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‘’Consoantes distinguem-se de vogais, pois, enquanto estas últimas deixam que a corrente de
ar vinda dos pulmões passe livremente, as primeiras, para serem articuladas, apresentam uma
obstrução ao fluxo de ar no trato oral. Tal obstrução pode ser total ou parcial.’’ (p. 48).
“Surdas ou não-vozeadas: produzidas sem a vibração das pregas vocais: pata, faca.” (p. 49).
“Sonoras ou vozeadas: produzidas com a vibração das pregas vocais: bode, zona.’’ (p. 49).
‘’Bilabial: lábio inferior (articulador ativo: móvel) toca no lábio superior (articulador passivo):
mamãe, papai’’ (p. 49).
‘’Labiodental: lábio inferior (articulador ativo) vai em direção aos dentes incisivos superiores
(articulador passivo): farofa, fava’’ (p. 49).
‘’Dental: ápice ou lâmina da língua (articulador ativo) toca ou vai na direção dos dentes
incisivos superiores (articulador passivo): tato, dados’’ (p. 49).
“Alveolar: ápice ou lâmina da língua (articulador ativo) toca ou vai na direção dos alvéolos
(articulador passivo): tato, dados’’ (p. 49).
“Alveopalatal: parte anterior da língua (articulador ativo) toca ou se dirige para a região medial
do palato duro (articulador passivo): chata, tchau, já, xarope” (p. 50).
“Palatal: parte média da língua (articulador ativo) toca ou se encaminha para a parte final do
palato duro (articulador passivo): Ganho, telha” (p. 50).
“Velar: dorso da língua (articulador ativo) toca ou vai na direção do véu do palato também
chamado de palato mole (articulador passivo): casa, gato e algumas pronúncias de “r”: rato
(dialeto carioca e florianopolitano)” (p. 50).
“Uvular: dorso da língua (articulador ativo) vai em direção à úvula, como em algumas
pronúncias de “r”.“ (p. 50).
“Glotal: músculos da glote são os articuladores desse tipo de segmento, que ocorre também
na pronúncia de “r” no dialeto de Belo Horizonte.” (p. 50)
‘’Nasal: produzida com uma obstrução total e momentânea do fluxo de ar nas cavidades orais.
Há, no entanto, um abaixamento simultâneo do véu do palato, permitindo a liberação do ar
pelas cavidades nasais. O ar então saindo dos pulmões ressoa também na cavidade oral
antes de ser expelido somente através das cavidades nasais. São exemplos de palavras com
sons nasais: mano, banho. (p. 52).
‘’Fricativa: produzida com um estreitamento do canal bucal, ou seja, uma oclusão parcial,
realizada pelos articuladores, fazendo com que a passagem do fluxo de ar nas cavidades
supraglóticas gere um ruído de fricção. O véu do palato encontra-se levantado, e o fluxo de ar
é encaminhado apenas para a cavidade oral: fava, saca, azar, chato, jato.’’ (p. 53).
‘’Africada: produzida com uma oclusão total e momentânea do fluxo de ar, seguida de um
estreitamento do canal bucal, gerando um ruído de fricção, logo após o relaxamento da
oclusão. Aqui também o véu do palato encontra-se levantado, e o fluxo de ar passa apenas
pela cavidade oral’’ (p. 54).
‘’Tepe (ou tap): produzida com uma oclusão total e rápida do fluxo de ar nas cavidades orais.
O véu do palato está levantado, impedindo a passagem do ar pelas cavidades nasais... O som
apresenta uma oclusão percebida como uma batida bastante rápida da ponta da língua nos
alvéolos, permitindo uma oclusão total, mas extremamente breve.’' (p. 54).
‘’Vibrante: a ponta da língua ou a úvula provocam uma série de oclusões totais muito breves,
seguidas por segmentos vocálicos extremamente curtos. A passagem do ar pelas cavidades
nasais também está bloqueada... A vibrante alveolar aciona esta série de rápidas oclusões
tocando a ponta da língua nos alvéolos. Já a vibrante uvular realiza a sequência de bloqueios
tocando, através da vibração da úvula, o dorso da língua.’’ (p. 55).
‘’Aproximante: articulada com uma constrição que é maior do que a requerida para uma vogal,
mas não radical o suficiente para produzir turbulência da corrente de ar. São produzidas com a
cavidade nasal bloqueada pelo véu do palato, impedindo a passagem de ar pelas narinas.’’
(p. 55).
‘’Lateral: produzida com uma oclusão central, deixando que o ar escape pelas laterais do trato
oral. O véu do palato encontra-se levantado, e o fluxo de ar passa apenas pela cavidade oral’’
(p. 55 – 56).
‘’Na transcrição restrita, todos os detalhes fonéticos, incluindo propriedades secundárias, são
considerados. Na transcrição ampla, são explicitados apenas os aspectos mais gerais dos
segmentos. Isso é feito uma vez que fenômenos como certas propriedades secundárias
(labialização, por exemplo) são previsíveis pelo ambiente em que o segmento a ser transcrito
se encontra.’’ (p. 61).
SILVA, Thaís Cristófaro. Fonética e fonologia do português : roteiro de estudos e guia de exercícios.
São Paulo : Contexto, 2003
“Entenderemos por segmento consonantal um som que seja produzido com algum tipo de
obstrução nas cavidades supraglotais de maneira que haja obstrução total ou parcial da
passagem da corrente de ar podendo ou não haver fricção. Por outro lado, na produção de um
segmento vocálico a passagem da corrente de ar não é interrompida na linha central e
portanto não há obstrução ou fricção. Certos segmentos têm características fonéticas não tão
precisas, seja de consoante ou de vogal.” (p. 26).
“Entre os sons que não fazem uso do mecanismo de corrente de ar em sua produção o mais
conhecido é o ranger dos dentes. A corrente de ar pode ser pulmonar, glotálica ou velar. Os
segmentos consonantais do português são produzidos com o mecanismo de corrente de ar
pulmonar. Este é o mecanismo utilizado normalmente no ato de respirar. O mecanismo de
corrente de ar glotálico não ocorre em português e o mecanismo de corrente de ar velárico
ocorre em algumas exclamações de deboche e negação.’’ (p. 27).
“Diremos que o estado da glote é vozeado (ou sonoro) quando as cordas vocais estiverem
vibrando durante a produção de um determinado som. Em outras palavras, durante a
produção de um som vozeado os músculos que formam a glote aproximam-se e devido a
passagem da corrente de ar e da ação dos músculos ocorre vibração.” (p. 27).
“Denominamos o estado da glote de desvozeado (ou surdo) quando não houver vibração das
cordas vocais. Não há vibração das cordas vocais nem ocorre ruído durante a produção de um
segmento desvozeado. Isto se dá porque os músculos que formam a glote encontram-se
completamente separados de maneira que o ar passa livremente.” (p. 27).
“Bilabial: O articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo temos o Lábio
superior. Exemplos: pá, boa, má.” (p. 32).
“Labiodental: O articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo temos os dentes
incisivos superiores. Exemplos: faca, vá.” (p. 32).
“Alveolar: O articulador ativo é o ápice ou a lâmina da língua e como articulador passivo temos
os alvéolos. Consoantes alveolares diferem de consoantes dentais apenas quanto ao
articulador passivo. Em consoantes dentais temos como articulador passivo os dentes
superiores. Já nas consoantes alveolares temos os alvéolos como articulador passivo.
Exemplos: data, sapa, Zapata, nada, lata.” (p. 32).
“Palatal: O articulador ativo é a parte média da língua e o articulador passivo é a parte final do
palato duro. Exemplos: banha, palha.” (p. 32).
“Velar: O articulador ativo é a parte posterior da língua e o articulador passivo é o Véu palatino
ou palato mole. Exemplos: casa, gata, rata (o som r de “rata” varia Consideravelmente
dependendo do dialeto em questão. Indicamos aqui a pronúncia velar que ocorre tipicamente
no dialeto carioca. Uma discussão detalhada dos sons de r em português será apresentada
posteriormente).” (p. 32).
“Tepe (ou vibrante simples): O articulador ativo toca rapidamente o articulador passivo
ocorrendo uma rápida obstrução da passagem da corrente de ar através da boca. O tepe
ocorre em português nos seguintes exemplos: cara. Brava.” (p. 34).
“Vibrante (múltipla): O articulador ativo toca algumas vezes o articulador passivo causando
vibração. Em alguns dialetos do português ocorre esta variante em expressões como “orra
meu!” ou em palavras como “marra”. Certas variantes do estado de São Paulo e do português
europeu apresentam uma consoante vibrante nestes exemplos.” (p. 34).