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História da Educação no Brasil

Geovana de Sousa Ferreira

Heloísa Geovanna Martins Pinto

Maria Manoela de Oliveira da

Silva Universidade Federal do Amazonas Resenha de:

PILETTI, Nelson. História da Educação no Brasil. 7. Ed. São Paulo: Editora Ática, 1997.

O livro História da Educação no Brasil de Nelson Piletti aborda historicamente os


caminhos da educação brasileira desde o Período Colonial até os dias atuais. Ao longo dos
capítulos é descrito de forma sucinta os períodos educacionais brasileiros, com as inúmeras
revoluções, leis e turbulências políticas que historicamente influenciam o rumo da educação
brasileira. Destacando também a importância da democratização da escola, da relação dos
professores e alunos trabalhando em conjunto com a comunidade. O livro ainda destaca o
desenvolvimento de uma nova filosofia social para promover as potencialidades individuais, e
a efetiva responsabilidade do educador em 3 frentes: pessoal, escolar e social.

Nelson Piletti, nascido em 1945, é um educador e historiador brasileiro. Possui graduação em


Filosofia, Jornalismo e Pedagogia. Também possui mestrado e doutorado em Educação.
Atualmente, é um professor associado da Universidade de São Paulo. Piletti também é autor
de outras obras como: História do Brasil (1998), Sociologia da educação (1985), Psicologia
educacional (1988) entre outros.

O livro é divido em 12 capítulos e subdividido em tópicos numerados a partir dos


conteúdos de cada período destacado. São utilizadas datas de movimentos e determinações
importantes para a política no Brasil que contextualizam as mudanças na Educação.

O primeiro capítulo do livro nos traz uma reflexão geral sobre a educação: suas
formas, características e meios pelo qual pode percorrer. Pontuando os conceitos de educação
formal X educação informal, educação como produto X educação como processo, educação
opressora X educação libertadora, entre outros.
O capítulo dois nos conduz a refletir sobre uma lacuna no campo educacional
brasileiro presente desde a colonização até a atualidade: a criação de leis que são perfeitas na
teoria, porém que não ocorrem na prática.

O terceiro capítulo descreve a educação no Período colonial no Brasil, a qual se desenvolveu


através da chegada da Companhia de Jesus em 1549. Os jesuítas perceberam que não seria
possível catequizar os indígenas sem lhes ensinar as primeiras letras, ou seja, a leitura e a
escrita. Para o ensino secundário, eram oferecidos três cursos: Letras, Filosofia e Ciências,
enquanto que o superior oferecia Teologia e Ciências Sagradas. Dessa forma, os jovens que
não desejassem seguir a carreira eclesiástica deveriam fazer o curso superior na Europa.

Esse sistema educacional perdurou até 1759, com a expulsão dos jesuítas por Marquês
de Pombal, este que implantou as aulas régias, com os cursos de Latim, Grego e Retórica.
Todavia, o novo sistema se mostrou inferior ao antigo.

O capítulo seguinte nos descreve a educação no Império (1822-1889), caracterizada


principalmente pela prioridade destinada ao ensino secundário e superior, com a preocupação
de se criar a elite dirigente do país, além de um sistema educacional sem obrigação de
continuidade.

Enquanto que o quinto capítulo se preocupa em explicar a Primeira República


(18891930), momento o qual se questionou os privilégios educacionais destinados à elite, com
relação a precariedade da educação primária e profissional. No entanto, esses debates não
ultrapassaram o papel. Alguns dos pontos debatidos foram com relação à gratuidade e
obrigatoriedade do curso de 1º grau, o direito de todos à educação, liberdade de ensino,
obrigação do Estado e da família na educação, entre outros.

Foi somente no sexto capítulo que percebemos maiores transformações através da Revolução
de 30, como: a criação do Ministério da Educação, a Constituição de 1934, essa possuindo
novas atribuições educacionais como a função da integração e planejamento global da
educação brasileira; a função normativa de todos os níveis educacionais para todo o território
nacional; a função de controle, supervisão e fiscalização e a função supletiva de estímulo e
assistência técnica.

Nesse período também ocorreu o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova em 1932
que defendeu ideais como a educação pública, obrigatória e leiga. Além da criação da
primeira universidade de São Paulo em 1934.
No capítulo sete podemos observar o desenvolvimento da Educação no Estado Novo,
governado por Vargas, que promoveu muitas mudanças importantes dentro do novo espírito
centralizador. Efetivou o ensino primário obrigatório e gratuito, o ensino pré-vocacional e
profissional destinado às classes menos favorecidas, entre outros decretos criados em favor da
melhoria da Educação na época.

No período de 1945 a 1964 no campo educacional, houve o avanço da participação


popular no ensino técnico-profissional. A LDB discutida por 13 anos buscava ampliar o
acesso a escola pública promovendo campanhas visando à ampliação e a melhoria do
atendimento escolar, possibilitando determinar a estrutura, objetivos de ensino e conteúdos
nas escolas públicas. Além desses aspetos importantes desse período exposto no capítulo oito
do livro, destaca-se também o desenvolvimento do Método Paulo Freire que contribui
grandemente para a efetivação da Educação de adultos.

Na Ditadura Militar, contextualizada no capitulo nove, o regime pretendeu frear os


avanços populares, os estudantes foram reprimidos em suas manifestações e suas atividades
foram controladas, ocasionadas principalmente pela Lei Suplicy que tornava ilegais as
entidades estudantis. Contudo, nesse período, com pressão dos estudantes, houve a Reforma
Universitária, que multiplicou as vagas em escolas superiores particulares, criou o vestibular
classificatório e diversas outras contribuições nas universidades. Apesar de todo o avanço que
os números daquela época mostravam, ainda continuávamos com sérios problemas no campo
educacional.

Em fase de transição a partir de 1985, a Nova República continuava a mesma, as


velhas políticas de clientelismo e corrupção. Entretanto com a Assembléia Constituinte, em 1º
de fevereiro de 1987, 114 entidades formaram o Fórum da Educação na Constituinte, que
consolidou quatro aspectos importantes para a educação no Brasil: ensino público e laico,
democratização da escola, destinação das verbas do Governo Federal e as verbas públicas
destinadas às escolas públicas. A partir dessas determinações o capítulo dez expõe todos os
eventos que sucedem e contextualiza esse período que contribuiu para a educação atual no
Brasil.

Os dois últimos capítulos visam destacar a importância da democratização das escolas,


da relação dos professores e alunos, e o trabalho conjunto da escola e da comunidade. É
desenvolvida uma nova Filosofia de Educação em que esta se torna prioridade com função
social, ela promove o desenvolvimento das potencialidades, cada individuo tem sua
particularidade, não são objetos manipulados. Destaca-se também, a importância do professor
assumir efetivamente sua responsabilidade de educador em três frentes: pessoal, escolar e
social. Por fim, são listadas as dez verdades provisórias acerca da atuação dos professores,
finalizando o livro com contribuições diretas aos professores.

O livro História da Educação no Brasil, é de suma importância para educadores que


buscam entender como a educação chegou até a atualidade. O contexto político, o contexto
social, o papel do educador, são apenas alguns dos aspectos que influenciam a educação
diretamente. Sendo uma leitura necessária e aprimorada para quem almeja entender pelo
menos em parte a complexa história educacional vigente no brasil. A leitura torna-se essencial
para quem ainda não se acomodou com os inúmeros problemas educacionais que se estruturas
de forma histórica, social e política. Com uma leitura de fácil entendimento o livro possibilita
a visão geral desses inúmeros acontecimentos de forma clara e plausível.

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