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Sonia Castellar

Igor de Paula
9
Geografia
ENSINO FUNDAMENTAL
ANOS FINAIS
COMPONENTE CURRICULAR:
MANUAL GEOGRAFIA

DO
PROFESSOR
9
Geografia
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
COMPONENTE CURRICULAR:
GEOGRAFIA

MANUAL
DO
PROFESSOR

SONIA MARIA VANZELLA CASTELLAR (Sonia Castellar)


Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP).
Mestra em Didática pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Livre-docente na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Professora titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

IGOR RAFAEL DE PAULA (Igor de Paula)


Licenciado em Geografia pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG).
Mestre em Ciências (Geografia Humana) pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).
Professor da rede privada no município de São Paulo (SP).

1a edição
São Paulo • 2022
A Conquista – Geografia – 9o- ano (Ensino Fundamental – Anos Finais)
Copyright © Sonia Maria Vanzella Castellar, Igor Rafael de Paula, 2022

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira


Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Edição Deborah D’ Almeida Leanza (coord.), Aroldo Gomes Araujo,
Camila de Souza Peixoto Ribeiro, Lucas Abrami, Mariana de Lucena
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.),
Carolina Machado
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Andréa Dellamagna (coord.),
Sergio Cândido
Projeto de capa Sergio Cândido
Imagem de capa Richard Sharrocks/Getty Images
Arte e Produção Vinícius Fernandes (coord.),
Sidnei Moura, Jacqueline Nataly Ortolan (assist.)
Diagramação Nany Produções Gráficas
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
Licenciamento de textos Amandha Baptista, Érica Brambila
Iconografia Isabela Cristina Di Genaro, Jonathan Santos
Ilustrações Alex Silva, André Vazzios, Bentinho, Dacosta, Dawidson França,
Marcos Guilherme, Mozart Couto, Renan Leema, Sonia Vaz
Cartografia Allmaps, Dacosta Mapas, Ericson Guilherme Luciano,
Robson Rocha/K2lab Design, Selma Caparroz, Sonia Vaz

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Castellar, Sonia Maria Vanzella
A conquista geografia : 9o- ano : ensino
fundamental : anos finais / Sonia Maria Vanzella
Castellar, Igor Rafael de Paula. -- 1. ed. --
São Paulo : FTD, 2022.

Componente curricular: Geografia.


ISBN 978-85-96-03523-1 (aluno)
ISBN 978-85-96-03524-8 (professor)

1. Geografia (Ensino fundamental) I. Paula, Igor


Rafael de. II. Título.

22-114771 CDD-372.891
Índices para catálogo sistemático:
1. Geografia : Ensino fundamental 372.891
Eliete Marques da Silva - Bibliotecária - CRB-8/9380

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste


Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 livro foram produzidas com fibras obtidas de
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à árvores de florestas plantadas, com origem
certificada.
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central.relacionamento@ftd.com.br Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
E S E N T A Ç Ã O
APR
Cara professora e caro professor,
O conhecimento geográfico é como uma rede: ele é construído por meio
de um “tear” que liga “fios” de diferentes lugares, paisagens e culturas.
Esses fios criam uma trama que nos permite conhecer e entender as ações
das pessoas em diferentes tempos. Estamos sempre em movimento, nada
permanece estável, e essas transformações ocorrem no tempo e no espaço.
Para conhecer os motivos das mudanças e decifrá-las, lançamos mão do uso
de mapas, livros, fotos, textos e outras representações.
Ao observarmos a realidade, lemos o mundo por meio do conhecimento
geográfico, construído com base nos conceitos de lugar, território, natureza,
paisagem, região, tempo e sociedade, percebendo a importância das ações
das pessoas na transformação do ambiente, dos elementos físico-naturais e
da apropriação dos recursos da natureza.
Por isso, pensamos esta obra como um meio de fomentar a vontade
de aprender. Acreditamos que, por meio de questionamentos e do espírito
investigativo, podemos entender a realidade e os contextos existentes em
diferentes espaços e tempos. Por meio deste Manual, oferecemos a você,
professora, e a você, professor, estratégias de formação continuada e suges-
tões de metodologias que possam auxiliá-los a ampliar conceitualmente as
práticas pedagógicas, além, é claro, de apresentar o Livro do estudante e
as orientações específicas que podem contribuir para o desenvolvimento de
aulas, trabalhos de campo, avaliações etc.
O grande objetivo deste trabalho é propiciar o que é necessário para que
os estudantes assumam seu processo de aprendizagem e tenham parâmetros
e valores consistentes para definir seus projetos de vida.
Desejamos um excelente trabalho!
Os autores.
SUMÁRIO
CONHEÇA O MANUAL DO PROFESSOR ........................................ VI
CONHEÇA O LIVRO DO ESTUDANTE ............................................ VIII
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A COLEÇÃO ....................................X
1 Propostas teórico-metodológicas da obra e a BNCC ............... X
1.1 Uma visão geral ............................................................................................ X
1.2 Competências ................................................................................................ X
1.3 Unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades ...XIII
1.4 Articulação da obra com a BNCC .....................................................XVIII
1.5 Categorias geográficas ........................................................................XXIII
1.6 O trabalho com os Temas Contemporâneos Transversais ...... XXIV

2 O pensamento espacial........................................................................XXVI
2.1 Fundamentos .......................................................................................... XXVI
2.2 Relação entre o pensamento espacial e o conteúdo
da obra..................................................................................................... XXVII
2.3 Conexão pedagógica entre Cartografia e Geografia ............XXVIII

3 Aspectos estruturais da obra ........................................................... XXIX


3.1 Metodologias ativas de aprendizagem ........................................ XXIX
3.2 Mais sugestões de metodologias .............................................. XXXVIII
3.3 O pensamento computacional ............................................................. XLI
3.4 Estrutura geral .........................................................................................XLIII

4 Avaliação e construção de conhecimento................................ XLIV


5 Referências bibliográficas comentadas ........................................ XLV
6 Quadro de conteúdos, objetos de conhecimento,
competências e habilidades da BNCC e
planejamento do volume ................................................................. XLVIII
6.1 Volume do 9º- ano ................................................................................ XLVIII

7 Avaliações do volume 9 ................................................................................L


ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS DO VOLUME 9

UNIDADE 1
AS RELAÇÕES ENTRE O ORIENTE E
O OCIDENTE .......................................................................................................... 12
CAPÍTULO 1 Os Orientes e os Ocidentes .......................................................14
CAPÍTULO 2 Os mapas e as diferentes visões de mundo ....................... 26

UNIDADE 2 O MUNDO GLOBALIZADO ................................................ 42


CAPÍTULO 3 Os sistemas coloniais .................................................................. 44
CAPÍTULO 4 As interculturalidades e as identidades .............................. 58

UNIDADE 3
AS POPULAÇÕES E AS PAISAGENS NATURAIS
DA EUROPA, ÁSIA E OCEANIA .................................................................. 72
CAPÍTULO 5 As características populacionais ..............................................74
CAPÍTULO 6 Os componentes físico-naturais da Eurásia
e Oceania .............................................................................................................. 90

UNIDADE 4
PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA E INDUSTRIAL
DA EUROPA, DA ÁSIA E DA OCEANIA............................................... 106
CAPÍTULO 7 As relações de produção agropecuária ............................. 108
CAPÍTULO 8 O desenvolvimento industrial na Europa e na Ásia...... 125

UNIDADE 5
URBANIZAÇÃO E AS REDES DE
CIDADES GLOBAIS........................................................................................... 146
CAPÍTULO 9 As cidades na Europa e Ásia .................................................. 148
CAPÍTULO 10 As cidades globais ................................................................... 164

UNIDADE 6
AS DINÂMICAS E OS CONFLITOS
TERRITORIAIS ..................................................................................................... 182
CAPÍTULO 11 Estado-nação, território e fronteira.................................. 184
CAPÍTULO 12 Os conflitos e as fronteiras ................................................... 201

UNIDADE 7 A GEOPOLÍTICA DAS FONTES DE ENERGIA .......... 222


CAPÍTULO 13 Os recursos naturais na Eurásia .......................................... 224
CAPÍTULO 14 A produção energética e a cadeia produtiva ............... 238

UNIDADE 8
O SISTEMA FINANCEIRO E AS
CRISES AMBIENTAIS ...................................................................................... 256
CAPÍTULO 15 O sistema financeiro mundial ............................................. 258
CAPÍTULO 16 As pressões nos ambientes físico-naturais ..................... 272
CONHEÇA O MANUAL DO PROFESSOR

ORIENTAÇÕES GERAIS ORIENTAÇ


ÕES GERA
IS PARA
1 Prop A COLEÇÃ
ostas teórico-m O
1.1 • Um etodológ
a visão
geral
icas da ob
A Lei de
Diretrize ra e a BN
inspirada
nos
s e Bases
da Educaçã CC
do educand princípios de liber o (LDB),
o, seu prep dade e nos no seu artig

Propostas teórico-metodológicas da
Base Nac aro para ideais de o 2o, expl
ional Com o exercício solidarie ica que “[a]
visando um Curr da cidadan dade hum educaçã
a uma form icular (BNC ana, tem o, dever
fixados con ação C) garante, ia e sua por finalidad da família
teúdos mín crítica e cidadã, por qualifica eo e do Esta
ção para
valores cult imos para corroborand meio das competê o trabalho pleno desenvolvim do,
urais e artís o Ensino o o artig ncias gera ” (BRASIL, ento
ticos, naci Fun o 210 da is, o dese
É com base onais e regi damental, de man Constitu nvolvimento 1996, p. 7). A

ARGUMENTAÇÃO
nesses prin ona eira ição Fede dos estu

obra e a BNCC
Básica – is” (BRASIL, a asse ral de 198
trução do
que orga
nizamos
cípios –
e ainda 1998, p. gurar form
ação bási 8, que prev dantes,
a obra, estr compree 124). ca ê: “Serão
conhecimen utur nde ndo a imp com um e resp
a constru
ção do con to e supera a dico ada em uma con ortância
do ensino
eito aos

ORAL
pode ser hecimen tomia entr cepção de de Geo
levada tant to escolar e ensino e
o pelos como proc as ações humana de aprendiz grafia em toda
Assim, das sentidos s e os elem agem que a Educaçã
assumid abordag quanto pela esso, consideram entos físic dá ênfase o
as nesta ens para s relações os que a o-natura à cons-
o ensino percepçã
obra do o
6 ao 9 o e a aprendiz e conexõe
s presente o dos fenô is. Ao ponderarmo
• a artic ano, con agem apre s no cotid menos e s
ulação sentadas da realidad

Principais conceitos e temas da Geografia nos anos finais


sideramos iano.
pensamento e a indissociabil relevante na BNCC
e da conc
e
espacial idade da destacar

COMPETÊNCIAS
dos estu Cartogra : epçã o teórico-
• a importâ dantes; fia em rela metodológi
ncia da Cart ção à edu ca,
principalme ografia com cação geo
nte nos o linguage gráfica e
Anos Fina m no proc ao dese

do Ensino Fundamental, quadros de competências e de SOCIOEMOCIONAIS


• a conside is; esso de nvolvimento
ração do ensino e do
portanto encadea de aprendiz
, a conexão mento agem no
interação de categori dos conteúdos, Ensino Fun
com o con as, conceito princípio damenta
A aprendiz hecimen
to geográf s e método s e conceitos l,
que com agem, na ico. s geo à vivência

habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e suas preende pers gráficos dos estu
impulsio mos a con pectiva teórica em sala
de aula, dantes –
facil
nadoras stru soci oconstrutiv por mei itan
, críticas ção do o do estím do,
e mediada conhecimento geo ista assumida
Esses selos indicam que
estudantes
quanto à nesta obra ulo à
de estudo, realidade s por dife gráfico em
oferecen na rentes sabe sala de aula , tem imp
do explicaç qual vivem e em res; com por mei
ortância
na

conexões com a obra.


discussõ medida
Assim, o
encade ões coer
entes e mai
que seja
poss es que con o de um ambient em
recorren
do às repr amento dos con s profund ível pôr em jogo siderem
as represen
e com açõe
s
as sobre as
os objetos várias concepções
serão desenvolvidas
nas arm esentaçõ teúdos dest tações dos
adilhas da es para a obra prop e os fenô
presente simplifica a apre acerca dos
na educaçã ção ou das ensão do real õe uma
condução menos. objetos
desde os o geográf abordag e usando que con
anos 198 ica. Essa ens mer abstraçõ sidera
es para
0 e as que
ocorrera
condução amente
considera, mnemôn a assimilaçã a transição cog
icas – desa o do con nitiv
1.2 • Co m no cam
po da didá ainda, as mudança creto, sem a,

orientações específicas
fio pote
mpetênc tica e das s na histó nte e ines cair
capável,
Conhece ias concepç
ões do ensi
ria do pen
samento sempre
dades cog r as competência no e da
aprendiz
geográfico
nitivas, afet s e as hab agem.
ivas e soci ilidades
As situações ais estamos da BNCC
é importa
análogo
s e, com
de aprendiz
isso, perc
agem pod
eberemos
trabalha
em contribu
ndo com
se estamos ir para que eles
avaliand
nte para
os estudan
mob
tes.
que com

o com eficá ilizem os saberes


preenda
mos que
saberes
e capaci-
para as duas
cia e coer e as capa
cidades

competências. Outras
ência. em prob
lemas
, rede e lugar.
território, região
paisagem, nciação e
s • Natureza, ordem, difere
geográfica localização,
Geografia
(estatuto
epistemológic
o) Princípios
Categorias
• Analogia,
padrão espac
.
causalidade
ial, conexão,

se relacionam
o fenômeno
a ser analis
elementos
ado, em um e
físicos natur
ais
D3-GEO-210
5-F2-V6-MPG
-010-047-G2
4-COMUM.in
X
ocorrências aparecem ao
em que iado aos dd 10
• Eventos lugar, assoc
Situação geog
ráfica o tempo e
determinad picas.
às ações antró
Fonte: Elabo
rado espec
ialmente para
esta obra.
longo das orientações,
da obra
e o conteúdo a elaboração estruturada das

2.2 • Relaçã
o entre
o espacial
o pensament considerado parte da metodolog
ia para
da obra. inter- mas nestas atividades há
O pensamento
sendo especiais diferentes
níveis
eia a obra, nas seções 2009) e nos
o espacial perm propostas, sobretudo s em uma
O pensament atividades (JO; BEDNARZ, organizada
o espacial s seções foram
sequências
didáticas das
Basicamente
apoiadas na
taxonomia
do pensament
ELLI, 1996;
1999), as ativid
os mapas (SIMI exames dos mais simpl
ades dessa
es aos mais
complexos
em termos
cognitivos.

um destaque maior.
ARTE

com DO
TAXONOMIA ACIAL
lho
pretativos do
traba referência de
EDITORIA DE

das em uma

espacial
e basea OS ENT O ESP Menor
continuidad HO COM PENSAM
TRABAL
NÍVEIS DE RESENTAÇÕ
ES)
MAPAS (REP

Aspectos
espaciais
Conceitos
Menor primitivos
Localização
de entrada
de raciocínio
Processos
1. Depois de estudar o que é Arqueologia

Os fundamentos do
estruturais da
e sítio arqueológico, você e seu grupo
arqueológico. vão analisar a escola como um sítio
2. Pesquisem as fontes de informação
locais, como arquivos, atas antigas
Análise
que a escola ganhou, livros antigos da Associação de Pais e Mestres,
troféus
cognitiva

da biblioteca, fotografias, brinquedos,


3. Procurem descobrir como a escola materiais esportivos etc.

pensamento espacial, suas


era no início, se sofreu alguma reforma,
o quanto, o que existia nesse espaço se o número de estudantes aumentou
espaciais antes de ela ser construída, se o local e
Conceitos

obra
isso, pesquisem os arquivos disponíveis foi habitado por algum grupo social
e simples e tomem o depoimento de funcionários etc. Para
Exigência

primitivos próxima. antigos e de membros da comunidade


e
cognitiva

de entrada
de raciocínio 4. Façam um relatório escrito sobre
Processos nto o que encontraram na pesquisa.
processame

conexões pedagógicas e
5. Em uma roda de conversa, exponham
seu relatório e atentem-se aos demais
Como instrumentos avaliativos, o grupos.
Exigência

professor pode utilizar o envolvimento


elaboração do relatório e a apresentação dos estudantes, a pesquisa realizada,
Correlação aos colegas. a

sua realização na obra


3.1.10 • Sala de aula invertida
Conceitos
espaciais
primitivos,
simples
e complexos
Algumas das metodologias O ato de inverter, em seu significado,
algo; trata-se, primordialmente, de
carrega naturalmente um sentido
virar alguma coisa em sentido oposto
pressuposto, a sala de aula invertida
mais abrangente do que apenas
ao que está dado. Tomando-se por
“alterar”
é uma metodologia que reorganiza base esse

Síntese
Processos
de entrada,
de raciocínio
processame
e saída
nto

Fontes: Simie
Maior
.
lli (1996; 1999)).
rz (2009
são os assuntos deste ativas, a organização
ou o trabalho dos estudantes em casa,
e aprendizagem.
A inversão dessa lógica compreende
um dado assunto por meio de uma
não apenas o trabalho do professor
mas o próprio modelo de construção

o professor como alguém que possibilita


na escola
do conhecimento nessa relação entre
ensino

aos estudantes tomar conhecimento


Jo e Bedna aula expositiva registrada (que pode de

tópico.
ou de uma sequência ilustrada (uma ser disponibilizada como videoaula,

da obra e a proposta apresentação de slides). Com base por exemplo)


o espacial, com esses materiais, o docente poderá no contato planejado e intencional
Maior do pensament recebê-los em sala de aula para responder dos estudantes
taxonomias deve ser realização de exercícios, pesquisas às suas dúvidas e acompanhá-los
mapas e as e, por isso, e projetos. na
lho com os é complexa
níveis de traba er um mapa A proposta da metodologia da sala
o entre os e compreend de aula invertida reorganiza dois
a comparaçã sária para ler escolar: a ordem de realização das elementos essenciais da chamada

pedagógica são os temas


Ao propormos dade neces atividades e a organização do tempo cultura
que a habili ção Básica.
seguir mostra essa reorganização. e do espaço dessa sequência. O
ndem os destacar da Educa diagrama a
prete Iniciais
desde os Anos
estimulada XXVII Metodologias de sala de aula

deste tópico.
19/08/22
15:38 Tradicional

DE ARTE
ESSL/SHUTTERSTOCK.COM; EDITORIA
.indd 27
47-G24-COMUM
2-V6-MPG-010-0
D3-GEO-2105-F
Antes
Lição de casa da Durante
Primeira exposição de um Depois
aula anterior. Aprofundamento da
novo tema pelo professor.
compreensão do tema por
4 Avaliação Invertida
meio de lição de casa.
e construção de conhecimento
Nesta obra, a avaliaçã
avaliação no cotidian o é compreendida
o escolar, nós nos como parte do
processo de ensino
não é um fato isolado envolvemos também e aprendizagem
ou apenas uma com a prática docent . Quando tratamo
nos permite saber maneira de quantif e e com o currícul s da
se houve ou não icar o conhecimento o escolar. A avaliaçã
aprendizagem. dos estudantes, o
Ao avaliar, deve-se mas um instrum
ter condições de ento que
se há dificuldade diagnosticar os Antes
ou bloqueio). Consid problemas relacion Durante
de aula tem o eramos que a avaliaçã ados à aprendizagem Primeira exposição Depois

Avaliação
potencial de fornece o é um process (se cognitivo ou Aprofundamento do aprendizado
ou não ser repensa r instrumentos e o e que cada propos afetivo; por meio de vídeos Revisão do tema e extensão
do. Podemos, portant dados para avaliar ta desenvolvida por meio de projetos, atividades,
a avaliação: o quê? o, com base nessa se o caminho que na sala ou leituras. do aprendizado + preparação
Como? Por quê? reflexão, conside estamos percorr com mediação do professor.
avaliação será mais Quem? Para quê? rar cinco questõ endo deve para a próxima aula
tranquilo e coerent Tendo claras as es básicas para
e com o projeto respostas para se pensar
O que avaliar? Como educacional trabalh essas questões,
definir uma avaliaçã ado. o processo de Elaborado com base em: FLIPPED
ser trabalhados? o? Quais são os Classroom Field Guide, 2016.
Como os estudan seus objetivos?
reflexão acerca tes adquiriram Que tipos de conteú
do processo de
ensino e aprend
o conhecimento
? Questões como do e informação
devem
XXXVI
classificatório. izagem e evitar essas podem contrib

Uma discussão da
a prática do bullying.
que as avaliaçõ
es tenham apenas uir para uma socioemocional, pode ajudar a combater
Entendemos que caráter quantitativo de 1996. Estabelece as
tenha uma visão
as atividades, como
do andamento exercícios, pesquis
as e trabalhos em
e 5 Referências bibliográficas BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro
diretrizes e bases da educação nacional.
Diário Oficial da União,
com uma concep do processo de grupo, devem ser D3-GEO-2105-F2-V6-MPG-010-047-G24-COMUM

conceito e, conseq
ção de aprendizagem
, uma vez que
aprendizagem dos
estudantes. Esses
procedimentos
avaliadas para que
se
comentadas ano 134, n. 248, p. 27833-27841, 23
dez. 1996.
o sistema escolar do Brasil,
.indd 36

avaliação como ato Aprovada em 1996, a lei regula todo


uentemente, para se conectam a estão relacionados
o desenvolvimen estratégias empreg Daniela Melaré Vieira. Estilos
Acreditamos que to de um conteú adas para a constru AMARAL, Sérgio Ferreira do; BARROS, garantindo o direito à educação.
o objetivo princip do. ção de um de uso das tecnologias
pensamento científic al é auxiliar os de aprendizagem no contexto educativo de pesquisa
o – e essas operaçõ estudantes na SOBRE NOVAS BRASIL. Ministério da Educação. Metodologia
sala de aula. Operar es mentais devem organização do digitais interativas. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL Disponível em: http://
mentalmente é ser incentivadas pensamento e
na formação do DIGITAIS NA EDUCAÇÃO, na escola. Brasília, DF: MEC, [20--]b.
agir sobre o pensam pelos professores COMPETÊNCIAS EM TECNOLOGIAS o/praticas/
basenacionalco mum.mec.gov.b r/implementaca
auxiliar os estudan

contínuo e como
tes para que sejam ento, é dar sentido em diversos momen [...]. São José dos Campos,
1., 2007, São José dos Campos. Anais ologia-de-
caderno-de-praticas/aprofundamentos/192-metod
capazes de reconst ao conhecimento tos em
Por isso, a avaliaçã ruir por si sós aquilo que se está adquiri nicamp.br/lantec/pt/tvdi_
o torna-se um recurso 2007. Disponível em: http://lantec.fae.u 2022.
de todo o process que aprenderam. ndo, é
ago. 2022. pesquisa-na-escola. Acesso em: 7 jun.
portugues/daniela.pdf. Acesso em: 18
o educativo. O a ser utilizado não
apenas em um na escola como um trabalho
de construção de professor deve, context o contexto da utilização Aborda os procedimentos de pesquisa
um jogo ou de portanto, utilizar
diversos instrum
o de prova formal,
mas ao longo O artigo analisa os estilos de aprendizagem e de estudo.
para a realização uma maquete, entos de avaliaçã sistemático e interdisciplinar de orientação

esse componente do
de uma avaliaçã de trabalho de de recursos tecnológicos.
o do desempenho campo, entre outras, o, como atividades de diagnóstico inicial
A avaliação individu de modo a ter Desenvolvime nto BRASIL. Ministério da Educação. Métodos
dos estudantes,
individu elementos variado BRACKMANN, Christian Puhlmann. Brasília, DF: MEC,
educativo e, fundam al é necessá ria para que os alment e e/ou em grupo. s l através de atividades e processos de avaliação diversificados.
estudantes se certifiq do pensamento computaciona alcomum.mec.gov.br/
curamos fornece
entalmente, para
avaliar a aprend uem de suas respon Tese (Doutorado em [20--]c. Disponível em: http://basenacion
desplugadas na educação básica. mentos/194-
r situações de ensino izagem conceitual. sabilidades no
processo Interdisciplinar de Novas implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofunda
e habilidades indispe e de aprendizagem Ao concebermos Informática na Educação) – Centro o-diversificad

processo educacional nsáveis para a que se articulassem esta obra de Geogra ostico-inicial-e-processos-de-avaliaca
Porto Alegre, 2017. metodos-de-diagn
investigar em que
medida os estudan
formação da visão
crítica dos estudan
ao objetivo de
desenvolver compet
fia, pro- Tecnologias na Educação, UFRGS, dmFsaWFcdTAwZTdcdTAwZTNvIl0=.
Acesso em:
cotidiano – em tes estabelecem tes ências é uma abordagem de ensino que usa os?highlight=WyJh
diferentes escalas relações entre conteú como cidadãos. Assim, a avaliaçã O pensamento computacional um 14 jun. 2022.
conceitos e proced e conexões. Além dos, conceitos o deve da Ciência da Computação e vem gerando
diversas técnicas oriundas com a aprendizagem ativa
imentos que permite disso, a avaliação deve e process os relacionados nas escolas mundiais, como Aborda as práticas de ensino comprometidas
e como sujeitos m aos estudantes aferir até que ponto ao novo foco educacional no quesito inovação dos conhecimentos prévios.
de problemas que devem ser dos estudantes, com base no levantamento

pode ser utilizado por


dele. Por meio a compreensão houve apropriação
pelos estudantes de diferen de si próprios como dos um conjunto de competências de solução
e aqueles que necessi tes situações de aprendizagem parte do espaço
geográfico compreendidas por uma nova geração
de estudantes juntamente com CARLOS, Ana Fani Alessandri. Novos
caminhos da Geografia.
tam ser revisita , é possível identifi
Recomenda-se, dos. car os conceitos como o pensamento crítico. 1. ed. São Paulo: Contexto. 1999.
assim, que a avaliaçã dominados as competências essenciais da atualidade,
tradicionais. Devem o seja contínua Base Nacional Comum de diferentes temas geográficos,
ser consideradas e não fique restrita BRASIL. Ministério da Educação. Essa obra é uma coletânea que trata

Referências
de campo. participações em à circunstância final. Brasília, DF: MEC, e natureza, cidade e formas de
Curricular: educação é a base. Versão como: mudanças ambientais, sociedade

meio das atividades e


aula, exposições espaçotemporal
orais, debates, das provas nalcomum.mec.gov.br/ e região.
pesquisas, entrevis 2018. Disponível em: http://basenacio comércio, lugar e cotidiano, agrária
tas e trabalhos final_site.pdf. Acesso em: 13 no/do mundo. São Paulo:
images/BNCC_EI_EF_110518_versao CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar
ago. 2022. FFLCH, 2007.
(BNCC) é um documento de A professora ressignifica o conceito de
lugar, atribuindo-lhe a dimensão
A Base Nacional Comum Curricular

das seções da obra. orgânico e progressivo de interage e se estabelecem vínculos.

bibliográficas
caráter normativo que define o conjunto do espaço de vivência com o qual se
os estudantes devem desenvolver ao Rio de Janeiro:
aprendizagens essenciais que todos CASTELLS, Manuel. O poder da comunicação.
Educação Básica.
longo das etapas e modalidades da Paz e Terra, 2015.
Temas Contemporâneos de poder
BRASIL. Ministério da Educação. Castells analisa a sociedade discutindo
como as relações
histórico e pressupostos
Transversais na BNCC: contexto foram modificadas pelo novo ambiente
das comunicações.
Disponível em: http://
pedagógicos. Brasília, DF: MEC, 2019. Cesar da Costa; CORRÊA,

comentadas
ages/implementacao/contex- CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo
basenacionalcomum.mec.gov.br/im e temas. 14. ed. Rio
Acesso em: 18 ago. 2022. Roberto Lobato (org.). Geografia: conceitos
tualizacao_temas_contemporaneos.pdf.
para a cidadania, os Temas de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.
No contexto de uma educação voltada e atualização dos debates
XLIV como objeto de aprendizagem A obra é um esforço coletivo de reflexão
Contemporâneos Transversais são propostos na reconstrução de seus conceitos
de questões sociais. da Geografia contemporânea, tanto
e de reflexão dos estudantes a respeito de sua aplicação aos problemas das
da República fundadores como nas possibilidades
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição sociedades atuais.
Brasília, DF: Presidência da
D3-GEO-2105-F2-V6-M
PG-010-047-G24-COM
UM.indd 44 Federativa do Brasil de 1988. CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo
Cesar da Costa; CORRÊA,
http://www.planalto.gov.br/
República, [2022]. Disponível em:
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.

país.
A Carta Magna serve de parâmetro
Acesso em: 25 jun. 2022.
para as demais legislações do
Roberto Lobato (org.). Olhares geográficos:
o espaço. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand
A obra possibilita entender o sentido
modos de ver e viver
Brasil, 2012.
de espaço público e político na
espaciais, localizações e trajetos nas
Obras teóricas e conceituais
socioemocionais Geografia por meio das configurações
paisagens e culturas.
BRASIL. Ministério da Educação. Competências
como fator de proteção à saúde mental
DF: MEC, [20--]a. Disponível em:
e ao bullying. Brasília,
http://basenacionalcomum.
mec.gov.br/imp lementacao/pra ticas/caderno-d
e-praticas/
-como-fator-
cidades, com base em simbologias,
CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos
práticas e textualizações no cotidiano.
(org.). Ensino de Geografia:
Porto Alegre: Mediação, 2000.
Os autores trazem discussões teóricas
e reflexões sobre algumas
que serviram de base para
aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais jun. 2022. atividades sugeridas que favorecem
práticas vigentes nas escolas, além de
de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying.
Aborda como o manejo das emoções,
Acesso em: 6
por meio da educação a construção de conceitos pelos estudantes.
construir este Manual.
Quadro de conteúdos, objetos
XLV

19/08/22 15:38

de conhecimento, competências
e habilidades da BNCC e Avaliações do volume
planejamento do volume Sugerimos, em cada volume, algumas estratégias
Um mapeamento completo do volume que vai auxiliar o avaliativas que podem ser utilizadas em diferentes
seu planejamento ao longo do ano. etapas do processo de ensino-aprendizagem.

VI
ORIENTAÇÕES ESPECÍFICAS
As orientações específicas, correspondentes ao Livro do estudante, são sugestões de estratégias didático-pedagógicas
que buscam auxiliar o trabalho do professor dentro e fora da sala de aula. São compostas de sugestões de abordagens,
respostas de atividades, textos, indicações e atividades extras.

BNCC na unidade
São destacadas as competências gerais, da área do conhecimento e específicas de Geografia
da BNCC que são trabalhadas com maior ênfase no desenvolvimento da unidade. Ao longo
das orientações da unidade, algumas dessas competências e habilidades são comentadas de
forma mais detalhada, articulando-se o modo como são trabalhadas no conteúdo.
Objetivos e
justificativas BNCC NA UNIDADE
Competências
ENCAMINHAMENTO
Antes de iniciar o conteúdo,

2
Gerais: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10 UNIDADE Nesta unidade, você vai estudar:
pergunte aos estudantes se eles
Área: 1, 2, 4, 5, 6 e 7 • a hegemonia europeia e a estrutura econômica dos conhecem o termo globaliza-

Os objetivos e as Específicas: 2, 3, 5, 6 e 7

Habilidades
O MUNDO sistemas coloniais;
• as trocas culturais entre povos eurasiáticos;
• a influência europeia e a mudança nos modos de vida.
ção. Questione se sabem o que
significa e se conseguem definir
quando esse processo começou.
• EF09GE01 • EF09GE09
GLOBALIZADO

STANISLAV KOGIKU/SOPA IMAGES/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES


justificativas de cada unidade
• EF09GE03 • EF09GE10 Deixe que eles se expressem
• EF09GE04 • EF09GE13 livremente, sem a preocupa-
• EF09GE05 • EF09GE14 ção de corrigi-los. Em seguida,
• EF09GE06 • EF09GE17
parta dos saberes que os estu-
são detalhados visando • EF09GE08 • EF09GE18
dantes partilharam. Muito
provavelmente, os estudantes
OBJETIVOS E dirão, de alguma forma, que a

direcionar as abordagens JUSTIFICATIVAS


• Identificar de que maneira a
globalização é um processo de
mundialização das culturas no
Europa construiu sua hege- O modo de vida dos países oci- qual os países mantêm relações

didáticas dos conteúdos monia no mundo moderno


e contemporâneo para com-
preender como ela exerce sua
dentais expandiu-se para outros países
quando houve aumento da busca por
mão de obra e matérias-primas para
mais estreitas entre si, maiores
níveis de intercâmbio cultural e
trocas econômicas.

trabalhados. influência política, cultural e diversificação e aumento da produ- Peça a eles que pensem
econômica. ção. Esse processo se intensificou nas
exemplos de elementos que
• Desenvolver conceitos que pos- últimas décadas com a globalização,
comprovam a globalização.
sibilitam a compreensão dos em decorrência do desenvolvimento
de tecnologias de transporte e de Certamente, os exemplos mais
processos de colonização para fáceis são aqueles associados
comunicação.
analisar a dinâmica da ocupa-
Como consequência, é possível aos padrões de consumo.
ção e formação das colônias.
notar, nas paisagens de diferentes
• Identificar as características dos lugares, uma tendência à uniformização
impérios e seu desenvolvimen- dos costumes com a presença de
to econômico para entender as shopping centers, de grandes edifícios, e
consequências atuais das dis- empresas multinacionais, por exemplo,
putas geopolíticas. além da disseminação de hábitos
• Identificar e reconhecer as iden- culturais e padrões de consumo.
tidades culturais para analisar o Analise a fotografia. NÃO ESCREVA

Temas
modo de vida das populações Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
NO LIVRO.

em diferentes tempos e lugares. 1. Quais elementos é possível perceber na paisagem?


maior influência em nosso
• Entender as dinâmicas econô- 2. Como a globalização pode ter influenciado os
micas do mundo globalizado cotidiano.
elementos e os modos de vida presentes nesta

contemporâneos
para analisar a cultura e os há- paisagem? Explique.
bitos nas cidades globais bem Templo Zojoji PARA AMPLIAR
em Shibakoen, 3. No lugar onde vive, é possível perceber aspectos
como a influência cultural de do mundo globalizado? Quais? Indicação para o
Tóquio, Japão,
alguns países e identificar ca- 2020. professor
racterísticas das influências no

transversais
• PORTO-GONÇALVES, Carlos
comportamento dos jovens do 42 43 Walter. A globalização da
mundo globalizado.
natureza e a natureza da
TEMAS globalização. 5. ed. Rio de
• Meio ambiente – educação para o consumo de globalização. Discuta com os estudantes Atividades Janeiro: Civilização Brasilei-
CONTEMPORÂNEOS • Economia – trabalho a respeito das violências acontecidas durante ra, 2013.
1. Um templo e arranha-céus. 3. Respostas pessoais. Discuta com os estu-
TRANSVERSAIS
São identificados os temas • Multiculturalismo – diversida-
de cultural
ENCAMINHAMENTO
Nesta unidade, serão trabalhadas temáticas a
todo o processo de expansão da economia
dos impérios da Europa e como isso contribui
para a criação de uma cultura eurocêntrica e
2. Espera-se que os estudantes identifiquem
que a globalização causou transformações
dantes a temática da globalização pelo tipo
de consumo. Assim, será possível partir de
marcas e corporações empresariais específi-
Nessa obra, o geógrafo
crítico decolonial Carlos Walter
Porto-Gonçalves debate como
na paisagem, com a presença de grandes

contemporâneos transversais
• Ciência e tecnologia – ciência respeito do eurocentrismo e do mundo globali- de estereótipos e preconceitos contra as demais edifícios, por exemplo. Essas mudanças cas que são reconhecidas atualmente e que, a sociedade organizou sua
e tecnologia zado, evidenciando as visões de orientalismo e culturas. A imagem de abertura contribui para de alguma forma, simbolizam o fenômeno lógica de produção e consumo
também proporcionaram alterações no
• Saúde – saúde ocidentalismo. A unidade aborda as expansões a análise do papel da Europa no processo de modo de vida das pessoas, que passa- da globalização. A partir das referências após as trans formações
sociopolíticas da Revolução
trabalhados em cada unidade.
• Cidadania e civismo – educa- comerciais realizadas pelas diferentes potên- ocupação de outros territórios que foram colo- ram a realizar outras atividades além das citadas, proponha uma atividade de dis-
ção em direitos humanos cias europeias e o resultado disso no processo nizados e expropriados. tradicionais. cussão sobre que países e culturas têm Industrial.
42 43

Para ampliar
Encaminhamento • Sugestões para os estudantes e para
você, professor, que contextualizam
Texto de auxílio com sugestões de
procedimentos; indicação de possibilidades um tema ou um conceito estudado, Atividades
de exploração das imagens, dos textos e das por meio de indicações de sites, Respostas, organização ou
atividades; detalhamento de informações livros, jogos digitais e vídeos. encaminhamentos relativos às
sobre uma imagem ou fonte textual; • Atividades extras que incluem atividades do Livro do estudante.
explicação de conceitos e sugestões de trabalho de campo, pesquisas, ENCAMINHAMENTO
ENCAMINHAMENTO
Ao longo deste capítulo,

entrevistas e propostas
Faça uma leitura cuidadosa

ampliação do conteúdo por meio de


apresentamos como é o arranjo
sobre os climogramas apresen-
ATIVID ADES

ILUSTRAÇÕES: SONIA VAZ


espacial físico-natural da Europa, Bagdá (Iraque) Dubai (Emirados Árabes Unidos)
NÃO ESCREVA Consulte respostas e comentários desta página em tados no exercício, que mostram
da Ásia e da Oceania. Houve NO LIVRO.
orientações didáticas.
grande quantidade de infor- 40 40 40 40
as informações sobre Bagdá
mações geográfica, que foram
1. Apresente as principais características destes tipos de vegetação: 35 35 35 35
(Iraque), Dubai (Emirados Árabes
reunidas e sistematizadas pelos
a) Tundra. b) Floresta Temperada.
30
Unidos), Izmir (Turquia) e Beirute
30 30
30
(Líbano), para ser comparados

interdisciplinares.
mapas temáticos utilizados no
F8 STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM

2. A imagem representa uma

estratégias didáticas. Em algumas páginas,


Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)

Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)
25 25

capítulo. área específica da Europa.


25 25
com os climogramas descritos
20
Nesse sentido, retome os
Pelas características apresen- 20
20 20 durante o capítulo.
tadas, defina o tipo de clima 15 15
15 15 Repasse todas as informa-
principais mapas estudados no e de vegetação dessa região.
capítulo antes de dar continui-
10 10
10 10 ções possíveis para facilitar a
dade aos exercícios da página. 5 5
5 5
compreensão dos estudantes
Faça novamente algumas per- 0 0
0 0
e garantir que as habilidades
J F M A M J J A S O N D
mencionadas durante o capítulo

são destacadas as orientações das seções


J F M A M J J A S O N D
guntas direcionadas a regiões
sejam desenvolvidas. As ativida-

• Textos variados de leitura, tanto


específicas da Ásia, da Europa e Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Bagdade. [S. l.], [20--]. Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Dubai. [S. l.], [20--].
Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/iraque/ Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/emirados- des também têm o sentido de
da Oceania. Retome os relevos, baghdad/bagdade-86/. Acesso em: 22 jul. 2022. arabes-unidos/dubai/dubai-705/. Acesso em: 22 jul. 2022.
avaliar a aprendizagem e o que
a hidrografia, o clima e a vege-
pôde se aproveitar das aulas
tação a todo o momento e Fiorde Geiranger, Noruega,
Izmir (Turquia) Beirute (Líbano) e práticas construídas com os
incentive os estudantes a com- 2019.
estudantes.
parar informações geográficas 120 30 150 30

Pense e responda e Fórum.


3. Por que o Japão apresenta áreas com alta densidade demográfica?
para que respondam às ques- 100 25 125 25

para os estudantes como para a


Precipitação (mm)
Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)
Temperatura (ºC)

tões com qualidade. 4. Explique por que, no território do Japão, ocorrem constantes atividades sísmicas e 80 20 100 20
vulcânicas.
Dessa forma, utilizamos a 60 15 75 15

linguagem cartográfica para 5. Com base no mapa Ásia: físico, na página 94, destaque as principais características do
40 10 50 10
relevo do Oriente Médio.
desenvolver o pensamento 25 5
20 5
espacial e o raciocínio geográ- 6. Analise o mapa e os climogramas da próxima página. Depois, faça o que se pede.
0 0
fico, sofisticando o repertório 0
J F M A M J J A S O N D
0
J F M A M J J A S O N D
7. Sim, existe. A correlação se

formação continuada do professor.


e a tomada de consciência dos Oriente Médio: clima deve às variações de latitude
Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Esmirna. [S. l.], [20--]. Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Beirute. [S. l.], [20--].
estudantes.
SONIA VAZ

EUROPA Mar Negro Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/turquia/ Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/libano/ e altitude, principalmente,
izmir/esmirna-4547/. Acesso em: 22 jul. 2022. beirute/beirute-3572/. Acesso em: 22 jul. 2022.
Mar que fazem com que a Europa
Atividades Izmir TURQUIA
Cáspio 6. a) Consulte resposta em orientações didáticas.
a) Relacione os climogramas à posição das cidades no mapa e descreva seus respectivos climas. seja mais quente e úmida na
1. a) As principais características
Mar
Mediterrâneo LÍBANO SÍRIA AFEGANISTÃO
BEIRUTE BAGDÁ ÁSIA
b) Qual é a relação entre as informações dos climogramas e os recursos hídricos? faixa mediterrânea (ao sul) e
das Tundras são vegeta- ISRAEL IRAQUE
IRÃ
EGITO JORDÂNIA
mais fria e seca na porção
ENCAMINHAMENTO ções rasteiras, esverdeadas, (Parte
Asiática)
KUWAIT
Go 7. Retome o conteúdo das páginas 92 e 93 e responda em seu caderno: existe alguma
setentrional (ao norte). Além
l fo
Pé r
ENCAMINHAMENTO compostas basicamente por Trópico de
BAREIN
CATAR
s i co
G
de olfo
Dubai relação entre a localização da vegetação e o tipo de clima? Consulte resposta em
Nesta página, as habilida- Câncer
ARÁBIA
O
EMIRADOS mã Mar orientações didáticas. disso, é possível associar
Nesta página, as habilida- espécies gramíneas. SAUDITA ÁRABES UNIDOS Arábico
Ma

Tropical
des EF09GE01, EF09GE06 e ÁFRICA 8. Retome as páginas 98 e 99. Analise a posição de Kuala Lumpur, no sul da Malásia, e
outros fatores climáticos para
rV

OMÃ
Desértico
er m

des EF09GE01, EF09GE05, de Aomori, no norte do Japão, nos mapas e compare seus climogramas. Quais são as
AS COLÔNIAS NEERLANDESAS A EXPANSÃO DA ECONOMIA RUSSA As Florestas Temperadas Semiárido
EF09GE18 serão trabalhadas a
elh

1. b) explicar as diferenças de clima


o

Mediterrâneo
EF09GE08, EF09GE17 e IÊMEN OCEANO
Fonte: IBGE. Atlas
diferenças nos padrões de média de temperatura e precipitação (chuvas) e por que elas
partir da expansão do Império são compostas por plantas ÍNDICO
Temperado
ocorrem? Consulte resposta e comentários em orientações didáticas. e vegetação no continente.
Historicamente, o Estado russo tem pretensões expansionistas. Desde o século XVI, o país
ENCAMINHAMENTO geográfico escolar.
Fronteira
A influência neerlandesa deu-se tar- EF09GE18 serão trabalhadas a
HESSEL GERRITSZ

Neerlandês. O processo de arbóreas, principalmente 0 600 Capital


8. ed. Rio de Janeiro:
As diferenças de temperatura
Cidade
diamente em relação aos outros países buscou acesso a saídas marítimas, motivando, assim, políticas que levaram à conquista de diversos de 6. b) A baixa pluviosidade da região, dominada por climas árido e semiárido, contribui para a escassez
Analise a situação atual
40º L
8.
expansão neerlandês ocorreu partir da expansão do Império as árvores caducifólias e
IBGE, 2018. p. 58.
de recursos hídricos. Há poucos rios perenes na região, como o Tigre, o Eufrates e o Jordão. As áreas que
colonizadores. A tomada da ilha de Manhattan territórios. Essa expansão foi marcada pela fundação de São Petersburgo, às margens do Mar e precipitação indicam que
que
de forma tardia, não chegando e a criação de Nova Amsterdã (1626) – pos- Báltico, em 1703.
Russo. O Império Russo, devido alguns países europeus coníferas. 102 apresentam maior pluviosidade estão localizadas na costa do mar Mediterrâneo, como é o caso de Izmir e
103
às suas características físico- de gás Beirute. Kuala Lumpur é mais quente
dependem da importação
a muitos territórios. Destaque terior Nova York (1664) – foi feita com muita A Rússia apresenta o maior território do mundo, com grandes formações de relevo, como
ENCAMINHAMENTO 2. Observando a paisagem de e úmida que Aomori ao longo
como as ocupações neerlandesas dificuldade, tanto pela resistência territorial dos os montes Urais, os montes Altai, o Planalto Central Russo, a planície Sarmática e as montanhas -naturais, não sofreu tantas GÁS NATURAL geopolítico energé- natural da Rússia, e os impactos um fiorde norueguês, é pos-
Este capítulo aborda as fontes fontes de energia mais
importantes no cenário para do ano, o que ocorre devido
invasões e conseguiu se colocar da guerra com a Ucrânia
A PRODUÇÃO ENERGÉT ICA
do Cáucaso, ao sul. Os rios não atravessam o país, nascendo geralmente em altitudes elevadas de energia
ocorreram por todo o mundo, povos indígenas algonquins como pela já ante-
ÍTULO O gás natural é uma das que ele é uma das fontes sível notar que se trata de
de energia e a cadeia produtiva. à posição de uma e outra.

14
anteriores, podemos observar fonte de
a participação das embarca- rior instalação britânica, entre 1606 e 1607. Da dos planaltos e montes e seguindo em direção aos mares de Azov, Cáspio (Rio Volga), Branco e enquanto uma potência imperial CAP
tico. Nos gráficos das páginas o fornecimento dessa uma área de clima polar/frio, tectônica na região, cujas melhores áreas 5. As principais características do relevo no Atividades
E A CADEIA PRODUTIVA
mesma forma, no Brasil, a tentativa de ocupar Báltico. Na parte asiática, localizam-se a planície da Sibéria, o Planalto Central Siberiano e vários e, atualmente, lidera a extração Converse com os estudantes depois do petróleo. Em 2021, segundo
A cidade da Malásia está
ções neerlandesas e as disputas mais consumidas no mundo, de gás natural do mundo. energia. com ocorrência de Tundras e são aquelas planícies costeiras onde estão Oriente Médio são, a norte e a leste, as De acordo com o mapa, Bagdá está loca- desértico e, como é possível perceber pelo climo-
sobre como as fontes alternati-
6. a) na faixa equatorial e muito
montes, que circundam o limite da Rússia com a Mongólia e a China. As pradarias e as estepes, os maiores consumidores do recurso. Um
com outros centros europeus
Bahia, Pernambuco, Maranhão e Sergipe em e a exportação de gás natural. Os Estados Unidos são bilhões de metros cúbicos Chame a atenção dos estudan- Taigas. as maiores cidades do país. cadeias montanhosas e os planaltos que se lizada em área de clima semiárido e, como é grama, tem índice de chuvas baixíssimo durante
1624 não teve a permanência e o sucesso assim como a tundra, são áreas que foram ocupadas para a produção de alimentos.
vas de energia ainda são
pouco o país consumiu 826,7 por exemplo. o petróleo próxima às águas aquecidas
de poder para conquistar seu Basicamente, todo o continente energia dados da British Petroleum, como a África e a Europa, tes para o fato de que
esperados. GERRITSZ, Hessel; VISSCHER, Claes Janszoon. Atualmente, a Rússia mantém essa política expansionista, exercendo sua influência na geopo- aos e o consumo mundial de o de alguns continentes, nuclear, busca O Japão apresenta áreas com As constantes atividades sísmicas e vulcâni- estendem desde o Irã/Iraque até a Turquia possível perceber pelo climograma, apresenta todo ano. Em contrapartida, as temperaturas são do Índico, enquanto Aomori
S. Salvador. Baya de Todos os Sanctos. c. 1624. europeu depende do forneci- utilizadas, se comparadas Neste capítulo, você irá
aprender sobre a produção impactos consumo maior do que e o consumo de energia ainda é central na demanda
pro- 3. 4.
espaço, entre eles os britânicos Apesar de as Companhias das Índias Ocidentais lítica de petróleo e gás, pois é responsável pelo abastecimento desses recursos para o continente como o podem gerar mais ou menos para encerrar a produção metros cúbicos do cas no Japão ocorrem porque o arquipélago e, na região da Península Arábica, um altas temperaturas durante o verão e invernos altas ao longo do ano, até mesmo no inverno.
tipos mais poluentes, tipos de produção que A Alemanha, no processo mais de 90 bilhões de principal alta densidade demográ- está mais ao norte, pratica-
e os portugueses, que domina- (1621), setor neerlandês responsável pelas colônias
A obra representa a chegada dos holandeses
europeu. Os gasodutos construídos têm origem nas usinas russas e atravessam toda a Europa, mento energético do território e as diferentes fontes e natural. Em 2021, consumiu o país não dutiva mundial, sendo o degradê em sentido oeste-leste de relevos amenos. A pluviosidade é baixa o ano todo e Izmir e Beirute estão localizadas em áreas de
ao Brasil.
carvão mineral e o petróleo. uma alternativa no gás Embora aposte nessa alternativa, fonte de fica devido às condições de está situado em uma zona de contato con- mente na faixa setentrional
vam o Brasil. Chame a atenção na América, serem predominantemente financiadas chegando em Portugal e no Reino Unido. Isso mostra uma rede de fluxos econômicos intensa e russo. Neste momento, pode ambientais. produtores e consumidores
de energia
maior consumidor da Europa. tipo de combustível e mais altos para mais baixos, até chegarmos praticamente não chove durante os meses de
Ao realizar a leitura dos
gráfi- Rússia e Índia são os maiores recurso, tornando-se o parte do gás que consome. o mapa relevo e muitas faixas mon- vergente e transcorrente entre três placas clima mediterrâneo e apresentam climas seme- da Ásia, onde é mais frio e
também para a Companhia das pelo capital das elites neerlandesas e conseguirem controlar os preços e parte Ibéricos: relativos duradoura. De acordo com a Agência Internacional de Energia, em 2021, a exportação de petróleo ser proposto um debate com China, Estados Unidos, populosos. produtiva e importa da Rússia grande de gás natural do energia utilizada. Analise
cos, oriente os estudantes
a ler o muito industrializados e de energia tem autossuficiência
analisar os volumes e os
fluxos de exportação
natural, tanhosas e vulcânicas em tectônicas: a Placa Euroasiática, a Placa do à planície costeira arábica, no Golfo Pérsico. julho a setembro. lhantes, com invernos amenos e chuvosos e úmido somente nas estações
da circulação do açúcar na região, os territórios conquistados foram perdidos
à Península Ibérica, e do gás natural correspondeu a 45% da economia russa. os estudantes sobre as conse- do mundo por serem países de 5,8% no consumo No mapa a seguir, podemos da Rússia. de fluxo comercial de gás
Índias Ocidentais e Orientais, localizada na costa oeste a (BP) registrou um aumento relação a 2019, da Europa são provenientes razão da intensa atividade Pacífico e a Placa das Filipinas. Dubai está localizada em área de clima verões quentes e secos. mais quentes (verão).
em 1640, após muita pressão dos países ibéricos. Note, no mapa a seguir, que todos os gasodutos europeus estão conectados a redes de quências do conflito envolvendo título e a legenda e a identificar Em 2021, a British Petroleum mais que triplicou em mundo. Perceba que parte
das importações de gás ressaltando a importância
dos
empreendimentos que busca- europeia, onde se situam
e dados de 2020. Esse aumento
informação do eixo horizontal mundial, comparado aos possível 102 103
combustíveis fósseis. É
Analise a imagem a seguir, que representa um posto de troca neer- os territórios de Portugal distribuição russa, o que evidencia uma dependência de toda União Europeia pelo gás russo Rússia e Ucrânia, as sanções apli- energética.
vam controlar as produções de de aumento na demanda
e Espanha. enquanto fonte de energia.
do eixo vertical, relacionando-as. que registrou apenas 1,9% (2021)
afirmar que os recursos energéti-
landês em Bengala, região formada atualmente por territórios da Índia cadas e o fornecimento de gás comércio de gás natural
açúcar e especiarias em diferen- Analise os gráficos a seguir. Mundo: fluxos de
DACOSTA MAPAS

e de Bangladesh. dos estudan- na


tes regiões. Europa: gasodutos mais importantes
A construção de um novo gasoduto natural para os países europeus. Chame a atenção
fontes de energia
por 0°
cos exercem grande influência
O principal núcleo operante da colonização neerlandesa situava-se entre América Central e razão da
tes para o aumento do consumo
17,4

Utilize diferentes mapas para (2021)


conectando diretamente a Rússia e a Para isso, pode-se consultar energia, Mundo: consumo de (2021) 167,0
geopolítica mundial em
Caribe, Curaçao, Antilhas e Guiana, e 2021, Mundo: consumo de região, em porcentagem
Alemanha foi desenvolvida em razão de energia entre 2000 sua importância para a qualidade
AKG-IMAGES/ALBUM/FOTOARENA

jornais, documentários e notícias


ILUSTRAÇÕES: SONIA VAZ

contextualizar de que modo os a partir de um intenso e competi- em exajoules (2000-2021)



Círculo Polar Ártico
do plano de redução e extinção de uso
sobretudo nos países desenvolvi- das pro-
de vida da população e
27,1
sobre o conflito e o papel do gás
DACOSTA MAPAS

(%)
centros geopolíticos buscavam tivo circuito produtivo de açúcar e de energia nuclear da Alemanha. Em OCEANO 15,1 7,6
OCEANO
dos. Com os dados de consumo
100 112,9
natural para a economia russa e duções do setor industrial.
Consumo ATLÂNTICO 6,2 15,3

exercer poder em outros terri- sal. No Oriente, o Sudeste Asiático Círculo Polar Ártico
2022, em decorrência de conflitos entre (em exajoules) 22,5
19,5 40,6
PACÍFICO
são as 75,9
Meridano de Greenwich

é possível observar quais


25,5 57,8 46,7
90
tórios. Algumas cartas e mapas foi central no sistema de ilhas que OCEANO
ATLÂNTICO a Rússia e a Ucrânia, parte do governo
a energia europeia. 600
45,8
30,8 34,1
6,7 9,1
41,7
23,7 43,6 15,6

utiliza-
fontes de energia mais
17,9 21,1
forneciam importantes mercadorias, Diferencie a expansão do PARA AMPLIAR
5,7 32,7
SUÉCIA 80 58,7
disponíveis no site da Biblioteca FINLÂNDIA alemão questionou a construção e o for-
da 500
Trópico de Câncer
Fonte: BP. BP Statistical
como cedro, cravos, pérolas, pimen- das, mensurar os impactos
6,7

do Congresso dos Estados


NORUEGA
RÚSSIA
necimento de gás; no entanto, em razão Império Russo das ocupações 70 OCEANO Review of World
Atividade extra
8,4 0°
r Nord pe
PACÍFICO
Energy – 2022. 71. ed.
14,8
tas e noz-moscada. Como todos os Ma Stream 2 uro
alterna-
coloniais anteriormente estuda- produção e pensar em
7,5
o al-E
do investimento de empresas alemãs na 60 você
Com base no que
Equador
Unidos da América (Library of outros mercadores eurasiáticos, os Bá
ltic ESTÔNIA
Yam 400 16,8
OCEANO
ÍNDICO
Londres: Whitehouse
das. A Rússia não se consolidou Associates, 2022. p. 37.
construção, o gasoduto segue em ope- tivas mais sustentáveis. o
7,0

Congress) podem ajudar na neerlandeses estabeleceram cone- Mar DINAMARCA Nord LETÔNIA 50
Disponível em: https:// aprendeu, e analisando
Meridiano de Greenwich

Comente que o aumento


Stream 1 Trópico de Capricórnio
do
ração. O conflito ocasionou redução das como uma potência marítima nos
LITUÂNIA
300
composição dessas ampliações. consumo de gás natural
Norte od www.bp.com/content/
xões com os centros persas (sedas e REINO rho 40
UNIDO the exportações de gás natural, mas o país verifi-
no mesmo nível que os centros do consumo de energia
Bro dam/bp/business-sites/
Disponível em: https://www.loc. gráficos e o mapa de exporta-
BELARUS
tapeçarias), indianos (sedas, gemas, IRLANDA
PAÍSES
BAIXOS
ainda se configura como o principal for- 30 en/global/corporate/
200 /
cado no gráfico é decorrência
POLÔNIA

gov/maps/collections/. Acesso algodão e canela), chineses (perfu- BÉLGICA


ALEMANHA
da Europa Ocidental. Dada a 2 965 pdfs/energy-economics
sobre a
ção, levante hipóteses
REP. 0
SCHUYLENBURGH, Hendrik van. Posto comercial da LUXEMBURGO
TCHECAESLOVÁQUIA
necedor para a Europa. por 20 statistical-review/bp-
em: 21 ago. 2022. mes, tapeçarias, porcelanas e sedas) Companhia Holandesa das Índias Orientais em Hooghly,
UCRÂNIA
grande extensão do territó- do aumento da demanda ener-
importância dos recursos
ÁUSTRIA MOLDÁVIA
100 de metros cúbicos) Gasodutos stats-review-2022-full-
FRANÇA HUNGRIA
gás natural (em bilhões Oriente Médio
report.pdf. Acesso em:
SUÍÇA
das 10 Fluxo de comércio de Gás natural liquefeito
combustíveis fósseis a partir
Sul
América Central e do
rio russo, os séculos XVI a XIX
ROMÊNIA
e japoneses (sedas). Bengala, 1665. Óleo sobre tela, 203 cm x 316 cm. ESLOVÊNIA
IA África
mundial
Explore os principais interes- 45° N Estados Unidos
SÉR

géticos na geopolítica
Ásia e Fronteira
ITÁLIA CROÁC
BÓSNIA-
Oriente África Europa Ásia e Pacífico 2 ago. 2022.
VIA

-HERZEGOVINA
Mar Negro 0 CEI Pacífico Canadá
foram dedicados à conquista do Europa
BULGÁRIA
CEI
Industriais. 0 2012 2015 2018 2021 América América Médio
turma.
e compartilhe-as com a
NÃO ESCREVA MONTENEGRO KOSOVO
Elaborado com base em: EUROPEAN NETWORK Revoluções
ses geoeconômicos da época, a MACEDÔNIA
2000 2003 2006 2009 do Norte Central e
México
gás natural para
as exportações russas de
NO LIVRO.
PORTUGAL

ALBÂNIA

PENSE E RESPONDA ESPANHA


OF TRANSMISSION SYSTEM OPERATORS FOR GAS.
máximo possível de terras e o Ano do Sul
entre Rússia e Ucrânia,
Resposta: Resposta pessoal.
GRÉCIA
Gás natural
exemplo da corrida por ouro e ÁSIA The European Natural Gas Network 2021. Entsog. Nuclear
Em 2022, com o conflito pelos governos
acordo com dados divulgados
Renovável

prata, determinantes no acúmulo


Brussels, 2021. Disponível em: https://www.entsog. acesso ao mar, principalmente PARA AMPLIAR Nuclear Gás natural Hidrelétrica Carvão Petróleo
foram interrompidas. De 17% do indicar
alguns países europeus total da França, que importava Os estudantes podem
Renovável
1. Quais foram as características da colonização neerlandesa?
MALTA
Mar eu/sites/default/files/2021-11/ENTSOG_CAP_2021_ Petróleo
Mediter
ao Ártico e ao Pacífico Norte. Carvão
Review of World Energy

cortou o fornecimento que chega em seus
Atividades extras
1. Os estudantes podem mencionar a colonização tardia, a presença da Companhia das Índias 0 518 Hidrelétrica
locais, a estatal russa Gazprom
Gasoduto Nord Stream 1 Gasoduto
de capital do século XVI e que que o gás natural é utilizando
râneo A0_1189x841_FULL_066_FLAT.pdf. Acesso em:
Fonte: BP. BP Statistical
volume de gás natural
ÁFRICA
Gasoduto Nord Stream 2 Fronteira 2022.
Orientais e as disputas com os países ibéricos. 13 jul. 2022.
Alguns condicionantes físico-na- de Review of World Energy 2022. 71. ed. Londres:
Whitehouse Associates,
relataram a redução do 55% de seu gás
Determine um intervalo Fonte: BP. BP Statistical gás da Rússia. Itália e Bulgária por
ntent/
garantiam poder econômico de 52 53 turais podem ajudar a justificar
1. – 2022. 71. ed. Londres:
Whitehouse Associates, p. 10. Disponível em:
https://www.bp.com/co
/energy-
que era a principal compradora
da Rússia e importava
histórica da como fonte de energia
gasodutos. A Alemanha, A China, por sua vez, aliada
n/global/corporate/pdfs
tempo, como uma semana,
em: https://www.bp.com/
barganha aos centros do mer- 2022. p. 10. Disponível dam/bp/business-sites/e 22-full-
diversos países, principalmente
teve cortes no fornecimento.
rate/ view/bp-stats-review-20
a menor influência russa no ss-sites/en/global/corpo economics/statistical-re 2 ago. 2022.
da estatal russa, também em gás natural da
cantilismo europeu. Geralmente, em que os estudantes
content/dam/bp/busine ats- report.pdf. Acesso em: de 12 bilhões de euros e a
/statistical-review/bp-st
semestre de 2022 mais russo. Esses acon- na Europa. A exploração
Rússia, comprou no primeiro
pdfs/energy-economics
mercantilismo garantido pelas .pdf. Acesso em: 2 ago.
2022.
mineral, o petróleo os consumidores do gás
nos mapas, constam informa- PARA AMPLIAR deverão pesquisar notícias review-2022-full-report duas décadas o carvão a primeira posição entre comercialização são
respon-
PARA AMPLIAR notar que nas últimas desde 2018 o Gazprom e passou a ocupar na geopolítica mundial.
Grandes Navegações. Compare as saídas Nos gráficos, é possível mais consumidas, embora aos recursos energéticos acordos
ções estratégicas sobre os tipos
Indicações para o professor relacionadas às questões sendo as fontes de energia ser matéria- evidenciam a importância do acesso sáveis por tensões e
Indicação para o professor pelo mar asseguradas pelo arranjo territo- e o gás natural continuam tenha aumentado. Por tecimentos 239 no
de recursos disponíveis, bem energéticas. e outras fontes renováveis geopolíticos importantes
• 1492: A CONQUISTA do paraíso. Direção: Ridley Scott. França: Légende Films; Espanha: Cyrk; rial russo com outros países, como França, consumo de energia hidrelétrica é muito consumido em
todas as regiões.
como os tipos de sociedades e • FIGES, Orlando. Uma história cultural da estu- combustível, o petróleo
Reino Unido: Percy Main; Estados Unidos: Due West Productions, 1992. Vídeo (154 min). Espanha, Portugal, Reino Unido e Países a) Ao final do período, os -prima para produção de mundo atual.
o desenvolvimento tecnológico Rússia. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2017. painel
O filme descreve o contexto europeu no século XV, a chegada dos europeus à América e a Baixos. Essas diferenciações são funda- dantes elaborarão um
de consumo
e militar de cada uma delas. Esse livro retrata a história da civilização 238 Resposta: Com os dados
30/08/22 14:21

relação desses com os povos locais. com as notícias. esses interesses e


mentais para construir com os estudantes
Está correto afirmar que são as fontes de
russa desde o século XVIII, durante o período possível observar quais
Promova uma discussão mundial impactam é
h)
• MELLO, E. Evaldo Cabral de (org.). O Brasil holandês (1630-1654). São Paulo: Penguin: explicações possíveis sobre os padrões às relações de 30/08/22 os impac-
necessidades do mercado
b)
expansionista do grande Império Russo. Há algum efeito quanto mais utilizadas, mensurar
14:21

sobre as inovações técnicas dos ambientes energia


s sobre d)
Companhia das Letras, 2010. territoriais que explicam a formação do em alternativas mais
de 2. Solicite pesquisas complementare e das trabalho e ao sustento
das comunidades negativamente o equilíbrio tos da produção e pensar
O livro aborda a colonização holandesa do Nordeste brasileiro e as consequências desses 24 espaço geográfico eurasiático. e tecnológicas no setor a geopolítica da produção
mineral Exemplifique.
(TI) tradicionais? Quais? naturais? De que forma? sustentáveis.
anos de ocupação para a história do Brasil. tecnologia da informação fontes de energia. Forneça
aos estudantes a partir dos inte- a importância de
52 53 e de telecomunicaçõe
s que norteadoras: e) O que pode ser concluído 3. Discuta com os colegas
as seguintes perguntas economia mundial? os apresentados
demandam recursos energé- pode afetar resses geopolíticos e da dados estatísticos, como
Como um interesse geopolítico esses interesses? para a formulação de hipóteses
ticos e minerais.
a) f) Quais agentes simbolizam nos gráficos,
as populações de um país
ou região? causados pelo
a rela- esses Empresas multinacionais?
Estatais? sobre problemas ambientais
c) Oriente os estudantes os tipos de impactos que são as corpora- consumo de energia.
e b) Quais são g) De quais lugares do mundo 239
cionar as fontes de energia interesses geram? a exploração de
ções que mais influenciam
os recursos minerais a produ- as relações de identidade,
no c) Como isso afeta recursos minerais?
tos que estão presentes
território e cultura? 02/09/22 16:24
seu dia a dia.
238
02/09/22 16:24

VII
CONHEÇA O LIVRO DO ESTUDANTE
Os volumes desta obra dividem-se em oito unidades.

4
Aberturas de unidade UNIDADE
PRODUÇÃO
Nesta unidade, você vai estudar:
• a produção agropecuária e industrial da Europa, da Ásia
e da Oceania;

AGROPECUÁRIA E
• as políticas agropecuárias e industriais;
• as cadeias produtivas;
• o papel das indústrias na mudança dos hábitos
Na obra, as aberturas de unidade têm um papel INDUSTRIAL DA EUROPA,
alimentares;
• a tecnologia e o trabalho na agropecuária e na indústria.

DA ÁSIA E DA OCEANIA

NAIMTASTIK/SHUTTERSTOCK.COM
fundamental, pois propiciam o primeiro contato
com o grande tema a ser tratado. Cada uma delas
contém: Estudar os setores produtivos da
agropecuária e da indústria, bem como
a circulação e o consumo dos produtos,

• uma ou mais imagens – para motivar o estudante possibilita entender de que forma os
alimentos estão distribuídos no mundo Colheitadeira em campo de arroz em Selangor, Malásia,
2019.
e como garantir a segurança alimentar

e apoiar a discussão inicial;

SAKDAWUT14/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES


da população. Devido às características
físico-naturais e do desenvolvimento
técnico e tecnológico das indústrias
de produção de alimento, cada região

• pequenos textos e atividades – para contextualizar do mundo desempenha um papel na


divisão internacional do trabalho.
Nesta unidade, vamos estudar

os temas, levantar conhecimentos prévios dos as características dessa produção na


Europa, na Ásia e na Oceania. Vamos
começar entendendo as alterações

estudantes e orientar a leitura das imagens; das técnicas relacionadas ao modo de


plantar e colher grãos e outros produ-
tos alimentícios.

• os tópicos que serão abordados na unidade NÃO ESCREVA


NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
1. Analise as imagens e responda: qual é a diferença

vêm listados na seção Nesta unidade, você Trabalhador em


entre as duas técnicas utilizadas no cultivo de
arroz?

2. Quais elementos da segunda fotografia indicam


campo de arroz,

vai estudar, para que os estudantes possam 106


Indonésia, 2019.
que houve modernização da agricultura?

107

conhecê-los de antemão e situar-se em relação ao


encadeamento dos conteúdos.

Capítulos LO

11
CAPÍTU
ESTADO -NAÇÃO ,
TER RITÓRI O E FRO NTE
Cada unidade é composta de dois capítulos. IRA
A palavra território
é amplamente utilizad
discursos, docum a e é popular em

O texto didático tem o objetivo de apresentar os conteúdos e é


entários e conver séries, filmes, jogos,
várias maneiras. Indepe sas informais. O
emprego desse concei
a uma área delimit ndentemente da to é feito de
ada na qual um sujeito escala ou do contex
to, território corresp
Assim, o ginásio ou um grupo detém onde
de uma franquia o controle e o poder.

trabalhado de modo a ser contextualizado e articulado às imagens um território; assim


como a área de um
de basquete é um
territór
bairro; ou o próprio
io; a sala do diretor
território nacional.
da escola é

NARINDER NANU/AFP
e aos outros recursos gráficos.
O glossário, que eventualmente acompanha o texto, auxilia na Diariamente, na frontei
de Wagah-Attar, entre ra armada

compreensão da leitura. o Paquistão, ocorre a Índia e


a
de hasteamento das cerimônia
com soldados dos
bandeiras
dois países.
O evento reforça
a importância
da demarcação dos

A seção de atividades aparece ao fim de cada capítulo. Os O território é, portan


é preciso compreende
to, um espaço delimit
r o papel dos grupos
ado a partir de relaçõe
s de poder. Ao analisá
territoriais de cada
limites
país, 2022.

são os interesses que dominam ou -lo,

exercícios apresentam complexidades diferentes, desde a verificação


envolvidos. Essas influenciam esse
culturais. Sobre esse motivações podem espaço e quais
assunto, leia o excerto ser estratégicas, econô
a seguir. micas, religiosas ou

Por que razões

e a sistematização do que foi estudado até a elaboração de análises O desejo ou a cobiça


da área em questã
podem ter ligação
se deseja territo
com relação a um
o; podem ter a ver
rializar um espaço
espaço podem
com o que se produz
e manter o contro
ter relação com
le sobre ele? [...]
os recursos natura
is
com o valor estraté ou quem produz
no espaço conside

e o estabelecimento de relações entre conteúdos.


também, às ligaçõe gico-militar daquel rado;
s afetivas e de identid e espaço específico;
cificamente, entre ade entre um grupo e podem se vincul
um grupo e objeto social e seu espaço ar,
símbolo “nacio s geográficos determ (ou, mais espe-
nal”). inados, como um
santuário ou
SOUZA, Marcelo
Lopes de. Os conceito
s fundamentais
da pesquisa sócio-es
pacial. Rio
de Janeiro: Bertran
A compreensão dos d Brasil, 2015.
conceitos relacionados
poder é importante às dinâmicas territo
para a análise do riais e às suas relaçõe
espaço geográfico. s de
• Estado: é a institui Conheça alguns deles
ção político-admin a seguir.
tório a partir de estraté istrativa dos países,
gias políticas e militar que atua na manutenção do
es. terri-
184
BRITÂNICAS domínio colonia-
AS COLÔNIAS hantes às france
sas. Ao todo, seu
dos impérios
icas são muito semel quadrados, mais
que a extensão
As ocupações britân ico – no D3-GEO-2105-F2-V9-1
de quilômetros a colonial britân
82-221-U6-LA-G24.ind
de 33,7 milhões ento de um sistem
d 184

lista englobou mais lo. O início do desenvolvim a funda ção da Companhia


russo e mongol,
por exemp de 1606, com
(1603 -1625 ) – ocorreu por volta ia.
Jaime I Londrina da Virgín da
período do Rei ais e da Companhia científico e da organização
Orient ento
Britânica das Índias as, do desenvolvim rra assumiu
novidades das técnic Industrial, a Inglate
Impulsionada pelas Primeira Revolução lismo comercial
o no período da passagem do capita
relações de trabalh ação mundial na no processo de
produção e das
lideran ça no movimento de integr cia mund ial, na economia e
posição de u em sua influên abastecer as fábrica
s.
Esse processo resulto matéria-prima para
para o industrial. necessidades de
função de suas 5. a) Resposta pessoal. Os estudantes devem identificar ONGs e demais associações brasileiras que ofereçam
colonização, em ações sobre saúde menstrual da mulher e sobre distribuição de absorventes no País, no estado ou na cidade
MY/FOTOARENA

e elaborar um fôlder para divulgação das ações.


ATI VIDADE S 1. a) Resposta pessoal a partir da análise que os estudantes
fizerem da sua análise. Problemas como falta de acesso à moradia
NÃO ESCREVA
4. Como você estudou ao longo do capítulo, os problemas habitacionais urbanos atingem
cidades do mundo todo. Existem diversas formas para classificação das habitações pre-
ASAR STUDIOS/ALA

NO LIVRO.
digna, falta de emprego, falta de direitos trabalhistas, falta de carizadas. No quadro a seguir, podemos observar a classificação das favelas do mundo,
acesso a um sistema de saúde eficiente e de qualidade.
elaborado pelo sociólogo Mike Davis.
PAYNE, W. H. Vista 1. Leia o artigo 23-1 e o artigo 25-1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
os
aérea dos acess criada pela ONU em 1948. 1. b) Os governos podem adotar medidas que assegurem acesso a
à Índia por Letts. sistemas de saúde pública de qualidade, com boa infraestrutura e Classificação das favelas
c. 1900. Mapa, número de funcionários que supra a demanda da sociedade, criação de
Núcleo metropolitano
49 cm x 72 cm. Artigo 23 programas de habitações dignas, como construção de casas populares,
Croqui elaborado 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a con- Formal:
pelos ingles es dições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
ção
durante a ocupa [...] facilidades para o financiamento, programas sociais para garantir a Cortiços (casarões antigos e moradias construídas para população pobre)
da Índia. Na permanência de crianças e jovens na escola, auxílios para populações
Moradias públicas para aluguel
ada, Artigo 25
paisagem retrat mais pobres, estímulo da economia interna para geração de emprego.
vale
apresenta-se o Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a Pensões, hospedarias, abrigos, entre outros
hindu, o Afeganistão sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuida-
Informal:
e os limites físicos dos médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
dos territórios desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios Invasores (com e sem autorização)
asiáticos. de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
Moradores de rua
edores
e anexou fornec ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Unicef, Brasília, DF, [20--].
Periferia
entes do globo cano, esse
todos os contin
Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 8 ago. 2022.
ica compreendia continente ameri
A exploração britân e alimentos. No da Virgínia e
Formal:
como minérios anhias Londrina
a) Em quais situações da sua cidade e das cidades globais você percebe a contradição com o
fundamentais, a partir das Comp
de matérias-primas ção das 13 colônias, ção
que está colocado na Declaração Universal dos Direitos Humanos? Aluguel particular
com a funda minavam a produ
processo se deu s territórios predo al, Ópio: extraído da
b) Quais medidas podem ser adotadas pelos governos para garantia do cumprimento dos Moradias públicas para aluguel
Plymouth. Nesse na América Centr Direitos Humanos? 2. a) Resposta pessoal. O estudante pode escolher um dos países com maior
Companhia de e peixes (norte); cápsula da papoula
o (sul) e de peles e pau-campeche.
As índice de produção de resíduos sólidos no mapa e indicar os índices atualizados. Informal:
de tintas e tabac açúcar, tabaco ainda verde, é uma 2. Observe o mapa de produção de resíduos sólidos na página 167 e responda às questões
produção de rum, de escravização substância natural
predominava a mente, para fins 2. b) Consulte resposta em orientações didáticas. Loteamentos clandestinos (ocupados pelo proprietário e por sublocação)
a seguir:
exploradas, inicial osto ica,
as foram o, comp com ação analgés
terras african comercial do mund ena. Invasores (com e sem autorização)
narcótica e alucinóg
marfins. O centro especia- a) Escolha um dos países com maior produção de resíduos sólidos e pesquise a produção de
exploração de como ópio, O uso repetido leva
à
e de ia mercadorias resíduos sólidos absoluta e a produção de resíduos sólidos por habitante atual do país.
e Indonésia, fornec
Campos de refugiados
Índia, China , pedra s preciosas, algodão, dependência química
.
por aço, sedas b) Escolha um dos países com menor produção de resíduos sólidos e pesquise a produção de
o, canela, anis), lanas e chás. Fonte: DAVIS, Mike. Planeta Favela. São Paulo: Boitempo, 2006. p. 41.
rias (cravo, açafrã sedas , porce
tipo de interfe rência britâ-
tes, perfumes, ervas,
resíduos sólidos absoluta e a produção de resíduos sólidos por habitante atual do país.
tintas, búzios, coran s 22 países não sofreram algum e tecnol ógico. a) Ao observar os tipos de classificação das favelas, faça um levantamento dos tipos de favela
Apena mico
próxima página. volvimento econô c) Compare os dados obtidos com os dados disponíveis no mapa. A produção de resíduos
Analise o mapa da impéri o na corrida por desen sólidos desses países apresentou variação? Pesquise os motivos que podem ter levado a essa existentes na sua cidade e elabore um quadro para classificá-las, de acordo com o quadro
a intensidade desse apresentado. Resposta pessoal. Os estudantes devem utilizar o quadro de referência para classificar
nica, o que reforça variação. Consulte resposta em orientações didáticas. os tipos de moradias precarizadas da cidade onde vivem.
SONIA VAZ

Mundo: água tratada 5. Como você viu, o acesso a uma boa saúde menstrual tem sido uma preocupação atual de
48 3. Analise o gráfico e, de acordo com os dados apre-
(2015 e 2020) ONGs e demais organismos internacionais. Diante disso, diversos projetos foram criados
sentados, responda:
23/08/22 14:38 (% da população mundial) para garantir o acesso das mulheres às condições mínimas de saúde menstrual, como a
a) O que é possível dizer sobre a situação mundial de
distribuição de absorventes em bairros de alta vulnerabilidade social, desenvolvimento
tratamento de água? Consulte resposta em orientações 80
didáticas. de produtos com baixo custo e, recentemente, no Brasil, a distribuição de absorventes
70
b) O que o pequeno crescimento de pessoas com em escolas por alguns governos estaduais, o que garantiu maior acesso aos itens de
acesso à água tratada representa? 60 higiene.
Representa baixos Poços e fontes desprotegidos 50 a) Faça uma pesquisa para identificar projetos, ONGs e associações que executem ações voltadas
investimentos em Básico
tratamento de água. Tratamento seguro 40 para a conscientização e a melhoria da saúde menstrual feminina em sua cidade, seu estado
30
ou no País. Após realizar a pesquisa, escolha três desses projetos, ONGs ou associações e
Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION; UNITED NATIONS crie um fôlder para divulgar as ações feitas.
CHILDREN’S FUND. Progress on household drinking water, sanitation 20
and hygiene 2000-2020: five years into the SDGs. New York: b) Após a coleta dos dados e elaboração do fôlder, escreva um texto informativo para divulgar
10
WHO: Unicef, 2021. p. 9. Disponível em: https://data.unicef.org/ a importância de ações como essa e da garantia da saúde menstrual das mulheres.
resources/progress-on-household-drinking-water-sanitation-and- 0 Produção pessoal. Os estudantes devem elaborar um texto para reforçar a importância de tais
hygiene-2000-2020/. Acesso em: 7 ago. 2022. 2015 2020 projetos para saúde da mulher.
178 Ano 179
As indicações de livros,
vídeos, músicas e sites vêm
sinalizadas por ícones.
VIII
Boxes e seções
As concepções de conhecimento que norteiam a obra são trabalhadas ao longo do livro por meio de seções
e boxes que aparecem em todos os volumes. O conceito de conhecimento como construção partilhada,
entendido organicamente e impregnado de valor – sempre atravessado por muitas vozes –, realiza-se nas
múltiplas oportunidades de reflexão, debate, troca e produção.
Atualmente,
a China conta
(EPS), coletiv com empresas
as (de proprie de diversos
com capital dade conjun tipos: empre
estrangeiro), ta de sas de proprie
de capital estrang seus trabalhadores), de

Fórum
beneficiam dade estatal
do enorme capital misto
mercado interno eiro e empresas privada

Pense e
infraestrutura (joint ventur
moderna e da China, que s chinesas. Essas es
política econôm possui cerca empresas se
Após ser aceita ica voltada de 1,4 bilhão
zindo suas infraçõ na Organização Mundi para a export
ação.
de habitantes,
es às regras al do Comércio
participado internacionais (OMC), em
dos fóruns de defesa de 2001, a China
atmosférica. em que se patent es e de direito vem redu-
discutem impact
os ambientais, s intelectuais
FÓRUM A China se como diminu e tem
empenhou,

responda
a partir de 1998, ição da poluição
dual maior

Traz questões para debate com ou A energia gerada do que o estadu na construção
pelas a construção nidense, ao de um sistem
potencial, de novos aeropo mesmo tempo a rodoviário
devido à previsi correntes marítimas ainda NÃO ESCREVA
reativação e rtos nas princip que constru interesta-
a seguir. bilidade e à é pouco explor NO LIVRO.
a expansão ais cidades iu ou está
abundância
dos recursos ada, mas tem Assim, podem da antiga Rota chinesas, contrib prestes a terminar
(as correntes). grande os dizer que da Seda. uindo, assim,
Leia o texto China foi o um dos fatores para a
A ‘superturb alto investim que contribuíram
ento estatal

sem textos de terceiros, para que


ina’ subm O objetivo na educação para o crescim
energia arina que para 2025 é e na ciência ento econôm
é aposta do aumentem implementar para ico da
a eficácia da projetos com o desenvolvime
[...] Kairyu Japão para produção para apoio do Estado nto industrial.

Complementa a
, cujo nome futuro da de Made in os mercados em áreas estraté
estrutura significa “corre China e tem interna
de 20 metro conectividade como objetivo atende cionais. Esse gicas que
tamanho s nte oceân projeto recebe
semelhante. de compr imento acomp ica” em japonê
s, apresenta biomedicina
5G e 6G; equipa
mento espacia
r às seguintes
áreas: inteligê u o nome
Cada um dos anhada por uma e aparelhos l e aviões; veículo ncia artificial e robótic
um par de

os estudantes possam trocar e


turbina de cilindros possu cilindros de médicos de s movidos a a;
11 metros i um alta perform energia alterna
O aparelho de compr iment sistema de geração ance; e tecnolo
gia de inform tiva;
será conec o. de energia ação.
cabo de força, conectado

compreensão do que
tado ao fundo a uma
que servir do mar por
Conforme á també m para transp uma espéci
dispositivo explicado ortar a energi e de âncora
pode ser movidem seu site da IHI a e um
Corporation gerada até o contin

A/AFP
corrente mais o,
eficiente para levantado ou abaixa ente.

compartilhar ideias e conhecimentos,


, o design

XU BINGJIE/XINHU
O Kairyu foi a geração do, signif ica
projetado de eletricidade.para encontrar a orient que o
A força da para flutua ação da
água faz girar r cerca de

está sendo estudado


que, juntam as lâminas 50 metros
ente abaixo do
maneça relativ com uma série de da turbina,
colocadas nível do mar.
amente estáve sensores de em direçã
A nova supert l, apesar dos posição, faz o oposta, o
urbina será movimentos com que o
oceânica que dispositivo

praticando estratégias de
flui do leste colocada na dramáticos per-
de 1 a 1,5
metro por da costa japonechamada corrente da água na
área.
segundo. sa na direçã Kuroshio,
A empresa o nordeste uma corren
te

por meio da realização


aproveitada por trás do a uma veloci Parque
em outros projeto estima dade
gigawatts empreendim que, se a industrial em
de eletricidade, entos energia presen
A 'SUPERT valor que repres de Kairyu, seria possív te pudesse
ser
Yibin, China,
URBINA' submari enta 60% do el gerar cerca 2022.

argumentação. Em alguns momentos,


Disponível na que é aposta que o país de 200
em: https://w do Japão para consome atualm
ww.bbc.com/po futuro da ente.
Geração de rtugues energia . BBC News,
e/internacional-
eletricidad [s. l.], 23 jun.

de atividades.
61858964. 2022.
superfície
e a partir
de correntes
Acesso em:
2 ago. 2022. PENSE E RESPONDA
do mar
marítimas

RENAN LEEMA
IMAGEM FORA
DE PROPORÇ 1. Quais foram NÃO ESCREVA
ÃO. NO LIVRO.
os princip

as competências da BNCC são AS CORES NÃO potência mundi ais fatores


al? Consult econômicos
gerador SÃO REAIS. e resposta em responsáveis
corrente oceânica
sobe para
50 m 2. O que são orientações didática por tornar
manutençã
o as ZEEs? Qual a China uma
Fonte: IHI DEMON
chinesa? é a impor tância s.
the World’s STRATED Consulte respost
Largest Ocean as em orientaç delas para
Current Turbine a expansão
for the ões didáticas. da economia
First Time in
the World.

trabalhadas neste boxe.


IHI Enginee
cabo da âncora ring Review,
[Tóquio], v.
cabo de transmissã 52, n. 1, p.
âncora de energia o 2019. Disponív 7,
el
www.ihi.co.jp/va em: https://
site/storage/origin r/ezwebin_
cabo submerso application/5a7b al/ D3-GEO-21
05-F2-V9-1
135
06-145-U4-
9898dee90868aad LA-G24-AV
U2.indd 135
1. Discuta com beb50b.pdf. 1e1e085
seus colega Acesso em:

Cartografia
esse tipo de s e levante ago. 2022. 11
produ hipóteses sobre
em desenvolvim ção energética e os os possíveis
ento e com possíveis entrav danos
economia es para utiliza causados por
emergente. Ver
resposta e comentção em países
248 orientações didática ários em

Boxe complementar
s.

D3-GEO-21
05-F2-V9-2

A seção trabalha a linguagem cartográfica. Os conteúdos


22-255-U7-
LA-G24.ind
d 248

Propicia a ampliação dos temas estudados, apresentados estão relacionados à Cartografia e à


tanto do ponto de vista conceitual como da dimensão temática da unidade e são
emocional, por meio de textos, imagens e atividades. abordados de as (jun. 2022)

DESIGN
anomalias térmic
ios e outras ÁRTICO

ROBSON ROCHA/K2LAB
Mundo: incênd 0º OCEANO GLACIAL

forma gradual CART OGRA


FIA
DADE-NATUREZ
A POR MEIO
DAS
Círculo Polar
Ártico

OCEANO
PACÍFICO

A RELAÇÃO SOCIE OGRÁFICAS turais


CART ísticas físico-na OCEANO

LINGUAGENS
no decorrer ional e as caracter ATLÂNTICO
dinâmica populac de que forma
nesta unidade
sobre a para compreender
são importantes
ENERGIA: Você estudou características Trópico de Câncer

RNATIVAS DE
ntes.
e Oceania. Essas ambientais decorre cou, o

SOLAR da Europa, Ásia e os impactos natureza se intensifi


AS FONTES ALTE GIA EÓLICA E ENERGIA
OCEANO
ocupam os espaços disponíveis na
cientistas apontam
PACÍFICO
as sociedades o uso dos recursos
OCEANO
da tecnologia, realizadas por
BIOMASSA, ENER
As pesquisas
ÍNDICO
Com o avanço catalogadas. Equador

dos volumes,
biodiversidade.

Greenwich
E todas as espécies
eis e limpas LEMBR áreas com grande da ainda não tiveram ão com
energia renováv que impactou ameaça dos de destruiç
em fontes de is são tipos com biodiversidade espaços ameaça Os

Meridiano de
O investimento os países buscam Fontes renováve que muitas áreas s e definidas como de espécies únicas.
Cada vez mais, nadas hotspot e à presença
Trópico de Capricórnio

no mundo todo. combustíveis de recursos energétic


os
são denomi sidade
vem crescendo proveniente de ciclo de Essas áreas à sua alta biodiver
o de energia ais causados por
sua que seguem um ráfica devido do mundo. para agricultu
ra,
reduzir o consum relevância biogeog da biodiversidade para abrir espaço
os impactos ambient o energética.
em escala ndem a 60% sidade e a
disponibilidade e o desmatamento
fósseis para diminuir
exploração e seu
consumo e diversific
ar sua produçã
países que mais geram humana, isto é,
fontes hídricas,
ica) e
empregando hotspots correspo
Com as intensas
explorações minerais
, o ser humano
tem afetado diretam
ente a biodiver
analise os mapas
a seguir. 2 316
OCEANO GLACIAL
ANTÁRTICO

Lembre
0

a seguir, os dez
eólicas, solar (fotovolta ão das cidades esse processo,
Observe, no mapa da Terra pecuária e construç Para compreender DC: Nasa, [20--].
de camada interna
Antártico

el no mundo. a no planeta. Círculo Polar


Washington,
energia renováv (geodínamo). dinâmica da naturez Management
System (FIRMS).
map/. Acesso
em: 12 jul. 2022.
on for Resource ps.eosdis.nasa.gov/
produção Fire Informati

DESIGN
maior ts (2006) Fonte: NASA. https://firms.moda
com Disponível em:

graus de
dez países atts (2019) Mundo: hotspo ÁRTICO
da Terra,
Mundo: os OCEANO GLACIAL
DESIGN

a geossistêmica

ROBSON ROCHA/K2LAB

em megaw am a dinâmic
renovável, maior liberaçã
o
de energia ações que modific
ROBSON ROCHA/K2LAB

aquecimento global,
ÁRTICO
OCEANO GLACIAL 0º
o dessas intensas , por exemplo, silvestres, o que
Como resultad ais que causam s com animais
ALEMANHA CHINA
Círculo Polar
Ártico
líbrios ambient de seres humano
ocorrem desequi
Ártico 130 831 MW 788 916 MW
Círculo Polar
maior contato

Destaca o que é muito


FRANÇA Cáucaso
Montanhas da OCEANO
de espécies e doenças. oa
54 655 MW JAPÃO Bacia do Ásia Central
Montanhas do
PACÍFICO
de CO2, extinção nto de novas de vírus adaptad

complexidade
119 355 MW
Florestas de
Mediterrâneo Sudeste da China Japão
ir para o surgime mais um exemplo no
Pinheiros Himalaia
pode contribu coronavírus é s; esse fenôme
m que o novo
ESPANHA Província
CANADÁ
101 171 MW 57 929 MW
ITÁLIA OCEANO
florística da
OCEANO
ATLÂNTICO Irã -Anatólia
Indo-Burma
Filipinas Ilhas s suspeita contam inar seres humano l, na África;
Os cientista es e conseguiu Ocidenta
e florestas da ÁfricaÁsia; Mata Atlântica e
Califórnia Ghats
59 255 MW
PACÍFICO Ilhas Orientais e orientais
Trópico de Câncer
OCEANO 0º Trópico de Câncer Caribenhas Sri Lanka da Melanésia
s que sofreu mutaçõ são: Madagascar na
. 1. As áreas
ÍNDIA
133 018 MW Leste Chifre 0º
animais silvestre d, Wallacea, Filipinas, América do Norte.
“salto de espécie” Indo-Burma, Sundalan Sul; Florestas de Pinheiros, na
ATLÂNTICO da África Sundaland Polinésia
ESTADOS UNIDOS OCEANO Mesoamérica Cerrado Afromontano Micronésia de
é denominado as para a expansãocom
283 656 MW
PACÍFICO Wallacea
do

relevante no que está


OCEANO Floresta OCEANO
Cerrado, na América ento e as queimad
Tumbes–
Greenwich

guineana da ÍNDICO
contato
como o desmatam colocar o ser humano em
Equador
Equador ÍNDICO -Chocó–
Madagascar
Polinésia África Ocidental Sudoeste

compatíveis com
OCEANO Micronésia -Magdalena e as ilhas do Nova
NÃO ESCREVA 2. Práticas
da Austrália Caledônia podem doenças.
s agropecuárias
Andes Oceano Índico
de vírus que causam
PACÍFICO
ATIVIDADES NO LIVRO. atividade
Meridiano de

tropicais Florestas junho


que são vetores incêndio em

Greenwich
Mata
Trópico de Capricórnio Trópico de Capricórnio costeiras da
espécies animais s por focos de
BRASIL Atlântica
141 932 MW África Oriental y
Succulent Maputaland-Po
ndoland-Alban
Nova Zelândia s mais afetado
indique os hotspot

Meridiano de
Florestas Karoo Região florística e
Cabo os mapas
OCEANO GLACIAL
ANTÁRTICO de Inverno
chilenas
da Cidade do
1. Compare s por seres
de áreas silvestre
ANTÁRTICO

sendo estudado ou retoma


OCEANO GLACIAL
Círculo Polar
Antártico 0 3 222 de 2022. crescente invasão doenças.
2 745
e a

a cognição dos
0
o desmatamento
Antártico
Círculo Polar
of crops. Congresso l de novas
ity, biodiversit
y and the origin
O DE ROCHAGE
M, 1., 2010, 2. Explique como contribuir para o surto mundia um croqui
de empresa
que , Peter van. Geodivers SO BRASILEIR
2010. p. 16. Disponíve
l
humanos podem incêndio e elabore o “salto
desafios e exemplos - Fonte: STRAATEN de Rochagem. In: CONGRES Cerrados, set. e de focos de contribuir para as áreas
oportunidades, ia.com.br/fontes-de Brasileiro , DF: Embrapa juliana/Anais%20I%
20
de hotspots
renovável no
Brasil: confira https://esferaenerg ago. 2022. Anais [...]. Planaltinaublico/usuarios/uploads/fotos_ em: 12 jul. 2022. nte os mapas adas que podem identificar
Fonte: ENERGIA
Disponível em:
mar. 2021. Blogue. nergia-renovavel-no-brasil/.
Acesso em: 2 Planaltina, DF.
w.cpac.embrapa.br/p agem.PDF. Acesso 3. Analise novamecom círculos, as áreas desmat utilizando a variável cor para círculos, para
SONIA VAZ

Blog. [S. l.], 19 em: https://ww eiro%20de%20Roch focos de para localiza estudantes devem elaborar o
r, croqui tamanho, com

um conteúdo estudado é observa os


utilizam. Esfera
energia/e
a renovável, Congresso%20Brasil r as e a variável visual de 105
mento no mundo
Os s por meio de salto
mo de energi extensões de espécie”. com focos de incêndio e desmatad novas epidemia

Na última década
veis de energia,
tiveram significa
, fontes renová-
como a solar
tivos aumentos
e a eólica,
de pro-
seguir, a
Mundo: Consu
em exajoules
Consumo de
(em EJ)
70
(1990–2019)

energia estudantes. Uma das formas


incêndio, uma
de vegetação.
de identificar
vez que as queimad
Analise o mapa
as áreas de desmata
as são o método
a seguir.
mais comum de
desmatar grandes
identificar o potencial
espécie.
da região para provocar

28/08/22 15:02

anteriormente.
, no gráfico a 60

dução. Observe reno-


o de energia 50
104
evolução do consum 40
por fonte. 28/08/22 15:02
vável mundial 30

20

et al. Tracking
base em: IRENA report 2022.
19
18
17
16

10
15
14
13

20
12

Elaborado com
20
11

20
10

20
09

20
08

20
07

20
06

20
05

20
04

20

progress
03

20
02

20
01

20
00

20

SDG7: the energy p. 12. Disponível em:


99

20
98

20
97

20
96

20

0
95

20
94

20
93

19
92

19
91

19
90

19

Anos
19
19
19
19
19

DC, c2022.
19

Energia solar
A/
Washington, rg/-/media/Files/IREN de biomassa
Hidrelétricas
Energia eólica
Outras

https://www.irena.o
Uso tradicional
cking_ Bioenergia moderna
2022/Jun/SDG7_Tra 245
Agency/Publication/ Acesso em: 2 ago. 2022.
Progress_2022.pdf.

30/08/22 14:21

Pensar, fazer, OS AVANÇO


PENSAR, FA ZE COM
R, PAR TILH AR
S TECNOL As pesquisas

compartilhar Os setores NA AGROIND ÓGICOS ficaçõ es e envolvendo


melho ramen modi-
agroindustria
mentos em is, diferenteme ÚSTRIA de sementes
têm sido cada
to genét ico

Pensamento espacial
pesquisa científ nte do que
redução das ica e avanço se pode pensa frequentes. vez mais
perdas duran s tecnológicos Muito
nomos e biólog s engenheiros agrô-

GETTY IMAGES
te o proces para otimiz r, possuem
Esses avanç so produtivo. ação e aumen altos invest
os acontecem i- os realizam
melhoramen em diferentes to da produ nessas áreas pesquisas
to genético ção e em parceria

LUIS ROBAYO/AFP/
e aplicação de sementes; setores, como: pesquisas e com centro
de fertilizantes tecnol transporte; agroindústri de
ogias digitai linha de produ otimização as, buscando
colheita. Isso e agrotóxicos; s para o monit ção; e o aumento a
traz um novo maquinários oramento das

A seção promove o trabalho


arranjo para plantações agríco la para da produção
As plantações para as produ o preparo suprir a dema
são monitorada ções agríco da terra; e mercado intern nda do
mapeiam a s, em tempo las e as agroin plantação o
e
condição da real, pelos dústria mercado extern e, principalmente, do

Apresenta aos estudantes uma situação-


produção diariam produtores s.
ente, indica com uso de o. Conhecer
ndo ponto drones, que dessas pesqu algumas
s com focos isas e seus
de pragas agricultura impactos para
Além disso, e seca. é impor tante

com as competências da BNCC


PLUS

para pulver mos quais para saber-


agrotóxicos ização são as inovaç
E/DPA/IMAGE

e fertiliz antes, de e tecnológica ões científ


icas Cientistas
utilizados drone são s na área, trabal

-problema na qual deverão mobilizar os


s que fazem para saber assim como e melhoramen hando em pesquisa
URE-ALLIANC

cação pontu a apli- a origem do to de semen de catalogação


al na área, comendo em que estam “sementes tes no labora
o risco de reduzindo os do
acidentes. nosso dia a
dia. Centro Intern futuro” no banco de tório de
JAN WOITAS/PICT

como colhe Maquinários acional pela germoplasm


Palmira, Colôm a do

por meio da investigação de


itadeiras, Agricultura
arado s e bia, 2022. Tropical, em
plantadeiras
tempo de produ
também otimiz ATIVIDADE S NÃO ESCREVA
am o

conhecimentos de Cartografia associados


NO LIVRO.
ção.
Leia o artigo
trata do assunt , a seguir, que 1. Em grupo
, pesquisem,
o. técnicos e em revistas

uma situação-problema que


Drone auxilia tecnológico e jornais
sobre a área s na produ de divulg
automatizad na aplicação do estudo ção ação cientí
a de fertiliz o processo (melhorame agrícola e agroindustri fica, novos
avanços
plantação produtivo nto genét al. Reúna
em Arzberg, antes em

aos fundamentos do pensamento espacial.


a partir da (otimização ico, maqu m inform
[...] Nos últim Alemanha, Baviera, leitura do e aumento inário etc.) ações
satélite e os anos, 2019. jornal de artigo e das da produção). e os impac
outros dispo sensores divulgação pesquisas Após reunir tos sobre
sitivos foram terrestres, pesquisas científica realizadas, as informações
referentes drones, sistem científicas e tecnológica elaborem
às variáv ,
eis que influe introduzidos no

envolve conteúdos mais amplos,


variação as de rastre para a socied para explic em conju
climática nciam a ambiente amento via 2. Agora, você ade. Consul ar e reforç nto um
com sistem e incidê produtivida rural para irá fazer uma te comentários ar a impor
tância das
as que perm ncia de pragas. Trator de, como
característ
coletar dados pesquisas pesqu em orientações
didátic
na área de isa

As atividades propiciam a aprendizagem


manejo da item seu es e máqu icas do solo, melhoramen bibliográfic as.
lavoura. Softw monitoram inas agríco bibliográfic a para conhe
[...] ares auxili ento e opera las são equip o, você deve to genético cer um pouco
am a gestão ção remot ados cump rir as etapa de semen tes. Para realiza mais
Quando máqu dos dados os, benef • acesse s a seguir: sobre
. [...] iciando o sites de r o levantamen
lizar a coleta inas e senso Capes, entre revistas de divulgação Consulte comen to

estudados no semestre, ou seja, de dados res estão outras), sites científica tários em orientações
imediatame a cada minu conectados -Sucupira, (Pesquisa didáticas.
de agências
nte. Ele pode, to, conferindo em tempo real [...], Portal CNPq de fomen Fapesp, revista
desviando por exemplo, ao gestor a capac é possív do mercado; e agências to de pesqu s do porta

dos conteúdos geográficos trabalhados nas


do traçad el rea- de fomen l
sobre um o planejado, corrig ir a
rota de uma idade de to estaduais) isas (Plataforma Capes
foco de larvas encaminhar interferir • busque e sites das -
ou, ainda detec um semeadora por matér agroindústri
, remanejar tado por um pulverizado que está mento genét ias e artigo as
as tarefas drone antes r para aplica se ico, semen s que tenha
um repen programad que a praga r defensivos m as seguin
tino alerta tes, produ

em quatro unidades.
prevendo as para suas se alastre • escolha ção agríco tes palavr
chuva sobre colheitadei pelo camp três pesqu la, pesquisa as-chave:
ZAPAROLLI, certos talhõe ras para se o isas para identi científica; melhora-
Domingos. s e não em adaptar a Com o levant ficar avanç
Agricultura os

unidades em uma sequência didática de


4.0. Pesquis outros. amento e e resultados
144 a Fapesp apontando a pesquisa obtidos.
https://revistap , São
esquisa.fapesp Paulo, ed. 287, 16 benefícios realizados,
.br/agricultura jan. 2020. Debata com e malef ícios do melho elabo re um texto
-4-0/. Acesso Disponível seus colega de divulgação
em: 16 jun.
em:
de prós e s sobre os ramento genét científica
2022. contras do pontos pesqu ico de semen
alimentos melho isados e elabo tes.
mundial. Os estuda ramento genético rem uma
D3-GEO-2
ntes para
para buscar podem utilizar revistas o meio ambiente
105-F2-V9
-106-145-U tabela coleti
4-LA-G24- va

questões que partem do nível analítico mais


AVU1.indd
144 os dados solicita e jornais digitais e a produ
dos. de divulgação ção de
científica

D3-GEO-2
105-F2-V9
-106-145-U
145
4-LA-G24.
indd 145

simples para o mais complexo. SONIA VAZ

s consumidores
maiores consum
i- Mundo: maiore (2020)
s observar os de carne bovina
No gráfico, podemo

ATIVIDADES
NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
recursos cartográf
icos, era possível
3. Com base nos rotas percorridas e as direções
características das chegar ao local onde comercia
conhecer as
para
a serem tomadas rias.
lizariam as mercado
Geografia GE OGRA
FI A
PECUÁRIA E
EM

O CONSUMO
AÇÃO
DE ALIMENTO
S
dores de carne

maior consum
26 kg por habitan
consumidora
o maior rebanho
do mundo.
Estados Unidos,

de
o país do fast
idor de carne
te. No entanto
carnes
food, é o segundo
bovina, com uma
, a Argentina
bovinas. A Índia,
bovino do mundo,
média de
é a maior
que possui
não aparece
s culturais e religiosa
no
s, o
(quilogramas
per capita)
40

35

30

25

em ação
que conseguissem pós-Segunda Guerra devido a questõe
responda às
questões.
, na Noruega.
Nela, é A PRODUÇÃO os ao crescime
nto populacional mudanças na gráfico, pois,
e carne bovina,
e o consumo
de outros 20

a seguir. Depois, de cultivo, associad s, gerando fortes país não consom


nas Ilhas Lofoten Os diferentes sistemas o de alimento ão mundial. Um
15
1. Analise a imagem ritmo à produçã
EN TO ESPACIAL a seguir é de
uma vila viking
ionaram um novo hábitos alimenta
res da populaç
parte das tipos é reduzido
.
PENS AM
10
A representação vias de circulaç ão. Mundial, proporc entemente, nos presente em grande
o porto e as cia e, consequ as é a carne,
possível notar indústria alimentí essas mudanç
5
consumidos com do
ga
Nor ça

mais
á

s rebanhos bovinos
Can ia
IMAGES

Aus ão

ad

dos produto
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0
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Suí
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trál

IC CO-
ão mundial.
sil

possuem os maiores
s

Caz Chi

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sU a

Isra

ATION FOR ECONOM Meat


do

rca.
tin

Bra

ui

G , a Suécia e a Dinama refeições da populaç r os países que Fonte: ORGANIS


ni

MENT.
en

EXPANSÃO VIKIN
ALVISION VECTORS/GETTY

s observa AND DEVELOP


A -se a Noruega OPERATION
Arg

No gráfico, podemo
planície Paris, 2022.
atualmente, localizam a cultivos principalmente na
do

OECD Data.

Os estudantes são
consumption.
SONIA VAZ

rg/agroutput/
na região onde,
ta

Lofoten,
terras ções. Os lagos, Vila nas Ilhas https://data.oecd.o text=iLibrary.
Es

Os vikings viviam ra e destinaram ão de embarca navios mundo. Disponível em:


técnicas de agricultu Noruega, com .htm?con
istas na construç 2022) meat-consumption
Eles desenvolveram eram especial a busca de novos atracados e neve. da o bovino (jul. Acesso em: 16
jun. 2022.

Os vikings também utilizados para s, nados: rebanh es didáticas.


Suécia, foram
WHITEMAY/DIGIT

da Dinamarca. Noruega e da ta de novos território Ilustração retirada Países selecio rios em orientaçõ
na região da Oriente Médio.
Para a conquis terrestres em obra A gift for
a pet NÃO ESCREVA
Consulte comentá
os rios e os mares, atualme nte é o
de percorre r rotas para um ATIVIDADES NO LIVRO.
as importam
a região onde ao oriente, além ("Um presente de food, as empres

convidados a colocar
territórios, até da região rumo animal de estimaç
ão”), (em milhões
redes de fast da produção.
pelos rios e mares o das cabeças de gado) os vendidos pelas forma de reduzir os custos
eles seguiram da grande extensã de Annie R. Butler, 1. Para a produçã
o dos aliment
s lugares, como s de um restaur
ante de
VIII, em razão
350
e camelos. ,a
s-primas de diverso a linha produtiva dos produto
carroças, cavalos de viking ocorreu no século nto populac ional. Nesse período 1896. suas matéria traçar
socieda do crescime ões, 300
e, você irá
O apogeu da das colheitas e notar embarcaç Nesta atividad país de sua escolha
.
ais, do sucesso tes. Na imagem, é possível o. um determinado ções:
suas rotas comerci
250
milhões de habitan vias de circulaçã fast food de s informa
chegou a dois s na imagem? construções e o das mercadorias e das pessoas deverá pesquisa
r as seguinte

seus conhecimentos
os estão presente
população viking de circulaçã os próximos a) Para isso, você da empresa;
200
a seguir. a) Que element os com as vias e vias de circulação estão localizad de origem bovina
Analise o mapa estão integrad
b) Como os portosNota-se que as moradias, comércio
s • qual é o país , com e sem carne
vegetarianas, veganas
150
ela atua;
na vila viking? aos portos. • em que países cardápio (opções
VIII) a às questões. te 100 ela oferece no
as vikings (séc. r e respond ão e o transpor • quais opções oferecida, pesqui-
da página anterio
DACOSTA MAPAS

Mundo: jornad para a navegaç país e uma opção


ser utilizados outras).
s

2. Analise o mapa Dnieper e Dvina. e suína, entre o cardápio do


Sul

ro
o

Principais áreas 50
do

poderiam Danúbio,

Out

que Dom, ções, escolha


ia

os principais rios
ich

a do

OCEANO
Os rios Volga,
á

de colonização
lând

essas informa
Uni
ico

uma tabela:
Ja
ad

geográficos em
s e compradas?
ia

GLACIAL ÁRTICO
a) Quais eram
o de Greenw

GROENLÂNDIA
b) Após coletar
a

Rotas marítimas
para elaborar
trál

Can
ia

tin

éx

0
ei
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a serem vendida s informações
s

a Ze
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Cor

Rotas fluviais
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das mercadorias
en
sil

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lo
vikings? . as seguinte
Re

colonizadas pelos
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Chi

Po
ni

Suécia e Finlândia sando


Bra

Arg

Nov

la
utilizadas;
r Ár Rotas terrestres
Eu

ões?
sU

as principais áreas , Groenlândia, Irlanda, escolhido.


tico
OCEANO
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IX
ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A COLEÇÃO
1 Propostas teórico-metodológicas da obra e a BNCC
1.1 • Uma visão geral
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), no seu artigo 2o, explica que “[a] educação, dever da família e do Estado,
inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento
do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1996, p. 7). A
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) garante, por meio das competências gerais, o desenvolvimento dos estudantes,
visando a uma formação crítica e cidadã, corroborando o artigo 210 da Constituição Federal de 1988, que prevê: “Serão
fixados conteúdos mínimos para o Ensino Fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos
valores culturais e artísticos, nacionais e regionais” (BRASIL, 1998, p. 124).
É com base nesses princípios – e ainda compreendendo a importância do ensino de Geografia em toda a Educação
Básica – que organizamos a obra, estruturada em uma concepção de ensino e de aprendizagem que dá ênfase à cons-
trução do conhecimento e supera a dicotomia entre as ações humanas e os elementos físico-naturais. Ao ponderarmos
a construção do conhecimento escolar como processo, consideramos que a percepção dos fenômenos e da realidade
pode ser levada tanto pelos sentidos quanto pelas relações e conexões presentes no cotidiano.
Assim, das abordagens para o ensino e a aprendizagem apresentadas na BNCC e da concepção teórico-metodológica,
assumidas nesta obra do 6o ao 9o ano, consideramos relevante destacar:
• a articulação e a indissociabilidade da Cartografia em relação à educação geográfica e ao desenvolvimento do
pensamento espacial dos estudantes;
• a importância da Cartografia como linguagem no processo de ensino e de aprendizagem no Ensino Fundamental,
principalmente nos Anos Finais;
• a consideração do encadeamento dos conteúdos, princípios e conceitos à vivência dos estudantes – facilitando,
portanto, a conexão de categorias, conceitos e métodos geográficos em sala de aula, por meio do estímulo à
interação com o conhecimento geográfico.
A aprendizagem, na perspectiva teórica socioconstrutivista assumida nesta obra, tem importância na medida em
que compreendemos a construção do conhecimento geográfico em sala de aula por meio de um ambiente com ações
impulsionadoras, críticas e mediadas por diferentes saberes; com discussões que considerem as representações dos
estudantes quanto à realidade na qual vivem e em que seja possível pôr em jogo as várias concepções acerca dos objetos
de estudo, oferecendo explicações coerentes e mais profundas sobre os objetos e os fenômenos.
Assim, o encadeamento dos conteúdos desta obra propõe uma condução que considera a transição cognitiva,
recorrendo às representações para a apreensão do real e usando abstrações para a assimilação do concreto, sem cair
nas armadilhas da simplificação ou das abordagens meramente mnemônicas – desafio potente e inescapável, sempre
presente na educação geográfica. Essa condução considera, ainda, as mudanças na história do pensamento geográfico
desde os anos 1980 e as que ocorreram no campo da didática e das concepções do ensino e da aprendizagem.

1.2 • Competências
Conhecer as competências e as habilidades da BNCC é importante para que compreendamos que saberes e capaci-
dades cognitivas, afetivas e sociais estamos trabalhando com os estudantes.
As situações de aprendizagem podem contribuir para que eles mobilizem os saberes e as capacidades em problemas
análogos e, com isso, perceberemos se estamos avaliando com eficácia e coerência.

X
1.2.1 • Competências gerais da BNCC

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultu-
ral e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de
uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investi-
gação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conheci-
mentos das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se ex-
pressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, sig-
nificativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar
e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exer-
cício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em
relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e pro-
movendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de
qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determina-
ção, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.

(BRASIL, 2018, p. 9-10).

1.2.2 • Competências específicas de Ciências Humanas para o Ensino Fundamental

1. Compreender a si e ao outro como identidades diferentes, de forma a exercitar o respeito à diferença


em uma sociedade plural e promover os direitos humanos.
2. Analisar o mundo social, cultural e digital e o meio técnico-científico-informacional com base nos co-
nhecimentos das Ciências Humanas, considerando suas variações de significado no tempo e no espaço,
para intervir em situações do cotidiano e se posicionar diante de problemas do mundo contemporâneo.

XI
3. Identificar, comparar e explicar a intervenção do ser humano na natureza e na sociedade, exercitando
a curiosidade e propondo ideias e ações que contribuam para a transformação espacial, social e cultural,
de modo a participar efetivamente das dinâmicas da vida social.
4. Interpretar e expressar sentimentos, crenças e dúvidas com relação a si mesmo, aos outros e às diferen-
tes culturas, com base nos instrumentos de investigação das Ciências Humanas, promovendo o acolhimento
e a valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e po-
tencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
5. Comparar eventos ocorridos simultaneamente no mesmo espaço e em espaços variados, e eventos
ocorridos em tempos diferentes no mesmo espaço e em espaços variados.
6. Construir argumentos, com base nos conhecimentos das Ciências Humanas, para negociar e defender
ideias e opiniões que respeitem e promovam os direitos humanos e a consciência socioambiental, exerci-
tando a responsabilidade e o protagonismo voltados para o bem comum e a construção de uma sociedade
justa, democrática e inclusiva.
7. Utilizar as linguagens cartográfica, gráfica e iconográfica e diferentes gêneros textuais e tecnologias
digitais de informação e comunicação no desenvolvimento do raciocínio espaço-temporal relacionado a lo-
calização, distância, direção, duração, simultaneidade, sucessão, ritmo e conexão.

(BRASIL, 2018, p. 357).

1.2.3 • Competências específicas de Geografia para o Ensino Fundamental

1. Utilizar os conhecimentos geográficos para entender a interação sociedade/natureza e exercitar o in-


teresse e o espírito de investigação e de resolução de problemas.
2. Estabelecer conexões entre diferentes temas do conhecimento geográfico, reconhecendo a importân-
cia dos objetos técnicos para a compreensão das formas como os seres humanos fazem uso dos recursos
da natureza ao longo da história.
3. Desenvolver autonomia e senso crítico para compreensão e aplicação do raciocínio geográfico na análi-
se da ocupação humana e produção do espaço, envolvendo os princípios de analogia, conexão, diferenciação,
distribuição, extensão, localização e ordem.
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de di-
ferentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações
geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo
natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor pergun-
tas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da Geografia.
6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vis-
ta que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem
preconceitos de qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, demo-
cráticos, sustentáveis e solidários.

(BRASIL, 2018, p. 366).

XII
1.3 • Unidades temáticas, objetos de conhecimento e habilidades
1.3.1 • BNCC do 6o ano

Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
O sujeito e seu Identidade sociocultural (EF06GE01) Comparar modificações das paisagens nos lugares de
lugar no mundo vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos.

(EF06GE02) Analisar modificações de paisagens por diferentes tipos de


sociedade, com destaque para os povos originários.

Conexões e Relações entre os (EF06GE03) Descrever os movimentos do planeta e sua relação com
escalas componentes a circulação geral da atmosfera, o tempo atmosférico e os padrões
físico-naturais climáticos.

(EF06GE04) Descrever o ciclo da água, comparando o escoamento


superficial no ambiente urbano e rural, reconhecendo os principais
componentes da morfologia das bacias e das redes hidrográficas e a sua
localização no modelado da superfície terrestre e da cobertura vegetal.

(EF06GE05) Relacionar padrões climáticos, tipos de solo, relevo e


formações vegetais.

Mundo do Transformação das (EF06GE06) Identificar as características das paisagens transformadas


trabalho paisagens naturais e pelo trabalho humano a partir do desenvolvimento da agropecuária e do
antrópicas processo de industrialização.

(EF06GE07) Explicar as mudanças na interação humana com a natureza


a partir do surgimento das cidades.

Formas de Fenômenos naturais e (EF06GE08) Medir distâncias na superfície pelas escalas gráficas e
representação sociais representados numéricas dos mapas.
de diferentes maneiras
e pensamento
espacial (EF06GE09) Elaborar modelos tridimensionais, blocos-diagramas e perfis
topográficos e de vegetação, visando à representação de elementos e
estruturas da superfície terrestre.

Natureza, Biodiversidade e ciclo (EF06GE10) Explicar as diferentes formas de uso do solo (rotação
ambientes e hidrológico de terras, terraceamento, aterros etc.) e de apropriação dos recursos
hídricos (sistema de irrigação, tratamento e redes de distribuição), bem
qualidade de
como suas vantagens e desvantagens em diferentes épocas e lugares.
vida
(EF06GE11) Analisar distintas interações das sociedades com a natureza,
com base na distribuição dos componentes físico-naturais, incluindo as
transformações da biodiversidade local e do mundo.

(EF06GE12) Identificar o consumo dos recursos hídricos e o uso das


principais bacias hidrográficas no Brasil e no mundo, enfatizando as
transformações nos ambientes urbanos.

Atividades humanas e (EF06GE13) Analisar consequências, vantagens e desvantagens das


dinâmica climática práticas humanas na dinâmica climática (ilha de calor etc.).

Fonte: Brasil (2018, p. 384-385).

XIII
1.3.2 • BNCC do 7o ano

Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
O sujeito e seu Ideias e concepções (EF07GE01) Avaliar, por meio de exemplos extraídos dos meios de
lugar no mundo sobre a formação comunicação, ideias e estereótipos acerca das paisagens e da formação
territorial do Brasil territorial do Brasil.

Conexões e Formação territorial do (EF07GE02) Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais
escalas Brasil na formação socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os
conflitos e as tensões históricas e contemporâneas.

(EF07GE03) Selecionar argumentos que reconheçam as territorialidades


dos povos indígenas originários, das comunidades remanescentes de
quilombos, de povos das florestas e do cerrado, de ribeirinhos e caiçaras,
entre outros grupos sociais do campo e da cidade, como direitos legais
dessas comunidades.

Características da (EF07GE04) Analisar a distribuição territorial da população brasileira,


população brasileira considerando a diversidade étnico-cultural (indígena, africana, europeia
e asiática), assim como aspectos de renda, sexo e idade nas regiões
brasileiras.

Mundo do Produção, circulação (EF07GE05) Analisar fatos e situações representativas das alterações
trabalho e consumo de ocorridas entre o período mercantilista e o advento do capitalismo.
mercadorias
(EF07GE06) Discutir em que medida a produção, a circulação e o
consumo de mercadorias provocam impactos ambientais, assim como
influem na distribuição de riquezas, em diferentes lugares.

Desigualdade social e o (EF07GE07) Analisar a influência e o papel das redes de transporte e


trabalho comunicação na configuração do território brasileiro.

(EF07GE08) Estabelecer relações entre os processos de industrialização


e inovação tecnológica com as transformações socioeconômicas do
território brasileiro.

Formas de Mapas temáticos do (EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos,


representação Brasil inclusive utilizando tecnologias digitais, com informações demográficas
e econômicas do Brasil (cartogramas), identificando padrões espaciais,
e pensamento
regionalizações e analogias espaciais.
espacial
(EF07GE10) Elaborar e interpretar gráficos de barras, gráficos de setores
e histogramas, com base em dados socioeconômicos das regiões
brasileiras.

Natureza, Biodiversidade (EF07GE11) Caracterizar dinâmicas dos componentes físico-naturais no


ambientes e brasileira território nacional, bem como sua distribuição e biodiversidade (Florestas
Tropicais, Cerrados, Caatingas, Campos Sulinos e Matas de Araucária).
qualidade de
vida
(EF07GE12) Comparar unidades de conservação existentes no
Município de residência e em outras localidades brasileiras, com base na
organização do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

Fonte: Brasil (2018, p. 386-387).

XIV
1.3.3 • BNCC do 8o ano

Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
O sujeito e seu Distribuição da (EF08GE01) Descrever as rotas de dispersão da população humana pelo
lugar no mundo população mundial planeta e os principais fluxos migratórios em diferentes períodos da
e deslocamentos história, discutindo os fatores históricos e condicionantes físico-naturais
populacionais associados à distribuição da população humana pelos continentes.

Diversidade e dinâmica (EF08GE02) Relacionar fatos e situações representativas da história


da população mundial das famílias do Município em que se localiza a escola, considerando a
e local diversidade e os fluxos migratórios da população mundial.

(EF08GE03) Analisar aspectos representativos da dinâmica demográfica,


considerando características da população (perfil etário, crescimento
vegetativo e mobilidade espacial).

(EF08GE04) Compreender os fluxos de migração na América Latina


(movimentos voluntários e forçados, assim como fatores e áreas de
expulsão e atração) e as principais políticas migratórias da região.

Conexões e Corporações (EF08GE05) Aplicar os conceitos de Estado, nação, território, governo e


escalas e organismos país para o entendimento de conflitos e tensões na contemporaneidade,
internacionais e com destaque para as situações geopolíticas na América e na África e
do Brasil na ordem suas múltiplas regionalizações a partir do pós-guerra.
econômica mundial
(EF08GE06) Analisar a atuação das organizações mundiais nos processos
de integração cultural e econômica nos contextos americano e africano,
reconhecendo, em seus lugares de vivência, marcas desses processos.

(EF08GE07) Analisar os impactos geoeconômicos, geoestratégicos e


geopolíticos da ascensão dos Estados Unidos da América no cenário
internacional em sua posição de liderança global e na relação com a
China e o Brasil.

(EF08GE08) Analisar a situação do Brasil e de outros países da América


Latina e da África, assim como da potência estadunidense na ordem
mundial do pós-guerra.

(EF08GE09) Analisar os padrões econômicos mundiais de produção,


distribuição e intercâmbio dos produtos agrícolas e industrializados,
tendo como referência os Estados Unidos da América e os países
denominados de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

(EF08GE10) Distinguir e analisar conflitos e ações dos movimentos


sociais brasileiros, no campo e na cidade, comparando com outros
movimentos sociais existentes nos países latino-americanos.

(EF08GE11) Analisar áreas de conflito e tensões nas regiões de fronteira


do continente latino-americano e o papel de organismos internacionais e
regionais de cooperação nesses cenários.

(EF08GE12) Compreender os objetivos e analisar a importância dos


organismos de integração do território americano (Mercosul, OEA, OEI,
Nafta, Unasul, Alba, Comunidade Andina, Aladi, entre outros).

XV
Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
Os diferentes (EF08GE13) Analisar a influência do desenvolvimento científico e
Mundo do tecnológico na caracterização dos tipos de trabalho e na economia dos
trabalho contextos e os meios
técnico e tecnológico espaços urbanos e rurais da América e da África.
na produção
(EF08GE14) Analisar os processos de desconcentração, descentralização e
recentralização das atividades econômicas a partir do capital estadunidense
e chinês em diferentes regiões no mundo, com destaque para o Brasil.

Transformações do (EF08GE15) Analisar a importância dos principais recursos hídricos da


espaço na sociedade América Latina (Aquífero Guarani, Bacias do rio da Prata, do Amazonas e
urbano-industrial na do Orinoco, sistemas de nuvens na Amazônia e nos Andes, entre outros) e
América Latina discutir os desafios relacionados à gestão e comercialização da água.

(EF08GE16) Analisar as principais problemáticas comuns às grandes


cidades latino-americanas, particularmente aquelas relacionadas à
distribuição, estrutura e dinâmica da população e às condições de vida e
trabalho.

(EF08GE17) Analisar a segregação socioespacial em ambientes urbanos


da América Latina, com atenção especial ao estudo de favelas, alagados e
zona de riscos.

Cartografia: (EF08GE18) Elaborar mapas ou outras formas de representação


Formas de cartográfica para analisar as redes e as dinâmicas urbanas e rurais,
representação anamorfose, croquis
e mapas temáticos da ordenamento territorial, contextos culturais, modo de vida e usos e
e pensamento ocupação de solos da África e América.
América e África
espacial
(EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e
anamorfoses geográficas com informações geográficas acerca da África e
América.

Identidades e (EF08GE20) Analisar características de países e grupos de países da


Natureza, América e da África no que se refere aos aspectos populacionais, urbanos,
ambientes e interculturalidades
regionais: Estados políticos e econômicos, e discutir as desigualdades sociais e econômicas e
qualidade de as pressões sobre a natureza e suas riquezas (sua apropriação e valoração
Unidos da América,
vida América espanhola e na produção e circulação), o que resulta na espoliação desses povos.
portuguesa e África
(EF08GE21) Analisar o papel ambiental e territorial da Antártica no
contexto geopolítico, sua relevância para os países da América do Sul e
seu valor como área destinada à pesquisa e à compreensão do ambiente
global.

Diversidade ambiental (EF08GE22) Identificar os principais recursos naturais dos países da


e as transformações América Latina, analisando seu uso para a produção de matéria-prima e
nas paisagens na energia e sua relevância para a cooperação entre os países do Mercosul.
América Latina
(EF08GE23) Identificar paisagens da América Latina e associá-las, por meio
da cartografia, aos diferentes povos da região, com base em aspectos da
geomorfologia, da biogeografia e da climatologia.

(EF08GE24) Analisar as principais características produtivas dos países


latino-americanos (como exploração mineral na Venezuela; agricultura
de alta especialização e exploração mineira no Chile; circuito da carne
nos pampas argentinos e no Brasil; circuito da cana-de-açúcar em Cuba;
polígono industrial do sudeste brasileiro e plantações de soja no centro-
-oeste; maquiladoras mexicanas, entre outros).

Fonte: Brasil (2018, p. 388-391).

XVI
1.3.4 • BNCC do 9o ano

Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
A hegemonia europeia (EF09GE01) Analisar criticamente de que forma a hegemonia europeia
O sujeito e seu na economia, na foi exercida em várias regiões do planeta, notadamente em situações
lugar no mundo política e na cultura de conflito, intervenções militares e/ou influência cultural em diferentes
tempos e lugares.
Corporações (EF09GE02) Analisar a atuação das corporações internacionais e das
e organismos organizações econômicas mundiais na vida da população em relação ao
internacionais consumo, à cultura e à mobilidade.
As manifestações (EF09GE03) Identificar diferentes manifestações culturais de minorias
culturais na formação étnicas como forma de compreender a multiplicidade cultural na escala
populacional mundial, defendendo o princípio do respeito às diferenças.
(EF09GE04) Relacionar diferenças de paisagens aos modos de viver de
diferentes povos na Europa, Ásia e Oceania, valorizando identidades e
interculturalidades regionais.
Integração mundial e (EF09GE05) Analisar fatos e situações para compreender a integração
Conexões e suas interpretações: mundial (econômica, política e cultural), comparando as diferentes
escalas globalização e interpretações: globalização e mundialização.
mundialização
A divisão do mundo em (EF09GE06) Associar o critério de divisão do mundo em Ocidente e
Ocidente e Oriente Oriente com o Sistema Colonial implantado pelas potências europeias.

Intercâmbios históricos (EF09GE07) Analisar os componentes físico-naturais da Eurásia e os


e culturais entre determinantes histórico-geográficos de sua divisão em Europa e Ásia.
Europa, Ásia e Oceania
(EF09GE08) Analisar transformações territoriais, considerando o
movimento de fronteiras, tensões, conflitos e múltiplas regionalidades na
Europa, na Ásia e na Oceania.

(EF09GE09) Analisar características de países e grupos de países


europeus, asiáticos e da Oceania em seus aspectos populacionais,
urbanos, políticos e econômicos, e discutir suas desigualdades sociais e
econômicas e pressões sobre seus ambientes físico-naturais.
Transformações do (EF09GE10) Analisar os impactos do processo de industrialização na produção
Mundo do espaço na sociedade e circulação de produtos e culturas na Europa, na Ásia e na Oceania.
trabalho urbano-industrial
(EF09GE11) Relacionar as mudanças técnicas e científicas decorrentes
do processo de industrialização com as transformações no trabalho em
diferentes regiões do mundo e suas consequências no Brasil.

Cadeias industriais e (EF09GE12) Relacionar o processo de urbanização às transformações da


inovação no uso dos produção agropecuária, à expansão do desemprego estrutural e ao papel
recursos naturais e crescente do capital financeiro em diferentes países, com destaque para
matérias-primas o Brasil.

(EF09GE13) Analisar a importância da produção agropecuária na


sociedade urbano-industrial ante o problema da desigualdade mundial
de acesso aos recursos alimentares e à matéria-prima.

XVII
Unidades Objetos de
Habilidades
temáticas conhecimento
Leitura e elaboração (EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas
Formas de temáticos e esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas para
representação de mapas
temáticos, croquis analisar, sintetizar e apresentar dados e informações sobre diversidade,
e pensamento diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais.
e outras formas de
espacial representação para
(EF09GE15) Comparar e classificar diferentes regiões do mundo com
analisar informações
base em informações populacionais, econômicas e socioambientais
geográficas
representadas em mapas temáticos e com diferentes projeções
cartográficas.

Diversidade ambiental (EF09GE16) Identificar e comparar diferentes domínios morfoclimáticos da


Natureza, Europa, da Ásia e da Oceania.
ambientes e e as transformações
nas paisagens na
qualidade de (EF09GE17) Explicar as características físico-naturais e a forma de
Europa, na Ásia e na
vida Oceania ocupação e usos da terra em diferentes regiões da Europa, da Ásia e da
Oceania.
(EF09GE18) Identificar e analisar as cadeias industriais e de inovação e
as consequências dos usos de recursos naturais e das diferentes fontes
de energia (tais como termoelétrica, hidrelétrica, eólica e nuclear) em
diferentes países.
Fonte: Brasil (2018, p. 392-395).

1.4 • Articulação da obra com a BNCC


O ponto de partida para a elaboração de um material que vá ao encontro dos objetivos da Geografia Escolar é
admitir que a Geografia, como componente que integra o currículo escolar, possibilita aos estudantes a compreensão
de sua realidade e a leitura do mundo em que vivem, ou seja, a análise da realidade e das relações entre a sociedade e
a natureza na construção do espaço geográfico. Tomando-se por base esse objetivo, ponderamos que a Geografia se
constitui, assim como os outros componentes curriculares, em uma complexa tarefa, na medida em que necessita articular
a didática com os conteúdos, adequando-os à faixa etária dos estudantes.
Com esta obra, para os Anos Finais do Ensino Fundamental, pretendemos proporcionar aos estudantes um apren-
dizado de Geografia que faça sentido, pois deve estar relacionado ao cotidiano e, assim, despertar o interesse para os
temas desenvolvidos em sala de aula. Isso significa assumir um processo de ensino e de aprendizagem que contribua para
o raciocínio geográfico dos estudantes, ou seja, oferecer subsídios para que eles consigam, por meio de noções básicas
de Geografia e de Cartografia, compreender o espaço produzido, no qual ocorre uma série de relações e inter-relações
sociais, políticas, ambientais e ideológicas.
O encadeamento dos conteúdos foi pensado considerando os conceitos que estruturam a Geografia Escolar: lugar,
paisagem, território, natureza, região, espaço, tempo e sociedade. Esses conceitos estão profundamente conectados com
a linguagem cartográfica e estimulam o raciocínio geográfico.
Nessa perspectiva, a educação geográfica cumpre uma função social importante – como conhecimento que possibilita
a compreensão da realidade dos lugares onde se vive e das relações entre a sociedade e a natureza. Apresenta-se, então,
como um componente curricular fundamental para a leitura do território e das disputas globais, para entender os usos
dos recursos naturais, a produção industrial e a agropecuária e os seus impactos ambientais.
Na aprendizagem da educação geográfica, deve-se levar em consideração a formação do raciocínio geográfico,
com base nos processos espaciais. Isso significa ter como eixos temáticos os vocabulários próprios da Geografia para
a análise do espaço geográfico, tais como escala, arranjos, configurações territoriais, mudanças climáticas, sustentabili-
dade, diversidade e interdependência entre os elementos físico-naturais e a interculturalidade. Os princípios geográficos,
apresentados no quadro da BNCC de Geografia, contribuem para que tenhamos vocabulários os quais, associados a
categorias, princípios e conceitos espaciais, estimulem o desenvolvimento do raciocínio geográfico.

XVIII
Descrição dos princípios geográficos
Princípio Descrição

Analogia Um fenômeno geográfico sempre é comparável a outros. A identificação das semelhanças entre
fenômenos geográficos é o início da compreensão da unidade terrestre.

Conexão Um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre em interação com outros
fenômenos próximos ou distantes.

Diferenciação1 É a variação dos fenômenos de interesse da geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima),
resultando na diferença entre áreas.

Distribuição Exprime como os objetos se repartem pelo espaço.

Extensão Espaço finito e contínuo delimitado pela ocorrência do fenômeno geográfico.

Localização Posição particular de um objeto na superfície terrestre. A localização pode ser absoluta (definida
por um sistema de coordenadas geográficas) ou relativa (expressa por meio de relações espaciais
topológicas ou por interações espaciais).

Ordem2 Ordem ou arranjo espacial é o princípio geográfico de maior complexidade. Refere-se ao modo de
estruturação do espaço de acordo com as regras da própria sociedade que o produziu.

Fonte: Fernandes, Triga e Spósito (2016) apud Brasil (2018, p. 360).

Esses princípios corroboram para que os estudantes possam desenvolver o pensamento espacial por meio de situações
geográficas que estão relacionadas a uma localização, uma escala de análise e um fenômeno em um determinado tempo
e lugar. Os princípios associados às categorias e aos conceitos espaciais serão aplicados para analisar e resolver problemas,
com base no ensino por investigação.
Nas atividades desenvolvidas na obra, partimos da concepção de que o pensamento espacial não apenas mobiliza,
mas também faz parte dos cinco campos do conhecimento geográfico que potencializam a análise da situação geográfica,
que é o ponto de partida e, portanto, desenvolve o raciocínio geográfico. Fazem parte dos cinco campos representações
cartográficas, imagens de satélites, fotografias aéreas e outras imagens, às quais estão associados os seguintes conceitos:
a escala, a extensão, a localização, as relações entre as unidades de medida, as diferentes formas de calcular as distâncias,
os sistemas de coordenadas e a natureza dos espaços (bidimensionalidade e tridimensionalidade). Por meio das atividades,
esperamos que os estudantes sejam incentivados a compreender os fenômenos em diferentes complexidades cognitivas,
que estão relacionadas à progressão dos conteúdos abordados de maneira integrada, buscando superar as dicotomias
existentes na Geografia.
Nesse sentido, a BNCC reforça a concepção de alfabetização cartográfica, associando a ela o desenvolvimento do
pensamento espacial, presente desde a Educação Infantil, com destaque para a noção de localização, a qual permite
aos estudantes iniciar a construção da concepção do espaço geográfico, partindo de experiências que estimulem o
entendimento de situações do cotidiano e de fenômenos espaciais, desde os mais simples (o lugar de vivência) até os mais
complexos (associações espaciais e generalizações que permitem relacionar, em várias escalas, fenômenos e processos
geográficos). Entretanto, a noção de localização não se relaciona apenas ao lugar onde vivem os estudantes, mas também
a outros lugares, possibilitando trabalhar dois conceitos: o de localização de um objeto e um fenômeno e o de lugar, que
está relacionado ao lugar onde se vive, por exemplo, o que acontece em um lugar está relacionado às suas localizações
absoluta e relativa. Nesse sentido, concordamos com a BNCC quando afirma que:

1
MOREIRA, Ruy. A diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a representação da diferença na Geografia. GEOgraphia, Rio de Janeiro,
ano 1, n. 1, p. 41-58, 1999.
2
MOREIRA, Ruy. Repensando a Geografia. In: SANTOS, Milton (org.). Novos rumos da Geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, 1982.
p. 35-49.

XIX
O conceito de espaço é inseparável do conceito de tempo e ambos precisam
ser pensados articuladamente como um processo. Assim como para a História,
o tempo é para a Geografia uma construção social, que se associa à memória
e às identidades sociais dos sujeitos. Do mesmo modo, os tempos da natureza
não podem ser ignorados, pois marcam a memória da Terra e as transformações
naturais que explicam as atuais condições do meio físico natural. Assim,
pensar a temporalidade das ações humanas e das sociedades por meio da
relação tempo-espaço representa um importante e desafiador processo na
aprendizagem de Geografia. (BRASIL, 2018, p. 361).

Esse entendimento também está relacionado aos arranjos e às configurações das paisagens e possibilita a compre-
ensão dos princípios de conexão, distribuição, extensão e ordem, além da associação com a Cartografia e suas noções,
reforçando o processo de alfabetização cartográfica.

1.4.1 • Por que ensinar Geografia nos Anos Finais do Ensino Fundamental
O ensino de Geografia é importante na medida em que concede aos estudantes a capacidade de compreensão
da realidade social e da natureza – atualmente com destaque para as abordagens ambientais – e, ao mesmo tempo, o
estabelecimento de relações entre elas. Essa percepção é essencial para que os estudantes possam refletir a respeito de
como e por que suas ações no âmbito individual ou coletivo trazem consequências para sua vida e para a sociedade.
Dessa maneira, os estudantes podem descobrir seu lugar no mundo e desenvolver o espírito crítico em relação a
temas cruciais da realidade contemporânea em suas configurações espaciais: problemas socioambientais, disparidades
sociais, tensões geopolíticas, desafios da globalização, bem como mudanças científicas e tecnológicas.
Nos diferentes contextos da realidade em que vivemos, faz-se necessário pensar o ensino de Geografia tanto no que
se refere às discussões epistemológicas da ciência geográfica como no campo do processo de ensino e aprendizagem – na
didática específica –, buscando compreender como se constrói o conhecimento científico e como os estudantes constroem
o seu conhecimento, como eles aprendem, na perspectiva da metacognição.
No contexto da aprendizagem, é necessário desenvolver habilidades como, por exemplo, comparar, classificar, des-
crever, observar, analisar e relacionar conceitos e/ou fatos, entre outras, entendendo-as como essenciais à construção do
conhecimento e ao desenvolvimento do raciocínio geográfico. Para isso, é importante ter clareza do papel do processo de
ensino e aprendizagem, de como potencializar as atividades para a resolução de problemas, do ensino por investigação
e por argumentação, sempre tendo as categorias e conceitos espaciais inseridos neles. Nesse sentido, concordamos com
a ideia de que:

[...] Os princípios lógicos são os princípios da localização, distribuição, extensão,


distância, posição e escala. Os antigos compreendiam a importância preliminar
e central desses princípios na formação da personalidade e do discurso da
representação geográfica. Organizar e estruturar geograficamente significava,
simultaneamente, para eles, localizar, distribuir, conectar, distar, delimitar e
escalarizar as relações na paisagem e transportá-las para o mapa. Só então
podia-se analisar a relação homem-meio/homem-espaço em sua dimensão
geográfica. (MOREIRA, 2013, p. 116).

Cabe destacar exemplos de como cada um desses princípios foi desenvolvido na obra.

XX
Princípio Como foi desenvolvido
Analogia Comparação de paisagens, lugares, diversas situações geográficas
e realidades em diferentes épocas.

Conexão Estabelecimento de relações dos eventos, características,


influências de um fenômeno em relação a outros. Identificação
das interferências que ocorrem nos lugares por causa de aspectos
globais e de outras escalas.

Diferenciação Identificação de características próprias de cada evento com


a posterior comparação delas com as de outro lugar, região,
território, cultura etc.

Distribuição Análise das relações existentes entre fenômenos e fatos com a


percepção das lógicas de distribuição espacial.

Extensão Análise da ocorrência de fenômenos em determinadas áreas, com


o uso da Cartografia, para que essas análises possam ser mais
concretas.

Localização É tratada permanentemente, uma vez que, ao realizar as análises


espaciais, é primordial localizar os fenômenos.

Ordem Descrição, identificação, associação, comparação, análise e


interpretação de diferentes aspectos espaciais.

Fonte: Elaborado especialmente para esta obra.

Dessa forma, concordamos com Ruy Moreira, quando ele afirma que

Tudo na geografia começa então com os princípios lógicos. Primeiro é preciso


localizar o fenômeno na paisagem. O conjunto das localizações dá o quadro da dis-
tribuição. Vem, então, a distância entre localizações dentro da distribuição. E com
a rede e conexão das distâncias vem a extensão, que já é o princípio da unidade
do espaço (ou espaço como princípio da unidade). A seguir, vem a delimitação dos
recortes dentro da extensão, surgindo o território. E, por fim, do entrecruzamento
desses recortes surge a escala e temos o espaço constituído em toda a sua comple-
xidade. (MOREIRA, 2013, p. 117).

Organizamos, nesta obra, o conhecimento geográfico escolar com base em um conjunto de unidades temáticas
fundamentadas em uma concepção didática que leva em consideração a faixa etária e as dimensões culturais e sociais
dos estudantes. Isso significa reafirmar que, na educação geográfica, a aprendizagem requer muito mais do que acu-
mular informações ou justapor conteúdos; ela exige o desenvolvimento do raciocínio geográfico estruturado no estatuto
epistemológico da Geografia, o que possibilita aos estudantes a apropriação do conhecimento geográfico para a análise
de diferentes realidades e tempos.
É tarefa do ensino de Geografia estimular a compreensão dos lugares no âmbito do cotidiano, a descoberta das
semelhanças e das diferenças nas diversas categorias do espaço e a capacidade de estabelecer relações e comparações.
Dessa forma, os estudantes podem ser incentivados a comparar diferentes espaços e a entender que o estudo do terri-
tório passa pela compreensão do grau de complexidade que esse conceito tem, pois abrange diferentes usos, hábitos e
culturas, organização política, tradições e etnias – que muitas vezes convivem em um mesmo território. Pelo fato de o
espaço ser um produto da sociedade, questionam-se as relações entre os territórios para compreender temporalmente
as mudanças que ocorreram nos lugares.

XXI
Nesta perspectiva, entendemos a importância que a epistemologia da Geografia tem na educação geográfica e da
clareza do objeto, do método de análise e dos fundamentos teóricos-metodológicos da Geografia. Apesar de sabermos
que há diferença entre a Geografia Acadêmica e a Escolar, compreendemos que, na construção do conhecimento escolar,
há necessidade de se pautar na ciência e, no nosso caso, na ciência geográfica, com base em seu estatuto epistemológico,
conforme esquema a seguir.

Raciocínio geográfico

Sujeito e
seu lugar

s
no mundo

co

Re
áfi

pr
Princípios geográficos
gr

espaciais

es
o
ge

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Mundo
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UNIDADES TEMÁTICAS
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ambientes e

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qualidade
Ca

s
de vida

Realidade Situação Objetos de


Conexões
geográfica
e escalas
conhecimento

Forma de

SONIA VAZ
representação
e pensamento
espacial

Fonte: Elaborado especialmente para esta obra.

O propósito da obra é fornecer condições aos estudantes para que consigam estabelecer relações entre seu lugar de
vivência e outros lugares, com diferentes escalas de análise (local, regional, global), que possam comparar e perceber seme-
lhanças e diferenças, permanências e mudanças, além de compreender os processos histórico e geográfico dos diferentes
lugares, relacionando o tempo e o espaço. Ao eleger a escala de análise e articular conceitos, formas de representação e
processos de raciocínio, é possível construir o pensamento espacial, delimitando o fenômeno em questão e estimulando a
capacidade de generalização na construção do conhecimento geográfico. O estudo dos fenômenos geográficos em dife-
rentes escalas de análise permite superar a falsa dicotomia existente entre o local e o global, ou seja, quando são estudados
o lugar de vivência dos estudantes e outros locais em concomitância, quebra-se o senso comum que favorece a ordenação
concêntrica dos conteúdos geográficos, o qual muitas vezes gera um discurso descritivo do espaço geográfico.
Consideramos, portanto, que o espaço do cotidiano possui um valor didático relevante como objeto de aprendizagem
e, consequentemente, como escala geográfica. Isso porque, ao aproximar a análise da realidade vivenciada ou conhecida
pelos estudantes, a experiência diária pode se relacionar com mais facilidade ao raciocínio abstrato, utilizando, para isso,
o domínio da linguagem, o pensamento simbólico e a representação espacial.
Nessa perspectiva, a educação geográfica contribui para a formação do conceito de identidade, expresso de dife-
rentes formas: na consciência de que somos sujeitos da história; nas relações com lugares vividos (incluindo as relações
de produção); nos costumes que resgatam a nossa memória social; na identificação e na comparação entre valores e
períodos que explicam a nossa identidade cultural; e na percepção da paisagem – que ganha significados na medida
em que, ao observá-la, temos a dimensão da produção do espaço e das vivências que ocorrem nos diferentes lugares.

XXII
1.5 • Categorias geográficas
1.5.1 • Natureza
O conceito de natureza é desenvolvido na obra com base no enfoque geossistêmico, uma vez que acreditamos que
essa opção metodológica nos permite compreender a dimensão do espaço terrestre onde os diversos elementos naturais
(relevo, geologia, clima, vegetação, hidrografia etc.) estão vinculados entre si e sofrem interferências uns dos outros. Essas
conexões entre os diferentes componentes naturais formam uma integridade definida, interagindo com a esfera cósmica
e com a sociedade humana (SOCHAVA, 1978).
Ao desenvolvermos o conceito dessa maneira, rompemos com a ideia de natureza intocada e permitimos o enten-
dimento da Geografia como unidade, ou seja, articulamos a Geografia Física à Humana, destacando os processos
físico-naturais, procurando reconhecer na paisagem e nos lugares sua importância e função, no que diz respeito à
configuração territorial, às potencialidades desses elementos como recursos para a sociedade, à relação desses com a
ocupação humana e às consequências positivas e negativas decorrentes da interferência antrópica, e compreendendo
como isso ocorre de forma conectada e em diferentes escalas. Assim, acreditamos que, ao fim do Ensino Fundamental,

[...] essas noções ganham dimensões conceituais mais complexas, de modo a le-
var os estudantes a estabelecer relações mais elaboradas, conjugando natureza,
ambiente e atividades antrópicas em distintas escalas e dimensões socioeconômi-
cas e políticas. Dessa maneira, torna-se possível a eles conhecer os fundamentos
naturais do planeta e as transformações impostas pelas atividades humanas na di-
nâmica físico-natural, inclusive no contexto urbano e rural. (BRASIL, 2018, p. 364).

Ao trabalharmos o conceito de natureza sob essa perspectiva, procuramos, por meio dele, promover a compreensão
dos processos naturais e da exploração da natureza na sociedade capitalista. Com isso, espera-se que os estudantes sejam
capazes de avaliar o contexto da natureza vivida e apropriada pelos processos socioeconômicos e culturais, contribuindo,
assim, para a formação de sua autonomia e cidadania.

1.5.2 • Paisagem
O conceito de paisagem pode ser o ponto de partida do estudo geográfico, na medida em que, ao observarmos uma
paisagem cotidiana, podemos representá-la e compreendê-la no contexto sociocultural de vivência. É por meio do estudo
da paisagem que os estudantes percebem as diferenças temporais, notando as permanências e as mudanças do lugar.
As propostas de atividades apresentadas nas unidades propiciam a compreensão de que as paisagens são construídas
tendo como base os fenômenos de ordem tanto natural quanto humana. Em linhas gerais, entendemos, assim como
Milton Santos (1997, p. 61), que a paisagem é tudo aquilo que está no domínio do visível, como materialização de um
instante da sociedade, composta de objetos que podem ser identificados no horizonte, formada por volumes, mas
também por cores, odores, sons, entre outros elementos.
Diferentes paisagens são apresentadas aos estudantes de modo que percebam que são resultado da construção do
espaço geográfico, ou seja, as paisagens expressam a relação dos seres humanos com o espaço onde eles vivem.
Para analisar uma paisagem, é necessário desenvolver diferentes habilidades – observação, descrição, associação,
identificação e reconhecimento dos elementos que a compõem –, empregar os princípios lógicos que promovem o
raciocínio espacial e realizar as análises necessárias para a compreensão do espaço.

1.5.3 • Território
Normalmente utilizado para designar uma porção da superfície terrestre que serve de “suporte” a uma nação, o
território é um eixo vital para os seres humanos, pois é dele que provêm os alimentos e é dele que obtemos segurança,
identidade e refúgio. Ao conceito de território, associa-se também a ideia de poder, de jurisdição, de administração e

XXIII
de soberania. Por exemplo, a configuração de Estados e nações estabelece a demarcação de fronteiras em várias escalas
cartográficas e geográficas, e essas delimitações requerem acordos e consensos sociais entre os que habitam o território
e aqueles que o administram. O território permite, ainda, delimitar a diversidade das relações sociais e culturais presentes
em determinado lugar.

1.5.4 • Região
Apesar de o conceito de região ser utilizado principalmente sob a perspectiva político-administrativa, está também
relacionado aos conceitos de lugar e de rede. Consiste em uma categoria do espaço geográfico que permite identificar
e diferenciar os lugares dotados de coesão e estrutura, ou seja, a homogeneidade natural ou social, a funcionalidade ou
a polaridade do lugar, que lhe outorgam limites e possibilidades de se diferenciar dentro do espaço contínuo.
Embora o termo esteja sendo revisto pelos epistemólogos da Geografia, ou seja, pelos geógrafos que estudam as
bases teóricas da ciência geográfica, o conceito de região ainda pode ser entendido como um conjunto de áreas territoriais
que apresentam características naturais, sociais ou históricas próprias que a distinguem de outros lugares do planeta.
Sua determinação depende de critérios variados, como atividades econômicas, população, renda, relevo, clima, tipo de
solo, entre outros. Ao dividirmos o território em regiões, podemos compreender melhor a relação entre as áreas, além
de identificar e entender melhor as conexões estabelecidas entre os aspectos naturais e humanos em cada uma delas.

1.5.5 • Lugar
O conceito de lugar abarca a dimensão do espaço vivido e relaciona-se aos vínculos criados com o espaço onde se
desenvolve o sentimento de pertencimento, de identidade e de concretização da interação entre sociedade e natureza.
Ao longo da obra, são trabalhadas as características e as condições do lugar onde vivem os estudantes, como
moradias, infraestrutura, locais de lazer, áreas verdes etc., tecendo-se considerações acerca dos vínculos familiares dos
estudantes e daqueles que eles estabelecem entre seu cotidiano e o espaço vivido, bem como princípios geográficos de
localização, distância, distribuição, posição, escala, conexão, entre outros.
Entendemos que a ideia de lugar possibilita uma visão mais ampla, além do lugar onde vivem os estudantes – uma
visão de mundo –, estendendo a escala de análise e, ao mesmo tempo, remetendo à construção do conceito de identidade
do lugar de vivência. Nesse sentido, concordamos com Carlos, quando afirma que

[...] O lugar se produz na articulação contraditória entre o mundial que se anuncia


e a especificidade histórica do particular. Deste modo o lugar se apresentaria como
o ponto de articulação entre a mundialidade em constituição e o local enquanto
especificidade concreta [...]. (CARLOS, 2007, p. 14).

1.6 • O trabalho com os Temas Contemporâneos Transversais


Ao longo dos volumes desta obra, sugerimos o trabalho com os Temas Contemporâneos Transversais (TCTs) que, na
BNCC, visam articular os conteúdos estudados em aula, perpassando por diferentes abordagens disciplinares, relacionadas
com o mundo vivido pelos estudantes e com distintas temáticas da atualidade.
Os temas propostos pelo Ministério da Educação estão organizados e distribuídos em seis macroáreas, conforme o
quadro a seguir.

XXIV
Macroáreas
TCTs
temáticas
Meio ambiente Educação ambiental
Educação para o consumo

Economia Trabalho
Educação financeira
Educação fiscal

Saúde Saúde
Educação alimentar e nutricional

Cidadania e civismo Vida familiar e social


Educação para o trânsito
Educação em direitos humanos
Direitos da criança e do adolescente
Processo de envelhecimento, respeito e valorização do idoso

Multiculturalismo Diversidade cultural


Educação para valorização do multiculturalismo nas matrizes históricas e culturais brasileiras

Ciência e tecnologia Ciência e tecnologia

Elaborado com base em: Brasil (2019, p. 7).

O ponto em comum entre cada um dos TCTs é a ênfase na formação para a cidadania, a democracia e a inserção no
mundo do trabalho. Dentro de cada macroárea temática, revela-se a preocupação em dar relevância à formação integral
dos estudantes ao vincular o que se aprende na escola à vida em sociedade.
A referência a situações, acontecimentos e eventos da atualidade e da realidade vivida dos estudantes, para atender
aos Temas Contemporâneos Transversais, possibilita-lhes associar suas aprendizagens aos conteúdos conceituais que são
aprendidos na escola. Explorar as diversas escalas – local, regional, nacional e global – possibilita aos estudantes compreender
o mundo e os fenômenos de maneira integrada, contribuindo para os significados atribuídos aos problemas da realidade.
Por meio dos TCTs, construir o conhecimento interdisciplinar visando à superação de fronteiras possibilita a integração
dos conhecimentos que estavam separados em áreas e atribuir sentido a eles em um contexto próximo ao da realidade vivida.
As abordagens ambientais são complexas por envolver vários conceitos tanto geográficos quanto de outras disciplinas,
por isso devem ser tratadas com base em uma ótica pluri, inter e transdisciplinar. A integração entre disciplinas é uma
maneira de realizar atividades que promovem a interdisciplinaridade, assim como atividades investigativas e resolução
de problemas. Como indica Santomé (1998), a interdisciplinaridade pode ocorrer por intermédio de conceitos comuns
a diferentes disciplinas. Assim, a síntese desses conhecimentos disciplinares, ao serem conectados com base nos Temas
Contemporâneos Transversais, traz a perspectiva de totalidade ao processo de aprendizagem.

Um trabalho cooperativo entre os campos disciplinares, sem hierarquizações


do saber, sem pretensos donos da problemática ambiental, sem preconceitos
mútuos, permitiria que as várias faces desse múltiplo campo aflorassem em
equacionamentos ricos. (MORAES, 1997, p. 33).

É importante reforçar que o disciplinar antecede e alimenta o caráter de uma proposta interdisciplinar. O trabalho
desenvolvido em cada disciplina para o esclarecimento de conceitos das áreas específicas é o passo intradisciplinar tomado
anteriormente, para que se estabeleça a interação e o diálogo interdisciplinar. É a associação de análises de cada disciplina
sobre determinada questão que confere o sentido transversal aos TCTs.
O tempo a ser dedicado aos Temas Contemporâneos Transversais não precisa estar restrito aos bimestres e trimestres
letivos. Eles podem, inclusive, ganhar a dimensão de um projeto interdisciplinar que se estende ao longo de todo o ano,
proporcionando mais tempo para assegurar profundidade no envolvimento e na compreensão dos estudantes.

XXV
2 O pensamento espacial
2.1 • Fundamentos
Entendemos o pensamento espacial por meio da articulação de três fundamentos básicos: conceitos espaciais, formas
de representação e processos de raciocínio.
Cada conjunto de elementos compõe um eixo de definições e noções que direcionam as estratégias de trabalho e
promovem a mobilização de competências e de habilidades desejáveis à realização de atividades permeadas por infor-
mações espaciais que fazem parte dos cinco campos que estruturam e desenvolvem o raciocínio geográfico.

2.1.1 • Conceitos espaciais


São os conceitos que delimitam, definem e apresentam a composição dinâmica dos fenômenos e dos processos
realizados no espaço. Em outras palavras, são conceitos associados às representações que, por meio de leitura das
configurações espaciais, podem ser observados e interpretados, servindo como ponto de partida para a compreensão da
complexidade do espaço geográfico. Encontram-se basicamente apoiados por conceitos e teorias da Matemática, mas
também estão presentes em distintos saberes como os da Filosofia, da História e da Sociologia e das percepções das
ações cotidianas, como a distância e a localização.

2.1.2 • Formas de representação


Referem-se a todos os produtos cartográficos, fotografias aéreas, imagens de satélites, croquis, mapas sistemáticos
e temáticos e audiovisuais que trazem a leitores e ouvintes a aparência dos constituintes espaciais e geográficos. As
diferentes representações materializam os objetos e os fenômenos e precisam ser compreendidas criticamente, por se
tratar de aproximações da realidade. Os alicerces teóricos apoiam-se na Ciência Cartográfica, nas Artes Visuais, nas teorias
de Comunicação e Informação, na Linguística e na Semiótica.

2.1.3 • Processos de raciocínio geográfico


Correspondem à maneira com a qual o espaço geográfico será analisado e compreendido, às habilidades e às ações
a serem desempenhadas para apreender os traços fundamentais dos fenômenos, dos processos e das relações espaciais.

Quadro-síntese dos fundamentos do raciocínio geográfico


Pensamento Conceitos espaciais • Localização, identidade do lugar e magnitude.
espacial • Distância, direção, conexão, movimento, transição, fronteira, região,
forma, quadro de referência, arranjo, adjacência e área.
• Distribuição, padrão, dispersão e aglomeração, densidade, difusão,
domínio, hierarquia e rede, associação espacial, sobreposição, camada,
gradiente, perfil, relevo, escala, projeção, zona de amortecimento.

Formas de • Mapas, cartas, plantas, diagramas, gráficos, fotos, pinturas, quadrinhos


representação e imagens de satélite.

Habilidades cognitivas • Nomear, definir, listar, identificar, reconhecer, recordar, observar,


descrever, selecionar, completar, contar e corresponder.
• Explicar, analisar, estabelecer causalidade, comparar, contrastar,
distinguir, classificar, categorizar, organizar, sumarizar, sintetizar,
relacionar, fazer analogias, exemplificar, experimentar e sequenciar.
• Avaliar, julgar, prever, elaborar hipóteses, especular, planejar, criar,
desenhar, inventar, imaginar, generalizar, construir modelos e aplicar
princípios.

XXVI
Geografia Categorias geográficas • Natureza, paisagem, território, região, rede e lugar.
(estatuto
epistemológico) Princípios • Analogia, padrão espacial, conexão, localização, ordem, diferenciação e
causalidade.

Situação geográfica • Eventos em que se relacionam o fenômeno a ser analisado, em um


determinado tempo e lugar, associado aos elementos físicos naturais e
às ações antrópicas.

Fonte: Elaborado especialmente para esta obra.

2.2 • Relação entre o pensamento espacial e o conteúdo da obra


O pensamento espacial permeia a obra, sendo considerado parte da metodologia para a elaboração estruturada das
sequências didáticas das atividades propostas, sobretudo nas seções especiais da obra.
Basicamente apoiadas na taxonomia do pensamento espacial (JO; BEDNARZ, 2009) e nos diferentes níveis inter-
pretativos do trabalho com os mapas (SIMIELLI, 1996; 1999), as atividades dessas seções foram organizadas em uma
continuidade baseadas em uma referência de exames dos mais simples aos mais complexos em termos cognitivos.
NÍVEIS DE TRABALHO COM OS TAXONOMIA DO

EDITORIA DE ARTE
MAPAS (REPRESENTAÇÕES) PENSAMENTO ESPACIAL
Menor Menor

Localização
Conceitos espaciais
primitivos
Processos de raciocínio de entrada

Análise
Exigência cognitiva

Exigência cognitiva
Conceitos espaciais
primitivos e simples
Processos de raciocínio de entrada e
processamento
Correlação

Conceitos espaciais
primitivos, simples
e complexos
Síntese
Processos de raciocínio
de entrada, processamento
e saída
Maior Maior
Fontes: Simielli (1996; 1999).
Jo e Bednarz (2009).

Ao propormos a comparação entre os níveis de trabalho com os mapas e as taxonomias do pensamento espacial,
pretendemos destacar que a habilidade necessária para ler e compreender um mapa é complexa e, por isso, deve ser
estimulada desde os Anos Iniciais da Educação Básica.

XXVII
São importantes os processos de reconstrução de saberes geográficos associados aos conceitos cartográficos em
sala de aula e de reflexão acerca da leitura de mundo, por meio das diferentes informações e maneiras de representá-las
– uma vez que nos permitem desenvolver e criar diversas maneiras de representações, como mapas temáticos, croquis,
gráficos etc.
Nesse sentido, é relevante ressaltar a importância do processo de alfabetização cartográfica. Por isso, sempre que
aparecerem dificuldades em relação à Cartografia, é preciso realizar atividades que revisitem conceitos e noções funda-
mentais, de maneira a garantir o entendimento de localização, magnitude e extensão. Dessa maneira, ao fim do 9o ano,
pretendemos ter formado um estudante leitor de mapas e, também, mapeador de fenômenos, conforme afirma Simielli
(1996; 1999).

2.3 • Conexão pedagógica entre Cartografia e Geografia


Para entender as conexões existentes entre as práticas pedagógicas, a Cartografia e a Geografia, é importante ter em
mente que estamos tratando da sala de aula e essa conexão tem relevância para o processo de ensino e aprendizagem.
Consideramos três campos de conhecimentos que estão, de certa maneira, amalgamados quando pensamos na escola e
na consolidação deles com o objetivo de estimular a construção do conhecimento científico geográfico na escola.
Um princípio a ser tratado, nessa conexão, é a indissociabilidade entre a Geografia e a Cartografia. Na educação
geográfica, os mapas também são compreendidos como linguagens e se tornam procedimentos importantes para o
processo de ensino e aprendizagem.
Ao analisarmos a importância da Cartografia como indissociável da Geografia Escolar, reconhecemos a importância
da função dos mapas e de outras representações espaciais para dar significado à aprendizagem e sentido aos temas e
aos conteúdos geográficos, por meio de práticas pedagógicas que coloquem os estudantes no centro do processo da
aprendizagem.
A preocupação em estabelecer essa relação é deixar claro que as bases pedagógicas sustentam o processo de ensino e
aprendizagem e que a adequação das práticas escolares é necessária para o desenvolvimento dos conteúdos geográficos,
por meio da linguagem cartográfica, bem como o papel das informações geográficas obtidas por meio da realidade,
para que os estudantes possam, com base nelas, aprender a ler, interpretar e correlacionar utilizando mapas. Ao utilizar
diferentes tipos de representações para entender os espaços vividos e percebidos, será estimulada a cognição espacial
de forma a compreender que os conteúdos geográficos estão relacionados a sistemas de localização, distribuições e
relações entre os fenômenos e objetos técnicos nos territórios, compreendendo, assim, o espaço geográfico, admitindo,
nas atividades práticas, que a Geografia tem um modo complexo de pensar, mobilizando o raciocínio geográfico.
Nesse sentido, incorporar a linguagem cartográfica em livros didáticos foi uma ação importante para dar visibilidade
e garantir a permanência de mapas, gráficos, tabelas, croquis, imagens de satélite, entre outras, no papel de comunicar
informações geográficas em diferentes temas e conteúdos, para distintas faixas etárias. Por isso, a Cartografia, as infor-
mações geográficas, as distintas representações são essenciais no ensino de Geografia, pois favorecem, aos professores,
o estabelecimento de novos aportes, metodologias e instrumentos de mediação, dando mais significados aos temas
desenvolvidos nas aulas de Geografia.
Assim, a articulação entre os fundamentos pedagógicos, geográficos e cartográficos na educação geográfica vem
sendo entendida como oportunidade metodológica e procedimental para o desenvolvimento do raciocínio geográfico.
A Cartografia Escolar, nessa perspectiva, contribuirá para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes desde a
Educação Infantil, pois estimula o pensamento espacial, o raciocínio lógico-matemático e as relações espaço-temporais.
Ademais, ela fornece subsídios para a leitura de arranjos, de redes e de localização, viabilizando a percepção de distri-
buição, extensão, distância e escala, por exemplo.
Para isso, é fundamental que relacionemos os conceitos espaciais, as representações e os processos de raciocínio
às categorias geográficas, pois o objetivo da Geografia é a construção do conhecimento espacialmente relacionado à
sociedade, ao mundo, à geração de valores cidadãos e às competências que contribuam criticamente para a vida, incluindo
o mundo do trabalho.
O esquema, a seguir, mostra de que maneira a conexão entre ações pedagógicas, representações cartográficas e a
Geografia acontecem com base na BNCC.

XXVIII
Alguns exemplos de situações geográficas para o trabalho com esta habilidade:

SONIA VAZ
■ Desenvolvimento econômico do Brasil e as desigualdades territoriais.
■ Pecuária, agricultura e a extração de recursos minerais no Brasil em diferentes temporalidades.
■ Conflitos indígenas e quilombolas pela demarcação de terras no Brasil.
E
EF06GE01
EF06GE07 Comparar Categorias geográficas p
i
Identificar
E s
Lugar Território Paisagem Região
s t
t e
Anos iniciais EF07GE02 _ Analisar a influência dos fluxos econômicos e populacionais na formação
socioeconômica e territorial do Brasil, compreendendo os conflitos e as tensões a m
Anos finais
históricas e contemporâneas. t o
Ensino Médio EF07GE04
u l
t ó
Princípios do Raciocínio Geográfico o g
EF08GE04 i
Localização Extensão Conexão Distribuição Arranjo Ordem c
o

Competências Gerais: Conhecimento, Pensamento Científico, Argumentação, Empatia

Fonte: Elaborado especialmente para esta obra.

3 Aspectos estruturais da obra


3.1 • Metodologias ativas de aprendizagem
As metodologias ativas abordam algumas intervenções pedagógicas que visam incentivar os estudantes a se envolver
no processo de construção do conhecimento, possibilitando-lhes refletir, estabelecer relações, fazer descobertas e dar
sentido aos conteúdos estudados.

3.1.1 • A aprendizagem e a dimensão da metodologia de ensino


O ensino é um desafio permanente para o professor, que deve ter a preocupação de contribuir para o desenvolvi-
mento da capacidade, dele mesmo e dos estudantes, de pensar, refletir, criticar e criar. Caso contrário, tanto ele quanto
os estudantes serão sujeitos passivos no processo educacional.
Por isso, é necessário esclarecer os fundamentos teórico-metodológicos para saber o que e, principalmente, como,
para que e para quem ensinar. A preocupação normalmente está centrada no conteúdo da Geografia, e não em como
os conteúdos serão ensinados durante o Ensino Fundamental.
Tomando-se por base esses questionamentos, é possível analisar quais são as finalidades educativas gerais do sistema
escolar, quais são as metas educativas que figuram no projeto político-pedagógico e quais serão as escolhas metodológicas
que poderão garantir um processo de ensino-aprendizagem significativo para os estudantes.
O conhecimento escolar não é, portanto, algo situado fora do indivíduo e que ele simplesmente adquire; nem algo
que ele constrói independentemente da realidade e dos demais indivíduos. É, antes, uma construção histórico-social na
qual interferem fatores de ordem cultural, cognitiva e emocional.
Essas questões, na perspectiva da educação geográfica, podem ser pautadas em um plano de ensino quando,
por exemplo, é proposta a leitura dos fenômenos geográficos em diferentes escalas. Deve-se, portanto, incentivar os
estudantes a realizar uma leitura do cotidiano – a qual auxiliará no entendimento da realidade – e comparar essa leitura
com a de outros lugares, notando as semelhanças e as diferenças entre elas.

XXIX
Quando o discurso da Geografia escolar faz sentido, podemos dizer que o diálogo entre a didática específica e o
conhecimento geográfico começa a acontecer na sala de aula, ou seja, que houve a concretização da educação geográfica.
A par desse entendimento, considera-se que os saberes geográficos são estratégicos e, por isso, são utilizados pelo poder
instituído, que define:
• a Geografia política;
• a territorialização dos lugares;
• os arranjos das paisagens;
• as regionalizações política e econômica dos territórios e das territorialidades;
• a extensão dos domínios políticos e econômicos;
• a localização de empresas de grande capital;
• as formas de atenção às fronteiras;
• o cuidado com as estradas;
• a atenção aos movimentos da população etc.
Ensinar Geografia significa possibilitar aos estudantes raciocinar geograficamente em diferentes escalas, em uma
dimensão cultural, econômica, ambiental e social – o que é um grande desafio da Geografia Escolar.
Esse modelo propõe desfazer a ideia da Geografia como uma fonte de verdade absoluta que emana do professor
– uma visão comum no cotidiano das escolas. Pelo contrário, partimos da ideia de que a Geografia não é uma acumu-
lação de informações, mas uma área de conhecimento que estimula o desenvolvimento das capacidades intelectuais e a
cognição espacial para que estudantes possam compreender o mundo onde vivem.
Nesta obra, o conteúdo foi organizado tomando-se como referência os conceitos de sociedade, identidade, espaço,
lugar, território, região, cultura, paisagem, natureza, tempo e cidadania. Esses conceitos, considerados básicos e necessá-
rios para a construção do conhecimento geográfico, são tratados ao longo de toda a obra e são pautados em situações
de aprendizagem que envolvem diferentes linguagens.
Entendemos que esse enfoque considera que o conhecimento não é uma mera cópia do mundo exterior, mas um
processo de compreensão da realidade, com base nas representações que as pessoas têm dos objetos e dos fenômenos,
em consonância com os próprios conhecimentos e as próprias experiências. Portanto, a aprendizagem, nessa perspectiva,
consiste em conjugar, confrontar ou negociar o conhecimento entre o que é social e o que é individual, colaborando,
ainda, para a superação de uma escolaridade centrada em conteúdos disciplinares e que não valoriza a construção do
conhecimento.
No processo de aprendizagem, os estudantes são figuras centrais, pois são eles que constroem, desconstroem e
reconstroem permanentemente o conhecimento. São sujeitos ativos do processo de aprendizagem, pois têm iniciativa e
agem sobre o meio, refletem sobre ele, sobre si e sobre suas ações, interagindo com a realidade da qual fazem parte.
Desse modo, uma aprendizagem com base na construção do conhecimento considera que os estudantes são sujeitos
mentalmente ativos na aquisição dos saberes, estabelecendo como objetivo prioritário considerar suas capacidades de
pensamento e aprendizagem, além de promover seu desenvolvimento.
Nesse sentido, procuramos elaborar uma proposta para os Anos Finais do Ensino Fundamental na qual os conteú-
dos de Geografia sejam vistos como parte dos conhecimentos que podem contribuir para a qualificação necessária à
participação dos estudantes na sociedade contemporânea, uma vez que os levam a compreender o espaço geográfico e
como ele é produzido atualmente.
Partimos da ideia de que a aprendizagem deve ser concebida como um processo que requer tempo, para que os
estudantes realizem progressivas organizações conceituais, desenvolvidas com base na leitura do mundo e do lugar de
vivência. Assim, as situações de aprendizagem propostas levam em consideração a elaboração conceitual, pois entende-
mos que noções e conceitos constituem instrumentos básicos para o trabalho intelectual.

XXX
Essa é a grande contribuição da Geografia aos estudantes da Educação Básica:
desenvolver o pensamento espacial, estimulando o raciocínio geográfico para
representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando
componentes da sociedade e da natureza. Para tanto, é necessário assegurar a
apropriação de conceitos para o domínio do conhecimento fatual (com destaque
para os acontecimentos que podem ser observados e localizados no tempo e no
espaço) e para o exercício da cidadania. (BRASIL, 2018, p. 360).

Nesse sentido, consideramos que os estudantes devem constantemente ordenar, reelaborar, relacionar e hierarquizar
os conceitos. Trata-se, portanto, de um processo no qual há o estímulo ao pensamento, à reelaboração dos pensamentos e
ao questionamento, devendo ser entendido como a construção de conhecimento, um trabalho de reelaboração conceitual
com base na realidade de vivência.
Essa perspectiva de aprendizagem permite aos estudantes construir novas estratégias para a elaboração de conceitos
e, com base neles, fazer generalizações que sustentem suas ideias e os motivem a reelaborá-las, na medida em que
desenvolvem o pensamento.
Por meio de tal aprendizagem, portanto, os fenômenos que são objetos de estudo da Geografia incorporam-se
ao cotidiano dos estudantes, dando sentido às diversas relações que eles têm com o mundo e tornando-os capazes de
estabelecer relações com o espaço geográfico. Assim, a obra foi escrita tendo como uma de suas bases as metodologias
ativas (situações-problema, ensino por investigação etc.), dialogando com a contribuição do pensamento espacial e
preservando as categorias e os princípios da Geografia e os objetivos da BNCC.

3.1.2 • Construção do conhecimento: tratar de competências e habilidades


O conceito de conhecimento para o qual convergem as teorias contemporâneas aproxima-se cada vez mais da ideia
de que conhecer é construir significados, o que se faz com base nas relações que o sujeito estabelece entre o objeto a
conhecer e sua capacidade de observação, reflexão e informação. Ensinar é, portanto, criar condições para que os estu-
dantes aprendam a construir significados. As competências e as habilidades definidas na BNCC podem ir ao encontro de
uma aprendizagem significativa de maneira que os estudantes consigam localizar, analisar, correlacionar e argumentar os
fatos e os fenômenos que ocorrem nas sociedades, como apresentado no quadro de competências específicas da BNCC.
A concepção de aprendizagem presente nesta obra está relacionada às habilidades operatórias, ou seja, ao processo
de desenvolvimento do raciocínio dos estudantes. Por isso, em cada capítulo, são abordadas determinadas habilidades
importantes para a formação dos conceitos tratados. Essas habilidades contribuirão para que os estudantes desenvolvam
competências relacionadas à capacidade de aplicar e transferir conhecimentos sistematizados de maneira articulada com
as diferentes unidades temáticas – o que dependerá do conteúdo a ser desenvolvido, pois normalmente os conteúdos
demandam a associação entre diferentes habilidades e competências.

3.1.3 • Propostas didáticas


Nos atuais documentos curriculares, os procedimentos constituem um conjunto de ações ordenadas para a realização
de uma meta. Nesse sentido, a aplicação de diferentes linguagens presentes nas atividades tem a intenção de promover
a construção das noções fundamentais que encaminham à compreensão do conhecimento geográfico. Além disso,
tais linguagens contribuem para o desenvolvimento do raciocínio e dão condições para que se desenvolvam formas de
pensar – funções psicológicas superiores, de acordo com a perspectiva do socioconstrutivismo.
Optamos pelo uso de ilustrações, infográficos, textos literários e jornalísticos, mapas, fotografias e alguns experimentos
como atividades que corroborem as premissas norteadoras dessa proposta.

XXXI
3.1.4 • Trabalho com diferentes linguagens em sala de aula
As discussões recentes sobre ensino e aprendizagem remetem às práticas de sala de aula e à didática, sem a
intenção de tratar os procedimentos como instrumentos, mas com foco na organização da aula voltada à aprendizagem
significativa.
Nesse sentido, com o objetivo de ampliar o horizonte de leitura dos estudantes, pode-se, por exemplo, recorrer aos
diversos gêneros textuais, uma vez que todas as áreas disciplinares são responsáveis pelas competências leitora e escritora.
O acesso aos textos via jornais, revistas científicas e internet pode contribuir para a construção do entendimento que
os estudantes têm de um lugar de vivência e para o estímulo da competência leitora, possibilitando-lhes a capacidade
de criar os próprios textos.
Em razão disso, a obra recorre ao uso de imagens e mapas para auxiliar o trabalho em sala de aula. Se o objetivo das
aulas, entre outros, for ampliar a capacidade crítica dos estudantes, será preciso propor situações nas quais eles possam
confrontar ideias e questionar fatos com argumentação e, ao mesmo tempo, facilitar-lhes o acesso aos vários gêneros
de textos e linguagens.
Nas aulas de Geografia, é possível desenvolver diversas propostas utilizando não apenas o texto jornalístico, mas a
literatura, os trabalhos científicos e os recursos audiovisuais, além da linguagem cartográfica. Pensando na necessidade
de contribuir com a competência leitora dos estudantes, a obra propõe a leitura e a análise crítica de textos, imagens,
mapas, entre outros recursos que favoreçam a percepção da diferença no estilo de escrita e no uso que se faz de um
texto informativo de caráter jornalístico e de um analítico com características científicas. Já nas atividades de pesquisa,
sugere-se a utilização de textos científicos e jornalísticos, pois permitem, com maior objetividade, a organização de dados
e informações. Para trabalhar a competência leitora, sugerimos que o texto seja problematizado desde o título, passando
pelo autor, até as possíveis conexões com diferentes conteúdos.

3.1.5 • Uso de histórias em quadrinhos, charges e tirinhas


As histórias em quadrinhos, charges e tirinhas podem ser um importante fator de sensibilização, uma vez que esses
recursos podem fazer parte do universo dos estudantes. Deve-se, porém, articular o recurso escolhido ao tema a ser
desenvolvido como forma de dar início à discussão.
Sempre que possível, chame atenção para as imagens, o assunto tratado, o título, as falas e as expressões das
personagens, o lugar onde as cenas se desenvolvem, o enredo e a estrutura da história, uma vez que esses são alguns
dos enfoques para desenvolver a atividade em sala de aula.
As atividades de leitura dessas linguagens podem levar os estudantes a questionar os conceitos geográficos ou mesmo
ampliá-los em um trabalho interdisciplinar. Uma charge ou uma história em quadrinhos pode apresentar contextos que
permitem trabalhar com os conceitos de meio físico, Sistema-Terra, ambiente, relevo, uso do solo e erosão, ou seja, discutir
com os estudantes os impactos das ações do ser humano sobre o meio físico. É importante ressaltar que, nesse estudo,
não se deve separar a chamada Geografia Física da Geografia Humana.

3.1.6 • O uso de imagens como documentos


Para atribuir significado às imagens apresentadas ao longo da obra, é necessário relacioná-las ao texto para, inclusive,
facilitar a compreensão de um conceito ou de um conteúdo. O uso da imagem pode ser o ponto de partida para a análise
do fenômeno que se quer estudar. Dessa maneira, os estudantes serão incentivados a fazer observações e a levantar
hipóteses sobre o tema abordado.
A escolha das imagens é fundamental e deve ser coerente com os objetivos que se deseja atingir; por exemplo, ao
se escolher uma fotografia ou uma ilustração para trabalhar a paisagem, é preferível que ela esteja na visão oblíqua (do
alto e de lado) e nítida, pois será mais fácil analisar seus detalhes.
Um aspecto indicado para a escolha de imagem é, evidentemente, sua relação com o conteúdo, para que sejam
estimuladas reflexões e questões que auxiliem na construção dos conceitos pelos estudantes.
Para que as imagens sejam utilizadas de forma assertiva, pode-se:
• com base na observação, permitir que os estudantes façam perguntas;

XXXII
• localizar os elementos da imagem em quadrantes, elaborando um esboço gráfico ou, apenas, indicando-os oralmente;
• orientar os comentários de modo que não extrapolem o assunto em pauta, tendo o cuidado de não levar a conclu-
sões genéricas acerca do tema ou do lugar com base em uma única imagem;
• elaborar um quadro com as informações levantadas sobre as imagens para análise e registro do conteúdo.
A leitura de imagens está relacionada à linguagem cartográfica, principalmente quando se elabora um croqui carto-
gráfico ou um esboço, destacando a localização dos fenômenos representados, o contorno das formas para organizar
uma legenda e o desenho das imagens na visão vertical (visão de cima para baixo).
O objetivo da leitura de imagens de um mesmo lugar em períodos diferentes pode ser a análise das permanências e
das mudanças que ocorreram no local, além das suas consequências para a população. Um projetor de multimídia pode
ser bastante útil para a apresentação de diversas imagens de maneira eficiente.
Com essas atividades, o professor pode assumir uma posição de mediação no processo de aprendizagem, e não de
mero transmissor de conteúdos, atribuindo aos estudantes um papel de protagonismo na estruturação do conhecimento.

3.1.7 • Jogos e resolução de problemas


Os jogos e a resolução de problemas são situações de aprendizagem importantes para sistematizar conteúdos con-
ceituais. Além disso, envolvem conteúdos atitudinais, nos quais estão presentes sistemas de regras, condutas e valores
que fazem parte da cultura de determinada sociedade. Assim, tanto a resolução de problemas como os jogos permitem
aos estudantes se posicionar de forma crítica diante de uma situação planejada pelo professor.
Os jogos e as brincadeiras são ações simples que promovem a integração da turma e a ampliação dos universos infantil
e juvenil. Desse modo, a função pedagógica dos jogos pode ser usada para quebrar práticas tradicionais no processo de
ensino e aprendizagem e, com isso, instigar os estudantes a trabalhar conjuntamente na construção dos conhecimentos.
Pode-se propor a eles que criem um jogo de estratégia, com tabuleiro, a respeito de informações obtidas em uma
pesquisa sobre determinado tema. É importante encorajá-los a participar do processo de criação, pois, à medida que
desenvolvem as regras e o corpo do jogo, o conteúdo será estudado. Independentemente da forma escolhida pelos
estudantes, e justamente por causa da variedade de utilização dos procedimentos, sugere-se que a sistematização do
conteúdo seja realizada em sala de aula. É possível, ainda, dar uma aula expositiva com a sistematização dos conteúdos
em esquemas, na lousa, retomando a pesquisa, as leituras e as informações para auxiliar na elaboração do jogo. A aula
expositiva pode ser fundamental nesse momento para orientar os estudantes a relacionar os conteúdos desenvolvidos
nas atividades propostas às estratégias escolhidas por eles a serem empregadas no jogo.
A atividade pode ser encerrada com um painel de fotos ou com um texto coletivo sobre o assunto estudado. É
importante lembrar sempre a função do professor como mediador da produção do jogo e da apropriação dos conteúdos.
As situações-problema estimulam o raciocínio dos estudantes, levando-os a compreender conceitos e proposições e
a conduzir estratégias para analisar os conteúdos e associá-los aos dados da realidade.
As situações-problema podem ser entendidas como questões que necessitam uma reflexão mais aprofundada, com
informações que, de alguma maneira, estão inseridas em um contexto. Assim como em situações cotidianas, nem sempre
há apenas um caminho ou uma única resposta. Consideramos que, ao propor aos estudantes que raciocinem sobre um
problema com diversas variáveis, estimulamos a construção de uma maior autonomia para resolver situações no próprio
dia a dia. Para estabelecer uma situação-problema, é importante definir os meios e os critérios para resolvê-la.

3.1.8 • Projetos interdisciplinares


Os projetos interdisciplinares visam confrontar questões e problemas do mundo dos estudantes, com base em uma
abordagem cooperativa. Essa metodologia é, portanto, distinta dos projetos de sala de aula, que se baseiam na realização
de tarefas e no cumprimento de metas. Um exemplo seria uma feira de ciências, cujo enfoque tradicional invariavelmente
estaria na realização da própria feira, na qual turmas inteiras acabariam por escolher apresentações temáticas. No caso
da metodologia de projetos interdisciplinares, o que está em jogo é uma pergunta-chave à qual os estudantes querem
responder – a iniciativa deve partir deles.

XXXIII
Trata-se de uma abordagem que, de um lado, possibilita-lhes a compreensão de que os saberes escolares têm
relevância social e, de outro, reconhece a escola como um local que proporciona condições para a busca autônoma de
saberes. Essas questões são relevantes aos estudantes de modo que possam:
• negociar suas decisões;
• comunicar-se por meio de instrumentos produzidos pelas tecnologias e pela cultura moderna;
• dominar diversas situações da vida cotidiana e assumir responsabilidades.
Na perspectiva da metodologia por projetos interdisciplinares, os estudantes devem decidir como realizarão os enca-
minhamentos para o processo e caberá ao professor o papel de mediador e coordenador das atividades.
É evidente que repensar uma mudança no trabalho do professor é repensar, também, a função da escola. Esse
trabalho não tem um modelo ideal, que dê conta da complexidade que envolve a realidade de sala de aula e do contexto
escolar, como afirma Prado (2005). Segundo a autora, costuma gerar muitos questionamentos o fato de que “nem todos
os conteúdos curriculares previstos para serem estudados numa determinada série/nível de escolaridade são possíveis
de serem abordados no contexto do projeto” (p. 125). É por isso que um projeto deve ser flexível: para estar aberto a
diversas estratégias pedagógicas que podem ser postas em prática em prol da aprendizagem de determinados conceitos.
Como se vê, uma abordagem baseada em projetos interdisciplinares permite a integração do currículo. Para resolver
um problema, é possível utilizar-se de várias disciplinas no momento de elaborar uma proposta didática para a sala de aula.

3.1.9 • Espaços não formais


Os espaços não formais de aprendizagem estimulam a curiosidade sobre as várias culturas em diferentes tempos
históricos, seus modos de vida e suas organizações políticas. Permitem também reconstruir, vivenciar, imaginar e conceber
outros mundos por meio das representações elaboradas com base neles e dos objetos das vivências. Isso significa que
os ambientes de aprendizagem podem ser distintos, com possibilidade de ampliar o repertório cultural dos estudantes,
contribuindo para estimular o olhar sobre as mudanças e a evolução dos objetos, das técnicas e das alterações que as
diferentes sociedades sofreram ao longo da história.
Em outras palavras, o estudo em espaços não formais possibilita a análise temporal dos lugares e do que é visível,
dos objetos (fósseis, cerâmicas, metais, pinturas, entre outros) que equivalem a heranças das diferentes sociedades e que
contribuem para decifrar os sistemas e as estruturas socioculturais da vida na Terra.
A alteração do discurso, que põe em cena outros espaços educacionais além da escola, apresenta possibilidades para
que setores da sociedade tenham acesso a novas abordagens educativas. A educação não formal estabelece vínculos
com movimentos sociais, associações de moradores, educação popular, entre outras ações que têm distintos objetivos e
concepções. Apresentamos, a seguir, uma proposta de atividade que ocorre dentro da própria escola.

Proposta3
Tema: a escola como sítio arqueológico
Público: estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental
Interdisciplinaridade com: História, Língua Portuguesa, Geografia, Arte, Ciências e Matemática

Considerações iniciais
O conhecimento das sociedades que viveram em tempos remotos é possibilitado pela Arqueologia, ciência que
dá significado aos vestígios deixados por nossos antepassados. O local onde se pesquisam e se colhem esses vestígios
denomina-se sítio arqueológico. A Arqueologia é uma das ciências que mais instigam a imaginação do ser humano, uma
vez que tem como matéria específica de sua pesquisa algo que se põe inicialmente como invisível: tudo aquilo que diz
respeito aos seres humanos que viveram em tempos remotos.
Muitas questões surgem na fase inicial de pesquisa, o que leva o arqueólogo a formular hipóteses e respostas expe-
rimentais. Desse modo, para provar a solidez dessas hipóteses, só lhe resta recorrer às fontes, ou seja, ao que é visível.

3
A proposta foi orientada pelo arqueólogo Tobias Vilhena de Moraes.

XXXIV
A fonte do arqueólogo é a cultura material dos povos do passado, isto é, tudo aquilo que foi criado e transformado
pelo ser humano. O objetivo da Arqueologia é, portanto, conhecer melhor as suas fontes. Para que os objetivos sejam
atingidos, o projeto de investigação de vestígios materiais de sociedades do passado precisa ser planejado adequada-
mente. Assim, a investigação deve ser feita em quatro etapas, apresentadas a seguir.

1. Formulação de uma estratégia para contrastar uma ideia, uma hipótese ou resolver um problema.

2. Registro da evidência que se quer verificar, seja por meio da organização de uma equipe, seja pela direção de um
trabalho de campo.

3. Tratamento da análise da evidência inicial e sua posterior interpretação.

4. Publicação dos resultados obtidos na investigação.

Nessa perspectiva, o trabalho de campo (realizado no local de um achado arqueológico, que é o sítio onde se
encontra a cultura material do passado humano) é uma das etapas do estudo arqueológico, que será efetuado também
em laboratório (realizando análises químicas, por exemplo), nas bibliotecas (investigando em revistas especializadas), em
colóquios (discutindo a pesquisa) e com a publicação ou a divulgação da pesquisa.
Descobrir um sítio arqueológico e estudar um período histórico requer uma investigação científica rigorosa e trabalhosa.
• Arquivos
Os arquivos são locais onde se preservam documentos referentes a vários momentos da história (local e nacional).
Esses documentos vão desde cartas, jornais e diários pessoais até documentos oficiais (leis, atas criminais etc.).
• Museus
Os museus abrigam objetos, artefatos ou utensílios criados e utilizados pelos grupos sociais, instrumentos que
possibilitam o estudo da criação intelectual e do trabalho manual e criativo de uma época. Embora muitos dos objetos
presentes nos museus representem técnicas e culturas de civilizações, há, nesses locais, limitações para o estudo, uma
vez que eles revelam apenas o conhecimento de uma parcela da população.
• Igrejas e instituições religiosas
O levantamento de documentação nesses lugares pode ser feito com jornais da paróquia local e folhetos litúrgicos
com os cânticos, que trazem parâmetros dos costumes e do modo de vida da sociedade de uma época.
Nesse levantamento, é interessante realizar uma comparação com a legislação laica como contraponto ao papel da
Igreja em diferentes sociedades.
• Documentos orais
Muitas vezes, a história de uma região ou de um povo não está registrada em letras, mas na memória de seus
habitantes. O conhecimento de uma civilização pode ser passado de uma geração para outra, como ocorre com diversos
povos indígenas. Saber o que realmente aconteceu e o que é mito ou lenda não destitui a informação de veracidade
histórica, pois, de qualquer modo, revela uma visão de mundo. Além disso, decidir o que será lembrado ou esquecido
relaciona-se a critérios sociais e pessoais que o investigador tem de levar em consideração na sua pesquisa.
• Biblioteca pública
A análise de trabalhos (históricos, arqueológicos e geográficos) escritos em diferentes épocas por diferentes pessoas
é extremamente útil quando se quer aprofundar o estudo de um tema.

Desenvolvimento
• Etapa 1
Nessa etapa, depois de levantar os conhecimentos prévios dos estudantes, são apresentados a eles os conceitos de
Arqueologia e de sítio arqueológico, bem como as fontes de informação para a pesquisa em sítios arqueológicos.
• Etapa 2
Esse é o momento em que os estudantes desenvolverão a pesquisa proposta, em grupos, seguindo os passos indicados
a seguir.

XXXV
1. Depois de estudar o que é Arqueologia e sítio arqueológico, você e seu grupo vão analisar a escola como um sítio
arqueológico.
2. Pesquisem as fontes de informação locais, como arquivos, atas antigas da Associação de Pais e Mestres, troféus
que a escola ganhou, livros antigos da biblioteca, fotografias, brinquedos, materiais esportivos etc.
3. Procurem descobrir como a escola era no início, se sofreu alguma reforma, se o número de estudantes aumentou e
o quanto, o que existia nesse espaço antes de ela ser construída, se o local foi habitado por algum grupo social etc. Para
isso, pesquisem os arquivos disponíveis e tomem o depoimento de funcionários antigos e de membros da comunidade
próxima.
4. Façam um relatório escrito sobre o que encontraram na pesquisa.
5. Em uma roda de conversa, exponham seu relatório e atentem-se aos demais grupos.
Como instrumentos avaliativos, o professor pode utilizar o envolvimento dos estudantes, a pesquisa realizada, a
elaboração do relatório e a apresentação aos colegas.

3.1.10 • Sala de aula invertida


O ato de inverter, em seu significado, carrega naturalmente um sentido mais abrangente do que apenas “alterar”
algo; trata-se, primordialmente, de virar alguma coisa em sentido oposto ao que está dado. Tomando-se por base esse
pressuposto, a sala de aula invertida é uma metodologia que reorganiza não apenas o trabalho do professor na escola
ou o trabalho dos estudantes em casa, mas o próprio modelo de construção do conhecimento nessa relação entre ensino
e aprendizagem.
A inversão dessa lógica compreende o professor como alguém que possibilita aos estudantes tomar conhecimento de
um dado assunto por meio de uma aula expositiva registrada (que pode ser disponibilizada como videoaula, por exemplo)
ou de uma sequência ilustrada (uma apresentação de slides). Com base no contato planejado e intencional dos estudantes
com esses materiais, o docente poderá recebê-los em sala de aula para responder às suas dúvidas e acompanhá-los na
realização de exercícios, pesquisas e projetos.
A proposta da metodologia da sala de aula invertida reorganiza dois elementos essenciais da chamada cultura
escolar: a ordem de realização das atividades e a organização do tempo e do espaço dessa sequência. O diagrama a
seguir mostra essa reorganização.

Metodologias de sala de aula


Tradicional

ESSL/SHUTTERSTOCK.COM; EDITORIA DE ARTE


Antes Durante Depois
Lição de casa da Primeira exposição de um Aprofundamento da
aula anterior. novo tema pelo professor. compreensão do tema por
meio de lição de casa.

Invertida

Antes Durante Depois


Primeira exposição Aprofundamento do aprendizado Revisão do tema e extensão
por meio de vídeos por meio de projetos e atividades, do aprendizado + preparação
ou leituras. com mediação do professor. para a próxima aula

Elaborado com base em: Flipped Classroom Field Guide (2016).

XXXVI
Por que inverter a sala de aula?
No artigo “Inverting the classroom: a gateway to creating an inclusive learning environment” (“Invertendo a sala de
aula: um portal para a criação de um ambiente de aprendizagem inclusiva”), publicado em 2020, os economistas Maureen
Lage, Glenn Platt e Michael Treglia relatam uma experiência por eles realizada com os estudantes de Microeconomia em
uma universidade pública de Ohio (Universidade Miami), em 1996.
Havia uma grande discrepância entre os estilos de aprendizagem dos estudantes e os de ensino dos professores, o
que resultava em menor interesse (para não falar em desinteresse) nas aulas por parte dos estudantes.
Ao observar a dificuldade de professores (incluindo os próprios professores de Economia) em variar a tradicional
aula expositiva, a experiência se concentrou na busca de um método capaz de atingir todos os tipos de estudantes, a
fim de minimizar os efeitos da variação de estilos de ensino sobre as múltiplas aprendizagens. Tal método se apoiava,
principalmente, no emprego de recursos multimídia, de modo que os estudantes pudessem seguir o curso de acordo
com suas possibilidades.
Por meio da internet, os estudantes acessavam vídeos curtos com aulas expositivas e slides com comentários dos pro-
fessores. Na sala de aula, eles inicialmente esclareciam dúvidas e, na sequência, realizavam diferentes tipos de atividades
em grupos com aplicação de aspectos da teoria econômica, resolução de problemas, experimentos etc. Em tais situações,
notou-se uma interação maior entre professor e estudantes, o que beneficiava ambos os lados.

Aula invertida

Os estudantes
podem esclarecer
qualquer dúvida O professor
imediatamente.

EDITORIA DE ARTE
pode monitorar
o desempenho
e a compreensão
dos estudantes.

Fonte: Elaborado especialmente para esta obra.

Apesar de existirem diferentes modelos e técnicas de identificação dos estilos de aprendizagem individual – em um
balanço feito em 2004 pelos professores ingleses Frank Coffield, David Moseley, Elaine Hall e Kathryn Ecclestone, foram
identificados 70 diferentes modelos de estilos de aprendizagem elaborados por estudiosos e pesquisadores de diferentes
áreas do conhecimento e em diversos países –, pode-se afirmar que, em relação à aprendizagem, é importante considerar
que cada estudante é único na forma como recebe, processa informações, lida com diferentes situações de aprendizagem
e aprende (COFFIELD et al., 2004).
Além disso, devem ser levados em consideração diversos fatores e variáveis relacionados às condições, às possibili-
dades e às preferências de aprendizagem dos indivíduos, como necessidades fisiológicas e imediatas, fatores afetivos,
psicológicos e sociológicos, por exemplo. Uma única forma de apresentar informações não atinge todos os estudantes
da mesma maneira.
Por isso, a combinação de diferentes estratégias, metodologias e recursos de ensino e dinâmicas de trabalho beneficia
a diversidade de estilos de aprendizagem.
É importante que os estudantes descubram seus próprios estilos de aprender, para que possam elaborar estratégias
de aprendizagem, compreendendo as maneiras de lidar com as diferentes formas com as quais as informações são apre-
sentadas e as situações de aprendizagem são organizadas, contornando, assim, possíveis dificuldades e incompatibilidades
(BARROS; AMARAL, 2007).

XXXVII
3.2 • Mais sugestões de metodologias
3.2.1 • Trabalho de campo e projetos didáticos educativos
O trabalho de campo é um procedimento de pesquisa muito importante para o processo de aprendizagem, pois
permite ampliar o conhecimento das realidades física, social e cultural, levando os estudantes a observar desde o seu
lugar de vivência até os locais espaciais e temporalmente distantes, como uma cidade histórica, um museu ou uma
reserva ecológica. Além disso, o trabalho de campo contribui para a socialização dos estudantes, na medida em que eles
desenvolvem trabalhos em grupo em ambientes não formais de aprendizagem.
O trabalho de campo, assim como os projetos didáticos coletivos, são exemplos de procedimentos pedagógicos
importantes para o processo de aprendizagem. As atividades com finalidade educativa demonstram, na prática, o conhe-
cimento teórico. Essas ações, ao serem articuladas com outras áreas do conhecimento para estudar determinado conceito,
ampliando as inovações pontual e simultaneamente, apresentam aos estudantes possibilidades para além da sala de aula.
Para realizar o trabalho de campo são necessárias três etapas, conforme as apresentadas a seguir.

1. Planejamento
O planejamento será realizado em dois momentos.
a) Escolha o lugar a ser visitado e os objetivos da visita, além do material necessário para o campo. Em seguida,
prepare e sensibilize previamente os estudantes e solicite a autorização dos responsáveis. Antes de organizar a atividade,
é importante obter o maior número possível de informações sobre o lugar que será visitado.
b) Na sala de aula, estabeleça com os estudantes as regras de convivência necessárias a uma saída a campo e quais
serão as responsabilidades de cada grupo. É nessa etapa que as orientações e os roteiros devem ser transmitidos aos
estudantes ou traçados com a participação deles.

2. Realização do trabalho de campo


É o momento em que os estudantes visitam os lugares, coletam informações e materiais para o estudo, fazem
entrevistas, registram imagens e dados e trocam experiências, de acordo com o roteiro elaborado previamente.

3. Atividades pós-trabalho de campo


Essas atividades são desenvolvidas em sala de aula e seu sucesso está relacionado ao planejamento adequado e aos
objetivos estabelecidos previamente.
O trabalho de campo não é a única forma de realizar pesquisas. Essa atividade também pode ser feita em sala de
aula com material de apoio, como dicionários, enciclopédias, atlas, entre outros, em uma biblioteca ou pela internet;
mas, de todo modo, é importante estabelecer os objetivos e os recortes temáticos.
Organizar um projeto para estudar a cidade ou outro lugar de vivência, por exemplo, pode possibilitar aos estudantes
a concretização ou complementar o sentido do conteúdo. Os procedimentos que os trabalhos de campo envolvem
favorecem atividades multidisciplinares, levando os estudantes a ampliar a compreensão da ciência geográfica e de suas
interações com as experiências pessoais.
Apesar das dificuldades encontradas no dia a dia para organizar um trabalho de campo ou mesmo um projeto didático
mais profundo, é importante fortalecer a ideia de que, na perspectiva da aprendizagem significativa, essas atividades
são fundamentais.

3.2.2 • Aula expositiva dialogada


A aula é um momento importante para a organização do pensamento dos estudantes. A aula expositiva é um
procedimento didático antigo, porém necessário na relação entre ensino e aprendizagem. A proposta é dinamizá-la com
perguntas e com levantamento de hipóteses. Para isso, é importante que seja organizada tendo como base um plano
de orientação.

XXXVIII
3.2.3 • Painel científico
O painel é a exposição, por meio de cartazes (gênero textual informativo composto de textos e imagens), de uma pes-
quisa realizada e de suas conclusões. Para que o trabalho tenha resultado satisfatório, deve ser planejado adequadamente.
Em primeiro lugar, é necessário definir o espaço que ele ocupará. Em seguida, deve-se calcular a quantidade de
cartazes que podem ser expostos, e, então, planejar o conteúdo de cada um – com imagens e textos. Os textos curtos,
com frases claras e escritas em ordem direta, são ideais para esse gênero textual. O uso de gráficos e tabelas, quando for
o caso, é recomendado, pois atrai a atenção do leitor e facilita bastante o entendimento. As imagens são fundamentais e
sempre devem estar relacionadas aos textos. A escolha das cores deve ser cuidadosa: por meio delas, é possível diferenciar
ideias, autores ou passos da pesquisa.
Outro ponto importante é produzir um cartaz que explique ao leitor como a pesquisa foi feita – em quais etapas foi
dividida, quais foram os materiais consultados e quanto tempo durou.
Na apresentação do painel, o autor deve orientar os visitantes, esclarecendo dúvidas e explicando com mais profun-
didade o que é indicado nos cartazes.

3.2.4 • Pesquisa e debate


Uma pesquisa pode ser organizada em algumas etapas, como levantamento das informações, tratamento adequado
dos dados e comunicação dos resultados.
Para a coleta de dados e informações, é importante que os estudantes sejam orientados. Indique as fontes que podem
ser utilizadas e como devem pesquisar, registrar e organizar os dados segundo critérios de classificação do tema proposto.
A apresentação dos resultados por escrito pode incluir imagens, mapas, gráficos ou tabelas.
Alerte os estudantes para que indiquem a fonte dos textos – no caso de jornais, revistas ou livros, é preciso indicar o
autor, o título da publicação, a cidade, a editora, a data e a página. Se a pesquisa for baseada em uma entrevista, devem
constar a data, o local e o codinome do entrevistado, assim como a autorização de sua divulgação.
Finalizada a pesquisa, os dados devem ser socializados com a turma e registrados por todos os estudantes.
A comunicação pode ser feita de diversas maneiras, como por meio de textos, de vídeos, de histórias em quadrinhos
ou de um painel, considerando a linguagem característica de cada gênero.
Os debates sobre as informações e opiniões obtidas em um trabalho de campo, em uma pesquisa ou na resolução
de problemas podem ser interessantes para o desenvolvimento de atitudes positivas em relação à construção coletiva do
saber. Oriente os estudantes sobre como agir em um debate, ressaltando que cada um, na sua vez, deve dar a sua opinião
e escutar o colega, levando em consideração a opinião do outro antes de concordar ou discordar, e que, havendo ou não
discordância, deve argumentar fundamentando-se nos dados da pesquisa e no que foi levantado na discussão em classe.

3.2.5 • Práticas de pesquisa


O trabalho científico tem sido tema de muitos estudos sobre história da ciência e práticas científicas. Diferentemente
do imaginário geral, em que a ciência é entendida como um tipo de conhecimento fundamentado em descobertas com
base na observação direta de fenômenos, ou como revelador de verdades imutáveis com um método único de investi-
gação, a prática da ciência está bem distante disso.
Na sua essência, a ciência é realizada pela construção de argumentos com uso de linguagem especializada. Seu
ponto alto está na elaboração de teorias e modelos dentro das diferentes comunidades de prática, com uso de conceitos
e evidências que servem de base para estabelecer explicações compreensíveis e abrangentes. Assim, desde a definição
de problemas até a proposição de modelos e teorias, toda atividade de investigação científica depende de um trabalho
colaborativo e de negociação para a construção de ideias. Por essa razão, podemos dizer que a ciência é um empreen-
dimento humano, uma construção social, influenciada pela cultura e pela história, sendo passível de alterações.
Com o intuito de enunciar explicações coerentes, a atividade científica exige raciocínio lógico na associação de evidên-
cias, fatos e fenômenos a alegações, além do compartilhamento e da discussão de ideias, para que sejam aceitos por uma
comunidade científica. Com essa concepção sobre a natureza do fazer científico, se a aplicamos aos processos de ensino

XXXIX
e de aprendizagem, necessitaremos de uma revisão das práticas pedagógicas. Mais do que encarar a aprendizagem como
mera reprodução de conceitos, nessa perspectiva, o caminho que se impõe é o da criação de comunidades de prática
epistêmica em sala de aula. Nessas comunidades, a participação ativa dos envolvidos inseridos em uma cultura científica
escolar potencializa o sucesso da aprendizagem (SASSERON, 2015). Tanto a aprendizagem de conceitos e aspectos da
natureza das ciências quanto o desenvolvimento de habilidades próprias do raciocínio científico – como relacionar dados
ou fatos a conclusões, justificando-os – conduzem à construção de conhecimento pelos estudantes.
Nesse sentido, deve-se considerar, na prática de pesquisa para propósitos didáticos, que a criação de significados pode
ocorrer, principalmente, por meio do engajamento em atividades práticas coletivas. Desse modo, é possível potencializar a
alfabetização científica (AC) por meio do raciocínio científico, o ensino por investigação, a linguagem e a argumentação.
As ações educativas devem servir de base para que os estudantes possam opinar e tomar decisões na resolução
de problemas de seus cotidianos através de um conhecimento que ultrapasse o senso comum, incorporando conceitos
científicos e permitindo uma visão mais ampla da realidade. A abordagem didática, nesse viés, ocorre por meio do ensino
por investigação, que promove, por sua vez, a argumentação, contribuindo ao desenvolvimento do raciocínio científico
dos estudantes.
Os raciocínios científicos – como os quantitativos, lógicos, de complexidade e multicausalidade, comparativos, analíti-
cos e avaliativos – podem ser desenvolvidos através do ensino por investigação. Na Educação Básica, o uso de problemas
reais com o ensino por investigação, utilizando a linguagem argumentativa para defesa ou apresentação de ideias, a
interdisciplinaridade e a participação de diversos sujeitos são elementos cruciais à aprendizagem (SASSERON; CARVALHO,
2011).
O objetivo é compreender termos (conceitos científicos) da natureza da ciência. Especificamente em Geografia,
alguns dos conceitos fundamentais seriam: o território, a região, o lugar, a paisagem, o espaço geográfico e a linguagem
cartográfica, como um código essencial a ser aprendido pelos estudantes. Na educação geográfica, o objetivo é auxiliar
o estudante a ler e a interpretar o espaço local e global, para que saiba fazer uso dos direitos e deveres de cidadão. As
competências desejáveis à aprendizagem de Geografia, que tem como objetivo a AC para a cidadania, envolvem:
• saber utilizar os conceitos e as ideias científicas por meio de termos e palavras apropriados ao contexto;
• construir argumentos científicos relacionando os conteúdos científicos à prática cotidiana;
• ler e interpretar os códigos da Cartografia;
• saber usar conceitos que estruturam a Geografia Escolar, como os de território, região, sociedade, natureza, lugar,
paisagem e espaço geográfico;
• articular Geografia Física e Social;
• reconhecer-se como integrante e produtor do espaço em que vive;
• perceber contradições no âmbito local e global (MORAES, 2012);
• incorporar, nas investigações, conexões entre Ciência, Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA).

Nas atividades, deve-se considerar o trabalho de organização, seriação e classificação de informações e dados;
levantamento e teste de hipóteses; estabelecimento de explicações, justificativas e previsões; e uso de raciocínio lógico e
proporcional (SASSERON; CARVALHO, 2011; SASSERON, 2015). A revisão bibliográfica, para avaliar teorias científicas, a
análise documental e a construção de metodologias de investigação (observação, tomada de notas, elaboração de ques-
tionários, relatórios, entrevistas, análise de mídias etc.), para construir explicações baseadas em evidências, são passíveis de
ser exploradas por meio de um processo investigativo escolar. As habilidades impulsionadas por atividades investigativas
englobam, ainda, processos de argumentação das ideias ao longo do processo, assim como ocorre na prática científica.
Apesar de o método científico não corresponder a uma sequência predeterminada de tarefas a serem executadas,
existem técnicas empregadas no método hipotético-dedutivo do pensamento formal que são desejáveis e necessárias
à formação dos estudantes, propiciando o enriquecimento do pensamento concreto, e podem ajudá-los a resolver
também os problemas cotidianos. Alguns deles são a observação, a representação gráfica de informação, a elaboração
de esquemas e os registros de dados coletados.

XL
É tarefa do professor enriquecer essas fontes de informação, não somente
proporcionando outros dados menos imediatos aos estudantes ou recordando-lhes a
informação que agora não está acessível para eles, mas, principalmente, habituando-os
a serem mais exigentes, sistemáticos e exaustivos na busca de informação relevante;
treinando-os em técnicas que permitam ter acesso a novas informações sempre que
necessário e instruindo-os para analisar a relevância e a confiabilidade das fontes de
informação. (POZO, 1998, p. 95).

O objetivo a ser alcançado será a reflexão e a reformulação das próprias ideias com base na nova informação.
Os produtos, ou a comunicação da informação, que serão avaliados podem se concretizar por meio de expressão
oral, escrita, gráfica (mapas, tabelas, diagramas, maquetes, croquis, desenhos, imagens, mapas conceituais ou redes de
conhecimentos), documentos audiovisuais, documentos de computador, murais, artigos de jornal, relatórios, documen-
tários ou outra forma de apresentação.

Uma parte importante da comunicação é realizada através de procedimentos


de expressão oral, cujo aperfeiçoamento requer, entre outras habilidades, o
planejamento e a elaboração de roteiros, o domínio de determinados recursos
expressivos e da argumentação ou justificação das próprias opiniões. (POZO, 1998,
p. 156).

Independentemente do formato de comunicação escolhido, ele servirá de instrumento para que o professor possa
avaliar os estudantes, dentro dos critérios relacionados aos objetivos de aprendizagem. Além disso, é preciso enfatizar
que o processo como um todo deve ser considerado para fins avaliativos das práticas de pesquisa desenvolvidas em
sala de aula. O registro das etapas alcançadas pelos estudantes e a devolutiva serão de extrema importância para que a
avaliação contribua para a formação dos estudantes.

3.3 • O pensamento computacional


Vivemos em meio à cultura digital em que as informações acessíveis se espalham rapidamente. Nesse cenário, os
estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, que são nativos digitais, precisam desenvolver múltiplas competências
e habilidades que os permitam discernir padrões na identificação de problemas em seus cotidianos, de modo que possam
reconhecer particularidades que os ajudarão a solucioná-los.
Hoje, o letramento computacional se faz tão necessário quanto o literário, o matemático ou o científico, pois se rela-
ciona ao uso, ao entendimento e ao funcionamento da tecnologia computacional em si e das linguagens de programação.
É com base no modo como trabalham os computadores que se extrapola e se define o pensamento computacional.
É válido destacar que, para aplicar o pensamento computacional, não necessitamos utilizar um computador ou
saber programar, mas precisamos ser capazes de, ao identificar um problema, encontrar soluções possíveis utilizando
criatividade e saberes, advindos das diversas áreas do conhecimento, que adquirimos no âmbito escolar e ao longo da
vida. Dessa forma, podemos dizer que o pensamento computacional tem, em sua metodologia, relação com os aspectos
da programação computacional, mas não se restringe a isso, pois “empresta-se” essa forma de resolver problemas para
aplicá-la em situações cotidianas que envolvem tanto o conhecimento oriundo das Ciências Exatas, como a Matemática,
quanto o de outras diversas áreas, como as Ciências Humanas.
Por meio da lógica computacional, o indivíduo desenvolve a capacidade de pensar logicamente, dividindo o problema
em partes menores, identificando padrões, concentrando-se no que mais importa para a solução e criando formas de
resolver facilmente problemas semelhantes sempre que eles ocorrem. Em razão da importância do pensamento computa-
cional à própria vivência no mundo atual, seu desenvolvimento pode e deve ser feito em todas as áreas de aprendizagem,
sendo papel da escola fornecer momentos em que os estudantes poderão desenvolver as competências e as habilidades
necessárias à obtenção desse tipo de conhecimento.

XLI
Para minuciar o pensamento computacional, podemos dividi-lo em quatro princípios fundamentais, segundo
Brackmann (2017). São eles:
• a decomposição: relacionada à capacidade de, com base na identificação de um problema, decompô-lo, a fim de
resolvê-lo por partes. Desse modo, a resolução é facilitada, pois as partes terão menos complexidade que o todo.
Quando é possível fazer essa subdivisão do problema, pode-se entender melhor a visão do conjunto. Ao pensar em
um problema de ordem social, por exemplo, pode-se decompô-lo considerando o ambiente geográfico em que ele
está acontecendo; é possível também pensar em quais são os indivíduos envolvidos, e assim por diante. Uma das
vantagens dessa etapa, para os estudantes, é que ela pode ajudar aqueles que têm dificuldade com o problema,
pois, ao segmentá-lo, avança-se passo a passo;
• o reconhecimento de padrões: relacionado à capacidade de identificar características que se repetem. Ao reco-
nhecer os padrões, fica mais fácil entender por que eles ocorrem e, consequentemente, as possíveis soluções que
poderão ser apresentadas utilizando a criatividade e a inovação. Ao dominar a capacidade de reconhecer padrões,
os estudantes poderão facilmente reconhecer situações similares em problemas distintos, podendo utilizar a solução
de um problema já resolvido na resolução de outros, similares. Dessa forma, quanto mais problemas os estudantes
resolverem, maior habilidade eles terão de reconhecer padrões;
• a abstração: relacionada à focalização em processos importantes para a resolução dos problemas, sem necessaria-
mente pensar nos detalhes. Com essa capacidade, o estudante aprenderá a filtrar e classificar dados que têm à sua
disposição, deixando em segundo plano o que, no momento, é irrelevante para a resolução do problema;
• o pensamento algorítmico: relacionado à capacidade de elaborar estratégias ou planos com instruções que
ajudarão a solucionar um problema ou atingir determinado objetivo. Esse princípio fundamental depende de outros,
pois, conforme sua definição, está relacionado aos passos para se solucionar um determinado problema, ou seja,
pressupõe-se que já se sabe o suficiente sobre o problema ou já se tenha vivenciado questões semelhantes.
Dessa forma, como podemos perceber, o pensamento computacional está relacionado ao próprio desenvolvimento do
raciocínio, sendo essencial para a solução de problemas e o entendimento de diversas situações em nosso mundo atual.
Além disso, essa forma de pensar pode contribuir para o desenvolvimento sociocognitivo dos estudantes, preparando-os
para o enfrentamento das problemáticas de seu tempo e permitindo que eles, além de identificar, reconhecer padrões e
filtrar as informações que recebem a todo o momento, possam pensar com criatividade e inovação, aplicando as técnicas
nos diversos desafios que aparecerão em suas vidas.

3.3.1 • O uso de tecnologias em sala de aula


Vivemos atualmente na Era da Informação (CASTELLS, 2015). A sociedade, hoje, está integrada em redes de usuários
de internet e de dispositivos de comunicação sem fio. Nesse mundo de redes digitais de comunicação, socializar em
conectividade permanente e pelas redes sociais nos traz um novo modo de interagir. Nesse momento, a interação e as
informações se tornam massivas e constantes e, com base no compromisso com a formação ao qual a escola se propõe,
ela não pode distanciar-se dessa nova dinâmica. Assim, pensar em como filtrar e transformar em conhecimento o fluxo
de informações que hoje temos à disposição é uma questão que se torna relevante para a sala de aula.
Em razão desse cenário, a BNCC incorpora, em suas competências gerais da Educação Básica, as tecnologias digitais
de informação e comunicação, visando a que os estudantes sejam competentes em:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de


forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo
as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal
e coletiva. (BRASIL, 2018, p. 9).

É preciso sublinhar que as tecnologias da informação e da comunicação (TICs) são muito mais antigas do que a internet. Em
determinado momento na história, o sistema de organização que a escola possuía, com o giz, a lousa e os livros, constituía as
tecnologias da inteligência que estavam disponíveis para uso. Hoje, com a internet, temos novas formas de mediar o processo
de construção de conhecimento envolvendo a ampliação das possibilidades de trocas e de acesso à informação.

XLII
Essa reflexão tem relação com a ideia de que é preciso pensar criticamente sobre o uso da tecnologia. Na sala de aula,
isso implica dois movimentos. O primeiro diz respeito ao entendimento da tecnologia como uma ferramenta pedagógica
que auxilia no processo de aprendizagem, constituindo mais uma linguagem que pode contribuir à compreensão de
conteúdos. O segundo propõe encará-la como um objeto de estudo, aprofundando seus sentidos e significados, o que
evita recair numa ideia tecnicista, em que a tecnologia é interpretada como a solução para todos os problemas da sala de
aula ou que ela possui razão e fins próprios, desarticulados de conteúdos. Assim, o desafio que se coloca é o de realizar
a reflexão crítica e histórica que sustenta essa noção de tecnologia para que os estudantes se apropriem criticamente
das redes e dos meios de informação e comunicação.
Um primeiro ponto a considerar, ao trazer tecnologias como ferramentas pedagógicas para sala de aula, é que não
se trata apenas de substituir a lousa e o giz por uma apresentação de slides. A escolha das técnicas precisa alinhar-se aos
objetivos e às intenções de aprendizagem propostos. A tecnologia deve estar adequada e atender a esses objetivos. Ela
é mero instrumento de apoio e só trará resultados se houver reflexão, planejamento e mediação do professor.
As tecnologias fazem parte do cotidiano dos estudantes e, como meio de comunicação, podem aumentar as possibi-
lidades de aprendizagem pelas trocas. Sob mediação docente, é importante reforçar os aspectos positivos das tecnologias
em voga, como a internet, que possibilita estabelecer uma rede de colaboração e de aprendizagem. Ao mesmo tempo,
será necessário instaurar uma aproximação crítica em relação às mídias, às tecnologias e aos conteúdos acessados, sejam
os informativos, sejam os de relacionamentos pessoais.
Pensando especificamente no ensino de Geografia, proporcionar discussões críticas em torno do uso das tecnologias
como instrumento de reflexão e aprendizagem significa compreender a tecnologia como objeto de estudo. Avaliar, sob
um olhar diferenciado, os mais variados temas disponíveis na internet oferece outras possibilidades de apropriação das
mídias, das técnicas e das máquinas em relação ao que os estudantes já vivenciam em seus cotidianos. O estudo dos
meios técnicos que, ao longo do tempo, vêm alterando as relações sociais e da sociedade com seu meio, deixando marcas
no espaço geográfico, ou, ainda, refletir sobre quando e como conjuntos de técnicas se tornam meios de dominação e
hierarquização social, política e cultural são exemplos para realizar essa discussão sob uma perspectiva geográfica.
Investigar essas tecnologias com base em indagações que se preocupem com os aspectos de produção (como
aplicativos e softwares), obtenção, detenção e veiculação de dados criados no ambiente virtual, bem como com os
impactos da vida virtual na realidade, dão o tom da reflexão crítica que a Geografia pode estimular. A reflexão crítica
enriquecerá o uso das tecnologias em aula, que de modo algum devem ser descartadas. Deve-se utilizá-las integrando
suas potencialidades e, ao mesmo tempo, possibilitar que os estudantes tenham uma visão menos ingênua em relação
a seu uso e sua aplicabilidade.

3.4 • Estrutura geral


A proposta desta obra está organizada com base em conceitos geográficos e cartográficos, reunidos em temas e, ao
mesmo tempo, fundamentada em uma concepção didática que considera a faixa etária e as dimensões culturais e sociais
dos estudantes. Além disso, compreende que o conhecimento escolar não é algo situado fora do indivíduo e simplesmente
adquirido pelos estudantes nem algo construído independentemente da realidade e dos demais indivíduos. É, antes, uma
construção histórica e social na qual interferem fatores de ordem cultural e psicológica.
Sob a perspectiva do ensino e da aprendizagem, propomos que as aulas sejam organizadas com base em unidades
e capítulos, como se caracterizam os volumes da obra. Assim, você pode estruturar planos de ensino ou planos de aula.
Por exemplo, espera-se que seja realizado um planejamento com atividades e outros materiais que possam ser utilizados
para enriquecer as situações de aprendizagem as quais serão apresentadas aos estudantes.
As situações de aprendizagem e o trabalho com diferentes linguagens e gêneros textuais apresentados ao longo da
obra procuram superar a concepção tradicional do ensino de Geografia e estimular o professor a realizar pequenas mudan-
ças na condução das aulas, partindo de experiências e conhecimento prévio para dar mais significado aos conteúdos.
Uma prática pedagógica um pouco mais inovadora permite aos estudantes observar, descrever, comparar e analisar
os fenômenos, desenvolvendo habilidades intelectuais mais complexas que favoreçam a compreensão de processos
geográficos implícitos na realidade.
A obra toda está dividida em quatro volumes, correspondentes aos Anos Finais do Ensino Fundamental, compostos
de unidades subdivididas em capítulos, os quais vão trabalhar os conteúdos geográficos relacionados às categorias e ao
pensamento espacial.

XLIII
4 Avaliação e construção de conhecimento
Nesta obra, a avaliação é compreendida como parte do processo de ensino e aprendizagem. Quando tratamos da
avaliação no cotidiano escolar, nós nos envolvemos também com a prática docente e com o currículo escolar. A avaliação
não é um fato isolado ou apenas uma maneira de quantificar o conhecimento dos estudantes, mas um instrumento que
nos permite saber se houve ou não aprendizagem.
Ao avaliar, deve-se ter condições de diagnosticar os problemas relacionados à aprendizagem (se cognitivo ou afetivo;
se há dificuldade ou bloqueio). Consideramos que a avaliação é um processo e que cada proposta desenvolvida na sala
de aula tem o potencial de fornecer instrumentos e dados para avaliar se o caminho que estamos percorrendo deve
ou não ser repensado. Podemos, portanto, com base nessa reflexão, considerar cinco questões básicas para se pensar
a avaliação: o quê? Como? Por quê? Quem? Para quê? Tendo claras as respostas para essas questões, o processo de
avaliação será mais tranquilo e coerente com o projeto educacional trabalhado.
O que avaliar? Como definir uma avaliação? Quais são os seus objetivos? Que tipos de conteúdo e informação devem
ser trabalhados? Como os estudantes adquiriram o conhecimento? Questões como essas podem contribuir para uma
reflexão acerca do processo de ensino e aprendizagem e evitar que as avaliações tenham apenas caráter quantitativo e
classificatório.
Entendemos que as atividades, como exercícios, pesquisas e trabalhos em grupo, devem ser avaliadas para que se
tenha uma visão do andamento do processo de aprendizagem dos estudantes. Esses procedimentos estão relacionados
com uma concepção de aprendizagem, uma vez que se conectam a estratégias empregadas para a construção de um
conceito e, consequentemente, para o desenvolvimento de um conteúdo.
Acreditamos que o objetivo principal é auxiliar os estudantes na organização do pensamento e na formação do
pensamento científico – e essas operações mentais devem ser incentivadas pelos professores em diversos momentos em
sala de aula. Operar mentalmente é agir sobre o pensamento, é dar sentido ao conhecimento que se está adquirindo, é
auxiliar os estudantes para que sejam capazes de reconstruir por si sós aquilo que aprenderam.
Por isso, a avaliação torna-se um recurso a ser utilizado não apenas em um contexto de prova formal, mas ao longo
de todo o processo educativo. O professor deve, portanto, utilizar diversos instrumentos de avaliação, como atividades
de construção de um jogo ou de uma maquete, de trabalho de campo, entre outras, de modo a ter elementos variados
para a realização de uma avaliação do desempenho dos estudantes, individualmente e/ou em grupo.
A avaliação individual é necessária para que os estudantes se certifiquem de suas responsabilidades no processo
educativo e, fundamentalmente, para avaliar a aprendizagem conceitual. Ao concebermos esta obra de Geografia, pro-
curamos fornecer situações de ensino e de aprendizagem que se articulassem ao objetivo de desenvolver competências
e habilidades indispensáveis para a formação da visão crítica dos estudantes como cidadãos. Assim, a avaliação deve
investigar em que medida os estudantes estabelecem relações entre conteúdos, conceitos e processos relacionados ao
cotidiano – em diferentes escalas e conexões. Além disso, a avaliação deve aferir até que ponto houve apropriação dos
conceitos e procedimentos que permitem aos estudantes a compreensão de si próprios como parte do espaço geográfico
e como sujeitos dele. Por meio de diferentes situações de aprendizagem, é possível identificar os conceitos dominados
pelos estudantes e aqueles que necessitam ser revisitados.
Recomenda-se, assim, que a avaliação seja contínua e não fique restrita à circunstância espaçotemporal das provas
tradicionais. Devem ser consideradas participações em aula, exposições orais, debates, pesquisas, entrevistas e trabalhos
de campo.

XLIV
socioemocional, pode ajudar a combater a prática do bullying.
5 Referências bibliográficas BRASIL. Lei nº- 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as
comentadas diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União,
ano 134, n. 248, p. 27833-27841, 23 dez. 1996.
AMARAL, Sérgio Ferreira do; BARROS, Daniela Melaré Vieira. Aprovada em 1996, a lei regula todo o sistema escolar do Brasil,
Estilos de aprendizagem no contexto educativo de uso das garantindo o direito à educação.
tecnologias digitais interativas. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL BRASIL. Ministério da Educação. Metodologia de pesquisa
SOBRE NOVAS COMPETÊNCIAS EM TECNOLOGIAS DIGITAIS NA na escola. Brasília, DF: MEC, [20--]b. Disponível em: http://
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O artigo analisa os estilos de aprendizagem e o contexto da utilização Aborda os procedimentos de pesquisa na escola como um trabalho
de recursos tecnológicos. sistemático e interdisciplinar de orientação de estudo.
BRACKMANN, Christian Puhlmann. Desenvolvimento BRASIL. Ministério da Educação. Métodos de diagnóstico inicial
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desplugadas na educação básica. Tese (Doutorado em [20--]c. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
Informática na Educação) – Centro Interdisciplinar de Novas implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/194-
Tecnologias na Educação, UFRGS, Porto Alegre, 2017. metodos-de-diagnostico-inicial-e-processos-de-avaliacao-diversificad
O pensamento computacional é uma abordagem de ensino que usa os?highlight=WyJhdmFsaWFcdTAwZTdcdTAwZTNvIl0=. Acesso em:
diversas técnicas oriundas da Ciência da Computação e vem gerando um 14 jun. 2022.
novo foco educacional no quesito inovação nas escolas mundiais, como Aborda as práticas de ensino comprometidas com a aprendizagem ativa
um conjunto de competências de solução de problemas que devem ser dos estudantes, com base no levantamento dos conhecimentos prévios.
compreendidas por uma nova geração de estudantes juntamente com
CARLOS, Ana Fani Alessandri. Novos caminhos da Geografia.
as competências essenciais da atualidade, como o pensamento crítico.
1. ed. São Paulo: Contexto. 1999.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum
Essa obra é uma coletânea que trata de diferentes temas geográficos,
Curricular: educação é a base. Versão final. Brasília, DF: MEC,
como: mudanças ambientais, sociedade e natureza, cidade e formas de
2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
comércio, lugar e cotidiano, agrária e região.
images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 13
ago. 2022. CARLOS, Ana Fani Alessandri. O lugar no/do mundo. São Paulo:
FFLCH, 2007.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de
caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de A professora ressignifica o conceito de lugar, atribuindo-lhe a dimensão
aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao do espaço de vivência com o qual se interage e se estabelecem vínculos.
longo das etapas e modalidades da Educação Básica. CASTELLS, Manuel. O poder da comunicação. Rio de Janeiro:
BRASIL. Ministério da Educação. Temas Contemporâneos Paz e Terra, 2015.
Transversais na BNCC: contexto histórico e pressupostos Castells analisa a sociedade discutindo como as relações de poder
pedagógicos. Brasília, DF: MEC, 2019. Disponível em: http:// foram modificadas pelo novo ambiente das comunicações.
basenacionalcomum.mec.gov.br/images/implementacao/contex- CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA,
tualizacao_temas_contemporaneos.pdf. Acesso em: 18 ago. 2022. Roberto Lobato (org.). Geografia: conceitos e temas. 14. ed. Rio
No contexto de uma educação voltada para a cidadania, os Temas de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.
Contemporâneos Transversais são propostos como objeto de aprendizagem A obra é um esforço coletivo de reflexão e atualização dos debates
e de reflexão dos estudantes a respeito de questões sociais. da Geografia contemporânea, tanto na reconstrução de seus conceitos
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República fundadores como nas possibilidades de sua aplicação aos problemas das
Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da sociedades atuais.
República, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ CASTRO, Iná Elias de; GOMES, Paulo Cesar da Costa; CORRÊA,
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 25 jun. 2022. Roberto Lobato (org.). Olhares geográficos: modos de ver e viver
A Carta Magna serve de parâmetro para as demais legislações do o espaço. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
país. A obra possibilita entender o sentido de espaço público e político na
BRASIL. Ministério da Educação. Competências socioemocionais Geografia por meio das configurações espaciais, localizações e trajetos nas
como fator de proteção à saúde mental e ao bullying. Brasília, cidades, com base em simbologias, paisagens e culturas.
DF: MEC, [20--]a. Disponível em: http://basenacionalcomum. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos (org.). Ensino de Geografia:
mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/ práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000.
aprofundamentos/195-competencias-socioemocionais-como-fator- Os autores trazem discussões teóricas e reflexões sobre algumas
de-protecao-a-saude-mental-e-ao-bullying. Acesso em: 6 jun. 2022. práticas vigentes nas escolas, além de atividades sugeridas que favorecem
Aborda como o manejo das emoções, por meio da educação a construção de conceitos pelos estudantes.

XLV
CAVALCANTI, Lana de Souza. Cotidiano, mediação pedagógica e A proposta do livro é discutir o uso do mapa em sala de aula, com
formação de conceitos: uma contribuição de Vygotsky ao ensino ênfase nos seguintes aspectos: desnaturalização do mapa; expressão
de Geografia. Cadernos Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, p. 185- cartográfica das novas espacialidades; interpretação de mapas da ordem
207, maio/ago. 2005. cultural e das imagens produzidas por satélites.
Com base em uma síntese do pensamento de Vygotsky, o texto GUERRA, Antonio José Teixeira. Novo dicionário geológico-
busca especificar possíveis contribuições dessa teoria para o ensino de geomorfológico. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1997.
Geografia, particularmente para a formação de conceitos geográficos. A obra reúne novos termos e definições, e atualiza definições das
CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas: uma introdução à edições anteriores. Inclui, pela primeira vez, o vocabulário correspondente
Geografia Física. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. na língua inglesa, além de ilustrações, fotos e gráficos.

O autor propõe que a teoria de sistemas está na base da compreensão ISNARD, Hildebert. O espaço geográfico. Coimbra: Almedina,
das diferentes paisagens da superfície da Terra. É com base nessa premissa 1982.
que ele concebe os geossistemas, tomando-os como subunidades O autor estuda o espaço geográfico, enfatizando questões sociais e
subsistêmicas que têm características individuais, mas interconectadas concentrando sua análise em quatro aspectos principais do tema: gênese,
com as demais. definição, estrutura e relações. Ele propõe, ainda, o estudo do espaço
COFFIELD, Frank et al. Learning styles and pedagogy in post-16 geográfico como um sistema, no qual há um conjunto de elementos em
learning: a systematic and critical review. London: Learning & interação, um geossistema.
Skills Research Centre, 2004. Disponível em: http://www.evidence. JO, Injeong; BEDNARZ, Sarah. Evaluating geography textbook
thinkportal.org/handle/123456789/62. Acesso em: 18 ago. 2022. questions from a spatial perspective: using concepts of space, tools
O relatório analisa criticamente os mais importantes modelos de of representation, and cognitive processes to evaluate spatiality.
ensino-aprendizagem. Journal of Geography, London, v. 108, n. 1, p. 4-13, 2009.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/00221340902758401.
CORRÊA, Roberto Lobato. Trajetórias geográficas. Rio de
Acesso em: 18 ago. 2022.
Janeiro: Bertrand, 2001.
O artigo é resultado de uma análise de quatro livros didáticos de
O livro revela as diversas trajetórias teóricas e metodológicas da
Geografia, considerando o caráter tridimensional do pensamento espacial:
Geografia e do autor, indicando uma pluralidade de caminhos que podem
os conceitos de espaço, suas representações e os raciocínios sobre o tema.
tornar a leitura geográfica do mundo mais inteligível sobre a organização
espacial. MEIRIEU, Philippe. Aprender... sim, mas como? Porto Alegre:
Artmed, 1998.
CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio José Teixeira
(org.). Geomorfologia e meio ambiente. 3. ed. Rio de Janeiro: O autor faz uma profunda análise do processo de aprendizagem,
Bertrand Brasil, 2000. propõe a superação de ideias e culturas que colocam em risco a
aprendizagem, oferecendo alternativas e propostas com o que ele chama
O livro tem por objetivo mostrar a importância da Geomorfologia
de “equilíbrio ecológico do sistema de aprender”.
para os estudos do meio ambiente e, para isso, reúne sete ensaios
escritos por pesquisadores especialistas em variados temas: Biogeografia e MEIRIEU, Philippe. O cotidiano da escola e da sala de aula: o
Geomorfologia, desertificação, desenvolvimento sustentável, entre outros. fazer e o compreender. Porto Alegre: Artmed, 2005.
DEWEY, John. Como pensamos: como se relaciona o pensamento A obra defende a tese de que ensinar não significa apenas colocar
reflexivo com o processo educativo, uma re-exposição. 4. ed. São em prática um conjunto de atividades, destacando a relevância de os
Paulo: Companhia Editora Nacional, 1979. estudantes reconhecerem o sentido do que se aprende.

A obra tem grande relevância, pois rompe com a visão tradicional MÉRENNE-SCHOUMAKER, Bernadette. Didáctica da Geografia.
de educação e aquisição de conhecimento, valorizando o campo da Porto: Edições ASA, 1999. (Coleção Horizontes da Didáctica).
experiência e a posição do sujeito como indivíduo em constante interação A obra analisa modelos, conflitos e tensões no campo do ensino e
com o meio e com os objetos que o circunda, assim como a própria aprendizagem, considerando também as pesquisas.
sociedade e a cultura em que vive. MORAES, Antônio Carlos Robert de. Meio ambiente e ciências
DUARTE, Paulo Araújo. Fundamentos de cartografia. 3. ed. humanas. São Paulo: Hucitec, 1997.
Florianópolis: Editora da UFSC, 2008. A interação entre o meio ambiente e os grupos sociais é analisada
O livro aborda assuntos relacionados às cartografias Geral e Temática. de forma multissetorial, evitando o reducionismo contido no conceito de
O leitor é levado a refletir sobre algumas questões, como, por exemplo, o “ação antrópica”.
fato de que todo mapa está errado. O texto conta com uma linguagem MOREIRA, Ruy. A diferença e a Geografia: o ardil da identidade e a
simples, objetiva e bastante didática. representação da diferença na Geografia. GEOgraphia, Rio de Janeiro,
FLORENZANO, Teresa Gallotti (org.). Geomorfologia: conceitos e ano 1, n. 1, p. 41-58, 1999. Disponível em: https://doi.org/10.22409/
tecnologias atuais. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. GEOgraphia1999.v1i1.a13362. Acesso em: 13 ago. 2022.
O relevo da superfície terrestre, objeto da Geomorfologia, é um fator A identidade eliminou o espaço. A diferença o ressuscita. Fim e,
importante na vida do ser humano. Esse livro detalha os compartimentos então, renascimento do espaço? Esse é o tema desse texto, que poderia
de relevo fluviais, costeiros e cársticos, entre outros; os processos ter por título “o ardil da identidade e a dialética da identidade-diferença
tectônicos; e as dinâmicas que moldam a superfície terrestre. na Geografia”.
FONSECA, Fernanda Padovesi; OLIVA, Jaime. Cartografia. São MOREIRA, Ruy. Para onde vai o pensamento geográfico? Por
Paulo: Melhoramentos, 2013. uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2006.

XLVI
A obra analisa os problemas que cercam a Geografia moderna, SANTOMÉ, Jurjo. Globalização e interdisciplinaridade. Porto
enfatizando a crítica dos conceitos de natureza, ser humano e economia Alegre: Artes Médicas,1998.
na Geografia, e explica por que o mundo caminha de forma acelerada O processo de ensino-aprendizagem por meio de práticas
para o encontro da Biologia Molecular com a Bioengenharia. interdisciplinares é proposto por provocar maior reflexão sobre o mundo
MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em Geografia. São Paulo: Contexto, globalizado em seus aspectos distintos porém interligados.
2013. SANTOS, Milton. Espaço e método. 3. ed. São Paulo: Nobel,
A proposta do livro é debater os antigos e os novos aspectos do 1994.
pensamento geográfico, seus caminhos e embates. Da história da ciência
Nesses ensaios, o autor reflete sobre as ferramentas teórico-meto-
geográfica ao balanço da problemática da existência e do ser no espaço,
dológicas necessárias para interpretar criticamente o mundo através do
o autor trabalha conceitos fundamentais e analisa o papel da Geografia
espaço e sua dinâmica. O livro oferece proposições significativas para
no século XXI.
entender o papel ativo do espaço no movimento da totalidade social.
MOREIRA, Ruy. Repensando a Geografia. In: SANTOS, Milton SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado:
(org.). Novos rumos da Geografia brasileira. São Paulo: Hucitec, fundamentos teóricos e metodológicos da Geografia. 5. ed. São
1982. p. 35-49. Paulo: Hucitec, 1997.
Desde 1978, o pensamento geográfico brasileiro passa por um
A obra tem por objetivo situar a Geografia no contexto do mundo
processo interno de questionamento, renovação discursiva e intenso
atual, buscando, ademais, rediscutir categorias tradicionais e sugerir
debate. Esse ensaio faz parte desse esforço coletivo de repensar a
algumas linhas de reflexão metodológica, tomando como ponto de
Geografia no Brasil.
partida as metamorfoses do espaço habitado.
PAGANELLI, Tomoko Iyda. Para a construção do espaço SASSERON, Lúcia Helena. Alfabetização científica, ensino por
geográfico na criança. Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado investigação e argumentação: relações entre ciências da natureza
em Educação) – Instituto de Estudos Avançados em Educação,
e escola. Ensaio, Belo Horizonte, v. 17, n. especial, p. 49-67, nov.
Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 1982.
2015.
A pesquisa de Tomoko Paganelli consiste em um estudo detalhado
O artigo parte da premissa de que o ambiente e a cultura escolares
com crianças que analisa os conceitos espaciais topológicos, projetivos e
devem ser palco para a alfabetização científica, integrando a cultura
euclidianos.
escolar com os saberes da ciência.
PALMIERI, Francesco; LARACH, Jorge Olmos Iturri. Pedologia e
SASSERON, Lúcia Helena; CARVALHO, Anna Maria Pessoa de.
geomorfologia. In: CUNHA, Sandra Baptista da; GUERRA, Antonio
Alfabetização científica: uma revisão bibliográfica. Investigações
José Teixeira (org.). Geomorfologia e meio ambiente. Rio de
em Ensino de Ciências, v. 16, n. 1, p. 59-77, 2011.
Janeiro: Bertrand Brasil, 1996. p. 59-122.
O artigo traz uma revisão bibliográfica sobre o conceito de
O texto estuda a Pedologia no contexto geográfico, demonstrando
alfabetização cartográfica ao longo da história.
a importância da formação dos variados tipos de solo para a evolução
do relevo. Assim, ocorre uma reavaliação do papel da pedogênese nos SILVEIRA, Maria Laura. Uma situação geográfica: do método à
processos geomorfológicos. metodologia. Revista Território, Rio de Janeiro, ano 4, n. 6, p.
21-28, jan./jun. 1999.
POZO, Juan Ignacio (org.). A solução de problemas: aprender a
resolver, resolver para aprender. Tradução: Beatriz Affonso Neves. Nesse artigo, a professora Maria Laura Silveira discute o conceito
Porto Alegre: Artmed, 1998. de situação geográfica entendendo-o como método para leitura de
fenômenos e processos em Geografia.
Nessa coletânea, os autores tratam de como trabalhar a solução
de problemas em diferentes disciplinas e a apresentam como conteúdo SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Cartografia e ensino: proposta e
procedimental para o ensino e aprendizagem dos estudantes do Ensino contraponto de uma obra didática. 1996. Tese (Livre-Docência) –
Fundamental e Médio. É uma obra que contribui para se pensar em Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento
metodologias ativas e dar sentido aos conteúdos. de Geografia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Pedagogia de projetos: fun- A professora defende o ensino da cartografia em todos os anos
damentos e implicações. In: ALMEIDA, Maria Elizabeth Bianconcini do percurso escolar, ampliando vocabulário e repertório, bem como
de; MORAN, José Manuel (org.). Integração das tecnologias na aprofundando suas análises.
educação. Brasília: MEC, 2005. p. 12-16. SOCHAVA, Viktor Borisovich. Introdução à doutrina sobre dos
Na pedagogia de projetos, os estudantes aprendem durante o geossistemas. Novosibirsk: Nauka, 1978.
processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar, relacionar e gerar novas O geógrafo soviético revoluciona a análise da paisagem ao abordá-la
questões. como uma entidade total, considerando a organização sistêmica como
QUEIROZ FILHO, Alfredo Pereira de; MARTINELLI, Marcello. inerente à natureza.
Cartografia de análise e de síntese na Geografia. Boletim Paulista SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da
de Geografia, São Paulo, n. 87, p. 7-44, dez. 2007. pesquisa socioespacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2013.
O artigo tem como objetivo analisar e relacionar a Cartografia de O autor dedica-se a refletir sobre os conceitos que dão sustentáculo
Análise e de Síntese aos pontos de vista da Cartografia Temática conven- às pesquisas que têm o espaço como dimensão fundante. Inicia-se pelo
cional e da Cartografia Temática assistida pelos Sistemas de Informações espaço, paisagem, sítio e localização, segue para território, lugar, região,
Geográficas (SIG). rede, escala e finaliza com o conceito de desenvolvimento socioespacial.

XLVII
6 Quadro de conteúdos, objetos de conhecimento, competências
e habilidades da BNCC e planejamento do volume
6.1 • Volume do 9o ano
9º ano
Planeja-
Unidades Capítulos Competências Objetos do conhecimento Habilidades
mento
1. Os Orien- • Gerais: 1, 3, 4, • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura • EF09GE01
1. tes e os 5, 7, 9 e 10 • As manifestações culturais na formação populacional • EF09GE03
Ocidentes • Área: 1, 2, 3, • Integração mundial e suas interpretações: globalização e • EF09GE04
As relações
2. Os mapas 5e7 mundialização • EF09GE05
entre o
Oriente e o e as • Específicas: 1, • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente • EF09GE06
diferentes 2, 3, 4, 5 e 6 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e EF09GE07
Ocidente •
visões de Oceania • EF09GE08
mundo • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e • EF09GE14
outras formas de representação para analisar informações
• EF09GE15
geográficas
• EF09GE16
• Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na

1º BIMESTRE
Europa, na Ásia e na Oceania • EF09GE17

3. Os • Gerais: 1, 2, • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura • EF09GE01


2. sistemas 3, 4, 6, 7, 8, 9
e 10
• As manifestações culturais na formação populacional • EF09GE03
coloniais • Integração mundial e suas interpretações: globalização e EF09GE04

1º TRIMESTRE

O mundo
• Área: 1, 2, 4, mundialização
globalizado 4. As inter- • EF09GE05
culturali- 5, 6 e 7 • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente • EF09GE06
dades e as • Específicas: 2, • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e • EF09GE08
identidades 3, 5, 6 e 7 Oceania • EF09GE09
• Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial • EF09GE10

1º SEMESTRE
• Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais • EF09GE13
e matérias-primas
• EF09GE14
• Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e
• EF09GE17
outras formas de representação para analisar informações
geográficas • EF09GE18
• Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na
Europa, na Ásia e na Oceania

5. As carac- • Gerais: 2, 3, 4, • As manifestações culturais na formação populacional • EF09GE03


3. terísticas 5, 7, 8, 9 e 10 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e • EF09GE09
populacio- • Área: 5, 6 e 7 Oceania • EF09GE14
As popu- nais
• Específicas: 1, • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e • EF09GE15
lações e as
6. Os compo- 2, 3, 4, 6 e 7 outras formas de representação para analisar informações • EF09GE16
paisagens geográficas
nentes físi- EF09GE17
naturais •
co-naturais • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na
da Europa,
2º BIMESTRE

da Eurásia Europa, na Ásia e na Oceania


Ásia e
e Oceania
Oceania

7. As rela- • Gerais: 1, 2, • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial • EF09GE10


4. 5e7
2º TRIMESTRE

ções de • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais • EF09GE11


produção • Área: 2, 3, 6 e matérias-primas • EF09GE12
Produção agropecuá- e7 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e • EF09GE13
agrope- ria
• Específicas: 1, outras formas de representação para analisar informações • EF09GE14
cuária e geográficas
8. O desen- 3, 5, 6 e 7 EF09GE17
industrial •
volvimento • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na
da Europa,
industrial Europa, na Ásia e na Oceania
da Ásia e
na Europa
da Oceania e na Ásia

XLVIII
Planeja-
Unidades Capítulos Competências Objetos do conhecimento Habilidades
mento
9. As cidades • Gerais: 1, 3, • As manifestações culturais na formação populacional • EF09GE04
5. na Europa 6e7 • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e • EF09GE09

2º TRIMESTRE
e na Ásia • Área: 2, 3 e 7 Oceania • EF09GE11
Urbanização
10. As cidades • Específicas: 1, • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial • EF09GE12
e as redes
de cidades globais 2, 3 e 4 • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais • EF09GE14
e matérias-primas • EF09GE17
globais
• Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e

3º BIMESTRE
outras formas de representação para analisar informações
geográficas
• Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na
Europa, na Ásia e na Oceania

11. Estado- • Gerais: 7 e 9 • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura • EF09GE01


6. -nação, • Área: 4 e 6 • As manifestações culturais na formação populacional • EF09GE03
território e • A divisão do mundo em Ocidente e Oriente • EF09GE06
As dinâ- • Específicas:
fronteira • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e • EF09GE08
micas e os 1e5
conflitos 12. Os Oceania • EF09GE14
territoriais conflitos • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e
e as outras formas de representação para analisar informações
geográficas

2º SEMESTRE
fronteiras

13. Os • Gerais: 1, 2, • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial • EF09GE10


7. recursos 5e7 • Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e • EF09GE14
naturais • Área: 2, 3, 6 outras formas de representação para analisar informações • EF09GE17
A geopo- na Eurásia geográficas
e7 • EF09GE18
lítica das

3º TRIMESTRE
• Específicas: • Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na
fontes de 14. A
1, 2, 3, 4, 5, Europa, na Ásia e na Oceania
energia produção
energética 6e7
e a cadeia
produtiva

15. O sistema • Gerais: 2, 6, 7 • A hegemonia europeia na economia, na política e na cultura • EF09GE01 4º BIMESTRE
8. financeiro e 10 • Corporações e organismos internacionais • EF09GE02
mundial • Área: 2, 3, 6 • Integração mundial e suas interpretações: globalização e • EF09GE05
O sistema
e7 mundialização • EF09GE09
financeiro 16. As pres-
e as crises sões nos • Específicas: • Intercâmbios históricos e culturais entre Europa, Ásia e • EF09GE10
ambientes 1, 2, 3, 4, 5, Oceania • EF09GE11
ambientais
físico-na- 6e7 • Transformações do espaço na sociedade urbano-industrial • EF09GE12
turais • Cadeias industriais e inovação no uso dos recursos naturais • EF09GE14
e matérias-primas
• EF09GE15
• Leitura e elaboração de mapas temáticos, croquis e
• EF09GE18
outras formas de representação para analisar informações
geográficas
• Diversidade ambiental e as transformações nas paisagens na
Europa, na Ásia e na Oceania

XLIX
3. (Enem/MEC 2020)
7 Avaliações do
Afirmar que a cartografia da época moder-
volume 9 na integrou o processo de invenção da América
por parte dos europeus significa que os co-
Pela natureza das questões de exames nhecimentos dos ameríndios sobre o território
nacionais, não foram modificados textos, informa- foram ignorados pela cartografia europeia ou
ções de fontes, links, imagens e datas de acesso. que eles foram privados de sua representação
Reproduzimos integralmente da forma como foram territorial e da autoridade que seus conheci-
formuladas, aplicadas e divulgadas. mentos tinham sobre o espaço.
OLIVEIRA, T. K. Desconstruindo mapas, revelando
Avaliação da unidade 1 especializações, reflexões sobre o uso da cartografia
em estudos sobre o Brasil colonial. Revista Brasileira
de História, n. 68, 2014 (adaptado).
1. (FAI 2019) A Rota da Seda, uma rede de estra-
das e trajetos, foi muito importante no mundo Na análise contida no texto, a representação
antigo porque: cartográfica da América foi marcada por
a) facilitou a troca de mercadorias, ideias e cultu- a) asserção da cultura dos nativos.
ras entre o Oriente e o Ocidente. b) avanço dos estudos do ambiente.
b) permitiu que o ouro e a prata extraídos das c) afirmação das formas de dominação.
minas chinesas fossem levados para a América. d) exatidão da demarcação das regiões.
c) estabeleceu a negociação comercial do leste e) aprimoramento do conceito de fronteira.
europeu com os povos escandinavos.
4. (Acafe-SC 2009) Assinale a alternativa que con-
d) forneceu um meio para a passagem das cara- tenha características da Projeção Cartográfica
vanas que levavam seda, porcelana e pedras Universal Transversa de Mercator – UTM.
preciosas da China para o Japão.
a) Cônica, conforme e secante.
e) permitiu que as caravanas viajassem em estra-
b) Cilíndrica, conforme e secante.
das bem pavimentadas da Ásia à Europa.
c) Cônica, equivalente e secante.
2. (UFRGS-RS 2010) A coluna da esquerda, abaixo, d) Cilíndrica, equivalente e tangente.
apresenta o nome de duas das principais e) Plana, conforme e secante.
projeções cartográficas; a da direita, caracte-
rísticas relacionadas a uma ou a outra dessas 5. (UFPR 2018) Sobre a projeção plana ou azimu-
projeções. Associe adequadamente a coluna tal, assinale a alternativa correta.
da direita à da esquerda. a) Na referida projeção, a partir da seleção de um
ponto de interesse, próximo do qual haverá as
1. Projeção de ( ) Mantém as formas dos maiores distorções no mapa, o cartógrafo re-
Mercator continentes. presenta os demais locais de interesse. Com o
2. Projeção de ( ) As regiões polares apare- distanciamento do ponto central, que tangencia
Peters cem muito exageradas. a superfície de referência terrestre, as distorções
( ) Dá destaque ao mundo são cada vez menores.
subdesenvolvido. b) Essa projeção, comumente utilizada para na-
( ) É excelente para a nave- vegação, guarda ângulos de azimutes e seus
gação. meridianos passam pelo centro da projeção,
sendo representados como retas.
A sequência correta de preenchimento dos c) É uma projeção classificada como plano-polar
parênteses, de cima para baixo, é quando tangencia médias latitudes.
a) 1 – 1 – 1 – 2. c) 2 – 1 – 2 – 1. d) É uma projeção adequada para represen-
b) 1 – 1 – 2 – 1. d) 2 – 2 – 1 – 1. tar zonas de baixas latitudes e com poucas

L
variações altimétricas, sendo evitada em regiões 2. (PUC-RJ 2013) A fundação da Virgínia e da
com altas latitudes. Nova Inglaterra, no início do século XVII,
e) É uma projeção classificada como plano-oblí- fez a Inglaterra adentrar a disputa colonial
qua quando tangente à linha do equador. no Novo Mundo. Nos vastos domínios dos
impérios ibéricos nas Américas, foram produ-
GABARITO zidas sociedades muito diversas e complexas
1. Resposta: letra A. A Rota da Seda é uma das – por exemplo, as do V.R. da Nova Espanha,
mais importantes e antigas rotas comerciais as da região caribenha e as do V.R. do Peru.
do mundo. Era utilizada para comercializar a Entretanto, também nas colônias britânicas,
seda chinesa para os impérios europeus, con- desde a sua formação, fortes diferenças aca-
tribuindo para a troca cultural entre Oriente e baram forjando sociedades bem diversas. Essa
Ocidente. diversidade foi expressão de vários fatores,
2. Resposta: letra B. A projeção de Mercator valo- entre eles estão:
riza a forma real dos continentes, exagerando I. O fato de os propósitos das Companhias de
no tamanho das regiões polares e é comumente Comércio de Londres e de Plymouth terem sido
utilizada para navegação. radicalmente distintos, tal como as populações
3. Resposta: letra C. Ao ignorarem as formas de re- que transportaram para a América.
presentação produzidas pelos povos originários,
II. O predomínio dos interesses mercantis e
os europeus demonstraram seu papel de domí-
escravistas nas colônias da Virgínia, ao sul, con-
nio sobre esses povos e seus conhecimentos.
trastando com as motivações de ordem mais
4. Resposta: letra B. A representação cilíndrica religiosa e política dos puritanos que orienta-
considera os paralelos e os meridianos do ram a ocupação das colônias ao norte.
formato da Terra em sua representação. A
III. A dificuldade de a Igreja Anglicana fazer valer
característica secante reduz a deformação nos
a sua autoridade e administração nas colônias
continentes e a conforme mantém a forma dos
do norte, berço da intolerância religiosa, loci de
continentes.
separatistas religiosos – dos congregacionistas,
5. Resposta: letra B. É utilizada para navegação presbiterianos, batistas e anabatistas etc.
aérea, uma vez que, ao considerar o azimute,
IV. A decisão prévia do rei James I de oferecer
os ângulos sofrem menor deformação no mo-
colônias particulares a donatários ou proprietá-
mento da representação.
rios – como William Penn e Lord Baltimore – na
região das Colônias do Meio.
Avaliação da unidade 2
Assinale a alternativa CORRETA:
1. (FGV 1999) As tentativas francesas de estabe- a) I e II estão corretas.
lecimento definitivo no Brasil ocorreram entre b) III e IV estão corretas.
a segunda metade do século XVI e a primeira c) II e IV estão corretas.
metade do século XVII. As regiões que estive-
d) II e III estão corretas.
ram sob ocupação francesa foram:
e) I e IV estão corretas.
a) Rio de Janeiro (França Antártica) e Pernambuco
(França Equinocial). 3. (UERJ 2019) O ALTO CUSTO DA ROUPA BARATA
b) Pernambuco (França Antártica) e Santa Catarina “O barato que sai caro.” Esse popular clichê
(França Equinocial). fica nítido no documentário The true cost
c) Bahia (França Equinocial) e Rio de Janeiro (“O verdadeiro custo”), do diretor Andrew
(França Antártica). Morgan, que investiga as práticas inconse-
d) Maranhão (França Equinocial) e Rio de Janeiro quentes da indústria da moda ao inundar o
(França Antártica). mercado com roupas de baixo preço e quase
e) Espírito Santo (França Equinocial) e Rio de descartáveis. O filme denuncia que alguém
Janeiro (França Antártica). paga o preço para uma roupa custar muito

LI
barato, mostrando histórias chocantes, como d) tornaram a modalidade em um produto a ser
um vilarejo em que há uma grande incidência consumido, negando sua dimensão criativa.
de crianças nascidas com deficiências mentais e) contribuíram para esse esporte ter mais jogado-
e físicas devido aos resíduos da indústria têxtil res, bem como acompanhado de torcedores.
que poluem as águas da região. Mas o docu-
mentário também traz uma contraposição: a
5. (UEA 2022)
ação de pessoas que estão trabalhando para Pela primeira vez em 92 edições dos Oscars,
mudar essa realidade, como a inglesa Safia o prêmio de Melhor Filme foi para uma produ-
Minney, uma das pioneiras do conceito de ção estrangeira, não estadunidense, no caso,
“comércio justo” no mundo. Parasita. Ocorre que o triunfo para conquis-
O conceito de “comércio justo”, mencionado tar o Oscar de 2020 é fruto de um caminho que
no texto, engloba o compromisso de viabilizar vem sendo traçado e calculado minuciosamen-
que o preço pago por uma mercadoria resulte te pelo país há mais de duas décadas e tem no
nas seguintes garantias: cinema apenas um de seus expoentes. Trata-
a) direitos sociais e conservação ambiental. -se da Hallyu, um movimento que também se
manifesta pelo k-drama, seriados exibidos na
b) direitos civis e flexibilidade da produção.
televisão e na Internet, e na música.
c) direitos autorais e preservação da natureza.
(https://einvestidor.estadao.com.br, 29/5/2020.
d) direitos políticos e concorrência empresarial. Adaptado.)

4. (Enem/MEC 2018) A estratégia apresentada no excerto pertence


A história do futebol é uma triste viagem do a) a Cingapura, que busca expandir seu domínio
prazer ao dever. […] O jogo se transformou em mundial por meio do consumismo cultural.
espetáculo, com poucos protagonistas e muitos b) a Taiwan, que visa ampliar seu poder mundial
espectadores, futebol para olhar, e o espetá- por meio da massificação cultural.
culo se transformou num dos negócios mais c) à China, que busca expandir na América do Sul
lucrativos do mundo, que não é organizado pa- o marxismo cultural.
ra ser jogado, mas para impedir que se jogue. d) à Coreia do Sul, que busca expandir sua influ-
A tecnocracia do esporte profissional foi im- ência global por meio da indústria cultural.
pondo um futebol de pura velocidade e muita e) à Índia, que visa ampliar seu desenvolvimento
força, que renuncia à alegria, atrofia a fantasia a partir das produções de Bollywood.
e proíbe a ousadia. Por sorte ainda aparece nos
campos […] algum atrevido que sai do roteiro GABARITO
e comete o disparate de driblar o time adver- 1. Resposta: letra D. Maranhão e Rio de Janeiro
sário inteirinho, além do juiz e do público das são estados onde o Império Francês tentou
arquibancadas, pelo puro prazer do corpo que instaurar suas colônias; no entanto, a Coroa
se lança na proibida aventura da liberdade. portuguesa conseguiu expulsar os franceses do
território.
GALEANO, E. Futebol ao sol e à sombra. Porto
Alegre: L&PM Pockets, 1995 (adaptado). 2. Resposta: letra C. O que impacta a colonização
não é a organização do sistema de comércio de
O texto indica que as mudanças nas práticas onde vêm os colonos, mas sim o objetivo da
corporais, especificamente no futebol, metrópole. A Igreja não exerceu influência no
a) fomentaram uma tecnocracia, promovendo processo de colonização britânica.
uma vivência mais lúdica e irreverente. 3. Resposta: letra A. O texto apresenta uma tenta-
b) promoveram o surgimento de atletas mais ha- tiva de produção de mercadorias da moda que
bilidosos, para que fossem inovadores. esteja baseada em desenvolvimento sustentável
c) incentivaram a associação dessa manifestação e práticas produtivas voltadas ao desenvolvi-
à fruição, favorecendo o improviso. mento social.

LII
4. Resposta: letra D. A venda do futebol como da Europa, pois sua população ainda se encon-
mercadoria faz com que o improviso e a di- tra na primeira fase do processo de transição
mensão do esporte deem lugar ao capital e à demográfica, apresentando redução constante
vontade do capital. dos índices de mortalidade e aumento da
5. Resposta: letra D. A onda Hallyu é uma estra- expectativa de vida. Os índices elevados de na-
tégia utilizada pelo governo sul-coreano para talidade, pouco superiores às médias mundiais,
incentivar as produções nacionais no país e a não têm sido suficientes para a reposição da
divulgação de cinema, música e demais produ- mão de obra e, consequentemente, das contri-
ções culturais para outros países. buições previdenciárias.
b) A população europeia encontra-se na segunda
fase do processo de transição demográfica,
Avaliação da unidade 3 caracterizando-se por uma queda recente dos
índices de natalidade, o que garante a mão de
1. (UDESC 2017) Na região do subcontinente obra compatível com as contribuições previden-
indiano, observa-se: ciárias. Desse modo, o problema do déficit se
a) predomínio de população de classe média e justifica apenas pela crise econômica deflagrada
média-alta. em 2008.
b) predomínio numérico de população masculina c) A contínua elevação da expectativa de vida fez
sobre a feminina. aumentar a proporção de idosos no continente
c) ausência de conflitos internacionais pela disputa europeu, ao mesmo tempo em que a reduzida
de recursos hídricos. taxa de natalidade fez com que a proporção da
d) predomínio da prática de religiões monoteístas. população economicamente ativa não acompa-
e) pouca expressão econômica no cultivo de nhasse esse crescimento. Esses dois fenômenos,
cereais. combinados, provocam o déficit previdenciário,
agravado pela crise econômica.
2. (Mack-SP 2015) Leia o texto a seguir para res- d) A população europeia é chamada de “madura”
ponder à questão. ou “envelhecida”, pois a proporção média de
População idosa da Europa é um desafio para
idosos (pessoas acima de 60 anos) nos países
do continente ultrapassa os 60% da população
o sistema previdenciário
Jornal do Brasil total. Nesse contexto, os gastos com aposenta-
dorias e pensões tornam-se muito superiores ao
O equilíbrio no sistema previdenciário euro- volume das contribuições previdenciárias.
peu é um dos grandes desafios do continente
e) A grande participação de imigrantes ilegais é
para as próximas décadas, acreditam os es-
a principal causa do déficit previdenciário nos
pecialistas. Os que vivem de aposentadorias países europeus, sobretudo na sua porção
deverão atingir a maioria da população eu- ocidental. Países como França e Alemanha
ropeia, com cerca de 30% do total em 2050. apresentam grandes percentuais de estran-
Porém, a crise econômica que se alastra no geiros irregulares, notadamente argelinos e
Velho Mundo, já desempregou cerca de 10% do turcos. Esses imigrantes, por serem ilegais, não
continente, causando um desequilíbrio que de- trabalham, mas consomem os recursos previ-
verá afetar os Estados no futuro. denciários sob a forma de aposentadorias e
(www.jb.com.br/economia/noticias/2012/02/03/) pensões.

O trecho da reportagem acima retrata parte 3. (Unemat 2012) Este fenômeno climático atinge
do problema do chamado “déficit previ- todo o sul, sudeste e leste da Ásia, entre o sul
denciário”. Este problema envolve aspectos da Índia e o sul do Japão. Caracteriza-se por,
demográficos, econômicos e políticos. A esse no verão, os ventos soprarem no sentido do
respeito, assinale a alternativa correta. Índico para a Ásia e, no inverno, soprarem da
a) O déficit previdenciário é um problema grave Ásia para o Índico. É responsável pelo regime

LIII
geral de chuvas daquela porção do planeta e GABARITO
influencia fortemente as práticas agrícolas dos 1. Resposta: letra B. A Índia possui a população
países em que ocorre. O fenômeno climático masculina maior que a população feminina.
acima descrito denomina-se: 2. Resposta: letra C. O aumento da expectativa
a) monções. de vida associado às baixas taxas de natalidade
b) transumância. do continente faz com que o número de idosos
c) inversão térmica. evolua para valores maiores que o número de
d) Força de Coriollis. população economicamente ativa.
e) chuvas orográficas. 3. Resposta: letra A. O clima de monções é carac-
terístico da região devido às correntes marítimas
4. (Enem/MEC 2019) e às massas de ar da região.
O bônus demográfico é caracterizado pe- 4. Resposta: letra C. Com o bônus demográfico, é
lo período em que, por causa da redução do ideal que se invista em qualificação da mão de
número de filhos por mulher, a estrutura obra, buscando aumentar os rendimentos do
populacional fica favorável ao crescimento setor econômico.
econômico. Isso acontece porque há propor- 5. Resposta: letra B. A conclusão do período de
cionalmente menos crianças na população, e transição demográfica é marcada pela redução
o percentual de idosos ainda não é alto. dos nascimentos em um determinado país. Isso
acontece por diversos motivos, entre eles estão
GOIS, A. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado).
a redução de necessidade de mão de obra por
A ação estatal que contribui para o aproveita- família, maior acesso a métodos contraceptivos
mento do bônus demográfico é o estímulo à: e mudança no estilo de vida da população.
a) atração de imigrantes.
b) elevação da carga tributária. Avaliação da unidade 4
c) qualificação da mão de obra.
d) admissão de exilados políticos. 1. (AOCP-PR 2019) Apesar de suas particulari-
e) concessão de aposentadorias. dades, a agricultura é dependente do que
acontece na economia mundial como um
5. (Enem/MEC 2018) todo. As principais transformações na agricul-
Os países industriais adotaram uma con- tura mundial tiveram início após a Segunda
cepção diferente das relações familiares e do Guerra Mundial e, mais recentemente, devido
lugar da fecundidade na vida familiar e social. à globalização econômica, grandes empresas
A preocupação de garantir uma transmissão agroindustriais passaram a dominar o setor.
integral das vantagens econômicas e sociais Sobre a agricultura mundial, suas inovações
adquiridas tem como resultado uma ação e sistemas agrícolas, assinale a alternativa
voluntária de limitação do número de nasci- correta.
mentos. a) Israel assumiu a liderança mundial na produção
GEORGE, P. Panorama do mundo atual. São Paulo: Difusão do trigo, devido a um modelo extensivo de pro-
Europeia do Livro, 1968 (adaptado). dução agrícola.
b) A Política Agrícola Comum (PAC) da União
Em meados do século XX, o fenômeno social
Europeia é um dos mais importantes símbolos
descrito contribuiu para o processo europeu de:
do processo de integração regional europeu,
a) estabilização da pirâmide etária.
garantindo variada oferta de alimentos ao mer-
b) conclusão da transição demográfica. cado europeu.
c) contenção da entrada de imigrantes. c) Relatórios recentes demonstram que a Rússia,
d) elevação do crescimento vegetativo. devido ao predomínio de sistemas agroecoló-
e) formação de espaços superpovoados. gicos e de sua extensa área agrícola, é o maior

LIV
consumidor de agrotóxicos do mundo, equiva- c) III e IV.
lente a 9,3 litros por pessoa ao ano. d) I, II e IV.
d) A China se mantém líder mundial na produção de e) I, III e IV.
grãos, devido aos modelos de produção restritos
a fazendas estatais, denominadas sovkhoses. 3. (FGV-SP 2017) Hoje, um fantasma ronda a vida
dos trabalhadores: o desemprego. Para muitos
2. (UEL-PR 2006) estudiosos, trata-se de um desemprego es-
O aumento crescente da demanda por pro- trutural, isto é, causado pelas transformações
dutos livres de agrotóxicos tem impulsionado que vêm ocorrendo no padrão ou modelo de
a agricultura orgânica no Brasil. Esse sistema desenvolvimento produtivo e tecnológico pre-
agrícola que se apoia no manejo sustentá- dominante nos países avançados. Apesar dessas
vel dispensa o uso de agrotóxicos sintéticos transformações apresentarem diferenças nos
e privilegia a preservação ambiental, a biodi- países onde ocorrem, elas estão alterando a
versidade, os ciclos biológicos e a qualidade organização do processo produtivo e afetando
de vida do homem. Com uma área plantada o conjunto do mundo do trabalho.
de 842 mil hectares, o setor movimentou cer- A respeito do desemprego estrutural, analise
ca de US$ 1 bilhão em 2003. O país tem 19 mil as afirmações a seguir.
propriedades e 174 processadoras espalhadas I. Os avanços tecnológicos nos campos da micro-
em diversas regiões. eletrônica, da automação e da robótica geram
Disponível em: www.agricultura.gov.br. desempregados que tendem a migrar da pro-
Acesso em: 19 jun. 2005.
dução física para o setor de serviços.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre II. As mudanças em curso exigem novas compe-
agricultura, considere as afirmativas a seguir. tências da mão de obra e redefinem as relações
I. Na agricultura orgânica, a forma de produzir de trabalho, com predominância dos empregos
demanda uma maior utilização de mão de obra temporários.
para colocar em prática o controle biológico e III. Essas transformações afetam principalmente os
o manejo integrado de pragas, constituindo-se empregos menos qualificados, o que demanda
em alternativa para o desenvolvimento da agri- iniciativas para reciclar a mão de obra e desen-
cultura familiar. volver novas capacitações.
II. O crescimento do mercado para os produtos Está correto o que se afirma em
orgânicos não se limita ao Brasil, o que tem a) II e III, apenas.
permitido aos agricultores aumentar a receita, b) I, apenas.
por unidade de produção, a uma razão superior
c) I e III, apenas.
à da agricultura convencional.
d) II, apenas
III. O crescimento do número de propriedades
e) I, II e III.
rurais em que se pratica a agricultura orgânica
invalida o debate sobre os impactos do con- 4. (EsPCEx-SP 2018)
sumo de agrotóxicos no Brasil.
Desde o início da década de 1980, a Chi-
IV. O sistema de agricultura orgânica é impraticável
nas pequenas propriedades rurais, pois a elimi- na tem sido a economia que mais cresce no
nação do uso de fertilizantes e de pesticidas mundo, a uma taxa média de 10% ao ano […].
químicos proporciona um aumento dos custos Como consequência desse impressionante
de produção, o que, consequentemente, dimi- crescimento, entre 1980 e 2010 o PIB chinês
nui a renda da unidade produtiva agrícola. aumentou 2.810% e se tornou o segundo maior
do planeta.
Estão corretas apenas as afirmativas:
SENE, Eustáquio; MOREIRA, J.C. Geografia Geral e
a) I e II.
do Brasil: espaço geográfico e globalização. 2a ed.
b) II e III. São Paulo: Moderna, 2012, p. 199.

LV
Dentre os fatores associados a esse avanço e) a política de valorização cambial, conciliada ao
econômico podem-se destacar: processo de abertura econômica ainda que sob
I. a presença de enormes reservas de minérios ditaduras de partido único.
e combustíveis fósseis no subsolo chinês que
GABARITO
concede ao País autossuficiência em termos de
matéria-prima e fontes de energia e o caracteriza 1. Resposta: letra B. A criação da PAC busca a
como grande exportador mundial de petróleo. integração e a melhoria da política agrícola
e de distribuição e acesso à alimentação no
II. o modelo de economia planificada que, promo-
continente.
vendo crescimento econômico com equilibrada
distribuição de renda, amplia o mercado consu- 2. Resposta: letra A. O número de projetos de
midor interno chinês, um dos mais gigantescos agricultura orgânica tem crescido; no entanto,
do mundo, e elimina as desigualdades sociais. o debate sobre o uso de agrotóxicos ainda se
faz necessário, uma vez que o uso também tem
III. a liberalização econômica e os baixos custos da
mão de obra, principal fator de competitividade aumentado.
da indústria chinesa, têm sido fundamentais 3. Resposta: letra E. Os avanços tecnológicos e das
para o crescimento econômico do País. técnicas de produção reduzem a necessidade
IV. o esforço chinês em atrair indústrias intensivas de mão de obra em alguns setores produtivos.
em capital para as chamadas zonas de desen- As novas formas produtivas exigem maior quali-
volvimento econômico e tecnológico, fazendo ficação profissional e promovem o aumento de
com que nas últimas décadas o País esteja entre trabalhos temporários. Os trabalhos que preci-
os maiores receptores de investimentos produ- sam de menor qualificação profissional tendem
tivos do mundo. a ser substituídos e mais afetados.
Assinale a alternativa em que todas as afirma- 4. Resposta: letra E. Os maiores exportadores
tivas estão corretas. de petróleo mundial são os países do Oriente
Médio e a Venezuela; a China é a maior im-
a) I e II
portadora do minério. Embora tenha uma
b) I e III economia planificada, a distribuição de renda
c) I e IV não é completamente igual.
d) II e III 5. Resposta: letra C. Durante o período da Guerra
e) III e IV Fria, os países denominados Tigres Asiáticos
se desenvolveram rapidamente, favorecidos
5. (UEFS-BA 2017) Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong
pela política de desenvolvimento da economia
e Cingapura ficaram conhecidos na década de
capitalista.
1980 como Tigres Asiáticos. Nesse período, esses
países apresentavam como característica comum
a) a concessão de incentivos às exportações de
Avaliação da unidade 5
produtos primários, caracterizada como auxílio
aos países pobres em recursos naturais. 1. (Fuvest-SP 2017)
b) o intenso investimento em infraestruturas, Cada vez mais pessoas fogem da guerra, do
adotado por permitir o transporte de insumos terror e da miséria econômica que assolam al-
energéticos aos países subdesenvolvidos da gumas nações do Oriente Médio e da África.
região. Elas arriscam suas vidas para chegar à Europa.
c) o rápido processo de industrialização, favo- Segundo estimativas da Agência da ONU pa-
recido pelos mecanismos da Guerra Fria para ra Refugiados, até novembro de 2015, mais de
fazer frente ao avanço sino-soviético. 850 mil refugiados e imigrantes haviam che-
d) a criação de medidas protecionistas, estratégia gado por mar à Europa naquele ano.
adotada para reforçar seus modelos econômi- GARTON ASH, Timothy. Europa e a volta dos muros.
cos baseados na substituição de importações. O Estado de S. Paulo, 29/11/2015. Adaptado.

LVI
Sobre a questão dos refugiados, no final de rankings de smart cities (“cidades inteligentes”,
2015, considere as três afirmações seguintes: em inglês), como são chamados os municípios
I. A criação de fronteiras políticas no continente que investem em tecnologia para usar com
africano, resultantes da partilha colonial, incre- mais eficiência seus recursos e proporcionar
mentou os conflitos étnicos, corroborando o melhor qualidade de vida a seus moradores.
elevado número de refugiados, como nos casos [...] Em artigo escrito em 2012, Cohen men-
do Sudão e Sudão do Sul. ciona que São Paulo foi uma forte candidata
II. Além das mortes em conflito armado, da inten- no seu ranking global (de cidades inteligentes)
sificação da pobreza e da insegurança alimentar, do ano anterior, mas acabou não entrando. O
a guerra civil na Síria levou um contingente ex- que falta, então, para São Paulo e outras cida-
pressivo de refugiados para a Europa. des brasileiras ficarem mais inteligentes?
III. A política do apartheid teve grande influência CASTILHO, A. As cidades que pensam. CEO Exame – O
na Nigéria, país de origem do maior número de futuro das cidades, São Paulo, n. 14, p. 38, abr. 2013.
refugiados do continente africano, em decor-
rência desse movimento separatista. São Paulo e outras cidades brasileiras não
estão no ranking global de cidades inteligen-
Está correto o que se afirma em:
tes devido
a) I, apenas.
a) à falta de infraestrutura.
b) I e II, apenas.
b) à localização geográfica.
c) III, apenas.
c) à terceirização dos serviços.
d) II e III, apenas.
d) ao baixo índice de escolaridade.
e) I, II e III.
e) ao crescimento vegetativo.
2. (PUC-RS 2008) Considere as afirmativas refe-
4. (UFJF-MG 2005) Leia o texto:
rentes às favelas no Brasil.
I. A existência das favelas está relacionada dire- “Para avaliar se uma cidade é global, consi-
tamente com o desequilíbrio entre baixa oferta dera-se: o número de escritórios das principais
de imóveis para compra e alta demanda de empresas (em contabilidade, consultoria, pu-
mercado. blicidade e banco) e a sua rede financeira/
II. A ocupação desordenada das favelas degrada bancária, de telecomunicações etc. As cidades
o meio físico e causa problemas ambientais. globais são vetores importantes da globaliza-
III. O aumento das favelas está associado ao ção. Elas são sede de poder e por meio delas
ingresso, nas últimas décadas, de latino-ame- que a economia global é administrada, coor-
ricanos e asiáticos, que entram ilegalmente no denada e planejada. Elas formam uma rede
país. onde transitam os trilhões que alimentam os
IV. O êxodo rural e os baixos salários pagos nas mercados financeiros internacionais. [...] Es-
áreas urbanas explicam o aumento das favelas. tudos recentes registram 55 cidades globais
no mundo”.
As afirmativas corretas são, apenas,
Maria da Glória in:
a) I e II. http://lite.fae.unicamp.br/revista/gohn.html
b) I e III.
c) I e IV. Com base no texto, pode-se afirmar que
cidade global é definida pela:
d) II e IV.
a) quantidade de habitantes.
e) II, III e IV.
b) localização geográfica.
3. (UFJF-MG 2013) Leia o texto a seguir: c) influência supranacional.
O uso de soluções tecnológicas [...] explica d) economia sociodemocrata.
por que Boston aparece com frequência nos e) reserva de biodiversidade.

LVII
5. (PUC-PR 2007) Leia o texto a seguir: 4. Resposta: letra C. As cidades globais são aque-
las que possuem um setor de serviços e um
Na atual fase da economia mundial, é pre-
sistema econômico e financeiro que influenciam
cisamente a combinação da dispersão global
e se relacionam com o mundo todo. No Brasil,
das atividades econômicas e da integração
temos São Paulo como cidade global.
global, mediante uma concentração contínua
5. Resposta: letra D. Uma cidade global é definida
do controle econômico e da propriedade, que
por sua oferta de serviços especializados, sua
tem contribuído para o papel estratégico de-
influência global e seu fluxo de capital finan-
sempenhado por certas grandes cidades, que
ceiro. O número de habitantes não é definidor
denomino cidades globais. de uma cidade global.
SASSEN, Saskia. As cidades na economia mundial.
São Paulo: Nobel, 1998, p. 16.

As características das cidades globais estão


Avaliação da unidade 6
corretamente descritas na questão:
1. (Advise-PB 2009)
a) em poucas décadas, as cidades globais, pela di-
nâmica das trocas econômicas mundiais, estarão Tanto em Estados fortes e hegemônicos
mais presentes em nações pobres que nas ricas. como em movimentos pela independência,
b) as cidades globais são sinônimos de mega- afirmações como “nós sempre fomos um po-
cidades, porque seu poder de polarização vo” são, no fundo, apelos que se tornem povos
econômica também é resultado do tamanho – apelos sem base histórica que na verdade são
de sua população. tentativas de criar a história. O passado, como
c) as cidades globais, por serem centros vitais da sempre foi dito, é um país estrangeiro, e nun-
dinâmica capitalista atual de onde partem as di- ca nos encontraremos por lá.
retrizes da economia mundial, estão localizadas GEARY, Patrick J. O mito das nações: a invenção do
apenas em países desenvolvidos. nacionalismo. São Paulo: Conrad, 2005, p. 51.

d) por sua importância econômico-financeira e A partir dessa afirmação, marque a alterna-


técnica e por serem grandes prestadoras de ser- tiva que melhor representa a formação dos
viços especializados – e não pelo tamanho de
Estados nacionais modernos.
sua população –, são centros vitais da dinâmica
a) As nações sempre existiram, as coisas não
capitalista atual, de onde partem as diretrizes
mudam. Sendo assim, sempre existiram brasi-
da economia mundial.
leiros, argentinos, bolivianos, paraguaios, entre
GABARITO outros.
1. Resposta: letra B. A política do apartheid não b) As nações modernas são comunidades ima-
foi uma política separatista, e sim de segrega- ginadas, pois são, entre outros fatores, a
ção da população negra; e foi implementada homogeneização de uma série de “passados”
na África do Sul, e não na Nigéria. que acabam sendo esquecidos em prol da
uniformização.
2. Resposta: letra D. A oferta por imóveis é sufi-
ciente para atender a população brasileira, no c) O passado é sempre o mesmo, não existe pers-
entanto, os altos valores cobrados impedem o pectiva de mudança. Por isso, as nações sempre
acesso por toda a parcela da população. O con- existiram.
tingente migratório não é o principal problema d) Imaginar a nação no passado é juntar todas as
da favelização brasileira. memórias sobre um povo.
3. Resposta: letra A. A cidade de São Paulo e) A nação histórica nada mais é do que a repre-
conta com uma boa infraestrutura urbana que, sentação da vontade divina.
porém, não está bem distribuída, o que faz com
2. (Enem/MEC 2012)
que o acesso seja restrito às áreas com maior
valor agregado. Portadora de memória, a paisagem ajuda a

LVIII
construir os sentimentos de pertencimento; ela países dessa região seus “homens”, sobretudo na
cria uma atmosfera que convém aos momen- Arábia Saudita e no Irã, principais produtores de
tos fortes da vida, às festas, às comemorações. petróleo do mundo – junto com a Venezuela, na
CLAVAL, P. Terra dos homens: a geografia. São Paulo: época já sob controle estadunidense.
Contexto, 2010 (adaptado). (https://tinyurl.com/y5jobeuu Acesso em: 10.10.2019.
Adaptado.)
No texto, é apresentada uma forma de inte-
gração da paisagem geográfica com a vida Desde 1953, o Irã foi um grande aliado dos
social. Nesse sentido, a paisagem, além de Estados Unidos no Oriente Médio. Porém, essa
existir como forma concreta, apresenta uma aliança se rompeu e as relações entre os dois
dimensão: países foram cortadas em 1980.
a) política de apropriação efetiva do espaço. O fato que levou a esse rompimento aconte-
b) econômica de uso de recursos do espaço. ceu, entre 1978 e 1979, em decorrência da
c) privada de limitação sobre a utilização do a) Guerra Irã-Iraque, na qual o presidente do Irã,
espaço. Saddam Hussein, ataca o Iraque com a intenção
d) natural de composição por elementos físicos do de expandir o islamismo xiita e se apropriar dos
espaço. campos de petróleo na bacia dos rios Tigre e
e) simbólica de relação subjetiva do indivíduo com Eufrates.
o espaço. b) Revolução Socialista, que ocorreu no Irã e que
levou o Partido Comunista desse país ao poder,
3. (Fuvest-SP) Em relação à vida econômica da suprimiu a propriedade privada e nacionalizou
antiga União Soviética podemos afirmar: as companhias de petróleo estrangeiras, in-
a) Os recursos naturais, os transportes, as indús- cluindo as estadunidenses.
trias de base e o comércio exterior sofrem rígido c) Guerra do Golfo, na qual o exército iraniano
controle estatal, enquanto a atividade agrícola invadiu o Kuwait, bombardeou os poços de pe-
e as demais indústrias permanecem entregues tróleo desse país e rumou em direção à Arábia
à iniciativa privada. Saudita, quando foi surpreendido pelas forças
b) A retenção das águas pelo congelamento hi- de coalizão lideradas pelos Estados Unidos.
bernal e seu posterior escoamento beneficiam a d) Derrubada das torres gêmeas do Word Trade
produção de energia hidrelétrica e a navegação Center de Nova Iorque, ação comandada pelo
fluvial. iraniano Osama bin Laden, que tinha a intenção
c) Participavam do Comecon (Conselho para a de destruir os centros de comando das Sete
Assistência Econômica Mútua), órgãos coor- Irmãs do Petróleo instaladas naquele complexo
denadores do desenvolvimento econômico em de edifícios.
geral, juntamente com outras nações socialistas. e) Revolução Islâmica ocorrida no Irã, em que
d) As atividades econômicas estão mais con- grupos que eram a favor da nacionalização do
centradas na porção central e oriental, como petróleo, organizações islâmicas e movimentos
consequência do esforço de descentralização estudantis apoiaram a rebelião que derrubou a
após a Segunda Guerra Mundial. monarquia pró-Estados Unidos e proclamou a
e) O valor da produção agrícola é superior ao da República Islâmica do Irã.
industrial, justificando o grande empenho no
desenvolvimento das indústrias de base.
5. (ESPM-SP 2019)
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia
4. (Fatec-SP 2020) Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução
No Oriente Médio, nos anos 1950, à medida n. 181, determinando a partilha da Palestina
que o velho Império Britânico retirava-se e se re- em dois Estados, um judaico e outro árabe,
duzia a seu arquipélago inicial, os Estados Unidos que deveriam estar ligados por uma união
substituíam-no. Para isso, colocou à frente dos econômica.

LIX
Márcio Scalercio. Oriente Médio: uma análise reveladora nós estamos explorando a água subterrânea
sobre dois povos condenados a conviver.
em uma velocidade muito maior do que a ca-
A Resolução 181 manifestou-se favorável a pacidade desses aquíferos se recuperarem.
que Jerusalém: Os números do estudo indicam que, para
a) pertencesse a Israel e fosse declarada capital do acompanhar o ritmo de exploração, os aquí-
Estado judaico. feros precisariam ter área três vezes maior.
b) fosse a capital do Estado árabe palestino. O estudo estima que, atualmente, pelo me-
c) fosse submetida ao governo da Jordânia. nos 1,7 bilhão de pessoas depende de aquíferos
d) fosse colocada sob a proteção do Vaticano. e águas subterrâneas que estão ameaçados.
e) ficasse sob um regime de administração Bruno Calixto, Disponível em: http://colunas.revistaepoca.
globo.com/planeta/2012/08/12/os-aquiferosmais-ameacados-
internacional. do-planeta/, consultado em 1/9/2012. (adaptado).

GABARITO I. A “Pegada Hídrica” de um país representa o


1. Resposta: letra B. Em relação ao estabelecimento volume total de água utilizado globalmente
dos Estados nacionais, a formação territorial ao para produzir os bens e serviços consumidos
longo da história é um dos definidores dessa pelos seus habitantes.
construção. Os Estados-nações são criações so- II. Entre as áreas que apresentam altos índices de
ciais, e não formações a priori de uma sociedade. escassez hídrica, estão: Oriente Médio, Índia e
2. Resposta: letra E. Os sujeitos podem construir África. No Oriente Médio, o volume de água
suas relações e questões subjetivas com o es- utilizado em irrigação no deserto triplicou, e
paço em que ocupam e deixar essas relações os aquíferos da região podem se esgotar em
marcadas por elementos inseridos na paisagem. menos de 50 anos.
3. Resposta: letra C. Os países socialistas integra- III. O Brasil e a Rússia representam áreas do pla-
vam o mesmo bloco econômico com o objetivo neta com baixa pressão hídrica.
de um desenvolvimento econômico comum, Tendo por base o tema central do texto e seus
pautando-se na ajuda mútua e no comércio conhecimentos, analise as afirmações acima.
interno entre os países.
Assinale a alternativa correta.
4. Resposta: letra E. Em busca da nacionalização
a) Apenas I está correta.
do petróleo e de sua independência econômica
e política, estudantes e organizações islâmicas b) Apenas II está correta.
organizaram uma rebelião e um movimento c) Apenas III está correta.
pró-independência na região, rompendo a d) Apenas I e II estão corretas.
aliança com os Estados Unidos. e) I, II e III estão corretas.
5. Resposta: letra E. Em busca de solucionar os con-
flitos envolvendo Jerusalém, a ONU determinou 2. A região do é a
que a cidade fosse um território neutro, o qual maior produtora e exportadora de petróleo
poderia ser frequentado e ter manifestações e gás para o mercado mundial. As constantes
religiosas de ambos os grupos, mas não seria ad- crises políticas internas e o fato de a região
ministrado por nenhum deles, havendo, então, ser detentora da maior reserva de petróleo e
um controle internacional sobre Jerusalém. gás do mundo tornam essa área alvo de dis-
putas e conflitos em nível mundial. Os preços
no mercado internacional oscilam em função
Avaliação da unidade 7 desses desequilíbrios e são controlados pelos
países produtores da região, reunidos no
1. (Mack-SP 2013)
grupo denominado de
Os aquíferos mais ameaçados do planeta .
A revista Nature publicou um estudo preo- As palavras que completam corretamente
cupante sobre os aquíferos. Segundo o estudo, essas lacunas são, respectivamente,

LX
a) Golfo do México, Aladi (Associação Latino- O acidente nuclear de Chernobyl revela
-América de Integração). brutalmente os limites dos poderes técnico-
b) Oriente Médio, Opep (Organização dos Países -científicos da humanidade e as “marchas a
Exportadores de Petróleo). ré” que a “natureza” nos pode reservar. É evi-
c) Pré-sal, Mercosul (Mercado Comum do Sul). dente que uma gestão mais coletiva se impõe
d) Saara, Comesa (Mercado Comum dos Países do para orientar as ciências e as técnicas em di-
Leste e Sul da África). reção a finalidades mais humanas.
GUATTARI, F. As três ecologias. São Paulo: Papirus, 1995
3. (UECE 2018) A crise do Canal de Suez se iniciou (adaptado).
em julho de 1956 quando o presidente egípcio
Gamal Abdel Nasser nacionalizou o canal, a O texto trata do aparato técnico-científico e
única ligação entre o Mediterrâneo e o Mar suas consequências para a humanidade, pro-
Vermelho e principal via para transporte de pondo que esse desenvolvimento:
petróleo dos países árabes para a Europa. a) defina seus projetos a partir dos interesses
Além da perda econômica muito significativa coletivos.
para a França e a Inglaterra, a crise de Suez b) guie-se por interesses econômicos, prescritos
demonstrou de modo definitivo pela lógica do mercado.
a) a força da manobra de motivação colonialista c) priorize a evolução da tecnologia, se apro-
junto aos EUA. priando da natureza.
b) o fim da hegemonia colonial europeia no d) promova a separação entre natureza e socie-
mundo. dade tecnológica.
c) a união com vistas a reforçar o colonialismo e) tenha gestão própria, com o objetivo de melhor
europeu nos países árabes. apropriação da natureza.
d) um desestímulo aos movimentos de indepen-
dência nas possessões coloniais francesas. GABARITO
1. Resposta: letra E. O uso de água para produção
4. (PUC-SP 2012) de alimentos e industrializados tem aumentado,
A energia que move a máquina Terra provém sendo cada vez maior a pegada hídrica dos pa-
da gravidade, do interior da Terra e do próprio íses. No norte da África e no Oriente Médio, o
movimento do planeta, mas em grau muito su- uso de água dos aquíferos tem sido cada vez mais
perior provém do Sol, da radiação solar. comum para a irrigação de grandes plantações
DREW, David. Processos interativos Homem-Meio Ambiente.
de grãos utilizados na fabricação de ração. Brasil
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1994, p. 20. e Rússia apresentam menor pressão hídrica de-
vido à quantidade de água disponível em seus
A energia solar é uma das fontes de energia territórios.
que atua no planeta Terra. Ela é, no planeta,
2. Resposta: letra B. A região do Oriente Médio
a) o principal fator construtor das estruturas e possui as maiores reservas de petróleo do
formas de relevo. mundo, sendo alvo de conflitos pela explora-
b) um item secundário na formação das cobertu- ção e pelo controle das jazidas petrolíferas e
ras vegetais. pelo preço do comércio. A Opep é responsável,
c) um fator de desequilíbrio que altera as dinâmi- então, pela regulação dos preços e da explora-
cas terrestres. ção de petróleo na região e no mundo.
d) o elemento essencial que dá origem aos siste- 3. Resposta: letra B. Com a construção do Canal de
mas e tipos climáticos. Suez, os países do Oriente Médio e do nordeste
e) uma fonte em vias de extinção, daí o valor de da África criaram uma rota para exportação de
outras formas de energia. petróleo para o mundo, finalizando o controle
europeu sobre o fluxo comercial da região.
5. (Enem/MEC 2011)
4. Resposta: letra D. Bastante utilizada pelas

LXI
sociedades no mundo atual, a energia pro- 3. (Fatec-SP 2017) Leia o texto.
veniente do Sol é responsável, também, pela O dia 24 de outubro de 1929 marca o início
regulação de todo o sistema terrestre.
do que muitos historiadores consideram a pior
5. Resposta: letra A. A necessidade da exploração crise econômica da história do capitalismo.
e o domínio das técnicas para exploração da
Nesse dia, a bolsa de valores de Nova Iorque
natureza devem estar alinhados a práticas que
sofreu a maior baixa de sua história e, devido
visem ao interesse coletivo de determinada
à centralidade dos Estados Unidos na econo-
sociedade.
mia mundial, a crise se espalhou para diversos
países.
Avaliação da unidade 8 Entre os fatores causadores da crise
1. (FGV 1999) A criação do FMI (Fundo destacam-se
Monetário Internacional) e a do BIRD (Banco a) a ascensão de regimes nazifascistas, com forte
Interamericano de Desenvolvimento para a apelo nacionalista, na Itália e na Alemanha,
reconstrução e Desenvolvimento) estão vin- e a aceleração do crescimento econômico do
culadas diretamente à: chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e
a) Conferência de Yalta (Crimeia) em 1945, es- África do Sul).
tabelecendo as agências financiadoras para a b) o descompasso entre a produção e o consumo
reconstrução da Europa e da Ásia no pós-guerra. no mercado dos EUA, e a diminuição das expor-
b) desvalorização do dólar em relação ao ouro, tações desse país para a Europa, o que gerou
implementada por Nixon no início dos anos 70. aumento dos estoques de produtos agrícolas e
c) Conferência de Bretton Woods (EUA) em 1944, industrializados e a queda brusca do valor das
com a formação do Banco Mundial. ações das empresas no mercado financeiro.
d) Conferência de Potsdam (Berlim) em 1945, que c) o endividamento dos Estados Unidos, em con-
determinou a área de ação destas instituições. sequência da devastação que o país sofreu na
e) substituição do padrão-ouro pela libra esterlina Primeira Guerra Mundial, e a falência da França
com intuito de fortalecer e desenvolver as eco- e da Inglaterra, que deixaram de cumprir seus
nomias dos países pós-guerra. compromissos financeiros com a comunidade
internacional.
2. (Uespi) A Conferência de Bretton Woods, re- d) a brusca desvalorização do dólar no mercado
alizada em 1944, nos Estados Unidos, definiu internacional, provocada pelo aumento do
uma nova ordem econômica entre os países preço das commodities agrícolas dos países
capitalistas, com o objetivo de ampliar a inte- em desenvolvimento, e a política de substitui-
gração da economia mundial. Para efetivação ção de importações, adotada pelas economias
dessa nova ordem econômica foram criadas as asiáticas.
seguintes instituições, exceto: e) as medidas protecionistas adotadas pela União
a) o Banco Mundial, para prover recursos cor- Soviética, favorecendo as indústrias dos países
respondentes à geração de infraestrutura em do Leste Europeu, e as barreiras alfandegárias
vários países. impostas aos produtos estadunidenses por
b) o FMI, com o objetivo de estimular o comércio parte dos integrantes da Zona do Euro.
internacional.
c) o GATT, com o objetivo de regulamentar o
4. (IFSudeste-MG 2013)
comércio mundial. A crise financeira de 2008 foi a maior da his-
d) a OMC, que posteriormente substituiu o GATT. tória do capitalismo desde a grande depressão
e) o Comecom, criado para auxiliar o desenvolvi- de 1929. Começou nos Estados Unidos após o
mento dos países que adotavam a economia colapso da bolha especulativa no mercado imo-
socialista. biliário, alimentada pela enorme expansão de
crédito bancário e potencializada pelo uso de

LXII
novos instrumentos financeiros, a crise finan- Assinale a alternativa que melhor representa
ceira se espalhou pelo mundo todo em poucos os impactos consequentes do desmatamento:
meses. O evento detonador da crise foi a falên- a) Apenas I
cia do banco de investimento Lehman Brothers b) Apenas V
no dia 15 de setembro de 2008, após a recusa c) Apenas III, IV e V
do Federal Reserve (Fed, Banco Central Ame-
d) Apenas I, II, III e V
ricano) em socorrer a instituição.
e) I, II, III, IV e V
OREIRO, J. L. Origem, causas e impacto da crise
financeira global de 2008. Ecodebate: 15/9/2011.
GABARITO
Disponível em: Acesso em: 13/9/2012.
1. Resposta: letra C. Tais órgãos foram criados
Com base em seus conhecimentos sobre as após as grandes guerras mundiais e a crise
crises financeiras de 1929 e 2008, assinale ver- de 1929, com apoio do Banco Mundial para
dadeiro (V) ou falso (F). o financiamento e o empréstimo destinado ao
( ) As duas crises – de 1929 e de 2008 – se desenvolvimento econômico dos países.
iniciam nos EUA e se expandem rapidamente, 2. Resposta: letra E. O Comecon, como um pro-
mas se limitam apenas ao continente americano. grama de cooperação econômica socialista,
não se relaciona com a Conferência de Bretton
( ) O setor financeiro tem participação impor-
Woods.
tante nos dois momentos de crise, já que a
especulação nas bolsas e mercados de finanças 3. Resposta: letra B. Com os índices de expor-
é intensa em ambos os momentos. tações para os países europeus reduzidos, a
economia estadunidense possuía um grande
( ) A crise de 1929 desencadeou o programa valor de produtos agrícolas e industrializados,
governamental que ficou conhecido como resultando na alta dos estoques e nas vendas
New Deal, que previa a elevação dos gastos internas a valores mais baixos, o que desvalo-
públicos de forma a aquecer a economia. rizou as ações de tais empresas e diminuiu o
( ) Diferentemente da crise de 1929, a crise número de investidores, ocasionando a quebra
de 2008 não teve consequências para o mundo da bolsa de valores.
do trabalho, já que as taxas de desemprego 4. Resposta: letra A. As crises que aconteceram
não aumentaram. pela quebra das bolsas de valores estaduni-
A sequência obtida é: denses afetaram a economia mundial, e não
a) F, V, V, F. só países americanos. As taxas de desemprego
subiram após a crise, uma vez que muitas em-
b) F, F, V, V.
presas entraram em falência e o comércio teve
c) V, V, F, V. grande redução no seu fluxo de capital.
d) V, V, V, F. 5. Resposta: letra E. O desmatamento causa
e) F, F, F, V. grandes impactos ambientais, que vão desde
a perda da biodiversidade até a proliferação
5. (Unioeste-PR 2009) Entre os impactos ambien-
de pragas e doenças, assoreando rios e provo-
tais causados nos ecossistemas pelo homem,
cando processos erosivos.
podemos citar:
I. Destruição da biodiversidade.
II. Erosão e empobrecimento dos solos.
III. Enchentes e assoreamento dos rios.
IV. Desertificação.
V. Proliferação de pragas e doenças.

LXIII
T A Ç Õ E S D I D Á T I C A S
ORIEN
F I C A S D O V O L U M E 9
ESPECÍ

LXIV
9
Geografia
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
COMPONENTE CURRICULAR:
GEOGRAFIA

SONIA MARIA VANZELLA CASTELLAR (Sonia Castellar)


Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP).
Mestra em Didática pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Livre-docente na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).
Professora titular da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP).

IGOR RAFAEL DE PAULA (Igor de Paula)


Licenciado em Geografia pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG).
Mestre em Ciências (Geografia Humana) pela Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP).
Professor da rede privada no município de São Paulo (SP).

1a edição
São Paulo • 2022
A Conquista – Geografia – 9o- ano (Ensino Fundamental – Anos Finais)
Copyright © Sonia Maria Vanzella Castellar, Igor Rafael de Paula, 2022

Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira


Direção de conteúdo e negócios Cayube Galas
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Roberto Henrique Lopes da Silva
Edição Deborah D’ Almeida Leanza (coord.), Aroldo Gomes Araujo,
Camila de Souza Peixoto Ribeiro, Lucas Abrami, Mariana de Lucena
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (coord.),
Carolina Machado
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Andréa Dellamagna (coord.),
Sergio Cândido
Projeto de capa Sergio Cândido
Imagem de capa Richard Sharrocks/Getty Images
Arte e Produção Vinícius Fernandes (coord.),
Sidnei Moura, Jacqueline Nataly Ortolan (assist.)
Diagramação Nany Produções Gráficas
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
Licenciamento de textos Amandha Baptista, Érica Brambila
Iconografia Isabela Cristina Di Genaro, Jonathan Santos
Ilustrações Alex Silva, André Vazzios, Bentinho, Dacosta, Dawidson França,
Marcos Guilherme, Mozart Couto, Renan Leema, Sonia Vaz
Cartografia Allmaps, Dacosta Mapas, Ericson Guilherme Luciano,
Robson Rocha/K2lab Design, Selma Caparroz, Sonia Vaz

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Castellar, Sonia Maria Vanzella
A conquista geografia : 9o- ano : ensino
fundamental : anos finais / Sonia Maria Vanzella
Castellar, Igor Rafael de Paula. -- 1. ed. --
São Paulo : FTD, 2022.

Componente curricular: Geografia.


ISBN 978-85-96-03523-1 (aluno)
ISBN 978-85-96-03524-8 (professor)

1. Geografia (Ensino fundamental) I. Paula, Igor


Rafael de. II. Título.

22-114771 CDD-372.891
Índices para catálogo sistemático:
1. Geografia : Ensino fundamental 372.891
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Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste


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O
A P R E S E N TA Ç Ã
A cada ano na escola, você tem ampliado seus conhecimentos
geográficos. Compreender por que as pessoas e as coisas estão onde
estão e como elas se transformam é a maior preocupação da Geografia.
Ao organizar este projeto, pensamos nessas relações e na melhor maneira
de mostrá-las, contribuindo para que você possa entendê-las.
Saber como nossa sociedade e outros grupos de seres humanos se
organizam e se relacionam entre si e com a natureza talvez seja a maior
razão pela qual devemos estudar Geografia. Vivemos em um mundo
diverso. Um mundo de paisagens, lugares e territórios que está em
constante movimento de mudança.
Por isso, estudar Geografia, além de nos permitir conhecer outras
realidades e aprender com elas, do ponto de vista de cada país ou região,
possibilita obter conhecimentos por meio dos quais as relações com outras
regiões do mundo podem se tornar instrumento para o desenvolvimento
econômico, social e cultural.
Esses conhecimentos nos possibilitam não apenas ter consciência da
realidade, mas compreendê-la, dando-nos a dimensão da importância de
estudarmos Geografia. É com base nessa abordagem que convidamos
você, agora, para “dar uma volta ao mundo”, para estudar e compreender
como são as diversas regiões e os países do planeta; quais as relações
que se estabelecem entre eles e de que maneira países e regiões podem
interferir, positiva ou negativamente, em nossa vida aqui no Brasil.
Bom estudo e boas ideias!

Os autores.
CONHEÇ A
SEU LIVRO

ABERTURA DE UNIDADE
As aberturas de unidade apresentam uma ou mais imagens relacionadas aos
temas que serão estudados. Há questões que orientam a leitura das imagens e,
também, verificam seus conhecimentos sobre o assunto.
O “Nesta unidade, você vai estudar” lista os temas que serão abordados na
unidade para que você os conheça de antemão.

estudar:
ade, você vai
Nesta unid territoriais;
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• as disputa Estado-nação; e nação;
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• o papel do de fronteira, Estado
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1. De que ê con heç a ou de que bor e um desenh
voc flito. Ela -
um país que tipo de con ar, conside
2. Escolha passando por algum prosa) sobre esse lug
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es. Em segu destacan um map
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os favoráve indique quais país características de do contine
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orções pod es cartográ delimita
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3. De que
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politicamen as terras
fica das con mapead
sociedades? textos histórico te? as? Com
o
e cultural
4. Retome podem inte

diversas atividades. Utilize esse material


o texto rferir na
o mapa da página produção
de Peters 27. Por que cartográ
influenci , de -
5. Quais a a repr acor do com
esentaçã
são as prin
cipais dife o dos país a revista New Inte
6. Leia o renças entr es em dese rnationa
texto a e as proj nvolvim list,

para verificar se compreendeu bem o que


seguir e eções de ento?
respond Peters e
a às que de Mercato
stões. r?
A carr eira
sua cart de Mercato
ogra r e
dadas pela fia foram [...]

acabou de estudar ou se restaram dúvidas em Reforma mol-


série de . Após uma
incursõe

MY/FOTOARENA
mas imp s bril han
rudente tes,
graf ia polí s, na cart
tica e relig o-

ARTOKOLORO/ALA
pos sive

algum ponto. Esta seção pode trazer também


lme iosa, que
para a acu nte contrib uíra
sação de m
154 4, a heresia
projeção em
de Mer cart ográ
cator de fica
aos nav 1569 ofer

pesquisas e outras atividades que permitem


egadore eceu
inovado s um mét
r de vele odo
superfíc jar por
ie da Terr toda a
consegu a. [...]
iu transcen Mercator
flitos em der os con
torno dele -

expandir e consolidar o conhecimento sobre o


dos mai
s famoso e criar um
cartogra s mapas
fia [...]. da
BROTTON,
mundo Jerry. Uma
em história

que você acabou de estudar.


Pedro Maia doze mapas. Tradu do
. Rio de ção:
Janeiro:
Zahar,
2014. p.
246.

a) Qual GOLTZIU
é o assunto S,
b) Explique principal Mercator. Hendrick. Portret
o contexto do texto? 1576. Grav van Gera
ura, 18,5 rdus
c) Compare histórico cm x 14,6
a projeção da criação cm.
ela possibilit de Mercato da projeção
ou “um r com outr de Mercato
d) Quais método as projeções r.
relações inovador desta unid
podem ser de velejar por
que isso
era impo feita toda a supe ade e explique
rtante? Justi s entre a projeção rfície da por que
38 fique. de Mercato terra”.
r e a expa
nsão euro
peia? Por

D2-GEO-2105
-F2-V9-012-04
1-U1-LA-G24.
indd 38

Social (ZEIS) na cidade de


as Zonas Especiais de Interesse
O mapa a seguir nos mostra ocupadas por favelas, onde
estão as
a áreas da cidade que são
Salvador. É possível observar que não estão sendo utilizados
de forma
de conservação, os terrenos s
edificações com problemas e os assentamentos de comunidade
CART OGRAFIA adequada, os assentamentos
.
em áreas de proteção ambiental
tradicionais e quilombolas
URBANA E EXPANSÃO URBANA
ANÁLISE DA MORFOLOGIA
nos
Embora o mapa de ZEIS urbanas
e imagens de satélite. Analise, Salvador: Zonas Especiais
de a elaboração
ser observada em mapas, plantas mostre elementos úteis para
A história das cidades pode Interesse Social (2016) o urbano
de políticas públicas, planejament
DACOSTA MAPAS
inicial da cidade de Salvador.
na imagem a seguir, o núcleo caracterís-
A ocupação e a expansão da e tomadas de decisões, algumas
não podem ser
cidade de Salvador não acontece- ticas da cidade de Salvador
JOÃO TEIXEIRA ALBERNAZ

as imagens
ram de forma uniforme. Os centros observadas nele. Nesse sentido,
para a análise
de atração comercial e habitacio- de satélites podem contribuir
e do
nal dependiam da conexão
com de outros elementos da morfologia
de Na imagem a
o centro da cidade, por meio 12°50’ S arranjo urbano das cidades.
Baía de
mancha urbana
vias de circulação. A mobilidade
foi Todos os Santos seguir, é possível observar a
que a áreas de vegeta-
um fator determinante para da cidade de Salvador e as

CARTOGRAFIA
os ção dentro dos limites da cidade.
cidade se expandisse. Analise EARTH
TERRAMETRICS CNES/AIRBUS/GOOGLE
mapas a seguir. MAXAR TECHNOLOGIES/DATA
SIO/NOAA/U.S. NAVY/NGA/GEBCO

de Salvador, Bahia,
Planta do núcleo inicial da cidade
OCEANO
século XVI. (2006) 5

Salvador: mancha urbana


ATLÂNTICO 0

(1960)
Salvador: mancha urbana

Os conceitos do trabalho
38°30’ O
irregulares
Favelas, loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais
(cortiços e habitações coletivas)
Edificações deterioradas
subutilizados ou não utilizados
Terrenos não edificados, (APA)
em Área de Proteção Ambiental
Assentamentos precários e comunidades tradicionais
por comunidades quilombolas
Assentamentos ocupados

cartográfico são ampliados e


Hidrografia
Divisa municipal
Rodovias
12°50’ S Mapas
Baía de de Desenvolvimento Urbano.
12°50’ S
Todos os Santos Fonte: BAHIA. Secretaria
Baía de Disponível em: https://sedur.
PDDU. Salvador: SDU, 2016.
Todos os Santos 18-legislacao/66-mapas-pddu.
salvador.ba.gov.br/pddu-2016/
DACOSTA MAPAS

trabalhados nesta seção por meio


Acesso em: 8 ago. 2022.

(BA), 2019.
ILUSTRAÇÕES CARTOGRÁFICAS:

Imagem de satélite de Salvador

de atividades práticas.
Ocupação OCEANO
5
OCEANO Vias de circulação ATLÂNTICO 0
Ocupação NÃO ESCREVA
ATIVIDADE S
5
Vias de circulação ATLÂNTICO 0 Divisa municipal
38°30’ O NO LIVRO.
Divisa municipal
2016.
38°30’ O
de uma metrópole da pobreza.
expansão urbana da cidade
do Salvador: transformações Salvador, 2016. p. 59. croqui. Utilize papel vegetal
Fonte: SOARES, Priscila. A e Urbano). Universidade Salvador, e 2006 como base e elabore um
155 f. Dissertação (Mestrado
em Desenvolvimento Regional 1. Utilize os mapas de 1960 em 1960 e em 2006 e indique
cada uma delas
o urbana na cidade de Salvador para traçaros limites das manchas urbanas entes.
os anos correspond
observar que a concentraçã uma legenda para identificar
No mapa de 1960, podemos as conexões e vias de circulação com cores diferentes. Elabore
o lugar onde a cidade se originou, atual organização espacial
da
se localiza no litoral. Por ser e elabore um croqui da
eram concentradas nessa parte
da cidade. 2. Observe a imagem de satélite e os locais onde há maior presença de vegetação. Ao
a área do município. A cons-
se espalha por quase toda cidade, indicando a zona
urbana
espacial da cidade.
Em 2006, no entanto, a ocupação fazem com que a explicar a atual distribuição
comerciais e os valores agregados ao solo urbano final, escreva um texto para
trução de outros centros arranjo espacial para a cidade. 181
território, construindo um novo
população se espalhe pelo

180
25/08/22 20:17

25/08/22 20:17

LAB DESIGN

giad os (2021)
dos refu
destinos
principais
ROBSON ROCHA/K2

Mundo: GLACIAL
ÁRTICO
0º OCEANO

ALEMANHA
Ártico 1,3 TURQUIA
Círculo Polar 3,8
PAQUISTÃO

EN TO ESPA CIAL 1,5

PENS AM do
OCEANO
PACÍFICO

o aumento
UGANDA
OCEANO
A MIGRAÇÃO
Câncer
Trópico de
ibuem para
1,5
ATLÂNTICO
FLITOS E to que contr por exemplo, OCEANO
em andamen o do Sul, COLÔMBIA
OS CON

PENSAMENTO
ÍNDICO
o e no Sudã
h

sos conflitos
1,8
de Greenwic

existem diver dos no Sudã s vizinhos. Equador

Atualmente, conflitos arma para os paíse Venezuela,


OCEANO

no globo. Os nto de migrantes as aplicadas à PACÍFICO


atóri o came as, como de vida da
Meridiano

fluxo migr ficativo o deslo


io
es econômic m a qualidade melhores
Capricórn
Trópico de

de modo signi cunho político e sançõ ente, afeta lho e


ampliaram disputas de consequentem em busca de traba ANTÁRTICO
do país e,
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2 745
0

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(em milhões
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5M
Círculo Polar
Antártico

ESPACIAL
, que, da Áfric a são grupos
população da Ásia e de diferentes tado
2M
,
e Sudeste 2021. O Globo
1M

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de vida. Médio, Sul : a unificação resul mundo em
fatores, como movimentos políticos,
stra-
iados no
do Oriente
06/onu-regi
As regiões por alguns o; territoriais e de desloc
ados e refug ndo/noticia/2022/
em: 5 ago.
2022.
ser explicado da colonizaçã ão; disputas ra record
ONU regist em: https://oglobo.glo
bo.com/mu
1.ghtml. Acesso
Isso pode consequência na Síria e no Afeganist ndo-em-202
de conflitos. o território, tece
, Ana Rosa. nível
Fonte: ALVES 15 jun. 2022. Dispo dos-e-refugiados-no-mu
um mesm acon com
s países, como região da Palestina. de acordo
o,
étnicos em
esloca
Rio de Janeir recorde-de-d
ões de outro ocorre na s no mundo, refúgio
de intervenç de vinte paíse pedidos de

Apresenta uma situação-


ões, como s por mais migração e
entes religi espalhado de 60% da mos analisar
as
entre difer am conflitos is por mais a seguir, pode
A
NÃO ESCREV
Embora exist países são
responsáve No mapa popula-
ONU , cinco conflitos territoriais. ATIV IDADES
NO LIVRO.
e os deslo
camentos
dados da ômicas e guerras civis
políticas, econ iados no mundo. r entre as
por crises estabelece r

-problema na qual você


ns dos refug é possível queiram deixa
LAB DESIGN

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principais orige refu giados (202 1. Qual cone mundo? m para que
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dos cionais no es contribue
origens ÁRTICO
principais
ROBSON ROCHA/K2

GLACIAL quais fator


OCEANO
Mundo:

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2. No caso fr.org/glob
SÍRIA s://w ww.c países indic
ados
el em: http

deverá aplicar conceitos já


AFEGANISTÃO dos
er (disponív
6,8
Círculo Polar
Ártico
o país. os conflitos deles,
2,7
MIANMAR Conflicts Track pesquise quais são de cada um
site Global )e caderno a
situação
1,2
3. Acesse o so em: 24
ago. 2022
registre no
OCEANO is,
OCEANO
PACÍFICO tracker; aces 201. Depo
ATLÂNTICO da página tões:

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ndo as segu

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Câncer
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OCEANO 4,6
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PACÍFICO SUDÃO ÍNDICO
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Equador
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o do conf conflito. , e converse
• localizaçã função do sala de aula
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s r origem
ONU regist em: https://oglobo.glo l. Acesso com maio
, Ana Rosa. no-mundo-e
m-2021.ghtm com do mundo 219
Fonte: ALVES 15 jun. 2022. Dispo
nível
refugiados- ia é o país as regiões
Rio de Janeir
o, eslocados-e- lmente, a Turqu Em segundo 5. Quais são
recorde-de-d
s vizinhos. Atua
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O principal iados do mun da próxima
o. No mapa
14:16
ero de refug
30/08/22

o maior núm de 1,8 milhã


com cerca no mundo.
s a Colômbia refugiados
lugar, temo r número de
maio
os países com LA-G24.indd
219
221-U6-
D3-GEO -2105-F2-V9-182-
218 30/08/22
14:16

218
LA-G24.indd
-V9-182-221-U6-
D3-GEO-2105-F2

5
GEOGRAFIA EM AÇÃO GIOIA FORSTER/DPA/DPA
PICTURE-ALLIANCE/AFP

O PROTAGONISMO
FEMININO E O MULTI
As diferentes formas CULTURALISMO
de organização social
sociedades, de acordo e cultural influenciam
com os valores e os a condição das mulheres
papéis sociais a elas nas

JOE RAEDLE/GETTY IMAGES


tradicionais, era papel atribuídos. Nas organizaç
da mulher prover toda ões sociais
de agrupamentos sociais a comunidade. Apenas
mais hierarquizados com o estabelecimento
passaram a desempe e a influência do cristianism
nhar apenas o papel o é que as mulheres
modelo de sociedad de cuidadora da casa Ilhan Omar
e patriarcal em que e dos filhos, instituind
e participação política, o homem é detentor o um
entre outros. dos direitos de trabalho, Deputada
liberdade Nasceu na Somália
Com a necessidade e é
de aumento da produção Políticas e Estudos Internacion graduada em Ciências Juliana Rotich
mulheres passaram para atender às demanda ais. Para fugir da guerra
a ser contratadas nas s da sociedade, as civil, foi para os Estados Profissional de tecnologia
trabalhistas. Foi somente fábricas, recebendo Unidos com 12 anos da informação
menores salários e pouco conhecimento de com Nascida no Quênia, dedica-se
após os movimentos sem direitos inglês. Tornou-se uma ao desenvolvimento
conquistaram o direito sufragistas, no início meiras congressistas muçulmana das pri- de inovações tecnológica
ao voto. Desde então, do século XX, que as s, a primeira mulher s. É fundadora da
direitos, segurança a luta das mulheres mulheres negra a representar o Estado fornecedora de rede maior
e liberdade ganhou em busca de igualdade da Minnesota e a primeira wi-fi na África Subsaariana
ex-refugiada com cidadania

GEOGRAFIA EM AÇÃO
mais força. salarial, africana no Congresso Desenvolveu ferramentas .
Tais movimentos acontece Estados Unidos. dos para produção coletiva
m de maneira distinta informações de crise e de
mulheres mulçumanas em cada cultura. Por cobertura de tópicos relaciona-
têm se posicionado exemplo, atualmente Fontes: CHANDA,
dos ao meio ambiente.
quando são vistas de cada vez mais contra Tirthankar. Janaki
Ammal, la pionnière
hijab, vestimenta tradicion a intolerância religiosa 8 mar. 2021. Disponível oubliée des études
Os países do Oriente al da religião. sofrida em: https://www.tellerrepor botaniques indiennes.
Teller Report, [s. l.],
têm se destacado nos the-forgotten-pioneer t.com/news/2021-03-08
últimos anos em razão BEZERRA, Mirthyani.Q -of-indian-botanical-s -%0A---janaki-ammal-
e tecnológicos. Com de seus avanços científico uem é Sarah al-Amiri, tudies%0A--.SJN8MQF -
isso, diversas pessoas São Paulo, 12 set. a mulher que colocou Q7u.html.
a realidade de culturas, com influências midiática s 2020. Disponível em: os Emirados rumo
https://www.uol.com.br a Marte? Tilt UOL,
como forma de quebrar s têm trabalhado para quem-e-sarah-al-amiri /tilt/noticias/redacao/2
No infográfico a seguir, os estereótipos criados expor DIEKHANS, Antje.
-a-mulher-que-colocou 020/09/12/

Para colocar seus conhecimentos


pela cultura ocidenta Alemanha distingue -os-emirados-na-rota-
podemos analisar alguns queniana de-marte.htm.
diversas áreas. Esses exemplos de protagon l. Deutsche Welle, Bonn, Juliana Rotich com
Prémio África.
exemplos do infográfic 24 out. 2019. Disponível
o mostram importan ismo feminino em ILHAN OMAR’S STORY.
Ilhan for congress.
em: https://p.dw.com/p/3Rp
estão inseridas em contexto tes avanços de mulheres Washington, c2021. TO.
s culturais ocidentais,
colocados como padrão
dominante.
que não ATIVIDADES NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
https://ilhanomar.com
/about/. Acessos em:
Disponível em:
2 jul. 2022.

geográficos em prática, esta seção


O acesso e a divulgaç
ão de informações
de conscientização advindas de fontes
Janaki Ammal da população e redução sérias e seguras é uma
distintas daquelas dos das formas
Botânica e citogenetici em que estamos inseridos preconceitos em relação às práticas
sta Nós, enquanto cidadãos . culturais
Nascida na Índia, foi responsáve , temos o dever de

levará você e seus colegas a discutir


cana-de-açúcar que trouxeram l por estudos com como respeitar as contribuir para o
diferenças existente fim desses estereót
mais independência multicultural. s, uma vez que vivemos ipos, bem
para o país. Durante suas em um mundo globaliza

ROB KIM/GETTY IMAGES


pesquisas, ela desenvolveu do e
a partir de ,
1. Para contribuir com
cruzamentos essa questão, vocês
irão se reunir em grupos

FEVEREIRO 1938.
genéticos, livreto para divulgaç
e elaborar um pequeno

e propor soluções para questões


ão de avanços tecnológ
Sarah al-Amiri uma espécie mulheres de diferente icos, científicos, culturais
s nacionalidades. e econômicos de
de cana- Etapa 1: Escolham Para isso, sigam as
Cientista da computação uma cientista e reúnam etapas a seguir.

THE MODERN REVIEW.


Nascida nos Emirados -de-açúcar que sar aspectos biográfic informações sobre
Árabes Unidos, responsáve os, pesquisas realizada ela. Vocês devem
l se desenvolve s e as suas contribu pesqui-
por comandar, em 2020, Etapa 2: Após reunir ições para a sociedad

relacionadas à organização do
a missão que enviou
o pri- melhor no as informações, escrevam e.
meiro veículo espacial Etapa 3: Para destacar um texto com os resultado
para coletar informaçõe solo e clima s encontrados.
o planeta Marte. Desde s sobre as diferentes nacional
2017, é ministra de Ciências indianos. -múndi colaborativo, idades abordadas,
Avançadas e presidenta indicando onde está elaborem um mapa-
da Agência Espacial Etapa 4: Ao final, cada cientista pesquisa
Emirados Árabes Unidos. dos seu grupo e os demais da pela turma.
os textos elaborad irão reunir todas as

espaço.
os e organizá-los, informações coletada
ser divulgado em em formato de livreto se
sua comunidade escolar impresso ou digital,
70 portância do multicult e fora dela. O material para
uralismo e do respeito deve reforçar a im-
às diferenças culturais
.

D2-GEO-2105-F2-V9-042-071-U
2-LA-G24.indd 70 71
D3-GEO-2105-F2-V9-042-071-U
2-LA-G24-AVU2.indd
71

PENSAR, FAZER,
PENSAR, FA ZE CO
R, MPART ILH AR
O TRABALHO
E OS DES AFIOS DO ATIV IDADES NÃO ESCREV

COMPARTILHAR
Com os proce MUNDO ATU NO LIVRO.
A
cesso prod ssos de glob
utivo e das alização, divisã
o internacio
AL Nesta seçã
por mudança prestações nal do traba o, você criar
s, em muit de servi á um Quic
De acordo os casos, preca ços, as condições de lho e terce
irização do
Code é um
conjunto k Response
com o IBGE rizando o trabalho e pro- smar tpho de códigos Code (QR
chegando , em 2020 trabalhado remuneraç nes e equi de rápida Code) para
a 34,7 milhõ r. ão passaram contatos pam resposta, divulgar um
não são prote es. Esses traba
o número
de pessoas ou SMS, que entos eletrônicos barras dime podcast. QR
lhadores não em situação O QR Code contêm infor com câme nsionais que
gidos pelos possuem carte de subempre é um meio mações espe ra para links direciona
Esse cenário direitos traba go cresceu, divulgá-lo rápido de cíficas. em URL, m
se agravou lhistas, o que ira assinada a partir de compartilh textos, e-ma

Você e os colegas terão


suas fonte durante a os coloc e conseque um QR code amento de ils,
s de renda. pandemia a em situa ntemente , sigam as infor
A precarizaç
do coronavíru
s, quando
ção de vulne
rabilidade.
1 Reún
am-se em etapas a segu mações. Para criar
ão do traba muitas pesso trastes entre grupos e ir. o podcast
realizada pela lho atinge, as perderam analisem e
Brookings sobretudo os debates as imagens
de classes Metro and , os jovens. 2 Ago no Fórum de e o texto dest
sociais men Child Trend Nos Estados ra, vocês Davos e as a seção. Discu

dois projetos de trabalho


os favorecida s mostra que Unid vão plan condições tam os
são ainda
menores para s enfrentam 60% dos joven os, uma pesquisa relaciona
do aos desa
ejar a elab
oração do
de vida dos
trabalhad
con-
baixos salár s fios do traba ores.
mônio men
or em relaç
as mulheres
negras, que ios e desempre entre 20 e 30 anos sugestões
a seguir ou lho no mun
podcast.
Escolham
ão aos hom de acordo go. As opor outra que do atual. um recorte
Analise as
imagens a ens negros com a pesq tunidades • O jovem desperte Vocês pode de tema
zação das seguir, que e mulheres uisa possuem e as mudança o interesse m escolhem
oportunidades representa brancas. um patri- s no mun do grupo. uma das

no decorrer do ano, os
de trabalho. m situações • Desigual
dade de gêne do do traba
relacionad lho;
as à redução • Empreen ro no merc
e à precari- dedorism ado de traba
o; lho;
• Mudança

FP
s no traba

FABRICE COFFRINI/A
lho durante

quais ampliam os conceitos


• O traba
lho nos aplic a pandemia
ativos de de Covid-19

UTTERSTOCK.COM
• O impa transport ;
cto da tecn e;
ologia no
3 Depo mundo do
is de esco trabalho.
lher o tema

LORENZA OCHOA/SH
informaçõ sobre o qual

estudados e possibilitam
es em sites vão trabalha
compor o jornalístic
Fórum Econ rotei os, artigos r, seu grup
anualmen
ômico Mund da comunida ro. Se julgarem pert acadêmic
os
o deverá
pesquisar
te. ial de Davo de escolar inente, você e instituto
líderes políti Esse evento reúne os s, realizado Entregado 4 Ano ou do mun
icípio onde
s também s de pesq
uisa para
podem entr
CEOs do mund banqueiros, inves principais
cos, r de tem as infor vocês vivem
uma das nova mercadorias por aplic mações pesq evistar pess
. oas

o compartilhamento
o. Davos, na tidores e quais você uisad
Suíça, 2022
. pelo sistema s ofertas de emprego ativo, s vão conv
ersar no podc as em um caderno,
Guadalaja financeiro geradas 5 Elab destacando
ra, no Méxi e informacional. orem um ast.
co, 2019. roteiro para os dados sobr
ideias e a a gravação e os
IMAGES

sequência do podc
vezes ante com
s da gravação que vocês vão deba ast. O texto deve
MBERG/GETTY

dos resultados com a


para tê-la s. conter as

/XINHUA/AFP
6 Com decid ir as falas Você s principais
binem prev
iamente o de cada integ podem se reunir
de que seja dia, horário rante e ensa algumas
MAIKA ELAN/BLOO

um iá-las.
utilizar o smar ambiente silencioso

WAN SHANCHAO
e local da
e que você gravação
tphone ou do podcast.
outro dispo s não Certifiquem-s
sitivo de capt tenham interrupç

comunidade escolar.
7 Publ e
Trabalhado iquem o podc ação de áudi ões. Você
ras em fábri professor. ast no site o para reali s podem
Vietnã, em ca em Hano da escola zar a grav
2020 i, ou em algu ação.
proporcionalm . Por pagar salários Montadores 8 Criem m ambiente
desenvolvidos, ente mais baixos que um QR Code digital indic
marca trans de peças de smartphon escola. . Esse QR ado por seu
linhas de mont o Sudeste Asiático nos países fábrica em
nacional dos es, de Code deve
agem de muita recebe Huaibei, China Estados Unidos, em ser recortad
o e colad
284 s transnacio
nais.
trabalho é
exau , 2022. O regim 9 Divu
lguem sua o em algu
fábricas conta stivo e, em algun e de
duzido por produção m espaço
na
m com dorm s lugares,
vocês. para que
para aume itórios precá as toda a comu
ntar
funcionários. a jornada de traba rios nidade esco
lar acesse
lho dos o conteúdo
D3-GEO-2105-F2
-V9-256-285-U8
pro-
-LA-G24-AVU2.in
dd 284

D2-GEO-2105-F2
-V9-256-285-U8
-LA-G24.indd
285
285

A
LAS: AGRICU LTURA IRRIGAD
NOVAS TÉCNICA S AGRÍCO em produções agrícola o
s
s tem resultado a correçã
o de novas técnica s incluem desde
O desenvolviment utivas. As técnica em regiões
consideradas improd irrigação por pivôs
em regiões antes de Savana até a

COMPLEMENTAR
solos de regiões
da fertilidade dos e no Oriente Médio. de irrigação em
acontec de pivôs
desérticas, como r a extensão
, podemos observa an, na Jordânia.
Na imagem de satélite e legumes na região de Wadi As-Sirh
ICUS/GOOGLE EARTH

frutas
plantações de grãos,
possível
Essa produção é
ão de
devido à formaç

Proporciona a
GOOGLE LANDSAT/COPERN

que
oásis subterrâneos,
período
se originaram no
anos.
glacial há 20 mil
pivôs é
A instalação dos

ampliação dos
sobre a
feita exatamente
os. Essa
posição dos aquífer
fez com que a
descoberta
rada
região, antes conside
sse a se

temas e conceitos
infértil, começa
ão
destacar na produç
agrícola. o
Com o desenvolviment FÓRUM
centros
da agricultura, os

estudados por meio


tes no na Jordânia, A globalização e o rap
urbanos, já existen de Wadi As-Sirhan,
iram-se e Imagem de satélite Com a globalização, o rap se disseminou
deserto, expand 2022. incorporando, em seu estilo, características
por vários lugares do mundo,
mais
estruturam-se ainda locais. Leia o texto a seguir.
GOOGLE EARTH

a
para atender à demand

de textos, imagens ou
local.
da produção agrícola Rap: periferia global e cultura
, local
Na imagem de satélite A desterritorialização das culturas
r a mancha faz com que, mesmo estando
podemos observa separados, os jovens de vários espacialmente
de lugares do mundo criem novas
urbana da cidade identificações. Um

atividades.
Saudita, dos exemplos dessas novas identificações
Tubarjal, na Arábia como um todo e mais especificamen
pode ser localizado no movimento
hip hop
aos pivôs te no rap. Os meios de comunicação,
localizada próximo fonográfica, a televisão a cabo a indústria
infraest rutura e a internet, especialmente, tornaram-se
e que oferece “reunificação” das identidades os canais de
ústrias e para culturais que se formam sem que
para as agroind seja sua referência exclusiva. Com o território da nação
produção.
o escoamento da
isso, outras identidades se sobrepõem
r cada vez mais contundente: a de maneira
É importante destaca negra, a jovem, a excluída, a periférica.
O movimento hip hop pode ser
água
que a retirada de
considerado exemplo desse
para processo de globalização das
de aquíferos e rios
culturas que tem como corolário
a ideia de desterritorialização Corolário: fato
ões
a irrigação de plantaç
e a reunião daquilo que está ter- resultante de outro.
ritorialmente separado através
a impacto s da comunicação.
acarret O rap surgiu como uma música
volume de
ambientais. Se o Saudita, 2022. Estados Unidos, no final da década
dos jovens negros dos bairros
periféricos dos
maior que de Tubarjal, na Arábia neos que se
água retirado for Imagem de satélite mestiços e excluídos das periferias
de 1970, e logo foi apropriado
por jovens negros,
ão de água, s com oásis subterrâ de todo o mundo. “Periferia é
a taxa de reposiç Os pivôs são irrigado glacial. quer lugar” é o título de uma periferia em qual-
podem ficar canção do grupo de rap brasileiro
rios e aquíferos formaram no período resume a ideia de que em qualquer Racionais MC’s e

FÓRUM
esgotar.
sob estresse e se
periferia, qualquer jovem negro
submetido às mesmas e precárias e/ou excluído está
condições de vida.
121 [...]
No caso do Brasil, em particular,
forma e conteúdo se adaptam
tural brasileira, onde os sons à realidade cul-
do samba, baião, embolada e
produzidos pelos grupos negros outros gêneros musicais
e mestiços são incorporados ao
batida – como base para os scratching som do rap, seja na

Traz questões para


23/08/22 09:34
ou nos samplers – seja nas letras,
de elementos da cultura negra com a presença
nacional, como Zumbi dos Palmares.
GUIMARÃES, Maria Eduarda Araujo.
A globalização e as novas identidades:
Revista de Ciências Sociais. v. 32, o exemplo do rap. Perspectivas:
p. 176-177, 2007. Disponível em:
https://periodicos.fclar.unesp.br/

debate, em que você


perspectivas/article/view/525. Acesso
NÃO ESCREVA em: 29 jul. 2022.
NO LIVRO.
PARAS GRIFFIN/GETTY IMAGES

1. De que forma a globalização contribui


para
a disseminação das expressões

e os colegas poderão
artísticas dos
diferentes países do mundo?
2. Após a leitura do texto, cite outros
exemplos
de manifestações artísticas e/ou
esportivas

compartilhar ideias.
que popularizaram em decorrência
da
globalização.

Grupo de rap Travis Porter em apresentação


em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos,
2021.

63

D3-GEO-2105-F2-V9-042-071-U2-LA-G24.indd
63

6
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3
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GLOSSÁRIO
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ês: gentílico e seu cons
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Os fluxos is de prod is geram disponibili

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especiarias, a expansão a ampliaçã as. no
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nização de
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Trópico
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na própria página.
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Francesas Fonte: SNOW SDG7: em: IRENA 30

, Peter (ed.). Washingto the energy prog et al. Tracking


History n, DC, c2022 ress repor 20
of the worl https://ww . p. 12. Dispo t 2022.
Agency/Pu w.irena.org/-/m
10
d map by nível em:
44 map. Lond blication/2 edia/
on: Dorling Progress_2 022/Jun/SD Files/IRENA/ 0
Kindersle 022.pdf. G7_Tracki 90 91

visto anteriormente.
19 19 1992 93 94 95
y, 2018. Acesso em: ng_ 19 19 19 96
19 19971998 99 00 01
p. 162-1 2 ago. 2022 02
63. 19 20 20
20 20032004 05 06 07
. 20 20 20 08
20 20092010 11 12 13
Uso tradicion Anos 20 20 20 14
Bioenerg al de biomassa 20 20152016 17 18 19
ia moderna 20 20 20
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em:
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dos nário a seguir.
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1. No lugar plos de técni peia: agric
s três exem iras do meio
físico. União Euro
2. Cite ao meno na superação de barre
influenciar
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ação

na área agrícola
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Fonte: EUROS g
17/08/22 19:38 25 Organic farmin ics
statistics. Statist
20 Explained.
, 6 abr.
[Luxemburgo]
ível em:
15 2022. Dispon
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Acesso em:
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3 Provisório
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2 Estimado 2022.

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sementes modi NO LIVRO.

PONDA
PENSE E RES nder às quest
ões.

músicas vêm sinalizadas por ícones que


isa para respo europeia?
1. Faça uma
pesqu a agricultura
trouxe para um país?
gens a PAC benéfica para
a) Quais vanta ica pode ser
agricultura orgân
b) Como a 109

refletem a natureza de cada sugestão. 23/08/22 09:34

Os sites indicados nesta obra podem apresentar imagens e textos variáveis, os quais não condizem com o
objetivo didático dos conteúdos citados. Não temos controle sobre essas imagens nem sobre esses textos, pois
eles estão estritamente relacionados ao histórico de pesquisa de cada usuário e à dinâmica dos meios digitais.

IMAGENS FORA
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alterar a proporção de tamanho entre os elementos ou empregar cores
AS CORES NÃO
artificiais. Quando isso acontecer, a ilustração apresentará estes selos. SÃO REAIS.

Em alguns momentos, para melhorar MAPA ILUSTRATIVO Este livro é reutilizável.


SEM ESCALA.
a apresentação das informações de Faça as atividades no
um mapa ou uma linha do tempo, eles LINHA DO TEMPO SEM caderno ou em folhas
ESCALA. OS SEGMENTOS
podem aparecer sem escala. Quando isso ENTRE AS DATAS NÃO avulsas.
CORRESPONDEM AO NÃO ESCREVA
acontecer, será indicado por estes selos. TEMPO DECORRIDO. NO LIVRO.

7
SUMÁRIO
UNIDADE 1 UNIDADE 2
AS RELAÇÕES ENTRE O ORIENTE E O O MUNDO GLOBALIZADO ................................42
OCIDENTE ............................................................12 3. Os sistemas coloniais .................................44
1. Os Orientes e os Ocidentes ..................... 14 As colônias francesas .......................... 46
O Ocidente e o Oriente ........................ 16 As colônias britânicas ......................... 48
Os limites físico-naturais A Oceania e a economia australiana . 50
eurasiáticos ......................................... 18 As colônias neerlandesas.................... 52
A influência do meio físico A expansão da economia russa ......... 53
na ocupação ......................................... 20 As Guerras do Ópio: o embate entre
A Rota da Seda ........................................ 22 centros de poder ................................. 54
Atividades.................................................... 25 Atividades.................................................... 57
2. Os mapas e as diferentes visões de 4. As interculturalidades e as
mundo ............................................................. 26 identidades .................................................... 58
As projeções cartográficas....................... 28 As trocas culturais na mundialização
Os tipos de projeções e as e na globalização ....................................... 60
suas finalidades ............................................. 30 A influência cultural estadunidense ............. 62
As outras projeções cartográficas ................ 32 Hallyu: a onda cultural sul-coreana .............. 64
Os mapas e o poder .............................. 33 A indústria do futebol .................................... 66
O domínio turco-otomano e Os centros da moda no mundo ..................... 68
a Cartografia ................................................. 34 Atividades.................................................... 69
SIERRALEMON/SHUTTERSTOCK.COM

Os árabes e as diferentes
GEOGRAFIA EM AÇÃO – O
representações de mundo............................ 36
protagonismo feminino e o
Atividades.................................................... 38
multiculturalismo ....................................... 70
PENSAMENTO ESPACIAL – A expansão
viking ............................................................ 40

8
UNIDADE 3 UNIDADE 4
AS POPULAÇÕES E AS PAISAGENS PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA E
NATURAIS DA EUROPA, INDUSTRIAL DA EUROPA, DA ÁSIA
ÁSIA E OCEANIA ................................................72 E DA OCEANIA ................................................. 106
5. As características populacionais ............ 74 7. As relações de produção
A população europeia ......................... 74 agropecuária ............................................... 108
A população asiática ........................... 75 A produção agropecuária
A população oceânica ......................... 75 europeia .................................................. 108
A distribuição territorial A agricultura na União Europeia................... 109
da população ....................................... 76 A produção agrícola na Europa Ocidental
A distribuição populacional da Europa ............76 e Oriental .......................................................110
A distribuição populacional da Ásia ................76 A pecuária e a pesca na União Europeia
A distribuição populacional da Oceania ......... 77 e na Europa Setentrional ...............................112
Tendências demográficas.................... 78 A produção agropecuária na Rússia ..............113
A População Economicamente Ativa (PEA) .... 79 A produção agropecuária
A estrutura etária ................................ 80 asiática ...................................................... 114
A redução da população em países da Ásia ...81 A produção agropecuária na Ásia Central.....114
A redução da população na Europa ............... 82 A produção agropecuária no
Oriente Médio ...............................................115
A população da Índia .......................... 84
A produção agropecuária no Sul
As imigrações recentes na Europa ..... 86 e Sudeste Asiático .........................................116
A dinâmica populacional na Oceania... 88 A aquicultura e a pesca no Sul e
Atividades .................................................... 89 Sudeste Asiático ............................................116
6. Os componentes físico-naturais da A produção agropecuária na Ásia Oriental ...118
Eurásia e Oceania ........................................ 90 A produção agropecuária
Europa: quadro natural ....................... 90 na Oceania...............................................120
Europa: clima e vegetação ............................ 92 Produção de alimentos e
Ásia: quadro natural................................ 94 nutrição ....................................................122
Rússia: quadro natural................................... 95 O valor da agricultura:
China: quadro natural ................................... 96 commodities ...........................................123
Oriente Médio: quadro natural..................... 97 Atividades .................................................. 124
Sudeste Asiático: quadro natural ................. 98 8. O desenvolvimento industrial
Japão e Coreia do Sul: quadro natural......... 99 na Europa e na Ásia..................................125
Índia: o clima de monções .......................... 100 A produção industrial na Europa ...127
Oceania: quadro natural ................... 101 A indústria na Rússia .....................................129
Atividades.................................................. 102 A produção industrial na Ásia .........131
CARTOGRAFIA – A relação Os Tigres Asiáticos .........................................131
sociedade-natureza por meio O Sudeste Asiático.........................................132
As indústrias chinesas ....................................134
das linguagens cartográficas ................ 104
A industrialização do Japão ...........................136
A indústria na Quarta Revolução
Industrial ..................................................137
As novas formas de trabalho ...........138
O desemprego estrutural ..................140
Atividades.................................................. 141
GEOGRAFIA EM AÇÃO – A produção
pecuária e o consumo de alimentos .... 142
PENSAR, FAZER, COMPARTILHAR –
Os avanços tecnológicos na
agroindústria ............................................ 144

9
UNIDADE 5 UNIDADE 6
URBANIZAÇÃO E AS REDES DE AS DINÂMICAS E OS CONFLITOS
CIDADES GLOBAIS ......................................... 146 TERRITORIAIS ................................................. 182
11. Estado-nação, território
9. As cidades na Europa e Ásia ................ 148
e fronteira.................................................. 184
As cidades europeias ..........................150
A identidade e o território ............... 186
As cidades asiáticas .............................154
Os movimentos separatistas ........... 188
A morfologia urbana e
Os conflitos no Leste Europeu ....... 190
a segregação...........................................156
A Rússia e as questões
As mudanças tecnológicas
territoriais ................................................192
nas cidades ..............................................158
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia ......... 194
As cidades inteligentes ......................159
A questão do Tibete ............................196
Os perfis urbanos: economia e
A Índia e o Paquistão.........................198
trabalho ....................................................160
Atividades ..................................................200
Segregação nas cidades:
os guetos ................................................. 161 12. Os conflitos e as fronteiras .................201
Atividades.................................................. 162 Os conflitos na Turquia:
turcos e curdos ..................................... 202
10. As cidades globais ................................. 164
A Guerra Civil Síria .............................. 204
Os problemas sociais nas cidades
O interesse geopolítico pelo
globais.......................................................166
território do Afeganistão ................. 206
O descarte de resíduos sólidos nas
cidades globais ............................................ 167
O conflito árabe-israelense.............. 208
Saneamento básico nas cidades globais .... 168 Os principais eventos .................................. 209
Acesso à água tratada ................................ 168 Os conflitos territoriais e
Indicadores de higiene e saúde nas os nômades globais ............................. 211
cidades globais ............................................ 169 O conflito entre China e Taiwan .....214
Problemas habitacionais nas cidades As disputas nos mares Oriental e
globais...........................................................170 Meridional da China ...........................216
Os microapartamentos Atividades.................................................. 217
em Tóquio ................................................173 PENSAMENTO ESPACIAL – Os conflitos
Berlim: arte e economia .................... 174 e a migração.............................................. 218
Berlim: a cidade dos grafites .......................175 CARTOGRAFIA – A variável
ANTONIO NARDELLI/SHUTTERSTOCK.COM

Os espaços públicos e o direito granulação ................................................. 220


à cidade.................................................. 176
Atividades.................................................. 178
CARTOGRAFIA – Análise da
morfologia urbana e
expansão urbana ..................................... 180

10
UNIDADE 7 UNIDADE 8
A GEOPOLÍTICA DAS FONTES DE O SISTEMA FINANCEIRO E AS CRISES
ENERGIA............................................................ 222 AMBIENTAIS..................................................... 256
13. Os recursos naturais na Eurásia........ 224 15. O sistema financeiro mundial ........... 258
Os recursos hídricos no A atuação das corporações
Oriente Médio....................................... 226 internacionais .........................................261
O petróleo no Oriente Médio ......... 229 A expansão das economias
O controle do Estreito de Ormuz .. 233 emergentes ............................................ 264
Os estreitos de Malaca e O consumo no capitalismo
Cingapura: a nova rota financeiro ................................................ 266
do petróleo ............................................ 234 A precarização do trabalho ............. 268
O Canal de Suez ................................... 235 Atividades .................................................. 270
Atividades.................................................. 237 16. As pressões nos ambientes
14. A produção energética e a cadeia físico-naturais ...........................................272
produtiva ................................................... 238 O consumismo e os resíduos
Gás natural ............................................. 239 sólidos .......................................................274
Panorama da energia nuclear ........ 240 As pressões no campo ........................276
Acidentes envolvendo Os impactos ambientais na vida
energia nuclear ................................... 242 marinha .....................................................278
Arco do Pacífico: os testes Atividades.................................................. 280
nucleares e a saúde ........................... 244 CARTOGRAFIA – Criando um mapa
As fontes alternativas de energia: de síntese: os bancos comunitários
biomassa, energia eólica e energia no Brasil ..................................................... 282
solar ....................................................... 245 PENSAR, FAZER, COMPARTILHAR –
A biomassa como combustível ................... 246 O trabalho e os desafios do mundo
Energia eólica .............................................. 246 atual ............................................................284
Energia solar ................................................ 247
Atividades.................................................. 249
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARTOGRAFIA – As Ilhas Paracel e a
COMENTADAS .................................................... 286
geopolítica do petróleo .......................... 250
GEOGRAFIA EM AÇÃO – A cadeia
produtiva do petróleo em nosso
dia a dia ..................................................... 252

11
BNCC NA UNIDADE
Competências

1
Gerais: 1, 3, 4, 5, 7, 9 e 10 UNIDADE
Área: 1, 2, 3, 5 e 7
Específicas: 1, 2, 3, 4, 5 e 6 AS RELAÇÕES
Habilidades
• EF09GE01 • EF09GE08
ENTRE O ORIENTE



EF09GE03
EF09GE04
EF09GE05



EF09GE14
EF09GE15
EF09GE16
E O OCIDENTE
• EF09GE06 • EF09GE17
• EF09GE07

OBJETIVOS E
JUSTIFICATIVAS
• Desenvolver e compreender
as concepções de Ocidente e Ao comparar planisférios físicos
Oriente a fim de analisar as di- e políticos, é possível notar que não
ferenças e semelhanças entre há um limite territorial claro entre
os vários povos que ocuparam Europa e Ásia. Analisando apenas
o formato das terras emersas, a
a Eurásia em diferentes tem-
Europa pode ser considerada uma
pos.
península, fazendo parte de uma
• Analisar as diferentes culturas porção de terra ainda maior: a
e as influências econômicas Eurásia. No entanto, convencio-
de Oriente no Ocidente para nou-se historicamente dividir essas
entender a dinâmica dos terras em Europa e Ásia ou, ainda,
impérios e as formações dos em Ocidente e Oriente. Vamos ana-
Estados Modernos e o conceito lisar, nesta unidade, os critérios que
de eurocentrismo. levaram a tal divisão.
• Compreender a relevância da
Rota da Seda e as comerciais
para analisar a importância da
produção e circulação de co-
nhecimentos e mercadorias.
• Identificar e compreender o
processo de formações físico-
-naturais da Eurásia.
• Desenvolver os conceitos de
projeção cartográfica e as
concepções de mundo em di- Catedral de Santa
ferentes tempos por meio das Sofia, em Harbin,
China, 2020.
culturas para entender as várias
maneiras dos arranjos territo- 12
riais que envolvem a cultura e a
maneira de ver o mundo.
ENCAMINHAMENTO serão explorados conteúdos referentes à cartogra-
TEMAS O objetivo desta unidade é apresentar a Eurásia fia, como projeções cartográficas e seus usos e
CONTEMPORÂNEOS como um continente contínuo, isto é, uma grande aplicações. Desse modo, os estudos desta unidade
TRANSVERSAIS porção terrestre com sociedades culturalmente terão como foco as temáticas associadas às pai-
• Multiculturalismo – diversida- distintas, distribuídas em regiões físico-naturais sagens e aos modos de vida na Eurásia, bem
de Cultural diversas. Além disso, serão analisadas as disputas como traços de interculturalidades nos continen-
• Meio ambiente – educação geopolíticas existentes no continente e as diferen- tes, com destaque para a discussão crítica sobre a
Ambiental ças entre a visão de mundo ocidental e oriental, hegemonia europeia que criou culturalmente os
• Ciência e tecnologia – ciência a fim de levar o estudante a entender o processo termos Oriente e Ocidente. Ao estruturarmos esse
e tecnologia de ocupação e formação dos territórios. Também volume levamos em conta o enfoque geopolítico,
12
ENCAMINHAMENTO
Nesta unidade, daremos ênfase
a dois pontos principais: o primeiro
Nesta unidade, você vai estudar:
• o orientalismo e o ocidentalismo; diz respeito ao orientalismo e ao
• as influências culturais no mundo; ocidentalismo, associando essa
• as projeções cartográficas;
• a Cartografia na disputa de poder. divisão ao processo de coloniza-
ção europeu, com o propósito de

SINO IMAGES/500PX ASIA/GETTY IMAGES


desconstruir a visão eurocêntrica
do mundo; o segundo diz res-
peito às projeções cartográficas e
às aplicações dos conceitos carto-
gráficos, especialmente para uso
geopolítico. A proposta é entender
que os termos Oriente e Ocidente
representam visões eurocêntricas
cujo critério de divisão é baseado
em uma generalização que reforça
todo um conjunto de represen-
tações referenciais presentes na
cultura ocidental. Analisaremos
as disputas geopolíticas e as dife-
renças existentes entre os países,
apontando como se deu a ocu-
pação de territórios com distintas
características físico-naturais.
O capítulo 1 analisa o Ocidente
e o Oriente com base no con-
ceito de alteridade, na medida em
que é importante compreender a
realidade tendo em vista a com-
NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
plexidade que exige a análise. No
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas. capítulo 2, a análise geopolítica
1. Analise a fotografia. Os prédios da cidade compreende as projeções cartográ-
apresentam o mesmo estilo arquitetô-
nico? Justifique.
ficas e suas formas de entender o
mundo. Na abertura desta unidade,
2. Quais elementos presentes na paisagem sugere-se a observação atenta da
evidenciam um intercâmbio cultural entre
o Oriente e o Ocidente? fotografia, possibilitando a análise
da paisagem, com destaque para
3. Você conhece lugares que apresentam
os aspectos arquitetônicos. O obje-
características arquitetônicas relaciona-
das a diferentes culturas? Cite exemplos. tivo é resgatar os conhecimentos
prévios dos estudantes sobre os
países e as culturas de nações
13 eurasiáticas. Se possível, apresente
para eles outras imagens e exem-
plos de como a arquitetura reflete
geoeconômico e geoestratégico Atividades os intercâmbios socioculturais entre
da Eurásia. 1. Não. Há prédios com diferentes estilos arquitetônicos, mais diferentes nações, mobilizando
O objetivo é desenvolver conteú- modernos e mais tradicionais e relacionados a diferentes culturas. especialmente as Competências
dos, atividades e seções por meio 2. Os intercâmbios culturais são visíveis nas formas arquite- Gerais 3 e 4, e as Competências
das situações geográficas colocadas, tônicas e nos locais onde elas se apresentam: a presença Específicas de Geografia 2, 3 e 4.
que aparecem associadas à lingua- da arquitetura russa na paisagem oriental chinesa é evi-
gem cartográfica. Desenvolvê-las denciada na Catedral de Santa Sofia, que se tornou um 3. Resposta pessoal. Estimule o
proporcionará aos estudantes um Museu Municipal de Arquitetura e Arte, mesclando ele- compartilhamento das impres-
estímulo que visa ao raciocínio geo- mentos multiculturais da arquitetura. Os demais edifícios sões e uma análise comparativa
gráfico e ao pensamento espacial. também revelam influências europeias. dos contextos locais.
13
ENCAMINHAMENTO
O objetivo deste capítulo é
apresentar a diversidade socio-
TULO

1
cultural e físico-natural dos CAPÍ
continentes europeu e asiático. OS ORIENTES E
Os termos “orientes” e “ociden- OS OCIDENTES
tes”, no plural, buscam destacar
a multiplicidade de sentidos que
as terminologias têm. Isso signi- Uma das formas de organização do espaço mundial é a regionalização dos continen-
tes de acordo com as características culturais predominantes em determinada localidade.
fica entender que existem várias
A chamada Eurásia compreende a massa continental que abriga os continentes
“Europas” e “Ásias”, dadas as
europeu e asiático, separando-se dos demais por meio de mares e oceanos. No entanto, a divisão
matrizes de povos que ali vivem entre Europa e Ásia ocorre principalmente em função de aspectos culturais, e não por causa de
(EF09GE04 e EF09GE06). grandes barreiras geográficas.
Explore a ideia da grande Em decorrência das relações entre diversos povos, as diferentes influências culturais estão
variedade de culturas e situa- presentes em muitos países europeus e asiáticos, apesar da distinção cultural entre Oriente e
ções econômicas existentes na Ocidente. A disseminação e as trocas culturais na Eurásia foram geradas principalmente pelas
Eurásia. É importante que os trocas comerciais e disputas territoriais entre os grandes impérios. Assim, ao mesmo tempo que
estudantes percebam a hetero- o contato entre Europa e Ásia proporcionou intercâmbios culturais, também causou conflitos que
originaram a fragmentação desses territórios.
geneidade, independentemente
Analise as imagens a seguir.
da divisão Europa-Ásia. Discuta VALIO84SL/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES WIRESTOCK/ALAMY/FOTOARENA

como os conceitos orientalismo


e ocidentalismo são também
culturais, fato que possibilita ana-
lisar o sentido do eurocentrismo,
uma vez que a visão ocidental
define a oriental, e vice-versa.
A ideia é tentar superar a visão
eurocêntrica e analisar a rea-
lidade a partir do sentido do
outro, entendendo a condição
de alteridade. Destaque com os
estudantes as visões dualistas:
Norte-Sul; Ocidente-Oriente. A
Europa e a Ásia não podem ser
vistas como um todo, pois apre-
sentam problemas geopolíticos
e culturais distintos entre si e
internamente.
Ressalte que o estudo sobre
essas diferentes realidades não Catedral da Assunção da Mãe de Deus em Varna, Bulgária,
se limita às fronteiras atuais. 2019. A catedral tem traços da arquitetura otomana, Igreja Russa de São Nicolau em
Para compreendê-las, é neces- originalmente oriental. Bucareste, Romênia, 2020.

sário considerar as características 14


das sociedades ao longo da his-
tória e a consequente dinâmica
na atual organização territorial.
PARA AMPLIAR
Indicações para o professor
• HOBSBAWM, Eric. A era das revoluções.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2009.
Neste livro, o historiador Eric Hobsbawm
mostra as principais transformações que ocor-
reram no mundo a partir de duas revoluções
que aconteceram na Europa: a Revolução
Francesa e a Revolução Industrial.

14
ENCAMINHAMENTO
O texto de Eric Hobsbawm
aborda a diversidade euro-
peia e explica como a visão
homogênea do continente é
contraditória e incorreta. O
texto coloca em questão con-
ceitos como identidade, cultura
e pertencimento, além da geo-
política. Outro aspecto do texto
a ser trabalhado se relaciona aos
territórios e às fronteiras, e aos
conflitos e às disputas, o que traz

ROBSON90/SHUTTERSTOCK.COM
à tona temas como os separa-
tismos regionais de diferentes
povos. A partir das ideias apre-
sentadas no texto, é possível
Catedral Alexander Nevsky em Sofia, Bulgária, 2022. A catedral ortodoxa foi construída entre o solicitar aos estudantes a ela-
final do século XIX e o início do XX e apresenta influências arquitetônicas ocidental e oriental.
boração de mapas mentais,
Os conceitos de Ocidente e Oriente só existem um em contraposição ao outro: o que não dando a eles a oportunidade
se classifica como oriental se torna ocidental. Portanto, apesar de distintas, as formações política de repensar as percepções que
e cultural dos países têm uma relação de complementaridade. O texto a seguir apresenta uma possuem sobre os conceitos de
importante reflexão sobre o momento histórico em que ocorreram as distinções culturais entre
“Europa” e “Ásia”. Uma opção
Oriente e Ocidente.
é explorar recursos tecnológi-
cos gratuitos colaborativos,
Podem os continentes ter uma história enquanto continentes? [...]
interativos e intuitivos, na
[...] Em termos geográficos, como todos sabem, a Europa não tem fronteiras orientais,
e o continente, portanto, existe exclusivamente como um constructo intelectual. elaboração desse tipo de mapa,
[...] contribuindo assim para o desen-
Procurar uma “Europa” programática única, portanto, resulta em debates interminá- volvimento da Competência
veis sobre os problemas até agora não resolvidos, e talvez insolúveis, de como ampliar a
Geral 5.
União Europeia, ou seja, como converter um continente, que ao longo de sua história tem
sido econômica, política e culturalmente heterogêneo, em uma única entidade mais ou Os mapas mentais podem
menos homogênea. Nunca houve uma Europa única. A diferença não pode ser eliminada ser feitos em grupo, de maneira
de nossa história. [...] colaborativa, para que todos
HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 232-237. possam contribuir com percep-
ções e conhecimentos acerca
1. A Europa não tem limites claros que a separem da Ásia. É NÃO ESCREVA dos continentes. Ao final, suge-
considerada um continente em si por grandes distinções culturais,
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
aspecto que explica a sua separação política em relação à Ásia. re-se organizar uma exposição
1. Justifique a afirmação: o continente europeu é uma construção política.
das produções dos estudantes e
a realização de uma análise cole-
2. Com base no texto, explique com suas palavras a frase: “Nunca houve uma Europa
única”. Espera-se que os estudantes mencionem que o continente europeu “ao longo de sua história
tiva com a turma, incentivando
tem sido econômica, política e culturalmente heterogêneo”, por isso, tentar converter a troca de informações sobre os
a Europa em “uma única entidade mais ou menos homogênea” resultaria em debates
intermináveis ou mesmo insolúveis. continentes que serão estudados
15 ao longo do ano letivo.

PARA AMPLIAR
Indicações para o professor
• LE GOFF, Jacques. Uma breve história da Europa. Petrópolis: Vozes, 2008.
Abordando aspectos geográficos, políticos, culturais e sociais, a obra analisa as implicações
de ordem histórica na Europa.
• HOURANI, Albert. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
O livro trata da história das regiões de língua árabe, do mundo islâmico até a era dos
Estados-nações, de 1939 até os dias atuais.

15
ENCAMINHAMENTO
Comente com os estudan-
tes que nem sempre o Ocidente, O OCIDENTE E O ORIENTE
com destaque para a Europa, O desenvolvimento das sociedades ao longo da história está relacionado a características
teve posição relevante em outros culturais, ou seja, às formas pelas quais os agrupamentos humanos se relacionavam entre si e com
territórios e culturas. Ressalte a o meio físico. Desse modo, as sociedades desenvolveram características específicas.
importância e a pluralidade das Os diversos reinos distribuídos pela Eurásia muitas vezes disputavam territórios com o obje-
culturas orientais, que também tivo de obter melhores condições produtivas e conseguir o controle comercial, o que resultava
em muitos conflitos e guerras. São exemplos disso os frequentes confrontos entre os impérios
são responsáveis por diversos
Romano, Otomano, Persa, Russo e Chinês. Na disputa territorial, alguns impérios se expandiram
avanços tecnológicos e influências
e, com isso, ampliaram suas influências religiosas, econômicas e culturais.
culturais na sociedade ocidental. A ideia de “ocidentes” e “orientes” está relacionada à diversidade étnico-cultural das socie-
A discussão colaborativa permite dades na Eurásia, explicada em grande parte pelas significativas transformações territoriais sofridas
o desenvolvimento da habili- desde o século XIII a.C. até o século XIX d.C. Durante esse longo período, as populações ocuparam
dade EF09GE06. Converse com terras, formaram territórios, construíram aldeias e cidades e comercializaram mercadorias. Com
os estudantes sobre as concep- isso, também trocavam
Eurásia: expansão colonial grega (750 a.C.-550 a.C.) conhecimentos, o que
ções que eles têm a respeito dos ALLMAPS

povos mapeados e dos impé-


20° L
promoveu intercâmbios
Ólbia
culturais.
rios construídos por eles. Realce

Ma
PE

rC
40 A Os gregos forma-

°N Marselha
IC

ásp
a importância das regiões para
NS
R ILÍRIA Mar Negro
É Odessa
IB

io
LA
LA ram o primeiro núcleo da
SU

ITÁ
TRÁCIA
entender as divisões territoriais e NÍ
N Bizâncio

LI
PE

CA
Nápoles Tarento Lesbos
ÁSIA MENOR cultura europeia e per-
as disputas geopolíticas e cultu- Estreito de
Gibraltar NA A
LÍDIA
Samos maneceram na Península
AG CI
rais na atualidade. Aproveite os NUMÍDIA
Agrigento
M RÉ
Siracusa
G
Corinto
Esparta
Atenas Mileto

Rodes
do Peloponeso até serem
mapas para trabalhar as diferen- Grécia
Mar Mediterrâneo
Creta Chipre
FENÍCIA incorporados pelas repú-
ças entre os povos do Oriente e Áreas de colonização
grega
Cirene Apolônia

Baska
blicas romanas, no século
do Ocidente. Chame a atenção Cidades-mães 0 425
EGITO
Náucratis
II a.C. Analise os mapas
Colônias gregas
desta página.
para os fluxos que se estabele- Fonte: HILGEMANN, Werner; KINDER, Hermann. Atlas historique: de l'apparition de
cem entre esses povos desde a l'homme sur la terre à l'ère atomique. Paris: Perrin, 1996. p. 46.

Antiguidade.
Eurásia: extensão máxima do Império Romano (séc. II) ALLMAPS

PARA AMPLIAR
Texto complementar OCEANO BRITÂNIA
eslavos
ATLÂNTICO
A ideia de Oriente germanos

Tomando o final do século 40


°N SF
OR
O
GÁLIA BÓ Mar
XVIII como um ponto de par- Milão IL
ÍR
IA
DÁCIA Cáspio
A
NI
ITÂ

tida muito grosseiramente HISPÂNIA DALMÁCIA MÉSIA


Mar Negro
S

ARMÊNIA
LU

Córsega Roma PONTO


definido, o orientalismo pode Is. Baleares
Sardenha
PENÍNSULA
ITÁLICA MA C

E
N IA
GALÁTIA
IA M
ÉC
ser discutido e analisado co- Sicília Crotona
GR ÁSIA MENOR
Atenas
ES
OP
OT
MAURITÂNIA Cartago Siracusa Esparta ÂM
mo a instituição organizada Mar
Creta Chipre
SÍRIA
Damasco
IA

NU
para negociar com o Oriente MÍ
DI
A
Mediterrâneo
Cirene Jerusalém
Golfo
Fonte: DUBY, Alexandria Pérsico
– negociar com ele fazendo Georges. Atlas
CIRENAICA
PENÍNSULA
ARÁBICA

declarações a seu respeito, historique mondial. EGITO


M
ar

autorizando opiniões sobre Paris: Larousse, Império Romano em 0 546


Ve

sua maior extensão


rm

2003. p. 27.
elh

15° L
ele, descrevendo-o, coloni-
o

zando-o, governando-o: em 16
resumo, o orientalismo co-
mo um estilo ocidental para
dominar, reestruturar e ter
autoridade sobre o Oriente
[...]. A relação entre o Orien-
te e o Ocidente é uma relação
de poder, de dominação, e de
graus variados de uma com-
plexa hegemonia.
SAID, Edward Wadie.
Orientalismo: o Oriente como
invenção do Ocidente.
São Paulo: Companhia das
Letras, 2007. p. 15-17.

16
ENCAMINHAMENTO
Para complementar o con-
O intenso fluxo comercial de sedas, roupas, tecidos, pedras preciosas, incensos, especiarias teúdo da página, converse sobre
e ferramentas tornaram as cidades importantes lugares de intercâmbios de valores culturais e de a importância da escrita para
conhecimentos. Na Europa e na Ásia, desenvolveram-se diversas sociedades que influenciaram o conhecimento científico e a
o mundo todo. Os principais alfabetos usados e as religiões mais praticadas atualmente, por
importância desse recurso para
exemplo, são de origem euroasiática.
o registro dos acontecimentos.
No entanto, apesar de os termos Ocidente e Oriente serem usados comumente para dividir
o grande bloco eurasiano, os grupos não são homogêneos. Há um conjunto diversificado de Destaque, ainda, as inovações
sociedades em cada um deles, as quais se conectam física, social e culturalmente. e as descobertas que distin-
Analise as imagens a seguir, que representam o Estreito de Bósforo, na Turquia. Esse local guiam essas sociedades, assim
conecta o Mar Negro ao de Mármara e marca um dos limites do continente asiático com o como o papel da escrita como
europeu. Por isso, trata-se de um importante ponto de troca entre o Ocidente e o Oriente. instrumento de conservação das
narrativas históricas sobre os
povos. Se achar pertinente, com-
partilhe essas informações:
Cuneiforme (3400 a.C.-100
d.C.): há evidências de que os
POWEROFFOREVER/DIGITALVISION
VECTORS/GETTY IMAGES

Gravura a meio- primeiros registros da escrita


-tom do Estreito
de Bósforo do
são originários da Suméria.
século XIX. O Inicialmente pictográfica, tor-
estreito separa nou-se uma escrita cuneiforme.
os lados europeu
e asiático de Das cidades sumérias, como
Istambul, Turquia. Uruk, a escrita cuneiforme se
espalhou pela Mesopotâmia.
Hititas, na Turquia, e persas, no
Estreito de Bósforo,
após intensa queda de neve, no Irã, usavam essa escrita.
1. Porque os continentes apresentam
muitas diferenças entre si e, também, Bairro Eminonu em Istambul, Turquia, 2022. Hieróglifos (3200 a.C.-400
são distintos internamente. d.C.): os hieróglifos são símbo-
NÃO ESCREVA
los pictóricos que representam
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

ideias, sílabas ou sons. Eram


1. Por que não é usados principalmente em
adequado generalizar
templos. Chegaram a ser utili-
Europa e Ásia como
Ocidente e Oriente, zados em Creta e na Anatólia
respectivamente? (atual Turquia).
2. Pensando no lugar Primeiro alfabeto (1500
onde você vive, quais a.C.-1050 a.C.): estudiosos acre-
influências eurasiáticas ditam que se trata de uma
ALI ATMACA/ANADOLU AGENCY/AFP

são perceptíveis ao
evolução dos hieróglifos egíp-
considerarmos os
hábitos culturais mais cios. Desenvolveu-se na Fenícia.
praticados? Como os fenícios eram mercan-
Resposta pessoal. Espera-se que os tes, levaram seu alfabeto por
estudantes relacionem a discussão feita em classe e o texto do livro com as influências, por exemplo, na
culinária, nos costumes, na religião e na economia de seu estado. É importante que percebam e relacionem todo o Mediterrâneo.
essas influências com os fluxos migratórios.
17
Alfabeto ocidental (1050
a.C.-250 d.C.): os povos que
PARA AMPLIAR comercializavam com os fenícios, como os gregos e
os etruscos, adaptaram o alfabeto fenício para seus
Atividade extra
próprios idiomas. O alfabeto romano, utilizado por
Solicite aos estudantes a confecção de um croqui da Eurásia com etnias
todo o mundo, é uma evolução da escrita etrusca.
e suas respectivas localizações representadas por meio de cores. Ao final,
Ideogramas chineses (1200 a.C.-220 d.C.): os
monte um painel com os mapas produzidos e proponha uma conversa
complexos símbolos, conhecidos como ideogramas,
sobre a importância dos aspectos culturais na identidade das pessoas.
denotam palavras e morfemas, ao invés de sons. Na
Amplie a discussão por meio de temas como a diversidade cultural, a
Ásia Meridional, surgiram várias escritas silábicas,
superação do preconceito e o respeito ao outro. São valores que estão
como o brami. Sua origem é desconhecida, mas
nas competências gerais 9 e 10 da BNCC, fundamentais para a formação
guarda semelhanças com o aramaico.
integral dos estudantes.
17
ENCAMINHAMENTO
Neste tema, são apresen-
tados os limites físico-naturais
da Eurásia, com base na teoria OS LIMITES FÍSICO-NATURAIS EURASIÁTICOS
geossistêmica, destacando o Nos anos anteriores, você estudou diferentes formas de delimitação dos territórios. Uma
princípio de conexão. Discuta delas, a delimitação natural, pode ser notada pelos limites físico-naturais entre Europa e Ásia,
o tema com os estudantes res- marcado principalmente pelo relevo e pela hidrografia.
saltando a localização dos No entanto, embora existam elementos naturais – tais quais rios, oceanos, mares, cadeias
elementos físicos-naturais e ana- de montanhas e estreitos – ou antrópicos – como avenidas e monumentos –, todos os limites
lisando as paisagens. Enfatize político-territoriais são decididos pelos seres humanos, por meio de acordos e convenções políticas.
o fato de o texto descrever o Analise a imagem de satélite a seguir, que indica os limites físico-naturais da Eurásia.
Os montes Urais (1) delimitam o leste da Europa e o oeste da Ásia. Como eles se localizam na
relevo, elemento fundamen-
Rússia, o país passa a ter duas partes: a europeia, a leste, e a asiática, a oeste. Por isso, a Rússia é
tal da paisagem, e seu papel classificada como um país transcontinental. O Cáucaso (2), outra importante cadeia montanhosa,
na organização dos territórios. constitui o limite entre a Rússia e os países asiáticos da Geórgia e do Azerbaijão.
Converse sobre o modo como O Estreito de Gibraltar (3) separa Espanha e Marrocos. Mas o Estreito de Bósforo (4), apesar
os elementos naturais e antró- de constituir o limite entre a Europa e a Ásia, não separa a Turquia em dois países. Portanto, a
picos influenciam a organização Turquia também é um país transcontinental, com uma pequena parte localizada na Europa e a
do território, relacionando a maior porção, na Ásia.
localização das principais cidades Há, ainda, outros elementos delimitadores, como os canais fluviais: o Mar da Irlanda (5) separa
a República da Irlanda da maior parte do Reino Unido, que é afastado da França pelo Canal da
com as áreas de produção agro-
Mancha (6). Outros exemplos são a Península da Jutlândia (7) e a Ilha Zelândia (8), que, apesar
pecuária e industrial. Esclareça
de estarem separadas pelo Mar Báltico (9), constituem o mesmo país, a Dinamarca. O mesmo
que os seres humanos alteram ocorre na Península Itálica (10) e na ilha da Sicília (11): ambas constituem o mesmo país, a Itália.
significativamente a natureza.
Proponha o questionamento:
TITOONZ/SHUTTERSTOCK.COM

por que as coisas estão onde


estão? O debate deve asso-
ciar os princípios geográficos às
1
categorias de paisagem, terri- 9
7 8
tório e região. Deixe claro que, 5
Imagem de
mesmo não sendo capazes de satélite com foco 6
modificar as leis da natureza, os na Eurásia, 2017.
É possível notar 13
seres humanos alteram significa- as cordilheiras
14
2
4 15
tivamente as suas condições de do Himalaia, do 10
manifestação. Cáucaso e dos 3 11
Alpes. Esses
As principais habilidades trata- conjuntos de
das são EF09GE07, EF09GE14, montanhas são
fundamentais
EF09GE16 e EF09GE17. Ao para a
longo do texto, foram descritos constituição
os fatores histórico-geográficos dos regimes
climáticos e
mais importantes na Eurásia, hidrográficos
com destaque para leitura e do continente
interpretação de mapa temático. eurasiático.

18

18
2. Os cartazes devem ser apresentados na sala de aula. Durante a apresentação, oriente os estudantes PENSE E RESPONDA
a associar os elementos físico-naturais com a delimitação das fronteiras e os critérios de regionalização, Organize uma exposição
retomando os conceitos de região, território e geossistema.
Outros limites físico-naturais também podem ser usados como parâmetro para definir a dos cartazes produzidos pelos
divisão dos territórios. Em muitas localidades, as sociedades utilizaram as formas naturais do relevo estudantes. Envolva-os nessa
para determinar as divisões políticas territoriais. Analise alguns exemplos. organização e oriente-os a
• A cordilheira do Himalaia (12), localizada no sul da Ásia, engloba Índia, Paquistão, Butão, escolher um local de grande cir-
Nepal e China (Tibete). Tem sua expressividade por abrigar o ponto mais alto da Terra, o culação na escola para abrigar a
monte Everest, com 8 848 metros de altitude. exposição dos trabalhos. Além
• A cordilheira dos Alpes (13) constitui uma cadeia de montanhas que se estende pelo sudeste das fotografias e dos textos, os
da França, sul da Suíça, norte da Itália, sudoeste da Áustria, sul da Alemanha, Liechtenstein cartazes também podem conter
e Eslovênia.
croquis, mapas ou esquemas
• A cordilheira do Cáucaso (2), localizada entre Azerbaijão, Rússia e Geórgia, compreende um
que retratem o relevo da Eurásia.
dos limites entre o leste da Europa e o oeste da Ásia, junto aos montes Urais (1), ao Rio Ural
Agende a data da exposi-
e ao Mar Negro (14). É uma região de instabilidade política e grande interesse econômico, por
apresentar importantes recursos naturais. Essa região montanhosa se localiza entre os mares
ção com antecedência e peça
Cáspio (15) e Negro (14), representando uma área estratégica, pois separa o sul da Rússia do aos estudantes que preparem
Oriente Médio. Constitui uma região de enorme importância econômica e estratégica para uma campanha para divulgá-la.
a Rússia, por ser uma área de passagem de gás e petróleo. Eles deverão escolher um título
1. As montanhas do Cáucaso são limites naturais usados para a para a exposição e preparar um
divisão política entre os territórios da Rússia e da Geórgia; também NÃO ESCREVA
DA são convencionadas como limite entre Europa e Ásia, assim como os NO LIVRO. convite, informando o local, a
PE NS E E RE SP ON
montes Urais, que, no entanto, ainda pertencem ao território russo. data e o horário da inauguração.
1. Cite dois elementos naturais localizados na Eurásia que são usados para delimitar a Também é importante informar
divisão política entre países e continentes. a data prevista para o término
2. Em dupla, da exposição.
produzam um
cartaz com
Os convites poderão ser
diferentes elaborados e divulgados digital-
fotografias mente. Se possível, divulgue-os
que retratem o nas redes sociais da escola e
relevo da Eurásia.
Cada dupla
convide toda a comunidade para
deve escolher apreciar os trabalhos da turma.
pelo menos oito
fotografias para
representar a
paisagem dos
lugares. Em
seguida, escrevam
12 a legenda de
cada foto e um
pequeno texto
relacionando
o relevo às
fronteiras entre os
países.

19

19
ENCAMINHAMENTO
Destaque para os estudantes a
relação entre a ocupação humana
e as características físico-naturais A INFLUÊNCIA DO MEIO FÍSICO NA OCUPAÇÃO
dos lugares, como mostram as As formas de relevo da Eurásia tiveram grande influência no processo de ocupação e formação
fotografias; aproveite e retome o dos territórios dos países europeus. Elas foram fundamentais para as estratégias militares desses
conceito de paisagem. Oriente-os países, considerando que funcionaram como barreiras de proteção. Além disso, não apenas o relevo,
a observar a distribuição e disposi- mas também a formação dos solos

PAWEL.GAUL/E+/GETTY IMAGES
ção das casas, bem como as áreas do continente, contribuíram para
destinadas ao plantio. A partir a distribuição e organização dos
arranjos produtivos.
deste conteúdo, pode-se desen-
A presença de rios também
volver os TCTs – Diversidade é um fator estratégico para o
cultural, por meio da análise das desenvolvimento de cidades, já
paisagens da Eurásia, e Educação que favorece as atividades eco-
ambiental. O mapa de relevo nômicas. Londres, Paris e Viena,
apresentado nas páginas anterio- por exemplo, desenvolveram-se às
res pode ser utilizado para uma margens dos rios Tâmisa, Sena e
Danúbio, respectivamente.
atividade de investigação sobre
As paisagens eurasiáticas
Urais (1), Cáucaso (2), Estreito de Rio Sena com a Torre Eiffel ao fundo, em Paris, França, modificam-se constantemente.
Bósforo (4), cordilheira dos Alpes 2021. Elementos naturais como as
(13), Mar Negro (14) e Mar Cáspio

CHUNYIP WONG/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES


costas, as penínsulas, as bases das
(15), comparando os componen- montanhas, as planícies e os rios
tes físico-naturais com as formas foram transformados tanto pela
de ocupação. ação da natureza (processos de
Uma sugestão é dividir a vulcanismos, terremotos e tsunâ-
mis, por exemplo) como por ações
turma em grupos e pedir que
antrópicas.
cada um deles pesquise uma
região de fronteira. Após a pes-
quisa, os grupos devem elaborar Hallstatt, com a
cartazes utilizando fotografias, cordilheira dos Alpes ao
mapas e imagens de satélite, fundo, Áustria, 2019.
destacando quais determinan-
tes estabelecem as fronteiras ZIGA PLAHUTAR/E+/GETTY IMAGES
Os seres humanos podem
entre os países, como se formou
alterar as paisagens ao modifi-
a determinante físico-natural, car os cursos dos rios, planificar
quais são as características dela colinas e morros e degradar a
e como ela favorece as ativida- natureza por meio da poluição e
des econômicas na área. Estes do desmatamento.
levantamentos podem reforçar o
desenvolvimento das habilidades
Rio Tâmisa, em Londres,
EF09GE16 e EF09GE17. Com a Reino Unido, 2019.
proposta, é possível trabalhar a
linguagem cartográfica em dife- 20
rentes formas de representação,
desenvolvendo habilidades de
cognição espacial.
Paulo Cesar Gomes analisa conceitos, cate- e geógrafo que influenciou Darwin e tantos
gorias e o raciocínio geográfico, propondo um outros cientistas da época, além de muito ter
PARA AMPLIAR
caminho metodológico para se entenderem os contribuído para entender as conexões existen-
Indicações para o olhares e as análises geográficas. tes no Sistema-Terra.
professor
• WULF, Andrea. A invenção da natureza:
• GOMES, Paulo Cesar da Cos-
a vida e as descobertas de Alexander von
ta. Quadros geográficos:
Humboldt. São Paulo: Crítica, 2019.
uma forma de ver, uma for-
ma de pensar. Rio de Janeiro: Essa biografia de Alexander von Humboldt
Bertrand Brasil, 2017. mostra a importância desse naturalista, cientista
20
ELISHA DONKIN/SHUTTERSTOCK.COM
ENCAMINHAMENTO
Como sugestão, compare as
Em países como Mianmar, no Sudeste diferentes formas de ocupação.
Asiático, o meio físico também influenciou a Nas paisagens, pode-se analisar
ocupação. O povo paulang, por exemplo, prio- os arranjos e os usos do solo.
rizou a construção de moradias nas montanhas,
Compare com outras paisagens
destinando as planícies para as produções
e formas de ocupação de outros
agrícolas escalonadas de arroz e chá. Além de
oferecer proteção física, as montanhas são con- países em diferentes tempos.
sideradas sagradas por eles. O texto complementar a
seguir ilustra as particularidades
das paisagens mediterrâneas,
Hpa-an, Mianmar, 2019. Os campos de
arroz nas áreas de planícies fluviais de demonstrando que há forte
Mianmar são a base da agricultura nesse integração histórica. Mesmo pre-
país do Leste Asiático. sente em diferentes países, com
A população de Mianmar é composta de mais de 100 grupos étnicos. Muitos dos povos do culturas diversas, o modo de viver
país ocuparam áreas de fácil acesso, como as margens do Irauádi (principal rio que corta o país imposto pelas paisagens naturais
de norte a sul). Esses povos vivem principalmente da manufatura de tecidos, da pesca, das plan- semelhantes repete-se em vários
tações de arroz e da criação de búfalos às margens dos rios. A escolha de ocupar as áreas mais lugares ao redor do mar.
próximas aos rios pode ser justificada pela maior fertilidade do solo nas planícies de inundação e Na leitura do texto de Braudel,
pela facilidade nas trocas comerciais entre as diferentes cidades da região.
como sugestão, os estudantes
A diversidade do meio natural
poderiam elaborar um croqui
leva a diferentes tipos de ocupação
humana, nas suas mais varia-
da paisagem descrita no texto e
das adaptações, para suprir suas relacioná-lo com as fotografias
necessidades. O meio físico e social da região inseridas.
passa, então, por transformações
com base nas técnicas utilizadas
pelas sociedades, sejam elas tradi-
cionais, sejam modernas.

Rio Irauádi em Mandalai,


Mianmar, 2019.

TONY WU STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM

1. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes consigam


identificar influências do meio físico na ocupação do lugar onde NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA vivem e que citem alguns exemplos, como a construção de pontes NO LIVRO.
sobre rios.
1. No lugar onde você vive, o meio físico influenciou a ocupação humana? Justifique.
2. Cite ao menos três exemplos de técnicas criadas pelos seres humanos que
influenciaram na superação de barreiras do meio físico.
Alguns exemplos dessas técnicas são a criação de canais de água, as construções em palafitas, os
processos de dessalinização da água do mar e a criação de barragens.
21

PARA AMPLIAR
Texto complementar
Montanhas que cercam o mar por A montanha, porém, não margeia todo tros, do Sahel tunisiano ao
quase todos os lados o Mediterrâneo. Já na costa norte há algu- delta do Nilo e às montanhas
[...] Quem poderia se vangloriar de reco- mas interrupções: a costa do Languedoc, do Líbano. [...]
nhecer à primeira vista a costa da Dalmácia, até o delta do Ródano, ou a costa baixa do BRAUDEL, Fernand. O espaço e
a costa da Sardenha ou a costa da Espanha Vêneto junto ao Adriático. Mas a principal a história no Mediterrâneo.
meridional perto de Gibraltar? Quem não exceção à regra é, ao sul, o longo litoral in- São Paulo: Martins Fontes, 1988.
se enganaria? E, no entanto, situam-se a solitamente plano, quase a perder de vista, p. 11.
centenas de quilômetros umas das outras. que se estende por milhares de quilôme-
21
ENCAMINHAMENTO
Incentive os estudantes a fazer
uma leitura atenta do mapa da
Rota da Seda e comente com A ROTA DA SEDA
eles a grande influência da eco- A Rota da Seda foi um importante marco para o intercâmbio cultural entre o Oriente e o
nomia chinesa no processo de Ocidente, considerando que é o maior e mais antigo registro de um sistema de comercialização.
trocas comerciais e culturais na A Rota da Seda se desenvolveu entre os séculos I e XV e se estendia da China às proximidades do
região. Os fluxos econômico e Mediterrâneo. Durante esse período, foi o principal elo de transmissão cultural e de mercadorias
cultural da Rota da Seda acon- ao longo da Eurásia.
teceram por mais de mil anos e
ajudaram a China a estabelecer Rota da Seda (séc. I-XV)

DACOSTA MAPAS
relações econômicas com diver- 0°

Meridiano de Greenwich
sos países. Destaque o papel da
Rota da Seda na abertura de
caminhos entre a Europa e a
Ásia e no estímulo a trocas cul-
turais, linguísticas e comerciais. EUROPA
ÁSIA
Atualmente, o governo chinês GÁLIA

Ma
Kitai
busca reativar e expandir a Rota Roma Mar Negro

rC
TRÁCIA Tashkent Kula
Óstia

ásp
Turfan Anxi
IBÉRIA Kenkol Wuwei
GRÉCIA Jiaohei

io
Constantinopla Tabris
da Seda para ampliar sua influên- Atenas
Palmira Damasco
Kashgar Dunhuang
Chang'An
COREIA
Cartago Mar M CHIPRE Herat

cia na economia local e mundial. editerrâ


neo
Alexandria
Tiro
Gaza Babilônia Bagram
CHINA
Luoyang
Jerusalém

A linha verde do mapa destaca Petra Persépolis


Antioquia
Mathura
ÁFRICA EGITO Golfo
Guangzhou
Pérsico
a área de extensão do Império
Ma
rV
erm ÍNDIA Trópico de Câncer
PENÍNSULA

Mongol (1200 a.C.) e a linha ver- ARÁBICA


elh

Golfo de
o

Extensão do Império Romano (c. I d.C.) Bengala

melha indica o trajeto comercial Império Han (206 a.C.-221 d.C.)


Xinjiang (Protetorado Han – 60 a.C.-221 d.C.)

da época, destacando a rede de Império Persa


0 934
Rota da Seda OCEANO ÍNDICO
cidades conectadas pelo comér- Extensão do Império Mongol (1260 d.C.)

cio de mercadorias. Fonte: SNOW, Peter. History of the world map by map. London: Penguin Random House, 2018. p. 102.

PARA AMPLIAR Durante séculos, a Rota da Seda dinami-

ROM CHEK/SHUTTERSTOCK.COM
zou o comércio junto à das Especiarias, abrindo
Atividade extra
caminhos para os povos da Ásia e da Europa.
Para aprofundar o estudo Eram aproximadamente 8 000 km de estradas
sobre o assunto, você poderá entre a então capital chinesa, a cidade de
explorar com os estudantes Xian, até o Oriente Médio, que possibilitava
alguns recursos educativos dis- a conexão com a região do Mediterrâneo. Os
poníveis em ambientes virtuais. viajantes passavam pelas terras do Afeganistão
No site do American Museum of e do Irã, pelo mar Mediterrâneo, Turquestão e
Anatólia, entre outras localidades, onde comer-
Natural History, disponível em:
cializavam objetos e alimentos. Também havia a
https://www.amnh.org/content/
troca de conhecimentos e tecnologias, como a
download / 58 454 / 94 4303/ Monumento de uma caravana de camelos
escrita, a navegação, a tecelagem, as técnicas em trecho da Rota da Seda em Turquestão,
version/4/file/silkroad_educa- agrícolas, entre outros. Cazaquistão, 2019.
tors_guide.pdf (acesso em: 10
jul. 2022), há um guia para edu- 22
cadores intitulado Traveling the
silk road: ancient pathway to
the modern world (“Viajando pesquisas sobre as cidades centrais na Rota da
pela Rota da Seda: caminho Seda: Xi’an (China), Turpan (China), Samarcanda
antigo para um mundo (Uzbequistão) e Bagdá (Iraque). Essas cidades
moderno”, em tradução livre). exemplificam como, por mais de mil anos, o
A página 9 do guia apre- leste da Ásia esteve fortemente conectado à
senta um mapa da Rota da Ásia Central e ao Oriente Médio, reforçando
Seda, com os trajetos marítimos a visão de uma Eurásia heterogênea, a qual
e terrestres, e a divisão política compartilha conhecimentos, tecnologias e
atual dos países. Ele pode servir mercadorias há centenas de anos (EF09GE04
como base para a realização de e EF09GE05).
22
2. A Rota da Seda é fundamental em razão dos intercâmbios culturais e comerciais que ocorreram, em uma ENCAMINHAMENTO
relação de disputa e complementariedade: a troca de mercadorias e técnicas proporcionou o desenvolvimento Certifique-se de que os
dessas sociedades.
A técnica de produção da seda, criada na China, foi o impulso para o início dessas trocas. De estudantes compreenderam
difícil execução, dominada apenas pelos chineses, a tecnologia foi mantida em segredo por um a importância e a relevân-
longo tempo. A seda era um artigo luxuoso, que só podia ser comprado por grandes imperadores cia para o desenvolvimento da
e famílias ricas associadas à administração dos impérios. humanidade que a troca de
conhecimentos e de inovações

JOINMEPIC/SHUTTERSTOCK.COM
tecnológicas e científicas entre a
Europa e a Ásia possui. Promova
um debate sobre o papel dos
impérios Romano, Chinês e
Persa para o estabelecimento da
Rota da Seda, já que procuravam
expandir seus interesses políti-
cos e econômicos pela região.
Com a intensificação do comér-
cio, desenvolveram-se o sistema
de medidas, bem como as redes
HUIZONG. Court ladies preparing newly woven silk. Século XII. Tinta, cor e ouro sobre seda, 37,7
cm x 466 cm. Gravura retratando a produção da seda na China. de canais e estradas. O sistema
de estradas e as complexas
A Rota da Seda teve papel crucial na definição e na transformação das fronteiras ao longo fortificações e portos podem
de seu percurso, pois as redes de comercialização eram espaços de disputa entre os povos, com ser temas de pesquisa, como
destaque para os impérios Mongol, Romano e Persa.
forma de entender o sistema
A seda era produzida apenas pelos chineses. Durante três milênios, as mariposas que produ-
de engenharia mecânica e civil
ziam a seda eram encontradas apenas em território chinês. A produção do tecido nobre, utilizado
para fabricação de roupas para serem utilizadas tanto no inverno como no verão, era uma das da época. O estudo de rotas
principais atividades econômicas da China. como a Rota da Seda mostra
A importação da seda incentivou a criação de importantes rodas comerciais que conectavam como as trocas tecnológicas
o oeste da Ásia e o oeste da Europa. Entre os séculos I a XV d.C. a Rota da Seda se estabeleceu ocorreram ao longo da histó-
como a principal rota comercial. ria. Destacamos assim a relação
Atualmente, o governo Chinês pretende restabelecer a Rota da Seda e expandi-la por via das fronteiras influenciadas pelas
marítima, percorrendo o Mar Meridional da China e o oceano Índico, com destino aos países da
redes de comércio, destacando-
região do Estreito de Ormuz, expandindo a zona de influência chinesa sobre as rotas comerciais
-se as habilidades EF09GE07,
do mundo.
EF09GE08, EF09GE09.
NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
1. O mapa indica que os impérios Mongol, Han, Persa e Xinjiang
faziam parte da Rota da Seda.
1. Analise o mapa. Quais eram os impérios que faziam parte da Rota da Seda?
2. Qual foi a importância da Rota da Seda para o desenvolvimento das sociedades da
Eurásia?
3. Além do aspecto comercial, como a Rota da Seda contribuiu para o
desenvolvimento das sociedades daquele período? A Rota da Seda contribuiu para
o desenvolvimento tecnológico e as trocas culturais, como técnicas de navegação, produções
cartográficas e técnicas de construção civil. Também são percebidas influências no âmbito das
manifestações artísticas. 23

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Organize a turma em grupos e solicite uma pesquisa sobre diferentes áreas do conheci-
mento estimuladas pelas trocas proporcionadas pela Rota da Seda: Medicina, Engenharia,
Astronomia etc. Forneça orientações para que a pesquisa seja realizada em sites confiáveis e
materiais impressos como enciclopédias. Os estudantes poderão compor um painel com os
principais achados.

23
ENCAMINHAMENTO
A discussão e a reflexão pro-
1. O objetivo da questão é confrontar a ideia do mapa de transformar a Europa na figura de
postas no Fórum, sobre papel uma rainha, indicando poder e centralidade (destacando os principais centros, como Itália
da Europa no cenário mundial FÓRUM e Germânia), e a contraposição de Burke com base em McNeil, rechaçando o princípio de
Europa como centro do mundo.
ao longo da História, colaboram Eurocentrismo: a Europa está no centro?
como desenvolvimento da habili- O eurocentrismo é uma visão de mundo que estabelece os costumes europeus como
dade EF09GE01. referência cultural. Analise a obra e leia o texto a seguir. Eles apresentam diferentes
A ascensão do comércio concepções sobre esse tema.
europeu, provocada pela quebra
comercial entre os cristãos euro- Para além do eurocentrismo?
peus e os muçulmanos do Oriente Em seu livro, McNeil defendia que por 2 mil anos (500 A.E.C. - 1500 E.C.) houve
um “equilíbrio” das quatro grandes civilizações da Eurásia: a chinesa, a indiana, a do
Médio, possibilitou à Europa
Oriente Médio e a ocidental.
ganhar centralidade no comércio

FINE ART IMAGES/HERITAGE IMAGES/GETTY IMAGES


“Os ocidentais estão tão acos-
e na expansão dos seus territórios. tumados a colocar sua própria
Essa visão ganha força e é repre- história no primeiro plano”,
escreveu ele, “que talvez seja
sentada nas narrativas do processo
bom expor o caráter marginal
de imperialismo e colonialismo, da história romana e europeia
com destaque para países como entre o quarto e o segundo
França, Inglaterra, Espanha e séculos a.C.”. Foi só por volta
de 1500 que a Europa Ocidental
Portugal. Analise a maneira como
começou a se adiantar aos
a cultura e a centralidade da seus competidores, por várias
Europa são reforçadas quando razões, que vão da tecnologia
se trata das interpretações que naval e a relativa imunidade
às doenças até a disposição
se fazem de africanos, orientais
de aprender das outras cultu-
e americanos, homogeneizando ras, e foi só por volta de 1850
o que não pode ser homogenei- que o colapso dos impérios
zado. O eurocentrismo é reforçado chinês, mogol e otomano pôs
um ponto final no equilíbrio
pela maneira como lemos e inter-
cultural na Eurásia.
pretamos o mundo. Ao assimilar
BURKE, Peter. História e teoria social.
a ideia da Europa como um con- Tradução: Klauss Brandini Gerhardt,
tinente associado à qualidade de Roneide Venâncio Majer, Roberto
Ferreira Leal. 2. ed. ampl. São Paulo:
nobreza, a intenção do discurso é Editora Unesp, 2012. p. 271.
estabelecer a centralidade do con-
tinente em relação aos demais no
mundo. Além disso, vale a pena
esmiuçar os conteúdos do dis- MÜNSTER, Sebastian. Europa regina. 1570.
curso junto com os estudantes, NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Imagem retirada da obra Cosmographia.
a partir de perguntas reflexivas,
1. Compare o mapa Europa regina, de Münster (1488-1552), com o excerto de Burke
como: quais países estão localiza-
(1937-). Qual é a concepção de cada obra sobre a Europa? Por quê?
dos nas partes mais importantes
2. Qual é a crítica de Burke ao eurocentrismo?
do corpo da rainha? Por que os Burke critica o fato de os europeus se colocarem sempre como protagonistas da história, e defende
países do Leste Europeu são os que ”por 2 mil anos (500 A.E.C. - 1500 E.C.) houve um ‘equilíbrio’ das quatro grandes civilizações da
24 Eurásia: a chinesa, a indiana, a do Oriente Médio e a ocidental”.
pés da rainha? Que relação tem
o corpo da rainha com os países?
Outro ponto que o Fórum ajuda a
desenvolver é, a partir da mudança
de ponto de vista do mapa (com
o Oeste apontado “para cima”),
trabalhar com a rotação do mapa
e a habilidade de reversibilidade,
dado que as formas do continente
europeu devem ser reconheci-
das em outras posições na carta
(EF09GE14 e EF09GE15).

24
ENCAMINHAMENTO
O desenvolvimento da per-
cepção comparativa na análise
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários desta seção em orientações
didáticas.
das fotografias amplia o conheci-
mento geográfico das paisagens.
1. Analise as imagens a seguir. Depois, responda às questões. Incentive os estudantes a des-
crever os elementos observados
ASIADREAMPHOTO/ALAMY/FOTOARENA

em cada localidade antes da


formulação das hipóteses de
ocupação.
Vila Namche Bazzar,
na cordilheira do
Himalaia, região do
Khumbu, Nepal, 2019.
Os povos nepaleses
adaptaram-se a modos
de vida em altitudes
elevadas, cultivando
cereais e criando
animais.
PWMOTION/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES

Zurique, Suíça, 2021.


A cidade se localiza no
sopé dos Alpes, cadeia
de montanhas que
divide o sul e o centro
europeus.
ALEXELA/ALAMY/FOTOARENA

Ocupação em
planície na cidade
de Istarawshan,
Tadjiquistão, 2019.
Os tadjiquistaneses
instalaram-se em áreas
mais rebaixadas.

a) Comente o padrão de distribuição das construções dos edifícios em cada uma das imagens.
b) Quais são as principais semelhanças e diferenças entre as paisagens retratadas?

25

Atividades
1. a)O padrão de distribuição revela, com exceção do Nepal, uma predileção por ocupar os
vales e as planícies, uma vez que feições montanhosas dificultam a construção dos edifícios.
A principal semelhança consiste na proximidade com cadeias montanhosas, como o
1. b)
Himalaia (Nepal e Tadjiquistão) e os Alpes (Suíça). As diferenças estão na composição físi-
co-natural das paisagens, nos climas variados e nas vegetações bastante distintas.

25
ENCAMINHAMENTO
Neste capítulo, serão aborda-
dos conteúdos relacionados com
TULO

2
CAPÍ
a Cartografia, as projeções car-
tográficas e as intencionalidades OS MAPAS E AS DIFERENTES
presentes nas representações VISÕES DE MUNDO
espaciais, que também devem
ser compreendidas como pro- As geotecnologias atuais permitem a análise do mundo por meio das imagens de
dutos políticos de determinados satélites e drones, mas nem sempre foi assim. Pensar um mundo sem essas imagens
grupos sociais (EF09GE01 e é difícil. No entanto, a produção de mapas e outras formas de representação da Terra
EF09GE15). ocorre desde a Antiguidade.
Para aprofundar as discussões Para uma boa compreensão do que é representado em um mapa, é importante analisar a
sobre o tema, é possível utilizar escala, a legenda e a localização dos fenômenos e reconhecer as projeções em que os mapas são
mapas digitais a fim de compa- produzidos. Associada a todos esses elementos cartográficos, existe uma intenção. Assim, saber
rar projeções cartográficas. O com qual objetivo o mapa foi criado faz parte da sua compreensão efetiva.
site Blocks.org oferece opções A Cartografia tem papel fundamental para os governos, que podem utilizar os mapas para
controlar os limites de seus territórios e para formular estratégias nas disputas de poder. Nesse
disponíveis em: https://bl.ocks.
sentido, a projeção cartográfica é fundamental, considerando que determina a forma como são
org/syntagmatic/ba569633d51
transpostas as informações do globo para um mapa plano. Analise, a seguir.
ebec6ec6e (acesso em: 3 ago.
2022).

RTIMAGES/SHUTTERSTOCK.COM
Essa ferramenta permite
ao usuário interagir com o
mapa, alternando as projeções
(Aitoff, Boggs, Eckert I-V, Fahey,
Mercator, entre outras) e ana-
lisando a relação de distorção
de acordo com os seguintes
atributos:
• acc. 40%-150% = média ge-
ral de distorção da projeção;
• scale = média de erro geral da
escala do mapa;
• areal = média de erro da dis-
torção de área; e
• angular = índice médio de dis-
torção de ângulo.
Esses atributos cartográfi-
cos-espaciais são fundamentais
para a compreensão de que Mapa, elaborado por volta de 1860, que utiliza a projeção de Mercator.
a projeção é uma transforma-
ção matemática que lida com a
transposição de um objeto geo-
métrico tridimensional geoide 26
(a Terra) para um objeto geo-
métrico bidimensional plano (o
mapa). No decorrer do capítulo, sugere-se retomar competências estão presentes em diferentes
A análise do gráfico dos atri- constantemente essa relação, apresentando momentos do capítulo, sendo fundamentais no
butos nos ajuda a compreender a grande diversidade de projeções e ressal- desenvolvimento das práticas em sala de aula.
que as projeções são uma forma tando que não há projeções boas e ruins, mas
de diminuir o erro de propor- sim diferentes tipos, indicadas para contextos PARA AMPLIAR
ção, mas não são capazes de específicos. Indicações para o professor
eliminá-lo. Por meio dessa abor- Além disso, o estudo proposto neste capítulo • BROTTON, Jerry. Uma história do mundo
dagem, é possível desenvolver o contempla as Competências Gerais 1, 4 e 5 e as em doze mapas. Tradução: Pedro Maia. Rio
tema contemporâneo transversal Competências Específicas 4 e 5, com base em de Janeiro: Zahar, 2014.
Ciência e tecnologia. recursos cartográficos e geotecnológicos. Essas
26
ENCAMINHAMENTO
A Cartografia é tratada como
Durante muito tempo, a projeção de Mercator foi utilizada sem grandes questionamentos, técnica e também como lingua-
pois atende de modo satisfatório à função de orientação para a navegação. No entanto, com o gem. Na BNCC, a Cartografia
passar do tempo, essa projeção passou a receber críticas relacionadas às proporções distorcidas ganha destaque, sendo consi-
das terras representadas. Na década de 1970, o cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) propôs derada um tema transversal na
uma nova projeção, o que motivou um grande debate na área acadêmica. medida em que se trata de um
conteúdo apresentado como lin-

LÜTTGEN/ULLSTEIN BILD/GETTY IMAGES


O impacto da projeção de Peters e de seu ataque guagem própria, com aspectos
a Mercator foi extraordinário. Nas duas décadas técnicos específicos.
seguintes, ele se tornou um dos mapas mundiais Durante todo o volume, a
mais vendidos de todos os tempos, concorrendo com Cartografia está presente na
a projeção do cartógrafo americano Arthur Robinson leitura de mapas, na elabora-
de 1961 [...]. Em 1980, ele enfeitou a capa do Relatório
ção de croquis, na análise de
Brandt e, em 1983, apareceu em inglês pela primeira
vez, em uma edição especial da revista sobre desen-
blocos-diagramas e perfis e na
volvimento global New Internationalist. Louvando o leitura de fotografias aéreas e
que chamou de um “notável mapa novo”, a revista imagens de satélite.
reproduzia as afirmações de Peters de que o mapa Para a eficiente leitura e ela-
de Mercator “mostra as ex-colônias europeias como boração de mapas, retome os
relativamente pequenas e periféricas”, enquanto seu principais conceitos que estru-
mapa “mostra os países de acordo com sua verdadeira
turam a Cartografia: escala,
escala”, o que, dizia a revista, “faz uma enorme dife-
rença para a representação do Terceiro Mundo”.
legenda, coordenadas, visão ver-
tical e oblíqua e orientação.
BROTTON, Jerry. Uma história do mundo em doze mapas.
Tradução: Pedro Maia. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p. 419. Para trabalhar o debate Peters
x Mercator, proponha aos estu-
Arno Peters, historiador e dantes que façam um fórum de
geógrafo, desenvolveu a projeção
de Peters, Alemanha, 2000 discussão com argumentos favo-
ráveis e desfavoráveis às projeções.
Cada representação do espaço carrega as concepções de mundo de seu cartógrafo e, Divida a turma em dois grupos
também, é influenciada pelo contexto histórico, social e político em que foi produzida. e atribua uma projeção para cada
Como mencionado anteriormente, o sistema de projeção de Mercator é útil para a navegação, um deles. Oriente os estudantes a
pois mantém uma relação de conservação dos ângulos. A intenção de Mercator era proporcionar
listar os pontos positivos e nega-
essa função aos mapas. Já Peters elaborou um sistema de projeção fiel às áreas das porções de
tivos delas e a se preparar para o
terra e às distâncias entre elas.
debate com antecedência. Enfatize
As produções cartográficas não se isentam do contexto social NÃO ESCREVA que a atividade deve promover o
RE SP ON DA no qual são produzidas. Desse modo, cada projeção apresenta NO LIVRO.
diálogo de modo respeitoso, favo-
PENSE E intencionalidades, de acordo com o objetivo que busca atender.
recendo o desenvolvimento da
1. Com base no que você aprendeu sobre projeções cartográficas, responda:
Competência Geral 1.
• De que forma as diferentes projeções podem influenciar na análise dos mapas?
Explique aos estudantes que o
momento de fala de cada colega
deve ser respeitado e ressalte a
importância de ouvir atentamente
27 as informações apresentadas.
Comente que o conhecimento
científico é algo dinâmico e que
as pesquisas na área de Cartografia estão em
Nesse livro, são analisados 12 mapas • ARNO Peters: radical map, remarkable
andamento. Desse modo, novas técnicas de
– desde representações cartográficas man. Direção: Ruth Adams. Estados
Unidos: ODTmaps, 2008. DVD (30 mapeamento podem ser desenvolvidas, tor-
da Antiguidade até imagens recentes,
min). nando os mapas mais precisos. Ressalte que a
elaboradas com base em imagens de
produção de novos mapas não torna os anterio-
satélites. No decorrer da obra, discu- Esse documentário apresenta as
res incorretos, pois eles representam a visão de
te-se a importância dos mapas como motivações de Arno Peters para a pro-
mundo dos cartógrafos da época.
representações de uma visão de mundo dução de um novo mapa do mundo.
Após a realização do fórum, solicite que os
e o caráter subjetivo deles, uma vez que Também relata as discussões car-
estudantes escrevam no caderno um texto sobre
os cartógrafos retratam as concepções tográficas que ocorreram após sua
o que compreenderão em relação ao assunto.
de sua época. publicação.
27
ENCAMINHAMENTO
Ensinar o conteúdo sobre pro-
jeções cartográficas sempre é um
desafio, porque envolve conheci- AS PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS
mentos interdisciplinares com a A principal dificuldade dos cartógrafos na produção de mapas é transpor as informações
Matemática (Geometria), como o da Terra, que tem um formato geoide, para uma superfície plana. Cada ponto na Terra precisa
estudo das formas e dos ângulos. corresponder a um ponto no mapa. Analise os mapas a seguir.
Inicie o estudo recupe-
rando com os estudantes alguns Planisfério

ALLMAPS
conceitos fundamentais para com-

preender o conteúdo. Levantar os OCEANO GLACIAL ÁRTICO
66º 33' Círculo Polar Ártico
conhecimentos prévios sobre o
que entendem por projeção car-
tográfica; explorar o conceito
etimologicamente, atribuindo a 23º 27' Trópico de Câncer

ideia de que projetar algo, dese-


OCEANO PACÍFICO
nhar, transformar de um estado 0º Equador
OCEANO
para outro podem ser estratégias ÍNDICO

eenw ic h
de inserção do assunto. 23º 27' Trópico de Capricórnio

e Gr
Como o tema usa princípios da OCEANO

od
ATLÂNTICO
Geometria Euclidiana, o conceito

ian
rid
Me
de transformação deve aparecer 66º 33' Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

na explicação e ser desenvolvido 0 2426

nessa conversa inicial de modo


que se consolide a noção de que Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 32.
o planeta Terra pode ser proje-
As projeções cartográficas precisam ser realizadas
tado de diferentes maneiras em Globo terrestre
por meio de procedimentos de correspondência mate-
um plano (um mapa).

ALLMAPS
mática entre as coordenadas plano-regulares do mapa
Uma vez trabalhado o con- e as coordenadas esféricas da Terra. Em função da
ceito de projeção, introduza os forma da Terra, será sempre impossível representá-la
tipos de projeções destacados em um planisfério sem algum nível de deformação.
nas páginas. Levante hipóteses Por isso, é preciso escolher a distorção menos proble-
com os estudantes: por que as mática para a compreensão do mapa, de acordo com
o seu objetivo.
projeções foram criadas? Qual foi
Para compreender essa ideia, imagine que você
a necessidade? Na realização das precise “esticar” a superfície de uma esfera sobre
primeiras projeções cartográficas, um plano. Essa planificação ocasionará distorções
havia conhecimentos técnicos e na superfície arredondada. Da mesma maneira, há
científicos suficientes para formu- também alterações na planificação do globo terrestre.
lar proposições de transformação? No entanto, foram criadas técnicas diferentes
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda.
para realizar a transferência de dados do globo ao
Quais? Atlas geográfico Saraiva. São Paulo:
mapa plano quanto à superfície de projeção. Saraiva, 2013. p. 24.
Explore o contexto global dos
séculos XV e XVI, que envolvia, 28
sobretudo, a expansão do mer-
cantilismo europeu (português,
espanhol e neerlandês). Resgate PARA AMPLIAR
o pano de fundo processual da
criação das projeções cartográficas
Indicação para o estudante
• IBGE. As projeções cartográficas. In: IBGE. Atlas escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. Disponível
e inicie a abordagem reforçando a
em: https://atlasescolar.ibge.gov.br/conceitos-gerais/o-que-e-cartografia/as-projec-o-es-
relação entre técnicas de transfor- cartogra-ficas.html. Acesso em: 19 ago. 2022.
mação e necessidades econômicas
Nesse site, é possível consultar a versão digital do Atlas geográfico escolar do IBGE e ter
e interesses políticos (intencionali-
acesso a mais informações sobre as diversas projeções cartográficas.
dades). Essa abordagem colabora
com o desenvolvimento da habili-
dade EF09GE15.
28
PARA AMPLIAR
Texto complementar
A Projeção Conforme de
Lambert aumenta a faixa de
A projeção cônica latitude da projeção cônica
As projeções cônicas são construídas usando como base um cone imaginário em simples pelo uso de um co-
contato com a Terra. Nessa projeção, os meridianos convergem no polo mapeado ne secante, que intercepta a
e os paralelos formam círculos concêntricos. No paralelo com o qual o cone está
superfície da Terra em dois
em contato, as deformações são menores. À medida que se afasta desse paralelo,
as deformações vão se ampliando. Esse tipo de projeção é bastante adequado na
paralelos padrões [...].
representação das áreas próximas aos trópicos. Ademais, o espaçamento
90º entre os paralelos é alterado
matematicamente, de mo-
80º
70º
60º

do que a distorção ao longo


50º
40º
30º

20º

dos paralelos e ao longo dos


SONIA VAZ

10º

30º
Fonte: IBGE. Atlas

170º

40º
geográfico escolar. meridianos seja a mesma, o
8. ed. Rio de Janeiro:
160º

150º

140º 60º
50º

IBGE, 2018. p. 21. que torna a projeção confor-


70º

me [...].
130º
120º 80º
110º 100º 90º

Esta projeção, idealizada


A projeção cilíndrica por Johann Heinrich Lam-
bert no século XVIII, é a
As projeções cilíndricas são construídas usando como base um cilindro imaginário
em contato com a Terra. Nesse tipo de projeção, os paralelos e os meridianos ficam
projeção cônica mais utili-
perpendiculares entre si. Com essa projeção, podemos representar adequadamente as zada em navegação, embora
áreas próximas à linha do equador. seu emprego maior seja em
cartas aeronáuticas.
90º Uma linha reta na Proje-
SONIA VAZ

ção Conforme de Lambert


75º

60º

45º

30º aproxima-se tanto de um


15º

0º círculo máximo que os dois


podem ser considerados
15º

30º
Fonte: IBGE. Atlas
45º

60º
geográfico escolar. idênticos para os propósitos
75º 8. ed. Rio de Janeiro:
90º
180º 165º 150º 135º 120º 105º 90º 75º 60º 45º 30º 15º 0º 15º 30º 45º 60º 75º 90º 105º 120º 135º 150º 165º 180º IBGE, 2018. p. 21. de navegação. Marcações ra-
diogoniométricas, de sinais
rádio que se propagam por
A projeção plana ou azimutal círculos máximos, podem
Esse tipo de projeção é obtido com um plano tangente a qualquer ponto da ser plotadas nessa projeção
superfície terrestre. Nessa projeção, as deformações são menores no ponto de contato sem a correção que necessi-
da superfície terrestre com o plano. Quanto mais longe desse ponto, maiores serão as tam quando são plotadas em
deformações. A projeção plana ou azimutal é bastante usada na representação das uma Carta de Mercator. Essa
áreas polares. 180º característica, ganha sem o
165º 165º

sacrifício da conformidade,
150º 150º
135º 135º

120º 120º tornou a Projeção Confor-


105º 105º
me de Lambert adequada
SONIA VAZ

90º 90º
Fonte: IBGE. para cartas aeronáuticas,
75º 75º
Atlas geográfico pois em navegação aérea
60º 60º escolar. 8. ed.
45º 45º Rio de Janeiro:
faz-se intenso uso de mar-
30º
15º
0º 15º
30º IBGE, 2018. p. 21. cações-rádio. Em Cartografia
Náutica, essa projeção tem
sido empregada, em uma
29
forma ligeiramente modi-
ficada, em altas latitudes,
para cartas polares.
MIGUENS, Altineu Pires.
Navegação: a ciência e a arte.
Niterói: Diretoria de Hidrografia
e Navegação, 2005. v. 1, p. 35-
36. Disponível em: https://www2.
unifap.br/alexandresantiago/
files/2012/03/cap_2_Projecoes_
Cartograficas_Carta_Nautica.pdf.
Acesso em: 3 ago. 2022.

29
ENCAMINHAMENTO
Para dar maior concretude
à prática sobre as projeções,
separe um globo terrestre – ou Os tipos de projeções e as suas finalidades
uma bola – e uma folha sulfite. As projeções cartográficas podem ser planas, cônicas ou cilíndricas, de acordo com a
Reúna os estudantes para superfície utilizada na confecção do mapa.
presenciar a explicação. No entanto, as projeções cartográficas também variam de acordo com as suas propriedades.
Aproxime-os da exposição e, Com o objetivo de minimizar as deformações durante o processo de planificação da superfície
terrestre, as projeções podem ser fiéis às áreas representadas, aos ângulos ou às distâncias.
com a folha de sulfite, repro-
Entretanto, não é possível atender às três exigências ao mesmo tempo. Por isso, quanto às pro-
duza a forma dos três tipos
priedades, as projeções classificam-se em conformes, equivalentes ou equidistantes.
mais comuns de projeção: plana
(mantenha a folha na horizon- A projeção conforme
tal), cilíndrica (forme um cilindro) Projeção de Mercator
Na projeção conforme, os
e cônica (forme um cone).

ALLMAPS
ângulos, no mapa, não são defor-
Envolva o globo terrestre ou mados. Não há preocupação com
a bola com a folha sulfite, con- a exatidão das distâncias ou das
servando a forma da projeção. áreas mapeadas.
Coloque-a de diferentes formas A projeção conforme mais
e faça perguntas aos estudan- conhecida foi desenvolvida pelo
tes, de modo que eles possam cartógrafo Gerardus Mercator
(1512-1594), em 1569. Essa pro-
estabelecer relações com as
jeção foi utilizada durante séculos
figuras que viram no livro. por navegadores, que precisavam
Chame a atenção para as da exatidão dos ângulos para
mudanças que os tipos de pro- cruzar os oceanos. Lembre-se de
jeção causam na perspectiva que, quanto à superfície de proje- Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed.
Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 23.
de visualização dos mapas. ção, a de Mercator é cilíndrica.
Por exemplo, a projeção plana
abarca apenas uma parte do A projeção equivalente Projeção de Peters
planeta, representando algumas A projeção equivalente tem a

ALLMAPS
regiões; a projeção cônica preocupação de manter corretas
favorece algumas áreas em as áreas dos continentes; já os
detrimento de outras, distor- ângulos e as distâncias são bas-
cendo o que não está no centro tante distorcidos.
do mapa; e a projeção cilíndrica A mais conhecida das proje-
ções equivalentes é a representada
consegue envolver o globo
a seguir, que foi aperfeiçoada por
todo, sendo utilizada na criação
Arno Peters em 1974. A projeção
de planisférios e mapas-múndi. de Peters, quanto à superfície, é
Dessa maneira, os estudantes também cilíndrica.
concretizam a percepção das
representações, que são abs-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE,
tratas, tornando mais fácil a 2018. p. 21.

compreensão da passagem da
forma esférica para a plana. 30
Esse trabalho colabora com o
desenvolvimento da habilidade
EF09GE15.

30
ENCAMINHAMENTO
Verifique se os estudantes
A projeção equidistante compreenderam adequadamente
A projeção equidistante mantém as distâncias exatas no mapa, sem a preocupação com as principais diferenças entre as
os ângulos e as áreas. É bastante usada para traçar rotas. Um tipo de projeção equidistante é a projeções cartográficas. Comente
azimutal, que geralmente usa como ponto de referência o polo. com eles que não existe proje-
ção certa ou errada e ressalte que
Projeção azimutal cada projeção deve ser escolhida
de acordo com a área e o objetivo

ALLMAPS
de estudo.
Conheça mais projeções cartográficas Caso considere oportuno,
e analise as distorções territoriais que cada
uma pode representar. Para isso, acesse o
proponha a realização de uma
site a seguir. Disponível em: https://www. atividade interdisciplinar com
jasondavies.com/maps/transition/. Acesso Matemática (EM13MAT509)
em: 14 ago. 2022.
explorando o assunto por meio
do uso do software Geogebra
(disponível em: https://www.geo
Fonte: FERREIRA,
Graça Maria Lemos.
gebra.org/m/btfr5zww; acesso
Atlas geográfico: em: 19 ago. 2022). A ferramenta,
espaço mundial. São
Paulo: Moderna, on-line, disponibiliza recursos para
2013. p. 12. que os estudantes simulem dife-
rentes projeções e comparem as
1. As projeções são equivalente e conforme, respectivamente. NÃO ESCREVA distorções realizadas ao transpor
Note que, no exemplo da projeção equivalente, as áreas são bem NO LIVRO.
PENSE E RESPONDA preservadas, porém com ângulos e distâncias bastante distorcidos. uma esfera para uma representa-
Já na conforme, os ângulos são conservados, porém as áreas e as
1. Analise os dois mapas a seguir e classifique cada um deles quanto às propriedades ção plana.
da projeção cartográfica. distâncias são muito distorcidas. Espera-se que os estudantes possam
fazer essas relações.
I II
ALLMAPS

ALLMAPS

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar.
8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 22. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 22.

31

PARA AMPLIAR
Indicação para o professor
• FITZ, Paulo Roberto. A representação cartográfica. In: FITZ, Paulo Roberto. Cartografia
básica. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. p. 34-47.
No capítulo sobre a representação cartográfica, Fitz aborda as diferentes projeções carto-
gráficas e apresenta alguns exemplos.

31
ENCAMINHAMENTO
Um dos principais fundamen-
tos para entender as projeções é
perguntar: quais são as motiva- As outras projeções cartográficas
ções políticas que determinaram Com o objetivo de resolver problemas de representação, outros cartógrafos criaram mapas
a criação das projeções? Por usando diferentes projeções.
que existem diferentes tipos
de projeções cartográficas? A projeção de Robinson
Projeção de Robinson
Questione os estudantes sobre A projeção de Robinson é

ALLMAPS
uma das representações cartográfi-
essas intenções.
cas mais utilizadas atualmente. Ela
Crie situações, recuperando não tem a preocupação com os
as principais projeções carto- ângulos, as distâncias, as áreas ou
gráficas estudadas. Trazer os as formas. Contudo, embora con-
conteúdos anteriores pode tenha distorções angulares, ocorre
ajudar no trabalho com o tema uma deformação mínima das áreas
proposto para estas páginas. continentais.
Reforce os nomes das proje-
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar.
ções, como Mercator, Peters e 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 24.
Robinson, bem como os perío-
dos em que elas foram criadas, Projeção de Albers

ALLMAPS
de modo que os estudantes se A projeção de Albers
familiarizem com esse tema e se A projeção de Albers é cônica
apropriem dele. e equivalente, com a padronização
Questione o que pre- dos paralelos.


r
valece em cada projeção.

do
Meridiano de Greenwich
ua
Eq
Conservam-se mais as formas
ou preservam-se mais os
ângulos? As projeções eram uti-
lizadas para quais fins? Em que Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 0º
8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 21.
momento? Quem eram esses
sujeitos? A quais forças políti-
cas estavam associadas? Projeção de Fuller

ALLMAPS
É possível expor as dife- A projeção de Fuller
rentes projeções em slides ou A projeção de Fuller é constru-
mesmo em mapas impressos, ída com base em um poliedro que
reforçando os elementos que pode ser desmontado, em uma
as distinguem. Questione com rede, de muitos modos diferentes.
os estudantes: por que a pro-
jeção de Mercator conserva os
ângulos, mas não as formas?
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos.
Por que na referida projeção o Atlas geográfico: espaço mundial.
Hemisfério Norte é maior que o São Paulo: Moderna, 2013. p. 13.

Sul? A Europa está em evidên- 32


cia por quê?
Há distintos aspectos polí-
ticos e ideológicos a serem
desenvolvidos nestas páginas.
Estimule a observação e a cons-
trução de argumentos críticos
baseados nos conteúdos que
são colocados.

32
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, continua-

BRITISH LIBRARY/SCIENCE PHOTO LIBRARY/FOTOARENA


mos com a temática da relação
OS MAPAS E O PODER
entre os mapas e o poder. Sob a
Os mapas podem ser produzidos de
perspectiva geopolítica e geoe-
acordo com determinadas intenções políticas,
conômica, comente com os
como verdadeiros projetos de poder. O auge
das Grandes Navegações (entre os séculos XV
estudantes que os mapas são
e XVI), por exemplo, marca um momento na essenciais para o levantamento
história em que os conhecimentos cartográficos de informações geográficas nos
foram amplamente utilizados como ferramenta territórios de interesse.
para o domínio político e econômico. Durante séculos, turcos, persas,
Os mapas, portanto, têm papel fundamen- gregos, romanos, cartagineses,
tal na expressão do poder ao longo dos séculos. egípcios, entre outros povos,
Diversos são os exemplos de reinos e impérios
disputavam o controle marí-
que contratavam cartógrafos para realizar o
timo do Mediterrâneo, desde a
levantamento sistemático de informações geo-
gráficas, condição primordial para uma futura Antiguidade. Holandeses, belgas,
conquista e consequente apropriação territorial. germânicos, francos, escandina-
Afinal, conhecimento cartográfico é poder. vos e bretões percorriam o Mar
Analise, a seguir, os mapas que eviden- do Norte para realizarem suas
ciam a expansão realizada pela Europa no WAGHENAER, Lucas Janszoon. Uma trocas. Tanto no sul como no
século XVI. descrição de todas as viagens marítimas norte da Europa, povos situados
da Europa. 1588. Gravura.
em territórios costeiros foram os

QUINTLOX/ALBUM/FOTOARENA
que se lançaram ao mar, desen-
volvendo refinada tecnologia
naval, e investiram em conheci-
mento cartográfico. Como forma
de consolidar o tema, pode ser
feita uma pesquisa destacando
os principais cartógrafos e suas
JANSSONIUS,
Jan. Arabiae origens, demonstrando onde
felicis petraeae, se concentrava a produção de
et desertae
nova et accurata conhecimento cartográfico. No
delineatio. decorrer da pesquisa, deve-se
c. 1700. Gravura refletir sobre a seguinte questão:
em placa de
cobre, 50 cm Em que medida é correto dizer
x 42 cm. Mapa que os principais cartógrafos per-
que representa
o conhecimento
tencem aos principais impérios e
regional da nações imperialistas no mundo?
península Correlacione a criação de
arábica na
perspectiva mapas com as técnicas desen-
centro-europeia. volvidas em cada época por
meio das perguntas: por que no
33 século XVI foram criados tantos
mapas da América? Por que no
século XIX foram feitos tantos
mapas da Oceania? Esse trabalho colabora com o desenvolvimento da habili-
dade EF09GE01.
Certifique-se de que a premissa de que os mapas obedecem a projetos de
poder esteja bem concretizada. Para tanto, pergunte aos estudantes: para que
servem os mapas? Quando os motoristas usam o GPS para dirigir pela cidade,
qual é a função do mapa no aplicativo?
Verifique se os estudantes compreendem que as funções primordiais dos
mapas são a localização e a orientação e que cada ponto é determinado pelo
cruzamento entre um paralelo e um meridiano (coordenadas geográficas).

33
ENCAMINHAMENTO
A partir do texto e do
mapa de Piri Reis, deslocamos
a centralidade da produção O domínio turco-otomano e a Cartografia
do conhecimento científico Os turcos-otomanos constituíram um importante centro na produção de mapas. Como uma
para a Ásia e as sociedades das principais combatentes à hegemonia europeia, a marinha turco-otomana valeu-se de mapas
não europeias, colaborando para estender seu poder para os mares Vermelho, Mediterrâneo, Negro e Cáspio, estabelecendo
com o desenvolvimento da parcerias comerciais com o Sudeste Asiático pelo Mar Arábico e o oceano Índico. A busca por
habilidade EF09GE01. O especiarias e pela tão cobiçada seda criou uma rede de relações comerciais que se estendia até
objetivo é compreender que a África.
No século XV, o desenvolvimento econômico se dava pela expansão do poder militar dos
a ciência é historicamente
turcos-otomanos, em sua fase de afirmação como potência. Eles enfrentaram diversas vezes a
coletiva e dinâmica. Como
marinha portuguesa e a espanhola. Portanto, o mar também era um território de conflitos por
sugestão de aprofundamento,
rotas navegáveis e pela circulação de mercadorias.
recomenda-se o texto de Brian O crescente capitalismo comercial levava à busca pela diversidade de produtos, causando a
Harley, intitulado “Mapas, disputa pelo poder e o avanço das técnicas de navegação. Os turcos-otomanos detinham maior
saber e poder”, disponível em: conhecimento sobre o extremo Oriente do que as nações europeias, o que lhes proporcionou
https://journals.openedition.org/ diversas vantagens na obtenção de produtos e resultou no aumento da zona de influência que
confins/5724?lang=pt (acesso exerciam na região.
em: 3 ago. 2022). Esse texto As relações comerciais, portanto, expandiam os vínculos de poder dos turcos-otomanos e
contribui com as reflexões acerca promoviam intercâmbios culturais. Além disso, suas relações comerciais prosperavam à medida
da função da Cartografia. que estabeleciam alianças diplomáticas com seus parceiros, diferindo do modo de comercializar
dos portugueses, que impunham a exclusividade.
PARA AMPLIAR Piri Reis (c. 1470-1554) foi um cartógrafo

ALP KAYA/ALAMY/FOTOARENA
turco-otomano que viveu no século XV e
Indicação para o
teve papel relevante na criação de cartas
professor marítimas de navegação. Ele empregava
• BURKE, Peter. Uma história métodos de confecção com alta precisão das
social do conhecimento 1: localizações para produzir mapas.
de Gutenberg a Diderot. Rio Reis obteve grandes avanços na prática
de Janeiro: Zahar, 2003. cartográfica, utilizando técnicas sofisticadas
• BURKE, Peter. Uma história como o cálculo das longitudes, medida que
social do conhecimento 2: só foi padronizada pelos europeus no século
da enciclopédia à Wikipédia. XVIII. Ele também inovou as formas de indi-
Rio de Janeiro: Zahar, 2012. cação dos rumos de navegação e as técnicas
Os livros de Burke apresen- de incursões litorâneas.
tam a história do conhecimento
e abordam o modo como a dis-
tribuição e a disseminação de
informações evoluiu ao longo
do tempo. Retrato do cartógrafo
turco-otamano
Hajji Ahmed Mudiddin Piri,
mais conhecido como
Piri Reis. (1470-1554).

34

34
ENCAMINHAMENTO
Oriente os estudantes a obser-
O mapa a seguir, de 1513, representa o conhecimento cartográfico e político turco-otomano. var atentamente o fragmento do
mapa elaborado por Piri Reis no
século XVI. Aproveite a oportu-
nidade para retomar com eles
conteúdos relativos à alfabeti-
zação cartográfica e peça-lhes
que verifiquem os contornos dos

IMAGES&STORIES/ALAMY/FOTOARENA
continentes, as rosas dos ventos,
as embarcações e demais ele-
mentos presentes no mapa.

Fragmento do planisfério elaborado por Piri Reis em 1513. O cartógrafo turco-otomano


representou as rotas das principais frotas de embarcações ibéricas no Atlântico e suas
ocupações nas costas americana e africana.

Outra questão a ser considerada em relação à elaboração dos mapas de Piri Reis é a centra-
lização do Atlântico, demonstrando a atuação europeia nessas águas e sua hegemonia quanto à
colonização da América, pela presença das caravelas. No contexto em que esse mapa foi produ-
zido, apresentava-se uma clara disputa em relação ao expansionismo da marinha turco-otomana
em contraposição ao predomínio europeu.
A formulação de tal mapa como um dos primeiros a representar as terras da América nos
mostra como o capitalismo comercial e a diversidade de técnicas estavam presentes em socieda-
des fora da Europa, além de destacar a preocupação geopolítica dos turcos-otomanos frente ao
avanço intenso dos portugueses e espanhóis na exploração do Atlântico.

NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

1. Qual é a importância dos mapas elaborados por Piri Reis?


Os mapas elaborados por Piri Reis demonstram o poder e o potencial de navegação dos turcos-otomanos ao
se posicionar frente aos chamados grandes navegadores europeus (Espanha e Portugal), explorando outros
métodos de navegação e apresentando uma produção cartográfica diferente.
35

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Solicite uma pesquisa mais aprofundada sobre outros povos que realizavam atividades
comerciais a longas distâncias por volta do século XV. Comumente, pela visão historiográfica
eurocêntrica, trabalha-se com maior ênfase a participação dos povos europeus nesse contexto,
em especial espanhóis e portugueses. Aproveite o exemplo dos otomanos, que obtinham,
inclusive, mais sucesso nas relações com o Extremo Oriente, para propor a pesquisa sobre
outras formas de relações comerciais mundiais na época. Enfatize que as relações mercantis
dos povos asiáticos não passavam necessariamente por processos colonizadores nem tinham
exigência de exclusividade em pactos coloniais.
35
ENCAMINHAMENTO
Comente com os estudan-
tes que Muhammad al-Idrisi
(1100–1165) foi um importante Os árabes e as diferentes representações de mundo
cartógrafo árabe, nascido na Assim como outros povos, os árabes também representavam o mundo da forma como o
cidade de Ceuta, no Marrocos. conheciam, de acordo com sua cultura e o que lhes era importante. Os elementos da religião
Conhecido por viajar por toda a mulçumana podem ser observados nos mapas publicados no livro do cartógrafo Muhammad
al-Idrisi, assim como elementos das culturas gregas, romanas e cristãs.
Europa, África e Ásia e mapear
as regiões visitadas, al-Idrisi
dedicou cerca de 18 anos de O islã e cartógrafos como al-Idrisi herdaram uma reverência semelhante pelo
oriente, embora desenvolvessem um interesse ainda mais forte pelas direções
trabalho para compilar inúmeras
cardeais à ordem do Alcorão aos seus fiéis para orar na direção sagrada de Meca,
informações e criar o mapa- independentemente da localização deles no mundo; a busca pela direção (conhe-
-múndi mais preciso da época. cida como qibla, “direção sagrada”) e a distância de Meca e da Caaba inspirou
Atualmente, é possível acessar alguns dos mais complicados e elaborados mapas e cálculos diagramáticos do
parte de sua obra no portal da período medieval. [...]
Biblioteca Nacional da França [...]
No mapa do mundo de al-Idrisi as quatro direções cardeais estão marcadas
(disponível em: https://gallica.bnf.
fora da moldura do mapa, a qual, inspirada nos versos do Alcorão, é composta
fr/ark:/12148/btv1b52000446t/
por uma aureola dourada. [...] O Mediterrâneo e o norte da África são represen-
f1.planchecontact; acesso em: tados em detalhes, assim como uma fantástica cadeia de montanhas em forma
19 ago. 2022). de água-viva com seus afluentes, na África Central. Chamada de “As Montanhas
É importante explicar para os da Lua”, acreditava-se que a cadeia era a fonte do Nilo. Egito, Índia, Tibet e China
estudantes que o conhecimento estão todos rotulados em árabe, assim como o mar Cáspio, Marrocos, Espanha,
cartográfico não foi produ- Itália e até a Inglaterra [...], com o globo inteiro cercado com um mar circundante.

zido apenas na Europa e que BROTTON, Jerry. Uma história do mundo em doze mapas. Tradução: Pedro Maia.
Rio de Janeiro: Zahar, 2014. p. 29-30.
outros povos também tiveram
grande importância na história
da Cartografia. Enfatize que os A representação do mundo por
mapas são influenciados pela Al-Idrisi surge por um desejo do rei Rogério
visão de mundo da época na para conhecer seu território. A Cartografia
qual foram produzidos. sempre esteve associada aos interesses geo-
NASTASIC/DIGITALVISION VECTORS/GETTY IMAGES

políticos para reconhecer territórios e, com


PARA AMPLIAR os mapas, estabelecer estratégias comerciais
e de proteção. As diferentes representações
Indicação para o dos territórios possuem elementos que
professor estão baseados nas concepções de mundo
• HISTÓRIA: A história da dos distintos povos existentes.
Observe, na página seguinte, um con-
cartografia e a importância
junto de representações que mostram essas
dos mapas - Paulo Miceli -
concepções. Perceba que os seres humanos
PGM 18. 2015. Vídeo (30 sempre tiveram necessidade de representar
min). Publicado pelo canal a Terra e os lugares onde vivem, conside-
Univesp. Disponível em: rando suas culturas, religiões e a forma de
https://www.youtube.com/ Mapa-múndi de Muhammad al-Idrisi, compreensão que tinham de nosso planeta.
w a t c h? v = L s - DT i f 6 Q Kg . século XII, cerca de 1150.
Acesso em: 19 ago. 2022.
36
No programa, a jorna-
lista Mônica Teixeira entrevista
o professor Paulo Miceli, do
Departamento de História
Moderna da Universidade
Estadual de Campinas. Miceli
comenta a importância que
os mapas têm para a huma-
nidade e explica a história da
Cartografia, destacando o uso
dos mapas para fins culturais,
estratégicos, bélicos e religiosos.

36
ANTIQUARIAN IMAGES/MARY EVANS/IMAGEPLUS
PENSE E RESPONDA
1. Peça aos estudantes que
Os romanos, interessados na organiza- observem atentamente os
ção de seu império, fizeram um mapa com as mapas desta página e que
estradas que ligavam as regiões dominadas listem as principais diferenças
por eles. Esse mapa tinha 6,28 metros de entre eles. Além do formato,
comprimento e 34 centímetros de largura.
espera-se que os estudantes
Mapa de Peutinger, que representa as áreas do
Mar Adriático, da Itália meridional, da Sicília e da também notem que as áreas
costa mediterrânea da África. Atualmente o mapa é retratadas são diferentes.
mantido na Biblioteca Nacional de Viena, Itália.
Enfatize as semelhanças entre
Os gregos do século VI a.C. já tinham formulado hipó- o mapa de Mercator e o de
IVY CLOSE IMAGES/ALAMY/FOTOARENA

teses sobre a esfericidade da Terra. Entretanto, séculos mais Portulano. Peça aos estudan-
tarde, muitas pessoas ainda acreditavam que o planeta
tes que comparem o contorno
era plano, como conceberam os egípcios e os hindus, por
exemplo. As representações da Idade Média incluíam figuras
dos continentes europeu e
de divindades junto a representações abstratas da paisagem. africano. Ressalte que a pro-
dução cartográfica foi bastante
Mapa-múndi de Hereford, que representa o mundo significativa no período mer-
T e O. Esse é o maior mapa medieval conhecido e
cantil, uma vez que a busca
pertence à Catedral de Hereford na Inglaterra.
por novas terras era algo de

ALLMAPS
O cartógrafo Gerard de Kremer, mais conhecido como grande interesse na época.
Mercator, desenvolveu uma projeção cartográfica que utili-
zava as coordenadas geográficas. Conhecida como projeção
de Mercator, o mapa priorizava as distâncias e ampliava as
áreas próximas ao círculos polares.

Mapa-múndi: projeção
de Mercator.
percurso realizado (se a aero-
nave já estiver em voo), o fuso
BRIDGEMAN/FOTOARENA
O Mapa de Portulano, elaborado na Itália, representa
o continente europeu e partes da África. Esse mapa foi feito horário entre os destinos, entre
em formato grande sobre pele bovina, com a indicação de outras informações técnicas.
linhas e traçado com base em pontos que possibilitavam o A intenção da atividade é
cálculo das distâncias entre os lugares. A procura de novas trabalhar, de forma mais inova-
terras estimulou a elaboração desses mapas.
dora, princípios geográficos e
conceitos cartográficos, como
Mapa de Portulano,
Itália, século XV. localização, distância, direção,
sistema de coordenadas, des-
NÃO ESCREVA locamento, entre outros.
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
Utilize planisférios com meri-
1. Sugira hipóteses para o desenvolvimento e a evolução dos mapas que culminaram
dianos e paralelos para ajudar
na criação dos portulanos. Resposta pessoal. É importante que os alunos façam uma pesquisa os estudantes a localizar e a
sobre a origem dos portulanos. calcular as distâncias e mudan-
ças de fuso horário.
37 Peça aos estudantes que
expliquem quais direções a
aeronave seguiu para chegar
PARA AMPLIAR pode ser usado na análise do tráfego aéreo ao destino, quantos graus se
mundial. O site está disponível em: https:// deslocou, em que sentido (leste
Atividade extra
www.flightradar24.com/51.5,-0.12/8. Acesso ou oeste), quantos fusos per-
Indicação para o estudante em: 3 ago. 2022. correu, horários de partida e
Proponha uma atividade de aprofunda- Reúna os estudantes em grupos e peça chegada, entre outros registros.
mento do assunto sobre o uso de mapas e que escolham uma aeronave e a rota que Ao final, relacione a aviação
a navegação espacial. Para tanto, com base desejarem. Clicando sobre o ícone da aero- com a navegação e enfatize a
no princípio da localização, use elementos nave, eles deverão selecioná-la e avaliar sua importância do conhecimento
de navegação espacial e tecnologia, como os rota. No site, há informações relevantes dis- cartográfico para que essas ati-
que estão disponíveis no site Flight Radar, que poníveis, como o trajeto (origem e destino), o vidades humanas se realizem.
37
ENCAMINHAMENTO
As atividades desta página
podem ser usadas como um
recurso para verificar o enten-
dimento dos estudantes
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
1. Os elementos naturais podem ser utilizados para a demarcação
de fronteiras políticas, o que envolve relações de poder.
sobre os conteúdos aborda- 1. Explique a seguinte afirmação: os elementos naturais, quando usados para delimitar
dos. Oriente-os a realizá-las e, territórios, tornam-se também elementos políticos.
caso tenham dúvidas, retome 2. Por que as representações cartográficas da Terra distorcem as terras mapeadas? Como
com eles os assuntos que não essas distorções podem ser utilizadas geopoliticamente? Consulte respostas e comentários
em orientações didáticas.
ficaram claros. 3. De que modo os contextos histórico e cultural podem interferir na produção cartográ-
Aproveite a oportunidade fica das sociedades? Eles podem interferir no conjunto de técnicas dominadas para a produção cartográfica e
na ideia que se quer transmitir pela divulgação de determinada produção cartográfica.
para explicar aos estudantes
4. Retome o texto da página 27. Por que, de acordo com a revista New Internationalist,
que o interesse das potências o mapa de Peters influencia a representação dos países em desenvolvimento?
europeias, durante o período Porque o mapa de Peters não distorce as áreas desses países e os representa de acordo com sua verdadeira escala.
5. Quais são as principais diferenças entre as projeções de Peters e de Mercator?
mercantil, favoreceu a produção Consulte resposta e comentários em orientações didáticas.
cartográfica, uma vez que os 6. Leia o texto a seguir e responda às questões.
mapas tiveram papel fundamen-

ARTOKOLORO/ALAMY/FOTOARENA
tal nas expedições marítimas. A carreira de Mercator e
Contudo, as representações sua cartografia foram [...] mol-
cartográficas também eram dadas pela Reforma. Após uma
série de incursões brilhantes,
produzidas em outras partes do mas imprudentes, na carto-
mundo (EF09GE01). grafia política e religiosa, que
Comente com os estudan- possivelmente contribuíram
para a acusação de heresia em
tes as dificuldades enfrentadas
1544, a projeção cartográfica
pelos cartógrafos para trans- de Mercator de 1569 ofereceu
por a forma geoide do planeta aos navegadores um método
em uma representação plana inovador de velejar por toda a
superfície da Terra. [...] Mercator
e enfatize a relação entre a
conseguiu transcender os con-
Geografia e a Matemática. flitos em torno dele e criar um
É importante que eles com- dos mais famosos mapas da
preendam a conexão entre as cartografia [...].
diferentes áreas do conheci- BROTTON, Jerry. Uma história do
mundo em doze mapas. Tradução:
mento, a fim de perceber que Pedro Maia. Rio de Janeiro: Zahar,
o saber científico é complexo e 2014. p. 246.

envolve diferentes perspectivas. c) e d) Consulte resposta e comentários em GOLTZIUS, Hendrick. Portret van Gerardus
Se houver oportunidade, orientações didáticas. Mercator. 1576. Gravura, 18,5 cm x 14,6 cm.
a) Qual é o assunto principal do texto? A contribuição de Mercator para a Cartografia.
retome com os estudantes os
b) Explique o contexto histórico da criação da projeção de Mercator.
mapas das páginas 35, 36 e 37
c) Compare a projeção de Mercator com outras projeções desta unidade e explique por que
e explique que eles também ela possibilitou “um método inovador de velejar por toda a superfície da terra”.
são documentos históricos, pois d) Quais relações podem ser feitas entre a projeção de Mercator e a expansão europeia? Por
retratam a visão de mundo da que isso era importante? Justifique.
época. Evidencie a relação entre b) A Reforma, a expansão do mercantilismo europeu, a colonização e o desenvolvimento do capitalismo
38 comercial impulsionado por Portugal, Espanha, Países Baixos, França e Inglaterra.
os componentes de História e
Geografia e enfatize a impor-
tância de compreendermos o
contexto histórico para enten- está presente em suas projeções com a de Mercator induz à leitura de que os países
dermos as dinâmicas do espaço finalidade de transmitir ideias, estabelecer desenvolvidos são mais valorizados. A pro-
geográfico. posição de superioridade ou, ainda, reafir- jeção de Peters é equivalente, esticando os
mar um território. países na região do Equador, o que acaba
Atividades 5. Na projeção de Peters, as áreas são equi- valorizando aqueles em desenvolvimento.
2. A forma geoide da Terra valentes, mas as formas são distorcidas.
torna impossível representá- Já na projeção de Mercator, as áreas são
-la no plano sem distorções. distorcidas, mas as formas são mantidas.
A carga político-ideológica Espera-se que os estudantes percebam que
da produção de mapas as projeções têm objetivos distintos, pois a
38
ENCAMINHAMENTO
Explique aos estudantes
7. Analise os mapas a seguir. Depois, responda às questões. que existem diferentes proje-
ções cartográficas e que todas
I apresentam pontos positivos

SONIA VAZ
165º
180º
165º
e negativos, de acordo com o
150º 150º
local a ser representado e com
135º 135º

120º 120º
o objetivo de estudo. Ao retra-
105º 105º
tar o globo terrestre em uma
90º 90º
superfície plana, qualquer pro-
75º 75º
jeção escolhida apresentará
60º 60º
distorções. A definição da pro-
45º 45º jeção mais adequada dependerá
do fenômeno a ser estudado.
30º 30º
15º 15º

II

SONIA VAZ
90º

80º
70º
60º
50º
40º
30º

20º
10º

0º 30º
170º

40º
160º

50º
150º

140º 60º

130º 70º
120º 80º
110º 100º 90º

III

SONIA VAZ

90º

75º

60º

45º

30º

15º

15º

30º

45º

60º

75º

90º
180º 165º 150º 135º 120º 105º 90º 75º 60º 45º 30º 15º 0º 15º 30º 45º 60º 75º 90º 105º 120º 135º 150º 165º 180º

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 21.
a) Azimutal (I); cônica (II); e cilíndrica (III).
a) Identifique os tipos de projeção com os quais eles foram elaborados.
b) Descreva as principais características de cada um deles. Consulte resposta e comentários em
orientações didáticas.
39

Atividade
7. b)É possível notar a representação da Terra de forma circular, com distorção das formas
nos polos (azimutal); a representação da Terra em forma cônica e com distorção maior
dos ângulos e distâncias (cônica); e a representação do planisfério terrestre com formas
distorcidas – esticadas – nos polos (cilíndrica).

39
ENCAMINHAMENTO
Analise o mapa da página
com os estudantes e aproveite
O
PENS AMEN T
a oportunidade para retomar
com eles aspectos da alfabeti- ESPA CIAL
zação cartográfica (EF09GE14).
Explique que as variáveis linha
A EXPANSÃO VIKING
e cor são usadas para retra-
tar os diferentes tipos de rota Os vikings viviam na região onde, atualmente, localizam-se a Noruega, a Suécia e a Dinamarca.
Eles desenvolveram técnicas de agricultura e destinaram terras a cultivos principalmente na planície
usados pelos vikings no século
da Dinamarca. Os vikings também eram especialistas na construção de embarcações. Os lagos,
VIII. A variável cor também os rios e os mares, na região da Noruega e da Suécia, foram utilizados para a busca de novos
foi empregada para destacar territórios, até a região onde atualmente é o Oriente Médio. Para a conquista de novos territórios,
as principais áreas de coloni- eles seguiram pelos rios e mares da região rumo ao oriente, além de percorrer rotas terrestres em
zação; enfatize-a e ajude-os carroças, cavalos e camelos.
a desenvolver um importante O apogeu da sociedade viking ocorreu no século VIII, em razão da grande extensão das
princípio do raciocínio geográ- suas rotas comerciais, do sucesso das colheitas e do crescimento populacional. Nesse período, a
fico, a extensão. população viking chegou a dois milhões de habitantes.
Analise o mapa a seguir.
Pergunte aos estudantes:
qual era a principal rota usada
pelos vikings? Por quê? Qual era Mundo: jornadas vikings (séc. VIII)
o principal objetivo das expe-

DACOSTA MAPAS
GROENLÂNDIA

wich
OCEANO Principais áreas

GLACIAL ÁRTICO
reen
rc de colonização
dições? Por que a Cartografia ulo
Po
la rÁ
de G Rotas marítimas
OCEANO rtic
Rotas fluviais
é importante para a navega- o
diano

ATLÂNTICO ISLÂNDIA Rotas terrestres


Invasões vikings
Meri

ção? Essas questões ajudarão FAEROES


NORUEGA FINLÂNDIA
ao estrangeiro
Desvendando a
Rotas de comércio
a interpretar as informações Mar SUÉCIA
internacional história: os vikings
Mar
representadas e colaborarão IRLANDA
do
Norte
Báltico RÚSSIA O livro apresenta
com o entendimento do mapa. INGLATERRA
DINAMARCA
a forma de vida e as
NORMANDIA
FRÍSIA características das
M comunidades vikings.
PARA AMPLIAR
0 634
BRITÂNIA IMPÉRIO ar
CAROLINGIO

sp
io
PEARSON, Anne.
Mar Negro
ESPANHA Desvendando a história:
Indicações para o 34
°N
ITÁLIA
IMPÉRIO
os vikings. Bélgica: Reed
BIZANTINO
professor Mar
Me
dit
err
International Books, 1993.
ÁFRICA
• VIKINGTIDSMUSEET. Oslo, ân
eo
ORIENTE
MÉDIO
[2022]. Site. Disponível em: 0° 48° L

https://www.vikingtidsmuseet. Fonte: PEARSON, Anne. The vikings. London: Hamlyn, 1993.


no/. Acesso em: 19 ago. 2022. (See through history, p. 4-5).

Site do museu norueguês As expedições eram realizadas principalmente com o objetivo de comercializar mercadorias,
dedicado aos povos vikings. tais quais peles de animais, joias e marfim, e de adquirir produtos, como seda, objetos de prata
Além de imagens das embar- e especiarias. Essas mercadorias tinham como principal destino a região da Escandinávia.
cações do acervo, apresenta Em suas jornadas com destino à Europa Oriental e à Ásia Ocidental, os vikings tiveram contato
informações sobre a história e com outras culturas. Nas trocas com outras sociedades, eles passaram a usar camelos para trans-
portar mercadorias, por exemplo. Também adquiriram novos conhecimentos sobre Cartografia e
a cultura vikings.
navegação.
• V I K I N G E S K I B S M U S E E T.
Roskilde, [2022]. Site. Dis- 40
ponível em: https://www.
vikingeskibsmuseet.dk/en/.
Acesso em: 19 ago. 2022.
Site do museu dinamarquês
dedicado aos navios vikings.
Apresenta fotografias das
embarcações e diversas infor-
mações sobre as expedições
vikings na Europa e demais
zonas costeiras do Atlântico
norte.

40
ENCAMINHAMENTO
Oriente os estudantes a obser-
NÃO ESCREVA 3. Com base nos recursos cartográficos, era possível conhecer as var atentamente as imagens da
ATIVIDADES NO LIVRO. características das rotas percorridas e as direções a serem tomadas para atividade 4. Comente com eles
que conseguissem chegar ao local onde comercializariam as mercadorias.
que os vikings desenvolveram
1. Analise a imagem a seguir. Depois, responda às questões.
conhecimentos importantes em
A representação a seguir é de uma vila viking nas Ilhas Lofoten, na Noruega. Nela, é
possível notar o porto e as vias de circulação.
engenharia e matemática, os
quais possibilitaram a constru-
WHITEMAY/DIGITALVISION VECTORS/GETTY IMAGES

ção de grandes embarcações.


A cultura viking inspirou
algumas produções de ficção
Vila nas Ilhas Lofoten,
que a retrataram de modo este-
Noruega, com navios reotipado e violento. Explique
atracados e neve. aos estudantes que, no contexto
Ilustração retirada da
obra A gift for a pet histórico expansionista, conflitos
("Um presente para um eram comuns, e que as pesqui-
animal de estimação”),
de Annie R. Butler,
sas sobre o modo de vida viking
1896. estão em andamento.
Na imagem, é possível notar embarcações, Ainda há poucas informa-
a) Que elementos estão presentes na imagem?
construções e vias de circulação.
b) Como os portos estão integrados com as vias de circulação das mercadorias e das pessoas ções disponíveis sobre o papel
na vila viking? Nota-se que as moradias, comércios e vias de circulação estão localizados próximos das mulheres nas guerras do
aos portos.
2. Analise o mapa da página anterior e responda às questões. povo viking. Pesquisas recentes,
a) Quais eram os principais rios que poderiam ser utilizados para a navegação e o transporte
que analisaram traços genéticos,
das mercadorias a serem vendidas e compradas? Os rios Volga, Dom, Danúbio, Dnieper e Dvina. comprovaram a presença femi-
b) Quais foram as principais áreas colonizadas pelos vikings? nina nas embarcações, mas não
Noruega, Dinamarca, Islândia, Inglaterra, Groenlândia, Irlanda, Suécia e Finlândia. há consenso entre os pesqui-
3. De que forma os recursos cartográficos auxiliaram na realização de tais expedições?
sadores sobre o protagonismo
4. Analise as imagens a seguir, que representam reconstruções históricas de uma vila e de feminino nos conflitos.
uma embarcação viking.
LUTSENKO_OLEKSANDR/SHUTTERSTOCK.COM

KIM PETERSEN/ALAMY/FOTOARENA

Restos da estrutura original de um navio


Vila viking no Wikinger Museum Haithabu, viking no Museu de Barcos Vikings, em
em Busdorf, Alemanha, 2021. Roskilde, Dinamarca, 2022.
a) O que as imagens revelam sobre o modo de vida dos vikings?
b) Em seu entendimento, por que as pesquisas e as reconstruções históricas são importantes
para a compreensão do modo de vida dos vikings?
4. a) As imagens representam moradias e embarcações, que revelam a importância da navegação e da
organização das vilas para os vikings. 4. b) Resposta pessoal. As reconstruções e as pesquisas históricas
são importantes para compreender os aspectos culturais, sociais e econômicos dos vikings. 41

PARA AMPLIAR
Indicação para o professor
• JULIO, Renann A. Pesquisa descobre que mulheres também viajavam nas embarcações vikings.
Revista Galileu, Rio de Janeiro, 17 dez. 2014. Disponível em: https://revistagalileu.globo.
com/Sociedade/noticia/2014/12/pesquisa-descobre-que-mulheres-tambem-viajavam-nas-
embarcacoes-vikings.html. Acesso em: 19 ago. 2022.
Esse artigo apresenta descobertas feitas por cientistas das universidades de Oslo, Estocolmo
e Uppsala que, com base em pesquisas genéticas, comprovaram a presença de mulheres nas
expedições vikings em direção à Inglaterra.

41
BNCC NA UNIDADE
Competências

2
Gerais: 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10 UNIDADE
Área: 1, 2, 4, 5, 6 e 7
Específicas: 2, 3, 5, 6 e 7

Habilidades
O MUNDO
• •


EF09GE01
EF09GE03
EF09GE04


EF09GE09
EF09GE10
EF09GE13
GLOBALIZADO
• EF09GE05 • EF09GE14
• EF09GE06 • EF09GE17
• EF09GE08 • EF09GE18

OBJETIVOS E
JUSTIFICATIVAS
• Identificar de que maneira a
Europa construiu sua hege- O modo de vida dos países oci-
monia no mundo moderno dentais expandiu-se para outros países
e contemporâneo para com- quando houve aumento da busca por
preender como ela exerce sua mão de obra e matérias-primas para
influência política, cultural e diversificação e aumento da produ-
econômica. ção. Esse processo se intensificou nas
• Desenvolver conceitos que pos- últimas décadas com a globalização,
sibilitam a compreensão dos em decorrência do desenvolvimento
de tecnologias de transporte e de
processos de colonização para
comunicação.
analisar a dinâmica da ocupa-
Como consequência, é possível
ção e formação das colônias.
notar, nas paisagens de diferentes
• Identificar as características dos lugares, uma tendência à uniformização
impérios e seu desenvolvimen- dos costumes com a presença de
to econômico para entender as shopping centers, de grandes edifícios, e
consequências atuais das dis- empresas multinacionais, por exemplo,
putas geopolíticas. além da disseminação de hábitos
• Identificar e reconhecer as iden- culturais e padrões de consumo.
tidades culturais para analisar o Analise a fotografia.
modo de vida das populações
em diferentes tempos e lugares.
• Entender as dinâmicas econô-
micas do mundo globalizado
para analisar a cultura e os há-
bitos nas cidades globais bem Templo Zojoji
como a influência cultural de em Shibakoen,
Tóquio, Japão,
alguns países e identificar ca- 2020.
racterísticas das influências no
comportamento dos jovens do 42
mundo globalizado.

TEMAS • Meio ambiente – educação para o consumo de globalização. Discuta com os estudantes
CONTEMPORÂNEOS • Economia – trabalho a respeito das violências acontecidas durante
TRANSVERSAIS todo o processo de expansão da economia
• Multiculturalismo – diversida- ENCAMINHAMENTO dos impérios da Europa e como isso contribui
de cultural Nesta unidade, serão trabalhadas temáticas a para a criação de uma cultura eurocêntrica e
• Ciência e tecnologia – ciência respeito do eurocentrismo e do mundo globali- de estereótipos e preconceitos contra as demais
e tecnologia zado, evidenciando as visões de orientalismo e culturas. A imagem de abertura contribui para
• Saúde – saúde ocidentalismo. A unidade aborda as expansões a análise do papel da Europa no processo de
• Cidadania e civismo – educa- comerciais realizadas pelas diferentes potên- ocupação de outros territórios que foram colo-
ção em direitos humanos cias europeias e o resultado disso no processo nizados e expropriados.
42
ENCAMINHAMENTO
Antes de iniciar o conteúdo,
pergunte aos estudantes se eles
Nesta unidade, você vai estudar:
• a hegemonia europeia e a estrutura econômica dos conhecem o termo globaliza-
sistemas coloniais; ção. Questione se sabem o que
• as trocas culturais entre povos eurasiáticos;
• a influência europeia e a mudança nos modos de vida. significa e se conseguem definir
quando esse processo começou.

STANISLAV KOGIKU/SOPA IMAGES/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES


Deixe que eles se expressem
livremente, sem a preocupa-
ção de corrigi-los. Em seguida,
parta dos saberes que os estu-
dantes partilharam. Muito
provavelmente, os estudantes
dirão, de alguma forma, que a
globalização é um processo de
mundialização das culturas no
qual os países mantêm relações
mais estreitas entre si, maiores
níveis de intercâmbio cultural e
trocas econômicas.
Peça a eles que pensem
exemplos de elementos que
comprovam a globalização.
Certamente, os exemplos mais
fáceis são aqueles associados
aos padrões de consumo.

NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
1. Quais elementos é possível perceber na paisagem?
maior influência em nosso
2. Como a globalização pode ter influenciado os cotidiano.
elementos e os modos de vida presentes nesta
paisagem? Explique.
PARA AMPLIAR
3. No lugar onde vive, é possível perceber aspectos
do mundo globalizado? Quais? Indicação para o
professor
• PORTO-GONÇALVES, Carlos
43 Walter. A globalização da
natureza e a natureza da
globalização. 5. ed. Rio de
Atividades Janeiro: Civilização Brasilei-
1. Um templo e arranha-céus. 3. Respostas pessoais. Discuta com os estu- ra, 2013.
2. Espera-se que os estudantes identifiquem dantes a temática da globalização pelo tipo Nessa obra, o geógrafo
que a globalização causou transformações de consumo. Assim, será possível partir de crítico decolonial Carlos Walter
na paisagem, com a presença de grandes marcas e corporações empresariais específi- Porto-Gonçalves debate como
edifícios, por exemplo. Essas mudanças cas que são reconhecidas atualmente e que, a sociedade organizou sua
também proporcionaram alterações no de alguma forma, simbolizam o fenômeno lógica de produção e consumo
modo de vida das pessoas, que passa- da globalização. A partir das referências após as transformações
ram a realizar outras atividades além das citadas, proponha uma atividade de dis- sociopolíticas da Revolução
tradicionais. cussão sobre que países e culturas têm Industrial.
43
ENCAMINHAMENTO
Nestas páginas, a habilidade
EF09GE01 será trabalhada a
TULO

3
partir da expansão dos impérios CAPÍ
e sistemas coloniais da Europa. OS SISTEMAS
São abordadas as trocas comer- COLONIAIS
ciais que estimulam o processo
de conquista de novos territórios
para exploração dos recursos Os cinco principais impérios europeus (britânico, francês,
Neerlandês: gentílico
português, espanhol e neerlandês) consolidaram-se principal-
naturais e aumento do lucro e referente à pessoa
mente em decorrência do desenvolvimento de tecnologias de nascida nos Países
da economia de cada um desses Baixos.
navegação; suas embarcações transportavam mercadorias na rota marí-
impérios. É importante discutir tima eurasiática, conectando o Sul e o Sudeste Asiático com os principais
com os estudantes os impac- centros da Europa. Assim, o enriquecimento comercial dos países europeus se deu com base no
tos que são vistos até hoje por controle dos fluxos comerciais de produtos alimentares e matérias-primas.
esse processo, como países com Os fluxos comerciais contribuíram para a ampliação das cidades e dos territórios europeus.
baixo desenvolvimento humano Um dos objetivos dessa expansão era o acúmulo de capital, com a exploração de minerais e
e econômico por conta da reti- especiarias, o que resultou na colonização de diversos territórios. Além da exploração dos recursos
rada de seus principais recursos naturais, os impérios europeus impunham suas práticas culturais e seus modos de vida em suas
colônias. Essas imposições culturais tiveram início no século XI, com as Cruzadas, e se intensifi-
naturais e a industrialização
caram no século XV, com as Grandes Navegações, e no século XVIII, com o aumento das trocas
tardia. Destacamos a habilidade comerciais e culturais.
EF09GE01, pois ela analisa cri- Analise, no mapa a seguir, as rotas comerciais de especiarias.
ticamente a forma como a
hegemonia europeia é exercida Rotas coloniais de especiarias (1400-1800)
em várias regiões do mundo.

DACOSTA MAPAS
Pode-se relacionar com diferen-
REINO
tes povos e formas de ocupações 0 1 284
UNIDO PAÍSES
BAIXOS
EUROPA
que o estudante já estudou, Londres
Paris REPUBLICA
VENEZIANA
FRANÇA
identificando diferenças e seme- ESPANHA ÁSIA
lhanças entre elas. PORTUGAL
Lisboa Madri
IMPÉRIO
OTOMANO
Ceuta Mar Mediterrân
Melilla Oran
Explore as relações espaciais Área de MARROCOS
eo Isfahan IMPÉRIO
MONGOL
TIBETE
influência
e os princípios geográficos que europeia Delhi Trópico de Câncer
Origem das OMÃ BURMA
compõem a análise dos siste- especiarias
SIAM
OCEANO
mas coloniais na Europa e suas Colônias ou
postos de troca
COSTA
DO OURO ÁFRICA LAOS FILIPINAS
PACÍFICO

redes de trocas de mercado- Espanhóis


ESTADOS
MALAY KUTEI
Equador

Portugueses
rias cada vez mais intensificadas, Britânicos ANGOLA
OCEANO
ÍNDICO
que aumentaram a necessidade Neerlandeses OCEANO
TIMOR
Meridiano de Greenwich

PORTUGUÊS
Franceses ATLÂNTICO
de assentar colônias em várias Trópico de Capricórnio
Rotas de ÁFRICA
partes do mundo. comércio DO SUL
Espanholas
O mapa apresenta a influência Portuguesas

europeia durante o capitalismo Britânicas



Neerlandesas
comercial, possibilitando a Fonte: SNOW, Peter (ed.). History of the world map by map. London: Dorling Kindersley, 2018. p. 162-163.
Francesas
análise de onde essa hegemonia
foi exercida e de que maneira. 44

PARA AMPLIAR
Indicação para o professor
• SMITH, Adam. A riqueza das nações. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2016.
Esse livro é um dos maiores clássicos para compreender as bases da Economia moderna e o
liberalismo, seus reflexos contemporâneos e os principais eventos da sociedade moderna europeia,
como resultado da maximização do mercantilismo.

44
AKG-IMAGES/ALBUM/FOTOARENA
ENCAMINHAMENTO
A página apresenta a pintura
Como resultado da expansão dos mer- O mercado de vegetais, de
cados e territórios, ampliou-se a influência Hendrick Sorgh, 1662, repre-
das cidades e alteraram-se as dinâmicas de sentando o momento vivido
circulação de mercadorias e pessoas, com na época, de renovação das
consequente aumento da circulação de cidades, que se tornavam
capital. As cidades passaram a ser centros
cada vez mais os lugares onde
de distribuição de mercadorias e de infor-
mações sobre o que acontecia em outras
as pessoas se encontravam,
partes do mundo, como retrata a obra de comercializavam e se manifesta-
arte O mercado de vegetais, de Hendrick vam culturalmente (EF09GE04
Sorgh. As informações, nesse período, eram SORGH, Hendrick. O mercado de vegetais. 1662. Óleo e EF09GE13). O texto com-
tão importantes quanto as mercadorias, e sobre tela, 51 cm x 71 cm. A obra de arte representa plementar ajuda a desenvolver
muitas delas foram cartografadas como um mercado de vegetais em uma cidade neerlandesa. esse ponto, a respeito dos tipos
conhecimentos relevantes para os Estados ampliarem seus territórios e os fluxos econômicos. de produtos comercializados, e
Leia o texto a seguir para conhecer uma das consequências das expansões comerciais do
aborda o TCT – Diversidade
período colonial.
cultural.

[...] Um acontecimento de alcance considerável foi, em 1869, a abertura do Canal de


Suez, que facilitou a importação de grandes quantidades de sementes da Índia: sobretudo
amendoim e gergelim. Em 1929 transitaram pelo Canal com destino à Europa ocidental
1 770 000 toneladas: um recorde. [...]
Em grande parte, eram utilizados para a alimentação, após refinação especial para
eliminar seu princípio tóxico, o gossypol [óleo de algodão]. Enfim, ainda antes da Primeira
Guerra Mundial, a construção das estradas de ferro na África ocidental permitiu a exten-
são da cultura do amendoim no Senegal, na expectativa, após 1923, da conquista do
Sudão Ocidental Francês e, sobretudo, do norte da Nigéria, desbloqueado, após 1911, pela
abertura da estrada de ferro Kano-Lagos. Texto complementar
MONTANARI, Massimo; FLANDRIN, Jean-Louis (org). História da alimentação.
São Paulo: Estação Liberdade, 1998. p. 733-734.
Embaixadores de
aromas
Se somente nessa época

DEAGOSTINI/GETTY IMAGES
Ao analisar o mapa da página anterior
e ler o trecho do livro História da alimen- os portugueses iniciaram
tação, podemos afirmar que o processo de sua saga pelos mares, a do-
colonização, apesar de estimular o comércio brar cabos mal-assombrados
e o desenvolvimento das cidades, espoliou da África para desembarcar
os povos cujos territórios tinham algum tipo na Índia, China e ilhas do Pa-
de produção agrícola e extrativista mineral cífico, outros, muitos, mas
e vegetal. muito antes, foram incri-
Afresco no pórtico do Castelo de Issogne, velmente audaciosos ao se
no noroeste da Itália, entre os séculos XV aventurarem pelos reinos
e XVI. A obra representa uma farmácia das especiarias. Vivendo às
no século XV. As especiarias trazidas do margens orientais do Medi-
Oriente também foram importantes para
o uso medicinal e o desenvolvimento de
terrâneo, ocupando terras
novos remédios. onde hoje é o Líbano, os
fenícios, povo de origem se-
45 mítica, foram navegadores
e comerciantes geniais, cir-
culando pelos mares séculos
antes da era cristã. Mais tar-
de, os árabes fizeram fama
PARA AMPLIAR de grandes mercadores pe-
Atividade extra rambulando por terras e
Solicite aos estudantes uma pesquisa sobre um desses itens da culinária euroasiática e águas a trocar alhos por bu-
os intercâmbios culturais e como isso influenciou façam uma pesquisa, identificando: por que galhos – canela por ouro,
seda por linho, coentro por
o quadro gastronômico dos países euroasiáticos. esses alimentos têm esses nomes? Por que esses
gengibre [...]
Selecione pratos típicos de países e/ou regiões, ingredientes? De onde os ingredientes vinham?
tais como steak tartare – Alemanha; borsch – Esse prato típico chegou a nosso município, NEPOMUCENO, Rosa. Viagens
ao fabuloso mundo das
Rússia; faláfel – Arábia Saudita; kimchi – Coreia estado ou país? Combine com os estudantes especiarias. Rio de Janeiro: José
do Sul, entre outros. Peça-lhes que escolham uma forma de apresentação sobre o tema. Olympio, 2007. p. 29.
45
ENCAMINHAMENTO
Trabalharemos agora a
expansão do Império Francês THOMAS FAULL/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES

pelo mundo, com destaque AS COLÔNIAS FRANCESAS


para a habilidade EF09GE01.
O processo de desenvolvimento do sistema
A exploração de novos recur- colonial francês iniciou-se com a fundação do
sos para expansão comercial Porto Real (1605) na província de Nova Escócia,
fez com que a França estabe- na costa canadense, para consolidar o cultivo
lecesse colônias em todos os de tabaco e interferir na estratégia inglesa de
continentes, em especial, o dominação da América do Norte.
continente africano. Algumas
Cais real de Annapolis, construído em Porto
colônias existem até os dias Real, na Nova Escócia, fundamental para a
atuais, como é o caso da Guiné ocupação francesa da América do Norte. A
construção desse porto garantiu ao Império
Francesa no continente sul-ame- Francês as colônias de Quebec e o controle
ricano. Faça a leitura do mapa do Rio Mississippi por décadas. Canadá, 2019.
e converse com os estudantes
Os franceses fundaram novos portos marítimos ao longo da costa oeste africana, como no
sobre a influência francesa nos
Senegal, em 1624. Anos mais tarde, assentaram-se sobre os territórios asiáticos nas atuais regiões
países da África e no Sudeste indianas de Bengala e Pondicherry (1673), Yanam (1723), Mahe (1725) e Karaikal (1739) e passaram
asiático (Indochina). Enfatize a a exercer enorme influência nas ilhas africanas Bourbon (1664), Maurício (1718) e Seychelles (1756),
rede do sistema colonial francês e nas centro-americanas do Haiti, Guadalupe, Martinica, Granada e Guiana. A ação da colonização
pelo mundo, atentando para os francesa indica a magnitude das ocupações por praticamente todas as regiões continentais. Analise
principais produtos comercia- o mapa a seguir, que representa as colônias francesas entre os séculos XVI e XX.
lizados e para a lógica de suas
ocupações. Procure oferecer Extensão colonial do Império Francês (séc. XVI-XX)
uma perspectiva que explore

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO

as particularidades dos padrões


produtivos e a lógica econômica Círculo Polar Ártico

do colonialismo francês. São Pedro


e Miquelão FRANÇA
OCEANO
PARA AMPLIAR ATLÂNTICO
Marrocos
Tunísia
Argélia
OCEANO
PACÍFICO
Laos
Guadalupe Mauritânia Alto Senegal e Níger
Indicação para o Trópico de Câncer
e Martinica Ubangui-chari Tonquim Parte
OCEANO Senegal Chade Aname
Guiana (Atual República do atual
professor PACÍFICO Francesa Guiné Centro-africana) Conchinchina Vietnã
Equador Camboja
• HÁBITO negro. Direção: Bruce Estabelecimentos
Costa
do Marfim
Gabão
Comores OCEANO Novas Hébridas

Beresford. Austrália; Canadá: franceses na Oceania Reino do Daomé


(Atual Benin)
Madagascar
ÍNDICO (Atual Vanuatu)
Trópico de Capricórnio
Samson Productions, 1991. Nova
Meridiano de Greenwich

Ilha da Reunião Caledônia


Vídeo (101 min).
O filme narra as relações 0 2 887
OCEANO GLACIAL
entre um padre jesuíta e os Círculo Polar Antártico ANTÁRTICO
AOF (África Ocidental Francesa)
AEF (África Equatorial Francesa)

indígenas da região do Canadá, Indochina Francesa

em 1634, descrevendo como a Elaborado com base em: DORIGNY, Marcel et al. Grand atlas des empires coloniaux: premières
colonisations, empires coloniaux, décolonisations XV-XXI siècles.
Igreja foi fundamental no pro- Paris: Autrement, 2015. p. 372.
cesso de colonização da região.
46

46
ENCAMINHAMENTO
Os interesses dos franceses
O movimento de apropriação territorial francês foi intenso, agressivo e expansivo. O projeto são essenciais para compreender
territorial era aproveitar ao máximo o acesso a novas manufaturas e mercadorias. Na América, os desdobramentos políticos e
destacou-se pela produção de peles e peixes, na região dos grandes lagos canadenses; tabaco e sociais do imperialismo europeu.
corante, no atual estado estadunidense da Louisiana; e açúcar e rum, nas ilhas da América Central. Os franceses constituíram com-
Na África, exploravam marfins e o trabalho escravizado. plexa rede mercantil com as
O principal núcleo comercial existente era entre Europa e os demais territórios: Ásia, na
Índias, a África e a América.
conexão manufatureira de sedas com a Turquia; Pérsia, comercializando ornamentos têxteis, sedas
e tapeçarias; e Península Arábica, vendendo café, na cidade de Mokha, e pérolas, extraídas no
Embora a ocupação francesa
Golfo Pérsico. Outras conexões de destaque eram a Índia, nas trocas de produtos como sedas, tenha prevalecido mais na África,
gemas, algodão, canela, tintas e búzios; e a China, ao fornecer corantes, perfumes, ervas, sedas, pode-se dizer que as influências
porcelanas e chás. culturais de Paris foram importa-
Essas redes comerciais do Império Francês formavam a relação de produção que determinava das e herdadas de várias regiões
seu poder econômico. Quanto mais um império criasse núcleos de trocas, mais poderia operar em do globo. Enfatize esses ele-
diversos territórios e assegurar os recursos neles situados, além de participar da economia global- mentos com os estudantes.
mente, influenciando na definição de preços e no controle das economias de outros territórios.
Destaque momentos históri-
A fotografia a seguir evidencia a influência do Império Francês nas colônias.
cos, como a própria Revolução
Francesa (1789-1799), que per-
ALUCARDION/SHUTTERSTOCK.COM

mitiu a ascensão da burguesia


parisiense, isto é, da classe que
ajudou a financiar as expedições
imperialistas no século seguinte.
Esses eventos estão relacio-
nados à hegemonia europeia,
sendo, portanto, central para
esse conteúdo.

costa norte de São Domin-


gos, e a eles seguiram-se
os ingleses e os holande-
ses, vindos de Santa Cruz.
Tortuga era saudável e pe-
la floresta da São Domingos
Catedral construída com influência do estilo arquitetônico gótico, muito utilizado na França na ocidental passavam mi-
baixa Idade Média. Lagos, Nigéria, 2019. lhões de cabeças de gado
selvagem que poderiam ser
47 caçadas para a alimentação
ou pelo couro. [...] France-
ses, britânicos e espanhóis
trucidaram-se por aproxi-
PARA AMPLIAR madamente trinta anos. Os
Texto complementar ingleses assumiram de fato
a posse de Tortuga duran-
Franceses no Haiti orgulho da França e a inveja das outras
te um certo tempo, mas em
[...] a colônia francesa das Índias Oci- nações imperialistas. A sua estrutura era
1659 os bucaneiros franceses
dentais de São Domingos [atual Haiti] sustentada pelo trabalho de meio milhão prevaleceram.
representava dois terços do comércio ex- de escravos.
[...] JAMES, Cyril Lionel Robert. Os
terior da França e era o maior mercado
jacobinos negros: Toussaint
individual para o tráfico negreiro euro- Em 1629, alguns aventureiros france- L’Ouverture e a revolução de
peu. Era parte integral da vida econômica ses encontraram um lar na pequena ilha São Domingos. São Paulo:
da época, a maior colônia do mundo, o de Tortuga, distante nove quilômetros da Boitempo, 2000. p. 15-20.
47
ENCAMINHAMENTO
Neste tema, a habilidade
EF09GE01 é desenvolvida a
partir da expansão do Império AS COLÔNIAS BRITÂNICAS
Britânico pelo mundo. A Coroa As ocupações britânicas são muito semelhantes às francesas. Ao todo, seu domínio colonia-
Britânica ainda mantém alguns lista englobou mais de 33,7 milhões de quilômetros quadrados, mais que a extensão dos impérios
territórios ao redor do mundo russo e mongol, por exemplo. O início do desenvolvimento de um sistema colonial britânico – no
e estabeleceu acordos entre período do Rei Jaime I (1603-1625) – ocorreu por volta de 1606, com a fundação da Companhia
antigas colônias que as tornam Britânica das Índias Orientais e da Companhia Londrina da Virgínia.
independentes desde que Impulsionada pelas novidades das técnicas, do desenvolvimento científico e da organização da
reconheçam a monarca britâ- produção e das relações de trabalho no período da Primeira Revolução Industrial, a Inglaterra assumiu
posição de liderança no movimento de integração mundial na passagem do capitalismo comercial
nica como superior enquanto
para o industrial. Esse processo resultou em sua influência mundial, na economia e no processo de
chefe de Estado. Isso traz colonização, em função de suas necessidades de matéria-prima para abastecer as fábricas.
para a Coroa maiores aliados
comerciais e militares, uma vez

ASAR STUDIOS/ALAMY/FOTOARENA
que o país é uma das maiores
potências bélicas mundiais e
mantém sua zona de influência.
Considere, assim como ocor- PAYNE, W. H. Vista
rido com as colônias francesas, aérea dos acessos
os conjuntos de interações que à Índia por Letts.
c. 1900. Mapa,
marcaram a estabilização do 49 cm x 72 cm.
Império Britânico, levando em Croqui elaborado
conta os principais elementos pelos ingleses
durante a ocupação
explicativos sobre sua impo- da Índia. Na
sição econômica. Destaque paisagem retratada,
apresenta-se o vale
a participação britânica na hindu, o Afeganistão
fundação das 13 colônias esta- e os limites físicos
dunidenses, assim como na dos territórios
asiáticos.
Nova Zelândia e na Austrália.
Além disso, pensar sobre o A exploração britânica compreendia todos os continentes do globo e anexou fornecedores
padrão de conexão comer- de matérias-primas fundamentais, como minérios e alimentos. No continente americano, esse
cial entre os principais centros processo se deu com a fundação das 13 colônias, a partir das Companhias Londrina da Virgínia e
de produção do mundo pode Companhia de Plymouth. Nesses territórios predominavam a produção
de tintas e tabaco (sul) e de peles e peixes (norte); na América Central, Ópio: extraído da
ser um interessante caminho
predominava a produção de rum, açúcar, tabaco e pau-campeche. As cápsula da papoula
para dar centralidade à lógica terras africanas foram exploradas, inicialmente, para fins de escravização ainda verde, é uma
comercial do capitalismo no e de exploração de marfins. O centro comercial do mundo, composto
substância natural
com ação analgésica,
século XVIII. Além disso, traba- por Índia, China e Indonésia, fornecia mercadorias como ópio, especia- narcótica e alucinógena.
lhe com o croqui de paisagem rias (cravo, açafrão, canela, anis), aço, sedas, pedras preciosas, algodão, O uso repetido leva à
dependência química.
Vista área dos acessos à tintas, búzios, corantes, perfumes, ervas, sedas, porcelanas e chás.
Índia por Letts, 1900. É inte- Analise o mapa da próxima página. Apenas 22 países não sofreram algum tipo de interferência britâ-
ressante notar como a variação nica, o que reforça a intensidade desse império na corrida por desenvolvimento econômico e tecnológico.
dos perfis de relevo era con- 48
siderada pelos colonialistas
durante o processo de ocupa-
ção. Pergunte aos estudantes:
onde os britânicos estavam?
PARA AMPLIAR
A que momento histórico isso Indicações para o professor
se refere? Faça outras pergun- • O ÚLTIMO dos moicanos. Direção: Michael Mann. Estados Unidos: 20th Century Fox, 1992.
tas que permitam explorar Vídeo (117 min).
as habilidades EF09GE14 e O filme narra a guerra entre britânicos e franceses pelo domínio das terras no Novo Mundo.
EF09GE17.
• TOTA, Antonio Pedro. Os americanos. São Paulo: Contexto, 2009.
O livro traz um panorama da história dos Estados Unidos desde o processo de coloniza-
ção até os dias atuais.

48
ENCAMINHAMENTO
Os britânicos estão no centro
Mundo: intervenção do Império da discussão sobre os sistemas
Britânico (até agosto de 2022) coloniais. Faça perguntas dispa-

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO
radoras, como: quais foram os
efeitos do contato com os bri-
Círculo Polar Ártico
tânicos para a cultura de povos
BELARUS
LUXEMBURGO
QUIRGUISTÃO originários? Como se pode exem-
SUÍÇA LIECHTENSTEIN MONGÓLIA
ANDORRA VATICANO
TAJIQUISTÃO
OCEANO
PACÍFICO
plificar a busca pelo domínio de
OCEANO MÔNACO UZBEQUISTÃO
Trópico de Câncer ATLÂNTICO mercado por parte dos ingleses?
OCEANO
PACÍFICO
COSTA DO
MALI CHADE
REPÚBLICA
O que a busca pelo domínio de
GUATEMALA MARFIM ILHAS MARSHALL
Equador
SÃO TOMÉ E
CENTRO-AFRICANA
BURUNDI
0º mercado representava para as
PRÍNCIPE OCEANO
ÍNDICO Fonte: ESTEBAN, Javier. elites britânicas? Essas perguntas
Trópico de Capricórnio BOLÍVIA REPÚBLICA
El legado del imperio
DEMOCRÁTICA ajudam a ampliar e a comple-
Meridiano de Greenwich

PARAGUAI DO CONGO británico. El Orden


Mundial, [Madrid], 20 mentar os princípios geográficos
mar. 2017. Disponível em:
0 3 090
Países nunca invadidos
pelo Império Britânico
ao longo da História
https://elordenmundial. que norteiam o conteúdo do
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
com/el-legado-del-
imperio-britanico/.
tema trabalhado.
Acesso em: 3 jul. 2022.

O império britânico alcançou tamanha influência em razão de alguns fatores, como o domínio
bélico e as vitórias em guerras; a supremacia naval da Grã-Bretanha e o domínio da economia
industrial mundial.
Para manter seu domínio imperialista, a conquista de novos territórios para exploração de
matérias-primas foi de grande importância, marcada por conflitos territoriais e intensa exploração
de mão de obra escravizada para retirada de insumos para produção industrial.
O poder da influência inglesa no colonialismo pode ser expresso na formação da Comunidade
das Nações (Commonwealth). Politicamente, os países-membros elegem seus representantes
de Governo, intitulados de
Primeiros-Ministros, com os Países-membros da Commonwealth
0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


quais a Rainha da Inglaterra,
[...] A Companhia de
atualmente Elizabeth II, ainda
Plymouth receberia as terras
possui papel político simbó- Círculo Polar Ártico
REINO e o monopólio do comércio
lico. As defesas territoriais e UNIDO
CANADÁ
OCEANO entre a região da Flórida e o
auxílio de conflitos nacionais
SÃO CRISTÓVÃO
ATLÂNTICO
OCEANO rio Potomac, restando à Com-
são mediados pela Coroa ANTÍGUA MALTA PACÍFICO

BAHAMAS
E NEVIS E BARBUDA
DOMINICA
CHIPRE
PAQUISTÃO BANGLADESH panhia de Londres as terras
Britânica. Atualmente, a Trópico de Câncer
OCEANO JAMAICA
SANTA LÚCIA
SÃO VICENTE E
NIGÉRIA
CAMARÕES
ÍNDIA
MALÁSIA entre os atuais Cabo Fear e
Commonwealth conta com PACÍFICO
BELIZE
TRINIDAD
GRANADINAS
BARBADOS
GABÃO
QUÊNIA SRI LANKA
BRUNEI ILHAS MARSHALL Nova York. Separando as duas
Equador E TOBAGO GRANADA UGANDA MALDIVAS
KIRIBATI
56 países-membros. GUIANA GÂMBIA
RUANDA
TANZÂNIA
CINGAPURA NAURU 0º
TUVALU
concessões havia uma região
MALAWI ILHAS SALOMÃO
SERRA LEOA PAPUA-NOVA GUINÉ SAMOA

Trópico de Capricórnio
GANA
TOGO
SEYCHELLES
ILHAS MAURÍCIO
VANUATU
FIJI

TONGA
neutra, para evitar conflitos
de jurisdição. Nessa área, os
MOÇAMBIQUE AUSTRÁLIA
Meridiano de Greenwich

ZÂMBIA
OCEANO
SUAZILÂNDIA ÍNDICO
NAMÍBIA
Fonte: THE COMMONWEALTH.
ÁFRICA
BOTSUANA holandeses aproveitaram pa-
Member countries. The DO SUL LESOTO NOVA ZELÂNDIA

Commonwealth. London, 0 3 090 ra fundar colônias, das quais


c2022. Disponível em: https:// Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO a mais famosa daria origem à
thecommonwealth.org/our-member-
countries. Acesso em: 3 jul. 2022. cidade de Nova York. Curiosa-
mente, ao chegarem à região,
49 os holandeses compraram a
ilha de Manhattan pelo equi-
valente a 24 dólares em contas
e bugigangas. Os vendedores,
PARA AMPLIAR Primeiros-Ministros. Em troca, o Reino Unido
os índios canarsees, acabavam
oferece proteção militar em caso de guerra. de vender ao líder holandês
Atividade extra
Texto complementar Peter Minuit um dos pedaços
Quais são as características da relação mais valorizados do mundo
entre o Reino Unido e os demais países da Colonização dos Estados Unidos atual: o centro da cidade de
Commonwealth? No início do século XVII, já sob a dinas- Nova York, chamada, no sé-
Resposta: Para os países-membros, a rainha tia Stuart, a Inglaterra reviveu o impulso culo XVII, de Nova Amsterdã.
colonizador. [...] a Coroa entrega a parti-
do Reino Unido ainda é chefe de Estado. No KARNAL, Leandro et al. História
culares essa atividade. Não mais nobres dos Estados Unidos: das origens
entanto, os países têm total independên- individuais, mas as companhias como a ao século XXI. São Paulo:
cia em seus governos, a partir da eleição dos de Londres e a de Plymouth. Contexto, 2007. p. 42-43.
49
ENCAMINHAMENTO
Neste tema, as habilidades
EF09GE01 e EF09GE18 serão
trabalhadas a partir da expan- A OCEANIA E A ECONOMIA AUSTRALIANA
são do Império Britânico para a O Pacífico Oriental e a Oceania constituíram-se como uma região tardiamente colonizada (entre
Oceania. Com a independência os séculos XVIII e XIX), sendo foco de interesse dos principais centros econômicos nesse contexto.
do território australiano da Coroa A primeira ocupação inglesa foi a partir da fundação da cidade de Perth, na região de Albany. As
Britânica, o país se destaca como ilhas, repletas de recursos naturais, foram alvo de grande interesse do mercantilismo inglês.
um dos principais países expor- Analise o mapa a seguir, que representa o território da Austrália, Nova Zelândia e os arqui-
pélagos da Micronésia, Polinésia e Melanésia. Note que a divisão do território da Oceania foi
tadores de minérios do mundo.
estabelecida a partir dos processos de colonização por parte das grandes potências europeias.
As inovações tecnológicas para A economia colonial se desenvolveu com base na criação de carneiros, ovelhas e bovinos e na
extração e exportação da pro- exploração de metais, como o ouro, em um complexo envolvendo Melbourne e Sydney, as mais
dução mineral do país fez com importantes cidades australianas até hoje.
que o crescimento do setor nos
últimos anos fosse o maior regis- Oceania: oceanos, mares e ilhas após a mundialização
trado, ultrapassando grandes

DACOSTA MAPAS
potências como Estados Unidos e Is. Midway
Trópico de Câncer
HAVAÍ
China. A maior parte das expor- Is. Marianas
Is. Wake Honolulu

FILIPINAS P
tações da Austrália vai para o GUAM
M I C R O N É S I A
O
L
I
N
OCEANO PACÍFICO

É
NORTE
território chinês, o que traz para PALAU Is. Marshall
S
Is. Caroline I
Is. Christmas A
Arquipélago Is. Gilbert Equador
a discussão os objetivos intrín- ÍNDIAS ORIENTAIS
PAPUA
NOVA GUINÉ
De Bismark
ELLICE
Is. Phoenix

secos na criação de um bloco HOLANDESAS


Is. Salomão Is. Marquesas

M E L A N É S I A SAMOA
econômico com os países da OCEANO
ÍNDICO
Mar de
Is. Loxalty
FIJI
Is. Society
Arquipélago
Tuamotu
Coral Polinésia
Ásia e da Oceania, promovendo NOVA
Is. Tonga Francesa (FRA)
Is. Pitcairn
Trópico de Capricórnio
AUSTRÁLIA CALEDÔNIA
uma integração econômica entre Is. Norfolk

os continentes e expandido um Sydney

novo fluxo econômico. Tasmânia


Mar da
Tasmânia
Possessões
Britânicas
NOVA OCEANO PACÍFICO
ZELÂNDIA Holandesas
SUL
PARA AMPLIAR 0 1110
Francesas
Estadunidenses
Alemãs
Indicação para o 180°

Fonte: MARTINAUD, Claude; PARIS, Frank. Océans, mers et îles: appuis de la mondialisation.
professor Paris: Ellipses, 2013. p. XI.
• TAVAES, Elaine. Originários
A colonização da Austrália levou mais de dois séculos para se consolidar, só sendo possível
da Austrália, o horror ainda
pelas atividades primárias extrativistas exercidas e pela criação de redes ferroviárias conectando
segue. Iela. Florianópolis, 17
as seis colônias: Nova Gales do Sul, Tasmânia, Austrália Ocidental, Austrália Meridional, Terra da
fev. 2017.
Rainha e Victoria. O processo de mecanização da agricultura e o uso de diferentes tecnologias na
Disponível em: https://iela.ufsc. área possibilitou o crescimento da produção agrícola na região. A indústria foi aos poucos sendo
br/povos-originarios/noticia/ desenvolvida e sua expansão é recente, com destaque para a mineral, alimentícia e têxtil.
originarios-da-australia-o- A Austrália é um dos maiores exportadores de minério de ferro, carvão e lítio, entre outros
horror-ainda-segue. Acesso minérios, principalmente em decorrência da formação geológica do território. De acordo com os
em: 21 ago. 2022. Dados Mundiais de Mineração divulgados pelo Ministério Federal da Agricultura, Regiões e Turismo
Artigo que discute como foi o da Áustria, o país aumentou sua produção e exploração de minérios em 143% nos últimos 20 anos.
processo de ocupação britânica 50
na Oceania.

50
ENCAMINHAMENTO

SONIA VAZ
Mundo: principais
Solicite aos estudantes a
produtores de lítio
A Austrália é responsável por quase metade da produção análise das informações dos três
Brasil (2022) Outros
2% 1,3% de lítio, ficando à frente de grandes potências econômicas gráficos da página. É possível per-
Argentina
6,8% como China e Estados Unidos, como podemos analisar ceber o montante de minério que
no gráfico. Esse crescimento e destaque no setor mineral é produzido e exportado pela
estão atrelados às modificações realizadas pelas mineradoras Austrália. Diferencie, utilizando
China australianas no processo produtivo, com o investimento em
15,5%
Austrália
as cores disponíveis, os princi-
tecnologia para o mapeamento dos minérios, otimização
47,6%
e aumento da produção, além da tentativa de redução de
pais tipos minerais e para quais
Chile danos ambientais e acidentes. países a exportação é maior. O
26,8%
Os minérios se tornaram mais do que commodities na trabalho com essas informações
economia australiana, transformando o setor mineral em um geográficas também mobiliza
importante mercado de investimentos. A maior produção do as habilidades EF09MA22 e
Fonte: REICHL, Christian; SCHATZ,
Michael. World mining data 2022.
país é o minério de ferro, como mostra o gráfico a seguir. A EF69AR04. É importante que
Vienna: Minerals Production, 2022. exportação de minério de ferro entre 2020-2021 alcançou sejam explorados e aprofunda-
Volume 37. p. 5. Disponível em: https://
mais de 150 milhões de dólares australianos.
www.world-mining-data.info/wmd/ dos os contextos da corrida pela
downloads/PDF/WMD2022.pdf.
conquista das ilhas da Oceania.

SONIA VAZ
Acesso em: 21 maio 2022.
Austrália: exportação de recursos e de energia
(em dólares australianos – 2021) Chame a atenção para a frag-
O principal destino do minério
(em bilhões de mentação das ilhas oceânicas,
de ferro é a China, que compra
56% do total produzido pela
dólares australianos)
quais países mais influenciaram
160
Austrália. O fluxo de capital de e quais menos influenciaram
140
exportações australianas para a Minério de ferro
nesse processo, trabalhando
120
potência chinesa foi de 149 bilhões Gás natural liquefeito com a noção de extensão, um
100
de dólares australianos no período. Carvão metalúrgico dos princípios do raciocínio geo-
80 Carvão térmico
Os principais países que importam gráfico. Esse princípio permite
60 Metais básicos
recursos minerais da Austrália Ouro avaliar até onde vai uma deter-
estão localizados na Ásia, sendo o 40
Outros
minada zona de influência, certos
Reino Unido o único que não está 20
fluxos mercantis, territórios que
presente no continente asiático, 0
mas integra a Commonwealth. 2019-2020 2020-2021 2021-2022 2022-2023 são jurisdição de uma colônia e
Fonte: AUSTRALIAN GOVERNMENT. não de outra, possíveis litígios e
outros problemas fronteiriços,
SONIA VAZ

Department of Industry, Science, Energy and


Austrália: maiores mercados para Resources. Resources and Energy Quarterly:
exportações de recursos e energia (em December 2021. Canberra: Office of the bem como características que
Chief Economist, 2021. Disponível em: https://
bilhões de dólares australianos – 2020-2021)
publications.industry.gov.au/publications/ denotam as relações de poder.
(em bilhões de resourcesandenergyquarterlydecember2021/index.
dólares australianos)
150
html. Acesso em: 31 maio 2021.
res de pessoas. Não havia
lugar, por assim dizer, para
120 organismos do continente –
Fonte: AUSTRALIAN GOVERNMENT. a menos que, empurrando
90 Department of Industry, Science, Energy and
Resources. Resources and Energy Quarterly: daqui e dali, eles abrissem
60 December 2021. Canberra: Office of the espaço para si. Mas tais
Chief Economist, 2021. Disponível em: https://
publications.industry.gov.au/publications/
agressores jamais iriam pa-
30 resourcesandenergyquarterlydecember2021/ ra a Nova Zelândia se não
index.html. Acesso em: 31 maio 2021.
fossem transportados até
0
Taiwan Reino Unido Índia Coreia do Sul Japão China 51 lá pelos únicos organismos
dentre eles que dominavam
os mares, os navegadores e
seus discípulos. Que atrativo
PARA AMPLIAR de seu aumento de mais de 140% na produ-
levaria esses europeus a em-
ção, o país é responsável por um dos maiores preender repetidas viagens
Atividade extra
fluxos de exportação de minérios do mundo. ao outro lado do mundo até
De acordo com as informações sobre as
Texto complementar essas ilhas perdidas no meio
exportações minerais da Austrália, qual papel do oceano?
Nova Zelândia
o país desempenha no fluxo econômico de [...]
A Nova Zelândia, conforme existia em
minérios no mundo? CROSBY, Alfred. W.
1769, parecia fraca candidata a tornar-se
Resposta: A Austrália desempenha um Imperialismo ecológico: a
colônia da Europa. Já estava transbordan- expansão biológica da Europa
papel central no fornecimento de minérios do com plantas, animais e microvidas 900-1900. São Paulo: Companhia
para a China e os Estados Unidos. Em função indígenas, além de dezenas de milha- das Letras, 2011. p. 233-234.
51
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, as habilida-
des EF09GE01, EF09GE06 e
EF09GE18 serão trabalhadas a AS COLÔNIAS NEERLANDESAS
partir da expansão do Império
A influência neerlandesa deu-se tar-

HESSEL GERRITSZ
Neerlandês. O processo de diamente em relação aos outros países
expansão neerlandês ocorreu colonizadores. A tomada da ilha de Manhattan
de forma tardia, não chegando e a criação de Nova Amsterdã (1626) – pos-
a muitos territórios. Destaque terior Nova York (1664) – foi feita com muita
como as ocupações neerlandesas dificuldade, tanto pela resistência territorial dos
ocorreram por todo o mundo, povos indígenas algonquins como pela já ante-
a participação das embarca- rior instalação britânica, entre 1606 e 1607. Da
mesma forma, no Brasil, a tentativa de ocupar
ções neerlandesas e as disputas
Bahia, Pernambuco, Maranhão e Sergipe em
com outros centros europeus
1624 não teve a permanência e o sucesso
de poder para conquistar seu esperados. GERRITSZ, Hessel; VISSCHER, Claes Janszoon.
espaço, entre eles os britânicos S. Salvador. Baya de Todos os Sanctos. c. 1624.
Apesar de as Companhias das Índias Ocidentais
A obra representa a chegada dos holandeses
e os portugueses, que domina- (1621), setor neerlandês responsável pelas colônias ao Brasil.
vam o Brasil. Chame a atenção na América, serem predominantemente financiadas
também para a Companhia das pelo capital das elites neerlandesas e conseguirem controlar os preços e parte Ibéricos: relativos
à Península Ibérica,
Índias Ocidentais e Orientais, da circulação do açúcar na região, os territórios conquistados foram perdidos
localizada na costa oeste
empreendimentos que busca- em 1640, após muita pressão dos países ibéricos. europeia, onde se situam
Analise a imagem a seguir, que representa um posto de troca neer- os territórios de Portugal
vam controlar as produções de e Espanha.
landês em Bengala, região formada atualmente por territórios da Índia
açúcar e especiarias em diferen-
e de Bangladesh.
tes regiões. O principal núcleo operante da colonização neerlandesa situava-se entre América Central e
Utilize diferentes mapas para Caribe, Curaçao, Antilhas e Guiana,

AKG-IMAGES/ALBUM/FOTOARENA
contextualizar de que modo os a partir de um intenso e competi-
centros geopolíticos buscavam tivo circuito produtivo de açúcar e
exercer poder em outros terri- sal. No Oriente, o Sudeste Asiático
tórios. Algumas cartas e mapas foi central no sistema de ilhas que
forneciam importantes mercadorias,
disponíveis no site da Biblioteca
como cedro, cravos, pérolas, pimen-
do Congresso dos Estados tas e noz-moscada. Como todos os
Unidos da América (Library of outros mercadores eurasiáticos, os
Congress) podem ajudar na neerlandeses estabeleceram cone-
composição dessas ampliações. xões com os centros persas (sedas e
Disponível em: https://www.loc. tapeçarias), indianos (sedas, gemas,
gov/maps/collections/. Acesso algodão e canela), chineses (perfu- SCHUYLENBURGH, Hendrik van. Posto comercial da
em: 21 ago. 2022. mes, tapeçarias, porcelanas e sedas) Companhia Holandesa das Índias Orientais em Hooghly,
e japoneses (sedas). Bengala, 1665. Óleo sobre tela, 203 cm x 316 cm.
Explore os principais interes-
NÃO ESCREVA
ses geoeconômicos da época, a
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
exemplo da corrida por ouro e
prata, determinantes no acúmulo 1. Quais foram as características da colonização neerlandesa?
de capital do século XVI e que 1. Os estudantes podem mencionar a colonização tardia, a presença da Companhia das Índias
Orientais e as disputas com os países ibéricos.
garantiam poder econômico de 52
barganha aos centros do mer-
cantilismo europeu. Geralmente,
nos mapas, constam informa- PARA AMPLIAR
ções estratégicas sobre os tipos
Indicações para o professor
de recursos disponíveis, bem
como os tipos de sociedades e • 1492: A CONQUISTA do paraíso. Direção: Ridley Scott. França: Légende Films; Espanha: Cyrk;
Reino Unido: Percy Main; Estados Unidos: Due West Productions, 1992. Vídeo (154 min).
o desenvolvimento tecnológico
O filme descreve o contexto europeu no século XV, a chegada dos europeus à América e a
e militar de cada uma delas.
relação desses com os povos locais.
• MELLO, E. Evaldo Cabral de (org.). O Brasil holandês (1630-1654). São Paulo: Penguin:
Companhia das Letras, 2010.
O livro aborda a colonização holandesa do Nordeste brasileiro e as consequências desses 24
anos de ocupação para a história do Brasil.
52
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, as habilida-
des EF09GE01, EF09GE05,
A EXPANSÃO DA ECONOMIA RUSSA
EF09GE08, EF09GE17 e
Historicamente, o Estado russo tem pretensões expansionistas. Desde o século XVI, o país
EF09GE18 serão trabalhadas a
buscou acesso a saídas marítimas, motivando, assim, políticas que levaram à conquista de diversos
partir da expansão do Império
territórios. Essa expansão foi marcada pela fundação de São Petersburgo, às margens do Mar
Báltico, em 1703.
Russo. O Império Russo, devido
A Rússia apresenta o maior território do mundo, com grandes formações de relevo, como às suas características físico-
os montes Urais, os montes Altai, o Planalto Central Russo, a planície Sarmática e as montanhas -naturais, não sofreu tantas
do Cáucaso, ao sul. Os rios não atravessam o país, nascendo geralmente em altitudes elevadas invasões e conseguiu se colocar
dos planaltos e montes e seguindo em direção aos mares de Azov, Cáspio (Rio Volga), Branco e enquanto uma potência imperial
Báltico. Na parte asiática, localizam-se a planície da Sibéria, o Planalto Central Siberiano e vários e, atualmente, lidera a extração
montes, que circundam o limite da Rússia com a Mongólia e a China. As pradarias e as estepes, e a exportação de gás natural.
assim como a tundra, são áreas que foram ocupadas para a produção de alimentos.
Basicamente, todo o continente
Atualmente, a Rússia mantém essa política expansionista, exercendo sua influência na geopo-
europeu depende do forneci-
lítica de petróleo e gás, pois é responsável pelo abastecimento desses recursos para o continente
europeu. Os gasodutos construídos têm origem nas usinas russas e atravessam toda a Europa, mento energético do território
chegando em Portugal e no Reino Unido. Isso mostra uma rede de fluxos econômicos intensa e russo. Neste momento, pode
duradoura. De acordo com a Agência Internacional de Energia, em 2021, a exportação de petróleo ser proposto um debate com
e do gás natural correspondeu a 45% da economia russa. os estudantes sobre as conse-
Note, no mapa a seguir, que todos os gasodutos europeus estão conectados a redes de quências do conflito envolvendo
distribuição russa, o que evidencia uma dependência de toda União Europeia pelo gás russo Rússia e Ucrânia, as sanções apli-
enquanto fonte de energia.
cadas e o fornecimento de gás
A construção de um novo gasoduto natural para os países europeus.
Europa: gasodutos mais importantes
(2021)
conectando diretamente a Rússia e a Para isso, pode-se consultar

Alemanha foi desenvolvida em razão jornais, documentários e notícias
do plano de redução e extinção de uso
sobre o conflito e o papel do gás
DACOSTA MAPAS

de energia nuclear da Alemanha. Em


Círculo Polar Ártico natural para a economia russa e
2022, em decorrência de conflitos entre
Meridano de Greenwich

OCEANO
ATLÂNTICO a Rússia e a Ucrânia, parte do governo
a energia europeia.
SUÉCIA
FINLÂNDIA alemão questionou a construção e o for- Diferencie a expansão do
NORUEGA
ar Stream 2
Nord
RÚSSIA

op
e necimento de gás; no entanto, em razão Império Russo das ocupações
M ur
l -E
lti
co Ya
ma do investimento de empresas alemãs na coloniais anteriormente estuda-

ESTÔNIA

Mar DINAMARCA Nord LETÔNIA


construção, o gasoduto segue em ope- das. A Rússia não se consolidou
Stream 1
do
Norte
LITUÂNIA
oo
d ração. O conflito ocasionou redução das como uma potência marítima
REINO rh
he
IRLANDA
UNIDO
BELARUS Br
ot exportações de gás natural, mas o país no mesmo nível que os centros
PAÍSES
BAIXOS POLÔNIA ainda se configura como o principal for-
BÉLGICA
ALEMANHA
REP. da Europa Ocidental. Dada a
LUXEMBURGO
TCHECA
necedor para a Europa.
grande extensão do territó-
ESLOVÁQUIA UCRÂNIA
ÁUSTRIA MOLDÁVIA
FRANÇA HUNGRIA
SUÍÇA

rio russo, os séculos XVI a XIX


ESLOVÊNIA ROMÊNIA
45° N ÁCIA

ITÁLIA CRO
RV

BÓSNIA-
egro
Mar N
IA

foram dedicados à conquista do


-HERZEGOVINA BULGÁRIA
MONTENEGRO KOSOVO
MACEDÔNIA
Elaborado com base em: EUROPEAN NETWORK
PORTUGAL

ALBÂNI
A OF TRANSMISSION SYSTEM OPERATORS FOR GAS.
ESPANHA GRÉCIA
ÁSIA The European Natural Gas Network 2021. Entsog. máximo possível de terras e o
MALTA
Brussels, 2021. Disponível em: https://www.entsog. acesso ao mar, principalmente
eu/sites/default/files/2021-11/ENTSOG_CAP_2021_
MeditMar
Gasoduto Nord Stream 1
ÁFRICA
Gasoduto Nord Stream 2
Gasoduto
Fronteira
errân
e o
0 518
A0_1189x841_FULL_066_FLAT.pdf. Acesso em: ao Ártico e ao Pacífico Norte.
13 jul. 2022.
Alguns condicionantes físico-na-
53 turais podem ajudar a justificar
a menor influência russa no
mercantilismo garantido pelas
PARA AMPLIAR Grandes Navegações. Compare as saídas
Indicação para o professor pelo mar asseguradas pelo arranjo territo-
• FIGES, Orlando. Uma história cultural da rial russo com outros países, como França,
Rússia. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 2017. Espanha, Portugal, Reino Unido e Países
Esse livro retrata a história da civilização Baixos. Essas diferenciações são funda-
russa desde o século XVIII, durante o período mentais para construir com os estudantes
expansionista do grande Império Russo. explicações possíveis sobre os padrões
territoriais que explicam a formação do
espaço geográfico eurasiático.

53
ENCAMINHAMENTO
Nestas páginas, são trabalha-
das as habilidades EF09GE01
e EF09GE06. Discuta com os AS GUERRAS DO ÓPIO: O EMBATE ENTRE CENTROS
estudantes os acontecimen- DE PODER
tos durante a Guerra do Ópio, Durante mais de 20 anos, britânicos e chineses travaram uma disputa que simboliza a maneira
trazendo para a discussão as pela qual o expansionismo dos sistemas coloniais europeus entre os séculos XV-XIX provocou o
conquistas e transformações ter- aumento de conflitos internacionais, mudanças territoriais e intercâmbios políticos, econômicos
ritoriais, as alterações das redes e culturais.
e os fluxos de mercadorias. Os O mercado chinês era um dos principais centros econômicos do mundo no século XIX.
Invenções como a pólvora, a seda e as técnicas medicinais marcam a história chinesa. Havia um
acordos assinados após a guerra
grande fluxo de trocas comerciais, principalmente com outras sociedades do continente asiático.
visavam assegurar aos britânicos No entanto, durante a Dinastia Qing (1644-1912), a partir do governo dos imperadores
controle regional de mercado, Daoguang (1820-1850) e Xianfeng (1851-1861), o poder chinês encontrou problemas de manu-
quebrando a hegemonia chinesa tenção territorial frente ao crescente desenvolvimento das forças produtivas europeias, como as
na região e compondo um fluxo da Rússia, França e Grã-Bretanha.
de compra e revenda de merca- No século XIX, os ingle-
ses passaram a revender
dorias (ópio para especiarias,
ópio cultivado na Índia para
especiarias para ouro etc.). Os os chineses, inaugurando
temas abordados permitem ana- uma intensa rota comer-
lisar criticamente as formas de cial entre os territórios.
hegemonia europeia em várias Como tentativa de reduzir
regiões do mundo e perceber o comércio de ópio com a
Inglaterra, a China diminuiu
a divisão entre o Ocidente e o
a importação, o que resultou
Oriente.

CPA MEDIA PTE LTD/ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA


na Primeira Guerra do Ópio
A charge da página apre- (1839-1842).
senta uma crítica direta à forma
como os europeus buscaram Charge francesa sobre a
exercer domínio territorial em Guerra do Ópio mostra
diferentes partes do mundo. Na um almirante britânico
entornando ópio em um
charge, um almirante britânico chinês sem resistência.
despeja grandes quantidades
As campanhas militares inglesas na região de Guangzhou, com 16 navios de guerra, pressio-
de ópio em um chinês. Essa
naram o imperador chinês a atender às demandas europeias, encerrando a guerra e forçando-o
forma de representação tem o a aceitar acordos econômicos favoráveis aos ingleses, como o Tratado de Nanquim (1842), que
objetivo de demonstrar que o marcou o fim da jurisdição chinesa sobre as ilhas de Hong Kong.
vício chinês em ópio foi forçado Entretanto, a estratégia britânica de desestabilizar o poder chinês se estendeu para a porção
pelos europeus, como estraté- continental, em Xangai, com o objetivo de controlar os portos e regular a circulação de mercado-
rias no Mar Amarelo. Isso levou à Segunda Guerra do Ópio (1856-1860), com graves efeitos para
gia de sabotar a estabilidade
a cidade de Xangai, que, na época, era central na produção econômica, cultural, tecnológica e
política chinesa, diminuindo seu
científica da China. Os principais centros comerciais foram repartidos não apenas pela Inglaterra,
controle no fluxo do comércio mas pela França, Rússia, Bélgica, Espanha e Estados Unidos, assegurados pelo Tratado de Tianjin
oriental e no PIB chinês. (1860), após tomada de Beijing, a capital chinesa.

54

PARA AMPLIAR
Indicação para o professor
• A GUERRA do ópio. Direção: Xie Jin. China: Emei Film Studio; Xie Jin – Heng Tong Film & TV
Company Ltd., 1997. Vídeo (153 min).
O filme conta a história da Guerra do Ópio, travada entre o Império Britânico e a China, nos
últimos anos da dinastia Qing.

54
ENCAMINHAMENTO
As Guerras do Ópio (1839-1860) No mapa temático da página

DACOSTA MAPAS
Analise o mapa a seguir.
110° L
As Guerras do Ópio (1839-1860),
Como consequência das é possível ver por quais áreas do
Guerras do Ópio, os mais impor- território os europeus decidiram
tantes portos chineses foram Mar do invadir a China, nos dois eixos
Japão
abertos para o Ocidente e para do território, a Sul (Guangzhou)
o comércio de ópio; além disso,
e ao Norte (Xangai). Visualize
missionários cristãos passaram a
evangelizar a população chinesa.
os fluxos de invasão e a locali-
Mar

A hegemonia europeia não se IMPÉRIO QING


Amarelo zação dos cestos de ópio, que
consolidou permanentemente na Mar da
se distribuíam pelo Sul, próximo
Xangai
China dada a rigidez da tradição China do
Leste
ao Norte da Índia. A abordagem
do país. No entanto, a presença sobre o mapa da Guerra do Ópio
da cultura britânica em Hong Kong ânc
er
pode ser enfatizada a partir dos
de C
ico
permanece simbolizada por traços Tróp
dois momentos destacados pelas
que se conservam até hoje, seja na Guangzhou setas roxas (Primeira Guerra do
arquitetura, seja nos costumes.
Ópio) e verdes (Segunda Guerra
do Ópio). Correlacionando
Golfo
BURMA de
Mar
essas informações, faça esque-
IN

do Sul
DO

Tonkin da China
mas na lousa relacionando e
CH
I
NA

periodizando os dois momen-


FR
AN

SIAM
tos. O primeiro levou ao Tratado
CE
SA

de Nanquim; e o segundo, ao
Fonte: SNOW, Peter (ed.). History 1a Guerra do Ópio
Tratado de Tianjin.
of the world map by map. 0 375
2a Guerra do Ópio
London: Dorling Kindersley, 2018. Cestos de Ópio
p. 226-227.

JACK HONG/SHUTTERSTOCK.COM

Edifício da antiga Suprema Corte em Hong Kong, China, 2019. A arquitetura demonstra Cantão, a China passou a ser
a influência britânica. 55 pressionada pelas grandes
forças navais ocidentais co-
mo Rússia, Estados Unidos,
França e, principalmente, a
PARA AMPLIAR Começo do declínio Inglaterra.
Em 1795, sob Qianlong, a China era
Texto complementar autossuficiente e o maior e mais popu- PETERSEN, Tomás Mayer.
Conheça a história da Dinastia
Dinastia Qing loso império do mundo. Três anos antes, Qing, a última da China
Origem quando o emissário inglês Lorde Ma- imperial. Galileu, Rio de
A Dinastia Qing foi formada por um cartney visitou o país, ouviu do próprio Janeiro, 20 out. 2019. Disponível
conjunto de tribos da etnia Manchu que imperador que a China não precisava de em: https://revistagalileu.
nenhuma mercadoria ou tecnologia es- globo.com/Sociedade/
tomou o poder da Dinastia Ming, de etnia
Historia/noticia/2019/10/
Han. Eles eram originários da região da trangeira. Dessa empáfia começaram os conheca-historia-da-dinastia-
Manchúria, ao norte da China. problemas: por limitar a saída de produtos qing-ultima-da-china-imperial.
[...] como chá, seda e artesanato ao porto de html. Acesso em: 21 ago. 2022.
55
FÓRUM
Nesta seção, são aborda-
das as habilidades EF09GE03,
EF09GE05 e EF09GE08 a partir FÓRUM
da migração japonesa para a A imigração japonesa na Amazônia
Região Amazônica. O grande Durante a mundialização, as transformações produtivas e interesses geopolíticos em
fluxo de japoneses para a diferentes lugares do mundo decorreram não apenas do processo de colonização, mas
região contribuiu para o desen- também da imigração. A partir da década de 1930, o governo brasileiro incentivou a vinda
volvimento de novas práticas e de imigrantes para a Amazônia, com o objetivo de diversificar as atividades produtivas
após o declínio do extrativismo da borracha. Muitos imigrantes japoneses vieram para a
técnicas agrícolas. Converse com Amazônia com o intuito de desenvolver atividades agrícolas, e foram responsáveis pela
os estudantes sobre a hegemo- implantação de novas técnicas produtivas. Leia o texto a seguir.
nia europeia durante a vigência
dos sistemas coloniais. Analise as A imigração japonesa na Amazônia foi iniciada 21 anos depois da vinda dos
estratégias utilizadas pelos euro- primeiros imigrantes do Kasato Maru, cujo centenário foi comemorado em 18 de
junho de 2008. Os primeiros colonos vieram para Tomé-Açu (1929), no Estado do
peus para influenciar o Japão,
Pará e, em Maués (1930) e Parintins (1931), no Estado do Amazonas. [...]
que, apesar da assimilação de [...]
elementos ocidentais, manteve Inclusive na colonização na Amazônia não se descarta o interesse geopolítico
suas características culturais. dos militares japoneses pela obtenção de 600 mil hectares de terra em Acará, 400
mil hectares em Monte Alegre e três lotes de 10 mil hectares, em Marabá, na zona
Em complemento a essa pro-
da Estrada de Ferro de Bragança e até em Conceição do Araguaia, para a imigração
posta, podemos perceber que, japonesa. Se os japoneses estavam interessados no estabelecimento de colônias ao
na imagem, os japoneses estão longo do Rio Tocantins, justificando a escolha de Marabá e Conceição do Araguaia,
participando de um processo constituem tópicos não esclarecidos [...].
[...]
produtivo de juta na Região
A imigração japonesa, ao introduzir o cultivo da juta nas várzeas amazônicas,
Norte do Brasil. Nesse sentido, atingiu o seu apogeu na década de 1960, participando com 1/3 do PIB do Estado do
comente com os estudantes Amazonas. A pimenta-do-reino, nas áreas de terra firme do Estado do Pará, chegou
sobre a vinda desses imigrantes a participar com mais 35% do valor das exportações na década de 1970. Estas duas
para a Região Amazônica. Que culturas marcaram uma fase na economia da Amazônia com grandes repercussões
sociais, políticas e ambientais.
transformações sociais e cultu-

ARQUIVO EMBRAPA AMAZÔNIA ORIENTAL


HOMMA, Alfredo Kingo Oyama.
rais podem ter ocorrido com a Os japoneses na Amazônia e sua contribuição ao
desenvolvimento agrícola. Somanlu: Revista de Estudos
chegada desses imigrantes na Amazônicos, ano 9, n. 1, jan./jun. 2009. p. 113-119.
região? Quais as contribuições Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/
bitstream/item/92974/1/RevistaSomanluEFFE2d01.PDF.
que eles tiveram? Entre outras Acesso em: 2 jun. 2022.

perguntas relevantes.
Produção de juta na Amazônia por
PARA AMPLIAR comunidade japonesa. Amazonas
(1927-1942).
Atividade extra NÃO ESCREVA 1. Com a imigração japonesa no território amazônico, foram inseridos novos produtos, como
Pesquise em diferentes meios NO LIVRO. a pimenta-do-reino, além de novas técnicas produtivas, que elevaram esse setor produtivo a
1/3 de participação no PIB no período.
sobre a imigração japonesa 1. Quais foram os impactos da imigração japonesa para a produção econômica
no mundo. Selecione lugares amazônica?
onde os japoneses construí- 2. De acordo com o texto, quais eram os interesses geopolíticos dos japoneses na
ram suas territorialidades e Amazônia? Os japoneses estavam interessados na obtenção de terras e no estabelecimento de
colônias em diferentes regiões da Amazônia.
quais foram as contribuições
que eles tiveram para aquelas 56
sociedades. Algumas sugestões
de pesquisa são: Japantown –
São Francisco, EUA; Liberdade
desses lugares e influencia em tradições, culiná-
– São Paulo, Brasil; Festival
ria, arte etc. Em seguida, os estudantes deverão
Moiliili Obon – Honolulu, EUA;
fazer uma reconstituição de paisagem por meio
Comunidade japonesa – Puerto
de um vídeo, gameplay, animação, arte digital,
Maldonado, Peru; Gubei –
cartaz ou maquete, demonstrando os resulta-
Xangai, China. Com base em
dos obtidos.
um desses lugares, os estudan-
tes deverão fazer uma pesquisa
sobre como o modo de vida
japonês perdura na paisagem
56
1. a) O mais importante para essa questão é entender que, de ENCAMINHAMENTO
modo geral, os países seguiam a mesma rota, com exceção da Na página de atividades, são
Espanha, que projetava sua influência para a América e para a
retomadas as rotas das especia-
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
região das Filipinas.
5. Com a dependência do minério australiano, um novo fluxo rias, os entrepostos comerciais e
é criado entre China, Austrália e Estados Unidos, reforçando a
importância da Austrália enquanto produtora dessas mercadorias. a função locacional dos pontos
1. Retome o mapa da página 44 sobre as rotas coloniais de especiarias e localize as colônias de comércio no mundo, as
dos impérios francês, britânico, neerlandês, português e espanhol. Depois, responda às trocas interculturais entre dife-
questões a seguir.
rentes povos a partir das viagens
a) Comparando as rotas dos principais impérios, é correto afirmar que todos os colonialistas
europeus traçavam o mesmo percurso? Explique.
de Marco Polo, as relações entre
b) Qual dos impérios estabeleceu o maior número de entrepostos comerciais pelo mundo? O
o Reino Unido e os países da
que isso representa? Consulte respostas em orientações didáticas. Commonwealth, além do papel
c) De acordo com as informações do mapa, qual região do mundo se destaca como maior fonte da Austrália e da Rússia no
de recursos e mercadorias para os impérios europeus? A região que mais se destaca é a do mundo.
Sudeste Asiático, mais especificamente a Índia, a Indonésia, as ilhas da Malásia e o Timor Leste.
2. Retomando os conteúdos estudados no capítulo, explique qual é a importância da
criação de entrepostos comerciais e das navegações para os impérios europeus.
Consulte resposta e comentário em orientações didáticas.
3. Leia o texto e faça o que se pede.

EVERETT COLLECTION/SHUTTERSTOCK.COM
Para examinar o conhecimento
do leitor ocidental sobre o mundo
além da Europa em maior detalhe
tomemos os casos do Japão e da
China. Em 1500, poucos europeus
sabiam da simples existência do
e feitorias, aspectos que
Japão, embora as viagens de Marco
Polo tivessem sido recentemente foram fundamentais para o
impressas pela primeira vez, em tra- enriquecimento dos países
dução latina. Marco Polo mencionava europeus, colocando-os na
uma grande ilha chamada “Cipangu”, posição de centro do mundo
com habitantes de boas maneiras e
“ouro em grande abundância”, mas
moderno. Nessa atividade, o
acrescentou pouca informação. objetivo é comparar as rotas
comerciais e relacioná-las
BURKE, Peter. Uma história social do
conhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de Gravura de Marco Polo, Christopher com a situação política dos
Janeiro: Zahar, 2003. p. 174. Columbus, Life and Voyages, 1883.
impérios. Chame a atenção
• Explique quais foram as principais preocupações de Marco Polo e justifique por que para os espanhóis, que não
elas são destacadas pelo viajante. Consulte resposta em orientações didáticas. foram para a Índia. A ideia é
4. Para os países-membros, a rainha do Reino Unido ainda é chefe de Estado. No entanto, os países
4. Retome o conteúdo da página 49. Quais são as características da relação entre o Reino verificar as conexões, a distri-
Unido e os demais países da Commonwealth? têm total independência em seus governos, e buição, a área de influência,
elegem seus primeiros-ministros. Em troca, o Reino Unido oferece proteção militar em caso de guerra.
5. A Austrália é atualmente um dos principais exportadores de minérios do mundo, prin- a quantidade e a intensidade
cipalmente para China e Estados Unidos. De acordo com o que foi estudado nesta do fluxo – rotas – de cada
unidade, quais são os arranjos espaciais e os fluxos econômicos formados a partir dessa um dos impérios e as redes
dependência por minérios australianos? comerciais que são forma-
6. Qual é o papel desempenhado pela Rússia na economia mundial? das. Chame a atenção para
Embora possua um desenvolvimento econômico antigo, a Rússia se coloca, atualmente, como a principal
exportadora de gás natural, ou seja, o país é responsável pela exportação de produtos primários. as regiões com maior con-
57 centração de cidades.
3. A principal preocupação de
Marco Polo, ao viajar para o
Atividades eminentemente costeiro; e o segundo por Oriente, era fazer um levan-
1. b)O império com maior número de entre- deter conhecimentos herdados dos povos tamento sobre diferentes
vikings e provenientes de intercâmbios his- modos de vida, níveis de
postos comerciais pelo mundo era o Império
tóricos com povos do Mar do Norte. desenvolvimento, relações
Português, seguido pelos Países Baixos. Isso
2. Espera-se que os estudantes percebam que de mercado e recursos
representa um momento no qual esses dois
as navegações e os entrepostos comerciais disponíveis. Isso pode ser
países constituíam o centro das tecnolo- são importantes para o fortalecimento das notado no texto, quando
gias náuticas: o primeiro por sua tradição relações econômicas e de mercado, na polí- salienta os bons costumes
marítima nas relações comerciais com o tica de controle territorial, na definição de do povo japonês e a grande
Mediterrâneo e por configurar-se como preços e no fortalecimento de companhias quantidade de ouro.
57
ENCAMINHAMENTO
Um dos objetivos centrais
dos conteúdos do capítulo con-
TULO

4
siste em apresentar perspectivas CAPÍ
mais abrangentes das culturas AS INTERCULTURALIDADES
europeias e asiáticas. Destacar E AS IDENTIDADES
as distintas bases culturais e
étnicas pode ser importante
Os componentes do meio físico-natural influenciam a ocupação humana e o modo
para desconstruir concepções como as sociedades se organizaram nos territórios, resultando em arranjos culturais
e noções preconceituosas e específicos dessas sociedades. Enquanto se plantava chá nas planícies extensas e alagá-
superficiais sobre outros povos, veis do rio Yang Tsé-kiang, na China, criavam-se gados leiteiros e flores nas planícies dos Países
principalmente os asiáticos. Baixos; já a pesca de peixes de água salgada (como o bacalhau) e o azeite de oliva, vindo da Síria,
Durante toda a unidade, o compunham a dieta dos portugueses. As trocas históricas desses povos promoveram uma série
TCT – Diversidade cultural de novas características nos costumes, misturando práticas e enriquecendo a diversidade cultural
é trabalhado. Pode-se desen- dos povos orientais e ocidentais.
A organização das sociedades em seus territórios têm relação direta com a forma como
volver atividades de pesquisa
elas criam suas regras e normas, impactando as interações sociais, os costumes, a relação com o
com os estudantes como forma meio ambiente, as vestimentas, as

PHILIPP BEREZHNOY/ISTOCK EDITORIAL/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES


de expandir o conhecimento crenças praticadas e o desenvolvi-
sobre as características cultu- mento das atividades econômicas.
rais do continente asiático e da Assim, a cultura representa a visão
cultura oriental. Alguns temas de mundo de uma comunidade,
que podem ser trabalhados que influencia na forma como essa
são: questões religiosas, como comunidade interage entre si e com
o entorno.
o islamismo, budismo e demais
Com a interação entre os
religiões asiáticas; costumes ali-
diferentes povos, surgem novas
mentares; danças populares; características culturais que resultam
entre outros. em práticas, organizações sociais e
Tapeçaria persa em loja localizada na Capadócia,
Faça perguntas aos estu- costumes muito diversos. Analise a Turquia, país central dos otomanos. A conexão dos dois
dantes sobre os elementos imagem a seguir. povos pelo Rio Tigre possibilitou trocas culturais que
culturais que conhecem, levante Embora a troca entre diferen- permanecem até hoje. 2019.
os conhecimentos prévios sobre tes culturas tenha sido muitas vezes
a origem desses elementos e positiva ao longo da história, é

DUNCAN1890/DIGITALVISION
VECTORS/GETTY IMAGES
preciso considerar que os intercâm-
retorne ao conteúdo acerca
bios culturais ocorrem no âmbito de
das interculturalidades e iden- relações de poder. Os processos de
tidades. A ideia fundamental é colonização submeteram os povos
incutir a cultura como prática colonizados a diversas formas de
compartilhada pelo contato violência, tendo em vista que foram
entre as pessoas. vítimas de genocídios e da impo-
sição de valores e costumes, além Gravura do século XIX representa a prática de baleação
de terem sofrido sérios impactos (caça de baleias), comum na ocupação britânica da Nova
Zelândia. Além da perseguição e espoliação dos maori,
ambientais em seus territórios.
os ingleses foram responsáveis por enormes impactos
Analise a gravura a seguir. ambientais marinhos.

58

58
ENCAMINHAMENTO
O rugby é o primeiro objeto
Por outro lado, o fato de os povos oprimidos terem incorporado alguns hábitos de outras de conhecimento no capítulo
culturas não indica que eles perderam a sua cultura, mas sim a ressignificaram como prática de de onde partiremos para tratar
resistência. das interculturalidades e os inter-
Um exemplo desse processo pode ser notado no rugby. A cidade de Nelson, no Reino Unido, câmbios entre diferentes nações,
foi o local de fundação da Rugby Union, marcando o primeiro jogo do esporte entre Nelson Club que possibilitaram a configu-
e Nelson College, em 1870. Ao longo do século XX, o esporte tornou-se a principal modalidade
ração do mundo tal qual hoje
praticada no país. Com o processo de colonização na Nova Zelândia e a imposição cultural
conhecemos. Aproveitando o
britânica no território, as popula-

DE AGOSTINI PICTURE LIBRARY/ALBUM/FOTOARENA


ções locais passaram a praticar o exemplo dado no livro, comece
rugby. No entanto, a prática do a abordagem perguntando se os
haka (ha, respiração, e ka, fogo), estudantes já ouviram falar sobre
uma dança tradicional maori, pelas o esporte e a dança tradicional
equipes neozelandesas de rugby dos povos maori, reproduzida
demonstra a resistência cultural e pela seleção neozelandesa de
identitária desses grupos.
rugby.
Analise as imagens a seguir.

SCOTT, Georges Bertin. Partida de


campeonato no Parc de Saint Cloud,
1906. Ilustração que representa as
origens do rugby.

Seleção
neozelandesa de
rugby fazendo o
haka, dança maori
que representa a
resistência, força
HANNAH PETERS/GETTY IMAGES

e intimidação dos
povos maori contra
seus inimigos.
Auckland, Nova
Zelândia, 2019.
1. Espera-se que os estudantes identifiquem vários fatores
que compõem a cultura, considerando a visão de mundo, a NÃO ESCREVA
SP ON DA composição dos elementos físico-naturais e dos ecossistemas, os NO LIVRO.
PENS E E RE tipos de atividades econômicas praticadas, as interações entre as
pessoas e o entorno etc.
1. Que elementos devem ser considerados para compreendermos a formação da
identidade cultural de uma sociedade?
2. O que é possível afirmar sobre as ações dos ingleses nos ecossistemas marinhos?
Nos sistemas costeiros, os ingleses criaram estações de baleação e pesca, o que causou grande
degradação ambiental.
59
as partidas, assegurando-se
de que fosse realizado com a
precisão e a intensidade que
PARA AMPLIAR não existiam até então”, con-
ta a instituição.
Texto complementar [...]
Os All Blacks e seu próprio haka dos All Blacks: apesar de ser ensaiada pe- CANTÓ, Pablo. Conheça
Desde os Originals, o haka se trans- los jogadores, não era a dança precisa e o significado do ‘haka’, a
formou na marca registrada da equipe enérgica vista atualmente. dança tribal maori que virou
sempre que realizava uma excursão por Foram dois jogadores, em 1987, que se símbolo dos All Blacks. El
propuseram a aperfeiçoá-la e institucio- País, São Paulo, 20 out. 2017.
outros países. Mas não era praticada nas
Disponível em: https://brasil.
partidas jogadas na Nova Zelândia e não nalizá-la: “Wayne Shelford e Hika Reid elpais.com/brasil/2017/10/19/
se parecia muito com a dança que pode [ambos de origem maori] foram funda- cultura/1508405168_363160.
ser vista hoje no começo de uma partida mentais para introduzir o Ka Mate em todas html. Acesso em: 21 ago. 2022.
59
ENCAMINHAMENTO
A discussão nestas páginas
permite o desenvolvimento da
habilidade EF09GE05, pois AS TROCAS CULTURAIS NA MUNDIALIZAÇÃO E NA
aborda a globalização do ponto GLOBALIZAÇÃO
de vista da cultura. Espera-se
O começo do processo de mundialização se dá a partir do momento em que diversos
que os estudantes analisem o locais do mundo passaram a ser conhecidos em escala global. Esse processo ocorreu a partir dos
papel da globalização para a séculos XV e XVII e é marcado pela expansão das redes econômicas dos impérios europeus e
compreensão dessas temáti- asiáticos para a África, a América e a Oceania em busca de novos produtos para comercialização
cas, associadas aos conteúdos e expansão territorial.
e à formação cidadã a partir Além da comercialização das mercadorias e da disputa pela predominância econômica, o
dos territórios vivenciados pela contato entre os diferentes povos, por meio das invasões de novos territórios, resultou na impo-
sição da cultura dos colonizadores.
juventude. Espera-se, com isso,
Os mosaicos formados pelos azulejos mouriscos, por exemplo, foram importados por
que os estudantes percebam de
Portugal durante o século XV, uma das heranças adquiridas após as Conquistas Árabes (VIII-XII).
que forma as influências culturais Praticamente todo o território espanhol e português foi tomado pelos árabes, e, por centenas de
foram se dando, fortalecendo a anos, a cultura moura influenciou os padrões arquitetônicos e outros aspectos culturais.
ideia do multiculturalismo. Esses aspectos foram

MANUEL COHEN/AFP
Nesse sentido, a mundiali- incorporados pela cultura
zação é um processo em que portuguesa e nos países
consumo e produção estão onde houve processo de
colonização, que estão
fortemente associados a nível
evidentes em algumas
global, de modo que os lugares construções em países
passaram a fundir-se, a trocarem como Brasil e Moçambique,
mercadorias, culturas, estéti- por exemplo. Analise as
cas que formam as paisagens. fotografias a seguir.
Assim, temos nas duas imagens
da página exemplos desse pro-
cesso. As duas fotografias, dos
azulejos e do prédio da sede
da Fiocruz, no Rio de Janeiro, Detalhes de nichos de

CHICO FERREIRA/PULSAR IMAGENS


evidenciam isso. Mostre aos azulejos mouriscos que
ornamentam a Praça de
estudantes e, de acordo com os Espanha, no parque Maria
conhecimentos deles em estilos Luisa, Sevilha, Espanha,
arquitetônicos e o grau de obser- 2007.

vação da cidade, pensem na


possibilidade de realizar um tra-
balho de campo, fotografando
Castelo mourisco, sede da
lugares na cidade que repre-
Fiocruz no Rio de Janeiro,
sentam a mundialização. Dessa 2020. A influência moura-
forma, a prática contemplará -árabe foi trazida pelos
portugueses durante a
duas estratégias que transfor- colonização.
mam a prática pedagógica em
algo contextualizado e que esti- 60
mula a curiosidade, valorizando
o conhecimento e a postura de
curiosidade científica. Por meio função dos processos de colonização. Os azu-
das imagens, a intenção é que lejos que existem em Portugal, Espanha (como
os estudantes percebam como na imagem da página) e em alguns prédios e
as diferentes culturas influen- monumentos brasileiros, por exemplo, têm
ciaram o mundo por meio da traços da cultura árabe, relacionados à influência
troca cultural entre o Ocidente e moura no Mediterrâneo durante as conquistas
o Oriente. Os povos mantiveram árabes entre os séculos VIII e XIV.
muitas características singula-
res; no entanto, absorveram
outras que se espalharam em
60
ENCAMINHAMENTO
Esta página apresenta a glo-
A globalização é o fenômeno que resulta dessa intensa integração entre os aspectos eco- balização como consequência
nômicos, sociais e culturais dos diferentes lugares do mundo, o que possibilita reduzir distâncias das trocas culturais e efeito
entre eles. As trocas culturais ficaram cada vez mais intensas em decorrência dos avanços das direto das revoluções técnico-
tecnologias de transporte e comunicação, assim como o aumento dos fluxos financeiros. -científicas durante os séculos
As transformações nas tecnologias de comunicação, por exemplo, permitem-nos enviar e XVIII, XIX e XX. Outro conceito
receber mensagens em tempo real, de qualquer lugar do mundo. Além disso, possibilitam a disse-
muito importante que aparece
minação de produções artísticas, como filmes, séries e músicas, de diferentes países, contribuindo
para a difusão de características culturais e modos de vida nos diferentes lugares do mundo.
nesta página é o de Divisão
Analise a imagem a seguir. Internacional do Trabalho (DIT),

YAO FENG/VCG/GETTY IMAGES


Os cabos submarinos permitem a que significa o rearranjo produ-
troca de informações e energia e tivo dos territórios dos países ao
conectam territórios como Estados redor do mundo.
Unidos, China e o continente
europeu, onde há a expansão dos
grandes empreendimentos finan-
ceiros e tecnológicos.
Outra importante caracterís-
tica da globalização é a organização
espacial produtiva. Atualmente, as
multinacionais possuem unidades
em diferentes lugares do mundo,
com o objetivo de diminuir os
custos de produção e aumentar os
lucros. Assim, as empresas passam Trabalhadores instalam cabo submarino no parque eólico
a ter influência não apenas em seu Daishan. Zhoushan, China, 2019.
país de origem, expandindo seu fluxo de produtos e capitais em escala global.
Na Divisão Internacional do Trabalho, há países que produzem matéria-prima e há outros
que são industrializados e fornecem produtos manufaturados. O Brasil, por exemplo, exporta majo-
ritariamente produtos agrícolas e minérios e importa tecnologia de outros países. Assim, embora
a globalização possibilite a intensificação das trocas culturais e tecnológicas, também contribui
assim em nossa existência,
para o aumento das desigualdades
modificando nossos hábitos,
PAUL ELLIS/AFP/GETTY IMAGES

entre os países, tendo em vista que


nossos comportamentos,
eles apresentam diferentes níveis
nossos valores.
de influência econômica, política,
militar e cultural em escala global. ORTIZ, Renato. Mundialização
A seguir, vamos conhecer e cultura. São Paulo: Brasiliense,
2000. p. 7-8.
alguns exemplos de trocas culturais
na globalização.
Atividade extra
Questione se os estudan-
Trabalhadores em linha de tes conhecem algum prédio,
montagem em multinacional
no ramo de aviões. Broughton, museu, praça ou biblioteca na
Estados Unidos, 2020. cidade onde vivem que possa
ter alguma influência cultural
61 bem determinada. Sugira que
eles pesquisem, por exemplo,
quais são as cidades brasileiras
PARA AMPLIAR que o mundo chegou até nós, penetrou que possuem mais influên-
nosso cotidiano. Curioso. Uma reflexão cias culturais de outros povos.
Texto complementar sobre a globalização, pela sua amplitude,
Assim, peça que, em grupos,
Mundialização e cultura sugere à primeira vista que ela se afas-
eles criem álbuns fotográficos e
Neste início de século, percebemos que te das particularidades. Pois se o global
envolve “tudo”, as especificidades se en-
organizem exposições artísticas
os homens encontram-se interligados,
independentemente de suas vontades. So- contrariam perdidas na sua totalidade. sobre esses lugares da cidade.
mos todos cidadãos do mundo, mas não Ocorre justamente o contrário. A mun- Cada grupo deve escolher
no antigo sentido, de cosmopolita, de via- dialização da cultura se revela através apenas um lugar e tirar foto-
gem. Cidadãos mundiais, mesmo quando do cotidiano. [...] O planeta, que no início grafias de diferentes ângulos e
não nos deslocamos, o que significa dizer se anunciava tão longínquo, se encarna elementos.
61
ENCAMINHAMENTO
A página traz diferentes elemen-
tos da cultura pop estadunidense.
Analise as fotografias junto com A influência cultural estadunidense
os estudantes. Essa prática tem Os Estados Unidos, além

CHEPA BELTRAN/LONG VISUAL PRESS/UNIVERSAL IMAGES GROUP/GETTY IMAGES


a possibilidade de trabalhar de serem uma potência política,
dois Temas Contemporâneos econômica e bélica, são também
Transversais como complemento uma potência cultural da indústria
e, ao mesmo tempo, contra- do entretenimento. Os Estados
dição (pensamento crítico). O Unidos não apenas influenciam,
mas fazem escola no cinema, nas
primeiro, o TCT – Diversidade
histórias em quadrinhos, nos pro-
cultural, no qual é possível tratar
gramas de televisão, entre outros.
do poder da cultura de massas A partir da segunda metade
(indústria cultural) estadunidense do século XX, os Estados Unidos
e como ela se consolidou como têm ampliado sua influência impe-
soft power, ditando o compor- rialista, tanto no campo da política
tamento e os gostos, ampliando e da economia, quanto na cultura.
Eles foram responsáveis pelos Pessoas usando máscara para evitar a propagação da
o consumo e dominando a covid-19, em evento geek, Colômbia, 2020.
empréstimos para reestruturação
indústria do entretenimento. O
econômica dos países europeus pós Segunda Guerra Mundial, dolarizando a economia mundial.
segundo, o TCT – Educação em
Assim, os Estados Unidos passaram a exercer influência nos costumes, hábitos e estilos
direitos humanos, pode ser tra- de vida, principalmente por meio da indústria cinematográfica e televisiva. Um exemplo são as
balhado ao discutir a temática do constantes propagandas sobre o modo de vida estadunidense, conhecido como American Way
direito à cidade e ao lazer como of Life. A indústria cinematográfica foi o principal meio de propaganda dos aspectos culturais
apropriação da mercadoria e do estadunidenses, passando uma imagem idealizada de suas condições de vida.
ato de consumir. Essa forma de A presença da cultura estadunidense no mundo pode ser percebida de diversas formas, como
reprodução cultural centrada nos a adoção de palavras e expressões da língua inglesa, os hábitos de consumo e a organização pro-
megaeventos e na sociedade do dutiva em vários países. Esses valores foram aos poucos sendo consolidados nos países da América
Latina e em outros no mundo. Na imagem podemos observar pessoas em Dubai, consumindo em
espetáculo fez com que as carac-
um restaurante fast-food, uma característica da cultura estadunidense mais difundida no mundo.
terísticas da dimensão cultural
Atualmente, a preocupação

SORBIS/SHUTTERSTOCK.COM
local fossem substituídas por uma dos Estados Unidos em manter seu
forma de lazer que depende da status de maior potência bélica e
capacidade de poder de compra econômica mundial é intensificada
de mercadoria. Por exemplo, ir ao com a bipolarização causada pelo
cinema prestigiar o lançamento crescimento econômico e bélico
do novo filme dos super-heróis da China, colocando-a como nova
é um lazer privado, assim como potência mundial.
assinar plataformas de streaming
etc., reduzindo os espaços de
lazer ao ato de consumir. É possí-
Pessoas compram lanches
vel complementar essa discussão em uma empresa de
a partir da atividade extra suge- fast-food no aeroporto de
Dubai, 2019.
rida a seguir.
62
PARA AMPLIAR
Atividade extra
Convide os estudantes a refle- e hábitos culturais (de alimentação, moda,
tir sobre os hábitos de consumo cinema, entre outros) que a sociedade brasi-
cultural deles. Peça que conver- leira pode ter assimilado dos estadunidenses.
sem com os amigos e façam Após a pesquisa, eles devem discutir a seguinte
uma pesquisa na internet, ou questão: você diria que somos influenciados
em outros meios de comu- ou influenciamos a cultura ocidental? Eles
nicação, referente à cultura devem explicar com base em argumentos e
estadunidense. Em seguida, a partir das experiências e hábitos partilhados
os estudantes devem elabo- entre os estudantes e os amigos com quem
rar um quadro com expressões conversaram.
62
FÓRUM
O rap é um dos gêneros musi-
cais mais ouvidos no mundo
FÓRUM
ocidental atualmente. O gênero
A globalização e o rap surgiu como contracultura negra
Com a globalização, o rap se disseminou por vários lugares do mundo,
e periférica e carrega a força do
incorporando, em seu estilo, características locais. Leia o texto a seguir.
protesto e da insatisfação social.
Nesse sentido, é importante que
Rap: periferia global e cultura local
a discussão sobre o tema leve
A desterritorialização das culturas faz com que, mesmo estando espacialmente
separados, os jovens de vários lugares do mundo criem novas identificações. Um os estudantes a desenvolver as
dos exemplos dessas novas identificações pode ser localizado no movimento hip hop competências socioemocionais,
como um todo e mais especificamente no rap. Os meios de comunicação, a indústria o combate ao preconceito e aos
fonográfica, a televisão a cabo e a internet, especialmente, tornaram-se os canais de padrões hegemônicos da cultura
“reunificação” das identidades culturais que se formam sem que o território da nação
seja sua referência exclusiva. Com isso, outras identidades se sobrepõem de maneira
elitista, valorizando matrizes e
cada vez mais contundente: a negra, a jovem, a excluída, a periférica. expressões populares. Uma pos-
O movimento hip hop pode ser considerado exemplo desse sibilidade é discutir a expressão
processo de globalização das culturas que tem como corolário Corolário: fato artística do rap como um ele-
a ideia de desterritorialização e a reunião daquilo que está ter- resultante de outro.
ritorialmente separado através da comunicação.
mento associado à saúde mental
O rap surgiu como uma música dos jovens negros dos bairros periféricos dos a partir do TCT – Saúde. Para
Estados Unidos, no final da década de 1970, e logo foi apropriado por jovens negros, isso, encaminhe a discussão com
mestiços e excluídos das periferias de todo o mundo. “Periferia é periferia em qual- as seguintes questões: o que
quer lugar” é o título de uma canção do grupo de rap brasileiro Racionais MC’s e
leva os indivíduos a criarem tais
resume a ideia de que em qualquer periferia, qualquer jovem negro e/ou excluído está
submetido às mesmas e precárias condições de vida. códigos de expressão cultural?
[...] Considerando a letra do rap, que
No caso do Brasil, em particular, forma e conteúdo se adaptam à realidade cul- sentimentos são colocados? Que
tural brasileira, onde os sons do samba, baião, embolada e outros gêneros musicais
vivências são trazidas? Muitas
produzidos pelos grupos negros e mestiços são incorporados ao som do rap, seja na
batida – como base para os scratching ou nos samplers – seja nas letras, com a presença pessoas vivem essa situação
de elementos da cultura negra nacional, como Zumbi dos Palmares. no Brasil e no mundo? A situa-
GUIMARÃES, Maria Eduarda Araujo. A globalização e as novas identidades: o exemplo do rap. Perspectivas:
ção que essas pessoas vivem
Revista de Ciências Sociais. v. 32, p. 176-177, 2007. Disponível em: https://periodicos.fclar.unesp.br/ é justa? Por que ela existe? A
perspectivas/article/view/525. Acesso em: 29 jul. 2022.
proposta pode ajudar a tra-
NÃO ESCREVA
PARAS GRIFFIN/GETTY IMAGES

NO LIVRO. balhar com as habilidades de


1. De que forma a globalização contribui para Língua Portuguesa EF69LP29,
a disseminação das expressões artísticas dos EF69LP31 e EF69LP32.
diferentes países do mundo?
2. Após a leitura do texto, cite outros exemplos
de manifestações artísticas e/ou esportivas
que popularizaram em decorrência da
globalização. Resposta pessoal.

Grupo de rap Travis Porter em apresentação


em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos, 2021.
1. Com as intensas trocas comerciais e culturais, consequências dos fenômenos de globalização e
mundialização, os hábitos culturais se disseminaram pelos diversos países. Essas trocas têm sido mais
intensas com os meios de comunicação, que permitem intercâmbios artísticos entre os diferentes países.
63

Atividades o estilo surgiu. Eles devem escolher uma das apresentação de um seminário.
2. Respostas possíveis: k-pop, Carnaval, Copa músicas mais tocadas no Brasil e nos Estados Cada grupo deverá pesquisar
do Mundo, entre outros. Unidos e analisar as letras. Peça que com- os efeitos culturais de um tipo
parem as críticas anunciadas na música e de música (rap, jazz, folk, blues
indiquem as principais semelhanças e diferen- e pop). Os grupos deverão
PARA AMPLIAR
ças entre elas. Ao final, peça que elaborem apresentar para a classe as par-
Atividades extras um pequeno texto indicando as informações ticularidades que deram origem
Proponha aos estudantes que pesquisem coletadas durante a pesquisa. ao estilo musical pesquisado e
quais são os grupos e músicas do rap mais Como atividade complementar, organize os sua influência na cultura regio-
ouvidas no Brasil e nos Estados Unidos, onde estudantes em grupos para a preparação e a nal e mundial.
63
ENCAMINHAMENTO
Problematize o termo hallyu,
que representa a onda de
influência cultural sul-coreana no Hallyu: a onda cultural sul-coreana
mundo contemporâneo, não só A partir dos anos 2000, com a expansão do acesso à
a partir do k-pop, mas também internet e às redes sociais, o consumo dos k-dramas (séries
das séries, filmes e do crescente coreanas) e do k-pop (gênero musical produzido no país)
vem aumentando exponencialmente em diversos países.
interesse pelo idioma coreano.
Essa divulgação da cultura coreana é chamada de Hallyu,
Oriente uma reflexão que res-
a “onda coreana”. É possível notar, por exemplo, a maior
ponda à questão: como o k-pop presença dessas produções em grandes plataformas de
pode ajudar a explicar o exercício streaming do mundo todo.
da hegemonia cultural?
Grupo feminino k-pop em apresentação
PARA AMPLIAR ANGELA WEISS/AFP/GETTY IMAGES
em Nova Iorque, Estados Unidos, 2021.

Atividade extra

SONIA VAZ
Além do cinema e da música, Conteúdos sul-coreanos mais consumidos
1. Faça uma pesquisa sobre outros produtos como cosméticos, no exterior (% do total de consumo – 2021)
jogos de vídeo game, roupas e
k-pop. Procure informa-
alimentos, por exemplo, também
ções sobre alguns grupos (%)
sofreram um aumento das impor- 30
e a tradução das letras das tações em decorrência da Hallyu.
músicas, assista aos clipes e No gráfico a seguir, podemos
25

leia notícias sobre o impacto analisar os produtos culturais da 20

causado pelo gênero na eco- Coreia do Sul que são mais consu- 15

nomia da Coreia do Sul nos midos em outros países.


10
últimos anos. Depois, res- Elaborado com base em: KOREAN 5
ponda às questões a seguir: FOUNDATION FOR INTERNATIONAL
CULTURAL EXCHANGE. Global 0
a) Qual impacto econômico os Hallyu, 2021. [S. l.], 2021. p. 13.

Fi to
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To

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ús

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Disponível em: http://kofice.or.kr/

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grupos de k-pop geraram na

im
b20industry/b20_industry_00_view.

W
An
o

asp?seq=1219&page=1&find=&search=.
Coreia do Sul? Acesso em: 28 jun. 2022.

Resposta: Nos últimos anos,


com o maior investimento do Com a expansão do consumo da cultura
coreana, o turismo para o país também cresceu.
governo na hallyu e a ascensão
De acordo com dados da Organização do
do grupo BTS, entre outros, o Turismo da Coreia, o turismo relacionado ao
k-pop tem movimentado milha- consumo do k-pop foi responsável por gerar
res de dólares por ano, com as mais de 2 bilhões de dólares para a economia
vendas de álbuns e outros pro- sul-coreana, que correspondem a 7,4% dos
dutos, como o turismo. Estima-se turistas que visitaram o país em 2020.
que, em 2018, só o grupo BTS
movimentou mais de 3,6 bilhões Área comercial de Myeongdong, Coreia
de dólares para a Coreia do Sul. do Sul, 2019. As ruas de Myeongdong são
b) Em seu entendimento, quais conhecidas pelo comércio de produtos de
beleza e atraem turistas do mundo inteiro.
são os motivos para o sucesso ESTHERPOON/ISTOCK EDITORIAL/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES

do gênero no mundo todo? 64


Resposta: Resposta pessoal.
Os estudantes podem apontar o
investimento pesado na produ- mais assistidos durante o ano no mundo e Resposta: Respostas pessoais. Os estudan-
ção dos videoclipes, o ritmo pop, elabore um gráfico com as cinco produções tes devem utilizar as redes sociais como fonte
as letras de alguns grupos, que mais assistidas. de pesquisa, analisando os conteúdos divulga-
falam sobre saúde mental, críti- Resposta: Produção pessoal. dos e refletir sobre o impacto dessas produções
cas à sociedade, relacionamentos, d) Faça um levantamento em diferentes perfis para a divulgação e consumo das produções
entre outras características do e páginas de redes sociais sobre produções sul-coreanas.
gênero. Também podem citar os sul-coreanas. Depois, responda: onde essas
investimentos do governo coreano produções são mais consumidas? Quais os
para impulsionar a hallyu. impactos das redes sociais para o consumo
c) Pesquise os filmes e k-dramas das produções artísticas sul-coreanas?
64
FÓRUM
Na página anterior, apresen-
tamos que a ascensão da cultura
FÓRUM
coreana no mundo ocidental
A xenofobia contra as produções sul-coreanas pode, em certa instância, promo-
Com a difusão do cinema sul-coreano, houve o aumento de discursos de ódio
ver reações negativas, de aversão
e xenofobia contra várias produções do país asiático. Assim como no cinema, grupos
famosos de k-pop presenciam e relatam situações em que sofrem com tal violência. e preconceito. Comente com os
Nas adaptações feitas pela indústria cinematográfica de Hollywood, muitas vezes estudantes sobre situações na
as características culturais de outros países são apagadas em detrimento da cultura sociedade brasileira que compro-
estadunidense. No entanto, o mesmo não acontece quando a indústria cinematográfica vem casos de preconceito racial
da Coreia do Sul produz seus remakes de grandes produções de outros países. Sobre esse
tema, leia o texto a seguir.
contra asiáticos. Certifique-se
que o tema seja abordado com
respeito e empatia, cuidando
O grande momento dos filmes sul coreanos parte da ascensão
econômica e movimento cultural, Hallyu (Onda Coreana). Dentro dela,
para que todos os estudantes
elementos como música (k-pop), dramas (k-dramas), filmes, moda, se sintam à vontade. Ouça o
comidas, cosméticos, turismo e o estudo da língua são resultados dos relato dos estudantes e incen-
investimentos em sua cultura, visando alavancar de forma positiva a tive-os à participação coletiva.
imagem do país para o resto do mundo [...].
Em contrapartida, um tema que permeia esse contexto está
Crie um espaço onde todos
relacionado aos “remakes”, que são refilmagens feitas de alguma possam exercer seu protago-
obra, comumente por estúdios hollywoodianos em filmes de origem nismo, onde seja possível ouvir
estrangeira. e ser ouvido, com respeito e
[...]
consciência social (competências
Deste modo, a partir do momento que esses “remakes” surgem,
a identidade que foi construída na narrativa do filme original é socioemocionais). Em seguida,
apagada ou suprimida, onde as características passam pelo processo faça outras perguntas com o
do orientalismo, atribuindo a identidade “oriental” de forma rasa objetivo de desenvolver o racio-
ao personagem, lugar ou traço asiático presente no filme. Além
cínio por hipótese, tais como:
disso, é importante ressaltar para a escala de alcance de produções
hollywoodianas. De modo que essas refilmagens se tornam mais por que as pessoas têm atitu-
suscetíveis a se tornarem mainstream, ou seja, coisas que são aceitas des xenofóbicas? Por que essas
e consumidas pela maioria das pessoas. falas são ofensivas? Essa discus-
BARAUNA, Peter Wesley Mendes. Cinema sul-coreano: discussões sobre identidade e são trabalha as Competências
orientalismo. Internacional da Amazônia. [Belém], 3 nov. 2021. Disponível em: https://
internacionaldaamazonia.com/2021/11/03/cinema-sul-coreano-discussoes-sobre-identidade-
Gerais 8, 9 e 10.
e-orientalismo/. Acesso em: 29 jul. 2022.

NÃO ESCREVA2. De acordo com o texto, a identidade sul-coreana é apagada ou suprimida, atribuindo a
NO LIVRO. identidade “oriental” de forma rasa ao personagem, lugar ou traço asiático presente no
filme.
1. Muitas novelas, filmes e dramas sul-coreanos foram refeitos pela indústria
estadunidense. Pesquise exemplos e cite as principais diferenças entre a obra
original e a adaptada. Produção pessoal.
2. De acordo com o texto, como a representação de personagens sul-coreanos em
produções estadunidenses influencia a reprodução de estereótipos?
3. Debata com os colegas e o professor sobre a importância de valorizar produções
culturais de diferentes nacionalidades e combater estereótipos.
Espera-se que os estudantes reconheçam a importância da representação de distintas
nacionalidades para a valorização de diferentes culturas e o combate à xenofobia.
ARGUMENTAÇÃO
ORAL
COMPETÊNCIAS
SOCIOEMOCIONAIS
65

PARA AMPLIAR
Atividade extra
O k-pop e os k-dramas estão cada vez mais mais assistidos durante o ano no mundo. Eles estudantes devem utilizar as
presentes na cultura ocidental. As platafor- devem pesquisar em quais países essas produ- diferentes redes sociais como
mas de streaming apresentam um número ções são mais assistidas. Peça, também, que fonte de pesquisa, analisando
maior dessas produções em seus catálogos. pesquisem como essas produções são divul- os conteúdos divulgados e
As redes sociais também contam com um gadas nas redes sociais sul-coreanas. Depois, refletir sobre o impacto dessas
maior número de páginas para divulgação das peça que respondam à questão: quais são os produções para a divulga-
produções sul-coreanas. Solicite aos estudan- impactos das redes sociais para o consumo ção e consumo das produções
tes uma pesquisa sobre os filmes e k-dramas das produções artísticas sul-coreanas? Os sul-coreanas.
65
ENCAMINHAMENTO
O tema permite agregar
aos estudos um produto cultu-
ral muito presente na realidade A indústria do futebol
dos jovens brasileiros, o futebol. A disseminação do futebol pelo mundo ocorreu a partir do século XX, acompanhada da
A ideia é relacionar o contexto expansão do modo de vida urbano, das atividades industriais e, a partir dos anos 2000, do inves-
de consolidação da hegemonia timento de capital da indústria de petróleo árabe no futebol mundial. A fundação da Federação
europeia e o futebol como inter- Internacional de Futebol (Fifa), em 1904, em Paris, e a criação da Copa do Mundo de Futebol,
em 1930, fortaleceram ainda mais o esporte como prática globalizada.
culturalidade, que se disseminou
As empresas de diversos setores passaram a investir no futebol e a expor suas marcas,
mundialmente a partir das dife- aumentando potenciais mercados consumidores. Também houve inovações relacionadas à ciência
rentes fases da globalização e e à tecnologia ao fabricar uniformes e acessórios e ao construir arenas e estádios. Os jogadores
do capitalismo, desde o indus- passaram a ter um papel maior do que apenas em campo: suas imagens agregam valor e geram
trial até o financeiro. A proposta renda às marcas, o que resulta em rendimentos muito altos. Analise a fotografia a seguir.
é analisar a dimensão do capi- Os principais investidores e patrocinadores dos times

PH.FAB/SHUTTERSTOCK.COM
talismo influenciando as roupas de futebol são empresas de telecomunicações e indústrias
(têxtil), os materiais esportivos petroquímica e automobilística, o que reforça a influência
(têxtil, sintético), a medicina do do capital industrial sobre todos os setores da economia,
incluindo as modalidades esportivas.
esporte (fisioterapia, fisiologia,
Grandes eventos relacionados ao futebol, como a Copa
nutrição) e a idade de início e do Mundo, geram grandes impactos socioambientais nos
de fim da carreira dos jogado- lugares que recebem esses eventos. Eles envolvem a cons-
res. Discorra sobre a difusão do trução de estádios e outras infraestruturas para receber os
futebol como cultura de massa e jogos, o que muitas vezes acarreta na desapropriação da
ressalte que atualmente se trata população que vive no entorno das obras e na transfor-
de um setor importante e ren- mação de paisagens que possuem importância histórica e
cultural.
tável do mercado financeiro. Da
Atualmente, a cadeia produtiva relacionada a futebol
mesma forma que ocorre com a
integra diversos países e setores da economia. As atividades
música, o tema do futebol pode envolvem desde o desenvolvimento de designs e tecnologia Em 2022, o jogador francês
se estender para muitos assun- para uniformes, chuteiras e meias até a produção das bolas, Kylian Mbappé, de 23 anos, era
tos relacionados à hegemonia além de todas as matérias-primas utilizadas nos processos. o mais valioso do mundo do
futebol, com valor de mercado
europeia e às interculturalidades, Isso resulta em um fluxo comercial e cultural intenso entre
superior a R$ 1 bilhão. Turin,
centro de nossa discussão nesta os países. Um exemplo é a cidade de Sialkot, localizada Itália, 2021.
unidade. Expanda questões na região central do

QATAR 2022/SUPREME COMMITTEE/GETTY IMAGES


Paquistão, onde são
como a evolução da quantidade
costuradas milhões
de patrocínios nos uniformes
de bolas de futebol
dos clubes de futebol, a relação utilizadas em grandes
entre megacorporações e os campeonatos, como
maiores clubes de futebol (euro- a Copa do Mundo.
peus), o surgimento do futebol
no Brasil, principalmente em
centros como Rio de Janeiro Estádio Ahmad
Bin Ali, Doha,
e São Paulo, e o histórico dos Catar, 2022.
clubes, entre outros elementos
que podem ampliar o tema. 66

PARA AMPLIAR
Indicações para o
bem como espelha classes sociais, reproduz
professor
ideologias e inspira devoção mais intensa que
• FOER, Franklin. Como o fu-
tebol explica o mundo: a praticada pelas religiões.
um olhar inesperado sobre a • MUSEU DO FUTEBOL. São Paulo, c2020. Site.
globalização. Rio de Janeiro: Disponível em: https://museudofutebol.org.
Zahar, 2005. br/. Acesso em: 21 ago. 2022.
O livro destaca como o O site apresenta diversas informações sobre
futebol transcende o esporte e o futebol e traz games educativos que podem
interfere em regimes políticos, auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.
66
FÓRUM
O tema permite desenvolver
o TCT – Ciência e tecnologia
FÓRUM
sobre as bolas de futebol e as
A produção de bolas de futebol tecnologias envolvidas em sua
Leia o texto a seguir para conhecer como funciona o sistema de produção de bolas
produção. Considere também,
de futebol em Sialkot, no Paquistão.
se houver tempo e possibilidade,
“Cerca de 60% de todas as bolas de futebol (feitas manualmente) são costuradas oferecer outros subtemas que
na cidade de Sialkot, nordeste do Paquistão. Os trabalhadores ganham, em média, o podem movimentar os estudan-
equivalente a 700 libras por ano, o dobro do salário médio no país. Algumas das bolas tes em uma prática de pesquisa.
de futebol podem custar até 100 libras cada na Europa”, relata o antropólogo norueguês A produção de bolas de futebol
Thomas Hylland Eriksen [...]”
[...]
passou por um longo processo
Segundo o artigo “On the Origins and Development of Pakistan's Soccer-Ball de aperfeiçoamento tecnoló-
Cluster” (“Sobre as origens e o desenvolvimento do aglomerado das bolas de futebol gico, assim como diversos outros
do Paquistão”), lançado em 2016 pela World Bank Economic Review, uma publicação elementos que fazem parte do
do Banco Mundial, boa parte do fenômeno pode ser explicado por políticas locais de
fomento industrial.
esporte mais popular do mundo.
No início da década de 1960, por exemplo, governantes paquistaneses elaboraram
uma área industrial específica em Sialkot, com terrenos à venda por metade do preço
original. Na década de 1970, as autoridades locais adotaram um esquema de descontos
para exportações de produtos manufaturados, permitindo que fabricantes reivindicas-
sem diversos impostos.
Criou-se, então, um cenário para um grande volume de exportações, em uma
região que já tinha uma sólida cultura industrial —o que resultou, ainda de acordo com
o artigo, no “boom das exportações das bolas de futebol nas décadas de 1980 e 1990”.
[...]
Dois pontos chamaram especial atenção. ASAD ZAIDI/BLOOMBERG/GETTY IMAGES

Primeiro: a baixa remuneração e a pouca idade


de muitos funcionários de pequenas oficinas de
costura. Segundo: a abrangência do problema. Era
muito comum que as fábricas de Sialkot terceirizas-
sem parte da produção, enviando peças para serem
montadas por crianças em oficinas menos visadas
pela fiscalização.

COLOMBARI, Emanuel. A capital da bola. UOL Esportes, São


Paulo, 19 jul. 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/esporte/
reportagens-especiais/conheca-a-cidade-do-paquistao-que-costura-60-
das-bolas-de-futebol-que-nos-usamos/#page6. Acesso em: 4 jun. 2022. Funcionárias em finalização
de processo de fabricação de
NÃO ESCREVA
1. Com base no texto, é possível concluir que o papel
bolas em Sialklot, Paquistão,
NO LIVRO. do Paquistão na Divisão Internacional do Trabalho é a
produção de mercadorias de menor valor. 2014.
1. A partir do texto, é possível concluir que o Paquistão possui qual papel na Divisão
Internacional do Trabalho? 2. As condições de trabalho nas fábricas paquistanesas são precárias,
os trabalhadores enfrentam longas jornadas de trabalho em ambientes
2. Quais são as condições de trabalho na produção das bolas de futebol? insalubres e com
baixa remuneração.
3. Pesquise a origem das matérias-primas e o processo de fabricação das bolas de
futebol. Espera-se que os estudantes concluam que a matéria-prima das bolas de futebol é o
couro sintético, que pode ter origem na China, na Coreia do Sul, em Taiwan, na Índia e
em outros países asiáticos. As bolas possuem três camadas, costuradas a mão a partir de
produtos derivados do petróleo. Todo processo de costura e colagem é feito a mão. 67

PARA AMPLIAR Fifa (1930-2022). Divida os estudantes em intuito dessa atividade é fazer
subgrupos, que podem ser responsáveis os estudantes perceberem os
Atividade extra por diferentes quadros de análise de evolu- impactos das mudanças tec-
A partir desse tema, é possível dividir os ção científico-tecnológica: bolas oficiais das nológicas no futebol e o rol de
estudantes em grupos e realizar uma prática copas (1930-2022), uniformes das seleções mercados que giram em torno
de pesquisa, na realização de um seminá- nas copas (1930-2022), os estádios nas copas da Copa do Mundo como ele-
rio, trazendo muitos elementos visuais para (1930-2022), as tecnologias de transmissão mento do espetáculo e cultura
explicar como as contribuições científicas e dos jogos (1930-2022), os patrocinadores e de massas, assim como a ati-
tecnológicas promoveram a evolução dos os produtos comercializados (1930-2022) e os vidade extra também cumpre
elementos da Copa do Mundo de Futebol álbuns de figurinhas das copas (1930-2022). O com esse papel.
67
ENCAMINHAMENTO
Este tema relaciona a pro-
dução têxtil, os designs e a
estética para analisar critica- Os centros da moda no mundo
mente o consumo e as formas As conexões estabelecidas a partir das trocas comerciais interferiram em todas as esferas da vida
de produção. O processo atual social, inclusive no comércio de tecidos, roupas e tapeçarias. Os processos relacionados à produção
de confecção emprega mão de de vestimentas estão inseridos em uma teia de relações que envolve desde a fragmentação da
produção, em que os modelos são projetados em um país e produzidos em outros, até na forma
obra majoritariamente feminina
de se vestir, em que pessoas se identificam com diferentes características identitárias e culturais.
e com precarização do trabalho.
Com a Segunda Revolução Industrial e com o desenvolvimento da indústria têxtil por toda
Para iniciar uma análise crítica a Europa, padrões de design e qualidade de alfaiataria começaram a ser desenvolvidos, dando
do tema, pergunte aos estudan- origem às principais grifes da moda. A representação do gosto das elites pelas produções de
tes: por que existem denúncias cidades como Milão (Itália), Paris (França), Londres (Inglaterra) e Nova York (Estados Unidos) criou
sobre o trabalho informal e uma indústria seletiva de consumo direcionada aos grupos sociais mais ricos e sendo desejo de
em condições precárias? Essas outros grupos sociais menos favorecidos.
perguntas podem ser dispara- No entanto, as escolas da moda têm se descentralizado da Europa em cidades como Tóquio
(Japão), Seul (Coreia do Sul), Toronto (Canadá) e Mumbai (Índia). Esses locais se destacam em suas
doras para analisar o mercado
criações e passaram a ter influência na forma de vestir em todos os países do mundo.
da moda, a partir da resolução
Além dessas cidades globais da moda, existem outras

SONIA VAZ
de problemas que envolvem Mundo: principais países no mundo que têm influência em determinados seguimen-
pesquisa, análise crítica e argu- produtores de calçados (2020) tos, como é o caso de São Paulo e Rio de Janeiro, no Brasil.
mentação. A lógica da produção Brasil O Brasil ocupa o 5o lugar do ranking produtivo de calçados
Indonésia 3,9%
das roupas e acessórios foi alte- 4,1%
em razão das atividades relacionadas ao setor pecuário,
rada, o que possibilita abordar Outros como a disponibilização de couro. Analise o gráfico a seguir.
20,3% A indústria da moda tem uma cadeia produtiva com-
com os estudantes a produ- Vietnã
7,7% plexa e articula diferentes setores: agropecuário, químico,
ção de tecidos como poliéster
Índia design, publicidade, propaganda e mídia especializada que
e algodão, as indústrias artesa- 13,3%
se utiliza de técnicas, tecnologias e pesquisa científica para
China
nais e a utilização de recicláveis 50,7% analisar tecidos e couros. A Divisão Internacional do Trabalho
para produção de “roupas da estabelece os lugares onde serão realizadas cada uma das
moda” e o polietileno, prove- etapas da produção: matéria-prima, planejamento, estraté-
niente do petróleo. Esses temas Elaborado com base em: ABICALÇADOS. Relatório gia, venda, entre outras, o que resulta em distintos valores
Setorial Indústrias de Calçados, Brasil, 2022. Novo de custos da produção.
permitem trabalhar com o TCT Hamburgo: Abicalçados, 2022. p. 12. Disponível
– Educação para o consumo em: http://abicalcados.com.br/publicacoes/relatorio-
setorial. Acesso em: 2 jun. 2022.
e o TCT – Trabalho. Desfile de moda em Paris, França, 2021.
PETER WHITE/GETTY IMAGES

Se julgar pertinente, escolha


uma marca de roupas com os
estudantes e faça os seguin-
tes questionamentos com eles:
como e onde se dá a confec-
ção? Quais são as condições de
trabalho? Qual é a logística das
mercadorias? Em que lojas são
vendidas? Qual é o preço final
dos produtos? Dê liberdade para
os grupos trabalharem com o 68
tipo de análise que quiserem.
Uma das sugestões é que eles
escolham exemplos nas mídias os estudantes os motivos que colocam as
digitais sociais, páginas de des- empresas italianas e francesas como o centro
files, propagandas de marcas da moda no mundo, enfatizando o referencial
que exponham os produtos a estético a partir da hegemonia europeia, quais
serem analisados em seu valor são os novos centros de influência da moda e
e perfil produtivo. Cada uma quais as relações com a cultura que está sendo
das perguntas elencadas serve inserida no processo de globalização.
de ponto de partida para os
grupos, movimentando o pro-
cesso investigativo. Avalie com
68
1. b) Produção pessoal. Os estudantes deverão identificar os ENCAMINHAMENTO
maiores investidores do futebol do ano e elaborar um quadro
com as informações coletadas.
Neste capítulo, foram sele-
cionados diferentes elementos
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
2. a) Os estudantes devem pesquisar em jornais e estudos
divulgados quais são os fast-foods que tiveram suas franquias a respeito das interculturalida-
e capital expandido nos últimos anos e os países que mais
consomem esse tipo de alimento. des existentes no mundo, em
1. O investimento no futebol vem transformando o esporte em uma verdadeira indústria, diversos setores da indústria do
com movimentações financeiras muito altas. Leia o trecho da reportagem a seguir e entretenimento, para tratar de
responda às questões.
processos atuais do mercado
financeiro, principalmente sobre
Nos últimos anos, magnatas de diversos setores e países decidiram explorar o
futebol como um negócio e começaram a investir em clubes – a maioria, é claro, na a produção e consumo de mer-
Europa. De xeques árabes a empresários de renome, eles mudaram a estrutura dos cadorias. Espera-se que essas
times europeus graças à enorme capacidade de investimento e alimentaram discus- atividades possam engajar os
sões sobre o fair play financeiro – uma espécie de controle de gastos para grandes
estudantes e que eles refli-
clubes da UEFA (União das Federações Europeias de Futebol).
tam como o consumo atual
CALAIS, Beatriz. Do Chelsea ao Manchester City: 10 bilionários que também são donos de clubes de futebol.
Forbes, São Paulo, 29 maio 2021. Disponível em: https://forbes.com.br/forbes-money/2021/05/do-chelsea-ao-
reflete nas relações e organiza-
manchester-city-10-bilionarios-que-tambem-sao-donos-de-clubes-de-futebol/. Acesso em: 30 jul. 2022. ção social. Recupere elementos
1. a) Consulte respostas em orientações didáticas.
a) Quais são os impactos dos altos investimentos financeiros para os estudados durante o capítulo e
clubes? Os impactos são os mesmos em todos os clubes do mundo? inclua nesta seção de ativida-
Fair play: conduta
b) Pesquise quais são os dez maiores investidores dos clubes de futebol ética nos esportes. des, de modo que seja possível
no mundo. Elabore um quadro com a identificação dos investido- avaliar o nível de conhecimento
res, valor investido, clubes e quais são os negócios principais de tais investidores (empresas obtido e a aprendizagem sobre
petrolíferas, bancos etc.).
conceitos importantes.
2. O elevado consumo de fast-food é uma das marcas da hegemonia e imperialismo es-
tadunidense. Ele envolve o consumo de alimentos pré-preparados e feitos de forma
rápida, e tem se tornado muito comum no mundo. Na pandemia, o número de consumo
desse tipo de alimentos cresceu, resultando no aumento das franquias dessas empresas.
a) Pesquise quais foram as empresas de fast-food que mais se expandiram nos últimos cinco
anos e os dez países com maior consumo desse tipo de alimento. Elabore um gráfico para
apresentar os dados encontrados.
b) Escreva um texto que aborde as consequências do alto consumo de fast-food, considerando
os efeitos relacionados à saúde, ao mercado de trabalho e ao meio ambiente.
2. b) Consulte comentários em orientações didáticas.
3. Leia o trecho a seguir.

À medida que a cultura se torna cada vez mais homogeneizada globalmente, a


tarefa do marketing é afugentar o pesadelo quando os produtos de grife deixam de
parecer estilos de vida ou grandes ideias e subitamente parecem os bens onipre-
sentes que realmente são. [...] Incorporando as identidades empresariais que são
radicalmente individualistas e perpetuamente novas, as marcas tentam se vacinar
contra a acusação de que estão na verdade vendendo a mesmice.

KLEIN, Naomi. Sem logo: a tirania das marcas em um planeta vendido. Rio de Janeiro: Editora Record,
2002. p. 142.

• De acordo com o texto, quais são os impactos da homogeneização cultural para as


indústrias mundiais da moda? Consulte resposta em orientações didáticas.

69

Atividades
1. a) Os altos investimentos recebidos por alguns analisar as consequências do alto consumo de mercado, ao mesmo tempo que
clubes possibilitam a contratação de melhores fast food. Espera-se que eles mencionem o são mais consumidas e passam
jogadores, treinadores e demais equipes e crescimento dos problemas de saúde relacio- a ter seus produtos semelhantes,
equipamentos técnicos necessários, criando nados à má alimentação, a precarização do criando a ideia de que vendem a
assim, grandes clubes com impactos globais mercado de trabalho e o aumento do descarte mesma coisa, sendo necessário
e, ao mesmo tempo, marginalizando clubes de resíduos no meio ambiente. a criação de novos produtos e
com recursos limitados. 3. Com a tendência à homogeneização cultural, campanhas de marketing para
2. b) Os estudantes devem elaborar um texto para as grandes marcas ficam mais projetadas no mudar tal concepção.
69
ENCAMINHAMENTO
Esta seção aborda as habili-
dades EF09GE03, EF09GE09 e
EF09GE10. As discussões sobre
as diferenças culturais e a impor- GEOGR AFI A EM AÇÃO
tância do multiculturalismo na
sociedade atual são reforça- O PROTAGONISMO FEMININO E O MULTICULTURALISMO
das como uma das formas de
As diferentes formas de organização social e cultural influenciam a condição das mulheres nas
superação dos estereótipos e sociedades de acordo com os valores e os papéis sociais a elas atribuídos. Nas organizações sociais
preconceitos que existem a res- tradicionais, era papel da mulher prover toda a comunidade. Apenas com o estabelecimento
peito das culturas que não são de agrupamentos sociais mais hierarquizados e a influência do cristianismo é que as mulheres
dominantes, como as dos povos passaram a desempenhar apenas o papel de cuidadora da casa e dos filhos, instituindo um
tradicionais, orientais, africanos modelo de sociedade patriarcal em que o homem é detentor dos direitos de trabalho, liberdade
e demais fora do eurocentrismo e participação política, entre outros.
e imperialismo estadunidense. Com a necessidade de aumento da produção para atender às demandas da sociedade, as
mulheres passaram a ser contratadas nas fábricas, recebendo menores salários e sem direitos
A seção também aborda o TCT
trabalhistas. Foi somente após os movimentos sufragistas, no início do século XX, que as mulheres
– Diversidade cultural, sobre
conquistaram o direito ao voto. Desde então, a luta das mulheres em busca de igualdade salarial,
diferentes nacionalidades de direitos, segurança e liberdade ganhou mais força.
mulheres que contribuem para Tais movimentos acontecem de maneira distinta em cada cultura. Por exemplo, atualmente
o avanço da ciência e da política mulheres mulçumanas têm se posicionado cada vez mais contra a intolerância religiosa sofrida
no mundo e o TCT – Ciência e quando são vistas de hijab, vestimenta tradicional da religião.
tecnologia, para associar as des- Os países do Oriente têm se destacado nos últimos anos em razão de seus avanços científicos
cobertas cientificas, tecnológicas e tecnológicos. Com isso, diversas pessoas com influências midiáticas têm trabalhado para expor
a realidade de culturas, como forma de quebrar os estereótipos criados pela cultura ocidental.
e a participação política da per-
No infográfico a seguir, podemos analisar alguns exemplos de protagonismo feminino em
sonalidade escolhida. Converse
diversas áreas. Esses exemplos do infográfico mostram importantes avanços de mulheres que não
com os estudantes sobre algumas estão inseridas em contextos culturais ocidentais, colocados como padrão dominante.
mulheres que podem ser iden-
tificadas nesses grupos, como
grandes contribuidoras para a Janaki Ammal
Botânica e citogeneticista
Ciência e a Política contemporâ-
Nascida na Índia, foi responsável por estudos com
nea. Além disso, retome alguns cana-de-açúcar que trouxeram mais independência
pontos importantes, por exemplo, para o país. Durante suas pesquisas, ela desenvolveu,
ROB KIM/GETTY IMAGES

a partir de
durante a preparação do material

THE MODERN REVIEW. FEVEREIRO 1938.


cruzamentos
escrito, que deverá ser feito com genéticos,
base nas instruções da página uma espécie
de cana-
71. Demonstre a importância Sarah al-Amiri
-de-açúcar que
de seguir cada uma das etapas Cientista da computação
se desenvolve
Nascida nos Emirados Árabes Unidos, responsável
propostas. por comandar, em 2020, a missão que enviou o pri-
melhor no
solo e clima
Outra questão muito impor- meiro veículo espacial para coletar informações sobre
indianos.
tante é mediar a atividade com o planeta Marte. Desde 2017, é ministra de Ciências
Avançadas e presidenta da Agência Espacial dos
os estudantes de forma a evitar Emirados Árabes Unidos.
comentários e atitudes precon-
ceituosas a respeito das diversas 70
culturas. Pode-se trazer informa-
ções coletadas em diferentes redes
sociais, onde artistas e influen-
ciadores promovem campanhas
para expor sua cultura e informar
a população para reduzir o pre-
conceito existente. Essas práticas
estão associadas ao combate ao
machismo, ao desenvolvimento
das competências socioemocio-
nais de consciência social e as
Competências Gerais 8, 9 e 10.

70
GIOIA FORSTER/DPA/DPA PICTURE-ALLIANCE/AFP ENCAMINHAMENTO
Para a produção do texto
(Etapa 2), após levantamento
e registro escrito das principais
informações reunidas, incen-
tive os estudantes a escrever

JOE RAEDLE/GETTY IMAGES


um material com boa legibili-
dade. Os textos precisam trazer
alguns elementos importantes
tais como a biografia da pessoa,
Ilhan Omar
Deputada sua trajetória, os efeitos de sua
Nasceu na Somália e é graduada em Ciências Juliana Rotich pesquisa e impactos positivos
Políticas e Estudos Internacionais. Para fugir da guerra Profissional de tecnologia da informação
civil, foi para os Estados Unidos com 12 anos com Nascida no Quênia, dedica-se ao desenvolvimento
para a sociedade, entre outros
pouco conhecimento de inglês. Tornou-se uma das pri- de inovações tecnológicas. É fundadora da maior elementos.
meiras congressistas muçulmanas, a primeira mulher fornecedora de rede wi-fi na África Subsaariana.
Para a elaboração do mapa-
negra a representar o Estado da Minnesota e a primeira Desenvolveu ferramentas para produção coletiva de
ex-refugiada com cidadania africana no Congresso dos informações de crise e cobertura de tópicos relaciona- -múndi colaborativo (Etapa 3),
Estados Unidos. dos ao meio ambiente. considere orientá-los a esco-
Fontes: CHANDA, Tirthankar. Janaki Ammal, la pionnière oubliée des études botaniques indiennes. Teller Report, [s. l.], lher um lugar onde o planisfério
8 mar. 2021. Disponível em: https://www.tellerreport.com/news/2021-03-08-%0A---janaki-ammal--
the-forgotten-pioneer-of-indian-botanical-studies%0A--.SJN8MQFQ7u.html. possa ficar exposto, de preferên-
BEZERRA, Mirthyani.Quem é Sarah al-Amiri, a mulher que colocou os Emirados rumo a Marte? Tilt UOL, cia em um plano acessível, para
São Paulo, 12 set. 2020. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/09/12/
quem-e-sarah-al-amiri-a-mulher-que-colocou-os-emirados-na-rota-de-marte.htm. estar junto com a exposição da
DIEKHANS, Antje. Alemanha distingue queniana Juliana Rotich com Prémio África.
Deutsche Welle, Bonn, 24 out. 2019. Disponível em: https://p.dw.com/p/3RpTO. atividade final, os livretos. Uma
ILHAN OMAR’S STORY. Ilhan for congress. Washington, c2021. Disponível em: opção é utilizar um planisfério
https://ilhanomar.com/about/. Acessos em: 2 jul. 2022.
NÃO ESCREVA político padrão, daqueles utili-
ATIVIDADES NO LIVRO. Consulte resposta e comentários em orientações didáticas. zados nas aulas de Geografia e,
O acesso e a divulgação de informações advindas de fontes sérias e seguras é uma das formas com alfinetes redondos coloridos
de conscientização da população e redução dos preconceitos em relação às práticas culturais (para mapas), marcar a locali-
distintas daquelas em que estamos inseridos. zação dos países e/ou cidades
Nós, enquanto cidadãos, temos o dever de contribuir para o fim desses estereótipos, bem
onde elas nasceram, com uma
como respeitar as diferenças existentes, uma vez que vivemos em um mundo globalizado e
multicultural. foto e nome da cientista.
Por fim, para a produção do
1. Para contribuir com essa questão, vocês irão se reunir em grupos e elaborar um pequeno
livreto para divulgação de avanços tecnológicos, científicos, culturais e econômicos de livreto (Etapa 4), siga as ins-
mulheres de diferentes nacionalidades. Para isso, sigam as etapas a seguir. truções do enunciado. Uma
Etapa 1: Escolham uma cientista e reúnam informações sobre ela. Vocês devem pesqui- sugestão que fazemos é dire-
sar aspectos biográficos, pesquisas realizadas e as suas contribuições para a sociedade. cioná-los para uma análise de
Etapa 2: Após reunir as informações, escrevam um texto com os resultados encontrados. tendência, para escolherem o
Etapa 3: Para destacar as diferentes nacionalidades abordadas, elaborem um mapa- melhor design. Selecionem,
-múndi colaborativo, indicando onde está cada cientista pesquisada pela turma.
juntos, as melhores cores, a
Etapa 4: Ao final, seu grupo e os demais irão reunir todas as informações coletadas e
capa, as artes incluídas dentro
os textos elaborados e organizá-los, em formato de livreto impresso ou digital, para
ser divulgado em sua comunidade escolar e fora dela. O material deve reforçar a im- do livreto, a disposição das foto-
portância do multiculturalismo e do respeito às diferenças culturais. grafias e imagens na página,
diagramação, enfim, todos
71 os elementos de um trabalho
editorial que envolva interdisci-
plinaridade com Arte (habilidade
Atividade EF69AR04) e Língua Portuguesa
1. Os estudantes deverão acessar sites e outras fontes de divulgação científica, como (habilidade EF69LP06).
revistas, sites de universidades, blogues, páginas em redes sociais etc. A pesquisa reali-
zada deverá buscar grupos de estudos e pesquisas realizados por mulheres cientistas de
países da África e do Oriente. Ao encontrar grupos e/ou pesquisadoras individuais, os
estudantes deverão buscar as pesquisas desenvolvidas pelo grupo, anotando o título,
os objetivos dos estudos, tempo de realização, se esses estudos possuem algum tipo
de financiamento estatal ou de iniciativas privadas, os impactos socioeconômicos da
pesquisa, entre outros.

71
BNCC NA UNIDADE
Competências

3
Gerais: 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9 e 10 UNIDADE
Área: 1, 4, 5, 6 e 7
Específicas: 1, 2, 3, 4, 6 e 7 AS POPULAÇÕES E AS
Habilidades
• EF09GE03 • EF09GE14
PAISAGENS NATURAIS



EF09GE04
EF09GE07
EF09GE08



EF09GE15
EF09GE16
EF09GE17
DA EUROPA, ÁSIA E
• EF09GE09
OCEANIA
OBJETIVOS E
JUSTIFICATIVAS
• Compreender os conceitos
que envolvem a dinâmica po-
pulacional a fim de analisar o Analise a imagem e como as
processo de ocupação de paí- condições físico-naturais dos ambientes
ses da Eurásia. se relacionam diretamente com o modo
• Identificar a diversidade das de vida dos povos. Nas paisagens,
etnias em vários países para reconhecemos diferentes condições
compreender as disputas das que influenciam a ocupação humana
e servem como fatores de atração e
territorialidades em diferentes
dispersão para as populações.
países.
• Compreender os indicadores
demográficos para analisar a
dinâmica populacional e o de-
senvolvimento econômico de
deferentes países.
• Analisar os indicadores econô-
micos a fim de compreender
os usos e a relevância das infor-
mações geográficas, da leitura
de mapas, tabelas e gráficos.
• Consolidar os conceitos relacio-
nados ao geossistema a fim de
compreender a dinâmica e a in-
tegração dos elementos físicos
naturais da eurásia.
• Analisar por meio das di-
Vila de Namche
ferentes representações os Bazaar, Nepal,
elementos físicos naturais pa- 2019.
ra entender a dinâmica e o
comportamento climático e os 72
impactos ambientais.

TEMAS
ENCAMINHAMENTO
CONTEMPORÂNEOS
Nesta unidade, são apresentadas as estrutu-
TRANSVERSAIS
ras populacionais de países e regiões diversas
• Cidadania e civismo – educa-
da Europa, da Ásia e da Oceania para melhor
ção em Direitos Humanos
compreensão de suas principais características
• Economia – trabalho e das transformações que essas sociedades têm
• Meio ambiente – educação enfrentado, estabelecendo a relação com seus
ambiental componentes físico-naturais.

72
ENCAMINHAMENTO
Descreva a fotografia de aber-
tura de unidade para mostrar
Nesta unidade, você vai estudar:
• as características populacionais da Europa, da Ásia e da a maneira como a popula-
Oceania; ção ocupa a vertente e o vale
• a diversidade de paisagens na Europa, na Ásia e na
Oceania; entre as montanhas do Nepal.
• os condicionantes físico-naturais para a ocupação Compare com outros exemplos
humana na Europa, na Ásia e na Oceania. que os estudantes conhecem,

LUCIANA WHITAKER/PULSAR IMAGENS


IMAGES
analisando a influência do relevo
na organização e nos arranjos

FRANK BIENEWALD/LIGHTROCKET/GETTY
das cidades.
Na paisagem da vila de
Namche Bazaar, é possível notar
a forma do relevo e o modo
como as pessoas constroem
e dispõem as suas casas. Faça
aos estudantes as perguntas a
seguir: quais são as característi-
cas da vila de Namche Bazaar?
Que tipo de construção é possível
reconhecer? Quais são as ativida-
des econômicas exercidas? Quais
seriam as atividades de lazer
dessas pessoas? Comparando
com lugares que você já visitou
no Brasil, existem locais que são
parecidos? Quais? Por quê?
É importante desenvolver a
leitura de paisagem, elemento
essencial para a construção do
raciocínio geográfico. A análise
da paisagem é crucial para
investigar as características dos
modos de vida das pessoas.

NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
1. Analisando a fotografia, como você imagina que
seja o modo de vida da população nepalesa?

2. No Brasil, existem paisagens semelhantes a esta


mostrada na fotografia?

73

Atividades
1. Espera-se que, ao observar a imagem, os afirmam que não existem montanhas no
estudantes percebam tratar-se de uma Brasil porque os processos de formação do
ocupação em uma montanha, no Nepal. escudo cristalino brasileiro não se referem à
É possível observar a disposição das cons- orogênese recente, derivada da convergên-
truções em semicírculos, acompanhando o cia de placas (como os Andes e o Himalaia, O mais importante é que os
relevo. A partir disso, são definidas as áreas por exemplo). Já outros grupos partem de estudantes reconheçam e
destinadas à agricultura e à circulação. argumentos morfométricos, da altura e da comparem formas de relevo
2. Explique aos estudantes que não existe declividade das vertentes, que associam as da paisagem com seu lugar
um consenso sobre isso. Alguns grupos serras do mar a formações montanhosas. de vivência.
73
ENCAMINHAMENTO
O objetivo deste capítulo
é tratar das dinâmicas popu-
TULO

5
lacionais com base na análise CAPÍ
de pirâmides etárias, indicado- AS CARACTERÍSTICAS
res de qualidade de vida, entre POPULACIONAIS
outros dados. Converse com os
estudantes sobre as diferenças e
semelhanças das condições de Conhecer as características demográficas de determinado lugar é essencial para a
formulação de políticas públicas. Por isso, os países coordenam censos populacionais
vida da população em países da
para levantar dados a respeito de sua população. Para além de fazer a contagem dos
Ásia, da Europa e da Oceania.
habitantes de um lugar, os censos servem para se ter uma visão geral do país e, ainda, analisar
Como sugestão, podem se dividir como estão as condições de vida da população e o que precisa ser feito para melhorá-las.
os estudantes em grupos para Na imagem a seguir, há alguns dados populacionais dos continentes.
analisar as populações em dife-
rentes países ou regiões. Europa, Ásia e Oceania: dados populacionais (2019)
As propostas temáticas auxi-

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO

liam no desenvolvimento das Círculo Polar Ártico


EUROPA
População: 747,2 milhões

competências gerais 2, 3, 4, 5 Homens: 48,32%


Mulheres: 51,68%
0-14 anos: 16%
e 7 e das competências espe- 60+: 26,1%
OCEANIA
População: 42,1 milhões
cíficas de Ciências Humanas Trópico de Câncer
Homens: 50,4%
Mulheres: 49,6%
OCEANO OCEANO
1, 4 e 6, que estão relaciona- OCEANO
PACÍFICO ATLÂNTICO
0-14 anos: 23,6%
PACÍFICO
60+: 17,8%
Equador ÁSIA

das à capacidade de exercitar o População: 4 601,3 milhões


Homens: 50,9% OCEANO

Meridiano de Greenwich
Mulheres: 49,1%
respeito às diferenças, à justiça Trópico de Capricórnio
0-14 anos: 23,3%
60+: 13,4%
ÍNDICO

social e aos direitos humanos. Em


relação às competências específi-
cas de Geografia, destacam-se Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

2, 6 e 7, que corroboram a com- 0 2 745

preensão da interação entre


Fonte: UNITED NATIONS. Departament of Economic and Social Affairs. Statistical yearbook: 2021 edition:
sociedade e natureza, a análise sisxty-fourth issue. New York: United Nations, 2021. p. 13-33. Disponível em: https://data.un.org/_Docs/SYB/
PDFs/SYB64_1_202110_Population,%20Surface%20Area%20and%20Density.pdf. Acesso em: 6 jul. 2021.
crítica e o respeito à autonomia,
à empatia, à resiliência e aos prin-
A POPULAÇÃO EUROPEIA
VICTORIA JONES/PA IMAGES/GETTY IMAGES

cípios éticos. Os temas presentes


neste capítulo contribuem para o Os diversos grupos étnicos que fazem parte
desenvolvimento das habilidades da história do continente – anglo-saxões, latinos,
escandinavos, germânicos, eslavos etc. –, deram
EF09GE09 e EF09GE15.
origem a países e culturas distintas e singulares.
Na página, temos duas Quanto à religião, a maioria dos europeus é
imagens que são importantes cristã, dividida em católicos romanos, protestan-
para a compreensão do con- tes e cristãos ortodoxos.
teúdo: a primeira, o planisfério
Centro de Londres, Reino Unido, 2021.
Europa, Ásia e Oceania: dados Londres é uma das principais e mais
populacionais (2019) e a segunda, populosas cidades europeias e atrai
uma fotografia de Londres. imigrantes do mundo todo.

O planisfério apresenta boxes 74


com informações a respeito de
população total, quantidade de
mulheres, média de idade, entre
outras informações.
Como estratégia para intro-
duzir as três regiões continentais,
converse a respeito dos povos
e populações que existem na
Eurásia e na Oceania, distin-
guindo, respectivamente, os
aspectos étnico-culturais dos
socioeconômicos e demográficos.

74
ENCAMINHAMENTO
Com relação às populações
A POPULAÇÃO ASIÁTICA da Ásia e da Oceania, reco-
mendamos que seja feita uma
O continente asiático é o maior e mais populoso da Terra e conta com a presença de dife-
abordagem muito cuidadosa,
rentes grupos culturais e étnicos. Dois dos países mais populosos do mundo estão situados nesse
continente: China, com 1,41 bilhão de habitantes; e Índia, que conta com 1,39 bilhão de habitan- pois essas faixas continentais
tes. Outros países do sul e do sudeste do continente também apresentam grandes populações, abrigam grande diversidade de
como Indonésia, Paquistão e Bangladesh. povos, culturas e contextos geo-
A Ásia é muito diversa étnica e culturalmente, e a ocupação do continente é bastante antiga. gráficos muito particulares.
Diversas etnias, como árabes, persas, turcos, hans e manchus (etnias predominantes na China), Sugerimos que mapas físicos
hindus, japoneses, entre outras, habitam o continente. da Ásia e da Oceania sejam uti-
Esses povos falam diversos

NGOC TRAN/SHUTTERSTOCK.COM
lizados para trabalhar com o
idiomas. A Índia, por exemplo, tem pensamento espacial integrado à
mais de 20 idiomas e recebe influên-
aula. Com um mapa das carac-
cia linguística dos diferentes domínios
terísticas de hidrografia e relevo,
coloniais inglês e francês, além de
contar com inúmeros dialetos. divida a Ásia e a Oceania em
Também há grande diver- regiões: (a) Europa Ocidental; (b)
sidade religiosa no continente. Europa Mediterrânea; (c) Europa
Religiões como budismo, taoísmo Setentrional; (d) Europa Central;
e hinduísmo contam com milhões e (e) Europa Oriental; (f) Oriente
de adeptos, sobretudo nas partes Médio; (g) Ásia Setentrional; (h)
sul e leste do continente, como Ásia Central; (i) Ásia Meridional;
Índia, China e Japão. Na porção
(j) Ásia Oriental; (k) Austrália e
mais ocidental da Ásia, sobretudo
Nova Zelândia; (l) Micronésia;
no Oriente Médio, a religião pre-
dominante é o islamismo. A maioria da população iraniana pertence à etnia persa.
(m) Melanésia; e (n) Polinésia.
Teerã, Irã, 2020. Considere colocar o mapa
no chão ou em uma mesa no
A POPULAÇÃO

DI VINCENZO/SHUTTERSTOCK.COM
centro da sala, em volta do qual
OCEÂNICA todos possam se reunir e parti-
A Oceania é o menor con- cipar da análise. Faça perguntas
tinente em extensão territorial e como: quais povos surgiram
o segundo menos habitado do nessas regiões? Por onde eles se
planeta, superado apenas pela distribuíam? Quais são as áreas
Antártida. Na Austrália e na Nova
mais populosas? Onde estão
Zelândia, os dois maiores países do
as principais cidades? Por que
continente, a maior parte da popu-
lação é descendente de europeus,
são essas áreas as mais popu-
resultado da colonização britânica losas e não outras áreas? Que
a partir do século XVIII. Existem fatores físico-naturais atraíram as
também diversos povos aborígenes pessoas para essas regiões? Se
e seus descendentes, com línguas possível, faça outras perguntas
e territórios próprios. Garoto aborígene Warlpiri. Yuendumu, Austrália, 2020. que possam associar elementos
físico-naturais, históricos e con-
75
temporâneos sobre o modo de
vida das pessoas.
Em seguida, é possível que os estudantes escolham uma
das regiões descritas e recolham informações sobre elas,
trazendo-as para as aulas e/ou, até mesmo, preparando
aulas explicativas sobre as áreas. Dessa forma, seria possível
incentivar o protagonismo juvenil no trabalho com pesquisa,
levantamento e seleção de informações, além de poder tra-
balhar com a metodologia ativa da sala de aula invertida.
Tratar sobre as populações da Eurásia e Oceania possibi-
lita a mobilização das habilidades EF09GE04, EF09GE07,
EF09GE08, EF09GE09, EF09GE15, EF09GE16 e EF09GE17.

75
ENCAMINHAMENTO
Ao analisar a distribuição ter-
ritorial da população, pode-se
utilizar princípios geográfi- A DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DA POPULAÇÃO
cos como distribuição, padrão A distribuição dos fenômenos no território contribui para a análise espacial. É por meio dessa
espacial, extensão, localização análise que compreendemos os fatores e as características que definem a ocupação humana nos
e conexão, que contribuem diferentes territórios do mundo.
para as análises espaciais e o
desenvolvimento da habilidade
A distribuição populacional da Europa
A Europa é um continente bastante povoado, com população relativa superior a 70 habitantes
EF09GE15.
por km2, mas sua distribuição pelo território é desigual. Ao longo do processo de ocupação, as
Analise o mapa temático diferentes etnias organizaram-se nos vales de rios, em especial o Reno, o Volga e o Danúbio, onde
Europa: densidade demográ- se localizam as principais aglomerações populacionais do continente. As menores densidades
fica (2018), que representa os demográficas são encontradas nas regiões mais frias, em áreas próximas ao Círculo Polar Ártico.
locais do mundo em que há
maiores ou menores concen- Europa: densidade demográfica (2018) Densidade da população
(habitantes por km²)
írc 0º
trações de pessoas. Explique
C

ul OCEANO GLACIAL ÁRTICO Menos de 1


o
Po
ALLMAPS

h
lar

nwic
Ár De 1 a 10
que a organização da legenda tic
o

Gree
De 11 a 25

nesse mapa estabelece ordem


De 26 a 50

e
no d
De 51 a 100

visual, partindo do uso de duas dia


De 101 a 200
Meri
Mais de 200

variáveis visuais: cor e tamanho. Habitantes nos aglomerados urbanos


Perm ou áreas metropolitanas
As cores variam de tons menos São Petersburgo
Kazan
Ufa (em milhões)

Estocolmo
De 1 a 2,5
quentes (amarelo, laranja etc.) 50
ºN Mar do
Nizni Novgorod
Samara De 2,5 a 5
Norte Copenhague ti c r Moscou
ál M a
o
para tons mais quentes (laran- Dublin Manchester
Londres Amsterdã
B De 5 a 10
Hamburgo
ja-avermelhado, vermelho e ÁSIA
Roterdã Minsk
Varsóvia Mais de 10
OCEANO Vale
do Ruhr Berlim Kharkiv Volvogrado
ATLÂNTICO Bruxelas Colônia
roxo), enquanto os tamanhos Paris
Frankfurt
Munique
Kiev
Rostov-on-Don
Habitantes nos centros urbanos
(em milhares)

indicam os menores (círculos


Stuttgart De 500 a 1 000
Viena
Mar
Lyon Budapeste Cáspio De 1 000 a 2 500

pequenos) e maiores (círculos


Milão Odessa De 2 500 a 5 000
Bucareste
Belgrado Mar Negro Mais de 5 000
Lisboa
grandes) aglomerados urbanos.
Marselha
Madri Roma Sófia Istambul
Barcelona Fronteira

Se for possível, utilize o pla- M a r


M e d
Nápoles Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO
i t DE AGOSTINI. Atlante Geografico
nisfério físico sugerido na aula er Atenas
r â
n e
0 460 Metodico De Agostini. Novara:
ÁFRICA o
anterior, comparando as carac- Istituto Geografico de Agostini,
2018. p. 47.
terísticas físico-naturais com a A distribuição populacional da Ásia
densidade populacional. Dessa A população relativa do continente asiático também se situa em torno de 70 hab./km2, de
forma, seria possível trabalhar acordo com dados do Census Bureau. Isso o caracteriza como um continente bastante povoado,
com o princípio geográfico ou seja, com alta densidade demográfica.
de conexão, pois a hidrogra- As civilizações asiáticas se desenvolveram nas férteis áreas planas próximas a rios, como o
fia e o relevo seriam elementos Yang-Tsé-Kiang e o Huang-He, na China; o Ganges, na Índia; o Brahmaputra, em Bangladesh; o
influenciadores da ocupação Indo, no Paquistão; e o Mekong, no Sudeste Asiático. Essas regiões correspondem a um quarto
do território da Ásia e abrigam 90% dos seus habitantes, superando a marca de 800 hab./km2.
humana em determinadas
Em contrapartida, as áreas montanhosas, como o Himalaia; as áridas, como o Tibet e o
regiões na Europa. deserto Gobi, na China, e grande parte do Oriente Médio; e as de altas latitudes próximas ao
Círculo Polar Ártico, como a Sibéria, compõem os dois quintos do território que abrigam apenas
3% da população do continente.
76

76
ENCAMINHAMENTO
Ásia: densidade demográfica (2018) Analise com os estudan-
tes os mapas temáticos desta

DACOSTA MAPAS
Analise o mapa.

Círculo
OCEANO GLACIAL
ÁRTICO
página, intitulados Ásia: den-

Po l
ar
sidade demográfica (2018); e

Ár
Densidade da população Habitantes nos centros urbanos ic
o

t
(habitantes por km²) (em milhares)
Menos de 1
De 1 a 10
De 500 a 1 000
De 1 000 a 2 500
Mar de Oceania: densidade demográ-
Okhotsk
De 11 a 25 De 2 500 a 5 000
Mais de 5 000
fica (2018). A organização das
De 26 a 50 OCEANO
informações geográficas segue

M
Fronteira PACÍFICO

ar
De 51 a 100

Ne
gr
De 101 a 200 Ancara Mar
o mesmo padrão do mapa da
Nur-Sultan

o
Nicósia Beirute do
Mais de 200 Japão
Damasco Ulan Bator Tóquio
Áreas desabitadas Pyongyang
er
página anterior, inclusive man-
Telaviv
Tashkent Beijing
Seul nc

Amã
Ashkhabad
de
Habitantes nos aglomerados urbanos Bagdá Teerã Bishkek
o
pic
ou áreas metropolitanas Duchambe
(em milhões)
Riad
Cidade
do Kuwait
Manama
Kabul Islamabad
Mar da
China
Tró tendo a referência quantitativa,
De 1 a 2,5
de classes de legenda e de paleta
Doha Oriental
Abu Dhabi
Nova Katmandu
De 2,5 a 5 Mascate Délhi Taipé
Sana Thimphu
De 5 a 10 Hanói de cores. Evidencie que a densi-
Mar da Manila
Mais de 10 Dacca Naipidau Vientiane
Golfo de Bangcoc
China
Meridional dade de pessoas na Oceania e
Bengala Phnom Penh r 0°

Colombo
Equ
ado
na Ásia está associada às áreas
Fonte: ISTITUTO GEOGRAFICO DE Male Kuala Lumpur
Cingapura de planície e grandes rios, próxi-
AGOSTINI. Atlante Geografico Metodico
De Agostini. Novara: Istituto Geografico
0 1 081
OCEANO ÍNDICO Dili mas aos litorais, assim como na
90° L Jacarta
de Agostini, 2018. p. 47.
Europa.
Considere realizar uma prática
A distribuição populacional da Oceania
de pesquisa/investigação para
A Oceania é o continente menos populoso do mundo, com 42 milhões de habitantes em
2019, de acordo com dados da ONU. Ele também é pouco povoado, com médias em torno de 5
que os estudantes possam res-
hab./km2. Essa população distribui-se de forma desigual, pois está concentrada basicamente na ponder à seguinte pergunta:
Austrália, na Nova Zelândia e em Papua Nova Guiné. No entanto, mesmo a Austrália, que tem por que as pessoas preferiram
cerca de 60% dos habitantes do continente, apresenta distribuição irregular da população pelo esses lugares a outros para se
território. instalarem?
A população da Oceania é Essa é uma pergunta geo-
menor apenas que a da Antártida, Oceania: densidade demográfica (2018)
gráfica que pode mobilizar os

ALLMAPS
onde não há população nativa, 160º L
estudantes a produzir mate-
apenas cientistas em bases de
riais novos. Vídeos explicativos
diferentes países.
Densidade da população Port Moresby
com animações e uso da lingua-
(habitantes por km²)
Menos de 1 gem cartográfica de diferentes
De 1 a 10
De 11 a 25
formas podem ser produzidos
De 26 a 50
De 51 a 100
para auxiliar na apresentação
Áreas desabitadas Trópico de Capricórnio
audiovisual do tema (EF69AR06,
Habitantes nos OCEANO
aglomerados urbanos
ou áreas metropolitanas
Brisbane
Gold Coast
PACÍFICO EF69AR07).
(em milhões)
De 1 a 2,5 Perth
Newcastle
De 2,5 a 5
Sydney
Auckland
Fonte: ISTITUTO Habitantes nos Adelaide Camberra
GEOGRAFICO DE centros urbanos
Melbourne
(em milhares) OCEANO
AGOSTINI. Atlante ÍNDICO Wellington
Menos de 100
Geografico Metodico
De 100 a 500
De Agostini. Novara: 0 623 Christchurch
Mais de 500
Istituto Geografico de
Fronteira
Agostini, 2018. p. 173.

77

77
ENCAMINHAMENTO
A proposta desta página é
analisar com os estudantes as
características e as causas das TENDÊNCIAS DEMOGRÁFICAS
alterações da dinâmica popula- Atualmente, podem ser identificadas duas tendências diferenciadas na dinâmica populacional
cional de países desenvolvidos do mundo: boa parte dos países em desenvolvimento registra taxas relativamente elevadas de
e países em desenvolvimento. natalidade, ainda que menores do que nas décadas anteriores. Já alguns países desenvolvidos
Leiam juntos o tema pro- apresentam crescimento populacional praticamente nulo ou negativo. A tendência de crescimento
posto para esta página: as nulo ou negativo fez com que alguns governos, como os da Itália e do Japão, adotassem políticas
tendências demográficas. públicas de incentivo ao aumento do número de filhos. No Japão, há também políticas públicas
Problematizem o significado do voltadas para a melhora da qualidade de vida aos idosos, que se refletem no aumento da expectativa
de vida.

PETESPHOTOGRAPHY/ISTOCK UNRELEASED/GETTY IMAGES


termo: o que são tendências?
De modo geral, o envelhe-
Por que existem tendências? O cimento da população é uma
que as tendências nos indicam? tendência demográfica mundial,
Do ponto de vista populacio- principalmente nos países mais
nal, o que significa dizer que desenvolvidos. O aumento da
um país, estado ou municí- expectativa de vida está direta-
pio apresenta tendências? Por mente associado às condições de
que é importante considerar as vida de um país, ou seja, quanto
maiores são os índices de sane-
tendências populacionais nos
amento básico, de qualidade da
estudos sociais e geográficos?
água potável, de acesso à saúde, à
Na página, ainda temos educação e à alimentação, maior
duas imagens que são impor- é a expectativa de vida ao nascer. Grupo de idosos caminhando em Komono, província de Mie,
Japão, 2021.
tantes para a articulação com
as tendências demográficas e Nota-se, em muitos países, a chamada transição demográfica, que tem duas fases. Em um
primeiro momento, ocorre aumento da expectativa de vida, queda da taxa de mortalidade e manu-
permitem associar conceitos
tenção da taxa de natalidade em nível alto. Nessa fase, a população cresce de forma acelerada. Já na
demográficos fundamentais, segunda fase da tran-
KAROL MORAES/SHUTTERSTOCK.COM

como: expectativa de vida, sição demográfica, as


envelhecimento populacional, taxas de natalidade e
taxa de fertilidade, taxa de de mortalidade caem
natalidade, janela demográfica, de forma acentuada,
entre outros. Converse com os e o crescimento popu-
estudantes sobre os conteúdos lacional desacelera.
das fotografias que podem
auxiliar na compreensão de
situações e condições sociais, o
que auxilia no desenvolvimento
da habilidade EF09GE09.
Também é possível contex-
Crianças brincando
tualizar a análise das imagens em um parque
com as realidades dos países em Buenos Aires,
representados nas fotografias Argentina, 2019.

e as suas tendências popula- 78


cionais. Faça perguntas para
os estudantes, como: quais
países apresentam os maiores
índices de dependência de
idosos e taxas de fertilidade?
Que características esses países
possuem? O que representa
um alto número de idosos em
um país? Por que as pessoas
estão tendo cada vez menos
filhos?

78
ENCAMINHAMENTO
Trabalhar com a PEA significa
A População Economicamente Ativa (PEA) analisar o potencial produtivo
de um determinado território.
Uma contradição demográfica atual está relacionada aos índices de População Economicamente
Ativa (PEA). Esse índice nos mostra a quantidade da população com potencial para vender sua A PEA é a parcela da popu-
força de trabalho. Com o aumento da população, tem-se um crescimento da demanda produtiva lação que está em idade de
e, consequentemente, a necessidade de mão de obra. No entanto, nem sempre esse fato ocorre trabalho, isto é, que tem con-
sem problemas e desafios socioeconômicos. dições de gerar riqueza em um
Com a transição demográfica que vem ocorrendo, principalmente nos países europeus, há país. Geralmente a PEA con-
muitas pessoas classificadas como população economicamente inativa, ou seja, pessoas consideradas sidera a faixa etária entre 18 e
sem potencial para vender sua força de trabalho, como jovens abaixo de 15 anos e, sobretudo,
59 anos, contemplando a popu-
idosos acima de 60 anos. Analise o gráfico a seguir, que mostra a porcentagem da população
lação jovem-adulta, adulta e
economicamente ativa nos países do G20.
adulta-madura.
Observe, com os estudan-

SONIA VAZ
(%) G20: População Economicamente Ativa (2020)
80 tes, o gráfico de colunas G20:
70
População Economicamente
60

50
Ativa (2020). No eixo vertical,
Fonte: OECD
DATA. Working 40 evidencie que é representado
age population. 30 o percentual (%) proporcional
Paris: OECD, 2022.
Disponível em:
20 de pessoas a cada 100 habi-
10
https://data.oecd.
org/pop/working-
tantes do país que está em
0
age-population. idade ativa. No eixo horizon-
o

ça

lia

ha

os

lia

ia

ia

il

na

Sa l
ita
l

Su
Su

as
tin

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ic

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htm#indicator-
Fr

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tal, na base do gráfico, temos
Au

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ric

ia
do

chart. Acesso em:


o

or

áb
Áf

ta

Ar
Un

os países. Incentive a leitura de


Es

8 jun. 2022.

Como é possível observar no gráfico, os países pertencentes à União Europeia apresentam gráficos (EF09GE14) pergun-
64,2% da população na PEA. Como forma de reduzir os impactos da redução de mão de obra tando, por exemplo: quais países
disponível, países como Itália, Portugal, Países Baixos e Alemanha, entre outros, têm investido em apresentam os maiores percen-
condições de trabalho e de vida atrativas para imigrantes, além de políticas públicas que incentivem tuais de PEA? Quais apresentam
seus cidadãos a ter filhos. os menores? Que impactos isso
Nos Países Baixos, por exemplo, o governo oferece os itens básicos para montar o enxoval,
pode ter para a economia dos
como fraldas e leite, para famílias que optam por ter filhos, além de disponibilizar uma enfermeira
países? Por quê?
para acompanhar a mãe no primeiro mês após o parto. Na Alemanha, os jovens recebem bolsas de
estudo e financiamento estudantil para qualificação profissional.
Retome com os estudantes
Já a China, a principal economia asiática, tem quase 70% da população disponível para o os indicadores populacionais e,
mercado de trabalho, acima da média mundial, que é de 64,3%, e uma das mais altas do G20, com base neles, mostre os de
atrás de Coreia do Sul e Arábia Saudita. cada país e apresente as políti-
NÃO ESCREVA
cas públicas para os idosos em
PENSE E RESPONDA países desenvolvidos e países em
NO LIVRO.

desenvolvimento.
1. Segundo o gráfico da PEA nos países do G20, quais economias apresentavam Converse com os estudantes
situação mais favorável no quesito disponibilidade de mão de obra em 2020? Em
qual continente esses países estão localizados?
sobre a relação entre população
Espera-se que os estudantes apontem que, dentre os cinco países do G20 com maior porcentagem da economicamente ativa e baixo
população economicamente ativa, quatro são asiáticos: Arábia Saudita, Coreia do Sul, China e Indonésia,
e apenas um está situado na América, justamente o Brasil.
índice de natalidade dos países,
79 principalmente os europeus.
Traga para a discussão o fato de
China e Índia terem políticas de
controle de natalidade.
Aborde também o nível edu-
cacional da sociedade japonesa
e o impacto disso na população
economicamente ativa.

79
ENCAMINHAMENTO
A partir das pirâmides
etárias, pode-se explorar o
perfil de uma população, apro- A ESTRUTURA ETÁRIA
fundando as discussões sobre A estrutura etária de uma população consiste na forma como se distribuem as pessoas em
índices como expectativa de relação às faixas de idade. A análise da estrutura etária de um país ou região é muito importante
vida, taxa de natalidade e para o planejamento desse lugar, pois ela fornece informações sobre a quantidade de jovens,
fecundidade, acesso a sanea- adultos e idosos e as tendências demográficas dessa população. A estrutura etária de alguns
mento básico e a educação. países relaciona-se diretamente com suas taxas de urbanização, pois é comum que populações
As pirâmides etárias são urbanas optem por ter menos filhos. Há também países com grandes parcelas da população
vivendo no campo, que apresentam altas taxas de natalidade e menor longevidade. Analise as
representações que não só
pirâmides etárias a seguir.
ajudam a entender as carac-
terísticas demográficas de Papua Nova Guiné: Indonésia: pirâmide Coreia do Sul:
ILUSTRAÇÕES: SONIA VAZ

uma sociedade, mas também pirâmide etária (2022) etária (2022) pirâmide etária (2022)
podem servir de base para Idade
Idade Idade

100+ 100+

previsões econômicas referen- 95 a 99


90 a 94
95 a 99
90 a 94
95 a 99
90 a 94

tes ao mundo do trabalho, ao


85 a 89 85 a 89 85 a 89
80 a 84 80 a 84 80 a 84
75 a 79 75 a 79 75 a 79

fator previdenciário (demanda 70 a 74


65 a 69
70 a 74
65 a 69
70 a 74
65 a 69
60 a 64 60 a 64
de aposentadorias), bem como
60 a 64
55 a 59 55 a 59 55 a 59
50 a 54 50 a 54 50 a 54

para formulação de políticas 45 a 49


40 a 44
45 a 49
40 a 44
45 a 49
40 a 44
35 a 39 35 a 39 35 a 39
públicas. Esse trabalho ajuda 30 a 34
25 a 29
30 a 34
25 a 29
30 a 34
25 a 29

a desenvolver a habilidade
20 a 24 20 a 24 20 a 24
15 a 19 15 a 19 15 a 19
10 a 14 10 a 14 10 a 14

EF09GE09. 5a9
0a4
5a9
0a4
5a9
0a4

Antes de analisar as infor- 750 500 250 0


(em milhares)
0 250 500 750 12,5 10 7,5 5 2,5 0
(em milhões)
0 2,5 5 7,5 10 12,5 3 2 1 0
(em milhões)
0 1 2 3

mações, priorize uma discussão Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

com os estudantes sobre a Fonte: UNITED STATES CENSUS BUREAU.


International database. Washington, DC: US
Fonte: UNITED STATES CENSUS BUREAU.
International database. Washington, DC: US
Fonte: UNITED STATES CENSUS BUREAU.
International database. Washington,
importância de elaborar pirâmi- Census Bureau, 2022. Disponível em: https:// Census Bureau, 2022. Disponível em: https:// DC: US Census Bureau, 2022. Disponível
www.census.gov/data-tools/demo/idb/#/pop? www.census.gov/data-tools/demo/idb/#/ em: https://www.census.gov/data-tools/
des etárias, além de relacionar o COUNTRY_YR_ANIM=2021&FIPS_SINGLE=AS& country?COUNTRY_YR_ANIM=2021&FIPS_ demo/idb/#/country?COUNTRY_YR_
processo histórico e econômico COUNTRY_YEAR=2022&menu=popViz&POP_
YEARS=2022&popPages=PYRAMID&FIPS=PP.
SINGLE=ID&COUNTRY_YEAR=2022. Acesso
em: 27 jun. 2022.
ANIM=2022&FIPS_SINGLE=KS&COUNTRY_
YEAR=2022&menu=country Viz&POP_
com a dinâmica populacional, Acesso em: 27 jun. 2022. YEARS=2022. Acesso em: 9 jul. 2022.

para que possam entender por Na base dessa pirâmide, a Note que há maior equilíbrio Diferentemente das pirâmides
quantidade de pessoas é entre população jovem e anteriores, na Coreia do
que os indicadores têm essas apresentada em números adulta na Indonésia, decaindo Sul, a maior concentração
características. Esse conteúdo absolutos (em milhares de o número de habitantes a populacional está na faixa
está relacionado também com habitantes). Perceba que há partir da faixa dos 65 anos de entre os 25 e 64 anos, o que
predomínio de população idade. aponta para uma população
as Competências Gerais 1 e jovem (de 0-19 anos) e queda mais velha.
7 e a Competência Específica acentuada de população a
partir dos 50 anos de idade.
de Geografia 4, pois propor-
ciona compreender os dados NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
utilizando os conhecimentos
historicamente construídos e 1. A partir do perfil de cada uma das pirâmides observadas, que tipos de políticas
os problemas sociais por meio devem ser criadas para esses países? Consulte resposta em orientações didáticas.
de representações gráficas.
80
PENSE E RESPONDA
1. Em Papua Nova Guiné,
devem ser criadas políticas qualidade da educação, já que o número
educacionais e de assistên- de crianças em idade escolar diminui. Na
cia à criança e aos jovens. Coreia do Sul, devem ser criadas políticas
Na Indonésia, deve ser apro- de criação de emprego, já que parte con-
veitado o período próximo siderável da população está em idade de
de janela de oportunidade trabalhar; previdenciárias, para a grande
demográfica (bônus demo- quantidade de pessoas que está próxima
gráfico) para melhorar a da idade de se aposentar; e de incentivo
economia (aumentar a ao aumento da natalidade e da imigração,
produtividade) e investir na para rejuvenescer a população.
80
ENCAMINHAMENTO
Compare os gráficos para
A redução da população em países da Ásia analisar as tendências popula-
cionais na Ásia, associando as
De acordo com dados da ONU, a população mundial está envelhecendo. A estimativa é
que, em 2050, uma em cada seis pessoas terá mais de 65 anos, o que corresponderá a 16% da tendências políticas e econô-
população total nos países asiáticos, dobrando o número de idosos em sua população. Na Europa, micas de alguns países; assim,
a tendência é que uma a cada quatro pessoas tenha mais de 65 anos em 2050. ficará mais clara a relação entre
No gráfico a seguir, nota-se que a dinâmica populacional em países asiáticos tem passado população e economia, condi-
por mudanças. O Irã, mesmo com governos que incentivam as famílias a ter maior número de ções de vida e trabalho.
filhos, passa por um momento de redução da taxa de fecundidade e natalidade. Segundo dados Seguindo com a interpreta-
da ONU, a média de filhos por mulher passou de 6,5 em 1979 para 2 filhos em 2015, tendência
ção de gráficos de diferentes
que se mantém até hoje.
tipos, nesta página os estudan-
No Japão, o governo adotou políticas de incentivo financeiro e facilitação de casamentos
como tentativa de elevar os nascimentos no país, mas a taxa de natalidade permanece baixa.
tes são apresentados a uma
Estima-se que, até 2045, a população do Japão cairá para 112 milhões de pessoas. grande variedade de represen-
Nas pirâmides etárias do Japão tações gráficas. Leia com eles
Irã e Japão: população total (1950-2100) os títulos de cada uma das
e do Irã, podemos notar que a base
está reduzida, ou seja, esses países (em milhões)
130
Projeção representações: Irã e Japão:
apresentam baixa taxa de natali- 120 população total (1950-2100);
dade. Ocorre também um aumento 110
Japão: pirâmide etária (2022); e
100
da população entre 20 e 60 anos, 90
80
Irã: pirâmide etária (2022).
resultado do período de maior taxa 70
Trabalhe a leitura e interpre-
de natalidade nesses países. 60
50 tação de gráficos (EF09GE09 e
40
Fontes: UNITED NATIONS. Japan: Total 30 EF09GE14) com os estudantes.
Population. Disponível em: https://population. 20
10
Inicie analisando apenas a pirâ-
un.org/wpp/Graphs/Probabilistic/POP/TOT/392.
UNITED NATIONS. Iran (Islamic Republic of):
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100
Ano
mide etária do Japão, indicando
Total Population. Disponível em: https://
population.un.org/wpp/Graphs/Probabilistic/ Japão Irã o formato geral da pirâmide.
POP/TOT/364. Acessos em: 27 jun. 2022. Pergunte: trata-se de uma pirâ-

ILUSTRAÇÕES: SONIA VAZ


Japão: pirâmide etária (2022) Irã: pirâmide etária (2022) mide de base, de corpo ou de
Idade
100 + Idade topo largo? Quanto à população
95 a 99 95 a 99
90 a 94
85 a 89
90 a 94
85 a 89
idosa, o valor é alto ou baixo? E
80 a 84
75 a 79
80 a 84
75 a 79 em relação à população infantil?
70 a 74 70 a 74
65 a 69
60 a 64
65 a 69
60 a 64
O que indica uma alta população
55 a 59
50 a 54
55 a 59
50 a 54 idosa e uma baixa população
45 a 49 45 a 49
40 a 44
35 a 39
40 a 44
35 a 39
infantil em um país?
Em seguida, faça o mesmo
30 a 34 30 a 34
25 a 29 25 a 29
20 a 24 20 a 24
15 a 19
10 a 14
15 a 19
10 a 14
procedimento para a pirâmide
etária do Irã. Assim, será pos-
5a9 5a9
0a4 0a4
6 4 2 0 0 2 4 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5
(em milhões)
Homens Mulheres
(em milhões)
sível extrair informações que
Homens Mulheres

podem ser combinadas com o


Fonte: UNITED STATES CENSUS BUREAU. Fonte: UNITED STATES CENSUS BUREAU. International
International database. Washington, DC: US Census database. Washington, DC: US Census Bureau, 2017. gráfico de linhas comparativo.
Bureau, 2020. Disponível em: https://www.census. Disponível em: https://www.census.gov/data-tools/
gov/data-tools/demo/idb/#/country?COUNTRY_ demo/idb/#/country?COUNTRY_YR_ANIM=2020&FIPS_ O gráfico Irã e Japão: população
YR_ANIM=2022&FIPS_SINGLE=JA&COUNTRY_ SINGLE=IR&COUNTRY_YEAR=2022&menu=countryViz (1950-2010) representa as ten-
YEAR=2022&menu=countryViz&POP_YEARS=2022.
Acesso em: 9 jul. 2022.
&POP_YEARS=2022&popPages=PYRAMID&FIPS=PP.
Acesso em: 9 jul. 2022.
81 dências populacionais dos dois
países, que são muito distintas.
Selecione o período das décadas
de 2020 até 2060 e pergunte:
o que está acontecendo atual-
mente com a população de Irã e
Japão? Considerando as pirâmi-
des etárias lidas, o que justifica o
crescimento do Irã e a queda do
Japão? Quais são as tendências
para os próximos anos?

81
ENCAMINHAMENTO
O objetivo deste tema é
abordar a dinâmica popu-
lacional europ eia e as A redução da população na Europa
políticas públicas elaboradas Pode-se afirmar que, nas últimas décadas, os altos índices de urbanização, a alta escolaridade
para contrapor a baixa taxa de da população e a valorização da carreira profissional contribuíram para que houvesse rígido plane-
natalidade e o envelhecimento jamento familiar em países da Europa. Esse contexto tem levado ao baixo crescimento vegetativo,
ocasionando redução populacional em muitos países do continente. A Itália é um dos países mais
da população. Destaque a
afetados por esse fenômeno, conforme o texto a seguir.
importância do acesso à saúde
para o aumento da expectativa Quando Daniela Vicino começou a dar aulas na Sicília, sul da Itália, há 30 anos, ela
de vida e a melhoria da quali- tinha quase 30 estudantes por turma. Um número que caiu quase pela metade em três
dade de vida da população. décadas, devido à redução da taxa de natalidade. [...]
A Itália registra há muito tempo uma das menores taxas de natalidade da Europa,
mas a situação piorou com a pandemia de coronavírus. No ano passado, a população do
país registrou queda de quase 400 000 pessoas, quase o equivalente a uma cidade grande
como Florença. O país tem 59,3 milhões de habitantes. O número de mortes disparou, os
nascimentos registraram queda, e a imigração teve uma desaceleração.
Menos crianças atualmente significa menos adultos no futuro, que trabalhem e con-
tribuam com os impostos ao Estado. Isto implica que o país será menos produtivo e terá
dificuldades para manter o nível de vida de uma população envelhecida.
Há muitos anos, este fenômeno preocupa as sociedades ocidentais e em particular a
Itália, uma das economias menos dinâmicas entre os países mais ricos.

PANDEMIA agrava queda da taxa de natalidade já em curso na Itália. UOL, Caltagirone, 14 maio 2021.
Disponível em: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2021/05/14/pandemia-agrava-queda-da-taxa-de-
natalidade-ja-em-curso-na-italia.htm. Acesso em: 18 jul. 2022.

Agora analise o gráfico e perceba como o número de nascimentos anuais na Europa apresenta
tendência de queda desde a década de 1960.

SONIA VAZ
Europa: número anual de nascimentos (1950-2100)
Número de
nascimentos
(em milhões) Projeção
13

12

11

10

Fonte: UNITED NATIONS.


7
Department of Economic
and Social Affairs.
6
Population Division. Europe:
annual number of births.
5
United Nations. New York,
2022. Disponível em:
4
https://population.un.org/
wpp/Graphs/Probabilistic/
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100
FERT/Births/908. Acesso em:
Ano
18 jul. 2022.

82

82
ENCAMINHAMENTO
Europa: expectativa de vida (1950-2030) Converse sobre os gráficos
Idade
Projeção
apresentados na página para

ILUSTRAÇÕES: SONIA VAZ


Junto às baixas taxas de nasci- 90

mentos, o continente conta com um articular a atualidade da situação


85
aumento na expectativa de vida. Em demográfica europeia com as
2020, a expectativa era de mais de 78 projeções, recuperando o tema
80
anos. Analise o gráfico a seguir. das tendências demográficas.
Com a redução da taxa de nasci- 75
Diferencie as formas das pirâmi-
mentos e o aumento da expectativa de
vida, as pirâmides etárias de boa parte
des da União Europeia em cada
70

dos países europeus é similar às de um dos momentos. Pergunte:


países asiáticos como Japão e Irã, com 65 que mudanças podemos identi-
redução da base e aumento do topo. ficar? Qual será o perfil geral da
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020 2030
Analise as pirâmides etárias da União Ano população europeia em 2100?
Europeia em 2019 e a projeção para Fonte: UNITED NATIONS. Department of Economic and Social Que impactos isso terá para a
2100. Affairs. Population Division. Europe. United Nations. New York,
2022. Disponível em: https://population.un.org/wpp/Graphs/ sociedade?
Probabilistic/EX/BothSexes/908. Acesso em: 27 jun. 2022. Se julgar pertinente, é possível
União Europeia: pirâmide etária União Europeia: pirâmide etária começar pelas pirâmides etárias
(2019) (projeção para 2100) e indicar se o país está com a
Idade
100 +
Idade
100 + população estável, ou seja, com
População com
90
População com
90 a base maior e um número
mais de 65 anos mais de 65 anos
80 80
menor de idosos. Depois, veri-
70
fique as bases menores e se
70

60 60

População
50 50
há uma quantidade de mulhe-
População
em idade
de trabalho
15 a 64 anos
40 em idade
de trabalho
40 res e homens, jovens/adultos e
15 a 64 anos
30 30
idosos mais ou menos próxima
20 20

10 10
em valores.
Crianças Crianças
0 a 14 anos
1,00 0,75 0,50 0,25 0
0
0 0,25 0,50 0,75 1,00
0 a 14 anos
1,00 0,75 0,50 0,25 0
0
0 0,25 0,50 0,75 1,00
Levante hipóteses sobre
Homens
(%)

Mulheres Homens
(%)

Mulheres
as diferenças com relação às
causas de mortalidade e às
Fonte: EUROSTAT. Population projections in the EU. Eurostat. Fonte: EUROSTAT. Population projections in the EU. Eurostat.
Luxemburg, 2021. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/ Luxemburg, 2021. Disponível em: https://ec.europa.eu/ políticas públicas para crian-
statistics-explained/index.php?title=Population_projections_in_ eurostat/statistics-explained/index.php?title=Population_
the_EU. Acesso em: 11 jul. 2022. projections_in_the_EU. Acesso em: 11 jul. 2022.
ças, jovens e idosos. Assim, será
possível desenvolver formas de
Note que a já estreita base da pirâmide etária de países europeus deve ficar ainda menor em
raciocínio lógico-matemático e
2100 e que haverá um substancial aumento do número de pessoas acima dos 65 anos e redução
hipotético-dedutivo, valorizando
da população entre os 30 e 50 anos. Essas mudanças demográficas oferecem grandes desafios
socioeconômicos aos países europeus, como a questão previdenciária, falta de trabalhadores e o conhecimento científico, a pes-
estagnação econômica. quisa com base em dados e as
Ao analisar os dados, é possível notar um aumento da
população idosa no continente, ocorrido em decorrência do NÃO ESCREVA
informações geográficas.
No mesmo site da fonte dos
PENSE E RESPONDA aumento da expectativa de vida somada aos baixos índices de NO LIVRO.
natalidade. gráficos, é possível encontrar
1. Ao analisar os gráficos de nascimentos e expectativa de vida e as pirâmides etárias, dados de outros países e, dessa
qual característica demográfica você observa na Europa?
forma, fazer comparações, ana-
lisar padrões populacionais e
83 tendências de diferentes locali-
dades, incluindo o Brasil. Como
sugestão, é interessante abordar
a dinâmica populacional do
Brasil. Entre as habilidades que
podem ser desenvolvidas, desta-
cam-se EF09GE09 e EF09GE14.

83
ENCAMINHAMENTO
Para abordar o tema das
tendências demográficas e
as populações asiáticas, pro- A POPULAÇÃO DA ÍNDIA
pomos a realização de uma Em 2022, a Índia era o segundo país mais populoso do mundo, com 1,39 bilhão de habi-
atividade extra, que mobili- tantes, ficando atrás apenas da China, que possuía 1,41 bilhão de habitantes. No entanto, a
zará as habilidades EF09GE09 tendência é que os números populacionais indianos ultrapassem os números chineses, uma vez
e EF09GE14. que o país tem apresentado elevado grau de crescimento vegetativo nas últimas décadas. Analise
a pirâmide etária a seguir.
PARA AMPLIAR A Índia conta com cidades muito populosas, como
Mumbai e Nova Délhi. É o país asiático com maior diver-
Atividade extra Índia: pirâmide etária
sidade linguística e cultural. O hindi é a língua oficial, e o

SONIA VAZ
(2022)
Um recur so dinâmico inglês é muito usado nas áreas urbanas, na administração
Idade
disponível gratuitamente na 95 a 99
pública e nos negócios, mantendo o status de “língua
internet é o gráfico digital 90 a 94 oficial subsidiária”. Cada estado e território indiano pode
85 a 89
em vídeo, como o World 80 a 84 ter sua língua oficial própria. Além do hindi, há o reco-
75 a 79
nhecimento de outras 21 línguas, e o registro oficial de
Population - History&Projection 70 a 74
65 a 69 1 652 dialetos no país.
(18 20 -210 0) (P o p u la ç ã o 60 a 64
55 a 59 A Índia apresenta também grande diversidade reli-
mundial – H is tó rico e 50 a 54
giosa. De acordo com o The World Factbook da Agência
45 a 49
Projeções), disponibilizado pela 40 a 44 Central de Inteligência dos Estados Unidos, a prática
Global Stats em: https://www. 35 a 39
30 a 34 religiosa distribui-se em hinduísmo (79,8%), islamismo
youtube.com/watch?v=Ia5-h_ 25 a 29
20 a 24
(14,2%), cristianismo (2,3%), siquismo (1,7%) e outras
TZsfM (acesso em: 10 jul. 15 a 19 religiões (2%). A população se concentra em áreas pró-
10 a 14
2022). Nesse gráfico, é possível 5a9 ximas aos vales dos rios e nas partes baixas, no sopé das
0a4
montanhas do Himalaia.
ver o histórico e a projeção da 8 6 4 2 0 0 2 4 6 8
(em milhões)
população mundial de 1820 Homens Mulheres
Fonte: UNITED STATES CENSUS BUREAU. International database.
Washington, DC: US Census Bureau, 2021. Disponível em: https://www.
até 2100. Com foco na Índia, census.gov/data-tools/demo/idb/#/country?COUNTRY_YR_ANIM=2022&FIPS_
SINGLE=IN&COUNTRY_YEAR=2022. Acesso em: 9 jul. 2022.
sugerimos analisar a situação

STR/NURPHOTO/GETTY IMAGES
utilizando um pequeno roteiro
com perguntas direcionadas:
qual era a população da Índia
em 1820? Em que período
há o maior crescimento
populacional indiano? O que
as projeções indicam até
2100? Quando ocorrerá essa
mudança? Pessoas celebrando
o festival hindu Rath
Yatra em frente ao
templo de Shree
Jagannath, em
Puri, Índia, 2021. O
hinduísmo é a religião
com maior número de
adeptos na Índia.

84

84
FÓRUM
Este fórum tem como obje-
tivo propor uma conversa sobre
1. Com base nos dados da reportagem
FÓRUM e nos dados apresentados no gráfico, o papel da mulher e o traba-
podemos observar que o trabalho não lho doméstico não remunerado,
O trabalho doméstico não remunerado na Índia remunerado, ou seja, os cuidados com
Leia a reportagem e analise o gráfico a seguir. a casa e os filhos, são desempenhados, com foco na sociedade indiana.
majoritariamente, por mulheres na Índia Esse debate é atual e requer
e nos outros países selecionados.
O trabalho doméstico na Índia geralmente envolve trabalho pesado. Ao con- uma análise crítica com argu-
trário de algumas regiões do Ocidente, poucas casas indianas estão equipadas com mentos. Podem-se trabalhar
máquinas de lavar louça, aspiradores de pó ou máquinas de lavar. as Competências Específicas
Isso significa que a louça deve ser lavada individualmente, as roupas devem
de Ciências Humanas 6 e de
ser lavadas em baldes ou tanques e penduradas para secar, e as faxinas nas casas
devem ser feitas com vassouras e panos. Além disso, também é preciso cuidar de Geografia 7, além da habilidade
crianças, idosos e pessoas enfermas. [...] EF09GE03.
De acordo com um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Como o assunto relaciona a
em 2018, as mulheres na Índia urbana passavam 312 minutos por dia em trabalhos condição das mulheres trabalha-
de assistência não remunerado. Homens passavam apenas 29 minutos. Nas aldeias,
eram 291 minutos para as mulheres e 32 minutos para os homens. [...]
doras na Índia, um país muito
De acordo com um relatório da Oxfam, mulheres e meninas indianas executam distante do nosso, é interes-
mais de três bilhões de horas de trabalho não remunerado diariamente. Se lhe fosse sante iniciar a abordagem dele
atribuído um valor monetário, acrescentaria trilhões de rúpias ao produto interno trazendo-o para o mais próximo
bruto da Índia.
possível de nossa realidade.
MULHERES pedem a premiê da Índia que incentive homens a dividir trabalho doméstico. BBC News, [s. l.], 23 Para isso, comece a prática
jul. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-53499109. Acesso em: 27 jun. 2022.
questionando os estudantes:

SONIA VAZ
Países selecionados: tempo de trabalho de cuidado será que esses problemas nas
Fonte: ORGANIZAÇÃO não remunerado, por gênero (2022) condições de trabalho acon-
INTERNACIONAL DO (minutos por dia) tecem somente na Índia?
TRABALHO. ¿Cuánto 600
tiempo dedican las Poderíamos pensar em situações
mujeres y los hombres
al trabajo de cuidados
500
que ocorreram e ocorrem próxi-
no remunerado? 400 mos a nós?
OIT. Genebra, c1996-
2022. Disponível em: 300 Este tema possibilita o tra-
https://www.ilo.org/
global/about-the-ilo/
balho com os TCTs – Trabalho
200
multimedia/maps- e Educação em direitos
and-charts/enhanced/ 100
WCMS_721352/lang--es/ humanos.
index.htm. Acesso em: 0
27 jun. 2022. Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens
CHINA COREIA DO SUL ÍNDIA LETÔNIA NOVA ZELÂNDIA

Trabalho de cuidado não remunerado Trabalho remunerado


NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

1. De acordo com os dados apresentados no gráfico e na reportagem, como é a


divisão do trabalho doméstico não remunerado na Índia e em outros países
da Ásia, Europa e Oceania? Discuta com seus colegas quais são as diferenças
observadas por vocês ao compararem os dados.
2. Você considera justa a divisão do trabalho não remunerado entre homens e
mulheres? Incentive os estudantes a debater essa questão com os colegas. Peça a eles que
tragam exemplos de seu cotidiano. Espera-se que apontem que essa divisão não é
justa e que o trabalho não remunerado representa muitas vezes uma jornada adicional
para as mulheres.
85

85
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, discutimos as
ondas migratórias mais recen-
tes na Europa e as reações AS IMIGRAÇÕES RECENTES NA EUROPA
que alguns membros da socie- De acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
dade civil e governos têm tido (OCDE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 2019, o fluxo de estrangeiros na
no contexto desse fenômeno Europa foi de mais de 3 milhões de pessoas, considerando apenas a Europa Ocidental. Somente
social. Evidencie o aumento na Alemanha, país com maior número de imigrantes, cerca de 1,3 milhão de estrangeiros, entre
da manifestação de violência eles húngaros, austríacos, sérvios e indianos, chegaram ao país no referido ano.
e intolerância étnico-cultural A partir de 2012, o governo alemão passou a aceitar o Blue Card da União Europeia, faci-
no mundo atual, que repre- litando o visto para o trabalho. Com isso, o saldo migratório cresceu significativamente no país.
No gráfico, encontram-se os dados de imigração para Alemanha entre 1991 e 2020.
senta risco à democracia e à
diversidade. Trata-se de uma

SONIA VAZ
Alemanha: número de imigrantes (1991-2020)
oportunidade de desenvolver o
(em milhões)
TCT – Educação em direitos 2,5

humanos, com foco no direito 2,0

internacional à migração.
1,5
Ao ler o gráfico, procure
comparar o processo histórico 1,0
Fonte: STATISTA. Number
of immigrants in Germany
apresentado de 1991 até 2020. 0,5
from 1991 to 2020. Statista.
Pode-se aprofundar o debate 0
New York, 2022. Disponível
em: https://www.statista.com/
por meio de notícias de jornais
19 1
92
93
94
95
96

19 7
98
99
00
01
02
03

20 4
05
06
07

20 8
09
10
11

20 2
13
14

20 5
16

20 7
20 8
19
20
9

1
1
19

19
19
19
19
19

19
20
20
20
20
20

20
20
20

20
20
20

20
20

20

20
statistics/894223/immigrant-
Ano
ou outros temas que sejam numbers-germany/. Acesso
em: 4 jun. 2022.
pertinentes.
Como sugestão, o Fundo das No entanto, a alta de imigrantes na Europa Ocidental provocou reações da parcela mais con-
servadora da população europeia. Grupos da extrema-direita reagiram negativamente à chegada
Nações Unidas para a Infância
de imigrantes, produzindo uma onda de crimes de ódio na Europa e em outras regiões no mundo.
(Unicef) traz o documento Ainda em 2019, o assassinato do político pró-migração Walter Lübcke, da União Democrata Cristã
da Declaração Universal dos (UDC), partido da então chanceler Angela Merkel, foi encarado como uma retaliação frente às
Direitos Humanos, disponível políticas de abertura à imigração mantidas pelo
em: https://www.unicef.org/

SONIA VAZ
governo alemão. Também houve aumento nos Inglaterra e País de Gales:
brazil/declaracao-universal- crimes de ódio, o que inclui xenofobia, entre os crimes de ódio (2012-2020)
dos-direitos-humanos (acesso anos de 2012 e 2020 na Inglaterra e no País de Crimes
de ódio
em: 9 jul. 2022). Gales, no Reino Unido. Analise o gráfico. 120 000

Outra possibilidade, para 100 000


Em menos de 10 anos, os crimes de ódio
complementar as informações praticamente triplicaram, passando de 40 000 80 000

e introduzir a abordagem, asso- para mais de 110 000. Os crimes de ódio 60 000
ciando-as ao conteúdo do texto consideram casos que envolvem intolerância
étnico-racial, orientação sexual, identidade de 40 000
sobre as imigrações recentes, gênero e crenças religiosas. 20 000
é partir da utilização de um
0
mapa digital interativo elabo- Fonte: UNITED KINGDOM. Official Statistics Hate crime,
20 3

20 4

20 5

20 6

20 7

20 8

20 9

20 0

1
/1

/1

/1

/1

/1

/1

/1

/2

/2

England and Wales, 2020 to 2021. London: GOV.UK, 2021.


12

13

14

15

16

17

18

19

20

rado pela Organização para a


20

Disponível em: https://www.gov.uk/government/statistics/


hate-crime-england-and-wales-2020-to-2021/hate-crime- Ano
Cooperação e Desenvolvimento england-and-wales-2020-to-2021. Acesso em: 4 jun. 2022.
Econômico (OCDE) e 86
Organização dos Estados
Americanos (OEA) no ano de
2019, disponível em: https://
humanos, desenvolvendo as Competências
www.migrationdataportal.org/
Gerais 7, 8, 9 e 10, as Competências
international-data?i=inflow_
Específicas de Geografia 1, 4 e 6 e as habili-
to t a l & t= 2019 & c m 4 9 = 616
dades EF09GE09 e EF09GE14.
(acesso em: 9 jul. 2022).
Com esses materiais e o
conteúdo presente no texto,
é possível traçar estratégias
para abordar o cuidado com o
outro, a empatia e os direitos

86
ENCAMINHAMENTO
Sugere-se que se discuta, por
Muitos imigrantes de outros continentes buscam oportunidades de emprego na Europa. De meio de pesquisa em revistas,
modo geral, os imigrantes que se fixam na Europa são submetidos à baixa remuneração, têm jornais impressos e digitais, casos
pouco acesso à rede de proteção social e de serviços públicos e enfrentam situações de exclusão de violência física e psicológica
habitacional que os levam à formação de guetos, nos quais as condições de moradia e infraes- relacionados aos preconceitos e
trutura de serviços públicos são inferiores a outras áreas. Essa situação ocorre principalmente com à xenofobia de maneira geral.
os imigrantes ilegais.
Novamente, é o momento de
Com as crises econômicas e a consequente formação de um quadro de desemprego na
Europa, a oposição à imigração torna-se cada vez mais forte e se associa, em vários países, a
conversar com estudantes sobre
atitudes racistas e xenófobas. como agir coletivamente com
empatia e solidariedade.
XENOFOBIA: AUMENTO DOS CRIMES DE ÓDIO CONTRA IMIGRANTES NA EUROPA Leia atentamente o título do
Boxe complementar Xenofobia:
Leia o texto a seguir:
aumento dos crimes de ódio
contra imigrantes na Europa.
Na presente década, vem se observando um crescimento do nacionalismo, por
meio de discursos populistas de partidos de extrema direita, que tratam o Estado- Antes de prosseguir com qual-
Nação como propriedade, que é o que vem ocorrendo na Europa [...]. Tal propriedade quer tipo de atividade e resolução
é pertencente aos nacionais de determinado Estado; logo, o cidadão nacional, ins- das propostas na página, reserve
tigado pelos discursos populistas, tende a enxergar no imigrante a ameaça ao seu
um momento para conversar a
direito de propriedade. Assim, a proteção dessa propriedade se dá por meio do
fechamento da fronteira. Diante disso, esse nacionalismo contribui para o senti- respeito disso. Pergunte aos
mento xenófobo, que aqui se traduz em uma forma de temor ou medo de perder estudantes se conhecem pessoas
seus direitos e sua propriedade em relação ao estrangeiro, podendo ser destacado que passaram por situações
o recorrente temor do “roubo” de empregos [...]. assim no exterior, principalmente
COSTA, Vitória Volcatoda; VIEIRA, Luciane Klein. Nacionalismo, xenofobia e União Europeia: barreiras à na Europa.
livre circulação de pessoas e ameaças ao futuro do bloco europeu. Revista da Faculdade de Direito UFPR,
Curitiba, v. 64, n. 3, p. 133-160, set./dez. 2019. p. 146. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/direito/article/ Comente que, nos últimos
view/65536/40429. Acesso em: 27 jun. 2022. anos, houve um crescimento de
casos de violência contra imi-
ANDREW MATTHEWS/PA IMAGES/GETTY IMAGES

grantes asiáticos, africanos e


latino-americanos na Europa.
Peça aos estudantes que sele-
cionem reportagens e notícias
Manifestação
em diferentes meios de comuni-
contra cação de casos de xenofobia na
refugiados que Europa. Em seguida, façam a ati-
atravessam
o Canal da vidade extra sugerida.
Mancha para
Kent. Dover,
Inglaterra,
2021.
1. Diante das implicações que surgiram após a onda migratória na Europa, qual a
importância de políticas voltadas para o acolhimento de imigrantes?
Espera-se que os estudantes reconheçam que políticas voltadas ao acolhimento de imigrantes são
importantes para a inserção e inclusão dessas pessoas na sociedade local por meio de ofertas de
empregos, serviços de saúde e educação. 87

PARA AMPLIAR impressos, mídias sociais, canais e perfis


em redes sociais, alguns casos de xenofobia
Atividade extra contra imigrantes na Europa nos últimos
A atividade a seguir, pensada para con- cinco anos.
templarmos o TCT – Educação em direitos Ao final, reúna todos os documentos encon-
humanos, versa sobre um problema contem- trados pelos estudantes e proponha a formação
porâneo crescente: os casos de violência contra de um mural de exposição desse problema.
imigrantes e minorias étnicas na Europa. Criem uma roda de discussão para refletir sobre
1. Selecione notícias, em jornais eletrônicos, o tema.

87
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, há três mapas
que nos ajudam a acessar
informações atualizadas sobre A DINÂMICA POPULACIONAL NA OCEANIA
a Oceania. O primeiro mapa,
Como estudamos anteriormente, a Oceania é

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


no canto superior direito da um dos menores continentes em área territorial. É Oceania: população (2018)
página, é intitulado Oceania: formado por uma grande porção de terra, que corres- Guam 163 000
Palau 21 500 Estados Federados
população (2018). A represen- ponde ao território da Austrália, e outras ilhas menores da Micronésia 100 000

tação espacial é um cartograma no oceano Pacífico e no Pacífico Sul. Sua população Papua
Ilhas Marshall 53 000 500 mil habitantes
Menos de 500 mil

que mostra as informações total em 2018 era de 41 milhões de habitantes, o Nova Guiné 8,4 m
habitantes

que corresponde a 0,5% da população mundial. Kiribati 114 000


quantitativas utilizando qua- No cartograma a seguir, podemos analisar os dados
Ilhas Salomão
600 000
Vanuatu
drados e triângulos retângulos populacionais dos países e territórios da Oceania. 300 000
Tuvalu 11 000
Samoa 200 000
Polinésia Francesa
300 000
Nova Caledônia
proporcionais a alguns valores Como é possível notar no mapa, o país com 300 000 Fiji 900 000
Niue 1 600

numéricos (EF09GE15). Analise maior número de habitantes é a Austrália, seguida


Ilhas Cook 17 500
de Papua Nova Guiné e Nova Zelândia. Porém, as
quais são os países e arquipéla- Tonga 107 000
taxas de fecundidade de Austrália e Nova Zelândia Austrália
Nova
gos mais populosos, além dos se encontram abaixo da taxa de reposição, que é
24,8 m
Zelândia 4,7 m

menos populosos. de 2,1 filhos por mulher, ao passo que países como Fonte: ROSER, Max; RITCHIE, Hannah; ORTIZ-
Recuperando conhecimen- Papua Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tonga, Samoa e OSPINA, Esteban. World population growth. Our
World in Data. Oxford, 2019. Disponível em:
tos construídos anteriormente, Vanuatu apresentam taxas acima dos 3 filhos por https://ourworldindata.org/world-population
mulher. Analise o mapa a seguir. -growth. Acesso em: 20 jul. 2022.
pergunte por que em um lugar
há maior concentração de Oceania: taxa de fecundidade (2019) Como estudamos anteriormente, a
pessoas que em outro. Que ele- queda das taxas de fecundidade e nata-
ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN

mentos físico-naturais podem lidade está associada a diversos fatores e


ÁSIA
PAPUA um deles é o índice de urbanização de um
ter contribuído para isso? NOVA GUINÉ
ILHAS
SALOMÃO
TUVALU

país. No mapa a seguir, é possível notar


Essas informações podem VANUATU que os países que apresentam as maiores
FIJI
ser relacionadas com os outros OCEANO I. Nova Caledônia
(FRA) taxas de fecundidade são os menos urba-
ÍNDICO
dois mapas temáticos presen- AUSTRÁLIA
Trópico
de Capric
órnio
nizados do continente.
tes no fim da página: Oceania: Taxa de fecundidade
(número de filhos
OCEANO
PACÍFICO
ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN

por mulher)
taxa de fecundidade (2019) e De 1,5 a 2 NOVA
Oceania: urbanização (2020)
Oceania: urbanização (2020). De 2 a 2,5
De 2,5 a 4
I. Tasmânia
ZELÂNDIA

Visualize com os estudantes Sem dados 0 1 100 ÁSIA


PAPUA TUVALU
ILHAS
Fronteira
quais são os países com as
NOVA GUINÉ SALOMÃO
150° L

VANUATU
maiores taxas de fertilidade Elaborado com base em: GAPMINDER. Fertility rate: children per FIJI
woman, 2019. Our World in Data. Oxford, 2019. Disponível em: OCEANO I. Nova Caledônia

e quais são as características


(FRA)
ÍNDICO
https://ourworldindata.org/grapher/children-born-per-woman. Trópico
de
AUSTRÁLIA Capric
órnio
Acesso em: 20 jul. 2022.
desses lugares em termos de População vivendo
em áreas urbanas
OCEANO
PACÍFICO
As populações australiana e neozelandesa apre-
nível de desenvolvimento ou
(em percentual)
De 0 a 20 NOVA
sentam índices de urbanização por volta de 86%, ZELÂNDIA

indicadores socioeconômicos. o que ajuda a explicar a baixa taxa de fecundidade


De 20 a 50
De 50 a 70 0 1 296
I. Tasmânia

De 80 a 100
nesses países, uma vez que a vida urbana implica Fronteira 150° L

maior custo de vida e impacta a decisão de ter filhos. Elaborado com base em: UN POPULATION DIVISION.
Em contrapartida, países rurais como Papua Nova Share of populations living in urban áreas. Our
World in Data. Oxford, 2022. Disponível em: https://
Guiné, Ilhas Salomão e Samoa apresentam altas ourworldindata.org/grapher/share-of-population
taxas de fecundidade. -urban. Acesso em: 20 jul. 2022.

88

88
ENCAMINHAMENTO
As atividades que serão
desenvolvidas tratam de temas
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
que envolvem dinâmica popu-
lacional, trabalho e migração.
1. Depois de anos de um crescimento limitado, a economia japonesa encontra-se em uma Esses problemas são atuais e
fase de expansão. Porém, o país enfrenta o grave problema da falta de mão de obra. precisam ser analisados à luz da
Sobre o assunto, leia o texto a seguir e responda às questões.
situação econômica não apenas
dos países, mas também das
Novos regulamentos para vistos japoneses entraram em vigor em
1o de abril [de 2019], permitindo que mais imigrantes entrem no Japão regiões, no caso Ásia e Europa.
para ocupar algumas das dezenas de milhares de vagas de emprego As atividades potencializam tra-
que estão atualmente esperando serem preenchidas. balhar com o TCT – Trabalho,
Enquanto a comunidade empresarial japonesa acolheu os novos
enfatizando as relações de tra-
regulamentos com um suspiro de alívio, há muitos no Japão que dizem
que o governo cometeu um erro e está colocando em risco os empre- balho no Japão atual, podendo
gos, a harmonia social e até mesmo a segurança nacional. [...] ainda associá-lo ao conteúdo
Analistas do setor dizem que a escassez de mão de obra do Japão sobre migração.
precisa ser resolvida com urgência, embora avisem que os 47,5 mil
vistos previstos para serem emitidos no primeiro ano e os 345 mil
previstos para serem concedidos dentro de cinco anos ainda ficarão
aquém do que as indústrias domésticas demandam.
“As estatísticas do governo e a indústria estão nos dizendo que o
mercado de trabalho está completamente esvaziado”, ressalta Martin
Schulz, economista sênior do Instituto de Pesquisa Fujitsu, em Tóquio.
[...]
Yoichi Shimada, professor de Relações Internacionais da 2. Em geral, países que apre-
Universidade da Província de Fukui, observa que a escassez de mão
de obra está "paralisando" muitos setores industriais, enquanto a
sentam taxa de crescimento
queda da taxa de natalidade e o envelhecimento da população do Japão mais elevada concentram
indicam que é improvável que haja uma solução de curto prazo para grande parte da sua produ-
o problema. ção na zona rural, ou seja,
JAPÃO facilita entrada de trabalhadores estrangeiros. G1, Rio de Janeiro, 10 abr. 2019. têm grande dependência em
Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/04/10/japao-facilita-entrada-de-
trabalhadores-estrangeiros.ghtml. Acesso em: 11 jul. 2022.
relação ao setor primário.
Economias primárias nor-
a) De acordo com o texto e com o que você estudou no capítulo, o que motiva a escassez de
malmente estão associadas a
mão de obra no Japão e a necessidade de atrair imigrantes? Consulte resposta e comentários
em orientações didáticas. países mais vulneráveis eco-
b) De acordo com o texto, qual é a reação da sociedade japonesa em relação à entrada de
imigrantes no país? Consulte resposta e comentários em orientações didáticas. nomicamente, considerados
países em desenvolvimento.
2. Explique por que a taxa de crescimento ou diminuição da população é um indicador
importante para avaliar a situação econômica de um país. 4. Índia e China apresentam
Consulte resposta e comentários em orientações didáticas. população absoluta em torno
3. Sobre os fluxos migratórios para o continente europeu, responda:
a) Quais são os problemas encontrados pelos imigrantes nos países europeus?
de 1,4 bilhão de habitan-
b) Quais são as principais motivações desses imigrantes? tes, cada um. Para ter uma
ideia, o terceiro colocado
4. Por que se diz que a Índia e a China são países megapopulosos? Que importância
no ranking são os Estados
geopolítica isso pode trazer para esses países? Consulte respostas em orientações didáticas.
3. a) Os imigrantes enfrentam problemas como preconceito, desemprego, falta de acesso a moradias, entre Unidos, com pouco mais de
outras dificuldades. b) Os imigrantes buscam melhorias nas condições de vida (emprego, renda, saúde, 89 300 milhões. Ou seja, Índia
moradia, entre outras).
e China, juntas, possuem um
terço da população mundial.
Tamanha população traz
Atividades 1. b) Os estudantes devem apontar que há consigo grande relevância
O Japão apresenta baixas taxas de natali-
1. a) pessoas que apoiam a medida, sobretudo geopolítica, pois o mercado
dade, o que acarreta redução populacional empregadores que necessitam da mão de consumidor, a oferta de mão
do país. Com a diminuição da quantidade obra dos imigrantes, e que há uma parcela de obra, a população poten-
de pessoas entre 15 e 65 anos, o país da população que acredita que a vinda cial para ocupar postos em
passa por escassez de mão de obra, o que de imigrantes será prejudicial ao país, o eventuais conflitos armados,
faz com que a necessidade de trabalho que representa, muitas vezes, uma visão tudo é exponencialmente
imigrante aumente, flexibilizando e desbu- xenófoba em relação aos trabalhadores maior que os demais países
rocratizando políticas imigratórias. estrangeiros. do mundo.
89
ENCAMINHAMENTO
Chame atenção para a
fotografia na página, que apre-
TULO

6
CAPÍ
senta as ocupações humanas
francesas, às margens do Rio OS COMPONENTES FÍSICO-
Sena. Converse com os estu- -NATURAIS DA EURÁSIA E OCEANIA
dantes sobre os elementos da
paisagem. Pode-se refletir, por
Como já foi estudado, os geossistemas são a forma como os diferentes componen-
exemplo, sobre a função do rio tes físico-naturais mantêm relações e conexões entre si: relevo, clima, vegetação, solo
Sena, seus usos e os tipos de e hidrografia.
construção em seu entorno. A incidência de energia solar, as distintas posições latitudinais das porções continentais, a
Avalie os conhecimentos altitude e a proximidade do mar ajudam a determinar os diferentes tipos climáticos e, consequente-
prévios dos estudantes sobre mente, as formações vegetais. Nesse sentido, o posicionamento dos territórios em relação às zonas
a hidrografia e o relevo da climáticas é um dos fatores determinantes para a definição dessas paisagens climato-botânicas.
Europa. É possível perguntar, Quanto ao relevo, o principal condicionante é a configuração das placas tectônicas. De modo
geral, são nos encontros de placas tectônicas que ocorrem cadeias montanhosas de maior altitude,
entre outras questões intro-
os dobramentos modernos. Também nessas áreas há maior incidência de terremotos, tsunâmis e
dutórias: que outros rios da atividades vulcânicas. Já as regiões centrais das placas tendem a apresentar relevos mais estáveis,
Europa vocês conhecem? Caso como antigos planaltos de altitudes moderadas. O clima também exerce influência sobre o relevo,
não conheçam rios, quais são uma vez que elementos climáticos como água, calor, vento e pluviosidade desgastam as rochas
os países e cidades na Europa e modelam o terreno.
mais famosos que vocês Com base nesses princípios, pode-se compreender a configuração das diferentes paisagens
conhecem? Vocês saberiam da Terra. Vamos analisar os quadros naturais dos continentes estudados nesta unidade: Europa,
dizer quais tipos de hidrografia Ásia e Oceania.
encontramos por lá? Quando
as áreas foram ocupadas? EUROPA: QUADRO NATURAL
Como já estudamos, o relevo e a hidrografia da Europa tiveram grande influência no processo
de ocupação do continente europeu. Rios europeus como Tâmisa, Sena e Danúbio foram deter-
minantes para o estabelecimento de rotas comerciais e para o processo de urbanização europeia,
favorecendo o desenvolvimento de cidades como Londres, Paris e Viena.

OLAYOLA/SHUTTERSTOCK.COM

Rio Sena
em Paris,
França, 2019.

90

90
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, prosseguindo
Analise o mapa que representa o relevo e a hidrografia da Europa. com a temática dos aspectos físi-
co-naturais da Europa, podemos
Europa: físico analisar o mapa hipsométrico

ALLMAPS
0° Is. Nova

OCEANO GLACIAL ÁRTICO


Zembla
Europa: físico. Nesse mapa,

nwich
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are notamos que as informações

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Is. Jan Mayen r de

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estão organizadas em legendas

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BEERENBERG
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Árt PENÍNSULA

que utilizam as cores como ferra-


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menta principal. As cores variam

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1 491 m o Norte

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SARMÁTICA
entre frias (áreas rebaixadas, de

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Is. Shetland GLITTERTIND Ri o
tando a intensidade à medida

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que aumenta a altimetria das
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PLANALTO

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VOLGA
formas de relevo.
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PLANALTO
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Leia atentamente esse
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Grã-Bretanha O-PR io

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Rio
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DEPRESSÃO
DEPRESSÃO
CASPIANA
CASPIANA
mapa. Destaque para os estu-
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Ma dantes a Planície Sarmática e
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Rio Dniester ás
OCEANO
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a Planície Germano-Polonesa,
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PLANÍCIE
PLANÍCIE
como grandes extensões de
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terra recortadas por rios euro-
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peus importantes. Em seguida,
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Fonte: CALDINI, O
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PENÍNSULA
PENÍNSULA rT
destaque também os principais
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IBÉRICA
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Atlas geográfico SB I. Menorca
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Saraiva. São BÉÉ T II C


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I. Ibiza
I. Maiorca I. Sardenha

I. Sicília
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Jônico
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2 457 m
2 457 m u Pico
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rios (Volga, Dnipro, Danúbio,
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C M a r M e d ETNA I. de Rodes
Paulo: Saraiva, Estreito
de
Gibraltar ÁFRICA
i t
e r r
3 323 m
â n e o I. de Creta
I. de Chipre Fronteira Reno, Sena etc.), os planaltos e
2013. p. 114.
as cadeias montanhosas.
Na região meridional do continente, estão conjuntos de cadeias montanhosas, como os Bálcãs Esse tipo de exercício ajudará a
(formações alpinas na Península Balcânica); os Cárpatos, em países do leste da Europa; o Cáucaso,
melhorar a localização das carac-
entre os mares Negro e Cáspio; os Pireneus, entre a SERGE MOURARET/ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA
França e a Espanha; os Alpes Escandinavos, na Noruega;
terísticas geográficas e físicas da
os Alpes, na Itália, Suíça e França; e os Apeninos, na Itália. Europa. Além disso, os tipos de
A região central é formada por planaltos e extensas pla- relevo permitem que sejam res-
nícies, como a Planície Sarmática, a maior do continente. gatadas temáticas importantes,
Os rios europeus encontram-se bem distribuídos e entre as quais temos a dinâmica
são utilizados para geração de energia elétrica e para das placas litosféricas.
transporte. As bacias hidrográficas não são muito exten- Sugerimos que retome
sas, mas estão interligadas por canais, formando uma
brevemente dois temas impor-
grande rede fluvial entre os países. Entre os principais
tantes que vão auxiliar no
rios europeus estão o Volga, o mais extenso, com 3 700
km de extensão; o Danúbio, com 2 900 km; e o Reno, entendimento do capítulo: os
que nasce nos Alpes, percorre 1 326 km e desemboca
Mont Blanc em Entremont-le- movimentos de placas tectônicas
-Vieux, França, 2021. O Mont Blanc
no maior complexo portuário do mundo, na cidade de é a montanha mais alta da Europa.
e a teoria geossistêmica, estuda-
Roterdã, ao norte dos Países Baixos. dos em anos anteriores.
O objetivo, agora, é traba-
91 lhar os elementos físico-naturais
de forma integrada. Por isso, ao
conversar com os estudantes,
relacione esses elementos com
base na paisagem. O relevo e a
hidrografia também podem ser
discutidos, sobretudo para tratar
do modelado e da maneira pela
qual os percursos dos rios são
estabelecidos.

91
ENCAMINHAMENTO
Pode-se realizar a leitura e
a interpretação das informa-
ções nos mapas de clima e Europa: clima e vegetação
vegetação na Europa. Esta é Analise o mapa a seguir da distribuição dos climas pelo continente europeu. Depois, leia as
uma oportunidade para fazer descrições com as características de cada um deles.
a comparação de mapas e
identificar padrões espaciais, Europa: clima
estabelecendo analogias e cor- Cír
cu
lo P

nwich
ola
r Ár
tico
relações nas ocorrências de

Gree

DACOSTA MAPAS
e
iano d
tipos climáticos e formas vege- OCEANO

Merid
tais encontradas em diferentes ATLÂNTICO

regiões da Europa (EF09GE14 Mar


do
e EF09GE15). Norte

ÁSIA
O uso dos mapas permite
que as informações geográfi-
cas sejam problematizadas e

M
ar
42°
N


sp
que seja realizada uma inves-

io
Mar Negro

tigação sobre a causalidade Polar

dos padrões e da distribui- Frio


Temperado

ção dos climas no continente, Mar Mediterrâneo


Frio de montanha
Mediterrâneo
retomando os elementos (tem- 0 550
ÁFRICA
Semiárido
Fronteira
peratura, umidade e pressão) e
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
os fatores climáticos (latitude, IBGE, 2018. p. 58.
relevo, altitude, maritimidade,
Clima polar
continentalidade, massas de O clima polar é predominante em áreas do extremo Clima frio
ar, correntes marítimas). Como norte do continente. Sua principal característica é Esse tipo de clima, encontrado no centro,
sugestão, pode-se pergun- apresentar duas estações do ano bem definidas: norte e no leste da Europa, é caracterizado
inverno extremamente rigoroso e longo, com tem- pelas grandes amplitudes térmicas, com
tar aos estudantes: por que peraturas que alcançam –50 ºC, e verões curtos com inverno rigoroso, e índices pluviométricos infe-
no extremo norte da Europa temperaturas em torno de 0ºC. riores aos do clima temperado.
o clima é polar? Se Noruega e
Suécia estão na mesma faixa Clima mediterrâneo
Clima frio de montanha
de latitude, por que em uma Esse clima pode ser encontrado na região dos O clima mediterrâneo é encontrado no sul
o clima é predominantemente Alpes e dos Pireneus. Caracteriza-se por longos e do continente europeu. Trata-se de um clima
temperado e, em outra, o clima rigorosos invernos, com neve e geadas, e chuvas bem com verões quentes e secos e invernos mais
distribuídas ao longo do ano. amenos e chuvosos.
é frio? Por que ao norte da
Espanha, próximo à fronteira
com a França, há uma drástica Clima temperado Clima semiárido
mudança de tipo climático? O clima temperado apresenta estações do ano Esse clima se localiza em partes da
bem definidas e índices pluviométricos eleva- Rússia e da Ucrânia, próximo ao Cáucaso.
As perguntas feitas a partir dos. Localiza-se nas regiões norte e centro-sul do Caracteriza-se por apresentar temperaturas
da leitura do mapa mobilizam continente. elevadas e pluviometria baixa e irregular.
os estudantes a buscar causas
físico-naturais que, ao se com- 92
binarem, determinam os tipos
de clima na região. Por isso,
a busca pelos fatores climá-
ticos ajuda a entender que o
clima não é algo estático e não
depende de um único fator,
mas de vários, consolidando,
assim, uma abordagem geos-
sistêmica do conteúdo a partir
do mapa.

92
ENCAMINHAMENTO
Tundra Em conexão ao mapa temá-
Desenvolve-se na parte norte do con- tico sobre clima na Europa e à
Agora, analise o mapa da vegetação nativa na Europa. tinente (Península Escandinava e Rússia).
Sua vegetação é formada por liquens, descrição das características dos
Europa: vegetação nativa musgos e espécies herbáceas que renas- tipos de clima (polar, frio, medi-
cem nos poucos meses de degelo.
terrâneo etc.), a vegetação nativa

DACOSTA MAPAS
Cír 0°
cu
lo P

nwich
ola

KARL ANDER ADAMI/ISTOCK/


GETTY IMAGES
r Ár
tico
pode ser também problemati-
Greee
iano d

OCEANO
zada em forma de perguntas.
Merid

ATLÂNTICO Por exemplo, peça aos


Mar
estudantes que observem aten-
do
Norte
Tundra durante o outono, tamente ao mapa Europa:
ÁSIA
no Parque Nacional Urho vegetação nativa. O mapa utiliza
Kekkonen, Finlândia, 2021.
o método corocromático para
apresentar as informações dos

M
ar
42°
N
Taiga


sp
tipos vegetais que existem na

io
Mar Negro
Encontrada em áreas de clima frio, é
Tundra
composta de espécies conhecidas como Europa. Nesse caso, o mapa traz
coníferas (árvores com formato de cone),
Taiga
como o pinheiro e o abeto. Suas folhas,
as variações de Tundra, Taiga,
Vegetação de altitude

Mar Mediterrâneo
Floresta temperada em formato de agulha, são adaptadas Vegetação Mediterrânea, vege-
Vegetação mediterrânea
0 550 Estepe
para evitar o acúmulo de neve. É bastante tação típica de climas frios de
ÁFRICA
Fronteira explorada para a atividade madeireira.
Montanha, Floresta Temperada,

WMASTER890/ISTOCK/GETTY IMAGES
PLUS/GETTY IMAGES
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva.
São Paulo: Saraiva, 2016. entre outros.
Associe os tipos de vegeta-
MICHEL CAVALIER/BIOSPHOTO/
AFP

Vegetação de Altitude ção encontrados na Europa com


Encontrada em áreas montanhosas, destaca-se o clima e o relevo, estudados nas
nos Alpes e nos Alpes Escandinavos. É caracteri-
zada por apresentar vegetação escassa, formada
páginas anteriores. Em seguida,
Floresta de Taiga na
por ervas e arbustos (que resistem ao rigor do
Finlândia, 2021. trabalhe com os pensamen-
clima), gramíneas, musgos e liquens. Parque Nacional tos espacial e computacional,
Ecrins, França, 2019.
Estepe no sentido de buscar encontrar
Floresta Temperada
Vegetação encontrada em regiões padrões espaciais de ocorrência.
Mediterrânea de clima semiárido, predominante no
É formada por plantas que perdem A vegetação típica dessa sudeste do continente europeu e cons-
Os padrões espaciais só podem
as folhas durante o inverno, as chama- área é adaptada ao clima com tituída, basicamente, de gramíneas e ser identificados mediante
das caducifólias (decíduas), o que lhes uma prolongada estação seca. plantas herbáceas. Esse tipo de vege-
permite suportar a baixa temperatura
o raciocínio lógico-matemá-
Predominam maquis e garri- tação foi bastante transformado pela
e a estação seca. São exemplos dessas gues, formados por árvores prática de atividades agrícolas, favo- tico, que possibilita entender
espécies os carvalhos, os bordos e as pequenas (oliveiras e sobreiros) recidas pelo solo extremamente fértil repetições e a combinação de
faias. Esse tipo de vegetação foi bas- e arbustos (urzes). denominado chernozem.
tante alterado ao longo do tempo pelo elementos que justificam a ocor-
CHRISTOPHER OCCHICONE/
BLOOMBERG/GETTY IMAGES
TAMBOLY/IMAGE SOURCE/AFP

avanço da urbanização e das atividades rência de outros.


agropecuárias.
Para encontrar padrões espa-
PHILIPP VON DITFURTH/
PICTURE ALLIANCE/GETTY
IMAGES

ciais regionais no continente


(EF09GE15), comparando os
Baía de Perekop, Ucrânia, dois mapas, é possível pergun-
Ilha Corfu, Grécia, 2022.
Floresta Negra, na
2019. tar: por que a Vegetação de
Alemanha, 2022. altitude está situada naquelas
93 faixas no mapa? Por que vege-
tações mais rasteiras e menos
densas como Tundra e Taiga
estão no extremo norte da Europa? Qual é a
razão do predomínio de Floresta Temperada
no continente?
Com base nas informações geográficas
sobre clima, nos conhecimentos já adquiridos e
nas trocas entre colegas e professor, é possível
responder conjuntamente a essas perguntas,
para valorizar o conhecimento científico e a
mobilização do raciocínio geográfico.

93
ENCAMINHAMENTO
Da mesma forma que utili-
zamos um mapa temático do
relevo para introduzir a Europa, ÁSIA: QUADRO NATURAL
fazemos uso do mesmo recurso A superfície continental da Ásia é formada pela Placa Eurasiática, com zonas convergentes
para apresentar a Ásia, com o de contato a sul, com as placas Arábica, Indiana, Australiana e Filipina; e a leste, com a placa
objetivo de valorizar a lingua- Norte-Americana. Analise o mapa do relevo da Ásia.
gem cartográfica e facilitar a
Ásia: físico
regionalização física do dos

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


90º L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
continentes (Competências Mar de
Barents
Gerais 1 e 2, Competências PLANALTO
CENTRAL

Rio Ienessei

Rio
Específicas de Geografia 2 e SIBERIANO

S
en

R i o Ob

L
AI
a

UR
PLANÍCIE
DA SIBÉRIA Círculo Polar Ártico

3 e habilidades EF09GE15,

ES
Mar de Mar de

NT
Okhotsk Bering

MO
Lago Baikal

EF09GE16 e EF09GE17). EUROPA


Sir
PLANALTO
DA MONGÓLIA
Fossa das
Kurilas (10 500 m)
Mar de

Da
Na página, temos o mapa Mar Negro Aral

ria
Mar

Rio
Mar do
Cáspio OCEANO

Am
Japão

e
u Comunismo

-H
Da g lo) (Mar do
r ia H u a n are Monte Fuji
PACÍFICO
temático hipsométrico Ásia:
(7 495 m)
Leste)

Rio
o PLANALTO m (3 776 m)

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DO TIBETE

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fra

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Minyakonka

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A Altitude

t
Izu (10 230 m)

físico, que apresenta a dis- L A Dhaulagiri (8 172 m) (7 590 m) -Kiang

do
I A Everest (8 848 m) Tsé Mar da (em metros)

In
ng China

Rio
R i o Gang Y

a
e

Mar
o Oriental
Ri Trópico de Câncer

s
posição das formas de relevo
Golfo de
Áden 4 800

Verm

Rio
PLANALTO Golfo de 3 000

M
elho
Mar DO DECÃ Bengala
asiáticas. Como sempre, as

ec
1 800

on
Arábico Mar da Fossa das

g
China Marianas (11 035 m)
1 200
Meridional

informações de variação de ÁFRICA


600
300

altitude estão sendo represen-


150
Equador 0
Fonte: IBGE. Atlas 0º
Pico
tadas por várias cores, do verde geográfico escolar. 0 1 284 OCEANO
ÍNDICO
OCEANIA Fossa
8. ed. Rio de Janeiro:
ao vermelho, em um esquema IBGE, 2018. p. 46.
Mar de Java Fronteira

de gradação de cores do frio É possível observar no mapa que o conti-

SIERRALEMON/SHUTTERSTOCK.COM
para o quente. nente asiático apresenta as maiores altitudes do
Nesse sentido, pergunte aos planeta. A cordilheira do Himalaia, onde estão
estudantes: quais são as áreas localizados os picos mais altos do mundo, é
mais altas na Ásia? E as áreas resultado do choque de duas placas tectônicas
mais baixas? Por quais países continentais: a Eurasiática e a Indiana.
O continente também apresenta muitas
a cordilheira do Himalaia se
planícies e planaltos, onde está localizada a
estende? Quais são os princi-
maior parte da população, sobretudo nas áreas
pais rios? E as maiores planícies do Leste da Ásia, como veremos mais adiante
estão situadas em quais regiões Monte Everest, China, 2019. O monte Everest ao abordar os principais países da região.
da Ásia? Além dessas, utilize é a montanha mais alta do planeta, com 8 848
outras perguntas que possam metros de altitude.

ajudar a introduzir aspec- NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
tos fisiográficos do continente
asiático.
1. Analise a região da Ásia Central e, com auxílio de um mapa político do continente,
Repasse os nomes das cor- faça um croqui cartográfico destacando as características de relevo em cada um
dilheiras, não somente a do dos países. Em seguida, indique quais países estão em condições físico-naturais
Himalaia, e também das áreas mais e menos favoráveis, explicando o porquê. Consulte comentários em orientações
didáticas.
de planalto e outras formações
montanhosas que são impor- 94
tantes para compreender a
Ásia, por exemplo, nas regiões
da Rússia, Turquia, Irã, Iraque,
Ásia Central e Mongólia. PENSE E RESPONDA
A fotografia da página tem Atividade
o intuito de reforçar a ocor- 1. A produção do croqui cartográfico da Ásia Central visa contemplar uma área pouco explo-
rência de feições montanhosas rada na análise geográfica. Para isso, a criação do croqui ajuda a retomar habilidades
na Ásia, mostrando a principal cartográficas e uso da linguagem na representação das formas de relevo. Os países mais
delas. Pergunte aos estudan- favorecidos são Cazaquistão, Uzbequistão e Turcomenistão (planícies); os menos favorecidos
tes o que eles sabem sobre são Tadjiquistão, Quirguistão e Afeganistão (montanhas).
isso e pense em estratégias de
revisão de conteúdo.

94
ENCAMINHAMENTO
Retomando a leitura de mapas
Rússia: quadro natural para identificar características
fisiográficas (Competências Gerais
A Federação Russa (ou Rússia) possui o território mais extenso do mundo e apresenta grandes
formações de relevo, como os Montes Urais, os Montes Altai, o Planalto Central Russo, a Planície 1 e 2, Competência Específica
Sarmática e as montanhas do Cáucaso ao sul. Os rios não atravessam o país, nascendo geralmente de Geografia 2 e 3 e habilida-
em altitudes elevadas dos planaltos e montes e indo em direção aos mares de Azov, Cáspio, Branco des EF09GE15, EF09GE16 e
e Báltico. Na parte asiática, localizam-se a Planície da Sibéria, o Planalto Central Siberiano e vários EF09GE17), nestas páginas, são
montes, que circundam o limite da Rússia com a Mongólia e a China. aprofundados aspectos físicos
Grande parte do território russo apresenta climas frios, como o clima frio e o polar, que de dois dos principais países na
abrangem grandes porções ao norte e a leste do país. A oeste e a sul, os climas predominantes
Eurásia: Rússia e China.
são: o temperado, que abarca grande parte do território situado na Europa e onde está situada a
Os países têm em comum
maior parte da popu-
lação; o semiárido e Rússia: clima grande extensão territorial, sobre-
tudo em termos longitudinais

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


90º L
o desértico, onde se OCEANO GLACIAL ÁRTICO
localizam as Pradarias (variação leste-oeste). Focando
e as Estepes. Analise o
Mar de
Bering nos mapas disponíveis nas
IA

Rio Ienessei
ND páginas, faça a leitura dos tipos

Rio
mapa. LÂ RÚSSIA en

L
a
N
FI

Mar de
Círculo Polar Ártico de climas existentes em cada
Lago Baikal
Okhotsk
OCEANO um dos países. Pergunte aos
CAZAQUISTÃO PACÍFICO
Mar de Mar de Aral
MONGÓLIA estudantes em que faixa latitu-
Negro
Mar de
COREIA
DO NORTE
Mar do
Japão
Polar
Frio
dinal (variação norte-sul) Rússia e
Fonte: SIMIELLI, Cáspio (Mar do JAPÃO
CHINA COREIA
Leste) Temperado
China estão localizadas e em que
Ri o

Maria Elena. Semiárido


DO SUL
Ti

Geoatlas. 35. ed.


fra t

medida isso interfere em suas


gre

PAQUISTÃO -Kiang
es Tsé Mar da Desértico
ng 0 886
Ya
São Paulo: Ática.
do

io China
In

o ÍNDIA R
Oriental Fronteira
características climáticas.
R i o Gang
Ri

e
2019. p. 24.
s

A vegetação russa é fortemente influenciada pela alta latitude em que está situado o país e pelo Outros fatores climáticos
fator continentalidade, uma vez que boa parte do território está localizada no centro do continente. podem ser trazidos, tais como
Ao norte, aparecem as vegetações da Tundra e da Taiga, que são adaptadas ao frio intenso da região. continentalidade e maritimidade,
Ao sul do país, predominam a Floresta Temperada, as Estepes e Pradarias e Desertos. As Pradarias e as zonas de alta e baixa pressão,
Estepes, assim como a Tundra, foram ocupadas para se transformar em áreas agrícolas para a produção
correntes marítimas e variação
de alimentos.
Rússia: vegetação nativa de relevo em cada país.
90º L ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

Mar de
Bering
IA
Rio Ienessei

ND
Rio

 RÚSSIA en
NL
L

a
FI
Círculo Polar Ártico
Mar de
Lago Baikal Okhotsk
OCEANO
CAZAQUISTÃO PACÍFICO
MONGÓLIA
Mar de
Negro Tundra
Mar de COREIA Mar do JAPÃO
Cáspio Japão Estepes e Pradarias
DO NORTE
Fonte: SIMIELLI, (Mar do
Taiga
CHINA COREIA Leste)
Ri o

o
Ri

Maria Elena. DO SUL Floresta temperada


Eu

Ti
fra t

gre

Geoatlas. 35. ed. es Mar da


0 886
Deserto
China
do

São Paulo: Ática. Fronteira


In

o Oriental
ÍNDIA
Ri
Mar

2019. p. 26.
Verm

Rio

Golfo de
M
elho

95
ec

PARA AMPLIAR
Indicação para o professor
O site a seguir traz um modelo digital de regiões do mundo, identificando a direção do as características de distri-
globo terrestre que apresenta o padrão de vento e por onde ele segue. Correlacionar buição de água (hidrografia),
direção dos ventos por todo o planeta Terra. essas informações com diferentes fatores cli- áreas de planície e vantagens
• BECCARIO, Cameron. earth. [S. l.], c2022. máticos ajuda a compreender determinados econômicas que as condições
Disponível em: https://earth.nullschool.net/ tipos de clima na Rússia e na China. físico-naturais oferecem para as
pt/about.html. Acesso em: 11 jul. 2022. Além disso, a partir dos aspectos climáti- duas principais superpotências
Nele, é possível rotacionar o globo e detalhar cos e de vegetação, é possível compreender asiáticas.

95
ENCAMINHAMENTO
Oriente os estudantes a ler os
mapas da China. Incentive-os a
localizar os lugares e relacioná- China: quadro natural
-los aos tipos de relevo, clima e O relevo da China apresenta planícies próximas ao litoral, planaltos em direção ao interior
vegetação. Esse processo pode do território, a cadeia montanhosa do Himalaia a sudoeste e os desertos Gobi e Takla Makan
auxiliá-los a compreender os a noroeste. A formação montanhosa do relevo chinês é decorrente do encontro das placas da
Eurásia e da Índia, que contribuiu para o soerguimento do Himalaia e de outros dobramentos
aspectos econômicos e a dinâ-
menores, presentes na região do Tibet.
mica populacional. Além disso, A hidrografia tem um papel importante na modelagem do relevo, além de ser fundamental para
eles podem notar quais regiões a agricultura ao interferir na fertilidade dos solos. Os rios mais importantes são o Yang-Tsé-Kiang
apresentam maior ou menor (Azul) e o Huang-He (Amarelo), cujos vales irrigados se contrapõem à região árida do deserto Gobi.
desenvolvimento econômico. A China tem grande variedade climática, sendo a maior parte do território localizada em
Explique aos estudantes que regiões de clima temperado, tropical e semiárido. O restante divide-se entre áreas desérticas a
oeste, subtropical no sudeste, frio de montanha na região do Tibet e frio ao norte.
os tipos de clima predominan-
tes na China são o subtropical, China: clima
o frio e o de montanha. Os 100° L
Os tipos de vegetação que
fatores climáticos como a lati-
DACOSTA MAPAS

RÚSSIA
ocorrem na China estão direta-
tude (majoritariamente próximo mente relacionados à disposição
ao trópico de Câncer ao sul e MONGÓLIA
do relevo e à influência do clima.
COREIA
próximo do Ártico ao norte) e DO NORTE JAPÃO
No Planalto do Tibet e no Himalaia,
as massas de ar (provenientes QUIRGUISTÃO COREIA
DO SUL
ocorre a vegetação de montanha.

- Ho
do clima de monções) explicam oH ng
ua Pelo centro do país distribuem-
Ri

PAQUISTÃO OCEANO -se as Estepes, e junto ao litoral


o padrão climático frio na China. PACÍFICO
CHINA Yang-Tsé ocorrem as Florestas Temperadas
Retome esses conhecimentos Rio

Frio e as Florestas Tropicais.


com os estudantes, para que ÍNDIA NEPAL Subtropical
Semiárido
BUTÃO
TAIWAN
eles possam entender as razões Trópico d
eC âncer
Árido
Tropical
Fonte: PHILLIPSON, Olly. Atlas
que explicam os tipos de clima. 0 613 BANGLADESH
MIANMAR
LAOS
VIETNÃ
Montanha
Fronteira geográfico mundial. Curitiba:
Fundamento, 2011. p. 84.

PARA AMPLIAR
China: vegetação nativa
Texto complementar

ALLMAPS
90º L

A poluição atinge até o Floresta Boreal (Taiga)


RÚSSIA

CAZAQUISTÃO
paraíso mais remoto da Estepe e Pradaria
Vegetação de altitude
China Floresta Tropical e Equatorial
MONGÓLIA
Floresta Temperada e Subtropical
Os vales alpinos da pro- Deserto Frio
QUIRGUISTÃO

víncia de Qinghai, no oeste Fronteira COREIA


DO NORTE

da China, parecem um para-


PAQUISTÃO

CHINA COREIA
DO SUL
íso. As pradarias se estendem JAPÃO

até onde a vista alcança. [...] OCEANO


PACÍFICO
No seu solo se encontra o
NEPAL
maior parque de energia so- Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, ÍNDIA BUTÃO
c er
Cân
lar da China; durante uma Leda. Atlas geográfico Tróp
ico d
e

Saraiva. São Paulo: Saraiva,


semana neste verão, a região 2013. p. 172. VIETNÃ
se abasteceu exclusivamente MIANMAR
LAOS

de energias limpas. O Planal- 96


0 544

to Tibetano, do qual é parte,


é chamado de “o terceiro po-
lo” do mundo e considerado
o grande pulmão desta Chi- balanço dos seus cinco primeiros anos de específicos para lutar contra a poluição do
na asfixiada pela poluição gestão [...]. O meio ambiente pagou o preço ar, do solo e da água. O próprio Xi já disse
atmosférica. da rápida industrialização e crescimento que “água limpa e colinas verdes equivalem
[...] econômico da China. [...]
a montanhas de ouro e prata”. [...].
A luta contra a poluição e A China declarou “guerra à poluição” em
a mudança climática, um dos 2014, depois que sucessivos episódios gra- LIY, Macarena Vidal. A poluição atinge até o
grandes problemas que asso- ves de poluição em Pequim deram a volta ao paraíso mais remoto da China.
lam a China nos últimos anos, mundo. Desde então, o Governo adotou me- El País, Daotanghe, 17 out. 2017. Disponível
deverá ser abordada pelo pre- didas como o fechamento de fábricas sujas, em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/15/
sidente chinês, Xi Jinping, a imposição de duros padrões de emissões internacional/1508060128_923609.html. Acesso
quando ele apresentar um e inspeções rigorosas. Criou planos de ação em: 22 ago. 2022.
96
ENCAMINHAMENTO
Dando continuidade à temá-
Oriente Médio: quadro natural tica físico-natural da Ásia,
nestas páginas, analisam-se
Nessa posição geográfica, o Oriente Médio está condicionado ao regime da alta radiação na
faixa equatorial. A massa de ar continental Tropical (mcT), que se forma no deserto do Saara, é as características do Oriente
quente e seca e, associada à zona de alta pressão no centro da Ásia e à direção dos ventos no Médio com base em dados
sentido nordeste-sudoeste, faz com que toda umidade vinda do Índico não chegue à Península de mapas. O intuito é traba-
Arábica, configurando climas extremamente secos, como é possível notar no mapa a seguir. lhar com diferentes formas de
A baixa disponibilidade de água representação, disponibilizando
limita as atividades de agricultura e a Oriente Médio: clima informações geográficas que
ocupação humana, que estão concen- EUROPA Mar Negro não só descrevem e caracte-

SONIA VAZ
tradas, principalmente, no Planalto da rizam a natureza da área, mas
Mar
Anatólia, nas costas dos mares Cáspio TURQUIA
Cáspio
permitem a análise geográfica
e Mediterrâneo, no Planalto Iraniano Mar
Mediterrân LÍBANO
SÍRIA AFEGANISTÃO
ÁSIA e a comparação de evidên-
e ao longo da região de influência dos eo
ISRAEL IRAQUE IRÃ

rios Tigre e Eufrates. É possível notar que EGITO JORDÂNIA cias espaciais que nos mostram
(Parte KUWAIT

as regiões agrícolas apresentam climas


Asiática) ol os aspectos físicos naturais da

G
fo

BAREIN rs i c
o

mais favoráveis à produção, com maiores


Trópico de
Câncer
ARÁBIA
CATAR
EMIRADOS
G
de olfo
Om
ã Mar região (Competências Gerais
SAUDITA ÁRABES UNIDOS Arábico
1 e 2, Competência Específica
Ma

índices de chuva e temperaturas mais ÁFRICA


rV

OMÃ
er m

Tropical
amenas. É o caso do clima mediterrâneo, de Geografia 2 e 3 e habilida-
elh

Desértico
o

OCEANO
que abrange toda a costa banhada pelo IÊMEN
ÍNDICO
Semiárido
Mediterrâneo des EF09GE15, EF09GE16 e
mar Mediterrâneo e áreas adjacentes; e 0 600
Temperado
EF09GE17).
Fronteira
do clima temperado, que predomina no 40º L

Fonte: IBGE. 8. ed. Rio de Janeiro:


Da mesma forma que orien-
interior da península da Anatólia e em Atlas Geográfico Escolar.
IBGE, 2018. p. 58. tamos a leitura para a Rússia e
regiões próximas ao Cáucaso.
Como você já estudou anteriormente, inúmeros fatores influenciam as formações vegetais,
China, destacamos a importân-
como clima, relevo, latitude e proximidade do mar. Nas áreas de clima desértico e semiárido, a cia de ler informações espaciais
vegetação da região é de deserto. Nas áreas costeiras do mar Mediterâneo, predomina a Vegetação de dois mapas, combinando
Mediterrânea, de maquis e garrigues. Nas áreas de clima temperado, as Florestas Temperadas suas características. Repasse os
e, sobretudo, as Estepes e Pradarias mapas Oriente Médio: clima
predominam. Nas áreas montanhosas e Oriente Médio: vegetação
Oriente Médio: vegetação nativa
do Afeganistão, aparece a vegetação nativa, correlacionando os tipos
ALLMAPS

40º L
de altitude. Analise o mapa. Mar Negro
de clima com as vegetações.
TURQUIA Mar
(parte asiática) Cáspio É possível visualizar que, no
LÍBANO
SÍRIA
AFEGANISTÃO Oriente Médio, não existe apenas
Mar Mediterrâneo
ISRAEL
JORDÂNIA
IRAQUE IRÃ
um único tipo de clima/vegeta-
EGITO
(parte
asiática) KUWAIT
Go
lfo
ção. Há um senso comum de
BAREIN Pér
Trópico de
Câncer
ARÁBIA CATAR ico
s Go
lfo
de
Mar
Arábico que a região é um deserto com
Ma

SAUDITA EMIRADOS Om
ÁRABES UNIDOS
extensas áreas de dunas e oásis.
r Ve

ã
Floresta Temperada
e Subtropical
rm

OMÃ
Interprete o mapa e pergunte
elh

Vegetação
o

Mediterrânea

IÊMEN OCEANO
Estepe e Pradaria
Vegetação de altitude
quais outras formas de vege-
ÍNDICO
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. 0 600 Deserto quente tação podemos identificar, por
Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: I. Socotra
Fronteira
Saraiva, 2013. exemplo: as Pradarias/Estepes
e a Vegetação mediterrânea,
97 próximo à Turquia.

97
ENCAMINHAMENTO
Esta página trabalha a região
do leste e sul da Ásia. São apre-
sentadas características de clima Sudeste Asiático: quadro natural
e vegetação, considerando O relevo do Sudeste Asiático apresenta áreas e relevo mais elevados e áreas mais baixas. Os
Coreia do Sul, Japão e Sudeste territórios de Malásia, Tailândia e Camboja, por exemplo, apresentam, em geral, formações com
Asiático (Competências Gerais menos de 400 metros de altura em relação ao nível do mar; já Vietnã, Laos, Filipinas e Indonésia
1 e 2, Competência Específica têm formações montanhosas em seus territórios. O rio mais importante da região é o Mekong,
que possui grande volume de água e atravessa países na Península da Indochina, como Tailândia,
de Geografia 2 e 3 e habilida-
Laos, Camboja e Vietnã.
des EF09GE15, EF09GE16 e
A região apresenta climas tropical e equatorial, com altas temperaturas o ano todo e grande
EF09GE17. quantidade de chuvas, já que está localizada na região intertropical e é cortada pela linha do
Assim como nas páginas equador. Analise o mapa e o climograma de Kuala Lumpur a seguir.
anteriores, aborde os mapas
temáticos em conexão, para que Sudeste Asiático: clima

SONIA VAZ
CHINA Kuala Lumpur (Malásia)
as inter-relações entre os fatores

SONIA VAZ
Trópico de Câncer
385 35
físico-naturais não se percam. O MYANMAR
LAOS
mapa de relevo da Ásia também é TAILÂNDIA
330 30

relembrado no início do texto do VIETNÃ 275 25

Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)
CAMBOJA Mar da
OCEANO PACÍFICO
conteúdo e deve ser comparado Mar de
Andaman Golfo
China
Meridional
FILIPINAS
220 20
de
aos novos mapas introduzidos na Sião
165 15
BRUNEI
dupla de páginas. Ao ler e inter- KUALA LUMPUR
M A L Á S I A
0 582
110 10

pretar as informações dos mapas, 0º


Equador
55 5
pergunte que tipo de clima pre-
I N D O N É S I A 0 0
domina no Japão e na Coreia do J F M A M J J A S O N D

Sul e qual predomina no Sudeste Equatorial


Tropical OCEANO Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Kuala Lumpur. [S. l.],
OCEANIA
Asiático. Antes de investigar o Capital ÍNDICO 120º L
[20--]. Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/
malasia/kuala-lumpur/kuala-lumpur-715107/#climate-
assunto, priorize um momento de Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. graph. Acesso em: 27 jun. 2022.
p. 58.
reflexão sobre essa característica,
iniciando, a partir da localização, A vegetação do Sudeste Asiático
Sudeste Asiático: vegetação nativa
é formada, majoritariamente, por
a diferenciação das áreas. CHINA
Florestas Equatoriais e Tropicais por
Além dos mapas Sudeste
SONIA VAZ

Trópico de Câncer

causa dos climas da região. Em áreas


Asiático: clima e Sudeste Asiático: MYANMAR
LAOS
de grande altitude, como no Vietnã
vegetação nativa, na página é e no Laos, há a presença de Florestas TAILÂNDIA OCEANO PACÍFICO
VIETNÃ
possível analisar o climograma Subtropicais. Na porção litorânea e CAMBOJA Mar da
Mar de China FILIPINAS
de Kuala Lumpur, na Malásia. nas ilhas que formam a região asi- Andaman Golfo
de
Meridional

A partir dos dados de tempe- ática, temos a presença de florestas


Sião

BRUNEI 0 582

ratura e precipitação (umidade), com árvores de grande porte e


KUALA LUMPUR
M A L Á S I A

podemos tirar algumas conclu- grande biodiversidade, semelhantes 0º


Equador

sões a respeito da cidade malaia. à Mata Atlântica Brasileira. A região


I N D O N É S I A
Antes de tirar conclusões a res- é conhecida por suas belas paisa-
Florestas Tropical

peito de Kuala Lumpur, pergunte gens, o que atrai turistas durante e Equatorial
Florestas Temperada
e Subtropical
OCEANO OCEANIA
sobre a localização da cidade e todo o ano. Analise o mapa a seguir. Capital
ÍNDICO 120º L

da Malásia: em que faixa latitu- 98 Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São
Paulo: Saraiva, 2013. p. 172.
dinal Kuala Lumpur está? O que
isso representa em relação às
características de temperatura?
Que influência isso pode ter no
índice de precipitação? E, se con-
siderarmos a cobertura vegetal
na Malásia, como isso pode
influenciar nas características do
clima local? É possível, ainda,
fazer outras perguntas que inter-
-relacionam os dados dos mapas
e do climograma.

98
ENCAMINHAMENTO
Assim como na página ante-
Japão e Coreia do Sul: quadro natural rior, aqui podemos relacionar
O Japão localiza-se no extremo leste do continente asiático, em uma área chamada Círculo
o climograma de Aomori, no
de Fogo do Pacífico, onde há o encontro de três placas tectônicas, o que explica os frequentes Japão, com os mapas temáticos
terremotos e a intensa atividade vulcânica. Seu território é formado por mais de três mil ilhas, Japão e Coreia do Sul: clima e
mas há quatro ilhas principais: Hokkaido, Honshu, Shikoku e Kyushu. As cadeias montanhosas Japão e Coreia do Sul: vegetação
ocupam o centro das ilhas japonesas e geram um relevo muito acidentado – nelas está o ponto nativa. A partir desses mapas, é
mais elevado do país, o Monte Fuji (3 776 m). A maior parte da população está localizada nas possível constatar que ambos os
áreas litorâneas, mais baixas.
países se situam em uma faixa
O relevo sul-coreano também é montanhoso, sobretudo na porção leste da península. Os
planaltos e as montanhas ocupam cerca de 70% do território do país, ao passo que as planícies tropical e temperada, onde pre-
ocupam os 30% restantes. É nessas áreas mais baixas que está localizada a maior parte da dominam tipos de vegetação
população do país. arbórea bem desenvolvidas.

SONIA VAZ
Na maior parte dos dois países, predominam os climas Aomori (Japão) Pergunte aos estudantes
temperado e subtropical, com verões quentes e úmidos. 180 25 como seriam as florestas tem-
Ao norte do Japão, há a ocorrência do clima frio, já que a
150 20 peradas e subtropicais e as
região sofre a influência dos ventos que vêm da Sibéria e que

Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)
também provocam verões moderados. Analise o mapa e o 120 15 Florestas Boreais (Taigas), ques-
climograma de uma cidade japonesa de clima frio. 90 10 tionando quais características
60 5 físico-naturais da localização da
Japão e Coreia do Sul: clima
30 0 Coreia do Sul e do Japão expli-
cariam esse padrão espacial de
SONIA VAZ

RÚSSIA 0 –5
J F M A M J J A S O N D
vegetação. Retomando o cli-
Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Aomori. mograma de Aomori, podemos
CHINA [S. l.], [20--]. Disponível em: https://
pt.climate-data.org/asia/japao/aomori/aomori- perceber que a cidade apresenta
COREIA 5405/#climate-graph.
altas taxas de umidade e preci-
Aomori
DO Mar do Japão
NORTE (Mar do Leste) Acesso em: 27 jun. 2022.
Japão e Coreia do Sul: pitação, principalmente no verão
COREIA vegetação nativa (entre junho e agosto).
DO SUL JAPÃO
SONIA VAZ

35º N RÚSSIA
Revise, neste momento,
CHINA
OCEANO
PACÍFICO
conhecimentos e conceitos
como evapotranspiração, radia-
Subtropical
COREIA
DO Mar do Japão ção solar, estações do ano,
Temperado NORTE (Mar do Leste)
0 305 Frio incidência solar, circulação das
135º L
Cidade
COREIA massas de ar, condensação,
DO SUL JAPÃO
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. 35º N ciclo da água etc., para explicar
Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 58.
OCEANO o ritmo das chuvas e como elas
A vegetação nativa dos dois países é PACÍFICO
nutrem os solos dos países.
constituída, predominantemente, de exten-
Aproveitando os interesses e
sas Florestas Subtropicais e Temperadas.
Ao norte do território japonês, em região
Floresta Temperada
e Subtropical a influência cultural oriental dos
0 305 Floresta Boreal

de maior latitude, há a presença da Taiga, 135º L (Taiga) dois países, peça aos estudan-
Floresta de Coníferas típica de clima frio. Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas tes que pesquisem, em animes,
Analise o mapa a seguir. geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, séries, mangás, clipes musicais
2013. p. 172.
etc., exemplos da paisagem físi-
99 co-natural coreana e japonesa,
para consolidar conhecimen-
tos dos estudantes acerca das
características físico-naturais do Extremo Oriente.
Com os estudantes, elabore um infográfico em uma folha de cartolina, papel
kraft ou A3. Com base no mapa da região, peça que desenhem os países que estão
sendo estudados. Estimule-os a pesquisar imagens dos ambientes (vegetação, fauna
e clima). Depois, solicite que localizem esses lugares, colem as imagens no infográ-
fico e elaborem um texto que sintetize as características dos ambientes selecionados.
Outras opções podem ser elaboradas, com base no mesmo passo a passo, como
infográficos sobre problemas ambientais ou formações geológicas, considerando os
eventos que ocorrem na região – tsunâmis, terremotos, vulcanismo, entre outros.

99
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, o foco é a dinâ-
mica climática da Índia. O clima
de monções na Índia é funda- Índia: o clima de monções
mental para compreender como As monções são ventos formados pelo aquecimento diferenciado das grandes regiões
as sociedades do sul e do sudeste continentais e dos oceanos adjacentes. Os continentes são mais suscetíveis às variações de tempera-
da Ásia prosperaram na região, turas, tornando-se excessivamente
Índia: precipitação e monções
a mais populosa do mundo. Isso
SELMA CAPARROZ quentes ao longo do verão e
75º L
muito frios durante o inverno. Isso
significa que é possível tratar
aumenta a diferença de tempera-
também de outras áreas como
CHINA tura entre o continente e o oceano,
Mianmar, Bangladesh, Laos, condição que se inverte entre as
Camboja, Tailândia, Vietnã, PAQUISTÃO BUTÃO duas estações opostas: no verão,
NEPAL
Indonésia, entre outros países Délhi os continentes são mais quentes
da região continental. Kanpur BANGLADESH
de C
â n
ico
Tróp er
c que seus respectivos mares; no
Para isso, retome com inverno, a corrente de ar segue a
MIANMAR
todos os estudantes a leitura Ahmadabad
direção contrária.
e a interpretação das infor- Durante o verão asiático, o
Nagpur fenômeno das monções é caracte-
mações geográficas no mapa Golfo
de rizado pelo aumento de ar úmido
temático Índia: precipitação e Bengala
sobre as áreas que apresentam
monções. Na legenda, há infor- Hydebarad terras muito quentes e, conse-
Mar
mações sobre a precipitação Arábico Precipitação anual (em mm) quentemente, pela elevação das
anual (em mm), que variam de Bangalore
Chennai
Menos de 200
precipitações na Índia e no Sudeste
De 200 a 500
tons quentes (menores valores) De 500 a 1 000 Asiático. No inverno, ao contrário,
a cores frias (maiores valores).
De 1 000 a 2 000
os ventos se deslocam do conti-
De 2 000 a 3 000

Reproduza a leitura da legenda 3 000 ou mais nente para o oceano, provocando


longo período de seca na Índia e
conjuntamente com os estudan- SRI LANKA Monções de inverno

0 287
Monções de verão
nos países vizinhos, como podemos
tes, para facilitar a decodificação Fronteira
observar no mapa.
km

do mapa. Em seguida, sugere-se Fonte: CHARLIER, Jacques (org.). Atlas du XXI siècle. Paris: Nathan, 2013. p. 197. No mapa, é possível notar as
que sejam destacadas as setas regiões da Índia que apresentam os maiores índices pluviométricos e que são mais atingidas pelas
azuis (monções de inverno) e monções. Ainda, a porção nordeste do país apresenta índices altíssimos de precipitação, que
vermelhas (monções de verão), podem superar os 3 mil milímetros anuais. Esse alto nível de chuva frequentemente causa grandes
diferenciando-as pela direção danos nas cidades do país e ocasionam diversas mortes. Analise a fotografia.
de seus movimentos e ima- As monções influenciam as atividades socioeconômicas até os dias atuais, pois sua duração
ginando que alterações nas pode provocar mudanças nas dinâmicas climáticas nas regiões onde elas ocorrem, em que pre-
NOAH SEELAM/AFP
dominam, basicamente, sociedades agrárias.
características de temperatura,
Os cientistas têm buscado melhores formas de
umidade e pressão, a alternância aproveitamento do fenômeno, reduzindo os
climática ao longo das esta- danos que ele pode causar.
ções, causam para a península
indiana (EF09GE15, EF09GE16
e EF09GE17). Pessoas transitando por rua inundada devido
Como forma de aprofunda- às chuvas de monção em Hyderabad, Índia,
mento, utilize o mapa digital 2022.

interativo on-line das condições 100


de tempo e clima no mundo,
disponível em: https://map.
w o r l d w e a t h e r o n l i n e. c o m
(acesso em: 10 jul. 2022). Nesse
mapa digital, pode-se explorar
como estão as condições de
temperatura e umidade na
Índia, assim como as de outras
regiões da Eurásia e da Oceania
estudadas na unidade.

100
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, introduzimos
as características de relevo na
OCEANIA: QUADRO NATURAL
Oceania, apresentando como
A Oceania é constituída de três países de maior extensão: Austrália, Nova Zelândia, Papua
são as formas, as áreas rebai-
Nova Guiné e várias ilhas vulcânicas espalhadas pelo oceano Pacífico, que podem ser divididas
em três grupos: Melanésia, Micronésia e Polinésia.
xadas, as áreas mais elevadas,
O continente tem 8 486 547 km² de área. A Austrália corresponde a mais de 90% da área os principais rios, entre outros
da Oceania, com 7 682 300 km². Nas ilhas da Oceania, há diversos países, como Tuvalu, Nauru elementos.
e Vanuatu, e, também, departamentos ultramarinos de outras nações, como a Nova Caledônia Assim como sugerimos em
e Bora Bora, que são territórios franceses, e a Ilha de Páscoa, que outras páginas, faça a leitura
Oceania: físico pertence ao Chile. Analise o mapa a seguir. das características físico-natu-

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


ÁSIA Is. Ogasawara Is. Midway

Trópico de Câncer
rais da Oceania, principalmente
Ilhas Marianas
do Norte
Ilhas Havaí as ilhas da Nova Guiné, Austrália
Mar das
Filipinas
M I C R
e Nova Zelândia. Nesses países,
Is. Guam O
FOSSA DAS MARIANAS N Ilhas Marshall
é possível perceber o predomí-
11 034 m
Is. Carolinas Is. Hall É nio de formas de relevo mais

P
Is. Ratak
Is. Truk
S
Is. Palau
M E I. Christmas elevadas, com poucas áreas de

O
L
A I. Nauru
grandes planícies e rios. Isso está
0º Equador
N
I

JAYA Arq. Bismarck Is. Gilbert

L
5 030 m
OCEANO
É I
I. Nova
associado à intensa atividade
A

Guiné
MTE.
WILHELM Is. Fenice
PACÍFICO
VITÓRIA
4 509 m N
Mar de Arafura
4 073 m
Is. Salomão
Is. Ellice
tectônica recente na região da
S

Estr. d
e Torres É Is. Marquises
S A
GR A

TERRA DE I
Mar de Timor ARNHEM Golfo de Mar dos
Oceania.
ND

Carpentária Corais Is. Fiji Is. Samoa Ocidental


TERRA DE I. Bora Bora
CO

EB

Is. Tuamotu
TASMAN Is. Novas Hébridas
Como esse continente é um
AR

RE
R

IRA
A

Is. Tonga
DIL

GRANDE DESERTO CO Is. Tahiti


MTE. BRUCE R Is. Cook
DE AREIA
HE

Is. Pitcairn
1 227 m
conjunto de arquipélagos que
AL

MTE. MACDONNELL A Is. Nova Caledônia I. Mururoa Trópico de Capricórnio


IR

INA

DESERTO DE GIBSON FOSSA TONGA


se localizam no Pacífico orien-
AU

L. Eyre 10 882 m
STRALIANA

GRANDE DESERTO I. Norfolk


MTES.
VITÓRIA
MTES. Da
rlin
g
FOSSA KERMADEC
10 047 m
tal, estabeleça essa relação
DARLING Altitude
FLINDERS Murray
Grande Baía
Australiana
Mar da
Tasmânia (em metros) com os estudantes. Assim, seria
MTE.

E st
KOSCIUSKO
2 228 m
MTE. RUAPEHU
2 795 m
1 000
500
possível trazer vários concei-
r. de B as s
I. Furneaux 200
I. Tasmânia MTE. COOK
I. do Sul
Is. Chatham
0 tos importantes e já estudados
3 764 m Picos
I. do Norte
0 726
Fossas
por eles durante os anos letivos.
180º
Alguns conceitos podem ser,
Fonte: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 35. ed. São Paulo: Ática, 2019. p. 101.
por exemplo, o de convergência
A Oceania é rica em recursos naturais e apresenta grande diversidade pai-
Barreiras de corais: recifes
de placas, soerguimento, vulca-
sagística. Entre seus domínios naturais, há desertos (especialmente na Austrália),
que correspondem a cerca de 40% do território continental, Florestas Tropicais de coral que se desenvolvem a nismo etc.
e extensas faixas costeiras marcadas pela presença de barreiras de corais.
pouca distância da costa. Nesse sentido, o tipo de con-
Na Austrália, as altitudes do relevo são predominantemente baixas. A região central é uma teúdo da página permite que
planície composta de Estepes e Savanas; a oeste, encontra-se o deserto de Gibson. Mais de 70% seja feita ampliação para diver-
da área do país apresenta clima árido ou semiárido. A baixa precipi- HOLGER KLEINE/SHUTTERSTOCK.COM sas práticas de pesquisa. Entre
tação e a má gestão das pastagens no país colocaram um terço das elas, as principais formações vul-
terras em risco de desertificação.
cânicas na região da Oceania e
Na Nova Zelândia, as cadeias montanhosas estão na porção
central; já as áreas mais baixas e planas ficam próximo ao litoral. No do Pacífico, as principais planícies
país, há grande atividade tectônica e predomina o clima temperado. e os principais rios, as caracte-
Formação rochosa de arenito vermelho
rísticas climáticas da região etc.
gigante em Outback, Austrália, 2022.
101 Caso seja possível, divida os
estudantes em grupos e sugira
a realização dessa pesquisa,
combinando a apresentação
de seminários, o trabalho com
mapas e informações geográficas
para desenvolver o pensamento
espacial e o raciocínio geográfico.

101
ENCAMINHAMENTO
Ao longo deste capítulo,
apresentamos como é o arranjo
espacial físico-natural da Europa,
da Ásia e da Oceania. Houve
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários desta página em
orientações didáticas.
grande quantidade de infor-
1. Apresente as principais características destes tipos de vegetação:
mações geográfica, que foram
a) Tundra. b) Floresta Temperada.
reunidas e sistematizadas pelos
mapas temáticos utilizados no

F8 STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM
2. A imagem representa uma
capítulo. área específica da Europa.
Pelas características apresen-
Nesse sentido, retome os tadas, defina o tipo de clima
principais mapas estudados no e de vegetação dessa região.
capítulo antes de dar continui-
dade aos exercícios da página.
Faça novamente algumas per-
guntas direcionadas a regiões
específicas da Ásia, da Europa e
da Oceania. Retome os relevos,
a hidrografia, o clima e a vege-
tação a todo o momento e Fiorde Geiranger, Noruega,
incentive os estudantes a com- 2019.
parar informações geográficas
3. Por que o Japão apresenta áreas com alta densidade demográfica?
para que respondam às ques-
tões com qualidade. 4. Explique por que, no território do Japão, ocorrem constantes atividades sísmicas e
vulcânicas.
Dessa forma, utilizamos a
linguagem cartográfica para 5. Com base no mapa Ásia: físico, na página 94, destaque as principais características do
relevo do Oriente Médio.
desenvolver o pensamento
espacial e o raciocínio geográ- 6. Analise o mapa e os climogramas da próxima página. Depois, faça o que se pede.
fico, sofisticando o repertório
e a tomada de consciência dos Oriente Médio: clima
estudantes.

SONIA VAZ
EUROPA Mar Negro

Mar
Atividades Izmir TURQUIA
Cáspio

1. a) As principais características
Mar
Mediterrâneo LÍBANO SÍRIA AFEGANISTÃO
BEIRUTE BAGDÁ ÁSIA

das Tundras são vegeta- ISRAEL


EGITO JORDÂNIA
IRAQUE
IRÃ

ções rasteiras, esverdeadas, (Parte


Asiática)
KUWAIT
Go
lfo
Pé r
BAREIN s i co
compostas basicamente por Trópico de
Câncer
ARÁBIA
CATAR G
de olfo
O
EMIRADOS mã
Dubai

Mar

espécies gramíneas. SAUDITA ÁRABES UNIDOS Arábico


Ma

Tropical
ÁFRICA
rV

OMÃ
Desértico
er m

1. b) As Florestas Temperadas Semiárido


elh
o

Mediterrâneo
OCEANO
IÊMEN Fonte: IBGE. Atlas
são compostas por plantas ÍNDICO
Temperado
Fronteira geográfico escolar.
arbóreas, principalmente 0 600
40º L
Capital
Cidade 8. ed. Rio de Janeiro:
IBGE, 2018. p. 58.
as árvores caducifólias e
coníferas. 102
2. Observando a paisagem de
um fiorde norueguês, é pos-
sível notar que se trata de
uma área de clima polar/frio, tectônica na região, cujas melhores áreas 5. As principais características do relevo no
com ocorrência de Tundras e são aquelas planícies costeiras onde estão Oriente Médio são, a norte e a leste, as
Taigas. as maiores cidades do país. cadeias montanhosas e os planaltos que se
3. O Japão apresenta áreas com 4. As constantes atividades sísmicas e vulcâni- estendem desde o Irã/Iraque até a Turquia
alta densidade demográ- cas no Japão ocorrem porque o arquipélago e, na região da Península Arábica, um
fica devido às condições de está situado em uma zona de contato con- degradê em sentido oeste-leste de relevos
relevo e muitas faixas mon- vergente e transcorrente entre três placas mais altos para mais baixos, até chegarmos
tanhosas e vulcânicas em tectônicas: a Placa Euroasiática, a Placa do à planície costeira arábica, no Golfo Pérsico.
razão da intensa atividade Pacífico e a Placa das Filipinas.
102
ENCAMINHAMENTO
Faça uma leitura cuidadosa
sobre os climogramas apresen-

ILUSTRAÇÕES: SONIA VAZ


Bagdá (Iraque) Dubai (Emirados Árabes Unidos)
tados no exercício, que mostram
40 40 40 40
as informações sobre Bagdá
35 35 35 35
(Iraque), Dubai (Emirados Árabes
30
Unidos), Izmir (Turquia) e Beirute
30 30
30
(Líbano), para ser comparados
Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)

Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)
25 25
25 25
com os climogramas descritos
20
20
20 20 durante o capítulo.
15 15
15 15 Repasse todas as informa-
10 10
10 10 ções possíveis para facilitar a
5 5
5 5
compreensão dos estudantes
0 0
0 0
e garantir que as habilidades
J F M A M J J A S O N D
J F M A M J J A S O N D mencionadas durante o capítulo
sejam desenvolvidas. As ativida-
Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Bagdade. [S. l.], [20--]. Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Dubai. [S. l.], [20--].
Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/iraque/ Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/emirados- des também têm o sentido de
baghdad/bagdade-86/. Acesso em: 22 jul. 2022. arabes-unidos/dubai/dubai-705/. Acesso em: 22 jul. 2022.
avaliar a aprendizagem e o que
pôde se aproveitar das aulas
Izmir (Turquia) Beirute (Líbano) e práticas construídas com os
120 30 150 30 estudantes.
100 25 125 25
Precipitação (mm)
Precipitação (mm)

Temperatura (ºC)
Temperatura (ºC)

80 20 100 20

60 15 75 15

40 10 50 10

20 5 25 5

0 0 0 0
J F M A M J J A S O N D
J F M A M J J A S O N D 7. Sim, existe. A correlação se
Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Esmirna. [S. l.], [20--]. Fonte: CLIMATE-DATA.ORG. Clima Beirute. [S. l.], [20--]. deve às variações de latitude
Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/turquia/ Disponível em: https://pt.climate-data.org/asia/libano/ e altitude, principalmente,
izmir/esmirna-4547/. Acesso em: 22 jul. 2022. beirute/beirute-3572/. Acesso em: 22 jul. 2022.
que fazem com que a Europa
6. a) Consulte resposta em orientações didáticas.
a) Relacione os climogramas à posição das cidades no mapa e descreva seus respectivos climas. seja mais quente e úmida na
b) Qual é a relação entre as informações dos climogramas e os recursos hídricos? faixa mediterrânea (ao sul) e
mais fria e seca na porção
7. Retome o conteúdo das páginas 92 e 93 e responda em seu caderno: existe alguma
relação entre a localização da vegetação e o tipo de clima? Consulte resposta em
setentrional (ao norte). Além
orientações didáticas. disso, é possível associar
8. Retome as páginas 98 e 99. Analise a posição de Kuala Lumpur, no sul da Malásia, e
outros fatores climáticos para
de Aomori, no norte do Japão, nos mapas e compare seus climogramas. Quais são as
diferenças nos padrões de média de temperatura e precipitação (chuvas) e por que elas explicar as diferenças de clima
ocorrem? Consulte resposta e comentários em orientações didáticas. e vegetação no continente.
6. b) A baixa pluviosidade da região, dominada por climas árido e semiárido, contribui para a escassez 8. As diferenças de temperatura
de recursos hídricos. Há poucos rios perenes na região, como o Tigre, o Eufrates e o Jordão. As áreas que
apresentam maior pluviosidade estão localizadas na costa do mar Mediterrâneo, como é o caso de Izmir e
e precipitação indicam que
Beirute.
103 Kuala Lumpur é mais quente
e úmida que Aomori ao longo
do ano, o que ocorre devido
à posição de uma e outra.
Atividades A cidade da Malásia está
6. a) De acordo com o mapa, Bagdá está loca- desértico e, como é possível perceber pelo climo- na faixa equatorial e muito
lizada em área de clima semiárido e, como é grama, tem índice de chuvas baixíssimo durante próxima às águas aquecidas
possível perceber pelo climograma, apresenta todo ano. Em contrapartida, as temperaturas são do Índico, enquanto Aomori
altas temperaturas durante o verão e invernos altas ao longo do ano, até mesmo no inverno. está mais ao norte, pratica-
amenos. A pluviosidade é baixa o ano todo e Izmir e Beirute estão localizadas em áreas de mente na faixa setentrional
praticamente não chove durante os meses de clima mediterrâneo e apresentam climas seme- da Ásia, onde é mais frio e
julho a setembro. lhantes, com invernos amenos e chuvosos e úmido somente nas estações
Dubai está localizada em área de clima verões quentes e secos. mais quentes (verão).
103
ENCAMINHAMENTO
O objetivo da seção
Cartografia é articular as ações
humanas no meio físico, mos-
trando que a Terra é um C AR T OGR AFIA
sistema que, ao ter algum tipo
de desequilíbrio ambiental,
pode causar vários impactos
A RELAÇÃO SOCIEDADE-NATUREZA POR MEIO DAS
na vida da população. LINGUAGENS CARTOGRÁFICAS
A proposta é analisar a Você estudou nesta unidade sobre a dinâmica populacional e as características físico-naturais
importância dos hotspots para da Europa, Ásia e Oceania. Essas características são importantes para compreender de que forma
reforçar a ideia de que a bio- as sociedades ocupam os espaços e os impactos ambientais decorrentes.
diversidade é importante para Com o avanço da tecnologia, o uso dos recursos disponíveis na natureza se intensificou, o
que impactou áreas com grande biodiversidade. As pesquisas realizadas por cientistas apontam
a humanidade em vários sen-
que muitas áreas com biodiversidade ameaçada ainda não tiveram todas as espécies catalogadas.
tidos, incluindo a produção de Essas áreas são denominadas hotspots e definidas como espaços ameaçados de destruição com
fármacos. A denominação de relevância biogeográfica devido à sua alta biodiversidade e à presença de espécies únicas. Os
hotspots surgiu em 1988 pelo hotspots correspondem a 60% da biodiversidade do mundo.
ecólogo inglês Norman Myers Com as intensas explorações minerais e o desmatamento para abrir espaço para agricultura,
para definir as áreas onde há pecuária e construção das cidades, o ser humano tem afetado diretamente a biodiversidade e a
risco de extinção de alguma dinâmica da natureza no planeta. Para compreender esse processo, analise os mapas a seguir.
espécie animal ou vegetal,
afetando a biodiversidade. O Mundo: hotspots (2006)

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN



tema está relacionado ao TCT OCEANO GLACIAL ÁRTICO

– Educação ambiental. Círculo Polar Ártico

Nesta seção, desenvol-


ve-se parte das habilidades Florestas de
Bacia do Cáucaso Montanhas da
Província Mediterrâneo Ásia Central OCEANO
Pinheiros
EF09GE14 e EF09GE17, iden- florística da
Califórnia
OCEANO
ATLÂNTICO Himalaia
Montanhas do
Sudeste da China
Japão
PACÍFICO

tificando as causas e as Trópico de Câncer Ilhas


Caribenhas
Irã -Anatólia Indo-Burma
Ghats
Orientais e Filipinas
OCEANO Ilhas
consequências das ações PACÍFICO
Mesoamérica
Cerrado Leste
Sri Lanka
Chifre
orientais
da Melanésia
Equador Tumbes– Afromontano da África Sundaland
humanas nos ambientes natu- Polinésia
Micronésia
-Chocó–
-Magdalena
Floresta
guineana da OCEANO Wallacea

Polinésia
Micronésia
África Ocidental ÍNDICO
rais. A proposta é trazer um Trópico de Capricórnio
Andes
tropicais
Madagascar
e as ilhas do Sudoeste
Mata Oceano Índico da Austrália Nova
debate sobre as epidemias
Meridiano de Greenwich

Atlântica Florestas Caledônia


costeiras da
África Oriental
e endemias e outros proble- Florestas
de Inverno
Succulent
Karoo
Maputaland-Pondoland-Albany
chilenas Região florística
mas que afetam a população da Cidade do Cabo
Nova Zelândia

Círculo Polar Antártico 0 3 222 OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO


mundial devido aos desequilí-
brios de algum dos elementos Fonte: STRAATEN, Peter van. Geodiversity, biodiversity and the origin of crops. Congresso
Brasileiro de Rochagem. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ROCHAGEM, 1., 2010,
do sistema Terra, como o clima Planaltina, DF. Anais [...]. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, set. 2010. p. 16. Disponível
e a vegetação. Dessa forma, em: https://www.cpac.embrapa.br/publico/usuarios/uploads/fotos_juliana/Anais%20I%20
Congresso%20Brasileiro%20de%20Rochagem.PDF. Acesso em: 12 jul. 2022.
relacionamos os capítulos estu-
dados nesta unidade. Uma das formas de identificar as áreas de desmatamento no mundo é observar os focos de
incêndio, uma vez que as queimadas são o método mais comum de desmatar grandes extensões
de vegetação. Analise o mapa a seguir.

104

104
ENCAMINHAMENTO
É fundamental ler atenta-
mente aos mapas Mundo:
Mundo: incêndios e outras anomalias térmicas (jun. 2022) hotspots (2006) e Mundo: incên-
dios e outras anomalias térmicas

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO

(jun. 2022). Eles fornecerão as


Círculo Polar Ártico
principais pistas para respon-
der às perguntas propostas na
atividade.
A primeira atividade pede que
OCEANO
OCEANO
ATLÂNTICO
PACÍFICO sejam localizados os hotspots mais
Trópico de Câncer
atingidos em junho de 2022. Na
OCEANO
segunda atividade, as habilida-
PACÍFICO
des necessárias para solucionar
Equador

OCEANO

a questão exigem que sejam
feitas analogias espaciais com
Meridiano de Greenwich

ÍNDICO

Trópico de Capricórnio
outros conteúdos. Seria impor-
tante repassar essa pergunta
com os estudantes, relembrando
0 2 316 momentos da história humana
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
em que o aumento do desma-
tamento e a intensificação das
atividades antrópicas provoca-
Fonte: NASA. Fire Information for Resource Management System (FIRMS). Washington, DC: Nasa, [20--].
Disponível em: https://firms.modaps.eosdis.nasa.gov/map/. Acesso em: 12 jul. 2022. ram o surgimento de doenças.
Geralmente, e seria interessante
Como resultado dessas intensas ações que modificam a dinâmica geossistêmica da Terra, trazer esses dados, as epidemias
ocorrem desequilíbrios ambientais que causam, por exemplo, aquecimento global, maior liberação têm a ver com a proliferação de
de CO2, extinção de espécies e maior contato de seres humanos com animais silvestres, o que
espécies endêmicas de ambien-
pode contribuir para o surgimento de novas doenças.
tes florestais em ambientes
Os cientistas suspeitam que o novo coronavírus é mais um exemplo de vírus adaptado a
animais silvestres que sofreu mutações e conseguiu contaminar seres humanos; esse fenômeno
urbanos. Toque nesses pontos
é denominado “salto de espécie”. 1. As áreas são: Madagascar e florestas da África Ocidental, na África; e converse com os estudantes a
Indo-Burma, Sundaland, Wallacea, Filipinas, na Ásia; Mata Atlântica e respeito disso.
Cerrado, na América do Sul; Florestas de Pinheiros, na América do Norte.
NÃO ESCREVA
ATIVIDADES NO LIVRO. 2. Práticas como o desmatamento e as queimadas para a expansão de Na terceira atividade, para ela-
atividades agropecuárias podem colocar o ser humano em contato com boração do croqui cartográfico de
espécies animais que são vetores de vírus que causam doenças.
1. Compare os mapas e indique os hotspots mais afetados por focos de incêndio em junho “salto de espécie”, supervisione a
de 2022. produção dos estudantes, ofere-
2. Explique como o desmatamento e a crescente invasão de áreas silvestres por seres cendo suporte para tirar dúvidas
humanos podem contribuir para o surto mundial de novas doenças. sobre a utilização de variáveis
visuais. Em seguida, dê exemplos
3. Analise novamente os mapas de hotspots e de focos de incêndio e elabore um croqui
para localizar, com círculos, as áreas desmatadas que podem contribuir para o “salto das áreas globais que merecem
de espécie”. Os estudantes devem elaborar o croqui utilizando a variável cor para identificar as áreas atenção especial e pergunte aos
com focos de incêndio e desmatadas e a variável visual tamanho, com círculos, para
identificar o potencial da região para provocar novas epidemias por meio de salto de estudantes quais seriam, hipo-
espécie.
105 teticamente, as causas dessas
ocorrências.
Ao ler e analisar representações,
mapas temáticos, infográfico e imagem
satélite, trabalha-se com os princípios
geográficos de analogia, causalidade,
distribuição, extensão, localização e
padrão espacial, que estão relaciona-
dos com a Competência 7 da área de
Ciências Humanas e as Competências
3 e 4 da Geografia, além da habilidade
EF09GE14.

105
BNCC NA UNIDADE
Competências

4
Gerais: 1, 2, 5, e 7 UNIDADE
Área: 2, 3, 6 e 7
Específicas: 1, 3, 5, 6 e 7 PRODUÇÃO
Habilidades
• EF09GE10 • EF09GE13 AGROPECUÁRIA E
• EF09GE11
• EF09GE12
• EF09GE14
• EF09GE17 INDUSTRIAL DA EUROPA,
OBJETIVOS E
DA ÁSIA E DA OCEANIA
JUSTIFICATIVAS
• Desenvolver os conceitos da
agricultura e da indústria para
compreender a dinâmica eco-
nômica da Eurásia.
Estudar os setores produtivos da
• Entender a produção dos dis- agropecuária e da indústria, bem como
tintos produtos agrícolas na a circulação e o consumo dos produtos,
Eurásia e os usos do solo a possibilita entender de que forma os
fim de identificar as relações alimentos estão distribuídos no mundo
entre os elementos naturais e e como garantir a segurança alimentar
as formas de produção com da população. Devido às características
a segurança alimentar e os físico-naturais e do desenvolvimento
problemas relacionados à ali- técnico e tecnológico das indústrias
mentação. de produção de alimento, cada região
• Analisar por meio de gráficos, do mundo desempenha um papel na
tabelas e mapas a distribuição, divisão internacional do trabalho.
a localização, a área e a exten- Nesta unidade, vamos estudar
são dos produtos. as características dessa produção na
Europa, na Ásia e na Oceania. Vamos
• Compreender os processos de
começar entendendo as alterações
industrialização na Eurásia a
das técnicas relacionadas ao modo de
fim de identificar distintas ca-
plantar e colher grãos e outros produ-
racterísticas da produção e da
tos alimentícios.
circulação de mercadorias no
mundo globalizado.
• Identificar, comparar e ana-
lisar as diferentes formas de
trabalho para compreender
as mudanças no mundo do
trabalho no processo de mun- Trabalhador em
dialização do capital. campo de arroz,
Indonésia, 2019.
TEMA 106
CONTEMPORÂNEO
TRANSVERSAL
• Economia – educação finan- produção agrícola e de que maneira as pesqui- pontos de vista em relação aos problemas que
ceira. sas científicas interferem na dinâmica da cadeia são enfrentados nesses importantes setores da
produtiva agropecuária e industrial, bem como econômica mundial. Potencializa-se, por meio
ENCAMINHAMENTO nos avanços técnicos e tecnológicos. desses temas, as Competências Específicas de
Nesta unidade, o objetivo é A partir desse objetivo, busca-se desenvol- Ciências Humanas 2, 3, 6 e 7 e 1, 3, 5, 6 e 7
tratar da produção agrícola e ver especialmente as Competências Gerais 5 e de Geografia.
industrial na contemporaneidade 7, trazendo discussões sobre os avanços tecno-
nos continentes europeu, asiá- lógicos e o uso em cadeias produtivas de forma
tico e oceânico. Analisaremos a crítica e significativa, para que o estudante
relevância do solo e do clima na possa pensar em problemas e defender ideias e
106
ENCAMINHAMENTO
A partir da abertura da
unidade, pode-se conversar a
Nesta unidade, você vai estudar:
• a produção agropecuária e industrial da Europa, da Ásia respeito das diferentes formas
e da Oceania; de plantio e produções agríco-
• as políticas agropecuárias e industriais;
• as cadeias produtivas; las. Além disso, apresente outras
• o papel das indústrias na mudança dos hábitos imagens de produções agrícolas
alimentares; para ampliar as possibilidades
• a tecnologia e o trabalho na agropecuária e na indústria.
de análises. As atividades têm

NAIMTASTIK/SHUTTERSTOCK.COM
como objetivo iniciar o levanta-
mento do conhecimento prévio
dos estudantes e tratar de outras
questões que podem aparecer
durante a resolução.

Colheitadeira em campo de arroz em Selangor, Malásia,


2019.

SAKDAWUT14/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES

NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
1. Analise as imagens e responda: qual é a diferença
entre as duas técnicas utilizadas no cultivo de
arroz?

2. Quais elementos da segunda fotografia indicam


que houve modernização da agricultura?

107

Atividades
1. Observam-se os contrastes entre técnicas modernas na produção de arroz, como a
colheitadeira, e técnicas tradicionais, como os agricultores que não utilizam maquinários
tecnológicos.
2. A presença da colheitadeira no campo de arroz. Tradicionalmente, a colheita de arroz é feita
de forma manual em diversos países da Ásia, em oposição ao processo de mecanização
retratado na imagem.

107
ENCAMINHAMENTO
Neste capítulo, desenvolve-
mos as habilidades EF09GE12,
TULO

7
EF09GE13, EF09GE14 e a CAPÍ
EF09GE17 a partir da análise AS RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
da produção e das tecnolo- AGROPECUÁRIA
gias utilizadas no campo e da
relação entre os componentes
físicos-naturais e a agricultura. A produção de alimentos e matérias-primas por meio da agropecuária é uma ati-
vidade tão antiga que remete ao momento da sedentarização do ser humano e da
Com base nas habilidades, os
formação das primeiras civilizações. Inicialmente, essas atividades eram praticadas com
recortes realizados objetivam
auxílio de ferramentas simples e uso da força muscular humana. Com a evolução de técnicas
tratar os conteúdos de maneira e tecnologias agropecuárias, houve aumento da produção, o que permitiu grande crescimento
mais integral e articulada entre populacional.
países e regiões.
Como sugestão, pode-se
A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA EUROPEIA
tratar do contexto histórico do
Com a Revolução Industrial, a Europa permaneceu por muito tempo como líder do desenvolvi-
êxodo rural e a relação entre o
mento capitalista. Atualmente, porém, esse quadro é diferente, especialmente pelo desenvolvimento
processo de industrialização e
heterogêneo dos países europeus.
as mudanças no trabalho rural Uma das principais atividades industriais da Europa se concentra no setor agroalimentar,
e urbano. Ressalte a importân- ultrapassando a produção nos setores da indústria química e até de eletrônicos. E esse setor
cia das técnicas e tecnologias tem sido afetado positivamente com o avanço das tecnologias, uma vez que permitem melhorar
no desenvolvimento produtivo. técnicas de cultivo específicas de cada gênero agrícola, ampliando o poder produtivo para atender
Os mapas contribuem para às demandas de mercado e para manter padrões de qualidade exigidos em todo o mundo.
trabalhar a territorialização dos De modo geral, o setor agrário europeu é altamente desenvolvido, em particular na Europa
fenômenos. Nesse sentido, Ocidental. Ele é orientado pela Política Agrícola Comum (PAC), cuja origem está no Tratado de
Roma, de 1957, que estabeleceu o Mercado Comum Europeu, um dos passos fundamentais
leia-os, chame a atenção para
para a criação da União Europeia.
a extensão, a localização e a FCAFOTODIGITAL/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES
A PAC combina a garantia
distribuição dos fenômenos de preços mínimos aos agriculto-
representados, observe se há res com melhores condições de
padrão espacial e estabeleça competitividade, impondo tarifas
analogias entre os países. e cotas para a importação de pro-
dutos de fora da União Europeia
e buscando promover a segurança
alimentar do continente. Essa polí-
tica busca superar os desequilíbrios
regionais; no entanto, acaba privi-
legiando a classe dos produtores
rurais, o que garante o aumento
do nível de renda dessa classe
produtiva.

Plantação de alface em
Valência, Espanha, 2022.

108

108
ENCAMINHAMENTO
As atividades da seção Pense
A agricultura na União Europeia União Europeia e responda tratam dos progra-
Site oficial da União mas de subsídios e proteção à
A União Europeia, cujos países-membros abrigam milhares de produtores
Europeia com informações produção agrícola da Europa.
agrícolas e outros trabalhadores do setor, tem ampliado investimentos para publicadas por instituições,
aumentar a competitividade e a taxa de crescimento da produção, investindo agências e órgãos do bloco Comente com os estudantes
na agricultura, no desenvolvimento rural e na segurança alimentar. econômico. Há jogos e a importância desses progra-
A União Europeia tem otimizado o tempo e aumentado a produção e passatempos sobre diversas mas para o desenvolvimento
informações da UE.
exportação de produtos agrícolas utilizando técnicas agrícolas avançadas. Em econômico e para o bem-estar
Disponível em: https://
países como Alemanha, Polônia, Bélgica, Itália e França, as pequenas proprie- european-union.europa. da população e a preservação
dades têm se destacado na produção e na exportação de sementes. Entre eu/index_pt. Acesso em:
do meio ambiente. Esses pro-
2020 e 2030, a tendência é que esse mercado continue crescendo. 28 jun. 2022.
gramas também beneficiam a
É importante ressaltar que, com a necessidade de proteção do ambiente
e bem-estar animal, também há crescimento da agricultura orgânica, uma forma de produção
agricultura orgânica, que apre-
que utiliza métodos menos agressivos à natureza, o que reduz o uso de produtos químicos como senta menos impactos ao meio
fertilizantes, pesticidas e medicamentos veterinários. Em 2020, a área de agricultura orgânica da ambiente e à saúde humana em
Europa cobria quase 10% do território europeu. Observe o gráfico a seguir. relação à agricultura tradicional.

SONIA VAZ
União Europeia: agricultura orgânica (2020)
(em % de participação
na área agrícola
total utilizada)
30

25

20
Fonte: EUROSTAT.
15 Organic farming
statistics. Statistics
10 Explained.
[Luxemburgo], 6 abr.
5 2022. Disponível em:
https://ec.europa.eu/
0 eurostat/statistics-
Es ia1
Su ia
ia
Tc ia
Le ca

Es lân a
D váq a
am ia
lo ca
G ia

Un A pa a
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ro ha
Fr ia²

rt 3
tu l
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C ica

Lu Hu ia
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ís Ch o
Ba re
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Bu nia

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M a
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Li ga

explained/index.
Po ça
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bu

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ro
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php?title=Organic_
n

farming_statistics.
bl

Pa

Re

1 Dados de 2019 2 Estimado 3 Provisório


Acesso em: 16 jul.
2022.

Outro aspecto da produção agrícola é a alta produtividade desses países, que envolve a
agroindústria altamente mecanizada e articulada com as principais empresas de fertilizantes,
sementes modificadas, maquinários e tecnologias de controle das plantações.

a) A PAC auxilia a manter baixos os níveis de êxodo rural e a NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA manter o abastecimento de comida, além de difundir medidas de NO LIVRO.


controle dos recursos naturais e do meio ambiente.
1. Faça uma pesquisa para responder às questões.
a) Quais vantagens a PAC trouxe para a agricultura europeia?
b) Como a agricultura orgânica pode ser benéfica para um país?
Dentre os benefícios desse tipo de agricultura, podemos citar a melhora da qualidade de vida da
população e a conservação do meio ambiente, uma vez que não há contaminação por agrotóxicos.
109

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Em grupo, façam uma pesquisa sobre os principais alimentos consumidos e onde são pro-
duzidos na Europa. Em seguida, a partir das informações obtidas, elaborem um planisfério
coletivo, localizando a origem desses produtos por meio de uma colagem de figuras de cada
um deles. Depois de colocarem as figuras nos países, criem uma legenda de fluxo, com setas
de diferentes cores e espessuras, para indicar a circulação e o tipo de alimento. Associar os
fluxos comerciais – quais países produzem e quais países compram os alimentos – pode ser
uma maneira de visualizar o processo de produção e de circulação das mercadorias.

109
ENCAMINHAMENTO
Com base na leitura do
gráfico, compare as porcenta-
gens de produção agrícola de A produção agrícola na Europa Ocidental e Oriental
cereais dos países europeus A Europa Ocidental concentra a maior parte da produção agropecuária na Europa. Cerca de
e converse com os estudan- dois quintos do território da União Europeia são terras agricultáveis, 38,2% da região. Os principais
tes sobre a importância dessas produtos agrícolas da região são cereais, especialmente o trigo. Além do trigo, destacam-se,
atividades econômicas para o também, as produções de cevada e aveia, frutas e oleaginosas. Devido ao elevado uso do solo
por atividades agrícolas, a União Europeia busca desenvolver práticas agrícolas sustentáveis.
desenvolvimento dos países.
No gráfico a seguir, podemos observar a distribuição da produção de cereais nos países da
Retome com os estudantes o
União Europeia.
papel das técnicas e das tec-
nologias no campo, bem como

SONIA VAZ
União Europeia: produção de cereais de
os avanços científicos para acordo com principais produtores (2020)
o aumento da produção e
(% da produção
redução das perdas de produ- total da UE)
tos, o que impacta o lucro dos 100
Outros
agricultores. Identifique com os 90
Outros Áustria
Outros Outros Espanha Outros
estudantes os principais pro- 80
Dinamarca
70
dutos agrícolas da região com Romênia Itália
Polônia
Dinamarca Alemanha
60
destaque para os cereais, a oliva 50
Espanha
Polônia
Polônia
França
Polônia Suécia
Fonte: EUROSTAT. File: Production
e o vinhedo. 40 Hungria Finlândia of cereals by main producing
Alemanha Member States (% of EU totals,
30 Romênia Alemanha Espanha
PARA AMPLIAR
2020).png. Statistics Explained.
20 [Luxemburgo], 19 nov. 2021.
Alemanha
França
10 França Espanha Polônia Disponível em: https://ec.europa.eu/
Atividade extra 0 eurostat/statistics-explained/index.
Trigo Milho Cevada Centeio e Aveia php?title=File:Production_of_cereals_
Em grupo, façam uma pes- cereais de by_main_producing_Member_States_
inverno (%25_of_EU_totals,_2020).png. Acesso
quisa sobre os tipos de produção em: 25 jul. 2022.
agrícola na Europa voltados para
a exportação, identificando Ao observarmos os dados do gráfico,
PHILIPPE MONTIGNY/SHUTTERSTOCK.COM

quais dessas podem ser classifi- podemos notar que, na Europa, existe uma
cadas como sustentáveis. especialização de culturas produtivas pelos
países. O principal produtor de grãos da região,
de acordo com dados do Eurostat, em 2020, foi
a França, seguida da Alemanha e da Espanha.
A alta produtividade desses países é res-
ponsável por um importante circuito agrícola
da Europa. As técnicas produtivas são cada vez
mais mecanizadas e envolvem indústrias de
fertilizantes, indústrias de maquinários agrícolas
e pesquisas para o desenvolvimento de novas
técnicas e tecnologias de produção agrícola.

Colheitadeira em plantação de colza,


na França, 2021.

110

110
ENCAMINHAMENTO
Retome com os estudantes o
No Leste Europeu, cultivam-se principalmente trigo, centeio, cevada, videira e cítricos. Na papel da economia na Europa,
pecuária, destacam-se bovinos, suínos e aves. com destaque para a Ucrânia,
No gráfico a seguir, podemos ver o valor da produção de trigo dos países do Leste Europeu que atualmente é um dos
pertencentes à União Europeia. Dentre esses países, o principal produtor de grãos de trigo, em maiores produtores de trigo. Esse
2020, foi a Polônia. O país produziu mais de 12 milhões de toneladas do grão. país tem um importante papel
no abastecimento de alimentos

SONIA VAZ
Países selecionados: produção de trigo (2020)
no continente. Aproveite a dis-
cussão para chamar a atenção
Polônia dos estudantes para os impac-
Romênia tos da Guerra na produção e na
Hungria distribuição dos alimentos.
Lituânia

Bulgária

Letônia Fonte: EUROSTAT. Cereal


balance items for the main
Eslováquia
cereals. Data Browser.
Estônia [Luxemburgo], 22 jul. 2022.
Disponível em:
https://ec.europa.eu/
0

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00

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00
eurostat/databrowser/
1

10

11

12

13

14 view/apro_cbs_cer/default/
(em milhares de toneladas) bar?lang=en. Acesso em:
26 jul. 2022.

A Ucrânia está entre os maiores exportadores de produtos agroalimentares da Europa. Em


2019, o país superou 69 milhões de toneladas de cereais, produtos que ocupam mais da metade
de sua área agrícola. Desse total, destacam-se o milho, com produção de quase 35 milhões de
toneladas, e o trigo, com mais de 29 milhões de toneladas. Outro cultivo que se destaca é a
semente de girassol, que supera 16 milhões de toneladas e corresponde a 42% da produção de
óleo de girassol, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
a Agricultura (FAO).
Com o conflito iniciado em 2022, envolvendo Rússia e Ucrânia, o país teve sua produção
de grãos reduzida pela metade, de acordo com
dados divulgados pelo Ministério da Política
Agrária e Alimentação da Ucrânia. Além disso,
com os portos fechados, a exportação dos pro-
dutos ficou comprometida; 90% das produções
ucranianas eram escoadas por via marítima,
pelo mar Negro. A União Europeia realizou
investimentos em infraestrutura para escoar a
produção por vias área e terrestre, uma vez que
a Ucrânia possui um dos maiores corredores
ferroviários do continente.

Soldado ucraniano observa trator


em cultivo, em Kiev, Ucrânia, 2022.
SIDHE/SHUTTERSTOCK.COM

111

PARA AMPLIAR exportação dos produtos agrícolas europeus.


b) De quais países a UE tem maior
Atividade extra
dependência? Resposta: Apresenta produ-
1. Faça uma atividade de pesquisa sobre a
Resposta: Alguns países da América do ção agrícola irrigada e pecuária
produção agrária e o comércio internacio-
Sul, a China e a Índia são os maiores expor- extensiva, nas quais predomi-
nal da Europa. Em seguida, responda:
tadores de produtos para a UE, países de nam pequenas propriedades
a) Quais são os principais fluxos de exporta- alta produção agrícola, o que os coloca em familiares. Os programas de
ção da União Europeia? posição relevante no comércio mundial. desenvolvimento vêm cada
Resposta: A bacia mediterrânea e a c) Quais são as características da produção vez mais modernizando essas
América do Norte obtêm os maiores valores de agropecuária na Europa Central? pequenas propriedades.
111
ENCAMINHAMENTO
A partir da análise do gráfico
de pecuária, pergunte aos estu-
dantes quais são as principais A pecuária e a pesca na União Europeia e na Europa
mercadorias e os rebanhos pro- Setentrional
duzidos pelos países europeus. A Europa tem investido no setor pecuário para manter a competitividade no mercado mundial
Além disso, analise a importância e suprir a demanda por alimento da região. A maior parte da produção pecuária do continente é
da pesca na Europa com destaque proveniente de países da União Europeia, que foram responsáveis por mais de 50% da produção
para a Noruega, um dos principais de leite da Europa em 2019. A produção de carnes também é majoritariamente dos países da
produtores do continente. União Europeia, com 50% da produção de carnes bovina e suína do continente. Observe o gráfico
a seguir.
PARA AMPLIAR Noruega, Finlândia e Suécia

SONIA VAZ
Europa e União Europeia:
Atividade extra (em milhares produção pecuária (2019)
têm algumas características agrá-
rias em comum, como a produção
Em grupo, faça uma investi- de toneladas)
250 000 de forrageiras, leite, carnes bovina
gação da cadeia produtiva de
e suína e cereais. Na Finlândia, a
alguns produtos relacionados 200 000
produção de aveia é a segunda
à pecuária e à aquicultura. Por 150 000 maior da UE.
exemplo: o percurso dos lati- O s país e s da Euro pa
cínios, carne e peixes desde a 100 000 Setentrional também apresentam
matéria-prima até o consumidor. grande produção pesqueira, com
50 000
Em seguida, amplie o trabalho destaque para Islândia e Noruega.
com dados da quantidade de 0
A atividade pesqueira é regulamen-
Carne Carne Carne Frango Carne Leite tada pela Política Comum de Pesca
cabeças de gado bovino entre bovina caprina suína e outros
(Common Fisheries Policy), que
a Europa e o Brasil, para anali- Europa União Europeia
busca a exploração sustentável. A
sar a capacidade produtiva do Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED Noruega é o maior produtor de
setor. Com orientação do pro- NATIONS. Faostat – Food balances (2010-). FAO. Roma, c2022. Disponível
aquicultura da Europa, superando
em: https://www.fao.org/faostat/en/#data/FBS. Acesso em: 26 de jul. 2022.
fessor, cada grupo pode escolher os dados produtivos da União

SONIA VAZ
um setor de pecuária – gado, Noruega e União Europeia: aquicultura Europeia. No gráfico, podemos
(2015-2019) observar o valor da produção de
caprinos, porco, aves e também (em milhares
de toneladas)
aquicultura, comparando os aquicultura da União Europeia e da
2000
norueguesa no período de 2015 a
dados da produção, importação
2019.
e exportação. Em seguida, apre- 1500
Ao observarmos os dados, é
sentem os resultados por meio possível perceber que a produção
de gráficos, tabelas e mapas 1000
norueguesa cresceu levemente
para indicar os países e o tipo 500
no período, aproximando-se de
de produção, utilizando variá- 1 milhão e meio de toneladas, ao
veis visuais para representar. 0 passo que a produção da União
2015 2016 2017 2018 2019
Ano
Europeia caiu a partir de 2017 e
Indicações para estava próxima de 1 milhão de
União Europeia Noruega
o professor e o toneladas em 2019.
estudante Fonte: EUROSTAT. Production from aquaculture excluding hatcheries
and nurseries (from 2008 onwards). Data Browser. [Luxemburgo], 7 jul.
• TENSÃO entre Ucrânia e Rússia 2022. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/databrowser/view/
fish_aq2a/default/line?lang=en. Acesso em: 26 jul. 2022.
pode encarecer ainda mais os
alimentos. CNN Brasil, São Pau- 112
lo, 18 fev. 2022. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/
business/tensao-entre-ucrania- • HOROWITZ, Julia. Tensão entre Russa e Ucrânia
e-russia-pode-encarecer- agita mercado de produtos agrícolas. CNN Brasil,
ainda-mais-os-alimentos/. São Paulo, 15 fev. 2022. Disponível em: https://
Acesso em: 21 ago. 2022. www.cnnbrasil.com.br/business/tensao-entre-russa-
Nessa reportagem, pode-se e-ucrania-agita-mercado-de-produtos-agricolas/.
encontrar uma análise e um vídeo Acesso em: 21 ago. 2022.
sobre o conflito entre Rússia e Essa reportagem trata-se de uma análise dos pos-
Ucrânia e os impactos no preço síveis cenários do preço dos grãos, uma vez que a
dos alimentos em geral. Ucrânia é o maior exportador de trigo da região.

112
ENCAMINHAMENTO
Converse sobre a história dos
A produção agropecuária na Rússia russos, construída pela trajetó-
ria dos agricultores e pastores
Segundo o Banco Mundial, o setor primário russo contribui com aproximadamente 3,8%
do PIB do país. Desde 2005, o setor primário compõe parte importante dos Projetos Prioritários nômades em climas adversos,
Nacionais, programa de planejamento estratégico russo, convertendo-se em programas pluria- solos difíceis de cultivo e longas
nuais de desenvolvimento agrícola. Como consequência distâncias.

SONIA VAZ
de tais políticas, a Rússia vem alcançando posições entre Rússia: exportação de Na análise dos dados do
commodities (2020)
os maiores produtores agrários, com grande influência gráfico, compare a produção
no mercado internacional. A Sibéria, porção asiática da (em milhões
de toneladas) dos períodos e veja a crescente
Rússia, é beneficiada por extensas planícies recobertas 50 produção de grãos e a estabili-
por espessas camadas de cobertura vegetal e matéria
dade produtiva do trigo, cevada
orgânica, formando grandes terras de chernozem (solo
preto), muito férteis e ideais para cultivo.
e girassol, com destaque para
No gráfico a seguir, podemos observar as dez o trigo, cuja quantidade para
commodities agrícolas mais exportadas pela Rússia em 2020. 25 a exportação atingiu quase 50
Observe que o trigo representa a maior parte do milhões de toneladas. Comente
volume de exportação de produtos primários do país. a importância dos projetos prio-
Esse cereal também tem grande importância em valor de ritários nacionais a partir do
exportação, uma vez que, em 2020, rendeu aproximada- 0 programa de planejamento
mente 8 bilhões de dólares à Rússia.
o

Se a d gira o

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ig estratégico russo na elaboração

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de programas plurianuais de

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Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED

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NATIONS. Faostat – Commodities by country. FAO. Roma, c2022.


re


en
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Ó

Disponível em: https://www.fao.org/faostat/en/#rankings/commodities_ Fa desenvolvimento agrícola que


by_country_exports. Acesso em: 27 jul. 2022.
acontecem no país desde 2005,
tornando este setor responsável

ALEXANDR SOLOVIEV/SHUTTERSTOCK.COM
por 3% do PIB do país. Chame
a atenção dos estudantes para o
tipo de solo e aprofunde o tema
por meio de uma pesquisa para
que se possa relacionar clima,
solo e produção agrícola. Nessa
comparação, localize onde
ocorre a produção e analise a
diversidade natural do país, pos-
sibilitando a grande variedade de
tipos de agricultura.

Colheitadeiras em campo de trigo em Krasnodar, Rússia, 2021.

113

113
ENCAMINHAMENTO
A partir da análise dos gráfi-
cos, converse com os estudantes
sobre as principais produções A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA ASIÁTICA
agrícolas e de commodities da
Pela sua vastidão e paisagens naturais extremas, a Ásia apresenta agropecuária fortemente
Ásia, destacando o Cazaquistão, diversificada tanto em produtos quanto em técnicas de produção.
que se configura como um dos
principais produtores de com-
A produção agropecuária na Ásia

SONIA VAZ
modities de trigo, com mais de Cazaquistão: produção de
commodities (2020) Central
15 milhões de toneladas produ- (em milhões A região da Ásia Central, composta por Cazaquistão,
zidas, e o leite, com mais de 5 de toneladas)
20
Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão,
milhões de toneladas. apresenta clima predominantemente continental seco,
A região da Ásia Central com elevações a leste – as montanhas Tian e Pamir, que
se destaca na produção e na abrigam as nascentes dos principais rios – e o mar Cáspio
exportação de trigo, com apro- a oeste. Os montes e os vales secos somam 2,8 milhões
ximadamente 5 milhões de 10 de km² da área agricultável, 70% da área total da Ásia
toneladas em 2020. Como Central. A maior parte, mais de 65%, é voltada para pas-
sugestão de atividade, peça para tagens, enquanto 7% refere-se ao plantio de culturas
variadas (grãos e cereais).
os estudantes acessarem a plata-
O Cazaquistão é um importante produtor e expor-
forma FAOSTAT, para comparar 0
tador de trigo. A produção de 2020 foi de mais de 14
o
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os dados atuais com os dados
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milhões de toneladas. Desse total da produção, mais de


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apresentados nesta página. Para te


5 milhões de toneladas foram destinadas à exportação,
en
m

ampliar o tema, indique outros sendo o produto mais exportado do país. O destino prin-
Se

países, identificando-os como Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION cipal das exportações são os países europeus. No gráfico
OF THE UNITED NATIONS. Faostat – Commodities by
produtores agrícolas da região country. FAO. Roma, c2022. Disponível em: https://
a seguir, podemos observar a produção de commodities
e o tipo de produto e a quan- www.fao.org/faostat/en/#rankings/commodities_by_ no Cazaquistão.
country_exports. Acesso em: 27 jul. 2022.
A principal commodity exportada pela Ásia Central
tidade produzida. Em seguida,
é o trigo; em 2020, as exportações feitas por essa região
SONIA VAZ

analise, por meio dos dados, o Ásia Central: exportação de


commodities (2020) do continente foram de mais de 5 milhões de toneladas.
problema da fome e da inse- Outro importante produto de exportação é a farinha
(em milhões
gurança alimentar no mundo, de toneladas) de trigo, com pouco mais de 2 milhões de toneladas.
apresentando um problema; por 7,5 Observe o gráfico, a seguir, com as commodities mais
exemplo: qual o destino da pro- exportadas pelos países da região.
dução agrícola? Recentemente, o Cazaquistão tem investido na pro-
5 dução de oleaginosas (girassol e colza). Ao sul do país,
cultiva-se o algodão, mas a produção ainda é reduzida.
Outro país com grande relevância na produção agrícola
2,5 é o Uzbequistão, com destaque para a produção de
algodão. Porém, o país vem apresentando diversos pro-
blemas relacionados ao trabalho forçado e infantil nas
0 lavouras.
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Fa gi la

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Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE


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UNITED NATIONS. Faostat – Commodities by regions. FAO. Roma,


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c2022. Disponível em: https://www.fao.org/faostat/en/#rankings/


m
Se

commodities_by_regions_exports. Acesso em: 27 jul. 2022.

114

114
ENCAMINHAMENTO
Converse sobre a presença
A produção agropecuária no Oriente Médio marcante dos climas árido e
semiárido no Oriente Médio, que
A presença de clima árido, associado ao grande estresse hídrico no Oriente Médio, dificulta o
desenvolvimento de culturas agrícolas na região. Os países que mais se destacam na produtividade impõe diversos desafios para a
agropecuária são Turquia, Síria, Irã, Iraque e Iêmen. produção agrícola. Relacione as
Atualmente, com o avanço das técnicas de agricultura irrigável e com o uso de água subter- características físicas da região
rânea da região, os desertos da Arábia Saudita têm se tornado importantes áreas de produção com a política agrícola e a pro-
agrícola, com destaque para a dução. Converse sobre o uso
produção de batata e trigo. Oriente Médio: terras agrícolas (2018) de tecnologias para melhorar a

DACOSTA MAPAS
No mapa a seguir, podemos
capacidade hídrica e agrícola.
observar as terras agrícolas por
TURQUIA Mar
A água é um elemento impor-
país no Oriente Médio. Cáspio
tante a ser tratado nesta região
SÍRIA
IRÃ
por causa da existência de aquí-
Mar LÍBANO
Mediterrâneo feros profundos e pelo fato
IRAQUE
ISRAEL
de a região apresentar carên-
JORDÂNIA
KUAIT
cia de água doce na superfície.
Essa carência está relacionada à
BAREIN
ARÁBIA CATAR Golfo de posição geográfica, ao relevo,
Ma

Trópico de Cân Omã


cer SAUDITA
ao tipo de solo e às característi-
rV

EMIRADOS
erm

ÁRABES OMÃ
cas das correntes marinhas que
e

UNIDOS
lho

Mar influenciam a região.


Arábico
Fronteira Proponha que os estudantes
Fonte: AGRICULTURAL land Terras agrícolas (km²)
(km²), 2018. Cartoprodig. 1 736 290
IÊMEN
relacionem os países aos aquífe-
Aubervilliers, c2022.
Disponível em: https://www. 350 000 Golfo
ros e às áreas de maior densidade
de Aden
cartoprodig.cnrs.fr/en/carte/ 100 000
10 000 0 367
populacional. Nesses casos, eles
agricultural-land-km2-2018-4/.
Acesso em: 31 jul. 2022.
1 000
40° L identificarão vale do Nilo, Kuwait,
Bahrein, Riad, capital da Arábia
A Turquia produz principalmente açúcar de beterraba, trigo, cevada e milho. Em 2020, foram
Saudita, e Omã.
produzidas mais de 20 milhões de toneladas de açúcar de beterraba no país, majoritariamente
destinado ao consumo interno. A farinha de trigo foi a principal commodity exportada pelo Debata sobre as medidas
país em 2020, com pouco mais de 3 milhões de toneladas. As regiões produtivas da Turquia se técnicas e tecnológicas para
concentram, principalmente, nas planícies das nascentes dos rios Tigre e Eufrates, que possuem amenizar os problemas da falta
solos maduros e férteis. de água no Oriente Médio: trans-
O Iraque, país que também abriga esses dois importantes rios da região, tem suas áreas posição de rios, dessalinização de
agrícolas próximas às suas margens e se beneficia dos solos férteis e de suas cheias para irrigação. água e perfuração de poços.
As principais produções do país são trigo, com produção de mais de 5 milhões de toneladas
anuais, cevada, tomate e frutas.
O Irã está situado entre o mar Cáspio e o Golfo Pérsico. Embora esteja situado em um terri-
tório com instabilidade geológica e relevos mais íngremes, a atividade agrícola é relevante para o
PIB do país. A atividade agropecuária concentra-se em menos de 15% do território e se destaca
na produção de trigo, com mais de 10 milhões de toneladas anuais, cana-de-açúcar, açúcar de
beterraba, frutas e leguminosas.

115

115
ENCAMINHAMENTO
Retome com os estudantes a

SONIA VAZ
Índia: estrutura fundiária (1970-2016)
divisão regional do continente
asiático e a sua relevância na pro- (empreendimentos agrícolas, em milhões)
120
A produção agropecuária
dução de alimentos. Destaque no Sul e Sudeste Asiático
os dados do gráfico para a Índia 100 100
Os países dessa região estão inseridos
e, por meio da imagem, analise 80
em zonas de clima tropical, possuem solos
os usos das técnicas e tecnolo- 60
férteis e apresentam intensas atividades
gias, comparando com outros sísmicas.
países europeus. 40
A agricultura da Índia é formada,
Converse com os estudan- 20
25,8 majoritariamente, por pequenas pro-
14
priedades, correspondendo a 86% dos
tes sobre as zonas climáticas 5,5
0 0,8 empreendimentos agrícolas do país. No
desses continentes: as regiões
1

6
-7

-7

-8

-8

-9

-9

-0

-0

-1

-1
70
gráfico a seguir, podemos observar a com-

76

80

85

90

95

00

05

10

15
próximas ao oceano são mais
19

19

19

19

19

19

20

20

20

20
Ano posição das terras agrícolas indianas.
úmidas, configurando as áreas Menos de 1 hectare Mais de 10 hectares
de florestas mistas e decíduas. De 1 a 1,9 hectare De 4 a 10 hectares Fonte: BAUTZMANN, Alexis (coord.). Atlas
De 2 a 3,9 hectares géopolitique mondial: édition 2022. Paris:
Nas regiões mais centrais e Éditions du Rocher, 2022. p. 113.
distantes do oceano, há for- DHIRAJ SINGH/BLOOMBERG/GETTY IMAGES

mação de estepes e pradarias, As principais produções agrícolas da Índia


altamente desmatados para são arroz, que ocupava 23% das áreas agri-
produção agropecuária, devido cultáveis, trigo, que ocupava 15% das áreas
agricultáveis, e legumes, que ocupavam 15%
à sua formação vegetal rasteira
das áreas agricultáveis em 2019, de acordo com
e de pastagem e zonas planas.
dados do Ministério da Agricultura da Índia.
Os tipos de solo possuem uma Arroz e chá são as principais produções
grande camada de argila e de agrícolas do Sul e Sudeste da Ásia. São produtos
humus com ferro e alumínio, com alto consumo interno, o que faz com que
que traz alto grau de fertilidade grande parte da produção seja exportada para
para o solo, o que contribui para países da região, configurando um fluxo interno
o desenvolvimento da produção de produção, comercialização e consumo. As
Trabalhadores rurais aram plantação técnicas agrícolas são tradicionais, com pouca
agrícola europeia e asiática.
de soja com auxílio de tração animal em ou nenhuma mecanização, o que justifica o alto
Converse sobre as conexões Maharashtra, Índia, 2021. número de pessoas trabalhando e vivendo no
entre os componentes físicos campo, na Índia, por exemplo, onde 54,6% da população está ocupada em atividades agrope-
e a produção, retomando os cuárias, segundo dados do Ministério da Agricultura do país.
conceitos referentes à Terra
como um sistema. Destaque a A aquicultura e a pesca no Sul e Sudeste Asiático
importância do equilíbrio entre A prática de aquicultura é outra importante atividade do setor primário desenvolvida nos
os componentes e a produ- países do Sul e Sudeste da Ásia. Os principais produtores da região são Indonésia, Vietnã, Índia
ção e como a ruptura de um e Bangladesh. A aquicultura tem solucionado alguns problemas sociais, com a absorção de tra-
deles coloca em risco a produ- balhadores do campo que perderam seus empregos por causa da modernização das práticas
ção alimentar para a população agricultáveis. Dessa forma, essa prática tem se efetivado como medida de combate à pobreza,
mundial. Nesse sentido, analise aumentando cada vez mais a oferta de empregos.
a qualidade e a intensidade dos Na tabela a seguir, podemos observar a quantidade de produção nesses países.
insumos agrícolas, dos manejos
116
que podem ser realizados e a
maneira como o solo e a água
são preservados.
pal produtor e consumidor mundial de dos principais produtores de especiarias,
PARA AMPLIAR pulses – grão-de-bico, ervilha, lentilha, peixes, aves, gado e grãos. A produção de
feijão vermelho, feijão Urd e outras legu- grãos alimentares cresceu significativa-
Texto complementar minosas de grãos secos típicas da região. mente nas últimas seis décadas: de cerca
Com 1,31 bilhão de habi- A produção de pulses na Índia estagnou de 50 milhões de toneladas na década de
tantes em 2015 e projeção de 2004 a 2014, com produção anual de 1950 para mais de 263 milhões de tone-
de 1,69 bilhão em 2050, o 19 milhões de toneladas e consumo de ladas em 2013–2014, mais de 500%. Em
grande desafio da Índia é a cerca de 22 milhões de toneladas. O pa- relação às carnes, em 2015–2016 predo-
segurança alimentar, dian- ís ocupa o segundo lugar na produção de minou o consumo de aves (46%), búfalo
te de seus limitados recursos arroz, trigo, cana-de-açúcar, amendoim, (23%), cabra (13%), suínos (5,5%) e gado
naturais. A Índia é o princi- legumes, frutas e algodão. É também um (5%). Na última década, subsídios para
116
ENCAMINHAMENTO
Peça aos estudantes que ela-
Países selecionados: produção de aquicultura, em milhares de toneladas (2020) borem um croqui para analisar as
Animais Algas Todas as espécies regiões produtivas na Ásia orien-
tal, mapeando as mudanças que
Índia 8 636 5,3 8 641,3
ocorreram na localização da pro-
Indonésia 5 226,6 9 618,4 14 845
dução, o aumento da extensão
Vietnã 4 600,8 13,9 4 614,7
da área produtiva e os tipos de
Bangladesh 2 583,9 0 2 583,9 produtos.
Fonte: FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS. The State of World Fisheries and Destaque que os países ana-
Aquaculture 2022. Towards Blue Transformation. Roma: FAO, 2022. p. 30. Disponível em:
https://doi.org/10.4060/cc0461en. Acesso em: 29 jul. 2022. lisados têm grande importância
A grande produtividade da região pode ser justificada por seus climas temperados e tropicais, por conta do elevado número
que oferecem condições de temperatura da água ideais para a reprodução dos peixes. Por esse populacional. Nesse sentido,
motivo, a região detém o status de maior produtor de aquicultura do mundo. converse sobre as terras agricul-
Essas condições também favorecem a pesca. No mapa a seguir, podemos comparar a quan- táveis: como elas são utilizadas,
tidade de produção pesqueira da região com a de outros lugares do mundo.
Contudo, países do Sudeste Asiático, como Tailândia, Vietnã, a mão de obra empregada,
Filipinas e Indonésia, estão entre os que mais geram danos ambien- Sobrepesca: prática pesqueira, os maquinários envolvidos e
comercial ou não, que explora os
tais pela evolução da pesca comercial. A sobrepesca gerada pela
recursos além de sua taxa de reposição
a tecnologia implementada.
pesca comercial altera ecossistemas locais, gerando desequilíbrio natural. A excessiva captura de espécies Compare a produção dos países
no número de indivíduos de espécies marinhas. adultas impede a reprodução em taxas
da Ásia Oriental e ressalte quais
competitivas com a exploração pesqueira.
Mundo: principais áreas de pesca (2021) são os limites físico-naturais para
a produção agropecuária. Utilize

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico mapas físicos dos países citados,
para relacioná-los com as áreas
OCEANO
produtivas, localizando onde
Trópico de Câncer ATLÂNTICO
estão as produções agrícolas e a
OCEANO
PACÍFICO Fonte: FOOD AND atividade pecuária.
Equador

AGRICULTURE
de Greenwich

OCEANO ORGANIZATION
Meridiano

ÍNDICO OF THE UNITED


Trópico de Capricórnio
NATIONS. The
State of World
Fisheries and
Aquaculture 2022.
OCEANO GLACIAL Towards Blue
ANTÁRTICO Pesca
Círculo Polar Antártico
(em milhões de toneladas) Transformation.
Peixes demersais
20 Roma: FAO, 2022.
Outros peixes pelágicos
12 p. 15. Disponível
Atuns, bonitos, agulhões
6 em: https://doi.
Outros peixes e animais aquáticos 3
0 2 745 org/10.4060/
Área de pesca 1
Fronteira
cc0461en. Acesso
em: 29 jul. 2022.
As principais áreas de pesca do mundo são Leste, Sul e
Sudeste da Ásia, com destaque para a região do Japão. As
PENSE E RESPONDA condições climáticas da região e os demais componentes da
biodiversidade podem explicar essa grande produtividade.
NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

1. Observe o mapa das principais áreas de pesca do mundo. Quais são as áreas que
possuem maior produção? O que pode justificar essa grande produtividade?

117

fertilizantes, pesticidas, sementes, água, lação indiana, bem como gerar excedentes
eletricidade e crédito e preços de suporte exportáveis. Grande população e recursos
ao mercado desempenharam papel cru- naturais escassos são fatores que favore-
cial no crescimento da produção agrícola cem oportunidades de exportação para
de 4,6% ao ano. O crescimento da produ- países como o Brasil.
ção de alimentos, baseado no aumento SEIXAS, Mário; CONTINI, Elisio; SOARES, Cleber
da produtividade, será fundamental pa- Oliveira. Índia: O despertar de um gigante do
ra prover sua sustentabilidade, manter agronegócio. Revista de Política Agrícola, ano 23,
preços internos estáveis, assegurar o n. 3, p. 95-113, jul./ago./set. 2018. p. 95. Disponível
sustento alimentar de sua crescente po- em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/
pulação, particularmente ao extrato mais bitstream/item/197507/1/India-o-despertar-de-um-
gigante.pdf. Acesso em: 21 ago. 2022.
pobre, dependente e subnutrido da popu-
117
ENCAMINHAMENTO
Converse com os estudantes
sobre a produção da região com
destaque para a China, que é o A produção agropecuária na Ásia Oriental
maior produtor agropecuário e o A agropecuária na Ásia Oriental, que compreende China, Coreia do Norte, Coreia do Sul,
maior importador de grãos, tais Japão, Mongólia e Taiwan, é bastante diversificada em relação à cultura, às técnicas empregadas
como trigo e soja para a produ- e aos níveis de especialização. A região se destaca na produção de frutas e vegetais, e seus solos
ção de ração para os rebanhos férteis e condições climáticas contribuem para a alta produtividade.
Na China, a área agricultada corresponde a mais de 56% de seu território. Em 2021, o
de carne suína.
Ministério da Agricultura da China anunciou que o país teria um aumento de 25% em sua área
Aproveite para conversar
agrícola. Além disso, 6,6 milhões de hectares seriam transformados em agricultura de alto padrão,
sobre os agrossistemas atuais ou seja, agricultura altamente mecanizada, com redução das perdas ao longo do processo e,
de produção agrícola e os tra- consequentemente, aumento da produção. Os

SONIA VAZ
dicionais, comparando-os e investimentos serão destinados, principalmente, China: maiores produções
analisando as diferenças entre o para as áreas agrícolas de cereais como trigo e agrícolas (2021)
(em milhões
agronegócio e os agrossistemas milho. O país é um dos principais produtores de de toneladas)

alternativos, conhecido como carne suína, o que ocasiona uma alta demanda 300
272,5
de cereais para produção de ração. Observe o
agricultura orgânica ou ecoló- 250
gráfico, a seguir, com as maiores produções agrí-
gica. Esse sistema se caracteriza colas do país em 2021. 200
por utilizar fertilizantes naturais, A produção agrícola do país está dividida em
150 136,9
pelo emprego mínimo de defen- regiões produtivas, o que resulta em uma maior
sivos agrícolas e pela adoção de especialização. Devido à formação do relevo e 100
76,8
policultura, guiado pela ideia de ao clima, as produções de arroz estão concen- 45
50
alimentos saudáveis e redução de tradas nas planícies do sul e sudeste do país. 28
18 17,3 16 14,9 11,2
Ao norte, também em decorrência do relevo e 0
impactos ambientais e a amplia-

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ja

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Uv
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clima, estão concentradas as produções de milho

Ar e e so
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Tr
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M
da

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ção das quantidades de postos

de

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e trigo, principais produtos chineses. Os sopés de

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l
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e
de trabalhos na agricultura.

Fa

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montanhas, como Dalou e Daxue, são destinados

rin
ge


Retome com os estudantes

n
às produções de raízes e cereais devido às carac-

Ta
os tipos de solos da região, por terísticas de relevo, solo e condições climáticas. Fonte: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
AGROPECUÁRIA. Agropensa: agricultura mundial.
exemplo, os podissolos que são O setor agrícola e de indústrias relacionadas a Brasília, DF: Embrapa, 2021. Disponível em: https://www.
conhecidos por suas camadas ele contribuiu com aproximadamente 16% do embrapa.br/agropensa/agricultura-mundial. Acesso em:
29 jul 2022.
profundas de solo e pelos seus PIB da China, em 2020, de acordo com dados
divulgados pelo Ministério da Agricultura do país.
compostos orgânicos de ferro
No Japão, a produção agrícola é feita com o emprego
e alumínio e humos ácido, em larga escala de tecnologia e mecanização e envolve dire-
com poucos nutrientes. Essas Produção agrícola da China bate
tamente o setor industrial. Devido à escassez de mão de recorde apesar da pandemia
características fazem com que obra, as fazendas japonesas contam com drones para apli- Reportagem sobre como a China,
as regiões com a presença de cação de fertilizantes e agrotóxicos, além de tratores robôs mesmo durante a pandemia, aumentou
podissolos não sejam atrativas para arar a terra, semear e colher a produção. Além disso, a sua produção agrícola com investimento
para atividades agrícolas, mas, produção conta com uma grande utilização de fertilizantes. em maquinário e apoio do governo aos
No mapa Japão: agricultura (2021), podemos observar agricultores.
devido ao relevo e à vegetação Disponível em: https://www.youtube.
como a atividade agropecuária está distribuída no Japão.
rasteira, são procurados para o com/watch?v=DqmfYwBp1ew&ab_
channel=BandJornalismo. Acesso em: 21
desenvolvimento de atividades ago. 2022.
pecuárias.
Os luvissolos estão presen- 118
tes na Rússia central e Oriental.
Sua composição faz com que
sejam férteis e bastante atra- seja altamente desmatada e procurada para Oriente-os a analisar os aspectos físicos
tivos para atividades agrícolas. produção agrícola no continente. de Japão, China, Coreia do Sul e Coreia do
Já os planossolos estão presen- Norte, e como esses aspectos influenciam as
tes nas regiões do leste asiático PARA AMPLIAR atividades pesqueiras, pecuárias e agrícolas.
e centro-oeste da Rússia e tra- Atividade extra Destaque a característica insular do Japão e a
ta-se de solos argilosos e com Solicite aos estudantes que façam uma pes- grande extensão chinesa, que apresenta planí-
grande capacidade de absorção quisa sobre a culinária japonesa e a chinesa e os cies férteis, áreas montanhosas, desertos etc.
de água. A região sudeste da hábitos alimentares desses povos. Na pesquisa,
Ásia possui os solos mais férteis eles deverão investigar se esses países produzem
e atrativos, o que faz com que a matéria-prima básica para sua alimentação.
118
1. O maior produtor da região é a China. A China destaca-se pelas planícies
ENCAMINHAMENTO
sedimentares com solos férteis. Associe a região com as planícies aluviais, A partir do mapa da produ-
Japão: agricultura (2021) formadas por sedimentos, por exemplo, no Rio Huang-Ho ou Rio Amarelo,
onde os ção agrícola do Japão, converse
RÚSSIA
sedimentos
DACOSTA MAPAS

Monocultura predominante Limite das grandes


Culturas semidiversificadas
regiões de campos de arroz
(em termos de volume de possuem com os estudantes sobre a distri-
Espaço de grandes policulturas
buição das atividades agrícolas,
produção e áreas cultivadas)
de alto rendimento
Fronteira
cores
CHINA Cinturão de horticultura de
amareladas
mercado semidiversificado,
especializado em produtos
Agricultura altamente
especializada
e são identificando as regiões com
DO frescos, aves, ovos e legumes Arroz Chá
IA
RE TE
CO NOR
Zona de implantação de Alcoólicos
indústria agroalimentar
Frutas férteis. maior concentração produtiva.
Batata Leite
Grande porto de pesca
(mais de 100 000) Carne bovina
Carne suína
Trigo Analise o gráfico com os estudan-
Mar do Japão
tes, destacando a produção da
Limite do departamento
(Mar do Leste)
Agricultura intensiva

COREIA
Agricultura extensiva
pecuária e ressaltando a impor-
DO SUL
36° N
Fonte: BAUTZMANN, Alexis (coord.). Atlas géopolitique tância das inovações tecnológicas
mondial: édition 2022. Paris: Éditions du Rocher, 2022.
p. 137. para a ampliação da produção
do país. Assim como o Japão, a

SONIA VAZ
Japão: maiores produções
Coreia do Sul também tem des-
OCEANO agropecuárias (2021)
PACÍFICO (em milhares
taque na agropecuária, no cultivo
0 187 de toneladas) do arroz e na produção de carne
136° L
8 000
7 515 suína. A partir da análise dos grá-
Os principais produtos agrícolas do país são 7 000
ficos, converse com os estudantes
arroz e seus derivados, leite, açúcar, carnes de frango 6 000
sobre a cultura alimentar desses
e porco. No gráfico a seguir, podemos observar os 5 000
países e a forma como impacta
valores da produção de 2020. 4 000
na produção da região.
Na Coreia do Sul, o principal produto agrícola 3 000
é o arroz, ultrapassando mais de 4 milhões de tone- 1 765
2 000
ladas produzidas em 2021. Além disso, o país é um 1 315
1 000
1 039
815 756 agricultável é dedicada ao
dos maiores produtores e consumidores de carne 478 475
0
241 240
arroz, cultivado em tanques
bovina, destacando-se, também, na produção pecu-
intensamente irrigados.
d e id o

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ária. Observe os dados no gráfico a seguir.

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Esse grão sempre foi o ali-
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SONIA VAZ

na
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mento básico dos japoneses. O


Coreia do Sul: maiores produções


ro
C

governo fornece subsídios pa-


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agropecuárias (2021)
ar
C

(em milhares de toneladas) ra os rizicultores manterem


Fonte: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA
4 000 3 882
AGROPECUÁRIA. Agropensa: agricultura mundial. Brasília,
a produção em minifúndios
3 500 DF: Embrapa, 2021. Disponível em: https://www.embrapa. de 1 hectare, mas a mudança
br/agropensa/agricultura-mundial. Acesso em: 29 jul. 2022.
3 000 dos hábitos alimentares tirou
2 500 NÃO ESCREVA
o brilho do arroz nas tigelas
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
2 000 dos japoneses.
1 500 1 375 Com a queda de consu-
1. Analisando os dados, qual é o
1 000 935 843
mo anual per capita de 118 kg
maior produtor agrícola da região?
500 310 203
189 143 94
75 Faça uma pesquisa para identificar
em 1962 para menos de 60kg
0
como a produção agrícola está de arroz nos últimos anos,
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o Japão passou a incentivar


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distribuída pelo país e quais


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a diversificação no campo.
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são as características de solo e


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clima que contribuem para a alta Sem gente e para continuar


Ar

produtividade. sustentando as plantações,


ar
C

Fonte: EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. os agricultores recorreram a


Agropensa: agricultura mundial. Brasília, DF: Embrapa, 2021. maquinários e pesquisa bio-
Disponível em: https://www.embrapa.br/agropensa/agricultura- 119 tecnológica. Cada vez mais
mundial. Acesso: em: 29 jul. 2022.
drones estão sendo usados
em tarefas como a pulveriza-
PARA AMPLIAR produtores agrícolas japoneses caiu de 2,2 ção, realizando em meia hora
milhões para 1,7 milhão, com média de o trabalho que consumiria
Texto complementar idade de 67 anos. Somente 7% da popula- um dia de um trabalhador.
[...] ção economicamente ativa do Japão está KAMATA, Fatima. Sem terras
Com a tecnologia, o governo busca empregada no campo, e grande parcela dos nem mão de obra, Japão
atrair para o campo jovens que têm pou- agricultores trabalha apenas meio período. revoluciona agricultura com
co interesse em trabalhar diretamente na A topografia limita muito a agricultura robôs, polímeros e drones.
BBC News, Tóquio, 22 set.
lavoura, mas com afinidade por tecnolo- do Japão, que consegue produzir somente 2019. Disponível em: https://
gia, em uma tentativa de reanimar um 40% dos alimentos de que precisa. Cerca www.bbc.com/portuguese/
setor com cada vez menos gente. de 85% do território é ocupado por monta- geral-49639667. Acesso em: 21
Em quase uma década, o número de nhas e a maior parte do que resta de área ago. 2022.
119
ENCAMINHAMENTO
Inicialmente, destaque para
os estudantes que o conti-
nente é formado por várias A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA NA OCEANIA
ilhas, com destaque para a A produção agrícola e pecuária na Oceania tem se destacado nos últimos anos. Com avanços
Austrália, maior país da região, em técnicas agrícolas, o continente tem aumentado sua produção e exportado alimentos, prin-
cuja economia tem base agrí- cipalmente para o Japão.
cola exportadora por meio Os empreendimentos agropecuá-
Austrália: atividades primárias (2004) rios são, majoritariamente, de agricultura
dos produtos como carne, lã e
familiar, com pequena quantidade de lati-

DACOSTA MAPAS
133° L
manteiga, além de fruticultura fúndios. Os principais produtos exportados
e vinhedos para a produção de Mar dos pelo continente são coco e seus derivados,
Corais
vinho. A Austrália tem parceria Mar de
cacau, cana-de-açúcar e especiarias, além
com o Japão, principal compra- Timor de cortes bovinos.
A Austrália tem uma economia diver-
dor da região. A partir do mapa, sificada, que cresce cerca de 2% ao ano,
Trópico de Capricórnio
identifique as distribuições das com destaque para as atividades do setor
atividades econômicas do país, primário, como mineração e agropecuária.
concentrada ao leste e oeste do Apesar de o solo ser inadequado ao plantio
na maior parte do território, a agricultura
continente. A região central é
altamente mecanizada do país faz com
formada majoritariamente pelo Mar da que o nível de produtividade seja alto. Os
Deserto de Outback, conside- OCEANO ÍNDICO Tasmânia
principais produtos agrícolas exportados
rado improdutivo. Outro país Floresta pelo país são tabaco, trigo e vinho, sendo
Pasto
um dos maiores exportadores de vinho
com destaque na região é a Agricultura 0 449
Improdutivo do mundo. Na pecuária, os rebanhos são,
Nova Zelândia, um dos maiores Agricultura Pecuária Pesca majoritariamente, de bovinos, caprinos e
exportadores de produtos deri- Cereais
Uva
Árvores
Cana-de-açúcar Bovino Porto
de pesca ovinos. Observe o mapa a seguir.
Algodão Ovino Exploração florestal
vados da aquicultura, peixes e Milho
frutíferas
Banana Tabaco Suíno Madeira

frutos do mar, além da pecuá- Fonte: CIVITA, Roberto (ed.). Atlas National Geographic:
ria de ovinos, que tem como Oceania, polos e oceanos. São Paulo: Abril, 2004. v. 11, p. 29. Nova Zelândia: atividades
primárias (2004)
principal destino o Japão.

DACOSTA MAPAS
Ressalte a importância do A Nova Zelândia se destaca na produção Floresta
Pasto
de kiwi e na extração de madeira. O principal
continente para o abasteci- Agricultura
destino dessas produções são os países asiá- Improdutivo
mento de bens primários para ticos, com destaque para o Japão. Além das Agricultura
Cereais
os países do leste asiático como produções agrícolas, o país se destaca na pro- Uva
Mar da
Tasmânia
China, Coreia do Sul e Japão. dução de peixes e frutos do mar e na criação
Árvores
frutíferas

de ovinos. Observe o mapa. Pecuária


Bovino
Ovino 40° S

Pesca
Porto
de pesca
Exploração
florestal OCEANO
Madeira
PACÍFICO

Fonte: CIVITA, Roberto (ed.). Atlas National


Geographic: Oceania, polos e oceanos.
São Paulo: Abril, 2004. v. 11, p. 41.

0 153
120

120
FÓRUM
A reportagem tem como
objetivo analisar o desenvol-
NOVAS TÉCNICAS AGRÍCOLAS: AGRICULTURA IRRIGADA
vimento agrícola na região da
O desenvolvimento de novas técnicas tem resultado em produções agrícolas Jordânia por meio da irrigação.
em regiões antes consideradas improdutivas. As técnicas incluem desde a correção
Ressalte com os estudantes a
da fertilidade dos solos de regiões de Savana até a irrigação por pivôs em regiões
desérticas, como acontece no Oriente Médio. importância das novas técnicas
Na imagem de satélite, podemos observar a extensão de pivôs de irrigação em e tecnologias para a produção
plantações de grãos, frutas e legumes na região de Wadi As-Sirhan, na Jordânia. agrícola e os seus impactos na
Essa produção é possível disponibilidade de alimentos na
devido à formação de

GOOGLE LANDSAT/COPERNICUS/GOOGLE EARTH


região. Um dos pontos que pode
oásis subterrâneos, que
se originaram no período ser conversado com os estu-
glacial, há 20 mil anos. dantes é o uso das águas dos
A instalação dos pivôs é aquíferos para a irrigação da
feita exatamente sobre a
produção e os impactos positi-
posição dos aquíferos. Essa
descoberta fez com que a vos e negativos a curto, médio e
região, antes considerada longo prazo.
infértil, começasse a se Compare as imagens de saté-
destacar na produção
lites para analisar as mudanças
agrícola.
Com o desenvolvimento das paisagens com a implanta-
da agricultura, os centros ção de lavouras irrigadas, mas
urbanos, já existentes no também como esse tipo de lin-
deserto, expandiram-se e guagem contribui para uma
estruturaram-se ainda mais Imagem de satélite de Wadi As-Sirhan, Jordânia, 2022.
para atender à demanda
análise detalhada sobre um
da produção agrícola local. determinado lugar.

GOOGLE EARTH
Na imagem de satélite,
podemos observar a mancha
urbana da cidade de
Tubarjal, na Arábia Saudita,
localizada próximo aos pivôs
e que oferece infraestrutura
para as agroindústrias e para
o escoamento da produção.
É importante destacar
que a retirada de água
de aquíferos e rios para
a irrigação de plantações
acarreta impactos
ambientais. Se o volume de
água retirado for maior que
a taxa de reposição de água, Imagem de satélite de Tubarjal, Arábia Saudita, 2022.
rios e aquíferos podem ficar Os pivôs são irrigados com oásis subterrâneos que se
sob estresse e se esgotar. formaram no período glacial.

121

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Utilize imagens de satélites da região da Jordânia de diferentes anos e compare com os
dados de pressão sobre os aquíferos, destacando as mudanças e as permanências e os impac-
tos ambientais. A partir dessa análise, escreva um texto de divulgação científica para explicar
o impacto da agricultura no aumento da pressão sobre os aquíferos.

121
ENCAMINHAMENTO
Pode-se dar continuidade ao
tema de produção de alimen-
tos relacionando-o ao consumo PRODUÇÃO DE ALIMENTOS E NUTRIÇÃO
e à cultura cada vez mais pre- O modelo produtivo atual, just-in-time – conhecido por “tempo é dinheiro” –, junto à má dis-
sentes nas sociedades modernas, tribuição de alimentos, faz com que o acesso à alimentação seja desigual para a população mundial.
caracterizada pelo aumento do Além disso, o pouco tempo disponível para o preparo de alimentos faz com que o acesso a uma dieta
consumo alimentar de comidas nutritiva fique cada vez mais restrito. Com isso, o aumento do consumo de alimentos de preparo
multiprocessadas e industrializa- rápido, como os fast-food e os ultraprocessados, têm aumentado em todo o mundo. O consumo
das, as quais contêm gorduras, frequente de ultraprocessados ricos em calorias pode levar ao sobrepeso e à obesidade, que são fatores
açúcares, sódio e conservantes e de risco para doenças como diabetes tipo 2, cardiopatias e hipertensão. Observe o mapa seguir.
que afetam a saúde da população.
Outro aspecto que se pode Mundo: porcentagem da população adulta com obesidade (2016)
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
abordar por meio de pesquisa 0º

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


Círculo Polar Ártico

é a produção de alimentos das


pequenas cooperativas ligadas
a movimentos sociais que, por Trópico de Câncer

exemplo, produzem arroz sem OCEANO OCEANO OCEANO


ATLÂNTICO PACÍFICO
pesticidas e adubação por meio de Equador
PACÍFICO

técnicas orgânicas que superam o OCEANO Fonte: SHARE of

Meridiano de Greenwich
ÍNDICO adults that are obese,
uso de agrotóxicos. Trópico de Capricórnio
2016. Our World in
0 a 10 Data. [Oxford], [2022].
Destaque o papel desempe- 10 a 20
Disponível em: https://
20 a 30 0 2 745
nhado pela cultura do fast food 30 a 40
ourworldindata.org/
grapher/share-of-
na sociedade. Proponha um 40 a 70
Sem dados
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
adults-defined-as-
obese. Acesso em: 29
projeto interdisciplinar – com Fronteira
jul. 2022.
Ciências, ênfase em Biologia e
Química – sobre os tipos de con-

SONIA VAZ
O desperdício de alimentos é outro problema
Mundo: desperdício de
servantes, acidulantes e todos os relacionado à alimentação. De acordo com dados do alimentos (2009)
tipos de aromatizantes químicos Serviço Agrícola Estrangeiro (FAS), do Departamento (% do desperdício
global de alimentos)
que podem existir nos alimentos. de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), cerca de
30
1,6 bilhão de toneladas de alimentos foram desperdi-
Oriente os estudantes de que esse
çadas em 2020. Os motivos são diferentes entre países 25
trabalho deve abordar os prós e os
desenvolvidos e em desenvolvimento. Nesses últimos, o
contras da utilização desses com- desperdício pode acontecer devido à falta de infraestru-
20

postos nos alimentos. Promova tura para armazenamento e resfriamento, dificuldade de 15


um debate sobre a alimentação acesso aos mercados consumidores e técnicas inadequa-
em geral: a qualidade da alimen- das de manuseio pós-colheita. Dessa forma, podemos 10

tação industrializada, os alimentos compreender que os hábitos alimentares estão direta-


5

orgânicos e o vegetarianismo. mente associados com a distribuição e o acesso aos


alimentos de qualidade. No gráfico, observam-se os 0
si s

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PARA AMPLIAR
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índices de desperdício de alimentos no mundo.


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SHARE of global food loss and waste by region. Our World in


in

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Atividades extras
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ic

e
ís

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ér

Data. [Oxford], [2013]. Disponível em: https://ourworldindata.org/


Su
Pa

No
Am

1. De acordo com o gráfico, em grapher/global-food-waste-by-region. Acesso em: 24 jul. 2022.

quais regiões do mundo há 122


mais desperdício de alimentos?
Resposta: Espera-se que os
estudantes apontem que o maior (Coffeaarabica ou Coffeacanephora) têm origem
Texto complementar
desperdício acontece na Ásia, africana, assim como a melancia, melões e
[...] Apesar da supercombinação arroz e
sobretudo nos países industriali- dendê (também existe uma espécie de arroz
feijão ser frequente nos nossos lares ela é
zados do continente. africana – Oryza glaberrima). Esta também é
originária de outras regiões do mundo. Os
2. Quais os impactos causados uma via de mão dupla: mandiocas (Manihot
arrozes mais consumidos (Oryza sativa) têm esculenta) e o guaraná (Paullinia cupana) são
pela má distribuição dos ali- origem asiática (assim como a soja, cítricos e
mentos e perdas alimentícias plantas domesticadas no Brasil e que pos-
a manga), enquanto o feijão comum (Phaseolus suem grande importância mundial. Nesse
no mundo? vulgaris) é originário da América Central (as- contexto, é fácil imaginar como o ser huma-
Resposta: Insegurança sim como o milho, a siriguela e a batata-doce). no depende de alimentos que tiveram origem
alimentar. Os grãos dos quais fazemos nosso cafezinho em outras partes do mundo [...].
122
ENCAMINHAMENTO
A abordagem deste tema
objetiva que os estudantes enten-
O VALOR DA AGRICULTURA: COMMODITIES
dam o valor da matéria-prima
No mundo, o mercado de commodities é um dos maiores e pode afetar a economia de
e a sua implicação no preço
um país a depender do valor do produto. Isso acontece, por exemplo, com o trigo: se o preço
dos alimentos e das manufatu-
aumenta, isso interfere no preço da farinha e, consequentemente, do pão, impactando a vida
das pessoas.
ras, associando-o às ofertas e
As commodities são mercadorias principalmente agropecuárias e minerais, que são a base de demandas. Explique a eles que
outros processos de fabricação de mercadorias. A produção é em larga escala e suas características ações são papéis comercializados
não variam de país para país. As commodities são importantes na economia mundial, influen- na Bolsa de Valores. Uma ação
ciando o valor dos produtos consumidos pela população. Países cuja economia é estruturada com é uma parte da empresa: quem
base no setor primário e na exportação dependem da cotação elevada das commodities e do as possuem são seus sócios e
volume das exportações para manter a balança comercial positiva. Os valores são definidos nas quem tiver um número maior
bolsas de valores.
é o que detém maior poder na
empresa. Estes termos estão pre-

LIU QIN/VCG/GETTY IMAGES


sentes no dia a dia, nas notícias
que explicam, por exemplo, o
aumento de alimentos, gasolina,
gás de cozinha etc., ou seja, têm
influência a vida da economia em
diferentes escalas (local, regional,
nacional e global). Durante o tra-
balho, busca-se desenvolver a
habilidade EF09GE12.
Colheitadeiras
em plantação de Como sugestão, pode-se fazer
soja em Hegang, um trabalho de pesquisa sobre o
província de
Heilongjiang, papel da bolsa de valores na eco-
China, 2020. nomia mundial; o que é “valor
negociado”, que está asso-
Os preços das commodities sofrem grandes alterações ao longo do tempo. Por exemplo, em
períodos de alta da produção e grande oferta de produtos, os preços tendem a cair. Em contra- ciado ao controle da empresa
partida, quando há escassez do produto no mercado, os preços sobem. É o caso do trigo em que terá ações ordinárias; o que
2022: a alta dos preços desse produto está relacionada com o conflito envolvendo a Ucrânia, pois é “pregão” e seus índices, que
50% da produção de trigo ucraniana encontra-se armazenada e sem possibilidade de escoamento, medem o volume de negocia-
uma vez que seus portos no Mar Negro se encontram sob bloqueio russo. ção do dia, por exemplo. Esta
No entanto, as projeções econômicas de valor das commodities tendem a diminuir, uma vez pesquisa poderá ocorrer nas
que a China, principal comprador desses produtos, fechou temporariamente seus portos devido mídias impressas e digitais e con-
à pandemia de covid-19 e houve redução do consumo na Europa devido ao conflito na Ucrânia.
tribuirá para o entendimento do
Além dos problemas que envolvem o estoque e o transporte da produção, as alterações
climáticas podem interferir diretamente na produção agrícola mundial, resultando em aumento
que é commodities e possibilita
ou redução do valor desses produtos. Essas alterações no valor e na produção de commodities o desenvolvimento do TCT –
afetam todo o setor de alimentos, uma vez que eles são utilizados também para a produção de Educação financeira.
ração para produção pecuária.

123

[...] todos os seres humanos do planeta estão intimamente PARA AMPLIAR


conectados por meio das plantas que nos servem de alimento. Para sistematizar os temas propostos sobre alimentação
[...] e produção, apresente o texto.
Estudar a diversidade genética de nossas plantas cultiva- • ROSA, Suélen Ramon. Fome oculta: você sa-
das é importante também para podermos fazer melhor uso be o que isso significa? Laranja na Colher. Porto
(tornando-as mais produtivas, por exemplo) e conservá-las, Alegre, 17 jan. 2022. Disponível em: https://www.ufrgs.
garantindo que elas continuem existindo para as próximas br/laranjanacolher/2022/01/17/fome-oculta-voce-sabe-o-
gerações. -que-isso-significa/. Acesso em: 21 ago. 2022.
PEREIRA, Alessandro Alves. As plantas nos unem. DNA explica. [S. l.], Esse texto, que traz um tema atual e relevante para a forma-
6 maio 2020. Blogue. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/ ção cidadã e desenvolvimento dos princípios éticos e solidários
dnaexplica/2020/05/06/as-plantas-nos-unem/. Acesso em: 15 jun. 2022. dos estudantes, pode fazer parte da avaliação da Unidade.
123
ENCAMINHAMENTO
A proposta das atividades é
trabalhar com temas contempo-
râneos e que possam contribuir
para a formação cidadã de forma
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

coerente com as habilidades e o


1. Leia a reportagem a seguir sobre o desenvolvimento de fertilizantes.
conteúdo desenvolvido. Nesse
sentido, espera-se o desenvolvi-
A norueguesa Yara, uma das maiores fornecedoras de fertilizantes do mundo,
mento da habilidade EF09GE17. e o Japan Bank for International Cooperation (JBIC), uma instituição financeira con-
O conteúdo trata da agricul- trolada pelo governo japonês, assinaram um memorando de entendimento para
tura, associando-a com solo e incentivar projetos com o uso de “amônia limpa”.

clima, além do uso da mecani- [...]


A “amônia limpa” com emissão zero [de carbono] que pode ser usada como fonte
zação da produção de forma a
de energia, combustível para transporte marítimo e para produzir fertilizantes nitro-
garantir a qualidade da água, genados, como a ureia, o adubo mais popular entre os agricultores brasileiros. [...]
do solo e dos alimentos. As ati-
POLO, Érica. Yara fecha cooperação para ampliar projetos de “amônia limpa” no Japão. Valor Econômico,
vidades possibilitam analisar o São Paulo, 15 jun. 2022. Disponível em: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2022/06/15/yara-fecha-
cooperacao-para-ampliar-projetos-de-amonia-limpa-no-japao.ghtml. Acesso em: 17 jul. 2022.
papel das pesquisas científicas
SERGEI BOBYLEV/TASS/ SIPA USA/FOTOARENA
no âmbito da produção agrícola, Na imagem, podemos ver
discutindo as ações da agricultura uma indústria de minera-
que impactam negativamente o ção à base de potássio, na
Rússia. Um dos maiores
ambiente e aquelas que atuam problemas no uso de ferti-
para garantir um impacto posi- lizantes à base de potássio
tivo na vida das pessoas e no está relacionado com o
ambiente. A partir desse tema, processo de lixiviação e po-
luição dos rios. Além disso,
pode-se propor um debate sobre sua produção demanda o
a Revolução Verde – proposta de desmatamento das áreas
Norman Borlaug, estadunidense onde existe alta concen-
tração desse minério nas
que ganhou o Prêmio Nobel da
rochas, como é o caso da
Paz –, que foi implantada a partir fotografia.
de 1966 em diversos países da
Ásia, possibilitando aumento
da produção agrícola. Além da Mineradora de potássio,
seleção de espécies agrícolas, a Rússia, 2022.
Revolução Verde apoiou-se no Consulte comentários em orientações didáticas.
a) A partir da reportagem e da imagem, é possível analisar as consequências do processo de
uso da química na agricultura, produção de dois tipos de fertilizantes. Agora, em grupos, vocês irão pesquisar os prós e os
com o emprego de fertilizantes contras de cada um desses processos produtivos, bem como os impactos ambientais causados
industriais em substituição aos pelo intenso uso de fertilizantes.
fertilizantes tradicionais, princi- b) Após a pesquisa, elaborem uma tabela de prós e contras de cada tipo de fertilizante apre-
sentado e um texto jornalístico para apresentar essas informações para outras pessoas.
palmente o esterco.
c) Para finalizar, debata com o restante da sua turma sobre o que foi pesquisado e as possíveis
Como sugestão, proponha
formas de reduzir os danos causados pelo constante uso de fertilizantes e agrotóxicos nas
um debate sobre o significado de plantações mundiais.
uma alimentação de qualidade e
a manutenção da qualidade do 124
solo e água na produção agrícola.
Na leitura de imagem, procure
a Geografia: o que é amônia e quais são os usos 1. b) A partir da pesquisa realizada, os estu-
localizar a cidade onde há explo-
no solo e na produção agrícola? dantes deverão elaborar uma tabela para
ração de potássio, relacionando
elencar os prós e os contras da produção e
esse fato com a formação geo- Atividade do uso dos fertilizantes.
lógica e do relevo, para que se Resposta pessoal. Os estudantes devem
1. a)
possa conversar sobre a relação 1. c) Após a pesquisa, os estudantes deverão
pesquisar quais são os prós e os contras
entre extrativismo mineral e o fazer e elaborar propostas alternativas da
da produção de fertilizantes apresentados
uso industrial e agrícola. Pode-se redução dos impactos causados pela pro-
no texto e também os impactos do seu
também propor a professores de dução e utilização dos fertilizantes.
uso excessivo, como poluição das águas
Ciências uma atividade em con- superficiais e subterrâneas, contaminação
junto relacionando Química com do solo e desmatamento.
124
ENCAMINHAMENTO
Neste capítulo, a proposta
TULO

8
CAPÍ é trabalhar com as habilida-
O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL des EF09GE10 e EF09GE11,

NA EUROPA E NA ÁSIA que tratam da análise dos


impactos dos processos de
industrialização, tecnologia e
Durante longo período, o capitalismo e sua expansão ao redor do mundo foram ciências em diferentes lugares.
comandados por um grupo de países europeus. Já no começo do século XX, após as
Nesse sentido, apresenta-se
duas guerras mundiais e o enfraquecimento da economia europeia, o desenvolvimento
global da economia ocorreu sob a liderança dos Estados Unidos, estabelecendo o capitalismo
um panorama do processo de
financeiro e uma nova divisão internacional do trabalho. industrialização. Nesta página, é
Atualmente, a economia mundial tem uma liderança compartilhada, com forte presença dos interessante retomar os proces-
países emergentes, como a China. sos da Revolução Industrial e as
Observe o esquema a seguir, que representa a evolução da divisão internacional do trabalho: formas como o trabalho foi se
um grupo de países exporta produtos primários, enquanto outro, geralmente de países mais alterando até os dias atuais: as
desenvolvidos, exporta produtos e serviços especializados. Perceba o processo das mudanças que
mudanças que ocorreram, por
ocorreram no trabalho e na forma de produção.
exemplo, pós-Segunda Guerra
Mundial e as consequências

MARCOS GUILHERME
Evolução esquemática da divisão internacional do trabalho (DIT)
Capitalismo comercial (século XVI a XVIII) Capitalismo financeiro (Após a Segunda Guerra Mundial) para a Europa, Japão, Rússia e
metrópoles
(expansão marítima)
colônias
(exploração) metrópoles Consolidação da DIT colônias China; como aconteceu o desen-
Formação da DIT (Revolução Industrial) (exploração)
metais preciosos, especiarias,
produtos primários: volvimento tardio industrial; e a
matérias-primas e alimentos
liderança econômica e política
escravizados etc.

colonialismo
dos Estados Unidos.
imperialismo

manufaturas produtos
industrializados
Proponha uma pesquisa a
partir de vídeos, livros e repor-
Capitalismo industrial (1750-1850) e financeiro (1850-1950)

países países em
Nova DIT
países em
desenvolvimento
tagens de jornais que possam
produtos primários, produtos
desenvolvidos DIT clássica desenvolvimento não
industrializados
países
desenvolvidos industrializados, capitais,
lucros, royalties e juros de
industrializados
mostrar historicamente como
se deram as mudanças sociais
produtos primários: dívida
matérias-primas e alimentos
globalização (1980)
expansão capitalista (1950-1980) produtos industrializados (em
geral de tecnologia superior),
e industriais que ocorreram no
produtos industrializados,
capitais, empréstimos e
investimentos (poucos)
tecnologia e capitais
(empréstimos, investimentos Japão pós-Dinastia Meiji e a
produtivos e especulativos)
relação com os Estados Unidos.
Desde o período das Grandes Navegações, com a relação entre metrópole e colônia, foram Outro tema interessante são as
definidas as bases do comércio mundial.
alterações no trabalho indus-
Europa e Ásia são dois importantes círculos industriais mundiais. Com exceção dos Estados trial da Europa, com o Reino
Unidos, localizados no continente americano, Europa e Ásia são responsáveis por abrigar grande Unido perdendo a liderança
parte de escritórios e centros das principais indústrias mundiais. econômica industrial para os
Parte desse desenvolvimento industrial está atrelada às revoluções industriais que se originaram Estados Unidos. Analise com os
no continente europeu. Outra parte está relacionada aos altos investimentos no desenvolvimento
estudantes os mapas que rela-
técnico dos países, como é o caso da China, do Japão e dos Tigres Asiáticos.
Outro motivo que contribuiu para a expansão do setor industrial asiático, no século XX e cionam o total de trabalhadores
no começo do século XXI, está relacionado com baixo custo de mão de obra, ausências de leis com a porcentagem na indús-
trabalhistas e ambientais e baixas taxas de impostos. tria, compare os dados entre a
Europa e a Ásia, considerando as
125 semelhanças e as diferenças dos
processos de industrialização.

125
ENCAMINHAMENTO
Para esta aula, organize uma Europa: percentual de trabalhadores na indústria (2019)
proposta em que os estudantes

ROBSON ROCHA

rc

wich
Indústria
tenham que assistir a vídeos e ler
ul
o
Po (% total de trabalhadores) Nos mapas, podemos

reen
lar OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Ár
tic De 10 a 19,9
analisar a quantidade de

de G
textos antes da aula. Os estudan- o
De 20 a 29,9

o
trabalhadores na indústria

dian
tes podem fazer uma pesquisa
De 30 a 40
ÁSIA
ISLÂNDIA

Meri
Sem dados
em relação ao total de
de vídeos educativos que tratem Mar da
Noruega
Fronteira
trabalhadores nos países
dos processos de industrialização SUÉCIA
FINLÂNDIA
RÚSSIA europeus e asiáticos.
em diferentes países e momen- NORUEGA (parte europeia)

tos históricos da Ásia e Europa. Mar do ESTÔNIA

o
Norte

ltic
LETÔNIA
Peça que façam um resumo do IRLANDA
DINAMARCA


r LITUÂNIA
REINO MaRÚSSIA
OCEANO PAÍSES
vídeo, em dupla ou trio, e apre- ATLÂNTICO
UNIDO BAIXOS (Kaliningrado)
BELARUS

sentem para a turma, propondo BÉLGICA ALEMANHA

REP. TCHECA
POLÔNIA

UCRÂNIA
LUXEMBURGO
questionamentos. A aula deve LIECHTENSTEIN ESLOVÁQUIA
MOLDÁVIA M
ar Fonte: EMPLOYMENT
FRANÇA SUÍÇA ÁUSTRIA HUNGRIA C
começar a partir do que os estu- ESLOVÊNIA ROMÊNIA in industry (% of total

ás
CROÁCIA

pi
PORTUGAL GEÓRGIA employment) (modeled ILO

o
BÓSNIA-
dantes trouxeram para o debate. -HERZEGOVINA
MONTENEGRO
SÉRVIA BULGÁRIA
Mar Negro
ARMÊNIA
AZERBAIJÃO
estimate) – European Union.
AZB
ESPANHA The World Bank. Washington,
Em seguida, segue-se com uma ITÁLIA
ALBÂNIA
MACEDÔNIA TURQUIA
(parte europeia) DC, c2022. Disponível em:
ÁSIA
aula expositiva para sistematizar o Mar Medi
te rrân
eo
GRÉCIA https://data.worldbank.
org/indicator/SL.IND.EMPL.
que eles produziram e, ao mesmo ÁFRICA MALTA 0 467
ZS?locations=EU&view=map.
0° Acesso em: 25 jul. 2022.
tempo, aprofundar o tema.
Analise com os estudantes As cores, variando do
Ásia: percentual de trabalhadores na indústria (2019)
os mapas que mostram o per- amarelo para o laranja,

ROBSON ROCHA
OCEANO
centual de trabalhadores na referem-se ao percentual
GLACIAL ÁRTICO

co
indústria na Europa e na Ásia. de empregabilidade a

Á r ti
la r
Compare os dados e relacione partir da atividade indus-

Po
o
0 990

ul
rc

trial. Alguns países do Leste
com o processo de industrializa-
Europeu, como República
ção recente, indicando os países Tcheca e Eslováquia, e RÚSSIA
que se industrializaram antes dos do Oriente Médio, como
(parte asiática)

Ma TURQUIA Ma
anos 1980. Omã e Emirados Árabes Me r (parte
asiática)
rN
e
dit

gr

COREIA JAPÃO
o
err

r Cáspio

Unidos, apresentam mais CASAQUISTÃO DO NORTE


â

er
ne

o MONGÓLIA

PARA AMPLIAR de 30% da população tra-


LÍBANO SÍRIA
USBEQUISTÃO
de

nc
Ma

ISRAEL COREIA
QUIRGUISTÃO ico
JORDÂNIA TURCOMENISTÃO DO SUL
EGITO óp
Tr

Atividade extra balhando na indústria. Em (parte IRAQUE TAJIQUISTÃO


Mar Vermelho

asiática) CHINA
KUWAIT IRÃ
AFEGANISTÃO
contrapartida, é possível EMIRADOS
No processo de crescimento ÁRABES PAQUISTÃO
OCEANO
verificar que países como ARÁBIA
SAUDITA
UNIDOS
NEPAL BUTÃO
TAIWAN PACÍFICO
da industrialização recente em Países Baixos, Reino Unido OMÃ
BANGLADESH
FILIPINAS
ÁFRICA IÊMEN MIANMAR
um mundo global, é importante e Coreia do Sul apresen-
ÍNDIA LAOS

TAILÂNDIA VIETNÃ
observar se as indústrias seguem tam menos de 20% dos
Indústria
(% total de trabalhadores) CAMBOJA
Eq
u ad
or 0º

posturas coerentes com a ética, trabalhadores empregados


De 10 a 19,9
De 20 a 29,9 MALDIVAS
SRI LANKA
BRUNEI
M A L Á S I A

a justiça social e a garantia das nesse setor da economia; De 30 a 60 CINGAPURA


Sem dados
condições dignas de trabalho. Em isso acontece devido à alta Fronteira OCEANO ÍNDICO
I N D O N É S I A
TIMOR-LESTE

grupo, escolham uma indústria. participação da força de 90º L OCEANIA

Fonte: EMPLOYMENT in industry (% of total employment) (modeled ILO estimate) –


trabalho desses países no
Pesquisem se há exploração de European Union. The World Bank. Washington, DC, c2022. Disponível em: https://data.
setor terciário. worldbank.org/indicator/SL.IND.EMPL.ZS?locations=EU&view=map. Acesso em: 25 jul. 2022.
trabalho análogo à escravidão,
trabalho infantil ou em condi- 126
ções precárias, por exemplo,
sem cumprimento da leis tra-
balhistas. A partir dos dados
obtidos, analisem o problema e
elaborem uma campanha para
ser divulgada na comunidade,
promovendo a conscientização
sobre o tipo de trabalho envol-
vido na produção.

126
ENCAMINHAMENTO
O conteúdo desta página
possibilita posicionar o papel do
A PRODUÇÃO INDUSTRIAL NA EUROPA
Reino Unido e dos demais países
Como já estudamos, a Primeira Revolução Industrial aconteceu na Europa e colocou os países
que se industrializaram durante
do continente, sobretudo o Reino Unido, como líderes no processo de desenvolvimento capitalista
durante os séculos XVIII, XIX e início do século XX. No entanto, principalmente após a Segunda a 1a Revolução Industrial e ana-
Guerra Mundial, o continente foi perdendo a liderança e o processo de industrialização ocorreu lisar o contexto atual, com base
de maneira heterogênea, imprimindo contradições diante dos cenários da economia mundial. A na globalização e na localização
formação da União Europeia foi uma ação com o objetivo de superar as disputas entre os países flexível. Nesse contexto, o des-
europeus e dar uma resposta articulada a essa perda relativa de poder.
locamento da produção é feito
A perda da competitividade no setor industrial tem levado ao estabelecimento de políti-
cas regionais de apoio ao desenvolvimento, com os governos dando suporte em programas de forma rápida e as unidades
como Esprit (sigla para Programa Estratégico em Pesquisa da Tecnologia da Informação, em de produção estão dispersas em
inglês), para domínio de tecnologia de informação; Brite (Pesquisa Básica em Tecnologia Industrial diferentes países.
para a Europa), para melhora de produtividade da indústria de ponta; BAP (Plano de Ação em Como sugestão, faça uma
Biodiversidade), para domínio de biotecnologia; e Eureka, para cooperação entre empresas e insti-
tabela com produtos de marcas
tutos de pesquisa tecnológica-científica. As universidades e centros de pesquisas são fundamentais
para o desenvolvimento dos programas citados. europeias e a origem da pro-

SONIA VAZ
Nos gráficos, podemos observar as atividades industriais Europa: atividade industrial dução. A partir dos dados,
europeias. A maior porcentagem é de indústrias do setor de (2020) pode-se elaborar um planisfério
alimentos, seguido da indústria automobilística e metalúrgica. Alimentos, bebidas
colaborativo com a classe, utili-
e tabaco
Todas elas demandam alto desenvolvimento técnico e empre- Outros produtos
17%
zando as variáveis cor, tamanho
gam mão de obra qualificada. Em 2020, devido à pandemia, 28% Veículos
as indústrias europeias passaram por uma queda intensa na automotores e símbolos e apontando onde
e outros
produtividade; no entanto, devido às políticas de combate à equipamentos há produção; onde há maté-
de transporte
pandemia, da infraestrutura e dos avanços tecnológicos, a 15% ria-prima; onde há mercado;
recuperação aconteceu já no ano de 2021. Produtos
químicos
a presença de assalariados;
Fonte: EUROSTAT. File: Value of sold production by group of manufacturing 8%
Metais
onde estão as funções centrais
activity, EU, 2010 and 2020 (% share of total sold production).png. Statistics
Explained. [Luxemburgo], 13 jul. 2021. Disponível em: https://ec.europa.eu/
Borracha, plástico
e outros minerais
básicos e produtos
metálicos
da produção, como pesquisa,
Máquinas e
eurostat/statistics-explained/index.php?title=File:Value_of_sold_production_by_
group_of_manufacturing_activity,_EU,_2010_and_2020_(%25_share_of_total_
não metálicos
8%
equipamentos
10%
fabricados
13%
centro financeiro e mercado,
sold_production).png. Acesso em: 26 jul. 2022. entre outros.
Um livro que pode con-
SONIA VAZ

União Europeia: produção industrial (2005-2021)


(nível de atividade industrial*) tribuir para as discussões é
130
Da revolução Industrial
120
Inglesa ao Imperialismo,
110
100
de Eric Hobsbawm (Rio de
90 Janeiro: Forense Universitária,
80 2014). Trata-se de uma análise
70 detalhada do processo de
60
industrialização do Reino
50
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Unido desde 1750 até o século
Ano
*A produção industrial de 2005 equivale ao índice 100. XX, pós-guerras mundiais. O
Bens de consumo duráveis Bens de consumo não duráveis Bens intermediários
Bens de capital Total da indústria Energia
autor analisa também o declí-
nio do imperialismo britânico
Fonte: EUROSTAT. File: EU, Industrial production for total industry and main industrial groupings, 2005-2021
18-10-2021.png. Statistics Explained. [Luxemburgo], 18 out. 2021. Disponível em: https://ec.europa.eu/eurostat/ e a Grande Depressão entre as
statistics-explained/index.php?title=File:EU,_Industrial_production_for_total_industry_and_main_industrial_ 127 guerras mundiais.
groupings,_2005-2021_18-10-2021.png. Acesso em: 26 jul. 2022.

127
ENCAMINHAMENTO
Desenvolva esse conteúdo a
partir de exemplos, citando as
marcas que dominam o mercado O cenário europeu tem sido marcado por dois fenômenos muito característicos do sistema
de acumulação flexível: a desindustrialização e a desterritorialização industrial.
e onde as fábricas estão localiza-
Desindustrialização é a redução da participação das indústrias na economia de uma região,
das. É importante lembrar que as
como efeito do fechamento de fábricas ou do deslocamento da economia regional em direção
indústrias não desapareceram, aos setores primário e terciário.
elas mudaram sua localização. A desterritorialização industrial caracteriza-se pela transferência de parte das atividades
As marcas estão associadas às produtivas das empresas locais para outras regiões ou países. Isso se dá, principalmente, por meio
corporações e, nesse sentido, é da subcontratação ou terceirização das atividades transferidas.
possível ampliar o mapa colabo- A desindustrialização e a desterritorialização industrial provocaram sérias dificuldades para
rativo proposto, aprofundando a economia europeia, como altas taxas de desemprego, queda do nível de atividade econômica,
o tema ao indicar a localização redução de circulação de capitais e desarranjo social e econômico regional. Os países que mais
têm sofrido com a desindustrialização são Áustria, Bélgica, Polônia e Reino Unido.
delas e os produtos que são
As relações industriais vão além dos fluxos de matérias-primas, mercadorias e fluxos de
fabricados, como tênis, sabo-
capital. A descentralização industrial acontece dos países desenvolvidos para os países em desen-
nete, pneus, automóveis, entre volvimento, em busca de mão de obra barata para a última fase de produção, que exige menos
outros. As mudanças ocorrem técnicas e menor qualificação profissional. Nos países desenvolvidos, ficam localizados os centros
do ponto de vista da localização de pesquisa e desenvolvimento tecnológicos, estruturando, assim, um novo complexo produtivo.
das fábricas; a produção se fle- Observe a fotografia.
xibilizou e descentralizou.

JAMO IMAGES/SHUTTERSTOCK.COM
PARA AMPLIAR
Atividades extras
1. As grandes marcas e indústrias
atuam em diferentes setores,
como vestimentas, calçados
e acessórios e apresentam
forma similar de organização
industrial. Algumas possuem
patente estadunidense e seus
projetos e planejamentos
de propaganda são feitos
nos Estados Unidos, mas a
produção dos componentes
físicos e a costura dos tênis e
as roupas são realizadas por
Fábrica e centro de pesquisa de empresa multinacional farmacêutica em Turku, Finlândia, 2020.
chineses, coreanos e vietna-
mitas. Explique por que essa Têm-se, nesse cenário, mudanças no uso espacial das indústrias. A combinação é feita a partir
afirmativa está relacionada das proximidades das vias de escoamento da produção e da chegada de informação, que são
com a desterritorialização da fatores de localização tradicional das indústrias. Além disso, são considerados os investimentos
no desenvolvimento de técnicas e tecnologias, disponibilidade de especialistas e mão de obra
produção.
qualificada e presença de indústrias de tecnologia de ponta.
2. Escolham dois produtos que
vocês consomem. Descrevam 128
o caminho que eles fazem
para chegar até sua casa;
considerem a matéria-prima 3. A respeito do estado ou da cidade onde
utilizada, o processo produ- vocês moram, respondam:
tivo e o comércio (circulação). a) Há indústrias? De que tipo?
Façam um texto, um mapa b) Que tipo de mão de obra é empregada
ou um infográfico sobre o nessas indústrias?
trajeto percorrido até chegar
c) Essas indústrias empregam trabalhadores
ao consumidor.
infantis?

128
ENCAMINHAMENTO
Inicie o estudo sobre a Rússia
A indústria na Rússia pedindo aos estudantes que
escrevam um parágrafo sobre a
A Federação Russa está entre os países de maior importância econômica e geopolítica no
mundo por conta da sua grande dimensão territorial, do poderio bélico, da agricultura, dos história do país. Com base nesse
recursos energéticos e da capacidade industrial. conhecimento prévio, contex-
Tratar da economia russa, no século XXI, é falar, antes de tudo, de sua participação na tualize a história dos processos
geração e no fornecimento de energia. Além disso, o país é também um dos casos nos quais a vivenciados pela Rússia desde a
força produtiva se relaciona com as forças militar e geopolítica. Revolução de 1917.
A economia exportadora russa se baseia, sobretudo, em extração e transformação de petró- Apresente um mapa da União
leo, gás natural, metais e madeira. De acordo com o Banco Mundial, em 2020, o setor secundário,
Soviética no contexto da Guerra
responsável pela transformação de matérias-primas, respondia por 30% do PIB russo, enquanto
Fria. Nessa organização, havia
a agricultura era responsável por apenas 3,8%, obrigando o país a importar alimentos. Nesse
sentido, é possível constatar que a Rússia possui um forte setor industrial. Observe o mapa a seguir.
repúblicas federadas socialis-
tas independentes, autônomas
e regiões autônomas. Converse
Rússia: principais centros industriais (2010)
sobre os tipos de indústria pre-

ROBSON ROCHA
120° L
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Volume de produção
(em bilhões de rublos de 2010)
sentes na Rússia: siderúrgicas e
10 a 19
20 a 49
metalúrgicas, químicas e petroquí-
50 a 99 micas, de plásticos e de cimento,
100 a 199
200 a 799 de papel e celulose, além da
800 a 1 900 industrialização de alimentos.
olar Á
rtic
o Fronteira
Apresente o conceito de recon-
EUROPA Círculo P
versão, que muito contribui para
RÚSSIA
entender a dinâmica do processo
de industrialização: as indús-
trias do setor militar da época da
Guerra Fria foram alteradas para
diversificar a indústria russa.
ÁSIA 0 970 Analise o papel da Rússia na
produção de petróleo e de gás
Fonte: THE 250 LARGEST Industrial Centers of Russia (Top-250) – 2010. Urbanica. natural e a dimensão geopolí-
São Petersburgo, 28 fev. 2012. Disponível em: http://urbanica.spb.ru/en/research/ratings/250-
krupnejshih-promyshlennyh-tsentrov-rossii-top-250-2010/. Acesso em: 26 jul. 2022. tica na sua relação com os países
europeus e asiáticos.
A reconversão de muitas fábricas, antes ligadas ao setor militar, tem sido um dos veículos de Para analisar o processo indus-
expansão e diversificação da indústria russa. O Estado russo reaproveita a estrutura de fábricas trial russo, é interessante tratar
antigas, que antes possuíam determinada função, e a reconverte para outra função. As instalações das crises econômicas e políticas
e os equipamentos industriais ainda não passaram por um processo de modernização radical,
que levaram o socialismo sovié-
carecendo de base para a produção em moldes competitivos e de alta agregação de tecnologia.
Esse forte setor secundário tem efeitos também no poderio militar do país. A Rússia é uma
tico ao colapso em 1991.
potência em armas nucleares, na produção de tanques de guerra e aeronaves, além de possuir um Como sugestão de atividade,
grande exército. Assim, é possível perceber que a força do setor industrial do país está relacionada peça para os estudantes con-
ao desenvolvimento militar. versarem sobre os problemas
enfrentados pela população no
129 processo de transição. E, tra-
balhando com resolução de
problemas e argumentação, peça
que debatam sobre o modo em
que houve as rupturas na antiga
União Soviética e as consequên-
cias para a população. Analise, a
partir da leitura do mapa, a con-
centração industrial da Rússia,
que ainda é pequena conside-
rando seu papel geopolítico no
mundo.

129
ENCAMINHAMENTO
É interessante mostrar aos
estudantes a transição de
sistema político-econômico (do OS RECURSOS ENERGÉTICOS E A GEOPOLÍTICA
socialismo para o capitalismo)
Em fevereiro de 2022, teve início um conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia. Em
que ocorreu na União Soviética reação à invasão russa do território ucraniano, países da Europa Ocidental e os Estados
e agravou os problemas socioe- Unidos lideraram uma série de sanções contra a Rússia. Uma das medidas tomadas foi
conômicos da população. o cancelamento da inauguração do Nord Stream 2, um complexo de gasodutos que
Iniciou-se um período de desem- aumentaria o fornecimento de gás natural da Rússia aos países da União Europeia.
Leia o texto a seguir.
prego, altas taxas de inflação,
desabastecimento generalizado,
Um alto funcionário russo ameaçou cortar o fornecimento de gás natural da
queda de produção, descontrole Europa [...] em resposta a possíveis proibições de importação de petróleo que Moscou
da taxa de câmbio e do crédito pode enfrentar em breve por causa da invasão à Ucrânia.
e abalo no comércio exterior. “Em conexão com as acusações infundadas contra a Rússia … e a imposição da
A privatização das empresas proibição do Nord Stream 2, temos todo o direito de tomar uma decisão espelhada
estatais aconteceu de forma e impor um embargo ao bombeamento de gás através do gasoduto Nord Stream 1,
que hoje é carregado em o nível máximo de 100%”, disse o vice-primeiro-ministro
desordenada e com indícios de da Rússia [...].
corrupção. Comente com os A Rússia fornece cerca de 40% do gás da Europa. A Alemanha, a maior econo-
estudantes que, nesse período, mia do bloco, depende da Rússia para quase 50% de seu gás natural. O secretário
alguns poucos empresários de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse [...] que os EUA e aliados estão
explorando ativamente maneiras de proibir as importações de petróleo russo, o que
adquiriram as maiores empre-
prejudicaria ainda mais a economia da Rússia, enquanto tenta lidar com sanções
sas do país, particularmente econômicas incapacitantes.
dos setores de energia, minera- O Ocidente tem relutado
KLETR/SHUTTERSTOCK.COM

ção, construção civil, telefonia e até agora em impor sanções


televisão, e estabeleceram impé- significativas ao setor de
energia da Rússia por causa de
rios empresariais privados. Entre como isso pode afetar a eco-
1990 e 1998, a produção indus- nomia global, mas agora está
trial caiu 42,9% e o PIB, 45%. se aproximando de fazê-lo, à
Na pecuária, os rebanhos foram medida que a Europa trabalha
para diversificar suas fontes
reduzidos à metade, e o inves-
de energia.
timento na manufatura caiu a
RITCHIE, Hannah. Rússia ameaça
quase zero. Em 1998, a moeda cortar o fornecimento de gás da
russa (o rublo) desvalorizou-se Europa fechando gasoduto. CNN,
São Paulo, 8 mar. 2022. Disponível
mais de 75% em decorrência em: https://www.cnnbrasil.com.br/
Operários trabalhando na construção de parte do gasoduto
da crise financeira asiática de Nord Stream 2, que forneceria gás proveniente da Rússia
business/russia-ameaca-cortar-o-
fornecimento-de-gas-da-europa-
julho de 1997, cujos efeitos afe- para países da União Europeia, em Tachov, República fechando-nord-stream-1/. Acesso
Tcheca, 2020. em: 26 jul. 2022.
taram diversos países, incluindo
o Brasil. Em 1989, apenas 2% NÃO ESCREVA
No contexto da guerra, a Rússia ameaça cortar o fornecimento de gás natural para a Europa.
da população russa encontrava- NO LIVRO. Essa pode ser uma estratégia efetiva, pois muitos países europeus dependem do fornecimento
de gás russo. Além disso, um desabastecimento desse produto pode gerar inflação e pressões
-se abaixo da linha de pobreza. 1. No contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia, como a produção industrial no setor
No final de 1998, esse número energético está sendo utilizada como arma geopolítica?
políticas internas em cada país que teve o suprimento cortado. Com esse uso estratégico da sua produção
passou para 23,8%. No final de industrial, a Rússia busca enfraquecer o apoio dado ao país inimigo na guerra, ou seja, a Ucrânia.
1999, Vladimir Putin assumiu o 130
cargo de presidente. Ele promo-
veu reformas socioeconômicas
que ficaram caracterizadas pela
retomada do crescimento econô-
mico, mas também pela violência
contra as minorias étnicas, espe-
cialmente no Cáucaso.

130
ENCAMINHAMENTO
Pesquise notícias sobre a
economia do Sudeste Asiático,
A PRODUÇÃO INDUSTRIAL NA ÁSIA
para que os estudantes possam
Há grande variação das características da produção industrial nos países da Ásia. Para com-
comparar com as diferenças no
preender melhor essas diferenças, vamos analisar a indústria asiática nas diferentes regiões do
mundo ocidental. Uma indicação
continente.
é o artigo publicado pela página
Diálogos do Sul, disponível em:
Os Tigres Asiáticos https://dialogosdosul.operamundi.
Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura formam a primeira geração dos Tigres
uol.com.br/mundo / 74316 /
Asiáticos. Entre 1960 e 1990, impulsionados pelo capital de países ocidentais e asiáticos e por
uma nova lógica de especialização produtiva da divisão internacional e territorial do trabalho,
com-economia-mista-socialista-
esses países apresentaram rápido e forte processo de industrialização e crescimento econômico. vietna-triplica-pib-e-pobreza-cai-
Observe a fotografia. de-32-para-2-em-20-anos (acesso
em: 16 jul. 2022).

YUMI MINI/ISTOCK/GETTY IMAGES


Uma estratégia de aula pos-
sível é apresentar situações
distintas entre países do Ocidente
e do Oriente, principalmente
para evidenciar as semelhanças
e diferenças entre as dinâmicas
econômicas e culturais existentes.
Pode ser o momento de tratar
do tema de forma mais focada
na dinâmica política, econômica
e cultural do Oriente. Outra pro-
posta de aula interessante é a
híbrida, que tem como objetivo
contemplar diferentes situações
Arranha-céu Taipei 101, um dos maiores edifícios do mundo e símbolo do poder econômico de de aprendizagens.
Taiwan, em Taipé, Taiwan, 2019. Mesmo em uma aula de 45
Atualmente, os índices sociais desses países são comparáveis aos de países considerados minutos, é possível dividir os
desenvolvidos. Suas economias são diversificadas e, além de bens de consumo, exportam equi- estudantes em grupo e traba-
pamentos e produtos de alta tecnologia. Contudo, esses países não são homogêneos, pois não lhar por estações, por exemplo.
têm a mesma formação econômica e social nem o mesmo nível de desenvolvimento econômico Pode-se iniciar com duas ou três
e industrial. Hong Kong, inclusive, faz parte da China como um território autônomo. estações e seguir o ritmo da aula.
Países do Sudeste Asiático, como Filipinas, Indonésia, Malásia, Tailândia e Vietnã passaram Cada estação terá 12 minutos e
pelo processo de industrialização posteriormente e, por isso, são denominados Novos Tigres
será organizada com orienta-
Asiáticos. Recentemente, esses países começaram a diversificar suas indústrias, direcionadas, em
especial, para a exportação de bens de consumo. Os Novos Tigres Asiáticos também oferecem
ções por escrito. Os estudantes
mão de obra barata e ainda dependem de investimentos estrangeiros, principalmente de capitais passam por elas, que devem ter
japoneses e dos Tigres Asiáticos pioneiros. Mesmo com a industrialização, grande parte da mão níveis de complexidades distintas,
de obra nesses países ainda é empregada em atividades primárias. e assinalam o tempo do percurso.
Eles são os protagonistas do pro-
131 cesso de aprendizagem, com
a mediação do professor. Uma
aula híbrida não é expositiva; os
estudantes executam a atividade. Cada estação possui um nome,
por exemplo: China (mapas temáticos), Japão (documentos his-
tóricos) e Tigres Asiáticos (artigos recentes), com o objetivo de
compreender as dinâmicas de cada país. É preciso planejar o que
fazer (o que será produzido), como fazer (como será executado)
e por que fazer (o que farão). No planejamento, definem-se os
objetivos, os conteúdos conceituais e procedimentais, os recursos
utilizados, qual será a produção dos estudantes e o que obser-
var durante a aula para avaliar se os objetivos foram cumpridos.

131
ENCAMINHAMENTO
Neste momento, reforce a
ideia sobre a importância da
educação para esses países Em linhas gerais, pode-se dizer que o sucesso relativo do desenvolvimento dos Tigres Asiáticos
resulta:
conseguirem se destacar no
processo de desenvolvimento • da participação dos governos na orientação da economia, seja por investimentos diretos
(empresas estatais), seja pela coordenação de atividades econômicas, seja por políticas públi-
econômico industrial. Para que
cas de indução econômica;
acontecessem essas reformula-
• da proteção às indústrias nascentes, com restrições de importação, subsídios diretos e indi-
ções, os governos investiram em
retos e financiamento público;
ensino obrigatório em todos os
• dos investimentos no setor de educação pública, de extensão e nos centros nacionais de
níveis e tornaram-se referências
pesquisa científica e tecnológica;
internacionais na qualificação
• do direcionamento preferencial da produção industrial para a exportação, incluindo a instituição
de mão de obra e na pes- de agências públicas de fomento de comércio exterior e de promoção comercial no exterior;
quisa científica, destacando a
• do investimento na produção de alimentos, com o objetivo de alcançar a autossuficiência
ampliação dos cursos de enge- no setor;
nharia, importante setor para a • do investimento em transportes, geração e distribuição de energia, telecomunicações e
indústria. demais serviços;
• do uso intensivo de mão de obra no setor industrial;
• da adoção de tecnologias de última geração na produção industrial e na fabricação de bens
com maior valor agregado. 1. Porque se destacaram economicamente por um modelo particular
de industrialização, acelerada e com grande participação de capital
japonês e de países ocidentais. O nome é uma referência à rapidez e à
O Sudeste Asiático força que marcaram esses processos de industrialização (características
associadas aos tigres).
Como você estudou anteriormente, muitos países do Sudeste Asiático passaram por um acelerado
processo de industrialização a partir de 1980, com notáveis transformações de suas cadeias produtivas
nos mais diversos setores econômicos: tecnologia, agricultura e pesquisa e desenvolvimento.
Ainda assim, mesmo com a implantação de técnicas de produção mais sofisticadas, as más
condições de trabalho não deixaram de existir, sobretudo em países como Laos e Camboja. As
mudanças do perfil industrial no Sudeste da Ásia relacionam-se com as estratégias de investidores
em aproveitar a grande oferta de mão de obra, as isenções fiscais e a necessidade de aumentar
a produtividade frente às novas demandas de consumo mundial.
NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

1. Por que países como Coreia do Sul,


Taiwan e Cingapura são chamados
de Tigres Asiáticos?
2. Pesquise a principal característica
ROBERT ANG/SHUTTERSTOCK.COM

socioeconômica que aproxima


o Vietnã da Tailândia e que os
diferencia dos demais Tigres
Asiáticos pioneiros.

Centro indústrial em Jurong, Cingapura, 2019.


2. Vietnã e Tailândia experenciaram o processo de industrialização e consequente desenvolvimento
econômico posteriormente aos países da primeira geração de Tigres Asiáticos, como Coreia do Sul, Taiwan
132 e Cingapura. Além disso, as atividades do setor primário ainda possuem grande relevância nos dois países
e os índices sociais não são tão elevados quanto os dos Tigres Asiáticos pioneiros.

132
ENCAMINHAMENTO
Este conteúdo potencializa o
FÓRUM aprendizado sobre a localização
flexível das fábricas. Converse
O sucesso da estratégia de desenvolvimento dos Tigres Asiáticos com os estudantes sobre as
Nas últimas décadas, os Tigres Asiáticos têm apresentado intenso desenvolvimento
mudanças das relações entre
econômico. Leia o artigo e, depois, analise o gráfico a seguir.
as empresas e a contratação de
A estratégia de desenvolvimento dos Tigres Asiáticos pode ser considerada mão de obra, que terceiriza diver-
um caso de sucesso na conquista de melhores condições econômicas e sociais para sos setores da produção.
o conjunto da população e para a soberania nacional. Ao contrário da América
Latina e Caribe (ALC) que adotou uma estratégia de “substituição de importações”,
Converse também sobre as
o modelo implementado por Hong Kong, Singapura, Taiwan e Coreia do Sul (os 4 ondas de desenvolvimento eco-
Tigres Asiáticos ou NIC: Newly Industrialized Country) se mostrou mais efetivo e mais nômico na Ásia, que começaram
vitorioso na conquista de alto padrão de vida para seus habitantes. com a China, Coreia do Sul e
[...]
Entre 1980 e 2020, a renda per capita, a preços correntes, se multiplicou por 20,7
Cingapura e, em meados dos
vezes na Coreia do Sul, 16,3 vezes em Taiwan, 12 vezes em Singapura e 10,4 vezes em anos 1980, iniciam a chamada
Hong Kong. Os 4 Tigres em conjunto tiveram um aumento de 17,2 vezes na renda per segunda onda, composta por
capita. Já os EUA tiveram um aumento de 5,3 vezes e a União Europeia de 5,1 vezes. Tailândia, Malásia, Vietnã e
O pior desempenho foi da ALC com aumento de somente 3,8 vezes no período. O
Indonésia, passando de uma
desempenho do Brasil foi muito parecido com a média da ALC, mas o aumento da
renda entre 1980 a 2020 foi de 3,6 vezes, um pouco pior do que a média da região. economia de base agrícola para
produtoras de bens industriais.
ALVES, José Eustáquio Diniz. O sucesso da estratégia de desenvolvimento dos Tigres Asiáticos. Ecodebate, [Rio
de Janeiro], 27 fev. 2019. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2019/02/27/o-sucesso-da-estrategia-de- Proponha aos estudantes que
desenvolvimento-dos-tigres-asiaticos-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/. Acesso em: 18 jun. 2022.
pesquisem as bases econômicas
no período fordista e taylorista

SONIA VAZ
Países e regiões selecionados: renda per capita,
em preços correntes (1980-2022) dos países asiáticos. Depois das
Renda per capita
(em milhares de US$)
informações obtidas por fotogra-
100 fias, dados e mapas, comparem
75 as diferenças e as semelhanças
50 entre as mudanças da economia
25
agrícola para a industrial na pri-
meira e na segunda onda dos
0
1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2022 Tigres Asiáticos.
Ano
Estados Unidos Cingapura Taiwan América Latina É interessante ler o texto que
e Caribe
União Europeia Hong Kong
(Região Administrativa Especial)
Coreia do Sul
trata localização industrial, do
livro Glossário de Geografia
Fonte: INTERNATIONAL MONETARY FUND. GDP per capita, current prices: U.S. dollars per capita. IMF.
Washington, DC, c2021. Disponível em: https://www.imf.org/external/datamapper/NGDPDPC@WEO/
Humana e Econômica, orga-
WEOWORLD/USA/KOR/WE/EU/SGP/HKG/TWN. Acesso em: 26 jul. 2022. nizado por Eliseu Savério Sposito
NÃO ESCREVA
1. Espera-se que os estudantes apontem que o modelo de desenvolvimento dos Tigres Asiáticos foi (Unesp, 2017, página 241). Esse
NO LIVRO. muito bem-sucedido, uma vez que esses países experimentaram crescimento acelerado no período de
1980 a 2022. Eles podem apontar que Cingapura ultrapassou o nível de renda dos Estados Unidos, livro ajuda a compreender as
1. De acordo com o texto e o gráfico, discuta com os colegas os resultados que a Coreia do Sul dinâmicas espaciais, econômicas
econômicos obtidos pelos Tigres Asiáticos de 1980 até 2022. Deem exemplos para e Taiwan
possuem nível de renda semelhante ao da e urbanas no mundo.
justificar as conclusões a que chegaram.
União Europeia e que a renda per capita
de Hong Kong supera o índice da UE.
133

133
ENCAMINHAMENTO
Uma abordagem interessante
sobre a China é a relevância das
Quatro Grandes Invenções da As indústrias chinesas
China Antiga: o papel, a pólvora, A organização espacial da indústria chinesa, aliada ao projeto político do capitalismo de
a bússola e o texto impresso. Estado chinês, só foi possível graças às grandes reformas econômicas do governo liderado por
Além dessas invenções relacio- Deng Xiaoping, entre 1978 e 1992. Nesse processo, a China incorporou elementos neoliberais à
nadas à comunicação – papel sua política econômica sob controle centralizado do Estado, promoveu a abertura comercial e o
investimento externo e acabou com o isolamento do país no mundo. Na reforma de Deng, havia
e texto impresso –, orientação
quatro pilares para as modernizações: agricultura, indústria, defesa do país e ciência.
espacial e defesa, os chineses
Na década de 1990, grande parte do país estava aberta aos investimentos estrangeiros
tinham uma sofisticada rede de diretos. Como incentivo para atrair o capital internacional e favorecer o desenvolvimento econô-
canais de navegação e irrigação, mico, a China investiu em um programa de melhorias na infraestrutura. Além da construção da
operavam em fornos metalúr- usina hidrelétrica de Três Gargantas e da transposição das águas do Rio Yang-Tsé, o programa
gicos e produziam macarrão. envolveu a ampliação dos sistemas ferroviário e rodoviário, melhorando a interligação entre o
Até o século XVII, era a região interior do país e as regiões litorâneas.
na Ásia mais avançada. Essas Uma das principais medidas de abertura da economia chinesa foi a criação das Zonas
informações contribuem para a Econômicas Especiais (ZEEs). As ZEEs são regiões planejadas e financiadas pelo governo chinês para
a produção de mercadorias industriais para exportação. As sedes administrativas dessas divisões
superação de estereótipos sobre
territoriais estão estrategicamente instaladas em diversas cidades nas planícies e no litoral, em
os chineses. virtude do fácil acesso aos portos, a fim de favorecer a troca de mercadorias e o desenvolvimento
Converse com os estudantes da economia de mercado, como pode ser observado no mapa.
sobre a história da formação do
povo chinês, resgatando princi- China: Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) (2015)
palmente o século XX, para que

ALLMAPS
100° L
RÚSSIA
entendam a dinâmica atual do
processo econômico. Proponha
Harbin
uma pesquisa sobre as novas Litoral: espaço de abertura
econômica e modernização CAZAQUISTÃO Changchun
tecnologias de 5G e 6G e as dis- Economia associada ao litoral;
reserva de mão de obra
MONGÓLIA
Fushun
putas entre os Estados Unidos Oeste: espaço pouco povoado;
reserva de matéria-prima
Pequim
Shenyang
COREIA
Cidade portuária aberta DO NORTE
e a China relacionadas a essas ao capital estrangeiro QUIRGUISTÃO Urumqi (Beijing)
Dalian
Zona Econômica
tecnologias. Especial (ZEE) Baotou
Tianjin
COREIA

g -Ho
DO SUL

a r elo)
Polo industrial-urbano;
poder econômico e político an
Taiyuan Qingdao
Ho m Jinan do Japão
(A
Praça financeira
(bolsa de valores) Lianyungang
Lanzhou
Migração rural Sian Nanquim
(população flutuante) Xangai
CHINA Wuhan Pudong
Fluxo de investimentos Tsé-Kiang Ningbo
estrangeiros ng zul)
Chengdu (A
Ya

Lhasa Wenzhou
Fronteira
Chongqing
NEPAL Chongsha
Centro industrial Fuzhou
Xiamen
ÍNDIA BUTÃO TAIWAN
Kunming Shantou
Trópic Guangzou da Europa e
o de Câ América do
ncer Shenzhen
Zhuhai Norte
Beihai HONG KONG

Fonte: FERREIRA, MIANMAR Haikou


Graça Maria Lemos. LAOS da Asean FILIPINAS
I. Hainan
Moderno atlas OCEANO
geográfico. São ÍNDICO
OCEANO
Paulo: Moderna,
0 398 TAILÂNDIA VIETNÃ PACÍFICO
2016. p. 50.

134

134
ENCAMINHAMENTO
Como sugestão de leitura
Atualmente, a China conta com empresas de diversos tipos: empresas de propriedade estatal para compreender e aprofun-
(EPS), coletivas (de propriedade conjunta de seus trabalhadores), de capital misto (joint ventures dar temas como China e Tigres
com capital estrangeiro), de capital estrangeiro e empresas privadas chinesas. Essas empresas se Asiáticos, pode-se ler Giovanni
beneficiam do enorme mercado interno da China, que possui cerca de 1,4 bilhão de habitantes, Arrighi, A ilusão do desenvol-
infraestrutura moderna e política econômica voltada para a exportação. vimento (Vozes, 1997). O autor
Após ser aceita na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, a China vem redu-
analisa as relações de mercado
zindo suas infrações às regras internacionais de defesa de patentes e de direitos intelectuais e tem
participado dos fóruns em que se discutem impactos ambientais, como diminuição da poluição
e de produção e a relação entre
atmosférica. capital e trabalho, tendo como
A China se empenhou, a partir de 1998, na construção de um sistema rodoviário interesta- base de estudos os países do
dual maior do que o estadunidense, ao mesmo tempo que construiu ou está prestes a terminar centro e da periferia, com des-
a construção de novos aeroportos nas principais cidades chinesas, contribuindo, assim, para a taque para os países do Leste
reativação e a expansão da antiga Rota da Seda. Asiático e da China. Outra suges-
Assim, podemos dizer que um dos fatores que contribuíram para o crescimento econômico da tão de leitura é de Elias Jabbour,
China foi o alto investimento estatal na educação e na ciência para o desenvolvimento industrial.
China: socialismo e desenvol-
O objetivo para 2025 é implementar projetos com apoio do Estado em áreas estratégicas que
vimento sete décadas depois
aumentem a eficácia da produção para os mercados internacionais. Esse projeto recebeu o nome
de Made in China e tem como objetivo atender às seguintes áreas: inteligência artificial e robótica; (Anita Garibaldi, 2021). O autor
conectividade 5G e 6G; equipamento espacial e aviões; veículos movidos a energia alternativa; analisa o processo de desen-
biomedicina e aparelhos médicos de alta performance; e tecnologia de informação. volvimento econômico chinês,
tratando da história da constru-

XU BINGJIE/XINHUA/AFP
ção da política e da economia da
sociedade chinesa.
Como atividade, pode-se
organizar uma pesquisa de
documentos, principalmente
fotografias e jornais de diferen-
tes períodos, sobre as mudanças
políticas e econômicas que ocor-
reram na China. Além disso,
pode-se propor estudos históri-
Parque
industrial em cos de como ela se tornou uma
Yibin, China, potência mundial. Os temas
2022.
podem ser trabalhados por
NÃO ESCREVA grupos e, depois da pesquisa
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
e da elaboração de um texto
jornalístico, propor que apresen-
1. Quais foram os principais fatores econômicos responsáveis por tornar a China uma
potência mundial? Consulte resposta em orientações didáticas.
tem e debatam sobre o papel da
China na geopolítica mundial.
2. O que são as ZEEs? Qual é a importância delas para a expansão da economia
chinesa? Consulte respostas em orientações didáticas.

135

PENSE E RESPONDA
Atividades
1. A partir da década de 1980, a China passou por um processo de estímulo e implementação
da sua modernização econômica, promoveu reformas e diversificou o tipo de organização
das empresas, estatais e coletivas, por exemplo. Ao entrar para o OMC, seguiu as regras
internacionais e melhorou seu empenho econômico em relação às exportações e importa-
ções e investiu nas estradas e portos.
2. São Zonas de Economia Especial que abriram caminho para o desenvolvimento econômico
chinês. Nelas, as cidades são planejadas e organizadas para a produção industrial de exportação.
135
ENCAMINHAMENTO
Comece o conteúdo lendo
o mapa para tratar dos tipos
de indústrias e a localização A industrialização do Japão
delas. Aproveite para traba- Atualmente, o Japão é uma das maiores e mais importantes potências econômicas do con-
lhar os princípios geográficos tinente asiático, ocupando o quarto lugar na economia mundial em 2022, de acordo com dados
distribuição, ordem, arranjos divulgados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Embora, hoje, o país tenha grande impor-
e localização para entender tância internacional, até a segunda metade do século XIX, seu mercado permaneceu fechado
para as trocas comerciais com países ocidentais devido a questões políticas.
por que elas estão onde estão,
O Japão é responsável pela criação de um dos modelos industriais mais difundidos pelo
pergunta que pode ser feita
mundo, o toyotismo, criado pelo dono das indústrias automobilísticas Toyota. Nesse modelo
para levantar o conhecimento produtivo, não existem estoques e
prévio dos estudantes e a partir a produção é ditada pelo ritmo do Japão: energia e indústria (2004)
dela relacionar com a maté-

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


consumo. Indústria Energia
Metalúrgica Gás natural
ria-prima, as importações e a Foi com a adesão de um sistema Petroquímica Central nuclear

capacidade de industrialização industrial com um processo mais Siderúrgica Gasoduto


Sapporo
Mineração
do país. Em relação à imagem, eficaz, com alto investimento em tec- Química

é possível conversar sobre a nologia e especialização da produção, Papel


Aeronáutica
que, hoje, o setor industrial do Japão Aomori
configuração da indústria no Automóveis
é um dos maiores e mais importantes Têxtil
território. Converse com os
40° N
Cimento Mar do Japão
da Ásia e do mundo.
estudantes sobre as mudanças Devido à extensão territorial
Estaleiros
Vidro
(Mar do Leste) Yamagata
Sendai
nas linhas de produção com do país, as indústrias estão concen- Eletrônica e
telecomunicações
Niigata
Fukushima
OCEANO
base no toyotismo e compare tradas no litoral, próximas às zonas Toyama Utsunomiya
Mito PACÍFICO
com as demais, relacionando portuárias. As cidades de Tóquio,
Kyoto Tóquio
técnica, tecnologia e inovação. Yokohama, Nagoya e Osaka estru- Kobe
Shizuoka
Yokohama
turam-se como as principais zonas Hiroshima População ocupada

PARA AMPLIAR
Nagoya na indústria e energia
industriais do país. No mapa a seguir, Fukuoka
Nagasaki (% da população total)

podemos observar a organização do Kumamoto Osaka Menos de 1,5

Texto complementar espaço industrial do Japão.


Entre 1,5 e 3
Entre 3 e 5
Uma coisa era fiar e tecer Entre 5 e 7

algodão; outra muito diferen-


Mais de 7
Fonte: CIVITA, Roberto (ed.). Atlas National 0 175 Capital
te era fabricar as máquinas Geographic: Ásia II. São Paulo: Abril, 2004. v. 8,
140° L
Cidade
p. 92.
que faziam o trabalho. A KYODO NEWS/GETTY IMAGES
fiação de algodão era um As principais produções
portão de acesso à indús- industriais do país são ferro, aço,
tria moderna relativamente automóveis e navios. A maior
fácil, como demonstrado pe- empresa de aço do país tem uma
lo desempenho precoce na produção anual de mais de 9
Catalunha, no Egito e no milhões de toneladas. Além disso,
Brasil. Alguém tinha só que o setor investe em pesquisas cien-
comprar as máquinas, nor- tíficas para melhoria e inovação em
malmente de um fabricante produtos e processos de produção
britânico que então enviaria e atua em parcerias com outras
os técnicos para colocá-las indústrias de aço no mundo.
em funcionamento e, se ne- Observe a fotografia a seguir.
cessário, para mantê-las em
funcionamento. Essas fábri- 136 Indústria de aço em Kure,
Japão, 2021.
cas poderiam, então, suprir
tecelões manuais domésti-
cos e, abracadabra, o feitiço
estava feito: tinha-se o si- portos e estaleiros. O governo desempe- e atitudes formadas pela experiência de
mulacro de uma revolução nhou um papel crítico nisso, financiando a um artesanato de trabalho em equipe e
industrial. pesquisa no exterior, trazendo especialis- com supervisão.
Desde cedo, os japoneses tas estrangeiros, construindo instalações [...]
decidiram ir além dos bens e subsidiando empreendimentos comer- Assim nasceu a Tokyo Electric Light
de consumo. Se era para ciais. Mais importante, porém, foram o Company (Telc). Inicialmente, a Telc fa-
terem uma economia moder- talento e a determinação dos patriotas bricava pequenas unidades geradoras
na, eles tinham que dominar japoneses, prontos para mudar de carrei- domésticas e instalações elétricas para
o trabalho pesado: fabricar ra pela causa nacional; e a qualidade dos fábricas, firmas comerciais e estaleiros.
máquinas e motores, navios trabalhadores japoneses, especialmente Ela passou, em 1887, a suprir energia para
e locomotivas, ferrovias e os artesãos, com talentos desenvolvidos uso público. Naquele mesmo ano, compa-
136
ENCAMINHAMENTO
Para analisar o papel da
Quarta Revolução Industrial, é
A INDÚSTRIA NA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
importante associar a discussão
A chamada Quarta Revolução Industrial envolve o setor de tecnologia da informação (TI) e
sobre o papel do conhecimento
mudanças nas formas de produzir e monitorar os processos produtivos. Trata-se de uma articu-
científico e da pesquisa em um
lação entre sistemas de softwares e aplicativos controlados remotamente e fábricas inteligentes
robotizadas para a produção em larga escala com precisão, a partir dos quais os sistemas de
país. Reportagens em revistas
automação e computação podem se comunicar entre si e com seres humanos em tempo real. e jornais de economia indicam
Essa revolução compreende também pesquisas e aplicações com base em nanotecnologia, design, que, entre as 500 maiores
neurociência, biotecnologia, armazenamento, veículos aéreos não tripulados (Vants), impressoras empresas do mundo em 2019,
3D e o advento do 5G. 62% estão situadas em quatro
Os desejos de consumo são atendidos de forma quase instantânea, pois as tecnologias e os países: Estados Unidos, China,
sistemas financeiro e informacional, unidos, reduzem o tempo de espera e permitem ofertar ao Japão e França. Os grupos-se-
consumidor o produto que ele deseja. Nesse processo, há um aumento da circulação do capital
des das grandes empresas se
global e a maximização do lucro de empresas dedicadas ao uso de tecnologias mais avançadas.
localizam nesses países e contam

JBCARVALHO PHOTOGRAPHY/ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA


com o apoio científico de univer-
sidades e polos tecnológicos. O
Brasil sediava 1,6% das empre-
sas, sendo a Petrobrás uma das
mais importantes. Atualmente
se discute a fuga de cérebros:
cientistas brasileiros que são
contratados por empresas inter-
nacionais e acabam saindo
do Brasil, impactando nega-
tivamente o desenvolvimento
econômico do país.
Edifício do International Iberian Nanotechnology Laboratory (Laboratório
Internacional Ibérico de Nanotecnologia), em Braga, Portugal, 2020. O INL foi
fundado pelos governos de Espanha e Portugal para promover a pesquisa e a
PARA AMPLIAR
aplicação de nanotecnologia. Indicação para o
Outras características que marcam as transformações da Quarta Revolução Industrial são a professor
descentralização do petróleo como principal fonte energética, a busca por fontes renováveis para • MARQUES, Fabrício. A corrida
subsidiar as formas de produção com maior eficiência e a criação de novos mercados nos setores da Indústria 4.0. Pesquisa
de ciência de ponta, tecnologia e inovação. Há também investimentos na exploração do grafeno, Fapesp, São Paulo, ed. 259,
do cobalto e do lítio e nas trocas cada vez mais imateriais com base em um dinheiro transformado set. 2017. Disponível em:
em relação de crédito e débito. Os centros dessa revolução são megacorporações da China, do https://revistapesquisa.fapesp.
Japão, da Coreia do Sul, de países da Europa Ocidental e dos Estados Unidos, que cada vez mais br/a-corrida-da-industria-4-0/.
investem e controlam o mercado de tecnologias aplicadas. Acesso em: 16 jul. 2022.
O Brasil, apesar de apresentar pesquisas e desenvolvimento de tecnologias em universidades
Esse artigo da revista cien-
e empresas, apresenta contradições, como a falta de investimentos, o que acarreta problemas
tífica Pesquisa Fapesp ajuda
como falta de mão de obra e fuga de cérebros.
a entender como o Brasil está
137 neste contexto da Quarta
Revolução Industrial.

nhias similares iniciaram operações em tão, o Japão confirma o modelo “catch-up”:


Kobe, Kyoto e Osaka; dois anos depois, em vale a pena chegar atrasado.
Nagoya e Yokohama – 33 companhias, no LANDES, David S. The Wealth and Poverty of
total, até 1896. Em 1920, motores elétricos Nations: Why Some Are So Rich and Some So
primários respondiam por 52,3% da capa- Poor. Tradução: Artur Araújo. New York: W. W.
cidade de geração na indústria japonesa. Norton, 1999. p. 350, 380-81.
Os dados norte-americanos correspon-
dentes eram de 31,6% em 1919, atingindo
53% somente em 1929. A Grã-Bretanha foi
ainda mais lenta, com 28,3% em 1924. No
que diz respeito a energia e potência, en-
137
ENCAMINHAMENTO
O conteúdo tratado nesta
página contribui para desenvol-
ver a habilidade EF09GE11 ao AS NOVAS FORMAS DE TRABALHO
tratar das transformações no Com as transformações nos espaços industriais, intensificados pelo período de pandemia de
mundo do trabalho. covid-19, as formas de trabalho também passaram por mudanças. Empresas podem manter parte
Para aprofundar o tema, dos seus trabalhadores em home office (teletrabalho), o que tira a necessidade de uma grande
sugere-se a leitura do livro de estrutura física para realização das atividades. Além disso, tornou-se possível distribuir a linha de
Saskia Sassen, Sociologia da produção por diversos lugares de um país e até mesmo do mundo.
Globalização (Penso, 2010) Os novos regimes de trabalho, possibilitados pelas redes tecnológicas digitais, constroem
novos modelos fabris, semelhantes às fábricas tayloristas do século XX. As atividades são divididas
com destaque para o capítulo
e feitas de maneira repetitiva, cada um executa sua função em lugares diferentes, contribuindo
3, “O Estado confronta a eco- para o desenvolvimento do capital empresarial que compra sua força de trabalho.
nomia global e as redes digitais, Entregadores, engenheiros de softwares, analistas de controle de qualidade, gerentes de
que ajuda a entender a dinâ- conteúdos de marketing, entre outras funções, são exemplos de atividades desempenhadas pelas
mica das mudanças no mundo chamadas fábricas digitais. Com as plataformas de trabalho, que podem ser gerenciadas e
do trabalho”. monitoradas por quem dita a produção, as indústrias se expandem territorialmente. Não há mais
Um aspecto desse debate limites físicos de um ou dois prédios em uma ou mais cidades. As novas tecnologias, que permi-
tem trabalhos remotos, trazem para as indústrias um novo cenário: redução dos custos em sedes
é a terciarização da economia
físicas, da quantidade de trabalhadores e do custo da produção, que é acompanhada do aumento
mundial, que está relacionada às
da demanda produtiva. Além disso, ocorre
mudanças industriais provocadas Brasil: proporção de mesas de o fenômeno de terceirização dos serviços
SONIA VAZ

pelas grandes transformações negociação com cláusulas de que não estão diretamente relacionados ao
tecnológicas de informação e trabalho remoto, por setor desenvolvimento produtivo, como acontece
econômico (2019 e 2020)
comunicação. O setor terciário com o transporte e a entrega dos produtos.
da economia impacta na estru- 2019 2020 Esse é um fenômeno de caráter mundial
tura dos empregos e na maneira (% de mesas de (% de mesas de (% de mesas de e que ocorre, também, no Brasil. No gráfico,
negociação com negociação com negociação com
cláusulas de cláusulas de cláusulas de podemos observar o número de negociações
como o território se configura na trabalho remoto) trabalho remoto) trabalho remoto)
20 20 20 entre patrões e trabalhadores que envolvem
medida em que fatores como 17,5
16,3 cláusulas de trabalho remoto no país em
região de influência, fluxos de 15 15 15
2019 e 2020.
mercadorias e infraestrutura 10 10 10
9,7

influenciam, por exemplo, a hie- Os dados comparados são do período pré-


rarquia das regiões mundiais,
5 5 5
2
-pandêmico e pandêmico. No entanto, essa
1,3 0,8
que são polarizadoras, isto é, 0 0 0
transformação das formas de trabalho foi
Serviços Comércio Indústria mantida em muitos setores, fazendo com que
influenciam e atraem, favore- (% de mesas de (% de mesas de (% de mesas de o número de trabalhadores desempenhando
cendo a dinâmica ou não da
negociação com negociação com negociação com
cláusulas de cláusulas de cláusulas de trabalho de maneira remota ou com escalas
trabalho remoto) trabalho remoto) trabalho remoto) de trabalho presencial e remoto aumentasse.
produção. 20 20 20

Sugere-se também o capí-


15 15 15 13,7
tulo “Terciarização”, dos autores Fonte: PORTELA, Raíssa; OLIVEIRA, Nelson. Perspectiva
de trabalho híbrido no pós-pandemia mobiliza
Márcio R. Silveira e Nelson Felipe Jr. 10 10
6,9
10
organizações e legisladores. Brasília, DF: Senado
no livro Glossário de Geografia 5 5 5
Federal, 18 mar. 2022. Disponível em: https://
www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2022/03/
Humana e Econômica, organi- 0,8 1,1 1 1,2 perspectiva-de-trabalho-hibrido-no-pos-pandemia-
0 0 0 mobiliza-organizacoes-e-legisladores. Acesso em: 17
zado pelo Prof. Eliseu S. Sposito Rural Outros Total
jun. 2022.
(Unesp, 2014).
138
PARA AMPLIAR
Texto complementar
Criadas como alternativas às tes para o modo como o neoliberalismo produtos informacionais-digitais, tais co-
corporações, elas logo mos- se organiza atualmente junto às novas mo computação em nuvem, indústria 4.0,
traram ser o meio mais eficaz tecnologias digitais e também na forma blockchain e inteligência artificial.
de espoliar de direitos, invadir como as desenvolve e orienta; aproprian- GERBASI, Vinicius Gerbasi. Como usar as
a privacidade e vigiar. Porém, do/controlando dados e conhecimento. plataformas de trabalho contra o capital.
ainda há espaço para iniciativas Nos dias de hoje, a produção do valor se Outras Palavras, São Paulo, 29 abr. 2022.
que revertam os algoritmos em tornou também baseada no tratamento Disponível em: https://outraspalavras.
favor das maiorias algorítmico de dados nas plataformas, net/tecnologiaemdisputa/como-usar-as-
A financeirização e a re- na financeirização da economia e no sur- plataformas-de-trabalho-contra-o-capital/.
Acesso em: 21 ago. 2022.
estruturação produtiva são gimento de serviços financeiros (como
elementos determinan- moedas digitais) e em outros serviços e
138
ENCAMINHAMENTO
A proposta desta página é
mostrar uma forma de trabalho
GAMES , NOVA FRONTEIRA NO COMBATE CULTURAL
que parece ser divertida, por se
As novas formas de produção e de mercadorias dão origem a novos tipos de tratar de testar jogos, mas pode
trabalho. Um exemplo disso é a criação de jogos e formação de clubes de eSports. No
causar problemas de saúde e
texto a seguir, podemos observar como se estrutura a linha produtiva dos jogos digitais.
até mesmo vícios que precisam
[...] ser tratados com acompanha-
[...] a divisão de trabalho na indústria de games estrutura desigualdades e invisi- mento médico. Esse tipo de
bilidades no setor [...]. Isso significa considerar desde o trabalho não pago de modders trabalho pode ser temporário,
e testadores até a predominância branca e masculina no segmento [...]. As condições muitas vezes sem direitos tra-
sociais de muitos desses trabalhadores, como não ter responsabilidades com filhos
balhistas. Desde a década de
ou trabalho doméstico, ajudam a explicar a própria composição da força de trabalho
no setor. As condições precárias de trabalho também envolvem a área de eSports. No 1980, nos Estados Unidos, já se
Brasil, o Ministério Público do Trabalho abriu inquérito para investigar as condições utilizava o trabalhador temporá-
de trabalho e os impactos na saúde de trabalhadores em clubes de eSports. rio, e esse tipo de proposta tem
[...] aumentado nas últimas décadas.
Em meio a esse cenário, os trabalhadores da área de games estão se reconhe- A França também se tornou um
cendo como trabalhadores e se organizando coletivamente, como o Game Workers
Unite (GWU), movimento internacional de base com objetivo de sindicalizar a indús-
grande empregador dessa mão
tria de games, convocando os trabalhadores a se organizarem, de baixo para cima, a de obra.
partir de células locais. O GWU já está presente em doze países, inclusive Argentina O livro Sem logo: a tirania
e Brasil. As lutas são para reduzir a exploração do trabalho, que os trabalhadores das marcas em um planeta
sejam ouvidos, em organização distribuída e contra linguagens e comportamentos
opressores. Outro caso citado por Jamie Woodcock é o Independent Workers’ Union
vendido, de Naomi Klein
of Great Britain (IWGB), que reúne, entre outros, entregadores, motoristas e também (Record, 2002), trata do tema.
trabalhadores de games. Foram empresas do Vale do
GROHMANN, Rafael. Games, nova fronteira no combate cultural. Outras Palavras, São Paulo, 25 dez. 2021. Silício que deram a opção para
Disponível em: https://outraspalavras.net/pos-capitalismo/games-nova-fronteira-na-disputa-pelo-imaginario/. os empregados de planos de
Acesso em: 18 jun. 2022.
trabalhos, pois esses empregos
JOHANNES EISELE/AFP/GETTY IMAGES

envolvem alta tecnologia e são


NÃO ESCREVA
NO LIVRO. tão instáveis quanto qualquer
outro. Esse tema é importante
1. Discuta com para os jovens na medida em
seus colegas
que estão envolvidos cultu-
as condições
trabalhistas ralmente com diferentes tipos
encontradas na de jogos que são interativos e
produção e na estão disponíveis via aplicativos,
venda de jogos e
software e videogames.
os impactos disso
na saúde e na
vida pessoal dos
trabalhadores.
Torcedores assistem a final de campeonato de Fortnite em Nova York,
EUA, 2019. Os estudantes podem discutir as condições de trabalho apontando as longas jornadas
enfrentadas, que resultam em estresse e outros problemas de saúde dos trabalhadores. Além disso, há a
precarização dos trabalhadores envolvidos em testes e entrega desses jogos. A flexibilização dos locais de
trabalho cria extensões territoriais das empresas e uma nova rede produtiva. 139

PARA AMPLIAR aprofundamento da discussão. Na entrevista,


o pesquisador analisa o processo de digita-
Indicação para o professor lização da indústria e que, por conta desta
• ALTENRIED, Moritz. As novas fábricas do característica, está em todos os lugares. Não
capitalismo. Outras Palavras, São Pau- requer mão de obra sofisticada ao mesmo
lo, 13 jun. 2022. Disponível em: https:// tempo que envolve o usuário em todos os
outraspalavras.net/trabalhoeprecariado/as- sentidos. O autor da pesquisa aborda as con-
-novasfabricas-do-capitalismo/. Acesso em: dições de trabalhos em diversos setores e,
19 jul. 2022. consequentemente, as condições do traba-
Esse artigo também pode ajudar no lho humano no estágio atual do capitalismo.
139
ENCAMINHAMENTO
O conteúdo desta página diz
respeito a um problema social
importante na sociedade con- O DESEMPREGO ESTRUTURAL
temporânea, que afeta todos os Para calcular a taxa de desemprego de um

SONIA VAZ
países. Converse com os estu- lugar, é preciso considerar o número de pessoas Países selecionados:
dantes sobre a relevância para sem ocupação e em busca de trabalho em desemprego (2021)
uma sociedade de se ter acesso a relação à população economicamente ativa. Ou (% do total da
força de trabalho)
empregos, qualificação profissio- seja, se existem 100 pessoas economicamente 35

nal e educação. O desemprego ativas e 10 estão desocupadas e procurando


30
trabalho, isso significa que a taxa de desem-
implica o empobrecimento dos 25
prego é de 10%. No gráfico, temos as taxas de
trabalhadores e a deterioração
desemprego em alguns países. 20
dos indicadores do mercado
15
de trabalho. O agravamento
do desemprego é antigo e tem 10

como fatores a crise mundial Fonte: UNEMPLOYMENT, total (% 5


of total labor force) (modeled ILO
da economia, as mudanças na estimate). The World Bank. Washington, 0

ca

na
E s cia

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lia

Un a
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forma de organização do traba-

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DC, c2022. Disponível em: https://data.

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worldbank.org/indicator/SL.UEM.TOTL.

os
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lho e a pandemia de covid-19.

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ZS?end=2021&most_recent_value_

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Es
Esse problema atinge vários desc=true&start=1991&view=chart.
Acesso em: 19 jul. 2022.
países, principalmente aqueles
que estão estagnados econo- As taxas de desemprego podem classificadas de duas formas:
micamente e não investem em • desemprego conjuntural: resultado de algum acontecimento pontual que reduz a oferta de
educação e ciência. O número trabalho e promove demissões em massa, como crises econômicas e políticas momentâneas.
Um exemplo disso é a Espanha, que enfrentou uma crise econômica agravada pela pandemia;
de pessoas desempregadas e
• desemprego estrutural: acontece a longo prazo e está relacionado a uma série de fatores,
que não consegue empregos
como estrutura do mercado de trabalho local e baixa qualificação profissional, que resulta em
por conta da qualificação ou
trabalhadores obsoletos com o avanço de técnicas e tecnologia no meio produtivo, gerando
falta de dinheiro para o trans- altas taxas de desemprego por um longo período. Um exemplo disso é o Brasil, onde baixos
porte é grande. No Brasil, em índices de qualificação profissional contribuem para altas taxas de desemprego.
2021, cerca de 6 milhões de Países com baixas taxas de desemprego, como é o caso de China, Dinamarca, Irlanda e
pessoas viviam nessas condições, Luxemburgo, são aqueles que possuem altos investimentos em educação e qualificação profissio-
em geral jovens e adultos com nal da sua população. Com isso, mesmo com avanços nas técnicas produtivas, os trabalhadores
mais de 55 anos. ainda podem encontrar vagas no mercado de trabalho. Ou seja, o trabalho está diretamente
Pesquise diferentes opiniões relacionado com a educação, a economia e a política dos lugares.
sobre o desemprego estrutural e
a empregabilidade, organizando 1. Os altos índices de desemprego refletem nas condições de
vida enfrentadas pela população, colocando-a em situação de NÃO ESCREVA
uma conversa com os estudan-
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
insegurança alimentar e de moradia, além do aumento do número
tes. A habilidade trabalhada de pessoas em moradias precarizadas.
nesta página é a EF09GE11. 1. Quais são os impactos gerados nos países devido às altas taxas de desemprego?
2. Quais são os impactos das transformações das formas de trabalho nas taxas de
PARA AMPLIAR desemprego? Com a necessidade de maior especialização, países em desenvolvimento e com
baixos índices de qualificação profissional podem ter suas taxas de desemprego
Texto complementar elevadas.
A ONG Oxfam publicou 140
recentemente [...] um rela-
tório chamado: “O vírus da
fome: como a Covid-19 es- muito grave antes do início da pandemia. Segundo
tá aumentando a fome num o Relatório da Oxfam, o número de pessoas em situ-
mundo faminto”, que colo- ação de fome no Brasil em 2018 tinha chegado a 5,2
ca o Brasil como “epicentro milhões, devido a um aumento acentuado nas taxas
emergente” da fome extre- de pobreza e desemprego e a cortes nos orçamen-
ma. No estudo, no qual o tos para agricultura e proteção social. Ou seja, antes
Brasil aparece com esta clas- da pandemia a fome já vinha aumentando muito.
sificação, ao lado de Índia e
CARDOSO, José Álvaro de Lima. Desemprego e pobreza:
África do Sul, a ONG analisa perspectivas cruéis em 2021. Outras Palavras, São Paulo,
os impactos da doença em 7 dez. 2020. Disponível em: https://outraspalavras.net/
países onde a situação ali- crise-brasileira/desemprego-e-pobreza-perspectivas-
mentar e nutricional já era crueis-em-2021/. Acesso em: 18 jun. 2022.
140
ENCAMINHAMENTO
As atividades têm como
objetivo tratar sobre mudan-
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
ças no trabalho. A partir delas,
pode-se trabalhar as caracterís-
1. Nesta atividade, você vai realizar um trabalho, em grupo, investigativo para mapear e ticas do trabalho autônomo e
compreender as condições de trabalhos terceirizados e autônomos. Para compreender assalariado. No primeiro caso,
quais são essas condições de trabalho, vocês irão entrevistar 5 pessoas que trabalham
em algumas funções: motoristas de aplicativo; entregadores de alimentos e produ-
as entrevistas por tipo de tra-
tos por aplicativo; diaristas; vendedores ambulantes; outras atividades autônomas e balho, se divididas em grupo,
terceirizadas. podem ajudar a compreender o
O objetivo dessa atividade é elaborar um relatório para apresentar os dados que foram poder de escolha dos trabalha-
coletados e oferecer um panorama dessas formas de trabalho para outras pessoas. dores, o nível de escolaridade e
Para realização da entrevista, vocês seguirão o seguinte roteiro: qual o impacto do nível da esco-
• identificação; • condições de trabalho (transporte laridade na vida deles. Pode-se
• idade; próprio, algum tipo de benefício
trabalhista, auxílios médicos, alimen-
compreender qual a variação
• trabalho que realiza;
tação e de transporte etc.); das remunerações, como se deu
• tempo de trabalho nessa função;
• riscos enfrentados durante o trabalho. o ingresso nesta profissão e se
• carga horária de trabalho diário;
possuem outros trabalhadores
Após coletarem as informações, elaborem gráficos para categorizar os dados coletados
e apresentar o panorama desse tipo de trabalho. Discuta com seus colegas de sala, a
que os ajudam. No segundo
partir dos dados e das interpretações feitas, e elaborem um relatório coletivo que apre- caso, seria uma proposta para
sente o panorama atual e as possíveis perspectivas desses trabalhadores na sociedade. ampliar esta atividade, acrescen-
Compartilhem o relatório com as demais pessoas de sua comunidade escolar e familiar. tando os vínculos contratuais.
Consulte comentários em orientações didáticas.
2. Leia o texto a seguir. Pode-se propor também uma
2. a) Essa revolução transforma não só as relações de produção,
mas também a relação direta com o trabalho, de produção pesquisa com os dados da dis-
Revolução para quem? altamente robotizada. Ela une uma série de conhecimentos tribuição das forças de trabalho
tecnológicos altamente desenvolvidos, levando ao surgimento
[...] de novas áreas da ciência. utilizando o Censo populacional
A quarta revolução tem o potencial de elevar os níveis globais de rendimento e do IBGE e/ou sobre as antigas
melhorar a qualidade de vida de populações inteiras, diz Schwab. [...] leis trabalhistas, elaboradas no
Obviamente, o processo de transformação só beneficiará quem for capaz de
governo de Getúlio Vargas, e as
inovar e se adaptar.
“O futuro do emprego será feito por vagas que não existem, em indústrias que leis trabalhistas aprovadas mais
usam tecnologias novas, em condições planetárias que nenhum ser humano já expe- recentemente, que mudaram
rimentou”, diz David Ritter, CEO do Greenpeace Austrália/Pacífico [...]. a legislação e o sistema previ-
E os empresários parecem entusiasmados – mais que intimidados – pela mag- denciário. Nessa pesquisa, há
nitude do desafio, uma pesquisa aponta que 70% têm expectativas positivas sobre
a quarta revolução industrial.
condição de saber quais são
os direitos que foram retirados
PERASSO, Valeria. O que é a 4a revolução industrial – e como ela deve afetar nossas vidas. BBC News,
São Paulo, 22 out. 2016. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-37658309. e os que permaneceram. Uma
Acesso em: 17 jul. 2022. sugestão é organizar a classe em
grupos de empregador, traba-
a) Quais são os impactos da Quarta Revolução Industrial para as relações de trabalho?
lhador assalariado, trabalhador
b) Dê exemplos de como a produção industrial e o consumo podem ser alterados com a Quarta
Revolução Industrial. A partir das novas tecnologias, as produções passam a ser inteiramente
autônomo, informais e terceiri-
automatizadas; as chamadas “fábricas inteligentes” têm todos os processos zados. Um problema pode ser
da produção realizados por robôs.
apresentado e a análise para a
141 solução seria verificada na legis-
lação vigente.
Enfatiza-se as Competências
Gerais 9 e 10, as Competências
da área de Ciências Humanas 1
e 6 e da Geografia 6 e 7. Todas
envolvem o respeito, a ética e
como agir coletivamente, com
base em direitos democráticos,
sustentáveis e justiça social. Há
também o desenvolvimento da
habilidade EF09GE11.

141
ENCAMINHAMENTO
Esta seção potencializa a análise
crítica e a aplicação de conceitos
que foram estudados. A proposta
é entender a dinâmica da cadeia GEOGR AFI A EM AÇÃO
produtiva pecuária e como ela
chega ao consumidor. As ativida- A PRODUÇÃO PECUÁRIA E O CONSUMO DE ALIMENTOS
des visam estimular a curiosidade
Os diferentes sistemas de cultivo, associados ao crescimento populacional pós-Segunda Guerra
intelectual, recorrendo a outras Mundial, proporcionaram um novo ritmo à produção de alimentos, gerando fortes mudanças na
áreas do conhecimento, como indústria alimentícia e, consequentemente, nos hábitos alimentares da população mundial. Um
Ciências, Biologia e Química, dos produtos mais consumidos com essas mudanças é a carne, presente em grande parte das
para ampliar os estudos sobre refeições da população mundial.
qualidade e hábitos alimentares, No gráfico, podemos observar os países que possuem os maiores rebanhos bovinos do
possibilitando um projeto interdis- mundo.
ciplinar. Espera-se que, por meio

SONIA VAZ
de uma análise crítica, os estudan- Países selecionados: rebanho bovino (jul. 2022)
tes resolvam problemas e possam (em milhões de
propor soluções para melhorar a cabeças de gado)
350
qualidade de vida das pessoas,
300
com base em conhecimentos de
250
distintas áreas. Dessa forma, você
poderá propor aos estudantes 200

uma aprendizagem sustentada 150

em projetos, oferecendo um pro- 100

blema sobre a qualidade dos 50


alimentos e a saúde, por exemplo. 0
Um dos pressupostos da
il

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aprendizagem com base em

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Re

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problemas é o desenvolvimento
Es

do projeto, que é central para Elaborado com base em: UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Foreign Agricultural Service. Livestock and
Poultry: World Markets and Trade. p. 6. Disponível em: https://www.fas.usda.gov/data/livestock-and-poultry-world-
a aprendizagem de conceitos, markets-and-trade. Acesso em: 28 jul. 2022.
procedimentos e atitudes, não
podendo ser periférico no plane- A Índia se configura como o país com maior rebanho bovino do mundo, porém os Estados
Unidos são o maior produtor e exportador mundial de gado. A produção de carne é responsável
jamento das aulas. Geralmente,
por até 30% das emissões de gases do efeito estufa e 80% do desmatamento da vegetação
os projetos possuem mais tempo
nativa. Para produção pecuária, é necessário o desmatamento de muitas áreas de vegetação nativa
de execução e estão relacionados para a criação dos pastos.
a várias áreas do conhecimento, A criação de gado é 100% aproveitada após o abate animal: o couro é utilizado na confecção
portanto os estudantes precisam de bolsas e sapatos, os ossos e a cartilagem são utilizados para produção de ração e gelatina
de apoio nas áreas envolvidas e e a carne é processada e disponibilizada para o mercado consumidor. A indústria pecuarista é
dos materiais necessários para um dos setores mais rentáveis economicamente devido à sua grande quantidade de produtos
desenvolvê-lo. Essas são algumas mercadológicos, além de movimentar outros setores da economia, como a produção agrícola de
diferenças quando trabalhamos grãos para ração e indústrias de embalagens.
com resolução de problemas. 142
As competências da BNCC
estimulam a investigar, formu-
lar e resolver problemas. Não é
uma tarefa fácil, mas os temas
e os objetivos das propostas
podem incentivar os estudantes.
Nesse caso, a proposta está asso-
ciada com a qualidade do que se
come e como consumimos esses
produtos.

142
ENCAMINHAMENTO
Para realizar as atividades,
No gráfico, podemos observar os maiores consumi- retome a leitura dos gráficos

SONIA VAZ
Mundo: maiores consumidores
dores de carne do mundo. de carne bovina (2020) trazidos na seção e compare
Estados Unidos, o país do fast food, é o segundo (quilogramas os dados de quantidade de
maior consumidor de carne bovina, com uma média de per capita)
cabeças de gado e os dados do
26 kg por habitante. No entanto, a Argentina é a maior 40
consumo de carne. Discuta com
consumidora de carnes bovinas. A Índia, que possui 35
os estudantes o papel dos países
o maior rebanho bovino do mundo, não aparece no 30
gráfico, pois, devido a questões culturais e religiosas, o
produtores do rebanho bovino
25
país não consome carne bovina, e o consumo de outros e o fluxo da mercadoria a partir
20
tipos é reduzido. do consumo. Nas atividades, os
15
estudantes irão analisar a cadeia
10
produtiva do fast food e os pro-
5
dutos oferecidos considerando os
Fonte: ORGANISATION FOR ECONOMIC CO- 0
hábitos alimentares de cada país.

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os

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OPERATION AND DEVELOPMENT. Meat

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Br
O objetivo é que os estudantes

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Un

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consumption. OECD Data. Paris, 2022.

ta ge
Ar
Disponível em: https://data.oecd.org/agroutput/
identifiquem a origem das maté-

C
meat-consumption.htm?context=iLibrary.

Es
Acesso em: 16 jun. 2022.
rias-primas utilizadas em todo o
NÃO ESCREVA
ATIVIDADES NO LIVRO. Consulte comentários em orientações didáticas. processo de produção dos ali-
mentos que estão no cardápio.
1. Para a produção dos alimentos vendidos pelas redes de fast food, as empresas importam Outro ponto abordado na
suas matérias-primas de diversos lugares, como forma de reduzir os custos da produção. atividade é a análise dos impac-
Nesta atividade, você irá traçar a linha produtiva dos produtos de um restaurante de
tos causados pelo aumento do
fast food de um determinado país de sua escolha.
consumo desse tipo de alimento
a) Para isso, você deverá pesquisar as seguintes informações:
• qual é o país de origem da empresa; para a saúde e o meio ambiente.
• em que países ela atua;
• quais opções ela oferece no cardápio (opções vegetarianas, veganas, com e sem carne bovina
e suína, entre outras). para representar o fluxo da
b) Após coletar essas informações, escolha o cardápio do país e uma opção oferecida, pesqui- origem até o consumidor.
sando as seguintes informações para elaborar uma tabela: O infográfico pode ser feito
• matérias-primas utilizadas;
com mapas e indicar com
• de onde vem cada matéria-prima;
• quais são as características do cardápio que têm relação com a cultura do país escolhido. setas de espessura distin-
c) Elabore um infográfico da cadeia produtiva do produto escolhido. tas os fluxos e com cores
diferentes para representar
2. Além dessas informações, apresente os impactos causados pelo aumento do consumo
desses tipos de produtos alimentícios. diferentes lugares.
a) Com base nos dados da pesquisa realizada sobre a cadeia produtiva, discutam, em grupo, Resposta pessoal. Os estu-
2. a)
quais são os impactos causados na saúde por esse tipo de alimentos quando se tornam a dantes podem apresentar os
base da alimentação no dia a dia.
seguintes impactos: aumento
b) Estabeleçam propostas alternativas de alimentação, pensando em temas relacionados, como
das taxas de obesidade, de
vegetarianismo e veganismo, dietas de baixa caloria, redução de açúcares e outros que
envolvam o consumo de carne de diferentes tipos. subnutrição, de má alimen-
c) Em grupo, elaborem uma proposta de campanha sobre como se alimentar bem. tação (com menos calorias
diárias do que as necessárias
143 por dia).
2. b)Resposta pessoal. Os estu-
dantes podem colocar como
Atividades alternativa o consumo de
1. a)Resposta pessoal. Os estudantes deverão 1. b) Resposta pessoal. Os estudantes irão alimentos naturais e dietas
indicar o país de origem do fast food esco- indicar a origem da matéria-prima dos mais equilibradas.
lhido, os países que possuem franquias e o alimentos apresentados no cardápio Resposta pessoal. Os estu-
2. c)
tipo de alimentos encontrados no cardápio escolhido; por exemplo, trigo que vem da dantes devem elaborar uma
(vegano, sem carne de porco, produto de Ucrânia, carne da Nova Zelândia, suínos do campanha sobre a impor-
origem halal, com peixe, frango, orgânico, Brasil, entre outros. tância de se alimentar bem,
entre outros que caracterizam os hábitos 1. c) Após pesquisar a origem da matéria- considerando as questões a
alimentares de um povo). -prima, os estudantes farão um infográfico e b já respondidas.

143
ENCAMINHAMENTO
O objetivo desta seção é
aprofundar o conteúdo sobre a

PENS AR, FA ZER, COMPARTILHAR


agricultura e os avanços técni-
cos, científicos e informacionais
que acontecem na agroindús-
tria. Converse com eles sobre a
OS AVANÇOS TECNOLÓGICOS NA AGROINDÚSTRIA
importância dos estudos, das
Os setores agroindustriais, diferentemente do que se pode pensar, possuem altos investi-
pesquisas e das inovações para
mentos em pesquisa científica e avanços tecnológicos para otimização e aumento da produção e
a produção agrícola mundial e
redução das perdas durante o processo produtivo.
as possibilidades de analisar a Esses avanços acontecem em diferentes setores, como: transporte; linha de produção;
sua relevância para a redução de melhoramento genético de sementes; tecnologias digitais para o monitoramento das plantações
custo, os prejuízos e, ao mesmo e aplicação de fertilizantes e agrotóxicos; maquinários para o preparo da terra; e plantação e
tempo, a expansão da fronteira colheita. Isso traz um novo arranjo para as produções agrícolas e as agroindústrias.
agrícola em regiões que antes As plantações são monitoradas, em tempo real, pelos produtores com uso de drones, que
eram consideradas improdutivas, mapeiam a condição da produção diariamente, indicando pontos com focos de pragas e seca.
como acontece nos desertos da Além disso, para pulverização de

JAN WOITAS/PICTURE-ALLIANCE/DPA/IMAGEPLUS
agrotóxicos e fertilizantes, são
África e Oriente Médio.
utilizados drones que fazem a apli-
PARA AMPLIAR cação pontual na área, reduzindo
o risco de acidentes. Maquinários
Indicações para o como colheitadeiras, arados e
professor plantadeiras também otimizam o
A seguir, são indicados artigos tempo de produção.
Leia o artigo, a seguir, que
que tratam de pesquisas brasilei-
trata do assunto.
ras para melhoria e otimização
da produção agropecuária. Essas Drone auxilia na aplicação
automatizada de fertilizantes em
pesquisas são financiadas e plantação em Arzberg, Baviera,
tratam do combate à praga e às Alemanha, 2019.
doenças nas plantações, gené-
[...] Nos últimos anos, sensores terrestres, drones, sistemas de rastreamento via
tica e genoma para melhoria das satélite e outros dispositivos foram introduzidos no ambiente rural para coletar dados
produções agrícolas e pecuárias, referentes às variáveis que influenciam a produtividade, como características do solo,
além de tratarem de avanços variação climática e incidência de pragas. Tratores e máquinas agrícolas são equipados
tecnológicos e de técnicas pro- com sistemas que permitem seu monitoramento e operação remotos, beneficiando o
manejo da lavoura. Softwares auxiliam a gestão dos dados. [...]
dutivas. Consulte:
[...]
• OLIVEIRA, Marcos de. Vespas Quando máquinas e sensores estão conectados em tempo real [...], é possível rea-
soltas nos laranjais. Pesquisa lizar a coleta de dados a cada minuto, conferindo ao gestor a capacidade de interferir
Fapesp, São Paulo, ed. especial imediatamente. Ele pode, por exemplo, corrigir a rota de uma semeadora que está se
50 anos, p. 194-199, maio desviando do traçado planejado, encaminhar um pulverizador para aplicar defensivos
2012. Disponível em: https:// sobre um foco de larvas detectado por um drone antes que a praga se alastre pelo campo
ou, ainda, remanejar as tarefas programadas para suas colheitadeiras para se adaptar a
revistapesquisa.fapesp.br/
um repentino alerta prevendo chuva sobre certos talhões e não em outros.
vespas-soltas-nos-laranjais-2/.
ZAPAROLLI, Domingos. Agricultura 4.0. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. 287, 16 jan. 2020. Disponível em:
• SILVEIRA, Evanildo da. https://revistapesquisa.fapesp.br/agricultura-4-0/. Acesso em: 16 jun. 2022.
Maturidade precoce. Pesquisa
144
Fapesp, São Paulo, ed. especial
50 anos, p. 190-193, maio
2012. Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/ • MARQUES, Fabrício. Do genoma à usina.
maturidade-precoce/. Pesquisa Fapesp, São Paulo, ed. especial
• BICUDO, Francisco. A herança 50 anos, p. 140-147, maio 2012. Disponível
do clone. Pesquisa Fapesp, em: https://revistapesquisa.fapesp.br/do-
São Paulo, ed. especial 50 genoma-%c3%a0-usina/. Acessos em: 22
anos, p. 188-189, maio ago. 2022.
2012. Disponível em: https://
revistapesquisa.fapesp.br/a-
heran%c3%a7a-do-clone/.

144
ENCAMINHAMENTO
Nas atividades, os estudan-
As pesquisas envolvendo modi- tes pesquisarão sobre os novos

LUIS ROBAYO/AFP/GETTY IMAGES


ficações e melhoramento genético avanços técnicos e tecnoló-
de sementes têm sido cada vez mais gicos na produção agrícola e
frequentes. Muitos engenheiros agrô- agroindustrial e poderão enten-
nomos e biólogos realizam pesquisas der a importância da ciência e
nessas áreas em parceria com centro de
das pesquisas realizadas para
pesquisas e agroindústrias, buscando a
otimização e o aumento da produção
melhorar a produção mundial de
agrícola para suprir a demanda do alimentos. O foco dado à ciência
mercado interno e, principalmente, do brasileira tem como objetivo
mercado externo. Conhecer algumas valorizar a educação e ciência
dessas pesquisas e seus impactos para do país. A pesquisa será reali-
agricultura é importante para saber- zada em sites de universidades,
mos quais são as inovações científicas Cientistas trabalhando em pesquisa de catalogação
e melhoramento de sementes no laboratório de agências de fomentos (Embrapa,
e tecnológicas na área, assim como
“sementes do futuro” no banco de germoplasma do CNPq, Fapesp, entre outras) e
para saber a origem do que estamos Centro Internacional pela Agricultura Tropical, em em jornais e revistas de divulga-
comendo em nosso dia a dia. Palmira, Colômbia, 2022.
ção científica.
NÃO ESCREVA
ATIVIDADES NO LIVRO.

1. Em grupo, pesquisem, em revistas e jornais de divulgação científica, novos avanços


técnicos e tecnológicos na produção agrícola e agroindustrial. Reúnam informações
sobre a área do estudo (melhoramento genético, maquinário etc.) e os impactos sobre
o processo produtivo (otimização e aumento da produção). Após reunir as informações,
a partir da leitura do artigo e das pesquisas realizadas, elaborem em conjunto um
jornal de divulgação científica e tecnológica para explicar e reforçar a importância das
pesquisas científicas para a sociedade. Consulte comentários em orientações didáticas.

2. Agora, você irá fazer uma pesquisa bibliográfica para conhecer um pouco mais sobre
pesquisas na área de melhoramento genético de sementes. Para realizar o levantamento
bibliográfico, você deve cumprir as etapas a seguir: Consulte comentários em orientações didáticas.
• acesse sites de revistas de divulgação científica (Pesquisa Fapesp, revistas do portal
Capes, entre outras), sites de agências de fomento de pesquisas (Plataforma Capes-
-Sucupira, Portal CNPq e agências de fomento estaduais) e sites das agroindústrias
do mercado;
• busque por matérias e artigos que tenham as seguintes palavras-chave: melhora-
mento genético, sementes, produção agrícola, pesquisa científica;
• escolha três pesquisas para identificar avanços e resultados obtidos.

Com o levantamento e a pesquisa realizados, elabore um texto de divulgação científica


apontando benefícios e malefícios do melhoramento genético de sementes.
Debata com seus colegas sobre os pontos pesquisados e elaborem uma tabela coletiva
de prós e contras do melhoramento genético para o meio ambiente e a produção de
alimentos mundial. Os estudantes podem utilizar revistas e jornais digitais de divulgação científica
para buscar os dados solicitados.
145

Atividades
1. Produção pessoal. Os estudantes irão pro- 2. Os estudantes desenvolverão um texto de
duzir um jornal de divulgação científica divulgação para apresentar para a comuni-
para que possam apresentar aos colegas dade escolar sobre quais são as pesquisas
os estudos encontrados. Para elaborar o e os avanços na área de melhoramento
jornal, devem acessar sites de pesquisas genético de sementes, indicando os prós e
nas universidades brasileiras e em artigos contras desses estudos.
científicos.

145
BNCC NA UNIDADE
Competências

5
Gerais: 1, 3, 6, 7 UNIDADE
Área: 2, 3 e 7
Específicas: 1, 2, 3 e 4 URBANIZAÇÃO E AS
Habilidades
• EF09GE04 • EF09GE12
REDES DE CIDADES
• EF09GE09
• EF09GE11
• EF09GE14
• EF09GE17 GLOBAIS
OBJETIVOS E
JUSTIFICATIVAS
• Desenvolver conceitos que in- O continente eurasiático abriga
tegram a análise do processo importantes cidades que guardam
de urbanização, o multicultu- parte significativa da história humana.
ralismo e as artes na Eurásia Muitas dessas cidades são considera-
para potencializar a compreen- das museus a céu aberto, pois suas
são das dinâmicas dos lugares. paisagens refletem diferentes tempos
• Compreender as dinâmicas e pro- e culturas, revelam a modernidade e o
cessos de formação das distintas passado, as distintas morfologias e os
diferentes usos do solo. Além disso, é
cidades ao longo do tempo.
nas cidades que acontece a maior parte
• Analisar a morfologia urbana
das trocas comerciais e culturais, onde
a fim de compreender a se- há intensa circulação de pessoas, infor-
gregação socioespacial e as mação e capital e onde se localizam as
desigualdades sociais nas ci- sedes dos mercados financeiros e as
dades da Eurásia. instituições políticas.
• Compreender as dinâmicas de Nesta unidade, veremos a forma
desenvolvimento das cidades, como a Eurásia se urbanizou e como
a fim de analisar os avanços as cidades foram se transformando em
tecnológicos e das técnicas grandes centros comerciais e políticos,
nelas. com influência global, dando origem
• Identificar e analisar os proces- ao que chamamos de cidades globais.
sos de guetização nas cidades Observe as fotografias e perceba
globais e o processo de dis- como a paisagem das cidades contém
criminação dos povos que monumentos históricos de diferentes
migram ou se refugiam. períodos.

• Analisar os problemas habita-


Catedral de Notre-Dame, Basílica
cionais de diferentes lugares do de Saigon em Ho Chi Minh,
mundo para compreender as Vietnã, 2019. A igreja foi
condições e a qualidade de vi- construída no século XIX,
durante o período de
da em distintos lugares. dominação francês
da Indochina.
TEMAS 146
CONTEMPORÂNEOS
TRANSVERSAIS
• Cidadania e civismo – vida fa- ENCAMINHAMENTO contribuíram para o desenvolvimento das cidades
miliar e social; educação em Nesta unidade, iremos trabalhar com os conteú- de entroncamentos comerciais para grandes
direitos humanos dos referentes à urbanização da Europa e da Ásia. centros financeiros. Especialmente as habilidades
• Ciência e tecnologia – ciência Serão abordadas as Competências Específicas de EF09GE04, EF09GE09, EF09GE11, EF09GE12,
e tecnologia Ciências Humanas 2, 3 e 7 e as Competências EF09GE14 e EF09GE17 da BNCC serão trabalha-
• Meio ambiente – educação Específicas de Geografia 1, 2, 3 e 4. A formação das durante a unidade, de forma que os estudantes
ambiental dos assentamentos urbanos e das cidades euro- possam compreender de que maneira as cidades se
• Economia – trabalho peias e asiáticas possibilitam compreender de que constituem enquanto centro de trocas comerciais,
• Multiculturalismo – diversida- forma se agrupavam as primeiras grandes civili- econômicas e culturais e exercem um importante
de cultural zações mundiais e como o domínio das técnicas papel para integração mundial.
146
ENCAMINHAMENTO
Os TCTs relacionados à eco-
nomia e ao multiculturalismo
Nesta unidade, você vai estudar:
• o desenvolvimento das cidades eurasiáticas; são abordados nas ativida-
• o papel das cidades da Eurásia no capital global, na des propostas. Pode-se solicitar
ciência, na tecnologia e na inovação;
• os modelos urbanos de sustentabilidade; aos estudantes que pesquisem
• os problemas urbanos na Eurásia. marcas e características culturais
de seu cotidiano que tenham

SONGQUAN DENG/SHUTTERSTOCK.COM
origem em outras cidades do
mundo. Pergunte como eles
acessaram tais informações,
reforçando o papel das redes de
comunicação para os intercâm-
bios culturais que acontecem na
atualidade.
Além disso, ao compreender
como se formaram e estru-
turaram as primeiras cidades
Mesquita-Catedral em Córdoba, Espanha, 2019. mundiais na Europa e na Ásia,
A mesquita foi construída durante o período de dominação discuta com os estudantes sobre
muçulmano de regiões da Península Ibérica. as técnicas de construção das

SEAN3810/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES


casas que persistem até a atua-
lidade e que deram origem a
outras técnicas da construção
civil.

NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
1. Quais elementos da paisagem indicam diferentes
tempos históricos presentes na cidade de Saigon
e de Córdoba?

2. Como a influência cultural de um povo pode ficar


marcada na paisagem?

147

Atividades
1. Espera-se que os estudantes identifiquem construções antigas, datadas de séculos passados,
na mesma paisagem que prédios modernos, contemporâneos.
2. Resposta pessoal. Espera-se que os estudantes reconheçam a presença de prédios e constru-
ções antigas preservadas, como pontes, estradas e praças, além de obras como esculturas,
chafarizes etc.

147
ENCAMINHAMENTO
Neste capítulo, serão traba-
lhadas as cidades da Europa e
TULO

9
da Ásia, as primeiras forma- CAPÍ
ções urbanas do mundo. Com AS CIDADES NA
base nessa discussão, é possí- EUROPA E ÁSIA
vel trabalhar com os estudantes
as técnicas de construção das
cidades e como algumas delas Importantes civilizações humanas tiveram origem na Eurásia. É fundamental, por-
tanto, realizar uma investigação sobre o desenvolvimento de suas cidades, os contextos
ainda são mantidas até a atua-
em que surgiram, seus papéis na economia da época e sua influência mundial.
lidade. Além disso, discuta
Desde o século IV a.C., as

ANTONIO NARDELLI/SHUTTERSTOCK.COM
com eles sobre a importân- cidades na Eurásia formaram o
cia das trocas comerciais para principal quadro das rotas e dos
a formação das cidades, que entrepostos comerciais em tra-
surgem desses entroncamen- jetos percorridos pelas planícies
tos comerciais, tanto na Ásia, das principais bacias hidrográficas
quanto na Europa. Se possí- desse continente, como as dos
vel, leve plantas e fotografias rios Danúbio, Sena, Volga, Tigre e
Eufrates, Huang-He, entre outros.
aéreas de cidades antigas e
Seja na região do Oriente
observe sua morfologia e seu
Médio, da China, da Índia, da Rússia,
arranjo espacial e compare com da Grécia, de Roma, da Gália (atual
cidades atuais. Serão trabalha- França), seja na região da Britânia
das nesta dupla as habilidades (atual Reino Unido), agrupamentos
EF09GE09 e EF09GE17 de humanos situados às margens dos
Geografia. rios deram forma a um arranjo de
Acrópole de Atenas e Parthenon (no topo do monte),
cidades que se conectavam em uma
Grécia, 2019.
rede local e regional, com centros

BORIS GELMAN/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES


políticos e econômicos organizados
em diferentes sistemas, estruturas de
Estado e modos de produção.
As fotografias nos mostram que
o fenômeno urbanização é antigo e
que as cidades eram lugares onde
as relações sociais e produtivas
ocorriam em diversas sociedades.
Nas cidades antigas, algumas carac-
terísticas do modo de vida rural
resistiram mesmo com a migração
da população do campo em direção
a elas. Foi somente com a expansão
comercial e industrial que as popula-
Forte de Gwalior, Índia, 2019. Com data incerta de ções urbanas foram se constituindo
construção, estudos apontam que ele existe desde o como a maior parte da população
século VI d.C. como estrutura de defesa da cidade. em termos absolutos.

148

148
ENCAMINHAMENTO
Explore a variedade étnica
A partir de meados do final do Império Romano, ocorreram pequenas mudanças na forma do continente eurasiático.
de organização das comunidades humanas, como a formação de centros comerciais, também Leve mapas físicos e políticos
conhecidos como mercados e feiras, e dos núcleos urbanos. da Europa e da Ásia, pois eles
Outro momento importante para a constituição das cidades aconteceu quando os peque- ajudarão a complementar o
nos proprietários de terra se mudaram para as cidades para comercializar seus produtos. Nesse estudo destas páginas. Indique
contexto, ocorreu uma série de mudanças importantes para as sociedades da época, como o
as regiões do mundo que são
surgimento das moedas de trocas e dos bancos, o que resultou no crescimento das áreas urbanas.
Observe o mapa a seguir com as principais cidades medievais e rotas comerciais nesse período.
berços de civilizações espe-
cíficas. Destaque os eslavos,
Europa: principais cidades medievais e rotas comerciais (século XV) no Leste Europeu, na vertente
oeste do Cáucaso; os persas, nos

DACOSTA MAPAS
Meridiano de Greenwich

Galeras de Flandres

Sluis
Lübeck
Gdansk
Galeras de Aigues-Mortes
Galeras da Berbéria
planaltos e nas montanhas ira-
(porto de
Bruges)
Bremen
Hamburgo Galeras da Romênia
Galeras de Beirute
nianas; os árabes, nos desertos
Magdeburgo Galeras de Alexandria
Londres
Gent
Bruxelas Breslávia Galeras al trafego da Península Arábica; os latinos,
Southampton Erfurt
Colônia Galeras principais de Veneza
Lille
Valenciennes
Liège
Tournai
Praga Fronteira atual na Itália; os francos, na Europa
Nuremberg
Rouen
Paris Metz
Speyer
Verona
Central; os koryo, na Península
Viena
Angers Orléans Mântua
Bréscia
Bolonha
Ferrara
Coreana, entre outros.
Cremona Tana
Aproveite as aulas iniciais para
Pádua
OCEANO (Azov)
Lyon Veneza
ATLÂNTICO Milão
Pula
Bordeaux
Avignon
Pavia
Gênova Zara
(Zadar) Belgrado
Targovishte
Mar
Caffa
45° N
trabalhar a diversidade étnico-
Placência Florença (Teodósia)
Toulouse
Aigues-Mortes Pisa
Lucca
Sófia
Negro
Sinope -cultural dos povos, mantendo
Toulon Áquila (Sinop)
como pano de fundo o assunto
Burgos
Marselha Roma Skopje
Barcelona Civitavecchia
Tessalônica Constantinopla
Nápoles
Toledo Palma de Maiorca
Corfu
(Istambul) Trebizonda
(Trabzon) central da unidade: o processo
Lisboa Valência Messina
Córdoba
Palermo Atenas
Negroponte (Cálcis)
de urbanização na Eurásia.
Sevilha Granada
Cádis
Málaga
Almería
Argel Bugia Bona Túnis
Siracusa
Modon
Coron (Koroni)
Essa atividade favorece o traba-
(Annaba) (Methoni) Rodes

Melilla
Orã
Cândia
Famagusta
Trípoli
(Tarabulus)
lho com o TCT – Diversidade
Mar Mediterrâneo (Iráclio)
Djerba Beirute cultural.
Trípoli
(Tarabulus) Apresente outras fotogra-
Alexandria 0 248


fias ou pinturas que retratem
Fonte: KNOX, Paul (org.). Atlas das cidades. São Paulo: Senac, 2016, p. 40-41. diferentes cidades da Europa e
Todo esse processo de trocas e comércio trouxe novas necessidades para a população, o que da Ásia. Selecione imagens das
intensificou a produção agrícola e teve implicação nas construções de estruturas como armazéns cidades em diferentes épocas,
para guardar os alimentos e locais para que os cereais pudessem ser embalados. Dessa maneira, abordando as distintas organi-
surgiu uma nova dinâmica de circulação entre o campo e a cidade, o que definiu um novo papel zações políticas desses países.
para o agricultor, o de comerciante. Destaque arquiteturas, modelos,
Posteriormente, com a Primeira Revolução Industrial, no século XVIII, surgiram as formas de esculturas, ritos, festas, danças,
geração de energia por carvão, as primeiras indústrias, que alteraram a forma da produção com
arranjos espaciais e caracterís-
uma série de objetos técnicos como o tear mecânico, a máquina de fiar algodão, a máquina a
vapor, o alto-forno, a produção em larga escala, entre outros.
ticas físico-naturais. Privilegie
Portanto, a urbanização não é um fenômeno recente na Europa. Assim como o desenvol- ao máximo as representações.
vimento da produção e a circulação de mercadorias, todo seu desenvolvimento faz parte de um Use-as para destacar semelhan-
processo que acontece até hoje. ças e diferenças.

149

PARA AMPLIAR
Atividade extra
1. Quais são as transformações sociais que contribuem para a formação e expansão das cidades
e dos centros urbanos?
Resposta: Aumento das atividades comerciais, mudanças na forma de produção e
industrialização.

149
ENCAMINHAMENTO
Neste momento, serão
abordadas as formações das
cidades europeias e as técni- AS CIDADES EUROPEIAS
cas utilizadas para ocupação Os seres humanos se organizaram no espaço e buscaram melhorar as condições de vida
e construção dos assentamen- criando ferramentas e infraestrutura que atendessem às suas necessidades. Ao ocupar os terri-
tos urbanos, considerando-se tórios, modificaram o relevo, desmataram a vegetação nativa e passaram a utilizar os rios como
os componentes físico-naturais vias de circulação e canais de irrigação para o plantio. Ou seja, as cidades surgem para atender
das regiões. Para exemplifi- às necessidades dos seres humanos, como alimentação, moradia, vestuário e segurança.
car, discuta a construção das Dos núcleos antigos aos contemporâneos, as cidades europeias tiveram as suas estruturas
casas de Veneza, na Itália, e modificadas drasticamente. Antes, locais para as práticas ritualísticas e cerimonialistas, como os
santuários e os prédios administrativos, ocupavam o centro das vilas – com prédios sagrados
os problemas atuais enfrenta-
localizados nos pontos mais altos do relevo (a Acrópole de Atenas, por exemplo). Hoje, as cidades
dos pela data das construções contemporâneas são organizadas em uma centralidade econômica, com lojas, shopping centers,
e a falta de manutenção ao sedes de empresas e repartições públicas.
longo dos anos. Traga para os A enorme diversificação étnica da Europa, aliada à contiguidade territorial do continente,
estudantes outros exemplos de promoveu grandes trocas entre diferentes povos e impérios. A Europa, do século V a.C. ao século
construções em regiões abaixo XXI, foi dividida de diferentes formas, e as heranças de distintas etnias podem ainda ser vistas em
do nível do mar ou em regiões sítios arqueológicos e em formas arquitetônicas.

LUISA RICCIARINI/BRIDGEMAN IMAGES/FOTOARENA


de planícies de inundações nos Por muitos séculos, os rios europeus foram
diferentes lugares do mundo, determinantes para o estabelecimento de rotas
comerciais e para o processo de urbanização
comparando as semelhanças
europeia. As cidades e as vilas que se desenvol-
e diferenças. Serão trabalha-
viam em planícies, próximo da foz de grandes
das as habilidades EF09GE09 rios – como o Tibre (Roma), Pó e Piave (Veneza),
e EF09GE17. Guadalete e San Pedro (Cádiz), Tejo (Lisboa),
Tâmisa (Londres), Sena (Paris), Volga (Moscou),
PARA AMPLIAR Moldava (Praga), entre outros –, muitas vezes
Atividade extra obtinham sucesso por oferecer, ao mesmo
tempo, fácil acesso à água, a terras férteis e,
Propomos uma atividade
ainda, à função portuária, que permitia bom
em que os estudantes, reunidos deslocamento para outros territórios.
em cinco grupos, produzirão
RUSANA KRASTEVA/SHUTTERSTOCK.COM

material turístico, destacando


aspectos históricos das seguin-
tes cidades europeias: Córdoba
(Espanha), Hallstatt (Áustria),
Argos (Grécia), Cesky Krumlov
(República Tcheca), Heidelberg
Rosselli, Francesco. Detalhe da Pianta della
(Alemanha). Oriente que cada Catena. 1490. Museo Firenze.
grupo escolha um tema dife-
rente de pesquisa. No produto Distrito Financeiro, em Londres, Reino
final, deverão constar: os Unido, 2020. O distrito fica às margens do
povos antigos que ocuparam a Rio Tâmisa e concentra escritórios e prédios
administrativos de capital financeiro.
região e suas respectivas con-
tribuições; a história da cidade 150
ao longo do tempo; os atuais
pontos turísticos. O resultado
final será um material de divul-
gação turística, que pode ser
um caderno físico ou uma
página digital. Explique que o
produto deve ser bem atraente,
contando com imagens e mapa
de localização. Cada grupo
deverá apresentar sua produ-
ção para a turma.

150
ENCAMINHAMENTO
Ao longo da discussão sobre
Um dos exemplos mais conhe- o tema da página, é interessante

BELLENA/SHUTTERSTOCK.COM
cidos de cidades em planícies de complementar com mais recursos
inundação e próximas de canais visuais e cartográficos.
fluviais é a cidade de Veneza, na Explore com os estudantes a
Itália, cuja construção teve início imagem dos diques construídos
em 452 d.C. Para as casas, os
nos Países Baixos para evitar
venezianos produziam bases de
madeira, fixadas no fundo dos
a inundação de áreas do país.
canais, criando uma superfície Pergunte a eles como as mudanças
sólida e segura para a construção climáticas podem impactar regiões
delas. Essa técnica de construção que estão localizadas abaixo do
é utilizada em diversos lugares nível do mar.
sujeitos a inundações ao redor do
mundo até hoje, como a região
Norte do Brasil ou cidades do Canais de Veneza, Itália, 2019. Os canais separam as mais
Vietnã. de 100 ilhas que formam a cidade italiana.
Em Veneza, a cidade enfrenta inundações com o aumento do nível do Mar Adriático. Sistemas compradores apenas das
que atuam como verdadeiras comportas se erguem para impedir que as ondas resultantes do redondezas, de uma região
aumento do nível do mar invadam a cidade. No entanto, estima-se que, com as mudanças climá- inteira ou, mesmo, de acordo
ticas, Veneza pode ser submersa pelo mar. com o nível de sofisticação
Esses mesmos modelos de construção são encontrados em Amsterdã, nos Países Baixos. A do bem ou serviço, do país
cidade também foi construída entre canais fluviais e é protegida das águas do oceano Atlântico inteiro e até de outros paí-
por diques que evitam que ela seja inundada. ses. [...]
As duas cidades, atualmente, enfrentam problemas com as estruturas de suas construções, [...] Uma aglomeração urba-
erguidas há muito tempo: a madeira utilizada para os alicerces, por exemplo, está cedendo. Em na se forma quando duas ou
Amsterdã, no ano de 2021, três pontes caíram, incidente após o qual o governo passou a fazer mais cidades passam a atu-
rápidas obras de recuperação. ar como um “minissistema
urbano” em escala local, ou
NISANGHA/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES

Diques de Kornwerderzand, em seja, seus vínculos se tor-


Afsluitdijk, Países Baixos, 2021.
nam muitíssimo fortes. Em
várias situações, tem lugar
também uma conurbação,
embora não seja necessá-
rio que isso aconteça para
se estar diante de uma aglo-
meração. O importante é
que nenhuma das cidades
envolvidas pode ser muito
grande, a ponto de satelizar
completamente as demais à
sua volta e possuir uma área
de influência regional (ou, às
vezes, nacional e internacio-
nal). [...]
151 Se uma das cidades que
formam uma aglomeração
urbana crescer e se desta-
car demais, apresentando-se
PARA AMPLIAR e Tóquio, mas também uma pequena ci- como uma cidade grande
dade do interior brasileiro [...] têm em e com área de influência
Texto complementar comum [...]. econômica, pelo menos, re-
A cidade é um objeto muito comple- [...] Toda cidade é, do ponto de vis- gional, então não se está
xo e, por isso mesmo, muito difícil de se ta geoeconômico, isto é, das atividades mais diante de uma simples
definir. Como não estou falando de um econômicas vistas a partir de uma pers- aglomeração, mas de uma
determinado tipo de cidade, em um mo- pectiva espacial, uma localidade central, metrópole. [...]
mento histórico particular, é preciso ter de nível maior ou menor de acordo com
SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC
em mente aquilo que uma cidade da mais sua centralidade – ou seja, de acordo com do desenvolvimento urbano.
remota Antiguidade e cidades contempo- a quantidade de bens e serviços que ela 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand
râneas como, digamos, Cairo, Nova Iorque oferta, e que fazem com que ela atraia Brasil, 2005. p. 24-25, 32-33.
151
ENCAMINHAMENTO
No boxe Fórum, é abordado
um problema enfrentado pela
cidade de Veneza, na Itália: FÓRUM
o aumento do nível do mar Os diques de Veneza
Adriático, que resulta na inun- Leia o texto a seguir.
dação da cidade. Para evitar
esse fenômeno, foram cons- O sistema, denominado Módulo Sperimentale Elettromeccanico (Mose), inclui
truídas estruturas para barrar a 78 portões de barreira submersos que normalmente estão embutidos no fundo do
entrada da água e evitar danos mar. Quando as previsões do tempo mostram que inundações prejudiciais (acima
de 130 centímetros) são iminentes, os operadores giram os portões para cima para
à cidade. Além dos problemas formar um paredão temporário que se eleva acima da superfície da água. [...].
de inundação, leve para os estu- Na tarde de 3 de novembro de 2021, as comportas foram erguidas devido a uma
dantes notícias sobre Veneza tempestade que se formava no Mar Adriático. Na época, meteorologistas alertaram
que os níveis das águas podem subir 140 centímetros acima do normal quando a
estar afundando, pois suas
maré alta atinge o pico e fortes sirocos (ventos vindos no norte da África) atingem
casas construídas com bases de a costa veneziana. [...].
madeira estão cedendo devido [...]
ao tempo. Além de Veneza, A ativação das comportas foi um sucesso neste caso. Embora os níveis da maré
alta tenham subido acima de 130 centímetros no Mar Adriático, eles atingiram
pode-se trazer o exemplo de apenas 83 centímetros em Veneza, o suficiente para evitar grandes inundações. [...].
Amsterdã. [...]
O tema do Fórum permite O aumento do nível do mar global pode afetar o nível de proteção que o sistema
oferece nas próximas décadas. Com o nível relativo do mar subindo cerca de 0,25 cen-
ampliar a discussão, solicitando
tímetro por ano, a frequência de eventos de marés altas em Veneza já aumentou nas
aos estudantes que elaborem últimas décadas, passando de dois por década durante a primeira metade do século 20
hipóteses sobre tecnologias para mais de 40 por década agora. “Na melhor das hipóteses de cenários de emissões
capazes de contribuir para a (RCP-2.6), o sistema deve funcionar bem até o final deste século”, disse Federica Braga,
especialista em sensoriamento remoto do Instituto de Ciências Marinhas de Veneza,
solução dos problemas em embora tenha alertado que o sistema pode começar a funcionar sobrecarregado mais
Veneza. Tais hipóteses podem, cedo nos piores cenários de emissões e aumento do nível do mar.
posteriormente, ser confron- SATÉLITES mostram como Veneza está se defendendo do Adriático. Planeta, São Paulo, 10 dez. 2021.
Disponível em: https://www.revistaplaneta.com.br/satelites-mostram-como-veneza-esta-se-defendendo-do-
tadas com uma atividade de adriatico/. Acesso em: 20 jun. 2022.
pesquisa sobre obras de enge-

FLAVIO LO SCALZO/REUTERS/FOTOARENA
nharia que estão efetivamente
sendo propostas para a cidade. Veneza inundada
Por meio dessa prática, esti- Assista a cenas da cidade de
Veneza na pior enchente em 50
mula-se o raciocínio lógico e anos no link: https://www.youtube.
a solução de problemas por com/watch?v=Yr6ZbxivPTY&ab_
parte dos estudantes, que channel=EsseMundo%C3%89Nosso.
Acesso em: 2 ago. 2022.
deverão resgatar conhecimen-
tos de seu repertório para, em
NÃO ESCREVA
seguida, ampliá-lo por meio de NO LIVRO. Barreiras móveis em Veneza, Itália, 2020.
atividade de pesquisa. A ativi- 1. De acordo com o texto e com base nos temas já estudados sobre clima, de que
dade mobiliza o TCT – Ciência forma o aumento do nível do Mar Adriático, causado pelas mudanças ambientais,
e tecnologia. pode contribuir para o desaparecimento de Veneza?
As mudanças ambientais e climáticas podem afetar a região de Veneza com mais frequência, razão
pela qual alguns ambientalistas acreditam que a cidade pode ficar submersa.
152

152
ENCAMINHAMENTO
Apresente aos estudantes
outras imagens de construções
PARIS, LONDRES E SÃO PAULO: UMA CONEXÃO brasileiras datadas do século XIX
A urbanização europeia, nos moldes das indústrias, ferrovias e rodovias, desdobrou-se e início do século XX que sejam
em um modo de vida que influenciou não só a Ásia, mas todas as regiões do mundo, caracterizadas como neogóticas
inclusive o Brasil. Um dos símbolos da industrialização brasileira, a cidade de São Paulo ou ecléticas, seguindo o
é sede de edifícios que refletem a modernidade urbanística europeia, sobretudo movimento arquitetônico em
franco-britânica.
voga na Europa no mesmo
Projetos urbanístico-arquitetônicos

ALEX_MASTRO/SHUTTERSTOCK.COM
período. Para embasar a aula,
como o Viaduto do Chá (1888), a
Estação da Luz (1901) e o Theatro
sugerimos o texto indicado na
Municipal de São Paulo (1911) foram seção Para ampliar.
desenhados, respectivamente, pelo
francês Jules Martin, pelo inglês
Charles Henry Driver e pelo brasi-
leiro Francisco de Paula Ramos de
eram quase nulas as novida-
Azevedo, que estudou Arquitetura des arquitetônicas na cidade,
em Gante, na Bélgica. São Paulo, ao que cresceu rapidamente na
seguir as tendências dos estilos art segunda metade do século XIX.
nouveau, art déco e neogótico, e Ponte Westminster e, ao fundo, o Palácio de Na cidade de Recife, [...] o
misturando-os, comprova, em dife- Westminster e a Clock Tower (Torre do Relógio), engenheiro francês Louis Lé-
rentes tempos, a incorporação de em Londres, Reino Unido, 2022. ger Vauthier que ficou entre
influências culturais europeias nas 1840 e 1846, construiu o tea-

RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS


formas de sua urbanização. O capital tro de Santa Isabel. No século
investido pelos países europeus,
XX com a construção das ave-
centrais na Revolução Industrial, deu
nidas Rio Branco e Marquês de
forma às cidades, e elas devolveram
força ao capital.
Olinda diversos prédios eclé-
ticos puderam ser erguidos, a
maior referência foi o clássico
Estação Ferroviária da Luz, em greco-romano.
São Paulo (SP), 2020. A estação
era a principal parada dos trens Em Belém e em Manaus [a
que escoavam a produção cafeeira produção de borracha entre o
paulista e conectava o interior do fim do século XIX e início do
estado ao Porto de Santos. XX] acarretou rápido cresci-
mento econômico na região
NÃO ESCREVA gerando recursos para a cons-
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
trução de diversos prédios com
referências neoclássicas e eclé-
1. Perceba a semelhança entre a Torre do Relógio, em Londres, e a Estação da Luz, ticas, como o Teatro Amazonas
em São Paulo, e responda às questões. Consulte respostas em orientações didáticas. em Manaus e o Teatro da Paz
a) Organizem-se em grupos. Escolham três prédios no Brasil e no mundo que tenham em Belém.
recebido essa influência das hegemonias culturais propostas pelos estilos arquitetônicos
típicos de cidades europeias. DIAS, Polyanna D’Ávilla G.
O século XIX e o neogótico na
b) Após reunirem exemplos, troquem suas informações com outros grupos e debatam: por arquitetura brasileira: um estudo
que importantes prédios de grandes cidades brasileiras receberam influências de estilos de caracterização. Revista Ohun,
arquitetônicos europeus? Salvador, ano 4, n. 4, p. 100-115,
dez. 2008. p. 107-108. Disponível
em: http://www.revistaohun.
153 ufba.br/pdf/polyana_davila.pdf.
Acesso em: 20 ago. 2022.

PARA AMPLIAR [...] PENSE E RESPONDA


Em Belo Horizonte, o neoclássico chegou
Texto complementar somente a partir de 1897. Antes desta data, 1. a) Resposta pessoal.
[...] no governo Rodrigues Alves (1903-1906) [...] as construções tinham feições coloniais. 1. b)Espera-se que os estudan-
a cidade [Rio de Janeiro] passou por uma [...] tes identifiquem a hegemonia
grande transformação urbana onde foram Foi o que aconteceu com a antiga Igreja cultural europeia, exercida
construídos diversos prédios no gosto ecléti- Nossa Senhora da Boa Viagem [...].
co. A partir de 1904, seiscentos prédios foram
tanto politicamente (como
O neoclássico e o ecletismo encontraram
demolidos e tantos outros construídos. A ci- meios de se dispersar por todo país, em ca- decorrência dos processos
dade contou com construções neoclássicas, da cidade chegando ao seu modo. Em São coloniais) quanto economica-
neogóticas, detalhes Art Nouveau, resumin- Paulo estas linguagens chegaram a partir da mente (especialmente a partir
do, uma grande miscelânea eclética. prosperidade advinda do café, anteriormente da Revolução Industrial).
153
ENCAMINHAMENTO
Nos conteúdos referentes
às cidades asiáticas, reforce
a importância delas para a AS CIDADES ASIÁTICAS
formação de técnicas de enge- As primeiras cidades asiáticas se originaram na região do Oriente Médio, e os rios da região
nharia e construção para outras exerceram grande influência no estabelecimento desses centros urbanos. A bacia dos rios Tigres e
cidades do mundo. Discuta Eufrates, no atual Iraque, foi ocupada por diversos povos, como assírios e babilônios. Já as planícies
com os estudantes o papel das dos rios Indo e Ganges, nos atuais Índia e Paquistão, foram ocupadas pelos povos indo-arianos.
trocas comerciais para a expan- As margens dos rios Huang-He e Yang-Tsé-Kiang, na atual China, foram ocupadas pelo povo
são das cidades asiáticas, mas Xia. Os assentamentos construídos por esses povos deram origem aos maiores centros urbanos
retire o estereótipo de que as e centralidades da região.
As primeiras cidades asiáticas

MATTHEW STARLING/ISTOCK EDITORIAL/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES


cidades asiáticas só se forma-
ram em razão do contato com contavam com um arranjo urbano
complexo e planejado. Medina, uma
as cidades europeias. Serão
das cidades mais antigas do continente,
trabalhadas as habilidades
construída no século 9 a.C., possuía
EF09GE09 e EF09GE17. um planejamento que combinava
infraestrutura urbana, arquitetônica e
PARA AMPLIAR paisagística adaptadas à região.
Atividade extra A cidade foi projetada em três
níveis, que acompanharam o relevo
Como forma de destacar o
local. Na parte mais alta, ficava a resi-
pioneirismo dos povos asiáti-
dência real, onde o governante poderia
cos na constituição de núcleos ter uma visão de toda a cidade. No
urbanos, solicite a produção nível intermediário, ficavam todos os
de um trabalho em grupo. prédios administrativos da cidade e a
Selecione algumas das mais Mesquita Al-Masjid an-Nabawi, em Medina, Arábia residência dos oficiais da corte. No nível
antigas cidades do mundo: Saudita, 2022. mais baixo, ficava o restante da cidade,
Ur, Babilônia, Mohenjodaro, com residências dos demais habitantes,

SHELDON COOPER/SOPA IMAGES/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES


Pequim, Hoang-cho. Cada mercados, feiras, comércio e banhos
comunitários. Todo esse arranjo foi pla-
grupo será responsável por
nejado de forma a mostrar a hierarquia
pesquisar uma das cidades lis-
social de Medina.
tadas. No trabalho deverão As cidades asiáticas abrigaram as
constar: a data aproximada sedes de grandes impérios e foram
do surgimento da cidade, sua construídas com técnicas avançadas.
localização, as condições físico- Na China, as construções tradicionais
-naturais que propiciaram seu mantiveram um padrão por mais de 4
surgimento, os povos fundado- mil anos, com arquiteturas bilaterais e
grandes jardins e pátios que conectam
res e a situação atual de tais
os edifícios. Esse tipo de construção,
núcleos urbanos. Os trabalhos
encontrado nas propriedades rurais e
deverão ser apresentados aos urbanas, recebe o nome de siheyuan.
colegas. Essa prática, além de Mansão do príncipe Gong (1833-1898), em Pequim, Analise a fotografia.
desenvolver habilidades ligadas China, 2021. A construção de arquitetura típica
chinesa hoje abriga um museu.
a coerência, clareza, orató-
ria, ritmo de fala, expande o 154
conhecimento dos demais
estudantes sobre as cidades
que foram pesquisadas por
seus colegas.

154
ENCAMINHAMENTO
Compreender as cidades
Atualmente, a Ásia possui grandes e influentes centros urbanos, que se desenvolveram pela na Europa e na Ásia, em um
cultura local e pelas trocas culturais com outras nações. O aumento do fluxo das trocas comerciais recorte que vai do antigo ao
fez com que os núcleos urbanos, as rotas rodoviárias e ferroviárias e os portos se expandissem. atual, requer o uso de repre-
O Estreito de Ormuz, por exemplo, separa o continente asiático e o africano e se constitui como sentações do espaço geográfico
uma das principais rotas marítimas entre as cidades do Oriente Médio e os outros lugares do para visualização dos detalhes
mundo. Além disso, a extração e a comercialização do petróleo movimentam a economia de
que compunham cada época.
diversos países do Oriente Médio e fazem com que o fluxo de capital industrial e de navios de
carga seja intenso na região.
Trabalhe com mapas de um
Dubai, metrópole dos Emirados Árabes Unidos, é um exemplo disso. A cidade se expandiu mesmo lugar em tempos dife-
em meio ao deserto com a ajuda do capital de exploração de petróleo. Na imagem, podemos rentes e avalie com os estudantes
observar o porto da cidade de Jebel Ali, localizada próximo a Dubai. O porto é um dos maiores e como os fenômenos populacio-
mais importantes da região, com grande escoamento de produtos, principalmente derivados de nais implicaram uma grande
petróleo, e entrada de produtos importados. reestruturação da cidade.
Compare as semelhanças e as
diferenças das cidades eurasiáti-
cas, suas funções econômicas,
Contâineres no porto
de Jebel Ali, Emirados o que produziam, a quais mer-
Árabes Unidos, 2019. cados se conectavam. Algumas
cidades concentravam mais
indústrias, outras eram entre-
A integração econômica
postos comerciais, e assim por
entre os países asiáticos e entre
os demais continentes faz com
diante.
que as cidades asiáticas cresçam Informe o ano de surgimento
em área, população e produção de algumas cidades. Oriente
industrial. Atualmente, segundo os estudantes a observar como
as projeções populacionais da NOVIKOV ALEKSEY/SHUTTERSTOCK.COM alguns fatores físicos e naturais
Organização das Nações Unidas influenciaram na composição
(ONU), as cidades asiáticas, desses núcleos urbanos.
sobretudo do leste e do sul do
continente, vão registrar suas
maiores populações nas próxi-
mas décadas. A verticalização,
a expansão das redes de trans-
portes e o fluxo de pessoas e
mercadorias acompanham esse
crescimento.

Arranha-céus do distrito
financeiro de Lujiazui,
em Xangai, China, 2019.
GAID KORNSILAPA/SHUTTERSTOCK.COM

155

155
ENCAMINHAMENTO
Neste tema, serão discuti-
dos os elementos da morfologia
urbana e como a segregação é A MORFOLOGIA URBANA E A SEGREGAÇÃO
observada e planejada a partir Compreender de que forma as cidades estão organizadas torna possível a elaboração de
disso. Neste momento, pode-se um planejamento urbano que atenda às necessidades de seus habitantes. A morfologia urbana
levar plantas de cidades para possibilita identificar os padrões e arranjos espaciais da cidade, com base em forma, função e
analisar a morfologia com base estrutura. Ao analisar a disposição das casas, o tamanho dos quarteirões, as vias de circulação,
nas vias de circulação, nos o acesso ao setor de serviços, entre outras características, é possível perceber a segregação
espaços públicos, nos espaços socioespacial da cidade.
residenciais, nas áreas indus- A presença de equipamentos culturais e de lazer, como museus, parques urbanos e bibliote-
cas, faz com que o valor agregado ao solo urbano desses lugares seja mais elevado. Geralmente,
triais e comerciais. Discuta com
esses equipamentos estão localizados em áreas centrais ou ricas da cidade, o que restringe o
os estudantes como o plane- acesso da parcela mais pobre da população. Embora a cidade deva ser pensada e planejada para
jamento urbano traz para as seus habitantes, proporcionar boa qualidade de vida e permitir o acesso a todos os seus espaços
cidades uma morfologia e arran- é algo que nem sempre acontece.
jos que definem os ambientes a Algumas cidades foram construídas para atender à necessidade de mão de obra e infraestru-
serem vividos e ocupados pela tura industrial. Outras cidades foram construídas para ser as capitais administrativas dos países.
sociedade segundo sua classe Um exemplo desse tipo de cidade é Moscou, na Rússia, que foi construída ao redor do Kremlin,
social. Neste momento, pode-se residência dos antigos czares e atualmente do presidente russo, como forma de proteção e de
oferta de serviços aos governantes do país. Suas planícies permitiram que a cidade fosse construída
trabalhar com o TCT – Vida
em formato circular, com diversos anéis viários ao redor do centro.
familiar e social.
Com a criação da União Soviética, o governo tinha como objetivo expandir a cidade, aumen-
A temática possibilita o trabalho tar as vias de circulação e conectar os diferentes espaços, além de construir parques urbanos e
com competências socioemo- espaços de lazer.
cionais, como a Competência

ALEKSANDR MEDVEDKOV/SHUTTERSTOCK.COM
Geral 9. É importante trazer o
assunto para a realidade dos
estudantes, de modo que eles
compreendam, por meio de sua
vivência, como se dá o caráter
excludente e segregador das
cidades. É essencial que o profes-
sor permaneça atento a eventuais
casos de estudantes que vivam
em bairros ou comunidades
com problemas de infraestrutura
compatíveis com a classificação
de ambientes segregados. Esses
casos precisam ser respeitados
e acolhidos, e manifestações de
desrespeito e bullying devem
ser imediatamente repreendidas
e não toleradas. Destaque que a Centro de Moscou, Rússia, 2019.
cultura da paz e da empatia é 156
exercitada também nos espaços
mais próximos. A indignação e o
anseio por construir um mundo
mais tolerante e inclusivo são PARA AMPLIAR
valores, em geral, muito caros Texto complementar
aos jovens. No entanto, é preciso Segregação socioespacial: o que é e
que eles estejam conscientes de quais são seus impactos?
que tais valores devem ser pro- O conceito começou a ser utilizado pela
movidos em escala micro, em Escola de Chicago entre os anos 1930 e 1940
relação a familiares, conhecidos para analisar como diferentes populações
e colegas. se distribuíam pelas cidades estaduniden-
ses. Apesar de reconhecer que existia uma
diferença perceptível nos espaços ocupa-
156
ENCAMINHAMENTO
É importante encaminhar a
Outro exemplo de morfologia e segregação na cidade pode ser observado no Egito. Com os discussão com essa dupla de
altos índices populacionais de sua capital, Cairo, e a grande concentração urbana, alguns empre- páginas tendo por base as reflexões
endimentos são planejados e construídos nos arredores para atender às classes sociais mais altas. teóricas produzidas a respeito da
Os condomínios fechados, por exemplo, que se assemelham a cidades, possuem largas aveni- análise das cidades como espaço
das que os conectam até o centro cidade do Cairo. A necessidade de amplas avenidas se justifica de segregação. O texto presente
devido ao clima da região, já que as altas temperaturas e os baixos índices de umidade fazem com
na seção Para ampliar indica alguns
que os deslocamentos intraurbanos raramente sejam feitos a pé, o que resulta em um grande
fluxo de veículos particulares e de transporte coletivo. Além de uma boa infraestrutura viária,
pensadores e suas ideias resumidas
esses condomínios dispõem de serviços necessários no cotidiano, como bancos, supermercados, a respeito do assunto.
entre outros. Apesar da boa
JACKKPHOTO/SHUTTERSTOCK.COM

qualidade de vida dos seus


moradores, esse tipo de relação se dá em três dimen-
organização da cidade exclui sões: o espaço urbano como
a maior parte da população e mercadoria; o acesso diferen-
é nocivo ao ambiente devido ciado ao espaço urbano (em
ao grande espaço ocupado consequência disso); e a apro-
e ao gás carbônico emitido priação subjetiva e ideológica
pelos veículos automotores. do espaço a partir das duas
Ao falarmos da morfolo- dimensões anteriores.
gia das cidades, é importante Já Castells destaca o pa-
pensarmos no motivo de os pel da atuação política no
espaços estarem organizados processo de segregação
de uma determinada forma e socioespacial, que seria di-
não de outra. O crescimento nâmico e contínuo — não
desordenado e sem pla- estático. Suas obras anali-
nejamento traz problemas Cidade do Cairo, Egito, 2021. sam como os diversos atores
para as cidades. Da mesma sociais organizam e produ-
NICOLAS ECONOMOU/NURPHOTO//AFP

forma, o planejamento feito zem o espaço urbano: o poder


apenas para uma parcela da público, com políticas de pla-
sociedade também os traz. A nejamento urbano e uso do
segregação urbana evidencia espaço; as elites detento-
os problemas sociais na pai- ras do capital, com poder de
sagem, como a pobreza, a influência sobre o poder pú-
má distribuição de renda e as blico e alguns setores, como
más políticas de urbanização, a imprensa, até os grupos so-
que excluem a parcela mais ciais menos favorecidos; os
pobre nas cidades do acesso grupos menos favorecidos,
a equipamentos de saúde, de com menor acesso a infor-
lazer e de cultura. mações, representatividade
e até interesse na organiza-
ção do espaço urbano.
Lojkine, por sua vez, adi-
Moradias precárias em Mumbai, Índia, 2020. ciona outras ideias ao debate,
analisando a divisão entre
157 zonas para classes abas-
tadas e pobres, a oposição
entre centros favorecidos e as
periferias, bem como a distri-
dos por cada grupo — segregação, portanto conhecia o papel crucial dos processos buição dos serviços públicos
—, os pensadores justificavam esse fenô- capitalistas na segregação socioespacial. por esses diferentes espaços.
meno por “escolhas naturais” dos grupos, A estratificação urbana, portanto, também
SUMMIT MOBILIDADE 2022.
com pouca ou nenhuma influência de ato- seria uma expressão da estratificação so- Segregação socioespacial: o que
res externos. cial e da luta de classes. é e quais são seus impactos?
Algumas décadas depois, a partir dos [...] Estadão, São Paulo, 24 set.
anos 1960 e 1970, os estudiosos da Escola Lefébvre é um dos primeiros autores mar- 2021. Disponível em: https://
de Sociologia Urbana Francesa trouxe- xistas a discutir a segregação socioespacial summitmobilidade.estadao.
com.br/ir-e-vir-no-mundo/
ram uma ótica marxista para o conceito. por essa ótica, afirmando que a organização segregacao-socioespacial-o-
Mais do que apenas constatar o local das do espaço urbano é um fenômeno direta- que-e-e-quais-sao-os-impactos/.
residências, essa linha de pensamento re- mente relacionado à lógica capitalista. Essa Acesso em: 20 ago. 2022.
157
ENCAMINHAMENTO
Serão trabalhadas algumas
mudanças tecnológicas da
cidade, principalmente das AS MUDANÇAS TECNOLÓGICAS NAS CIDADES
técnicas de construção dos As mudanças tecnológicas nas cidades devem ser compreendidas levando-se em conta as
espaços. Reforce com os estu- diferentes fases do sistema econômico capitalista e as flutuações nas relações produtivas. Assim, as
dantes a importância de tais novas descobertas científicas e tecnológicas, as competições entre megacorporações, os interesses
avanços tecnológicos para de investidores, as alterações na oferta de mão de obra e nas políticas de Estado, entre outros
melhoria da qualidade de vida elementos, modificam as estruturas urbanas das sociedades modernas.
da população e a redução Entre os séculos XVIII e XX, as cidades da Europa Ocidental, sobretudo alemãs, inglesas e
francesas, estiveram na vanguarda das inovações tecnológicas urbanas. Hoje, com a recentraliza-
de impactos que possam ser
ção do capital em diferentes polos industriais regionalmente especializados, foram constituídos
causados por eventos físico-na- complexos urbanos globais que são referência em tecnologias de construção civil, engenharia de
turais. Traga outros exemplos software, engenharia mecânica, robótica e automação.
de mudanças tecnológicas que Os avanços nas técnicas

SHAIKHMERAJ/SHUTTERSTOCK.COM
são realizadas na cidade para construtivas possibilitam a cons-
melhorar a vida da população, trução de edifícios que aumentam
bem como a dinâmica e os as áreas ocupadas da cidade. A
construção de avenidas, viadu-
fluxos sociais econômicos.
tos, metrôs e trens produz novas
Neste momento, para se tra- formas e novos fluxos de circulação
balhar com o TCT – Ciência e de pessoas, informações, merca-
tecnologia, pode-se realizar dorias e capital. Uma maneira de
com os estudantes uma pes- fomentar e gerar tais desenvolvi-
quisa sobre diferentes avanços mentos são os tecnoparks, locais
tecnológicos para melhoria da que oferecem infraestrutura para
o desenvolvimento de start-up e
qualidade de vida e dos proble-
demais empresas de desenvolvi-
mas urbanos, que estão sendo
mento tecnológico. Observe na
desenvolvidos nos centros de fotografia um tecnopark na Índia.
Tecnopark em Bangalore, Índia, 2019.
pesquisas e avanços tecnoló- Além dos centros de produção

MELINDA NAGY/SHUTTERSTOCK.COM
gicos no Brasil. Nesse tema, industrial, os avanços tecnológicos
será trabalhada a habilidade possibilitam a construção de equi-
EF09GE11. pamentos urbanos para melhoria
da qualidade de vida, como
PARA AMPLIAR parques urbanos suspensos e hori-
zontais para redução da sensação
Texto complementar térmica e maior arborização da
Os espaços de fluxos cidade. Observe a fotografia.
O espaço e o tempo são as
principais dimensões mate-
riais da vida humana. [...]
Tanto o espaço quan-
to o tempo estão sendo
Gardens by the Bay, Cingapura,
transformados sob o efeito
2019.
combinado do paradigma da
tecnologia da informação e 158
das formas e processos so-
ciais induzidos pelo processo
atual de transformação his-
tórica [...]. Contudo, o perfil sedes de bairros comerciais centrais ca- jurídica, propaganda [...]. Todos podem ser
real dessa transformação é ros, congestionados e desagradáveis para reduzidos à geração de conhecimento e a
profundamente diverso das instalações personalizadas, em bonitos lu- fluxos da informação. [...]
prudentes extrapolações do gares ao redor do mundo. [...] CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 6. ed.
determinismo tecnológico. A economia global/informacional é or- São Paulo: Paz e Terra, 2002. p. 467, 469.
Por exemplo, parece óbvio ganizada em torno de centros de controle
que as telecomunicações e comando capazes de coordenar, inovar
avançadas tornariam a loca- e gerenciar as atividades interligadas das
lização de escritórios ubíqua, redes de empresas. Serviços avançados,
assim permitindo que em- inclusive finanças, seguros, bens imobiliá-
presas transferissem suas rios, consultorias, serviços de assessoria
158
ENCAMINHAMENTO
Converse com os estudantes
sobre o papel das cidades
AS CIDADES INTELIGENTES
tecnológicas na produção
O desenvolvimento acelerado das tecnologias no campo da comunicação, da inteligência
mundial de eletroeletrônicos.
artificial e das engenharias de software tem feito com que muitos países planejem e construam
Solicite uma investigação dos
cidades inteligentes.
As cidades inteligentes apresentam características para além de tecnologias digitais em boa
estudantes acerca da presença
parte do seu funcionamento, como acesso à educação de qualidade em todos os níveis de ensino, e da produção de minérios na
acesso a sistemas de saúde, boa conectividade de dados e utilização de diferentes modais de Europa e na Ásia, como técnica
transporte. de sala de aula invertida para
A redução dos níveis de estresse, o aumento da quantidade de empregos formais e a redução assuntos que serão tratados mais
do custo de vida são indicadores de boa qualidade de vida para a população. Em contrapartida, adiante, na unidade 7.
a implantação dessas cidades demanda alto custo e necessidade de mão de obra qualificada, o Analise a evolução dos centros
que faz com que se concentrem, sobretudo, em países desenvolvidos.
de produção apresentados
As cidades que comandam a economia mundial do século XXI dedicam-se às atividades do
nestas páginas e seu impacto
setor terciário e são as que centralizam a produção inteligente, reunidas em start-ups, escritórios
organizados em coworking, verdadeiros centros estruturados para produzir inovações no setor no processo de urbanização.
informacional. Exemplifique com o caso da
Melbourne, Dubai, Shenzhen,
LEUNGCHOPAN/SHUTTERSTOCK.COM
cidade chinesa de Shenzhen,
Hong Kong, entre outras, são que era habitada por 30 mil
exemplos de cidades voltadas pessoas até o fim da década
à produção de sistemas de alta de 1970 e atualmente é um
tecnologia, sobretudo aqueles dos maiores centros do mundo
relacionados à indústria da infor- em alta tecnologia e a maior
mação, da comunicação digital e
produtora mundial de celulares.
de desenvolvimento de softwares
Discuta a temática da
e entretenimento (games).
Além do Vale do Silício, na inteligência artificial e do
Califórnia, os complexos indus- processo de reurbanização de
triais tecnológicos e informacionais cidades e bairros que estavam
difundiram-se para outras cidades com baixa produção industrial
estadunidenses e europeias desde e empregabilidade. Enfatize o
2010, formando o Beco do Silício papel da introdução da produção
(em Nova York), as Pradarias do industrial com base em alta
Silício (Nebraska, Texas, Boston)
tecnologia no estabelecimento
e as Docas do Silício, em Dublin,
Irlanda. Cidade de Hong Kong, China, 2022. de novas empresas e mais
empregos.
Ao analisar as imagens desta
NÃO ESCREVA página e da anterior, chame a
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
atenção para a estrutura dos
prédios. Sugira que os estudantes
1. Quais são os benefícios trazidos pelas cidades inteligentes? Quais dados apontam
tais melhorias? Com a implementação das cidades inteligentes, as melhorias acontecem em pesquisem fotografias antigas,
questões sociais, como educação, saúde, educação. anteriores à década de 1970,
de Bangalore, Cingapura e
159 Hong Kong e comparem com a
paisagem atual. Com base nessa
comparação, analise o impacto
dessas alterações tecnológicas
na vida dos habitantes dessas
cidades.

159
ENCAMINHAMENTO
Centralize a discussão na
questão das relações de trabalho,
mobilizando o TCT – Trabalho. OS PERFIS URBANOS: ECONOMIA E TRABALHO
Para isso, aborde os diferentes A partir da Revolução Industrial, houve a necessidade de o capital industrial-financeiro incenti-
contextos socioeconômicos das var o consumo mundial e atendê-lo. Além disso, as classes trabalhadoras europeias, com exigências
fases das Revoluções Industriais crescentes e organizadas em sindicatos, passaram a reivindicar direitos e melhorias salariais e de
– a Primeira e a Segunda, ocor- condições de trabalho. Assim, o capitalismo passou a direcionar aglomerados industriais para
ridas ao longo dos séculos XVIII, regiões onde seria possível manter a lógica da redução dos custos de produção.
XIX e XX –, e mais destacada- As cidades urbano-industriais modificaram as relações econômicas e, com elas, a lógica do
mente a Terceira Revolução trabalho. O cenário europeu, sobretudo no Leste e no Mediterrâneo, tem sido marcado por um
fenômeno decorrente da implementação do sistema de acumulação flexível da Terceira Revolução
Industrial (após 1945).
Industrial: a desindustrialização (desconcentração industrial).
Em outros momentos, a
Esse processo de desindustrialização

HERNAN J. MARTIN/SHUTTERSTOCK.COM
Europa industrial já foi abordada. se caracterizou pela transferência de parte
Nossa intenção é focar na mais das atividades produtivas das empresas
recente fase da industrialização, locais para outras regiões ou países,
a de uma especialização produ- especificamente para os países dos Tigres
tiva da Europa em setores mais Asiáticos, para o Sudeste Asiático e para
tecnológicos ou de indústrias de a China. Isso ocorreu, principalmente, por
ponta. A nova lógica da orga- meio da subcontratação ou terceirização
das atividades.
nização produtiva da economia
A desindustrialização provocou sérias
flexível pós-1945 tem como
dificuldades para as economias, como
centro a Europa Ocidental e os altas nas taxas de desemprego, queda do Indústria de aço desativada em Dortmund, Alemanha,
Estados Unidos, reestruturando nível de atividade econômica, redução da
2019. Exemplo da desindustrialização na Europa.
a funcionalidade das cidades, circulação de capitais e desarranjo social

AISYAQILUMARANAS/SHUTTERSTOCK.COM
bem como suas formas e estru- regional. Isso levou ao declínio de áreas
turas espaciais. que foram polos dinâmicos da União
Reforce que os circuitos indus- Europeia por muitas décadas.
triais menos tecnológicos foram
deslocados para regiões mais Trabalhadores e máquinas na cidade
empobrecidas, logo, com menor de Kuala Lumpur, Malásia, 2019.
A industrialização impulsionou a
resistência a longas jornadas de
economia urbana malaia, atraindo mão
trabalho e baixa remuneração. de obra para os setores de construção
Problematize essa questão com civil, químicos, petroquímicos e de bens
de consumo duráveis.
os estudantes. Dê exemplos de
regiões que recebem as linhas NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
de montagem das empresas
com sede nos países mais ricos
1. Que tipo de prejuízos a desindustrialização e a desterritorialização industrial
da Europa e da Ásia. podem acarretar para uma cidade e um país? Consulte resposta em orientações didáticas.

PENSE E RESPONDA 2. Quais são as características dos países europeus que os mais fazem sofrer com o
processo de desindustrialização? Consulte resposta em orientações didáticas.
1. A desindustrialização e a
desterritorialização podem 160
ocasionar desemprego e
reestruturação das atividades
econômicas de uma cidade.
mais diversificada. O processo industrial
Nesse sentido, a mão de obra
histórico foi acompanhado por lutas sociais
menos qualificada, adaptada
por melhores salários, jornadas de trabalho
a trabalhos ligados à linha
regularizadas, redução de impactos ambien-
de produção, será a mais
tais, entre outras. Dessa forma, a produção
impactada.
nesses países tem custos mais elevados para
2. A desindustrialização atinge os industriais.
principalmente países euro-
peus industrializados há mais
tempo e com a economia
160
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, será tratada a
temática dos guetos, uma forma
SEGREGAÇÃO NAS CIDADES: OS GUETOS
de segregação social e espacial
Os guetos se constituem como uma forma de segregação social urbana a partir da origem
presente nas cidades. Os guetos
étnica e da situação social de seus habitantes. Seu surgimento remonta ao bairro destinado aos
ficaram muito conhecidos na
judeus na cidade de Veneza durante o século XVI. Observe a fotografia.
época da Alemanha nazista,
pois foram os locais destinados à

BORIS-B/SHUTTERSTOCK.COM
moradia dos judeus. São prédios
e regiões da cidade com menor
infraestrutura e menor atenção
de órgãos governamentais. Para
aprofundar o tema, é possível
trabalhar com o livro As duas
faces do gueto, do autor Loic
Wacquant (Boitempo Editorial,
2008), que trata da história
da formação dos guetos no
Gueto em mundo e analisa as novas formas
Veneza, Itália,
2022. de marginalidade urbana na
sociedade ocidental, que tem
No período nazista na Alemanha, entre 1933 e 1945, determinados lugares das cidades nos guetos uma nova forma de
foram destinados à moradia do povo judeu como forma de segregar essa parcela da população.
segregação e controle étnico e
Falta de infraestrutura e saneamento e a grande quantidade de pessoas em um pequeno espaço
marcavam a realidade judia nos guetos criados pelos alemães. Em Varsóvia, na Polônia ocupada,
racial
cidade com o maior gueto do regime nazista, esses locais de segregação possuíam muros altos e Pode-se propor uma atividade
eram constantemente vigiados, não tinham escolas, e neles as expressões artísticas eram proibidas. de pesquisa e trabalho de
Por esse motivo, eram criadas salas de aula clandestinas nos porões. campo, utilizando a ferramenta
Nos Estados Unidos, os guetos foram destinados para a população afro-americana que de visualização das ruas em
chegava das colônias do sul fugindo do regime de escravidão. aplicativos de navegação, por
OLIVER FOERSTNER/SHUTTERSTOCK.COM
Atualmente, os guetos ainda existem e antigos guetos nazistas e atuais
funcionam como lugares de segregação social. guetos estadunidenses ou outros
Na Dinamarca, por exemplo, os guetos são
guetos do mundo.
ocupados por imigrantes, grande parte deles
de origem mulçumana. Esses bairros são forma-
dos por prédios com pequenos apartamentos
e vistos com grande preconceito. Em geral,
esses bairros apresentam taxas de desemprego,
índices de analfabetismo e taxas de criminali-
dade maiores que a taxa média do país.

Conjunto de moradias no gueto


dinarmarquês de Norrebro,
Copenhague, Dinamarca, 2020.

161

161
ENCAMINHAMENTO
As atividades da página
trazem texto e imagem que 1. a) Ao ler o texto, pode-se observar que o êxodo rural e o aumento
da população urbana na Europa aconteceram sem que houvesse
auxiliam na compreensão da
complexidade das cidades euro-
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
infraestrutura adequada para acolher essas pessoas. Dessa forma,
os operários tiveram que se instalar em regiões afastadas, sem
serviços como saneamento, transporte, entre outros.
peias. O senso comum tende a
1. Leia o texto a seguir e depois responda às perguntas.
acreditar que, por se localiza- 1. b) A população pobre ocupa, nesse período, as periferias espaciais da cidade, em bairros sem
rem em países desenvolvidos infraestrutura, de forma que a precarização fique excluída dos olhos dos habitantes do centro.
Com o início da Revolução Industrial na Europa, muitas famílias e trabalhadores
e com altos índices socioeco- rurais foram em direção às cidades em busca de emprego e melhores condições de
nômicos, as cidades da Europa vida. Com isso, as cidades começaram a obter um aumento significativo na demanda
não têm problemas e toda a de habitações, para poder abrigar esses trabalhadores, todavia, faltava planejamento
população usufrui de aparato e recursos para providenciar esses espaços.
Com a superlotação das cidades, a população recém-chegada não possuía muitas
urbano completo. Portanto, os
opções e recursos para se instalarem de maneira adequada. [...].
exemplos da página são impor- Com isso, a divisão dos espaços urbanos na Europa começa a se tornar mais
tantes para demonstrar que, evidente. De um lado, as indústrias, os centros comerciais e as casas dos nobres; do
mesmo em menor quantidade outro, mais afastado dos centros urbanos, a moradia dos operários, vivendo em um
e menor gravidade, a segre- ambiente precário e sem infraestrutura básica, social e ambiental. [...]
gação urbana persiste mesmo A superlotação urbana foi apenas um de vários motivos que ocasionaram a
separação populacional nas cidades, outros pontos como o poder econômico, a etnia,
em continentes que alcan- a religião e até mesmo a cor da pele [promovem] tais comportamentos sociais.
çaram elevados indicadores
FERREIRA, Fernanda; SECUNDINI, Liliane. Planejamento Urbano e segregação socioespacial nas cidades.
socioeconômicos. Revista Zeiki, Barra do Bugres, v. 2, n. 1, 2021. p. 115-116.

Atividades a) De que forma o rápido crescimento urbano contribui para a segregação espacial das cidades?
A população rica ocupava,
1. c) b) Quais são as áreas ocupadas pela população das classes mais baixas? Por que isso acontece?
nesse período, as centralida- c) Quais são as áreas ocupadas pela população das classes mais altas? Por que isso acontece?
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
des da cidade, em bairros 2. Na imagem a seguir, podemos observar a morfologia do gueto de Mjølnerparken,
com infraestrutura criada Copenhagen, Dinamarca. Após observá-la, responda às questões:
para atender às indústrias. O

AERODATA INTERNATIONAL SURVEYS/CNES/AIRBUS/GOOGLE EARTH


2. a) Ao observar a
valor dessas áreas da cidade imagem de satélite,
era elevado, o que excluía a podemos identificar
que o gueto conta
classe operária e mantinha com infraestrutura de
as classes sociais segregadas lazer, com a presença
espacialmente. de um campo de
futebol e áreas
comuns entre os
prédios.
Projeto
habitacional
Mjolnerparken
em Norrebro,
Copenhague,
Dinamarca,
2022.

a) Quais são os equipamentos urbanos presentes no território do gueto?


b) Como se dá a disposição das casas e construções?
As construções se concentram em um lado do gueto, cada uma formando um retângulo com uma
162 área comum. Do outro lado das construções, estão os lugares de lazer comum para toda a população
que reside ali.

162
Atividades
3. a) A cidade de Atenas é construída a partir da Acrópole, ou seja, fica localizada em um local de destaque, 3. b) Os elementos da cidade se
e as demais construções da cidade são dispostas nos terrenos mais baixos, ao redor. Devido à importância da
religião para a época, os templos são os definidores do padrão de organização da cidade. distribuem de forma que a
3. Observe as imagens a seguir, que retratam a cidade de Atenas, na Grécia, no século V a.C. Acrópole, localizada no ponto
mais alto da cidade, seja vista

ILUSTRAÇÕES: MOZART COUTO


Pólis de Atenas: Ilustração esquemática (séc. V a.C.) de qualquer lugar. A Ágora se
localiza no centro da cidade,
possibilitando a reunião da
população para a tomada
de decisões, e os mercados
e demais construções eram
dispostos ao redor da Ágora,
reforçando a sua centralidade.

das Coisas (IoT), inteligência


Ilustração da pólis de Atenas no século V a.C. artificial, robôs e dados digi-
talizados.
Pólis de Atenas: planta (séc. V a.C.) COREIA do Sul planeja
construção de cidades
inteligentes na Ásia. Estadão,
São Paulo, 9 mar. 2020.
Disponível em: https://
Acrópole summitmobilidade.estadao.com.
br/ir-e-vir-no-mundo/coreia-
Ágora
do-sul-planejaconstrucao-de-
Habitação cidades-inteligentes-na-asia/.
Equipamentos sociais
Acesso em: 5 ago. 2022.
a) Quais são as limitações para
implantação de cidades inte-
ligentes nos diferentes países
do mundo?
Planta de Atenas no século V a.C. Resposta: O alto custo de
Elaborado com base em: MONTEIRO, Amanda Rafaelly Casé. As cidades de Platão: a construção de uma utopia. investimento, somado à neces-
In: ENCONTRO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM PLANEJAMENTO
URBANO E REGIONAL, 8., 2019, Nata. Anais [...]. Natal: EDUFRN, 2019. p. 10-11. Disponível em:
sidade de mão de obra muito
http://anpur.org.br/xviiienanpur/anaisadmin/capapdf.php?reqid=179. Acesso em: 9 ago. 2022. qualificada, o que torna os pro-
a) Ao ler a planta da cidade de Atenas, qual padrão da organização espacial você percebe? jetos inviáveis para países em
Quais fatores principais determinam a organização da cidade? desenvolvimento.
b) Ao observar o desenho de Atenas, como você percebe a distribuição dos elementos da b) Quais são os motivos que
cidade? Qual a relação entre a distribuição e o padrão espacial de organização de Atenas?
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas. levaram o governo da Coreia
163 do Sul a planejar a cidade
inteligente de Busan?
Resposta: Reduzir os
PARA AMPLIAR impactos ambientais causados
pelo inchaço urbano, como as
Atividades extras enchentes e alagamentos.
1. Leia o texto a seguir e responda às questões. nar problemas causados pela concentração c) Quais são as características
A Coreia do Sul, junto de um grupo de da população e por inundações. [...]
das cidades inteligentes?
dez países asiáticos que integram a As- A demanda proporciona um ambien-
te ideal para a construção de cidades Resposta: Emprego de tec-
sociação das Nações do Sudeste Asiático
inteligentes, que são caracterizadas co- nologias, inteligência artificial,
(Asean), planeja construir cidades inte-
ligentes e desenvolver oportunidades de mo lugares em que as pessoas, todos os além de acesso à infraestru-
negócios relacionadas a elas na Ásia. [...] dias, convivem e desfrutam dos benefí- tura urbana de qualidade para
A iniciativa tem como objetivo solucio- cios da tecnologia com o uso de Internet redução de danos ambientais.
163
ENCAMINHAMENTO
Neste capítulo, serão traba-
lhados os temas referentes a
TULO

10
cidades globais, megacidades, CAPÍ
cultura e problemas urbanos AS CIDADES
resultado da má distribuição eco- GLOBAIS
nômica e falta de planejamento
urbano e regional. Converse com O termo cidade global é utilizado para caracterizar as metrópoles nacionais que
os estudantes sobre os impactos têm influência global por meio de alguma atividade ou setor econômico. Devido a essa
causados pelas intensas trocas influência, essas cidades globais acabam se tornando centros de decisões e inovação
culturais e o crescimento acele- mundial.
rado da população e as formas No mapa, podemos observar as atuais cidades globais do mundo.
de segregação socioespacial
Mundo: cidades globais (2016)
sofrida pelos grupos com menor

DACOSTA MAPAS

poder aquisitivo. Círculo Polar Ártico


OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Düsseldorf
Düsseldorf Além das cidades
Amsterdã Frankfurt

Debata com os estudantes Vancouver


Vancouver
Calgary
Calgary
Montreal
Bruxelas
Londres
Estocolmo
Estocolmo
Moscou
Varsóvia
Berlim
globais, há também
Toronto Paris Praga
Munique
Monique
sobre os problemas urbanos que Las Vegas
São Francisco
Francisco
Chicago
Chicago
Atlanta
Atlanta
Boston
Nova York
Genebra
Madri Roma
Zurique
Istambul
Viena
Dammam
Amritsar
Beijing
Pequim Seul
Seul
Tóquio as megacidades. Sua
Los Angeles
Angeles
principal característica
Washington Xangai
eles percebem nas cidades bra- Milão
Milão Délhi Xangai Osaka
Trópico de Câncer Miami
Miami Barcelona Monaco
Monaco Riad Guangzhou
Guangzhou Taipé
Dallas
Dallas Varanasi Hong Kong
OCEANO
sileiras, incluindo a cidade onde Houston
Houston Tel Aviv
ATLÂNTICO Jerusalém
Jerusalém
Meca
Mumbai
Mumbai
Bangalore Bangkok
Macau
Macau
OCEANO é seu número popu-
Cidadedo
Cidade doMéxico
México Manama Bangalore
PACÍFICO
Equador Orlando
Orlando Kuala
Kuala Lumpur
Lumpur lacional superior a 10
vivem, e as causas e os refle- OCEANO
Nairóbi Cingapura
Cingapura

PACÍFICO Sun City OCEANO Jacarta


Jacarta milhões de habitan-
xos disso na dinâmica urbana e Trópico de Capricórnio ÍNDICO
tes. Índia e China são
Rio de
Rio de Janeiro
Janeiro
Paulo
social.
São Paulo Johanesburgo
Johanesburgo

Meridiano de Greenwich
Perth
Perth
Buenos Aires
Bueno Aires
Melbourne
Melbourne
Sydney
Sydney
exemplos de países
Neste capítulo, pode ser tra- que terão grande
balhado o TCT – Diversidade Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO quantidade de mega-
cultural, com base nas práticas Cidades globais arquetípicas Cidades políticas Cidades de recurso 0 2 965
cidades. Uma das
culturais da cidade, que se diver-
Cidades econômicas
Cidades financeiras
Cidades de entretenimento
Cidades religiosas
Outras importantes cidades globais
explicações para esse
sificaram e se intensificaram com
Cidades culturais Cidades como porta de entrada
aumento de grandes
Fonte: KNOX, Paul (org.). Atlas das cidades. São Paulo: Senac, 2016. p. 108. centros urbanos é a
o avanço dos meios e dos pro-
crescente urbanização
cessos migratórios. Proponha de países que pos-
Mundo: megacidades (2020 e 2030)
aos estudantes que pesqui- suíam a maior parte

ALLMAPS

OCEANO GLACIAL ÁRTICO
sem artistas e obras de artes Círculo Polar Ártico da população vivendo
espalhadas pelas cidades, que Londres
na zona rural. Observe
remetam a outras culturas que Teerã
Chengdu
Seul
o mapa.
não a dominante naquele lugar, Trópico de Câncer
Ahmadabad
Nanquim

OCEANO
e de que forma elas contribuem OCEANO
PACÍFICO ATLÂNTICO Hyderabad
OCEANO
PACÍFICO
Equador Ho Chi Minh

para um discurso inclusivo e de


Dar es Salaam 0°

OCEANO
ÍNDICO
combate ao preconceito exis- Trópico de Capricórnio
Luanda
Fonte: UNITED NATIONS.
Meridiano de Greenwich

Popular division. The


tente contra outras culturas. World’s Cities in 2018: data
Pode-se propor debates que 0 2 965 booklet. New York: UN,
Megacidades em 2018 2018. p. 5. Disponível em:
tragam diferentes visões culturais Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Novas megacidades em 2030 https://digitallibrary.un.org/
record/3799524. Acesso em:
e religiosas e, com isso, construir 5 ago. 2022.
discursos e percepções livres de
preconceitos e que respeitem as 164
diferenças.
Traga páginas de redes sociais
que têm o objetivo de apre- papel das mídias sociais no combate à discrimi-
sentar as diferentes culturas e, nação. Como sugestão de atividade, pode-se
também, mostrar os problemas criar uma mídia social para divulgação de dados
sociais na cidade, como racismo, e campanhas contra a violência, com propostas
violência física, aporofobia, de intervenções sociais e divulgação cultural dos
xenofobia, entre outras formas diversos lugares das cidades.
de violência. Proponha debates
para se pensar na redução dos
danos causados por essas práti-
cas preconceituosas e discuta o
164
ENCAMINHAMENTO
Esclareça as diferenças
Enquanto as cidades globais estão no topo da hierarquia urbana, devido às influências eco- entre os conceitos de cidade
nômicas e culturais que exercem, as megacidades ocupam o topo da classificação populacional global e megacidade, frequen-
das cidades. temente utilizados de forma
Uma megacidade pode ser uma cidade global, e vice-versa. No entanto, nem sempre uma equivocada na mídia. O prefixo
megacidade é uma cidade global, como é o caso de Lagos, na Nigéria. Também há casos de “mega” costuma dar a falsa
cidades globais que não são megacidades, como é o caso de Sidney, na Austrália, uma vez que
impressão de grande poder a
sua população total não ultrapassa os 10 milhões de habitantes.
uma cidade. No entanto, as
As cidades globais

KEHINDE TEMITOPE ODUTAYO/SHUTTERSTOCK.COM


megacidades são classificadas
e megacidades passam
por grandes transforma-
quantitativamente, ou seja,
ções ao longo do seu são toda e qualquer cidade que
processo de expansão. ultrapasse 10 milhões de habi-
Enquanto as cidades tantes. Quanto ao seu poder
globais se moldam em de influenciar regional ou glo-
razão do fluxo de infor- balmente e sua capacidade de
mações, do mercado gerar riquezas e fluxos que
financeiro, dos centros
lhe atribuam grande relevân-
culturais e passam a
cia, essas características não
também receber influên-
cia de outras cidades do estão presentes no conceito
mundo devido à grande de megacidade, mas sim de
Centro comercial de Lagos, Nigéria, 2021.
circulação de pessoas, cidade global. É possível que
as megacidades trans- uma cidade seja ao mesmo

VICTOR MASCHEK/SHUTTERSTOCK.COM
formam sua morfologia, tempo cidade global e megaci-
suas formas de habitação dade, como é o caso de Tóquio
e sua infraestrutura para e Xangai, mas existem muitos
comportar sua quanti-
exemplos de cidades que se
dade populacional.
classificam em apenas um dos
conceitos.
Opera House, em
Sidney, Austrália,
2014.

2. As megacidades são cidades cuja população ultrapassa


os 10 milhões de habitantes. NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
1. Cidades globais são pontos de conexão de grande
importância na rede urbana mundial. A partir dessas
1. O que caracteriza uma cidade global? cidades, são tomadas decisões administrativas e
2. O que caracteriza uma megacidade? ofertados serviços que, de um modo geral, facilitam e
intensificam as relações globais.
3. Quais continentes apresentarão novas megacidades até 2030? A Europa, a África e a Ásia.
4. De que forma o processo de urbanização contribui para o crescimento das
megacidades? Explique. A crescente saída de pessoas do campo em direção às cidades faz com
que a população urbana de países antes rurais aumente: é o caso de países como Índia, China, Paquistão e
Vietnã. Os principais destinos dessas pessoas são as grandes cidades, onde há maior oferta de empregos e
salários maiores. 165
tasse inicialmente que a
globalização reduziria a
importância funcional das
PARA AMPLIAR cidades, o aumento da
dispersão mundial das ativi-
Texto complementar dades humanas gerou novas
O conceito de cidade global foi cunha- formavam pontos de conexão e centros demandas organizacionais
do na década de 1990 por Saskia Sassen regionais em sua interpretação de socie- para administrar, prover
para descrever um novo tipo de cidade, dade contemporânea como “sociedade serviços e facilitar, de um
especializada em relações internacionais. em rede”. Tal noção foi então expandi- modo geral, a intensificação
Inicialmente, o foco estava em Londres, da, sugerindo a existência de uma “rede das relações globais.
Nova York e Tóquio, mas a ideia foi logo global de cidades”, destacando o escopo KNOX, Paul (org.). Atlas
ampliada pelo sociólogo Manuel Castells, global de serviços oferecidos por cidades das cidades. São Paulo:
que incluiu diversas outras cidades que contemporâneas. [...] Embora se acredi- Senac, 2016. p. 108.
165
ENCAMINHAMENTO
Para complementar a discus-
são sobre os problemas sociais
presentes em cidades globais, OS PROBLEMAS SOCIAIS NAS CIDADES GLOBAIS
é possível destacar questões A partir da década de 1960, diversos problemas globais se intensificaram, como o desem-
relacionadas à mobilidade e às prego causado pela inserção de novas tecnologias nas relações de trabalho, a falta de mão de
inúmeras consequências nega- obra qualificada e a retirada de direitos trabalhistas. Além disso, a terceirização e os novos modelos
tivas que a dependência de de trabalho por aplicativo retiraram direitos trabalhistas e contribuíram para a vulnerabilidade dos
automóveis pode trazer a um trabalhadores.
ambiente urbano: poluição, Nesse contexto, as pessoas com baixa escolaridade e qualificação profissional passam a ter
estresse, perdas de tempo e pro- dificuldades em conseguir se realocar no mercado de trabalho, o que reduz a renda do núcleo
familiar e resulta em dificuldades para acessar direitos básicos, como moradia, saneamento básico,
dutividade, acidentes etc.
alimentação, educação, entre outros.
Nesse sentido, sugere-se dis- Outro fator que contribui para o grande número de problemas sociais encontrados nas
cutir também o conceito de cidades globais é o inchaço urbano. Ainda hoje, há pessoas que migram para as grandes cidades
caminhabilidade. Esse é um em busca de emprego e melhores condições de vida, no entanto, em muitos casos, essas pessoas
tema interessante para analisar acabam por ocupar subempregos.
a organização de uma cidade ou Como consequência dos altos índices populacionais e da falta de emprego e políticas de auxílios
bairro, ou seja, como as cidades sociais, essas pessoas acabam por ocupar lugares precários, com falta de saneamento básico, onde
estão planejadas para acolher a se favorece a situação de insegurança alimentar e vulnerabilidade social. Essas são algumas das
características encontradas em muitos bairros da classe trabalhadora das cidades globais.
cultura da mobilidade a pé.
Observe, no mapa, as taxas de desemprego na Europa.
Garantir a caminhabilidade
adequada exige, muitas vezes, Europa: desemprego (2021)
redesenhar a cidade, bem como

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN



rc

ich
ul Desemprego
entender seu meio físico e a dis- o
Po
lar
Ár enw
Gre OCEANO GLACIAL ÁRTICO
(em % da força de trabalho)
tic Menos de 4,4%
tância entre os lugares. É preciso o
o de

De 4,4 a 7,7
dian

De 7,7 a 12,1
transformar as centralidades ISLÂNDIA ÁSIA
Meri

De 12,1 a 16,9

urbanas em lugares de fácil Mar da


Noruega
Mais de 16,9
Fronteira
acesso, redefinindo códigos de SUÉCIA
FINLÂNDIA
RÚSSIA

zoneamento. NORUEGA (parte europeia)

Comente com os estudantes Mar do ESTÔNIA


o

Norte
ltic

LETÔNIA
que essa proposta não se atém IRLANDA
DINAMARCA

r LITUÂNIA
REINO MaRÚSSIA
PAÍSES
apenas a ciclovias, mas trata- OCEANO
ATLÂNTICO
UNIDO BAIXOS (Kaliningrado)
BELARUS

-se de um projeto de cidade BÉLGICA ALEMANHA POLÔNIA

UCRÂNIA
LUXEMBURGO REP. TCHECA

que precisa ser viável para a LIECHTENSTEIN ESLOVÁQUIA


MOLDÁVIA M
ar
FRANÇA SUÍÇA ÁUSTRIAHUNGRIA C
população. ESLOVÊNIA ROMÊNIA

ás
CROÁCIA

pi
PORTUGAL GEÓRGIA

o
BÓSNIA-
Discuta as possibilidades de -HERZEGOVINA
MONTENEGRO
SÉRVIA BULGÁRIA
Mar Negro AZERBAIJÃO

ESPANHA ARMÊNIA AZB


as cidades oferecerem qualidade ITÁLIA MACEDÔNIA TURQUIA
ALBÂNIA DO NORTE (parte europeia)

de vida aos cidadãos de forma Mar Medi


te rrân
eo
GRÉCIA ÁSIA

realista. Questione a estrutura ÁFRICA MALTA 0 455

das cidades: a cidade em que


Fonte: THE WORLD BANK. Unemployment, total (% of total labor force)


vivemos é feita para ser cami- (modeled ILO estimate). The World Bank Data. Washington, DC, 2022. Disponível em:
https://data.worldbank.org/indicator/SL.UEM.TOTL.ZS?view=map. Acesso em: 6 ago. 2022.
nhável? O ritmo de trabalho em
que vivemos permite a atividade 166
de caminhar? Toda a população
pode se locomover a pé? Todos
os trabalhadores vivem perto de
seus locais de trabalho?
Utilize essas perguntas para
problematizar e relativizar a
questão da caminhabilidade na
prática, sem idealizações.

166
ENCAMINHAMENTO
A página oferece uma
oportunidade valiosa de dis-
O descarte de resíduos sólidos nas cidades globais cutir o excesso de consumo e
A produção e o descarte de resíduos sólidos são um dos grandes problemas das cidades posterior grande volume de
atuais. Entre 2019 e 2021, houve aumento da produção de resíduos plásticos, sobretudo de emba-
lagens de alimentos por entrega em domicílio. De acordo com dados do relatório “O mercado
descarte associado às socieda-
de delivery de refeições e a poluição plástica” da Organização Não Governamental Oceane, a des modernas. Além da análise
produção desse tipo de resíduo sólido aumentou em 46% no Brasil, o que totalizou aproxima- do problema em si, presente
damente 25 mil toneladas. Esse salto na quantidade produzida pode ser explicado pelo aumento no texto da página, envolva
do consumo de comidas prontas devido à pandemia da covid-19. os estudantes na situação, de
A localização de aterros e lixões e o aumento na produção de resíduos sólidos atingem também
os lençóis freáticos, contaminando-os por meio da infiltração de chorume. À medida que os materiais
modo que eles se compreen-
orgânicos vão se decompondo, eles produzem uma substância química composta por amônia, sulfatos dam como membros dessa
e outros componentes hospedeiros de vírus e bactérias que contaminam o solo e as águas subterrâneas. sociedade e cidadãos respon-
O desperdício e o excesso de consumo também aumentam a quantidade de resíduos sólidos. sáveis por buscar soluções para
Em países desenvolvidos, devido ao preço das mercadorias e à possibilidade de consumo, o o excesso de produção de lixo.
descarte de produtos seminovos é comum, o que gera acúmulo de resíduos sólidos muitas vezes
É sempre importante retomar o
compostos de produtos ainda em boas condições de uso.
A tendência é que a produção de resíduos sólidos aumente nas próximas décadas. No entanto, conhecido conceito dos “5 Rs”
há grande desigualdade na quantidade de resíduos sólidos produzida entre os países desenvolvidos da sustentabilidade: reduzir,
e em desenvolvimento e na forma pela qual eles são descartados. Nos países em desenvolvimento, reutilizar, reciclar, recusar e
39% dos resíduos sólidos são descartados e decompostos em aterros sanitários a céu aberto, repensar, o que viabiliza o tra-
enquanto os países desenvolvidos produzem quatro vezes mais resíduos sólidos e possuem melhores
balho com o TCT – Meio
condições para descarte e tratamento. Além disso, muitos países desenvolvidos enviam seus resíduos
sólidos para países em desenvolvimento dispostos a recebê-los em troca de pagamento. Observe o ambiente. Crie um momento
mapa a seguir sobre produção de resíduos sólidos mundial por país e por habitante. de debate e reflexão sobre a
participação dos estudantes
Mundo: produção de resíduos sólidos (2011-2017) enquanto cidadãos do mundo,

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


visando a um ambiente susten-
ESTADOS tável, provando que é possível
UNIDOS
OCEANO aliar produtividade e saúde.
PACÍFICO
MÉXICO
LAOS
Discuta com os estudantes
50 kg por habitante por ano
algumas possíveis soluções para
TIMOR LESTE
ISLÂNDIA
OCEANO
1 600 kg por
RÚSSIA 50 kg por habitante
por ano
a questão do lixo nas grandes
habitante por ano CHINA
PACÍFICO
OCEANO cidades.
ATLÂNTICO
MÔNACO
INDONÉSIA
• Incineração: é uma solução
1 200 kg por
habitante por ano parcial e adequada apenas a
ÍNDIA casos de lixos que ofereçam
BRASIL CINGAPURA
1 300 kg por habitante
muito perigo quando expostos.
por ano
OCEANO Além de cara, a incineração
ÍNDICO
Produção de resíduos Produção de resíduos
sólidos (em milhões de sólidos (em quilogramas completa exige um mecanismo
por habitante por ano)
de encanamento para reapro-
toneladas por ano)
260 37
200
80
400
800
veitar o gás gerado.
LESOTO 1 600
Aterros tecnológicos: a pro-
10
37 kg por habitante
por ano
Sem dados •
0,2
posta é que se associe ao lixo
Fronteira

Elaborado com base em: GEMENNE, François; RANKOVIC, Aleksandar. Atlas de L’Antropocène. orgânico materiais que ace-
2. edition actualisèe et augmentèe. Paris: Sciences Po, 2021. p. 93. 167
lerem a sua decomposição.
Refrigerantes e cervejas fora
da validade têm sido empre-
gados com sucesso.
• Biodigestão: trata-se da geração de
combustível a partir do lixo orgânico des-
cartado. Apesar de ser uma tecnologia
ainda cara, o combustível produzido é
limpo.
• Geração de matéria-prima: experiências
têm sido feitas com êxito na transforma-
ção de lixos perigosos, como hospitalar e
com metais pesados, em asfalto.

167
ENCAMINHAMENTO
Para auxiliar no planejamento Mundo: saneamento Defecação a céu aberto Limitado Saneamento

SONIA VAZ
Instalações impróprias Básico seguro
das aulas e na mediação dos (2015 e 2020)
debates sobre questões tão (% da população mundial) Saneamento básico nas cidades globais
essenciais quanto saneamento 60
A falta de saneamento básico é outro problema das cidades
básico, acesso a água, saúde e 50
globais. O acesso à água tratada e sistema de esgoto é uma das formas
higiene, disponibilizamos parte de garantir a qualidade de vida de uma população e a erradicação de
da análise sobre o relatório da 40 algumas doenças. No entanto, de acordo com dados da Unicef, apenas
54% da população mundial tem acesso a um sistema de saneamento
Unicef sobre os estudos do 30 seguro. Ao comparar os dados de 2015 e 2020, é possível observar que
tema. A condução do assunto o aumento desse acesso foi inferior a 10% no período, o que reforça a
necessita de muito cuidado, pois 20
necessidade de investimentos e políticas públicas para garantir acesso
é possível que existam estudan- ao saneamento a toda população mundial.
10
tes em situação de carência de
alguns desses direitos. Portanto, 0 Acesso à água tratada
2015 2020
esse é um momento de cons-
Ano O objetivo 6 dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável da
ONU, “Água Potável e Saneamento”, possui como meta alcançar o acesso
cientização, de debate e de Fonte: WORLD HEALTH
ORGANIZATION; UNITED NATIONS universal e equitativo à água potável e segura para todos até 2030.
despertar para o civismo na CHILDREN’S FUND. Progress on
Ainda que o acesso à água tratada e tratamento de esgoto seja
household drinking water, sanitation
tomada de atitudes e, principal- and hygiene 2000-2020: five years preocupação constante de países e entidades internacionais, uma parcela
mente, empatia e acolhimento into the SDGs. New York: WHO:
Unicef, 2021. p. 9. Disponível
da sociedade global não tem acesso à água tratada e tratamento de
com quem pode estar em situa- em: https://data.unicef.org/ esgoto. De acordo com dados da Unicef, em 2020, 74% da população
resources/progress-on-household- mundial tinha acesso à água potável de sistema de tratamentos seguros.
ção de vulnerabilidade. Os drinking-water-sanitation-and-
Em cinco anos, o aumento no acesso à água tratada de forma
debates favorecem o desenvolvi- hygiene-2000-2020/.
Acesso em: 7 ago. 2022. segura foi de apenas 4%, o que reflete a falta de investimentos e
mento dos TCTs – Vida familiar disponibilidade de recursos para garantia de acesso seguro a toda população mundial. Embora
e social e Educação em direi- muitos países apresentem níveis acima de 75% de pessoas com acesso à água potável por meio
tos humanos. de sistemas básico e seguros, muitos países ainda apresentam índices abaixo de 50%, como é
o caso de México, Paquistão, Myanmar, Mongólia, entre outros. No mapa, podemos observar a
PARA AMPLIAR porcentagem da população com acesso à água potável no mundo.
Texto complementar
Mundo: proporção da população que usa serviços
Três em cada 10 de água potável gerenciados com segurança (2020)
pessoas no mundo não

SONIA VAZ
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
tinham acesso a água e Círculo Polar Ártico

sabão em casa durante a


pandemia Fonte: WORLD HEALTH
ORGANIZATION; UNITED
Os dados mais recentes Trópico de Câncer NATIONS CHILDREN’S
da Organização Mundial da OCEANO OCEANO
FUND. Progress on
ATLÂNTICO household drinking
Saúde (OMS) e do Fundo das Equador
PACÍFICO
0° water, sanitation and
Nações Unidas para a Infân- OCEANO
PACÍFICO
hygiene 2000-2020: five
years into the SDGs.
cia (Unicef) revelam que três Trópico de Capricórnio OCEANO ÍNDICO
New York: WHO: Unicef,
em cada 10 pessoas em todo 0 a 25 2021. p. 8. Disponível
25 a 50 em: https://data.unicef.
o mundo não podiam lavar
Meridiano de

50 a 75
Greenwich

org/resources/progress-
as mãos com água e sabão 75 a 99
Mais de 99 OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
on-household-drinking-
Círculo Polar Antártico
water-sanitation-and-
em casa durante a pandemia Dados insuficientes 0 2 850
hygiene-2000-2020/.
Não aplicável
de covid-19. As informações Acesso em: 7 ago. 2022.
são de um relatório conjun- 168
to das duas agências.
O relatório destaca al-
guns progressos no setor.
Entre 2016 e 2020, o acesso injeção urgente de dinheiro, bilhões em nante até o momento para aumentar esses
a água potável administra- todo o mundo correm o risco de continuar serviços que salvam vidas, as necessida-
da com segurança em casa sem acesso vital a água potável, sanea- des alarmantes e crescentes continuam
aumentou de 70% para 74%; mento e serviços de higiene até 2030. a superar nossa capacidade de resposta”,
os serviços de saneamento [...] disse a diretora executiva do Unicef, Hen-
passaram de 47% para 54%; Em vez de conexões de esgoto, no ano rietta Fore.
e instalações de lavagem das passado pela primeira vez, mais pessoas Para manter o progresso, as duas agên-
mãos com água e sabão, au- usaram latrinas de fossa, fossas sépticas e cias da ONU sublinharam a necessidade
mentaram de 67% para 71%. outras instalações sanitárias melhoradas de governos apoiarem de forma adequa-
Ainda assim, o documen- para conter e tratar o lixo com eficácia. da o saneamento local administrado com
to afirma que, sem uma “Apesar do nosso progresso impressio- segurança, incluindo lodo fecal.
168
SONIA VAZ
Mundo: acesso à água
para lavagem das mãos
Indicadores de higiene e saúde nas (2015 e 2020)
cidades globais (% da população mundial)
Você já estudou em outros momentos a importância 80
dos indicadores para compreender a dinâmica demográfica 70
e a qualidade de vida nos diferentes lugares. Outro indicador
60
importante para entender a desigualdade social é o acesso
à higiene e à saúde. 50

Lavar as mãos parece ser o hábito de higiene mais 40


comum e fácil de acessar. No entanto, dados da Organização 30
Mundial da Saúde e da Unicef disponibilizados em 2022
20
revelam que o acesso ao ato mais trivial de higiene ainda
é um problema para quase 30% da população mundial. 10

Observe os dados no gráfico. 0


2015 2020
Outro indicador relacionado à saúde que tem sido Ano
observado pelos organismos internacionais como ONU e Sem instalações
Unicef é a qualidade da saúde menstrual das mulheres. Limitado
Embora pareça outro ponto de saúde e higiene trivial, Básico

muitas meninas e mulheres não têm acesso a higiene ade- Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION;
quada e absorventes durante o período menstrual. Com UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND.
Progress on household drinking water,
isso, muitas acabam utilizando pedaços de pano, folhas sanitation and hygiene 2000-2020:
de papel e, em alguns casos, até mesmo folhas de árvores five years into the SDGs. New York:
WHO: Unicef, 2021. p. 10. Disponível
para conter o fluxo menstrual. Além disso, muitas meninas em: https://data.unicef.org/resources/
acabam faltando a atividades como aulas, trabalho e reuni- progress-on-household-drinking-water-
sanitation-and-hygiene-2000-2020/.
ões sociais durante o período menstrual por não disporem Acesso em: 7 ago. 2022.
de absorventes. STEFAN TRAPPE/IMAGO/FOTOARENA

Atualmente, ONGs e instituições globais como ONU e


Unicef têm planejado projetos e ações que garantam às
meninas e mulheres materiais mais confortáveis e corretos
para serem utilizados durante o período menstrual, garan-
tindo melhor qualidade de vida e redução da possibilidade
do desenvolvimento de doenças que podem ser contraídas aumento de dez vezes da
ao utilizarem produtos inadequados. oferta atual.
[...]
ONG recepciona refugiadas ucranianas para distruibuir
Pela primeira vez, o re-
produtos pessoais de higiene em estação de trem em latório também apresentou
Berlim, Alemanha, 2022. dados nacionais emergentes
sobre saúde menstrual.
O acesso à higiene e à saúde menstrual contribui para a Em muitos países, uma
redução de contaminação e doenças que são resultantes do
uso de materiais e higienização inadequada durante o período
NÃO ESCREVA proporção significativa de
PENS E E RE SP ON DA menstrual. Isso garante menos hospitalizações e até mesmo
NO LIVRO.
mulheres e meninas não
maior frequência escolar a meninas e mulheres. consegue atender às su-
1. De que forma o acesso a absorventes e higiene adequada contribui para melhoria
as necessidades de saúde
dos indicadores de saúde e higiene de um país?
menstrual.
As disparidades são sig-
169 nificativas entre os grupos
vulneráveis, como as mais
pobres e as portadoras de
deficiência.
O estudo também deixou claro que, se 78% teriam instalações básicas para lavar
TRÊS em cada 10 pessoas
as tendências atuais persistirem, em 2030, as mãos, deixando 1,9 bilhão em condi- no mundo não tinham
bilhões de crianças e famílias ficarão sem ções precárias. acesso a água e sabão em
serviços de água, saneamento e higiene [...] casa durante a pandemia.
que salvam vidas. O relatório também apontou grandes Nações Unidas Brasil, Brasília,
O relatório observa que apenas 81% da desigualdades – com as crianças e famí- DF, 6 jul. 2021. Disponível
população mundial teria acesso a água lias vulneráveis sendo mais atingidas. em: https://brasil.un.org/
pt-br/134718-tres-em-cada-10-
potável em casa, deixando 1,6 bilhão sem No atual ritmo de progresso, para que pessoas-no-mundo-nao-tinham-
acesso. Apenas 67% teriam serviços de sa- os países menos desenvolvidos tenham acesso-agua-e-sabao-em-casa-
neamento seguros, deixando 2,8 bilhões acesso a água potável administrada com durante-pandemia. Acesso em:
em más condições. Além disso, apenas segurança até 2030, seria necessário um 20 ago. 2022.
169
ENCAMINHAMENTO
Neste momento, será traba-
lhada a questão habitacional
nas cidades globais, com foco Problemas habitacionais nas cidades globais
nos problemas enfrentados pela O fenômeno da urbanização intensifica-se a partir dos anos 1940 não apenas na Europa e
população em situação de vul- na Ásia, mas também em vários lugares do mundo. Como estudamos anteriormente, a urbaniza-
nerabilidade social. Converse ção acelerada gerou diversos problemas sociais nas cidades, uma vez que o espaço urbano não
com os estudantes sobre os estava preparado para receber o grande contingente de pessoas vindas do campo. Muitos desses
migrantes tiveram que se instalar em áreas distantes do centro, onde as habitações eram precárias
problemas enfrentados pela
e não havia infraestrutura básica. Agora vamos abordar alguns exemplos desses problemas nos
população e os processos de
continentes europeu e asiático.
segregação impostos a ela. A Na França, políticas públicas adotadas nos

VERNERIE YANN/SHUTTERSTOCK.COM
partir dos exemplos das favelas anos 1950 e 1960 ajudaram a erradicar as habi-
na França e na Espanha, os tações precárias do país já na década de 1980. O
estudantes poderão perceber governo investiu grande quantidade de recursos
que os problemas habitacio- na construção de moradia acessível para essa
nais estão presentes mesmo em população. No entanto, décadas depois, as cha-
países classificados como ricos e madas bidonvilles são novamente uma realidade
em algumas cidades francesas. As bidonvilles são
desenvolvidos.
um conjunto de habitações precárias construídas
Aborde com os estudantes próximo a linhas de trens, viadutos e rodovias,
o tema das pessoas em situa- semelhantes às favelas brasileiras.
ção de vulnerabilidade social, o As ameaças de despejo e remoção são
inchaço das favelas e o aumento constantes. Estima-se que, atualmente, em Paris,
da quantidade de habitações haja mais bidonvilles que na década de 1960,
subnormais. Depois, analisem quando houve uma explosão demográfica no
em conjunto as possíveis ações Bidonville, aglomerado de moradias precárias país. De acordo com a Delegação Interministral
em Paris, França, 2021. do Alojamento e do Acesso à Moradia (Dihal),
que podem ser tomadas para a
existem cerca de 571 de favelas pela França, onde vivem cerca de 16 mil habitantes.
melhoria da qualidade de vida
Na Espanha, a capital Madrid abriga a maior favela da Europa, chamada Cañada Real.
dessas pessoas. Aproximadamente 44 mil pessoas vivem no bairro onde falta saneamento básico e as moradias
Uma possibilidade de ativi- são precárias, geralmente de madeira ou lonas. Com a crise econômica enfrentada pela Espanha a
dade a ser desenvolvida é um partir de 2008, muitas pessoas perderam as suas casas e buscaram outros lugares para sobreviver,
mapeamento dessas habitações como Cañada Real. Observe a fotografia do bairro.
nos bairros ou na cidade dos

INDIRA/DAX/ZUMA PRESS/FOTOARENA
estudantes e pensar na dinâ- Cañada Real, a maior favela da Europa,
em Madrid, Espanha, 2021.
mica dos últimos anos, se houve
um aumento ou redução dessas
áreas por exemplo. Propor aos
estudantes que identifiquem
quais foram os acontecimen-
tos que contribuíram para o
aumento e/ou a redução desse
tipo de habitação. Será traba-
lhada a habilidade EF09GE09.
170

170
ENCAMINHAMENTO
Reforce que a precarie-
A pandemia de covid-19 intensificou os problemas relacionados à moradia nos grandes dade na habitação não é um
centros urbanos. Os grupos vulneráveis, como pessoas que estão em situação de rua e que problema exclusivamente de
habitam moradias precárias, sofreram de maneira desproporcional os efeitos da doença, uma países em desenvolvimento.
vez que não puderam praticar o isolamento social de maneira apropriada e, muitas vezes, não É importante que os estudan-
dispunham de itens de higiene de básica que os auxiliariam a evitar o contágio. tes compreendam que esse
Além disso, houve o fechamento de indústrias, empresas e estabelecimentos do setor de
problema também existe nos
serviços, o que aumentou o número de desempregados e, consequentemente, de pessoas em
situação de vulnerabilidade social.
países com economia mais
Os altos valores dos aluguéis,
DELFIM MARTINS/PULSAR IMAGENS
sólida e com maior autonomia.
somados ao baixo valor ou até Ressalte que em grandes
mesmo à falta de auxílios sociais, centros industriais contem-
fizeram com que milhares de porâneos asiáticos, incluindo
pessoas fossem despejadas de suas cidades centrais do capital
casas e ficassem sem lugar para financeiro, como Seul e Hong
morar. Uma das formas encontra- Kong, esse fenômeno urbano
das por essas pessoas foi morar
se reproduz.
dentro de barracas de camping
montadas no meio de locais públi-
cos da cidade, como calçadas,
embaixo de viadutos e pontes,
marquises, lotes vazios, praças,
entre outros lugares. Na cidade
de São Paulo, dados da prefeitura
revelam que 6,1 mil pontos da
cidade eram ocupados por pessoas Pessoas em situação de rua em São Paulo (SP), 2022.
que viviam em barracas em 2021,
PRADEEPGAURS/SHUTTERSTOCK.COM
um aumento de 330% comparado
com os dados de 2019.
Na Índia, país que abriga
quatro das maiores megacidades
do mundo, os problemas habi-
tacionais atingem mais de 400
milhões de pessoas segundo
dados do governo indiano. Muitos
deles vivem em casas com seis
pessoas e apenas dois cômodos,
com banheiro compartilhado com
outros vizinhos. Em cidades como
Délhi e Nova Délhi, muitas dessas
moradias estão nos pisos superio-
res dos mercados de especiarias da
cidade.
Favela em Nova Délhi, Índia, 2021.

171

PARA AMPLIAR exemplos: Boulevard Ney (França); Cova da peça pesquisas sobre os res-
Moura (Portugal); Cañada Real (Espanha); pectivos IDHs ou outros dados
Atividade extra Kamagasaki (Japão); Guryong (Coreia do que comprovem se tratar de
Para que os estudantes compreendam Sul). Pode ser uma estratégia interessante não países desenvolvidos, porém
que comunidades carentes também estão informar os estudantes sobre o que eles vão com áreas segregadas em seu
presentes em países com elevados índices pesquisar; apenas fornecer o nome dessas interior.
socioeconômicos e economias diversifica- localidades. Na aula seguinte, eles trazem
das, solicite uma atividade de pesquisa sobre suas descobertas para debate. Caso sinta que
alguns aglomerados subnormais localiza- não está claro para alguns estudantes a qua-
dos na Europa e na Ásia. Sugerimos alguns lidade de vida média nos países pesquisados,
171
ENCAMINHAMENTO
As moradias em trailers, como
apresentada no Fórum, não são
comuns no Brasil. No entanto, FÓRUM
elas aparecem com frequência Uma vida sobre rodas
em filmes e em séries esta- A mudança nas formas de produzir e, consequentemente, no modo de vida urbano
dunidenses, sendo, portanto, impactam diretamente o arranjo urbano e a forma como as pessoas ocupam a cidade.
provável que os estudantes já Como vimos anteriormente, moradias precarizadas estão presentes em todos os países
tenham tido contato com essa do mundo, mesmo daqueles considerados desenvolvidos. O alto custo dos imóveis, o
desemprego e outros problemas sociais são exemplos da falta de políticas públicas para
realidade assistindo a essas pro- melhorar a condição de vida da sua população.
duções. Sugere-se iniciar a aula Outro exemplo de moradias precarizadas são os trailers nos Estados Unidos. As casas
por meio de um diálogo, res- sobre rodas podem ser colocadas em terrenos públicos ou qualquer área da cidade,
gatando esses conhecimentos reduzindo o valor gasto com moradias. Na reportagem, podemos observar mais sobre
essa forma de moradia que tem sido colocada como “estilo de vida”.
prévios dos estudantes. Reserve
um tempo para que eles cola-
Uma comunidade que, segundo dados da Associação da Indústria de Veículos
borem, dando exemplos de
Recreativos (conhecidos como RV na sigla em inglês e de todos os tipos de formas
produções audiovisuais que e tamanhos), é composta por pelo menos 1 milhão de pessoas que vivem em casas
retratam personagens vivendo sobre quatro rodas em tempo integral.
em trailers. Pergunte como “Cerca de 25 anos atrás, decidi me mudar para um trailer porque me divorciei
e não podia mais sustentar meu estilo de vida”, diz Bob Wells, uma figura central
eram suas condições de vida,
na vida nômade moderna nos Estados Unidos e presidente da Homes On Wheels
que posição os personagens Alliance (Aliança das Casas Sobre Rodas).
ocupavam nos filmes e outras [...]
questões que possam interessar “[...] você pode viver em terrenos públicos. Existem terrenos nos Estados Unidos
onde você pode viver de graça, você só precisa se mudar a cada duas semanas. E
à problematização da situação
isso não é ruim. Mudar a cada duas semanas não é um fardo." Explica Bob Wells. [...]
de moradia. [...]
Em sua jornada contínua, esses nômades modernos intercalam o tempo de lazer
PARA AMPLIAR com empregos temporários, seja limpando acampamentos, ajudando na colheita,
substituindo funcionários ou como equipe adicional [...]
Atividade extra
BCC. “NOMADLAND”: como é

RICOPATAGONIA/SHUTTERSTOCK.COM
1. Discuta com seus colegas a vida de milhares de pessoas
quais são os motivos para a que vivem e viajam em
trailers nos EUA. G1, Rio de
crise de moradia enfrentada Janeiro, 2021. Disponível em:
https://g1.globo.com/mundo/
por pessoas do mundo todo noticia/2021/04/05/nomadland-
e quais são os impactos como-e-a-vida-de-milhares-de-
pessoas-que-vivem-e-viajam-
causados pela segregação em-trailers-nos-eua.ghtml.
Acesso em: 7 ago. 2022.
das pessoas que vivem em
favelas, guetos, acampa- Estacionamento para
trailers em Scottsdale,
mentos de trailers e demais Estados Unidos, 2021.
tipos de moradia precari- NÃO ESCREVA
zados e irregulares. Após a NO LIVRO.

discussão, elabore um texto 1. Discuta com os colegas as razões que levam as pessoas a optar por viver em
reforçando a importância trailers. Com o alto valor dos aluguéis e das hipotecas, somado ao aumento do custo de vida, as
pessoas optam por viver em trailers devido aos custos mais baratos nesse tipo de moradia.
de políticas públicas e movi-
mentos para combater o 172
preconceito imposto sobre
esses grupos sociais.

172
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, é abordada a
temática dos microapartamen-
OS MICROAPARTAMENTOS EM TÓQUIO
tos em Tóquio. Discuta com
Em Tóquio, no Japão, uma das cidades mais populosas do mundo, tem ocorrido o aumento
os estudantes de que forma o
do número de pessoas vivendo em microapartamentos, que têm em média apenas 9 m². Com
atual modo de vida, trabalho e
o alto preço dos aluguéis e o alto custo de vida na cidade, trabalhadores têm optado por viver
nesses locais em vez de pagarem mais barato em habitações maiores no subúrbio da cidade.
relação com a cidade impac-
Embora a cidade tenha uma extensa linha tam na forma de moradia das

REPRODUÇÃO/BBC
de trens e metrôs, a grande quantidade de pessoas. Os microapartamen-
passageiros e a distância a ser percorrida de tos na cidade de Tóquio tem
casa até ao trabalho fazem com que os japo- se tornado cada vez mais pro-
neses optem por viver em espaços pequenos curados pelos jovens, em razão
no centro da cidade. De acordo com dados de de sua boa localização, baixo
empresas privadas, a população entre 20 e 30
custo e pouca burocracia para
anos ocupa 80% desse tipo de moradia.
aluguel, permitindo que o
A localização dos pequenos apartamentos
é um fator que atrai seus moradores. Eles ficam tempo para o deslocamento
próximo ao centro da cidade e a linhas de trens até o trabalho ou demais
que permitem o fácil e rápido deslocamento pontos sejam reduzidos.
para o trabalho e locais de lazer. Além disso, o Para ilustrar o modo de vida
Microapartamento em Tóquio, Japão, 2021.
valor dos aluguéis é mais barato, e as imobiliá- de muitos jovens em Tóquio,
rias que cuidam desses imóveis não exigem taxas extras de locação, como fundo de garantia ou é possível trabalhar com os
adiantamento de alguns meses de aluguel. A falta de burocracia, o baixo custo e a localização
estudantes o texto da seção
têm popularizado essas moradias pelo Japão.
Para ampliar, que descreve a
ANDRIY BLOKHIN/ALAMY/FOTOARENA

Centro de Tóquio, Japão, 2021. A cidade é uma das moradia de uma youtuber aus-
maiores do mundo e tem alto custo de vida. traliana na capital japonesa.

tamento certamente é
compensada pela altura,
com um teto alto que forne-
ce uma sensação de abertura
dentro do estreito espaço.
Duas janelas altas na pa-
rede ao final do apartamento
também ajudam a trazer a
luz do exterior, iluminando
a área de estar.
Uma das coisas que Em-
ma mais aprecia em seu
apartamento é o projetado
banheiro inteligentemente,
que esconde o vaso sanitá-
rio embaixo da pia.
Como o banho neste espa-
173 ço molha tudo, este projeto
permite que o rolo de papel
higiênico escondido perma-
neça agradavelmente seco,
PARA AMPLIAR tem de ser colocada ao lado do banheiro por estar escondido debai-
e de áreas como a cozinha, o pequeno es- xo da pia.
Indicação para o estudante paço de Emma é um loft, que ela ama por
APARTAMENTO em Tóquio com
Medindo apenas 8 metros quadrados, a separar sua área social da área de dormir. 8 m2 compensa falta de espaço
atual moradora do apartamento é a aus- Embora sejam comuns as salas peque- com design inteligente. Coisas do
traliana Emma, [...] que fez do pequeno nas nos imóveis do centro da capital, este Japão. [S. l.], [20--]. Disponível em:
espaço de trabalho um lar com alguns to- apartamento é um dos mais estreitos que https://coisasdojapao.com/2017/03/
ques pessoais. [...] Emma já viu, tanto que ela é capaz de to- apartamento-em-toquio-com-8-
m%C2%B2-compensa-falta-de-
Ao contrário de alguns apartamentos car as paredes de cada lado do espaço, espaco-com-design-inteligente-
no centro de Tóquio, que são apenas quar- mesmo sem esticar os braços. [...] %E3%80%90video%E3%80%91/.
tos individuais, onde muitas vezes a cama [A reduzida] largura do pequeno apar- Acesso em: 20 ago. 2022.
173
ENCAMINHAMENTO
A abordagem da cidade de
Berlim tem por objetivo pro-
porcionar outra visão além da BERLIM: ARTE E ECONOMIA
cidade que foi palco da queda BILDAGENTUR-ONLINE/ALAMY/FOTOARENA
Berlim, capital da Alemanha, é uma das
do muro de Berlim. Nesta cidades mais importantes do país e um dos
página, priorizamos a discus- maiores centros culturais do mundo. Durante o
são eminentemente geográfica período da Guerra Fria, com a divisão do mundo
sobre a função cultural, intelec- em esferas de influência de Estados Unidos e
tual e artística de Berlim. União Soviética, a cidade também foi dividida
Destaque a valorização ao meio: de um lado, estava a parte capitalista
da cidade; e, do outro, a socialista. O muro,
da diversidade étnica, corre-
que tinha 155 km de extensão, dos quais apro-
lata a políticas recentes que ximadamente 43 km estava dentro da cidade,
o Estado alemão adotou para foi responsável por separar dois modelos eco-
produzir um novo contexto nômicos distintos e, consequentemente, gerou
sociocultural. Checkpoint Charlie, em Berlim, Alemanha, hábitos de vida e aspectos culturais diferentes
Privilegie as funções urbanas 2019. O ponto turístico foi um posto militar ao longo de quase três décadas.
entre os lados ocidental e oriental de Berlim Até os dias atuais, é possível observar carac-
das cidades analisadas, como durante a Guerra Fria.
forma de identificar os pro- terísticas do período socialista de Berlim Oriental,
como a arquitetura de edifícios e monumentos e o nome de ruas e praças.
cessos urbanos e construir
Após 30 anos da queda do muro, os indicadores econômicos e sociais de Berlim Ocidental
compreensões mais ricas sobre
e Berlim Oriental ainda apresentam diferenças. Parte dessas diferenças é resultado de uma má
a Geografia do mundo. política de integração e transição entre os modelos econômicos e do preconceito ainda instituído
contra o “lado oriental da cidade”.
Pesquisas do Instituto Econômico de Munique revelam que o mesmo acontece no território
que pertenceu à Alemanha Oriental. As taxas de desemprego são maiores nessa região, e a renda
média mensal é consideravelmente menor nas áreas que faziam parte do país socialista. Essa
diferença de condições de vida estimula a migração das populações do leste do país em direção
às cidades do oeste.
A grande maioria das sedes das empresas mais importantes da Alemanha se concentra no
oeste do país, dado que ajuda a explicar a taxa de desemprego mais elevada no leste e as taxas
de migração entre as regiões.
MARTIN BERTRAND/HANS LUCAS/AFP

Avenida Karl Marx,


em Berlim, Alemanha.
2020. É possível
observar diversos
prédios construídos
sob inspiração da
arquitetura soviética na
avenida nomeada em
homenagem ao teórico
socialista.

174

174
ENCAMINHAMENTO
Aproveite a centralidade e
Berlim: a cidade dos grafites a diversidade de Berlim para
discutir temáticas como os
Como você já estudou, a paisagem da cidade revela sua dinâmica cotidiana. Os movimentos
urbanos deixam na cidade a sua marca, que será diferente a depender dos bairros e das classes direitos sociais e humanos fun-
sociais que eles ocupam. damentais, constantemente
Os grafites são uma das formas de expressões artísticas e culturais urbanas. O grafite muitas negligenciados por gover-
vezes carrega uma mensagem de crítica e denúncia dos problemas vivenciados nas cidades. Além nos com postura autoritária e
disso, eles podem revelar a segregação socioespacial existente no meio urbano e funcionam como retrógrada, que desrespeitam
meio de ocupar e pertencer ao lugar. Essa forma de expressão artística é completamente urbana a escolha do outro, suprimem
e praticada, em grande maioria, por jovens.
valores e princípios éticos e
Ao mesmo tempo em que revelam a beleza da arte urbana, os grafites trazem para a cidade a
atentam contra a vida, criando
expressão do modo de vida daquele lugar a partir do contexto de vivência de quem o elabora, ou
seja, o real significado do que está sendo representado pelo grafite está intimamente relacionado
a cultura do desrespeito.
ao modo de vida e ao cotidiano da comunidade onde ele foi feito. Estabeleça conexões com
A cidade de Berlim tem se transformado em um verdadeiro museu a céu aberto, com grafites esses e outros temas e traga
espalhados em diferentes prédios e demais construções. Esse tipo de arte é bem visto na capital exemplos de outras cidades
alemã e inclusive ajuda a incentivar o turismo. No entanto, o grafite nem sempre está dentro da globais e territórios urbanos que
lei, o que pode gerar punições aos artistas como multas e até prisão. possuem essa função artística
Os trechos rema-

EWA STUDIO/SHUTTERSTOCK.COM
de expressão popular genuína,
nescentes do Muro de
que valoriza a democracia e a
Berlim são alguns dos
cultura como elementos funda-
locais que recebem
diferentes grafites.
mentais da vida.
Observe a obra a
seguir.

Grafite em trecho
remanescente do
Muro de Berlim,
Alemanha, 2015. MAURITIUS IMAGES GMBH/ALAMY STOCK PHOTO/FOTOARENA

Neste grafite a seguir, é


possível observar uma arte
que representa a ascensão de
Berlim como ponto de conexão
entre Nova York e Tóquio após
a queda do muro que dividia
a cidade.

Grafite no East Side


Gallery em Berlim,
Alemanha, 2021.

175

PARA AMPLIAR seu lugar de vivência. A liberdade de expres-


são e a criatividade são bem-vindas, porém
Atividade extra observe se não há desrespeito a ninguém os estudantes se sintam livres e
A temática da página permite um traba- ou qualquer tipo de incitação à violência. acolhidos no ambiente da sala
lho interdisciplinar com o componente Arte Como meio para se expressar, a atividade de aula. Essa atividade aborda
ou Língua Portuguesa, ou eventualmente pode mobilizar sentimentos profundos, que as Competências Gerais 3,
com os dois. A atividade pode ser realizada podem tocar questões como autocuidado e 8, 9 e 10, as Competências
individualmente ou em duplas. Os estudan- saúde mental. Portanto, apesar de muito enri- Específicas de Ciências
tes deverão criar o esboço de um grafite que quecedora, a atividade deve ser tratada com Humanas 1 e 4 e o TCT –
represente seus sentimentos em relação a sensibilidade e cuidado, de modo que todos Vida familiar e social.
175
ENCAMINHAMENTO
Converse com os estudan-
tes sobre o que significa morar
em uma cidade. A pergunta OS ESPAÇOS PÚBLICOS E O DIREITO À CIDADE
pode parecer estranha, mas a É nas cidades que ocorre a organização do setor produtivo, que conta com a colaboração de
intenção é que eles analisem diferentes agentes econômicos. As empresas, com ajuda de novas tecnologias, alteram a dinâmica
se todos que vivem em uma das trocas comerciais e produtivas e, também, a função das cidades e suas dinâmicas sociais.
mesma cidade têm acesso a A cidade não é projetada e planejada para todos os seus habitantes, mas, sim, para as grandes
todos os seus espaços e servi- empresas, para o capital imobiliário e para as classes mais altas. São esses agentes que definem
ços. Desse modo, introduza o o ritmo do crescimento, a mobilidade das pessoas e os espaços públicos a serem utilizados por
conceito de “direito à cidade”, cada parcela da sociedade. A morfologia das cidades é, então, definida por quem pode comprar
e pagar pelo que é oferecido em seus diferentes lugares.
registrando suas hipóteses
No entanto, mesmo espaços

SHAWN.CCF/SHUTTERSTOCK.COM
prévias. Ao fim da explicação
públicos, como parques, praças,
e do trabalho com a dupla de
museus, ruas, entre outros,
páginas 176 e 177, retome as refletem a segregação socioes-
hipóteses dos estudantes para pacial que é comum nos centros
eventuais confirmações ou urbanos. Os sujeitos não ocupam
retificações. as áreas que não fazem parte de
seu cotidiano. Os moradores da
PARA AMPLIAR periferia não frequentam parques
nos bairros elitizados (e vice-versa),
Texto complementar a ponto de gerar uma integração
O que é direito à cidade? real entre essas populações e esses
Fazer uma festa na pra- espaços.
ça ou uma passeata na Os grafites trazem a segrega-
rua. Andar por aí sem me- ção em suas expressões. Seja pelos
do, independente da hora desenhos feitos, pela quantidade
Área comercial em Sendai, Miyagi, Japão, 2019.
ou lugar. Contar com trans- de cores, pelos símbolos utilizados.
porte digno, coleta seletiva A partir disso, a população tenta
e compostagem. Poder deci- deixar a parcela da cidade que
dir o que é melhor para seu ocupa com a identidade da comu-
bairro, sua cidade e seu país. nidade local, ao mesmo tempo em
Tudo isso é Direito à Ci- que denuncia as desigualdades
dade! que perpassam seu cotidiano.
Todos nós construímos
a cidade pouco a pouco no
nosso cotidiano: pegando
o ônibus para ir trabalhar,
construindo nossa casa, ele-
gendo prefeitos e vereadores,
participando das mobiliza-
ções em nossa vizinhança…
Se produzimos coletivamen-
te a cidade, temos também Grafite na cidade de
o direito de habitar, usar, Lódz, Polônia, 2019.
ALIAKSANDR MAZURKEVICH/ALAMY/FOTOARENA

ocupar, produzir, governar


e desfrutar das cidades de
176
forma igualitária.
O Direito à Cidade é um
direito humano e coleti- dade” foi originalmente cunhado pelo lações capitalistas, mas também onde a
vo, que diz respeito tanto a filósofo e sociólogo francês Henri Lefeb- resistência poderia constituir formas de
quem nela vive hoje quan- vre em 1968, ano que ficou marcado pelo superação criativa desse modelo.
to às futuras gerações. É um potente movimento iniciado pelas juven- [...]
compromisso ético e político tudes engajadas na luta por direitos civis, Nesse sentido, o direito à cidade não
de defesa de um bem comum liberação sexual, oposição ao conserva- pode ser entendido como uma demanda
essencial a uma vida plena dorismo, crítica à guerra no Vietnã, entre por infraestrutura, equipamentos urba-
e digna em oposição à mer- outras. Lefebvre estava sensível às vozes nos ou habitação social por si só. Esses
cantilização dos territórios, e aos movimentos que irrompiam nas ru- “benefícios” podem muito bem ser pro-
da natureza e das pessoas. as, percebendo que as cidades haviam se porcionados sem que nenhuma ruptura
A expressão “direito à ci- convertido no locus de reprodução das re- ocorra em relação ao modo de produção

176
NÃO ESCREVA
AS PICHAÇÕES NAS CIDADES BRASILEIRAS NO LIVRO.

Leia o texto a seguir.

Representação gráfica entre a letra e o símbolo, o “pixo” é um elemento visual


que permeia a paisagem paulistana. Pode ser visto em marquises, muros, casas
e edifícios, comerciais e residenciais. Em projeto de pesquisa recém-concluído, o
antropólogo Alexandre Barbosa Pereira, professor do curso de ciências sociais da
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus de Guarulhos, analisou “pixa-
ções” feitas em diversas regiões da cidade desde os anos 1980. Nesse percurso,
constatou como jovens de periferia envolvidos com a atividade, caracterizada como
gênero de arte urbana cuja essência está em ir além das regras do espaço público,
conseguiram obter reconhecimento em circuitos artísticos nacionais e estrangeiros,
apesar da relação de tensão permanente com o Estado e suas esferas institucionais.
[...]
[...] Na obra, o pesquisador explica que os integrantes do movimento diferenciam cial e política dos territórios
o conceito de pixação (com “x”) de pichação (com “ch”). Enquanto a palavra grafada da e na cidade segundo o
com “ch” se refere a frases e inscrições legíveis, o vocábulo com “x” diz respeito à atual modelo de urbaniza-
grafia que é entendida apenas pelos integrantes do movimento. Além disso, envolve
ção. Então a transformação
articulação em grupos, muitos deles da periferia, que buscam lugares de grande
radical conclamada pelo
visibilidade e acesso difícil para deixar marcas individuais ou coletivas e, com isso,
questionar a maneira como a paisagem urbana se estrutura. Qualquer tipo de picha-
direito à cidade depende ine-
ção (ou pixação) é considerada crime ambiental, conforme dispõe a Lei federal nº vitavelmente do exercício de
9.605/98. Além de multa, está prevista pena de três meses a um ano de prisão aos um poder coletivo para re-
autores de pichação e grafites não autorizados. As penalidades são maiores quando formular os processos de
envolvem edificações tombadas pelo patrimônio histórico. produção do espaço. [...]
[...] No Brasil, [...] ocorreu uma
[...] “Em São Paulo, as pixações são recorrentes, vão do centro às periferias, algo que ressignificação da noção de
não é comum em outros municípios, onde essas marcas costumam estar circunscritas direito à cidade a partir das
a zonas específicas, centrais ou periféricas, conforme a cidade” [...]. A predileção por demandas concretas por
lugares cada vez mais altos também teria surgido na cidade e parece ter influenciado habitação, equipamentos
o desenho das letras. urbanos, infraestrutura e
RUBENS CHAVES/PULSAR IMAGENS

[...] transporte, posto que uma


[...] “Por meio da pixação, grande parte da popula-
esses jovens se inserem no ção urbana do país vivia
espaço urbano, do qual se sentem
em condições urbanas mui-
excluídos”, sustenta Pereira.
to precárias. Além disso, a
QUEIROZ, Christina. Entre década de 1980 foi marcada
transgressão e arte. Pesquisa Fapesp,
São Paulo, ed. 269, p. 76-79, jul. 2018.
por um contexto de reivin-
Disponível em: https://revistapesquisa. dicação pela ampliação da
fapesp.br/entre-transgressao-e-arte/.
Acesso em: 8 ago. 2022.
cidadania e da participação
política nas cidades, fruto do
Edifício em estilo art decó, processo de redemocratiza-
abandonado e pichado no centro ção. Dessa maneira, o ideário
da cidade de São Paulo (SP), 2019.
do direito à cidade sofreu
uma simbiose com o ideá-
177 rio da reforma urbana que
focava suas reivindicações
no tripé: a) acesso à terra e
à moradia; b) função social
capitalista e, consequentemente, à ma- ver, um dos nossos direitos humanos mais
da propriedade e combate à
neira hierarquizante e segregadora como preciosos e ao mesmo tempo mais negli-
especulação imobiliária; etc)
o espaço é (re)produzido e apropriado. [...] genciados.”
gestão democrática das ci-
Nas palavras de David Harvey “é o direito O direito à cidade traz em seu núcleo a
dades.
de mudar a nós mesmos, mudando a cida- ideia fundamental de que as desigualda-
de. Além disso, é um direito coletivo e não des e opressões – racismo, desigualdade O QUE é direito à cidade?
individual, já que essa transformação de- de gênero e LGBTfobia – são determinan- Instituto Pólis. São Paulo,
[2020]. Disponível em:
pende do exercício de um poder coletivo tes e estão determinadas na produção do
https://polis.org.br/
para remodelar os processos de urbani- espaço. A imposição de padrões de se- direito-a-cidade/o-que-
zação. A liberdade de fazer e refazer as gregação e violência a segmentos sociais e-direito-a-cidade/.
nossas cidades, e a nós mesmos é, a meu específicos faz parte da constituição so- Acesso em: 20 ago. 2022.

177
ENCAMINHAMENTO
A seção Atividades contribui
para a verificação da compreen-
são dos estudantes a respeito
de vários conceitos ligados à
AT IV IDADE S NO LIVRO.
1. a) Resposta pessoal a partir da análise que os estudantes
fizerem da sua análise. Problemas como falta de acesso à moradia
NÃO ESCREVA
digna, falta de emprego, falta de direitos trabalhistas, falta de
urbanização, especialmente acesso a um sistema de saúde eficiente e de qualidade.
1. Leia o artigo 23-1 e o artigo 25-1 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
aqueles relacionados aos direi-
criada pela ONU em 1948. 1. b) Os governos podem adotar medidas que assegurem acesso a
tos dos cidadãos que vivem nas sistemas de saúde pública de qualidade, com boa infraestrutura e
cidades. Por meio das ativida- número de funcionários que supra a demanda da sociedade, criação de
Artigo 23 programas de habitações dignas, como construção de casas populares,
des, é possível também avaliar 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a con-
as competências em práticas dições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
de pesquisa e integração dos [...] facilidades para o financiamento, programas sociais para garantir a
permanência de crianças e jovens na escola, auxílios para populações
dados obtidos com informa- Artigo 25 mais pobres, estímulo da economia interna para geração de emprego.
ções retiradas de mapas. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a
sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuida-
dos médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de
Atividades desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios
2. b)Resposta pessoal. O estu- de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.
dante pode escolher um dos ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Unicef, Brasília, DF, [20--].
países com menor índice de Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 8 ago. 2022.

produção de lixo no mapa e a) Em quais situações da sua cidade e das cidades globais você percebe a contradição com o
indicar os índices atualizados. que está colocado na Declaração Universal dos Direitos Humanos?
b) Quais medidas podem ser adotadas pelos governos para garantia do cumprimento dos
2. c)Espera-se que os estudan- Direitos Humanos? 2. a) Resposta pessoal. O estudante pode escolher um dos países com maior
tes comparem e interpretem índice de produção de resíduos sólidos no mapa e indicar os índices atualizados.
os dados e elaborem hipó- 2. Observe o mapa de produção de resíduos sólidos na página 167 e responda às questões
a seguir: 2. b) Consulte resposta em orientações didáticas.
teses que expliquem a
a) Escolha um dos países com maior produção de resíduos sólidos e pesquise a produção de
variaç ã o. Ele s p o d em resíduos sólidos absoluta e a produção de resíduos sólidos por habitante atual do país.
apontar que variações positi- b) Escolha um dos países com menor produção de resíduos sólidos e pesquise a produção de
vas nos valores absolutos são resíduos sólidos absoluta e a produção de resíduos sólidos por habitante atual do país.
resultado do crescimento c) Compare os dados obtidos com os dados disponíveis no mapa. A produção de resíduos
populacional, por exemplo. sólidos desses países apresentou variação? Pesquise os motivos que podem ter levado a essa
variação. Consulte resposta em orientações didáticas.
Eles também podem apontar

SONIA VAZ
Mundo: água tratada
que variações negativas na 3. Analise o gráfico e, de acordo com os dados apre-
(2015 e 2020)
produção per capita são sentados, responda:
(% da população mundial)
resultado de políticas públi- a) O que é possível dizer sobre a situação mundial de
tratamento de água? Consulte resposta em orientações 80
cas e campanhas de redução didáticas.
70
b) O que o pequeno crescimento de pessoas com
de consumo. acesso à água tratada representa? 60

3. a) Os dados do gráfico Representa baixos Poços e fontes desprotegidos 50


investimentos em Básico
mostram que, nos últimos tratamento de água. Tratamento seguro 40

5 anos, houve um pequeno 30


Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION; UNITED NATIONS
crescimento na quantidade CHILDREN’S FUND. Progress on household drinking water, sanitation 20

de pessoas que possuem and hygiene 2000-2020: five years into the SDGs. New York:
10
WHO: Unicef, 2021. p. 9. Disponível em: https://data.unicef.org/
acesso a água com trata- resources/progress-on-household-drinking-water-sanitation-and- 0
hygiene-2000-2020/. Acesso em: 7 ago. 2022. 2015 2020
mento seguro e básico. Além 178 Ano

disso, houve uma pequena


diminuição na quantidade
de pessoas que utilizavam
água de poços e fontes
desprotegidas.
3. b)O pequeno crescimento
significa que poucos países
conseguiram promover polí-
ticas públicas que permitiram
o acesso de mais pessoas a
água no período.

178
5. a) Resposta pessoal. Os estudantes devem identificar ONGs e demais associações brasileiras que ofereçam
ENCAMINHAMENTO
ações sobre saúde menstrual da mulher e sobre distribuição de absorventes no País, no estado ou na cidade As atividades da página
e elaborar um fôlder para divulgação das ações.
4. Como você estudou ao longo do capítulo, os problemas habitacionais urbanos atingem contribuem para o desenvolvi-
cidades do mundo todo. Existem diversas formas para classificação das habitações pre- mento do pensamento crítico
carizadas. No quadro a seguir, podemos observar a classificação das favelas do mundo, por parte dos estudantes,
elaborado pelo sociólogo Mike Davis.
analisando tanto o seu meio
quanto realizando pesqui-
Classificação das favelas
sas para buscar informações.
Núcleo metropolitano
Ambas as atividades tocam
Formal: em situações que podem ser
Cortiços (casarões antigos e moradias construídas para população pobre) sensíveis para alguns estudan-
Moradias públicas para aluguel tes. Portanto, é essencial que o
Pensões, hospedarias, abrigos, entre outros professor garanta um ambiente
Informal:
de respeito, acolhimento e pre-
venção do bullying entre os
Invasores (com e sem autorização)
colegas. A construção de pos-
Moradores de rua
turas respeitosas e empáticas
Periferia faz parte das competências a
Formal: que se visa desenvolver.
Aluguel particular Por meio da análise do lugar
Moradias públicas para aluguel em que vivem ou por pesquisa
Informal:
sobre projetos sociais, os estu-
dantes recolhem informações.
Loteamentos clandestinos (ocupados pelo proprietário e por sublocação)
No entanto, pretende-se avaliar
Invasores (com e sem autorização)
suas competências de análise,
Campos de refugiados classificação, relação e produ-
Fonte: DAVIS, Mike. Planeta Favela. São Paulo: Boitempo, 2006. p. 41. ção de texto em cima desse
a) Ao observar os tipos de classificação das favelas, faça um levantamento dos tipos de favela raciocínio.
existentes na sua cidade e elabore um quadro para classificá-las, de acordo com o quadro
apresentado. Resposta pessoal. Os estudantes devem utilizar o quadro de referência para classificar
os tipos de moradias precarizadas da cidade onde vivem.
5. Como você viu, o acesso a uma boa saúde menstrual tem sido uma preocupação atual de
ONGs e demais organismos internacionais. Diante disso, diversos projetos foram criados
para garantir o acesso das mulheres às condições mínimas de saúde menstrual, como a
distribuição de absorventes em bairros de alta vulnerabilidade social, desenvolvimento
de produtos com baixo custo e, recentemente, no Brasil, a distribuição de absorventes
em escolas por alguns governos estaduais, o que garantiu maior acesso aos itens de
higiene.
a) Faça uma pesquisa para identificar projetos, ONGs e associações que executem ações voltadas
para a conscientização e a melhoria da saúde menstrual feminina em sua cidade, seu estado
ou no País. Após realizar a pesquisa, escolha três desses projetos, ONGs ou associações e
crie um fôlder para divulgar as ações feitas.
b) Após a coleta dos dados e elaboração do fôlder, escreva um texto informativo para divulgar
a importância de ações como essa e da garantia da saúde menstrual das mulheres.
Produção pessoal. Os estudantes devem elaborar um texto para reforçar a importância de tais
projetos para saúde da mulher. 179

179
ENCAMINHAMENTO
Na seção Car tografia,
serão trabalhadas as habilida-
des EF09GE12 e EF09GE14
tomando-se por base o uso C AR T OGR AFIA
da morfologia e a expan-
são da cidade de Salvador, no ANÁLISE DA MORFOLOGIA URBANA E EXPANSÃO URBANA
Brasil. Discuta com os estu-
A história das cidades pode ser observada em mapas, plantas e imagens de satélite. Analise,
dantes sobre a forma como a na imagem a seguir, o núcleo inicial da cidade de Salvador.
cidade se expande ao longo do

JOÃO TEIXEIRA ALBERNAZ


A ocupação e a expansão da
tempo e o papel dos centros
cidade de Salvador não acontece-
comerciais e de serviços para
ram de forma uniforme. Os centros
esse fenômeno de aumento da de atração comercial e habitacio-
mancha urbana. Nesta seção, é nal dependiam da conexão com
possível desenvolver vários con- o centro da cidade, por meio de
ceitos, entre eles, os conceitos vias de circulação. A mobilidade foi
de lugar e paisagem, as noções um fator determinante para que a
espaciais de arranjo, distribui- cidade se expandisse. Analise os
mapas a seguir.
ção, extensão e área. E, ainda,
Planta do núcleo inicial da cidade de Salvador, Bahia, século XVI.
os conceitos cartográficos que ILUSTRAÇÕES CARTOGRÁFICAS: DACOSTA MAPAS

contribuem para o processo de Salvador: mancha urbana (1960) Salvador: mancha urbana (2006)
alfabetização cartográfica, tais
como legenda, visão vertical e
escala.

PARA AMPLIAR 12°50’ S 12°50’ S

Texto complementar Baía de


Todos os Santos
Baía de
Todos os Santos

A metrópole atual e os
(des)caminhos rumo ao
futuro de Salvador
A cidade do Salvador atra-
vessou a segunda metade do Ocupação
OCEANO
Ocupação
OCEANO
século XX e ingressa no sé- Vias de circulação
Divisa municipal
ATLÂNTICO 0 5
Vias de circulação
Divisa municipal
ATLÂNTICO 0 5

culo XXI apresentando as 38°30’ O 38°30’ O

características marcantes de Fonte: SOARES, Priscila Oliveira. A expansão urbana da cidade do Salvador: transformações de uma metrópole
da pobreza. 2016. 155 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Urbano). Universidade Salvador,
uma metrópole fragmentada Salvador, 2016. p. 59.
do mundo subdesenvolvido,
No mapa de 1960, podemos observar que a concentração urbana na cidade de Salvador
onde o urbanismo moderno
se localiza no litoral. Por ser o lugar onde a cidade se originou, as conexões e vias de circulação
dos arranha-céus e shopping
eram concentradas nessa parte da cidade.
centers por vezes se avizinha
Em 2006, no entanto, a ocupação se espalha por quase toda a área do município. A cons-
de espaços onde a pobreza se
trução de outros centros comerciais e os valores agregados ao solo urbano fazem com que a
faz absoluta.
população se espalhe pelo território, construindo um novo arranjo espacial para a cidade.
A falta de um planejamen-
to estratégico de longo prazo 180
e as demandas socioeconô-
micas resultantes do próprio
processo de crescimento da
cidade e das necessidades do o Bairro da Paz (antiga invasão das Mal- [...]
mercado cultural e turístico vinas). ANDRADE, Adriano Bittencourt; BRANDÃO,
produziram uma metrópole A configuração atual da cidade do Sal- Paulo Roberto Baqueiro. Geografia de
com várias faces distintas, vador é marcada pela aceleração dos Salvador. 2. ed. Salvador: EDUFBA, 2009.
desde a modernidade da Av. processos que promoveram as intensas p. 105-106.
Tancredo Neves com os seus desigualdades socioespaciais existentes,
edifícios “inteligentes” aos posto que algumas áreas localizadas in-
espaços de exclusão como a corporaram as inovações tecnológicas de
invasão de Alagados (que já modo extremamente rápido, ao passo que,
fora a maior favela sobre pa- em outros espaços, as condições são pre-
lafitas da América Latina) e cárias, onde se vivencia um tempo lento.
180
ENCAMINHAMENTO
No trabalho com a página,
O mapa a seguir nos mostra as Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) na cidade de dê continuidade à discussão
Salvador. É possível observar a áreas da cidade que são ocupadas por favelas, onde estão as com a turma sobre a ocupa-
edificações com problemas de conservação, os terrenos que não estão sendo utilizados de forma ção da cidade de Salvador e as
adequada, os assentamentos em áreas de proteção ambiental e os assentamentos de comunidades consequências da sua expan-
tradicionais e quilombolas. são desordenada. A atividade
de produção de croqui pro-
Salvador: Zonas Especiais de Embora o mapa de ZEIS urbanas nos
posta auxilia a fixação dos
Interesse Social (2016) mostre elementos úteis para a elaboração
DACOSTA MAPAS
assuntos debatidos pelos estu-
de políticas públicas, planejamento urbano
e tomadas de decisões, algumas caracterís- dantes. A partir do momento
ticas da cidade de Salvador não podem ser que eles produzem a represen-
observadas nele. Nesse sentido, as imagens tação espacial, eles se detêm
de satélites podem contribuir para a análise por mais tempo na análise
12°50’ S
de outros elementos da morfologia e do dos espaços, o que amplia a
Baía de
Todos os Santos
arranjo urbano das cidades. Na imagem a compreensão do processo de
seguir, é possível observar a mancha urbana aumento da mancha urbana.
da cidade de Salvador e as áreas de vegeta-
ção dentro dos limites da cidade.
MAXAR TECHNOLOGIES/DATA SIO/NOAA/U.S. NAVY/NGA/GEBCO TERRAMETRICS CNES/AIRBUS/GOOGLE EARTH

OCEANO
ATLÂNTICO 0 5

38°30’ O

Favelas, loteamentos irregulares e conjuntos habitacionais irregulares


Edificações deterioradas (cortiços e habitações coletivas)
Terrenos não edificados, subutilizados ou não utilizados
Assentamentos precários em Área de Proteção Ambiental (APA)
Assentamentos ocupados por comunidades quilombolas e comunidades tradicionais
Hidrografia
Divisa municipal
Rodovias

Fonte: BAHIA. Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Mapas


PDDU. Salvador: SDU, 2016. Disponível em: https://sedur.
salvador.ba.gov.br/pddu-2016/18-legislacao/66-mapas-pddu.
Acesso em: 8 ago. 2022.

Imagem de satélite de Salvador (BA), 2019.

NÃO ESCREVA
1. Os estudantes deverão sobrepor os dois mapas, com mesma escala,
ATIVIDADES NO LIVRO. para identificar e indicar, a partir das manchas pretas deles, por meio da
variável visual cor, os diferentes tempos da expansão urbana da cidade.

1. Utilize os mapas de 1960 e 2006 como base e elabore um croqui. Utilize papel vegetal
para traçar os limites das manchas urbanas em 1960 e em 2006 e indique cada uma delas
com cores diferentes. Elabore uma legenda para identificar os anos correspondentes.

2. Observe a imagem de satélite e elabore um croqui da atual organização espacial da


cidade, indicando a zona urbana e os locais onde há maior presença de vegetação. Ao
final, escreva um texto para explicar a atual distribuição espacial da cidade.
Ao elaborar o croqui, os estudantes vão delimitar a zona urbana e a zona de vegetação. A partir disso, eles
vão identificar a concentração urbana no litoral e uma maior zona de preservação no interior da cidade. 181

PARA AMPLIAR teropolitano apresentada até a segunda


metade do século XX já não se podia ve-
Texto complementar rificar a partir da década de 1970, graças
A periferização de Salvador foi o resul- a proliferação de bairros de caráter popu-
tado de um arranjo entre o poder público lar, por um lado, ao passo que houve uma
(através da implantação de conjuntos ha- forte verticalização, como expressão da
bitacionais) e uma lógica popular, em face crescente especulação imobiliária em tor-
da necessidade das parcelas mais pobres no dos espaços “nobres” [...].
da população de criar alternativas à fal- ANDRADE, Adriano Bittencourt; BRANDÃO,
ta de moradia. Paulo Roberto Baqueiro. Geografia de
A compactação do espaço urbano so- Salvador. 2. ed. Salvador: EDUFBA, 2009. p. 110.
181
BNCC NA UNIDADE
Competências

6
Gerais: 7 e 9 UNIDADE
Área: 4 e 6
Específicas: 1 e 5 AS DINÂMICAS
Habilidades
• EF09GE01 • EF09GE08
E OS CONFLITOS
• EF09GE03
• EF09GE06
• EF09GE14
TERRITORIAIS
OBJETIVOS E
JUSTIFICATIVAS
• Desenvolver os conceitos de
geopolítica, território e na-
ção para entender os conflitos
regionais e nacionais na Eurá-
sia e no mundo, por meio das
dimensões históricas das ocu- A compreensão das dinâmicas ter-
pações. ritoriais no mundo envolve a análise das
• Identificar e localizar os conflitos relações culturais, econômicas e sociais
territoriais, a fim de entender as entre os países e seus impactos para as
disputas étnicas e religiosas nos populações em distintos lugares.
países e entre os países. Em função das características das
• Analisar o sentimento de iden- relações político-econômicas atuais, os
tidade nacional e a noção de países estão cada vez mais conectados.
pertencimento, a fim de com- No entanto, muros são erguidos e fron-
teiras, redesenhadas com frequência, o
preender as relações com os
que evidencia as relações de poder e
símbolos e com a língua, os
os conflitos entre os países. Analise a
conflitos, as tradições e as reli-
fotografia a seguir.
giões, bem como a organização
dos movimentos separatistas.
• Compreender as diferenças his-
tóricas tanto na Europa quanto
na Ásia, a fim de relacioná-
-las aos limites territoriais de
Estados Nacionais ou Multina-
cionais.
Muro da
TEMAS Cisjordânia,
CONTEMPORÂNEOS que separa
os territórios
TRANSVERSAIS de Israel e
Palestina, 2012.
• Multiculturalismo – diversida-
de cultural 182
• Cidadania e civismo – educa-
ção em direitos humanos
No decorrer dos estudos, serão desenvolvidas as
ENCAMINHAMENTO Competências Gerais 7 e 9; as Competências
O objetivo desta unidade é Específicas de Ciências Humanas 4 e 6 e as
abordar os conceitos de território, Competências Específicas de Geografia 1 e
fronteira, Estado-nação e Estado. 5, as quais colaboram com o entendimento sobre
A partir deles, será analisada a a relação entre a ocupação dos territórios e o res-
dinâmica geopolítica na Eurásia, a peito aos direitos humanos, pontos importantes
fim de discutir as noções de iden- para a formação cidadã dos estudantes. Serão
tidade e cultura que impactam as contempladas, ainda, as habilidades EF09GE01,
disputas territoriais no continente. EF09GE03, EF09GE06, EF09GE08 e EF09GE14.
182
ENCAMINHAMENTO
Inicie o estudo da unidade
convidando os estudantes a
Nesta unidade, você vai estudar:
• as disputas territoriais; analisar a imagem de abertura.
• o papel do Estado-nação; Atividades de análise de imagem
• os conceitos de fronteira, Estado, território e nação;
• os movimentos separatistas. são propostas desde os Anos
Iniciais do Ensino Fundamental,

MICHAEL BRACEY/ ALAMY/FOTOARENA


porém trata-se de uma das
competências essenciais da
Geografia, e, portanto, deve ser
sempre aprofundada, tornando
as leituras de imagens mais com-
plexas e sofisticadas.
Aproveite a atividade de
abertura para conversar com os
estudantes sobre outros conflitos
geopolíticos sobre os quais eles
já ouviram falar. É interessante
registrar as falas dos estudantes,
pois essa atividade destina-se
a levantar os conhecimentos
prévios da turma e realizar um
diagnóstico, com base no qual
as estratégias de trabalho com
a unidade podem ser traçadas
com mais precisão.

NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
1. De que forma a disputa territorial pode ser identificada na fotografia?
2. Escolha um país que você conheça ou de que tenha ouvido falar e
que esteja passando por algum tipo de conflito. Elabore um desenho
e um pequeno texto (poesia ou prosa) sobre esse lugar, conside-
rando as mudanças pelas quais ele passa.

e os diferentes saberes estão


183 conectados.
Se possível, compartilhe com
os estudantes imagens de gra-
Atividades imaginação para escrever sobre as situ- fites e de outras pinturas feitas
1. A presença do muro demarca fisicamente ações das populações e das cidades que no muro da Cisjordânia como
eles escolheram. Se houver oportunidade, forma de protesto pela popu-
uma fronteira que delimita o território
desenvolva a atividade de modo interdis- lação. As imagens poderão
ocupado.
ciplinar com os professores de Língua servir como inspiração para a
2. Espera-se que os estudantes compartilhem Portuguesa e Arte. É um bom momento produção dos desenhos e dos
conhecimentos prévios, levantem hipóte- para reforçar com os estudantes a relação textos. Organize com a turma
ses, resgatem lembranças e conhecimentos entre a área de Linguagens e a área de uma exposição dos traba-
obtidos de maneira informal (mídia, família, Ciências Humanas. Explique para eles que lhos e valorize a produção dos
viagens, livros, filmes) ou mesmo usem a o conhecimento não é algo fragmentado estudantes.
183
ENCAMINHAMENTO
Neste capítulo, o primeiro
conceito que será abordado
TULO

11
com os estudantes é o de CAPÍ
território, essencial para a com- ESTADO-NAÇÃO,
preensão geográfica do espaço TERRITÓRIO E FRONTEIRA
e basilar para os demais con-
teúdos que serão trabalhados.
No decorrer dos estudos, serão A palavra território é amplamente utilizada e é popular em séries, filmes, jogos,
discursos, documentários e conversas informais. O emprego desse conceito é feito de
desenvolvidas as habilidades
várias maneiras. Independentemente da escala ou do contexto, território corresponde
EF09GE03 e EF09GE08.
a uma área delimitada na qual um sujeito ou um grupo detém o controle e o poder.
Também serão abordados Assim, o ginásio de uma franquia de basquete é um território; a sala do diretor da escola é
os conceitos de Estado, nação um território; assim como a área de um bairro; ou o próprio território nacional.
e fronteira, a fim de analisar

NARINDER NANU/AFP
a geopolítica dos continentes
abordados e as consequências
das disputas territoriais para a
população.
Analise com os estudantes
as conexões existentes entre a Diariamente, na fronteira armada
situação atual dos países, sua de Wagah-Attar, entre a Índia e
o Paquistão, ocorre a cerimônia
história e a dimensão dos fluxos de hasteamento das bandeiras
do capital e das mercadorias, as com soldados dos dois países.
quais contribuem para o surgi- O evento reforça a importância
da demarcação dos limites
mento de disputas e conflitos. territoriais de cada país, 2022.
Conduza a conversa a partir
O território é, portanto, um espaço delimitado a partir de relações de poder. Ao analisá-lo,
dos exemplos presentes nessas
é preciso compreender o papel dos grupos que dominam ou influenciam esse espaço e quais
páginas para trabalhar os con-
são os interesses envolvidos. Essas motivações podem ser estratégicas, econômicas, religiosas ou
ceitos de território, identidade, culturais. Sobre esse assunto, leia o excerto a seguir.
Estado, fronteira e Estado-nação.
Amplie o tema aproveitando Por que razões se deseja territorializar um espaço e manter o controle sobre ele? [...]
o repertório dos estudantes. O desejo ou a cobiça com relação a um espaço podem ter relação com os recursos naturais
Aproveite suas contribuições da área em questão; podem ter a ver com o que se produz ou quem produz no espaço considerado;
podem ter ligação com o valor estratégico-militar daquele espaço específico; e podem se vincular,
para avaliar o que sabem e o que
também, às ligações afetivas e de identidade entre um grupo social e seu espaço (ou, mais espe-
se pode acrescentar. cificamente, entre um grupo e objetos geográficos determinados, como um santuário ou
Chame a atenção dos estu- símbolo “nacional”).
dantes para a análise da imagem; SOUZA, Marcelo Lopes de. Os conceitos fundamentais da pesquisa sócio-espacial. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2015.
é possível verificar símbolos e
como a fronteira está delimi- A compreensão dos conceitos relacionados às dinâmicas territoriais e às suas relações de
tada. Na foto que apresenta o poder é importante para a análise do espaço geográfico. Conheça alguns deles a seguir.
limite entre Índia e Paquistão, • Estado: é a instituição político-administrativa dos países, que atua na manutenção do terri-
destaque o portão, os símbolos tório a partir de estratégias políticas e militares.
das bandeiras, as guardas nacio- 184
nais, assim como a população e
a delimitação no chão.

PARA AMPLIAR
Indicação para o professor
• KENNEDY, Paul. Ascensão e queda das grandes potências: transformação econômica e
conflito militar de 1500 a 2000. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
Essa obra nos ajuda a entender as dinâmicas das disputas territoriais e os conflitos decor-
rentes delas. Considerado um livro clássico sobre geopolítica, por meio dele podemos ampliar
nossa visão de mundo.

184
ENCAMINHAMENTO
Trabalhe o texto presente
• Nação: refere-se ao conjunto de pessoas de mesma origem, que falam a mesma língua e se na página com os estudantes.
identificam com costumes, histórias e tradições comuns. A compreensão da língua e do
• Estado-nação: constitui-se dos símbolos nacionalistas que conferem unidade cultural território como elementos de
aos grupos que vivem em um mesmo Estado, para que sua soberania no território seja identidade de um povo é funda-
reconhecida. mental para o desenvolvimento
• Fronteiras: são os limites políticos estabelecidos entre os países. Esses limites podem ser defi- do estudo da unidade. Proponha
nidos pela presença de elementos físicos, como rios, montanhas ou desertos; ou humanos, perguntas que desencadeiem
como a presença de grupos étnicos. debates: por que a língua de um
Os símbolos são um importante elemento para a consolidação da soberania dos Estados- povo é um elemento simbólico
-nação e para a valorização dos elementos socioculturais que o constituem. Nesse sentido, são
de uma nação? Vocês conhe-
construídos monumentos e criados símbolos como brasões e bandeiras. Sobre esse assunto, leia
cem algum país que tenha mais
o texto a seguir.
de uma língua oficial? Vocês
acham que pessoas cuja língua
[...] O papa João Paulo II, que faleceu em 2005, entendeu, como nenhum
materna é diferente da língua
outro, as possibilidades da comunicação na era da globalização. Aprendeu
diversos idiomas e usou o gesto simbólico de beijar o chão de cada país visitado oficial do país se sentem menos
para mostrar que considerava preciosa a terra de cada povo. Dois poderosos ligadas à identidade nacional?
valores simbólicos das nações, a língua e o solo, eram utilizados para difundir Existem povos que falam uma
a fé e reforçar as bases institucionais da Igreja Católica.
mesma língua e se reconhecem
Língua e solo, como valores identitários das sociedades, foram assimila-
dos pelos aparatos institucionais do Estado-nação e tornaram-se patrimônio como nação, mas não têm ter-
comum da nacionalidade. Ambos são parte do cimento simbólico da solidarie- ritório próprio? Por que existem
dade nacional e ajudam a legitimar socialmente o poder moral e o querer comum conflitos de posse sobre territó-
como fundamento do poder político e do domínio do Estado, como instituição, rios? O que os povos envolvidos
sobre o território. [...]
Nesse sentido, a estrutura de poder político-territorial do Estado, ao con-
costumam alegar?
trário do seu papel portador do novo começo da modernidade europeia, de
definidor dos rumos da história do século XIX e início do XX, tornou-se um
refúgio de valores simbólicos e de interesses que resistem à circulação imposta
pela globalização.

CASTRO, Iná Elias de. Geografia e Política: território, escalas de ação e instituições.
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005.

2. Espera-se que os estudantes apliquem os conceitos que aprenderam e indiquem


quais elementos simbólicos representam o estado onde vivem. NÃO ESCREVA

PENS E E RE SP ON DA Caso a escola localize-se em um município fronteiriço, explore NO LIVRO.

com os estudantes a relação com o país ou estado vizinho.


1. Quais são os limites territoriais do estado onde você mora? Localize-os com o
auxílio de um mapa. A resposta depende do estado onde se localiza a escola. Auxilie os
estudantes a localizar os limites territoriais no mapa.
2. Que elementos simbólicos poderiam ser utilizados para representar o estado onde
você vive?
3. Converse com os colegas sobre a importância cultural e política dos ritos e
símbolos para os países. Espera-se que os estudantes reconheçam a importância dos símbolos
no reconhecimento da soberania do Estado e das características
culturais dos grupos em um território.
185

PARA AMPLIAR
Indicação para o professor
• COSTA, Wanderley Messias da. Geografia Política e Geopolítica: discursos sobre o terri-
tório e o poder. 2 ed. São Paulo: Edusp, 2020.
Com a primeira edição datando da década de 1990, o livrou ganhou uma atualização
em 2020, introduzindo novos conflitos e reflexões. A obra, um clássico da área, é de grande
importância para se compreender o trabalho dos geógrafos nas análises das questões políti-
cas. Percebe-se, ao longo de toda a obra, a noção de território como objeto e meio de poder
do Estado.

185
ENCAMINHAMENTO
Neste momento, serão FU XINCHUN/VCG/GETTY IMAGES

desenvolvidas as habilidades
EF09GE01 e EF09GE14. A IDENTIDADE E O
Como sugestão, este tema TERRITÓRIO
propicia uma discussão sobre
Embora as populações da Ásia e da Europa
a identidade de um povo e a estejam geograficamente próximas, a grande
luta por seus direitos sociais e diversidade linguística e étnica entre europeus
territoriais. Nesse caso, seria e asiáticos levou à constituição de identidades
interessante resgatar o pro- e práticas culturais muito distintas entre si, con-
cesso histórico dos países onde forme é possível analisar nas imagens a seguir.
ocorrem tais disputas e conflitos. A Dança do Dragão é uma manifestação cultural
Encaminhe uma discussão chinesa originada durante a Dinastia Han, em
que relacione as identidades Cangzhou, China, 2021.
nacionais à formação de um MCBRUGG/ISTOCK UNRELEASED/GETTY IMAGES AMOKLV/ISTOCK EDITORIAL/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES

Estado. Na Modernidade, há
uma tendência de cada iden-
tidade nacional exigir para si a
formação de um Estado próprio.
É o entendimento de que, para
cada nacionalidade, deve haver
um Estado que embasa a
criação dos Estados nacionais
na Modernidade. Tal concepção
também dá origem a diversos
movimentos separatistas que Apresentação de dança tradicional bávara na Oktoberfest Artistas em apresentação de flamenco,
de Munique, Alemanha, 2014. expressão cultural tradicional espanhola, em
reivindicam um Estado próprio Sevilha, Espanha, 2019.
para sua identidade nacional.

TAWATCHAIWANASRI/SHUTTERSTOCK.COM
Solicite uma atividade em
grupos em que cada um escolha
um país e pesquise informações
sobre movimentos separatistas.
Produza um mapa da Eurásia
para que os grupos insiram as Pessoas
informações obtidas. Eles devem fazem
dança
preencher o mapa com o nome, apsara
as imagens e as principais reinvin- durante
o festival
dicações dos grupos separatistas.
Phanom
Desse modo, o produto final será Rung, em
um infográfico coletivo da classe. Burirum,
Tailândia,
Como sugestão de atividade, 2019.
é possível elaborar um projeto
sobre a formação de um con- 186
tinente imaginário, que poderá
ser realizado no final do capí-
tulo. Solicite aos estudantes que, país com tecnopolos e com recursos hídricos; rior e está submetendo outros grupos a um
em grupo, dividam um grande com destaque também para as características regime de trabalho de exploração e não res-
território em cinco países, por físico-naturais, como relevo, vegetação, clima peita os limites de jornadas de trabalho, com
exemplo, um país com muito e hidrografia. A população desses países tem atividades análogas à escravidão;
minério, especialmente cobalto e origem em oito nações determinadas por perfil • as quatro religiões com mais adeptos já não
níquel; um país com área desér- econômico, cultural e origem religiosa. Peça aos convivem pacificamente. Os adeptos de uma
tica e população nômade; um estudantes que pesquisem as etnias possíveis, o delas têm por preceito deslocar-se pregan-
país agropecuário, com recur- valor do indicador IDH e a população absoluta. do seus princípios em busca de novos fiéis.
sos hídricos compartilhados com Em seguida, apresente os seguintes problemas: Nessa cruzada, invadiram outras áreas cuja
outro país; um país industrial; um • a população acredita ser etnicamente supe- população tem outras religiões;
186
O território é o local de vivência das pessoas, onde se estabelecem vínculos de identidade e
pertencimento. No entanto, com a expansão do sistema econômico capitalista e das trocas comer-
ciais, elementos econômicos e geopolíticos passaram a exercer maior influência na organização
e regulação do território.
Leia o texto a seguir.

Os Estados-nações são formações socioeconômicas por excelência tanto pela neces-


sidade e complexidade das relações exteriores como pelas necessidades emergentes das
sociedades locais.
Uma vez que a estrutura interna de cada país ou nação é específica e se afirma
à medida que se realizam as trocas internas e internacionais, a diferenciação entre
Estados-nação torna-se cada vez mais clara. [...]
[...]
Um Estado-nação é essencialmente formado de três elementos: 1. o território; 2. um
povo; 3. a soberania.

SANTOS, Milton. Por uma Geografia nova: da crítica da geografia a uma geografia crítica.
São Paulo: Edusp, 2002. p. 224, 232. (Coleção Milton Santos; 2)

Pode-se destacar, então, o papel da identidade na construção dos territórios a partir das
vivências dos sujeitos nos diferentes lugares. A produção do território está associada às questões
e costumes culturais dessas sociedades e ao capital, que determina os padrões de consumo e os
espaços a serem ocupados. Dessa forma, as fronteiras territoriais se estabelecem e, em alguns
casos, minorias culturais são agregadas aos grupos dominantes, o que pode resultar em conflitos
e disputas pelo território.
Em função das distintas relações de poder que envolvem as dinâmicas territoriais, os conflitos
são recorrentes no cenário mundial. Esses conflitos podem levar à independência de determinados
grupos, que buscam o reconhecimento de suas características políticas e culturais e a autonomia
do território onde vivem. Essas pessoas geralmente não se sentem integrantes do Estado a que
são submetidas e lutam para alcançar autonomia, pois não se identificam com as características
nacionais historicamente impostas. Entre os exemplos, podemos citar os povos chechenos, curdos,
catalães, bascos e palestinos.
TAYFUN COSKUN/ANADOLU AGENCY/AFP

Manifestação
de apoio à
causa palestina
em Nova York,
Estados Unidos,
2022.

187

• algumas áreas estão com solo desgastado ajudar grupos economicamente enfraqueci- direitos importantes para uma
por uso inadequado da terra. O processo de dos, recuperar áreas degradadas e permitir um sociedade viver bem, com justiça
extração mineral tem alto impacto, causando desenvolvimento harmônico no continente. social, democracia e respeito.
erosão e poluição das águas. As indústrias No final, os estudantes vão elaborar uma
estão poluindo e afetando a vegetação. Constituição (lei fundamental) que servirá para
Esses acontecimentos geram conflitos, e os todos os países desse continente. Ela deverá
estudantes deverão intervir para solucioná-los. garantir os direitos humanos ao prever acesso
De acordo com a divisão que eles estabele- à educação, à saúde e ao consumo, moradia
ceram, solicite que analisem as intervenções digna, saneamento básico, liberdade de religião,
que podem ser feitas para apaziguar nações, igualdade de todos perante a lei, entre muitos
187
ENCAMINHAMENTO
Os temas que serão estu-
dados a seguir geram muitas
discussões e diferentes pontos OS MOVIMENTOS SEPARATISTAS
de vista. Portanto, seria interes- Os movimentos separatistas estão relacionados às ações de um povo em busca da sua inde-
sante contextualizá-los a partir pendência, muitas vezes decorrentes de conflitos históricos atrelados aos processos de colonização.
dos processos históricos, os Esses movimentos reivindicam, por meio de protestos e referendos, a garantia de manutenção da
quais envolvem inclusive aspec- sua nacionalidade e tradições culturais.
tos religiosos, principalmente Assim, esses grupos lutam por novas delimitações territoriais que respeitem seus princípios
sobre o Islã. A religião islâmica identitários, pelo fim da opressão contra sua cultura, pela manutenção das tradições, pela garantia
exerce papéis distintos conforme da diversidade linguística, entre outras questões.
JEFF J MITCHELL/GETTY IMAGES EUROPE/GETTY IMAGES/AFP
A Eurásia é marcada por conflitos e dis-
as regiões.
putas territoriais, em geral motivados pelas
Os movimentos separatistas demandas de autodeterminação de mino-
têm relação não apenas com a riais étnicas e culturais, como é o caso da
desigualdade econômica que Catalunha e da Caxemira. Alguns conflitos
impacta a vida das etnias mino- ocorrem pelo embate direto entre os povos,
ritárias mas também subjuga o que pode levar a guerras e a mudanças
as dimensões culturais e religio- territoriais; outros envolvem embates políti-
sas, muitas vezes com olhares cos devido à intervenção ou à instalação de
bases militares nos territórios. Há também
preconceituosos. Como suges-
casos em que as tensões são motivadas ou
tão, é possível elaborar, com os
agravadas por questões econômicas e estra-
estudantes, um quadro colabo- tégicas, como o acesso a recursos naturais e
rativo com a composição dos a disputa por maior influência no comércio
imigrantes, as regiões de origem, Apoiadores da independência da Escócia na internacional.
o número de migrantes aproxi- George Square, em Glasgow, Escócia, 2019. Catalães, bascos, galegos, andaluzes e
mado e os países de chegada, espanhóis travam disputas geopolíticas, culturais e linguísticas existentes desde o governo de
como Turquia, Alemanha, França, Felipe IV, em 1632. Nesse período, os reinos de Castela e de Aragão se uniram, constituindo
Holanda e Áustria. Os dados parte das bases do Estado-nação espanhol moderno e centralizado. O mesmo caso se dá com
os corsos em relação à França e os escoceses em relação ao Reino Unido.
podem ser obtidos em relatórios
da ONU e da Eurostat.

FRANÇOIS DESJOBERT/SYGMA/GETTY IMAGES


O tema que será estu-
dado mobiliza as habilidades
EF09GE03 e EF09GE06, o que
contribuirá para entender aspec-
tos da divisão do mundo em
Ocidente e Oriente.

PARA AMPLIAR Manifestantes


reunidos em
Indicação para o protesto a favor da
independência da
professor ilha Córsega, em
• FERRO, Marc. A colonização Ajaccio, Córsega,
1980.
explicada a todos. São Pau-
lo: Editora Unesp, 2017. 188
O livro aborda distintos aspec-
tos do processo de colonização,
ou seja, a tomada e a ocupação
do território por uma nação,
explorando características polí-
ticas, econômicas e militares do
século XVI até o XX.

188
ENCAMINHAMENTO
Além do caso dos movi-
O sentimento de pertencimento a uma nação distinta e a contestação contra a gerência mentos separatistas espanhóis,
dos espanhóis nos problemas regionais ampliam os movimentos autonomistas e separatistas na explorados na página, apresente
Espanha. Bascos e catalães constituem 25% da população espanhola e concentram-se nas duas outros movimentos presentes na
regiões industriais mais importantes da Espanha. Europa: Bávaros, na Alemanha;
A luta pelas reivindicações separatistas agravou-se durante a Guerra Civil Espanhola (1936- Flandres, na Bélgica; Valônia, na
1939). A ditadura do general Francisco Franco instituiu diversas proibições às manifestações
Bélgica; Ístria, na Croácia; Chipre
culturais dessas nações, como à língua, aos símbolos (presentes na bandeira), às tradições e aos
costumes. Por 25 anos, Franco reprimiu as diversas formas de representação cultural de bascos,
do Norte, em Chipre; Ilhas
catalães e castelhanos. Faeroe, na Dinamarca; Aland,
na Finlândia; Alsácia-Lorena, na

ALBERTO LOYO/SHUTTERSTOCK.COM
Nas disputas geopolíticas
desses povos, o que fica presente Bretanha; Córsega, na França;
nas reivindicações linguísticas, Vêneto, na Itália; Frísia, nos Países
culturais, religiosas e econômicas Baixos; Alta Silésia, na Polônia;
é a superação da opressão e da e Açores, em Portugal. É inte-
repressão vivenciadas por séculos. ressante propor uma atividade
Seus idiomas eram vistos como dia-
extra, distribuindo alguns desses
letos, sendo excluídos das funções
oficiais e inferiorizados.
temas entre grupos de estudan-
Após a morte do ditador, em tes. Na pesquisa, eles devem
1975, e uma nova carta consti- buscar a localização geográfica
tucional, o povo catalão voltou a desses territórios, as diferen-
reivindicar seus direitos. Em 2017, Mural com símbolos pela independência do País Basco, em ças culturais em relação ao país
Pasai Donibane, Espanha, 2015.
os separatistas organizaram um em que se situam, os movimen-

MARCOPACHIEGA/SHUTTERSTOCK.COM
referendo para que a população tos separatistas organizados e as
pudesse votar a favor ou contra
ações já realizadas almejando a
o processo de independência da
independência.
região. De acordo com o governo
local, 90% dos votantes queriam
que a Catalunha se tornasse um
Estado soberano. No entanto, o
governo espanhol não reconhe-
ceu o resultado do referendo e as
tratativas para o processo de inde-
pendência não avançaram.

Movimento estudantil catalão questiona decisões do


Estado espanhol em Barcelona, Espanha, 2019.
NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

1. Escolha um movimento separatista na Europa ou na Ásia. Pesquise sobre ele


e escreva um pequeno texto identificando os principais motivos (linguísticos,
religiosos, políticos etc.) de suas reivindicações. Consulte resposta e comentários em
orientações didáticas.

189

PENSE E RESPONDA
Atividade
1. Espera-se que os estudantes possam indicar outros movimentos, por exemplo, o Exército
Republicano Irlandês (IRA, sigla em inglês para Irish Republican Army), na Grã-Bretanha; e
grupos linguísticos que desejam a independência, como o corso, que é similar ao dialeto
toscano; o bretão, no oeste da Bretanha; os germânicos, o flamengo e até o alemão, falados
nas regiões do norte e do leste. Pode ser produzido um texto informativo ou argumentativo
explicando os conflitos. Os estudantes podem destacar também problemas religiosos, muito
frequentes nas mesmas regiões.
189
ENCAMINHAMENTO
Inicie a conversa sobre os
conflitos étnicos e políticos do
Leste Europeu mostrando o OS CONFLITOS NO LESTE EUROPEU
relevo e a hidrografia da região A localização geográfica do Leste Europeu é
em um mapa físico. Se possí- Iugoslávia: desmembramento
fundamental para a compreensão de sua dinâmica
vel, apresente também uma (1919-1992)
geopolítica. A cadeia montanhosa dos Bálcãs é

DACOSTA MAPAS
imagem de satélite para que os um fator que caracteriza a região, assim como a 18° L
1919
estudantes entendam a com- ocupação da Península Balcânica, grande planície ÁUSTRIA
HUNGRIA

plexidade dos relevos, que são associada a três mares (Adriático, Mediterrâneo
Oriental e Negro) e atravessada pelo Rio Danúbio.
fatores importantes no eixo ROMÊNIA
Os afluentes dos rios Morava e Vardar cons-
geopolítico da região. Belgrado
tituem dois eixos estratégicos – norte-oeste e
Chame a atenção dos estu- sul-leste –, que seguem em direção ao golfo de
REINO DOS SÉRVIOS,
CROATAS E ESLOVENOS
44° N

M (Renomeado IUGOSLÁVIA
dantes para o Rio Danúbio e os Salônica, localização estratégica em disputa desde
ar
Ad
em 1929)

ITÁLIA riá
afluentes do Rio Morava (com o final do século XIX por turcos, sérvios, búlgaros, tic
o
BULGÁRIA

percurso para o noroeste) e os albaneses e gregos. Entre os motivos das dispu-


do Rio Vardar (com percurso tas está o corredor Morava-Vardar, que permite 0 145 ALBÂNIA
GRÉCIA

para sudeste, em direção ao o escoamento da produção da Europa Central e


do Leste Europeu pelas planícies danubianas até o
Golfo de Salônica). 1946
18° L

mar Mediterrâneo.
Converse sobre a relevância ÁUSTRIA

Todas as lutas separatistas dessa região têm HUNGRIA


do processo histórico da região relação com geopolíticas impostas em séculos ESLOVÊNIA

para compreender as disputas anteriores. Um exemplo é o desmembramento da


CROÁCIA VOIV
ODINA
ROMÊNIA

geopolíticas atuais. Iugoslávia, entre 1992 e 1995, quando ocorreu a BÓSNIA-


-HERZEGOVINA
Belgrado
44° N
Explique a questão da independência da Croácia e da Eslovênia. O país
M
I U G O S L ÁV I A
SÉRVIA
ar
Iugoslávia, um país formado era formado por uma junção de etnias, culturas Ad MONTENEGRO
ITÁLIA r iá KOSOVO BULGÁRIA
tic
após a Primeira Guerra Mundial e religiões diferentes, muitas delas conflituosas o

entre si. Em 2006, o mesmo aconteceu com MACEDÔNIA


e consolidado muito em torno
Montenegro e Sérvia, que, mesmo tendo a mesma
da figura do governante, o língua, divergiam em relação a aspectos étnicos.
0 145 ALBÂNIA
GRÉCIA

marechal Josip Tito, e de sua Analise o mapa ao lado. 18° L

atuação de resistência durante Diferente dos movimentos separatistas do 1992


ÁUSTRIA

a Segunda Guerra Mundial. norte da Espanha, onde predominam aspectos HUNGRIA

Destaque a grande diversidade culturais e linguísticos, nos Bálcãs as motivações ESLOVÊNIA

CROÁCIA VOIV ROMÊNIA


étnica presente no país – croatas, dos conflitos são religiosas. Os croatas e os bósnios O DINA

são católicos-apostólicos; os sérvios são cristãos


eslovenos, sérvios, albaneses e BÓSNIA-
-HERZEGOVINA
Belgrado
44° N
ortodoxos; e a maioria dos bósnios é muçulmana. IUGOSLÁVIA
macedônios, todos com línguas, M
ar SÉRVIA
Além disso, a região dos Bálcãs é constituída Ad
costumes e religiões diferen- por heranças dos impérios Otomano, Russo e
ITÁLIA r iá
tic
MONTENEGRO
KOSOVO BULGÁRIA
o
tes. Explique os esforços de Tito Austro-Húngaro. MACEDÔNIA

na manutenção da união de
0 145 ALBÂNIA
GRÉCIA
culturas tão distintas que com-
punham um único Estado. Para BOSNIAN War. In: LAMPE, John R. Encyclopaedia Britannica.
isso, as minorias sérvias – a [S. l.], c2022. Disponível em: https://www.britannica.com/
event/Bosnian-War. Acesso em: 3 ago. 2022.
mais poderosa das etnias, tanto
militar quanto economicamente 190
– se inseriam nas áreas ocupadas
por bósnios, croatas e eslovenos
com o intuito de dificultar os iniciaram seus processos de independência. flitos de religiões e papel das grandes
movimentos separatistas. Debata, com os estudantes, como alguns pro- potências.
Discuta que, apesar da cessos de independência ocorreram de forma [...] A complexidade dos problemas ge-
adoção do socialismo, o mare- diplomática, enquanto outros ocasionaram opolíticos nos Bálcãs prende-se com o
grande número de povos que aí se fixa-
chal Tito manteve o país com longas e sangrentas guerras.
vam, devido a migrações mais ou menos
certa autonomia em relação
antigas oriundas de várias partes da Eu-
ao poder geopolítico soviético. PARA AMPLIAR rásia. [...]
Porém, com a morte de Tito e Texto complementar A esta diversidade de línguas sobre-
com a crise mundial do socia- As causas profundas da balcanização põe-se a diversidade religiosa: os cristãos
lismo, as repúblicas iugoslavas dos Bálcãs: diversidade de línguas, con- ortodoxos são maioritários e utilizam o
190
NORTHFOTO/SHUTTERSTOCK.COM

A guerra da Bósnia ocorreu


após a independência da Bósnia
e Herzegovina em 1992 e foi
uma consequência das rivalidades
étnicas da Iugoslávia durante a sua
fragmentação. Os grupos étnicos
da Bósnia e Herzegovina defen-
diam a independência do país e a
guerra ficou marcada pela tenta-
tiva de limpeza étnica da região.
Na negociação de paz, em 1995,
foram criados dois territórios que
ficaram parte sob o controle dos
bosníacos e croatas e parte sob o Cidade de Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina, meses
controle dos sérvio-bósnios. depois do término da guerra que dividiu a Iugoslávia, em 1996.
Em 2021, a Bósnia e Herzegovina sofreu uma grande crise, em que líderes sérvios ameaçavam
se separar do país, trazendo para a atualidade os conflitos antigos na medida em que aprovaram
resoluções que romperam com alguns acordos criados no fim da guerra.
GEORGES GOBET/AFP DADO RUVIC/REUTERS/FOTOARENA

Edifícios em chamas no centro da cidade


de Saravejo, Bósnia e Herzegovina,
durante a Guerra da Bósnia, 1992.

Fotografias da Biblioteca Nacional em


2014 e durante o conflito, em 1992,
em Saravejo, Bósnia e Herzegovina.

191

alfabeto grego ou cirílico, o que não signi- reformas impostas por Mustafá Kemal, que travam populações que
fica que estejam unidos, pois não existem obrigaram ao abandono do alfabeto árabe. falavam a sua língua. Para
igrejas nacionais. Uma parte dos sérvios, [...] Não só cada Estado-nação (ao con- libertar os compatriotas da
nomeadamente na Bósnia, converteu-se ao trário do que se passava no Império opressão estrangeiras. Ten-
Islã, como a maioria dos albaneses. Estes, Otomano) quis impor a sua língua nacio- tava então conquistar uma
porém, usam o alfabeto latino, porque fo- nal [...] expulsou os homens e mulheres parte do Estado vizinho. [...]
ram albaneses católicos (do norte) que, no que falavam outra língua e praticavam LACOSTE, Yves. A geopolítica do
século XIX, estabeleceram os primeiros di- religião diferente. Mediterrâneo. Lisboa: Edições
cionários da língua albanesa. Os croatas [...] Além disso, houve um tempo que em 70, 2008. p. 320-321.
e os eslovenos católicos utilizam o alfa- cada Estado-nação reivindicava territórios
beto latino, tal como os turcos desde as fora das suas fronteiras onde se encon-
191
ENCAMINHAMENTO
Como sugestão para estudar
este tema, seria interessante
retomar o processo da Guerra A RÚSSIA E AS QUESTÕES TERRITORIAIS
Fria que, de alguma maneira, O território russo apresenta uma acentuada diversidade étnica, embora a etnia russa seja a
impacta disputas territoriais e predominante no país. Alguns povos lutam pela independência, e um dos casos mais conhecidos
movimentos separatistas que internacionalmente é o da população chechena. A Chechênia é uma república autônoma russa,
afetam a Rússia atualmente. próxima à Geórgia, no Cáucaso. É uma região de conflito entre os territórios dominados por
Lembre aos estudantes que a cristãos e muçulmanos. Mesmo sendo dominada por russos (cristãos ortodoxos), a população
Guerra Fria estimulou alianças dessa região converteu-se ao islamismo por volta do século XVIII.
O Cáucaso é uma região montanhosa localizada entre o Mar Cáspio e o Mar Negro. Trata-se
de caráter militar, que tinham
de uma área estratégica, pois separa o sul da Rússia do Oriente Médio, e a leste faz divisa com
como objetivo não apenas a a Ásia. Além disso, tem uma grande importância econômica e estratégica para a Rússia, por ser
proteção mútua mas também a uma área de passagem de gás e petróleo. Analise o mapa e a fotografia a seguir.
influência das superpotências no Na região, convivem diferentes
continente europeu. Os países da Cáucaso: localização grupos étnicos: ao norte, os cheche-
Europa Ocidental, capitalistas e nos-inguches, adigues, shapsugues,

ALLMAPS
Mar de

liderados pelos Estados Unidos,


Azov
tcherquises, cabardins, abazas, cazaquis,
balcars e daguestãos; ao sul, os georgia-
formaram a Otan e os países que
RÚSSIA nos, os armênios e os azires.
apoiavam, na época, a União das
Com a dissolução da União Soviética,
Repúblicas Socialistas Soviéticas além de um novo levante dos chechenos,
instituíram o Pacto de Varsóvia. Mar Negro Mar Cáspio
afloraram antigas pretensões separatistas
42º N GEÓRGIA
Nesse processo, ainda, é pos- Tbilisi
dos caucasianos, gerando uma série de
sível analisar os objetivos do conflitos entre os povos que conseguiram
AZERBAIJÃO
Plano Marshall para diminuir a 0 117 ARMÊNIA a independência. Exemplos disso são os
TURQUIA Ierevan
influência dos países socialistas.
Baku
conflitos entre a Armênia e o Azerbaijão
pelo controle de Nagorno-Karabakh; o
De modo a garantir a perma- Fronteira
IRÃ
42º L
da Geórgia contra a província rebelde da
nência dos países da Europa Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 8. ed. Rio de Janeiro:
Abecásia; e a separação entre a Ossétia
IBGE, 2018. p. 43.
Ocidental no bloco capitalista, os do Norte (Rússia) e a Ossétia do Sul
Estados Unidos fizeram vultosos CARROT SPY/SHUTTERSTOCK.COM
(Geórgia).
investimentos econômicos na Em 8 de dezembro de 1991, Boris
reconstrução dos países dessa Yeltsin, então presidente da Rússia, em
parte do continente. conjunto com os presidentes de outros
países que formavam a URSS, proclamou
O fim da União Soviética,
a criação da Comunidade dos Estados
em 1991, levou à independên-
Independentes (CEI) com o objetivo de
cia dos países que compunham se ajudarem mutuamente em um novo
a potência socialista, porém, cenário econômico e político.
a definição dos novos países
não levou em consideração
as minorias étnicas e as dife-
renças começaram a ressurgir,
Região montanhosa de Racha,
provocando novos movimen- em Shovi, Geórgia, 2019.
tos de independência, como os
casos da Chechênia, da Crimeia, 192
entre outros. Leia o mapa com
os estudantes e localize os pos-
síveis conflitos no Cáucaso. religiões distintas. Nesse sentido, é possível, PARA AMPLIAR
Proponha um estudo docu- por meio de fontes históricas, resgatar os pro-
mental sobre o tema, a partir de cessos que explicam os motivos da diversidade
Atividade extra
pesquisas em livros e imprensa étnica-cultural do Cáucaso. Destaque que essa 1. Solicite aos estudantes que façam uma
digital. A região do Cáucaso região desperta muitos interesses devido à sua pesquisa sobre os conflitos na Chechênia,
historicamente foi palco de localização, por ser área de passagem de gás procurando saber por que esse povo rei-
lutas entre o Império Russo, o natural e petróleo, e, portanto, consiste em vindica sua independência em relação ao
Império Otomano e o Império linhas de fronteiras importantes para a Rússia. domínio russo. Amplie a atividade pedindo
Persa e permanece marcada Nesse momento, enfatizamos a habilidade uma investigação sobre os problemas
pelo encontro de culturas e EF09GE08 e o TCT – Diversidade cultural. internos ocorridos em relação aos direitos
192
RUSSIAN FOREIGN MINISTRY PRESS OFFICE/HANDOUT/ANADOLU AGENCY/GETTY IMAGES

Em 1991, a CEI era formada


por 10 países – Armênia, Belarus,
Cazaquistão, Federação Russa,
Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão,
Turcomenistão, Ucrânia e Uzbequistão.
A partir de 1993, aderiram Azerbaijão
e Geórgia, totalizando 12 países-
-membros. Atualmente, a Geórgia
não integra mais o grupo da CEI.
Entre esses países, existem diferenças
de organização populacional, com
grande diversidade étnica, econômica
e as estabelecidas pelos elementos
naturais. Analise o mapa a seguir. Reunião de ministros do exterior na sede da CEI em
Minsk, Belarus, 2021.
CEI: países participantes (2021)

ALLMAPS
90° L

60° N
OCEANO GLACIAL ÁRTICO

tico
r Ár
Mar de
Bering

ola
lo P
Mar de

rcu
Barents

Cí OCEANO
PACÍFICO

BELARUS Mar de
Okhotsk
MOLDÁVIA
RÚSSIA
UCRÂNIA

Mar
Negro

Mar do
Japão
ARMÊNIA
AZERBAIJÃO Mar CAZAQUISTÃO
Mar de Aral
Cáspio
UZBEQUISTÃO

TURCOMENISTÃO QUIRGUISTÃO

TADJIQUISTÃO 0 584
Fronteira

Elaborado com base em: COMMONWEALTH OF INDEPENDENT STATES (CIS). Minsk:


[20--]. Site. Disponível em: www.cisstat.com/eng/cis.htm. Acesso em: 11 ago. 2022.

NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

1. Qual é a importância geopolítica dos elementos físico-naturais na formação dos


territórios? Espera-se que os estudantes percebam que, tanto na Federação Russa quanto nos
Bálcãs, o relevo influencia a disputa da organização econômica e política da região. O
relevo orientado para norte-oeste e sul-leste é um eixo estratégico para as atividades
econômicas regionais.
193

humanos do povo checheno, às repres- dependência da Rússia. Para os russos, a sepa-


sões e à violência sofridas pela população ração também causaria problemas econômicos,
chechena. na medida em que os dutos de gás e petróleo
Resposta: Espera-se que os estudantes estão em território checheno. Sobre os direitos
entendam que, para os chechenos, o separa- humanos, é importante ressaltar a repressão
tismo representa uma independência política e e violência que o governo checheno impõe às
cultural do domínio russo, que já reprimiu vio- pessoas LGBTQIAPN+, enviando-as para um
lentamente qualquer tentativa de secessão, campo de concentração.
ao mesmo tempo, a separação pode causar
prejuízos econômicos em virtude da forte
193
ENCAMINHAMENTO
O conflito entre Rússia e
Ucrânia, iniciado em 2022,
costuma despertar o interesse O conflito entre a Rússia e a Ucrânia
dos estudantes. Frequentemente, O conflito entre a Rússia e a Ucrânia, iniciado em 2022, tem origem na formação histórica
os jovens têm opiniões a res- desses países e na disputa por territórios economicamente estratégicos. A queda do Muro de
peito do assunto, por terem Berlim e o fim da Guerra Fria provocaram a diminuição da influência da URSS e a consolidação
da hegemonia estadunidense. Por meio da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os
visto imagens e relatos em noti-
Estados Unidos aumentaram sua influência política e cultural em diversos lugares.
ciários e análises de especialistas.
Nesse contexto, muitos países do leste europeu conquistaram sua independência, como
Portanto, aborde o tema a partir a Ucrânia, em 1991. No entanto, o país continuou sob a influência da Rússia, que considera o
do conhecimento dos estudan- território estratégico, tendo em vista o acesso ao Mar Negro e os oleodutos e os gasodutos que
tes. Organize uma roda de passam pela região.
conversa em que eles possam A Rússia aumentou sua influência no cenário internacional a partir da década de 2000,
expressar livremente seus conhe- quando Vladimir Putin assumiu a presidência do país. Ele tem como uma das estratégias de ascen-
cimentos e tirar todas as possíveis são econômica do país as parcerias comerciais com os países ex-membros da URSS e a China – o
último atualmente se configura como principal parceiro econômico da região – além do domínio
dúvidas sobre o tema. A troca
do Mar Negro e da produção de gás natural para abastecer o continente europeu.
de conhecimentos entre jovens Em 2014, o ex-presidente da Ucrânia, o líder pró-russo Viktor Yanukovych, foi deposto após
da mesma faixa etária é muito uma série de protestos. Isso levou a Rússia a buscar o aumento do controle sobre a região da
importante para sua formação Crimeia, território ucraniano. Com a independência da Ucrânia em 1991, a Rússia ficou com o
cidadã e para seu pensamento controle de uma base naval na região, sede da Frota do Mar Negro.
crítico, pois o senso de perten- Nesse mesmo ano, com 95,5% de aprovação dos eleitores da Crimeia, a região foi anexada
cimento, próprio da idade, faz ao território russo, em um referendo que foi considerado ilegal pelos Estados Unidos e pelo
Reino Unido por ter sido realizado sem a presença de observadores internacionais. Desde então,
com que eles se identifiquem
as relações geopolíticas entre a Ucrânia e a Rússia ficaram mais tensionadas. Com a anexação
e se incentivem mutuamente. da Crimeia, a região tem sido um ponto de disputa geopolítica entre a Rússia, a Ucrânia, países
Ouvir o conhecimento de seus europeus e os Estados Unidos.
amigos e conhecer as maneiras

VANO SHLAMOV/AFP
como eles se informam podem
ser incentivos importantes para
que os estudantes fiquem mais
atentos e interessados em ques-
tões da atualidade, como é o
caso dos conflitos geopolíticos.
Por se tratar de temática
que envolve conflitos e guerras,
Manifestantes
é essencial que o professor
protestam
garanta o respeito às vítimas contra a
durante o relato dos estu- invasão da
Crimeia
dantes, observando sempre o por tropas
TCT – Educação em direitos apoiadas
pela Rússia,
humanos. em Tbilisi,
Para embasar a mediação da Geórgia, 2014.
conversa entre os estudantes,
sugere-se a leitura do texto da 194
seção Para ampliar.

PARA AMPLIAR a mais de mil anos, a uma época em que mente: “Russos e ucranianos são um só
Texto complementar Kiev, hoje capital da Ucrânia, estava no povo, um único todo”.
centro do primeiro Estado eslavo, a Rús- Quando começou o rompimento entre
Rússia e Ucrânia: a sia de Kiev, berço tanto da Ucrânia quanto a Rússia e a Ucrânia?
complicada história que da Rússia. No entanto, nos últimos dez séculos, a
conecta (e divide) os Em 988, Vladimir I, o monarca pagão de Ucrânia foi repetidamente invadida por
dois países Novgorod e grão-príncipe de Kiev, acei- potências rivais. Guerreiros mongóis do
Rússia e Ucrânia: qual é o tou a fé cristã ortodoxa e foi batizado na leste conquistaram a Rússia de Kiev no
ponto histórico que as une? cidade de Quersoneso, na Crimeia. Alu- século 13.
A herança compartilha- dindo a esse momento histórico, o líder No século 16, exércitos poloneses e li-
da dos dois países remonta russo Vladimir Putin declarou recente- tuanos invadiram o oeste. No século 17, a
194
civil antes de ser totalmente
absorvido pela União Sovié-
tica em 1922.
No início da década de
A região de Donbass tem minorias que pedem a separação da Ucrânia e anexação à Rússia e,
1930, a campanha de co-
por isso, é considerada outra zona de conflito. O argumento é que a formação cultural, econômica, letivização das fazendas
social e política estão mais próximas à Rússia. Após a anexação da Crimeia, os movimentos sepa- promovida pelo líder sovié-
ratistas se intensificaram na região de Donbass, exigindo autonomia política. Esses movimentos tico Joseph Stalin produziu
tiveram apoio militar da Rússia e foram fortemente reprimidos pelo governo ucraniano. uma grande fome que pro-
Em 2022, o governo da Ucrânia anunciou a sua intenção de ingressar na OTAN como estra- vocou a morte de milhões de
tégia para se desvincular da influência russa. A Ucrânia anunciou, também, uma abertura em um ucranianos.
dos canais fluviais mais importantes geopoliticamente para o Leste Europeu, além de abrir espaço Depois disso, Stalin im-
para uma aproximação da influência estadunidense. portou um grande número
TERRY WALLER/ALAMY/FOTOARENA
A presença militar da OTAN de russos e outros cidadãos
no leste da Europa ameaça a soviéticos para ajudar a re-
influência russa na região, o que povoar o leste. Muitos deles
provocou o descontentamento não falavam ucraniano e
do presidente Vladimir Putin. Em tinham poucos laços com a
fevereiro de 2022, o governo russo região.
reconheceu formalmente a inde- [...]
pendência das zonas separatistas Essa história conturbada
das autoproclamadas repúblicas criou divisões duradouras.
populares de Lugansk e Donetsk e Como o leste da Ucrânia fi-
as tropas russas cruzaram a fron- cou sob o domínio russo
teira, levando a uma enorme crise muito mais cedo do que o
diplomática internacional. oeste da Ucrânia, os habitan-
tes do leste têm laços mais
Manifestantes protestam contra
a invasão russa na Ucrânia em fortes com a Rússia e têm si-
Manchester, Reino Unido, 2022. do mais propensas a apoiar
JANOSSY GERGELY/SHUTTERSTOCK.COM líderes russos.
A invasão russa no território A Ucrânia do Oeste, ao
ucraniano provocou intensos con- contrário, passou séculos
flitos armados. De acordo com a sob constantes mudanças
Armed Conflict Location & Event de controle por potências
Data Project (Acled), até julho de europeias como a Polônia e
2022 mais de 10 mil pessoas já o Império Austro-Húngaro,
haviam morrido em decorrência uma das razões pelas quais
do conflito. E, segundo o Alto- os ucranianos no ocidente
-comissariado das Nações Unidas tendem a apoiar mais polí-
para os Refugiados (Acnur), o ticos ocidentais.
número de pessoas que fugiram
CONANT, Eve. Rússia e Ucrânia:
da Ucrânia para escapar da invasão a complicada história que
da Rússia passou de 6 milhões, o conecta (e divide) os dois
que configura a pior crise de refu- países. National Geographic,
giados na Europa desde o fim da São Paulo, 24 fev. 2022.
Segunda Guerra Mundial. Disponível em: https://www.
Famílias ucranianas fogem da guerra na fronteira com a nationalgeographicbrasil.
Hungria, em Beregsurány, Hungria, 2022. com/historia/2022/02/
russia-e-ucrania-a-complicada-
195 historia-que-conecta-e-divide-
os-dois-paises. Acesso em: 21
ago. 2022.

guerra entre a República das Duas Nações anos que se seguiram, uma política co-
(Polônia e Lituânia) e o Czarado da Rússia nhecida como russificação proibiu o uso
deixou as terras para o leste do rio Dnie- e o estudo da língua ucraniana, e os habi-
pre sob controle imperial russo. tantes foram pressionadas a se converter
O leste ficou conhecido como a ‘Margem à fé ortodoxa russa.
Esquerda’ da Ucrânia, enquanto as terras Joseph Stalin: o líder soviético que apro-
a oeste do Dniepre, ou ‘Margem Direita’, fundou a cisão entre Rússia e Ucrânia
ficaram a mando da Polônia. A Ucrânia sofreu alguns de seus maio-
Mais de um século depois, em 1793, a res traumas durante o século 20. Após a
Margem Direita (ocidental) da Ucrânia foi revolução comunista de 1917, o país, como
anexada pelo Império Russo. Ao longo dos muitos outros, travou uma brutal guerra
195
ENCAMINHAMENTO
Para tratar a questão geopolí-
tica do Tibete, é preciso conversar
com os estudantes sobre seus A QUESTÃO DO TIBETE
aspectos religiosos. O budismo Além dos movimentos separatistas na Europa, merecem destaque também os movimentos
tibetano está intrinsecamente separatistas presentes na Ásia, em especial o que ocorre no Tibete, que foi uma jurisdição chinesa
mesclado ao Tibete, de modo por mais de 700 anos. A região é localizada em uma das áreas mais altas do mundo e abriga
que suas relações com a China e importantes afluentes e nascentes de rios asiáticos, por isso foi historicamente muito disputada.
com todo o mundo passam pela No século VII, o Tibete foi anexado ao império chinês, o que ia contra os interesses dos
dalai-lama, a liderança política e espiritual do país. No século XVIII, a região também foi alvo de
questão religiosa.
interesses colonialistas britânicos, tendo em vista que, nesse contexto, o Reino Unido buscava
estabelecer novos entrepostos comerciais.
PARA AMPLIAR Em 1912, o 13o dalai-lama declarou a independência do Tibete. No entanto, a independência
Texto complementar tibetana nunca foi legitimada no cenário internacional. Em 1951, um ano após a fundação da
[...] República Popular da China, o governo chinês decidiu reincorporar o Tibete ao seu território. Desde
Embora o 14o Dalai Lama, esse período, a população tibetana reivindica a sua independência.
cujo nome é Tenzin Gyatso, Atualmente, o Tibete mantém-se como uma região autônoma da República Popular da China,
ainda esteja com boa saúde, mas a população tibetana considera a administração pelo governo chinês uma ocupação militar
ele está numa idade (85 anos) ilegítima. Nas últimas décadas, foram realizadas uma série de tentativas de negociação para que
que gera cada vez mais ques- a autonomia do Tibete fosse reconhecida, assim como suas tradições religiosas budistas, seu
tões sobre sua sucessão. Além idioma e suas práticas culturais. Em 1995, uma criança considerada o número dois na hierarquia
disso, há temores de que sua político-religiosa do budismo tibetano foi presa pelo governo chinês e nunca mais foi vista.
morte possa desencadear A situação se agravou a partir de 1998, quando Dalai-lama e outros tibetanos foram para o
uma crise religiosa na Ásia. exílio na Índia; desde então, buscam apoio internacional para o reconhecimento da soberania do
O Dalai Lama não vive no território tibetano. Há diversas ações e discursos de repúdio ao domínio chinês na comunidade
Tibete. Depois de uma revolta internacional. No entanto, até então essas ações não levaram à consolidação de medidas práticas
malsucedida contra a ocu- pela emancipação do território.
pação chinesa do Tibete em Em 2021, a anexação
CRS PHOTO/SHUTTERSTOCK.COM

1959, ele fugiu para a Índia, do Tibete ao território chinês


onde estabeleceu um gover- completou 50 anos. Em discur-
no no exílio em Dharamsala, sos comemorativos, o Partido
liderando milhares de tibe- Comunista Chinês destacou
tanos que o seguiram até lá. a necessidade de ensinar o
Embora o Dalai Lama origi- idioma chinês nas escolas e de
nalmente esperasse que seu coibir outras práticas culturais
exílio fosse apenas temporá- tibetanas, justificando essa
rio, o controle chinês sobre opressão cultural em função
o Tibete ficou cada vez mais do desenvolvimento econô-
forte, tornando seu retorno mico da região nas últimas
improvável. décadas. No entanto, a popu-
Hoje, o governo da China o lação tibetana e alguns países
vê como um separatista com consideraram essa prática
o objetivo de separar o Tibe- extremamente violenta.
te da China e, portanto, está
ansioso para que a próxima
O dalai-lama, líder espiritual tibetano, discursa a fiéis em Aurangabad, Índia, 2019.
reencarnação de seu papel
se alinhe com os objetivos 196
políticos chineses.
Desde 1974, o Dalai Lama
disse que não busca a inde-
pendência da China para o cou com a ideia de uma mulher assumindo [...]
Tibete, mas uma “autonomia o papel de figura máxima da doutrina. O Dalai Lama reencarnou 13 vezes des-
significativa” que permitiria No entanto, os especialistas disseram que, de 1391, quando nasceu o primeiro de seus
ao Tibete preservar sua cul- independentemente do que ele escolher, o encarnados. Normalmente, um método
tura e herança. governo chinês quase certamente se moverá antigo é usado para encontrar o novo líder.
Ao longo dos anos, o Da- para escolher um novo Dalai Lama no Tibete, A busca começa quando o Dalai Lama
lai Lama sugeriu uma série alguém que deve apoiar o controle do Partido anterior morre. Às vezes, ela é baseada
de opções para sua reencar- Comunista Chinês (PCC) na região. em sinais que a encarnação anterior deu
nação, incluindo escolher um Isso poderia levar à escolha de dois Da- antes de morrer. Em outras, os principais
novo sucessor na Índia, em lai Lamas separados, um na China e outro lamas – monges ou sacerdotes de vários
vez de no Tibete – e até brin- na Índia. níveis de idade que ensinam o budismo
196
SIERRA LEMON/GETTY IMAGES

Conheça a trajetória dos acontecimentos a seguir.

Antes do século XX – Disputas territoriais


Entre os séculos VII e IX, o rei tibetano Namri Lontsen e seus
descendentes disputaram territórios com a China na tentativa de
unificação. Sob a dinastia Yuan, a partir do século XIII, a China
passou a reivindicar o território tibetano. Foram mais de 700 anos
de jurisdição chinesa no território. O Tibete, por sua vez, argumen-
tou que era um protetorado dos impérios dominantes, oferecendo
auxílio espiritual em troca de proteção política. Além disso, dizem
os tibetanos, vários impérios se alternaram no controle da região,
como o Mongol e o Manchu, os quais eventualmente incluíam a Templo de Jokhang, em Lhasa,
China em suas fronteiras. Tibete, 2019.
AP PHOTO/IMAGEPLUS

Décadas de 1960 e 1970 – Revolução Cultural


Durante os anos da Revolução Cultural de Mao, as ativi-
dades religiosas no Tibete foram proibidas, e templos foram
destruídos. Em 1965, o Tibete foi declarado região autônoma
da China. Nas décadas seguintes, o governo chinês investiu
na região, modernizando-a e exaltando os progressos mate-
riais que promoveu. Para os tibetanos, no entanto, a suposta
ajuda beneficiaria mais a etnia han, que passou a migrar para o
Tibete, e contribuiria para a descaracterização da cultura local.

Lhasa, capital do Tibete, 1959.

Décadas de 1980 e 1990 –Diálogos retomados

DOUGLAS E. CURRAN/AFP
A China interrompeu as negociações com o dalai-
-lama. Em 1995, o governo chinês prendeu Gedhun
Choekyi Nyima, o garoto de seis anos apontado pelo
dalai-lama como o Panchen Lama, segunda figura mais
importante do budismo tibetano. O menino nunca mais
foi visto e é considerado o mais jovem prisioneiro polí-
tico do mundo.

Tibetanas protestam contra a prisão de Gedhun


Choekyi Nyima, em Nova Délhi, Índia, 1995.
SAM DCRUZ/SHUTTERSTOCK.COM

Década de 2000 – Jogos Olímpicos e protesto


Em 2002, o governo chinês retomou contato com
o dalai-lama. Em 2008, às vésperas da Olimpíada em
Pequim, na China, as manifestações pela independência
tibetana se intensificaram e se tornaram violentas. A
causa atraiu simpatia também no Ocidente, e o reveza-
mento da tocha olímpica no mundo se transformou em
um catalisador de protestos.

Protestos pela autonomia do Tibete


em Vancouver, Canadá, 2008.

197

– seguem para um lago sagrado no Tibete, chamado Lha-


mo Lhatso, e meditam até ter uma visão de onde procurar
o sucessor.
Em seguida, eles enviam para o local da visão grupos de
busca por todo o Tibete, em busca de crianças que são “es-
peciais” e nascidas um ano após a morte do Dalai Lama [...].
WESTCOST, Ben. Como a reencarnação de Dalai Lama pode gerar
uma crise política na China. CNN Brasil, São Paulo, 15 fev. 2021
Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/
reencarnacao-do-dalai-lama-pode-gerar-crise-religiosa/.
Acesso em: 21 ago. 2022.

197
ENCAMINHAMENTO
Este conteúdo pode ser
tratado a partir da importância
do Rio Ganges para a popu- A ÍNDIA E O PAQUISTÃO
lação, que considera os rios Segundo dados do Banco Mundial, em 2020, a população da Índia era de aproximadamente
como divindades. Os seguido- 1,4 bilhão de habitantes, o que corresponde a cerca de um sexto da população mundial. O país
res do hinduísmo acreditam que apresenta mais de 20 idiomas, originados, em parte, da influência linguística dos colonizadores
quem se banha nas águas do (inglês e francês). A cultura indiana é marcada pela religião hindu, tradição presente há 4 mil anos.
Ganges se purifica dos pecados. O processo de independência da Índia – a chamada Partilha da Índia – deu origem a dois
Aproveite para tratar de aspec- países: Índia e Paquistão. O Paquistão, por sua vez, tinha seu território separado em duas partes:
Oriental e Ocidental, a leste e a oeste da Índia.
tos religiosos e, dessa forma, Partilha da Índia (1947)
associar os direitos à diversidade 80° L
1956

SELMA CAPARROZ
religiosa, ao respeito e à supera- Área sob administração
paquistanesa após 1949
CAXEMIRA
1956 Territórios disputados
ção de preconceitos. Islamabad
1960
1962 entre China e Índia
Linha do Agência da
Converse com os estudantes cessar-fogo (1949) Fronteira Nordeste
(Nefa) 1962
PAQUISTÃO
sobre o fato de a Índia ser uma OCIDENTAL
Nova
civilização antiga que foi desen- Karachi
Délhi
1960
volvida por uma multiplicidade de 1947 PAQUISTÃO
ORIENTAL Divisão da Índia (1947)
Trópico de Câncer
Estados organizados. Em 1947, UNIÃO
Dacca
1971 Maioria hindu
Junagadh INDIANA
devido à sua independência do Integrada à União
Maioria muçulmana
1971 Independência do Paquistão Oriental,
em 1948
domínio colonial inglês, o territó- Hyderabad
Estado independente
tornando-se Bangladesh
Capitais
de 1947 a 1949
rio foi dividido, dando origem ao Mar da
Arábia
Golfo
de
Áreas disputadas da Caxemira
Bengala Conflito sírio-indiano em 1962 (área
Paquistão e à Índia. Novamente, reivindicada pela China)
Ocupações francesas na Índia
a habilidade EF09GE08 e o TCT integradas à União de 1952 a 1956
Índia portuguesa até 1961
– Diversidade cultural devem Caxemira

ser enfatizados. 0 371 CEILÃO Fonte: DUBY, Georges.


O objetivo é que os estudan- km Colombo Grand atlas historique.
Paris: Larousse, 2008.
tes reconheçam como se deram
a organização e a formação do Desde 1947, três guerras já ocorreram entre Índia e Paquistão por causa da região da Caxemira,
território indiano e dos países que tem grande relevância estratégica, pois apresenta terras altamente férteis, compõe o eixo de
ligação norte-sul e abriga nascentes de rios importantes, como o Indo, que corre em direção à
vizinhos do ponto de vista geo-
Índia. Esses conflitos geram grande preocupação mundial, já que os países envolvidos possuem
político e da cultura. Inicie esse
arsenal nuclear. Com o fim do domínio britânico, Índia e Paquistão retomaram a disputa pela
tema situando a Índia historica- Caxemira, uma região com maioria muçulmana, mas que está sob o domínio indiano.
mente. Traga imagens sobre a Atualmente, movimentos separatistas da Caxemira, como a Frente de Libertação de Jammu
realidade do país, a fim de evitar e Caxemira, com a interferência do Paquistão, lutam pela independência da região em relação à
uma possível visão estereoti- Índia. A maioria dos habitantes da Caxemira é muçulmana (predominante no Paquistão), perfil
pada, geralmente alimentada que destoa da maioria da população hinduísta que vive na Índia.
por novelas e reportagens. Além do Paquistão e da Índia, a China também participa da disputa pelo território da Caxemira.
Com um histórico anterior de conflitos armados, a ameaça de confronto na região é constante.
Converse com os estudan-
Na década de 1970, as constantes divergências entre duas das áreas que compunham o
tes sobre a importância da Paquistão provocaram a divisão deste em dois países independentes: Paquistão e Bangladesh. Foi
Ásia Meridional. Proponha nesse período que a Índia e o Paquistão retomaram a disputa pela Caxemira.
uma parceria com o professor
de História para elaborar uma 198
linha do tempo que auxilie os
estudantes a ter uma visão mais
ampla das civilizações que per- Uma sugestão é orientar, após a explana- entender aspectos do país, como dinâmi-
tencem à região. ção, os estudantes a pesquisar notícias recentes ca populacional, PIB per capita e índices
Trabalhe com notícias de sobre os conflitos. de alfabetização, de escolaridade e de ex-
jornais e de revistas sobre os con- pectativa de vida. Eles devem analisar essas
flitos políticos na Caxemira. Dessa PARA AMPLIAR informações e pesquisar dados econômicos
forma, além de o conteúdo ser Atividade extra atuais do país. De posse dessas informa-
aprofundado e analisado com • Peça aos estudantes que retomem, das ções, solicite que escrevam um texto em
base em diferentes fontes, os unidades anteriores, algumas informações que formulem teorias que associem os pro-
estudantes poderão se atualizar sobre a população indiana, ou propo- cessos de colonização e descolonização da
a respeito do tema. nha-lhes uma pesquisa para que possam Índia ao seu quadro socioeconômico atual.
198
FÓRUM
Promova uma leitura conjunta
do texto do Fórum com a turma.
FÓRUM NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
A questão da Caxemira é com-
O conflito da Caxemira plexa e com muitos detalhes.
Portanto, precisa ser examinada
[...] em 1914, o governo colonial britânico assinou um acordo com cuidado e todas as dúvidas
com o reino independente do Tibete definindo a fronteira entre devem ser sanadas.
ele e os territórios britânicos. Essa fronteira era conhecida como
Linha McMahon. No entanto, quando a República Popular da
Após a leitura do texto, per-
China nasceu em 1949 e o Tibete passou a fazer parte dela, o gunte aos estudantes: qual é a
novo governo comunista rejeitou a Linha McMohan e reivindicou importância dos aspectos religio-
muitas áreas ao sul e oeste dela como parte da China. Grande sos nos conflitos na Caxemira?
parte do território da J&K [Jammu e Caxemira], no norte e no leste,
Ao longo da discussão, é essen-
fazia parte das reivindicações chinesas. As forças chinesas captu-
raram uma grande parte da terra conhecida como Aksai Chi em cial que eles compreendam que
uma guerra com a Índia em 1962, e continua a reivindicar uma a Caxemira sintetiza os conflitos
parte significativa do território mantido pela Índia. que levaram à própria divisão
Assim nasceu o conflito mais mortal do mundo hoje. Três das
da antiga Índia nos atuais Índia
quatro guerras travadas entre a Índia e o Paquistão nos últimos
75 anos foram pela Caxemira. Milhões morreram nessas guerras. e Paquistão: a dificuldade de
A linha de controle entre IAK [Caxemira administrada pela Índia] convivência entre adeptos do
e PAK [Caxemira Administrada pelo Paquistão] é uma zona de hinduísmo e do islamismo. A
guerra implacável. Além da guerra de 1962 entre a China e a Índia,
partir de uma aula dialogada,
os militares dos dois países mais populosos do mundo – lar de
mais de um terço de toda a humanidade – frequentemente se oriente os estudantes a chegar
chocam na fronteira em J&K (bem como em outras áreas).[...] aos conhecimentos necessários
[...] para compreender o entrave:
O Conselho de Segurança da ONU tem aprovado diversas a diferença entre monoteísmo
resoluções sobre a realização de um plebiscito em J&K para decidir
seu futuro. O Paquistão concorda que os caxemires têm direito à
e politeísmo; e as organizações
autodeterminação. A China também. A Índia, por outro lado, se sociais profundamente afetadas
recusa a reconhecer o direito do povo de J&K de decidir seu próprio por ambas as religiões.
futuro, embora o primeiro-ministro do país, Jawaharlal Nehru, É importante que os estudan-
tenha afirmado que a promessa de um plebiscito sob a égide da
ONU será honrada.
tes concluam que a Caxemira,
Nos últimos 75 anos, os caxemires tentaram todos os meios apesar de ser uma região monta-
à luz do conhecimento para obter seu direito à autodeterminação nhosa e de baixa produtividade
– meios pacíficos, meios parlamentares, movimentos de massa e, agropecuária, conta com a maior
desde 1989, uma insurgência contra a ocupação indiana. Quase
parte da população trabalhando
um milhão de caxemires foram mortos na horrível campanha
indiana anti-insurgência. [...] nesse setor e tem relevância vital
para a Ásia Meridional, por sin-
PARREY, Arif Ayaz. Caxemira: o conflito nuclear mais perigoso do mundo. Brasil
de Fato, [s. l.], 23 maio 2021. Disponível em: https://www.brasildefato.com. tetizar conflitos e temores da
br/2021/05/23/caxemira-o-conflito-nuclear-mais-perigoso-do-mundo. Acesso em: 4
ago. 2022.
Índia em relação ao Paquistão,
Apesar de China e Paquistão concordarem com a autodeterminação do povo da Caxemira, a Índia e vice-versa. Várias denúncias
nega, argumentando que eles são indianos. são feitas de cada lado: de que
1. De acordo com o texto, o que impede a autodeterminação do povo da Caxemira?
há movimentos terroristas na
região, de que há tráfico de
199 armas, entre outros.
Pergunte aos estudantes
quais seriam os recursos ou
atrativos essenciais da Caxemira que contribuem para tanta
cobiça dos dois países envolvidos. Para que eles cheguem à
resposta, leve um mapa físico e hidrográfico para que a turma
analise. Eles devem perceber que, na Caxemira, estão as nas-
centes das bacias do Indo e do Ganges, os principais recursos
hídricos de Paquistão e Índia, respectivamente.
Solicite aos estudantes uma pesquisa a respeito dos arma-
mentos presentes nos dois países em função desse conflito,
contando, inclusive, com armas nucleares.

199
ENCAMINHAMENTO
As atividades da seção con-
tribuem para compreender os 1. A guerra contra a Ucrânia evidenciou a questão étnica na
Rússia porque representantes das minorias étnicas afirmam
motivos dos conflitos tratados
no capítulo e colaboram com
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
que os militares locais são os mais recrutados para o conflito,
o que, segundo eles, configura uma forma de exploração de
suas comunidades.
o desenvolvimento da habili-
1. Leia o texto a seguir para responder à questão.
dade EF09GE08. Acompanhe
a realização das atividades pelos
Quando invadiu a Ucrânia, em fevereiro [de 2022], a Rússia abriu espaço para a
estudantes, de modo a identificar vazão de críticas domésticas em parte adormecidas. Desde então, nasceram inicia-
possíveis dúvidas e defasagens. tivas de minorias étnicas que enxergam a guerra como outra maneira de explorar
A atividade 1 permite ao pro- suas comunidades.
fessor diagnosticar eventuais Em comum, os grupos afirmam que soldados de regiões mais pobres e de nacio-
nalidades minoritárias são os mais enviados ao front e os que menos recebem apoio
problemas relacionados à inter-
em caso de ferimento ou morte.
pretação de texto. Identificar A Rússia é formada por 85 unidades federativas, 22 das quais são repúblicas
os estudantes com esse tipo de criadas como regiões para representar áreas de nacionalidades não russas. [...]
defasagem é essencial para se [...]
planejar estratégias de supera- São grupos como os Asians of Russia (Asiáticos da Rússia), criado neste ano, que
ção de tais dificuldades, como: diz ter como objetivo difundir a cultura de minorias no país e na diáspora, mas em
especial o combate à guerra. [...]
fornecimento de outros textos
[...]
para que sejam analisados indi-
Mas há outro fator que impulsionou a criação do grupo: o preconceito do qual
vidualmente; orientação sobre são alvos em outras regiões, como Moscou e São Petersburgo. [...]
produção de resumos de cada [...]
parágrafo, fragmentando o Os últimos dados públicos, de mais de dez anos — e, portanto, defasados —,
texto antes de alcançar a com- mostram que mais de 160 nacionalidades convivem no país. Cerca de 80% da popu-
preensão do todo, entre outras lação seria russa. Também há tártaros (3,9%), ucranianos (2%) e basquires (1,1%),
por exemplo.
metodologias. O domínio das
competências leitoras e de infe- PAIXÃO, Mayara. Envio de soldados para a Ucrânia expõe conflitos multiétnicos na Rússia.
Folha de S.Paulo, São Paulo, 30 jul. 2022. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2022/07/
rência a partir de textos diversos envio-de-soldados-para-a-ucrania-expoe-conflitos-multietnicos-na-russia.shtml. Acesso em: 4 ago. 2022.
é a base para um percurso
• De acordo com o texto, por que a guerra entre Ucrânia e Rússia evidenciou a questão
escolar bem-sucedido e para
étnica no território russo?
se atingir a maturidade como
cidadão pensante, atuante e 2. Analise a imagem a seguir. Depois, responda à questão.
que forme suas próprias opi-
GABRIELE HOLTERMANN-GORDEN/PACIFIC PRESS/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES

niões com base no que lê. • Qual é a motivação dos


A atividade 2 possibilita ao protestos pela autono-
mia do Tibete?
professor averiguar as habili-
2. A população do Tibete considera
dades de leitura de imagem, ilegítima a presença militar chinesa
desenvolvidas pelos estudan- no território, por isso luta por sua
autonomia.
tes ao longo do ano. Verifique
se há dificuldades em associar
os elementos, que se obser- Protesto pela autonomia
do Tibete, em Nova York,
vam na paisagem retratada, Estados Unidos, 2020.
com o repertório previamente 200
construído.

200
ENCAMINHAMENTO
Analise o mapa com os estu-
TULO

12
CAPÍ dantes, localizando os conflitos que
OS CONFLITOS E estão sendo representados ali.
Discuta o papel dos Estados-
AS FRONTEIRAS -nações, como eles atuam para
resolver seus conflitos territoriais
No capítulo anterior, estudamos que a existência de diversas matrizes étnicas origina e, também, como eles abordam
identidades particulares que nem sempre se adequam a territórios previamente deli-
os movimentos separatistas pre-
mitados. Os Estados-nação, desde a consolidação do mundo moderno e das relações
sentes em seus territórios.
econômicas, visaram firmar uma base territorial coesa, que lhes assegurasse autonomia e condi-
ções de disputar recursos, fortalecendo o poder político e econômico e melhorando as condições
Reúna os estudantes em
de vida da população, sobretudo das elites. grupos e proponha que eles
Os interesses de diferentes Estados-nação produzem litígios, isto é, diferentes agentes lutam pesquisem algum conflito geo-
pelo mesmo território, onde, geralmente, há recursos de interesse comum. Os territórios em litígio, político, com movimentos
notadamente áreas de instabilidade e confronto de desejos entre um poder e outro, são regiões separatistas, guerras ou outro
do mundo tensionadas, onde a população pode enfrentar grandes adversidades. conflito que envolva um ou
Ao analisar as transformações territoriais decorrentes dos conflitos, notamos que, na maioria mais países. Oriente os grupos a
dos casos, esse processo envolve o uso da força militar e a violência se torna uma ferramenta
definir a escala do conflito (local,
para fazer prevalecer o interesse político dos agentes envolvidos.
regional, nacional, global) e as
Disputas territoriais ocorrem em diversos países por razões históricas, étnicas, religiosas, geo-
políticas e geoeconômicas. Por isso, para compreender a complexidade dos conflitos, é preciso suas causas.
analisar todas as variáveis envolvidas nas disputas. Analise o mapa a seguir, que mostra os países
que apresentam conflitos em andamento.

Mundo: conflitos armados (2022)

DACOSTA MAPAS
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico

UCRÂNIA
AZERBAIJÃO
OCEANO
SÍRIA AFEGANISTÃO
ATLÂNTICO
Trópico de Câncer EGITO MIANMAR
MALI
SUDÃO OCEANO
OCEANO SENEGAL IÊMEN
PACÍFICO BURKINA PACÍFICO
Equador FASO SOMÁLIA

NIGÉRIA ETIÓPIA
SUDÃO OCEANO
CAMARÕES DO SUL
Trópico de Capricórnio ÍNDICO
Meridiano de Greenwich

MOÇAMBIQUE

REP. DEM.
CONGO

OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO


Círculo Polar Antártico
0 2 390

Elaborado com base em: ARMED conflict location & event data – Dashboard. Acleddata. [S. l.], [20--]. Disponível em:
https://acleddata.com/dashboard/#/dashboard. Acesso em: 11 ago. 2022.

201

201
ENCAMINHAMENTO
Converse com os estudan-
tes sobre a formação do Estado
turco. Localize a Turquia no mapa OS CONFLITOS NA TURQUIA: TURCOS E CURDOS
e relacione sua ocupação às carac- País marcado por conflitos e disputas territoriais, a Turquia tem como uma de suas principais
terísticas de relevo. É importante questões geopolíticas o conflito territorial com os curdos, povo que ocupa sobretudo áreas no
explorar o mapa com os estudan- oeste do país. Os curdos também ocupam
Oriente Médio: área de ocupação curda
tes para que eles entendam as 40º L
áreas nos territórios
disputas territoriais, e por que os RÚSSIA de outros países,

ALLMAPS
curdos vivem nas montanhas. como Iraque, Irã, Síria,
GEÓRGIA
Mar Negro Tbilisi Geórgia e Armênia.
Identifique historicamente Mar
Cáspio
Observe o mapa.
o recuo territorial do Império ARMÊNIA
Erzurum Ierevan
AZERBAIJÃO

Otomano e a ascensão de movi- TURQUIA


AZB
Tunceli
mentos nacionais e novos projetos Elazig
Lago Van

Diyarbakir Tabriz
estatais, associados ao crescimento Badinam Urumiya
Lago
Urmia

dos imperialismos europeus. Mosul Mahabad


Alepo Arbil
Rio
E Teerã

PARA AMPLIAR
Latakia uf
SÍRIA Kirkuk

ra

Rio
IRÃ

te
Halabjah
eo

s
35º N

Tig
rrân

re
Texto complementar
te

Anah
edi

LÍBANO
rM

Damasco
Bagdá
Ma

IRAQUE
Quem são os curdos e Karbala Área de ocupação da
população curda

por que são atacados JORDÂNIA Capital do país


Mar Cidade
pela Turquia Morto Fronteira
ISRAEL
Os curdos são um dos po- Basra Fonte: SMITH, Dan. O atlas
ARÁBIA
do Oriente Médio: conflitos
vos originários das planícies 0 106 SAUDITA KUWAIT Golfo
Pérsico e soluções. São Paulo:
da Mesopotâmia — territó- Publifolha, 2008. p. 91.
rio compreendido entre os
O povo curdo reivindica a criação de um país autônomo – o Curdistão – para a preservação de
rios Tigre e Eufrates — e dos
sua identidade cultural, prometido pelos britânicos desde o período colonial da região. No entanto,
planaltos da região onde ho-
especialmente por ocupar uma área estratégica de nascentes de rios e reservas petrolíferas, sua
je estão o sudeste da Turquia,
autonomia é negada. Os curdos formam o quarto maior grupo étnico do Oriente Médio.
o nordeste da Síria, o norte do
A luta pela autonomia do povo curdo começou a ser travada a partir da década de 1980,
Iraque, o noroeste do Irã e o
com a atuação do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), e tem como objetivo formar o
sudoeste da Armênia.
Estado curdo e abrigar sua população, que se mantém dispersa e reprimida por toda a região.
Hoje, eles formam uma
O PKK já realizou ações armadas e ataques à bomba contra forças de segurança turcas, motivo
comunidade unida por raça,
pelo qual é considerado uma organização terrorista pelo país.
cultura e linguagem, ainda
Outro problema enfrentado pela Turquia e que afeta diretamente os curdos se refere à
que não tenham um dialeto
disponibilidade hídrica e energética. Para solucioná-lo, o governo turco deu início ao projeto da
padrão. Eles têm diversas reli-
Grande Anatólia, cujo objetivo é construir 22 represas e 19 usinas hidrelétricas ao longo dos rios
giões e credos, mas a maioria
Tigre e Eufrates. Além disso, o projeto também prevê a melhoria da infraestrutura urbana e rural
é muçulmana sunita.
em toda a área contemplada. No entanto, esse projeto prevê o alagamento de áreas do país
[...]
ocupadas pelos curdos, que seriam obrigados a deixar suas terras. Outras críticas ao projeto vieram
No início do século 20,
de países vizinhos, como Síria e Iraque, que protestaram por entenderem que ficariam privados
muitos curdos começaram a
de água. Já os sauditas e os israelenses apoiaram o projeto de construção do grande sistema, que
considerar a criação de um
inclui um duto que ligará as barragens do sudeste da Turquia a Israel e a Riad.
Estado, geralmente conheci-
do como Curdistão. 202
Depois da Primeira Guer-
ra Mundial e da derrota do
Império Otomano, os países
ocidentais vitoriosos fizeram minoritário em seus respectivos países. Nas de diversas gerações. Em resposta aos le-
uma provisão para a criação oito décadas seguintes, qualquer ação dos vantes nas décadas de 1920 e 1930, muitos
de um Estado curdo em 1920 curdos para estabelecer um Estado inde- curdos foram reassentados, nomes e roupas
no Tratado de Sèvres. pendente foi brutalmente anulada. [...] foram proibidos, o uso da língua curda foi li-
Mas os planos foram frus- Há uma hostilidade enraizada entre o mitado e até a existência de uma identidade
trados três anos depois, Estado turco e os curdos do país, que re- étnica curda foi negada, com pessoas desig-
quando o Tratado de Lau- presentam de 15% a 20% da população da nadas como “Turcos da Montanha”.
sanne, que estabeleceu as Turquia, em torno de 80 milhões de habi- Em 1978, Abdullah Ocalan fundou o PKK,
fronteiras da Turquia moder- tantes. que defendia um Estado independente cur-
na, não tratou de um Estado Os curdos receberam tratamento duro do na Turquia. Seis anos depois, o grupo
curdo e os deixou com status nas mãos das autoridades turcas ao longo iniciou uma luta armada. Desde então, mais
202
Atividade extra
DPA PICTURE ALLIANCE/ALAMY/FOTOARENA Peça aos estudantes que pes-
quisem sobre a situação dos
Além disso, a Turquia é um dos principais curdos.
destinos de refugiados provenientes de países Proponha a pesquisa e a
que passam por guerra civis e instabilidade elaboração de um texto que
política na região, como é o caso da Síria e
relacione Cáucaso, Iraque e
do Iraque. A guerra civil na Síria, iniciada em
Curdistão.
2011, é o principal fator de expulsão de pessoas
na região e aproximadamente 3,5 milhões de Divida a classe em grupos.
sírios se encontravam refugiados no território Cada grupo pesquisará, mais
turco em 2021. O governo turco está direta- profundamente, um dos seguin-
mente envolvido no conflito e frequentemente tes assuntos: o mapa político e
facilita que os refugiados sírios abandonem seu Policial turco chama reforços enquanto físico da Turquia, do Iraque e da
território em direção aos países europeus como migrantes passam por cerca de contenção em Síria; as personagens em confli-
forma de exercer pressão geopolítica sobre a Pazarkule, Turquia, na fronteira com a Grécia,
2020. tos e suas características, como
União Europeia.
cultura, religião e características
O governo turco é criticado pela comunidade internacional por violar os direitos humanos
gerais da população; as pai-
por meio de ações que reprimem a liberdade de expressão e a democracia, atuando de forma
sagens locais; e a localização
autoritária em episódios que envolveram a prisão de jornalistas críticos ao governo, a repressão
de movimentos LGBTQIAPN+ e a prisão de refugiados sírios pela polícia secreta turca, que os geográfica das áreas em conflito.
entrega ao país de origem. Depois do levantamento das
BERKCAN ZENGIN/GOCHERIMAGERY/UNIVERSAL IMAGES GROUP/GETTY IMAGES
Os curdos também foram informações, peça aos grupos
fortemente reprimidos no Iraque, que montem uma apresenta-
durante o governo de Saddam ção para a turma a respeito do
Hussein (1979-2003). Com a depo- tema pesquisado. A apresenta-
sição de Saddam Hussein após a ção pode contar com recursos
invasão estadunidense, havia a
digitais, como apresentação de
esperança de que os curdos se
imagens.
fixassem pacificamente nos territó-
rios ao norte do país. A partir de
2006, o Iraque chegou a ter dois
presidentes, que participaram da
guerrilha curda durante o governo
do antigo ditador. Receosa de que
o fortalecimento curdo poderia
atingir também seu território, a
Turquia passou a atacar a região Polícia reprime marcha do orgulho LGBTQIA+ em Izmir,
curda no Iraque. Turquia, 2022.

NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

É a sigla que se refere ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, composto


1. O que é o PKK? também de um braço armado que luta nas causas curdas.
2. Qual é a reivindicação do povo curdo?
A criação do Curdistão, ou seja, um Estado curdo, com território definido e que abrigue a nação curda,
para administrar seus próprios interesses e abrigar costumes e tradições que compõem a identidade
cultural curda.
203

de 40 mil pessoas foram mortas e centenas de mi-


lhares foram desalojadas.
Nos anos 1990, o PKK recuou em seu pleito por in-
dependência, pedindo maior autonomia cultural e
política, mas continuou a lutar. Em 2013, um cessar-
-fogo foi acordado após a realização de conversas a
portas fechadas.
QUEM SÃO os curdos e por que são atacados pela
Turquia. BBC News Brasil, São Paulo, 12 out. 2019.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/
internacional-50012988. Acesso em: 21 ago. 2022.

203
ENCAMINHAMENTO
A guerra civil na Síria prolon-
ga-se por muito tempo, tendo
vários desdobramentos. Desde A GUERRA CIVIL SÍRIA
seu início, como uma reação A disputa territorial entre Síria e Turquia sempre foi uma questão geopolítica importante no
do governo Bashar al-Assad Oriente Médio. Depois da Primeira Guerra Mundial, a Turquia reivindicava o território de Alexandreta
à Primavera Árabe, o conflito (atual província turca de Hatay). No entanto, a França, que administrava a região, manteve esse
passou a envolver outros países território sob domínio sírio. Em 1939, quando uma decisão política indicou que Hatay deveria
da região, a questão dos curdos, pertencer aos turcos, foi a vez de os sírios não aceitarem, apesar de essa província ser habitada majo-
a organização extremista Estado ritariamente por turcos. As relações entre os países se deterioraram quando o presidente sírio Hafez
al-Assad (pai do atual ditador Bashar al-Assad) apoiou o Partido dos Trabalhadores do Curdistão
Islâmico e grandes potências
(PKK) em sua causa, ou seja, a busca pela independência contra a Turquia.
mundiais, como Estados Unidos
Em 2011, como reação às manifestações populares durante a Primavera Árabe, o ditador
e Rússia. Bashar al-Assad, da Síria, iniciou violenta repressão armada, resultando em centenas de mortes.
A repressão aos grupos políticos oposicionistas rapidamente evoluiu para uma sangrenta guerra
PARA AMPLIAR civil, que opôs o exército nacional sírio contra diversas facções, como o Exército Livre Sírio, fun-
Texto complementar damentalistas islâmicos, curdos, entre outros.
Um dos principais agravantes dentro

UPI/ALAMY/FOTOARENA
Por que a guerra da Síria
do conflito sírio é a atuação do grupo terro-
continua após 11 anos?
rista Estado Islâmico (EI), que, inicialmente,
[Como reação à repressão lutava a favor dos opositores de Bashar
violenta do governo sírio às al-Assad. O EI chegou a controlar efeti-
manifestações da Primavera vamente áreas do território sírio e, após a
Árabe] A violência aumentou tomada de Raqqa, escolheu a cidade como
rapidamente e o país entrou capital de seu autoproclamado califado em
em guerra civil.
2014. A partir de 2016, o exército nacional
Centenas de grupos rebel-
sírio (apoiado pela Rússia) e outros grupos
des surgiram e não demorou
beligerantes realizaram ofensivas contra
muito para que o conflito
o grupo e reduziram amplamente o seu
se transformasse em mais
poder no país.
do que uma batalha entre
sírios a favor ou contra As- Sírios em protestos
contra o presidente
sad. Potências estrangeiras

HANDOUT/ALAMY/FOTOARENA
da Síria, Bashar
começaram a tomar partido, al-Assad, em
enviando dinheiro, arma- Yabroud, perto de
mento e combatentes. Damasco, 2012.
À medida que o caos
piorava, organizações jiha-
distas extremistas com seus
próprios objetivos, como o Integrantes do
autointitulado
grupo autoproclamado Esta-
Estado Islâmico
do Islâmico (EI) e a Al-Qaeda, desfilam com
se envolveram. Essa situação equipamento
aumentou a preocupação da bélico nas ruas
comunidade internacional. de Raqqa, Síria,
durante a Guerra
Os curdos da Síria, que de- Civil Síria, 2014.
sejam o direito de autonomia
mas não lutaram contra as 204
forças de Assad, acrescen-
taram outra dimensão ao
conflito. [...]
Os principais apoiado- Assad em 2015, o que foi crucial para virar também do Iraque, Afeganistão e Iêmen —
res do governo têm sido a a guerra a favor do governo. Os milita- também lutaram ao lado do exército sírio.
Rússia e o Irã. A Turquia, as res russos dizem que seus ataques visam Os EUA, Reino Unido e França inicial-
potências ocidentais e vários apenas “terroristas”, mas ativistas dizem mente forneceram apoio para os grupos
países do Golfo apoiaram a que matam rebeldes e civis regularmente. rebeldes que eles consideraram “modera-
oposição em vários graus na Acredita-se que o Irã mobilizou cen- dos”. Mas eles priorizaram a assistência
última década. tenas de soldados e gastou bilhões de não bélica quando os jihadistas se tor-
A Rússia – que já tinha dólares para ajudar Assad. Milhares de naram a força dominante na oposição
bases militares na Síria an- milicianos xiitas armados, treinados e fi- armada contra o governo.
tes da guerra – lançou uma nanciados pelo Irã — principalmente do Uma coalizão global liderada pelos EUA
campanha aérea em apoio a movimento Hezbollah do Líbano, mas também realizou ataques aéreos e man-
204
Atividades extras
1. Analisem o mapa da Síria e
respondam: por que o Estado
Há grande interesse geopolítico internacional na Síria, e potências estrangeiras como Estados da Síria não consegue ter
Unidos, países europeus, Rússia, Turquia e Irã realizam intervenções militares no território do país. controle completo sobre seu
Os russos e os iranianos apoiam o ditador sírio Bashar Al-Assad e lutam ao lado das forças território? Criem hipóteses
governamentais. Os russos foram responsáveis por uma intensa campanha de bombardeios aéreos
que expliquem essa realidade.
a grupos contrários ao governo, a qual foi marcada, sobretudo, pela destruição da cidade de Alepo,
na época controlada pelos rebeldes. Resposta: Espera-se que os
Os Estados Unidos e países europeus, como Reino Unido e França, apoiam diversos grupos de estudantes analisem o passado
oposição ao governo sírio, como as Forças Democráticas Sírias (FDS) e as forças curdas. Além disso, histórico comum aos países da
a imposição estadunidense se faz presente por meio bombardeios que têm como alvo instalações região do Oriente Médio e a defi-
do governo, grupos radicais islâmicos e milícias apoiadas pelo Irã. nição artificial de suas fronteiras.
Em meio aos interesses externos, turcos e curdos travam disputas na faixa norte do território
2. Por que existem tantos confli-
sírio, enquanto grupos terroristas como Estado Islâmico e Al-Qaeda tentam sobreviver ao novo
tos nessa região do mundo?
arranjo territorial produzido pela guerra. Observe o mapa a seguir.
Quem são os agentes
envolvidos?
Síria: áreas de influência (2021)
Resposta: Espera-se que os

DACOSTA MAPAS
38° L

TURQUIA estudantes analisem a impor-


tância dos recursos energéticos
em grande parte do Oriente
Médio, a questão de extre-
mismos religiosos, que afetam
CHIPRE
SÍRIA países com modos de vida dife-
35° N

rentes, a reação à exploração de


Mar grandes complexos transnacio-
Mediterrâneo
nais na economia e na política
O
AN

da região. Os estudantes devem


LÍB

IRAQUE
Damasco
mencionar os Estados Unidos,
a Rússia, países europeus, a
EL

Turquia, o Irã etc.


ISRA

0 69
JORDÂNIA

Áreas de influência
Forças do governo e pró-governo Outros grupos armados Fronteira
não estatais e forças turcas Capital
Forças curdas e Forças Democráticas Sírias
Presença de posições
Outros grupos armados não estatais militares dos Estados Unidos

Fonte: UNITED NATIONS HUMAN RIGHTS COUNCIL. Report of the


Commission of Inquiry on Syrian Arab Republic to the 49th regular
session of the Human Rights Council. OHCR. [S. l.], 8 fev. 2022. Disponível em:
https://www.ohchr.org/en/hr-bodies/hrc/iici-syria/report-coi-syria-march2022.
Acesso em: 10 ago. 2022.

A Guerra Civil Síria já vitimou aproximadamente 500 mil pessoas desde o seu início em 2011,
além de obrigar que mais de 5 milhões de pessoas deixassem as suas casas. As ações de tropas do
governo sírio, de rebeldes e das potências estrangeiras não raro vitimam civis, o que contribui para
o alto número de mortos e feridos no conflito.

205

dou forças especiais para a Síria a partir rebeldes para conter a milícia curda YPG,
de 2014 para ajudar uma aliança de mi- acusando-a de ser uma extensão de um
lícias curdas, árabes, assírias e turcas grupo rebelde curdo banido na Turquia.
chamada de Forças Democráticas Sírias, POR QUE a guerra da Síria continua após 11
em um território no noroeste do país que anos? BBC News Brasil, São Paulo, 18 mar.
antes era dominando pelo Estado Islâmi- 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/
co. As Forças Democráticas Sírias (FDS) portuguese/internacional-56378202.
defendem um governo secular, democrá- Acesso em: 21 ago. 2022.
tico e federalista em território sírio.
A Turquia é um grande apoiador da opo-
sição, mas seu foco tem sido apoiar facções

205
ENCAMINHAMENTO
Explique aos estudan-
tes a posição estratégica do
Afeganistão do ponto de vista O INTERESSE GEOPOLÍTICO PELO TERRITÓRIO DO
geopolítico. Discuta, com eles, AFEGANISTÃO
o porquê dessa posição atrair o
O Afeganistão tem uma história colonial distinta das outras regiões asiáticas. Durante o
interesse de outros países.
imperialismo do fim do século XIX, o país chegou a ser invadido por tropas britânicas, mas não foi
Recorte temporalmente o efetivamente colonizado, pois era um “Estado-tampão” que separava o Império Russo e domínios
contexto do Afeganistão a coloniais do Império Britânico. Se por um lado o país evitou, assim, a exploração colonial, por
partir de 1979, quando a União outro teve seu desenvolvimento econômico muito reduzido.
Soviética invadiu o país, agra- Durante o século XX, o Afeganistão foi um país independente, mas que passou por diversas
vando o problema geopolítico mudanças de regimes e golpes de estado. Em 1978, no contexto da Guerra Fria, partidos de
mais importante da época. orientação comunista apoiados pela União Soviética tomaram o poder no país, o que também
Converse sobre a presença deu início à insurgência de grupos armados oposicionistas. Em 1979, tropas soviéticas invadiram o
Afeganistão, dando início a uma ocupação que duraria até 1989. Durante esse período, o exército
da Al-Qaeda no país, com
soviético lutou contra os mujahidins, combatentes islâmicos que foram apoiados por diversos
bases fixadas em vários campos países, sobretudo pelos Estados Unidos. A guerra vitimou aproximadamente 15 mil soviéticos e,
de treinamento, e sobre as estima-se, mais de 1 milhão de afegãos.
bases estadunidenses instala-
MIKHAIL EVSTAFIEV/PICTURES FROM HISTORY/UNIVERSAL IMAGES GROUP/GETTY IMAGES

das no território.
Destaque que, para enten-
der a dinâmica do Afeganistão,
é necessário entender o papel
dos Estados Unidos, do Iraque
e do Paquistão no país.
Utilize imagens de satéli-
tes para ajudar a localizar as
fronteiras e as áreas onde há
conflitos. Converse sobre a
produção de papoula opiácea
Coluna de
no Afeganistão, que garante veículos blindados
uma porcentagem significativa soviéticos no
Afeganistão,
do PIB do país. 1988.
Os problemas geopolíticos
Após a retirada das tropas soviéticas, o Afeganistão mergulhou em uma guerra civil que
do Afeganistão não estão rela-
resultou na tomada do poder pelo grupo extremista islâmico Talibã, uma das principais facções
cionados apenas com a religião,
do conflito e que recebeu forte apoio do serviço secreto paquistanês.
mas a interesses por recursos Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, uma coalizão internacional liderada
minerais, à localização estraté- pelos Estados Unidos invadiu o Afeganistão, no contexto da guerra contra o terrorismo interna-
gica do país e aos acordos com cional, derrubou o governo talibã e iniciou uma ocupação militar do país que duraria quase 20
as grandes potências. anos. Durante esse período, o novo governo e seus aliados (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá,
entre outros) lutaram contra diversos grupos insurgentes, entre eles o próprio Talibã.
A partir de 2011, as tropas internacionais começaram a se retirar gradualmente do país e o
ambiente de segurança se deteriorou ainda mais com a escalada de ataques de grupos insurgentes.

206

206
ENCAMINHAMENTO
Discuta com os estudantes a
Em 2020, os Estados Unidos firmaram um retirada das tropas estadunidenses

SGT. SAMUEL RUIZ/U.S. MARINE/PLANET PIX/ZUMA PRESS/FOTOARENA


acordo com o Talibã para a retirada de suas tropas do Afeganistão após 20 anos de
do Afeganistão. Em contrapartida, o grupo afegão ocupação. É importante que eles
se comprometeu a cortar laços com o grupo terro- percebam que o governo, apoiado
rista Al-Qaeda. No ano de 2021, o último soldado internacionalmente durante o
estadunidense deixou o solo afegão.
período de ocupação estran-
No entanto, o governo afegão, reconhecido
internacionalmente, não possuía força militar para
geira, não conseguiu se manter
contrapor os insurgentes talibãs, e a retirada esta- no poder, o que levou à volta dos
dunidense ocorreu às pressas em meio aos rápidos Talibãs. No entanto, apresente a
avanços militares do grupo fundamentalista. A complexidade política da região,
comunidade internacional criticou duramente a pois o braço regional do Estado
forma como se deu a retirada das tropas, que ficou Islâmico, extremista e jihadista,
marcada por tumultos, com milhares de afegãos posiciona-se contrário tanto ao
que haviam colaborado com a presença estadu-
governo deposto quanto ao Talibã.
nidense tentando escapar do país por medo de
represálias por parte do Talibã. A guerra deixou Tropas estadunidenses deixam o Afeganistão,
um saldo de aproximadamente 176 mil mortos, 2021.
sendo 46 mil civis e 3,5 mil integrantes da coalizão
MARCUS YAM/LOS ANGELES TIMES/GETTY IMAGES

internacional.
Com a retirada do exército dos Estados Unidos
do Afeganistão, o Talibã derrubou rapidamente
o governo e retomou o controle central do país.
Agora no poder, o grupo tem adotado medidas
restritivas em relação à liberdade das mulheres e
imposto uma interpretação mais estrita da lei islâ-
mica a toda a população. Embora tenha tomado
o controle do país, o Talibã tem sido contestado
interna e externamente. O grupo vem sofrendo
críticas por parte de outros países e de organis-
mos internacionais por não respeitar os direitos
humanos. Além disso, dentro de seu próprio terri-
tório, o atual governo sofre contestação de outras
organizações que buscam tomar o poder, como,
por exemplo, o Estado Islâmico. Integrantes do Talibã tomam controle do
aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão,
2021.

NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

1. Quais consequências os conflitos no Afeganistão têm para a população do país?


Na sua opinião, como a alternância conflituosa de poder interfere na vida das
pessoas? Os conflitos no Afeganistão geram insegurança, violência e fome para a população local.
Os repetidos golpes de Estado e tomadas de poder são realizados mediante violência e
impedem a aplicação de políticas públicas em prol do desenvolvimento do país.
207

207
ENCAMINHAMENTO
Introduza o assunto elabo- Palestina: plano de
rando uma linha do tempo partilha da ONU (1947)
para contextualizar a diás- O CONFLITO ÁRABE-

DACOSTA MAPAS
35° L LÍBANO

pora dos judeus no mundo. -ISRAELENSE


Para isso, organize os eventos SÍRIA
A região onde se encontram atualmente a Palestina
e indique imagens que os
e Israel é considerada sagrada pelas três grandes religiões
caracterizem. Resgate com monoteístas do mundo: o cristianismo, o islamismo e o Mar
os estudantes a perseguição judaísmo. Para os judeus, Jerusalém é a cidade de Davi
Mediterrâneo
32° N
sofrida pelos judeus durante a e o lugar do templo construído para guardar a arca da Jericó
Jerusalém
Segunda Guerra Mundial e a Aliança; para os cristãos, é o lugar onde Jesus Cristo foi (internacional) Mar
Morto
associe ao contexto de criação morto, sepultado e ressuscitou; para os muçulmanos, é
do Estado de Israel. Exponha o lugar de onde o profeta Maomé ascendeu aos céus.
aos estudantes como, a partir Jerusalém é, ao mesmo tempo, uma cidade que une e
separa as três fés, já que todos a reivindicam na história
da criação do Estado de Israel, EGITO
JORDÂNIA
de seu povo e de suas religiões.
iniciaram-se os conflitos com
Em 1948, com o final da Segunda Guerra
os palestinos, desenvolvendo Mundial, a ONU propôs a criação do Estado de Israel
os TCTs – Educação em direi- para receber os judeus espalhados pelo mundo. O local Plano de partilha
da ONU
tos humanos e Diversidade escolhido para a fundação desse novo Estado era a Estado palestino
Estado judeu 0 44
cultural. mesma terra de origem do povo judeu. No entanto, Fronteira

Proponha uma pesquisa essa região já era habitada por árabes palestinos, que Fonte: SMITH, Dan. O atlas do Oriente
sobre o holocausto. Selecione perderam parte de seus territórios, dando início a con- Médio: o mapeamento completo de todos
os conflitos. Tradução: Mário Vilela.
diferentes filmes que tratam do flitos que persistem até hoje. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 36-37.
Na proposta de criação do Estado de Israel, a
tema. Cada grupo de estudan-
ONU sugeriu que a Palestina, que não usufruía da Israel: Guerra Árabe-
tes será responsável por um condição de Estado independente, fosse dividida em -Israelense (1948)
filme, para, depois, debater em duas. O Estado judeu ficaria com 56,47% e o Estado

DACOSTA MAPAS
35° L LÍBANO
classe. É importante que, nesse palestino, com 43,53%. Jerusalém, cidade sagrada Israel 1947 COLINAS DE
Palestina ocupada por: GOLÃ
debate, os estudantes discu- para judeus, cristãos e muçulmanos, seria declarada Israel
SÍRIA
Jordânia (Cisjordânia)
tam a visão de cada diretor e cidade internacional. Egito (Faixa de Gaza)
L. Tiberíades

Jerusalém dividida

Rio Jordão
o roteiro do filme. Observe os mapas. entre Israel e Jordânia
Fronteira
Analise a formação do Os judeus aceitaram as condições propostas
pela ONU, mas os árabes palestinos discordaram, Mar
Estado de Israel, o movimento Mediterrâneo
32° N
argumentando que estavam perdendo um território Jerusalém
político-religioso pela criação CISJORDÂNIA
essencialmente árabe. Como consequência, os árabes
do Estado de Israel e a criação declararam guerra ao Estado de Israel. Essa guerra, GAZA Mar
Morto
dos kibutzim (primeiras colô- chamada Guerra da Independência em Israel, foi
nias agrícolas). vencida pelos israelenses, que não só confirmaram o ISRAEL

Comente, com os estudan- território sugerido pela ONU como o ampliaram ocu-
EGITO
JORDÂNIA
tes, o fato de Jerusalém ser pando áreas que pertenceriam ao Estado árabe no
uma cidade sagrada para as plano de partilha da ONU.
três maiores religiões mono-
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos.
teístas do mundo (o islamismo, Atlas geográfico: espaço mundial. PENÍNSULA
o judaísmo e o cristianismo) e São Paulo: Moderna, 2013. p. 103. DO SINAI 0 44

como isso gera disputas por 208


essa cidade.
Utilizando os mapas que
tratam do plano da ONU, apre-
sente aos estudantes como
estavam previstos os territórios
judeus e palestinos. A partir
do estudo do capítulo, solicite
que os estudantes elaborem
argumentos que justifiquem a
importância do respeito a dife-
rentes religiões e credos.

208
ENCAMINHAMENTO
Comente os impac tos
sofridos por Israel com a nacio-

MIRRORPIX/ALAMY/FOTOARENA
Os principais eventos
nalização do Canal de Suez pelo
Vamos estudar agora os principais episó-
dios da longa série de conflitos que envolvem Egito e os conflitos decorrentes
árabes e israelenses após a Guerra árabe-isra- desse acontecimento. Exponha
elense de 1948. aos estudantes a escalada de
conflitos entre judeus e palesti-
A Guerra de Suez (1956)
nos, comentando os episódios
A nacionalização do Canal de Suez (que
mais marcantes. Com a ajuda
liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo e por
onde passa importante parte do comércio do mapa, mostre o avanço de
mundial) pelo governo do Egito causou o pri- Israel sobre o território palestino.
meiro conflito do país com Israel após a Guerra Trabalhe com o filme Lemon
Árabe-Israelense de 1948. Com a perda do Tree, do diretor israelense Eran
porto israelense de Eliat, no golfo de Ácaba, Protesto em Londres, Reino Unido, pelo fim Riklis. Nesse filme, por meio de
Israel juntou-se à França e ao Reino Unido – que da Guerra de Suez, 1956.
alegorias, o diretor faz uma crítica
tinham interesses comerciais na exploração do canal – e atacou o Egito em 1956, gerando maiores
à forma como Israel conduz o
tensões e posteriores conflitos. Depois da intervenção da ONU, o Egito manteve o controle sobre
conflito com os palestinos. O
o Canal de Suez.
Israel: Guerra dos Seis filme conta a história de uma
A ampliação do Estado de Israel – Dias (1967) viúva palestina que luta contra a
Guerra dos Seis Dias (1967)

DACOSTA MAPAS
LÍBANO destruição dos limoeiros que dão
Na década de 1960, a violência na região sustento à sua família. Os limoei-
Mar SÍRIA
ocupada militarmente por israelenses e habitada por Mediterrâneo ros estão sendo ameaçados pela
COLINAS DE
árabes aumentava a cada dia – de um lado, repres- GOLÃ
33° N equipe de segurança do ministro
são por parte de Israel; do outro, a resistência contra L. Tiberíades
Território israelense entre
da Defesa de Israel, que acabou

Rio Jordão
1949 e 1967
o domínio israelense liderada pela recém-criada Ocupação militar israelense
(Guerra dos Seis Dias, jun. 1967) de se mudar para a casa ao lado
Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em Fronteira

1964. Contrapondo-se ao apoio dos Estados Unidos Jerusalém


CISJORDÂNIA à da viúva. Utilize o filme como
a Israel, a União Soviética patrocinava o outro lado exemplo e chame a atenção dos
Mar
do conflito: as forças armadas sírias e egípcias. Desse GAZA Morto estudantes para a disparidade
modo, os árabes se fortaleceram. O Egito proibiu ISRAEL de forças entre judeus e palesti-
C an a l d e S u

a entrada de navios israelenses no golfo de Ácaba, nos na disputa pelo território. O


JORDÂNIA
essencial para o comércio do Estado israelense, e filme pode ser assistido com a
ez

ordenou a retirada das tropas da ONU no deserto do EGITO turma em sala de aula ou pode
Sinai. Diante do que viu como ameaças à soberania do
ser solicitado aos estudantes que
Estado judeu, Israel decidiu atacar os países vizinhos. PENÍNSULA DO

Em apenas seis dias, Israel ampliou seu território


SINAI o vejam em casa.
Ma

Dando continuidade ao tema


rV

em, aproximadamente, 18 vezes. Incorporou o Sinai e


er m

ARÁBIA SAUDITA
a Faixa de Gaza (pertencentes ao Egito), a Cisjordânia, Israel e Palestina, proponha
elh
o

o setor oriental de Jerusalém (da Jordânia) e as colinas aos estudantes a construção


de Golã (da Síria). Observe o mapa ao lado. de um dossiê com artigos de
0 60 jornais, revistas e meios eletrô-
Fonte: FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico:
espaço mundial. São Paulo: Moderna, 2013. p. 103. 33° L nicos sobre a atual situação do
conflito entre judeus e palesti-
209 nos. O dossiê é um conjunto de
documentos importantes, prove-
nientes de fontes seguras, que
PARA AMPLIAR revelam informações relativas a
Indicação para o professor indivíduos, grupos, instituições
• MABILIA, Adriana. Viagem à Palestina: prisão a céu aberto. Rio de Janeiro: Civiliza- ou países. Após a organização
ção Brasileira, 2013. dessas informações, solicite aos
estudantes que montem, em
O livro-reportagem mostra as dificuldades de pessoas que vivem em um território sob
sala de aula, um painel coletivo
ocupação militar, destacando, ainda, a importância do papel da mulher na Palestina.
no qual cada grupo deve colocar
Embora não seja de cunho acadêmico, o livro é recomendado para quem quer conhecer
uma síntese do que pesquisou.
um pouco mais sobre o cotidiano da população da Palestina.

209
ENCAMINHAMENTO
Aprofunde o estudo sobre
a Guerra do Yom Kippur anali-
sando, em uma aula dialogada, A Guerra do Yom Kippur (1973)
as consequências do conflito Desde a ocupação dos territórios árabes após a Guerra dos Seis Dias, Israel vinha sendo
no mundo. Contextualize a pressionado pela ONU e pela maioria dos países do mundo a devolver as áreas ocupadas. No
forte dependência dos países entanto, os israelenses desconsideraram essas advertências e insistiram em colonizar os territórios
árabes. Na tentativa de retomar seus territórios, a Síria e o Egito atacaram Israel, sem aviso prévio,
capitalistas em relação ao
exatamente no Yom Kippur − Dia do Perdão −, a mais importante data da religião judaica. Israel
petróleo. Como os países do
contra-atacou bombardeando Damasco, a capital da Síria, e não permitiu que os egípcios avan-
Oriente Médio vendiam esse çassem no Sinai. Depois de um cessar-fogo imposto pelas duas superpotências na época (Estados
recurso a preços baixos, a Unidos e URSS), os países árabes não conseguiram retomar seus territórios.
maioria dos países do Ocidente
não se preocupava em explo- As Intifadas
rar suas próprias reservas, pois Em 1987, uma série de levantes e protestos contra a ocupação da Faixa de Gaza e da
compensava importar esse Cisjordânia pelo exército israelense ficou conhecida como a Primeira Intifada. Intifada é uma
recurso do Oriente Médio. palavra árabe que significa “agitação”.
A população palestina recebeu apoio internacional, e os Estados Unidos assumiram a negocia-
No entanto, como forma de
ção do armistício, que culminou com um acordo de paz assinado em Madri, em 1991. Em 1993,
retaliar o Ocidente e Israel, a OLP e Israel assinaram os Acordos de Oslo, no qual se reconheceram mutuamente e firmaram
os árabes do Oriente Médio um compromisso de avançar nas negociações de paz entre palestinos e israelenses.
aumentaram muito o preço Em 2000, o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, e o presidente israelense,
do barril, o que fez com que Ehud Barak, encontraram-se em Camp David, nos Estados Unidos, para negociar um acordo que
os países capitalistas iniciassem colocaria fim ao conflito. No entanto, o acordo fracassou e as hostilidades foram retomadas. Nesse
mesmo ano, ocorreu um levante popular palestino contra as ocupações israelenses em áreas como
uma corrida por novas fontes
a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, o que ficou conhecido como a Segunda Intifada.
de energia ou novos fornece- Analise, nos mapas, a situação de Gaza e da Cisjordânia em 2018.
dores de petróleo.
Insira a questão brasileira na Faixa de Gaza (2018) Cisjordânia: ocupação israelense (2018)
discussão. A crise econômica

DACOSTA MAPAS
DACOSTA MAPAS

35° L

atingiu o Brasil, reduzindo os Jenin


Mar
investimentos estrangeiros e Mediterrâneo
Gaza Beit
aumentando a dívida externa. Beit
Hanun
Tulkaren
Lahia
A chamada crise do petró-
31°30´N

Nablus
leo marcou o fim do “milagre Mar JORDÂNIA
econômico”, período de cinco Mediterrâneo
GAZA
CISJORDÂNIA
anos em que o PIB brasileiro Deir
32° N

El Balah Ramallah
cresceu consistentemente. ISRAEL
km

Jericó
40

Jerusalém Controle civil

PARA AMPLIAR 11
Kan Younis

km
ISRAEL palestino
Controle civil e
militar israelense
Belém
Indicações para o Assentamento
israelense
34°30´ L Muro
estudante Rafah
Fronteira
Hebron Mar
Morto
construído
Muro

• COMO começou o conflito


projetado
Cidade palestina
Posto de fronteira Cidade
EGITO 0 17 palestina
entre israelenses e palestinos. 0 5 Assentamento israelense
evacuado em 2005 Fronteira

2020. Vídeo (8min22s). Pu- Fonte dos mapas: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas.
blicado pelo canal BBC News 210 35. ed. São Paulo: Ática. 2019. p. 99.
Brasil. Disponível em: https://
youtu.be/t7LVfD8Rd5g. Aces-
so em: 21 ago. 2022.
início às intifadas palestinas. 2020. Vídeo
O vídeo, o primeiro de uma
(7min53s). Publicado pelo canal BBC News
série de três, apresenta, de Brasil. Disponível em: https://youtu.be/
maneira didática, um histó- qpoNFyGdz5M11. Acesso em: 21 ago. 2022.
rico fundamentado em mapas
O vídeo continua o histórico dos confli-
e imagens sobre a formação
tos entre israelenses e palestinos, destacando
do Estado de Israel e os conse-
os embates ocorridos a partir da década de
quentes conflitos.
1960.
• O QUE são assentamentos
israelenses e o que deu

210
ENCAMINHAMENTO
Relacione os conflitos territo-
riais aos fenômenos migratórios.
OS CONFLITOS TERRITORIAIS E OS
Comente com os estudantes os
NÔMADES GLOBAIS fatores de repulsão que fazem
com que determinada popula-

VALERIA FERRARO/SOPA IMAGES/LIGHTROCKET/GETTY IMAGES


Os conflitos armados são
catastróficos para os países envolvi- ção queira deixar um país em
dos e costumam afetar também os guerra.
países vizinhos. Dentre esses pro- Chame a atenção para a con-
blemas, podemos citar a violência, tradição de parte da população
a fome, a inflação, a destruição de
de muitos países centrais da
residências e infraestruturas diver-
Europa que, apesar de precisa-
sas e a disseminação de doenças.
Todos esses problemas fazem com rem da mão de obra imigrante,
que muitas pessoas se arrisquem também defendem causas xeno-
tentando fugir desse contexto e fóbicas. Enfatize também que
busquem melhores condições de não podemos cometer genera-
vida em outros lugares. Observe a lizações e que o fato de haver
fotografia ao lado. xenofobia na Europa não sig-
Os imigrantes tiveram um nifica que todos os europeus
papel muito importante no pro- Migrantes em embarcação de madeira são resgatados no
mar Mediterrâneo, próximo à Itália, 2022. sejam xenófobos.
cesso de ocupação do território
europeu e de sua formação econômica e social. Alguns governos europeus procuram tornar as
Utilizando o mapa da página
restrições aos imigrantes menos rígidas em razão da oferta de mão de obra cada vez mais reduzida 212, analise com os estudantes a
e da baixa natalidade das populações de seus países. Os imigrantes tendem a buscar na Europa situação dos refugiados sírios e
destinos com idiomas próximos de seus países de origem. Além disso, os países mais ricos também explique quais são os fatores que
costumam atrair mais imigrantes que buscam uma vida melhor. Apesar disso, parte dos imigrantes fazem essa população migrar e
que se fixam na Europa é submetida à baixa remuneração, tem pouco acesso à rede de proteção quais são os países que mais a
social e de serviços públicos e enfrenta situações de exclusão habitacional, com condições de recebem. Problematize o fato de
moradia e infraestrutura de serviços públicos inferiores à média das cidades onde se encontram.
a xenofobia alemã não conside-
rar que, na verdade, há outros
ALKIS KONSTANTINIDIS/REUTERS/FOTOARENA

países que recebem mais refu-


giados sírios do que a própria
Alemanha.

Imigrante
afegã em
trabalho
de costura
na cidade
de Atenas,
Grécia, 2019.

211

211
ENCAMINHAMENTO
Para encaminhar a temática
sobre a xenofobia e as condi-
Apesar de os países europeus

STEFAN ROUSSEAU/PA IMAGES/GETTY IMAGES


ções de vida de estrangeiros,
precisarem da mão de obra ofe-
especialmente na Europa, reco-
recida por muitos imigrantes, têm
menda-se a leitura do texto
crescido na Europa movimentos
complementar, na seção Para de grupos extremistas que propa-
ampliar. gam um discurso anti-imigração.
Embora muitos cidadãos europeus
PARA AMPLIAR apoiem a garantia de direitos aos
Texto complementar migrantes, parte da população
europeia teme que pessoas vindas
Xenofobia: o que é? de outros países ameacem seus
O termo “xenofobia” postos de trabalho.
aparece frequentemente Em países centrais da Europa,
em jornais e notícias que Manifestantes protestam contra a imigração
esse temor aos estrangeiros fun-
e a recepção de refugiados em Dover, Reino
tratam de migrações, prin- Unido, 2020. damenta discursos alarmistas e
cipalmente quando se fala preconceituosos, que desconsi-
no atual grande contingen- Países de destino: refugiados sírios deram a localização periférica de
te migratório proveniente (2020-2021) outros países europeus, onde o
de refugiados das guerras da fenômeno migratório é ainda mais
Meridiano de Greenwich

Quantidade de refugiados sírios


DACOSTA MAPAS

Síria e Iraque, que se direcio- Mar


do SUÉCIA
Dez países europeus com mais pedidos de asilo
Refugiados sírios registrados em países vizinhos*
intenso.
nam à Europa. No entanto, a
127 935
Norte
DINAMARCA
Fronteira Em geral, os países que
xenofobia pode ocorrer em
*Últimos números são de fevereiro de 2021.
21 980 Mar
Báltico recebem mais migrantes loca-
qualquer lugar, e em relação PAÍSES BAIXOS
47 505 lizam-se no entorno da região
a qualquer pessoa, a depen- ALEMANHA
em crise e têm menos recursos
der do contexto em que se BÉLGICA
28 450
674 655
ÁUSTRIA
58 285
para abrigar essa população. Esse
encontra. [...] FRANÇA
HUNGRIA
78 285 fenômeno pode ser observado no
[...] Há certo consenso de
27 505
45° N
BULGÁRIA
TURQUIA
3 655 067
mapa.

Ma
que a xenofobia consiste em 22 960

rC
ásp
um conjunto de atitudes ou GRÉCIA
io
práticas relacionadas às ori- 80 395

SÍRIA
gens das pessoas, mas, a Mar Mediterr
âneo LÍBANO
865 531 IRAQUE
243 121

depender do contexto e da JORDÂNIA


Fonte: POR QUE a guerra da Síria
pessoa que a utiliza, seu sig- 664 603 continua após 11 anos? BBC News,
[s. l.], 15 mar. 2021. Disponível em:
nificado pode ser distinto. Trópico de Câncer
EGITO
130 577 https://www.bbc.com/portuguese/
Por exemplo, pode-se discu-
0 516
internacional-56378202. Acesso em:
0° 32° L
5 ago. 2022.
tir se a xenofobia emana de
um nível individual ou co- 1. O país que recebe mais imigrantes sírios é a Turquia. Esse NÃO ESCREVA
fenômeno, entre outras causas, pode ser explicado pela
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.
letivo, se um ato isolado de proximidade geográfica entre os dois países.
uma pessoa pode ser consi-
derado xenofobia ou não. [...] 1. De acordo com o mapa, qual país recebe o maior número de refugiados sírios?
Quais são os principais motivos que levam os imigrantes a escolher esse destino?
[De acordo com a ACNUR,]
considera-se que qualquer 2. Qual é o país europeu que mais recebe refugiados sírios? Quais fatores podem
forma de violência baseada explicar a escolha desse destino como o principal na Europa?
O país europeu que mais recebe refugiados sírios é a Alemanha. Tal fenômeno pode ser explicado,
nas diferenças de origens entre outros fatores, pela riqueza econômica alemã, que atrai muitos imigrantes em busca de melhores
geográfica, linguística ou 212 condições de vida.
étnica de uma pessoa po-
de ser considerada como
xenófoba. Em resumo, a xe-
nofobia é o medo ou ódio por lizada nessa definição. Nem sempre a que, na verdade, tenham nacionalidade
estrangeiros ou estranhos, e xenofobia se direciona a um estrangeiro. alemã. [...]
está vinculada a atitudes e Por vezes, ela pode ocorrer em relação a Estudos acerca da xenofobia têm atri-
comportamentos discrimi- pessoas de determinada etnia dentro de buído o ódio a estrangeiros a várias causas:
natórios e frequentemente um mesmo país, com costumes e cultu- • O medo de perder status social e sua
culmina em atos de violên- ra diferentes e que não correspondem à identidade;
cia, como diferentes tipos de etnia predominante dentro daquele terri- • A ideia de que apresentam uma amea-
abuso e exibições de ódio. tório. Como exemplo, podemos citar o fato ça ao sucesso econômico do cidadão,
É importante destacar o de descendentes de turcos sofrerem com como na ideia de que os migrantes to-
sentido em que a palavra xenofobia na Alemanha, graças aos este- mariam vagas de trabalho;
“estranho” está sendo uti- reótipos que se relacionam a eles, mesmo • Um modo de reassegurar a identidade
212
FÓRUM NÃO ESCREVA
NO LIVRO.

Populações excedentes na globalização


Todos os anos milhares de pessoas deixam seu país de origem em busca de melhores
condições de vida. Crises econômicas e guerras estão entre os principais motivos que
colaboram com os fluxos migratórios em todo o mundo. O texto a seguir aborda esse
assunto. Leia-o com atenção.

As populações excedentes não estão mais ancoradas em um lugar, assim como


não está o capital. Elas fluem para todos os lugares em busca de oportunidades ou
emprego, apesar das barreiras à migração por vezes colocadas pelos Estados-nação.
A força de trabalho cativa dos trabalhadores domésticos, grupos de trabalhadores
migrantes na construção e trabalhadores rurais disputam com as populações e os
indivíduos locais, que se deslocam em busca de melhores chances na vida. Mulheres
polonesas limpam os hotéis ao redor do aeroporto de Heathrow, em Londres, letões
servem em pubs irlandeses, trabalhadores itinerantes do México e da Guatemala cons-
troem as torres dos condomínios em Nova York ou colhem morangos nos campos
da Califórnia, os palestinos, indianos e sudaneses trabalham nos Estados do Golfo
e assim por diante. Remessas dos Estados do Golfo para a Índia, para o Sudeste
Asiático ou para os campos de refugiados palestinos se dão em paralelo com os fluxos
de remessas dos Estados Unidos para o México, Haiti, Filipinas, Equador e muitos
outros países menos desenvolvidos. As diásporas de todos os tipos (de empresários
e trabalhadores) formam redes que criam tramas intrincadas na dinâmica espacial
da acumulação do capital.

HARVEY, David. O enigma do capital e as crises do capitalismo.


São Paulo: Boitempo, 2011. p.122 e 123.
ALESSIO TRICANI/ALAMY/FOTOARENA

tende a aceitar o imigrante


sempre que este renuncie à
sua própria cultura (idioma,
costumes, religião, entre ou-
tros) e adote a cultura oficial
da sociedade que o acolhe,
posto que a diferença cul-
Posto de tural é a maior ameaça
controle de percebida pelos cidadãos de
imigração
na fronteira
determinado território.
entre Polônia Aos imigrantes, em geral,
e Ucrânia, é requisitado ou imposto
em Medyca, socialmente que demons-
Polônia, 2022.
trem uma decidida vontade
1. De acordo com o texto, por vezes os Estados-nação impõem barreiras à migração. de formar parte da socieda-
Pesquise que tipo de barreiras são essas e cite ao menos dois exemplos. de em que desejam viver,
Os estudantes podem citar, por exemplo, a construção de muros nas fronteiras, a deportação de que assimilem sua cultu-
grandes contingentes populacionais, a dificuldade em aprovar a documentação para a legalizar a ra e participem de ocasiões
migração, entre outros. 213 importantes para a vida
em comunidade. Ou seja,
a tolerância em relação ao
estrangeiro, ao estranho, é
nacional e seus limites em tempos de tos individuais do cidadão que a sente, e se
com frequência condicional:
crise; conecta com o conceito de nacionalismo.
“não me importo com sua
• Um sentimento de superioridade; Duas frases características de discursos
presença se você se adaptar
• Pouca informação intercultural (o des- xenófobos, em geral associados à ultra-
aos nossos costumes”.
conhecimento em relação ao estranho/ direita, são “defenda a sua identidade” e
estrangeiro e sua diferente aparência, “defenda os seus direitos” [...]. ENRICONI, Louise; MORAIS,
cultura e costumes faz o indivíduo per- Qualquer pessoa pode sofrer com a xe- Pâmela. Xenofobia: o que é?
Politize!, Florianópolis, 28 set.
cebê-lo como ameaça). nofobia, se estiver deslocado de seu meio
2018. Disponível em: https://
A xenofobia basicamente deriva da ideia de origem. Quanto menor é a distância www.politize.com.br/xenofobia-
de que não-cidadãos apresentam algum cultural entre duas etnias, menos provável o-que-e/. Acesso em:
tipo de ameaça à identidade ou aos direi- será a ocorrência da xenofobia. O nativo 21 ago. 2022.
213
ENCAMINHAMENTO
De modo a fundamentar
melhor o estudo sobre o con-
flito entre China e Taiwan, é O CONFLITO ENTRE CHINA E TAIWAN
possível estabelecer um his- A ilha de Taiwan está estrategicamente localizada entre o Mar da China Oriental e o Mar
tórico com os estudantes. A da China Meridional e sempre foi um ponto de interesse de potências europeias e asiáticas. Nos
relação conflituosa se iniciou séculos XVI e XVII, espanhóis, neerlandeses e chineses exerceram domínio sobre a ilha, que era
durante a dinastia chinesa habitada por uma população local. No século XIX, a ilha caiu sob domínio japonês e só após o
Qing (1644-1912). Durante fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) voltou a pertencer a China.
esse período, o Império Chinês Após o fim da Guerra Civil Chinesa em

FLHC 20/ALAMY/FOTOARENA
estabeleceu um governo em 1949, o exército nacionalista derrotado deixou
Taiwan de modo a controlar o continente e se refugiou na ilha de Taiwan,
onde foi proclamada a República da China.
mais de perto a população e
Na China continental, o vitorioso Exército de
garantir a cobrança de impos-
Libertação Popular, de ideologia comunista,
tos. No entanto, os habitantes proclamou a República Popular da China.
da ilha resistiram e a China não Desde então, os dois países se consideram
conseguiu estender seu con- a única China e qualquer país que mantiver
trole por todo o território de relações diplomáticas oficiais com um não
Taiwan. pode ter com o outro. Até 1971, a República
Na Primeira Guerra Sino- Tropas do Exército de Libertação Popular da China (Taiwan) era o país reconhecido na
próximo ao rio Yangtzé durante a Guerra Civil ONU como o legítimo representante chinês
-Japonesa (1894-1895), a China
Chinesa, 1949. quando a Assembleia Geral da ONU reco-
foi derrotada, e os japoneses
nheceu a República Popular da China como a

EFIRED/SHUTTERSTOCK.COM
passaram a controlar Taiwan. representante oficial na organização.
A Guerra Sino-Japonesa Por conta da importância econômica e
causou o término da dinastia de seu grande mercado consumidor, a maior
Qing e instaurou a República parte dos países hoje reconhece a República
da China. Contudo, a república Popular da China como a única China, no
chinesa continental foi nova- entanto, muitos deles mantêm relações com
mente invadida pelo Japão em Taiwan por meios não oficiais.
Atualmente, a República Popular da
1931. Essa ocupação continuou
China exerce forte pressão diplomática sobre
durante a Segunda Guerra
qualquer país que tente estabelecer relações
Mundial, causando cerca de 20 oficiais com Taiwan, uma vez que considera o
milhões de mortes de chineses. território uma província rebelde e busca sua
A dominação japonesa e a unificação com o continente. Mesmo com o
humilhação e a miséria sofridas não reconhecimento oficial da comunidade
Paisagem da cidade de Taipei, capital de internacional, Taiwan é, na prática, um país
pela China fizeram com que se Taiwan, 2019.
fortalecessem movimentos de soberano, possui governo próprio, eleições e
tendência comunista, que acre- forças armadas. Em 2020, em uma lista divulgada pela revista The Economist, Taiwan ocupava
o 11o lugar no ranking de índice de democracia, a mais alta posição dentre os países do Leste
ditavam que o estabelecimento
da Ásia.
do marxismo no país poderia Essa situação gera uma grande tensão no estreito de Taiwan, que separa os dois países, o
ser a solução. Nesse contexto, que inclusive desperta interesse e preocupação de outras potências, como os Estados Unidos.
formou-se o Partido Comunista
Chinês (PCC). 214
Com a derrota do Japão
no fim da Segunda Guerra
Mundial, reiniciou a guerra estabeleceu no poder chinês, instaurando o
civil na China, entre o PCC e governo socialista.
o governo da república, pois o Dessa forma, é possível compreender
PCC pretendia tomar o poder. como, aos olhos da China, Taiwan era uma
No contexto da Guerra Fria, província rebelde, resistente ao governo socia-
os Estados Unidos apoiaram lista estabelecido. A China nunca desistiu de
a República da China, que se incorporar Taiwan definitivamente.
estabeleceu em Taiwan em
1949, e anunciou a lei marcial.
Nesse momento, o PCC se
214
ENCAMINHAMENTO
Trabalhe a localização das
Analise o mapa áreas de conflito por meio
Leste e Sudeste Asiático:
a seguir.
situação geopolítica (2020) da análise do mapa Leste e
Sudeste Asiático: situação geo-

DACOSTA MAPAS
Mar do
Japão
política (2020). A identificação
Mar
COREIA
DO SUL
dos países e a noção de dis-
Qingdao
CHINA
Amarelo
Mar da
JAPÃO tâncias nessa região da Terra
OCEANO
Ningbo
China
Oriental
Senkaku
PACÍFICO normalmente não são muito
Okinawa
ÍNDIA TAIWAN
(Japão)
Trópico de Câncer
familiares aos jovens. Portanto,
VIETNÃ
Zhanjiang
Kaohsiung
um estudo cuidadoso do mapa
Golfo de Hainan
Bengala
TAILÂNDIA Ilhas Paracel FILIPINAS
faz-se necessário. Na seção Para
Mar da
China
Meridional
GUAM ampliar, conheça um pouco mais
OCEANO
Ilhas Spratly
PALAU
sobre a aliança militar Aukus,

ÍNDICO
CINGAPURA Equador
que busca conter o domínio da
Uma região estratégica no
centro das tensões
China no Pacífico Sul.
INDONÉSIA
Estreito estratégico
Territórios reivindicados por Pequim
Zona marítima reivindicada por Pequim
A fortaleza de Taiwan Mar do Mar dos
Timor Corais
Taiwan apoiado por Washington e Tóquio
Principal base naval de Taiwan
A rivalidade sino-americana Trópico de
Presença de infraestrutura militar Capricórnio timos anos com a crescente
chinesa fora da China continental
Sede Regional da Marinha Chinesa
AUSTRÁLIA presença militar da China na
Fonte: TIERNY, Hugo.
Taïwan vue de Chine: une
Estado que fornece uma base militar ou
instalações para os Estados Unidos região do Indo-Pacífico (que
vulnérabilité autant qu’une Sede da 7ª Frota da Marinha dos EUA
Membro do Diálogo Estratégico
inclui os oceanos Índico e
opportunité stratégique. 0 798

Diplomatie: affaires
do QUAD: OTAN asiático*
Membro potencial do QUAD
Pacífico). [...]
stratégiques et relations Membro da aliança AUKUS**
*Incluindo EUA (não representado)
Em reação, a embaixada
internationales, n. 113,
jan./fev. 2022. p. 45.
**Incluindo EUA e Reino Unido (não representados) 110° L
da China em Washington
acusou os países de “men-
talidade de Guerra Fria e
No mapa, é possível verificar os territórios e a zona marítima reivindicada pela China. A ilha
preconceito ideológico”.
de Taiwan é o território que, estrategicamente, pode bloquear a expansão chinesa para o oceano
Um porta-voz da embaixa-
Pacífico. A partir dali, é possível monitorar os fluxos de embarcações chinesas ao norte e ao sul
da disse que as nações “não
do território. Esse é um dos motivos pelos quais os Estados Unidos apoiam Taiwan.
deveriam construir blocos
Os Estados Unidos mantêm diversas bases e instalações militares na região, além de terem
de exclusão”.
firmado alianças militares e estratégicas com países que também buscam conter a influência
O pacto na prática signifi-
chinesa no Pacífico. Com a Austrália e o Reino Unido, os Estados Unidos firmaram a aliança
ca que a Austrália abandonou
militar Aukus, e com Austrália, Índia e Japão, estabeleceram o Diálogo de Segurança Quadrilateral
um acordo de quase R$ 190
(Quad). A China vê com grande preocupação essa crescente influência estadunidense na região
bilhões assinado com a Fran-
e os movimentos de países vizinhos para isolá-la.
ça em 2016 com o objetivo de
Em 2022, as tensões envolvendo China, Taiwan e, consequentemente, Estados Unidos aumen-
construir 12 submarinos não
taram com a visita da presidente da Câmara dos Deputados estadunidense, Nancy Pelosi, a Taiwan.
nucleares. O contrato com a
A visita foi considerada pelo governo chinês como uma ameaça a seu território e, como forma
França sofreu atrasos devi-
de retaliação ao acontecimento, a China anunciou uma série de medidas econômicas contra a
do à exigência australiana de
ilha e os Estados Unidos, além de realizar exercícios militares com munição real que simulavam
que vários componentes fos-
um bloqueio naval à Taiwan.
sem adquiridos localmente.
215 A Austrália afirma não ter
intenção de obter armas nu-
cleares.
De todo modo, alguns
PARA AMPLIAR Negociado em segredo, o pacto militar, analistas apontam que este
conhecido como Aukus, permitirá por pode ser o início da primei-
Texto complementar exemplo que a Austrália construa subma- ra marinha global do mundo.
Aukus: o que é o pacto militar rinos de propulsão nuclear pela primeira AUKUS: O que é o pacto
anunciado por EUA, Reino Unido e vez, a partir de tecnologia americana. militar anunciado por EUA,
Austrália para conter a China Além disso, o acordo também inclui Reino Unido e Austrália para
Estados Unidos, Austrália e Reino Uni- áreas como inteligência artificial, tecno- conter a China. BBC News
logia quântica e cibersegurança. Brasil, São Paulo, 16 set.
do anunciaram um acordo histórico de
2021. Disponível em: https://
segurança no Indo-Pacífico, tendo co- Essa é a maior parceria no setor de de- www.bbc.com/portuguese/
mo principal objetivo conter o avanço fesa em décadas para esses países, que internacional-58582195. Acesso
da China. têm demonstrado preocupações nos úl- em: 21 ago. 2022.
215
ENCAMINHAMENTO
1. O tamanho das reservas petrolíferas pode ser analisado na legenda em quantidade de barris. Destaque a Malásia,
A proposta sobre o Mar o Vietnã e a fronteira com a China. Espera-se que os estudantes respondam que o mapa apresenta diferentes
Meridional da China indica proposições de delimitações das fronteiras do Mar Meridional da China, ocasionando distintas sobreposições.
o momento de se analisar a AS DISPUTAS NOS MARES ORIENTAL E MERIDIONAL
geopolítica da região e uma DA CHINA
possível área de conflito ter-
Os mares Oriental e Meridional da China são palco de disputas territoriais entre os países
ritorial, causado por motivos
da região. No mapa, é possível notar as fronteiras marítimas presentes na região que não estão
estratégicos, como rotas e oficialmente demarcadas.
reservas de petróleo. Também é possível perceber que as reivindicações muitas vezes se sobrepõem, o que gera
Explique aos estudantes que discordâncias e crises diplomáticas entre os países a respeito da pesca e da exploração de recursos
o Mar Meridional da China é naturais, como petróleo e gás e do controle das rotas marítimas. Apesar disso, há acordos bilate-
uma área marítima com cerca rais entre os países para estabelecer os limites das áreas de produção e das reservas petrolíferas
de 3,5 milhões de km², com existentes.
Mar da China: zonas de
diversas ilhas, recifes, corais e Os países envolvidos na disputa buscam
conflito (2016)
fortalecer a presença militar na região. Filipinas,
baixios. Ao norte, localizam-

DACOSTA MAPAS
Vietnã e China chegaram a construir ilhas artifi-
-se China e Taiwan, a leste COREIA
DO Mar do
ciais e frequentemente patrulham as águas com NORTE Japão
está Filipinas, a oeste, o Vietnã suas respectivas marinhas de guerra. COREIA
DO SUL JAPÃO
e, ao sul, Brunei, Indonésia e As ações chinesas despertam preocupa-
Mar
Malásia. ções não só em países como Vietnã e Filipinas, Amarelo

CHINA
Existem muitas especulações mas também nas potências da Europa Ocidental
a respeito das riquezas minerais e nos Estados Unidos, que rejeitam as reivin-
Ilhas Diaoyu
(Senkaku)
da região, notadamente petró- dicações da China e realizam com frequência Trópico de Câncer
TAIWAN

leo e gás natural, mas ainda exercícios militares na região com o pretexto de
garantir a navegabilidade de suas águas.
não foi feito um inventário Importância das reservas Ilhas
Mar das
Filipinas
Paracel
preciso das suas potencialida- comprovadas e prováveis
de hidrocarbonetos no Mar
Golfo
TAILÂNDIA
Mar
Oriental
FILIPINAS
Meridional da China
de OCEANO
des. O Mar Meridional é palco (em milhões de barris de petróleo) Bengala
VIETNÃ da China
PACÍFICO
De 2 500 a 10 000
de muita tensão por ser rota De 100 a 2 500
Golfo da
Tailândia Ilhas
Spratly

de comércio de bens para o


Menos de 100
Campos de hidrocarbonetos
no Mar Meridional da China
mundo todo. Seu controle Reivindicações no Mar da China
M A L Á S I A
Mar de
Celebes
(Meridional e Oriental) BRUNEI
poderia ameaçar a segurança Fronteira marítima reivindicada por:
Equador CINGAPURA
China Vietnã 0°

econômica e alimentar de Japão


Filipinas
Malásia
Brunei I N D O N É S I A

grande quantidade de países. Fronteira Mar de


Banda
Mar de Java
Fonte: MONTBRIAL, Thierry; DAVID, OCEANO
Dominique. Ramses 2017: un monde 0 575
ÍNDICO TIMOR
LESTE
de ruptures. Paris: Dunod, 2016. p. 320. 120° L

NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

Com base nas informações e no mapa, responda:


1. Considerando o tamanho das reservas de petróleo existentes na região, analise o
que motiva as diferentes delimitações das fronteiras e os litígios sobre elas.
2. Em grupo, debatam por que o Mar da China é atualmente uma área de interesse
geopolítico. Espera-se que os estudantes façam a análise com a ajuda do mapa, destacando as
fronteiras marítimas e a produção e a reserva de petróleo. Além disso, é um território
de disputa da China, potência asiática que sofre contraposição de potências ocidentais
216 como Estados Unidos, França e Reino Unido.

Atividades (página 217)


2. Pode-se organizar um mapa conceitual da
seguinte forma: anotar os principais concei-
tos que foram tratados (território, conflitos,
identidade, Estado-nação, territorialidades,
entre outros); identificar os conceitos e temas
mais gerais, os intermediários e os específicos.
Sugere-se considerar território e Estado-nação
como gerais; cultura, povo e limites, por
exemplo, como específicos; e movimentos
216
ENCAMINHAMENTO
Utilize as páginas da seção
5. b) 1. O motivo está relacionado ao litígio do território, à
Atividades como momento de
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
demarcação étnica e religiosa. 2. O conflito começou na onda de
protestos da chamada Primavera Árabe, motivado por reivindicações sistematização dos conteúdos
por um governo mais democrático na Síria, pedindo a saída do
presidente Bashar al-Assad. do capítulo, pois pode ser o
1. Com base no que você estudou sobre conflitos étnicos e disputas por fronteiras e ter- momento de aplicação concei-
ritórios, faça o que se pede a seguir. tual e avaliação.
a) Cite dois exemplos de fronteiras territoriais e dois de fronteiras étnicas e culturais.
b) Escolha um exemplo e analise como os conceitos de Estado, nação, fronteira e território estão
presentes nele. Espera-se que os alunos relacionem os conteúdos que foram estudados, retomando
os conceitos de Estado, nação, território e fronteira vistos no início da unidade.
2. Elabore um mapa conceitual dos conteúdos que você estudou nesta unidade, com
o tema “as zonas de conflito na Eurásia”, destacando a relação entre as causas e as
consequências desses conflitos. Consulte resposta em orientações didáticas.

3. Elabore um croqui cartográfico da Eurásia e das zonas de conflito. informações que considerar
Consulte resposta em orientações didáticas. relevante. Deve-se fazer o
4. Discuta com os colegas da classe o mapa e o croqui elaborados, respondendo à per-
gunta: por que os conflitos ocorrem nesses locais? Consulte resposta em orientações didáticas. contorno do território eurasi-
6. a) No mapa, podemos notar que os Estados Unidos instaralam bases militares no entorno da China, ático e situar os conflitos nos
5. Observe as imagens e responda às questões. formando um verdadeiro cinturão que impede a
expansão da China e seu domínio sob a região. países correspondentes, por
exemplo: Espanha-Catalunha,
PICTURE ALLIANCE/GOLDMANN/DPA/FOTOARENA

HANOHIKINEWS/ALAMY/FOTOARENA
1 2
Bálcãs, eslavos, chechenos,
israelenses-palestinos, tur-
cos-curdos, ação do ISIS (EI)
e Al-Qaeda, xiitas-sunitas,
árabes-persas (sauditas-irania-
nos), paquistaneses-indianos,
tibetanos, entre outros confli-
tos de interesses externos por
petróleo, água etc.
4. Ao responder a essa pergunta,
Muro na Cisjordânia ocupada, em Belém, 2021. Escombros de edifício em Darayya, Síria, 2022.
destaca-se a dimensão espacial
5. a) 1. Conflito entre Israel e Palestina, 2. Guerra da Síria.
a) Identifique que situações geográficas estão representadas em cada imagem. do objeto analisado. Espera-se
b) Relacione os motivos dos conflitos. que os estudantes relacionem
fatores ambientais (físico-na-
6. De acordo com os mapas e o conteúdo apresentado nas páginas 214 e 215, responda
às questões a seguir:
turais), condições de acesso
a) Ao analisar no mapa de território reivindicado pela China, na página 215, de que forma a
à água, solos férteis, distintas
distribuição e a localização das bases militares estadunidenses podem atuar como barreiras bases étnicas e interesses
e ameaças aos interesses chineses? econômicos e que possam
b) Ao analisar a localização do território de Taiwan e as rotas comerciais marítimas da China, correlacioná-los para formular
qual o principal interesse do país em manter a ilha enquanto território chinês? as respostas sobre os conflitos.
c) Pesquise os principais conflitos na história de Taiwan e elabore uma linha do tempo. Ao final Uma estratégia interessante é
responda: quantos conflitos entre China e Taiwan aconteceram na história da ilha e quais as
motivações deles? organizar a turma em cinco
6. b) A ilha funciona como um tampão à parte da costa chinesa, além de integrar o Mar Meridional da China ou seis grupos e, para cada
com o oceano Pacífico. O domínio da ilha significaria, também, o domínio chinês sob uma das mais intensas
rotas comerciais e proteção do seu território em ataques que possam vir das bases estadunidenses a leste. 217 grupo, fazer perguntas sobre
uma zona de conflito.
6. c) Os estudantes irão pesqui-
separatistas como intermediários. Para cons- 3. Para elaborar o croqui, os estudantes devem sar os principais conflitos da
truir o mapa de conceitos e temas, deve-se contornar a Eurásia em uma folha de papel ilha de Taiwan até o momento
contorná-los com um círculo, localizar os de seda ou papel vegetal e marcar, nele, as atual e elaborar uma linha
mais gerais no topo, inserir os intermediários regiões com áreas de conflitos, identificando do tempo e, ao final, devem
abaixo dos gerais e os específicos, abaixo dos a intensidade deles por cores e hachuras; por indicar quantos desses confli-
intermediários, e, por fim, traçar uma linha exemplo, vermelho para os mais intensos. tos envolvem China e Taiwan.
de ligação entre eles, inserindo palavras de Pode-se também criar uma legenda para O principal motivo da disputa
ligação para mostrar a relação entre os con- o tempo de duração do conflito – mais de entre os dois países é a ane-
ceitos e temas. Converse com os estudantes dez anos, cinco anos e conflitos mais recen- xação de Taiwan enquanto
sobre o mapa elaborado. tes e pontuais. Organize a legenda com as território chinês.
217
ENCAMINHAMENTO
A s e ç ã o P e ns a m e nto
espacial tem como objetivo
O
PENS AMEN T
contribuir para o desenvolvi-
mento do raciocínio geográfico. ESPA CIAL
Retoma-se o pensamento
espacial, definido como uma OS CONFLITOS E A MIGRAÇÃO
relação amalgamada entre con- Atualmente, existem diversos conflitos em andamento que contribuem para o aumento do
ceitos espaciais, representações fluxo migratório no globo. Os conflitos armados no Sudão e no Sudão do Sul, por exemplo,
e cognição dos estudantes. Isso ampliaram de modo significativo o deslocamento de migrantes para os países vizinhos.
significa que, quando traba- Há também disputas de cunho político e sanções econômicas, como as aplicadas à Venezuela,
lhamos nessa perspectiva, as que comprometem a economia do país e, consequentemente, afetam a qualidade de vida da
população, que, por sua vez, desloca-se para outros países em busca de trabalho e melhores
habilidades cognitivas devem
condições de vida.
ser valorizadas, como em quais- As regiões do Oriente Médio, Sul e Sudeste da Ásia e da África são as com maior número
quer atividades propostas, de conflitos. Isso pode ser explicado por alguns fatores, como: a unificação de diferentes grupos
reforçando a intencionalidade étnicos em um mesmo território, consequência da colonização; movimentos políticos, resultado
pedagógica. de intervenções de outros países, como acontece na Síria e no Afeganistão; disputas territoriais
Partimos de uma situa- entre diferentes religiões, como ocorre na região da Palestina.
Embora existam conflitos espalhados por mais de vinte países no mundo, de acordo com
ção geográfica, nesse caso,
dados da ONU, cinco países são responsáveis por mais de 60% da migração e pedidos de refúgio
para analisar a relação entre
por crises políticas, econômicas e conflitos territoriais. No mapa a seguir, podemos analisar as
os conflitos territoriais (tendo principais origens dos refugiados no mundo.
a Síria como exemplo) e os
deslocamentos populacionais Mundo: principais origens dos refugiados (2021)

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


decorrentes desses conflitos. 0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO

O objetivo é desenvolver o Círculo Polar Ártico


SÍRIA
6,8
raciocínio geográfico e as habi- AFEGANISTÃO
2,7
lidades cognitivas (observar, OCEANO
MIANMAR
1,2
identificar, comparar, analisar, Trópico de Câncer ATLÂNTICO

OCEANO OCEANO
argumentar e sintetizar) com PACÍFICO
VENEZUELA
4,6
PACÍFICO
Equador

base no contexto (situação geo- OCEANO



Meridiano de Greenwich

SUDÃO
ÍNDICO
gráfica), por meio de uma ou Trópico de Capricórnio
DO SUL
2,4

mais representações (imagens e


Número de refugiados
mapas), associando princípios e (em milhões)
7M
categorias da Geografia. 5M
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
2M
Sugira aos estudantes que 1M
0 2 745

formem grupos para realizar


a atividade proposta. Chame Fonte: ALVES, Ana Rosa. ONU registra recorde de deslocados e refugiados no mundo em 2021. O Globo,
Rio de Janeiro, 15 jun. 2022. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2022/06/onu-registra-
a atenção para a relação recorde-de-deslocados-e-refugiados-no-mundo-em-2021.ghtml. Acesso em: 12 ago. 2022.

entre os países em conflito no O principal destino dos migrantes são os países vizinhos. Atualmente, a Turquia é o país com
mundo e os deslocamentos o maior número de refugiados do mundo, com cerca de 3,8 milhões de refugiados. Em segundo
populacionais. lugar, temos a Colômbia com cerca de 1,8 milhão. No mapa da próxima página, podemos verificar
os países com maior número de refugiados no mundo.

218

218
ENCAMINHAMENTO
Promova uma atividade de
análise dos mapas, solicitando
Mundo: principais destinos dos refugiados (2021)
aos estudantes que identifi-

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


quem as áreas de repulsão e
0º OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico de refúgio. Reserve tempo para
ALEMANHA
1,3 TURQUIA que essa análise seja realizada.
3,8
PAQUISTÃO Quanto mais tempo os estudan-
1,5
Trópico de Câncer tes observam um mapa, mais
OCEANO
UGANDA
OCEANO esse recurso se torna familiar, o
COLÔMBIA ATLÂNTICO 1,5 PACÍFICO
Equador 1,8 0º que amplia muito o repertório
OCEANO

Meridiano de Greenwich
OCEANO
PACÍFICO ÍNDICO espacial deles.
Trópico de Capricórnio

Número de refugiados
(em milhões)
7M
5M
Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
2M
1M
0 2 745

Fonte: ALVES, Ana Rosa. ONU registra recorde de deslocados e refugiados no mundo em 2021. O Globo,
Rio de Janeiro, 15 jun. 2022. Disponível em: https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2022/06/onu-registra-
recorde-de-deslocados-e-refugiados-no-mundo-em-2021.ghtml. Acesso em: 5 ago. 2022.

NÃO ESCREVA
ATIVIDADES NO LIVRO.

1. Qual conexão é possível estabelecer entre as guerras civis e os deslocamentos popula-


cionais no mundo? Consulte resposta e comentários em orientações didáticas.

2. No caso da Síria, pesquise quais fatores contribuem para que as pessoas queiram deixar
o país. No caso da Síria, como aponta a reportagem, fatores como a violência, a crise econômica
decorrente da guerra e a fome contribuíram para que as pessoas buscassem deixar o país.
3. Acesse o site Global Conflicts Tracker (disponível em: https://www.cfr.org/global-conflict-
tracker; acesso em: 24 ago. 2022) e pesquise quais são os conflitos dos países indicados
no mapa da página 201. Depois, registre no caderno a situação de cada um deles,
considerando as seguintes questões: Os estudantes devem pesquisar a situação dos conflitos no
mundo e criar um painel para representar a situação de cada
• situação do conflito;
um deles, indicando as consequências e os impactos disso no
• motivo do conflito; fluxo migratório mundial.
• localização do conflito;
• número de imigrantes em função do conflito.
Após o registro dos dados, elabore um painel coletivo, em sala de aula, e converse com
os colegas sobre a situação dos conflitos no mundo.

4. Observe os mapas de origem e destino dos refugiados e explique as semelhanças e


diferenças entre eles. As semelhanças estão na forma de representação dos dados quantitativos e na
localização dos países. A diferença está nos países de origem e destino e nos valores.
5. Quais são as regiões do mundo com maior origem de refugiados?
A região do Oriente Médio e do Sul da Ásia.

219

Atividade
1. As guerras civis geram violência e problemas econômicos e têm graves impactos sobre a
população de um país. Nesse contexto, as doenças e a fome atingem a população, que vê
como única alternativa a busca por um lugar que possa oferecer a perspectiva de uma vida
mais segura. Como observado no mapa, esses dois fenômenos, as guerras e a migração,
estão presentes, principalmente, nos países periféricos.

219
ENCAMINHAMENTO
Auxilie os estudantes a
identificar e a diferenciar as
variáveis visuais nos mapas.
Detenha-se em acompanhar C AR T OGR AFIA
seu entendimento da relação
entre as variáveis visuais e os

RENAN LEEMA
Variáveis visuais
dados representados.
A VARIÁVEL GRANULAÇÃO Formas de representação

Como você estudou em outros momentos, Variáveis visuais Pontual Linear Área

PARA AMPLIAR as variáveis visuais são aspectos importantes Forma

para a elaboração das representações cartográ-


Texto complementar ficas. São elas que possibilitam a sistematização Tamanho

Representações e a representação de um ou mais dados que


Orientação
ordenadas: a variável serão colocados no mapa. No quadro ao lado,
visual valor é possível encontrar os diferentes tipos de vari- Cor
Uso da cores puras do espectro ou de suas combinações.
Combinação das três cores primárias ciano, amarelo, magenta (tricomia)

As representações ordena- áveis visuais.


das em mapas são indicadas Uma das variáveis visuais mais utilizadas Valor

quando as categorias dos nos mapas é a granulação, que se assemelha a


Granulação
fatos ou fenômenos se ins- uma textura e é usada para representar infor-
crevem em uma sequência mações quantitativas e qualitativas de maneira Fonte: JOLY, Fernand. A Cartografia. 15. ed. São Paulo:
ordenada. Geralmente, essa variável é escolhida Papirus, 2014. p. 13.
única e universalmente ad-
mitida. A relação entre os quando não é possível representar o fenômeno por meio das variáveis cor ou tamanho.
componentes da realida- No mapa a seguir, podemos analisar a representação das línguas faladas no Afeganistão e
de é de ordem. Definem-se, as áreas dominadas por talibãs. Ele é um exemplo do uso de variável cor e granulação utilizadas
assim, as hierarquias en- de maneira conjunta para representação de um fenômeno espacial.
tre manifestações, podendo
ocorrer em ponto, linha ou
Afeganistão: línguas faladas
área.

ERICSON GUILHERME LUCIANO


[...] pode-se admitir que TADJIQUISTÃO
CHINA
certos fatos ou fenôme-
nos, vistos por meio de
determinadas posturas me- TURCOMENISTÃO
CAXEMIRA
todológicas, autorizam a IRÃ
Rotas principais
impor-lhes uma classifica- 35° N Línguas indo-iranianas
Cabul
ção, segundo uma ordem Pashtúnis
Balúchis
lógica e evidente, conside- AFEGANISTÃO
Tadjiques
ÍNDIA

rando categorias deduzidas Línguas turcas

de interpretações quantita- Quirguizes


Turcomenos
tivas ou de datações. Uzbeques

[...] PAQUISTÃO Outros grupos


etnolinguísticos
Para fatos ou fenômenos iranianos

que se manifestem em pon- 0 125


Zonas controladas
por talibãs

tos, linhas ou áreas, uma 65° L


Fronteira

primeira variável visual a Fonte: CADÈNE, Philippe; MILBERT, Isabelle. Inde et Asie du Sud: à la recherche
ser sugerida seria a mais d’un équilibre. Paris: Ellipses, 2015. p. VIII.

compatível com a percep-


ção ordenada: o valor, tendo 220
a propriedade de criar uma
ordem visual tanto por meio
de cores quanto mediante
texturas em preto e branco. escalonadas das claras para as escuras ou o opos-
Para a solução colorida, po- to. [...]
de-se empreender a ordem As manifestações em área, o procedimento para a
visual entre as cores, organi- construção da representação ordenada, classicamen-
zando-as das mais claras às te, é denominado método corocromático ordenado.
mais escuras ou vice-versa, Para tanto, considera-se uma variável visual de va-
tanto entre as cores quentes lor, do claro para o escuro ou vice-versa, tanto com
quanto entre as cores frias. cores quanto com texturas em preto e branco, pre-
Na opção do preto e branco, enchendo toda a extensão da ocorrência.
exploram-se texturas com- MARTINELLI, Marcello. Mapas da geografia e cartografia
postas de pontos ou linhas temática. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2013. p. 57-59.
220
ENCAMINHAMENTO
Promova uma leitura com-
1. Os estudantes podem utilizar papel vegetal para traçar os contornos dos
NÃO ESCREVA partilhada do mapa Cisjordânia:
ATIVIDADE NO LIVRO.territórios de Israel e da Palestina, usar a variável cor para representá-los e aquífero. O mapa traz muitas
a variável granulação para sobrepor a representação dos aquíferos.
O conflito envolvendo israelenses e palestinos acontece há décadas. Em 1967, Israel invadiu
informações, compostas em
e ocupou a parte oriental de Jerusalém para reaver a terra que acreditam pertencer a eles. diferentes granulações. Por essa
Com a ocupação dessa parte da cidade, a população palestina é destinada a ocupar áreas razão, a leitura pode causar
demarcadas e protegidas a partir de um acordo que aconteceu em 1982. No entanto, mesmo apreensão nos estudantes em
com esse acordo, Israel continua expandindo suas terras e os confrontos têm aumentado.
No ano de 2021, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), na pri-
um primeiro momento. Assim,
meira quinzena do mês de maio, 181 palestinos morreram em conflitos e outras 1 200 pessoas sugere-se que se inicie a leitura
ficaram feridas. Além disso, ainda de acordo com a ONU, cerca de 34 mil palestinos foram pelo título. Pergunte: o que vocês
alocados em 40 escolas que funcionam como refúgio para essa população. Além da disputa acham que esse mapa repre-
pelo território, o acesso à água é outro ponto que reforça as tensões entre os povos.
senta? Que tipos de informação
1. No mapa a seguir, temos a Cisjordânia: aquífero devem estar presentes nele? Por
representação dos territó- que o tema do mapa é relevante

DACOSTA MAPAS
35° L Bacia de
rios israelenses e palestinos Tiberíades
para a região representada?
e do aquífero da Cisjordânia,
Após as respostas dos estu-
a principal fonte de água da Hadera Jenin
região. Observe-o. dantes, encaminhe a análise
Tulkaren Bacia
Al-Tireh
Nordeste
da legenda. Pergunte-lhes: de
Mar Nablus
Mediterrrâneo Kalkilya
Bacia que forma a direção do fluxo
Oriental
Tel Aviv
Jafa PALESTINA JORDÂNIA das águas subterrâneas pode
32° N (CISJORDÂNIA)
Lod
Ramleh
impactar a oferta de água para
Al Biren
os povos da Cisjordânia? Depois
ira
Co acia

Ramallah
ste

Ashdod Leste de
das reflexões, oriente os estu-
B

Jerusalém

Jerusalém
Belém Ocidental dantes a ler o texto da página
ISRAEL
Gaza Bacia
Bacia
Oriental Mar e a relacioná-lo com as infor-
Hebrom Morto
PALESTINA
(GAZA)
Ocidental
mações obtidas pela análise do
Khan Younis mapa.
Rafah Por fim, solicite aos estu-
Beersheba dantes que elaborem um
texto-síntese sobre o papel dos
Bacia
Ocidental Muro de separação e
barreira entre palestinos
recursos hídricos nos conflitos
EGITO
e israelenses
Fronteiras reconhecidas
entre israelenses e palestinos.
internacionalmente
Limites das principais
bacias de drenagem
Bacia
Limites da
Naqab
• Agora, com base no Bacia Ocidental
Área com condições
mapa, elabore um croqui de extração de água
muito precárias
cartográfico utilizando Poços israelenses
Direção do fluxo de
as variáveis cor e granu- água subterrânea
lação para representar 0 18 Principais tubulações
de água nacionais
israelenses
o território israelense, o
território palestino e a Fonte: LE MONDE DIPLOMATIQUE. L’Atlas de l'environnement. Paris:
região dos aquíferos. Armand Colin, 2008. p. 29.

221

221
BNCC NA UNIDADE
Competências

7
Gerais: 1, 2, 5 e 7 UNIDADE
A GEOPOLÍTICA DAS
Área: 2, 3, 6 e 7
Específicas: 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7

Habilidades
• EF09GE10
• EF09GE14
• EF09GE17
• EF09GE18
FONTES DE ENERGIA
OBJETIVOS E
JUSTIFICATIVAS
• Compreender de que forma
estão distribuídos os recursos
hídricos, por meio de leitu- Os elementos existentes na natu-
ra de mapas e outros tipos de reza são vistos pela humanidade como
representação, a fim de com- recursos que devem atender às deman-
preender os conflitos por água das de produção e consumo.
no Oriente Médio. A capacidade de transformação de
• Identificar as reservas e a pro- recursos minerais, hidrológicos e bioló-
dução de petróleo no Oriente gicos em fontes de energia depende de
tecnologias e conhecimentos científicos
Médio, com o auxílio de mapas
sobre princípios físico-químicos – as
e gráficos, para compreender a
leis da Termodinâmica, por exemplo –,
importância dos países da re-
que transformam carvão, petróleo, gás
gião para o fornecimento de
natural e água em movimento de rios,
petróleo mundial.
vento, luz solar e vegetais em fontes de
• Reconhecer as diferentes ma- geração de energia.
neiras de produção energética, A energia é fator preponderante
a fim de identificar formas de para a produção. Não há economia –
produção de energia alterna- em uma cidade, em um estado, em
tiva para redução de danos um país ou no mundo – sem energia.
ambientais. Por isso, é importante discutir quem
• Identificar os acidentes nu- detém o controle das técnicas que
cleares para compreender os aproveitam as fontes de energia, bem
danos ambientais que podem como a desigualdade de acesso a elas
ser causados pelo uso da ener- e os impactos sociais e ambientais ori-
gia nuclear. ginados pelas atividades de geração de
• Identificar os empreendi- energia.
mentos que são resultado da
economia do petróleo, a fim de Mina de minério
identificar o capital envolvendo de ferro em
a economia petrolífera. Qian'na, China,
2021.
TEMAS 222
CONTEMPORÂNEOS
TRANSVERSAIS
• Meio ambiente – educação objetivo é tratar desses temas na perspectiva e o impacto ambiental deles. Por meio de grá-
ambiental da geopolítica, estabelecendo relações entre os ficos, tabelas e mapas, o estudante poderá
• Ciência e tecnologia – ciência países. compreender a dinâmica geopolítica das fontes
e tecnologia Para iniciar o trabalho com os estudantes, de energia. Em relação às Competências de
levante os conhecimentos prévios analisando a Ciências Humanas, destacamos 2, 3, 6 e 7,
ENCAMINHAMENTO imagem. relacionando o tema proposto na unidade com
Nesta unidade, vamos tratar As Competências Gerais tratadas são 1, diferentes linguagens e o desenvolvimento do
de fontes de energia, com des- 2, 5 e 7, na medida em que analisaremos os meio técnico científico informacional, a partir
taque para petróleo, energia usos dos recursos naturais e as consequências da relação sociedade e natureza, dando ênfase
nuclear e fontes alternativas. O no cotidiano, em diferentes escalas de análises, aos contextos geopolíticos. As Competências
222
ENCAMINHAMENTO
A unidade aborda os recursos
naturais e as fontes de energia,
Nesta unidade, você vai estudar:
• as principais fontes de energia na Europa, na Ásia e na desde a disponibilidade deles à
Oceania; produção energética, e as dis-
• os países ou grupos que controlam a produção e a
circulação dessas fontes de energia; putas geopolíticas que envolvem
• as tecnologias utilizadas na produção de diferentes tipos recursos importantes como o
de energia; petróleo e o gás natural.
• as disputas e estratégias geopolíticas em decorrência da
produção de energia. Para iniciar, elabore um painel
com imagens de hidrelétricas,

MU YU/XINHUA/AFP
plataformas de petróleo, usinas,
jazidas minerais etc., para apre-
sentar os principais recursos
explorados na Eurásia.

Atividades
1. Resposta pessoal. Espera-se
que os estudantes indiquem
a importância para o forne-
cimento de matérias-primas,
por exemplo.
2. Ferro. Os estudantes podem
citar a comercialização e
transformação em bens de
consumo duráveis e não
duráveis.
3. Desmatamento, degrada-
ção do solo, poluição do
ar e alteração da dinâmica
geossistêmica.

NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
Consulte respostas e comentários em orientações didáticas.
1. Por meio da imagem desta dupla e retomando o que você já conhece sobre a pro-
dução de energia no mundo, levante hipóteses sobre a importância dos recursos
minerais para as indústrias.

2. Qual é o minério explorado na imagem? Dê exemplos da relevância dele na eco-


nomia dos países e na vida das pessoas.

3. Quais impactos ambientais são causados pela exploração retratada na imagem?

223

da Geografia são 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, que se minerais e energéticos e as tensões geopolíti-


concretizarão ao longo das discussões dos con- cas provocadas pelas disputas para o acesso
teúdos propostos. a eles.
Todos os mapas e gráficos podem ser Nesse sentido, as habilidades que serão tra-
analisados utilizando os conceitos espaciais tadas ao logo da unidade são: EF09GE10,
e os princípios geográficos como extensão, EF09GE14, EF09GE17 e EF09GE18.
conexão, distribuição, localização, analogia e
ordem. A pergunta geográfica “Por que as
coisas estão onde estão?” pode ser utilizada
para problematizar a localização dos recursos
223
ENCAMINHAMENTO
Neste início de capítulo,
retome conceitos relaciona-
TULO

13
dos à teoria geossistêmica CAPÍ
para trabalhar as caracterís- OS RECURSOS NATURAIS
ticas físicas da Eurásia. Neste NA EURÁSIA
capítulo, além de trabalhamos
com a habilidade EF09GE17,
também damos ênfase ao TCT Só é possível entender a distribuição dos recursos naturais quando se analisam
as interações geossistêmicas entre as camadas internas e externas da Terra, ao longo
– Educação ambiental, na
das eras geológicas. Essas interações explicam por que recursos naturais e fontes de
medida em que é possível asso-
energia formaram-se e localizam-se nesses lugares. As conexões entre os elementos físico-naturais
ciar os recursos minerais e seus explicam as características de cada região no mundo.
usos com os impactos ambien- O sul da Ásia, por exemplo, apresenta a conexão desses fatores com a alta umidade de suas
tais causados pelas fontes de massas de ar (equatoriais e tropicais), o que interfere na disponibilidade hídrica, bem como na
energia fósseis. fertilidade do solo e na quantidade de matéria orgânica. No entanto, nessa mesma área, o clima
Analise o relevo da Ásia tropical de monções gera grande pressão atmosférica sobre o continente durante o inverno,
a partir do mapa da página. tornando essa estação muito seca.
Relacione o relevo às caracte- As maiores bacias hidrográficas da grande massa continental da Eurásia concentram-se na
Ásia. Os rios Yang-tsé e Huang-he, no Extremo Oriente; Mekong, no Sudeste Asiático; Indo,
rísticas do solo e do clima do
Ganges e Bramaputra, na Ásia Meridional; e Irtysh, Ienissei, Ob e Tunguska, na Ásia Central e Ásia
continente. Setentrional, são extensos e volumosos, e participam da formação de planícies e do modelado
Faça a leitura do texto com de planaltos. Esses importantes rios abastecem países como Rússia, China, Índia, Laos, Camboja,
os estudantes. Em seguida, Vietnã e Indonésia. Desse modo, percebe-se uma conexão entre grandes populações e a presença
faça alguns questionamentos dos rios. A maior exceção a essa lógica, no continente asiático, é constituída pelo Japão, país muito
com o objeto de aferir a com- montanhoso e com rios curtos, mas com população numerosa e economia forte.
preensão deles sobre o tema. A grande extensão latitudi-
1. Por que o ambiente asiá- nal, as cadeias montanhosas de Ásia: relevo
dobramentos recentes, como
RENATO BASSANI

tico é tão rico em recursos 105° L

Círculo
105° L

as cordilheiras do Himalaia e OCEANO GLACIAL ÁRTICO

minerais? Pola
Indocuche, e as formações oro- r

2. Quais razões explicam


Ár
o
ti

genéticas antigas cambrianas,


c

esses padrões de formações como Pamir, Tian Shan e Altai,


geológicas? produziram formas de relevo
3. A quais processos estão de grande altitude, recobertas
ligados? por calotas de gelo que derre-
tem e dão origem a esses rios. ce

r
4. A existência do Himalaia eC
ân
o d
pic
interfere nos padrões de Altitude (m)
Tró

arranjo do território físico? 3 000 OCEANO


PACÍFICO
5. Ao associarmos as cadeias 1 000
500
montanhosas do Himalaia, de 200 OCEANO
or 0°
ÍNDICO ad
Equ
Tian, do Cáucaso e do Pamir à Fronteira

distribuição dos vales e às taxas Fonte: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara


0 1 141

de umidade, de que modo Vaz. Atlas geográfico do estudante.


São Paulo: FTD, 2016. p. 141.
podemos explicar o traçado
dos rios asiáticos? 224
Incentive os estudantes a
levantar hipóteses para as
perguntas com base no que
leram e sane as dúvidas que
forem surgindo. Trabalhe na
perspectiva das aulas dialoga-
das, estimulando atividades
argumentativas.

224
ENCAMINHAMENTO
Europa: relevo Analise com os estudantes

A região europeia apresenta outro OCEANO GLACIAL ÁRTICO os mapas que representam as

ALLMAPS
padrão de arranjo territorial físico-natu- Cír características geológicas da Ásia

o de
cu
lo

ich
Po
lar

Meridian
ral. A contiguidade das terras na Europa e da Europa. Relacione-os com

Greenw
Árt
ico

tornou mais difícil a concentração de os mapas de relevo. Explique


reservas muito expressivas de recursos aos estudantes que essas carac-
de fonte de energia.
terísticas influenciam a formação
Apesar de haver cordilheiras recen- 0 510

de recursos minerais e de bacias


tes, com elevadas altitudes, como os
hidrográficas. Converse sobre as
Alpes e o Cáucaso, ao sul, o continente
europeu é praticamente um conjunto de Ma
características físico-naturais das
rC
OCEANO
penínsulas de relevo predominantemente ATLÂNTICO
ás
pio
paisagens da Eurásia com base
rebaixado, como as planícies Germano-
45° N
Mar Negro nessas informações.
-Polonesa, Húngara e Sarmática. Altitude (m)
2 000
Analise, nos mapas a seguir, os 1000
200
tipos de rochas predominantes na Ásia M a r M e d
i t
0
–28
e r r â n e o

e na Europa.
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. 4. ed.
São Paulo: Saraiva, 2013. p. 114.
Europa: geologia ALLMAPS
0º Ásia: geologia

ALLMAPS
rc

o
ul

Po
l ar
ich

Ár 120º L
tic
enw

o
OCEANO
Gre

GLACIAL ÁRTICO

tico
0 637
o de

Ár
dian

ar
ol
P
Meri

lo
cu
C ír 0 1 467
ico

EUROPA
Mar do
á lt

Norte
rB

Ma

OCEANO
ATLÂNTICO
er
nc

I I
I I

de
I I
I I

p ico
I

Mar
Cáspio Tró
OCEANO
40º N Mar Negro
PACÍFICO

r
do
ÁSIA ÁFRICA ua
Eq
OCEANO

ÍNDICO
ÁFRICA Mar Mediterrâneo

Tipo predominante de rocha Movimentos da crosta terrestre


Sedimentar (recente) Metamórfica Dobramento antigo Fossa tectônica
OCEANIA
Sedimentar (antigo) Magmática Dobramento recente Principais vulcões ativos

Fonte dos mapas: GIRARDI, Gisele; ROSA, Jussara Vaz. Atlas geográfico do estudante. São Paulo: FTD, 2016. p. 137; 143.

Ao comparar os mapas de relevo com os mapas geológicos, é possível notar que, embora
a Europa tenha alguns lugares com cadeias montanhosas, ela é formada majoritariamente por
planícies. Esses ambientes constituem grandes áreas de deposição de sedimentos, que favorecem a
formação de reservas de carvão mineral e gás natural. Além disso, contribuem para a distribuição
das bacias hidrográficas como as dos rios Danúbio, Dnieper, Volga e Reno.
Por sua vez, a Ásia, devido à sua formação geológica, destaca-se em suas reservas de petró-
leo, gás natural e carvão mineral. A parte asiática da Rússia abastece boa parte do continente
europeu. Além disso, o Oriente Médio possui grandes reservas de petróleo, sendo o principal
exportador do mundo, e a China se destaca com suas grandes reservas de carvão mineral.

225

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Promova uma atividade que relacione mapas e imagens. Identifique em tamanho grande,
com etiquetas autoadesivas, localidades expostas nos mapas. Cada localidade selecionada deve
receber um número. Paralelamente, projete imagens de paisagens referentes às localidades enu-
meradas nos mapas. Exemplos: Planície da Sibéria, cordilheira do Himalaia, Deserto do Tibet.
Peça aos estudantes que relacionem as imagens aos pontos marcados nos mapas.

225
ENCAMINHAMENTO
O objetivo nesta página é
tratar a água como um recurso
relevante na geopolítica mundial. OS RECURSOS HÍDRICOS NO ORIENTE MÉDIO
No Oriente Médio, a água é um Grande parte das disputas territoriais que ocorrem há décadas no Oriente Médio tem relação
recurso natural escasso, o que com um dos recursos mais importantes para o mundo: a água. Devido à carência em recursos
gera disputas entre os países e hídricos de superfície, as áreas dos rios Jordão, Tigre e Eufrates e os aquíferos são alvos de disputa
territórios. entre os países da região.
Analise o mapa com os estu- Observe, no mapa ao
Oriente Médio: abastecimento de águas subterrâneas lado, a disposição e a quanti-
dantes, localize as áreas de 45º L
EUROPA Mar Negro dade das águas subterrâneas
abastecimento de água sub- Mar

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


Cáspio
ÁSIA do Oriente Médio.
terrânea. Relacione as áreas de Em busca de ampliar o
escassez de água à existência de acesso à água doce, alguns
conflitos. Mar
Mediterrâneo
países da região investem em
Comente os projetos de des- usinas de dessalinização. A
água dessas usinas é usada
salinização da água, que são
Recursos
tanto para consumo humano
uma alternativa para diminuir subterrâneos como para irrigação das plan-
ol (recarga em
o estresse hídrico nos aquífe-

G
fo
Tróp

rs i co
milímetros
por ano)
tações. Observe o mapa a
ico d
ros e aumentar o acesso à água. e Cânc
er Maiores bacias
subterrâneas
seguir.
Identifique onde essas usinas Mais de 100
Ma

Mar
ÁFRICA Arábico
r Ve

De 20 a 100
se concentram e, a partir disso,
rme

De 2 a 19
Nota: não há
lho

analise se há igualdade ou desi- dados para a


Menos de 2
Aquíferos rasos Fonte: NATIONAL
Jordânia, o
gualdade no acesso à água. Líbano, a Síria
Mais de 100 Geographic Society.
OCEANO 0 380 Menos de 100 Atlas of the Middle East.
e a Turquia.
ÍNDICO Fronteira Washington: National
PARA AMPLIAR Geographic, 2008. p. 86.

Texto complementar Oriente Médio: usinas de dessalinização (2015)


[...]

SONIA VAZ
Mar Negro
As consequências da água
se tornar ainda mais escassa
Mar
são terríveis. Áreas podem TURQUIA
Cáspio
Lago
se tornar inabitáveis, as Úrmia

tensões sobre como compar-


Eu
CHIPRE fra
te
Tig

SÍRIA s
re

tilhar e gerenciar os recursos Mar


Mediterrâneo
LÍBANO
IRÃ
AFEGANISTÃO

hídricos, como rios e lagos, ISRAEL IRAQUE

podem piorar e, no âmbito JORDÂNIA


KUWAIT

político-social, a violência Golfo


Nilo

Pérsico

poderia explodir. ARÁBIA


SAUDITA
BAHREIN

Em julho, pelo menos três Países com projetos


CATAR Golfo de Omã
Trópico de Câncer
manifestantes foram mortos de construção de usinas EMIRADOS
ÁRABES UNIDOS
Ma

de dessalinização da

em confrontos com agentes


água do mar
rV

OMÃ
erm

Usinas de dessalinização

de segurança em manifes- Fronteira


elh

Fonte: PAUTET, Arnaud. Capacidade das usinas de


o

tações contra a escassez de Moyen-Orient: chaos et


dessalinização (em milhares
de m3 por dia e por país)
SUDÃO 3 000
água [...] recompositions. Paris:
Ellipses, 2015. p. VIII. IÊMEN
OCEANO
ÍNDICO
[...] a Jordânia teve muito 1 000

300
menos chuva em 2020 do que
0 387
226 100
40° L

no ano anterior, colocando


mais de um quarto dos re-
cursos hídricos em risco e
direcionar as águas do rio para irrigação. especialistas há muito alertam que a es-
reduzindo pela metade as
O conflito estourou várias vezes em tor- cassez de água agravada pela mudança
fontes de água potável.
no do sistema fluvial no passado. climática pode levar a mais conflitos.
[...] O país depende do
É um problema transfronteiriço tam- [...]
sistema do rio Jordão, que
também atravessa Israel, bém visto em outras partes da região ao PLEITGEN, Frederik; OTTO, Claudia; DEWAN,
Cisjordânia, Síria e Líbano, longo dos rios Tigre e Eufrates, bem como Angela; TAWFEEQ, Mohammed. Oriente Médio
e a construção de barragens no norte da África ao longo do Nilo. está ficando sem água e parte dele se tornando
Jordânia, Israel e Síria ficaram melho- inabitável. CNN Brasil, São Paulo, 22 ago. 2021.
ao longo dos rios cortou se- Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/
veramente o fluxo de água res na coordenação do gerenciamento do internacional/oriente-medio-esta-ficando-sem-
para a Jordânia. A Jordânia sistema fluvial do qual dependem, mas agua-e-parte-dele-se-tornando-inabitavel/.
também usa canais para re- as tensões frequentemente explodem. Os Acesso em: 3 ago. 2022.
226
CREATIVE FAMILY/SHUTTERSTOCK.COM ENCAMINHAMENTO
Converse com os estudantes
A Arábia Saudita e a Turquia são os países sobre a gravidade do estresse
com maior quantidade de recursos hídricos do hídrico no Oriente Médio.
Oriente Médio. Deles, saem aquedutos para Destaque que as desigualdades
o abastecimento de cidades próximas, como no acesso à água contribuem
Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Doha, para o agravamento dos con-
no Catar. flitos étnico-culturais da região,
Devido à escassez de recursos hídricos na o que impacta a economia dos
região, o acesso à água tornou-se um símbolo países, o ritmo produtivo, a
de poder. Dubai, a cidade construída em pleno
distribuição de riqueza, entre
deserto, oferece shows de luzes e música em
outros elementos.
fontes de águas dançantes para seus morado-
Show de jatos de água em fonte em Dubai,
A região das bacias dos rios
res e visitantes, exibindo seu poder financeiro
e técnico. Emirados Árabes Unidos, 2019. Tigre e Eufrates, por exemplo,
No mapa a seguir, podemos analisar o nível de estresse hídrico por áreas no Oriente Médio.
configura uma área de conflito
Note que toda a região sofre o risco de ficar sem acesso à água. entre Iraque, Síria, Irã e Turquia,
que disputam o acesso à água.
Auxilie os estudantes na
Oriente Médio: estresse hídrico (2021) leitura e comparação dos

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


45º L
EUROPA Mar Negro
Mar
mapas. Comente que, mesmo
Cáspio
ÁSIA nas áreas onde o volume de
TURQUIA
(parte asiática) precipitação é maior, os totais
Mar
hídricos – mesmo no mês mais
SÍRIA
Mediterrâneo LÍBANO
AFEGANISTÃO quente – são bastante baixos.
PALESTINA
IRAQUE
ISRAEL IRÃ
JORDÂNIA
KUWAIT

ol
G

fo

BAHREIN rs i co
Tróp OMÃ
ico d
eC ARÁBIA CATAR
âncer
SAUDITA

EMIRADOS Maior
ÁRABES UNIDOS estresse
Ma

ÁFRICA Mar hídrico


r Ve

Arábico
rme

OMÃ
lho

Menor
estresse
hídrico
IÊMEN Sem
0 380 OCEANO dados
ÍNDICO Fronteira

Fonte: PLEITGEN, Frederik et al. Oriente Médio está ficando sem água e parte dele se
tornando inabitável. CNN Brasil, São Paulo, 22 ago. 2021. Disponível em:
https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/oriente-medio-esta-ficando-sem-agua-e-
parte-dele-se-tornando-inabitavel/. Acesso em: 2 ago. 2022.

As bacias dos rios Tigre e Eufrates, assim como a do Rio Jordão, configuram grandes zonas
de tensão, motivadas pelos conflitos geopolíticos que afetam os territórios do Iraque, da Turquia,
da Jordânia, de Israel, do Líbano e da Síria. Isso ocorre por causa do problema de estresse hídrico
enfrentado na região, resultante das condições climáticas áridas e da concentração desigual de
rios nessa porção da Ásia.

227

227
ENCAMINHAMENTO
O objetivo do Fórum é
analisar as disputas geopolíti-
cas pelos aquíferos, os quais, A carência de água doce na superfície pode ser explicada pelo clima árido predominante
em quase toda a região do Oriente Médio. A maioria dos países conta com disponibilidade
muitas vezes, geram conflitos
hídrica inferior a 1 000 m³ por habitante, mínimo recomendado pela ONU. O rápido crescimento
bélicos entre países. Evidencie populacional, o desenvolvimento industrial, a urbanização e o uso de água para a irrigação das
a importância do uso dos plantações são agravantes dessa situação.
aquíferos para a produção Desse modo, o aproveitamento das águas subterrâneas torna-se fundamental. Para garantir
de alimentos e mercadorias, o bom uso desses recursos, em quantidade e qualidade, são necessários planejamento, grandes
além de água potável para a investimentos, manutenção contínua dos sistemas de captação e distribuição, além de boas práti-
população. cas de uso do solo, evitando a evaporação excessiva, as perdas por vazamentos e a contaminação
por atividades agrícolas e industriais.
Entretanto, a insuficiência de políticas de gestão hídrica na região faz que o acesso a cursos-
-d’água e aquíferos seja alvo de disputa entre os países, o que pode resultar em maiores tensões
políticas na região.

FÓRUM NÃO ESCREVA


NO LIVRO.

As disputas pelos aquíferos do Oriente Médio

[...] Peter Gleick, diretor do Pacific Institute, com sede em Oakland, Califórnia,
passou as últimas três décadas estudando o vínculo entre a escassez de água, guerras
e migração. [...]
“Classificamos os conflitos por água em três grupos”, diz Gleick. “Como um
‘desencadeador’ do conflito, onde a violência se associa a disputas sobre o acesso e o
controle da água; como uma ‘arma’ do conflito, onde a água é utilizada como arsenal,
inclusive mediante o uso de represas que retêm água ou inundam comunidades rio
abaixo; e como um ‘alvo’ de conflitos, onde recursos hídricos ou estações de trata-
mento ou dutos são alvos de ataque.”
MILNE, Sandy. Onde a escassez de água já provoca guerras no mundo (e quais as áreas sob risco iminente).
BBC Future, [s. l.], 29 ago. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/geral-58319129.
Acesso em: 2 ago. 2022.
Oriente Médio: conflitos por água Os conflitos se localizam nas áreas
(2500 a.C.-2020) de reservatórios rasos e incertos,
Mar Negro
motivados por falta de políticas de
M

acesso à água e migrações intensas


DACOSTA MAPAS

ar
Cás

TURQUIA
dos povos, o que causa disputas
pio

territoriais entre eles.


CHIPRE
1. De acordo com o texto
Mar LÍBANO SÍRIA AFEGANISTÃO da reportagem e com os
Mediterrâneo IRÃ
ISRAEL IRAQUE mapas anteriores, levante
JORDÂNIA
hipóteses sobre o motivo da
KUWAIT
localização dos conflitos por
BAREIN
água no Oriente Médio.
Ma

ARÁBIA CATAR Golfo de


rV

Trópico de Cân SAUDITA Omã


cer
erm

EMIRADOS
ÁRABES OMÃ Mar
elh

UNIDOS Arábico
Fonte: PACIFIC Institute. Water Conflict
o

Chronology. The World's Water. [S. l.],


c2022. Disponível em: https://www.
IÊMEN
worldwater.org/conflict/map/. Acesso
em: 2 ago. 2022.
Fronteira 0 466
Conflito Golfo 50° L
de Aden

228

228
ENCAMINHAMENTO
Destaque o fato de que o
Oriente Médio é central nas dis-
O PETRÓLEO NO ORIENTE MÉDIO cussões sobre fontes de energia
porque é a região onde estão

AFP
A exploração do petróleo sustenta a econo-
mia regional e atraiu para Oriente Médio muitas localizadas as principais reservas
operações das maiores empresas transnacionais e refinarias de petróleo e gás
de energia do mundo, assim como disputas por natural e, também, os estrei-
esse recurso. As disputas por petróleo e gás na tos de Suez, Ormuz e Malaca,
região se localizam no Golfo Pérsico. Os países
por onde trafegam os navios
Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes
petroleiros.
Unidos e Kuwait detêm aproximadamente 2/3
Resgate o histórico das dis-
das reservas mundiais confirmadas de petróleo,
de acordo com a Opep, em 2022. O Irã e o Catar
putas pelo petróleo no Oriente
dispõem, respectivamente, a segunda e terceira Médio, retomando o papel da
maiores reservas mundiais de gás. Esses fatos Refinaria de petróleo Al Zour, no Kuwait, 2021.
Opep e das crises do petró-
contribuem para que as superpotências, como A refinaria multinacional, parceria da China leo que abalam a economia
China e Estados Unidos, invistam em países da Petroleum & Chemical Corporation (Sinopec) e mundial. Destaque que essas
Kuwait, é a maior do Oriente Médio.
região para disputar influência econômica. disputas se intensificaram após
A tabela a seguir mostra a produção de barris de petróleo por dia de cada um dos dez a Segunda Guerra Mundial,
maiores produtores mundiais. Analise quantos desses países se localizam no Oriente Médio. com o aumento da demanda
por fontes de energia, sobre-

EUGENESERGEEV/ISTOCK/GETTY IMAGES PLUS/GETTY IMAGES


Dez maiores produtores de petróleo tudo o petróleo, seja para obter
(2021)
acesso direto a grandes reservas
Produção em nos campos e mares dos golfos
Países produtores milhões de barris
por dia
e estreitos árabes e persas, seja
para controlar áreas de escoa-
Estados Unidos 18 944
mento da produção, interferindo
Arábia Saudita 10 835 na precificação dos produtos e
Rússia 10 777 no comportamento do mercado.
Canadá 5 539
Plataforma de extração de petróleo no Golfo
China 4 992 Pérsico, Emirados Árabes Unidos, 2020.
Iraque 4 149 Fonte: PETROLEUM and other liquids. U.S. Energy Information
Administration. Washington, DC, [2022]. Disponível em:
Emirados Árabes Unidos 3 785 https://www.eia.gov/international/data/world/petroleum-
and-other-liquids/annual-refined-petroleum-products-c
Brasil 3 689
onsumption?pd=5&p=00000000000000000000000000000
Irã 3 457 00000g&u=0&f=A&v=mapbubble&a=-&i=none&vo=value&
t=C&g=000000000000000000000000000000000000000000
Kuwait 2 717 00000001&l=249-ruvvvvvfvtvnvv1urvvvvfvvvvvvfvvvou20evv
vvvvvvvnvvvvs&s=94694400000&e=1609459200000&.
Acesso em: 4 ago. 2022.
NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

1. De acordo com as informações do texto e da tabela, por que o Oriente Médio se


destaca na produção de petróleo? Porque apenas cinco dos países da região possuem dois
terços das reservas mundiais de petróleo e estão entre
os dez maiores produtores do recurso no mundo.
229

229
ENCAMINHAMENTO
Nesta página, leia o mapa

SONIA VAZ
Mundo: exportação de petróleo (2021)
de fluxo e relacione-o com a Regiões/Países
dinâmica das rotas comerciais Os países do Oriente Médio são
OCDE América
líderes nas técnicas de extração de
regionais. OCDE Europa
petróleo. Atualmente, a tecnologia
OCDE Ásia e Pacífico
permite que a extração seja contro-
China
lada de acordo com a demanda. Dessa
Índia
Demais países da Ásia
forma, um novo modelo de produção,
América Latina
de menor custo, foi estabelecido.
Oriente Médio
A região também é líder na
África exportação de petróleo, como pode
Rússia ser entendido no gráfico. Note que
Demais países euroasiáticos o Oriente Médio é responsável por
Demais países europeus quase 40% das exportações mundiais.
Analise as rotas dos fluxos
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Porcentagem comerciais de petróleo exportados
Fonte: OPEC Annual Statistical Bulletin 2022: world crude oil exports
pelo Oriente Médio no mapa a seguir.
by region. Opep. Viena, c2022. Disponível em: https://asb.opec.org/
ASB_Charts.html?chapter=225. Acesso em: 5 ago. 2022.

Oriente Médio: exportações de petróleo


bruto e derivados de petróleo (2020)

DACOSTA MAPAS
0° OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico

EUROPA
114,8 ORIENTE
CHINA JAPÃO
ESTADOS MÉDIO¹
274,3
UNIDOS 38,4 122,9
Trópico de Câncer
Resto
OCEANO ÍNDIA da ÁSIA e OCEANO
OCEANO ÁFRICA 157,6
ATLÂNTICO PACÍFICO
PACÍFICO 240,7 PACÍFICO
Equador AMÉRICA 42 44,7 0°
CENTRAL e CINGAPURA
DO SUL
4,6
Trópico de Capricórnio OCEANO
Meridiano de Greenwich

ÍNDICO
Em milhões de toneladas
¹Fluxo interno do Oriente Médio:
43,3 milhões de toneladas.
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
Círculo Polar Antártico
0 2 965

Fonte: PÉTROLE: une géopolitique énergétique du Moyen-Orient. Carto:


Le Monde en Cartes, Paris, n. 69, jan./fev. 2022. p. 41.

Ao observar a quantidade de barris de petróleo exportados pelo Oriente Médio, pode-se


perceber a importância da região em relação ao mercado. Mesmo países destaques na produção
de petróleo, como Estados Unidos e Brasil, não são autossuficientes e dependem de importação.
Atualmente, o principal mercado consumidor do Oriente Médio é a Ásia, principalmente China,
Índia e Japão.
Além da exportação de petróleo bruto, os países do Oriente Médio se destacam na expor-
tação de derivados, como óleos e gasolina para indústrias químicas, metalúrgicas, siderúrgicas,
automobilísticas, entre outras.

230

230
ENCAMINHAMENTO
Discuta com os estudantes
A maior potência petrolífera do mundo, atualmente, é a Arábia Saudita. De acordo com o o papel que o Oriente Médio
relatório da British Petroleum, em dez anos, o país saltou de uma produção anual de 11 milhões tem na divisão internacional
de barris, em 2010, para 297 milhões de barris, em 2020. Hoje, ele concentra 17,2% das reservas do trabalho e a importância da
de petróleo do Oriente Médio e lidera as exportações da região. Opep para regulamentação do
Compare, no gráfico a seguir, os valores das exportações da Arábia Saudita e os demais países mercado de petróleo mundial,
do Oriente Médio que são membros da Opep. considerando a produção de
cada região e delimitando os

SONIA VAZ
Oriente Médio (países-membros da Opep): exportação preços dos barris de petróleo.
de petróleo, em milhões de dólares (2021)

(milhões de dólares)
250
202 166
200 Fonte: OPEC
Annual Statistical
150 Bulletin 2022:
OPEC Members'
values of
100
79 788 petroleum
56 545 54 595 exports. Opep.
50 Viena, c2022.
25 313 Disponível em:
https://asb.opec.
0 org/ASB_Charts.
Irã Iraque Kuwait Arábia Emirados
Saudita Árabes html?chapter=222.
Unidos Acesso em: 5 ago.
2022.

Opep significa Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Trata-se de uma organização
intergovernamental de 13 países com intuito de “coordenar e unificar as políticas de petróleo de
seus países-membros e garantir a estabilização dos mercados de petróleo, a fim de garantir um
fornecimento eficiente, econômico e regular desse recurso aos consumidores, uma renda estável
aos produtores e um retorno justo de capital para aqueles que investem na indústria petrolífera”.
Além de petróleo e seus derivados, Catar, Emirados Árabes Unidos, Irã e Omã se destacam
na produção e exportação de gás natural. De acordo com dados divulgados pela maior empresa
do setor no país, Qatar Energy, 80% das exportações têm como destino a Ásia.
Na tabela a seguir, nota-se que o Catar é
Oriente Médio: exportação de gás
líder em exportação de gás natural no Oriente natural (2021)
Médio.
Com o conflito envolvendo Rússia e Ucrânia, Exportação
Países exportadores (em milhões de
em 2022, espera-se que o Catar aumente ainda metros cúbicos)
mais seu volume de exportação. Até 2030, com
Catar 134 515
a decisão de alguns países europeus em reduzir
a dependência de energia nuclear e de gás Emirados Árabes Unidos 7 849
natural proveniente da Rússia, espera-se que o Irã 18 425
volume de exportação do Catar para a União Omã 12 700
Europeia aumente em 60%.
Fonte: OPEC. Annual Statistical Bulletin 2022. p. 80.
Disponível em: https://asb.opec.org/ASB_PDFDownload.php.
Acesso em: 5 ago. 2022.

231

231
ENCAMINHAMENTO
O objetivo do Boxe comple-
mentar é ampliar a discussão
NÃO ESCREVA
sobre os interesses geopolíticos AS DISPUTAS PELO TERRITÓRIO DO ORIENTE MÉDIO NO LIVRO.
dos Estados Unidos e de outros
países no Oriente Médio. Além Oriente Médio: presença de tropas
dos Estados Unidos (janeiro de 2020)
disso, o texto apresenta dados Mar Negro 50° L

sobre a população do Oriente

M
DACOSTA MAPAS

ar
TURQUIA

Cáspio
Médio que contribuem para a 3 000

análise da dinâmica geopolítica SÍRIA


Analise o mapa e leia o
regional.
Mar LÍBANO 800
IRAQUE
AFEGANISTÃO
14 000
texto a seguir.
Mediterrâneo IRÃ
ISRAEL 6 000

PALESTINA JORDÂNIA
3 000
KUWAIT
13 000
BAREIN
ARÁBIA 7 000

Ma
SAUDITA CATAR Golfo de
3 000 13 000

rV
Trópico de Cân Omã
cer
Fonte: AS TROPAS dos

erm
EMIRADOS OMÃ
ÁRABES 606 EUA no Oriente Médio (que podem

elh
UNIDOS
Mar

o
5 000 ser alvo do Irã). Poder 360, [s. l.],
Arábico
8 jan. 2020. Disponível em: https://
www.poder360.com.br/internacional/
IÊMEN Fronteira
as-tropas-dos-eua-no-oriente-medio-
0 466 13 000 Número estimado de
soldados em cada país que-podem-ser-alvo-do-ira/. Acesso
Golfo de Aden
em: 4 ago. 2022.

[...]
Toda a gente sabe que o Oriente Médio sempre foi considerado, sobretudo desde
1945, como uma prioridade estratégica de Washington [...] É também sabido que os
Estados Unidos instrumentalizaram durante muito tempo o islamismo, ao serviço
dos seus interesses estratégicos. [...]
Apesar do colapso da URSS e logo a seguir, os Estados Unidos já conduziram
duas guerras em doze anos ao Médio Oriente, ambas contra o regime iraquiano de
Saddan Hussein, estas intervenções, sejam quais forem as razões invocadas oficial-
mente, tanto como as bases militares permanentes ou facilidades utilizadas a título
temporário, que se multiplicaram depois do 11 de setembro, ilustram a perenidade
do interesse petroestratégico dos Estados Unidos em relação ao conjunto da zona.
Mas além do arco petróleo xiita, à volta do golfo Pérsico, do Irã ao Bahrein, pas-
sando pela Arábia Saudita, o mosaico comunitário do Médio Oriente, no seu conjunto,
nunca esteve verdadeiramente em paz desde a antiguidade. O Médio Oriente, encru-
zilhada de comunicação entre três continentes, sempre foi uma terra de conquista.
A idade do ouro do petróleo, desde o início do século XX, depois a criação de Estado
de Israel, em 1948, não contribuíram para a sua pacificação nem sempre para a sua
união. Pelo contrário, os países do Médio Oriente, apesar da sua pertença comum à
“nação” árabe, se excluirmos o Irã e Israel, estão muitas vezes divididos, quando não
se trata de sólidas inimizades entre seus dirigentes. Estas querelas de topo, muito
presente no seio da Liga Árabe, revelam, tanto quanto escondem, as divisões mais
profundas dentro dos Estados, quer sejam religiosas, políticas, sociais, étnicas ou
simplesmente tribais. [...]
LOPEZ, Philippe Sébille. Geopolíticas do petróleo. Lisboa: Instituto Piaget, 2007. p. 308-310.

1. Quais são as características da região que fazem com que ela seja um território
estratégico e de interesse de diferentes países, como os Estados Unidos?
A região é uma importante zona de produção de petróleo, além de estar localizada entre as rotas
comerciais marítimas que conectam o ocidente e o oriente.
232

232
ENCAMINHAMENTO
Converse com os estudantes
acerca da tensão e dos confli-
O CONTROLE DO ESTREITO DE ORMUZ
tos que ocorrem no Estreito
O Estreito de Ormuz liga o Golfo Árabe, também
Estreito de Ormuz: localização de Ormuz. Saliente que a
conhecido como Golfo Pérsico, ao Mar de Omã, no
localização do estreito é estra-

DACOSTA MAPAS
oceano Índico. É um ponto estratégico por onde
55° L

passam os navios petroleiros que seguem para outros tégica, pois está entre o Golfo
países, como Estados Unidos, Japão, China, Coreia do KUWAIT IRÃ
Pérsico e o Golfo de Omã. Em
Golfo
Sul e países da Europa. Pérsico
Estreito
seu entorno há uma grande
ARÁBIA
A segurança dessa passagem é possível devido SAUDITA BAREIN
de Ormuz
concentração de campos de
a acordos estabelecidos entre os países da região e CATAR Golfo de
Omã petróleo, com vários gasodu-
os que têm interesse nela. Os Estados Unidos fazem EMIRADOS
Trópico de Cân
cer
tos e oleodutos.
ÁRABES UNIDOS
parte dos acordos de segurança desde 1979, com o 0 250
OMÃ

presidente Jimmy Carter, estabelecendo bases milita-


Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico
res estadunidenses em países como Catar, Emirados escolar. 8 ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 48.
Árabes Unidos e Barein.
© U.S. NATIONAL GUARD/ZUMA PRESS WIRE
SERVICE/ZUMAPRESS.COM/FOTOARENA

Soldados treinando na
base militar estadunidense
de Al Udeid, Catar, 2022.
Al Udeid é a maior base
estadunidense no Oriente
Médio.
A tensão na região é grande. Leia o texto a seguir.

Em momentos de crise, Irã sempre ameaça fechar o Estreito, por


onde passam pelo menos 20% do fornecimento mundial de petróleo
Sempre que eclode uma crise envolvendo o Irã, paira no ar a ameaça do fechamento
do Estreito de Ormuz. Em junho de 2019, quando petroleiros sauditas foram atingidos por
mísseis iranianos e um drone americano foi derrubado, o Irã ameaçou fechar o Estreito
de Ormuz, uma via chave para o petróleo.
[...]
O Estreito de Ormuz dá passagem a navios petroleiros vindos do Iraque, da Arábia
Saudita, do Irã, do Qatar, dos Emirados Árabes Unidos, de Omã, do Kwait e do Bahrain -
todos importantes no comércio global de petróleo. [...]
Teerã poderia usar mísseis, drones, minas e lanchas para enfrentar os EUA e seus
aliados no estreito, por onde passa um quinto da produção mundial de petróleo. Qualquer
interrupção pode elevar os preços do petróleo acentuadamente.
[...]

BERALDO, Paulo. O Estreito de Ormuz e sua importância na crise entre EUA e Irã. O Estado de S. Paulo,
São Paulo, 9 jan. 2020. Disponível em: https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,o-estreito-de-
ormuz-e-sua-importancia-na-crise-entre-eua-e-ira,70003150385. Acesso em: 4 ago. 2022.

233

233
ENCAMINHAMENTO
Os estreitos de Malaca e
Cingapura são importantes
rotas comerciais, pois direcio- OS ESTREITOS DE MALACA E CINGAPURA: A NOVA
nam os fluxos comerciais do ROTA DO PETRÓLEO
Sudeste e Leste Asiático para o

FADLI SUANDI/SHUTTERSTOCK.COM
Os estreitos de Malaca e Cingapura, locali-
Mar Meridional da China. Por
zados entre o arquipélago da Indonésia, Malásia
sua importância estratégica, é e Cingapura, são pontos estratégicos no Sudeste
uma região onde ocorrem dis- Asiático, por onde escoa aproximadamente um
putas de interesses, sobretudo terço do comércio marítimo mundial. Por eles,
relacionados ao escoamento de passam as exportações de produtos do Sudeste
petróleo. e do Leste Asiático e matérias-primas para abas-
tecer países de grande consumo, como Japão e
PARA AMPLIAR China, por exemplo.
Navio de carga no Estreito de Malaca,
Texto complementar Indonésia, 2019.
[...]
Sudeste e Leste Asiático
Espera aí, piratas ainda

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


existem? Sim, mas talvez CHINA

tenham uma cara bem dife-


TAIWAN
rente daquela que você está Trópico de Câncer
imaginando. Tecnicamen- MIANMAR
LAOS
te, hoje em dia considera-se Mar OCEANO
da China PACÍFICO
como pirataria o roubo que TAILÂNDIA
Meridional FILIPINAS

ocorre no mar — seja de car- CAMBOJA

ga, da própria embarcação, VIETNÃ

ou sequestro com pedido de BRUNEI


Es

ei
tr

to

resgate. Os piratas costu- A


de
M M A L Á S I A
ala
ca Estreito de I
mam usar botes ou barcos Equador
Cingapura
S
pequenos e rápidos para se CINGAPURA
N
É
O TIMOR LESTE
aproximar de grandes em- I N D

barcações e subir a bordo. Só


OCEANO
em 2020, o IMB registrou 195 0 653
ÍNDICO
AUSTRÁLIA

ataques, um aumento de 20%


em relação aos registros de Elaborado com base em: IBGE. Atlas geográfico escolar.
8. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2018. p. 46, 47, 51.
2019, depois de anos de que-
da (desde o pico nos ataques Os estreitos de Malaca e Cingapura também são rotas para o Mar da China Meridional, outro
por piratas da Somália em ponto estratégico para a economia do Sudeste e do Leste Asiático e um dos atuais centros de
2011). Como todo crime, essa tensão mundial, por ser uma área de fluxo e produção de petróleo. O potencial de circulação dessa
estatística costuma ser pre- região a coloca em posição de destaque nos interesses de diversas potências hegemônicas no
judicada por subnotificação, contexto da geopolítica mundial, fator que vem redesenhando as formas das fronteiras marítimas
já que muitas ocorrências no Sudeste Asiático e acentuando cada vez mais os conflitos entre os Estados Unidos e a China.
não são reportadas. Devido ao grande fluxo comercial, a região também sofre com ataques piratas. Para garan-
[...] tir a segurança de seus interesses econômicos, a China estabeleceu uma infraestrutura militar,
instalando bases em Mianmar e na Baía de Bengala, para tentar barrar a entrada dos piratas no
POLLO, Luiza. Sem bandana
ou bandeira negra: como estreito de Malaca.
piratas ainda hoje ameaçam
embarcações. TAB UOL, 234
São Paulo, 5 abr. 2021.
Disponível em: https://
tab.uol.com.br/noticias/
redacao/2021/04/05/
sem-bandana-ou-bandeira-
negra-saiba-como-piratas-
ainda-ameacam-embarcacoes.
htm. Acesso em: 5 ago. 2022.

234
ENCAMINHAMENTO
Canal de Suez: fluxo de embarcações Retome com os estudan-
(2 de agosto de 2022)
O CANAL DE SUEZ tes os motivos que levaram à

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


45º L
EUROPA

Em 1859, durante a expansão do


Mar Negro
construção do Canal de Suez
desenvolvimento industrial europeu, a TURQUIA
Mar
Cáspio
e sua importância para a
Europa precisava anexar novos territórios e SÍRIA
redução do domínio europeu
rotas de circulação de matérias-primas que LÍBANO
IRAQUE IRÃ
ÁSIA
sobre os fluxos comerciais exis-
vinham das colônias indianas e africanas e Canal
de Suez
JORDÂNIA tentes entre o Oriente Médio
de ilhas nos oceanos Índico e Pacífico, além ÁFRICA PALESTINA ISRAEL KUWAIT
e regiões da Europa. Discuta
EGITO
de expandir seus mercados consumidores Trópico de Câncer
BAHREIN
CATAR com os estudantes a respeito
para venda de mercadorias. ARÁBIA
SAUDITA
OMÃ
dos conflitos existentes nessa
Nesse cenário, o Canal de Suez foi Navios de carga
Navios petroleiros região, retomando a questão
construído, entre os anos de 1859 e 1869. Navios de passageiros IÊMEN

Ao conectar os mares Mediterrâneo e Navios de pesca Mar


Arábico
da identidade, do território e
Vermelho, constituiu-se como o mais impor-
Iates/Navios à vela
Navios militares
do papel do Estado-nação para
tante eixo hidroviário de transporte entre Outros 0 555 tais conflitos.
Fronteira
Europa e Ásia, fundamental na redução de
Fonte: VESSELFINDER. [S. l.], [20--]. Site. Disponível em:
tempo e de gastos com transporte. Desde https://www.vesselfinder.com/. Acesso em: 2 ago. 2022.
o início da sua utilização, no século XIX, até

PHOTO12/UNIVERSAL IMAGES GROUP/GETTY IMAGES


os dias atuais, o canal se configura como
uma das mais importantes vias de circulação
marítima do mundo. Segundo a administra-
ção do canal, em 2021, passaram por ele
mais de 20 mil navios, um recorde histórico.
Inicialmente, embora construído em
território egípcio, o canal era administrado
por indústrias neerlandesas e francesas, que
foram as responsáveis pela sua construção.
Em 1659, no entanto, durante o governo
de Gamal Abdel Nasser, o Canal de Suez
foi renacionalizado pelo Egito e, em 2015,
Escritório da Suez Company, Egito, século XIX. O consórcio
o governo de Abdul Fatah al-Sisi projetou e inglês e francês controlou o Canal de Suez até 1956.
executou sua expansão.
Em 2021, o navio Ever Given encalhou DIGITALGLOBE/SCAPEWARE3D/MAXAR/GETTY IMAGES

no Canal de Suez e bloqueou a rota por


uma semana. Devido ao acidente, os navios
que utilizam o canal tiveram que mudar o
caminho e dar a volta em toda a África para
chegar a seus objetivos. Esse desvio aumenta
o trajeto em oito dias e, consequentemente,
é muito mais custoso. Para evitar que aci-
dentes como o do Ever Given aconteçam
novamente, desde julho de 2021 ele passa
por mais um processo de expansão, que tem Navio Ever Given encalhado no Canal de Suez,
como previsão ser concluído em 2023. Egito, 2021.

235

235
FÓRUM
Discuta com os estudantes
os impactos da acumulação de
capital proveniente do petróleo FÓRUM NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
e sua influência no investi- O plano da Arábia Saudita: a cidade The Line
mento em projetos de cidades
A Arábia Saudita, país que, como você aprendeu, é líder da economia petrolífera,
alternativas e não poluen-
lançou, em 2021, o projeto de uma cidade futurista onde não existirá a necessidade de
tes por parte do governo da a população ter automóveis para se locomover, nem transportes públicos que utilizem
Arábia Saudita. O interesse como combustível derivados do petróleo. Entenda melhor na notícia a seguir.
desses investimentos é eco-

NEOM
nômico, como tentativa de
mostrar ao mundo a riqueza do
Imagem de
país, e também político, como projeto da cidade
tentativa de colocá-lo como futurista The
uma nação que contribui para Line (A Linha)
lançado em
reduzir a emissão de poluen- 2021. A cidade é
tes e gases de efeito estufa, composta de uma
série de módulos
a fim de mitigar as mudanças interligados, cada
climáticas. um com até 500 m
de altura.
Atividade
1. Resposta pessoal. Espera-se
que os estudantes identi- [...] a Arábia Saudita acaba de lançar, mais uma cidade que pretende revolucionar
fiquem a contradição em a arquitetura do país. Trata-se do The Line, uma cidade com 170 quilômetros de
extensão em que é possível fazer tudo a pé, em menos de 5 minutos.
construir uma cidade susten-
A cidade será composta de vilas que terão serviços essenciais, como escolas,
tável com o dinheiro gerado clínicas médicas, lazer e espaços verdes próximo às moradias, para que tudo possa
pela exploração do petróleo. ser feito caminhando. Os serviços da cidade estarão no primeiro subsolo. Já o segundo
Como impactos positivos, subsolo do The Line contará com uma linha metroviária que percorrerá toda a exten-
são da cidade, conectando as vilas mais distantes.
eles podem indicar a con-
A cidade está localizada em NEOM, ligando a costa do Mar Vermelho com as
tribuição para redução da montanhas e vales do noroeste da Arábia Saudita. The Line tem a ambição de ser o
emissão de gases poluentes centro de inovação global, já que mais de 40% da população global é capaz de chegar
e redução de produção de na cidade em menos de 4 horas de voo, e 13% do comércio mundial flui através do
Mar Vermelho.
lixo. Como impactos posi-
A construção pretende ser “uma resposta direta a alguns dos desafios mais
tivos, os estudantes podem urgentes que a humanidade enfrenta hoje”, disse ainda o comunicado. A construção
indicar que, por mais que a da cidade pretende gerar 380.000 empregos e adicionar 48 bilhões de dólares para o
cidade seja inteligente, ainda PIB do país até 2030.
é necessário desmatar a área STORCH, Julia. Arábia Saudita irá construir cidade em linha reta com 170 km de extensão. Exame,
para sua construção. São Paulo, 22 jan. 2021. Disponível em: https://exame.com/casual/arabia-saudita-ira-construir-
cidade-em-linha-reta-com-170-km-de-extensao/. Acesso em: 2 ago. 2022.

1. Tendo em vista que a construção da cidade The Line, na Arábia Saudita, será
financiada com o dinheiro do petróleo, qual é a sua opinião sobre esse projeto?
Discuta com os colegas os possíveis impactos positivos e negativos dessa construção.
Consulte comentário em orientações didáticas.

236

236
ENCAMINHAMENTO
O objetivo desta atividade
foi trazer uma situação geo-
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO. gráfica para analisar outro
projeto que está relacionado
Como você aprendeu, a Arábia Saudita é um dos países do Oriente Médio que tem a eco- com uma estratégica econô-
nomia centralizada na produção e exportação de petróleo. Para tentar mudar esse fato, o
mica da Arábia Saudita de
príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, coordena um plano de reforma econômica no
país. Leia uma das ideias desse plano na reportagem a seguir. usar o dinheiro do petróleo
em outros setores da econo-
Dificilmente alguém pensaria em passar as férias em uma plataforma de petróleo.
mia, como turismo e diversão.
Mas na Arábia Saudita há um plano para converter uma delas em um exclusivo A proposta desta atividade é
parque de diversões habilitado para a prática de esportes radicais, com restaurantes e analisar criticamente o projeto
para passar alguns dias rodeado por luxo e excentricidades. com criatividade e argumentos,
[...] O projeto se chama The Rig (“A plataforma”), uma ideia que simboliza aspirações
por meio de uma pesquisa que
do príncipe herdeiro e governante do reino, Mohammed bin Salman: converter o maior
exportador do petróleo do mundo em um destino turístico internacional e diversificar contribuirá para buscar solu-
sua economia. ções para o projeto proposto.
Essa estratégia é parte do plano de reforma econômica Vision 2030, que o líder O TCT – Ciência e tecnologia
promove em todo o mundo para convencer investidores de países ocidentais a levar
e o TCT – Educação ambien-
capital para o país.
O governo espera que o turismo seja a maior fonte de novos postos de trabalho no tal são trabalhados.
setor privado, de forma que o setor possa representar 10% do Produto Interno Bruto (PIB)
e também 10% dos empregos em uma década, em um país em que dois terços de seus 21 Atividades
milhões de habitantes têm menos de 35 anos.
1. Respostas pessoais. Os estu-
BARRÍA, Cecilia. A extravagante ideia de príncipe saudita para futuro pós-petróleo. BBC News, [s. l.],
7 jun. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61711788. Acesso em: 2 ago. 2022.
dantes devem apresentar
propostas para o projeto.
CNN TRAVEL/PUBLIC INVESTMENT FUND

Eles podem indicar como


impactos ambientais a libe-
ração de CO2, a geração
de resíduos sólidos, entre
outros.
Imagem de
projeto do
parque de
diversão,
The Rig,
lançado em
2021.

1. Em grupo de três ou quatro colegas, imaginem que vocês são coordenadores do projeto
The Rig. Considerando que a plataforma está localizada no meio do mar, vocês devem
pensar em soluções para as seguintes questões: Consulte comentário em orientações didáticas.
a) Como será feito o descarte dos resíduos sólidos?
b) Quais serão as formas de deslocamento até o parque?
c) Quais são os impactos ambientais que podem resultar da construção do parque?

237

237
ENCAMINHAMENTO
Este capítulo aborda as fontes
de energia e a cadeia produtiva.
TULO

14
CAPÍ
Converse com os estudantes
sobre como as fontes alternati- A PRODUÇÃO ENERGÉTICA
vas de energia ainda são pouco E A CADEIA PRODUTIVA
utilizadas, se comparadas aos
tipos mais poluentes, como o Neste capítulo, você irá aprender sobre a produção e o consumo mundial de energia
carvão mineral e o petróleo. e as diferentes fontes e tipos de produção que podem gerar mais ou menos impactos
Ao realizar a leitura dos gráfi- ambientais.
cos, oriente os estudantes a ler o China, Estados Unidos, Rússia e Índia são os maiores produtores e consumidores de energia
título e a legenda e a identificar a do mundo por serem países muito industrializados e populosos.
informação do eixo horizontal e Em 2021, a British Petroleum (BP) registrou um aumento de 5,8% no consumo de energia
mundial, comparado aos dados de 2020. Esse aumento mais que triplicou em relação a 2019,
do eixo vertical, relacionando-as.
que registrou apenas 1,9% de aumento na demanda energética.
Chame a atenção dos estudan- Analise os gráficos a seguir.
tes para o aumento do consumo
de energia entre 2000 e 2021, Mundo: consumo de energia, Mundo: consumo de fontes de energia por
ILUSTRAÇÕES: SONIA VAZ

sobretudo nos países desenvolvi- em exajoules (2000-2021) região, em porcentagem (2021)


dos. Com os dados de consumo Consumo (%)

é possível observar quais são as (em exajoules) 100


600
fontes de energia mais utiliza- 90

das, mensurar os impactos da 500 80

produção e pensar em alterna- 70

tivas mais sustentáveis. 400


60
Comente que o aumento 50
300
do consumo de energia verifi- 40
cado no gráfico é decorrência 200
30
do aumento da demanda por
20
combustíveis fósseis a partir das 100

10
Revoluções Industriais.
0
2000 2003 2006 2009 2012 2015 2018 2021 0
América América Europa CEI Oriente África Ásia e
PARA AMPLIAR Ano do Norte Central e
do Sul
Médio Pacífico

Renovável Nuclear Gás natural Renovável Nuclear Gás natural


Atividades extras Hidrelétrica Carvão Petróleo Hidrelétrica Carvão Petróleo

1. Determine um intervalo de Fonte: BP. BP Statistical Review of World Energy Fonte: BP. BP Statistical Review of World Energy –
tempo, como uma semana, – 2022. 71. ed. Londres: Whitehouse Associates, 2022. 71. ed. Londres: Whitehouse Associates, 2022.
2022. p. 10. Disponível em: https://www.bp.com/ p. 10. Disponível em: https://www.bp.com/content/
em que os estudantes content/dam/bp/business-sites/en/global/corporate/ dam/bp/business-sites/en/global/corporate/pdfs/energy-
deverão pesquisar notícias pdfs/energy-economics/statistical-review/bp-stats-
review-2022-full-report.pdf. Acesso em: 2 ago. 2022.
economics/statistical-review/bp-stats-review-2022-full-
report.pdf. Acesso em: 2 ago. 2022.
relacionadas às questões Nos gráficos, é possível notar que nas últimas duas décadas o carvão mineral, o petróleo
energéticas. e o gás natural continuam sendo as fontes de energia mais consumidas, embora desde 2018 o
a) Ao final do período, os estu- consumo de energia hidrelétrica e outras fontes renováveis tenha aumentado. Por ser matéria-
dantes elaborarão um painel -prima para produção de combustível, o petróleo é muito consumido em todas as regiões.
com as notícias. 238
b) Promova uma discussão
sobre as inovações técnicas
e tecnológicas no setor de 2. Solicite pesquisas complementares sobre d) Há algum efeito quanto às relações de
tecnologia da informação (TI) a geopolítica da produção mineral e das trabalho e ao sustento das comunidades
e de telecomunicações que fontes de energia. Forneça aos estudantes tradicionais? Quais?
demandam recursos energé- as seguintes perguntas norteadoras: e) O que pode ser concluído a partir dos inte-
ticos e minerais. a) Como um interesse geopolítico pode afetar resses geopolíticos e da economia mundial?
c) Oriente os estudantes a rela- as populações de um país ou região? f) Quais agentes simbolizam esses interesses?
cionar as fontes de energia e b) Quais são os tipos de impactos que esses Empresas multinacionais? Estatais?
os recursos minerais a produ- interesses geram? g) De quais lugares do mundo são as corpora-
tos que estão presentes no c) Como isso afeta as relações de identidade, ções que mais influenciam a exploração de
seu dia a dia. território e cultura? recursos minerais?
238
ENCAMINHAMENTO
Analise a situação atual de
alguns países europeus que
GÁS NATURAL
dependem da importação de gás
O gás natural é uma das fontes de energia mais importantes no cenário geopolítico energé-
natural da Rússia, e os impactos
tico. Nos gráficos das páginas anteriores, podemos observar que ele é uma das fontes de energia
da guerra com a Ucrânia para
mais consumidas no mundo, depois do petróleo.
Os Estados Unidos são os maiores consumidores de gás natural do mundo. Em 2021, segundo
o fornecimento dessa fonte de
dados da British Petroleum, o país consumiu 826,7 bilhões de metros cúbicos do recurso. Um energia.
consumo maior do que o de alguns continentes, como a África e a Europa, por exemplo. Chame a atenção dos estudan-
A Alemanha, no processo para encerrar a produção e o consumo de energia nuclear, busca tes para o fato de que o petróleo
uma alternativa no gás natural. Em 2021, consumiu mais de 90 bilhões de metros cúbicos do ainda é central na demanda pro-
recurso, tornando-se o maior consumidor da Europa. Embora aposte nessa alternativa, o país não dutiva mundial, sendo o principal
tem autossuficiência produtiva e importa da Rússia grande parte do gás que consome. tipo de combustível e fonte de
No mapa a seguir, podemos analisar os volumes e os fluxos de exportação de gás natural do
energia utilizada. Analise o mapa
mundo. Perceba que parte das importações de gás da Europa são provenientes da Rússia.
de fluxo comercial de gás natural,
ressaltando a importância dos
Mundo: fluxos de comércio de gás natural (2021)
combustíveis fósseis. É possível

DACOSTA MAPAS

17,4 afirmar que os recursos energéti-
167,0
cos exercem grande influência na
Círculo Polar Ártico

27,1
geopolítica mundial em razão da
OCEANO
ATLÂNTICO
112,9 15,1
7,6
sua importância para a qualidade
OCEANO
75,9
25,5
22,5
19,5
6,2
40,6
15,3
PACÍFICO de vida da população e das pro-
45,8 30,8 34,1
duções do setor industrial.
9,1 41,7 57,8 46,7
6,7
58,7 17,9 23,7 43,6 15,6
Trópico de Câncer 21,1
5,7
32,7
OCEANO

PARA AMPLIAR
6,7
PACÍFICO 8,4 Fonte: BP. BP Statistical
14,8
Equador
0° Review of World
16,8 7,5
OCEANO Energy – 2022. 71. ed.
Trópico de Capricórnio
7,0
ÍNDICO Londres: Whitehouse Atividade extra
Meridiano de Greenwich

Associates, 2022. p. 37.


Disponível em: https://
Com base no que você
www.bp.com/content/ aprendeu, e analisando o
dam/bp/business-sites/
0 2 965
en/global/corporate/ consumo de gás natural nos
Fluxo de comércio de gás natural (em bilhões de metros cúbicos)
pdfs/energy-economics/
statistical-review/bp-
gráficos e o mapa de exporta-
Estados Unidos
Canadá
América Central e do Sul
Europa
Oriente Médio
África
Gasodutos
Gás natural liquefeito
stats-review-2022-full- ção, levante hipóteses sobre a
report.pdf. Acesso em:
México CEI Ásia e Pacífico Fronteira
2 ago. 2022. importância dos recursos ener-
géticos na geopolítica mundial
Em 2022, com o conflito entre Rússia e Ucrânia, as exportações russas de gás natural para
alguns países europeus foram interrompidas. De acordo com dados divulgados pelos governos e compartilhe-as com a turma.
locais, a estatal russa Gazprom cortou o fornecimento total da França, que importava 17% do Resposta: Resposta pessoal.
gás da Rússia. Itália e Bulgária relataram a redução do volume de gás natural que chega em seus Os estudantes podem indicar
gasodutos. A Alemanha, que era a principal compradora da Rússia e importava 55% de seu gás que o gás natural é utilizando
da estatal russa, também teve cortes no fornecimento. A China, por sua vez, aliada histórica da como fonte de energia por
Rússia, comprou no primeiro semestre de 2022 mais de 12 bilhões de euros em gás natural da diversos países, principalmente
Gazprom e passou a ocupar a primeira posição entre os consumidores do gás russo. Esses acon- na Europa. A exploração e a
tecimentos evidenciam a importância do acesso aos recursos energéticos na geopolítica mundial.
comercialização são respon-
239 sáveis por tensões e acordos
geopolíticos importantes no
mundo atual.
h) Está correto afirmar que esses interesses e Resposta: Com os dados de consumo
necessidades do mercado mundial impactam é possível observar quais são as fontes de
negativamente o equilíbrio dos ambientes energia mais utilizadas, mensurar os impac-
naturais? De que forma? Exemplifique. tos da produção e pensar em alternativas mais
3. Discuta com os colegas a importância de sustentáveis.
dados estatísticos, como os apresentados
nos gráficos, para a formulação de hipóteses
sobre problemas ambientais causados pelo
consumo de energia.

239
ENCAMINHAMENTO
Analise, utilizando o mapa
e os gráficos, as permanências
e as mudanças que ocorreram PANORAMA DA ENERGIA NUCLEAR
em relação à produção nuclear Como você já aprendeu, a energia nuclear é produzida em usinas termonucleares que utili-
na Europa a partir da década zam, principalmente, o urânio como combustível. Em 2019, a energia nuclear gerou pouco mais de
de 1980. 10% da eletricidade mundial, segundo dados divulgados pela International Energy Agency (IEA).
Analise o mapa a seguir.

União Europeia: produção de energia


nuclear, 2020 (em gigawatts-hora)

DACOSTA MAPAS
wich
OCEANO

rc GLACIAL ÁRTICO
683 512 GWh

reen
ulo de energia nuclear
Po produzida em 2020
lar

de G
Ár
tico Países que produzem

diano
energia nuclear
Países-membros da

Meri
FINLÂNDIA
União Europeia que não
SUÉCIA produzem energia nuclear
23 291 Produção de energia
nuclear (em GWh)
49 198
Mar r
Ma Fronteira
do
PAÍSES
BAIXOS Norte lt ico REP. TCHECA
4 087 Bá 30 043 ÁSIA
ALEMANHA ESLOVÁQUIA
BÉLGICA 64 382 15 444
OCEANO 34 435 HUNGRIA Fonte: NUCLEAR energy
16 055
ATLÂNTICO ROMÊNIA M
ar
in the EU 2020. Eurostat.
FRANÇA 11 466
353 833 Cá [S. l.], 11 jan. 2022.
sp
io Disponível em: https://
Mar Negro
BULGÁRIA
ESPANHA 16 626
ec.europa.eu/eurostat/
34 58 299
°N
ESLOVÊNIA statistics-explained/index.
6 353 php?title=File:Nuclear_
Ma electricity_
r
Med production_2020data_
ÁFRICA iterrâneo
0 649
Image.jpg. Acesso em:

2 ago. 2022.
RALF LIEBHOLD/SHUTTERSTOCK.COM

Entre as décadas de 1960 e 1990, a


energia nuclear passou por um momento de
expansão no mundo, sendo Estados Unidos
e Europa os que mais investiram nesse tipo
de energia. O declínio no uso dos reatores
nucleares teve início após o acidente nuclear
envolvendo a usina soviética de Chernobyl, em
1986, e se intensificou após o acidente da usina
de Fukushima, no Japão, em 2011. Na próxima
página, podemos analisar a situação das usinas
e reatores nucleares do mundo.
Usina nuclear de Cruas, França, 2019.

NÃO ESCREVA

PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

1. Qual dos países europeus tem a maior produção de energia nuclear e a maior
quantidade de reatores nucleares? A França.

240

240
ENCAMINHAMENTO

SONIA VAZ
Mundo: construção de usinas nucleares
Unidades em (1950-2020) Comente que, recentemente,
Os gráficos a seguir indicam duas
construção
houve aumento no investimento
240
informações importantes para a compre- 220
em tecnologias de produ-
ensão da atual situação de produção de 200 ção de energia nuclear, assim
energia nuclear no mundo. Analise-os. 180 como em testes de armamen-
160 tos. Países como França e Rússia,
Países investidores
Estados Unidos Rep. Tcheca
140 por exemplo, investem em reato-
120
Rússia China res e ogivas que utilizam energia
Canadá Índia 100
França Japão nuclear. Converse com os estu-
80
Reino Unido Coreia do Sul
60
dantes sobre a capacidade dos
Alemanha Outros países
Suécia Consórcios internacionais 40 países de produzir energia a partir
20 da fissão nuclear e a influência
Fonte: REACTORS Under Construction – Year
by Year. World Nuclear Industry Status 0 dos armamentos nucleares nas
1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
Report. [S. l.], c2022. Disponível em: https://
www.worldnuclearreport.org/reactors. Chernobyl Fukushima disputas geopolíticas.
Anos
html#tab=iso;. Acesso em: 2 ago. 2022.

SONIA VAZ
Mundo: reatores nucleares e capacidade de operação, em gigawatts
Unidades (1954-2021) Produção (em GW)
500 500

400 400

300 300

200 200

100 100

0 0
1954 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 jul. 2021
Anos
Reatores em operação Capacidade de operação

Fonte: SCHNEIDER, Mycle; FROGATT, Antony. The world nuclear industry status report 2021. Paris: A Mycle
Schneider Consulting Project, set. 2021. p. 50. Disponível em: https://www.worldnuclearreport.org/IMG/pdf/
wnisr2021-hr.pdf. Acesso em: 2 ago. 2022.

Os gráficos demonstram a gradual diminuição na construção de reatores nucleares após a


década de 1980, marcada pelo acidente de Chernobyl. Além disso, é possível notar que o número
de reatores e a capacidade de operação nuclear voltaram a crescer nos últimos dez anos.
De acordo com dados divulgados pelo World Nuclear Industry, China, Índia, Rússia, Coreia
do Sul, França, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos foram os países que mais investiram na
construção de reatores nucleares entre 2004 e 2020.
Em 2020, China, Rússia, Paquistão, Argentina, Armênia, Bélgica, França, Alemanha, Japão
e Emirados Árabes Unidos aumentaram sua participação na produção de energia nuclear. Esse
aumento se deu a partir da implantação de programas para reativar ou aumentar a produção dos
reatores nucleares desses países como forma de diversificar a produção energética.

241

PARA AMPLIAR
Indicação para o estudante
• SONHOS. Direção: Akira Kurosawa. Japão; Estados Unidos: Warner Bros., 1990. Vídeo
(119 min).
Um clássico do cinema, o filme divide-se em seis episódios. Em “Monte Fuji em chamas”,
é retratada a tragédia da erupção do monte Fuji e são discutidos os males das usinas nuclea-
res e do descaso da humanidade com o meio ambiente.

241
ENCAMINHAMENTO
Chame a atenção dos estu-
dantes para o fato de que
acidentes graves são riscos ACIDENTES ENVOLVENDO ENERGIA NUCLEAR
de toda produção de energia Um dos motivos que levaram muitos países a desativar algumas ou todas as suas usinas
nuclear. nucleares são os danos que podem ser causados caso ocorram falhas no funcionamento. Ucrânia,
Analise as consequências dos Japão e Estados Unidos são países que sofreram as consequências de falhas em reatores nucleares.
acidentes para a população. Conheça os casos a seguir.
Converse com os estudan-
tes sobre ética, justiça social e

BETTMANN/GETTY IMAGES
resiliência dos povos que sofre- Three Mile Island
ram sérios problemas de saúde (1979)
Em março de 1979, os
em decorrência dos aciden-
reatores da usina de Three
tes nucleares. Essa abordagem Mile Island, localizada
possibilita o desenvolvimento na Pensilvânia (Estados
Unidos), não foram
da Competência de Geografia
resfriados corretamente.
7, que trata sobre o agir pessoal Essa falha técnica
e coletivamente com respeito e foi responsável pelo
derretimento parcial de um
responsabilidade.
dos reatores da usina. Como
consequência, os dejetos
radioativos contaminaram
a atmosfera e o Rio
Susquehanna, provocando
a evacuação de mais de 140
Usina nuclear de Three Mile Island, Estados Unidos, 1979. mil pessoas.
KATHERINE JACOBSEN/AP PHOTO/IMAGEPLUS

Desastre de Kyshtym
(1957)
O acidente nuclear de Kyshtym
aconteceu em setembro de 1957
e é o terceiro maior da história.
O complexo nuclear de Mayak
era um dos mais importantes
da União Soviética. A usina foi
construída para o enriquecimento
de plutônio, material utilizado
para fabricação de bombas
atômicas. Uma falha de
refrigeração em um dos tanques
de resíduos radioativos causou
uma explosão química que
contaminou os arredores da usina
com radioatividade e poluiu o Rio
Construção em ruínas atingida por acidente nuclear em Techa e o Lago Karachay.
Kyshtym, em 1957. Rússia, 2014.

242

242
ENCAMINHAMENTO
Converse com os estudantes
sobre os impactos ambientais
ONLY FRANCE/ONLY FRANCE/AFP

Acidente nuclear de Saint- e sociais causados pelo uso da


-Laurent-des-Eaux (1980)
energia nuclear e pelos aciden-
Em março de 1980, o segundo reator da
usina nuclear de Saint-Laurent-des-Eaux,
tes nas usinas, causados por
na França, atingiu temperaturas elevadas má condução das atividades e
devido a intensas atividades de reações de testes realizados. Discuta com
fissões nucleares e à falha no sistema de
resfriamento. Como consequência, mais
os estudantes sobre a impor-
de 20 kg de material radioativo foram tância geopolítica da produção
derretidos. energética.
Usina nuclear de Saint-Laurent-
-des-Eaux, França, 2021.
Após reparos, a usina seguiu
funcionando.

Chernobyl (1986)

VLADIMIR REPIK/AFP
Em abril de 1986, um dos reatores da usina
de Chernobyl, da URSS, localizada no atual
território da Ucrânia, explodiu durante um teste
de segurança. O teste consistia no aquecimento
do reator para observar a capacidade do sistema
de resfriamento. Com a falha no procedimento e
no sistema de resfriamento, o reator de número
quatro explodiu e resultou na morte de mais
de 25 mil pessoas em decorrência da radiação
ao longo do tempo e durante a evacuação da
área. Uma caixa de concreto, aço e chumbo foi
construída para isolar o material radioativo; no
entanto, as cidades ao redor da usina foram Usina de Chernobyl, ex-URSS, 1986.
esvaziadas e a área é proibida para habitação.
AIR PHOTO SERVICE/AFP

Daiichi (2011)
Em 11 de março de 2011, um
terremoto, seguido de tsunâmi, atingiu a
costa leste do Japão, incluindo a região
onde se localiza a Usina Nuclear de
Fukushima Daiichi. Três dos seis reatores
foram danificados, o que resultou na
liberação de material radioativo na
cidade, contaminando os alimentos
produzidos e a água para consumo. O
acidente é classificado como o segundo
maior acidente nuclear do mundo, ficando
atrás apenas de Chernobyl, em 1986.
Acidente nuclear na Usina Nuclear Fukushima Daiichi,
Japão, 2011.

243

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Pesquisem quais dessas usinas ainda estão em funcionamento. Como estão as cidades em
seu entorno?
Resposta: Os estudantes devem levantar dados sobre as usinas apresentadas na página
dupla, informar se elas ainda estão ativas e como está a população em seu entorno.

243
ENCAMINHAMENTO
Retome com os estudantes
que a energia nuclear pode
ser utilizada como fonte de ARCO DO PACÍFICO: OS TESTES NUCLEARES E A
energia e para produção de SAÚDE
armamentos. Após a Segunda
Os impactos ambientais causados pelos acidentes nucleares não ficam limitados apenas ao
Guerra Mundial, em 1968, foi
momento de sua ocorrência. A contaminação do solo, das águas e da atmosfera faz com que os
assinado pelos países o Tratado habitantes das regiões onde ocorreram acidentes, ou próximas a elas, sofram as consequências
de Não Proliferação de Armas durante muitos anos.
Nucleares, como tentativa de A região do arco do Pacífico, próximo à Polinésia Francesa, já foi um local de testes nucleares
parar a produção desse tipo realizados pela França entre os anos de 1960 e 1990. De acordo com dados divulgados em rela-
de armas. Os impactos desse tórios do projeto Moruroa Files, cerca de 110 mil pessoas da região foram afetadas pela radiação
tipo de armamento bélico emitida nos testes. Observe o mapa a seguir.
são causados não apenas em
caso de ataques, mas os testes Arco do Pacífico: espaço estratégico (2019)

ERICSON GUILHERME LUCIANO


RÚSSIA I. Amchitka (EUA)
que envolvem sua produção COREIA
DO NORTE
OCEANO
são realizados nos oceanos e Bases militares e/ou cooperação
Estadunidense (ativa)
COREIA
DO SUL
PACÍFICO
EUA

desertos, não muito distante Estadunidense (desativada) CHINA


JAPÃO
I. Okinawa
Is. Havaí
Francesa
de comunidades humanas, Chinesa I. Marianas
Trópico de Câncer

FILIPINAS do Norte I. Eniwetok


resultando em problemas Chinesa (negociação)
GUAM
I. Bikini

I. Johnston
Presença de armas nucleares
ambientais por causa da libe- Estocagem de dejetos nucleares PALAU
FEDERAÇÃO
DOS ESTADOS
DA MICRONÉSIA
MARSHALL

Equador

ração de material radioativo Testes balísticos à distância 0°


PAPUA NOVA
KIRIBATI I. Malden
Testes nucleares INDONÉSIA GUINÉ I. Salomão TUVALU

nos lugares e pondo em risco Desativados por acordos


VANUATU
Is. Wallis
I. Futuna
Is. Tokelau
I. Cook
Antigos Is. Samoa Is. Fangatau
a saúde e a vida das pessoas Áreas inabitáveis em razão dos AUSTRÁLIA
NOVA
CALEDÔNIA
FIJI
TONGA
I. Níue
POLINÉSIA Trópico de
altos índices de radioatividade FRANCESA Is. Pitcairn Capricórnio
de comunidades e cidades pró- Focos de tensão
I. Mururoa

Tensão territorial
ximas às áreas de teste, como Número de testes nucleares
140 NOVA
é o exemplo da região da ZELÂNDIA

66 0 1 451
Polinésia Francesa. 12
180°
Discuta com os estudantes Fonte: SIMIELLI, Maria Elena Ramos. Geoatlas. 35 ed. São Paulo: Ática, 2019. p. 102.
a importância da interrupção
O governo francês reconheceu os danos causados apenas 23 anos após a finalização dos 193
de tais testes e, por meio do
testes realizados na região. Ainda de acordo com dados do projeto Moruroa Files, estima-se que
mapa, identifique a distribuição
cerca de 10% da população da Polinésia Francesa possa desenvolver algum tipo de câncer devido
das áreas militarizadas. Discuta à exposição à radiação dos testes. Como tentativa de redução dos danos causados à população,
as razões de o Arco do Pacífico o governo francês tem pagado indenizações; no entanto, o relatório também mostra que, até
ser alvo de estratégias milita- 2021, mais de 80% das solicitações foram negadas, e que apenas 454 receberam algum tipo de
res. Relacione a participação indenização.
das grandes potências mun-
NÃO ESCREVA
diais nesse processo.
PENSE E RESPONDA
NO LIVRO.

PARA AMPLIAR 1. Quais são as consequências que acidentes nucleares podem causar para a
Texto complementar população e o meio ambiente?
Contaminação do ambiente físico, como solo, água e ar, prejudicando a população que reside e
Quatro dias depois da trabalha na região do acidente, às vezes a fazendo abandonar suas casas. Além disso, altos níveis de
misteriosa explosão que 244 radiação também podem adoecer as pessoas.
causou a morte de pelo me-
nos cinco pessoas em uma
remota base do norte da
Rússia, às margens do mar que, sob qualquer circunstância, irá até o que depois tenha retirado essa informa-
Branco, Moscou reconheceu final”. “É o melhor tributo que podemos ção –, muitos moradores foram comprar
na segunda-feira que o aci- prestar-lhes”, afirmou Alexey Likhachev, iodo, um elemento químico utilizado em
dente estava ligado a testes diretor da Rosatom, que os considera “he- certos casos para limitar os efeitos da ex-
de “novas armas”. Durante róis nacionais”. posição da radiação. “Recebemos muitas
um funeral em memória dos [...] ligações, nós já não temos”, diz por tele-
cientistas que morreram no Enquanto isso, na cidade de Arkhangel- fone o responsável pela farmácia Jardim,
acidente, a agência nucle- sk o pânico chegou a muitas casas. Após de Arkhangelsk.
ar russa (Rosatom) afirmou a Administração local reconhecer que os [...]
que “continuará o trabalho níveis de radiação aumentaram 20 vezes Se as suspeitas dos especialistas
sobre esse novo tipo de arma seu nível normal em meia hora – ainda norte-americanos de inteligência se con-
244
ENCAMINHAMENTO
Destaque aos estudantes
a importância das pesquisas
AS FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA:
científicas e investimento em
BIOMASSA, ENERGIA EÓLICA E ENERGIA SOLAR técnicas e tecnologias para a
O investimento em fontes de energia renováveis e limpas produção de energias alter-
LEMBRE
vem crescendo no mundo todo. Cada vez mais, os países buscam nativas. Ressalte as vantagens
reduzir o consumo de energia proveniente de combustíveis Fontes renováveis são tipos e desvantagens de cada uma
de recursos energéticos
fósseis para diminuir os impactos ambientais causados por sua
que seguem um ciclo de
dessas formas de energia e sua
exploração e seu consumo e diversificar sua produção energética. contribuição para a redução da
disponibilidade em escala
Observe, no mapa a seguir, os dez países que mais geram humana, isto é, fontes hídricas, emissão de gases poluentes e
energia renovável no mundo. eólicas, solar (fotovoltaica) e demais riscos provenientes de
de camada interna da Terra
(geodínamo).
fontes como o petróleo e a
Mundo: os dez países com maior produção
de energia renovável, em megawatts (2019)
energia nuclear.
Debata com os estudantes

ROBSON ROCHA/K2LAB DESIGN


OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Círculo Polar Ártico

sobre o tema “biocombustí-
FRANÇA
ALEMANHA
130 831 MW CHINA
788 916 MW
veis”, questionando os efeitos
CANADÁ
54 655 MW
e consequências do alto investi-
101 171 MW
ESPANHA

Trópico de Câncer
57 929 MW
ITÁLIA
JAPÃO
119 355 MW mento nessa fonte de energia.
59 255 MW
ESTADOS UNIDOS OCEANO OCEANO
283 656 MW ATLÂNTICO ÍNDIA PACÍFICO
Equador 133 018 MW

Meridiano de Greenwich

OCEANO OCEANO
PACÍFICO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio

BRASIL
141 932 MW

Círculo Polar Antártico OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO

0 2 745

Fonte: ENERGIA renovável no Brasil: confira oportunidades, desafios e exemplos de empresa que
utilizam. Esfera Blog. [S. l.], 19 mar. 2021. Blogue. Disponível em: https://esferaenergia.com.br/fontes-de-
energia/energia-renovavel-no-brasil/. Acesso em: 2 ago. 2022.
SONIA VAZ

Na última década, fontes renová- Mundo: Consumo de energia renovável,


veis de energia, como a solar e a eólica, em exajoules (1990–2019)
tiveram significativos aumentos de pro- Consumo de energia
(em EJ)

dução. Observe, no gráfico a seguir, a 70

60
evolução do consumo de energia reno-
50
vável mundial por fonte. 40

30

20
Elaborado com base em: IRENA et al. Tracking
SDG7: the energy progress report 2022. 10

Washington, DC, c2022. p. 12. Disponível em: 0


19 0
19 1
19 2
93

19 4
19 5
96

19 7
98

20 9
20 0
01

20 2
20 3
20 4
05

20 6
20 7
20 8
20 9
20 0
20 1
20 2
20 3
20 4
20 5
20 6
20 7
20 8
19

https://www.irena.org/-/media/Files/IRENA/
9
9
9

9
9

9
0

0
0
0

0
0
0
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
19

19

19

19

20

20

Anos
Agency/Publication/2022/Jun/SDG7_Tracking_
Uso tradicional de biomassa Hidrelétricas Energia solar
Progress_2022.pdf. Acesso em: 2 ago. 2022. Bioenergia moderna Energia eólica Outras

245

firmarem, apuradas pelo The New York Times, seria, na


terminologia da OTAN, um SSC-X-9 Skyfall, um míssil que
tem como principal característica sua capacidade para chegar
a qualquer ponto do planeta, por possuir um pequeno reator
nuclear que eliminaria as limitações de alcance dos mísseis
com combustível convencional.
[...]
FERNÁNDEZ, Rodrigo. Moscou admite que a explosão em uma base
russa estava ligada a testes de “novas armas”. El País, Moscou,
13 ago. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/12/
internacional/1565633428_790357.html. Acesso em: 14 ago. 2022.

245
ENCAMINHAMENTO
Proponha aos estudantes a
elaboração de um fôlder de
divulgação científica, expli- A biomassa como combustível
cando como a biomassa, como O uso de biomassa (matéria orgânica de origem vegetal ou animal) como combustível surge
combustível, pode ajudar na como alternativa à gasolina e à produção de energia. Um exemplo de biocombustível produzido
diminuição da poluição e ser a partir de bioenergia é o etanol, que tem como matéria-prima a cana-de-açúcar.
uma maneira de impactar O processo para produção do etanol permite que toda a matéria-prima seja utilizada de dife-
rentes formas, ou seja, tudo que é gerado, incluindo resíduos, é aproveitado em todo o processo
menos o ambiente e as mudan-
produtivo. O bagaço da cana-de-açúcar que é descartado após a produção do etanol pode ser
ças climáticas. Explique a eles utilizado como adubo para plantações e, também, para produzir vapor de água que, por sua vez,
que o Brasil é um dos principais é utilizado para abastecer geradores elétricos.

SONIA VAZ
centros mundiais na produção Mundo: cinco maiores
A Itália é a maior produtora de energia
produtores de energia elétrica
de biocombustíveis, especial- elétrica gerada por biocombustível líquido do gerada por biocombustível
mente o etanol, sendo foco de mundo. De acordo com a Agência Internacional líquido (2020)
estudos europeus e estaduni- de Energia Renovável (IRENA), em 2020, o produção
(em GWh)
denses que englobam questões país gerou mais de 4 600 gigawatts-hora. O
5 000 4 667
gráfico a seguir apresenta os dados dos maiores
técnicas e socioambientais.
produtores. 4 000
Adicione como elemento
3 000
para a discussão em sala exem-
plos de análises de caso, como 2 000 1 918

a produção do automóvel Ford 1 000


566
Modelo T, de Henry Ford, pro- Fonte: COUNTRY Rankings – Bioenergy. IRENA. 308 298
[S. l.], 20 jul. 2022. Disponível em: https://public. 0
duzido pela primeira vez em tableau.com/shared/RJJ2DYH4Y?:showVizHome=no.
Itália Coreia
do Sul
Brasil Alemanha Estados
Unidos
1903 e projetado para operar Acesso em: 10 ago. 2022. Países

com etanol. Porém, logo


depois, descobriram reservas Energia eólica
de petróleo na Pensilvânia e no A energia eólica produz energia elétrica com aerogeradores que se assemelham a moinhos
Texas e os carros e caminhões de vento. A partir dos movimentos das hélices dos geradores, a energia mecânica produzida pelo
foram convertidos quase intei- movimento é transformada em energia elétrica.

SONIA VAZ
A China é o grande produtor mundial de Mundo: dez maiores produtores
ramente para gasolina (à base de energia eólica (2020)
energia eólica. Em 2020, o país gerou mais
de petróleo).
de 467 000 gigawatts-hora (dados IRENA). (em GWh)
37
Analise, no gráfico a seguir, a produção dos 500 000
70

PARA AMPLIAR
46

dez maiores países geradores de energia eólica 400 000


18
18

Texto complementar do mundo.


34

300 000
Pesquisas buscam
200 000
diminuir o impacto
02
21
13

ambiental da mobilidade
9

100 000
36

4
52

05

44
75

8
79
63

6
57

63
56

52
39
com biocombustíveis 35

27
0
Diminuir os impactos am- Fonte: COUNTRY Rankings – Wind energy.
Un a
em s
ha

Es asil

Fr a
C ça

ia
a

Su á
Al ido
os in

nh
di
id

ad

éc
an
Re an
ad Ch

Ín
Un

Br
pa

IRENA. [S. l.], 20 jul. 2022. Disponível em:


an

bientais é um dos desafios


o
in

https://public.tableau.com/shared/595
de quem pensa a mobili-
t

STMFYB?:showVizHome=no. Acesso em: 10


Es

Países
ago. 2022.
dade, contando com novas
tecnologias e pesquisas para 246
ampliar o uso de combustí-
veis sustentáveis. O setor
do transporte foi a segun-
da maior causa de emissões da matriz energética brasileira, sendo a estão em andamento com o objetivo de
de dióxido de carbono (CO2) maior parte sucroenergético (álcool, açú- implementar o uso de combustíveis sus-
no Brasil: representou 11% car e biomassa da cana) ou proveniente tentáveis.
do total bruto de 1 927 bi- das oleoginosas, como soja, dendê, gi- [...]
lhões de toneladas, ficando rassol, babaçu, amendoim, mamona e SINIMBÚ, Fabíola. Pesquisas buscam diminuir
atrás apenas do setor agro- pinhão-manso. o impacto ambiental da mobilidade com
pecuário, segundo pesquisa Outros combustíveis, como o biodiesel biocombustíveis. Agência Brasil, Brasília,
de resíduos da indústria de alimentos e o DF, 18 ago. 2017. Disponível em: https://
realizada pelo Observatório
agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2017-08/
do Clima. biometano, têm ganhado espaço, ainda de pesquisas-buscam-diminuir-o-impacto-
Atualmente os biocom- forma discreta. [...] ambiental-da-mobilidade-com. Acesso em: 14
bustíveis representam 38% Em todo o país, diversas pesquisas ago. 2022.
246
ENCAMINHAMENTO
Trabalhe com os estudantes
Energia solar os diferentes tipos de energias
alternativas e renováveis, res-
A energia solar é produzida a partir de

SONIA VAZ
painéis solares que podem funcionar de duas Mundo: dez maiores produtores saltando os prós e contras da
formas distintas. Na primeira, normalmente, os de energia solar* (2020) instalação e utilização de cada
(em GWh)
painéis são feitos de silício, que, quando aque- 300 000 uma delas. Por exemplo:

59
16
cido pelo calor solar, conduz elétrons, o que • a energia eólica apresenta al-

26
250 000

resulta na produção de energia elétrica. Essa 200 000 ta captação de energia nas
é a energia solar fotovoltaica. Na segunda, os 150 000 regiões com boas correntes

29
93
painéis receptores de luz solar são direcionados de vento e ausência de emis-

11

7
100 000

08
79

6
para um recipiente com líquido de armazena- são de gases poluentes, mas

66

1
64
54

48

4
50 000

3
95

7
03

0
66

96

66
24

21
mento de calor. A água aquecida é armazenada tem alto custo de instalação

20

17

16
0
em caldeiras, gerando o vapor que é convertido e poluição sonora pelos baru-

Un a
os

ha

Au ália

lia

a ha

Vi l

em ia

Su
n

Al Índ


do hi

an

an

et
id

It

do
Ja

st
C

C sp
em energia elétrica. Esse processo recebe o

E
s
lhos das turbinas.

ei
or
ta
Es
nome de termelétrico. Países
*Produção fotovoltaica e termelétrica • A energia hidrelétrica não
Analise, no gráfico ao lado, os dados dos
emite dióxido de carbono,
dez maiores produtores de energia solar. Fonte: COUNTRY Rankings – Solar energy. IRENA. [S. l.],
20 jul. 2022. Disponível em: https://public.tableau.com/sha mas há a necessidade de
Os avanços tecnológicos na produção de red/DM7P942BC?:toolbar=n&:display_count=n&:origin=-
inundação de áreas para cria-
energia elétrica possibilitam reduzir o consumo viz_share_link&:embed=y. Acesso em: 11 ago. 2022.
ção das represas.
de fontes de energia e combustíveis fósseis. Um

ZHU HAN/XINHUA/AFP
exemplo são os carros elétricos, mais comuns • A energia de biomassa é pou-
no Japão, mas que têm expandido seu mercado co poluente em comparação
consumidor para Europa e Estados Unidos. aos combustíveis fósseis e
Carros movidos a energia elétrica não emitem possui alto reaproveitamento
CO², o que contribui para a redução da emissão da matéria-prima. No entan-
de gases do efeito estufa, além de possuir to, exige desmatamento para
menor custo de abastecimento. A empresa área de plantio.
de veículos Toyota lançou, em 2021, um carro
100% elétrico que se espera ter necessidade de
Produção de energia elétrica a partir de
abastecimento apenas quatro vezes ao ano. No
painéis solares na província de Zhejiang,
Brasil, a Shell inaugurou seu primeiro posto de China, 2022.
abastecimento para carros elétricos em 2022. JGALIONE/E+/GETTY IMAGES

De acordo com a empresa, os “tanques” elétri-


cos podem ser 100% abastecidos por um valor
de R$ 78,00 enquanto o custo médio para o
abastecimento de um tanque de 50 litros de
gasolina é de R$ 363,50 de acordo com dados
da ANP.
Após analisar os dados de diversos tipos
de energias renováveis, é possível notar que, na
busca por alternativas aos combustíveis fósseis,
a Ásia e a Europa sempre são destaques.
Mulher abastecendo seu carro elétrico em
sua residência em Okayama, Japão, 2021.

247

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Comparando os diferentes tipos de energias alternativas e renováveis, quais são os prós e
contras da instalação e utilização de cada uma delas?
Resposta: Os estudantes devem apresentar os prós e contras sobre as energias alternativas.

247
FÓRUM
O Fórum proposto amplia o
tema das formas alternativas
de energia. Converse com os FÓRUM NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
estudantes sobre os países que A energia gerada pelas correntes marítimas ainda é pouco explorada, mas tem grande
exploraram a energia prove- potencial, devido à previsibilidade e à abundância dos recursos (as correntes). Leia o texto
niente das correntes marítimas, a seguir.
como o Japão e o Reino Unido.
Se julgar pertinente, leve para A ‘superturbina’ submarina que é aposta do Japão para futuro da
a turma dados para analisar energia
a produção anual da energia [...] Kairyu, cujo nome significa “corrente oceânica” em japonês, apresenta uma
estrutura de 20 metros de comprimento acompanhada por um par de cilindros de
desses dois países. tamanho semelhante.
Cada um dos cilindros possui um sistema de geração de energia conectado a uma
Atividade turbina de 11 metros de comprimento.
O aparelho será conectado ao fundo do mar por uma espécie de âncora e um
1. Resposta pessoal. A partir do cabo de força, que servirá também para transportar a energia gerada até o continente.
debate, os estudantes irão Conforme explicado em seu site da IHI Corporation, o design significa que o
levantar hipóteses sobre os dispositivo pode ser movido, levantado ou abaixado, para encontrar a orientação da
corrente mais eficiente para a geração de eletricidade.
danos causados, que podem O Kairyu foi projetado para flutuar cerca de 50 metros abaixo do nível do mar.
ser a interferência na vida A força da água faz girar as lâminas da turbina, colocadas em direção oposta, o
marinha. Devido aos altos que, juntamente com uma série de sensores de posição, faz com que o dispositivo per-
maneça relativamente estável, apesar dos movimentos dramáticos da água na área.
custos de implementação, os A nova superturbina será colocada na chamada corrente Kuroshio, uma corrente
países em desenvolvimento oceânica que flui do leste da costa japonesa na direção nordeste a uma velocidade
podem não optar por essa de 1 a 1,5 metro por segundo.
A empresa por trás do projeto estima que, se a energia presente pudesse ser
matriz energética. aproveitada em outros empreendimentos de Kairyu, seria possível gerar cerca de 200
gigawatts de eletricidade, valor que representa 60% do que o país consome atualmente.
A 'SUPERTURBINA' submarina que é aposta do Japão para futuro da energia. BBC News, [s. l.], 23 jun. 2022.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61858964. Acesso em: 2 ago. 2022.

RENAN LEEMA
IMAGEM FORA
Geração de eletricidade a partir de correntes marítimas DE PROPORÇÃO.

superfície do mar AS CORES NÃO


SÃO REAIS.
50 m
gerador Fonte: IHI DEMONSTRATED
sobe para
manutenção the World’s Largest Ocean
Current Turbine for the
corrente oceânica
First Time in the World.
IHI Engineering Review,
[Tóquio], v. 52, n. 1, p. 7,
2019. Disponível em: https://
cabo da âncora cabo de transmissão www.ihi.co.jp/var/ezwebin_
de energia
site/storage/original/
âncora
cabo submerso
application/5a7bd
9898dee90868aa1e1e085
beb50b.pdf. Acesso em: 11
ago. 2022.

1. Discuta com seus colegas e levante hipóteses sobre os possíveis danos causados por
esse tipo de produção energética e os possíveis entraves para utilização em países
em desenvolvimento e com economia emergente. Ver resposta e comentários em
orientações didáticas.

248

PARA AMPLIAR
Atividade extra
Imagine que você é um consultor ambiental
e foi contratado para assessorar a implanta-
ção de uma usina de energia no estado em
que você mora. Para isso você deve avaliar
relevo, hidrografia, composição do solo, dinâ-
mica dos ventos, incidência solar e cobertura
vegetal.

248
ENCAMINHAMENTO
1. a) França, Bélgica, Eslováquia, Ucrânia, Hungria, Eslovênia,
Suíça, Suécia, Coreia do Sul e Armênia. Por meio da análise de
b) O continente europeu, seguido pelo asiático. situações problemas e dados
AT IV IDADE S NÃO ESCREVA
NO LIVRO.
c) São, em grande maioria, países considerados econômica e
tecnologicamente desenvolvidos.
estatísticos, as atividades pro-
d), e), f) Ver resposta e comentários em orientações didáticas. postas contribuem para que os
1. Em seu caderno, responda às questões a seguir sobre a energia nuclear mundial. estudantes trabalhem os con-
a) Liste os 10 países com as maiores produções de energia nuclear. ceitos apresentados ao longo
b) Qual continente reúne a maior quantidade desses grandes produtores? do capítulo. Por meio delas,
c) O que se pode afirmar sobre o nível de desenvolvimento desses países? também é possível analisar a
d) Aponte dois motivos para esses países investirem em energia nuclear. aprendizagem dos estudantes,
e) Quais desses países dependem predominantemente de energia nuclear? Explique. identificar os pontos de dificul-
f) De acordo com o conteúdo estudado nesta unidade, quais são os principais riscos econômicos dade e pensar em estratégias
da dependência total de energia nuclear?
para que a dificuldade seja
2. A Sibéria é uma importante região na produção e exportação de gás natural, no ter- superada.
ritório russo. A região possui um trecho de gasodutos de 3 mil quilômetros – o que
equivale à distância em linha reta de Porto Alegre (RS) a São Luís (MA). Na região, os Atividades
gasodutos da costa leste, no circuito de Sakhalin-Khabarovsk-Vladivostok, e o gasoduto
Heihe-Xangai, em construção no território chinês e com previsão de entrega para 2023, 1. d) Duas razões principais:
são conectados. O trajeto atravessa as montanhas de Yukurtsky e os campos de taiga contiguidade territorial de
de Khovanskoye, na região de Yakutia, seguindo para a planície do Rio Amur, afetando recursos alternativos de pro-
distintos ecossistemas. 2. São empregados sistemas de monitoramento em tempo real, com
uso de geotecnologias, dos gasodutos da região. Todo o processo dução de energia, sobretudo
Observe o infográfico a seguir. está conectado e possui tecnologias automatizadas, o que garante a
a sua esgotabilidade (carvão,
segurança. Os gasodutos possuem tecnologia para rápida e segura transmissão do gás.
petróleo), caso da maioria dos

ANDRÉ VAZZIOS
Força da Sibéria: tecnologia
IMAGEM FORA países europeus centrais na
DE PROPORÇÃO.
Diâmetro
Revolução Industrial; demanda
AS CORES NÃO
SÃO REAIS.
do duto
produtiva principalmente nos
Uso de sistema de monitoramento
geotecnológico das condições dos
setores industriais especializa-
Interior antifricção para garantir eficiência
gasodutos em tempo real
na transmissão de gás dos, como o aeroespacial e o
bélico.
Cobertura externa à base de materiais
nanotecnológicos para proteger os dutos e) O predomínio da dependên-
da corrosão
cia de energia nuclear ocorre
Tecnologias automatizadas
promovendo segurança no Aprimoramento da capacidade de na França, na Alemanha e no
processo deformação dos dutos que atravessam áreas
tectônicas ativas Japão. Os estudantes podem
recuperar parte das razões da
questão anterior, ou ainda, no
caso dos países europeus, jus-
Solda automatizada e triplo
controle das juntas soldadas
pressão do gás no
gasoduto
tificar a necessidade de buscar
(visual, ultrassônica, raio X)
independência em relação ao
gás natural russo.
Elaborado com base em: POWER of Siberia. Gazprom. São Petersburgo, 4 dez. 2019. Disponível em:
https://www.gazprom.com/press/media/2019/308796/. Acesso em: 2 ago. 2022. f) Os principais riscos estão
• Com base no infográfico, caracterize as tecnologias envolvidas na transmissão do relacionados ao alto custo de
gás natural russo. manutenção e à necessidade
249 de fiscalização contínua, como
a criação de sistemas de segu-
rança, gerenciamento de lixo e
Depois, faça o que se pede a seguir: a localização da usina. resfriamento de reatores. Em
a) De acordo com as características analisadas, caso de acidentes, o forneci-
Resposta: Resposta pessoal. Os estudan-
indique o tipo ideal de usina a ser implan- mento de energia pode ser
tes irão produzir um croqui cartográfico e
tada e o local. Justifique sua resposta. comprometido, e a falta de
indicar a localização de instalação da usina.
alternativas energéticas pode
Resposta: Resposta pessoal. Os estudan- c) Compartilhe os resultados com os colegas
pôr em xeque a segurança
tes devem indicar o local adequado para em sala de aula e avaliem quais propostas econômica do país.
instalação da usina no estado em que vivem, são mais coerentes.
considerando as características físico-naturais Resposta: Os estudantes devem apresen-
adequadas. tar as propostas elaboradas e dialogar sobre
b) Faça um croqui do seu estado e inclua nele elas.
249
ENCAMINHAMENTO
Nesta seção, será trabalhada
a questão geopolítica do petró-
leo, com a discussão sobre as
Ilhas Paracel e o Mar Meridional C AR T OGR AFIA
da China. Por meio de imagens
de satélites e mapa de fluxo
das embarcações nessa região, AS ILHAS PARACEL E A GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO
serão trabalhadas as habilida- Atualmente, a China é um dos maiores compradores e exportadores mundiais de mercadorias
des EF09GE10 e EF09GE14. diversas, o que fez com que o governo reativasse e expandisse a antiga Rota da Seda, que você já
Discuta com os estudantes estudou em outros momentos. Um dos projetos que contribuíram para a expansão dessa rota foi
a construção de ilhas artificiais no Mar Meridional da China, com portos para abastecer os navios
sobre os conflitos territoriais da
e controlar o território marítimo. O complexo das Ilhas Paracel é um exemplo disso.
região e as consequências disso Nas imagens de satélite a seguir, podemos observar duas ilhas que compõem o complexo
para a população local e para a de Ilhas Paracel.
geopolítica mundial.

MAXAR TECHNOLOGIES/GOOGLE EARTH

DIGITALGLOBE/SCAPEWARE3D/MAXAR/GETTY IMAGES
Ilha Paracel Maxar Technologies, China, 2019. Ilha Paracel Tree Island, China, 2018.

A região tem grande importância geoestratégica, pois faz parte da rota de navios cargueiros,
petrolíferos e de pesca. O mapa a seguir mostra o intenso fluxo marítimo regional.
Em função das tensões geopolíticas que envolvem a região do Mar Meridional da China,
navios turísticos e cruzeiros quase não são encontrados na região. Além disso, a maior parte dos
navios que aportam nas ilhas tem como destino final os portos chineses ou vietnamitas.

Mar Meridional da China: fluxo


marítimo (2 de agosto de 2022)

DACOSTA MAPAS
CHINA
115° L

20° N
VI

MAR MERIDIONAL DA CHINA


ET

0 169

FILIPINAS

Navios de carga LAOS


Navios petroleiros
Navios de passageiros/cruzeiros
Navios de pesca
Navios militares
Outros CAMBOJA

Fonte: VESSELFINDER. [S. l.], [20--]. Site. Disponível em: https://www.


vesselfinder.com/. Acesso em: 2 ago. 2022.

250

250
Atividades
2. A concentração da zona
urbana da ilha está sempre
NÃO ESCREVA 1. Nas imagens, é possível perceber o traçado de ruas, construções de de um lado só, ou seja, não
ATIVIDADES NO LIVRO. prédios e delimitações de quadras e planejamento que são próprios do
arranjo urbano. é utilizada toda a área para
construção. Além disso,
1. Ao observar as imagens de satélite das Ilhas Paracel, quais são os elementos de infra-
estrutura urbana que você pode perceber? pode-se perceber um certo
ordenamento e padrão na
2. Que elementos observados nas imagens de satélite possibilitam perceber o padrão da
distribuição espacial das construções presentes nas ilhas?
forma de ocupação, por
Ver resposta e comentários em orientações didáticas. meio de quadras que aparen-
3. De que maneira o arranjo espacial das ilhas contribui para o escoamento da produção
tam mesmo tamanho, além
no Mar Meridional da China? As ilhas possuem portos para o abastecimento de navios e colaboram
como pontos de apoio para as embarcações, favorecendo o fluxo marítimo na região. das áreas destinadas ao atra-
4. Ao observar o mapa da página anterior, identifique as variáveis visuais utilizadas para camento de embarcações.
representar os navios. As variáveis visuais utilizadas são ponto, para indicar a localização das
embarcações, e a variável cor, para diferenciar os tipos de embarcação.
5. Leia o texto a seguir e observe as imagens.

SATELLITE IMAGE (C) 2022/MAXAR TECHNOLOGIES/GETTY IMAGES


Ilhas artificiais e sua construção
O processo é extremamente simples
[...]. O primeiro requisito é uma base para
construir. [...] Para erguer suas ilhas arti-
ficiais, a China constrói sobre ilhas já
existentes, rochas e até mesmo recifes
de corais.
Construir uma ilha que possa supor-
tar pistas de pouso e outras instalações
estudado com outros fenô-
militares requer muita areia. Para reco-
lhê-la, a China usa uma frota de dragas. Ilha artificial Fiery Cross, no Mar do menos e com a totalidade
Estes são navios projetados para recolher Sul da China, China, 2009. dos fenômenos. É, por isso,
e transportar materiais do fundo do mar.

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