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Conselho Editorial
Presidente do Conselho Editorial: Ana da Rosa Bandeira
Representantes das Ciências Agronômicas: Victor Fernando Büttow Roll (TITULAR) e Sandra Mara da Encar-
nação Fiala Rechsteiner
Representantes da Área das Ciências Exatas e da Terra: Eder João Lenardão (TITULAR), Daniela Hartwig de
Oliveira e Aline Joana Rolina Wohlmuth Alves dos Santos
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Moro Stefanello
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Otero e Rafael de Avila Delucis
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Gandra e Jucimara Baldissarelli
Representantes da Área das Ciências Sociais Aplicadas: Daniel Lena Marchiori Neto (TITULAR),
Eduardo Grala da Cunha e Maria das Graças Pinto de Britto
Representantes da Área das Ciências Humanas: Charles Pereira Pennaforte (TITULAR), Maristani Polidori
Zamperetti e Silvana Schimanski
Representantes da Área das Linguagens e Artes: Lúcia Bergamaschi Costa Weymar (TITULAR),
Chris de Azevedo Ramil e João Fernando Igansi Nunes
SOCIOLOGIA RURAL
um manual para alunos de graduação
Pelotas
2022
Chefia
Ana da Rosa Bandeira
Editora-Chefe
Seção de Pré-Produção
Isabel Cochrane
Administrativo
Seção de Produção
Suelen Aires Böettge
Administrativo
Eliana Peter Braz
Preparação de originais
Filiada à A.B.E.U. Anelise Heidrich
Assistente de Revisão
Rua Benjamin Constant, 1071 - Porto Angélica Knuth (Bolsista)
Pelotas, RS - Brasil Design Editorial
Fone +55 (53)3284 1684
Seção de Pós-Produção
editora.ufpel@gmail.com
Morgana Riva
Assessoria
Madelon Schimmelpfennig Lopes
Administrativo
Revisão Técnica
Ana da Rosa Bandeira
Assistente de Revisão Ortográfica
Anelise Heidrich
Projeto Gráfico & Capa
Angélica Knuth
Capa
Título: Retirantes; FCO: 2733; CR: 2054;
DATA: 1944; Técnica: Painel a óleo / tela;
Dimensões: 190 X 180 cm.
Direito de reprodução gentilmente cedido por
João Candido Portinari.
ISBN 978-65-86440-97-3
CDD 307.72
Apresentação
Os Autores
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Sumário
10 Introdução
13 O conhecimento científico
21 A importância da Filosofia
53 A Sociologia Rural
54 A primeira fase da Sociologia Rural (1900-1950)
117 Epílogo
120 Referências
Introdução
O homem é, por natureza, um animal político. Essa foi uma das frases lapi-
dares proferida por Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), um dos grandes ícones
da filosofia ocidental, há aproximadamente 2.300 anos. O que queria dizer
com tais palavras esse pensador que, com sua obra magistral, sentou as
bases do pensamento científico universal? Em primeiro lugar, que todos
nós vivemos na polis, ou seja, numa cidade ou comunidade, portanto, junto
a outras pessoas com as quais, continuamente, estabelecemos uma forte
interação. Indivíduos se juntam para constituir famílias, famílias formam
vilas e vilas erguem cidades.
Em segundo lugar, que a nossa própria sobrevivência depende das
relações contraídas com os demais habitantes da polis, por meio das quais
temos acesso a coisas (alimento, abrigo, segurança, etc.) que nos são ab-
solutamente essenciais. Há, portanto, uma inclinação natural dos homens
e mulheres a viverem em sociedade.
Quem poderia imaginar uma sociedade sem os bens e serviços pro-
duzidos por outras pessoas, agências e instituições? O médico do posto de
saúde, que nos atende quando estamos enfermos, é tão importante quanto
o produtor ou produtora rural que asseguram os alimentos que chegam
às nossas mesas. O mesmo há que ser dito em relação ao funcionário da
prefeitura que toda a semana recolhe os resíduos de nossas casas para
o serviço de reciclagem, sem esquecer dos provedores de água, luz ou
internet que tanto necessitamos.
A sociedade é vista por Aristóteles como lugar de excelência e onde
seus habitantes podem alcançar a felicidade. Mas o pilar fundamental
dessa sociedade não são as edificações e as estruturas materiais que a
integram, mas a virtude dos seus cidadãos. No entendimento de Aris-
tóteles, as leis servem para fazer com que os cidadãos pratiquem atos
virtuosos que levem ao almejado “bem comum”. O que está claro é que a
Introdução
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Introdução
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Introdução
O conhecimento científico
A mandioca (Manihot esculenta) é uma planta tuberosa da família das Eu-
forbiáceas. Sua importância para a cultura alimentar brasileira é tão
grande quanto o milho para o caso do México. Existe uma terminologia
muito variada para se referir a essa espécie (mandioca, macaxeira, aipim,
castelinha, uaipi, mandioca-doce, mandioca-mansa, maniva, maniveira,
pão-de-pobre, etc.) que é cultivada em todos os quadrantes do país. Nos
tempos do Brasil colônia, quando ainda não havia uma produção agrícola
consolidada, essa planta, a terceira maior fonte de carboidratos das regiões
tropicais, depois do arroz e do milho, era a base das populações locais.
Na era do Brasil colônia, os exércitos portugueses esperavam navios
que traziam carregamentos de farinha de trigo que muitas vezes nem
chegavam ao seu destino. Por essa e outras razões a farinha de mandioca
era também chamada de “farinha de guerra”. O conquistador ibérico teve
que se render aos conhecimentos das populações autóctones para fazer
uso de um cultivo, que para além do seu valor nutricional, é uma planta
sagrada para os povos indígenas. Em uma palavra poder-se-ia dizer que a
mandioca faz parte do DNA cultural do povo brasileiro. Atualmente virou
a febre das dietas alimentares por uma série de motivos, dentre os quais
por liberar a glicose mais lentamente para o corpo, facilitando a digestão
e evitando picos de açúcar no sangue. Mas quantos milhares de anos fo-
ram consumidos para que a humanidade descobrisse as propriedades da
mandioca, dominasse as técnicas de cultivo e desenvolvesse plantas mais
produtivas e de maior valor nutricional?
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Introdução
a) Evidência verificável
Evidência verificável significa que estamos não apenas nos referindo a
algo que pode ser visto, medido, pesado, contado, reconhecido como tal,
mas algo que outras pessoas, no caso, outros cientistas, pesquisadores
ou estudiosos do assunto, poderão comprovar se é correto ou não. En-
tre os séculos XVI e XVII, em meio à invasão do território Inca (Peru), os
espanhóis acabaram por contrair a malária ou paludismo, uma doença
causada por protozoários do gênero plasmodium que são introduzidos na
pessoa através da picada de mosquito do gênero Anopheles.
Soube-se então que os índios utilizavam um chá da casca de uma
árvore – a “chinchona” (Chinchona officinalis) – que se mostrava extrema-
mente eficaz para o tratamento de uma doença (malária) que, no ano de
2018, foi responsável pela contaminação de 228 milhões de pessoas e
pela morte de outras 405 mil, segundo dados da Organização das Nações
Unidas (ONU, 2019). Trata-se de uma planta pertencente à família do café
que possui um alto teor de quinino, um componente químico altamente
eficaz no tratamento dessa doença. Os incas já sabiam disso há muito
tempo, mas é somente no final do século XIX que o mecanismo da cura
começa a ser desvendado. Tratava-se, portanto, de uma evidência que
pode ser finalmente verificada, e a partir da qual avançou o estudo e o
aperfeiçoamento de diversos tipos de tratamentos.
Dissemos antes que a ciência é a busca da verdade ou de encontrar
respostas a questões que desafiam a nossa compreensão sobre o mundo
ao nosso redor. Todavia, há um tipo de pergunta sobre a qual a ciência
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Introdução
b) Neutralidade axiológica
O mundo foi sacudido no ano 2020 com a pandemia da covid-19, doença
de origem viral que até o momento de finalizar este livro havia levado a
óbito a 3,8 milhões de pessoas no mundo e quase meio milhão de pessoas
no Brasil. A vacinação tornou-se a tábua de salvação para imunizar a po-
pulação e frear o ritmo de contágios que causam mortes que não param
de crescer. Até o momento presente não há uma droga eficaz que assegure
a cura daqueles que desenvolveram os sintomas da doença.
O caso desta pandemia serve de exemplo para mostrar a importân-
cia do pensamento científico. Muita gente tenta explicar o surgimento
dessa enfermidade a partir da ideia absurda de que se trata de um casti-
go divino ou de que é resultado da guerra bacteriológica e das chamadas
teorias conspiratórias. Já ouvimos inclusive pessoas postarem vídeos na
internet afirmando que os extraterrestres plantaram o vírus para dizimar
os terráqueos.
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A importância da Filosofia
Nascido em Atenas, mais de quatro séculos antes de Cristo, Sócrates é con-
siderado como um dos grandes fundadores da Filosofia ocidental. É ele o
autor da famosa frase “Só sei que nada sei” que assume enorme relevância
para a discussão que vimos, até aqui, desenvolvendo. Em primeiro lugar,
porque aponta para o que deveria ser uma das virtudes do verdadeiro cien-
tista: a humildade. Pode-se saber muito sobre um determinado tema, mas
jamais saberemos tudo. Uma vida dedicada ao assunto não quer dizer que
tenhamos um conhecimento pleno ou final sobre as coisas.
A segunda lição é justamente no sentido de reconhecer que as coisas
estão permanentemente sendo transformadas e, se o mundo ao nosso
redor se modifica, logicamente nossas concepções precisam se adequar a
essas mudanças. Questionar sobre a natureza das coisas, sobre o mundo
que nos cerca, sobre os mais diversos tipos de fenômenos e sobre o próprio
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Box 1
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continuação do box 1
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Introdução
3. Augusto Comte foi o responsável por criar uma nova ciência a sociologia,
a qual aparece dividida em dois ramos: a estática social (ordem) e a
dinâmica social (progresso). O que cada uma delas significa.
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Introdução
A Sociologia objetiva de
Durkheim
O francês Èmile Durkheim (1858-
1917) assentou formalmente as bases
da Sociologia como disciplina acadê-
mica. Por essa e outras razões é consi-
derado um dos pais da Sociologia. Sua
obra surge em pleno auge da revolução
industrial, uma mudança econômica e
social que alterou profundamente a re-
alidade dos países europeus. Dentre as
suas obras mais importantes, constam:
Da divisão social do trabalho (1893); As
regras do método sociológico (1895); O
suicídio (1897) e As formas elementa-
res da vida religiosa: o sistema totêmi-
co na Austrália (1912). Abordaremos Èmile Durkheim
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Introdução
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Introdução
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Introdução
A Sociologia compreensiva de
Max Weber
A importância do sociólogo alemão
Max Weber (1864-1920) para a afirma-
ção da Sociologia e para o desenvolvi-
mento das Ciências Sociais como um
todo é inquestionável. Como bem fri-
sou Aron (2002, p. 456), embora Weber
e Durkheim fossem contemporâneos,
jamais houve entre ambos algum tipo
de diálogo ou interlocução. Do ponto
de vista sociológico, há dois trabalhos
que são centrais, quais sejam: “A ética
protestante e o espírito do capitalis-
mo” (1905) e “Economia e sociedade”
Max Weber
(1922), publicada postumamente. É na
segunda obra que Weber esclarece que
o objeto de estudo da Sociologia é a Ação Social. Mas o que é uma ação so-
cial? A ideia de ação social remete a algo em movimento, contrariamente
ao caso de fato social apresentado por Durkheim. E o que é uma ação so-
cial? Alguma coisa que envolve atores sociais, circunstâncias e um sentido
(objetivo ou subjetivo) que governa essa ou aquela ação.
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Introdução
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Introdução
avaliar o custo material é prova de que tal pessoa carrega dentro de si esse
princípio. Mas é importante dizer que ela age racionalmente em função do
valor e que essa racionalidade é definida em função dos conhecimentos
do ator e não do observador externo.
c) Ação tradicional
Na ação tradicional, como o próprio nome indica, o ator social age de
acordo com a tradição, ou seja, com as normas ou costumes arraigados no
grupo social ou coletividade a que pertence. Note que aqui não temos mais
o adjetivo racional na definição da ação social, isso porque a tradição se
sobrepõe à racionalidade. Nas sociedades cristãs, o Dia de Finados é uma
data importante e coincide com as atividades de visitação aos cemitérios
onde estão enterradas pessoas queridas que já faleceram. É uma tradição
que governa a conduta das pessoas e não o sentido lógico, racional ou
algum objetivo definido previamente. O ator social aceita a norma e age
de acordo com ela, independentemente do resultado. O que manda é a
tradição enraizada.
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Introdução
A Sociologia do conflito
A terceira grande vertente sociológica é a chamada “Sociologia do confli-
to” e deriva da contribuição de Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels
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Introdução
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Introdução
coisa que viria à mente seria comida. Mas daí vem a segunda pergunta: e
como fazemos para obter essa comida? Numa economia capitalista, como
a que vivemos no Brasil, temos comida se temos dinheiro. Nesse sentido,
a esmagadora maioria das pessoas ganha seu suado dinheirinho através
do trabalho, recebendo um salário ou remuneração em troca do serviço
prestado a alguém.
Sobreviver implica aceitar muitas vezes trabalhos precários e arris-
car-se para ganhar o pão de cada dia. Mas aí vem a grande constatação:
enquanto a esmagadora maioria das pessoas não tem outra coisa senão o
próprio corpo para assegurar sua sobrevivência, uma ínfima minoria vive
de rendas, da especulação financeira e do trabalho de outrem. Resumida-
mente podemos dizer que sob o capitalismo uma imensa massa de pessoas
vive do próprio trabalho enquanto uma diminuta parcela vive do trabalho
dos demais ou do dinheiro proveniente da mera especulação financeira.
Mas daí vem uma nova indagação: essa dinâmica sempre existiu? O
mundo foi sempre assim? A forma com que nos acostumamos a obter os
meios essenciais à nossa sobrevivência foi a mesma ao longo da história
da humanidade? Decididamente não. Basta um rápido resgate de nosso
passado e nos daremos conta que há 250 anos atrás o mundo era muito
diferente. A grande conclusão que se pode extrair é que a maneira como
se consegue as coisas para sobreviver confere a característica essencial
de uma dada sociedade. Vivemos um mundo em que a quase totalidade
dos países do planeta é regida pelas leis do capitalismo, ainda que haja
algumas nuances entre as diversas nações. Mas isso foi resultado de um
longo processo histórico e não obra do acaso.
Ao longo da história os humanos estabelecem relações entre si para
obter os meios de que necessitam para conseguir o seu sustento material.
Sem isso, segundo Marx e Engels, é impossível compreender o modo como
a sociedade está organizada, assim como o lugar que as pessoas ocupam
nas estruturas de poder. Esse é o ponto fundamental para entender as
bases do chamado materialismo histórico.
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Introdução
Na velha Inglaterra, a história de Robin Hood não pode ser vista como
uma lenda ilustrada em inúmeros filmes, mas como expressão do conflito
de classes, seguindo a concepção marxista da evolução social comentada
anteriormente. Em 1381 tem-se outro caso emblemático quando a rebe-
lião camponesa liderada por Wat Tyler, nesse mesmo país, foi sufocada
após sangrentos embates. Essa foi uma insurreição popular causada pela
reação aos impostos extorsivos cobrados pelas classes dominantes. Esse
quadro não era distinto ao que acontecia nas demais regiões da Europa. As
inúmeras epidemias (peste negra, difteria, etc.) levaram à morte milhões
de pessoas, especialmente de camponeses.
A decadência do feudalismo leva ao modo de produção capitalista que
domina a realidade mundial até os dias atuais. O surgimento do capitalismo
está visceralmente ligado à revolução industrial, um fenômeno que se ini-
cia na Inglaterra e se espalha em seguida pelos diversos países da Europa
norte e central. As primeiras manufaturas dão origem a grandes indústrias
de tecidos que demandam cada vez mais matéria-prima, sobretudo de lã
ovina. Desse modo, grandes extensões e inclusive florestas são convertidas,
da noite para o dia, em áreas de pastagens para criação de ovelhas.
Tal fato leva à expulsão da gente do campo para as cidades, as quais
se convertem em locais onde fervilha uma população miserável que não
tem mais acesso à terra e muito menos condições de assegurar a própria
sobrevivência. Não é à toa que eclodem tantas enfermidades, em grande
medida derivadas das precárias condições de vida, da pobreza e da fome.
Jornadas extenuantes e a exploração de homens, mulheres e crianças
marcaram as fases iniciais do capitalismo industrial. Mas a essas alturas
é crucial apresentar os traços básicos do modo de produção capitalista e
os aspectos que o diferenciam dos modos de produção anteriores. Apre-
sentamos a seguir quatro de suas características essenciais:
a) A primeira característica é a de que temos o predomínio de uma
produção voltada fundamentalmente à venda. Ou seja, já se produz com o
intuito de vender o produto do trabalho. Durante o feudalismo as roupas
que os camponeses produziam artesanalmente eram destinadas ao uso
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Introdução
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Introdução
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Introdução
uma das chaves que permitem entender por que o ponto de vista de Marx
e Engels é considerado uma “Sociologia do conflito”.
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A Sociologia Rural
grenta guerra civil (1861-1865). Todavia, grande parte das zonas rurais
estavam marcadas pela pobreza e pela desigualdade social, sobretudo no
sul dos EUA, uma ampla zona dominada por grandes propriedades que
operavam com base sob o regime da escravidão. Para efeito de entendi-
mento podemos dizer que a história da Sociologia Rural pode ser dividida
em três fases. Vejamos cada uma delas.
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A Sociologia Rural
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A Sociologia Rural
5. A partir dos anos 1980 a sociologia rural vive uma crise profunda. Quais
são as causas dessa crise?
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isso para dispor de um pedaço de chão para morar, plantar pequenas roças
e criar alguns poucos animais para a própria subsistência.
Os obstáculos no acesso à terra obrigam as pessoas a se submete-
rem a formas cruéis de exploração. Eis porque rapidamente a reforma
agrária – “na lei ou na marra” – converteu-se na bandeira que unificava
camponeses e trabalhadores rurais em torno das sonhadas mudanças.
No estado do Rio Grande do Sul surge o MASTER – Movimento dos Agri-
cultores Sem-Terra durante o governo de Leonel Brizola (1922-2004), que
não somente era simpático à causa, mas inclusive realizou experiências
pioneiras de reforma agrária durante a sua gestão (1959-1963), como é
o caso do assentamento do Banhado do Colégio no interior do município
de Camaquã.
No Brasil dos anos 1950 havia um claro consenso em torno à indus-
trialização como caminho para o desenvolvimento nacional. Mas à essa
época o país ainda era eminentemente agrícola, setor de onde provinha
a maior parte da riqueza nacional, bem como uma nação essencialmente
rural, dado que a maioria das pessoas ainda vivia no campo. Admitia-se, à
época, que o setor agropecuário deveria encarregar-se de cumprir cinco
papéis fundamentais, quais sejam:
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3. No auge dos anos 1950 e começo dos anos 1960 abriu-se um grande
debate no Brasil que dividiu em lados opostos a vertente estruturalista e
a vertente conservadora. Qual a principal diferença entre ambas? Qual a
corrente que acabou preponderando?
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de imensas áreas dos estados do Brasil Central (Goiás, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul) ao processo produtivo.
A modernização conservadora é um processo fortemente induzido
pelo Estado autoritário. Ele aparece evidenciado na montagem de uma po-
lítica de crédito rural subsidiada pelo Governo Federal. Em que consistia
essa política? Em disponibilizar financiamento agropecuário tanto para
operações de custeio da produção como para investimentos com taxas muito
baixas de juros, que sequer cobriam o custo da inflação. Desse modo, quando
o dinheiro era devolvido ao banco, e consequentemente às arcas públicas,
valia menos do que quando havia sido tomado. Esse aspecto trará graves
consequências para a economia nacional, como posteriormente veremos.
Mas esses financiamentos subsidiados eram concedidos a todos
os tipos de produtos agropecuários? A todos os tipos de produtores (pe-
quenos, médios e grandes)? A todas as regiões do país? As três perguntas
têm uma única resposta: não. Em primeiro lugar, porque o crédito era
claramente direcionado aos produtos de exportação.
Em segundo lugar, porque o crédito era voltado para os médios e
grandes proprietários, dado que os bancos tinham interesse nas grandes
operações. Não havia qualquer preocupação com democratizar o acesso aos
financiamentos e de permitir com que os pequenos produtores pudessem
realizar empréstimos e ter algum tipo de apoio por parte do Estado. É pre-
ciso lembrar que tais produtores representam um setor que é fundamental
para a produção de alimentos e para assegurar a soberania nacional.
Com relação à terceira pergunta é preciso ter em mente que o crédito
rural subsidiado privilegiou o que se considerava como regiões dinâmicas
do país, ou seja, o eixo centro-sul de nossa geografia em detrimento dos
estados do norte e do nordeste. Desse modo, entre as décadas de 1960 e
1970, o sul e o sudeste receberam ao redor de 3/4 de todo o volume de di-
nheiro destinado à agricultura nacional (SACCO DOS ANJOS, 2003, p. 183).
Os dados do Gráfico 1 mostram a relação entre o volume do crédito
rural e o produto interno bruto (PIB) da agropecuária em termos percen-
tuais. Como é possível perceber, no auge dos anos 1970 o crédito rural
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0,7
0,6
Crédito / PiB agro
0,5
0,4
0,3
0,2
0,1
0
1969
1970
1971
1972
1973
1974
1975
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Para que se faça uma ideia do que isto supõe, basta dizer que
em 1984, ou seja, praticamente na mesma data de referên-
cia, a moderna e paradigmática agricultura norte-americana
contava com um trator para cada 41 hectares cultivados [...].
Já em 1995 havia 35,4 ha cultivados por cada trator no Rio
Grande do Sul, 39 no Paraná e 25 em Santa Catarina (SACCO
DOS ANJOS, 2003, p. 191).
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Davis & Goldberg justificam a criação dessa nova palavra por enten-
der que o vocabulário da época não acompanhava o ritmo do progresso
da agropecuária norte-americana. Além de toda a estrutura edificada
para pôr em funcionamento toda a máquina produtiva, é preciso agregar
a engrenagem financeira, a infraestrutura de transportes (terrestre, flu-
vial, marítimo, aéreo), a indústria pesada, a assistência técnica, enfim, um
conjunto de fatores que operam dentro de uma estrutura extremamente
complexa e articulada.
Na época em que o livro de Davis & Goldberg foi publicado tais au-
tores estimavam que o agronegócio representaria algo entre 35 e 50% da
economia norte-americana. Segundo Mendonça:
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Tabela 2 – População brasileira rural, proporção e razão de sexos entre 1940 e 2010
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8 Os dados informados pelas empresas nos anos de 2007 e 2008 não foram sistemati-
zados pelo Ibama.
Em virtude de retificações que ocorrem nos relatórios semestrais de produção, impor-
tação, exportação e vendas, decorrentes de auditagem dos dados por parte do Iba-
ma, os valores das vendas finais, referentes de 2009 a 2013,foram recalculados em 2016.
Além da correção dos dados as empresas foram autuadas devido à apresentação de
informação incorreta (Art. 85, III, Decreto 4.074/2002)
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A estrutura agrária brasileira
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A estrutura agrária brasileira
mília. Parece claro que a discussão vai muito além da simples distribuição
de terras. A lei menciona isso claramente.
O caminho da revolução é totalmente distinto. Poderíamos dizer
que se trata de um meio “não institucional” de assegurar o acesso à terra.
Nesse caso tem-se uma ruptura em relação às instituições e à legislação
vigente. Para exemplificar isso poderíamos comparar a reforma da casa
e a construção de uma nova casa. Uma coisa é fazer algumas modifica-
ções, outra coisa é levantar um novo prédio, do alicerce ao telhado. Como
exemplos de revolução agrária podemos citar a trajetória de alguns países
como México, Cuba, União Soviética ou China.
Exemplos de reforma agrária incluem os EUA, Japão, Coreia do Sul,
Bolívia, Chile, etc. Nesse caso, trata-se de um meio institucional, também
chamado de “via democrática”, onde apenas se reformam instituições e a
legislação vigente. As instituições que atuam nessa área continuamente
acompanham a situação no campo e podem promover alterações que
corrijam eventuais distorções no uso da terra.
A reforma agrária é também definida, no Brasil, como um proces-
so amplo, imediato e drástico de redistribuição da posse e uso da terra,
promovido pelo Estado e com a ativa participação da sociedade. Ou seja,
é só o Estado (Governo Federal) que pode realizar a reforma agrária. Uma
das questões chaves da legislação é a chamada “função social” da terra ou
da propriedade fundiária. No Estatuto da Terra (Art.2º) consta a seguinte
definição: a terra cumpre a sua função social quando simultaneamente:
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A estrutura agrária brasileira
e) Empresa Rural: imóvel rural com área maior que o módulo rural e
menor que 600 vezes o mesmo, sendo explorado econômica e racio-
nalmente, com um mínimo de 50% de sua área agricultável utilizada.
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A estrutura agrária brasileira
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A estrutura agrária brasileira
(frutas, legumes, cereais, etc.) como na produção animal (leite, aves, suínos,
bovinos, ovinos, etc.). Nos serviremos dos dados do Censo Agropecuário
anterior (IBGE, 2006) para demonstrar esse aspecto em virtude das alu-
didas dificuldades de utilizar os dados do último censo.
Conforme mostra a Tab. 4, a agricultura familiar se destaca em vá-
rios tipos de produção, sobretudo as que se voltam a suprir o mercado
alimentar interno, como é o caso da mandioca, legumes e hortaliças, mas
também na produção animal (suínos, ovinos, leite). Sempre lembrando
que tais explorações ficam com uma parcela muito reduzida da superfície
agrícola do país, bem como com uma ínfima parte do volume de crédito
disponibilizado pelo Estado para o financiamento das atividades de cus-
teio, investimento e comercialização.
Outro papel importante desempenhado pela agricultura familiar
tem a ver com a ocupação da mão de obra no meio rural. Os dados da
Tab. 5 mostram que duas de cada três pessoas que vivem das atividades
agropecuárias estão ligadas ao setor familiar de nossa agricultura. Num
país onde há enorme desigualdade social, apoiar a agricultura familiar
é fundamental para simultaneamente reduzir o êxodo rural, melhorar
as condições de vida das pessoas que vivem no campo, gerar emprego e
renda, bem como assegurar a soberania alimentar do país.
Produto % Produto %
Arroz 10,9 Couve-flor 85,1
Feijão 41,8 Morango 89,0
Mandioca 69,6 Pimentão 82,7
Milho 12,4 Repolho 84,5
Alface 82,1 Leite (litros) 64,2
Berinjela 82,5 Suínos (cabeças) 80,6
Beterraba 84,3 Ovinos (cabeças) 57,0
Cenoura 81,7 Soja 9,3
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A estrutura agrária brasileira
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A estrutura agrária brasileira
I – não detenha uma área de terra maior do que quatro (04) módulos
fiscais;
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A estrutura agrária brasileira
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A estrutura agrária brasileira
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O modo de produção capitalista
e a agricultura: a questão
agrária clássica
9 Esse assunto foi abordado numa infinidade de obras clássicas da literatura socio-
lógica. Para os que tiverem maior interesse no tema sugerimos a conhecida obra “A
questão Agrária hoje”, coordenada por Stédile (1994), em cujo interior consta o capítulo
elaborado por Jacob Gorender (ver referências).
O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
Karl Marx
Já falamos sobre Karl Marx (1818-
1883) ao apresentar os fundadores
da Sociologia. Além de uma volumosa
obra científica, esse filósofo e econo-
mista alemão é considerado como o
mais eminente teórico do comunismo
ou do modo de produção comunista.
Com relação à questão agrária, deli-
mitada anteriormente, encontraremos
referências sobre o assunto em várias
passagens da obra de Marx, onde fi-
gura em destaque um livro elaborado
na fase do “jovem Marx” intitulado “O
XVIII Brumário de Luís Bonaparte”.
Nesse estudo ele narra os episódios
Karl Max
que se sucederam na França no perí-
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
Vladimir Lênin
Vladimir Ilich Ulianov, ou simplesmen-
te Lênin (1870-1924), foi um filósofo,
teórico, político e revolucionário rus-
so. Ele liderou o partido operário russo
durante a luta contra o regime impe-
rial (czarismo), a qual teve, como ponto
culminante, a revolução de outubro de
1917. A ascensão dos bolcheviques10
ao poder marca a implantação do co-
munismo e o surgimento da União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A obra literária de Lênin é vas-
ta, mas as mais importantes reflexões
sobre a questão agrária aparecem em
dois trabalhos magistrais: “O desenvol-
Vladimir Lênin
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
Karl Kautsky
Karl Kautsky (1854- 1938) nasceu em
Praga (atual República Tcheca) nos
tempos do império austro-húngaro.
Karl Kautsky Foi um dos teóricos mais influentes do
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
Alexander Chayanov
Alexander Chayanov (1888-1937) era
um agrônomo e economista russo cuja
atuação se destaca no período poste-
rior à revolução bolchevique. Ele era
um intelectual e expoente máximo da
chamada “Escola da Organização da
Produção”, uma organização acadêmi-
ca russa que realizava diversos estudos
comprometidos com o desenvolvimen-
to agrário e rural daquele país. Alexander Chayanov
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
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O modo de produção capitalista e a agricultura: a questão agrária clássica
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Epílogo
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aqui trazidos à reflexão. Conhecer essa terminologia é relevante devido às
implicações que tais definições assumem enquanto critérios de aplicação
de políticas públicas de corte agrário e rural. Uma especial atenção foi
dada à elucidação de dúvidas que reiteradamente pairam sobre alguns
termos (questão agrícola, questão agrária, estrutura agrária, fundiária,
política agrícola, política agrária, etc.).
Na última parte deste livro guiamos nossa mirada para a chama-
da “questão agrária” clássica. O exercício foi no sentido de examinar o
que Abramovay (2007) define como paradigmas do capitalismo agrário.
Estamos cientes de que a análise resultou numa abordagem demasiado
esquemática e superficial. É que as razões que nos movem na elaboração
desta obra são de ordem essencialmente didática e pedagógica.
Em última instância nosso ímpeto foi o de elaborar um material de
apoio às disciplinas da área de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas,
mas que servisse também para os estudantes interessados em ampliar
sua visão de mundo para além dos muros da universidade. Esse é um
fato deveras importante, considerando que atualmente menos de 20% de
nossos estudantes têm uma origem rural ou algum tipo de vínculo efetivo,
de caráter pessoal ou familiar com as atividades agropecuárias e/ou com
o mundo rural.
Pensamos também nos profissionais já formados que desejam in-
gressar na pós-graduação, nos que anseiam trabalhar no âmbito da exten-
são rural e da assistência técnica, seja ela de caráter público ou privado,
assim como nos que pretendem realizar concursos públicos para atuar na
área da pesquisa e do desenvolvimento agropecuário. Para essas pessoas
o livro pode ser útil e válido.
Francis Bacon, o pai do empirismo filosófico, dizia que alguns livros são
provados, outros são devorados e pouquíssimos são mastigados e digeridos.
Acalentamos o sonho de que esta modesta obra receba o terceiro tipo de
destino aludido por Bacon. Só o futuro dirá se o nosso desejo será atendido.
119
Referências
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Edusp, 2007.
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