), playlists comentadas, fanfics, fanzines, e-zines, fanvídeos, fanclipes, posts em fanpages,
trailer honesto, vídeo-minuto, dentre outras possibilidades de práticas de apreciação e de manifestação da cultura de fãs” (BRASIL, 2018, p. 157).
XXV
PENSAMENTO COMPUTACIONAL
O pensamento computacional tem muitos princípios, mas quatro são fundamentais e podem ser aplicados ao longo do Ensino
Fundamental – Anos Finais de maneira gradual. Eles poderão, caso a caso, ser utilizados juntos ou apenas um ou outro,
dependendo do tipo de problema em questão:
• Decomposição: relacionada à capacidade de, com a identificação de um problema, dividi-lo em diversas partes menores
para resolver cada uma delas. Ao tornar o problema menor, trabalhando com uma parte por vez, a resolução é facilitada, pois as
partes menores terão menos complexidade que o problema como um todo. Além disso, quando é possível fazer essa subdivisão,
pode-se entender melhor a visão do todo. Por exemplo, vamos pensar em uma situação do dia a dia, como uma sala de aula
com a qual estamos tendo dificuldades. Ao fazer essa decomposição dos problemas, pode-se chegar, por exemplo, a algumas
situações que deixam a sala de aula em situação crítica, como: muitos estudantes com desemprego familiar; bullying na turma;
falta de professor na aula anterior (o que os deixa agitados); estudantes em etapas diferentes de aprendizagem; turma muito
numerosa; metodologia utilizada não atrativa etc.
• Reconhecimento de padrões: relacionado à capacidade de reconhecer características que se repetem ou tendem a se
repetir no problema. Ao reconhecer os padrões, fica mais fácil entender por que acontecem e, em consequência, as soluções que
poderão ser apresentadas utilizando criatividade e inovação, partes do pensamento computacional. Ao dominar a capacidade
de reconhecer padrões, os estudantes poderão facilmente apontar situações similares em problemas distintos, sendo aptos
para empregar a solução de um problema já solucionado e assim resolver problemas semelhantes. Continuando no exemplo
da sala de aula, pode-se chegar à conclusão de que os problemas da turma são semelhantes aos de outras classes da escola,
ou seja, seguem um mesmo padrão. É possível concluir também que algumas questões são comuns e outras diferentes.
Ou, ao constatar um problema semelhante ao observado em outro local, tentar aplicar a mesma solução. Por exemplo: se uma
escola “X” conseguiu diminuir ocorrências de bullying promovendo um trabalho pontual com os estudantes, que inclui rodas de
conversa, dramatização sobre a violência etc., pode-se aplicar a mesma estratégia na escola “Y”.
• Abstração: relacionada ao foco em processos importantes para a resolução dos problemas, sem necessariamente pensar
nos detalhes. Com essa capacidade, os estudantes aprenderão a filtrar e classificar mais rapidamente os dados que têm à
disposição, deixando em segundo plano o que, no momento, não tem muita importância para a solução do problema. No caso
do nosso exemplo: por meio da “decomposição”, o professor constatou que existem vários problemas a serem enfrentados. Mas
não dá conta de tudo sozinho e de uma vez só. Em um processo de abstração, o professor chega à conclusão de que, embora
todos os problemas sejam importantes, impedir que o estudante sofra violência é prioritário. Nesses casos, ele pode acolher os
estudantes vulneráveis, conversar com a turma e compartilhar os demais problemas com a coordenação, a fim de se chegar a
um resultado que atenda às necessidades de todos os envolvidos.
• Pensamento algorítmico: relacionado à capacidade de elaborar estratégias ou planos com instruções que ajudarão a
solucionar o problema ou alcançar determinado objetivo. Seguindo nosso exemplo, vamos pensar que a escola conseguiu
mudar completamente a realidade daquela turma e, por isso, resolveu criar um manual com instruções e etapas bem claras
para auxiliar outras escolas ou turmas a solucionar problemas semelhantes. Outros exemplos de algoritmos são as receitas, os
manuais de funcionamento de um eletrodoméstico etc.
XXVI
1
A busca é enviada ao servidor web
Você faz uma busca do buscador on-line.
60
55 30
5
25 5
50 20 10
10
15
45 15
40 20
35 25
30
2
Sua solicitação é enviada
aos servidores de índice
(ou servidores de indexação).
A solicitação então “viaja” até os
3 servidores de dados que contêm
as informações solicitadas.
Os servidores de índice apontam
em quais servidores de dados estão
as páginas com os conteúdos que
As páginas são ordenadas contêm as expressões de sua busca.
por um algoritmo que usa
milhares de variáveis.
Elaborado com base em: HISTÓRIA SOBRE OS SITES DE BUSCA. História do site de busca Google. [S. l.], [20--]. Disponível em:
https://sites.google.com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-principais-sites-de-busca/Historia-do-site-de-busca-google.
Acesso em: 13 jun. 2022.
XXVII
Acendeu?
Retirar a lâmpada F V
FIM Colocar lâmpada nova Subir na escada
queimada
Elaborado com base em: CAMPELLO, Ricardo J. G. B. Introdução à ciência da computação: algoritmos. [S. l.], [20--].
Disponível em: http://wiki.icmc.usp.br/images/a/ab/Algoritmos_SCC0120.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Portanto, o estudante precisa compreender o imenso poder das grandes empresas de tecnologia que dominam o
mercado (também conhecidas como big techs), bem como a capacidade que elas têm de controlar ou influenciar diversos
aspectos da vida das sociedades em geral. Assim, além de aprender a usar e produzir tecnologia (programação, vídeos,
podcasts, sites), o estudante também precisa conhecer os riscos da internet, como a exposição excessiva, o ciberbullying,
a deep web, os perigos de sites de pornografia infantil, entre outros.
XXVIII
XXIX
6
Os PCNs de História trazem uma elucidativa definição do saber histórico escolar: “No espaço escolar, o conhecimento é uma reelaboração
de muitos saberes, constituindo o que se chama de saber histórico escolar. Esse saber é proveniente do diálogo entre muitos interlocutores
e muitas fontes e é permanentemente reconstruído a partir de objetivos sociais, didáticos e pedagógicos. Dele fazem parte as tradições de
ensino da área; as vivências sociais de professores e alunos; as representações do que e como estudar; as produções escolares de docentes e
discentes; o conhecimento, fruto das pesquisas dos historiadores, educadores e especialistas das Ciências Humanas; as formas e conteúdos
provenientes dos mais diferentes materiais utilizados; as informações organizadas nos manuais e as informações difundidas pelos meios de
comunicação” (BRASIL, 1998, p. 38-39).
XXX
XXXI
[...] Assim, para o ensino de História, mais do que para qualquer outra disciplina ensinada
na escola básica, é necessário considerar os “diferentes discursos”, os diferentes conteúdos que
circulam na sala de aula. Para além do conhecimento veiculado no livro didático, na fala do pro-
fessor, na tradição oral e nos meios de comunicação de massa, é possível reconhecer, também, o
conhecimento elaborado pelo aprendiz. E mais: como estabelece a teoria da aprendizagem signi-
ficativa de Ausubel e colaboradores, pode-se facilitar o processo de aprendizagem ao organizar-se
o ensino – de História – a partir do conhecimento prévio manifesto pelos estudantes.
O que o aluno já sabe, o conhecimento prévio (conceitos, proposições, princípios, fatos, ideias,
imagens, símbolos), é fundamental para a teoria da aprendizagem significativa, uma vez que
constitui-se como determinante do processo de aprendizagem [...].
7
Presentes na segunda dupla da abertura das unidades.
8
Exemplos: 6o ano = abertura do capítulo 4; capítulo 8, na discussão sobre monarquia e sobre o cristianismo em Roma; 7o ano = na abertura
da unidade 1 e nos estudos sobre feudalismo; 9o ano = abertura da unidade 4.
XXXII
Estudantes da Escola Família Agrícola Antônia Estudantes da etnia kalapalo, da aldeia Aiha,
Suzete de Olivindo Silva realizando uma atividade na apresentam desenho que representa a aldeia em
aula de educação ambiental, em Tianguá (CE), 2018. que vivem, em Querência (MT), 2018.
9
John Dewey escreveu inúmeras obras em que defendeu o aprendizado por meio da realização de tarefas manuais e criativas associadas
aos conteúdos ensinados. Por isso, é considerado um dos precursores da renovação educacional.
10
“Para Dewey só se poderia preparar a criança para a vida social se ela mesma se formasse em um ambiente de intercâmbio e de
cooperação, aprendendo e compartilhando seus conhecimentos. Para tanto, se procurou superar a separação entre conhecimento teórico
e atividade prática, levando a que o conhecimento escolar e a vida social estivessem articulados na elaboração dos problemas a partir dos
quais a escola deveria planejar a seleção de conteúdos a serem ensinados, bem como definir as atividades didáticas a serem desenvolvidas
em cooperação, pelos adultos e pelas crianças. Em resumo, ele propugnava o uso criativo da cultura dos indivíduos com o empenho por
encontrar respostas racionais –poderíamos dizer de caráter científico –, alcançando, progressivamente, o aprendizado a respeito de seus
próprios poderes e propósitos em relação e interação com a vida social.” (XAVIER; PINHEIRO, 2016. p. 181).
XXXIII
BENTINHO
“As metodologias ativas envolvem e engajam os educandos, individual ou colaborativamente, no
desenvolvimento de projetos e/ou atividades práticas de aprendizagem” (FILATRO; CAVALCANTI, 2018).*
ESTUDANTES
Estão no centro do processo.
PROTAGONISMO COLABORAÇÃO
DO ESTUDANTE Estudantes aprendem conteúdos
Estudantes participam e desenvolvem habilidades na
efetivamente da construção interação com o outro, seja com a
do processo de aprendizagem. professora, ou o professor, seja
com seus pares.
PROCESSOS INDUTIVOS
Baseiam-se na investigação e na criação de hipóteses para depois haver o desenvolvimento da teoria.
PROFESSORA OU
PROFESSOR
Tem papel de orientador
e mediador de caminhos
e experiências de
aprendizagem.
Elaborado com base em: BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/
wp-content/uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
* FILATRO, Andrea; CAVALCANTI, Carolina Costa. Metodologias inovativas na educação presencial, a distância e corporativa.
São Paulo: Saraiva Educação, 2018 apud LUCIANO, Patrícia Turazzi et al. Aplicação de metodologias ativas no ensino síncrono
por meio da abordagem do Design Thinking. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 7., 2020, [s. l.]. Anais eletrônicos
[...]. 2020. Não paginado. Disponível em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA_
ID8379_23112021155855.pdf. Acesso em: 24 jun. 2022.
XXXIV
ESTÚDIO DIAGRAMI
ANTES DA AULA
1. Organizar os conteúdos a serem
trabalhados previamente e disponibilizar em um
ambiente virtual, possibilitando ao educando
liberdade de tempo e de acesso. Esses conteúdos
podem ser em forma de videoaulas, slides, textos,
resumos, mapas conceituais, entre outros.
2. A disponibilização dos conteúdos pode ser feita
por aplicativos de mensagens instantâneas, redes
sociais ou outros. Nessa fase, o estudante tem a
oportunidade de assistir aos vídeos
inúmeras vezes, transcrevendo
suas dúvidas para serem
sanadas em sala de aula.
DURANTE A AULA
3. Em sala de aula, haverá a discussão
das percepções dos vídeos. O professor será o
mediador que esclarecerá as dúvidas expostas. Após
esse momento, será proposta a atividade do dia,
podendo se efetivar como uma atividade de pesquisa,
solução de problemas ou testes.
4. Na etapa de desenvolvimento das atividades,
o professor poderá circular na sala, propor debates
e sanar as dúvidas, permitindo, assim, um
espaço conjunto de exploração
de ideias.
DEPOIS DA AULA
Depois da aula, há um processo
de avaliação do tópico estudado,
revisão do conteúdo e definição
do novo tema de trabalho.
Benefícios da
sala de aula invertida
• Incentiva a construção do conhecimento.
• Fomenta a autonomia do estudante.
• Contribui para desenvolver habilidades socioemocionais e
cognitivas, como organização, colaboração e automotivação.
Elaborado com base em: PANTOJA, Ana Maria Silva; LIMA, Maria Francisca Morais de. Proposta de ensino: sala de aula
invertida – uma metodologia ativa de aprendizagem. Manaus: Instituto Federal do Amazonas, [2019].
Disponível em: http://repositorio.ifam.edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20
aula%20invertida%20uma%20metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
XXXV
ALEX SILVA
APRENDIZAGEM POR PARES OU GRUPOS (PEER INSTRUCTION)
Principais
Crítica
e revisão
conhecimentos
e habilidades
para o século Originalidade
1 Professor expõe um conceito específ ico
e organiza as duplas (ou os grupos).
Importante: as duplas (ou grupos) não devem
XXI
ser unidas aleatoriamente, mas sim considerando
que os estudantes agrupados tenham
Voz do
habilidades/conhecimentos complementares para
estudante Ref lexão que ensinem uns aos outros. Aquele que explica se
beneficia tanto quanto o que recebe a explicação,
já que a repetição e a prática garantem
o aprendizado no longo prazo.
2
• Defina um problema central. plaquinhas, mãos
Formam-se
• Formule uma questão orientadora. levantadas, quiz etc.
duplas ou grupos.
• Planeje atividades a serem desenvolvidas.
• Elabore um cronograma.
Desenvolvimento
até 30% de acertos: o professor revisa
• Incentive os estudantes.
o conteúdo.
• Envolva a turma durante o processo.
• Mantenha o diálogo.
• Estimule que os estudantes façam pesquisas.
4 Professor
avalia as
respostas, e
entre 30% e 70% de acertos: o professor
incentiva uma nova rodada de discussão
Monitoramento e avaliação se houver... entre as duplas ou os grupos.
• Acompanhe e registre o desenvolvimento dos estudantes.
mais de 70% de acertos: o professor explana
• Observe a motivação e o interesse pelas atividades.
o conteúdo e passa para a próxima questão.
• Veja se as atividades contribuem para a construção de conhecimentos.
• Avalie a necessidade de fazer ajustes no projeto.
Encerramento Elaborado com base em: CHICON, Patricia Mariotto
• Reflita com os estudantes sobre as aprendizagens adquiridas. Mozzaquatro; QUARESMA, Cindia Rosa Toniazzo; GARCÊS,
• Avalie se os objetivos foram atingidos. Solange Beatriz Billig. Aplicação do método de ensino
• Divulgue os resultados objetivos.
Peer Instruction para o ensino de lógica de programação
Elaborado com base em: MÃO na massa. Aprendizagem com acadêmicos do curso de Ciência da Computação. In:
baseada em projetos. Porvir. São Paulo, [20--]. Disponível em: SEMINÁRIO NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL, 5., 2018, Passo
https://maonamassa.porvir.org/aprendizagem-baseada-em- Fundo. Anais [...]. Passo Fundo: UPF, 2018. Disponível em:
projetos. Acesso em: 15 jun. 2022. https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos-
completos/179081.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Benefícios da aprendizagem por projetos
Benefícios da aprendizagem por pares ou grupos
• Torna o ensino mais agradável e gratificante para os
estudantes. • Duplas ou grupos com habilidades e conhecimentos dife-
rentes se complementam, de modo a contribuírem uns
• Melhora a aprendizagem.
com os outros.
• Constrói habilidades para a vida.
• Ao auxiliar um colega que apresente dificuldade, o estu-
• Ajuda a alcançar metas do currículo. dante desenvolve a comunicação e a autoconfiança,
• Oferece oportunidades para o estudantes usarem consolidando o próprio aprendizado por meio da prática.
tecnologias. • O trabalho em conjunto favorece a ampliação do senso
• Conecta os estudantes com a comunidade e com o crítico, melhora as relações interpessoais e fomenta a
mundo. cooperação entre os colegas.
XXXVI
ALEX SILVA
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS
A aprendizagem baseada em
problemas é representada
no Brasil pela sigla ABP, mas
também é comumente
conhecida como PBL
(Problem Based Learning).
A ABP (ou PBL) é uma
abordagem pedagógica na
qual os estudantes iniciam
sua atividade com base em
um problema, que pode ser
real ou uma situação
simulada, de qualquer área
do conhecimento, desde que
atenda aos objetivos da
aprendizagem do curso ou
da disciplina.
1 Oproblema,
professor seleciona um
caso, cenário ou situação
2 Para que os estudantes consigam
solucionar o problema elencado,
com base nas necessidades do o professor pode indicar as fontes ou
conteúdo trabalhado. os autores de base para a investigação.
3 Os estudantes, individualmente ou em
grupo, realizam pesquisas ou coleta
4 Odeprofessor deve indicar a forma
apresentação da resolução
de informações sobre o problema. do problema.
Elaborado com base em: FERREIRA, Tatiane Carvalho; OTA, Marcos Andrei; ARAUJO JÚNIOR, Carlos Fernando de.
Framework para o planejamento de aulas ativas nos espaços de aprendizagem online e presencial.
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v. 7, n. 1, p. 2969-2979, jan. 2021. Disponível em:
https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/22857. Acesso em: 15 jun. 2022.
XXXVII
[...] é importante o desenvolvimento da percepção de que a história de vida não é algo puramente indi-
vidual, mas que nossas vivências estão entrelaçadas na vida de outras pessoas, que somos influenciados
pelos discursos circulantes na sociedade. Os alunos precisam perceber como sua vida está relacionada à
dos pais, dos avós, dos colegas, por exemplo. Ao incentivá-los a partilhar suas vivências, os professores
contribuem para promover uma aproximação do conceito de alteridade, o interesse pelo “outro”, ou seja,
favorecem uma espécie de descentramento. Desse modo, constrói-se a ideia de que a história não é feita
exclusivamente pelos chamados “grandes homens”, ela deixa de ser apenas “a história dos outros”.
11
Ver página 354 da BNCC (BRASIL, 2018).
12
A seção Enquanto isso... situa-se em quase todos os capítulos antes da seção Esquema-resumo.
13
Esse trabalho se encontra em algumas atividades, seções e boxes da coleção, especialmente nos fechamentos das unidades.
XXXVIII
A história não emerge como um dado ou um acidente que tudo explica: ela é a correlação de
forças, de enfrentamentos e da batalha para a produção de sentidos e significados, que são constan-
temente reinterpretados por diferentes grupos sociais e suas demandas [...].
XXXIX
[...] status econômico de classe média, com constelação familiar, crianças praticando atividade
de lazer, em interação com crianças de outras [...] etnias, com nome próprio, sem aspecto caricatural,
frequentando escola, adultos negros exercendo funções e papéis diversificados, descritos como cida-
dãos, interagindo com pessoas de outras etnias sem subalternalidade etc.
19
Poucos docentes formados antes de 2005 tiveram nos seus currículos disciplinas que abordassem as sociedades africanas ou as orientais,
por exemplo. Com exceção da história da África (implantada como temática por força da lei), boa parte dos cursos de História das
universidades brasileiras ainda não contempla culturas como a chinesa ou a indiana, entre tantas outras, e o foco da formação continua
bastante voltado para a história europeia.
20
A lei no 12.232, de 29 de abril de 2010 (BRASIL, 2010), por exemplo, estabelece que toda publicidade governamental deve ter a
representação de afrodescendentes.
XL
O ser índio e o viver índio, no Brasil, não são constantes históricas de um passado pré-colombiano.
[...] [os povos indígenas] constituem pluralidades culturais variadas, determinadas por tempos de lutas
e derrotas, por extinções e sobrevivências, condicionadas pelo presente que se constrói em meio a
uma complexidade sociopolítica que deixa pouco espaço de manobra e opção existencial para eles. [...]
A nova Constituição brasileira definiu o índio como parte essencial da nação brasileira, cidadão com
direitos plenos, povos específicos com direitos legitimados pela sua historicidade, coletividades com
formas próprias de conduta social e cultural. O Estado lhes garante sua proteção contra seus inimigos,
os usurpadores de terras, os esbulhadores de suas riquezas, as doenças e o preconceito ainda existente.
XLI
2 Metodologia da coleção
O componente curricular História aborda as experiências sociais, culturais, tecnológicas, políticas e econômicas da
humanidade. Contudo, não se destina a um acúmulo de erudição ou mera especulação sobre o passado, pois são o
conhecimento e a reflexão sobre esses processos que contribuirão para a formação de pessoas com habilidades de ler a
realidade e promover transformações, tanto no seu entorno como em âmbito global.
O desenvolvimento dessas habilidades e competências está atrelado ao reconhecimento dos estudantes como sujeitos
históricos, indivíduos que se relacionam com outras pessoas e grupos, capazes de interferir no mundo e modificá-lo a
fim de torná-lo mais justo e solidário. Para alcançar esse objetivo, é preciso criar estratégias pedagógicas e historiográficas
capazes de levá-los a dar significado à herança material e imaterial construída pelos seres humanos ao longo do tempo,
assim como identificar as mudanças, rupturas e permanências nos espaços onde vivem.
XLII
As unidades conceituais
Com base em níveis variados de exigência, das operações mais simples às mais elaboradas,
os alunos devem ser instigados a aprender a contextualizar. Saber localizar momentos e lugares
específicos de um evento, de um discurso ou de um registro das atividades humanas é tarefa fun-
damental para evitar atribuição de sentidos e significados não condizentes com uma determinada
época, grupo social, comunidade ou território. Portanto, os estudantes devem identificar, em um
contexto, o momento em que uma circunstância histórica é analisada e as condições específicas
daquele momento, inserindo o evento em um quadro mais amplo de referências sociais, culturais e
econômicas.
Fazer conexões
A ideia de contextualização significa fazer conexões. Assim, a vida do estudante, seu entorno e o mundo em que vive
são o ponto de partida para a contextualização. A escolha das abordagens da obra, os conceitos a serem trabalhados,
bem como a valorização do conhecimento prévio do estudante, são pontos de destaque dessa contextualização. Os
contextos reais, tomados como base para a elaboração dos capítulos21 e das seções, são analisados na sua complexidade,
procurando-se expressar as múltiplas faces da realidade.22
21
Exemplos: 6o ano = capítulo 5, onde são encontradas várias conexões que ligam presente e passado; e 7o ano = capítulo 2, cuja abertura
relaciona os atuais livros digitais com os livros escritos à mão.
22
Sobre o conceito de complexidade ver Paviani (2014, p. 47-48).
XLIII
é preciso que o ato de pesquisar seja compreendido também como uma aprendizagem a ser
desenvolvida. Isso demanda, dos professores, investimento e planejamento de situações de apren-
dizagem que fomentem nos estudantes o desenvolvimento, entre muitas outras, das habilidades de:
• localizar;
• selecionar e compartilhar informações;
• ler, compreender e interpretar textos com maior grau de complexidade;
• consultar, de forma crítica, fontes de informação diferentes e confiáveis;
• formar e defender opiniões;
• argumentar de forma respeitosa;
23
Exemplos: 6o ano = combate a todo tipo de violência: atividades do capítulo 3 e fechamento da unidade 1; pluralidade de ideias: estudo
e atividades sobre povoamento da América do capítulo 2; valorização da democracia: diversas atividades da unidade 3; literacia digital: na
seção Como se faz..., item Podcast; e 7o ano = pluralidade de ideias: na seção Vamos falar sobre..., do capítulo 3; combate a todo tipo
de violência + saúde mental dos estudantes: no fechamento da unidade 3; cultura da paz e contra o preconceito: atividades do capítulo 7,
sobre a escravização dos africanos.
XLIV
(BRASIL, [20--]c).
Na seção Pesquisa & Ação, abordamos, de modo acessível à faixa etária, algumas práticas de pesquisa. Ao mesmo
tempo que apreende como proceder, o estudante se debruça sobre temas ligados à sua comunidade, à realidade do
planeta ou ao seu papel de indivíduo na sociedade, como recomendam os Temas Contemporâneos Transversais
(TCTs). São, portanto, atividades que visam desenvolver o espírito investigativo e autoral do estudante.
A revisão bibliográfica é um
levantamento prévio de re-
ferências bibliográficas para
identificar o estado da arte • Promove revisões de publicações científicas em periódicos,
Revisão bibliográfica do tema a ser investigado, livros, anais de congressos etc.
(estado da arte) ou seja, se há pesquisas se-
melhantes ou complementa- • Não realiza coleta de dados em campo.
res que possam contribuir
para o avanço da pesquisa a
ser realizada.
24
As práticas de pesquisa presentes na coleção são: 6o ano = capítulo 7: observação, tomada de nota e construção de relatórios; 7o ano =
capítulo 2: entrevistas; capítulo 3: estudo de recepção (de obras de arte e de produtos da indústria cultural); 8o ano = capítulo 2: análise de
mídias sociais (análise das métricas das mídias e princípios de análise de discurso multimodal); capítulo 9: construção e uso de questionários;
e 9o ano = capítulo 1: revisão bibliográfica (estado da arte); capítulo 9: análise documental (princípios de análise de discurso).
XLV
Trata-se de uma estratégia • Algumas métricas das mídias sociais são de engajamento,
Análise de mídias de estudo das mídias sociais rankings, demografias, fontes de tráfego, sites de referência,
sociais (análise das por meio de formas de men- curtidas, fanpages, posts, seguidores, mapeamento de influen-
métricas das mídias e suração (métricas) do de- ciadores, entre outros25.
princípios de análise de sempenho de um site, uma
publicação, um aplicativo, • O objetivo das métricas é aferir o desempenho das estraté-
discurso multimodal) gias de comunicação das mídias sociais.
das redes sociais etc.
25
A respeito das métricas das mídias sociais, sugerimos a leitura do artigo de Liotti (2017).
XLVI
E FELIPE CITRO)
Os estudantes envolvidos com a direção e o
roteiro devem aproveitar esse momento para
fazer os ajustes necessários.
A troca de opiniões e as sugestões de todos Espetáculo Quem roubou o branco
2O passo Distribuição de funções do mundo?, de Luciano Luppi,
são importantes nesta etapa de montagem encenado pelo Projeto Identidade,
Depois de estabelecer um objetivo a ser alcançado com a dramatização, é preciso da dramatização, e o ambiente dos ensaios e da grupo de teatro da Escola Municipal
definir que função cada integrante do grupo desempenhará de acordo com suas apresentação deve ser calmo e organizado. de Teatro de Três Lagoas (MG), 2013.
habilidades (diretor, roteirista, ator, cenógrafo) e o tipo de texto que servirá de base
para a apresentação. O texto pode ser: 6O passo Encenação
• previamente elaborado; nesse caso, ele pode sofrer cortes ou acréscimos;
Antes da encenação, é importante que você e os colegas fiquem tranquilos e tenham clareza de
• um texto dramático criado pelos estudantes com base em conteúdos já estudados; que se trata de teatro amador, ou seja, todos estão aprendendo e, nesse processo, é natural que
• uma adaptação de texto narrativo transformado em texto dramático. cometam algumas falhas. Após a exibição, organizem uma roda de conversa para ouvir sugestões
e críticas do público. O grupo pode avaliar se os resultados alcançados estão de acordo com o
objetivo inicial do trabalho e falar sobre a experiência de representar as personagens.
250 251
capazes de facilitar a compreensão da relação tempo e espaço e das relações sociais que os
geraram. Os registros e vestígios das mais diversas naturezas (mobiliário, instrumentos de trabalho,
música etc.) deixados pelos indivíduos carregam em si mesmos a experiência humana, as formas
específicas de produção, consumo e circulação, tanto de objetos quanto de saberes. Nessa dimensão,
o objeto histórico transforma-se em exercício, em laboratório da memória voltado para a produção
de um saber próprio da história.
26
No volume 6, a seção Como se faz... abrange dez atividades procedimentais.
XLVII
27
Exemplos: 6o ano = capítulo 2: na atividade sobre pinturas rupestres; capítulo 7: na análise de vestígios históricos gregos; 7o ano = capítulo
1, no trecho da Carta Magna.
28
Exemplos: 6o ano = final do capítulo 7: atividade de leitura de mapas e texto contemporâneo sobre a Antiguidade Clássica e novas
possíveis abordagens; 7o ano = final do capítulo 4, no trecho extraído do livro de Ricardo da Costa.
29
Exemplos: 6o ano = fechamento da unidade 3; 7o ano = fechamento da unidade 1.
30
O site brasileiro da associação civil sem fins lucrativos Safernet ([2005]), criada para promover a defesa dos Direitos Humanos na internet,
tem uma série de orientações e relatos sobre situações que envolvem imagens de crianças e adolescentes na rede mundial.
XLVIII
31
A forma como esse trabalho conceitual está desenvolvido não se confunde com a perspectiva da história temática, uma vez que esta,
em geral, busca criar relações entre várias temporalidades em um mesmo momento ou análise (no caso do livro didático, quase sempre no
capítulo). Em vez disso, esta coleção mantém a cronologia e a perspectiva integrada (que permeia a história de várias regiões do planeta),
inserindo, nessa relação, a reflexão de alguns conceitos centrais das Ciências Humanas, que são caros ao nosso presente.
XLIX
[...] no cotidiano escolar, as provas são as atividades de avaliação mais comuns, sob a justificativa de
que os estudantes precisam ser preparados para enfrentar o mundo, do qual as provas fazem parte. [...]
Os estudantes se deparam, em suas vidas presentes, com desafios diferentes [...]
Os desafios enfrentados por nós, nas diferentes esferas da vida (cotidiana, escolar, mundo do
trabalho etc.), exigem a mobilização de diferentes conhecimentos. Por isso, os processos de avaliação
da aprendizagem também podem e devem se orientar pela lógica de atenção à natureza dos conteúdos
ensinados por meio de diferentes tipos de atividade.
(BRASIL, [20--]d).
32
Conforme apontado por Sousa e Ferreira (2019), a esse respeito, consultar a revista Estudos em Avaliação Educacional, São Paulo,
v. 27, n. 66, set./dez. 2016. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.br/eae/issue/view/334. Acesso em: 14 jun. 2022.
[...] a avaliação das competências não descartará uma observação qualitativa dos fatos e gestos,
palavras, raciocínios, hesitações, estratégias, decisões, caminhos do sujeito frente a um problema. [...]
Tal observação passa necessariamente por um diálogo, solicita uma parte importante de autoa-
valiação ou, pelo menos, de explicitação. Faz o aluno e o professor entrarem na complexidade e afasta
definitivamente da busca e da discriminação dos erros. Trata-se [...] de tentar compreender como se é envol-
vido, em quais momentos poder-se-ia ter considerado outras hipóteses ou adotado outros procedimentos.
Em resumo, algumas características da avaliação de competências são a observação qualitativa,
o diálogo constante entre estudante e professor ou entre pares, a autoavaliação (que trataremos a
seguir), a compreensão do erro e a análise crítica de uma prática de identificação e resolução de
problemas. [...].
EDITORIA DE ARTE
Tipos de avaliação
AVALIAÇÃO
Elaborado com base em: RAYMUNDO, Gislene Miotto Catolino. A avaliação na EaD. [Florianópolis]: IFSC, [20--]. 1.1
Discussões teóricas. Disponível em: moodle.ifsc.edu.br/mod/book/tool/print/index.php?id=324567. Acesso em: 11 jul. 2022.
LI
Na coleção, no início de cada unidade existe um boxe com questões de análise de aprendizagens prévias, pelo
qual é possível fazer uma avaliação diagnóstica de conhecimentos, interesses e habilidades da turma. Também em
cada capítulo, ao contextualizarmos dada situação ou realidade, pode ser solicitado que os estudantes explicitem seus
conhecimentos sobre o tema tratado, tendo em vista os objetivos a serem alcançados.33 Nesse momento, podem-se
registrar as conclusões iniciais de cada um, a fim de retomá-las ao final do estudo com o objetivo de que os estudantes
façam correções e complementações necessárias.
33
Exemplos: 6o ano = abertura da unidade 2: quando estudante é convidado a refletir sobre a importância das regras para a vida em
sociedade e relacionar com suas experiências prévias; na abertura da unidade 3: ao instigar o estudante a associar o tema em estudo
com as práticas da comunidade onde ele vive. 7o ano = capítulo 7: em vários momentos, quando o estudante é convidado a expor seus
conhecimentos prévios sobre mitologia grega, escravidão, cidadania e democracia.
LII
[...] o professor, assim como o aluno, deve poder “corrigir” sua ação, modificando, se necessário,
seu dispositivo pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior “varia-
bilidade didática”. A avaliação formativa implica, por parte do professor, flexibilidade e vontade de
adaptação, de ajuste. Este é sem dúvida um dos únicos indicativos capazes de fazer com que se reco-
nheça de fora uma avaliação formativa: o aumento da “variabilidade didática”. Uma avaliação que não
é seguida por uma modificação das práticas do professor tem poucas chances de ser formativa! [...]
As correções a serem feitas com o objetivo de melhorar o desempenho do aluno, e que con-
cernem, portanto, tanto à ação de ensino do professor quanto à atividade de aprendizagem do
aluno, são escolhidas em função da análise da situação, tornada possível pela avaliação formativa.
O remédio baseia-se no diagnóstico, o que permite aos atores retificar as modalidades da ação
em andamento.
A avaliação formativa, portanto, insere-se em um processo de ensino-aprendizagem. E, como vimos, esse processo
não é uniforme e depende dos conhecimentos e competências desenvolvidos anteriormente pelos estudantes.
Por isso, para Hadji (2001), o que de fato atesta a prática de uma avaliação formativa é a existência da variabilidade
didática, que decorre da obtenção de informação sobre o que e como o estudante aprende. Em outras palavras, em
um processo de avaliação formativa, obtemos informações que auxiliarão no aprendizado de diferentes estudantes.
Consequentemente, é necessário pensar em propostas diferenciadas, porque quando a variabilidade didática não acon-
tece, o processo pode ter sido presidido por uma intenção formativa, mas que não se concretizou de fato.
A seguir, apresentamos algumas propostas de avaliação contínua que podem servir como ferramenta para uma
avaliação formativa e ponto de partida para o professor. Essas propostas se baseiam nas unidades conceituais nas quais
a obra está organizada. Podem ser provas orais ou escritas, testes, seminários, produção de textos, análise de filmes,
produção de mapas, práticas de pesquisa, visitas etc.
a) Avaliação no início da unidade: busca fornecer informações sobre o nível de conhecimento dos estudantes em
relação ao conceito discutido na unidade. Sugerimos que, por meio das questões propostas na abertura, o professor
faça uma análise das aptidões, dos conhecimentos e dos interesses da turma, tendo em mente os objetivos que
pretende alcançar.
b) Avaliação no decorrer da unidade: possibilita verificar o processo de aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento
da capacidade de observar e interpretar criticamente a realidade, bem como a validade das estratégias pedagógicas
utilizadas. Pode ser feita cotidianamente, pela participação e pelo empenho da turma em trabalhos individuais ou
coletivos, orais ou escritos, em pesquisas, debates, provas etc.
c) Avaliação ao final da unidade: tem como objetivo diagnosticar a capacidade de assimilar os conhecimentos traba-
lhados ao longo da unidade e a compreensão do conceito estudado.
Muitas das atividades que constam no Livro do Estudante, assim como as atividades complementares e propostas
de avaliação que estão no Manual do Professor podem ser usadas como avaliação. Além dessas, há avaliações por
unidade de estudo de cada ano escolar, que se encontram neste manual, no tópico Avaliações do volume.
LIII
Elaborado com base em: NOGUEIRA, Danielle Xabregas Pamplona; JESUS, Girlene Ribeiro de. Avaliação: definições iniciais.
[S. l.], [20--]. Disponível em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/tipos%20e%20etapas.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
LIV
Começo a
Penso e faço pensar de Frequentemente Preciso de
Elementos do Penso de
conexões maneira preciso de alguém para me
processo de maneira
de maneira independente alguém para me ajudar o tempo
pensamento independente
independente com a ajuda de ajudar todo
outras pessoas
Elaborado com base em: VINCENT-LANCRIN, Stéphan et al. Desenvolvimento da criatividade e do pensamento crítico dos
estudantes: o que significa na escola. Tradução: Carbajal Traduções. São Paulo: Fundação Santillana, 2020. Disponível em:
https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/documentos/instituto-ayrton-senna-documento-ocde-
traduzido.pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
É fundamental apoiar-se nos resultados do processo avaliativo para discutir conquistas e dificuldades, a fim de decidir
posteriores mudanças. A respeito dessa função autorreguladora da avaliação, César Coll e Elena Martín (2009, p. 214) afirmam:
As atividades de avaliação deveriam atender mais a essa possível e desejável função autorre-
guladora por meio de uma apresentação prévia clara e explícita daquilo que se pretende avaliar, das
finalidades perseguidas e da análise posterior dos resultados obtidos. [...] Se “aprender a aprender”
implica desenvolver a capacidade de utilizar os conhecimentos adquiridos em toda sua capacidade ins-
trumental para adquirir novos conhecimentos, não há dúvida de que o desenvolvimento e a aquisição
de procedimentos de autorregulação do processo de construção de significados são um componente
essencial dessa meta educacional.
LV
ALEGRO, Regina Célia. Conhecimento prévio e aprendizagem significativa de conceitos históricos no Ensino
Médio. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Marília: 2008. Disponível
em: https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/102251/alegro_rc_dr_mar.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso
em: 12 jul. 2022.
Embora a pesquisa seja com estudantes do Ensino Médio, as reflexões sobre aprendizagem significativa e sobre conhecimentos
prévios para novas aprendizagens são pertinentes à educação como um todo.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-
-prática. Campinas: Papirus, 2012.
Diversos autores analisam práticas pedagógicas, tanto na educação básica como no ensino superior, relacionadas à aplicação
das metodologias ativas.
BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-
-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. (Série Desafios da Educação). Disponível em: https://curitiba.ifpr.edu.br/wp-content/
uploads/2020/08/Metodologias-Ativas-para-uma-Educacao-Inovadora-Bacich-e-Moran.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
Versão digital da coletânea publicada em 2012.
BERGMANN, Jonathan; SAMS, Aaron. A sala de aula invertida: uma metodologia ativa de aprendizagem. Tradução:
Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: LTC, 2016.
Os autores apresentam a metodologia da sala de aula invertida como espaço de esclarecer dúvidas, realizar atividades, trocar
conhecimentos e fixar a aprendizagem.
BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (org.). História na
sala de aula: conceitos, práticas e propostas. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2008. p. 37-48.
O capítulo escrito por Holien Gonçalves Bezerra aborda o que os professores devem selecionar e quais conceitos enfatizar na
elaboração das suas aulas de História.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
Obra cujo eixo é o programa do curso de Metodologia de Ensino de História na Faculdade de Educação da USP, acrescido de
questões relativas ao ensino de História para as séries iniciais.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou o ofício de historiador. Tradução: André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
Obra clássica da historiografia escrita pelo historiador francês Marc Bloch (1886-1944), esse livro de metodologia da História foi
publicado postumamente, em 1949, com a organização de Lucien Febvre.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da
República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022.
A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do país.
BRASIL. Lei no 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1o e 2o graus, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 ago. 1971. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l5692.htm. Acesso em: 25 jun. 2022.
Lei que, durante a ditadura civil-militar, regulou o ensino de 1o e 2o graus, atuais ensinos Fundamental e Médio.
LVI
BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 140, n. 8, p. 1,
10 jan. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 24 jun. 2022.
Lei que determinou a inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira.
BRASIL. Lei no 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei
no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo
oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, ano 145, n. 48, p. 1, 11 mar. 2008. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 24 jun. 2022.
Lei que determinou a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, da obrigatoriedade da temática cultura afro-brasileira e indígena.
BRASIL. Lei no 12.232, de 29 de abril de 2010. Dispõe sobre as normas gerais para licitação e contratação pela adminis-
tração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, ano 147, n. 81, p. 1-3, 30 abr. 2010. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12232.htm. Acesso em: 25 jun. 2022.
Lei que estabelece que toda publicidade governamental deve ter a representação de afrodescendentes.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília, DF: MEC, 2018.
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em:
5 jul. 2022.
Elaborada por especialistas de todas as áreas do conhecimento, a BNCC é um documento que visa estabelecer uma base comum
para toda a Educação Básica brasileira.
BRASIL. Ministério da Educação. Competências socioemocionais como fator de proteção à saúde mental e ao
bullying. Brasília, DF: MEC, [20--]a. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/
caderno-de-praticas/aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator-de-protecao-a-saude-mental-e-
ao-bullying. Acesso em: 6 jun. 2022.
Aborda como o manejo das emoções, por meio da educação socioemocional, pode ajudar a combater a prática do bullying.
BRASIL. Ministério da Educação. Dia do Orgulho LGBT ganha espaço para debate em programa da TV Escola.
Brasília, DF: MEC, [20--]b. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/component/tags/tag/homofobia. Acesso em: 22 jun. 2022.
Artigo do Portal MEC com alguns dados e informações sobre o papel da escola no combate à homofobia.
BRASIL. Ministério da Educação. Metodologia de pesquisa na escola. Brasília, DF: MEC, [20--]c. Disponível em: http://
basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/192-metodologia-de-pes-
quisa-na-escola. Acesso em: 7 jun. 2022.
Aborda os procedimentos de pesquisa na escola como um trabalho sistemático e interdisciplinar de orientação de estudo.
BRASIL. Ministério da Educação. Métodos de diagnóstico inicial e processos de avaliação diversificados. Brasília,
DF: MEC, [20--]d. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/
aprofundamentos/194-metodos-de-diagnostico-inicial-e-processos-de-avaliacao-diversificados?highlight=WyJhdmFsaW-
FcdTAwZTdcdTAwZTNvIl0=. Acesso em: 14 jun. 2022.
Aborda as práticas de ensino comprometidas com a aprendizagem ativa dos estudantes, com base no levantamento dos conhe-
cimentos prévios.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: História:
terceiro e quartos ciclos do Ensino Fundamental. Brasília, DF: MEC: SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
seb/arquivos/pdf/pcn_5a8_historia.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Os PCNs são diretrizes que orientam a prática docente em aspectos fundamentais de cada disciplina.
LVII
BRASIL. Ministério da Educação. Subsídios para Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica: diretrizes
curriculares nacionais específicas para o Ensino Fundamental. Brasília, DF: MEC, 2009. p. 55. Disponível em: http://portal.
mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=2850-subsidios-ensinofundamental&Itemid=30192.
Acesso em: 12 jul. 2022.
Documento que oferece subsídios para o trabalho docente com as Diretrizes Curriculares Nacionais Específicas para o Ensino
Fundamental.
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos
pedagógicos. Brasília, DF: MEC, 2019. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/
contextualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Documento com temas e contextualização relevantes que devem transpassar toda a grade escolar para formação de todos os
estudantes.
CAMPELLO, Ricardo J. G. B. Introdução à ciência da computação: algoritmos. [S. l.], [20--]. Disponível em: http://wiki.
icmc.usp.br/images/a/ab/Algoritmos_SCC0120.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
Série de slides sobre “Introdução à ciência da computação”.
CAMPOS, Magaly Robalino. Ator ou protagonista: dilemas e responsabilidades sociais da profissão docente. Revista
Prelac (Projeto Regional de Educação para a América Latina e o Caribe), Santiago, n. 1, p. 7-23, jun. 2005. Disponível
em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000144746_por. Acesso em: 22 jun. 2022.
O artigo trata da questão docente, defendendo o fortalecimento do papel de protagonista dos docentes, para atender às
necessidades de aprendizagem de seus estudantes, participar das mudanças e contribuir para transformar os sistemas educacionais
no século XXI.
CARVALHO, Anna Maria Pessoa de (coord.). O ensino de História. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
A obra discute as principais abordagens do ensino de História com base em formulações teóricas.
CHICON, Patricia Mariotto Mozzaquatro; QUARESMA, Cindia Rosa Toniazzo; GARCÊS, Solange Beatriz Billig. Aplicação
do método de ensino Peer Instruction para o ensino de lógica de programação com acadêmicos do curso de Ciência da
Computação. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE INCLUSÃO DIGITAL, 5., 2018, Passo Fundo. Anais [...]. Passo Fundo: UPF,
2018. Disponível em: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos-completos/179081.pdf. Acesso em: 15
jun. 2022.
Relata atividades de pesquisa realizadas com base na metodologia ativa de ensino Peer Instruction, ou “aprendizagem por pares”.
COLL, César; MARTÍN, Elena. A avaliação da aprendizagem no currículo escolar: uma perspectiva construtivista. In: COLL,
César et al. O construtivismo na sala de aula. 6. ed. São Paulo: Ática, 2009. (Série Fundamentos).
Nesse livro, que aborda aspectos que diferenciam o construtivismo dos outros métodos de aprendizagem, os autores do capítulo em desta-
que discutem o papel da avaliação no processo de aprendizagem e como esta pode desempenhar, por exemplo, uma função autorreguladora.
DHEIN, Jonas Alberto; AHLERT, Edson Moacir. Aplicação do método de Aprendizagem Baseada em Problemas
(ABP) no ensino de programação em curso técnico em Informática. Artigo (Especialização em Docência na Educação
Profissional) – Universidade do Vale do Taquari, Lajeado, 12 set. 2017. Disponível em: https://www.univates.br/bdu/
bitstream/10737/2137/1/2017JonasDhein.pdf. Acesso em: 24 jul. 2022.
Demonstra o uso da metodologia ativa de ensino com base em problemas com estudantes da educação profissional do curso
técnico em Informática.
ESTUDOS em Avaliação Educacional. São Paulo, v. 27, n. 66, set./dez. 2016. Disponível em: https://publicacoes.fcc.org.
br/eae/issue/view/334/140. Acesso em: 12 jul. 2022.
Edição que trata de um conjunto de indicadores que analisam a educação no Brasil.
FARIA, Regina. Quem precisa de equidade? Serpro. Porto Alegre, [20--]. Disponível em: http://intra.serpro.gov.br/tema/
artigos-opinioes/quem-precisa-de-equidade. Acesso em: 22 jun. 2022.
Artigo explicando que equidade e igualdade são coisas diferentes no contexto social.
LVIII
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).
Aborda a relação entre educadores e educandos, e apresenta propostas de práticas pedagógicas que estimulam a autonomia, a
capacidade crítica e a valorização da cultura e dos conhecimentos empíricos.
GATTI, Bernadette Angelina. Habilidades cognitivas e competências sociais. Santiago, Chile: OREALC, 1997. Disponível
em: http://unesdoc.unesco.org/images/0018/001836/183655por.pdf. Acesso em: 12 jul. 2022.
A autora aborda as habilidades cognitivas, ou seja, aquelas que fazem o indivíduo competente e capaz de interagir simbolicamente
com seu meio ambiente.
GIL, Carmem Zeli de Vargas; ALMEIDA, Dóris Bittencourt. A docência em História: reflexões e proposta para ações.
Erechim: Edelbra, 2012. v. 5. (Entre Nós – Anos Finais do Ensino Fundamental).
Com base em práticas pedagógicas, as autoras instigam outros olhares, desnaturalizando estereótipos e provocando questiona-
mentos sobre histórias silenciadas.
GOMES, Mércio Pereira. Os índios e o Brasil: passado, presente e futuro. São Paulo: Contexto, 2017.
Em livro completo e atualizado, o autor explica quais são os povos indígenas e como eles vivem, bem como as políticas indigenistas
desde a colonização e os interesses de terceiros nas riquezas indígenas.
HADJI, Charles. A avaliação desmistificada. Tradução: Patrícia C. Ramos. Porto Alegre: Artmed, 2001.
Na obra, o autor expõe como colocar a avaliação a serviço das aprendizagens de maneira concreta. É um dos principais estudiosos
do assunto.
HISTÓRIA sobre os sites de busca. História do site de busca Google. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://sites.google.
com/site/historiasobreossitesdebusca/historia-dos-principais-sites-de-busca/Historia-do-site-de-busca-google. Acesso em:
13 jun. 2022.
Página que conta a história do maior site de busca da atualidade.
KALENA, Fernanda; ROCHA, Marília; OLIVEIRA, Vinícius de. Especial socioemocionais. Porvir. São Paulo, [2014]. Disponível
em: http://porvir.org/especiais/socioemocionais/#prettyPhoto. Acesso em: 22 jun. 2022.
A reportagem apresenta reflexões essenciais sobre habilidades socioemocionais.
LIMA, Antonio Carlos de Souza. Um olhar sobre a presença das populações nativas na invenção do Brasil. In: SILVA, Aracy
Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de
1o e 2o graus. Brasília: MEC: Mari: Unesco, 1995. p. 407-424.
Lima discute as estruturas cognitivas enraizadas que de certa maneira mantêm os indígenas como povos ausentes, imutáveis,
dotados de essências a-históricas e objeto de preconceito.
LIOTTI, Lyanna Peixoto Silva et al. Monitoramento aplicado a mídias sociais de agências de comunicação. In: SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES DA COMUNICAÇÃO – CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA
COMUNICAÇÃO, 40., 2017, Curitiba. Anais [...]. Curitiba: Universidade Positivo, 2017. Disponível em: http://portalintercom.
org.br/anais/nacional2017/resumos/R12-0417-1.pdf. Acesso em: 22 jun. 2022.
Discute metodologias de monitoramento de mídias sociais de agências de comunicação.
LUCIANO, Patrícia Turazzi et al. Aplicação de metodologias ativas no ensino síncrono por meio da abordagem do Design
Thinking. In: CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 7., 2020, [s. l.]. Anais eletrônicos [...]. 2020. Não paginado. Disponível
em: https://editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2021/TRABALHO_EV150_MD1_SA_ID8379_23112021155855.pdf.
Acesso em: 24 jun. 2022.
Artigo que apresenta um experimento didático com estudantes de pós-graduação que buscou compreender o papel das meto-
dologias ativas na educação síncrona por meio do aprender fazendo (learning by doing).
LIX
MÃO na massa. Aprendizagem baseada em projetos. Porvir. São Paulo, [20--]. Disponível em: https://maonamassa.porvir.
org/aprendizagem-baseada-em-projetos. Acesso em: 15 jun. 2022.
Página de site mantido pelo grupo Porvir Inovações em Educação, que oferece diversas ferramentas para preparar aulas de maneira
prática e criativa com base nas metodologias ativas de aprendizagem.
MAZUR, Eric; SOMERS, Mark D. Peer instruction: a user’s manual. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 1997.
Aborda a metodologia dos pares (em inglês). O método incentiva os estudantes a interagir entre si ao longo das aulas,
procurando explicar uns aos outros os conceitos estudados, elaborar hipóteses e aplicar os conteúdos na solução das questões
conceituais apresentadas. Neste artigo, podem-se obter mais informações: https://www.upf.br/_uploads/Conteudo/senid/2018-artigos-
completos/179081.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.
METODOLOGIAS ativas de aprendizagem: o que são e como aplicá-las. Lyceum. São Paulo, 27 set. 2021. Blogue. Disponível em:
https://blog.lyceum.com.br/metodologias-ativas-de-aprendizagem/#:~:text=O%20Estudo%20de%20Caso%20oferece,
a%20resolu%C3%A7%C3%A3o%20de%20problemas%20reais. Acesso em: 18 jun. 2022.
O artigo explica a importância das metodologias ativas e como elas funcionam, no contexto em que a informatização provocou
diversas mudanças na maneira como interagimos com o mundo
MORAN, José. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian; MORAN, José.
Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018. p. 3.
Artigo de Moran detalhando o significado e os processos ligados às metodologias ativas.
MOREIRA, Marco Antonio; MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo:
Centauro, 2001.
Este livro oferece visão geral e acessível ao pensamento de David Ausubel.
NOGUEIRA, Danielle Xabregas Pamplona; JESUS, Girlene Ribeiro de. Avaliação: definições iniciais. [S. l.], [20--]. Disponível
em: http://forumeja.org.br/sites/forumeja.org.br/files/tipos%20e%20etapas.pdf. Acesso em: 23 jun. 2022.
As autoras abordam as formas de avaliação diagnóstica, formativa e somativa.
PANTOJA, Ana Maria Silva; LIMA, Maria Francisca Morais de. Proposta de ensino: sala de aula invertida – uma meto-
dologia ativa de aprendizagem. Manaus: Instituto Federal do Amazonas, [2019]. Disponível em: http://repositorio.ifam.
edu.br/jspui/bitstream/4321/318/1/Proposta%20de%20ensino%20-%20sala%20de%20aula%20invertida%20uma%20
metodologia%20ativa%20de%20aprendizagem.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Instrumento pedagógico para subsidiar a prática docente nos cursos superiores de tecnologia por meio da sala de aula invertida.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
O autor propõe a noção de que a avaliação deve estipular hierarquias de excelência, pois avaliar é privilegiar um modo de estar
em sala de aula e no mundo e, também, de prevenir o fracasso escolar.
PRINCÍPIOS que nortearam a Base Curricular estão na Constituição. Correio Braziliense, Brasília, DF, 22 fev. 2016.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/eu-estudante/ensino_educacaobasica/2016/02/22/
interna-educacaobasica-2019,518886/principios-que-nortearam-a-base-curricular-estao-na-constituicao.shtml. Acesso
em: 11 fev. 2020.
Reportagem com informações sobre a trajetória e os princípios que conduziram a produção da BNCC.
LX
SAFERNET. [S. l.], [2005]. Site. Disponível em: https://new.safernet.org.br. Acesso em: 7 jun. 2022.
O site pretende promover a defesa dos Direitos Humanos na internet brasileira. Reúne uma série de orientações e relatos sobre
situações que envolvem imagens de crianças e adolescentes na rede mundial.
SANTOS, Leonor. A articulação entre a avaliação somativa e a formativa, na prática pedagógica: uma impossibilidade ou
um desafio? Ensaio: aval. pol. públ. educ., Rio de Janeiro, v. 24, n. 92, p. 637-669, jul./set. 2016. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/ensaio/a/ZyzxQhwSHR8FQTSxy8JNczk/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 14 jun. 2022.
Discute a articulação entre a avaliação somativa e a formativa.
SEVERO, José Leonardo Rolim de Lima. Educação não escolar como campo de práticas pedagógicas. Revista Brasileira
de Estudos Pedagógicos, v. 96, n. 244, p. 561-576, set./dez. 2015. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbeped/a/
SgHzCz9mYprkCV6RtTR368v/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 7 jun. 2022.
Apresenta o conceito de educação não escolar (ENE) e estabelece contribuições críticas ao debate que envolve o reconhecimento
e o fortalecimento dos processos educativos dessa natureza.
SILVA, Ana Célia da. Por uma representação social do negro mais próxima e familiar. In: BARBOSA, Lucia Maria de
Assunção et al. (org.). De preto a afrodescendente: trajetos de pesquisa sobre o negro, cultura negra e relações
étnico-raciais no Brasil. São Paulo: EdUFSC, 2003. p. 151-207.
A autora discute a agenda dos movimentos negros brasileiros, suas reivindicações e ações concretas na luta antirracista no Brasil.
SOUSA, Clarilza Prado de; FERREIRA, Sandra Lúcia. Avaliação de larga escala e da aprendizagem na escola: um diálogo
necessário. Psicologia da Educação, São Paulo, n. 48, p. 13-23, jan./jun. 2019. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.
org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752019000100003. Acesso em: 14 jun. 2022.
Debate teórico acerca de aproximações e afastamentos das avaliações de larga escala e da aprendizagem na escola.
TASSINARI, Antonella Maria Imperatriz. Sociedades indígenas: introdução ao tema da diversidade cultural. In: SILVA, Aracy
Lopes da; GRUPIONI, Luís Donisete Benzi (org.). A temática indígena na escola: novos subsídios para professores de
1o e 2o graus. Brasília: MEC: Mari: Unesco, 1995. p. 447-448.
A autora apresenta os resultados de suas pesquisas sobre educação indígena (escolar e não escolar) e oferece subsídios para o
tratamento adequado sobre populações indígenas no ensino regular.
XAVIER, Libânia Nacif; PINHEIRO, José Gledison Rocha. Da Lab School de Chicago às escolas experimentais do Rio de
Janeiro dos anos 1930. História da Educação, Porto Alegre, v. 20, n. 50, p. 177-191, set./dez. 2016. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/heduc/a/TpjsgHZzgQ78FyG8Z588CHh/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 24 jun. 2022.
Abordam-se as relações do processo de expansão escolar e de difusão do conhecimento científico com as modernas formas de
socialização.
LXI
Justificativas
• A compreensão dos conceitos de território, de governo e suas relações e o reconhecimento do Estado como resultado
de processos históricos protagonizados por povos, grupos e lideranças permitem discutir noções importantes na
formação para a cidadania e para a democracia.
• A contextualização da concentração do poder político no final da Idade Média, a identificação de aspectos do
Absolutismo monárquico e as teorias elaboradas para ampará-lo permitem discutir a questão das relações de poder
e suas consequências para a população, valorizando as relações democráticas e a promoção da diversidade.
• O entendimento sobre o papel do Tribunal do Santo Ofício entre a Idade Média e a Idade Moderna e a discussão
a respeito das perseguições religiosas permitem estabelecer conexões entre temas históricos e o tempo presente,
valorizando a diversidade religiosa, a liberdade de crença e de culto.
5.2 • Unidade 2
Objetivos
• Compreender a importância da tolerância para uma sociedade democrática em todos os espaços.
• Identificar as características do islamismo e o legado do Império Árabe para as áreas da Ciência.
• Reconhecer o papel do deserto do Saara na divisão geográfica da África.
• Conhecer o processo histórico de formação dos reinos de Gana e do Mali.
• Entender o papel dos povos iorubá e banto na composição das sociedades africanas.
• Conhecer a formação e a extensão do Império Turco-Otomano.
• Compreender o que possibilitou a expansão marítima europeia e o pioneirismo ibérico nas Grandes Navegações.
• Compreender as Grandes Navegações, identificando as tecnologias e as condições humanas enfrentadas pela tri-
pulação durante as viagens marítimas.
• Compreender as disputas pelo Atlântico entre as potências europeias e suas relações com o mercantilismo.
• Verificar as características dos povos pré-colombianos, o processo de dominação espanhola, formas de exploração
indígena e resistência das sociedades indígenas.
LXII
Justificativas
• A intolerância, evidenciada nas diversas áreas das relações humanas, é hoje uma das principais razões dos inúmeros
conflitos e violência entre grupos, países e pessoas.
• O islamismo é uma das religiões com maior número de seguidores do planeta e, ao mesmo tempo, uma das que
mais sofrem perseguições. Entender os princípios que regem a religião e a herança cultural islâmica é fundamental
para reverter esse processo.
• Além da riqueza cultural e artística que permeia a história antiga da África, o legado cultural dos povos africanos
é um dos principais componentes da formação dos brasileiros.
• As navegações e o processo de expansão europeia trouxeram intercâmbio de produtos, mercadorias e ideias e
promoveram a integração de praticamente todos os povos do mundo.
• Nos continentes dominados pelos europeus, iniciou-se a exploração de bens e pessoas em uma proporção até então
sem precedente, promovendo dominação e extermínio de milhões de indivíduos, cujo legado pode ser observado
até a atualidade.
5.3 • Unidade 3
Objetivos
• Reconhecer a importância social do trabalho.
• Compreender os motivos da colonização portuguesa e seus efeitos com a exploração do pau-brasil.
• Contextualizar o imaginário dos colonizadores sobre a América.
• Compreender a organização da sociedade indígena e os estereótipos construídos sobre esses povos.
• Caracterizar as capitanias hereditárias e as mudanças promovidas pelo governo-geral na América portuguesa.
• Caracterizar as ações dos jesuítas e a luta dos indígenas no tempo presente.
• Compreender o que foi a Inquisição e suas principais consequências.
• Identificar as formas de trabalho análogas à escravidão no presente.
• Diferenciar a escravidão ocorrida na África da estruturada para o lucro de traficantes europeus entre os séculos XVI
e XIX.
• Relacionar a quantidade de escravizados na colônia à demanda por mão de obra nas lavouras de cana-de-açúcar
e café.
• Reconhecer as rotas de tráfico de africanos para a América.
• Refletir sobre a violência da escravidão, as formas de trabalho e as relações de poder que marcavam os espaços da
sociedade colonial.
• Reconhecer os quilombos como modelos de resistência e entender a situação da população negra na atualidade.
• Compreender a ocupação holandesa, sua herança cultural e a importância do açúcar na colônia portuguesa.
• Contextualizar a expulsão dos holandeses do Brasil e os desdobramentos na Guerra dos Mascates.
• Refletir sobre o desenvolvimento tecnológico no passado e no presente.
Justificativas
• Identificar na atualidade brasileira resquícios da experiência colonial e desenvolver, nos jovens, consciência e condutas
decoloniais (antieurocêntricas).
• Com pensamento e ações decoloniais, construir relações mais justas e igualitárias, portanto, democráticas.
• Estimular a conduta antirracista a partir da compreensão histórica e da dimensão étnica da escravidão moderna.
• Conscientizar os estudantes da importância dos direitos trabalhistas, para que percebam que, quanto menos direitos,
mais análogas à escravidão podem se tornar as condições de trabalho.
LXIII
5.4 • Unidade 4
Objetivos
• Compreender os deslocamentos populacionais como parte da experiência humana e como diferentes movimentos
levaram à expansão colonial.
• Relacionar a formação de povoados no Norte e no Nordeste à necessidade de defesa contra invasores.
• Conhecer o conceito de agricultura de subsistência, a importância da criação de gado, e relacionar a sua expansão
à ocupação de territórios no interior da colônia.
• Compreender como o conceito de guerra justa foi utilizado pelos colonizadores e seus efeitos para as populações
indígenas.
• Conhecer métodos de análise documental para a elaboração do conhecimento histórico.
• Compreender aspectos da colonização no norte e nordeste da colônia e caracterizar a exploração econômica das
drogas do sertão.
• Identificar as relações entre indígenas e bandeirantes no contexto das expedições de apresamento e reconhecer os
impactos provocados pelas bandeiras.
• Compreender o início da exploração mineral e identificar características da sociedade aurífera.
• Associar os tropeiros ao abastecimento do mercado interno e compreender a implementação de impostos e medidas
de caráter mercantilista.
• Diferenciar o caráter dos impostos cobrados no presente dos impostos coloniais e identificar as atividades econômicas
na colônia.
• Conhecer aspectos do movimento artístico Barroco e sua expressão no contexto do Brasil colônia.
• Refletir sobre os movimentos populacionais no território brasileiro, com destaque para a migração nordestina.
Justificativas
• O tema dos deslocamentos populacionais está muito presente no mundo contemporâneo. Refletir sobre esse fenô-
meno contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico, de atitudes que promovem os direitos humanos e
o posicionamento ético em relação a problemas globais e locais.
• A ocupação do território colonial da América portuguesa se desenvolveu lentamente e envolveu relações de conflitos
e resistência. Compreender esse processo permite aos estudantes utilizar os conhecimentos históricos para analisar
aspectos importantes da sociedade brasileira atual, dentre eles a situação dos povos indígenas na atualidade.
• Os diversos sujeitos históricos que compunham a sociedade colonial revelam suas características e formas de organi-
zação. Reconhecer e refletir sobre essa diversidade possibilita aos estudantes desenvolver a análise histórica a partir
de diferentes pontos de vista, identificar permanências e rupturas históricas e conhecer as diferentes interpretações
sobre as dinâmicas da sociedade colonial.
• A produção iconográfica do período colonial revela múltiplos aspectos do cotidiano, das práticas culturais e das
relações sociais. Analisar documentos históricos de diferentes tipologias favorece a apropriação dos métodos e
procedimentos de pesquisa historiográfica.
• A expansão territorial promoveu a diversificação das atividades produtivas na colônia. Compreender as ações e os
sujeitos históricos que contribuíram para a integração do território, assim como para a formação de um mercado
interno e a ampliação das atividades econômicas, é fundamental para a análise do desenvolvimento histórico do Brasil.
• O período da mineração foi fundamental para criar um ambiente de maior circulação de pessoas, mercadorias e
culturas. Analisar as especificidades da sociedade mineradora contribui para a compreensão da maior diversificação
e mobilidade social que se criou nesse período.
• O pagamento de impostos estabelecido pela Coroa portuguesa estimulou a revolta dos colonos contra essa imposição.
Analisar os interesses da metrópole na cobrança de impostos e a revolta da população contra essas medidas permite
aos estudantes refletir sobre os conflitos, as relações de poder e as transformações sociais ao longo do tempo.
LXIV
(EF07HI02) Identificar conexões e interações entre as sociedades do Novo Mundo, da Europa, da África e
da Ásia no contexto das navegações e indicar a complexidade e as interações que ocorrem nos Oceanos
Atlântico, Índico e Pacífico.
(EF07HI03) Identificar aspectos e processos específicos das sociedades africanas e americanas antes da
chegada dos europeus, com destaque para as formas de organização social e o desenvolvimento de
saberes e técnicas.
(EF07HI04) Identificar as principais características dos Humanismos e dos Renascimentos e analisar seus
significados.
(EF07HI08) Descrever as formas de organização das sociedades americanas no tempo da conquista com
vistas à compreensão dos mecanismos de alianças, confrontos e resistências.
Habilidades
(EF07HI09) Analisar os diferentes impactos da conquista europeia da América para as populações
ameríndias e identificar as formas de resistência.
(EF07HI10) Analisar, com base em documentos históricos, diferentes interpretações sobre as dinâmicas das
sociedades americanas no período colonial.
(EF07HI13) Caracterizar a ação dos europeus e suas lógicas mercantis visando ao domínio no mundo
atlântico.
(EF07HI14) Descrever as dinâmicas comerciais das sociedades americanas e africanas e analisar suas
interações com outras sociedades do Ocidente e do Oriente.
(EF07HI15) Discutir o conceito de escravidão moderna e suas distinções em relação ao escravismo antigo
e à servidão medieval.
LXV
7o ano
Objetos de conhecimento e
Unidade Conteúdos Competências
habilidades
1. 1. Das Monarquias
Nacionais ao
Gerais: 1, 3, 5 e 9.
Específicas de
A construção da ideia de modernidade e seus
impactos na concepção de História.
Território e Absolutismo Ciências Humanas: A ideia de “Novo Mundo” ante o Mundo
governo 2. O mundo 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. Antigo: permanências e rupturas de saberes e
moderno: Específicas de práticas na emergência do mundo moderno.
1º BIMESTRE
renascimentos e História: 1, 2, 3, 4, EF07HI01
1º TRIMESTRE
reforma 5, 6 e 7. Humanismos: uma nova visão de ser humano e
de mundo.
Renascimentos artísticos e culturais.
EF07HI04
Reformas religiosas: a cristandade fragmentada.
EF07HI05
A formação e o funcionamento das monarquias
europeias: a lógica da centralização política e os
conflitos na Europa.
EF07HI07
2. 3. O islamismo e os
reinos africanos
Gerais: 1, 2, 3, 4, 5,
6, 7, 9 e 10.
A construção da ideia de modernidade e seus
impactos na concepção de História.
Tolerância Específicas de A ideia de “Novo Mundo” ante o Mundo
4. As Grandes
Navegações Ciências Humanas: Antigo: permanências e rupturas de saberes e
1º SEMESTRE
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. práticas na emergência do mundo moderno.
5. Dos povos pré- Específicas de EF07HI02
-colombianos História: 1, 2, 3, 4, Saberes dos povos africanos e pré-colombianos
à colonização 5, 6 e 7. expressos na cultura material e imaterial.
europeia EF07HI03
As descobertas científicas e a expansão marítima.
EF07HI06
A conquista da América e as formas de
organização política dos indígenas e europeus: 2º BIMESTRE
2º TRIMESTRE
conflitos, dominação e conciliação.
EF07HI08
EF07HI09
A estruturação dos vice-reinos nas Américas.
Resistências indígenas, invasões e expansão na
América portuguesa.
EF07HI10
As lógicas mercantis e o domínio europeu sobre
os mares e o contraponto Oriental.
EF07HI13
As lógicas internas das sociedades africanas.
As formas de organização das sociedades
ameríndias.
A escravidão moderna e o tráfico de escravizados.
EF07HI15
A emergência do capitalismo.
EF07HI17
LXVI
3º BIMESTRE
organização política dos indígenas e europeus:
conflitos, dominação e conciliação.
EF07HI08
EF07HI09
A estruturação dos vice-reinos nas Américas.
Resistências indígenas, invasões e expansão na
América portuguesa.
EF07HI10
EF07HI11
EF07HI12
As lógicas mercantis e o domínio europeu sobre
os mares e o contraponto Oriental.
EF07HI13
EF07HI14
2º SEMESTRE
As lógicas internas das sociedades africanas.
As formas de organização das sociedades
3º TRIMESTRE
ameríndias.
A escravidão moderna e o tráfico de escravizados.
EF07HI15
EF07HI16
4. 9. Século XVII:
quando a colônia
Gerais: 1, 2, 3, 4, 5,
6, 7, 8, 9 e 10.
A construção da ideia de modernidade e seus
impactos na concepção de História.
se expande Específicas de A ideia de “Novo Mundo” ante o Mundo
Deslocamentos
Ciências Humanas: Antigo: permanências e rupturas de saberes e
populacionais 10. O ouro das
práticas na emergência do mundo moderno.
Minas Gerais 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
EF07HI02
Específicas de
A conquista da América e as formas de
História: 1, 2, 3, 4,
organização política dos indígenas e europeus:
5, 6 e 7. conflitos, dominação e conciliação.
EF07HI09
4º BIMESTRE
LXVII
2. Todas as pessoas e as empresas pagam impostos ao governo. O dinheiro arrecadado é usado para financiar
obras e serviços públicos. Muitas vezes, na necessidade de aumentar sua arrecadação, os governos criam novos
impostos ou aumentam o imposto já existente. O texto a seguir, do historiador Jacques Le Goff, nos mostra
que práticas assim também existiam na Idade Média. Leia o trecho a seguir e responda ao que se pede.
3. A centralização política ocorrida na Europa e que resultou na formação das Monarquias Nacionais (como
Portugal e Espanha) deu lugar à política absolutista ao longo do século XVII.
Assinale a alternativa que define a política absolutista do século XVII de modo CORRETO.
a) Poder do Estado concentrado nas mãos do rei e de sua burocracia, sustentado pelos setores burgueses urbanos.
b) Poder dos senhores feudais que comandavam os setores camponeses.
c) Poder do rei estruturado na violência e organizado por milícias mercenárias, diretamente ligadas aos setores da
pequena nobreza.
LXVIII
4. Um dos aspectos centrais do Renascimento artístico e científico ocorrido a partir do século XIV na Europa
diz respeito ao antropocentrismo. Sobre ele, é correto afirmar:
a) Baseava-se na propagação dos dogmas cristãos.
b) Foi consequência da valorização do trabalho das iluminuras produzidas por padres nas abadias e igrejas.
c) Nasceu como resultado da crítica ao pensamento medieval, sendo uma filosofia que ressalta a importância do
ser humano como um ser dotado de inteligência e, portanto, livre para realizar suas ações no mundo.
d) O termo antropocentrismo significa “Deus como centro das preocupações e fonte de todo conhecimento”.
5. A respeito da Reforma Protestante, iniciada pelo monge Martinho Lutero, em 1517, é incorreto afirmar:
a) Foi motivada pelo fato de Lutero contestar uma das principais práticas da Igreja Católica na época, a venda de
indulgências.
b) Inicialmente, Lutero não tinha a intenção de romper com a Igreja Católica; ele defendia a ideia de que a Igreja
deveria recuperar os princípios originais do cristianismo, dos quais, no entender de Lutero, a Igreja havia se
afastado.
c) A imprensa de tipos móveis, inventada por Gutemberg há menos de um século, contribuiu de maneira signifi-
cativa para que as ideias de Martinho Lutero chegassem a um grande número de pessoas.
d) A Igreja Católica reagiu à Reforma Protestante com o movimento da Contrarreforma. Entre as ações para se
reaproximar dos fiéis está a criação de novas congregações religiosas, como a Companhia de Jesus, encarregada
de levar os dogmas cristãos a regiões distantes, como a Ásia e a América.
e) Por meio das indulgências, a Igreja Católica arrecadava verba necessária para pôr em prática uma série de ações
de cunho social, como distribuição de roupas e alimentos para a população carente, compra de medicamentos
e construção de moradias para os camponeses que abandonaram os feudos e foram viver nas cidades.
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise como foi
o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades e dificuldades.
Autoavaliação
Sim Parcialmente Não
LXIX
2. Entre as características do Reino de Gana, consta a existência de duas capitais simultâneas: Koumbi Saleh
e Gaba. A primeira chegou a ter mais de 20 mil habitantes. Cite outros aspectos do Reino de Gana.
3. O texto a seguir é o relato de um autor árabe muçulmano que visitou Gana no século XI. Após a leitura,
responda às questões:
[...] Entre os que seguem a religião do rei, só ele e o herdeiro presuntivo, ou seja, o filho de
sua irmã, podem usar roupas costuradas; os demais enrolam o corpo, conforme os seus meios,
com panos de algodão, seda ou brocado. Todos os homens raspam a barba, e as mulheres, a
cabeça. O rei adorna-se como se fosse uma mulher, com colares e braceletes, e usa um gorro
alto decorado com ouro rodeado por um turbante de algodão finíssimo. O gana dá audiência
e repara injustiças num pavilhão com um teto em domo. [...] A religião deles é o paganismo: a
adoração de ídolos. [...]
SILVA, Alberto da Costa e. Imagens da África. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 35-36.
a) Você é o historiador: elabore três perguntas e respostas que podem ou não ser respondidas por esse documento.
b) Que passagens do texto sugerem que o árabe vê a cultura de Gana com certo preconceito?
c) Além de administrar o reino, o rei de Gana também tem a função de julgar. Que passagem demonstra isso?
d) Se você fosse um viajante e tivesse de descrever a sociedade brasileira em um parágrafo, o que escreveria?
LXX
5. O Reino do Mali floresceu na África por volta de 1230. Sobre ele, explique:
a) sua origem.
b) as crenças presentes.
c) a base econômica do reino.
6. Os astecas foram uma das muitas civilizações que floresceram na América antes da chegada dos euro-
peus. Explique como se transformaram de um pequeno povo do norte do atual México em um grande
império.
7. Os incas expandiram sua cultura a partir dos Andes peruanos por uma área que se estendia por mais
de 1 milhão de quilômetros quadrados. Explique como essa civilização se organizava politicamente.
8. A conquista da América pelas nações europeias na Época Moderna se deu em virtude do uso da força
militar, da exploração econômica, da imposição de valores culturais e da transmissão de doenças contra
as quais os nativos não tinham anticorpos. A partir dessa afirmação, considere se a seguir existe alguma
premissa INCORRETA, e faça correções necessárias:
a) Na América do Norte, a colonização pelos ingleses dos povos indígenas locais foi pacífica em razão de interesses
comerciais e da necessidade de conseguir aliados para enfrentar os espanhóis.
b) Diversas congregações religiosas enviaram seus missionários à América com o objetivo de converter a população
nativa ao cristianismo.
c) Muitas cidades construídas pelos espanhóis na América foram erguidas sobre ruínas das antigas cidades indí-
genas destruídas durante as guerras de conquista do território.
d) Um dos fatores que estimularam o domínio da América pelos europeus foi o mercantilismo, teoria que dizia
que, quanto maiores as reservas de ouro e prata de uma nação, mais rica ela seria.
e) O chamado pacto colonial, teoria implantada pelos espanhóis na América, impedia que as colônias produzissem
qualquer bem manufaturado.
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise
como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades
e dificuldades.
LXXI
2. Chamamos de cultura o conjunto de tradições, crenças e costumes de determinado grupo social. Tendo
em mente essa definição, leia o texto a seguir escrito por Câmara Cascudo, um estudioso dos hábitos,
costumes e lendas do país, e responda ao que se pede:
RIBEIRO, Berta G. O índio na cultura brasileira. Rio de Janeiro: Editora Evan, 1991. p. 121.
a) Explique o sentido da frase: “A rede se tornara inseparável do indígena, do mameluco, do sertanejo contem-
porâneo, andando ao azar das secas, de rede às costas”.
b) O que o autor quer dizer com a frase “A rede representa o mobiliário”?
c) “Onde ia o indígena, levava a rede. Ainda hoje o sertanejo nordestino obedece ao secular padrão”. Essas duas
frases falam a respeito de dois tempos distintos. Quais são eles?
d) Com base em seus conhecimentos e na leitura do texto acima, elabore um parágrafo relacionando aspectos do
texto de Câmara Cascudo e o termo cultura.
3. Agora você é o historiador: leia o texto do padre Antonil, um religioso que viveu no Brasil entre o final
do século XVII e o início do século XVIII, e formule quatro perguntas (com as respectivas respostas) que
o texto permite (ou não) responder.
Os escravos são as mãos e os pés do senhor de engenho, porque sem eles no Brasil não é possível
fazer, conservar e aumentar a fazenda, nem ter engenho corrente. [...] Por isso, é necessário comprar
cada ano algumas peças e reparti-las pelos partidos, roças, serrarias e barcas. [...]
[...] No Brasil, costumam dizer que para o escravo são necessários três PPP, a saber, pau, pão e
pano. E, posto que comecem mal, principiando pelo castigo que é o pau, contudo, prouvera a Deus que
tão abundante fosse o comer e o vestir como muitas vezes é o castigo, dado por qualquer causa [...]
ANTONIL, A. J. Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. 3. ed. Belo Horizonte: Itatiaia: Edusp, 1982. p. 89 e 91.
(Coleção Reconquista do Brasil). Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000026.pdf.
Acesso em: 22 ago. 2022.
LXXII
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise
como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades
e dificuldades.
Autoavaliação
Sim Parcialmente Não
LXXIII
2. A respeito da expansão colonial na região do atual Nordeste brasileiro, são corretas as alternativas a
seguir, EXCETO:
a) Algumas cidades do Nordeste nasceram em torno de um forte erguido para proteger a região.
b) A resistência indígena, por conta da ocupação de suas terras, muitas vezes foi responsável pela destruição dos
fortes e pequenos núcleos populacionais.
c) Dentre os povos que tentaram colonizar o atual Nordeste e estabelecer vilas e povoados na região, destacam-se
os franceses, holandeses e ingleses.
d) As fazendas e currais seguiam as margens dos rios, como o São Francisco, e nesses caminhos e entroncamentos
surgiram diversas feiras, vilas e povoados.
e) Muitos aspectos da cultura nordestina presentes até hoje estão relacionados aos subprodutos do gado, como
o uso do charque na alimentação, o couro na fabricação de roupas, calçados, móveis etc.
3. A respeito do processo de colonização da América pelos portugueses, leia as afirmativas a seguir e depois
responda ao que se pede:
I A colonização estava amparada no uso da mão de obra escravizada. Para suprir essa necessidade, os colo-
nizadores promoveram muitas expedições em busca de povos indígenas ao longo do Rio Amazonas e seus
afluentes.
II Ao norte da colônia, a Igreja Católica criou diversos aldeamentos, chamados de missões ou reduções. Os nativos
refugiavam-se nesses locais para ter proteção contra a violência dos colonizadores. Mas ali eram obrigados a
abandonar suas crenças e valores tradicionais e trabalhar em atividades como a coleta das drogas do sertão.
III O conhecimento das chamadas drogas do sertão é uma das inúmeras riquezas culturais dos povos indígenas.
Devido a uma tradição milenar, eles conhecem inúmeras plantas e seus usos alimentares e medicinais.
IV Mesmo sabendo da existência de ouro e pedras preciosas nas regiões dos atuais estados de Minas Gerais,
Mato Grosso e Goiás, as expedições bandeirantes para essas regiões priorizavam o apresamento dos povos
indígenas.
V As expedições dos bandeirantes contribuíram para o avanço das fronteiras da colônia portuguesa para além
do Tratado de Tordesilhas.
Indique a opção INCORRETA e corrija o que for necessário:
a) I, III, IV.
b) I, II, III.
c) II, III, V.
d) II, I, V.
e) V, III, I.
LXXIV
5. A respeito da descoberta de ouro e pedras preciosas nas regiões das Minas, no final do século XVII,
explique:
a) o deslocamento populacional e suas consequências.
b) a urbanização.
c) a cobrança de impostos e as revoltas.
Autoavaliação
Agora, para finalizar essa etapa de estudos, faça uma autoavaliação do seu processo de aprendizagem. Analise
como foi o seu envolvimento com a realização das atividades propostas, dando especial atenção às suas potencialidades
e dificuldades.
Autoavaliação
Sim Parcialmente Não
LXXV
Unidade 1
3. Resposta: A. (EF07HI07)
5. Resposta: E. (EF07HI05)
Unidade 2
1. Resposta: F. (EF07HI03)
LXXVI
5. a) Teria sido formado quando um dos líderes dos clãs conseguiu vencer os vizinhos e unificar o comando sobre a
região sendo declarado “mansa”.
b) Muitos acreditavam que o rei tinha poderes divinos, como interferir favoravelmente nas colheitas, no clima, na
terra e na fertilidade das mulheres.
c) Uma das maiores riquezas do reino eram as reservas de ouro e as rotas de comércio no Sahel.
6. Os astecas eram originários do norte do atual México e migraram para terras mais ao sul da região,
se estabelecendo em uma ilha no lago de Texcoco, que fica na região central do México. Até 1428, os
astecas estiveram submetidos à autoridade de outro povo que também vivia nessa região, os tepanecas.
Entretanto, o crescimento da população e o fortalecimento dos astecas possibilitaram uma revolta contra
os tepanecas. A partir de então, os astecas passaram a dominar povos vizinhos, controlando uma grande
área na região do atual território mexicano que se estendia do Atlântico ao Pacífico. (EF07HI03)
7. Os incas criaram um sistema político bastante centralizado e militarizado. O imperador inca tinha grande
autoridade sobre cerca de 100 povos diferentes. O imperador era considerado descendente direto do
deus Inti, que representava o Sol. (EF07HI03)
8. Resposta: A. A alternativa A está incorreta, pois o processo de colonização de todo o continente baseou-
-se em relações extremamente violentas por parte dos colonizadores. (EF07HI01; EF07HI09; EF07HI16;
CECH 6)
LXXVII
2. a) Segundo o autor, mesmo quando estão fugindo da seca, indígenas, mamelucos e sertanejos levam sempre suas
redes consigo.
b) A rede representa todos os bens que essas pessoas possuem.
c) Quando o autor diz que o sertanejo obedece “a secular padrão” ele está dizendo que o uso da rede e seu trans-
porte é um costume que se perpetua há séculos e que o sertanejo “de hoje” (1959) mantém vivo esse hábito.
d) O objetivo é que o estudante produza um texto refletindo a respeito do significado de cultura. O texto de
Câmara Cascudo permite discorrer sobre aspectos culturais de diferentes grupos, como os “indígenas, os
sertanejos, os mamelucos”. O uso de redes, por exemplo, é uma tradição cultural dos povos indígenas que
passou a fazer parte da sociedade brasileira. Porém, o estudante pode discorrer sobre outros aspectos culturais
desses grupos citados, como comida, medicamentos naturais, danças, festas, pinturas. Busque valorizar todos
os conhecimentos e saberes dos estudantes.
4. Resposta: D. A sentença III está errada, pois há vários relatos de mulheres administrando engenhos; e
a IV está errada, pois, quando os holandeses invadiram a colônia portuguesa na América, ainda não
havia sido descoberto o ouro na região das Minas Gerais.
Unidade 4
1. a) Os fatores variam, mas entre os principais motivos destacam-se fome, seca, perseguições religiosas e étnicas,
guerras, desemprego.
b) Muitos brasileiros, por exemplo, se dirigem ao exterior em busca de trabalho; os moradores da Síria e da
Ucrânia, por exemplo, fogem de guerras que já mataram milhares de pessoas, muitos venezuelanos migraram
recentemente para o Brasil em razão de crise política e econômica.
LXXVIII
2. Resposta: C. Os ingleses estiveram envolvidos com a colonização da América do Norte e não existem
informações de que tenham tentado estabelecer colônias na região. (EF07HI08; EF07HI09; EF07HI12)
3. Resposta: A. Embora as afirmações I e III estejam corretas, a afirmação IV é falsa. As bandeiras que
partiram em direção aos atuais estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás já priorizavam a busca de
metais preciosos. (CEH5; EF07HI08; EF07HI09; EF07HI12; EF07HI13)
4. Resposta: E. A alternativa A está errada, pois as imagens são representações, não se podendo, portanto,
afirmar que o que aparece no quadro foi real; a alternativa B é falsa, pois não houve proibições do gênero
e há diversas pinturas da época representando os escravizados; na alternativa C, é errado dizer que os
mapas não podem ser considerados documentos imagéticos, e as finalidades de um mapa são variadas;
a alternativa D está errada, pois as estátuas também são representações, por mais realistas que pareçam.
(CG4; CECH2; CECH7)
5. a) Assim que a notícia se espalhou, pessoas de todas as regiões da colônia e mesmo da metrópole se dirigiram
para a região, muitas vezes sem qualquer preparo, sem se preocupar com alimentos, com as jornadas etc. Como
resultado, faltava alimento na região e muitas pessoas morreram de fome. Também outras atividades da colônia,
como agricultura e produção de açúcar, ficaram abandonadas em alguns lugares por falta de mão de obra.
b) A corrida de pessoas para a região das minas levou a um processo de urbanização no interior da colônia, fazendo
surgir vilas e povoados, como Diamantina, Vila Rica (atual Ouro Preto) e Mariana. Nesses locais, surgiram artistas
como Aleijadinho, que projetou diversas igrejas na região e Manuel da Costa Ataíde, que fez diversas pinturas.
c) A descoberta do ouro reforçou o interesse da metrópole sobre a colônia. Portugal criou toda uma estrutura
para fiscalizar a exploração das minas, cobrar os impostos e evitar que ocorressem contrabandos. Esse processo
era bastante rígido e provocava o descontentamento na população. Em 1720, um grupo de mineiros se reuniu
sob a liderança de Filipe dos Santos em protesto contra a criação das Casas de Fundição. O movimento foi
controlado, seu líder acabou preso e condenado à morte; foi esquartejado e teve pedaços do corpo expostos
pela cidade. A Coroa portuguesa chamava essa pena de “punição exemplar”, ou seja, tinha o objetivo de inibir
as pessoas a fazer algo semelhante. (CEH5; EF07HI09; EF07HI12; EF07HI13)
Gabarito – Autoavaliações
Verifique se na autoavaliação os estudantes demonstraram domínio dos temas abordados em cada unidade, se eles
se consideraram autônomos na construção do processo de ensino-aprendizagem, como percebem suas potencialidades
e dificuldades. A identificação das dificuldades é importante para que as devidas intervenções pedagógicas possam ser
feitas, auxiliando-os na continuidade dos estudos e do seu desenvolvimento.
LXXIX
REINALDO SERIACOPI
Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e Comunicação Social pelo
Instituto Metodista de Ensino Superior.
Editor especializado na área de História.
1a edição
São Paulo • 2022
22-114757 CDD-372.89
Índices para catálogo sistemático:
1. História : Ensino fundamental 372.89
Eliete Marques da Silva – Bibliotecária – CRB-8/9380
2
UNIDADE
TOLERÂNCIA
CHARLY TRIBALLEAU/AFP
A ativista paquistanesa Malala
Yousafzai, ganhadora do Prêmio
Nobel da Paz de 2014, discursa
na Assembleia Mundial das
Mulheres, em Tóquio, Japão.
2019. Malala foi vítima de
perseguições e de um atentado
por defender o direito das
meninas à educação e pela
sua luta contra a repressão
de
crianças e jovens. Vive exilada
em Birmingham, na Inglaterra
.
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ABERTURA O respeito às
diferenças
DE UNIDADE Você já sentiu estranheza ou
rejeição diante de ideias ou
experiências diferentes
Em duas páginas
das suas?
Não é difícil encontrar pessoas
com hábitos, crenças, estilos
e pensamentos diversos dos de vida, costumes
nossos. Como você reage diante
duplas, as aberturas
Em um primeiro momento, o delas?
que não se parece com o que
estranhamento. Isso ocorre porque conhecemos nos causa
tentamos compreender os fenômeno
pessoas com base na nossa s e as outras
experiência e nos valores da
apresentando o conceito
CHRIsTIAn ToRREs/AP/IMAGE
PLUs
Pedestres e consumidores
em um mercado na cidade
de Mumbai, na Índia, 2020. MAnoEj PAATEEL/sHUTTERsT
oCk.CoM
unidades e, em cada
interpessoais, como ocorre
no bullying, e também se expressam
res proporções, como nas guerras em conflitos de maio-
entre povos.
Respostas pessoais. Consulte comentários
uma delas, há conceitos Converse com os colegas adicionais nas Orientações didáticas.
e o professor sobre as questões
a seguir.
1. Como você reage quando
se depara com ideias novas
e diferentes das suas?
importantes para a
Você aceita ouvir um estilo
de música diferente daquele
mado, por exemplo? Ou se a que está acostu-
relacionar com pessoas de
estranhos aos seus? hábitos completamente
compreensão do mundo
2. Como você acha que seria
o mundo se as pessoas só convivess
pensam do mesmo modo? em com os que
Explique seu ponto de vista
cíficas, por exemplo, o desenvolv usando situações espe-
imento da ciência, os hábitos
alimentar
em que vivemos.
Crianças brincam em gangorras es.
instaladas na cerca que divide 3. Em seu entendimento,
em Ciudad Juárez, México,
2019. A ideia foi desenvolvida o México dos Estados Unidos, devemos ser tolerantes com
arquitetura na Califórnia, EUA. por Ronald Rael, professor mento? Opiniões e argumen todo tipo de posiciona-
de tos preconceituosos e que
contra pessoas ou grupos incitam a violência
devem ser tolerados? Por
64 quê?
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4
TULO acreditavam que seres sem vida, como pedras e fenômenos naturais, também
CAPÍ tinham alma.
AS GRANDES Um dos maiores centros comerciais e de peregrinação religiosa na Península
a cidade de Meca (confira o mapa da página anterior). Lá se encontrava
Arábica era
ABERTURA DE
pelos povos árabes.
CAPÍTULO
• Relacionar a expansão marítima com a Revolução Comercial e as É no pátio central
transformações econômicas e sociais do período. dessa mesquita que se
AYMAn ZAID/sHUTTERsToCk.CoM
encontram a Caaba e a
Pedra Negra e onde
Suponha que alguém lhe pedisse para descrever o planeta onde milhares de peregrinos
vivemos. O que
você diria? Falaria da Terra como o lar de milhões de espécies de muçulmanos fazem
seres vivos? Diria suas orações.
também que 71% de sua superfície está coberta de água e que
todos nós.
O planeta Terra, em imagem gerada pelo satélite
GOES em 22 de abril de 2014, no Dia da Terra.
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#FICA A DICA
Com o objetivo de
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM enriquecer ou ampliar os
Nesse boxe, você ficará sabendo o que será aprendido com o assuntos estudados, há
estudo do capítulo. sugestões de diferentes
conteúdos, como
livros, revistas, sites,
documentários e filmes.
O renascimento da cultura greco-romana
Chamamos de Renascimento o movimento de renovação artística
IMAGEM
e intelectual
atrelado ao Humanismo. Ele foi assim nomeado porque, sob influência
do pensamento
humanista, retomou ideias e valores dos antigos gregos e romanos.
BOXE
O movimento renascentista alcançou seu maior esplendor em cidades
da Península
Itálica (como Florença), da região dos Países Baixos (onde hoje ficam a
CONDUTORA
Bélgica e a Holanda)
e do atual território da Alemanha. Nesses locais, o comércio havia impulsionado
a forma-
ção de uma rica burguesia. Foi esse grupo social o responsável por
financiar a produção
COMPLEMENTAR
intelectual e artística da época.
Para conhecer mais sobre o Humanismo e o Renascimento, vamos analisar
o afresco
37
Os termos e conceitos
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destacados no texto em
lilás remetem ao glossário
disponível na mesma
PESQUIS A
página, que apresenta
& AÇÃO 2O passo
MoIsÉs PATRÍCIo/CoLEçÃo PARTICULAR
suas definições.
nas Orientações didáticas. disponíveis on-line e/ou livros e revistas do catálogo
da
Os artistas se expressam em suas obras, por biblioteca escolar ou municipal. Após o levantamento
meio das quais apresentam críticas,
propõem reflexões, instigam experiências e expõem inicial, cada grupo deve selecionar três obras que
sentimentos aos espectadores. Porém,
o modo como uma obra de arte é percebida considere significativas.
e interpretada varia muito de pessoa para
pessoa. Muitas vezes, inclusive, uma obra de
arte acaba adquirindo sentidos diferentes
das intenções originais do artista. Muitos estudiosos 3O passo
do assunto afirmam que as obras se Nessa etapa, os grupos vão elaborar em uma
completam nessa relação com o público. folha avulsa
um roteiro de perguntas sobre as obras selecionadas.
Nesta seção, vamos desenvolver um projeto de
pesquisa tendo como principal foco o Incluam questões objetivas, como: “Qual é o
nome do
estudo de recepção da arte. Ou seja, faremos artista que produziu essa obra?”, “Em que ano
uma análise de como determinadas obras ela foi
RAIO X
segredo do Portal da Vida e da Morte,
dia é segunda-feira e suas
cujo acesso era permitido apenas às Candomblé, Djanira. Têmpera sobre madeira,
cores são preto, branco e 1957. MUsEUs CAsTRo MAYA, RIo DE jAnEIRo
de documentos históricos.
cerimônias religiosas. É o único que pode jogar
chamado de rum; o menor, os
8 O ofá (arco e 9 Erukeré, objeto sagrado feito com búzios, meio pelo qual os orixás transmitem suas
10 Oxóssi costuma de lé; e o de tamanho inter-
flecha) é um rabo de cavalo, boi ou búfalo. mensagens aos seus filhos, segundo os seguidores
ser representado mediário, de rumpi.
dos símbolos Segundo a tradição, é usado para do candomblé.
com um chapéu
de Oxóssi. manejar os espíritos da floresta. Elaborado com base em: MOURA, Clóvis.
de couro. Dicionário da escravidão negra no Brasil.
São Paulo: Edusp, 2004.
CAMPOLIM, Silvia. Candomblé no Brasil:
orixás, tradições, festas
Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/candomble-no-be costumes. Superinteressante, [s. l.], 31 out. 2016.
78 Acesso em: 26 maio 2022. rasil-orixas-tradicoes-festas-e-costumes/.
79
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd
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ENQUANTO ISSO...
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79
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ESQUEMA-RESUMO
e os azulejos decorativos. (Renascimento saber (Renascimento
artístico) científico)
Por tudo isso, o longo • Contrarreforma
Miniatura de manuscrito
ilustrado de 1561 que
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24-AV1.indd
56
14/07/22D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP
11:53 2-LA-G24.indd 57
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ÍCONES SELOS
Algumas atividades são caracterizadas IMAGENS FORA AS CORES NÃO LINHA DO TEMPO SEM ESCALA. OS
com os seguintes ícones: DE PROPORÇÃO. SÃO REAIS. SEGMENTOS ENTRE AS DATAS NÃO
CORRESPONDEM AO TEMPO DECORRIDO.
INTERPRETAÇÃO
COMUNIDADE DE DOCUMENTOS Para representar melhor certos conceitos,
algumas ilustrações podem alterar a proporção
MAPA ILUSTRATIVO de tamanho entre os elementos ou empregar
T R A BA L H O SEM ESCALA.
DIVERSIDADE SOCIOEMOCIONAL cores que não são as reais. Quando isso
acontecer, a ilustração apresentará estes selos.
TECNOLOGIA NÃO ESCREVA Este livro é reutilizável. Faça as atividades
NO LIVRO. no caderno ou em folhas avulsas.
VAMOS FALAR
esquerda) e um padre circunda o Sol, então seria preciso tentar
com muito cuidado explicar as Escrituras
católico (à direita) que parecem contrárias, e dizer que não
as entendemos ao invés de dizer que seja
pregam aos fiéis, falso aquilo que se demonstra. Mas não
crerei que há tal demonstração até que
autoria desconhecida. seja mostrada. [...] me
Gravura, 1529.
SOBRE...
4. Confira novamente a gravura da página 53, BELLARMINO, 1928 apud MARICONDA, Pablo
Rubén. O diálogo de Galileu e a condenação.
que representa uma oficina de impres- Fil. Ci., Campinas, série 3, v. 10, n. 1, p. 77-160, Cad. Hist.
são e o uso de tipos móveis na produção jan./jun. 2000. p. 123. Disponível em: https://www.cle.
de livros. Com base na leitura do texto unicamp.br/eprints/index.php/cadernos/article
/download/631/509/1198. Acesso em: 9 maio
Livros: a imprensa de Gutenberg e nos seus 2022.
conhecimentos históricos, responda: a) O que Galileu afirmava a respeito daqueles
que consideravam suas teses heréticas?
a) Como os livros eram produzidos antes da Consulte comentários nas b) O cardeal Bellarmino concordava com as teses
invenção da imprensa? de Galileu? Justifique sua resposta.
b) O que mudou na produção de livros após Orientações didáticas.
Atividades propõe um
5. Após a leitura deste capítulo, escolha um
artista renascentista que chamou sua protestantes. Muitos desses confrontos tiveram
atenção. Faça uma pesquisa e escreva uma pequena a participação dos governos locais. Diante
biografia desse artista. (Na disso, diferentes pensadores passaram a defender
seção Como se faz…, há orientações sobre que os governos não tivessem uma reli-
Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais
como fazer uma biografia.) gião oficial, como forma de garantir o direito de
nas Orientações didáticas. todos e evitar perseguições. Lentamente,
exercício de reflexão e
6. Os humanistas tinham um interesse muito isso fez nascer a ideia de que apenas um governo
grande pelo saber; alguns, inclusive, des- laico, sem uma religião oficial, poderia
tacaram-se em mais de uma área do conhecimento.
Leonardo da Vinci, por exemplo, proteger a liberdade religiosa.
foi pintor, cientista, matemático, inventor,
entre outras atividades. Isso revela a
capacidade dessas pessoas de estarem abertas Respostas pessoais. Consulte comentários adicionais
da unidade.
exemplo pessoal. religiosas? Em caso positivo, como
Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais evitar que isso ocorra? Justifique sua resposta.
nas Orientações didáticas.
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FECHANDO A UNIDADE
FECHANDO A UNIDADE 1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes percebam
podem ter sua sobrevivência física e cultural ameaçada, que os indígenas
Documento 2: Fotografia contaminação por metal pesado provoca doenças
uma vez que a
Consulte comentários nas Orientações didáticas. graves, além de impedir a
TERRAS INDÍGENAS realização de atividades tradicionais como a caça,
a pesca e a agricultura.
WASHINGTON ALVES/REUTERS/FOTOARENA
Em diversos lugares do mundo, diferentes povos
ou grupos
sociais disputam o controle de territórios. No Demarcação: neste
Brasil, por exemplo,
COMO SE FAZ…
COMO SE FAZ... 3O passo Elaboração do roteiro
Esta seção contribui para seu
DRAMATIZAÇÃO
Dramatização é uma apresentação teatral que
O roteiro deve conter todas as informações sobre
a dramatização: resumo da história, descrição
dos cenários e das personagens (suas falas e cenas).
Na elaboração de um roteiro de texto dramático,
• a definição dos momentos mais representativos
deve-se considerar:
desenvolvimento escolar. Por
meio dela, você vai receber
pode ser feita na escola ou em qualquer da ação;
outro lugar, desde que nele seja possível delimitar • as personagens (protagonistas e coadjuvantes);
o espaço cênico e a plateia.
A dramatização pode ser individual ou envolver • as caracterizações físicas e psicológicas das personagens,
um número reduzido de estudantes, que devem ser bem perceptíveis;
mas pode ser também uma representação coletiva, • a utilização de trajes, adereços, modos de falar
da qual todos os estudantes da turma
• quanto tempo se tem para realizar a dramatização; Antes da apresentação oficial, é necessário
MUNICIPAL DE TEATRO (UFMS/TRÊS LAGOAS/
ESPETÁCULO "QUEM ROUBOU O BRANCO DO
1
• Gerais (CG): 1, 3, 5 e 9: trabalhadas com UNIDADE
os estudantes à medida que analisam a
formação das monarquias europeias e
TERRITÓRIO
o contexto histórico dos movimentos
sociais, políticos, econômicos e cultu-
rais que fizeram parte da configuração
da sociedade europeia, incentivando o
desenvolvimento de habilidades como
cooperação e diálogo entre os estudan-
E GOVERNO
tes de forma articulada ao estudo das
características do período.
• Específicas de Ciências Humanas
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
• Específicas de História (CEH): 1, 2,
3, 4, 5, 6 e 7. Ao longo do tempo, diversos grupos
Habilidades com identidades comuns procuraram
• EF07HI01 • EF07HI04 • EF07HI05 organizar-se e proteger seus valores, suas
• EF07HI07
tradições e seus modos de vida. Uma das
formas de fazer isso foi a delimitação de
Temas Contemporâneos
seus territórios.
Transversais na
Ainda assim, nem todos os povos
Unidade que compartilham uma mesma identidade
• Ciência e Tecnologia: presente
vivem em um único território. Muitos se dis-
na página 31, na reflexão sobre
o pensamento filosófico e o uso tribuem em diferentes Estados e outros são
da razão relacionados aos pro- itinerantes, sem território definido, como
blemas da sociedade brasileira; alguns grupos ciganos, os beduínos árabes
e na página 49, ao trabalhar o e os aborígenes australianos. Eles não são
desenvolvimento de pesquisa superiores ou inferiores a nenhum outro
científica com os estudantes. povo, apenas têm hábitos culturais distintos.
• Multiculturalismo: exemplos Nesta unidade, estudaremos dife-
são a página 10, ao abordar a rentes formas de organizar o poder e
existência de diferentes grupos como elas influenciaram a ocupação de
com identidades comuns, po-
territórios. Também vamos descobrir que
rém com práticas e visões de
mundo opostas; a página 49, ao a formação de cada país aconteceu em
propor aos estudantes a produ- dado momento da história e alterou a
ção de uma entrevista sobre as relação das pessoas que ali viviam com o
práticas religiosas no Brasil; e o espaço que ocupavam.
Fechando a unidade, na dis-
cussão sobre o significado da
terra para os povos indígenas.
• Cidadania e Civismo: como
exemplos, citamos a página 13, 10
na atividade em que se discute
a importância da democracia; a
página 27, no debate sobre a im- sos de poder; na página 30, 10ao refletir sobre a
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd Texto complementar 27/06/22 11:59
visual, auditiva e física, e atribui ainda além da reprodução e extensão e/ou cria-
grande importância à verbalização de pa- ção de padrões.
drões. A autora propõe atividades variadas MAMEDE, Ema; SILVA, Joana. Explorando
com padrões enfatizando a transposição padrões no 6o ano do ensino básico. Saber
de padrões para outras formas, a obser- & Educar, [S. l.], n. 20, p. 160-173, dez. 2015.
vação de semelhanças e de diferenças, a p. 163. Disponível em: http://revista.esepf.pt/
análise e comparação de padrões, o re- index.php/sabereducar/article/view/181.
Acesso em: 28 jun. 2022.
forço da progressão da esquerda para a
direita, o raciocínio dedutivo, a conexão
de ideias abstratas com o mundo real,
11
Espaços sob
Espaços sob controle, a pro-
posta é abordar conceitos que
serão importantes no trabalho
com a unidade, como Estado controle
Nacional, território, fronteira,
governo e soberania. Para arti-
cular tal discussão, o ponto de Reflita sobre o lugar onde você mora. Sua moradia está na zona urbana ou rural?
partida é o olhar dos estudantes
As zonas urbana e rural fazem parte de um município, que, por sua vez, pertence
sobre o território mais próximo
a um estado. Com 5 568 municípios, o Brasil é formado pela união de 26 estados
a eles: o local.
mais o Distrito Federal, onde fica a capital, Brasília, sede do governo federal.
Para iniciar o trabalho com
Com essa organização, podemos dizer que o Brasil é um exemplo de Estado
os conceitos, organize uma
Nacional: encontra-se em um território delimitado por fronteiras e conta com um
roda de conversa para levantar
governo próprio, que garante a ocupação do espaço territorial, sua permanência e
os conhecimentos prévios dos
expansão ao longo do tempo. O poder que o governo detém sobre as pessoas e sobre
estudantes. Escreva os conceitos
(estado, território, fronteira, sobe- seu território é chamado de soberania.
rania) na lousa e incentive a turma Será que os territórios sempre foram organizados dessa maneira?
a apresentar definições. Com base
nos elementos levantados pelos
12
complementar diversificados (mapas, reportagens, trechos de citando exemplos como a perda ou anexação
livros, fotos, entre outros) sobre a história de territórios, a emancipação de algum distrito,
Pesquisar as origens do do município. Com base nesses materiais, os a construção de uma barragem, a delimitação
município grupos deverão investigar como foram defini- de uma área indígena ou quilombola, entre
Organize a turma em grupos dos os limites do território. outros relacionados às dinâmicas locais.
de quatro a cinco estudantes e Formule questões direcionando o olhar dos É interessante que a atividade seja interdis-
proponha que façam uma ati- estudantes sobre as fontes. Questione se os ciplinar com Geografia, cujo professor poderá
vidade de pesquisa sobre as limites territoriais sempre existiram e se ocorre- orientar os grupos na análise do espaço e no
origens do munícipio onde a ram transformações recentes que modificaram uso de determinados conceitos.
12
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd 13 que maneira as relações entre as pessoas
27/06/22 e os
11:59
Competências
TULO
1
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3 e 4. DAS MONARQUIAS NACIONAIS
Habilidade
• EF07HI07
AO ABSOLUTISMO
A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 3 e 4: abordadas ao fazer os es- OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
tudantes relacionarem e contraporem
a configuração política, social, econô- • Descrever o processo de formação das Monarquias Nacionais europeias.
mica e cultural da sociedade moderna • Identificar acordos entre reis, burguesia e Igreja Católica na centralização do poder.
à dos dias atuais. • Conhecer algumas das teorias referentes ao Absolutismo.
• CEH 1, 2 e 3: enfatizadas no estudo
das estruturas sociais, econômicas e
Os Jogos Olímpicos reúnem milhares
e 1806, ocupou a região hoje correspondente em pessoas ricas. Até o século XVIII,
linhas gerais à Alemanha. na França, o burguês era aquele
que vivia na cidade e que não
trabalhava como criado.
Iluminura do século X que representa
a coroação de Oto I como rei do Sacro Explique que, atualmente,
Império Romano-Germânico. a palavra burguesia é utili-
zada para designar um grupo
17
social mais rico da sociedade.
Essa reflexão permite discutir a
questão das desigualdades que
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd 17
AMPLIAR HORIZONTES 27/06/22 12:00
caracterizam as sociedades bur-
guesas, explorando conceitos
• BLOCH, Marc. A sociedade feudal. São Pau-
de alteridade e de diversidade
lo: Edipro, 2016.
e promovendo a educação para
O livro aborda o feudalismo, destacando os princi-
os direitos humanos.
pais traços da civilização europeia entre a metade
do século IX e o início do século XIII.
17
AI
S,
são sobre a centralização política e cas passaram a controlar a ordem e a segurança
PA
RIS
no estudo da Carta Magna como fon- nas estradas e a proteger as cidades. Obrigaram,
te histórica. ainda, os senhores feudais e os homens livres
• Habilidade EF07HI07: enfocada quando
a lhes jurar lealdade e a pagar impostos. Para
os estudantes identificam as caracterís-
ticas políticas e sociais que surgem a cobrar esses impostos, utilizavam funcionários
partir da constituição do Absolutismo. de sua confiança, que coletavam o pagamento
em dinheiro, não mais em terras, como era
comum em épocas anteriores.
PROCEDIMENTOS
Cada rei instituiu uma moeda válida para todo
DIDÁTICOS o seu reino e proibiu os senhores feudais de cunha-
Para discutir o processo de rem moedas. Os reis assumiram também o controle
consolidação das Monarquias de diversos setores da sociedade, como o comércio, Selo com imagem do rei francês Filipe
Nacionais na Europa, solicite aos II, 1180. Em latim, a frase diz: “Filipe,
a justiça e a educação, que até então era monopo- pela graça de Deus, rei da França”.
estudantes que discutam em lizada pela Igreja. Com a burguesia, começaram a
duplas ou pequenos grupos o
financiar a formação de escolas e universidades laicas; afinal, a condu-
que entendem por centralização Laico: que não é
ção do Estado e dos negócios exigia profissionais com conhecimentos religioso; secular.
política. Encoraje-os a relacio-
em idiomas, leis e finanças, por exemplo.
nar o tema com suas realidades,
Nesse contexto, na Inglaterra, o rei Henrique II (1133-1189) instituiu leis para todo o
refletindo se acreditam que atual-
território – o sistema do Common Law (em português, “direito comum”) –, enfraquecendo
mente no Brasil o poder é ou
o poder dos senhores feudais, que antes impunham as próprias decisões nos feudos.
não centralizado e o que isso
significa. A partir dos ele- A proximidade com a burguesia
mentos levantados pelos Como parte da força econômica dos reis vinha do dinheiro da burguesia, os monar-
estudantes, apresente o signifi- cas estabeleceram mecanismos e leis que beneficiavam e fortaleciam os burgueses. Em
cado de centralização política no
Portugal, por exemplo, foram instituídas leis que ajudaram os mercadores a empreender
contexto de formação das socie-
grandes navegações comerciais. Além disso, muitos burgueses foram contratados como
dades modernas.
conselheiros e funcionários reais.
A seguir, solicite aos estudan-
Esses exemplos revelam de que modo a burguesia ampliou seu poder de influência
tes a leitura da página e elabore
na sociedade europeia e na formação dos Estados Nacionais. Entretanto, o processo de
coletivamente um esquema na
centralização monárquica não foi aceito sem resistência por parte dos senhores feudais.
lousa indicando as ações dos
Em quase toda a Europa ocidental, houve enfrentamentos entre a nobreza feudal e o rei.
reis para controlar a econo-
mia, a justiça e a educação,
como a criação de leis para o 1. Quais devem ser as funções dos Estados Nacionais hoje? Pense no caso do Brasil
território; a cobrança de impos- e liste em ordem crescente de importância três funções que, em sua opinião, um
tos em dinheiro; a instituição bom governo deve desempenhar. Respostas pessoais. Consulte comentários adicionais nas
Orientações didáticas.
de moeda única; a criação de
18
escolas e universidades. Informe
aos estudantes que esse processo
ocorreu de formas diferentes nas
Estado brasileiro faz e o que ainda precisa
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd 18 fundamentais à população, como a educação, 27/06/22 12:00
monarquias que se constituíram
fazer. Explique que, para atingir resultados a saúde e a segurança. É possível utilizar
no período estudado.
em diversas áreas e promover o bem-estar o seguinte texto como material de apoio:
Atividade da sociedade, os governos se utilizam das CALDAS, Ricardo Wahrendorff (coord.).
1. Com essa atividade, que pode políticas públicas. Incentive os estudantes a Políticas públicas: conceitos e práticas.
ser feita em duplas ou peque- pensar que as políticas públicas devem estar Belo Horizonte: Sebrae/MG, 2008. Disponível
nos grupos, espera-se que, voltadas para o bem-estar da sociedade e em: http://www.mp.ce.gov.br/nespeciais/
partindo de suas necessidades para a defesa de práticas democráticas e promulher/manuais/manual%20de%20
como cidadãos, os estudan- inclusivas. Ajude-os a perceber o papel do politicas%20p%C3%9Ablicas.pdf. Acesso
tes apontem aquilo que o Estado na garantia de direitos humanos em: 24 maio 2022.
18
BR A R A.
como Carta Magna. Embora esse documento só assegurasse os
SIL
limitações da Carta
YPIX LATER
G
direitos e interesses dos grupos sociais mais ricos, foi um dos Magna
GES RES, IN
/EAS
primeiros a limitar o poder de um monarca.
AN . L O N D
Apresente uma versão da
IMA
S
Nessa carta, havia artigos que impediam o rei de criar leis
RID ONDRE
Carta Magna, ou de parte dela,
GEM
L
sem aprovação do Grande Conselho, instituição formada
FOT EU DE
para a turma, realize a leitura
O: B
MUS
por representantes da nobreza e do alto clero. coletiva do texto, esclarecendo
Carta de João Sem-Terra após a assinatura da Carta Magna, possíveis dúvidas de vocabulário,
em 1215. Na carta, que contém o selo real, o monarca e explore os principais pontos do
concede aos habitantes de Londres, na Inglaterra, o direito
de escolherem a cada ano um prefeito que fosse “temente a documento. Entre outras disposi-
Deus, discreto e adequado ao governo da cidade”. ções, a Carta Magna dizia que o
1. a) O texto evidencia que qualquer punição só poderia acontecer dentro dos princípios estabelecidos pela rei não poderia criar impostos ou
lei. Dessa forma, indicava que a lei deveria ser cumprida por todos, inclusive pelos monarcas. alterar as leis sem antes consultar
1. Leia a seguir um trecho extraído da Carta Magna. Caso desconheça alguma palavra,
o Grande Conselho, órgão que
consulte seu significado em um dicionário.
seria integrado por representan-
tes do clero e da nobreza. Além
Nenhum homem livre será detido, aprisionado ou despojado dos seus direitos
ou bens, ou colocado fora da lei, ou exilado, ou destituído de sua condição de qual- disso, nenhum súdito poderia ser
quer maneira que seja. Não procederemos contra ele pela força, nem enviaremos condenado à prisão sem antes
outros que o façam, salvo em virtude de um julgamento legal dos seus pares, ou passar por um processo judicial.
de acordo com a lei da região. Pergunte aos estudantes se
ESPINOSA, Fernanda. Antologia de textos históricos medievais. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1981. p. 327. esses pontos foram importantes
para a organização da socie-
a) De acordo com o texto, de que
maneira a Carta Magna restrin-
dade do período. Auxilie-os no
giu os poderes do rei? debate sobre os avanços que
b) O texto recomenda que a socie- essas medidas representaram,
dade seja regida não pela força, assim como suas limitações. É
mas pela lei. Você concorda importante que todos percebam
com essa ideia? Por quê?
que, ainda que garantisse direi-
tos apenas aos homens livres, a
Cerimônia no Memorial da Carta Magna até hoje é consi-
Carta Magna em celebração derada um símbolo de avanço
aos 800 anos da assinatura
do documento pelo rei João
legislativo no mundo ocidental.
Sem-Terra. Surrey, Inglaterra, Sua versão integral está disponí-
2015. Na lápide do monumento, vel em: http://www.dhnet.org.
lê-se: “Para comemorar a
Carta Magna, símbolo da br/direitos/anthist/magna.htm
liberdade sob a letra da lei”.
STEFAN WERMUTH/AFP/GETTY IMAGES
(acesso em: 28 maio 2022).
1. b) Respostas pessoais. Se considerar válido, mencione aos estudantes que a Carta Magna é conhecida
como um dos marcos dos direitos humanos, pois inaugura a noção de liberdade e igualdade sob a lei. 19
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd 19 27/06/22 12:00
19
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
moviam as relações entre monar- Ano: 1000
0° 0°
Ri
CASTELA ARA
o
GÃO
Eb
políticos, sociais e econômicos da Re-
ro
A partir de 711, quase toda Ri T o ej
conquista e das alianças estabelecidas. Lisboa
o
Toledo
a Península Ibérica esteve sob o CALIFADO DE
CÓRDOBA
Valência
domínio muçulmano. Os cristãos, Córdoba
PROCEDIMENTOS que foram expulsos de suas terras r râ
ne
o
40° N
0 190 ar
Para discutir a questão da península, iniciaram ações milita-
M
ATLÂNTICO LEÃO
dantes um exercício de análise
NAVARRA
Ri
CONDADO
o
cartográfica. Inicialmente, apre-
Eb
PORTUCALENSE
ro
quase 800 anos. Os mapas desta CASTELA ARAGÃO
ATLÂNTICO REINO DE Eb
ro
dantes que analisem os mapas A se tornar Portugal, e os reinos de NAVARRA
REINO DE rr
dos, contextualize o processo la Ibérica passou a ter outra con- GRANADA
ed
it
e
Limites internos dos reinos
M
conhecido como Reconquista. figuração geopolítica. Os muçul- 0 190 M
ar cristãos espanhóis
Limites de reinos
0°
Explique aos estudantes o signi- manos dominavam apenas o Reino
Fonte: BLACK, Jeremy (ed.). World history atlas: mapping the
ficado desse conceito, utilizado de Granada, ao sul. human journey. 2. ed. London: Dorling Kindersley, 2005. p. 108.
pelos europeus para descrever a
retomada das terras que anterior- 20
mente estavam sob o domínio
dos cristãos e passaram a ser
dominadas pelos árabes, a partir porD3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24-AV1.indd
volta de 1212, a presença muçulmana 20 limi- 14/07/22 11:08
AKG-IMAGES/ALBUM/FOTOARENA
BRIDGEMAN/EASYPIX BRASIL
Jean Bodin (1530-1596)
23
cráticos nas sociedades atuais. Pensando nisso, Manual e no texto disponível em: https://
Autoritarismo e a proponha à turma uma atividade de intervenção institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/meu-e
defesa de princípios na comunidade escolar: em grupos, os estudantes ducador-meu-idolo/materialdeeducacao/
democráticos devem formular propostas para promover relações pensamento-computacional-e-programacao
Ao discutir o Absolutismo, os mais democráticas em sala de aula, fazendo com -como-ferramentas-de-aprendizagem.html;
estudantes refletiram sobre as que todos se comprometam com a construção de acesso em: 19 jun. 2022):
consequências da ausência de relações mais empáticas e respeitosas. 1. Decomposição do problema: os estu-
participação da população nas Tome por base as etapas do pensamen- dantes devem identificar um problema que faça
decisões políticas e na escolha de to computacional (conheça melhor essa parte do cotidiano de sala de aula e envolva
24
Elaborado com base em: SYMBOLISMS in portraits of Queen Elizabeth I. Royal Museums Greenwich. Londres, [2015]. envolvimento e participação dos
Disponível em: https://www.rmg.co.uk/stories/topics/symbolism-portraits-queen-elizabeth-i. Acesso em: 4 maio 2022.
estudantes na organização do
25 cotidiano escolar.
Os grupos devem produzir um
material visual para apresentar
o comportamento coletivo (conversa exces-
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd 25 coletivas em diferentes circunstâncias e 27/06/22
momen- 12:00 sua proposta de intervenção: um
siva, desrespeito a normas coletivas, falta de tos do cotidiano escolar. cartaz ou panfleto ou recursos
cuidado com o ambiente escolar etc.). Proponha 3. Abstração: os estudantes devem levantar digitais. Os materiais produzi-
que discutam a questão selecionada e esco- hipóteses (possibilidades) de ações coletivas para dos podem compor um grande
lham um tema específico a ser analisado sanar o problema, verificando os prós e contras painel em espaço comum da
em profundidade. de cada proposta e sua viabilidade e eficácia. escola, compartilhando com a
2. Identificação de padrões: os estudantes 4. Proposta de intervenção: o grupo deve comunidade as ideias e permi-
devem identificar os padrões de comportamento apresentar uma proposta de intervenção, expli- tindo a busca da construção de
coletivo que geram o problema selecionado cando o problema analisado e mostrando como relações mais empáticas e res-
e o que pode ser feito comparando atitudes a proposta resolverá o problema e gerará maior peitosas nas diferentes esferas.
25
circulação irrestrita, o que revela • VERSALHES: o palácio é todo seu. Um tour virtual
uma noção de privacidade muito privado pela antiga casa da realeza francesa.
diferente da que cultivamos hoje. Google Arts & Culture. [S. l.], [20--]. Dispo-
Luís XIV, por exemplo, já acor- nível em: https://artsandculture.google.com/
project/versailles?hl=pt-BR. Acesso: 1 jun. 2022.
dava rodeado de súditos, que o
acompanhavam ao longo do dia. Nessa página do site Google Arts & Culture, é pos-
sível visitar virtualmente, em detalhes, o Palácio de
Versalhes, um dos maiores símbolos da vida de lu-
xo das cortes absolutistas europeias.
26
da cidade de
tes de alguns reinos europeus a Constantinopla em
buscar novas rotas comerciais, 1572, de Georg Braun
e Frans Hogenberg.
iniciando assim o processo que
levaria às Grandes Navegações, 28
que marcariam os séculos XV e
XVI. A construção das noções
de causas e consequências é D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24-AV1.indd 28 14/07/22 11:08
fundamental para que os estu-
dantes desenvolvam a ideia de
processo histórico.
28
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24.indd 29 em 84,5% dos casos. Apenas
27/06/22 12:00 14% se consideram pardos,
1,4%, pretos e 0,1%, indígenas. Segundo o censo, há ape-
Composição da magistratura nas 91 deficientes no universo da magistratura, estimado
A magistratura brasileira é composta majoritariamente em pouco mais de 17 mil pessoas, segundo o anuário es-
por homens. Segundo os números preliminares do Cen- tatístico do CNJ Justiça em Números, elaborado com base
so dos Magistrados, realizado pelo Conselho Nacional de no ano de 2012.
Justiça (CNJ) no final do ano passado [2013], 64% dos magis-
PESQUISA do CNJ aponta perfil dos magistrados brasileiros.
trados são do sexo masculino. Eles chegam a representar Tribunal Regional Federal da 2a Região. Rio de Janeiro, 20 jun.
82% dos ministros dos tribunais superiores [...]. 2014. Disponível em: https://www10.trf2.jus.br/portal/pesquisa-do-
Em relação à composição étnico-racial da carreira, juí- cnj-aponta-perfil-dos-magistrados-brasileiros/.
zes, desembargadores e ministros declararam ser brancos Acesso em: 16 maio 2022.
29
31
muitas conquistas sociais, polí- DUBY, Georges. Damas do século XII. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. E-book.
ticas e jurídicas. Hoje, em boa a) Como Joana d’Arc foi representada na imagem?
parte do planeta, as mulheres b) O que significa dizer que a mulher deve permanecer sob a tutela masculina? Se tiverem
têm autonomia sobre seus bens dúvidas, procurem no dicionário o significado da palavra tutela.
Significa que a mulher deveria permanecer sob a responsabilidade de homens.
e sua vida, direito ao voto etc. 32
Ainda assim, há várias perma-
nências históricas, como pessoas
que acreditam que as mulheres
não podem assumir determi-
Vamos falar sobre...
D3-HIST-F2-2108-V7-010-033-U1-CAP1-LA-G24-AV3.indd 32 de outros. Cabe ressaltar que a prática de 16/07/22 12:27
Competências
TULO
2
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 6 e 7. O MUNDO MODERNO:
Habilidades
• EF07HI01 • EF07HI04 • EF07HI05
RENASCIMENTOS E REFORMA
• EF07HI07
Comente que a popularização nalização de grupos sociais específicos, o que tam atualmente 337 milhões de pessoas
das redes começou, ao menos no permite um tratamento crítico de marcadores usando a internet (Report of the Web-
Brasil, no final dos anos 1990 – e, Based Education Commission, 2000).
sociais que se convertem em fatores de exclusão.
Na educação, o uso da internet representa
desde então, as conexões torna-
ram-se mais velozes, práticas e
Texto complementar atualmente o maior potencial de aplicação
das Tecnologias da Informação e da Comu-
baratas. Incentive os estudan- A internet nicação (TIC). A internet pode ser vista como
tes a refletir sobre a importância A internet é hoje um dos mais podero- grande repositório de informação [...]. Além
da democratização do acesso à sos meios de comunicação. É global, cresce disso, a internet dispõe dos mais modernos
internet, ponderando sobre os rapidamente e atinge praticamente todos recursos para a manipulação da informação.
34
AMPLIAR HORIZONTES
• BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutenberg à internet. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.
Esse livro apresenta uma análise dos meios de comunicação e traça as diferentes mídias e linguagens de-
senvolvidas pela civilização ocidental.
35
37
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24.indd 37 27/06/22 11:41
37
DE
M
IA
,V
complementam as características
EN
EZA
Textos de autores gregos e romanos, que
, IT
do movimento artístico inte-
ÁLIA
estavam sob o controle da Igreja Católica e não
lectual humanista estudado na
tinham sido traduzidos, ou que não circulavam
página 36 do Livro do Estudante.
pela Europa, foram recuperados, traduzidos e
É importante que os estudantes
debatidos. Esse foi o caso das obras de Platão
compreendam que estava em
e de Aristóteles, dois dos principais filósofos gregos. curso a alteração de formas de
Entre outros assuntos, esses textos provocavam ver o mundo; em longo prazo,
reflexões sobre ética, lógica, a busca pelo conhe- isso mudaria a estrutura social
cimento e a natureza humana, aspectos considerados europeia e os territórios conhe-
fundamentais entre os pensadores humanistas. cidos do globo, resultando na
Homem vitruviano,
Para os humanistas, o ser humano devia ocupar o centro Leonardo da Vinci. concepção de modernidade
de suas reflexões. Essa concepção, conhecida como antro- Estudo das proporções europeia.
humanas para o livro De
pocentrismo, opunha-se ao teocentrismo, pensamento Architectura, de Marco Para discutir a questão do
desenvolvido por teólogos da Igreja Católica que sustentavam Vitruvio Pollione, publicado antropocentrismo, parta da
em 1492.
que Deus (em grego, Théos) era a fonte de todo o conhecimento. análise coletiva do Homem
Isso não quer dizer que os humanistas eram ateus. Pelo vitruviano, de Leonardo da
Ética: conjunto de princípios
contrário, eles tinham fortes preocupações religiosas e suas que motivam ou disciplinam Vinci. Incentive os estudantes a
ideias eram profundamente influenciadas pelo cristianismo. o comportamento de pensar sobre a imagem e a buscar
uma pessoa ou um grupo
Entretanto, eles atribuíam particular importância à procura de social. Os valores nos quais hipóteses para relacioná-la com
explicações lógicas e racionais para os estudos da natureza. uma sociedade acredita, o termo antropocentrismo. A
por exemplo, justiça,
Esse tipo de pensamento é conhecido como racionalismo. solidariedade, honestidade etc.
partir dos elementos levantados
Com base no racionalismo, os humanistas negavam a Ateu: aquele que não crê em pela turma, organize na lousa um
Deus ou em qualquer outra quadro distinguindo antropocen-
ideia de que a Igreja Católica ou os textos sagrados tivessem divindade.
todas as respostas a respeito dos seres humanos e da natu- trismo de teocentrismo. Se julgar
pertinente, solicite aos estudan-
reza. Afirmavam que a busca de explicações vinha do saber prático, fundamentado na
tes que registrem o quadro em
experiência, na observação e na análise, algo que os antigos gregos já ensinavam.
seus cadernos.
FICA A DICA Os temas da hegemonia cató-
• Leonardo da Vinci e seu supercérebro, de Michael Cox. São Paulo: Companhia das Letras, lica sobre a forma de pensar e da
2004. (Coleção Mortos de Fama). crítica racionalista sobre essa
Para contar a vida de Leonardo da Vinci, o autor recorre a diários, cartas, charges e jornais questão permitem explorar com
imaginários da época. a turma a importância de con-
1. A visão teocêntrica medieval afirmava que Deus era a fonte de todo o conhecimento. A visão testar cientificamente posições
antropocêntrica colocou o ser humano como centro do conhecimento. estabelecidas e aparentemente
1. Identifique a diferença entre a visão teocêntrica medieval e a concepção antropo- fixas. O conhecimento e seu
cêntrica do Humanismo.
desenvolvimento demandam
2. Explique a relação entre o antropocentrismo e o desenvolvimento do racionalismo. contínua investigação, que, por
Os pensadores humanistas passaram a enfatizar as capacidades humanas para o conhecimento da realidade, em especial
vezes, pode levar à revisão de
a razão, o que fortaleceu o racionalismo no período. 39
dados preestabelecidos.
do período estudado.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
IC
toricidade dos estudos sobre a
esfericidade da Terra e o
acúmulo de conhecimentos da
humanidade sobre esse tema
ao longo dos séculos. É impor-
tante que a turma compreenda
que nossos saberes e modos
de vida resultam das contribui-
ções das sociedades passadas,
reconhecendo a importância do
conhecimento histórico para com-
preender fenômenos relacionados
MUSEO DI STORIA DELLA SCIENZA. FLORENÇA, ITÁLIA. LUISA RICCIARINI/BRIDGEMAN IMAGES/EASYPIX BRASIL
palmente, à manutenção do mento dos óculos, introduzidos na Península Itálica
poder da Igreja Católica, que
no final do século XIII e bastante difundidos em vários
defendia que a verdade só
lugares da Europa no século XIV.
poderia ser alcançada a partir
ERICH LESSING/ALBUM/FOTOARENA
das palavras de Deus. Para a
Igreja, nossos sentidos – como
a visão, utilizada para observa-
ção dos astros – eram falhos e
nos levavam ao engano.
A partir da discussão sobre os
embates entre religião e ciência,
ressalte a importância de se
garantir a autonomia da pes-
quisa científica, que deve estar
livre de intervenções de caráter
O julgamento de Galileu Galilei, 1633, escola Telescópio utilizado por Galileu
político ou dogmático. Aproveite italiana (autoria desconhecida). Óleo sobre tela, em 1610 para a observação de
o ensejo para questionar os estu- século XVIII. fenômenos celestes.
dantes sobre as razões e os
efeitos da censura em uma socie- 42
dade. Eles poderão apontar que
essa prática restritiva é, geral-
mente, relacionada a disputas de É interessante que eles construam noções
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24-AV3.indd 42
AMPLIAR HORIZONTES 16/07/22 12:30
42
do Renascimento. É importante
orientar os estudantes a pesquisar
a reprodução da obra e também
suas informações técnicas (autor,
data, dimensões, técnica, museu
ou coleção em que está abri-
gada etc.).
Após a pesquisa, cada grupo
deve apresentar aos colegas a
obra selecionada. Com base
nas obras apresentadas, pro-
ponha aos estudantes que
coletivamente comparem as
obras medievais com as renas-
centistas, identificando as
diferenças de representação
(dimensões, proporções, pers-
pectiva, cores etc.).
AMPLIAR HORIZONTES
Detalhe do • FANTINI, Vanessa; BOLFE,
afresco Escola Sandra Ana; COSTA, Eduino
de Atenas. Rodrigues da. A Cartografia
digital para alunos da 5a série
43
do ensino fundamental com
o uso do programa GPS Track
Maker Free® como recurso
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24.indd 43 27/06/22 11:42 didático-pedagógico. Boletim
Gaúcho de Geografia, Porto
Trabalhar noções de altura, largura e profundidade Alegre, v. 35, n. 1, p. 199-216,
Caso os estudantes apresentem dificuldades com os conceitos de altura, largura e pro- 2009. Disponível em: https://
fundidade, peça a eles que criem desenhos nos quais esses três conceitos da Geometria e seer.ufrgs.br/bgg/ar ticle/
da Arte estejam presentes. Para que a atividade contribua para a construção do conheci- view/37406. Acesso em: 17
mento sobre o capítulo, a temática em questão também precisa ser inspirada no Humanismo. maio 2022.
Ao final, cada estudante pode trocar seu desenho com o do colega, que terá de identificar
altura, largura e profundidade no desenho do outro.
43
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24.indd 45
AMPLIAR HORIZONTES 27/06/22 11:42
• ARTWORKS. Galeria degli Uffizi. Florença, [2022]. Site em inglês e italiano. Disponível em: https://
www.uffizi.it/en/artworks. Acesso em: 17 maio 2022.
A Galeria degli Uffizi, localizada em Florença, Itália, reúne obras de Rafael Sanzio, Botticcelli e Giotto, entre
outros. Confira imagens em alta resolução de obras do acervo no site da instituição.
• TRAMBAIOLLI NETO, Egidio. Vitrúvio para crianças: a matemática faz parte da arte. São Paulo: Uira-
puru, 2016.
Nesse livro, História da Arte, Matemática e ensino são apresentados em linguagem apropriada para a faixa etária.
45
GRANGER/FOTOARENA
temas desenvolvidos no 6o ano,
perguntando aos estudantes sobre
a influência da Igreja durante a
Idade Média. Peça-lhes que deem
exemplos dessa influência.
Durante as discussões, comente
com a turma que a Igreja se tornou
a única instituição na Idade Média
que possuía um poder central, o
que lhe permitiu manter estruturas
Cunhagem de
sólidas. Igualmente, sua influência moedas para
e atuação podem ser observadas pagar ao
vendedor de
no acúmulo de terras e nas expli- indulgências.
cações de mundo dos povos da Xilogravura
época, expressas na arte, no coti- alemã,
século XVI.
diano etc.
É pertinente indicar que, 46
até o surgimento da Reforma,
a Igreja não utilizava, em seu
nome, o adjetivo Católica. Na
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24.indd 46 século XVI, relacionando-se também a as- 27/06/22 11:42
prática, isso não significava a pectos culturais, econômicos e de poder
inexistência de instituições reli- Reforma Protestante vividos na Europa. [...].
giosas distintas durante a Idade No século XVIII, [...] o movimento conhe- MONTEIRO, Rodrigo Bentes. As reformas
Média. Significava apenas que, cido como Reforma Protestante era inserido religiosas na Europa Moderna: notas para um
na Europa ocidental, a religio- no processo de modernização da sociedade debate historiográfico. Varia Historia, Belo
sidade estava restrita à Igreja ocidental, conforme as ideias de Hegel. [...] Horizonte, v. 23, n. 37, p. 130-150, jan./jun.
Com efeito, o tema das Reformas Religio- 2007. p. 131-132. Disponível em: http://www.
Católica, o que mudou após a redalyc.org/pdf/3844/384434820007.pdf. Acesso
Reforma Protestante. sas pertinente ao início da Época Moderna em: 17 maio 2022.
possui implicações que ultrapassam as
mudanças institucionais eclesiásticas no
46
47
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS C ALV INISMO
• Doutrina originada do pensamento de João Calvino
O item As religiões protes-
MUSEUM BOYMANS-VAN BEUNINGEN. ROTERDÃ,
HOLANDA. FOTO: AKG-IMAGES/ALBUM/FOTOARENA
(1509-1564).
tantes apresenta as características
• Crença na predestinação por Deus à salvação na vida eterna.
gerais do luteranismo, calvinismo
• Sinais da predestinação: sucesso no trabalho e nos negócios.
e anglicanismo. É importante que
• Doutrina adotada pela burguesia como forma de justificar a
os estudantes diferenciem as moti-
vações de cada uma delas, bem riqueza e o acúmulo de bens.
como as concepções religiosas de João Calvino, autoria desconhecida. Óleo
cada denominação. sobre madeira, 1550.
Para trabalhar com as dife-
O
renças entre cada uma das ANGLIC ANISM
religiões, organize os estudan- • Doutrina originada do pensamento de Henrique VIII, rei
tes em pequenos grupos e os
MUSEO NACIONAL THYSSEN-BORNEMISZA, MADRI, ESPANHA
49
assim, a Competência Geral Pensando o protagonismo pode ser uma mulher da região que se desta-
9. Aproveite para perguntar: atu- feminino na história que por sua atuação social, política, artística,
almente existe um apagamento Organize a turma em grupos e solicite que científica etc.
da presença da mulher na socie- escolham uma figura feminina do Brasil con- Ao mostrar as possibilidades de protagonismo
dade? A atividade complementar temporâneo que considerem um exemplo feminino, essa atividade propicia a discussão
a seguir auxilia na reflexão sobre de protagonismo das mulheres. Cada grupo sobre projeto de vida, trazendo exemplos de
o tema. escolhe uma personagem, para a qual se atuação social que inspiram os estudantes a
deve criar um cartaz ou um site com sua bio- pensar seu lugar como protagonistas capazes
grafia, destacando como ela pode inspirar de intervir na comunidade em que vivem.
52
Representação da tecnologia
da imprensa desenvolvida
por Gutenberg, autoria
desconhecida, c. 1568.
53
Combine com a turma a data
de apresentação das pesquisas.
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24.indd 53 Eles deverão buscar em sites, jornais27/06/22
ou revis-
11:42 No dia marcado, organize uma
O tema da invenção dos tipos móveis de tas os nomes dos livros e autores mais vendidos roda de conversa com os estu-
impressão e o das publicações produzidas no Brasil no mês ou ano pesquisado. De posse dantes para debater sobre como
no período permitem trabalhar com análises dessas informações, peça-lhes que identifiquem os livros/gêneros mais vendidos
das produções contemporâneas. Explique aos os gêneros literários das obras mais vendidas. no país refletem (ou não) o con-
estudantes que as produções editoriais dizem Poderão ser citados livros de ficção (aventura, texto brasileiro atual. A avaliação
respeito aos hábitos de consumo dos leitores. policial, romance etc.) ou não ficção (livros da atividade precisa ser contínua
Após essa explicação, proponha uma ativi- de áreas específicas, biografias, livros técni- e atenta aos aspectos de partici-
dade de pesquisa e de análise de dados sobre cos, entre outros). Também devem analisar se pação, interesse e colaboração
o mercado editorial brasileiro. existe diferença entre impressos e eletrônicos. da turma.
53
54
Pintura que representa Inácio de Loyola e o papa Paulo III, autoria desconhecida, 1534.
55
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24.indd 55 as lições de Cicero. Como o seu propósito
27/06/22 11:42
eles conquistaram Budapeste, capital da atu- otomanos diziam que ele fazia jus ao no-
Texto complementar al Hungria, e chegaram às portas de Viena me. Era um homem pequeno e magro – o
Suleiman no que hoje é a Áustria. [...] oposto do sultão de caricatura –, mas a
No domingo, 30 de setem- Assim que se tornou sultão, Suleiman fragilidade era enganadora: o rosto expri-
bro de 1520, Suleiman foi mandou libertar 1 500 pessoas encarceradas mia um rigor que nunca o abandonou [...].
entronizado sultão do Império por ordem do pai [dele]. O povo comentou:
SOUZA, Pedro de. A saga do sultão Suleiman,
Otomano, na capital, Cons- “Uma ovelha mansa está no lugar do leão o Magnífico. Superinteressante, São Paulo, 28
tantinopla, hoje Istambul. [...] feroz”. [...] Ao conquistar a fortaleza cris- set. 2018. Disponível em: https://super.abril.com.
Conduzidos por Suleiman – o tã de Rodes, autorizou seus defensores a br/historia/a-saga-do-sultao-suleiman/. Acesso
Magnífico, para os ocidentais, partir, sem lhes fazer mal. Suleiman vinha em: 18 maio 2022.
56
AMPLIAR HORIZONTES
Desenvolvimento Aperfeiçoamento Criação de
Reforma • LE GOFF, Jacques. Os inte-
de novas técnicas em várias áreas instituições laicas lectuais na Idade Média.
artísticas do conhecimento e do
(Renascimento saber (Renascimento Rio de Janeiro: José Olympio,
artístico) científico) • Contrarreforma 2003.
A obra enfoca aspectos da
• Heliocentrismo modernidade de um período con-
• Protestantismo
siderado obscuro. O historiador
lembra que o livro, as universi-
dades, as cidades, o relógio, a
tortura, a razão de Estado, entre
outros, são invenções medievais
cultivadas na era contemporânea.
• QUATAERT, Donald. O Impé-
Com base nas informações do esquema e na leitura do capítulo, escreva um pequeno texto sobre
as transformações culturais ocorridas na Europa entre 1400 e 1600 e relacione-as ao movimento da rio Otomano: das origens ao
Reforma Protestante. século XX. São Paulo: Edições
Entre 1400 e 1600, a Europa passou por profundas mudanças: as cidades cresceram, o
comércio ampliou-se, o poder dos senhores feudais enfraqueceu-se. Surgiu o movimento humanista, que recuperou
70, 2008.
os conhecimentos da Antiguidade e expandiu a busca do saber em várias áreas. A Igreja enfraqueceu-se e surgiram
57 A obra aborda o longo período
questionamentos à sua conduta que culminaram na Reforma Protestante.
de formação e existência do Im-
pério Otomano, de forma clara e
concisa, possibilitando reflexão e
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24.indd 57 27/06/22 11:42 conhecimento sobre essa temáti-
ca pouco estudada no Brasil.
57
usa roupas mais simples, e seu 5. Após a leitura deste capítulo, escolha um artista renascentista que chamou sua
púlpito é mais modesto, em atenção. Faça uma pesquisa e escreva uma pequena biografia desse artista. (Na
oposição à opulência do outro seção Como se faz…, há orientações sobre como fazer uma biografia.)
Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
sacerdote. A imagem procura 6. Os humanistas tinham um interesse muito grande pelo saber; alguns, inclusive, des-
evidenciar que o pastor prega tacaram-se em mais de uma área do conhecimento. Leonardo da Vinci, por exemplo,
amparado pela Bíblia que tem foi pintor, cientista, matemático, inventor, entre outras atividades. Isso revela a
em mãos, diferentemente do capacidade dessas pessoas de estarem abertas a novas experiências.
padre, representado sem o Você se considera aberto a novas experiências, interessado em descobrir ou fazer
livro sagrado. Os fiéis protes- algo que nunca fez? Ou evita ousar e prefere seguir por caminhos já conhecidos?
tantes consultam a Bíblia, já os Reflita sobre a questão e responda com um exemplo pessoal.
Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
fiéis católicos parecem estar
58
repetindo mecanicamente as
orações do terço.
4. a) Os livros eram manuscritos. c) A imprensa contribuiu para58a proliferação etc. Questione: quando você fez uma coisa
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24-AV1.indd 14/07/22 11:53
Uma pessoa escrevia e dos textos protestantes, atingindo um pela primeira vez? O que era e quando foi?
outra ilustrava o livro com grande público e, com isso, convertendo As respostas podem ser simples, como ir à
iluminuras. O original era numerosos fiéis às Igrejas reformadas. escola por um caminho novo; ler a parte
copiado manualmente e com 5. Destaque a importância de pesquisar em final de um livro antes de ler o início etc.
frequência ocorriam erros de fontes confiáveis e buscar as informações Essa atividade mobiliza a habilidade socioe-
uma cópia para outra. em mais de uma fonte. mocional de abertura ao novo, que
b) Os livros deixaram de ser 6. Incentive os estudantes a refletir sobre suas envolve a imaginação, a curiosidade para
copiados manualmente, práticas e condutas em relação ao “novo” no aprender e pesquisar, e a capacidade de se
agilizando sua produção. espaço familiar, escolar, religioso, esportivo adaptar às mudanças. Para aprofundar os
58
WASHINGTON ALVES/REUTERS/FOTOARENA
1. Incentive a reflexão expondo
que, para os indígenas, o ter-
ritório é todo o espaço onde
caçam, pescam, coletam e
praticam a agricultura. A terra
para eles não simboliza lucro,
mas representa seu meio de
sobrevivência. Recorde à
turma que o artigo 231 da
Constituição brasileira enfatiza
que cabe ao governo federal
“proteger e fazer respeitar”
todos os bens dos povos
indígenas. No seu artigo 225,
a Constituição garante que
Indígenas pataxó e pataxó hã-hã-hãe, da aldeia Naô Xohã, protestam por novas terras em todos têm direito a um meio
São João das Bicas (MG), 2022. Os territórios ocupados por esses povos foram alagados ambiente ecologicamente
pelas chuvas de janeiro, evento que carregou água contaminada do Rio Paraopeba para equilibrado, cabendo ao
a região onde viviam. O rio havia sido contaminado por metais pesados após a ruptura da
barragem de Brumadinho (MG), em 2019. Poder Público e à coletivi-
2. Respostas pessoais. Espera-se que os estudantes apontem que esse tipo de ação ajuda a chamar a atenção da opinião dade o dever de defendê-lo
pública para os problemas que determinado grupo enfrenta, o que pode resultar em medidas do governo para resolvê-los.
1. Em seu entendimento, que problemas os indígenas da aldeia Naô Xohã podem e preservá-lo.
enfrentar caso não consigam novas terras para viver? 2. É oportuno enfatizar a importân-
2. A fotografia mostra grupos indígenas fechando uma via de circulação em Minas
cia dos meios de comunicação
Gerais. Qual é a sua opinião sobre esse tipo de ação? Ela contribui para pressionar na organização de movimentos
o governo a promover mudanças e a atender às demandas sociais? Explique. sociais que lutam por mudan-
ças na sociedade, contribuindo
3. Nos últimos anos, diversos grupos indígenas criaram plataformas on-line para ex-
pressar suas reivindicações e exigir a demarcação de seus territórios. Exemplos dessa
para divulgar pautas políticas e
mobilização virtual são os sites Rede Wayuri (disponível em: www.redewayuri.org.br) expressar críticas sobre proble-
e Histórias da Tradição (disponível em: http://historiasdatradicao.org/; acessos em: mas sociais importantes.
9 maio 2022). Eles reúnem textos, imagens, vídeos e áudios que registram e divulgam 3. Oriente a turma a buscar infor-
as ideias, as lutas políticas e as tradições culturais de povos indígenas de diferentes mações que lhes permitam
locais do Brasil.
compreender os problemas
Tendo por base essa forma de mobilização de grupos indígenas, reúna-se em grupo ambientais da comunidade
e converse com os colegas sobre um problema importante da comunidade onde você
onde vivem. Aprofunde
vive. Em seguida, gravem um vídeo curto ou áudio sobre o tema, considerando que
o material será compartilhado em sites ou em redes sociais. Consulte a seção Como a reflexão em torno das
se faz... para orientações sobre como gravar um vídeo ou um áudio. relações entre o espaço e a
A proposta da atividade é que os estudantes reflitam sobre os usos políticos das tecnologias de comunicação e se constituição do território, con-
apropriem desses recursos para lidar com problemas cotidianos que envolvam o território onde vivem. 61 tribuindo também para criar
vínculos entre os estudantes
e as questões que afetam
D3-HIST-F2-2108-V7-034-061-U1-CAP2-LA-G24-AV2.indd 61 14/07/22 19:29 o seu entorno, valorizando
o protagonismo juvenil.
As informações podem ser
utilizadas para a produção do
vídeo proposto na atividade.
61
Competências
2
• Gerais (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 UNIDADE
9 e 10: trabalhadas com os estudan-
tes abordando o contexto histórico
da expansão marítima, analisando as
TOLERÂNCIA
particularidades referentes ao período
e que determinaram as transforma-
ções políticas, sociais, econômicas e
culturais da América, da África e da
Europa e estimulando o sentido de
respeito ao outro e entre os estudan-
tes, à medida que entram em contato
com questões relacionadas à escra-
vidão e à exploração de indivíduos e
territórios.
• Específicas de Ciências Huma- A pessoa tolerante é aquela que,
nas (CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
mesmo tendo as próprias escolhas, res-
• Específicas de História (CEH):
1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. peita e admite outras maneiras de viver e
Habilidades pensar. Ser tolerante não significa ter de
• EF07HI02 • EF07HI03 • EF07HI06 mudar de opinião e adotar outro ponto de
• EF07HI08 • EF07HI09 • EF07HI10 vista. Assim, a tolerância garante que todos
• EF07HI13 • EF07HI15 • EF07HI17 possam se expressar livremente, sem con-
flitos e de maneira harmoniosa, desde que
Temas Contemporâneos sejam cumpridos sempre os princípios éticos
Transversais na que norteiam a vida em sociedade. Nesta
unidade unidade, estudaremos alguns momentos
• Cidadania e civismo: tema presente históricos marcados pelo conflito de ideias e
na página 71, quando leva o estudante de culturas em que a intolerância provocou
a refletir sobre o sentimento de iden- guerras e mortes.
tidade com sua comunidade; na 117,
quando apresentamos uma atividade
voltada à valorização da história pes-
soal e da comunidade. Toda a unidade
trata do respeito às diferenças, mas as A ativista paquistanesa Malala
Yousafzai, ganhadora do Prêmio
páginas 62, 63, 64, 65 e 130 têm tra- Nobel da Paz de 2014, discursa
balhos específicos; as páginas 136 e na Assembleia Mundial das
137 agregam atividades sobre a cul- Mulheres, em Tóquio, Japão.
tura dos povos indígenas da América 2019. Malala foi vítima de
perseguições e de um atentado
com relações com o presente; nas pá- por defender o direito das
ginas 138 e 139, na seção Fechando meninas à educação e pela
a unidade, há reflexões e debates so- sua luta contra a repressão de
bre a tolerância atualmente. crianças e jovens. Vive exilada
em Birmingham, na Inglaterra.
• Multiculturalismo: tema apre-
sentado na página 114 ao tratar da 62
herança cultural dos maias declarada
Patrimônio Oral e Imaterial da Huma-
nidade pela Unesco; na página 129,
em que são apresentadas as lutas por meio do candomblé e dos orixás;
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 62 na página 86, na atuais que ele considera importantes e que auxiliam na 30/06/22 12:14
pela sobrevivência das populações importância dos griôs para a preservação da cultura afri- resolução dos problemas; nas páginas 110 e 111, documen-
indígenas no México; e nas pági- cana; na página 87, ao tratar da influência dos bantos tos do passado e do presente são utilizados para refutar
nas 136 e 137, com o processo de na sociedade brasileira; na página 89, na valorização da ideias pseudocientíficas e a propagação de notícias falsas.
integração de diferentes culturas no tolerância com os povos de origem africana no Brasil. • Meio ambiente: o tema se reflete nas páginas 88 e 89,
passado servindo de pano de fundo • Ciência e Tecnologia: tema presente na página 80, com com relatos e reflexões sobre a Grande Muralha Verde da
para discutir a intolerância no presen- o estudo da recepção da arte; na página 96, na discussão África, que está sendo plantada na beira do Saara com o
te. A discussão do multiculturalismo das Grandes Navegações, quando os estudantes se infor- objetivo de evitar a degradação da terra e a desertifica-
de matrizes culturais brasileiras se mam sobre os mecanismos de orientação das navegações ção; na página 115, com o problema ambiental que levou
observa nas páginas 77, 78, 79, 80 no presente; na página 108, ao discutir a tecnologia marí- a sociedade maia ao declínio e a reflexão sobre o tema
e 81 e na cultura africana no Brasil tima, solicita-se ao estudante que reflita sobre inovações na atualidade.
62
CHARLY TRIBALLEAU/AFP
-se como um direito de ser o
que ele é; e nega ao intoleran-
te o direito de negá-lo.
MENEZES, Paulo. Tolerância e
religiões. In: TEIXEIRA, Faustino
(org.). O diálogo inter-religioso
como afirmação da vida. São
Paulo: Paulinas, 2007. p. 42.
O respeito às
mica para chamar a atenção para
a diversidade e trabalhar o res-
peito às diferenças. Utilizando
fitas ou giz de cores diferentes, diferenças
desenhe no chão três quadra-
dos numerados de 1 a 3 e um
grande círculo. Peça que fiquem Você já sentiu estranheza ou rejeição diante de ideias ou experiências diferentes
todos dentro do círculo e sugira das suas?
questões sobre gostos e pre-
Não é difícil encontrar pessoas com hábitos, crenças, estilos de vida, costumes
ferências, sempre com duas
e pensamentos diversos dos nossos. Como você reage diante delas?
opções, por exemplo praia ou
Em um primeiro momento, o que não se parece com o que conhecemos nos causa
montanha, inverno ou verão,
estranhamento. Isso ocorre porque tentamos compreender os fenômenos e as outras
funk ou rock, time A ou time B.
pessoas com base na nossa experiência e nos valores da sociedade em que vivemos.
Cada estudante deve ocupar o
quadrado referente à opção 1
ou 2; os indecisos ou os que CHRIsTIAn ToRREs/AP/IMAGE PLUs
AMPLIAR HORIZONTES
• ENSINAR respeito por to-
dos: guia de implementação.
Brasília, DF: Unesco, 2018. Crianças brincam em gangorras instaladas na cerca que divide o México dos Estados Unidos,
em Ciudad Juárez, México, 2019. A ideia foi desenvolvida por Ronald Rael, professor de
Disponível em: https://unes
arquitetura na Califórnia, EUA.
doc.unesco.org/ark:/48223/
pf0000261591. Acesso em: 64
20 maio 2022.
Guia com materiais de apoio pa-
ra a comunidade escolar com
sugestões para trabalhar a dis- Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 64 30/06/22 12:14
64
65
slogan de incentivo a atos de gentileza no ambiente escolar. Explique a eles que o slogan
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 65 30/06/22é12:14
uma expressão composta de uma ou
mais frases curtas ou palavras marcantes de fácil memorização.
Auxilie os estudantes a selecionar as ideias mais adequadas à proposta. Depois, organize a apresentação dos grupos e apro-
veite para motivar uma reflexão a respeito de atitudes de intolerância que podem surgir no ambiente escolar. Estimule-os a
identificar as possíveis causas dessas atitudes de intolerância e avalie a possibilidade de aprofundar esse debate envolvendo
a comunidade escolar. Esta atividade pode ser uma boa oportunidade para incentivar a observação da diversidade que configura
o ambiente escolar em que estão inseridos, desenvolvendo habilidades socioemocionais, como a tolerância, o diálogo
e a resolução de conflitos, sempre considerando o outro. Para ampliar a reflexão, realize uma exposição dos slogans para a
apreciação da comunidade escolar.
65
Competências
TULO
3
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. O ISLAMISMO E OS
Habilidades
• EF07HI02 • EF07HI03
REINOS AFRICANOS
A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3 e 7: abordadas na análise OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
de fatos históricos e das transformações
decorrentes das práticas de grupos e in- • Compreender a origem da religião islâmica e seu processo de expansão.
divíduos no tempo e no espaço; e no • Conhecer alguns reinos africanos.
uso de linguagens variadas para ampa-
• Identificar o legado dos povos bantos e iorubás na sociedade brasileira.
rar a reflexão sobre os temas.
• CEH 1, 2, 4 e 5: trabalhadas fazendo
os estudantes identificarem as diferen- O islamismo é a religião que mais cresce no mundo e, de acordo com pesquisas
ças existentes entre as características recentes, hoje conta com mais de 1,8 bilhão de adeptos. Os países com o maior número
de vários povos e as influências cons-
de islâmicos encontram-se na Ásia: Indonésia, Paquistão, Índia e Bangladesh. A África
truídas ao longo do tempo.
também abriga países com grande quantidade de muçulmanos, entre eles, Nigéria, Egito,
• Habilidade EF07HI03: enfocada à
medida que se mobiliza a turma a com- Argélia e Marrocos.
preender as origens históricas e as Essas informações evidenciam a importância do islamismo para se compreender o
características das sociedades africanas. mundo contemporâneo. Além disso, a religião é um elemento importante para se analisar
tanto a história dos povos árabes como a de muitos povos africanos desde o século VII.
PROCEDIMENTOS Foi a partir desse período que a religião islâmica começou a se disseminar pelo continente
DIDÁTICOS africano e a marcar profundamente a cultura e o modo de vida de muitos povos locais.
Neste capítulo, conheceremos a origem do islamismo e como essa religião se espalhou
Antes de iniciar o trabalho
com o capítulo, pergunte aos pelo mundo. Também estudaremos as culturas iorubá e banto, que ocuparam regiões de
estudantes o que eles conhecem onde vieram muitos africanos escravizados para o Brasil.
sobre a religião islâmica e seus MD MAnIk/soPA IMAGEs/LIGHTRoCkET/GETTY IMAGEs
Fiéis muçulmanos
praticantes no Brasil, e registre celebram o fim do
jejum praticado durante
as respostas na lousa em uma o Ramadã, em frente
coluna. Depois, exiba um trecho à mesquita de Baitul
da reportagem indicada aqui Mukarram, em Daca,
Bangladesh, 2021.
na seção Ampliar horizontes,
a seguir, que aborda o cresci- O Ramadã é o evento
mento do islamismo no Brasil. que representa o
Solicite à turma que destaque período no qual Deus
revelou a Maomé as
as informações que chamaram palavras do Alcorão,
a atenção deles na reportagem segundo o islamismo.
e anote-as na lousa, ao lado da Por ser um mês
sagrado, os fiéis
primeira coluna. praticam o jejum do
Auxilie a turma na seleção de nascer ao pôr do sol.
informações que esclarecem o
crescimento do islamismo entre 66
os brasileiros, inclusive entre os
que não têm ascendência árabe.
É importante reforçar que, como AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 66 Atividade complementar 30/06/22 12:14
REnATo BAssAnI
Os mapas são recursos didá-
CHIPRE SÍRIA ticos muito importantes, pois,
LÍBANO além de auxiliarem na compre-
IRÃ ensão do conteúdo escolar, são
ISRAEL AFEGANISTÃO
IRAQUE
JORDÂNIA utilizados durante toda a vida
30° N
KUWAIT Cidade
do Kuwait
para a orientação e localização
Go
lfo PAQUISTÃO no espaço. Por isso, o trabalho
Pé
rs i
co
Manama
CATAR ÍNDIA de leitura e de interpretação de
BAREIN Doha
EGITO
Abu Dhabi mapas é fundamental em sala
Riad Mascate Trópico de Câncer
EMIRADOS
ÁRABES
de aula. Verifique as possíveis
ARÁBIA
UNIDOS Mar da dificuldades que os estudantes
Meca Arábia
SAUDITA
possam ter para compreender
Ma
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OMÃ
mapas, e, se diagnosticar algum
erm
OCEANO
elh
SUDÃO
ERITREIA
Sana IÊMEN
da interdisciplinaridade com
Divisão política atual
Capital
a Geografia.
Ilha Socotra 0 290 Cidade
(Iêmen)
ETIÓPIA Palestina
60° L
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 49.
É no pátio central
PROCEDIMENTOS dessa mesquita que se
AYMAn ZAID/sHUTTERsToCk.CoM
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 69 30/06/22 12:14
69
BILDARCHIV STEFFENS/AKG/ALBUM/FOTOARENA
quistaram a cidade de Meca, os deuses
adorados na Caaba foram destruídos e seu Península Arábica foram as
culto, proibido. A Pedra Negra foi mantida,
ideias de Maomé: as crenças, os
preceitos, as orientações escri-
mas agora como símbolo do Deus único,
tas e faladas por ele uniram
Alá, e Meca passou a ser a cidade sagrada
as pessoas em torno de uma
dos muçulmanos.
religião, o islamismo. Esses senti-
Com o aumento do número de converti- Maomé reza ao lado da Caaba, em Meca,
Nakkas Osman. Guache sobre papel. mentos motivaram a jihad, que
dos, Maomé conseguiu unificar o povo árabe,
Reproduzida na edição do século XVI de Siyer-i tinha o objetivo de converter os
criando entre seus membros um sentimento Nebi, livro turco sobre a vida do profeta. infiéis em nome de Alá. Deixe
de identidade, que tinha como fundamento
claro para todos que, apesar de
a religião islâmica. Nas primeiras décadas do século VII, o islamismo já havia conquistado
ser associada à ideia de guerra
praticamente toda a Arábia e iniciava sua expansão para o norte da África e regiões próximas.
santa, a prática da jihad consiste
Após a morte de Maomé, em 632, seus ensinamentos foram
Sentimento também na luta interior, envol-
reunidos no Corão, livro sagrado que passou a regrar os costumes, de identidade:
vendo a purificação do fiel, e
os critérios de herança e propriedade, os casamentos e a organiza- sentimento de forte na adoção de comportamentos
ligação a um grupo
ção das comunidades muçulmanas, entre outros aspectos. ou a um povo. condizentes com o Islã.
Atividade
1. Existem várias formas de construir o sentimento de identidade além das tradições 1. A proposta da atividade é
religiosas. Em sua opinião, que elementos contribuem para criar um sentimento
promover uma reflexão que
de identidade entre as pessoas da sua comunidade? Esse sentimento é importante
para você? Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
auxilie no desenvolvimento
de habilidades socioemo-
71 cionais relacionadas com a
autoconsciência e a consci-
ência social. Os estudantes
52 semanas. Peça a eles que anotem essas
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24-AV1.indd 71 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS 14/07/22 12:16 podem apontar exemplos
informações no caderno e estabeleçam as variados de tradições que
Explique aos estudantes que um importante
semelhanças e as diferenças entre esses aspecto para entender a formação e a expansão ajudem a construir um sen-
calendários. Esta atividade contribui para do islamismo é o sentimento de identidade. timento de identidade e
o desenvolvimento da análise crítica dos Pergunte a eles o que entendem desse termo pertencimento a uma comuni-
estudantes, assim como instiga sua curio- e conduza-os a refletir sobre aspectos da iden- dade (ou grupo), como valores
sidade investigativa. tidade pessoal, como: “O que caracteriza cada nacionais, tradições locais,
um de nós?”, “O que define nosso comporta- práticas de sociabilidade
mento?”, “Quais valores e crenças carregamos ligadas à vivência urbana,
conosco?”, “De onde eles vêm?”. entre outras possibilidades.
71
abrangente, solicite a eles que tes sobre o modo de vida de outras culturas,
Fazer uma roda africana
a apresentação seja feita por favorecendo a empatia (Competência Geral
Para iniciar a sensibilização a respeito
meio de uma feira de variedades, 9) e incentivando assim o estabelecimento de das culturas africanas, solicite aos estudan-
com música, danças, maquetes. uma cultura de paz e inclusão na sociedade. tes que mencionem o que sabem sobre a
Considere estender a exposição cultura que herdamos dos povos africanos
à comunidade escolar e mobilizar trazidos para o Brasil. Anote as respostas na
professores de outras discipli- lousa e promova uma breve conversa com
nas na organização e orientação a turma sobre essa cultura.
aos estudantes. Uma atividade
72
Trópico de Câncer
Nilo
Ma
SAHEL
erm
Rio Koumbi
2 tinente africano?”. Espera-se que
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1 os estudantes identifiquem, neste
n
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ÁFRICA
OCEANO Ilê Ifé
dade de reinos e povos presentes
ATLÂNTICO Co
Rio n no mapa, bem como as rotas
go
Equador
0˚
3
comerciais que conectavam esses
OCEANO territórios entre si e com parte
Meridiano de Greenwich
ÍNDICO
da Europa e da Ásia. Informe a
eles que, em sua história, as socie-
ambeze
oZ
Reino de Gana (formado a dades africanas organizaram-se
Ri
73
cria%C3%A7%C3%A 3o-
Mali, identificado com a
coroa e o cetro. Detalhe do-imp%C3%A9rio-do-mali/
de iluminura sobre av-44646648. Acesso em: 13
pergaminho de 1375, feita jul. 2022.
para o Atlas Catalão. Sua
produção é atribuída ao
Animação sobre a formação do
cartógrafo judeu Abraão Mali.
Cresques.
75
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 75 individual e a solidariedade, opondo-se30/06/22
à escra-
12:14 atuação dos griôs, estimulando
vidão, a carta é uma das primeiras declarações a reflexão sobre os relatos orais
Pesquisar sobre a Carta Mandinga em defesa dos direitos humanos de que se tem como fontes históricas.
Aproveite o vídeo sugerido no Ampliar conhecimento – e está na lista do Patrimônio
horizontes para explorar o conteúdo da Carta Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco.
Mandinga. Solicite à turma que faça uma pes- Auxilie os estudantes na organização dos
quisa sobre essa carta e destaque os pontos dados da pesquisa para a exposição em sala de
relacionados à defesa dos direitos humanos, aula. Destaque que a recuperação do conteúdo
como liberdade e respeito. Por postular o res- da carta só foi possível graças às histórias pre-
peito à vida humana, defender a liberdade servadas pela tradição oral. Destaque ainda a
75
vida dos iorubás, que passaram • FIGUEIREDO, Janaina. Nós de axé. Belo Hori-
a ser escravizados e levados à zonte: Aletria, 2018.
força para a América a partir A obra narra a relação de uma menina com sua fi-
do século XVI. tinha da sorte do Senhor do Bonfim, com sua fé e
com sua cultura.
76
79
a pesquisa. 1O passo
Avalie a necessidade da audio- Cada grupo ficará encarregado
descrição das obras desta seção, de pesquisar determinada
expressão artística. Um
conforme indicado anteriormente,
grupo, por exemplo, poderá
promovendo a sensação de perte- pesquisar poemas que abordem
cimento e inclusão dos estudantes temas ligados à religiosidade
com deficiência visual. afro-brasileira. Outro fará
A fotografia da página 80, um levantamento de como
que mostra uma representação esse tema é abordado em
músicas de diferentes estilos.
do orixá Exu em um desfile da
Um terceiro grupo poderá
escola de samba Acadêmicos dedicar-se ao estudo de
do Grande Rio, também é um algumas obras literárias sobre
ótimo recurso para debater a essa temática.
recepção da arte, a influên-
cia da cultura afro-brasileira nas
produções artísticas e a tole-
rância, uma vez que colocou Carro alegórico da escola de samba Acadêmicos do Grande Rio atravessa o Sambódromo da Marquês
de Sapucaí, durante o Carnaval no Rio de Janeiro (RJ), 2022. A escola homenageou os orixás; no alto
em evidência um orixá geral- desse carro, encontra-se a representação de Exu.
mente pouco conhecido e alvo
de muitos preconceitos. 80
Instigue os estudantes per-
guntando, por exemplo, se a
divulgação e a representação doD3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24-AV1.indd
roteiro e esclareça eventuais dúvidas. 80 Inclua AMPLIAR HORIZONTES 14/07/22 12:16
desse orixá em um desfile de nesse roteiro a data em que cada etapa deverá
amplo alcance poderia contribuir ser concluída e reserve um espaço durante as • FREITAS, Felínio. Reinventar a fala e a escuta
aulas para esclarecer dúvidas durante o anda- da palavra a partir da poética de Exu. In:
para desconstruir preconceitos e
BREDARIOLLI, Rita Luciana Berti et al (org.).
combater a intolerância religiosa. mento da pesquisa. Avalie com a turma a melhor
Partilhas sensíveis: diálogos sobre imagem,
Aproveite o contato com essas forma de compartilhar o resultado final. história e memória, mediação, arte e educação.
obras, explique o conceito de Esta pode ser uma boa oportunidade para São Paulo: Universidade Estadual Paulista “Júlio
recepção da arte e apresente a promover o acolhimento e o respeito à diver- de Mesquita Filho”, Instituto de Artes, 2021. v.
proposta de pesquisa. Promova sidade religiosa não só no espaço escolar, 2, p. 194-213. Disponível em: http://hdl.handle.
um detalhamento de cada item mas também na sociedade como um todo. net/11449/216476. Acesso em: 13 jul. 2022.
80
81
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 81 30/06/22 12:14
• SALAROLI, Tatiane Pereira; SIMÕES, Anélia dos Santos Marvila. Educar para a tolerância religiosa nas
escolas públicas. Revista Unitas: Revista Eletrônica de Teologia e Ciências das Religiões, Vitória, v.
5, n. 2 (n. especial), p. 350-368, 2017. Disponível em: https://revista.fuv.edu.br/index.php/unitas/article/
viewFile/562/489. Acesso em: 13 jul. 2022.
Artigo que apresenta reflexões sobre intolerância religiosa nas escolas e propõe alternativas para trabalhar
conteúdos didáticos que considerem a diversidade.
81
minavam os cristãos ortodoxos. tempo histórico seja cada vez mais apreendido tão, a conversão ao islã fora apenas de
Relembre que o episódio da pela turma. indivíduos ou grupo de indivíduos. Nes-
se momento, pela primeira vez, um povo
tomada de Constantinopla, a
capital bizantina, pelos turcos-
Texto complementar turco inteiro livre, totalizando, segundo
um cronista árabe, 200 000 tendas, aceita-
-otomanos, em 1453, marca Oriente Médio ra o islã, formando o primeiro reino turco
também o início da chamada [...] Em 960, ocorreu um fato de signifi- muçulmano [...].
Idade Moderna, segundo conven- cação inteiramente diferente – a conversão LEWIS, Bernard. O Oriente Médio: do advento
cionou a historiografia. Reforce dos karakânidas, uma dinastia turca si- do cristianismo aos dias de hoje. Rio de Janeiro:
as noções de simultaneidade tuada do outro lado da fronteira do islã, Jorge Zahar, 1996. p. 89-90.
84
Monoteísmo: sentimento
de identidade soberanos que seguiam o islamismo e
Difusão da cultura defendiam os costumes dessa religião. AMPLIAR HORIZONTES
Reino de Gana
árabe dominado pelo Reino
do Mali
• SAID, Edward. Orientalis-
Após 632: conquista do Reino do Mali (entre os mo: o Oriente como invenção
Oriente Médio, norte da rios Níger e Senegal) do Ocidente. São Paulo: Com-
África e da Pérsia (Ásia) panhia das Letras, 1990.
Século XIII Séculos XV e XVI O autor discute a imagem cons-
711: conquista muçulmana
da Península Ibérica truída pelo mundo ocidental sobre
(Portugal e Espanha) Diferentes clãs obedecem Enfraquecimento
ao mansa (rei) e desagregação do o Oriente, principalmente sobre o
762: capital transferida
para Bagdá
Domínio das reservas de ouro Reino do Mali mundo árabe e sua cultura.
Controle de rotas de comércio
Seguidores do islamismo
Expansão territorial
Com base nas informações desta seção e no que você estudou neste capítulo, explique de que modo a
expansão do islamismo afetou reinos e sociedades africanas.
85
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 85 30/06/22 12:14
O mundo muçulmano
[...] Numa primeira onda, nos séculos VII a XI, os árabes expandiram o Islã para o Oriente Médio e a África do
Norte e estabeleceram não somente o mais extenso Estado do mundo, mas desenvolveram uma civilização origi-
nal e avançada: é a fase clássica. Num segundo estágio, nos séculos XI-XIV, o Islã sofreu reveses no Oriente Médio,
mas continuou sua expansão na Ásia central e Índia: é a Idade Média muçulmana. O terceiro estágio, do século XV
até o XVIII, viu a renovação do dinamismo numa série de eficientes “impérios da pólvora” muçulmanos, [...] com a
propagação da fé para a África e o sudeste asiático. No século XIX e na primeira metade do século XX, período que
corresponde ao quarto estágio, o mundo muçulmano caiu sob a influência das potências europeias.
DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. São Paulo: Contexto, 2004, p. 37.
85
AT IV IDADE S
a inexistência de unidade política entre os clãs da Península Arábica;
ciocultural (no tempo e no espaço)
a Caaba como centro de peregrinação e de culto a NÃO ESCREVA
e incentivam a construção de argu- inúmeras divindades (religiões politeístas); e a presença NO LIVRO.
mentos e a valorização da diversidade de crenças animistas.
humana, utilizando-se de linguagens 1. Atualmente, a religião islâmica, que é monoteísta, predomina na Península Arábica.
e recursos variados. Porém, no passado, os povos árabes eram politeístas. Esse é um exemplo de ruptura
• CEH 2, 3 e 7: trabalhadas nas ati- histórica. Com base nas informações do capítulo, apresente outros exemplos que
vidades que refletem sobre as evidenciem rupturas na história da região.
transformações sociais na vida dos
povos, na interpretação de documen- 2. De acordo com a tradição islâmica, a Caaba foi construída por anjos, por Adão ou
tos e na produção de um vídeo para a pelo patriarca Abraão. Os historiadores explicam que a Caaba existia na região desde
compreensão do assunto em estudo. o período em que as sociedades árabes eram politeístas. Portanto, há diferença de
• Habilidade EF07HI03: enfocada quando perspectiva na explicação dada pela tradição religiosa e pela pesquisa histórica. Com
o estudante compreende as particulari- base no que você estudou sobre a produção do conhecimento histórico, explique o
dades das sociedades analisadas e as motivo dessa diferença. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
influências políticas, sociais e culturais 3. O Reino de Gana formou-se na região do Sahel a partir do século IV. A atividade
consolidadas ao longo do tempo. comercial favoreceu o desenvolvimento e o enriquecimento do reino. Elabore uma
linha do tempo destacando os principais acontecimentos na história do Reino de
Gana (consulte, na seção Como se faz..., orientações sobre como elaborar uma linha
PROCEDIMENTOS do tempo). É importante que a linha do tempo destaque: século IV – formação do Reino de Gana;
DIDÁTICOS século XII – guerras internas enfraqueceram o reino e possibilitaram que invasores árabes
4. Na história da África, a tradição oral ajuda a compreender o desenvolvimento das
Atividades civilizações e culturas que existiram no continente entre os séculos XI e XV. Com
base nas informações do capítulo, descreva alguns elementos que justifiquem essa
2. O estudo da história se
afirmação. conquistassem a cidade de Koumbi Saleh; esses são fatores que provocaram o declínio do
concretiza por meio de evi- Reino de Gana, incorporado ao Reino do Mali.
dências deixadas pelos grupos 5. A seguir, leia o trecho de um texto sobre a importância do griô (griot) para as
humanos do passado. Essas sociedades africanas. Em seguida, faça o que se pede.
4. Consulte resposta esperada e comentários adicionais nas Orientações didáticas.
evidências podem ser objetos,
[…] griô se baseia na tradição oral para a transmissão de vivências e saberes
construções como a Caaba,
culturais de uma comunidade. O mestre griô é reconhecido por, coletivamente,
pinturas, orações, cartas etc. transmitir ensinamentos de geração em geração, com uma identidade própria de
Já a religião se baseia na fé, um povo […]. “Quando dizem que você é um griô, significa que você se comprometeu
geralmente transmitida pela a guardar as histórias, a guardar uma genealogia, e viver como um registro vivo,
oralidade de geração para com instrumentos, elementos e rituais de iniciação. É como um historiador que
geração. Por isso, existem trabalha com o canto e a memória”, explica Luciana Meireles, estudiosa acadêmica
de vertente desta tradição oral […].
diferenças entre as explica-
[…] De acordo com Luciana, usar da transmissão oral é um fenômeno mundial,
ções religiosas e as históricas. mas que no contexto brasileiro guarda singularidades fundamentais: “O que existe
Recorde à turma que existem aqui é a tradição do griô africano, que veio do Mali. É uma tradição de contação de
diferenças entre as explicações história, que é passada de geração do pai pro filho. A pedagogia griô, criada na Bahia,
religiosas e as históricas tanto se baseia no fato de que essa contação de história tem uma proposta pedagógica,
para os fatos históricos quanto na valorização da vivência das comunidades tradicionais […]”.
para os acontecimentos no NUNES, Ronayre. Entenda o movimento griô e a importância da ancestralidade na cultura. Correio
Braziliense, Brasília, DF, 12 dez. 2018. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/
mundo. diversao-e-arte/2018/12/12/interna_diversao_arte,724615/conheca-o-movimento-grio.shtml.
Acesso em: 16 maio 2022.
4. A tradição oral contribui para
86 5. a) Resposta pessoal. A atividade incentiva a pesquisa no dicionário como etapa da interpretação de
a divulgação do passado afri- textos e possibilita a ampliação do vocabulário.
cano, pois, tanto dentro da
família quanto nas comunida-
des, é o fator que possibilita AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-062-089-U2-CAP3-LA-G24.indd 86 30/06/22 12:14
a transmissão de aspectos
• HISTÓRIA da cartografia. 2011. Vídeo (3min18s).
culturais, como histórias, Publicado pelo canal Ricardo Laranjo. Disponível
lendas, receitas e crenças, às em: https://www.youtube.com/watch?v=qtbi4c-
gerações mais novas. gomK8. Acesso em: 14 jun. 2022.
Animação sobre as fases de desenvolvimento da
cartografia, desde os primeiros mapas em argila
até a Carta Internacional ao Milionésimo, em 1909.
86
VEsPúCIo CARToGRAFIA
30° L
o estudante põe em prática o conheci-
EUROPA
mento construído ao longo do capítulo
mobilizando as principais informações REINO DOS FRANCOS
OCEANO
sobre as sociedades africanas estuda- ATLÂNTICO Mar
de
das e sobre a complexidade de suas Aral
Mar Negro
interações com outros povos. Roma
Mar
Cáspio
Constantinopla
Hispânia
IMPÉRIO BIZANTINO Armênia
ig
Túnis (Cártago)
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DIDÁTICOS Fez
Kairuan
Mar Mediterrâneo
Mesopotâmia
Damasco
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Khorassam
Bagdá Pérsia
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12. Resposta pessoal. Durante ér
sic
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ÁFRICA o
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Mar da
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dade é importante que os o
Ri
Meca Arábia Arábia
elh
o
estudantes identifiquem que
Islamismo na época de Maomé (622-632)
esse projeto ambiental se Primeiras conquistas islâmicas (até 661)
OCEANO
transformará na maior estru- Conquistas islâmicas posteriores (até 750)
Extensão máxima do islamismo
0 440 ÍNDICO
88
YANN ARTHUS-
BERTRAND
Lembre-os de que a discussão
enriquece o repertório de cada
um, valorizando a pluralidade
A Grande Muralha
de ideias que tenham premis-
Verde se inicia na
região do Sahel sas éticas.
(Tunísia), na fronteira
sul do deserto do
Saara, um dos
lugares mais pobres
e áridos do planeta.
Estende-se por
mais de 20 países,
tais como Argélia,
Burkina Faso, Benin,
Chade, Cabo Verde,
Djibuti, Egito,
Etiópia, Líbia, Mali,
Mauritânia, Níger,
Nigéria, Senegal,
Somália, Sudão
e Gâmbia.
Fotografia de trecho da Grande Muralha Verde, na Argélia, 2015.
Competências
TULO
4
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 AS GRANDES
Habilidades
• EF07HI02 • EF07HI06 • EF07HI13
NAVEGAÇÕES
• EF07HI17
frase. Anote na lousa e explore gráficas, evento no qual novas tecnologias os estudantes. Sites e aplicativos que tratam da
as descrições, comentando permitiram a exploração de territórios desco- observação de satélites, estrelas e constelações
que os conhecimentos sobre nhecidos pelos europeus. também podem ser explorados (veja indica-
as dimensões do mundo e as Para enriquecer o debate acerca das tec- ção no Ampliar horizontes da página 95).
caraterísticas de cada continente nologias espaciais utilizadas atualmente, você Atividades como essa incentivam a observação
disponíveis no final da Idade pode propor uma interação interdiscipli- e o pensamento crítico e científico.
Média eram muito limitados em nar com Geografia. Uma explanação sobre
relação ao que sabemos atual- satélites, sondas, telescópios, naves tripula-
mente. As Grandes Navegações das, por exemplo, mostrando algumas de suas
90
GRANGER/FOTOARENA
apresentadas e discuta-as com
sem fundo.
a turma. Se considerar válido,
Mapa T e O, século VIII, em reprodução complemente as respostas reto-
de uma gravura do século XIX. mando as características da
cartografia medieval, que repre-
Esse tipo de mapa era o mais comum para sentava apenas o Hemisfério
descrever a Terra e era confeccionado com Norte de uma Terra esférica,
base nas informações disponíveis à época.
O mundo era dividido em três partes: porção do mundo conhecida nos
Europa, Ásia e África. Compare-o com um tempos romanos e medievais.
mapa-múndi atual e confira as diferenças.
FICA A DICA
• Marco Polo e sua maravilhosa viagem à China (para crianças e jovens), de Janis
Herbert. Tradução: Fernanda Abreu. São Paulo: Zahar, 2003.
A longa viagem de Marco Polo é recontada nesse livro. Além disso, a obra apresenta as oportunidade para que os estu-
diversas culturas que ele encontrou pelo caminho. dantes reflitam sobre seus medos
e reconheçam diferentes tipos
91 de emoções no meio em que
estão inseridos. Avalie a possibili-
dade de incentivar os estudantes
a compartilhar alguns de seus
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 91 indicam que, até o século XIV, o conhecimento
04/07/22 15:46
medos (de forma oral ou dese-
Analisar imagem sobre o imaginário dos europeus a respeito de outros lugares do
nhando) e abra um espaço para
das Grandes Navegações mundo era bastante restrito.
que todos possam se expres-
Peça aos estudantes que observem a imagem Explique a eles que, além do medo, a falta de sar com respeito e empatia
da página 91 e pergunte o que ela revela sobre uma tecnologia náutica mais avançada também pelos colegas, observando que
o imaginário europeu durante as Grandes impedia viagens em alto-mar, mas uma série o medo é uma condição comum
Navegações. de fatores possibilitaria uma mudança na his- a todos, mas que pode ser con-
Com base nas hipóteses apresentadas, tória das navegações portuguesas. trolado e até vencido, como no
explore as lendas que envolviam a travessia O contato com as imagens e relatos sobre caso dos navegantes durante o
do Atlântico, mostrando como essas ideias os medos reais e imaginários pode ser uma período estudado.
91
da África acumularam várias experiências (mer- dura austral da África. Em 1497, Vasco da
Às vésperas da expansão cantil, militar, diplomática, cultural) na Gama ainda fincou padrões na costa afri-
portuguesa pela costa oci- África. Após a passagem do Cabo Boja- cana antes de chegar à Índia e tratou com
dental da África, a Coroa lusa dor em 1434, os portugueses alcançaram africanos da costa índica, embora nem
estava, pois, ciente da impor- a Guiné e o Cabo Verde uma década de- sempre de maneira amistosa.
tância da posição estratégica pois. Chegaram à Costa da Malagueta em
SILVEIRA, Eder da; CORREA, Silvio Marcus de
de Ceuta, onde um entrepos- 1470. Dali, eles fincaram pé em área vi- Souza. Viajantes brancos na África negra do
to seria promissor. [...] zinha, onde construíram a fortaleza d’El século XV. In: MACEDO, José Rivair (org.).
Desde a tomada de Ceuta Mina em 1482. Na mesma década, Diogo Desvendando a história da África. Porto
em 1415 até o final do pé- Cão explorou a embocadura do Rio Zaire, Alegre: Editora da UFRGS, 2008. p. 85, 89.
92
OCEANO Esperança
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
FICA A DICA
• Padrão dos Descobrimentos | Conjunto escultórico. Disponível em: https://
padraodosdescobrimentos.pt/conjunto-escultorico/. Acesso em: 17 maio 2022.
O site possibilita explorar o conjunto de estátuas que compõem o Padrão dos Descobrimentos,
monumento erguido na cidade portuguesa de Lisboa em homenagem a alguns dos envolvidos
nas navegações dos séculos XV e XVI.
93
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 93 Estabelecidos os grupos, peça-lhes que imagi-
04/07/22 15:46 disponíveis no período eram
nem que farão parte de uma expedição marítima caravelas, naus, mapas, qua-
Escolha os instrumentos de do século XV rumo a um destino desconhe- drantes, bússolas etc. Também
navegação cido. Reforce que estarão, portanto, sem acesso podem ser mencionados artigos
Para verificar os conhecimentos da turma a tecnologias como rádio, celular, fotografias, como sal, importante para con-
sobre os recursos disponíveis no período das barcos a motor ou geladeiras. servar a comida por mais tempo.
Grandes Navegações e estimular a reflexão Cada grupo deve escolher dois instrumentos
sobre a importância das inovações tecnológi- ou equipamentos que existiam na época e justi-
cas, organize uma atividade em grupo. ficar sua importância para a viagem. Os recursos
93
Pizarro, 1528 Lopez de Villalobos, 1542 Lopez de Legazpi, 1564-1565 Barcelona: Larousse, 2007.
Cortez, 1536 Urdaneta, 1564 Mendaña de Neira, 1567
p. 180.1.
Atividade
1. É importante que os estu-
1. Com base nas informações dos mapas desta página e da página anterior, avalie
dantes observem que há um a seguinte questão: as explorações europeias da Era Moderna promoveram a
movimento progressivo de integração do oceano Atlântico ao oceano Pacífico? Apresente seus argumentos
integração dos dois oceanos a aos colegas. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
partir do século XVI. Isso fica
especialmente claro com o 94
estabelecimento do comércio
entre as Filipinas e o México,
que interligavam rotas marí- Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 94 se localiza a escola, um antigo e outro mais 04/07/22 15:46
timas entre o Atlântico e o Comparar um mapa antigo com recente. Pergunte sobre diferenças/semelhan-
Pacífico. Por isso, é importante um mapa atual ças entre eles e anote-as na lousa. Aponte que
pensar as navegações nos dois os mapas do período das Grandes Navegações
Explique à turma que o mapa é composto
oceanos como um processo não tinham a mesma precisão dos de hoje,
de marcas gráficas e símbolos que formam
interligado, com base nas pois não havia conhecimento que permitisse
a linguagem cartográfica, e pode ser usado
representar o espaço geográfico com exatidão.
lógicas mercantis desenvol- como documento histórico.
Nesses mapas, a linguagem artística era pre-
vidas pelos europeus para Proponha à turma uma comparação entre
dominante, a escala era imprecisa e eles nem
explorar riquezas de diferentes um mapa antigo e um mapa atual. Apresente
sempre apresentavam legendas.
partes do planeta. dois mapas do estado ou da cidade onde
94
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
Círculo Polar Ártico
[20--]. Site. Disponível em:
https://www.heavens-above.
ÁSIA
com. Acesso em: 14 jul. 2022.
Site que permite observar a Es-
EUROPA
AMÉRICA
DO NORTE
tação Espacial Internacional (ISS)
PORTUGAL
OCEANO
ESPANHA PACÍFICO ou outro objeto espacial, além de
Linha do Tratado de Tordesilhas
Açores
Madeira
Ormuz
apresentar informações diversas e
NOVA Is. Canárias Cantão Trópico de Câncer
ESPANHA
Mascate Macau
um mapa celestial interativo.
Cabo Verde Diu Damão
Goa
AMÉRICA Antilhas
370 léguas
GUINÉ
Shana
ÁFRICA Calicute
Filipinas • CARTA CELESTE. Guild-
CENTRAL Axim
0°
Elmira Ceilão Málaca Bornéu Equador ford: Escapist Games Limited,
Melinde Sumatra Nova Guiné
astronomia, área fundamental tempo por diversos povos. o uso de tecnologias de satélite e outros
para a utilização de coorde- instrumentos digitais facilitam o deslocamento
Atividade pelos oceanos e mares do planeta.
nadas, e com equipamentos
que garantiam uma navega- 1. A proposta da atividade é ampliar os conhe-
ção mais precisa. Ao analisar as cimentos dos estudantes sobre as navegações
permanências e confluências de marítimas no presente. É importante que
saberes na elaboração de algo observem que atualmente existem muitos
inovador, os estudantes poderão recursos para a localização durante as
entender que o conhecimento viagens, como mapas e cartas de navegação
96
SAMMLUNG RAUCH/INTERFOTO/FOTOARENA
nas velas deram à caravela a capa-
SAMMLUNG RAUCH/INTERFOTO/FOTOARENA
99
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 99 onde houvesse o que comer, a beberia. E têm
04/07/22 15:46 a tomam [...]; finalmente são
eles tanta necessidade que não se queixam constrangidos estes pobres
Carta aos jesuítas tanto de ser ruim, mas sim de ser pouco. Al- homens a comer e beber da
[...] os que pior [...] passam são os pobres e gum vinho que se lhes dão é quase vinagre e água salgada em que outros
desamparados [...] é de piedade ver a má vi- muito sujo [...]. Nos dias de pescado não tem cozeram sua carne.
da que levam, com um biscoito muito negro outra coisa mais para comer, senão molhar CARTA de Marcos Nunes aos
e às vezes muito cheio de gusanos, como eu neste vinagre este pão podre e muito ruim jesuítas de Portugal. Goa, 4
de janeiro de 1556. In: WICKI,
os vi muitas vezes. Às vezes é tão amargo e manter-se com isto [...]. A carne, além de
Joseph S. I. Documenta Indica.
que mais sabe a fel. A água [...] é tão fedoren- ser muito pouca, também é muito salgada e Roma: Monumenta Histórica
ta pelo grande calor, que creio que nenhum não têm onde deixá-la de remolho, por que Societatis Iesu, 1954. p. 439.
deles por grande preço, achando-se em terra na borda da nau ou a comem os peixes ou Tradução nossa.
99
IC
categorias, que ocorria de acordo
com a experiência e com a origem
social, e para o tratamento dife-
renciado dispensado aos oficiais.
Em seguida, peça à turma
que aponte as informações que
consideraram mais interessan-
tes ou curiosas relacionadas às
viagens marítimas e expliquem
os motivos.
SAMMLUNG RAUCH/INTERFOTO/FOTOARENA
Detalhe da
xilogravura Uma
nau que representa
marinheiros
trabalhando
durante a viagem.
100
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
Explique aos estudantes que região do atual Brasil para a África;
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 100 a batata-doce, distribua na lousa. Depois, incentive-os a transpor 04/07/22 15:46
a expansão marítima e comercial da América tropical para a Oceania; e os pimen- os dados para um grande mapa, de modo que
trouxe mudanças na alimentação tões americanos para o subcontinente indiano. todos possam contribuir com o trabalho.
dos europeus, que passaram a con- Oriente a turma a aprofundar esses conheci- Aproveite para reforçar conceitos sobre a escolha
sumir produtos americanos, como mentos pesquisando, em livros ou na internet: de um modelo cartográfico, o uso da legenda, a
a batata, o milho, a mandioca e as regiões do globo; os alimentos produzidos em presença da data e o uso de cores para identificar as
o tomate. Informe-lhes do trans- cada uma delas no período estudado; e os pro- regiões e os mares. O mapa pode ser exposto em
porte de plantas do continente dutos recebidos por essas regiões após o começo um mural da escola. Ao final, faça um diagnóstico
americano para outras colônias das navegações. Indique à turma que disponha sobre o processo de aprendizagem do tema, bem
europeias: a mandioca, levada da esses dados em uma lista com três colunas e os como sobre a eficiência das estratégias utilizadas.
100
relato de
para a compreensão das Grandes
viagem do
cronista Navegações. Se houver estu-
bávaro Ulrich dantes com deficiência visual,
Schmidl, 1599.
descreva oralmente a imagem.
Atividade
1. Era comum que os marinheiros enfrentassem diversos problemas de saúde durante 1. A proposta da atividade é que
as viagens marítimas. Alguns desses problemas eram causados pela falta de os estudantes reflitam sobre
frutas e legumes frescos, fontes de vitaminas essenciais ao bom funcionamento a importância de hábitos
do organismo. Outros eram provocados pelos hábitos de higiene precários nos simples e cotidianos de saúde
navios, onde a escovação dos dentes não era costumeira, por exemplo. Reflita
e higiene, como escovar os
sobre outros exemplos de hábitos de higiene e alimentação necessários para
manter boas condições de saúde.
dentes, lavar as mãos, tomar
Consulte resposta esperada e comentários adicionais nas Orientações didáticas. banho, não comer alimentos
101 sem higienizá-los, manter a
limpeza da casa, entre outros
exemplos, para evitar doenças
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 101 04/07/22 15:46
e problemas de saúde.
Caso a escola se situe em
Viagem à terra do Brasil região de privações ou
[...] eu vos pedirei que se quiserdes saber coisas do mar e sobretudo dessas via- existam estudantes nessas
gens, deixeis de lado livros e conversas dos que nunca experimentaram e ouvi tão condições, atente para que
somente aqueles que padeceram tais trabalhos [...] E acrescentarei que tanto com não haja desrespeito com os
referência à inconstância dos ventos, tempestades, chuvas, insetos e calor, como em colegas. Reforce a importância
relação às demais coisas do mar, principalmente no Equador, o que vale é a prática. da empatia e do acolhi-
LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 2007. p. 74. mento (Competência Geral
9) para com todos e todas.
101
102
propostas de atividades.
• ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E A CULTURA. Njinga a Mban-
de: rainha do Ndongo e do Matamba. Paris: Unesco, 2014. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/
ark:/48223/pf0000230931. Acesso em: 24 maio 2022.
Esse material é uma produção da Unesco, destinada a recuperar e valorizar a história das mulheres do continen-
te africano. Nesse caso, é uma história em quadrinhos sobre Njinga Mbande, rainha do Ndongo e do Matamba.
Além de valorizar a presença da mulher na história, essa obra permite trabalhar a resistência ao domínio colo
nial no continente.
103
GRANGER/FOTOARENA
lismo comercial. Destaque que
os princípios mercantilistas
caracterizavam a nova política
econômica dos Estados que se
formaram na Europa. Com base
nos comentários, explique aos
estudantes que as medidas pro-
tecionistas, atualmente, também
têm a intenção de evitar que os
produtos nacionais sofram con-
corrência dos produtos externos.
Gravura de Theodor de Bry, de 1607, que representa comerciantes
Proponha a leitura do texto indianos e portugueses no mercado de Bantam, na Indonésia.
complementar, a seguir, e conduza
um debate sobre a metáfora 104
empregada pelo autor. Questione
os estudantes sobre esta relação:
a metrópole realmente se com- Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 104 diretamente com a Metrópole, excluída to- 04/07/22 15:46
portava como uma mãe que da e qualquer outra nação, ainda que lhes
Sobre o comércio de Portugal e suas faça um comércio mais vantajoso; [...]. Des-
beneficiava as colônias? É interes- colônias ta sorte, os justos interesses e as relativas
sante que eles observem, de forma dependências mutuamente serão ligadas.
A Metrópole, por isso que é mãe, deve
crítica, como o comércio exclusivo prestar às colônias suas filhas todos os
limitava o desenvolvimento colo- COUTINHO, José Joaquim
bons ofícios e socorros necessários [...]. Es- da Cunha Azeredo. Obras econômicas de
nial, que estava permanentemente tes benefícios pedem iguais recompensas e, J. J. da Cunha Azeredo Coutinho. São Paulo:
condicionado às imposições da ainda, alguns justos sacrifícios; e, por isso é Companhia Editora Nacional, 1996. p. 155.
metrópole. necessário que as colônias também, da sua
parte, sofram: 1) que só possam comerciar
104
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 105
AMPLIAR HORIZONTES 04/07/22 15:46
• ABREU, Cíntia Beñák de; BIZERRA, Carine Camara; HENRIQUES, Samuel de Almeida (org.). Mistérios das
Grandes Navegações: um olhar juvenil. Salvador: Pontocom, 2015.
O livro é produto de um trabalho interdisciplinar entre professores de História e de Produção Textual com es-
tudantes do 6o ao 8o ano do Ensino Fundamental.
• NOVAES, Adauto (org.). A descoberta do homem e do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
O livro analisa as condições econômicas e políticas europeias, principalmente portuguesas, na época das Gran-
des Navegações.
105
Após a leitura, solicite a todos então, que o alto custo do objeto e as espe-
cificidades de cada cultura estão entre as Pesquisar materiais
que identifiquem as informações
causas desse longo intervalo. biodegradáveis no presente
sobre os métodos usados para
realizar a higiene bucal entre os Explique aos estudantes que o náilon e
povos antigos e sobre a inven- o plástico utilizados nas escovas de dentes
ção da escova de dentes. Chame atualmente vão para os aterros sanitários e
a atenção para o tempo trans- demoram cerca de 500 anos para se decom-
corrido entre a invenção pelos por. Informe-lhes que a tecnologia atual
chineses e a difusão do hábito vem se dedicando a desenvolver produtos
106
PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS
Atividade
Houve um intenso intercâmbio
de mercadorias, conhecimentos,
hábitos e costumes entre dife-
Intercâmbios Desenvolvimento Revolução Conquista Escravização Formação rentes lugares do mundo. Esses
culturais do mercantilismo Comercial de territórios de povos de grandes fatores provocaram grande cres-
(hábitos coloniais africanos impérios
alimentares, coloniais cimento da economia europeia,
mercadorias) dando início a uma revolução
comercial e à formação de
grandes impérios coloniais.
Protecionismo Metalismo Balança comercial Escravização dos Dizimação dos
favorável povos colonizados povos colonizados
Além disso, muitos povos foram
escravizados e outros foram
Com base nos elementos apresentados nesta seção, explique como o avanço da tecnologia náutica e o dizimados.
processo de expansão marítima provocaram um conjunto de transformações na Europa, África, América
e Ásia.
AMPLIAR HORIZONTES
biodegradáveis, de rápida decomposição ao
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24.indd 107 ambiente e para a saúde. Se possível,04/07/22
soli-15:46 • OLIVIERI, Antonio Carlos;
serem descartados e que não geram resíduos cite a eles que a apresentação da pesquisa VILLA, Marco Antonio. Cro-
nem se acumulam na natureza. Em seguida, seja feita por meio de slides. nistas do descobrimento.
organize a turma em grupos e solicite-lhes uma São Paulo: Ática, 2012.
pesquisa sobre o desenvolvimento de materiais O livro é o produto da seleção de
biodegradáveis ou ecológicos. textos produzidos por cronistas
Na pesquisa, cada grupo deve apresentar do século XVI. Esses textos, em
muitas passagens, parecem-se
dois produtos e suas imagens, detalhando as
com histórias de aventuras, com
formas de uso, a matéria-prima empregada reviravoltas e ações ousadas.
em sua fabricação e os benefícios para o meio
107
AT IV IDADE S
Central (Espanha).
os efeitos das Grandes Navegações,
1498 – viagem de Vasco da Gama às Índias (Portugal). NÃO ESCREVA
conduzindo os estudantes à elabora- 1500 – viagem de Pedro Álvares Cabral ao atual Brasil NO LIVRO.
ção de argumentos sobre o período (Portugal). 1. b) A rota da Espanha
estudado e à valorização da diversi- 1. Analise o mapa da página 93 e desenvolva as atividades a seguir. era a de Cristóvão
Colombo: navegar pelo
dade cultural humana, tendo o apoio a) Construa uma linha do tempo com as viagens espanholas e portuguesas (Consulte na seção
de documentos para seu aprendizado. 1. c) O sul
da África e Como se faz... orientações sobre a elaboração de uma linha do tempo).
• CEH 1, 3, 5 e 6: enfatizadas nas ativi- sua parte b) Espanhóis e portugueses optaram por rotas marítimas diferentes para chegar às Índias.
dades que problematizam as relações oriental; costas Descreva as rotas escolhidas por espanhóis e as escolhidas por portugueses.
de poder, questionam documentos, americanas;
conduzem à compreensão da pro- rotas pelos c) Quais regiões desconhecidas pelos europeus foram objeto das viagens representadas
oceanos nesse mapa? oceano Atlântico sempre em direção oeste e, assim, alcançar as Índias. O governo
dução historiográfica e detalham o Atlântico, Índico português optou por uma rota que contornava o continente africano.
significado dos fluxos populacionais e e Pacífico. 2. A expansão marítima é um marco histórico que acarretou transformações pro-
de mercadorias do período estudado. fundas no mundo. Quais argumentos podem ser usados para justificar essa
• Habilidades EF07HI06, EF07HI13 e afirmação? Consulte a resposta esperada e comentários adicionais nas Orientações didáticas.
EF07HI17: enfocadas nas atividades
sobre as expedições marítimas no 3. O mercantilismo desempenhou papel importante no processo de organização do
Atlântico e no Pacífico; nas discus- capitalismo na Europa entre os séculos XVI e XVIII. Explique o que era o mercanti-
sões a respeito das ações europeias lismo e aponte de que forma ele pode ser relacionado com o desenvolvimento do
voltadas ao domínio do mundo atlân- capitalismo. 3. O mercantilismo foi um conjunto de práticas e medidas adotadas pelos Estados europeus
para acumular riquezas a partir do comércio e da exploração de territórios coloniais. Esse acúmulo de riquezas
tico; e nas questões que debatem os
4. As imagens ajudam a entender a história, mas o trabalho com elas exige cuidado
processos de transição do mercantilis-
e atenção, principalmente por não retratarem fielmente a realidade. Responda às
mo ao capitalismo.
seguintes questões sobre a época das Grandes Navegações. permitiu o desenvolvimento
do capitalismo, promovendo
a) Cite três aspectos dessa época que estão representados na xilogravura da página 96 (Imagem
PROCEDIMENTOS Condutora) e três aspectos que não aparecem na imagem. grandes mudanças na organização
das sociedades europeias.
DIDÁTICOS b) Em sua opinião, tudo o que está descrito no texto da página 96 é representado na imagem?
Explique.
Atividades 4. a) Consulte resposta esperada e comentários adicionais nas Orientações didáticas.
2. A ligação entre os continen- 5. A invenção de novos instrumentos e tecnologias teve papel importante no pro-
tes, o aumento da circulação cesso de expansão marítima. O desenvolvimento da bússola, do astrolábio e
de pessoas e mercadorias, de novos modelos de embarcação permitiu aos europeus explorar os mares
e alcançar novas terras. Atualmente, existem muitas inovações tecnológicas que
o contato entre os povos, a
também possibilitam a realização de novas atividades ou descobertas. Reflita
mistura de culturas, a for-
sobre o tema, selecione três inovações importantes para o mundo atual e expli-
mação de grandes impérios que de que modo elas ajudam na resolução de problemas ou na realização de
coloniais, o fortalecimento novas descobertas. 5. Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
de muitos países europeus e 4. b) Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
a violência contra os povos 6. Um aspecto importante da expansão marítima foi a integração de diferentes culturas,
que passaram a estabelecer trocas entre si. Porém, essa integração não aconteceu
africanos e indígenas são
apenas pacificamente. Os conquistadores europeus impuseram suas crenças e costu-
exemplos das transformações
mes, o que provocou a desorganização de muitas sociedades nativas, inclusive com
ocorridas no mundo. a destruição de costumes muito antigos. A intolerância diante da cultura do outro
4. a) Foram representados alguns é um problema grave. Discuta com seus colegas posturas que podem ser tomadas
instrumentos náuticos, o por todos para minimizar a intolerância, promover o respeito mútuo e valorizar a
trabalho dos marinheiros, o diversidade cultural.
desenvolvimento das embar- 6. Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
108
cações, o uso dos astros
para a localização, entre
outros. Entre os aspectos
que não foram represen- a gravura analisada, a turma pode dizer que
D3-HIST-F2-2108-V7-090-111-U2-CAP4-LA-G24-AV1.indd 108 que ajudam a facilitar a rotina das pessoas, 14/07/22 13:40
tados estão as doenças, os qualquer aspecto que prejudicasse a ideia já que mudaram o modo como vivemos.
naufrágios, as violências a de sucesso do empreendimento marítimo 6. O objetivo da atividade é desenvolver habi-
que estavam submetidos os deveria ser evitado. lidades socioemocionais, como tolerância,
marinheiros etc. 5. A proposta da atividade é conduzir uma refle- respeito à diversidade cultural e diálogo.
b) Reforce o papel da imagem xão entre presente e passado, ressaltando a É importante que os estudantes pensem
como representação, expli importância de inovações tecnológicas ao longo em ações amparadas no diálogo e no res-
citando que os elementos de do tempo. As tecnologias de comunicação peito, permitindo que cada um pratique
uma imagem são intencio- relacionadas ao uso da internet podem ser suas tradições e costumes sem medo de ser
nalmente escolhidos. Sobre citadas, assim como ferramentas e aparelhos discriminado ou perseguido.
108
110
111
Competências
TULO
5
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. DOS POVOS PRÉ-COLOMBIANOS
Habilidades À COLONIZAÇÃO EUROPEIA
• EF07HI08 • EF07HI09 • EF07HI10
• EF07HI13 • EF07HI15
domesticação de plantas e uma trário do que alguns relatos e documentos sos de ensino-aprendizagem.
dieta rica e nutritiva, além de buscavam afirmar. Proponha a leitura da imagem da página 112,
outros aspectos que serão estu- Após uma breve conversa, peça aos estu- uma fotografia da Festa Inti Raymi, homena-
dados durante o capítulo. dantes que levantem hipóteses sobre como gem da tradição inca ao deus sol Inti, celebrada
Essa pode ser uma boa foi o encontro entre americanos e europeus, no Peru até hoje. Com base nela, discuta com
estratégia para trabalhar a questionando o que esses grupos teriam a turma a pluralidade cultural dos indíge-
diversidade e a plurali- pensado quando se encontraram. Incentive-os a nas, refutando a ideia de serem um grupo
dade cultural, evidenciando expressar sentimentos em relação a esse encon- homogêneo.
que comunidades dinâmicas e tro. É importante trabalhar as habilidades
112
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 113 informações sobre as formas, funções e01/07/22
conheci-09:54 e seu funcionamento. Ao final,
mentos empregados na construção. A pesquisa organize as apresentações dos
Construir um calendário pode ser feita em material previamente sele- calendários dos grupos para
Explique que a concepção de tempo para cionado ou na internet. o restante da turma, incen-
os maias era circular: um evento do passado se Para que todos compreendam as diferen- tivando o respeito mútuo
repetiria, como os ciclos da natureza. Em seguida, tes concepções de tempo, solicite que, com (Competência Geral 9) e pro-
divida os estudantes em grupos e oriente-os a base nos calendários pesquisados, construam pondo a autoavaliação como
pesquisar sobre os calendários maias, levantando um calendário próprio, definindo sua função exercício de autoconsciência.
113
brando que tanto a estela como sendo essa uma marca cultural que igualmente deve ser respeitada.
os símbolos nela registrados são
documentos históricos. A dis- AMPLIAR HORIZONTES
cussão sobre a importância da
• DUNHAM, Will. Pesquisadores encontram evidência de calendário maia dentro de pirâmide na Guatemala.
escrita deve vir acompanhada de CNN Brasil, [s. l.] 15 abr. 2022. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/pesquisadores-
uma reflexão sobre povos que encontram-evidencia-de-calendario-maia-dentro-de-piramide-na-guatemala/. Acesso em: 25 maio 2022.
também não a desenvolveram, A reportagem mostra que pesquisadores encontraram, na Guatemala, fragmentos da escrita maia.
como os incas, e ampliada às
pessoas que não tiveram acesso
114
AMPLIAR HORIZONTES
1. Entre as causas do declínio dos maias estão problemas ambientais, como o desma-
tamento. Atualmente, a manutenção da vida no planeta também está em risco por • PLANTAÇÕES de cacau amea
causa da poluição do ar, do acelerado processo de desmatamento, da degradação çam a Amazônia. Globo Rural,
do solo, da alteração de ecossistemas e das mudanças climáticas em curso. Em [s. l.], 14 ago. 2015. Disponível
grupo, reflitam sobre esses problemas e como cada um de nós pode contribuir em: https://globorural.globo.com/
para solucioná-los. Noticias/Agricultura/noticia/
Resposta pessoal. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas. 2015/08/plantacoes-de-cacau-
115 ameacam-amazonia-afirma-
estudo.html. Acesso em: 29 jul.
2022.
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 115 01/07/22 09:54 Com informações do World Resour-
ces Institute (WRI), o artigo revela
que plantações de cacau estão in-
vadindo a Floresta Amazônica.
115
RUBENS GOMES
tes; depois, a turma poderá se
2
reunir e trocar ideias sobre os
aprendizados. 1 Para aumentar as terras cultiváveis, os 4 Em seguida, depositavam 6 Cuidadosamente, o
astecas construíam ilhas artificiais – as barro, retirado do fundo solo era escavado, com
É importante ressaltar que os chinampas, ou jardins flutuantes. do lago, misturado a enxada, para plantar as
astecas construíram um império galhos secos e restos sementes.
2 vegetais, até formar uma
multicultural e tinham diferen- Para começar a construir uma
espécie de canteiro.
chinampa, era colocada uma fileira de
tes povos sob seu domínio. Esse estacas no fundo do lago. 7 Com as sementes
caráter heterogêneo motivava 5 Árvores eram plantadas plantadas no tempo
disputas de poder internas, com 3 Na etapa seguinte, uma estaca era ao redor do “jardim” certo, em solo rico e com
unida a outra com junco entrelaçado para ajudar a conter a muita água à sua volta,
destaque para a resistência dos (ou galhos de árvores), formando um terra e sustentar a ilha a chinampa propiciava
povos tlaxcaltecas, e contribuiu cercado. artificial. colheita abundante.
116
117
118
9 Recipiente em que se colocavam alimentos, como 10 Jarra contendo pulque, bebida ingerida em rituais
ovos de peru, milho, mel etc. diversos.
119
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 119 egípcios nas pirâmides, das iluminuras01/07/22
medie-09:55
CRIS BOURONCLE/AFP
descoberta?
Antes de ler as informações
Dois professores de
contidas no texto, peça aos estu-
Arqueologia encontraram
dantes que analisem a imagem,
fragmentos de tecido e vasos
na página 120, e levantem hipó-
na região. Acreditando que
teses sobre o objeto: para que
o local poderia esconder um
era usado, por quem, de que é
sítio arqueológico, instalaram
feito etc. Depois, faça a leitura
uma câmera fotográfica em uma
do texto para confirmar ou não
essas hipóteses. pipa (também chamada de papagaio,
Discuta sobre a importância do pandorga etc.) e fizeram várias fotogra-
fias aéreas. Com base nas fotos, escolheram um Moringa de barro huari com a
emprego de diferentes técnicas representação de uma pessoa que
de pesquisa para a descoberta lugar para escavar e encontraram, em 2012, um veste uma espécie de chapéu e uma
de vestígios arqueológicos e conjunto de torres, muralhas e uma sepultura saia curta decorada. Pertence à cultura
huari, 500 a.C-1100 a.C.
evidências históricas de civili- intacta, com várias câmaras mortuárias.
zações antigas. A moringa, no O que o local da descoberta desse vestígio sugere?
caso, foi encontrada graças ao
A moringa estava em uma das câmaras mortuárias, junto ao corpo de uma mulher
uso de câmeras fotográficas e
de cerca de 60 anos, sepultada com grande suntuosidade. Seu corpo foi colocado
outras técnicas.
na posição sentada, vestido com xale e túnica e enfeitado com joias. Ao lado havia
Solicite aos estudantes que
frascos, jarras, taças de cerâmica e vasilhas de prata, entre outros objetos requintados.
comparem os rituais descritos
Os arqueólogos acreditam que se trata de uma rainha huari rodeada de presentes
no texto com outros que conhe-
deixados em sua homenagem.
cem, fazendo que percebam a
existência de costumes seme- 120
lhantes em diferentes grupos
humanos. Destaque que o con-
fronto entre grupos diferentes sofisticados não impediu que eles descobris-
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24-AV2.indd 120 14/07/22 19:34
não é responsável apenas por sem um sítio arqueológico de mais de 3 mil anos.
rupturas, mas também por trocas Aproveite e pergunte a eles: em que situação
culturais importantes que rever- vocês se lembram de ter feito uso da criatividade?
beram permanências históricas.
Certifique-se de que os estu-
dantes observaram que foi por
meio da criatividade que os pro-
fessores descobriram essa tumba.
A ausência de equipamentos
120
KELLI HAYDEN/SHUTTERSTOCK.COM
está sendo estudado.
Ruínas em Ollantaytambo, cidade
inca que ainda hoje tem áreas
habitadas, 2020.
AMPLIAR HORIZONTES
• MIRANDA, Eraldo. O nasci-
mento dos Andes e outras
lendas pré-colombianas.
São Paulo: Mundo Mirim, 2010.
O livro é composto de três peque-
nas histórias da literatura oral dos
povos pré-colombianos, mostran-
do vários traços culturais dessas
121 civilizações e seu importante le-
gado arquitetônico.
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 121 identificam, tanto01/07/22
quanto 09:55 onde estão suas dificuldades,
buscando utilizar os vídeos dentro de uma abordagem
Vídeos como recurso didático que contribua com o processo de ensino, a exemplo da-
O uso dos vídeos [...], enquanto recurso didático e até queles que trabalham com a questão das temporalidades,
mesmo como fonte no ensino de História, exige uma do entendimento de suas continuidades e rupturas. [...]
apropriação adequada que só é alcançada com um bom BISPO, Luana Maria Cavalcanti; BARROS, Kelly Cristiane. Vídeos
planejamento. Nesse planejamento, pensamos o estudo do YouTube como recurso didático para o ensino de história.
prévio da realidade dos alunos, inclusive das possibilida- Atos de Pesquisa em Educação, Blumenau, v. 11, n. 3, p. 856-
des e contribuições que a escola também pode oferecer 868, set./dez. 2016. p. 876. Disponível em: http://proxy.furb.br/
à comunidade escolar. É necessário estar atento às po- ojs/index.php/atosdepesquisa/article/download/4864/3471. Acesso
tencialidades da turma, ou seja, com o que eles mais se em: 25 maio 2022.
121
AKG-IMAGES/BERNARD
BONNEFON/ALBUM/ FOTOARENA
desenvolvimento da civilização inca
no tempo e no espaço e na análise da
Na cordilheira dos Andes
intervenção desse povo nos territó- A maior parte da população inca exercia atividades
rios habitados. pastoris e agrícolas, base da sua economia e da sua sub-
• CEH 1 e 2: trabalhadas na identificação sistência. Os incas cultivavam mais de 70 plantas nativas,
das relações de poder estabelecidas
com a chegada dos europeus à região
entre elas milho, batata-doce, abacate, quinoa, batata e
andina e nas consequentes transforma- amendoim.
ções e permanências que impactaram Os lavradores armazenavam em seus celeiros uma
diversos povos. quantidade de grãos suficiente para alimentar a população
• Habilidade EF07HI08: enfocada na por um período de três a sete anos. Todo esse estoque era
análise das estruturas de organiza-
ção dos incas no período da conquista administrado por funcionários do governo que utilizavam
europeia. os quipos para controlar a produção. O quipo (confira a
imagem nesta página) era um conjunto de cordões com
Quipo inca,
tamanhos e cores variados, nos quais os incas davam
PROCEDIMENTOS c. 1430-1532.
nós para contabilizar os produtos. LEONID ANDRONOV/ALAMY/FOTOARENA
DIDÁTICOS
De acordo com o ponto do cordão
Ao abordar o item Na cor- onde o nó era feito, tinha-se uma
dilheira dos Andes, proponha
informação diferente.
a exploração das imagens, na
Vivendo na cordilheira dos
página 122, pedindo à turma que
Andes, os incas superaram os obstá-
observe os detalhes e levante
culos naturais impostos pela região
hipóteses relacionando-as
montanhosa. Nativas da América do
com os conteúdos estudados.
Sul e adaptadas às grandes altitudes,
Destaque o desenvolvimento
de diferentes técnicas agrícolas as lhamas foram muito úteis para o
entre povos andinos diversos, transporte de alimentos e mercado-
refletindo sobre a influência do rias entre as diversas cidades incas,
espaço natural nessas escolhas. bem como em campanhas militares.
Busque também ampliar a dis- Além disso, sua carne era usada como
cussão sobre a utilização dos alimento e a lã, aproveitada na fabri-
metais, que sugere o desen- cação de roupas.
volvimento da metalurgia e a Os incas tinham também grande
grande quantidade de metais experiência no trabalho com metais
no subsolo, e sobre o uso do preciosos, como o ouro e a prata.
quipo como instrumento de con- Com esses metais, fabricavam diversos
tagem inca. objetos, como adornos, estatuetas, Terraços construídos na encosta da montanha,
joias e ídolos religiosos. O ouro era no sítio arqueológico de Moray, 2021. Essa foi
uma tecnologia de engenharia desenvolvida pelos
também utilizado para decorar incas que facilitou a agricultura em terrenos muito
templos e palácios. acidentados.
122
Atividade complementar
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123
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 123 que surgiram no século 12 e eram mestres na
01/07/22 09:55 incluindo encostas íngremes,
adoção e adaptação de técnicas, estratégias solo ralo, temperaturas ex-
A tecnologia inovadora que e sistemas de crenças de outras sociedades. tremas e oscilantes e chuvas
alimentou o Império Inca Os andenes, diz Cecília Pardo Grau, cura- escassas ou sazonais.
[...] Conhecidos como andenes (“platafor- dora da exposição Peru: A Journey in time em MEGHJI, Shafik. A tecnologia
mas”, em tradução literal), estas plantações cartaz no British Museum, em Londres, inovadora que alimentou o
em socalcos estão espalhadas pelos An- foram “uma forma criativa de desafiar o Império Inca. BBC News, [s. l.],
des Centrais. terreno... que permite uma maneira efi- 21 jan. 2022. Disponível
ciente de cultivar [lavouras]”. em: https://www.bbc.com/
Construídos pela primeira vez há cerca
portuguese/vert-tra-59769771.
de 4.500 anos por culturas antigas de toda Eles permitiram que as comunidades an- Acesso em: 25 maio 2022.
região, eles foram aperfeiçoados pelos Inca, dinas superassem ambientes desafiadores,
123
ou não.
• 1492: A CONQUISTA do paraíso. Direção: Ridley
Scott. EUA: Paramount Pictures, 1992. (142 min).
O filme conta a vida de Colombo, a aventura do
descobrimento da América e a violência dos espa-
nhóis com a população nativa.
124
GRANGER/FOTOARENA
e de outras minas da região, um total de são abafados, escuros e sujeitos
270 toneladas de prata; entre 1580 e 1600, a constantes acidentes por des-
esse número chegou a 340 toneladas. moronamento. Procure, assim,
Toda a prata extraída da América criar empatia (Competência
espanhola foi enviada para a Espanha, que Geral 9) com os indígenas que
assim se tornou a nação mais rica da Europa foram escravizados no passado.
na época. Potosí, por sua vez, acabou se Explique ainda que, apesar de
transformando em um dos maiores e mais abolida a escravidão, atual-
importantes centros urbanos da América mente existem muitas pessoas no
espanhola. Para os indígenas, no entanto, mundo que são forçadas a tra-
o lugar virou símbolo de sofrimento. No balhar de graça ou com ganhos
processo de extração, muitos morreram insuficientes, sendo a explora-
de fome, doenças e soterramentos. Frei ção da mão de obra de povos
Domingo de Santo Tomás denunciou essa e pessoas mais vulneráveis uma
situação em 1550 dizendo que Potosí era a permanência na história.
“boca do inferno” que anualmente engolia
Gravura do século
milhares de nativos. XVIII que representa
ARTERRA/UNIVERSAL IMAGES GROUP/GETTY IMAGES
a captura do rei inca
Atahualpa por Francisco
Pizarro, líder militar que
comandou a conquista
do império inca pelos
espanhóis, em 1532.
Parte da cidade de
Potosí, na Bolívia. Ao
fundo, está a montanha
que foi a principal fonte
de extração de prata da
região e hoje é chamada
de Cerro Rico, 2019.
125
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 125 de pessoas foram submetidas a trabalho01/07/22 09:55 dão moderna são crianças.
forçado [...] Das 24,9 milhões de pessoas Os trabalhadores migrantes
Trabalho forçado hoje submetidas a trabalho forçado, 16 milhões e os povos indígenas são par-
O trabalho forçado é um fenômeno glo- foram exploradas no setor privado [...], 4,8 mi- ticularmente vulneráveis ao
bal e dinâmico, que pode assumir diversas lhões sofreram exploração sexual forçada e trabalho forçado.
formas, incluindo a servidão por dívidas, o 4 milhões estavam em situação de trabalho
OIT BRASÍLIA. Trabalho forçado.
tráfico de pessoas e outras formas de escra- forçado imposto por autoridades de governos. [S. l.]: OIT, c1996-2022. Disponível
vidão moderna. [...] Mais de 40 milhões de As mulheres representam 99% das vítimas em: https://www.ilo.org/brasilia/
pessoas foram vítimas da escravidão moder- do trabalho forçado na indústria comercial temas/trabalho-escravo/lang--pt/
na em 2016, sendo que 71% eram mulheres do sexo e 84% dos casamentos forçados. index.htm. Acesso em:
e meninas. Desse total, cerca de 25 milhões Uma em cada quatro vítimas da escravi- 16 jul. 2022.
125
126
127
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131
ho
1 dos
rr fatura
vin
inglêsa na América e dos mecanismos tecid
os, fe manu
sal, frutas,
AMÉRICA DO 2
5 1 ESPANHA
NORTE
de resistência dos nativos. 6 7 43
9 8 peixe, cereais, mad
eira serrada
PORTUGAL
10
11 Melaço: produto em forma de mel
açú ixe, m
r
ca
çú
pe
12 r
eira
a ca
car,
13 o,
me
laç ,a
çú OCEANO espesso e escuro que faz parte do
alimentos, mad
me
es
PROCEDIMENTOS
m
, ru ATLÂNTICO
processo de fabricação do açúcar. É
cra
laç
ade dos
ço
ela
viz
Trópico de Câncer
ira,
m
a
DIDÁTICOS
o
JAMAICA
ÁFRICA e rum.
Pequenas escra
vizad
Sugere-se pedir à turma AMÉRICA
CENTRAL
Antilhas os
COSTA DO COSTA
MARFIM DO OURO
Meridiano de
3 - Rhode Island DO
11 SUL
- Carolina do Norte
Greenwich
grupos, esclarecendo que cada
VESPÚCIO CARTOGRAFIA
133
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 133 01/07/22 09:55
• ARAUJO, Camila. Passado de violência contra indígenas no Canadá volta à tona após descoberta de
covas. Brasil de Fato, [s. l.], 30 dez. 2021. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2021/12/30/
passado-de-violencia-contra-indigenas-no-canada-volta-a-tona-apos-descoberta-de-covas#:~:text=Os%20
povos%20ind%C3%ADgenas%20vivem%20at%C3%A9,%2C1%25%20entre%20n%C3%A3o%20
ind%C3%ADgenas. Acesso em: 17 jul. 2022.
A reportagem aborda a descoberta recente sobre a morte de crianças indígenas no Canadá e traz dados
sobre a organização do movimento indígena na atualidade.
133
Enquanto isso...
O desembarque de Jacques Cartier e dos colonos
Antes de fazer a leitura do franceses no Canadá, 1546. Mapa histórico composto
mapa histórico composto em lito- em litografia colorida, de autoria desconhecida e
grafia (página 134), certifique-se adquirido por Nicholas Vallard, que representa a
chegada dos franceses ao território do atual Canadá.
de que os estudantes entendam
que foi feita uma interrupção
no estudo sobre a colonização
da América do Norte para que
se observe o que estava acon-
tecendo simultaneamente em
outros lugares. Comente que
não há uma história única e que
os processos históricos não são
lineares.
Localize em um planisfério ou
globo os vários territórios citados
no texto, relacionando-os aos
acontecimentos narrados e ao
texto principal. Aproveite para
reforçar a explicação de como
funcionava o comércio triangu-
lar, ampliando a possibilidade de BIBLIOTECA HUNTINGTON, SAN MARINO, CALIFÓRNIA. FOTO: BRIDGEMAN IMAGES/KEYSTONE BRASIL
Escrever cartas
Peça à turma que se reúna em grupos e discutam como viviam os colonos do norte e os colonos do sul. Em seguida, sugira
que imaginem dois colonos amigos, um vivendo em uma colônia do norte, e outro, em uma colônia do sul. O trabalho da turma
será criar uma troca de cartas entre esses amigos, nas quais eles contam suas atividades, costumes, como ocupam a terra etc.
Outra opção, caso considere interessante, é organizar a turma em dois grupos representando os colonos do norte e os do sul,
de modo que após escreverem as cartas os estudantes as enviem para os outros.
Oriente-os a fazer um pequeno roteiro antes de dar início à produção. Você pode convidar o professor de Língua Portuguesa
para um trabalho interdisciplinar, ou pedir a ele auxílio no levantamento das características desse gênero textual.
134
Com base no esquema e na leitura do capítulo, explique os fatores que contribuíram para a conquista
da América pelos espanhóis.
Alguns fatores que contribuíram para a conquista foram: a violência militar, amparada na superioridade
bélica dos espanhóis; as doenças, responsáveis pela morte de milhares de nativos; o envio de colonos e a 135
construção de cidades; além do processo de evangelização dos povos indígenas.
135
mentos científicos com a séculos XIX e XX, muitos países adotaram fontes que poderão ser consultadas pelos
variedade bovina da varíola, a vacinação obrigatória contra a varíola. estudantes. Exemplos são: a) Indigenous
chamada de cowpox. Ele 6. A proposta da atividade é desenvolver a peoples and communities (em inglês).
inoculou pessoas sadias criatividade, incentivar o protagonismo do Disponível em: https://www.rcaanc-cirnac.
com uma dosagem fraca estudante quanto ao seu próprio aprendizado gc.ca/eng/1100100013785/15291024903
desse vírus, criando anti- e valorizar as culturas indígenas. Auxilie-os 03; b) El mundo indígena (em espanhol e
corpos que protegiam da na consulta à seção Como se faz.... inglês). Disponível em: https://www.iwgia.
variante mais perigosa 7. A proposta da atividade é ampliar os conhe- org/es/recursos/mundo-indigena. Acessos
do vírus. Assim surgiu a cimentos dos estudantes sobre as populações em: 17 jul. 2022.
136
DIDÁTICOS de exprimir nossa qualidade de seres humanos. […] A tolerância é uma virtude que
torna a paz possível e contribui para substituir uma cultura de guerra por uma
cultura de paz.
Fechando a unidade A tolerância é, antes de tudo, uma atitude ativa fundada no reconhecimento dos
Procure demonstrar, com direitos universais da pessoa humana e das liberdades fundamentais do outro. Em
exemplos, os preconceitos velados nenhum caso a tolerância poderia ser invocada para justificar lesões a esses valores
existentes na sociedade. Sinalize fundamentais. A tolerância deve ser praticada pelos indivíduos, pelos grupos e pelo
que comentários e atitudes into- Estado.
[...] A prática da tolerância significa que toda pessoa tem a livre escolha de suas
lerantes podem prejudicar outras
convicções e aceita que o outro desfrute da mesma liberdade. Significa aceitar o fato
pessoas. Cite efeitos como iso- de que os seres humanos, que se caracterizam naturalmente pela diversidade de seu
lamento e depressão, que aspecto físico, de sua situação, de seu modo de expressar-se, de seus comportamen-
prejudicam fortemente a saúde tos e de seus valores, têm o direito de viver em paz e de ser tais como são. Significa
mental das vítimas. também que ninguém deve impor suas opiniões a outrem.
Promova um debate sobre UNESCO. Declaração de Princípios sobre a Tolerância. Portal DHnet. Natal, [20--]. Disponível em:
www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/paz/dec95.htm. Acesso em: 18 maio 2022.
a prática do ciberbullying.
Pergunte aos estudantes como
reagem quando recebem uma Isso, porém, nem sempre ocorre em nosso cotidiano. Com base nessa definição de
fotografia que pode constranger tolerância, analise os resultados de uma pesquisa feita por uma agência de comunicação
um colega, ou quando alguém que monitorou as redes sociais no Brasil, entre os meses de abril, maio e junho de 2016,
faz uma piada preconceituosa com o objetivo de analisar manifestações de intolerância entre os internautas.
sobre o outro. Peça que relatem A pesquisa encontrou cerca de 540 mil publicações, nas quais foram notados dife-
suas impressões e, se ficarem rentes tipos de intolerância. Entre elas, havia intolerância contra homossexuais, mulheres,
à vontade, casos de intolerân- pessoas com deficiência, pessoas das classes sociais menos favorecidas, entre outros.
cia semelhantes, orientando-os Essas práticas foram classificadas em tipo “visível” e “invisível”. A visível é aquela
a não mencionar nomes nem na qual se percebe de modo direto e explícito a prática da intolerância contra determi-
transformar a conversa em acu- nado grupo ou pessoa. A invisível é velada e acontece por meio de algum comentário
sações. Ajude-os a perceber que ou comportamento.
certas atitudes escondem um
comportamento social perverso 138
que precisa ser combatido.
Cite o combate a todo tipo
de intolerância e de violên- o mais forte, pertencer a um
D3-HIST-F2-2108-V7-112-139-U2-CAP5-LA-G24.indd 138 grupo ou ter [Prevenir] o cyberbullying [...] é uma tare- 01/07/22 09:55
Elaborado com base em: INTOLERÂNCIA por aparência: quando o preconceito é precoce. Comunica Que Muda. [S. l.],
2016. Blogue. Disponível em: https://www.comunicaquemuda.com.br/dossie/aparencia/. Acesso em: 14 mar. 2022.
Competências
3
• Gerais (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e UNIDADE
9: trabalhadas com os estudantes ao
compreenderem a organização interna
da América portuguesa, analisando a
prática escravocrata enquanto matriz
econômica do território colonizado e
identificando as ações de colonizados TRABALHO
e colonizadores no período. É incen-
tivado o sentido de respeito ao outro
e de cooperação entre os estudantes
à medida que analisam contextos his-
tóricos de violência e opressão cujos
efeitos se perpetuam nos dias de ho-
je, como o racismo.
• Específicas de Ciências Humanas Trabalho pode ser definido como
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7.
uma atividade ou um conjunto de ati-
• Específicas de História (CEH): 1,
2, 3, 4, 5, 6 e 7. vidades que o ser humano desenvolve
Habilidades para atingir determinado fim e, em geral,
• EF07HI01 • EF07HI02 • EF07HI03 expressa relações entre grupos humanos
• EF07HI05 • EF07HI08 • EF07HI09 vivendo em sociedade.
• EF07HI10 • EF07HI11 • EF07HI12 Nesta unidade, estudaremos os
• EF07HI13 • EF07HI14 • EF07HI15 primeiros tempos da colonização por-
• EF07HI16 tuguesa na América e veremos como
os europeus introduziram o trabalho
escravo em terras que mais tarde dariam
origem ao atual Brasil.
140
140
141
Temas Contemporâneos
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 141 do dia 20 de novembro como Dia Nacional da
04/07/22 16:01
141
Diferentes formas
ção sobre o conceito de trabalho,
que será o condutor das discus-
sões desta unidade, incentive a
reflexão sobre a seguinte questão: de trabalho
o trabalho é fundamental para
o convívio e o sustento social?
Acolha as contribuições dos estu- Imagine que você seja o único sobrevivente de um naufrágio e esteja sozinho
dantes e verifique a ideia que eles em uma ilha. A embarcação em que você estava desapareceu e, com ela, seus com-
têm do trabalho e da importân- panheiros. O que você faria para se manter vivo nessa terra desconhecida?
cia dele na vida social. Ajude-os Certamente, teria de fabricar algumas ferramentas para caçar, cozinhar e arma-
a entender que essa prática social zenar alimentos. Para se proteger do sol e da chuva, precisaria construir uma cabana
foi organizada de formas dife- ou outro tipo de abrigo.
rentes pelos povos e culturas ao Para tudo isso, você precisaria trabalhar bastante, mas o que caracteriza o trabalho?
longo da história. O trabalho é uma das necessidades básicas do ser humano.
Ao conduzir a leitura do texto
de abertura, explique as diferen-
ças entre o trabalho assalariado, Indígena da etnia guajajara tece uma bolsa em tear. Aldeia Maracanã,
no Rio de Janeiro, 2022.
mais comum nos tempos atuais, e
outros tipos de trabalho, como a
escravidão e a servidão. Garanta
que a turma consiga diferenciar
tais modelos de trabalho e cite
situações na História em que
essas formas foram utilizadas.
Texto complementar
A construção de
conceitos científicos
Para que o educando refli-
ta, invente e passe a construir
os conceitos científicos, é
necessário apresentar-lhe
situações-problema que o
desafiem a ir além do que
já domina. Por isso, o pon-
to de partida da aula não
é o currículo, [...] mas são
os conhecimentos prévios
que o educando leva para a
escola [...] [aliado aos] conhe- LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS
que pode alcançar [...]. • THOMPSON, Edward Palmer. Costumes em comum: estudos sobre cultura popular tradicional. São Pau-
GASPARIN, João Luiz. A lo: Companhia das Letras, 1991.
construção dos conceitos No capítulo “Tempo, disciplina do trabalho e o capitalismo industrial”, o historiador investiga as relações en-
científicos em sala de aula. tre o tempo e o trabalho nas sociedades ocidentais.
Maringá: Universidade Estadual
de Maringá, [20--]. Disponível em:
http://docplayer.com.br/22216197-
A-construcao-dos-conceitos-
cientifcos-em-sala-de-aula.html.
Acesso em: 20 jul. 2022.
142
143
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 143 Destaque as ruas e avenidas do entorno
11/07/22 15:10e a utilização de cartolina, papel
solicite a cada grupo que investigue onde estão kraft ou outro suporte adequado
Fazer um estudo do meio os lugares de trabalho mais conhecidos, como à atividade. Por fim, auxilie a
Organize a turma em grupos e, com a ajuda fábricas e comércios, e de trabalho informal. Na turma a perceber as relações
de um aplicativo gratuito ou site de visualização aula seguinte, peça aos grupos que apresentem de trabalho que caracterizam o
de mapas e imagens de satélites, identifique com os resultados da pesquisa e anote-os na lousa. espaço geográfico e social onde
eles a localização da escola. Essa é uma opor- Com as informações, os estudantes podem a escola está localizada.
tunidade de trabalhar com grupos grandes realizar a confecção coletiva de um mapa dos
de estudantes. pontos de trabalho pesquisados. Recomende
143
Competências
TULO
6
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. PRIMEIROS TEMPOS
Habilidades DA COLONIZAÇÃO
• EF07HI02 • EF07HI03 • EF07HI05
• EF07HI08 • EF07HI09 • EF07HI10
• EF07HI11 • EF07HI12 • EF07HI13
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A BNCC NESTA DUPLA
• Reconhecer a diversidade das culturas indígenas no passado e no presente.
• CECH 2, 3 e 6: abordadas no trabalho
• Identificar as principais características do encontro de culturas após a chegada
de compreensão do mundo a partir de
dos portugueses à América.
interações e organizações diferentes e
construção de argumentos acerca das • Compreender o conceito de etnocentrismo.
relações estabelecidas entre os euro- • Valorizar a diversidade humana e cultural.
peus, o território americano e os nativos.
• CEH 1 e 6: trabalhadas no estudo da
Atualmente, há cerca de 900 mil indígenas no Brasil, pertencentes a 256 povos diferentes
entrada dos europeus no continente
americano, problematizando as cau- e distribuídos em 24 estados e no Distrito Federal. Desse total, cerca de 320 mil vivem em áreas
sas e as consequências desse processo. urbanas e mais de 570 mil em áreas rurais.
• Habilidades EF07HI08 e EF07HI09: en- Indígena é o termo mais adequado para chamar os primeiros habitantes da América.
focadas com os estudantes ao descrever Quando Cristóvão Colombo (1451-1506) chegou ao continente americano em 1492, imaginou
as formas de organização das socieda- ter chegado às Índias e chamou de “índios” seus habitantes. O nome resultou de um equívoco,
des nativas e os impactos da entrada pois Colombo entendia que todos os habitantes eram iguais.
europeia no território americano.
Em meados de 1500, o número de indígenas nas áreas onde se formaria o Brasil era maior,
chegando a cerca de 2 a 4 milhões de pessoas. Essas terras eram o lugar onde nasceram, e
PROCEDIMENTOS os recursos ali encontrados garantiam a sua existência. A ideia de propriedade que temos hoje
DIDÁTICOS não existia entre os indígenas. Havia uma apropriação coletiva da terra, explorada e respeitada
Aproveite os dados apresenta- por todos os seus habitantes.
dos no texto da página 144 para Neste capítulo, vamos conhecer alguns aspectos das sociedades indígenas na época da
demonstrar a drástica redução chegada dos europeus, além de refletir sobre o desrespeito dos colonizadores
da população indígena no ter- à cultura dos nativos da América, atitude que contribuiu para o genocídio
ritório brasileiro. Proponha esta de milhões de seres humanos.
atividade, que pode ser mais
bem conduzida com a turma Genocídio: prática de extermínio de uma
comunidade, grupo étnico, cultural, racial ou
em roda (facilitando assim o tra- religioso. O massacre das populações indígenas
balho com grupos grandes): pelos conquistadores europeus é um exemplo.
tenha sido atribuído a cada estu- dimensão do decréscimo de indígenas desde assim, mostrar que culturas são diferentes, nem
dante da turma. Informe então a chegada dos europeus em 1500. A atividade melhores nem piores umas em relação a outras.
que todos representam indíge- permite também avaliar se há, na sala de aula, Hierarquizá-las é atribuir valores etnocênticos.
nas e devem ficar em pé. Porém, pensamentos que desqualifiquem a existência Reforçe também a noção de genocídio.
os estudantes de números 1, 2, de indígenas na atualidade ou percepções que
3 e 4 precisarão logo se sentar, diminuam o impacto negativo da conquista e
restando apenas os de número da colonização do Brasil pelos portugueses.
“cinco”, ou seja, 20% ou menos Se surgirem falas nesse sentido, aproveite a
da sala. ocasião para perguntar sobre o conhecimento
144
20 jul. 2022.
O documentário conjuga bem
Declaração da Independência, dois assuntos: a destruição das
Brasilia qua parte paret Belgis, Georg François-René Moreaux. Óleo sobre tela, populações indígenas e a multi-
Marggraf e Johanes Blaeus. Aquarela, 1647. 2,44 m x 3,83 m, 1844.
plicidade do que é ser indígena.
145
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24-AV3.indd 145 Eles podem mencionar que não falava portu-
16/07/22 13:56 O trabalho com o documen-
guês, estudava ou gravava vídeos. tário confere uma boa opor-
Assistir ao filme Huni Kuin Relacione o processo iniciado pela coloni- tunidade para mostrar como as
Exiba o documentário Huni Kuin, indicando zação em 1500 com a atualidade mostrada populações indígenas precisam
no Ampliar horizontes desta página. Depois, no vídeo: o “homem branco” destruindo a estar inseridas na sociedade dos
organize os estudantes em roda e pergunte por natureza e desrespeitando os indígenas. Em não indígenas para exigir respeito
que a fala do narrador indígena foi surpreendente. seguida, peça aos estudantes que elaborem e direitos. Busque garantir que a
O ideal é que eles respondam que o indígena soluções para que esse processo seja interrom- turma compreenda essa dinâmica,
decidiu estudar para mostrar o que estava errado pido, incentivando o desenvolvimento de um também reconhecendo a neces-
na floresta. Se a turma não chegar a essa conclu- pensamento crítico sobre os processos histó- sidade da luta indígena hoje.
são, pergunte o que o povo indígena não fazia. ricos e as consequências no presente.
145
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Mostre aos estudantes o mapa
Terra Brasilis, na página 146,
e pergunte se a representação
pode estar errada por ser muito
diferente dos mapas atuais. Após
uma breve conversa, explique as
limitações do conhecimento da
época. Se possível, desenhe o
mapa medieval em “T – O”, que
é composto de um T dentro de
Mapa Terra Brasilis, feito em 1519 pelos
um círculo que contém três con- cartógrafos Lopo Homem, Pedro e Jorge
tinentes: Ásia, Europa e África. Reinel. Desenhado sobre pergaminho, é um dos
A análise do mapa Terra primeiros mapas a representar os territórios
portugueses na América.
Brasilis e a reconstrução das
rotas são de grande auxílio O primeiro ponto a se destacar é a própria representação do território como um lugar
para que a turma compreenda que pertencia a Portugal. Por meio da inserção de bandeiras portuguesas em diversos
o processo de ocupação pelos pontos do mapa – até mesmo sobre o oceano e as ilhas, como a atual Fernando de
europeus do atual solo brasi-
Noronha –, o governo português procurava afirmar seu domínio sobre a região. A bandeira
leiro. Peça aos estudantes que
ao norte (no canto superior esquerdo do mapa) está em terras que hoje pertencem à
comparem o conhecimento do
Guiana. A bandeira no extremo sul está em terras hoje pertencentes à Argentina.
território ibero-americano antes
e depois das navegações e os 146
auxilie nessa tarefa.
Texto complementar
BIBLIOTHÈQUE NATIONALE DE FRANCE, PARIS, FRANÇA
BIBLIOTHÈQUE NATIONALE DE FRANCE, PARIS, FRANÇA
As cartas náuticas
quinhentistas
“As cartas quinhentistas
e mesmo seiscentistas, em
seu conjunto, eram essencial-
mente náuticas, pois, mais do
Os portugueses nomearam regiões e acidentes que na busca de novas terras,
geográficos ao mapear a costa em expedições os esforços dos portugueses
Detalhe do mapa Terra Brasilis exploratórias entre 1501 e 1503. Em geral, eles concentravam-se no estabe-
que representa o pau-brasil, deram nomes de santos católicos a rios, baías, lecimento mais preciso dos
árvore nativa da região. ilhas e regiões específicas.
caminhos do mar, sendo im-
147 portante notar que a posse
das costas do Brasil e da Áfri-
ca concedia-lhes o domínio
estratégico de todo o Atlân-
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 147
AMPLIAR HORIZONTES 04/07/22 16:01 tico Sul” [...].
MICELI, Paulo. Tesouros
• MICELI, Paulo. O desenho do Brasil no teatro
cartográficos. [Entrevista cedida
do mundo. Campinas: Editora da Unicamp, 2012. a] Paulo Cesar Nascimento.
O autor apresenta ao leitor a trajetória da represen- Jornal da Unicamp, Campinas,
tação cartográfica da Terra, desde o final da Idade ago. 2012. Disponível em: http://
Média, com ênfase nas características da cartogra- www.unicamp.br/unicamp/sites/
default/files/jornal/paginas/
fia produzida sobre o Brasil no período colonial. ju536-pag12.pdf. Acesso em: 20
jul. 2022.
147
BIBLIOTHÈQUE NATIONALE DE
analisam e compreendem, com base representados no
148
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 150 04/07/22 16:01
• NO DIA do Índio, uma aldeia guarani na capital. 2016. Vídeo (3min2s). Publicado pelo canal Jornal da Ga-
zeta. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=oEPXlC2MScw. Acesso em: 20 jul. 2022.
Reportagem que mostra o cotidiano dos indígenas guaranis que vivem em uma aldeia no Jaraguá, bairro da
zona norte da cidade de São Paulo.
• RUSSO, Kelly; PALADINO, Mariana. A lei n. 11.645 e a visão dos professores do Rio de Janeiro sobre a temáti-
ca indígena na escola. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. 21, n. 67, p. 897-921, dez. 2016.
O artigo permite compreender as estratégias desenvolvidas por professores para ensinar História focando a
presença das populações indígenas.
150
151
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 151 pedindo aos que ouvem que representem,04/07/22 16:01
Reproduza uma das canções do álbum O com danças e gestos, as emoções que as
cântico das crianças, disponibilizado pelo canções indígenas trasmitem.
Serviço de Atividades Culturais do Museu do Índio Aproveite e pergunte se eles tocam algum
em: http://mindioescola.blogspot.com/2013/11/ instrumento. É um bom momento para valo-
canto-guarani.html; acesso em: 5 ago. 2022. rizar os saberes da turma. Investigue se há
Peça aos estudantes que percebam diferen- estudantes de algum povo indígena ou com
ças nos ritmos, na produção dos sons e nos ascendência indígena e peça sua contribui-
instrumentos. Se houver, entre eles, alguém ção. Garanta seu acolhimento e o tratamento
com deficiência auditiva, incentive a interação respeitoso por parte dos colegas.
151
• LERY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. Be- InfoAmazônia. [S. l.], 30 jun. 2015. Disponí- para curar uma variedade de doenças.
lo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1980. vel em: https://infoamazonia.org/2015/06/30/ • RAMINELLI, Ronald. Eva Tupinambá. In: PRIO-
O livro contém trechos que podem ser traba- tribo-amazonica-cria-enciclopedia-de- RE, Mary Del (org.). História das mulheres
lhados em sala de aula sobre a dinâmica não medicina-tradicional-com-500-paginas/#!/ no Brasil. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2000.
comercial indígena que não baseia suas trocas story=post-13114. Acesso em: 20 jul. 2022.
Nesse capítulo, o autor analisa as representa-
no lucro nem em pagamento em moeda. Artigo do InfoAmazônia com informações sobre ções etnocêntricas e misóginas que os viajantes
• TRIBO amazônica cria enciclopédia de o processo de criação de uma enciclopédia so- europeus fizeram das mulheres indígenas dos po-
medicina tradicional com 500 páginas. bre plantas e remédios pelos indígenas matsés vos tupinambás.
152
BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA
Ou seja, “devorar”, nesse caso,
significa se apropriar de conhe-
cimentos e valores europeus e
“digeri-los” criando algo propria-
mente brasileiro.
Aproveite a temática para tra-
balhar a autoimagem: organize
os estudantes em duplas ou trios
e peça-lhes que conversem sobre
quais valores ou conhecimentos
indígenas eles reconhecem em
si ou quais gostariam de ter. Se
julgar conveniente, peça a eles que
digam reciprocamente qual quali-
dade do(s) colega(s) reconhecem
e admiram e se consideram ter a
mesma qualidade em si. Depois,
abra uma roda de conversa e peça
que comentem suas interações.
Busque reforçar a importância
Cenas de antropofagia no Brasil, Theodor de Bry. Gravura colorizada, 1596. da boa convivência com outras
pessoas e do reconhecimento de
qualidades dos outros, incenti-
1. O autor da gravura reproduzida nesta página, Theodor de Bry, representou os
costumes de povos indígenas americanos sem nunca ter estado no continente,
vando assim o desenvolvimento de
baseando-se apenas em relatos de outros viajantes. Em seu entendimento, é pos- habilidades socioemocionais.
sível que as obras de Theodore de Bry sejam representações fiéis e imparciais das
Atividade
tradições indígenas? Justifique. Resposta esperada e comentários adicionais
nas Orientações didáticas. 1. Espera-se que os estudantes
153 observem que as representa-
ções de Theodor de Bry não
são isentas, mas embasadas
no olhar etnocêntrico de
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 153 dição humana justamente através de um16:01
04/07/22
154
• RAMINELLI, Ronald. Imagens da colonização: a representação do ín- • PEREIRA, Paulo Roberto (org.). 500 anos de Brasil na Biblioteca Na-
dio de Caminha a Vieira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996. cional. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, 2000. Disponível
O autor mostra como os estereótipos de bárbaros, gentios e selvagens em: http://objdigital.bn.br/objdigital2/acervo_digital/div_iconografia/
atribuídos aos indígenas pelos colonizadores justificavam a intervenção icon1016851/icon1016851.pdf. Acesso em: 20 jul. 2022.
violenta e exploratória no continente americano. Esse catálogo, produzido pela Biblioteca Nacional brasileira, traz grande
contribuição aos temas aqui tratados. Os textos escritos por especialis-
tas e a numerosa série de ilustrações podem ser utilizados nas atividades
em sala de aula.
154
Equador
0°
dos com a baixa prosperidade
MARANHÃO – João de Barros e Aires da Cunha
MARANHÃO – Fernando Álvares de Andrade
das capitanias hereditárias, lem-
CEARÁ – Antônio Cardoso de Barros brando aos estudantes que os
RIO GRANDE – João de Barros e Aires da Cunha
benefícios deveriam ser maiores
ITAMARACÁ – Pero Lopes de Sousa
que o medo de passar anos em
Linha do Tratado de Tordesilhas
157
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 157 04/07/22 16:01
157
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 159 04/07/22 16:01
159
Segunda Marcha de
Mulheres Indígenas
contra o Marco Temporal
em Brasília (DF), 2021.
diferenciar uma ideia da outra.
161 Lembre-os de que o texto deve
ser claro e conciso.
Aproveite a atividade para
Peça aos estudantes que reflitam sobre, por
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 161 Certifique-se de que todos saibam como
04/07/22 16:01 retomar os temas estudados e
exemplo, quais mudanças o encontro com os produzir um mapa mental. Se perceber que sanar algumas dúvidas. Para pro-
colonizadores teria trazido para os povos indí- existem dúvidas, esclareça que ele funciona ceder à avaliação, observe se
genas. É importante que eles reconheçam as como as ramificações de uma árvore, divi- o grupo: trabalhou em sinto-
mudanças causadas pela dominação europeia dindo-se em diversas partes do centro para a nia; considerou ao menos três
em terras americanas. Em seguida, sugira que borda. Então, o primeiro passo é começar pelo mudanças na vida dos povos
façam uma sistematização dos temas a serem centro, ou seja, pela ideia central. As demais indígenas; conseguiu delimitar
trabalhados, mas, se houver dificuldade, indique ideias devem ser ligadas umas às outras, como bem o antes e o depois, pau-
temas como o trabalho, a saúde, a ocupação causas, consequências, relações e afinidades. tando e indicando as principais
do solo ou as atividades diárias. Também podem ser usadas cores e formas para questões do capítulo.
161
162
163
AT IV IDADE S
NO LIVRO.
ção europeia; suas intervenções no
território americano; o contato en-
tre europeus e nativos, suas principais
causas e repercussões que chegam até 1. Analise o mapa Terra
os dias atuais. Brasilis, comentado
• CEH 1, 2, 3, 4 e 6: trabalhadas nas 1. a) Ambos neste capítulo como
questões sobre estruturas de poder reforçam os imagem condutora, e
ao longo do tempo, suas mudanças relatos daqueles o mapa desta página,
que visitaram feito pelo cartógrafo
e permanências; na identificação de a colônia
diferentes pontos de vista sobre um portuguesa
Diogo Homem. Com
mesmo contexto histórico; e na dis- nos primeiros base nos dois documen-
cussão da produção historiográfica. tempos, tos, faça o que se pede.
• Habilidades EF07HI08, EF07HI09, segundo os quais a América era uma terra exuberante,
repleta de matas, animais variados, muita água e beleza.
EF07HI10, EF07HI11 e EF07HI12: en-
1. b) Essas figuras revelam que os portugueses tinham
focadas nas atividades que discutem
sentimentos contraditórios: de um lado, acreditavam
a formação do território; as formas de que a região parecia um paraíso terrestre cheio de
organização dos nativos no tempo da esplendor, beleza e possibilidades; de outro, sentiam-se
conquista e o impacto dos europeus ameaçados e amedrontados diante de um ambiente
nas populações originárias, tendo re- tão diferente do europeu.
percussões até os dias atuais. 1. c) A vegetação representada no mapa de Diogo
Homem é mais escassa em comparação à representada
no Terra Brasilis, porém o cartógrafo português deu
PROCEDIMENTOS grande destaque ao Rio Amazonas. No Terra Brasilis,
por sua vez, há destaque para diferentes espécies
DIDÁTICOS da fauna local. Em ambos, o pau-brasil é representado.
Mapa da América do Sul que
mostra o Rio Amazonas,
Atividades
ALBUM/FOTOARENA
indígenas e uma expedição
2. Peça a cada estudante que espanhola, produzido por Diogo
Homem e publicado em 1558,
pesquise e escolha uma notícia no Atlas da Rainha May.
recente sobre a votação do
a) O que esses mapas revelam a respeito do território?
Marco Temporal e traga para a
b) O mapa Terra Brasilis traz a figura de um dragão; já o mapa de Diogo Homem tem um
aula o material em papel, que
leão representado no interior do território. O que a presença de um dragão e de um leão
pode ser recortado de jornal nos mapas revela sobre a ideia que muitos europeus tinham a respeito da América?
ou revista ou impresso de sites c) Quais são as semelhanças e as diferenças entre a vegetação desenhada?
jornalísticos confiáveis. Com
2. Neste capítulo, você estudou que uma das principais pautas da luta indígena no
esses materiais, use a lousa
século XXI é a não aprovação do Marco Temporal. Para saber sobre a atual situação
para montar com os estudan- desse marco regulatório, pesquise notícias recentes sobre o assunto em jornais de
tes um painel sobre o tema, grande circulação. Siga as orientações.Respostas variáveis. Consulte comentários
nas Orientações didáticas.
com dois pontos centrais: favo- a) Busque descobrir se a ação já foi votada pelo STF e, caso tenha sido, qual foi o resultado da
rável e contrário à aprovação votação.
do Marco Temporal. Procure, b) Verifique também se houve mobilização social em torno da decisão e a que setores sociais
nesse processo, incentivar a ela beneficia.
empatia dos estudantes com c) Em data combinada, apresente o que descobriu em uma roda de conversa com a turma.
Fronteiras
0 340
São Paulo: Companhia das 1500 até o presente. Essa
atuais do Brasil Letras, 1992. p. 88-89, 93, 95,
97, 99. queda resulta do processo
de conquista e colonização
Dados demográficos da população indígena no Brasil
iniciado pelos portugueses
População População
Ano Total % pop. total somado às violências e à
indígena/litoral indígena/interior
1500 2 000 000 1 000 000 3 000 000 100,00 ocupação de territórios
1570 200 000 1 000 000 1 200 000 95,00 indígenas protagonizadas
1650 100 000 600 000 700 000 73,00 por não indígenas ao longo
1825 60 000 300 000 360 000 9,00 do tempo.
1940 20 000 180 000 200 000 0,40 c) Espera-se que os estudan-
1950 10 000 140 000 150 000 0,37
tes infiram que o massacre
1957 5 000 65 000 70 000 0,10
das populações indígenas
1980 10 000 200 000 210 000 0,19
provocou não apenas a
1995 30 000 300 000 330 000 0,20
redução do número de
2000 60 000 340 000 400 000 0,20
2010 272 654 545 308 817 962 0,26
habitantes, mas também
a destruição de muitas
165 práticas culturais. Assim,
atualmente, existem menos
culturas do que existiam
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 165 04/07/22 16:02
em 1500. Ainda assim, é
importante lembrar que
os povos indígenas apre-
sentam grande diversidade
cultural no presente.
165
SONIA VAZ
território americano; o contato entre
europeus e nativos, suas principais
2 000 000
causas e repercussões que chegam População
até os dias atuais. indígena litoral
População
• CEH 1, 3, 4 e 5: enfocadas na discus- 1 500 000
indígena interior
são sobre choque cultural advindo
da interação de europeus e indíge-
1 000 000
nas, elaborando questionamentos e
interpretações acerca das consequên-
cias dessas relações. 500 000
00
70
50
25
40
50
57
80
95
00
10
tradições dos povos originários e do
15
15
16
18
19
19
19
19
19
20
20
impacto das relações estabelecidas en- Ano
tre as nações indígenas e os europeus.
Fonte: FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO. Quem são. Funai. [S. l.], 12 nov. 2013.
PROCEDIMENTOS Disponível em: https://www.gov.br/funai/pt-br/atuacao/povos-indigenas/quem-sao.
Acesso em: 18 maio 2022.
DIDÁTICOS
a) Com base no mapa, é possível afirmar que existia grande diversidade cultural na América?
Atividades Por quê? 3. a), b) e c) Respostas e comentários adicionais nas Orientações didáticas.
(continuação) b) O que revelam os dados do gráfico e da tabela sobre a população indígena de 1500 a
2010?
Professor, as respostas da
c) Com base nos dados do gráfico e da tabela, avalie se os povos indígenas que vivem
atividade 3 encontram-se na
atualmente no Brasil são tão diversos quanto aqueles que viviam neste território antes da
página anterior. chegada dos portugueses. Apresente seus argumentos oralmente para os colegas.
4. b) O etnocentrismo pressupõe 4. Etnocentrismo é um tipo de pensamento que considera a própria cultura como
colocar nossos valores e centro do mundo e julga os valores, os costumes e os povos de outras culturas
nossa cultura como supe- como exóticos ou menos importantes. Com base nessas informações e no que
riores em relação aos dos foi tratado no intertítulo O choque cultural (página 152), faça o que se pede.
outros. Para não sermos a) Explique como ocorreu a escravização dos indígenas.
etnocêntricos no dia a dia, b) Ainda hoje, sociedades e indivíduos expressam concepções e pensamentos etnocêntricos.
precisamos desenvolver Isso ocorre inclusive em nosso cotidiano. Que tipo de ações podemos tomar para evitar
julgamentos e ideias etnocêntricas em nosso dia a dia? 4. b) Resposta pessoal. Consulte
algumas habilidades, como: comentários nas Orientações didáticas.
não nutrir preconceitos em 5. A imagem da página 153 é uma representação dos rituais antropofágicos de indíge-
relação a outras ideias e nas que viviam no litoral do atual território brasileiro. Analise a imagem e responda
ao que se pede. 5. a), b) e c) Consulte comentários nas Orientações didáticas.
pessoas; rever conceitos e
a) De que modo os indígenas foram representados?
valores; procurar conhecer
b) Há a presença de um não indígena na imagem. Como ele foi representado?
outras culturas; saber ouvir
c) É possível afirmar que a representação mostra um olhar etnocêntrico sobre a cultura indígena?
outras opiniões etc. Justifique sua resposta.
5. a) Os indígenas foram repre- 4. a) Os europeus estranharam alguns costumes e hábitos indígenas, como o modo de organizar o trabalho,
166 a nudez e a religiosidade diferente da cristã, além da antropofagia. Para escravizar os indígenas, os europeus
sentados em um ritual diziam que esses povos eram selvagens, bárbaros, sem Deus e, por isso, inferiores.
antropofágico. A imagem
mostra os indígenas par-
tindo o corpo de diversas c) Sim. A cena constrói um olhar
D3-HIST-F2-2108-V7-140-167-U3-CAP6-LA-G24.indd 166 etnocêntrico 04/07/22 16:02
166
à insignificância os demais
universos e culturas “diferen-
tes”. De fato, trata-se de uma
violência que, historicamen-
te, não só se concretizou por
meio da violência física con-
tida nas diversas formas de
colonialismos, mas, sobre-
tudo, […] por meio […] [de]
“violência simbólica” […]
CARVALHO, José Carlos
de Paula. Etnocentrismo:
inconsciente, imaginário e
preconceito no universo das
organizações educativas.
Interface: Comunicação, Saúde,
Educação, Botucatu, v. 1,
n. 1, p. 181-186, ago. 1997.
p. 181. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/icse/a/K5bV8WP
4bQm7sYrNHYQMW5r/?lang=pt.
Acesso em: 20 jul. 2022.
Família kalapalo da aldeia Aiha faz a cobertura de oca com sapé. Querência (MT), 2018.
167
167
Competências
TULO
7
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. A ESCRAVIDÃO
Habilidades
• EF07HI02 • EF07HI03 • EF07HI10
AFRICANA
• EF07HI12 • EF07HI13 • EF07HI14
• EF07HI15 • EF07HI16
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A BNCC NESTA DUPLA
• CECH 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7: abordadas • Compreender a diferença entre a escravidão na África antes e depois da
na compreensão das mudanças e per chegada dos europeus.
manências do trabalho em condições • Caracterizar o uso da mão de obra de pessoas de origem africana no Brasil colonial.
degradantes no tempo e no espaço; na • Discutir o preconceito e a discriminação no Brasil contemporâneo.
percepção dos grupos sociais envolvi
dos nesse processo no presente e no
passado; na análise da escravidão e No Brasil atual, muitas pessoas são submetidas a trabalhos degradantes. Mulheres
do tráfico de africanos como proces e homens são constantemente vigiados e proibidos de sair do local de trabalho. Seus
sos históricos; na oferta de elementos documentos são confiscados pelos patrões, e o salário – quando existe – é inferior ao
aos estudantes para a construção de salário mínimo vigente no país.
interpretações embasadas em fatos
Pessoas que enfrentam essas condições são trabalhadores em situação análoga à
e voltadas para a defesa dos direitos
humanos; e na utilização de diferentes escravidão. O gráfico desta página mostra o número de trabalhadores resgatados pelo
linguagens que ancoram os estudos. Ministério do Trabalho nessa situação nos últimos anos.
• CEH 1, 2, 3, 4 e 5: trabalhadas na A mão de obra escrava vigorou legalmente no Brasil entre os séculos XVI e XIX.
discussão das relações de poder Neste capítulo, vamos estudar a escravidão, desde a captura de pessoas na África até o
intrínsecas aos mecanismos de traba trabalho ao qual eram submetidas. Vamos conhecer também algumas formas de resistência
lho forçado/degradante em diversos
à escravidão e a participação desses trabalhadores na formação da sociedade brasileira.
espaços e ao longo do tempo; na con
textualização histórica da escravidão MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. SERGIPE
Trabalho análogo à escravidão
africana e na sua problematização; e
(2015-2021)
na identificação dos fluxos populacio SONIA VAZ
PROCEDIMENTOS
5
1
1
2
20
20
20
20
20
20
20
Ano
DIDÁTICOS Trabalhadores resgatados em
Fonte: PAINEL de Informações e Estatísticas da Inspeção do
Pergunte aos estudantes se Trabalho no Brasil. Portal da Inspeção do Trabalho. condições análogas à escravidão,
[S. l.], [2018]. Disponível em: https://sit.trabalho.gov.br/ em plantação de cana-de-açúcar,
eles já leram notícias sobre resga- radar/. Acesso em: 22 maio 2022. no município de Maruim (SE), 2022.
tes de trabalhadores em situação
análoga à escravidão. Caso 168
não diferenciem um emprega-
dor que desrespeita a legislação
trabalhista de um empregador como a privação de direitos sociais,
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 168 trabalhis- mesmo direitos humanos básicos, como de 04/07/22 13:04
que explora o trabalho análogo à tas e humanos, que reduzem a possibilidade de fazer escolhas, de ir e vir, de administrar seu
escravidão, aproveite a oportuni- exercício da existência individual. Dessa forma, tempo etc.
dade para pontuar as diferenças. a pessoa submetida ao trabalho análogo à A escravidão vigente no Brasil do século XVI
Apesar de muitos trabalhadores escravidão não consegue ter acesso a todos os ao século XIX era legalizada, isto é, prevista em
hoje enfrentarem duras jornadas direitos sociais conquistados ao longo do tempo lei, e baseava-se em um comércio internacional e
e situações precárias de traba- e compartilhados pelo conjunto da sociedade, interno de grandes proporções, diferentemente
lho, algumas condições ainda como os direitos dos trabalhadores previstos do que acontece hoje. Aproveite e escreva na
mais degradantes caracterizam na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e lousa a duração da escravidão institucionali-
o trabalho análogo à escravidão, dos cidadãos, previstos na Constituição; e até zada no Brasil: 1500-1888, ou seja, 388 anos.
168
comerciantes de quatro
nações europeias no
partes com o conteúdo exposto
Golfo da Guiné, onde hoje na página 169. É imprescindível
é a Nigéria. Gravura de que os estudantes entendam que
Nathaniel Parr, 1746.
não havia um comércio mercantil
de escravizados dentro da África,
ou seja, que visasse ao lucro e
Em locais como esse, acontecesse em massa.
comerciantes compravam
pessoas africanas
escravizadas que eram
embarcadas para a
América.
169
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 169
AMPLIAR HORIZONTES 04/07/22 13:04
• RARA, Preta. Eu, empregada doméstica: a sen • LIMA NETO, Francisco. Laudelina: Laudelina de
zala moderna é o quartinho da empregada. Belo Campos Mello. São Paulo: Mostarda Editora, 2021.
Horizonte: Letramento, 2019. (Coleção Black Power).
Escrito pela historiadora e rapper Preta Rara, que também Com linguagem acessível aos jovens, o livro narra a
já trabalhou como empregada doméstica, o livro traz um vida de Laudelina de Campos Mello, que fundou, no
relato crítico sobre a experiência de mulheres trabalhado início do século XX, a primeira Associação Profissio
ras que vivem uma condição de grande exploração, com nal Beneficente das Empregadas Domésticas e militou
pouca visibilidade e valorização no Brasil contemporâneo. ativamente no movimento negro.
169
Introduza o conceito de Além disso, a pessoa escravizada era desprovida de quase todos os direitos, sendo
escravidão moderna, também considerada uma propriedade de seu senhor. Este poderia castigá-la – ainda que existis-
chamada escravidão atlântica, sem algumas regras que estabeleciam limites aos mais violentos castigos –, negociá-la ou
que se refere ao sistema escra- obrigá-la a se comportar de determinadas formas.
vista explorado pelos europeus O escravismo moderno tem também um recorte étnico bastante específico, pois sub-
entre os séculos XVI e XIX. É metia apenas povos e indivíduos africanos ao cativeiro. Em algumas regiões da América,
interessante comentar com os indígenas foram escravizados por colonos europeus, mas isso não ocorreu de maneira
estudantes que a memória da sistemática. E, diferentemente da escravidão negra, a escravidão indígena foi condenada
escravidão moderna está muito e combatida por religiosos jesuítas.
presente ainda no imaginário Há, ainda, diferenças entre a escravidão moderna e a escravidão antiga. Em Roma, por
dos brasileiros – ela aparece de exemplo, as guerras de conquista eram a principal maneira de se obterem pessoas escravizadas.
diversas formas, como em relatos Com isso, não havia uma associação entre escravizados e certos grupos étnicos; os romanos
de experiências dos antepas- escravizaram povos de diferentes partes do mundo antigo durante sua expansão territorial.
sados de pessoas negras, em A escravidão moderna também se diferenciou das práticas de servidão características
monumentos ou até mesmo em da Idade Média. O servo, no período medieval, vivia sob a proteção do senhor feudal, mas
práticas preconceituosas e muitas não era considerado uma propriedade dele. Devia pagar-lhe impostos e taxas, prestar-lhe
vezes cotidianas e silenciosas. serviços e lealdade, mas não podia ser negociado. O servo estava preso à terra e, se essas
No Brasil atual, e ainda no terras passassem a um novo proprietário, o servo passaria a responder a ele como seu novo
cenário de crise econômica que senhor. Também dispunha de maior autonomia para organizar seu tempo de trabalho em
se aprofundou com e após a comparação aos escravizados nas colônias americanas.
pandemia de covid-19, houve
um aumento significativo do 170
trabalho análogo à escravidão.
Nesse contexto, cresceu também
o número de mulheres, princi- estaria concentrado fundamentalmente
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 170 em como a desigualdade de gênero e de raça até 04/07/22 13:04
palmente negras, resgatadas do áreas rurais. hoje atinge de maneira profunda esses grupos.
trabalho em condições análo- Em 2013, houve o estabelecimento de leis Se desejar, amplie a discussão em sala de aula,
gas à escravidão e que exerciam que garantiram a extensão de direitos trabalhis- perguntando o que a turma sabe sobre as leis
serviços domésticos. Dessas tas previstos na CLT para todas as trabalhadoras trabalhistas e a PEC das Domésticas e sua impor-
trabalhadoras, muitas encon- domésticas. A chamada PEC das Domésticas tância; se conhecem relatos de trabalhadoras
travam-se em áreas urbanas, garante registro em carteira, 44 horas sema- domésticas que têm seus direitos sonegados
trazendo um contraponto à visão nais de trabalho, salário mínimo e pagamento e se a falta de direitos que vigorou nessa cate-
comumente difundida de que o de 13o salário. Esse mercado de trabalho reúne, goria até recentemente pode ser considerada
trabalho análogo à escravidão em sua maioria, mulheres negras, o que revela uma herança da escravidão moderna.
170
SONIA VAZ
negociadas anualmente EUROPA
próprio continente. Explique
Túnis
Teghazza Faras
Ijil Jidá
nias e proporcionou grandes
rV
Ouadane Selima
comércio de pessoas Aidabe Meca
erm
g Axum
.N
Niani Massenya
elevado, semelhante Begho Mandera Malao
Oyo Ife Harar
todas as atividades produtivas
ao papel desempe- Kumasi Benin
e as relações sociais, tanto nas
nhado pelo escravismo Mogadíscio
Equador
0º colônias quanto nas metrópoles.
moderno criado pelos
o
ng
Shanga
OCEANO Dessa forma, é fundamental
Co
OCEANO
ATLÂNTICO R. Mombasa
europeus.
Meridiano de Greenwich
ÍNDICO
Zanzibar fornecer subsídios para que os
Cidade
Rota comercial
Kilwa
estudantes formulem inter-
Fonte: PERRY, Craig et al. (ed.).
Oásis pretações e argumentos
Sal
The Cambridge world history of
slavery. Cambridge: Cambridge
Ouro 0 615 significativos para compre-
Cobre Sofala
University Press, 2021. p. 537. 0º Grande Zimbábue
ender o mundo em que vivem,
as próprias experiências e os pro-
171
cessos históricos engendrados ao
longo do tempo. Promover dis-
cussões sobre a história a partir
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 171 os escravos por um preço que, juntando04/07/22 13:04
de uma perspectiva antirracista
todos os gastos feitos, não representaria
Natureza econômica do tráfico contribui para a construção do
senão pequena fração do preço final no
mercado americano; pois, enquanto o es- pensamento crítico e de um
[...]
Compreende-se o quanto isto seria van- cravo não tinha valor na África, o contrário ambiente participativo e inclusivo
tajoso aos traficantes. [...] Uma vez que, para sucedia do outro lado do Atlântico. [...] em sala de aula, bem como para
o fornecedor africano, o escravo tinha custo GORENDER, Jacob. O escravismo colonial. 6. ed.
o desenvolvimento de habilida-
igual a zero e o objetivo do escambo con- São Paulo: Expressão Popular: Perseu Abramo, des socioemocionais, como a
sistia somente na obtenção de valores de 2016. p. 172-173. autoestima e a autonomia.
uso, sem consideração pelo valor de troca,
podiam os traficantes europeus adquirir
171
BRIDGEMAN/FOTOARENA
nas dinâmicas escravocratas no perío
do abordado.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Enfatize que a imagem de
Robert Walsh, na página 172,
mostra que os traficantes bus-
cavam colocar o maior número
possível de escravizados africa-
nos dentro do navio negreiro,
pois sabiam que muitos deles
morreriam durante a travessia. A
superlotação dos navios servia, Seções de um navio negreiro, litografia do livro Notícias do Brasil (1828-1829),
então, para manter os lucros dos de Robert Walsh (1772-1852), 1830.
traficantes. Na ilustração, notamos que
É importante sensibilizar os no porão estão armazenados
estudantes em relação à violên-
BRIDGEMAN/FOTOARENA
173
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 173 dos traficantes de escravizados e as condições
04/07/22 13:04 de a abolição do tráfico e da
degradantes dos navios. O objetivo do texto é escravidão ser uma maneira de
Escrever uma manchete convencer os leitores do jornal a se posiciona- construir uma sociedade mais
Explique aos estudantes o que é uma man- rem contrariamente ao tráfico e à escravidão. justa e igualitária.
chete e qual é sua função em um jornal/revista. Para facilitar a atividade, apresente alguns
Em seguida, proponha que escrevam manche- argumentos da época nos quais os ativistas se
tes para um jornal abolicionista. Solicite-lhes um baseavam, tais como: a defesa da humanidade
título bastante convincente e a redação de um dos africanos, a condenação do aprisionamento
parágrafo curto, denunciando os altos lucros de uns em razão da ganância de outros, o fato
173
ALAMY/FOTOARENA
diáspora africana; na elaboração de tumbeiros: eram tumbas
questionamentos sobre tal prática; navegando em alto-mar.
e na reflexão sobre suas repercus
sões no presente.
Tumba: sepultura, túmulo, lugar no
• Habilidades EF07HI12, EF07HI13, qual são enterrados os mortos.
EF07HI14 e EF07HI16: enfocadas
quando os estudantes caracterizam
os fatos apresentados e identificam
as ações dos europeus e suas con
sequências para os diversos grupos
envolvidos.
Xilogravura de 1781 representa
africanos escravizados
jogados ao mar para morrer.
PROCEDIMENTOS A prática era adotada contra
DIDÁTICOS escravizados doentes ou
aqueles que se rebelavam
Argumente a respeito das contra a escravidão.
práticas permanentes de discrimi-
nação racial ao longo do tempo. Os negros no Brasil sofrem ainda hoje com o preconceito e a discriminação. Em geral,
É possível, ainda, debater o termo ganham salários inferiores aos dos brancos, estão mais sujeitos ao desemprego, têm
“racismo reverso” para descons- menos acesso à educação e à saúde, são as principais vítimas da violência policial e,
truir a ideia de que a discriminação muitas vezes, alvo de práticas discriminatórias e racistas.
racial afeta grupos e indivíduos 1. Você já presenciou ou foi vítima de alguma situação de preconceito envolvendo
de cor branca. Para isso, utilize o questões étnicas? Em caso positivo, conte para seus colegas como foi.
Resposta pessoal. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
“Pequeno Dicionário” organizado
2. O combate ao preconceito e à discriminação étnica é uma das questões mais im-
pelo Programa Interdisciplinar de portantes em nossa sociedade, já que isso é fundamental para a promoção da
Pós-Graduação em Linguística igualdade social e para o fortalecimento socioemocional de grande parcela
Aplicada da Universidade Fede- da população brasileira. Registre três ações que indivíduos podem tomar para
ral do Rio de Janeiro (UFRJ). combater o racismo e três ações que a sociedade em conjunto pode tomar
Disponível em: https://sxpolitics. para atingir esse objetivo. Consulte comentários nas Orientações didáticas.
org/pequenodicionario. Acesso 174
em: 27 jul. 2022.
Atividades
1. Peça que respondam à as atividades e analise-as individualmente
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24-AV3.indd 174 importante que os estudantes mencionem 16/07/22 14:08
questão em uma folha avulsa. para verificar se houve entendimento sobre medidas afirmativas que ajudam a diminuir
Após terem respondido, o tema ou se ainda há dúvidas. A atividade as desigualdades sociais para uma sociedade
pergunte se alguém quer tem como objetivos criar empatia com o mais igualitária e garantir a aplicação de
compartilhar sua experiência. próximo e promover os direitos humanos leis punitivas contra ações preconceituosas.
Conduza o compartilhamento e uma cultura de paz na escola. Lembre à turma de que preconceito racial é
das histórias, criando um 2. É importante que as ações individuais se crime, segundo a lei no 9.459, de 13 de maio
ambiente de valorização e relacionem com medidas que podem ser de 1997. Disponível em: http://www.planalto.
respeito pelas experiências tomadas por todos, inclusive pelos próprios gov.br/ccivil_03/leis/l9459.htm. Acesso em:
de cada um. Depois, recolha estudantes. Do ponto de vista coletivo, é 6 ago. 2022.
174
SONIA VAZ
OCEANO mais remotas, antes do escra-
ATLÂNTICO
ÁSIA
1% vismo moderno. É importante
Norte da África
Trópico de Câncer mencionar que o Brasil foi o país
32,1% ÁFRICA
que mais recebeu escravizados
África
Ocidental (vítimas do tráfico) no mundo.
AMÉRICA
Equador
0°
58,5%
África
OCEANO Centro- OCEANO
Meridiano de
Greenwich
PACÍFICO -Ocidental
ÍNDICO AMPLIAR HORIZONTES
Trópico de Capricórnio
1,1%
Sul da África • CONSELHO FEDERAL DE
SERVIÇO SOCIAL. Racismo.
5,7%
Sudeste da África Brasília, DF, 2016. (Série
Assistente social no combate
1,6%
África Oriental ao preconceito, caderno 3).
0 1 350
Disponível em: http://www.
0°
cfess.org.br/arquivos/CFESS-
Fonte: LOPES, Reinaldo José. Raízes da diáspora negra. Folha de S.Paulo, São Paulo, ano 84, n. 27.381, p. 17,
21 mar. 2004. Caderno Mais. Disponível em: https://acervo.folha.com.br/compartilhar.do?numero= Caderno03-Racismo-Site.pdf.
16022&anchor=5454110&pd=e79c6cd008a0377d0bad395cfd8796f5. Acesso em: 15 jul. 2022. Acesso em: 27 jul. 2022.
FICA A DICA O texto explica as nuances do
• Comércio transatlântico de escravos – Base de dados. Disponível em: https://www. preconceito e propõe intensas
slavevoyages.org/voyage/database#timelapse. Acesso em: 23 maio 2022. reflexões, que podem amparar
Feito pela equipe do Slave Voyages, trata-se de um site colaborativo que reúne pesquisadores da a abordagem de assuntos como
escravidão de diferentes países. A animação representa as rotas percorridas pelos navios negreiros preconceito racial, raça e racis
e possibilita entender o crescimento do tráfico de escravizados do século XVII ao século XIX. mo em sala de aula, tarefa que
requer empatia e conhecimento.
175
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24-AV4.indd 175 A turma já estudou sobre os horrores de18:15
16/07/22 ser informação presente na biografia:
embarcado em um navio negreiro. Grande parte os estranhamentos de Baquaqua,
Ler uma biografia escrita por um dos escravizados nunca havia visto o mar nem um as condições da viagem em um
escravizado navio. Comente com os estudantes esses aspectos navio negreiro e o funcionamento
Trabalhe alguns trechos da biografia do afri- da experiência dos escravizados, relacionando-os do comércio de escravizados. Por
cano escravizado Baquaqua, que foram traduzidos com a violência do tráfico e com o fato de os afri- fim, peça aos grupos que compar-
pela professora doutora. Silvia Hunold Lara, da canos não saberem se viveriam após o embarque. tilhem seus apontamentos com
Universidade Estadual de Campinas . Disponível Depois, peça que se organizem em grupos e a turma.
em: https://www.anpuh.org/arquivo/downloa proponha-lhes a leitura da biografia de Baquaqua.
d?ID_ARQUIVO=3686. Acesso em: 27 jul. 2022. Cada grupo será responsável por relatar um tipo de
175
LEONID ANDRONOV/ALAMY/FOTOARENA
tes diante do contexto histórico do
período.
• Habilidades EF07HI12, EF07HI13,
EF07HI14, EF07HI15 e EF07HI16:
enfocadas no estudo da distribui
ção dos escravizados pela colônia,
para atender a objetivos europeus
mercadológicos e de exploração de
determinados grupos.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Explique que o tráfico de
escravizados levava cativos
para o Brasil e para outros locais,
como Jamaica, São Domingos
e Cuba. Preferencialmente,
apresente um mapa na lousa,
localizando os principais portos.
Esclareça, ainda, que os africa- Sítio arqueológico do Cais do Valongo, Rio de Janeiro (RJ). Fotografia de 2020.
nos ficavam dias nas regiões Localizado na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ), foi descoberto em 2011 durante obras realizadas na
portuárias até serem leiloados região. Construído em 1811, foi local de desembarque e comércio de africanos escravizados por 20 anos.
publicamente. Os traficantes,
comerciantes e leiloeiros não se A escravidão durou mais de 300 anos no Brasil. Ao longo desse tempo, a forma de
importavam com a existência de exploração do trabalho dos escravizados e suas lutas e resistências variaram conforme a
laços familiares ou de amizade e época e o lugar.
separavam os grupos de acordo Muito do que nós, brasileiros, somos hoje é resultado da influência da variada e rica
com a proposta mais lucrativa. cultura africana. Isso pode ser notado, por exemplo, em nossos hábitos alimentares, nas
É importante aproveitar manifestações artísticas e religiosas e até mesmo no idioma, que incorporou inúmeras
o tema do leilão público de palavras de origem africana.
escravizados para apontar a
diferença, novamente, da escra- 176
vidão praticada por africanos
e da empreendida pelos euro-
peus. Quando aprisionados em AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 176 04/07/22 13:04
176
177
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 177 em que vivem ou estudam. Se não houver,
04/07/22 13:04
sacas de café poderiam ser facil- constribuições de diversos movimentos sociais, 2009. (95 min).
mente vendidos e rendiam valor como o feminista, de pessoas com deficiências, O filme, apesar de tratar do período pós-abolição,
de pessoas idosas e LGBTQIA+ para a constru- faz referência direta ao tratamento dado aos es-
suficiente.
ção de uma sociedade mais inclusiva. cravizados antes de 1888. Traz ainda elementos de
Discuta ainda com os estu- análise que relacionam a resistência dos ex-escra-
dantes sobre o papel dos vizados, já livres, por meio das tradições religiosas
movimentos negros ao longo do africanas.
tempo em relação à ampliação
178
AMPLIAR HORIZONTES
• AZEVEDO, Celia Maria Marinho
de. Onda negra, medo bran-
co: o negro no imaginário das
elites – século XIX. Rio de Janei
179 ro: Paz e Terra, 1987.
O livro debate questões que preo
cupavam a elite no século XIX,
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24.indd 179 possam dar suas contribuições. Ao final da13:04
04/07/22 como o que fazer com a popula
pesquisa organize uma roda para que os ção africana e afrodescendente
Comunidades quilombolas grupos troquem as informações e exerci- quando a escravidão terminasse.
Proponha aos estudantes que façam uma tem a argumentação oral. • MOURA, Clóvis. Quilombos:
pesquisa sobre o modo de vida em uma comu- Outra possibilidade é propor aos estudan- resistência ao escravismo. São
tes a produção de um podcast em que os Paulo: Ática, 1993.
nidade quilombola no município ou no estado
em que vivem. Organize-os em grupos e indique grupos apresentem os resultados da pesquisa A obra apresenta uma análise da
formação dos quilombos e da sua
pesquisas em mídias diversas. Incentive a coo- e depois façam uma audição coletiva. Nesse
importância como resistência ao
peração entre eles e a valorização dos diferentes caso, o podcast pode ser produzido com o escravismo.
processos de aprendizagem para que todos uso de aplicativos de aparelhos celulares.
179
ficado que essas personagens • SOUZA, Jessé. Como o racismo criou o Brasil. São Paulo: Estação Brasil, 2021.
têm historicamente e as razões O sociólogo busca compreender o racismo multidimensional na sociedade brasileira, demonstrando como ele
dessas escolhas. destrói o reconhecimento social e a autoestima de suas vítimas.
• TRABALHO escravo contemporâneo. Vitória: Ministério Público do Trabalho do Estado do Espírito Santo, n.
12, fev. 2015. Disponível em: http://www.mptemquadrinhos.com.br/pdf/HQ12.pdf. Acesso em: 27 jul. 2022.
O Ministério Público do Trabalho do Espírito Santo disponibiliza uma história em quadrinhos on-line que explica as di
versas formas de trabalho análogas à escravidão.
180
181
ENQUAN TO ISSO...
que analisam o contexto histórico es
tudado no capítulo por meio de um
esquema e identificam a simultaneida
de com eventos e fatos históricos que O JAPÃO SE FECHA
estavam ocorrendo no mesmo perío
do em outros espaços. Nas primeiras décadas do século XVII, época em que Palmares já se consolidava como
• CEH 1, 2, 3, 4 e 5: trabalhadas na o principal quilombo da colônia portuguesa na América, o Japão decidiu se fechar para o
esquematização do conteúdo do ca mundo exterior.
pítulo e na compreensão do contexto
Temendo a ocupação de suas terras por outros povos, o governo japonês criou, entre
histórico para além do tempo e do es
paço estudado. 1633 e 1639, um conjunto de leis restringindo o contato do Japão com as demais regiões
• Habilidades EF07HI13, EF07HI14 e do mundo.
EF07HI15: enfocadas na sintetização Na tentativa de isolar-se, impedindo assim a influência ocidental sobre a vida social e
do processo histórico da escravidão que a cultura japonesas, o governo proibiu a construção de navios capazes de navegar pelos
envolveu africanos e europeus em inte
oceanos, interditou a importação e a exportação de mercadorias e obrigou os imigrantes
rações comerciais, sociais e culturais.
que viviam no Japão a se mudarem para uma ilha no porto de Nagasaki.
Até 1854, os estrangeiros que queriam viver no Japão só poderiam se estabelecer
PROCEDIMENTOS nesse local. Nessa época, após sofrer fortes pressões internacionais, o país viu-se obrigado
DIDÁTICOS a pôr um fim ao seu isolamento e abriu seus portos para o comércio mundial.
Enquanto isso...
ALBUM/FOTOARENA
Apresente um mapa-múndi
aos estudantes e localize os
atuais Brasil e Japão. Esclareça
que, enquanto o Brasil passava
pelo seu período colonial, os
ecos do colonialismo também
se faziam sentir do outro lado
do mundo. Nesse caso, o Japão
tomava medidas para resguar-
dar-se de investidas estrangeiras.
Faça duas linhas do tempo na
lousa: uma iniciando em 1500,
com a dominação portuguesa
nas terras que viriam a ser cha-
madas de Brasil, e outra, abaixo
da primeira, com início em 1633. Representação artística da ilha artificial de Deshima, construída na baía de Nagasaki, em 1634.
Insira alguns acontecimentos na
linha do Brasil, como as primei- A ilha tornou-se abrigo de imigrantes e comerciantes holandeses após a implantação das leis que
restringiam o contato dos japoneses com estrangeiros.
ras ofensivas contra Palmares,
as capitanias hereditárias e
outros eventos mencionados 182
neste capítulo ou nos anteriores.
Após completar a linha do Brasil,
insira também alguns marcos Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24-AV1.indd 182 14/07/22 13:59
182
183
3. Na África, antes do século XVI, em navios negreiros para a América. ravam reconstruir parte da vida que levavam
havia a escravidão domés- 4. Fugas, organização de quilombos, assas- na África antes de serem escravizados.
tica e, após a chegada dos sinatos de seus senhores, destruição de Neles, as pessoas organizavam uma vida
europeus, a escravidão se máquinas ou ferramentas, incêndios para típica de aldeia, produzindo alimentos e
transformou em atividade destruir as plantações e promover revoltas. gêneros necessários para subsistência.
mercantil. Ou seja, houve A resistência à escravidão também se deu b) O Dia Nacional da Consciência Negra tem
um aumento significativo no pela luta para manter os hábitos culturais por objetivo lembrar quanto a sociedade
número de pessoas captura- de suas regiões de origem, como a língua, brasileira precisa avançar em relação à
das para serem escravizadas os costumes e os rituais religiosos. visão que tem da população negra, vítima
184
185
JOA SOUZA/SHUTTERSTOCK.COM
Eu quero ver o que vai acontecer
PROCEDIMENTOS Zumbi é senhor das guerras
DIDÁTICOS Zumbi é senhor das demandas
Quando Zumbi chega, é Zumbi quem manda
Vamos falar sobre... Pois aqui onde estão os homens
Dum lado, cana-de-açúcar
Trabalho Do outro lado, um imenso cafezal
Retome o conceito de tra- Ao centro, senhores sentados
balho análogo à escravidão Vendo a colheita do algodão branco
desenvolvido anteriormente, esti- Sendo colhidos por mãos negras
mulando os estudantes a refletir Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
sobre o consumo de produtos
Zumbi é senhor das guerras
que envolvem mão de obra Zumbi é senhor das demandas
escravizada. Quando Zumbi chega, é Zumbi quem manda
E xplique a eles que há ZUMBI. Intérprete: Jorge Ben Jor. Compositor: Jorge Ben Jor. In: África Brasil. Intérprete: Jorge Ben Jor.
pontos em comum entre o tra- [S. l.]: CBS, 1976. Disponível em: https://www.letras.mus.br/jorge-ben-jor/86395/. Acesso em: 23 maio 2022.
balho análogo à escravidão na a) Os africanos escravizados desempenhavam diferentes atividades sob as ordens de seus se-
atualidade e a escravidão que nhores. Quais dessas atividades são citadas na canção?
aconteceu no Brasil séculos atrás. b) A música aborda questões como as formas de venda e a violência no transporte dos escra-
Um dos pontos cruciais é a impos- vizados. Localize uma passagem em que essas questões aparecem na letra da canção.
sibilidade de o trabalhador mudar c) Com base na leitura do capítulo, explique quem foi Zumbi e de que maneira ele é represen-
de local de trabalho quando tado na canção. 10. c) Zumbi foi o principal líder do Quilombo dos Palmares e, no século XX, foi transformado
em símbolo da luta histórica da população negra contra o preconceito e a opressão. Na
deseja, outro é a relação extrema- canção, ele é representado como um guerreiro, símbolo de esperança, capaz de tirar o povo
mente desigual entre empregado VAMOS FALAR SOBRE… TRABALHO negro da situação de opressão em que vivia.
e empregador, ou entre senhor Como estudamos neste capítulo, ainda hoje existem trabalhadores em condições
e escravizado. Depois, apresente análogas à escravidão. Reúna-se com um colega e reflitam sobre o que pode ser feito
as diferenças entre essas formas para garantir que todo trabalhador exerça uma função dignamente. Compartilhem suas
de exploração do trabalho. Para reflexões em uma roda de conversa com a turma. Confira comentários nas Orientações didáticas.
isso, leia e utilize como base o
Manual de combate ao tra- 186
balho em condições análogas
às de escravo. Disponível em:
http://www.mpf.mp.br/atuacao famosas, já foram condenadas186por usar esse
D3-HIST-F2-2108-V7-168-186-U3-CAP7-LA-G24-AV3.indd a importância de saber a origem dos produtos 16/07/22 14:08
-tematica/ccr2/coordenacao/ tipo de trabalho forçado, assim como a indús- que consumimos e evitar marcas envolvidas com
comissoes-e-grupos-de-trabalho/ tria de celulares e de extrações minerais. Grande denúncias de trabalho análogo à escravidão.
escravidao-contemporanea-migrado-1/ parte da indústria de chocolates, por exemplo, Na roda de conversa, procure valorizar a
notas-tecnicas-planos-e-ofici também tem envolvimento com trabalho infan- pluralidade de ideias da turma, instigando-
nas/combate%20trabalho%20 til e análogo à escravidão. -os a defender seus pontos de vista sempre
escravo%20WEB%20MTE.pdf. Lembre à turma de que existem leis con- tendo como base os direitos humanos, uma
Acesso em: 27 jul. 2022. denando aqueles que exploram mão de obra cultura de paz na escola e na sociedade em
Explicite que muitas con- escravizada, mas que ainda assim esse tipo de geral, e o respeito às diferenças.
fecções, incluindo de marcas crime é muito comum em nosso país. Ressalte
186
Competências
ULO
8
APÍT • CECH: 1, 2, 3, 4, 6 e 7.
C
A PRODUÇÃO DE AÇÚCAR • CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
E OS HOLANDESES Habilidades
• EF07HI01 • EF07HI11 • EF07HI13
• EF07HI14 • EF07HI15 • EF07HI16
acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia -pais; acesso em: 28 jul. 2022).
Analisar a produção e Estatística (IBGE), ela está presente em quase Discuta a reportagem com a turma, cha-
açucareira no Brasil hoje todo o território nacional. Conforme a pes- mando a atenção para a fabricação de etanol,
Proponha uma leitura e quisa “A geografia da cana-de-açúcar”, de um biocombustível originado da cana-de-açú-
discussão de texto sobre a pro- 2017, cerca de um terço da produção atual car. Esclareça os prós e os contras do etanol
dução açucareira atualmente está concentrada no cerrado paulista (dispo- desenvolvendo noções de sustentabilidade
em um trabalho interdiscipli- nível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov. com a turma.
nar com Geografia. Explique br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/
que a cana-de-açúcar ainda é noticias/19008-cerrado-paulista-concentra
188
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24-AV5.indd 189 o mapa, como recurso didático no26/07/22
ensino
21:07
PINA, Carolina Teixeira. Os
de História, objetiva assentá-lo também mapas e o ensino de História.
A utilização de mapas em sala In: SEMINÁRIO INTERNACIONAL
em uma dimensão temporal sobre a qual
HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE,
de aula pouco se reflete. 3., 2017, Florianópolis. Anais
[...] A imagem enquanto documento não Discutir e legitimar tais produções carto- [...]. Florianópolis: Udesc, 2017.
deve ser considerada como simples ilus- gráficas como recurso didático é promover a Disponível em: http://eventos.
tração de um texto escrito; a primeira democratização dos lugares de vida através udesc.br/ocs/index.php/STPII/
IIISIHTP/paper/viewFile/594/373.
dimensão visual que se tem do mapa é da reconstrução crítica do passado haja vista
Acesso em: 28 jul. 2022.
acerca da territorialidade, fronteiras limita- que os mapas são um discurso condensa-
das, o que permite, de imediato, associá-lo do em imagens e têm sido pouco utilizados
com a disciplina de geografia. No entanto, na compreensão dos processos históricos.
189
191
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24-AV5.indd 191 semelhante; miniaturas montadas com 26/07/22
madeira,
21:09 proponha uma exposição dos
plástico, isopor ou sucata; entre outras pos- trabalhos e convide a comu-
Construir uma maquete de um sibilidades. Oriente os estudantes a utilizar nidade escolar para prestigiar.
engenho materiais já disponíveis na escola, estimulando Cada grupo deverá ser responsá-
Organize a turma em grupos e proponha o uso consciente dos recursos. vel por apresentar sua maquete
que façam representações das construções e de Solicite a eles que numerem e descrevam no dia da exposição.
outros elementos que compõem um engenho. em uma legenda todos os itens da maquete.
As representações podem ser feitas com: dese- Os números devem ser colocados ao lado de
nhos em papel colados em palitos e fixados cada item e a legenda deve ser anexada na
em uma base de isopor, cortiça ou material parte inferior da maquete. Depois de prontos,
191
PROCEDIMENTOS
Detalhe da
DIDÁTICOS ilustração
Casa-grande
Aborde com a turma a cen- do Engenho
tralidade da Igreja Católica Noruega. O artista
durante o período colonial. representou
adultos e crianças
Explique que era comum a na senzala
existência de uma capela nos em situação
Ao explicar o cotidiano locais de origem, entre outros. também escravizados que conseguiam juntar
dos escravizados, comente Retome as discussões do capítulo anterior dinheiro para comprar suas alforrias ou as rece-
que o modelo de moradia de sobre a resistência dos escravizados contra biam como presente de seus senhores.
escravizados é conhecido como essa condição, lembrando que foram utilizadas
senzala-galpão. Existiam diver- diversas estratégias para enfrentar os maus-tra-
sas maneiras de organizar os tos, o trabalho excessivo e a violência. Alguns
espaços de vivência entre os optavam por fugir das fazendas, formando
escravizados, alguns separavam os quilombos, outros adotavam a negocia-
os homens das mulheres, outros ção com os senhores, para garantir melhores
192
193
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24-AV5.indd 193 sem fim, às vezes bem, às vezes26/07/22
malsu-
21:10
Aldeia dos Anjos. In: ENCONTRO
cedidas... Só sugerimos que, ao lado da ESCRAVIDÃO E LIBERDADE
Negociação e conflito NO BRASIL MERIDIONAL, 5.,
sempre presente violência, havia um espa- 2011, Porto Alegre. Anais [...].
O escravo aparentemente acomodado ço social que se tecia tanto de barganhas Porto Alegre: UFRGS, 2011.
e até submisso de um dia podia tornar-se quanto de conflitos. Disponível em: http://www.
o rebelde do dia seguinte, a depender da escravidaoeliberdade.com.br/
REIS, João José; SILVA, Eduardo. Negociação site/images/Textos5/pedroso%20
oportunidade e das circunstâncias. Vencido
e conflito: a resistência negra no Brasil wagner.pdf. Acesso em:
no campo de batalha, o rebelde retorna- escravista. São Paulo: Companhia das Letras, 28 jul. 2022.
va ao trabalho disciplinado dos campos 1989. p. 7. apud PEDROSO, Wagner de
de cana ou café e a partir dali forcejava Azevedo. As relações sociais e familiares
os limites da escravidão em negociações na estruturação de um plano insurrecional na
193
época os portugueses e os senho- Fazenda de cana-de-açúcar em São José do Rio Claro (MT), 2021.
res de engenho, bem como parte
da população local, estavam envol-
vidos em batalhas para restaurar
seus territórios. Muitos escravizados
aproveitaram o contexto de insta-
bilidade para fugir das fazendas e
organizaram-se em quilombos.
Ressalte que entre os anos de
1648 e 1649 ocorreu uma impor-
tante vitória da população local
Entre as atrações está a Igreja de trar, em Recife, pessoas cujos antepassados 1. Principais datas e acontecimentos: 1580: início
Nossa Senhora dos Prazeres, cuja são holandeses. Se considerar válido, aborde da União Ibérica; 1624-1625: os holandeses
construção foi iniciada pelo gover- também o sentimento positivo que parte da atacam Salvador e são expulsos; 1630: a
nador de Pernambuco, Francisco população nutre até hoje em relação ao passado Companhia das Índias Ocidentais ocupa
Barreto de Meneses, em agrade- holandês. Para algumas pessoas, o período Olinda e Recife; 1637: o príncipe Maurício
cimento pelas vitórias alcançadas da administração de Nassau foi marcado pela de Nassau ocupa o cargo de governador
contra os holandeses. Ressalte prosperidade e pelo progresso, que teriam sido das terras dominadas pelos holandeses;
a importância de se conservar o interrompidos pela retomada da região pelos 1648-1649: Portugal recupera o controle
patrimônio histórico. portugueses. de quase todo o atual Nordeste do Brasil.
196
197
ENQUAN TO ISSO...
em espaços variados; e na utilização
do esquema para sintetizar os estu-
dos do capítulo.
• CEH 2 e 5: trabalhadas no entendi-
mento dos diferentes acontecimentos
A CALCULADORA DE BLAISE PASCAL
históricos como fatores importantes Em 1642, período em que os holandeses dominavam o atual Nordeste brasileiro,
do processo de transformação das so-
o filósofo e matemático francês Blaise Pascal (1623-1662) inventou a pascalina, uma
ciedades e dos grupos sociais.
• Habilidades EF07HI01 e EF07HI13: máquina de calcular mecânica capaz de fazer operações de adição e subtração.
enfocadas no estudo do significado O invento consistia em uma caixa contendo rodas dentadas e engrenagens. Cada
de “modernidade” segundo os euro- casa decimal era representada por uma roda. Portanto, havia a roda da unidade, a da
peus e na sintetização de suas ações
dezena, a da centena e assim por diante.
e lógicas mercantis (que incluíam a es-
cravização de africanos) e respectivas O encaixe dos mecanismos produzia os cálculos desejados. Cada roda dentada
consequências para a colônia. representava um algarismo e, ao chegar à passagem do nove para o zero, a roda
seguinte “aumentava” (girava) uma unidade. Cerca de 30 anos mais tarde, o filósofo
PROCEDIMENTOS e matemático Gottfried Wilhelm Leibniz aperfeiçoou o invento de Blaise Pascal e criou
DIDÁTICOS uma máquina que, além de somar e subtrair, era capaz de fazer contas de multiplicação
e de divisão. O interesse científico despertado pela invenção e o aumento do comércio
Enquanto isso... mundial geraram a necessidade de seu aperfeiçoamento até o desenvolvimento de
Converse com a turma sobre diferentes tipos de calculadora.
os usos da tecnologia em seu
cotidiano. Pergunte se eles con-
DE
AG
sideram importante o uso da
OS
TIN
I/G
calculadora, comparando-a
ET
TY
IM
com outros dispositivos utiliza-
AG
ES
dos no dia a dia. É possível que
não tenham tanta familiaridade
com esse aparelho ou que uti-
lizem a calculadora do celular.
Apesar de a primeira calcu-
ladora ter sido inventada em
1642, ainda levou muito tempo
para que fosse fabricada e usada
com facilidade pelas pessoas.
Informe que a produção desses
Pascalina, máquina de calcular
objetos era artesanal e só após mecânica inventada em 1642 pelo
o desenvolvimento da indústria matemático francês Blaise Pascal.
é que foi possível a sua produ- A invenção contribuiu para agilizar a
realização de cálculos matemáticos.
ção em larga escala.
Retome os estudos sobre
o período do Renascimento
e compare a descoberta de 200
Blaise Pascal (1623-1662) com
alguns objetos desenvolvidos por
Leonardo Da Vinci (1472-1519),
como as engrenagens para mer- Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24.indd 200 celular, computador, televisão; ou eletrodomésticos 04/07/22 16:16
Com base nas informações do esquema-resumo, explique por que o açúcar foi o principal produto
no início da colonização da América portuguesa e relacione esse fato com as invasões holandesas,
ocorridas entre 1624 e 1654. Consulte resposta esperada e comentários nas Orientações didáticas.
201
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24.indd 201 para substituir o açúcar branco refinado.04/07/22
Discuta
13:44 todos. Verifique a disponibilidade
as diferenças entre esses ingredientes e o açúcar da cozinha da escola e organize
Pesquisar ingredientes alternativos refinado e proponha o preparo de um alimento a distribuição dos ingredientes
ao açúcar refinado utilizando os ingredientes pesquisados. que devem ser trazidos pelos
Converse com os estudantes sobre quais Organize uma votação para definirem qual estudantes.
alimentos doces gostam de consumir e suas alimento será preparado e o ingrediente alter-
origens. Destaque que o consumo excessivo nativo ao açúcar refinado a ser utilizado. Avalie
de açúcar faz mal à saúde. Pergunte se conhe- o nível de dificuldade de preparo do alimento
cem ingredientes alternativos ao açúcar. Depois, (adequando à faixa etária) e indique ingre-
peça-lhes que pesquisem possíveis ingredientes dientes baratos para facilitar a participação de
201
as relacionadas à organiza- 202 diferentes grupos étnicos que nela viviam. Por isso, deixou de lado os conflitos, principalmente aqueles envolvendo a
escravização de negros e indígenas.
ção, ao diálogo e à empatia.
Incentive-os a conversar sobre
o tema e, caso julgue interes- Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24.indd 202 se ignorássemos como as determinações de 04/07/22 13:44
lise global do texto (do título, refutá-las. Depois da leitura é feita uma análise com o objetivo de rever e refletir so-
dos tópicos e das figuras/grá- bre o conteúdo lido, ou seja, a importância da leitura, o significado da mensagem, a
ficos), predições e também aplicação para solucionar problemas e a verificação de diferentes perspectivas apre-
o uso do conhecimento pré- sentadas para o tema.
vio. Durante a leitura é feita CANTALICE, Lucicleide Maria de. Ensino de estratégias de leitura. Psicologia Escolar e Educacional,
uma compreensão da mensa- Campinas, v. 8, n. 1, jun. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
gem passada pelo texto, uma arttext&pid=S1413-85572004000100014. Acesso em: 28 jul. 2022.
seleção das informações re-
levantes, uma relação entre
as informações apresenta-
204
12. A produção de cana-de-açúcar continua tendo grande importância no Brasil, es- Vamos falar sobre...
pecialmente para a produção do etanol. Em grupo, pesquise mais informações a Trabalho
respeito dessa produção com base no roteiro proposto a seguir.
A seção propõe uma reflexão
a) O que é o etanol e qual é a sua importância na economia brasileira?
sobre as condições de traba-
b) Como é o trabalho realizado nos engenhos de cana-de-açúcar no presente?
lho no presente e no passado,
c) Qual é o impacto ambiental da monocultura de cana-de-açúcar no presente?
atentando para as dificuldades
Organize o material pesquisado e produza um podcast sobre o tema. Consulte, na
enfrentadas pelos trabalhadores
seção Como se faz…, orientações sobre como fazer um podcast.
Consulte comentários nas Orientações didáticas. do campo no Brasil e instigando
uma reflexão sobre a importância
VAMOS FALAR SOBRE… TRABALHO da luta por condições de tra-
1. Diversas matérias jornalísticas tratam das dificuldades enfrentadas pelo trabalhador balho, tendo em vista o atual
rural no Brasil contemporâneo. estágio das leis trabalhistas e
a) Em grupo, façam uma pesquisa sobre o tema. Consultem a seção Como se faz… para seu cumprimento.
orientação sobre como fazer uma pesquisa.
b) Procurem imagens e informações sobre o dia a dia desses trabalhadores.
Atividade
c) Com base em uma imagem escolhida pelo grupo e nas informações levantadas, façam uma 1. Oriente-os a consultar a seção
apresentação para a turma. Como se faz... para auxiliá-
d) Na apresentação, respondam também à seguinte questão: em seu entendimento, as dificul- -los na produção da pesquisa.
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24.indd 205 article/download/14163/15000/214146).
04/07/22 13:44
SONIA VAZ
JUNIÃO
do pós-abolição afetaram
Salário de pessoas com ensino
diretamente a vida da popula- superior público (dados em $)
ção negra. Cite, por exemplo, Salários
que não houve participação (R$)
15.000
do Estado na instauração de
políticas públicas no combate 10.000
reforçar o tempo entre o fim Fonte: GERBELLI, Luiz Guilherme; LIMA, Bianca; PAPP,
Anna Carolina. Na mesma profissão, homem branco
da escravidão e as medidas espe- chega a ganhar mais que o dobro que mulher negra,
diz estudo. G1 Economia, [s. l.], 15 set. 2020. Disponível
cíficas para lidar com o racismo em: https://g1.globo.com/economia/concursos-e-emprego/
no país. noticia/2020/09/15/na-mesma-profissao-homem-branco-
chega-a-ganhar-mais-que-o-dobro-da-mulher-negra-diz-
Destaque que negros atual estudo.ghtml. Acesso em: 24 maio 2022.
mente recebem pouco mais da
206
metade do salário de um branco
na mesma função. Auxilie a
turma no estudo do gráfico
promovendo, se possível, uma Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24-AV3.indd 206 acesso em: 28 jul. 2022). O material é formado 16/07/22 14:18
207
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-187-207-U3-CAP8-LA-G24-AV3.indd 207 16/07/22 14:18
• ARTE negra na escola. Porto Alegre: UFRGS, v. 2, n. 1, set. 2020. • LOPES, Nei. Dicionário escolar afro-brasileiro. Ed. revista. São Paulo:
Disponível em: https://www.ufrgs.br/deds/publicacoes_pdf/ARTE_ Selo Negro Edições, 2015.
NEGRA_na_escola_2.pdf. Acesso em: 28 jul. 2022. O livro do estudioso da cultura negra Nei Lopes traz informações relevan-
O material criado pela UFRGS é composto de cartões que trazem re- tes sobre o universo da cultura e história afro-brasileiras em linguagem
produções de obras de arte de artistas negros brasileiros e informações acessível aos jovens estudantes.
contextualizando os autores e as obras. Assim, pode ajudar na organiza-
ção da discussão em torno da arte negra e sua importância no combate
ao racismo e à desigualdade racial no país.
207
Competências
4
• Gerais (CG): 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 UNIDADE
e 10: são trabalhadas com os estu-
dantes problematizando o processo
de expansão colonial e compreenden-
do o movimento de interiorização da
colônia no contexto da exploração au-
DESLOCAMENTOS
rífera na América portuguesa, o que
os incentiva a exercer o diálogo e a POPULACIONAIS
cooperação. À medida que analisam
o processo e compreendem as carac-
terísticas e fragilidades intrínsecas às
interações entre grupos e indivíduos,
tanto no período estudado quanto no
presente, incentivam-se o desenvolvi-
mento de ações pessoais e coletivas
Deslocar-se de um lugar para
solidárias, éticas e inclusivas.
outro é algo constante na história da
• Específicas de Ciências Humanas
(CECH): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. humanidade. Os motivos são variados.
• Específicas de História (CEH): 1, 2, Entre os séculos XVII e XVIII, houve um
3, 4, 5, 6 e 7. grande deslocamento populacional na
Habilidades América, no interior da colônia portu-
• EF07HI02 • EF07HI09 • EF07HI10 guesa. Nesta unidade, conheceremos
• EF07HI11 • EF07HI12 • EF07HI13 os resultados desses deslocamentos,
• EF07HI14 • EF07HI15 • EF07HI16
como a contribuição para a expansão
dos domínios de Portugal na América e
Temas Contemporâneos a colonização do interior do território,
Transversais na unidade hoje pertencente ao Brasil.
• Economia: presente ao se
tratar da agricultura familiar
atualmente, na página 215; e
ao discutir a presença femi-
nina no mundo do trabalho
na página 241. A educação
fiscal é discutida no estudo
do processo de cobrança de
impostos na atualidade, na
página 244; e na importân-
cia e no uso dos sistemas de
cobrança de tributos na atu- Refugiados fogem de um
incêndio que destruiu o
alidade, na página 248. campo de imigrantes e
• Multiculturalismo: presen- refugiados de Moria (um dos
maiores da Europa), na ilha
te no estudo da diversidade grega de Lesbos, 2020.
(fotografia do Museu da Diver-
sidade Sexual, em São Paulo, 208
na página 212).
• Meio Ambiente: o tema se
reflete na discussão sobre página 218; a valorização da 208 cultura nordestina na página 248. A educação para os direitos
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 05/07/22 14:05
educação para o consumo, humanos atravessa toda a unidade 4, que
está presente na página 219; a compreen-
quando o estudante entra em trata de deslocamentos humanos tanto no
são do conceito de patrimônio e a discussão
contato, na página 216, com passado como no presente, mas nas páginas
propostas de grupos que re- sobre Ouro Preto estão na página 234; a ati-
208, 209, 210, 211, 249, 250, 251, 252, 253,
fletem sobre o uso ou não de vidade da página 235 discute a importância
entre outros existe um trabalho mais pontu-
carne na alimentação. do planejamento como forma de enfren-
al. Reflexões envolvendo cidadania e civismo
• Cidadania e Civismo: usando tar situações adversas; o tema da cidadania se mostram ainda na discussão da violência
o conceito de “guerra justa” é também discutido na realização de uma que acomete as populações indígenas atuais
reflete-se sobre situações de dramatização na página 242; já as razões de no Brasil, na página 232; e no estudo sobre
conflito na vida do jovem na manifestações populares no presente estão as razões que levam as pessoas a migrarem
208
NICOLAS ECONOMOU/NURPHOTO/AFP
sem as imagens que constam nas
páginas da abertura da unidade
e apresente algumas questões
para a discussão: o que vocês
acham dessa situação dos imi-
grantes? Quais sentimentos
essas imagens provocaram
e por quê? Em seguida, peça
a alguns estudantes voluntários
que leiam os textos das páginas
de abertura da unidade. Ao final,
incentive o restante da turma a
emitir opiniões.
Explique que, nesta unidade,
serão abordados alguns deslo-
camentos do passado, mas é
importante não perder de vista
a situação de pessoas que, por
diversas razões, deixam suas
regiões de origem no presente.
Pergunte à turma se alguém
já sentiu vontade ou preci-
sou mudar de cidade e qual
o motivo. Explique a eles que
essa é uma situação comum,
mas muitas pessoas que mudam
de cidade, ou vão para outros
países, sofrem preconceito, dis-
criminação e até violência.
209
209
GUILLERMO ARIAS/AFP
derados como refúgio.
Para finalizar a pesquisa, pro-
ponha aos grupos que coletem
dados e notícias com pelo menos
dois exemplos em que os respecti-
vos direitos são respeitados e dois
exemplos em que são desrespei-
tados na atualidade. A amostra
de informações pode se referir a
qualquer país do mundo. Ao final,
solicite aos estudantes que redijam
um relatório sobre a situação da
migração e do refúgio, avaliando
os avanços e desafios atuais, e o
compartilhem com o restante da
turma. A atividade contribui para
Vista aérea de migrantes hondurenhos que atravessam o sul do México em direção aos Estados
o desenvolvimento de habilidades Unidos, 2018.
socioemocionais como a coopera-
No mesmo período, o governo do México ofereceu assistência médica, educação e acesso a empregos
ção, a resolução de conflitos, a temporários enquanto os imigrantes da América Central permanecessem em dois estados do sul.
solidariedade e o respeito aos
direitos humanos. 210
Texto complementar
O papel do Estado
no acolhimento de No âmbito internacional,210a Organização
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd fundamentais aos migrantes e refugiados, co- 05/07/22 14:05
das Nações Unidas (ONU) possui uma série mo o direito à vida, à igualdade, à liberdade,
migrantes e refugiados
de documentos que visam à proteção des- à educação, ao trabalho, ao acesso à saúde,
Antes de tratarmos espe- à não discriminação e, no caso dos refugia-
sas pessoas.
cificamente sobre os desafios dos, a proibição de expulsão.
Dentre eles, destacam-se a Declaração
enfrentados pelos migrantes e
Universal dos Direitos Humanos (1948), a Con- SILVA, Bárbara Correia Florêncio et al. Migran-
refugiados na implementação tes e refugiados: desafios aos seus direitos.
dos seus direitos, é importan- venção das Nações Unidas relativa ao Estatuto
Politize!/Equidade/Direitos dos Refugiados e
te termos em mente quais são do Refugiado (1951) e o seu Protocolo de 1967,
Migrantes, [s. l.], 11 jan. 2022. Disponível em:
esses direitos e quais são as assim como a Declaração de Nova York (2016). https://www.politize.com.br/equidade/
obrigações do Estado em re- Com isso, os Estados signatários desses do- blogpost/migrantes-e-refugiados-desafios-
lação a essas pessoas. cumentos ficam obrigados a garantir direitos aos-seus-direitos/. Acesso em: 30 jul. 2022.
210
Competências
TULO
9
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 3, 4, 5 e 6. SÉCULO XVII: QUANDO A
Habilidades
• EF07HI02 • EF07HI09 • EF07HI10
COLÔNIA SE EXPANDE
• EF07HI11 • EF07HI12 • EF07HI13
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 212 05/07/22 14:05
212
ALLMAPS
dessa abordagem é identificar
Equador
os conhecimentos prévios da
0°
turma sobre a ocupação territorial
Fernando da colônia e apresentar algumas
de Noronha
características desse processo.
Linha do Tratado de Tordesilhas
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24-AV1.indd 213 paióis – depósitos de munição e alimentos –,
14/07/22 14:23
AMPLIAR HORIZONTES
o que os diferencia dos fortins, que não pre-
Forte cisam desses prédios de apoio. Finalmente, • DESMUNDO. Direção: Alain
[...] É uma construção fechada, isto é, com se distingue de uma fortaleza por ser uma Fresnot. Brasil, 2003. (101 min).
defesas por todos os lados, capaz de resistir construção única, independente de outras,
a um ataque mais ou menos prolongado. Sua apesar de poder ser subordinada a uma obra A trama concentra-se em Oribela,
construção tem que possibilitar a seus ocu- de maior porte, uma fortaleza ou praça forte. uma das inúmeras órfãs envia-
pantes usarem suas armas contra um possível das por Portugal às novas terras
CASTRO, Adler Homero Fonseca de. Forte. In:
inimigo, o que é uma característica de todas para que os colonos estabeleces-
GRIECO, Bettina; TEIXEIRA, Luciano; THOMPSON,
as fortificações, pois sem essa possibilidade Analucia (org.). Dicionário IPHAN de Patrimô- sem família.
essas estruturas seriam apenas abrigos. Para nio Cultural. 2. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro;
poderem resistir a um assédio, têm quartéis e Brasília, DF: IPHAN/DAF/Copedoc, 2016.
213
COLEÇÃO PARTICULAR
• Habilidades EF07HI11 e EF07HI12:
enfocadas ao analisar a formação
histórico-geográfica da colônia e ao
identificar a ocupação do território
no período.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Para iniciar a reflexão sobre a
colonização portuguesa no litoral
da atual região Nordeste, soli-
cite aos estudantes que observem
e descrevam a imagem condu-
tora: uma gravura do século XVII
que representa o povoado que
deu origem à cidade de Fortaleza
(CE). Incentive-os a observar a loca-
lização do forte, próximo à foz
Representação do povoado que deu origem à cidade de Fortaleza (CE). Gravura
do rio, e o pequeno povoado em feita no início do século XVII pelo artista holandês Arnoldus Montanus e publicada
seu entorno. Em seguida, chame em atlas do cartógrafo escocês John Ogilby, em 1671.
a atenção para a inscrição “Siara” Em 1605, o governo-geral enviou ao Ceará um grupo de homens para desbravar a
no topo da gravura em referência região e erguer o Forte de São Tiago, mas houve muita resistência indígena, e o forte foi
à Capitania do Siara, região cor-
abandonado pelos colonizadores. Entretanto, em 1611, os colonos conseguiram estabelecer
respondente às capitanias do Rio
uma aliança com alguns grupos indígenas e, com a ajuda deles, ergueram o Forte de São
Grande, Ceará e Maranhão.
Sebastião no mesmo lugar do anterior.
Peça-lhes que identifiquem
A intenção do governo da União Ibérica era que esses fortes servissem como base
no texto o objetivo do governo
da União Ibérica com a constru- para o combate aos franceses, que tentavam se instalar na região. Apesar disso, em 1612,
ção desses fortes. Para falar da os franceses fundaram um povoado em uma ilha, no atual estado do Maranhão, onde
presença francesa no litoral bra- hoje é a capital São Luís.
sileiro, relembre a decisão do
214
Tratado de Tordesilhas, que
deixava a França fora da partilha
das terras conhecidas em virtude
das Grandes Navegações. Informe AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 214 Atividade complementar 05/07/22 14:05
COLEÇÃO PARTICULAR
IC
que, no entorno do forte, há algumas residências e, dutora e observe elementos que
junto delas, hortas e pomares, onde boa parte dos indiquem a povoação do local.
alimentos consumidos nas vilas e nos povoados tinha Espera-se que os estudantes
de ser produzida. As áreas cultivadas, bem como as identifiquem residências com
preparadas para o plantio, são exemplos da agricultura quintais e plantas no entorno
de subsistência praticada nesses lugares. do forte, além da presença do
gado. Em seguida, questione-os:
Agricultura de subsistência: tipo de produção agrícola cuja principal
como os moradores das primeiras
finalidade é garantir a alimentação do agricultor e de sua família.
vilas e povoados coloniais obti-
nham seus alimentos? Anote as
COLEÇÃO PARTICULAR
respostas na lousa e aproveite
para explicar o conceito de agri-
cultura de subsistência.
Comente que, nas vilas e
cidades, as pequenas roças
serviam para abastecer a popu-
lação local, já que os caminhos e
as distâncias impunham grandes
dificuldades aos deslocamen-
tos e transportes de alimentos.
Dessa forma, conduza a turma a
inferir que a agricultura familiar
que existe hoje é uma expressão
viva de conhecimentos técni-
cos e científicos dos diversos
Detalhe da gravura de Arnoldus Montanus, com a representação de hortas e pomares plantados
pela população local. povos e culturas.
O artigo “Vegetação e
Nos quintais das casas, criavam-se porcos, cabras, galinhas, patos etc. Verduras e legumes apreciados quintais da casa brasi -
pelos portugueses, como agrião, couve-flor, alface e mostarda, eram plantados em hortas com
espécies nativas, como abóbora, batata-doce, chicória, jiló e cará. Os pomares também misturavam
leira”, sugerido a seguir no
frutas de origem portuguesa, como maçã e pera, com frutas nativas, como caju e maracujá. boxe Ampliar horizontes,
oferece subsídios para explorar
Passados 500 anos, aproximadamente, a agricultura de origem familiar continua sendo a importância dos quintais na
a principal fonte de alimentação dos brasileiros. São cerca de 4,4 milhões de propriedades vida colonial brasileira, sempre
no país dedicadas a esse tipo de plantio. presentes na moradia de ricos
A agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com e pobres e responsáveis pela
até 20 mil habitantes, o que envolve cerca de 40 milhões de pessoas. difusão de plantas exóticas e
autóctones.
215
Estabelecer um paralelo com
a importância dos quintais na
atualidade, como locais de lazer,
continua sendo essencial para o abasteci-
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 215 ambiente, garantindo o abastecimento de14:05
05/07/22
sossego, cultivo de plantas etc.,
mento interno do país. alimentos variados e saudáveis. Essa pes- baseando-se na realidade dos
Se possível, organize uma visita guiada quisa de campo permite trabalho com estudantes, é uma forma de,
com os estudantes a uma propriedade grupos grandes de estudantes e pode indiretamente, fazê-los refle-
produtora próxima à escola e explore as ser realizada de maneira interdisciplinar tir sobre espaços de saúde
características desse tipo de produção, como com Ciências e Geografia. mental deles mesmos e do ser
uso de pequenos espaços, mão de obra fami- humano em geral.
liar e respeito a tradições alimentares locais.
Explique que esses produtores têm uma
relação diferenciada com a terra e o meio
215
COLEÇÃO PARTICULAR
em conhecimentos científicos sobre os
na década de 1530 com mudas de cana-de-açúcar.
efeitos dessa prática; e na utilização de
diversas linguagens (cartográfica/icono- A princípio, esses animais eram utilizados principal-
gráfica) que apoiam o estudo. mente para transportar produtos, arar a terra e mover
• CEH 1, 3, 4 e 5: trabalhadas na com- a moenda. Algum tempo depois, sua carne passou a
preensão das relações de poder e dos ser consumida, assim como o leite de vaca e seus deri-
conflitos envolvidos no processo de vados, como o queijo.
interiorização; no questionamento a
documentos visando à interpretação
COLEÇÃO PARTICULAR
do contexto histórico; e no entendi-
mento dos fluxos populacionais e de
mercadorias do período.
• Habilidades EF07HI11 e EF07HI12:
enfocadas na compreensão do signi-
ficado do comércio de gado bovino
para a ocupação e a formação histó-
rico-geográfica do território da colônia
portuguesa na América.
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Solicite aos estudantes que
observem o detalhe da imagem
condutora que destaca a presença
do gado bovino e peça a eles que Detalhe da gravura de Arnoldus Montanus em que se representa o gado bovino, usado como
apresentem hipóteses sobre a fonte de alimento e meio de transporte.
importância desses animais nas O gado da Bahia seguiu pelo Rio São Francisco rumo ao interior: em 1594, havia cerca
vilas coloniais. Anote na lousa as de 50 currais na região e, em 1640, mais de 2 mil. Na década de 1670, as fazendas já
ideias apresentadas e oriente a haviam alcançado o atual Piauí. Essas expedições de ocupação ficaram conhecidas como
leitura do texto da página 216
“sertões de dentro”. Já o gado criado na capitania de Pernambuco foi conduzido em
para identificar informações que
direção às terras que hoje pertencem aos estados da Paraíba, do Rio Grande do Norte e
complementem as questões.
do Ceará, como parte de uma corrente de ocupação chamada de “sertões de fora”.
Para explicar o surgimento
das fazendas de gado no inte-
rior da colônia, recorra ao mapa 1. O rebanho bovino brasileiro é um dos maiores do mundo. Mas, cada vez mais,
Expansão do gado em direção surgem campanhas pela troca da carne por outros alimentos, o que se choca com
os interesses dos pecuaristas. Quais são os argumentos dos defensores de uma
ao interior (século XVI a XVII),
dieta sem carne? Que alimentos podem substituir os nutrientes da carne? Se ne-
na página 217, e localize a cor-
cessário, converse com seu professor de Ciências.
rente originária da Bahia que Consulte resposta e comentários adicionais nas Orientações didáticas.
chega ao Piauí (“sertões de 216
dentro”), e a corrente originá-
ria de Pernambuco, em direção
a Paraíba, Rio Grande do Norte e fezes emitem óxido nitroso (N2O), composto
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 216 mas isso não é um concenso. Esclareça que 05/07/22 14:05
Ceará (“sertões de fora”). Chame com grande potencial para contribuir com uma troca alimentar como essa não pode ser
a atenção deles para o fato de a o efeito estufa. Além disso, grupos ambien- feita sem as orientações médicas adequadas.
expansão acompanhar o curso talistas argumentam que o dispêndio de A questão sobre o uso ou não de animais na
dos rios em direção ao interior. água para a pecuária é enorme. Há ainda alimentação humana aparece com frequência,
Atividade os que defendem o fim do abate por causa em vários grupos sociais. Proponha um debate
1. Estudos indicam que a criação do sofrimento dos animais. Ambientalistas e sobre o tema. Exponha brevemente diferentes
de gado gera liberação de alguns cientistas afirmam ser possível substituir abordagens sobre o assunto e encoraje a turma
metano por meio do processo a carne por soja, grão de bico, tofu, quinoa, ao diálogo, atentando-os para o respeito à
digestivo dos animais e que as lentilha, espinafre, entre outros alimentos, opinião dos colegas.
216
o s Tapuias (P
ra
ja
e
r
ib
ua
as consequências do avanço da
G
OCEANO
Rio
ag
Natal
Rio J
10° S
Rio Vaza-B a r
ri s Getulio Vargas. Rio Explique que, desde o começo
Cidades de Janeiro, c2016.
Feiras de gado Disponível em: https:// da colonização, os portugueses
ç u
Para g
ua Áreas ocupadas por fazendas atlas.fgv.br/marcos/
caminhos-do-gado/
se referiam aos indígenas pelo
Limites atuais dos estados
Rio
Salvador
Sentido da expansão do gado mapas/o-nordeste-da- termo “bárbaros”. Além do estra-
cana-e-do-gado-no-
0 160
Pernambuco
nhamento e da incompreensão
ALLMAPS
219
219
tapuias como cruéis e assassi- coletivamente. Questione a importância de truir a ideia de neutralidade da imprensa, que
nos, segundo os discursos dos se comparar diferentes documentos e suas muitas vezes permeia o senso comum.
colonizadores. versões no estudo da história.
Após a resolução das ativida- O exercício de análise de um mesmo fato sob
des propostas, realize a correção diferentes interpretações é muito importante
comentando cada aspecto soli- para o desenvolvimento crítico dos estudan-
citado. Verifique as variações tes. Oriente-os a fazer esse exercício sobre um
nas respostas elaboradas pela fato da atualidade. Por exemplo, ver como dois
turma, buscando reconhecer sites de notícias explicam um tema polêmico
220
AMPLIAR HORIZONTES
• FERNANDES, Maria Luiza. Os
povos indígenas e as fronteiras
do extremo norte. Fronteiras:
Revista de História, Dourados,
v. 18, n. 32, p. 126-135, jul./
dez. 2016. Disponível em:
https://ojs.ufgd.edu.br/index.
Mapa conhecido como De Stat Ende Fort van Grand Para (em português, “Cidade e Forte do
Grão-Pará”), de autoria desconhecida, 1640. Esse mapa é a mais antiga representação da cidade php/FRONTEIR AS/ar ticle/
de Belém. view/5830/2975. Acesso em:
30 jul. 2022.
221 O artigo aborda o processo de
demarcação da fronteira Norte
do país, na região hoje compre-
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 221 05/07/22 14:05
endida pelo estado de Roraima.
221
à esquerda dele, onde as moradias zônia [...]. O acervo inclui artefatos líticos e
A fundação de Belém cerâmicos pré-históricos, além da cultura
foram construídas ao longo da linha
Fundada em 1616, a cidade de Belém tem no material proveniente das escavações no pró-
do mar e dos rios. Com base nessa prio sítio histórico e seu entorno, bem como
Forte do Presépio a sua primeira construção.
observação, comente que o mapa Após os vários usos militares da fortificação artefatos e iconografias de grupos indígenas
apresenta aspectos importantes das e as modificações arquitetônicas que sofreu, contemporâneos.
vilas e cidades coloniais, pois evi- o Forte foi revitalizado para uso museológi- MUSEU do Forte do Presépio. Guia das ar-
dencia tanto a preocupação com o co em 2002. Os circuitos expositivos são: o tes. Belém, c2015. Disponível em: https://www.
planejamento urbano como o cres- “Sítio Histórico da Fundação de Belém”, [...] guiadasartes.com.br/para/museu-do-forte-do-
e o “Museu do Encontro”, que versa sobre o presepio. Acesso em: 30 jul. 2022.
cimento desordenado na prática.
222
AMPLIAR HORIZONTES
• MENARDI, Ana Paula Seco. A
educação na literatura de
À esquerda do forte, um igarapé. Representação de uma igreja. viagem e na literatura je-
Detalhe do mapa De Stat Ende Detalhe do mapa De Stat Ende Fort suítica – séculos XVI e XVII.
Fort van Grand Para. van Grand Para.
Tese (Doutorado em Educação)
− Universidade Estadual de
1. Muitos núcleos coloniais portugueses surgiram em torno de fortes. Campinas, Campinas, 2010.
Formule uma hipótese para explicar esse processo. A tese analisa os relatos dos via-
Os fortes tinham um papel defensivo importante, combatendo outros conquistadores europeus jantes e jesuítas estrangeiros
ou protegendo o território de ataques indígenas. Com isso, eram espaços mais protegidos para o 223 como expressões ideológicas que
desenvolvimento de vilas e cidades que asseguravam a ocupação portuguesa do território.
refletem as concepções de colo-
nização, sociedade e educação
de seu tempo, servindo tanto aos
Texto complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 223 do e contando com um projeto pedagógico
05/07/22 14:05
propósitos da Coroa portuguesa
uniforme e bem planejado, sendo o Ratio como aos da Igreja.
A educação jesuíta Studiorum a sua expressão máxima.
Os jesuítas empreenderam no Brasil uma SANGENIS, Luiz Fernando Conde. Franciscanos na educação brasileira. In: STEPHANOU,
significativa obra missionária e evangeliza- Maria; BASTOS, Maria Helena Câmara. Histórias e memórias da educação no Bra-
dora, especialmente fazendo uso de novas sil. Petrópolis: Vozes, 2004. v. 1, p. 93-107. Séculos XVI-XVIII. Apud CONCEIÇÃO,
metodologias, das quais a educação esco- José Luis Monteiro da. Jesuítas na educação brasileira: dos objetivos e méto-
lar foi uma das mais poderosas e eficazes. dos até a sua expulsão. Educação Pública, [s. l.], 2017. Disponível em: https://
educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/17/3/jesutas-na-educao-brasileira-dos-
[...] Não apenas organizaram uma ampla
objetivos-e-mtodos-at-a-sua-expulso. Acesso em: 30 jul. 2022.
“rede” de escolas elementares e colégios
como o fizeram de modo muito organiza-
223
ALLMAPS
50°
50° OO
Pauxis (1698) 0°
0°
Forte São Belém Caeté (Bragança)
José do Rio
chamadas missões ou reduções Rio J
apurá
Negro (1669)
Am
azonas Cametá
Forte Presépio
Alcântara
o (1616) Forte de São Luís
Rio
Ne
controladas por ordens religiosas.
Ri
Tocantins
Ri
So
ba
Manaus
(1697)
Com o uso do mapa da limões
i
Rio Parnaí
Forte São Francisco Irir
Rio
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Xavier deTabatinga
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(1776) s
vari
Rio
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dinâmicas de povoamento ei
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Ara
Rio Tocan
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Juruena
Área povoada
Forte de
i
nc
Guaporé
Fra
Forte
o
Rio Sã
Rio
0 220
antes de deslocar os indígenas Colégio dos jesuítas Forte Príncipe
Rio
da Beira (1776)
para o litoral nordestino. Fonte: VICENTINO, Cláudio. Atlas histórico: geral e Brasil. São Paulo: Scipione, 2011. p. 105.
O Texto complementar
permite aprofundar o debate 224
acerca desse novo espaço de
relação social, no qual os povos
indígenas eram obrigados a praça, o centro da redução.
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 224 Ali eram fei- quinta dos padres, onde estavam a horta, 05/07/22 14:05
abolir a maioria de suas práti- tos as procissões, os desfiles militares, o pomar e o jardim.
as encenações religiosas e os jogos de bo- Na periferia dos povoados localizavam-se
cas tradicionais e os princípios
la ou o tejo. […] as fontes, alguns currais, […] e habitações
da cultura cristã. dos negros, que trabalhavam nas estâncias.
Em frente às igrejas eram feitas as re-
Texto complementar presentações teatrais, os autos sacros. […] CUSTÓDIO, Luiz Antônio Bolcato. A arquitetura
Junto à igreja estavam a residência dos pa- e o urbanismo das missões jesuíticas dos guara-
A arquitetura das dres, o colégio, as oficinas, o cemitério e nis. Urbanismo de Origem Portuguesa,
missões o cotiguaçu, onde viviam as viúvas e os [s. l.], n. 3, abr. 2001.
[...] A Igreja era sempre o órfãos. Ao redor da praça, ficavam as ca-
prédio mais importante. A sas dos caciques. Atrás da igreja, havia a
224
AMPLIAR HORIZONTES
• MONTEIRO, John Manuel.
Negros da terra: índios e
bandeirantes nas origens de
São Paulo. São Paulo: Compa-
nhia das Letras, 1994.
Ao colocar no centro da análise
as populações indígenas e o con-
tato diferenciado que mantinham
com colonos e jesuítas, o histo-
riador reinterpreta criticamente
225 a formação da sociedade paulis-
ta entre os séculos XVI e XVIII.
Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 225 que se reúnam em grupos e leiam o material.
05/07/22 14:06 ou países e por quais motivos
Cada grupo terá um guia para analisar e fazer essas pessoas migraram. A partir
Descobrir que somos todos uma breve leitura para o reconhecimento do
migrantes/imigrantes das histórias pessoais, explique
material. Durante essa atividade, peça a eles aos estudantes que todos os
Para preparar a atividade, imprima algumas que anotem as partes que mais lhes chama-
cópias do guia “Somos todas/os migrantes”, seres humanos migram (emigram
ram a atenção.
que pode ser encontrado no site da Prefeitura Disponha a turma em roda e pergunte quem e imigram) e proponha a eles
de São Paulo, disponível em: https://issuu. tem avós ou pais nascidos na mesma cidade uma reflexão sobre os motivos
com/smdhc/docs/guiaimigrantes_portugues; onde a escola está situada. Pergunte se há que levam algumas pessoas a
acesso em: 30 jul. 2022. Peça aos estudantes parentes que moram em outras cidades, estados repelir imigrantes.
225
SONIA VAZ
• CEH 3 e 5: trabalhadas na interpretação 50° O
processo de colonização.
Fortaleza
• Habilidades EF07HI11, EF07HI12 e
Natal
EF07HI13: enfocadas na descrição e
Tratado de Tordesilhas
Paraíba
PROCEDIMENTOS OCEANO
PACÍFICO
Vila Rica
São Paulo
Solicite a observação do
mapa Principais bandeiras dos Bandeiras
séculos XVII e XVIII e peça aos Apresamento de indígenas
Rio Grande
Exploração contratada
de São Pedro
estudantes que identifiquem os Mineração
Limites atuais do Brasil
Fonte: VICENTINO,
0 400 Cláudio. Atlas histórico:
pontos de partida e de chegada Cidades e vilas
geral e Brasil. São Paulo:
das bandeiras apresentadas no Scipione, 2011. p. 101.
mapa. Aproveite para mostrar Para os bandeirantes, as missões ofereciam a possibilidade de capturar, de uma só
como a colonização da região Sul vez, muitos indígenas, porque havia centenas deles reunidos em um mesmo lugar. Assim,
também foi motivada pela busca na primeira metade do século XVII, teve início um período em que os bandeirantes
de pedras preciosas, resultando empreenderam ataques arrasadores às missões.
na ampliação das fronteiras por Essas expedições rumo ao sul ampliaram ainda mais as fronteiras da colônia por-
meio da fundação de cidades.
tuguesa, pois, por onde passavam, fundavam novos povoados, como as atuais capitais
Ao abordar os ataques dos
Curitiba (PR) e Florianópolis (SC).
bandeirantes e as missões
Esses sertanistas também foram responsáveis pelo extermínio de muitos povos indíge-
jesuíticas, explique que a con-
nas. Na segunda metade do século XVII, grande parte dos nativos do sul da colônia havia
centração de um grande número
sido exterminada ou escravizada.
de indígenas em um mesmo local
Depois dessas investidas, os bandeirantes priorizaram a busca por ouro e por pedras
facilitava a sua captura. Destaque
preciosas em regiões hoje situadas nos estados de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
também que no século XVII
ocorreu uma escassez da mão Parte dessas regiões, pouco desbravadas pelos colonos na época, situava-se além dos
de obra escravizada africana, tor- limites do Tratado de Tordesilhas.
nando a prática da escravidão 226
indígena mais intensa e lucrativa.
a seguir), identifique qual era essa expedição. minas peruanas e estabelecer uma ligação
Interpretar informações • A expedição foi iniciada em 1648, quando entre as bacias Amazônica e do Prata.
do mapa o bandeirante e sua tropa partiram de São • A expedição durou três anos e percorreu cer-
Proponha uma atividade Paulo descendo o Rio Tietê rumo aos sertões ca de 10 000 quilômetros.
de análise e interpretação de Mato Grosso. A atividade permite um trabalho com mapa,
do mapa Principais bandei- • Em seguida, foram para o Norte, descendo objetiva explorar as rotas das principais bandei-
ras dos séculos XVII e XVIII. o Rio Amazonas até sua foz. Quando che- ras dos séculos XVII e XVIII e apresentar alguns
Peça à turma que, com base garam às proximidades de Belém, boa parte aspectos de uma expedição bandeirante.
nas informações sobre uma das de seus integrantes havia morrido.
226
DADO PHOTOS/SHUTTERSTOCK.COM
as missões religiosas exportavam
na medicina, os locais de onde as
espécies são nativas e seus usos
drogas do sertão para a Europa,
e costumes. Você pode sugerir o
onde eram muito valorizadas. Mas
estudo sobre as plantas citadas
o trabalho de se embrenhar na
na página, selecionar outras por
mata, recolher as plantas e prepa- causa de sua ação medicinal ou
rá-las era feito pelos nativos. Além pedir sugestões aos estudantes,
disso, os padres passaram a usar integrando seus conhecimen-
o conhecimento indígena para tos prévios sobre o assunto.
fabricar remédios, que também Sugerimos a consulta do livro
eram vendidos na Europa. digital disponível na internet: RIOS,
A raiz de um cipó, conhecido Mary Naves da Silva; PASTORE
como poaia ou ipecacuanha, do JR., Floriano (org.). Plantas da
qual se fabricava um poderoso Amazônia: 450 espécies de uso
medicamento contra a diarreia, geral. Brasília, DF: Universidade de
é um exemplo das plantas utili- Brasília: Biblioteca Central, 2011.
zadas pelos indígenas.
Disponível em: https://repositorio.
unb.br/handle/10482/35458.
Acesso em: 30 jul. 2022.
Barraca de ervas e remédios
caseiros feitos à base de ervas
medicinais. Palmas (TO), 2013. Muitas
Atividade
plantas e ervas são tóxicas e não 1. Em 2009, o Ministério da
devem ser usadas sem orientação de Saúde divulgou uma lista
um profissional de saúde.
com 71 plantas que podem
FICA A DICA ser utilizadas como tratamento
• Dicionário Ilustrado Tupi Guarani. Plantas. Disponível em: https://www. fitoterápico no Brasil. Entre elas
dicionariotupiguarani.com.br/section/plantas/. Acesso em: 19 maio 2022. destacam-se: alho (antissép-
Essa página do Dicionário Ilustrado Tupi Guarani apresenta diversas informações sobre mais tico e anti-inflamatório), caju
de 60 árvores e frutas do Brasil. (antisséptico e cicatrizante),
camomila (para combater der-
matites), entre outras. Reforce
1. Com o auxílio do professor de Ciências, pesquise sobre produtos fitoterápicos e a
que é comum as pessoas pen-
importância deles no tratamento de doenças. Lembre-se: nunca tome um medi-
camento sem orientação médica.
sarem que, por serem naturais,
Consulte comentários nas Orientações didáticas. produtos fitoterápicos podem
227 ser consumidos sem indicação
e que não oferecem riscos. De
fato, trata-se de substâncias
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24-AV3.indd 227 Os saberes tradicionais e medicinais indíge-
16/07/22 14:25 feitas exclusivamente de maté-
nas foram explorados pelos europeus no período ria-prima vegetal e cuja ação
Pergunte aos estudantes o que eles sabem
da colonização e, apesar de muitos medicamentos é comprovada por meio de
sobre as chamadas drogas do sertão. Com
serem fabricados atualmente a partir da apro- estudos farmacológicos e toxi-
base nas respostas, explore a importância dessas priação desses saberes, há um risco grande de o cológicos. Entretanto, sabe-se
plantas nativas da Amazônia utilizadas na culi- uso de certas plantas medicinais se perder com o que, como outros medicamen-
nária e também no combate a algumas doenças aumento do desmatamento, a dimuição da diver- tos, o uso inadequado desses
no período colonial. Destaque a importância sidade botânica e o desaparecimento de línguas produtos pode causar sérios
desses produtos no desenvolvimento econô- e culturas indígenas. Atualmente, a etnociên problemas à saúde, reforce
mico da região Norte. cia e a etnobotânica são ramos de estudos que esse perigo com os estudantes.
227
230
AMPLIAR HORIZONTES
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24.indd 230 05/07/22 14:06
230
231
vização, guerras e extermínio. A tela, com roupa de festa, expressão altiva imagens. O compartilhamento das respos-
imposição da cultura religiosa e olhar firme para o espectador. tas pode gerar um debate que trabalhe a
cristã aos indígenas foi uma b) O quadro foi encomendado quando a pluralidade de ideias sobre a importân-
ação violenta que desrespeitava elite paulista buscava mostrar que teve um cia de se interrogar os vestígios históricos
suas práticas e crenças religio- passado glorioso. e documentos em geral, entendendo-os
sas. Os indígenas resistiram à c) Podem ser citados como elementos que como produtos de uma época e de um
invasão de suas terras por meio não estão de acordo com a realidade dos grupo social específico.
de revoltas e ataques às vilas bandeirantes: o aspecto físico, as roupas
coloniais. e os pertences, como a faca. O item “d”
232
Planta da restituição da Bahia, João Teixeira Albernaz. 1631. 7. a) É possível perceber o traçado das ruas e
a construção de quadras que organizam
as edificações da cidade. Salvador foi construída próxima ao litoral, mas um pouco mais afastada das margens e seguindo o
a) Descreva a imagem, atentando-se principalmente aos aspectos urbanos de Salvador e aos
elementos que estão no entorno da cidade. contorno do rio, elementos que lhe conferiam mais segurança.
Há grande movimentação de embarcações na baía.
b) As cidades da colônia portuguesa na América desempenharam importante papel na conso-
lidação da ocupação do território e na expulsão de forças estrangeiras. Quais elementos da
imagem evidenciam esse papel da cidade de Salvador? Salvador foi representada como um
espaço cercado por muros, o que evidencia o caráter defensivo desse tipo de construção. Além disso, há
três quartéis cercando a cidade, o que também ressalta seu papel militar.
VAMOS FALAR SOBRE… DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS
Neste capítulo, estudamos como as fronteiras atuais do Brasil foram gradativamente
ampliadas com a conquista de novos territórios além dos limites do Tratado de Tordesilhas.
Muitas pessoas que viviam no litoral se deslocaram para o interior, onde colonizaram as
terras recém-conquistadas. Assim como no passado, nos dias de hoje as pessoas conti-
nuam se deslocando. Organizem-se em grupos com quatro ou cinco integrantes e façam
o que se pede a seguir.
a) Conversem sobre os motivos que levam uma pessoa a migrar.
b) Façam uma lista com as razões apontadas por vocês.
c) Em seguida, compartilhem a lista com a classe. Consulte comentários adicionais nas
Orientações didáticas.
233
Atividades (continuação)
D3-HIST-F2-2108-V7-208-233-U4-CAP9-LA-G24-AV1.indd 233 a consultar a seção Como se faz... para
14/07/22 14:23a em missões; e expansão da
4. Alguns problemas enfrentados pelos indíge- produção do mural. pecuária.
nas: tomada de terras, mineração em suas 5. É possível partir da realidade dos estudantes c) Os bandeirantes contri-
reservas, ataques às aldeias, doenças, fome, que tiveram (ou têm) contato com agricultura buíram com a formação
contaminação dos recursos naturais etc. familiar. Peça-lhes que entrevistem familiares de vilas e cidades, e cola-
Algumas opções: conhecer a história e os que praticam esse tipo de agricultura, recolham boraram para a expansão
direitos constitucionais dos povos indígenas; dados e os compartilhem com a turma. territorial.
reconhecer seu lugar de fala; pressionar a 6. a) As principais mudanças foram territoriais.
sociedade para discutir e respeitar os direi- b) As principais causas foram: expedições
tos dos povos indígenas. Oriente a turma bandeirantes; aldeamento de indígenas
233
Competências
TULO
• CECH: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7. CAPÍ
• CEH: 1, 2, 3, 4, 5 e 6.
Habilidades
• EF07HI10 • EF07HI12 • EF07HI13
• EF07HI14 • EF07HI15 • EF07HI16
10 O OURO DAS
MINAS GERAIS
A BNCC NESTA DUPLA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• CECH 3, 5, 6: trabalhadas na aná-
lise das intervenções de grupos e • Analisar o processo de formação da sociedade mineradora.
indivíduos no território; no fluxo popu- • Compreender os processos migratórios, as relações de trabalho e as
lacional provocado pela mineração; na resistências sociais.
discussão sobre a importância de pla- • Refletir sobre os tributos no passado e no presente.
nejamento para a busca de objetivos.
• CEH 1, 3 e 5: abordadas ao tratar dos fa-
tos históricos e analisar os movimentos Chamamos de “patrimônio” um bem valioso que merece ser preservado e cuidado.
políticos, sociais e econômicos dos di- Todos os anos, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
ferentes grupos e indivíduos na colônia. (Unesco) apresenta uma lista de lugares de todo o planeta considerados Patrimônios da
• Habilidades EF07HI10, EF07HI13 e Humanidade, ou seja, locais de grande importância cultural (como uma construção ou
EF07HI14: enfocadas na descrição
e caracterização das dinâmicas co- cidade histórica) ou de extraordinária riqueza natural (como uma floresta, uma cachoeira,
merciais que se estabeleceram, entre um ambiente ou um bioma preservado).
diversos grupos sociais, no processo Em 2022, 1 154 lugares de todo o mundo estavam listados como Patrimônio da
de extração de metais preciosos na Humanidade. Um deles é Ouro Preto, cidade histórica de Minas Gerais.
colônia.
Fundada em 1711 com o nome de Vila Rica, a cidade mantém viva a memória de
um tempo em que o Brasil era colônia de Portugal, e a região chegou a ser o principal
PROCEDIMENTOS centro produtor de ouro do mundo. Neste capítulo, vamos conhecer diferentes aspectos
DIDÁTICOS do período em que a mineração do ouro favoreceu a formação de muitas vilas e cidades
Aproveite para aprofundar o no interior do atual estado de Minas Gerais.
LUCIANO ARANTES/
SHUTTERSTOCK.COM
entendimento sobre a importân-
cia da preservação de espaços Fotografia da cidade
para a produção da história. de Ouro Preto, Minas
Gerais, 2021.
Para prosseguir, peça a eles
que citem outros exemplos de
Patrimônios da Humanidade e
pergunte se o município onde
moram possui algum patrimônio
reconhecido ou se acreditam que
algum local (natural ou histórico)
do município deveria ser consi-
derado patrimônio, e os motivos
para essas escolhas.
Observe se os estudantes
reconhecem e valorizam as pro- 234
duções humanas e os aspectos
ambientais da mesma forma, se
compreendem a importância da Atividade complementar
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24.indd 234 gov.br/pagina/detalhes/234; http://fumdham. 07/07/22 15:24
preservação dos patrimônios e Pesquisa e debate sobre um org.br; acessos em: 14 ago. 2022). O site do
se entendem essa responsabili- patrimônio imaterial museu apresenta também algumas leis que
dade como tarefa compartilhada Inicie a atividade recomendando aos estu- fundamentam a proteção a esse tipo de patri-
entre a sociedade e os governos. dantes que leiam a definição de patrimônio mônio cultural do Brasil.
imaterial do site do Instituto do Patrimônio Organize o debate, trabalhe o conceito
Histórico e Artístico Nacional e o conceito de e proponha à turma um levantamento de
patrimônio cultural imaterial da Fundação exemplos de cultura imaterial na sua cidade,
Museu do Homem Americano (respectiva- região ou estado. Oriente-os a consultar
mente disponíveis em: http://portal.iphan. guias turísticos, moradores, entre outras
234
I
D FÍC
TE
O
OFÍCIOS, /MUSEU DE AR
Atividades
BELO HO
A BNCC NESTA
AMPLIAR DUPLA
HORIZONTES
fontes. Ao final, as pesquisas podem ser
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24-AV1.indd 235 PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS 14/07/22 14:30
socializadas em sala de aula e transformadas Para iniciar o capítulo, pergunte se a turma • MELLO E SOUZA, Laura de.
em cartazes ou materiais para compartilha- compreendeu os interesses portugueses e dos Desclassificados do ouro:
mento digital. colonos na descoberta do ouro, retomando e a pobreza mineira no século
enfatizando as características do modelo econô- XVIII. 5. ed. São Paulo: Ouro
sobre Azul, 2017.
mico mercantilista. Espera-se que eles reconheçam
que havia interesse na obtenção de lucro máximo Livro clássico da historiadora Lau-
ra de Mello e Souza que explora
em terras coloniais.
o sistema social vigente na socie-
Em seguida, leve-os a refletir sobre os impactos dade aurífera.
da descoberta do ouro para os diferentes sujeitos
235
zas aos donos das minas. Eram de galerias nas montanhas, onde o risco de res, seus familiares e moradores locais foram
muitas horas de trabalho com desabamento e soterramento era iminente. afetados. A atividade mobiliza habilidades
os pés dentro da água fria dos Incentive os estudantes a refletir sobre as socioemocionais relacionadas aos direitos
rios, o que podia ocasionar infec- condições de trabalho na mineração nos dias humanos e ao posicionamento ético, além de
ções pulmonares, entre outras de hoje, ressaltando a importância de as empre- discussões sobre trabalho, meio ambiente
doenças. Além disso, depois sas garantirem a segurança dos trabalhadores e saúde.
do escasseamento do ouro de e das populações em seu entorno. Você pode
aluvião no leito dos rios, os escra- sugerir à turma uma pesquisa sobre acidentes
vizados foram submetidos com decorrentes da atividade mineradora (como em
238
PROCEDIMENTOS
DIDÁTICOS
Solicite que leiam as informa-
ções sobre os diferentes modos
de extração de ouro e indiquem
como o couro era utilizado no
processo de extração de ouro.
Aproveite para explicar à turma
que esse recurso de decom-
por o conteúdo em partes para
melhor compreensão do todo
é uma forma de desenvolver o
pensamento computacional.
Quando observadas como
fontes e discutidas em sala de Homens escravizados na encosta do
aula como meio de obter infor- morro, escavando para extrair ouro. Homens escravizados batem com uma vara
Detalhe de Lavagem do ouro no Monte na pele de boi à procura de ouro. Detalhe de
mações, as imagens auxiliam na Itacolomi. Lavagem do ouro no Monte Itacolomi.
formação da consciência histórica
Por volta de 1720, o ouro de aluvião já havia praticamente se esgotado na região
dos estudantes. Esse tratamento
das Minas Gerais. A exploração, então, passou a ser feita nos barrancos das margens dos
dado às imagens, evidentemente,
rios e nas encostas dos morros, de onde se extraía o chamado ouro de grupiara. Quando
exige uma leitura crítica.
este também se esgotou, a busca pelo ouro passou a ser feita por meio de escavações
de galerias nos morros.
Atividade
complementar 240
Produzir texto e mapa
Peça aos estudantes que
com a letra A a região colonial onde240a extração
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24-AV1.indd
AMPLIAR HORIZONTES 14/07/22 14:30
pesquisem e desenhem mapas
do ouro e do diamante foi realizada, e com a
políticos do Brasil atual. A constru-
letra B os caminhos percorridos pelos tropeiros. • SIMAN, Lana Mara de Castro; FONSECA, Thais
ção do mapa, em vez da impressão Nívia de Lima (org.). Inaugurando a história e
Se achar conveniente, amplie essa atividade
de um pronto, tem como objetivo construindo a nação: discursos e imagens no
para outros espaços territoriais, como a área de
promover o desenvolvimento do ensino de História. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.
produção da cana-de-açúcar, já estudada. Ao
domínio cartográfico sobre o ter- A obra discute como as imagens foram, tradicio-
final, promova o compartilhamento dos traba-
ritório brasileiro. nalmente, apresentadas no ensino de História e
lhos entre os colegas, verificando a apreensão
Peça-lhes que retomem o capí- explora novas concepções para o trabalho com as
da turma e valorizando suas produções.
tulo 10. Solicite à turma que pinte imagens em sala de aula.
com cores diferentes e marque
240
conservada por bastante tempo 1. Permita que eles próprios se organizem, mas lhadores escravizados, livres e forros, negras
e podia ser consumida durante oriente-os a distribuir as tarefas entre todos: de tabuleiro, tropeiros). Essas informações
as longas travessias por cami- pesquisa e elaboração do roteiro da peça, ajudam na construção das personagens. Esta
nhos de terra conduzidas pelos vestuário, cenário, ensaios, organização da atividade permite trabalhar com grupos
tropeiros. O angu (em alguns apresentação etc., de maneira que se sintam grandes de estudantes e incentivar o
lugares, polenta), consumido à vontade para participar e contribuir de desenvolvimento de habilidades socioe-
pelos escravizados, fazia render diversas formas com a dramatização. Ressalte mocionais, como o autoconhecimento, a
os alimentos pobres em carnes a importância de incluir no roteiro da peça autoestima, a cooperação e a autonomia.
e outras variedades. detalhes sobre o cotidiano dos grupos de
242
EDITORIA DE ARTE
entre diversos grupos sociais e os re-
Pago ao governo federal, incide de Veículos Automotores (IPVA) Territorial Urbano (IPTU)
presentantes da metrópole na colônia.
sobre a renda e os proventos Pago ao governo estadual por Pago ao governo municipal
recebidos pelo contribuinte. proprietários de veículos. por proprietários de
PROCEDIMENTOS imóveis em área urbana.
DIDÁTICOS TAXA
conceitualmente compreendida
como propriedade da Coroa e CONTRIBUIÇÃO
contribuintes, porém, os muni- buindo para a construção de uma sociedade a realização de uma checagem de dados em
cípios dependem dos valores democrática, com posicionamento ético em portais oficiais do governo, se necessário. A
arrecadados para investir em ser- relação aos interesses individuais e coletivos. atividade permite que os estudantes analisem
viços públicos essenciais. Portanto, o assunto considerando diferentes pontos de
algo importante nesse processo
Atividade vista, incluindo suas próprias experiências e
é os estudantes conhecerem os 1. Promova uma roda de conversa com os estu- relatos de pessoas próximas da comunidade
repasses dos valores arrecadados dantes para que identifiquem como (e se) em que vivem. Favorece ainda a integração,
para os serviços públicos para que os impostos são revertidos em serviços de a cooperação e a participação de estudantes
possam atuar como cidadãos educação, saúde, transporte etc. no bairro com diferentes perfis.
244
RYOSHI/SHUTTERSTOCK.COM
são Antonio Francisco Lisboa, o
Aleijadinho, e Manuel da Costa
Ataíde, e que parte de suas obras
pode ser visitada nas cidades his-
tóricas mineiras, com destaque
para o Santuário do Bom Jesus
de Matosinhos, no município
de Congonhas do Campo (MG).
Comente que além de esculto- 246
res e pintores representativos do
Barroco no Brasil, havia também
compositores e músicos negros e século XVIII, foi de grande 246 magnitude. [...] Estado de São Paulo, n. 50, out. 2011. Disponí-
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24.indd 07/07/22 15:25
mestiços que atuaram na região Em 1780, o desembargador João José Teixei- vel em: http://www.historica.arquivoestado.
das minas. sp.gov.br/materias/anteriores/edicao50/
ra Coelho relatou que a maioria dos mulatos
materia02/. Acesso em: 14 ago. 2022.
Texto complementar empregava-se “no ofício de músicos [...]”. A
música, a pintura e o artesanato teriam sido
AMPLIAR HORIZONTES
Música profissional na as ocupações profissionais mais frequente-
Capitania das minas: o mente entregues aos mulatos. [...]. • MENDES, Nancy Maria. O Barroco mineiro em
caso dos homens pardos PRECIOSO, Daniel. Aspectos da música reli- textos. São Paulo: Autêntica, 2003.
Sem dúvida, a presença de giosa na colônia: regentes, compositores e Livro com material sobre o Barroco, oferecendo vi-
músicos nos principais núcleos instrumentistas pardos (Vila Rica, 1770-1808). sões diferentes e instigantes sobre o tema.
urbanos mineiros, ao longo do Histórica: Revista Eletrônica do Arquivo do
246
indígena (milho, mandioca), Resposta pessoal. Professor, explique a importância de os estudantes resumirem o texto usando suas próprias
palavras. Você pode orientá-los a sublinharem as ideias principais, antes de iniciarem a escrita da paráfrase.
africana (quiabo, pimenta) e 248
europeia (açúcar).
3. a) Os impostos garantem o
funcionamento dos serviços de verbas obtidas com a cobrança de
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24-AV3.indd 248 população como mecanismo de intervir 16/07/22 14:33
públicos nas mais diversas impostos, entre outros. nas decisões governamentais, com base
áreas, como saúde, educa- c) A atividade favorece a troca de experiências em princípios éticos, democráticos e
ção, segurança etc. e opiniões, a formulação de argumentos inclusivos.
b) Os exemplos são variados, e a análise da problemática levantada.
como as escolas e universi- Incentive a participação de todos para que
dades públicas e gratuitas, avaliem os serviços públicos do municí-
os hospitais e postos de pio, conscientizando-os para as questões
saúde públicos que funcio- que envolvem a cidadania, as formas
nam por meio dos repasses de organização e participação política da
248
EDITORIA DE ARTE
15 mil
0 1550 1600 1650 1700 1750 1760 1800 Ano
nização da região das minas levou
a uma grave crise de abastecimento
Fonte: JOFFILY, Bernardo et al. População e exportações da colônia. Fundação Getulio Vargas. Rio de Janeiro, c2016.
Disponível em: https://atlas.fgv.br/marcos/descoberta-do-ouro/mapas/populacao-e-exportacoes-da-colonia. e, em decorrência disso, também
Acesso em: 21 maio 2022.
à fome generalizada.
a) De acordo com o gráfico, quais foram os principais produtos de exportação do Brasil
entre 1550 e 1800?
Atividade
b) Em 1700, a população da colônia portuguesa da América era de cerca de 300 mil pes- 1. O grande afluxo populacional
soas. Em 1750, esse número havia subido para 1,3 milhão. Levante uma hipótese para para a região das minas incre-
explicar esse rápido crescimento populacional. mentou o comércio na região
Consulte respostas e comentários adicionais nas Orientações didáticas.
e estimulou o surgimento
VAMOS FALAR SOBRE… DESLOCAMENTOS POPULACIONAIS de novos povoados e vilas.
6. a) Entre 1550 e 1760, o principal produto de exportação foi o açúcar. O ouro adquiriu Proponha uma discussão sobre
importância a partir do século XVIII, mas as exportações de açúcar continuaram superiores. A
partir de 1800, produtos como algodão, tabaco e artigos de couro superaram as
Ouro não se come exportações de açúcar e ouro.
a atualidade dos deslocamen-
[…] Uma parte procedia de Portugal e deixou para trás mulher e filhos. Uma [parte] tos massivos para uma região
vinda das demais capitanias, sobretudo de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, vendeu o promissora economicamente.
que possuía, jogou a sorte no mundo e deslocou-se para lá. […] Deslumbrados ante a Há exemplos recentes na his-
abundância do metal precioso que faiscava por todo lado e na sofreguidão de sempre tória do Brasil, como o caso de
buscar novos filões, os mineiros esqueceram-se do principal: ouro não se come.
Serra Pelada, região do interior
[…] A escassez de víveres quase extinguiu a vila: parte da população fugiu para tentar
do Pará ocupada por dezenas
sobreviver no mato, os mantimentos desapareceram e os preços alcançaram valores ini-
magináveis. A comida era pouca, a fome, muita; fartura apenas do ouro que parecia brotar de milhares de garimpeiros na
da terra nos arredores […]. década de 1980.
SCHWARCZ, Lilia Moritz; STARLING, Heloisa Murgel. Brasil: uma biografia.
São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 115, 117. AMPLIAR HORIZONTES
1. No Brasil, no século XVIII, quais foram as consequências do grande afluxo de pessoas • BRECHT, Bertold. A cruzada
em direção à região das minas? Esses movimentos ainda existem atualmente? das crianças. São Paulo: Pu-
Consulte respostas e comentários adicionais nas Orientações didáticas. lo do Gato, 2014.
249 Em uma versão destinada ao pú-
blico infantojuvenil, a obra conta
as dificuldades de crianças polo-
nesas órfãs durante a Segunda
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24-AV3.indd 249 relação aos protestos do século XVIII. Caso
16/07/22 14:33a
Guerra Mundial.
turma não se recorde de protestos recentes,
• CARRANCA, Adriana. Malala:
Atividades (continuação) indique uma pesquisa individual ou em duplas, a menina que queria ir para a
4. A atividade propõe uma reflexão, mobilizando em jornais, revistas e na internet para que escola. São Paulo: Companhia
presente e passado, para identificar a impor- selecionem algum exemplo. A pesquisa pode das Letrinhas, 2015.
tância dos protestos sociais em diferentes incluir entrevistas com parentes, vizinhos Adaptado às crianças, o livro
contextos. Promova uma discussão coletiva ou pessoas conhecidas sobre protestos no narra a história real de Malala,
com base nas respostas dos estudantes, para município onde vivem, tomando nota das garota paquistanesa vítima de
um atentado por defender o di-
assim identificar permanências e rupturas nos informações relatadas e depois produzindo
reito de meninas aos estudos.
movimentos de protestos contemporâneos em um relatório com as conclusões.
249
Fechando a unidade PITOMBO, João Pedro; VALADARES, João. Com retorno de migrantes, covid-19 avança no Nordeste. Folha de
S.Paulo, Salvador; Recife, 23 maio 2020. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2020/05/com-
(continuação) retorno-de-migrantes-covid-19-avanca-no-nordeste.shtml. Acesso em: 21 maio 2022.
EDITORIA DE ARTE
15
esperança, malvestidos e 14
mal-alimentados. O cenário é 13
árido, sem vegetação nem sinal 12
de água. Urubus sobrevoam o
Quantidade
11
local em busca de cadáveres 10
de animais ou mesmo espe- 9 Nordeste para
rando que esses migrantes 8
o Sudeste
Sudeste para o
morram. É importante que os 7 Nordeste
estudantes percebam como 1995 2001 2005 2008 Ano
a morte faz parte do cenário Elaborado com base em: IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Rio de Janeiro: IBGE, 1995, 2001,
2005, 2008. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/19897-sintese-de-indicadores-
e parece entranhada nos pnad2.html?edicao=20748&t=downloads. Acesso em: 21 maio 2022.
próprios personagens, que
se assemelham a espectros. 252
No caso da canção, é possí-
vel identificar que se trata da
região Nordeste pelo trecho Assim, ambos os documentos permitem a
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24.indd 252 intonce (então), entre outras. Este é um bom 07/07/22 15:25
“Espero a chuva cair de novo / aproximação dos estudantes dos problemas momento para frisar a diferença entre o
pra eu voltar pro meu sertão”. sociais e das experiências individuais decorren- que se fala e o que se escreve e, ao mesmo
Os documentos utilizam dife- tes dessa realidade, instigando a empatia e o tempo, valorizar as variações linguísticas,
rentes linguagens artísticas reconhecimento do outro em suas dificuldades que não podem ser alvo de discriminação.
para tratar do mesmo tema, e subjetividades (Competência Geral 9). 5. O gráfico demonstra dois movimentos diferen-
como o sofrimento provocado 2. Esta atividade permite trabalhar com as tes. De um lado, há um número importante
pelas secas prolongadas e as variações da língua. Expressões da língua de migrantes que partem do Nordeste para
mazelas e dificuldades daque- coloquial na música: oiei (olhei), fornaia o Sudeste. Por outro lado, há também um
les que precisavam migrar. (fornalha), prantação (plantação), inté (até),
252
ARQUIVO/AGÊNCIA ESTADO/AE
de volta às origens ou mesmo
gravado "Asa-branca", Luiz Gonzaga
de melhora das condições eco-
compôs em parceria com Zé Dantas,
a música "A volta da asa-branca".
nômicas do Nordeste.
Pesquise em algum buscador da inter- 7. Para desenvolver a atividade,
net a letra dessa música e responda às é interessante promover um
questões a seguir. diálogo interdisciplinar com
a) De acordo com a música, o que motivou Geografia para identificar
o retirante a retornar para sua terra? as motivações econômicas e
b) Qual é o sentimento do retirante diante sociais das migrações nas últimas
desse retorno?
décadas, além de compará-las
c) Releia a reportagem (documento 3) e
com fluxos migratórios ocorridos
responda: o sentimento de retorno do
a partir de meados do século XX.
eletricista Alexandre para sua terra de
origem é semelhante ao sentimento des- A atividade de criação de
crito pelo retirante da música "A volta da Luiz Gonzaga em show no Rio de Janeiro (RJ), um podcast permite explo-
asa-branca"? Por quê? em 1972. rar a importância do trabalho
Pela reportagem, percebe-se que um dos motivos que levou o eletricista a voltar para sua terra foi colaborativo para a produ-
4. De acordo com a reportagem, como a pandemia de covid-19 afetou os fluxos po-
contenção de custos, pois com a pandemia ele ficou ção de conhecimento, além
pulacionais no Brasil?
sem trabalho e estava com despesas elevadas. de evidenciar a necessida-
5. O gráfico apresenta informações sobre a migração do Nordeste para o Sudeste e de de comunicar claramente
do Sudeste para o Nordeste. Com base nele, é possível afirmar que o retorno de aquilo que foi produzido de
migrantes para suas terras natais é um fenômeno que só teve início com a pandemia modo a socializá-lo. Por isso,
de covid-19? Resposta esperada e comentários adicionais nas Orientações didáticas. é importante organizar um
momento de discussão co-
6. Converse com os colegas e com seu professor para formular hipóteses que expli-
letiva dos áudios produzidos
quem os movimentos populacionais indicados no documento 4. Ao final, registre
pelos estudantes durante a
as principais ideias em seu caderno. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
realização da atividade. A
7. Consulte comentários adicionais nas Orientações didáticas.
7. Como analisado no documento 3, transformações econômicas e sociais criam novos proposta favorece ainda o de-
movimentos migratórios no Brasil. Forme um grupo e pesquisem mais informações senvolvimento da autoria e
sobre esse tema. Identifiquem quais são os principais fluxos migratórios internos da apropriação de tecnolo-
no Brasil nas últimas décadas, quais são as motivações desses fluxos e os impactos gias digitais de informação
deles na organização da sociedade brasileira. Ao final, gravem um podcast curto e comunicação de forma re-
sintetizando as informações que descobriram e apresentem seu trabalho aos colegas. flexiva pelos estudantes,
Consultem, na seção Como se faz…, orientações para a gravação de um podcast. para se comunicar, produ-
3. a) O fim da seca foi o fator principal que motivou o retorno do retirante, pois com a chuva poderá zir conhecimentos e exercer
plantar. Professor, disponibilize a letra aos estudantes caso eles tenham dificuldade de acesso. 253 protagonismo na vida pes-
3. b) Ele volta feliz e com planos de se casar com sua amada Rosinha.
soal e escolar (Competência
Geral 5). Dessa forma, estu-
PROCEDIMENTOS DIDÁTICOS
D3-HIST-F2-2108-V7-234-253-U4-CAP10-LA-G24-AV3.indd 253 Porém, com o agravamento da crise econômica,
16/07/22 14:34
dantes com diferentes perfis e
é possível que esse fluxo de retorno tenha se potencialidades podem parti-
Fechando a unidade (continuação) intensificado. cipar da atividade, produzindo
Atividades (continuação) seus áudios, contribuindo para
6. Se possível, proponha a discussão das a discussão coletiva, partilhan-
número significativo de migrantes que parti- informações do documento 4 de forma inter- do suas experiências e visões
ram do Sudeste para o Nordeste. Em 2005, o disciplinar com o professor de Geografia, de mundo, inclusive aqueles
número de migrantes que chegou ao Nordeste de modo a conduzir os estudantes a elabora- com alguma dificuldade no
foi superior ao número dos que deixaram a rem hipóteses relacionando conhecimentos processo de aprendizado, os
região. Assim, é possível afirmar que o retorno geográficos sobre a sociedade brasileira con- cegos e os com baixa visão,
de migrantes não teve início com a pandemia. temporânea. No caso dos fluxos populacionais entre outros.
253
DRAMATIZAÇÃO
Dramatização é uma apresentação teatral que pode ser feita na escola ou em qualquer
outro lugar, desde que nele seja possível delimitar o espaço cênico e a plateia.
A dramatização pode ser individual ou envolver um número reduzido de estudantes,
mas pode ser também uma representação coletiva, da qual todos os estudantes da turma
participam.
Ela tem como base um tema ou um texto. O texto pode ser improvisado ou previa-
mente elaborado, ou mesmo ser adaptado de acordo com os objetivos a serem alcançados.
Durante a dramatização, os estudantes devem utilizar a linguagem oral e corporal.
Confira a seguir algumas etapas que podem auxiliar na realização de uma dramatização.
254
254
4O passo Preparação
Esta etapa envolve: • a construção do cenário, a confecção das
• a distribuição de papéis; roupas e a instalação de som e luz, entre
• a escolha e a preparação de adereços outros recursos audiovisuais;
para as personagens e para o espaço • a organização do espaço onde vai ser feita
cênico; a representação cênica.
5O passo Ensaio
6O passo Encenação
Antes da encenação, é importante que você e os colegas fiquem tranquilos e tenham clareza de
que se trata de teatro amador, ou seja, todos estão aprendendo e, nesse processo, é natural que
cometam algumas falhas. Após a exibição, organizem uma roda de conversa para ouvir sugestões
e críticas do público. O grupo pode avaliar se os resultados alcançados estão de acordo com o
objetivo inicial do trabalho e falar sobre a experiência de representar as personagens.
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4O passo Entrevista
Anote a data e o local da entrevista. Faça uma pergunta de cada vez e ouça atentamente as
respostas enquanto faz os registros (anotando ou gravando). Se durante a conversa surgir um
fato novo e interessante não previsto nas perguntas, explore a questão. Ao final da entrevista,
agradeça ao entrevistado e se despeça.
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4O passo A escrita
A criatividade é muito importante nesse momento; por isso, vale deixar a imaginação e as ideias
se desenvolverem livremente. Tome cuidado para não se perder na narrativa nem deixar o leitor
desinteressado ou confuso.
5O passo A revisão
Depois de pronto, releia o conto diversas vezes, revise atentamente o texto, verifique o que
precisa ser corrigido ou modificado e reescreva os trechos que podem ser melhorados.
6O passo Apresentação
Com o conto pronto, apresente a produção aos colegas e ao professor, e discuta as ideias
desenvolvidas no texto.
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Carolina Maria de Jesus nasceu na pequena cidade mineira de Sacramento. Seus pais
eram bastante pobres e viviam em uma comunidade rural formada por pessoas negras. A
escritora frequentou a escola por apenas dois anos, aprendendo a ler e a escrever nesse
período. Foi com base nesses registros do cotidiano e da pobreza, bem como da vida
na favela do Canindé, em São Paulo, que a escritora preparou os textos que formariam
seu primeiro livro, Quarto de despejo – diário de uma favelada. O material que ela
escrevia foi descoberto pelo jornalista Audálio Dantas, o que possibilitou a publicação do
livro. A obra foi um sucesso imediato, tanto pelos temas abordados, como o cotidiano da
pobreza, quanto pelo estilo da escrita de Carolina. Ela expressava uma visão de mundo
singular, marcada pela luta cotidiana por sobrevivência.
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A escritora
Carolina Maria
de Jesus
autografa seu
livro Quarto de
despejo, em São
Paulo (SP), 1960.
Elaborado com base em: OLIVEIRA, André de. A vida de Carolina de Jesus além da
favela do Canindé, seu quarto de despejo. El País, São Paulo, 18 mar. 2018. Disponível
em: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/14/cultura/1521065374_369396.html. Acesso
em: 12 jun. 2022.
SANTANA, Mateus. A vida e obra de Carolina de Jesus, um manifesto para a litera-
tura periférica e afro-brasileira. Fundação Cultural Palmares. Brasília, DF, 13 fev. 2019.
Disponível em: http://www.palmares.gov.br/?p=53353. Acesso em: 12 jun. 2022.
AGÊNCIA BRASIL. Carolina Maria de Jesus. UOL, [s. l.], 14 mar. 2014. Seção Biografias.
Disponível em: https://educacao.uol.com.br/biografias/carolina-maria-de-jesus.htm. Acesso
em: 12 jun. 2022.
CAROLINA de Jesus. In: WIKIPEDIA. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://pt.
wikipedia.org/wiki/Carolina_de_Jesus. Acesso em: 12 jun. 2022.
CAROLINA Maria de Jesus, a catadora de letras. CartaCapital, São Paulo, 15 mar. 2016.
Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/cultura/carolina-maria-de-jesus-a-catadora-
de-letras. Acesso em: 12 jun. 2022.
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Queda de Revolução
Queda de Constantinopla Francesa
Invenção da escrita Roma (476) (1453) (1789)
(por volta de 4000 a.C) Idade Idade Idade
Idade Antiga Média Moderna Contemporânea
Pré-História
BENTINHO
618 1271
Dinastia Tang Dinastia Iuã 1644
Dinastia Qing
LINHAS DO TEMPO SEM ESCALA. OS 960 1368
SEGMENTOS ENTRE AS DATAS NÃO Dinastia Sung
CORRESPONDEM AO TEMPO DECORRIDO. Dinastia Ming
BENTINHO
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publicação; legendas e autoria das imagens. Esses dados dão maior Tianguá (CE),
credibilidade ao material exposto. 2018.
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STOCKFOUR/SHUTTERSTOCK.COM
tarefas e gravar o podcast ou programas de computador e de fácil utilização. Um
em partes separadas, a serem dos mais conhecidos é o Audacity, que é gratuito, está
reunidas ao final. Isso pode disponível para diferentes sistemas operacionais e pode
evitar problemas, como a ser utilizado off-line.
perda de todo o arquivo ou Quando o podcast estiver pronto, basta compartilhá-lo na
a necessidade de ajustes. internet e apresentá-lo aos colegas em sala de aula.
Também é uma forma de
revisar o que foi produzido,
corrigindo problemas na
gravação ou ajustando
informações que geraram
dúvidas.
A gravação precisa ser feita
em um local silencioso para
impedir que outros sons sejam
registrados e atrapalhem a
escuta do podcast. O microfone
deve ficar acima ou abaixo da
boca para evitar que capte
sopros e ruídos do ambiente.
Estudante entrevista
uma pessoa para
um podcast.
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5O passo Conclusão
Faça um resumo do trabalho mostrando aquilo que foi aprendido. Procure se expressar com clareza.
6O passo Apresentação
Faça uma lista das obras e publicações empregadas na sua investigação. A bibliografia deve
incluir dados sobre todo o material utilizado para desenvolver a pesquisa, inclusive endereços dos
sites consultados na internet.
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4O passo Divulgação
Depois de pronto, o meme pode ser divulgado na internet. Para isso, é possível usar as várias redes
sociais. O propósito é ser uma ideia simples e de fácil compartilhamento; por isso, se seus amigos e
conhecidos desejarem, também podem compartilhar seu meme nas redes sociais deles.
FOCA: ERIC ISSELEE/SHUTTERSTOCK.COM, SALA DE AULA: WAVEBREAKMEDIA/SHUTTERSTOCK.COM
Meme “Foca
na aula”, 2018.
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ISBN 978-85-96-03504-0
9 788596 035040