UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS

Rua Paraguai, s/n, esquina com a Rua Uxiramas | Setor Cimba |

77824-838 | Araguaína/TO
Discente: Veríssimo José Cruz Guimarães
(63) 9 8115-8100 | verissimo.guimaraes@mail.uft.edu.br |
verissimoguimaraes@hotmail.com

Fonética e Fonologia
Demerval da Hora

Para uma breve introdução, é fundamental pontuar o conceito das

consoantes, que são fonemas que encontram obstáculos durante a
passagem pelo aparelho fonador. Para serem pronunciadas, as
consoantes necessitam dos lábios, dentes, língua, palato, véu palatino,
úvula ou qualquer outro obstáculo encontrado no aparelho fonador. É
válido lembrar que a letra 'H' não é considerada consoante na Língua
Portuguesa, porque é uma letra diacrítica, ou seja, não produz nenhum
som sozinha.
As consoantes são classificadas pela função das pregas vocais, pelas
funções da cavidade bucal, pelo modo de articulação e pelo ponto de
articulação. Dentro do modo e ponto citados anteriormente, há uma
classificação de funções, sendo elas: as funções das pregas vocais e as
funções das cavidades oral e nasal. Quando as pregas vocais estão
aproximadas, vibram à passagem do ar, produzindo sons que são
chamados de sonoros. Quando as pregas vocais estão relaxadas, o ar
escapa sem essas vibrações. Chamamos estes sons de surdos. Ao sair
da laringe, o ar passa pela faringe, podendo sair pela boca ou pelo
nariz. Os sons que saem pela boca chamamos de "orais" e aqueles que
saem pelo nariz chamamos de "nasais". Os sons que passam pela
cavidade bucal podem ser produzidos de várias maneiras. A posição
da língua e a posição dos lábios interferem na produção dos sons.
Como a língua é um órgão de grande mobilidade, pode tocar o palato e
os dentes de diversas formas para modificar o som que vem da faringe.
Dentro desse contexto, firma-se que as consoantes surdas são aquelas
que não passam pelas pregas vocais e, dessa forma, não as fazem
vibrar.
 Exemplos de consoantes surdas: p, f, t, s, x, k. Já as consoantes
sonoras são aquelas que passam pelas pregas vocais, fazendo-as
vibrar. Exemplos: b, v, d, z, j, g, m, n, nh, l, lh, r, rr. Em contrapartida,
caso o ar saia somente pela boca, as consoantes serão orais; se sair
também pelas fossas nasais, as consoantes serão nasais, sendo essas
as funções das cavidades nasais e bucal. As cavidades nasais tem a
função de promover a liberação da corrente de ar que sai pela boca e
pelo nariz ao mesmo tempo. Exemplos: m, n, nh. Já a cavidade oral
tem a função de promover a liberação da corrente de ar que sai dos
pulmões e passa somente pela boca. Com exceção dos fonemas m, n,
nh, todos os outros fonemas consonantais são orais.

Em seu modo de articulação, há as consoantes oclusivas, que é

uma consoante que é pronunciada pela expiração de ar que é
bloqueado por um obstáculo bucal, que interrompe momentaneamente
a sua corrente, e que acaba "explodindo" quando aberto. Ou seja, "As
consoantes constritivas são aquelas cujo falante pronuncia bloqueando
apenas parcialmente a passagem do ar. Elas podem ser classificadas
em fricativas, laterais, vibrantes ou nasais. Ademais, oclusão pode ser
feita com os lábios, a língua, o corpo da língua ou a glote. As
fricativas são consoantes pronunciadas a partir da fricção do ar em um
obstáculo; laterais são consoantes pronunciadas a partir da passagem
do ar pelo canto da boca; as vibrantes são pronunciadas a partir da
vibração de algum dos elementos do aparelho fonador e as nasais são
pronunciadas a partir da saída do ar pelo nariz.

Para finalizar, o ponto de articulação define quais pontos do sistema

articulatório se aproximam ou se tocam na produção de consoantes: ou
seja qual é a direção do articulador ativo em direção ao articulador
passivo. O ponto de articulação pode também ser referido como lugar
de articulação, o lugar do sistema articulatório em que o articulador
ativo se aproxima ou encontra o articulador passivo. Há oito pontos de
articulações que definem as consoantes do português em que o
articulador ativo se move em direção ao articulador passivo. O bilabial
é quando o lábio inferior se move em direção ao lábio superior; lábio-
dental quando o lábio inferior se move em direção aos dentes
superiores; dental acontece quando a ponta/lâmina da língua se move
em direção aos dentes superiores; o alveolar quando a ponta/lâmina da
língua se move em direção aos alvéolos; o alveopalatal quando a parte
anterior da língua se move na direção entre os alvéolos e o palato
duro; palatal quando a parte central da língua se move em direção ao
palato duro; velar quando a parte posterior da língua se move na
direção ao véu palatino e glotal quando as pregas vogais se movem
entre si, funcionando como articuladores ativo e passivo.