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A concepção da Matemática através da história

Taciana Rodrigues Pombo


Licenciada em Matemática (UFOP)

Claudiney Nunes de Lima


Orientador do CEAD/UFOP e professor da Universidade Federal de São João del Rei /UFSJ – MG

A história da Matemática aduz os primeiros registros de pensamentos


matemáticos que marcaram o desenvolvimento dessa ciência no início da Pré-História.
Com o surgimento das primeiras deduções lógicas, decorrentes das necessidades práticas
de sobrevivência, como aponta Silva (2014), sobrepostas em teorias, expressões e
fórmulas utilizadas no cotidiano, a Matemática e as civilizações evoluíram praticamente na
mesma proporção.
Compreendida como ciência do raciocínio lógico e abstrato, a Matemática
apresenta várias linhas de estudos e, em suas particularidades, a magnitude existente em
cada uma delas. Considerando as diversas tendências educacionais e a busca pela
melhoria de ensino e da aprendizagem da Matemática, o presente trabalho busca investigar
de que forma a Matemática historicamente contada pode contribuir para o processo de
ensino-aprendizagem agregada com outros recursos que possam motivar o interesse dos
alunos pela disciplina e amenizar a dificuldade no aprendizado. Nesse sentido, Chaquiam
(2017, p. 14) ressalta que, diante de algumas pesquisas, alguns autores acreditam que o
uso da História da Matemática contribui para o desenvolvimento cognitivo do aluno, poisa
história da Matemática, combinada com outros recursos didáticos e metodológicos, pode
contribuir para a melhoria do ensino e da aprendizagem da Matemática, emerge como uma
possibilidade de buscar uma nova forma de ver e entender a Matemática, tornando-a mais
contextualizada, mais integrada às outras disciplinas, mais agradável, mais criativa, mais
humanizada (Chaquiam, 2017, p. 14).
Entretanto, o papel do educador como agente transmissor de conhecimento
reflete sua importância no processo de ensino-aprendizagem no qual a tipologia
metodológica utilizada atua como ferramenta principal. Ademais, percebemos que esse
processo está além do ensino mecânico, tomado por repetição e memorização, visto que
professor e aluno podem caminhar juntos, porque, se o educador articula o conhecimento
matemático como coadjuvante da libertação do aluno como agente social, saberá que este
terá de dominar com competência, e não sem esforço, aqueles conteúdos matemáticos que
serão úteis para uma melhor atuação na sociedade (Piovesan et al., 2008, p. 3).
Sendo assim, é possível perceber que, para evitar que a aplicação da Matemática se desvie
do seu sentido real, é recomendável envolver na metodologia de ensino mecanismos que
deem significados ao estudo dessa disciplina, compreendendo que a Matemática não é
apenas uma simples ferramenta inventada para compreender o mundo natural, pois ela é
de fato verdadeira, real, e está presente em todo lugar.
Aprender Matemática é mais do que manejar fórmulas, saber fazer contas ou
marcar x nas respostas: é interpretar, criar significados, construir seus próprios
instrumentos para resolver problemas, estar preparado para perceber esses mesmos
problemas, desenvolver o raciocínio lógico, a capacidade de conceber, projetar e
transcender o imediatamente sensível (Paraná, 1990, p. 66, apudPIOVESAN et al., 2008).
Irene de Albuquerque (s.d), referenciada por Kashiwakura et al. (2013), destaca as frases
que revolucionaram o ensino da Matemática, “um bom ensino da Matemática forma
melhores hábitos de pensamento e habilita o indivíduo a usar melhor sua inteligência”,
enfatizando que a metodologia de ensino faz uma grande diferença.
Todavia, a aprendizagem da Matemática necessita de procedimentos que
possibilitem ao aluno a concessão do saber matemático estabelecendo sentido e
significado, criar estratégias e construir novos caminhos. Diante disso, o que se procura
investigar aqui é: quais são as possíveis causas que levam à dificuldade de aprendizagem
e à rejeição da disciplina de Matemática, bem como os métodos que estão sendo utilizados
para sanar esse problema?
Em busca de uma possível resposta, foi produzido este trabalho científico de
cunho dissertativo, observando argumentações em outros materiais já publicados, como
artigos, dissertações e monografias, entre outros, defendendo pontos de vista comuns entre
eles correlacionados ao tema aqui presente. Logo, os parâmetros deste trabalho se dão por
meio de revisão bibliográfica, cuja metodologia engloba estudo, leitura e pesquisa em
outros materiais mencionados anteriormente.
Partindo da introdução, o trabalho é estruturado por capítulos e discussões que
definem a importância de utilizar a História da Matemática na metodologia de ensino
embasando a origem da Matemática e sua trajetória ao longo dos tempos, enfatizando
também as relações dos símbolos, fórmulas e outras linguagens matemáticas presentes no
cotidiano. Em sequência, a prática de ensino caracteriza fases de tendências educacionais
que julgam as relações entre professor e aluno dentro da sala de aula. Por fim, os resultados
e discussões apresentados no trabalho contribuem para o objetivo geral da pesquisa, no
qual adotar procedimentos metodológicos criando estratégias que auxiliam na concepção
da Matemática possibilita ao aluno a concessão do saber matemático com mais praticidade.
Cabe ressaltar que as ideias extraídas de outros trabalhos científicos foram fundamentais
para elaborar este estudo e, buscando referenciar esses autores que trabalham à luz do
tema, será construído um referencial teórico que trará conceitos e concepções
apresentados a seguir.

Um breve histórico do desenvolvimento da Matemática: os


primórdios, a escrita e o sistema de numeração
“Os números governam o mundo”
Pitágoras, 585-495 a.C.

Acreditamos que os primeiros vestígios da Matemática iniciaram com os povos


primitivos ainda nos tempos da caverna. Rossetto (2013) frisa que ainda no início da Idade
da Pedra as principais atividades dos primatas eram a caça e pesca, extraindo da natureza
todos os meios para manter a sobrevivência. De acordo com Miyaschita (2002), o processo
de contagem surge antes mesmo da escrita, na percepção entre semelhanças e
desigualdade, poisna percepção de quantidade pelo homem primitivo era praticamente
intuitiva, como a dos animais. A contagem para o homem era: um, dois e muitos, ou seja,
a partir de um grupo de três ou quatro objetos o homem dizia simplesmente que havia
muitos objetos nesse grupo (Miyaschita, 2002, p. 5).
Além disso, Miyaschita (2002) afirma que a ideia de diferenciar “muitos ou
poucos” acontece ainda na Idade da Pedra, através da caça; mais tarde, os primatas
acabam se tornando nômades, por deixarem suas cavernas em busca de outros lugares
que lhes proporcionassem mais recursos alimentícios, entendendo ainda que o homem
passa a construir sua própria civilização, cultivar seu próprio alimento e se dedicar à criação
de animais. Segundo confirmam especialistas, os primeiros indícios do processo de
contagem são encontrados em marcações em ossos e bastões de madeiras, além da
utilização de partes do corpo como dedo das mãos e pés. Essa síntese pode ser confirmada
por Mol (2013), ao dizer que partes do corpo, como os dedos das mãos ou dos pés,
funcionaram como instrumentos de contagem naturais. Pedregulhos, conchas ou grãos,
bem como marcas no chão, na areia, em ossos ou madeira, poderiam ser empregados para
quantificar o número de pessoas em uma população, de animais em um rebanho ou ainda
o número de dias decorridos de determinado evento (MOL, 2013, p. 13).
No entanto, o crescimento das civilizações e a permanência nos locais
acarretaram a produção de mais alimentos e, diante da necessidade de controlar os bens
comerciais, surgiu a escrita, marcando o fim da Pré-História e o início da História.
Posteriormente aos primeiros vestígios de pensamentos matemáticos advindo das culturas
primitivas, a Matemática evoluiu no Egito e na Mesopotâmia.
A necessidade de registrar determinados objetos simbolicamente de maneira
unificada e organizada em grupos pressupõe, de acordo com algumas descobertas
arqueológicas, que o desenvolvimento da escrita aconteceu após o processo de contagem.
Desse modo, transformar os resquícios de contagem grafadas em materiais primários e
correspondê-los numericamente foi um grande avanço para a humanidade, dando início a
um novo sistema de numeração.
O sistema de numeração, como trata Mol (2013), foi desenvolvido na
Mesopotâmia, assumindo modelos numéricos por meio de símbolos e se aperfeiçoando em
outras regiões. Entretanto, Miyaschita (2002, p. 5) afirma que “os primeiros registros de
escrita numérica são os dos egípcios e os dos sumérios, surgidos por volta de 3500 a.C.”.
Paralelo ao sistema de numeração, Mol (2013) defende que as necessidades práticas da
civilização egípcia serviram de estímulo para o desenvolvimento da Matemática. Silva
(2014) assume que os grandes progressos que marcaram o fim da Pré-História se
pronunciaram com bastante intensidade e rapidez no Egito, porque os egípcios, além de
adotar um modelo de sistema de numeração de base 10 não posicional, em que diferentes
símbolos representavam 1, 10, 100 etc. e que cada símbolo poderia repetir por diversas
vezes, como trata Mol (2013), registros encontrados em papiros, documento da época,
mostram que os egípcios também tinham grande domínio nos cálculos geométricos. Os
papiros de Rhind, os mais célebres, contêm 84 problemas de Geometria e Aritmética,
seguidos de resoluções. Já o papiro de Moscou era composto por 25 problemas envolvendo
cálculos de volume de pirâmides de base quadrada.
Os romanos, segundo Silva (2014), adotaram as letras I, V, X, L, C, D, M (1, 5,
10, 50, 100, 500 e 1000) para especificar os números, em que apenas os algarismos I, X e
C podem repetir até três vezes e quando são colocados à esquerda de outro algarismo
maior efetuam como subtração. Geralmente os algarismos romanos também são utilizados
para indicar séculos, capítulos de livros, horas, nomes etc.
Miyaschita (2002, p. 30) salienta que “os gregos utilizavam um sistema de numeração
semelhante ao sistema romano, valendo-se de letras de seu alfabeto para representar os
números”, formando números a partir de uma série de símbolos gregos agrupados.
Ademais, as letras do alfabeto grego também servem para denotar símbolos matemáticos
que utilizamos atualmente.
Por fim, entre diversos modelos numéricos adotados pelos povos antigos,
contamos com o mais célebre sistema de numeração, que revolucionou a escrita numérica,
o indo-arábico, composto por dez algarismos representando os números 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,
7, 8 e 9, podendo a partir deles representar qualquer quantidade numérica; é o mais popular
e mundialmente conhecido.
Teoricamente, compreendemos que o sistema de numeração foi a primeira
transformação matemática devido às necessidades humanas, partindo do concreto para o
abstrato. Com o surgimento dos números, a partir do processo de contagem, foi possível
realizar operações elementares entre eles, compreendendo um universo chamado
Aritmética. Por um processo abstrato, a Aritmética destacava em um dos quatros campos
de estudo da escola pitagórica. Logo, Pitágoras, em sua filosofia, conjura os números como
entidade mística e objeto de devoção.
De acordo com Mol (2013), os pitagóricos compreendiam o universo por meio da
Aritmética implicando que “todas as coisas são números”. E a partir da introdução dos
números foi possível florescer outros campos de estudos relacionados à Matemática.
Ademais, não obstante o desenvolvimento da escrita numérica simbólica, acredita-se ainda
que as atividades práticas e comerciais foram pioneiras para representar os números em
forma de conjuntos. Analogamente a essa ideia, foram desenvolvidos os conjuntos
numéricos, especificando a utilidade e a característica de cada um, que serão apresentadas
no tópico a seguir.

A contribuição da Matemática para o desenvolvimento da


humanidade
Resquícios deixados pelas civilizações primárias mostraram, segundo registros
históricos, os primeiros indícios da evolução da Matemática a partir de deduções e
pensamentos lógicos, nos quais a maneira com que o homem passou a enxergar o mundo
deu origem a grandes descobertas. Consideradas por Boyer (2012) como ciência dos
números, grandezas e formas, as atividades matemáticas advindas da consciência humana
refletem na Aritmética, contagem e modelos geométricos. Ainda na Antiguidade, em virtude
de grande parte da Matemática da civilização egípcia basear-se em papiros, as
necessidades práticas influenciaram a invenção do calendário, a construção de pirâmides
e outros monumentos grandiosos. Essa síntese é ressaltada por Boyer (2003, p. 2, apud
Rossetto, 2013, p. 22) ao dizer que os egípcios foram os primeiros a utilizar um calendário,
tomando por referência o sol. Interessados em Astronomia, puderam observar que as
enchentes do Nilo eram separadas em 365. Dessa observação surgiu o calendário, que é
dividido em 12 meses de 30 dias. Além do calendário, os egípcios construíram as pirâmides
de Gizé, monumentos avançados para a época” (Boyer, 2003, p. 2, apud Rossetto, 2013,
p. 22).
Em face dos conhecimentos matemáticos obtidos pelos egípcios, a Geometria
egípcia ocorre a partir das medições, como afirma Ferreira (2016):
a Geometria egípcia teve suas origens na medição de terras. Nas fontes históricas
matemáticas da civilização egípcia há problemas relacionados à medição de terras e, a
partir de uma necessidade de calcular áreas de terrenos e volumes, havia um sentido
prático para tais coisas-(Ferreira 2016, p. 16).
Do ponto de vista astronômico, o estudo da Geometria teve sua contribuição para
o desenvolvimento da humanidade. Segundo Bandeira (2017, s/p), “a Astronomia se
desenvolveu como um ramo da Matemática precisamente com os gregos, mudando então
a forma de pensar sobre os astros celestes”. Com os estudos astronômicos a partir dos
movimentos celestes, foi possível criar o calendário, dividir o tempo em horas, dias, meses
e anos. Esses estudos também contribuíram para a construção de instrumentos náuticos
devido à ocorrência da expansão marítima no século XV, como apontam Fernandes et al
(2011, p. 63, apud Gonçalves, 2018, p. 20):

em se tratando de contribuição na construção de instrumentos para


facilitar os navegadores, a Universidade de Lisboa, a partir do século
XIII, destacou-se na construção de três instrumentos náuticos
importantíssimos, ajudando de forma considerável os homens ao mar:
a balestilha, o quadrante e o astrolábio náutico (Fernandes et al., 2011,
p.63, apudGonçalves, 2018, p. 20).

Entretanto, esses instrumentos foram construídos baseados em cálculos relacionados ao


estudo da Trigonometria, em determinar medidas de alturas e distâncias, realizado por
grandes filósofos matemáticos como Tales de Mileto, Pitágoras, Hiparco, Arquimedes,
Ptolomeu e outros. Atualmente, cálculos como esses são utilizados em triângulos
retângulos para medir distâncias, comprimentos e profundidades de locais de difícil acesso.
Nesse sentido, percebemos que a Matemática foi pioneira para o desenvolvimento da
Astronomia segundo o estudo da Geometria e da Trigonometria. Isso significa que,
independentemente do ramo que a procede, a Matemática sempre deixa sua contribuição
no âmbito social. Além disso, Mol (2013) a considera uma disciplina indispensável para a
formação do cidadão, porque no mundo atual, mesmo tendo diversos campos que
abrangem a aplicação da Matemática, os modelos matemáticos influenciam não só nas
questões sociais e econômicas, mas também as questões científicas, promovendo o
avanço tecnológico e conceitual de outras áreas da ciência, como frisa Gayo (2012).
Em todas as partes, a Matemática foi fundamental para a evolução do homem,
seja pela busca por soluções de problemas diários ou para desvendar o oculto existente no
universo. Todavia, para melhor compreender o significado da Matemática, a metodologia
de ensino influencia diretamente o aprendizado, sendo essencial para a construção do
conhecimento. Assim sendo, serão apresentadas a seguir a busca e o progresso por uma
melhoria da qualidade do ensino da Matemática no seu contexto histórico.

Resultados e discussões
A realização deste trabalho submete a investigação de elementos que possam
complementar a prática pedagógica do ensino da Matemática ao processo de ensino-
aprendizagem. A busca pela melhoria do ensino de Matemática vem sendo questionada ao
longo dos anos e tem sido tema de diversos trabalhos científicos. Por essa razão buscamos
esclarecer e responder: quais são as possíveis causas que levam à dificuldade de
aprendizagem da Matemática, bem como os métodos que estão sendo utilizados para
sanar esse problema? Apresentamos questões conceituais mais aprofundadas sob o olhar
de outros autores buscando enfatizar os conceitos textuais do desenvolvimento da
Matemática desde sua origem até os dias atuais. Com isso, o processo de investigação
permitiu conjecturar que, devido à complexidade que o estudo da Matemática carrega, a
falta de conexão com num contexto de resolução de problema impede que o aluno
desenvolva capacidade de lidar com a atividade matemática, promovendo a dificuldade de
aprendizagem.
Entretanto, a metodologia de ensino empregada pelo professor também
influencia a aprendizagem, visto que procedimentos adotados em diferentes décadas
assumiram papel ineficaz para o desenvolvimento intelectual do aluno, destacados nas
tendências educacionais. Dessa forma, o acúmulo de informações por um ensino
mecanizado resultou em um processo de aprendizagem por repetição, e com isso
influenciou a busca pela melhoria de ensino através do Movimento da Matemática Moderna.
Esse movimento intensificou o ensino da Matemática, modernizou o currículo escolar e
influenciou o uso da História da Matemática no processo de ensino-aprendizagem,
objetivando também novas propostas alternativas para ação pedagógica, como a
Etnomatemática.
Por essa e outras razões, a utilização da História da Matemática é reconhecida
como elemento potencializador no processo de ensino-aprendizagem, pois demonstra
como teorias e práticas foram criadas, proporcionando a concepção da Matemática através
da história. Os recursos didáticos, ainda que seja uma alternativa agregar recursos
pedagógicos e/ou tecnológicos que empregam informação necessária para auxiliar na
compreensão da Matemática, podem e devem ser utilizados para facilitar o conteúdo e
despertar habilidade, entendimento e criatividade nos alunos.
Outro fator importante nesse processo de ensino-aprendizagem é o papel do
professor, pois ele irá exercer as funções metodológicas e epistemológica, ou seja, criar
condições para que o aluno aprenda a partir do seu conhecimento científico. Nesse caso,
o papel do professor é abrangente, pois durante o processo de ensino-aprendizagem ele
precisa ser estimulante, interativo, perceptivo, criativo e procurar conhecer as condições
socioculturais do indivíduo. Com isso, esperamos que o resultado desta pesquisa
proporcione aos leitores uma visão mais ampla sobre a importância da Matemática em
nossas vidas e que os dados aqui apresentados possam contribuir positivamente para o
ensino da Matemática, principalmente na didática em sala de aula.

Considerações finais
A luta pela sobrevivência contribuiu significativamente para o desenvolvimento
da Matemática no mundo. A partir da História, foi possível compreender que o
conhecimento matemático deriva de um longo processo multicultural.
Embora a Matemática possa ser considerada um grande obstáculo por trazer
consigo em suas etapas alto rigor de raciocínio e fundamentação teórica, é possível mostrar
que introduzir a História da Matemática na didática em sala de aula pode se tornar um
grande aliado para o processo de ensino-aprendizagem, enriquecendo a metodologia e
concedendo uma visão mais ampla do conceito matemático em relação ao mundo, e, dessa
forma, conectar a Matemática com a realidade, mostrando que essa disciplina não foi uma
invenção, mas sim uma descoberta presente que se ocultava no universo.
Quanto à metodologia, acreditamos que a verdadeira aprendizagem é aquela
introduzida na realidade, buscando conceitos e métodos que elevam o pensamento
cognitivo do aluno. Mesmo sabendo que é um grande desafio conectar a Matemática com
a realidade, o professor precisa buscar métodos inovadores ao apresentar sua didática. A
utilização de recursos didáticos adequados ao conteúdo, além de amenizar a defasagem
no processo de ensino, possibilita ao aluno compreensão necessária para abstrair melhor
a Matemática em diversos ângulos. Por fim, considerando todos os argumentos aqui
apresentados no decorrer da pesquisa, podemos inferir que, embora o ensino de
Matemática tenha progredido nos últimos anos, ainda há muito a se fazer. Enquanto isso,
é preciso inovar a didática com recursos e estratégias que vão além da sala de aula,
mostrando a Matemática em diversos campos da atividade humana.

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