O documento resume a cronologia do ensino de sociologia no Brasil desde o século XIX, destacando datas importantes como 1891, 1925, 1931 e 1942. Também discute os debates em torno da obrigatoriedade da disciplina e sua reintrodução gradual no ensino médio até ser definitivamente incluída em 2008.
O documento resume a cronologia do ensino de sociologia no Brasil desde o século XIX, destacando datas importantes como 1891, 1925, 1931 e 1942. Também discute os debates em torno da obrigatoriedade da disciplina e sua reintrodução gradual no ensino médio até ser definitivamente incluída em 2008.
O documento resume a cronologia do ensino de sociologia no Brasil desde o século XIX, destacando datas importantes como 1891, 1925, 1931 e 1942. Também discute os debates em torno da obrigatoriedade da disciplina e sua reintrodução gradual no ensino médio até ser definitivamente incluída em 2008.
Departamento de Antropologia e Sociologia- DSOC/CCH
Disciplina : LECS I
Docente: Profª Drª Elisa Maria dos Anjos
Aluno: Thiago da Silva Mendes
Fichamento Amaury
O autor inicia o texto falando das cronologias e faz uma observação
importante acerca das interpretações das datas. Segundo ele as datas estão marcadas pela escolha que o autor da cronologia exerce e, indo mais a afundo, essa escolha serve como indicador de interpretação e está submetida a uma subjetividade. Ele nos mostra que as datas estão distantes de serem indiscutíveis. Segundo Amaury, as datas são construídas assim como os fatos históricos. O autor nos apresenta um exemplo, ele fala da abertura de um importante período da história brasileira, e de como a construção da data e início e fato são construídos, e de como as interpretações são projetadas e marcadas por quem está as datando. Se foi um golpe ou uma revolução irá depender da versão de quem está apresentando esses fatos. Em relação ao ensino de sociologia nas escolas secundarias pode-se diz que o exemplo da ditadura militar serve como critério para a presença ou a ausência desta no ensino, segundo o autor fica a critério das interpretações a intermitência do ensino. Se é culpa da classe dominante ou dos professores, dependerá da forma como o autor irá explorar e expor o tema. Amaury segue o texto falando que em 1891 começaram a campanha pela obrigatoriedade do ensino de sociologia no nível médio, com a reforma de Benjamim Constant, mas esse projeto acabou não vingando por conta de um atrito entre o marechal- presidente e Benjamim; A data acabou retrocedendo mais com o advento das pesquisas sobre o tema. Os’’ Pareceres’’ de Rui Barbosa de 1882-3 reconfiguraram o começo do ensino de sociologia no nível médio. Atravessando diversos caminhos não oficiais e projetos malsucedidos, a introdução da sociologia no ensino começou nos cursos complementares e nas escolas. O autor nos mostra uma característica desta primeira etapa do ensino de sociologia, que é o seu caráter cientifico e uma expectativa cívico-redentorista. A sociologia tornou-se obrigatória nos anos finais dos cursos preparatórios em 1925, com a Reforma de Rocha Vaz, e atravessou caminhos conturbados na busca de sua obrigatoriedade. A disseminação do ensino de sociologia se deu em decorrência da ausência de cursos formadores de professores de Sociologia, sendo comum a presença de professores de outras áreas do conhecimento na formação de quadros. E segundo o autor, essa reforma aconteceu no período que pode ser considerado o mais autoritário do que ficou conhecido como República velha. Outra data importante que o autor nos lembra é a de 1931, ano em que ocorreu a Reforma Francisco Campos, logo após a Revolução de 1930 e a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública, mas segundo ele o que fica registrado em várias cronologias é que a Reforma Francisco Campos segurou a Sociologia como disciplina obrigatória. Os poderes que o governo teve na época com a o advento da revolução de 1930.Com o novo formato governamental alguns decretos foram criados e também a Universidade de São Paulo. Depois o Curso de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP). Nesse período, o ensino de Sociologia era bem diferente do formato que temos hoje, a formação de quadros, de profissionais da área e a criação do curso levando o nome ‘’ Ciências Sociais’ ainda estava bem distantes do modelo atual. O ano de 1935 também teve sua importância na cronologia do ensino de Sociologia no ensino. Quando a coisa foi se consolidando, os profissionais da área das ciências sócias estavam voltados mais para a pesquisa, houve uma discussão muito grande acerca do ensino de sociologia na escola secundária. A universidade de São Paulo teve bastante dificuldade em formar profissionais licenciados, mesmo com a legislação criando o curso de licenciatura, não foi possível criar um molde capaz de consolidar uma tradição que edificasse uma estrutura voltada para a licenciatura. O fim da obrigatoriedade do ensino de Sociologia na escola secundaria veio com a Reforma Capanema, em 1942. Essa reforma rearranjou a educação brasileira. Um problema grave que o autor do texto nos mostra é saber se a exclusão do ensino de sociologia na escola secundária é um problema ideológico ou não, visto que outro agravante para a consolidação da sociologia no ensino é a dificuldade da sociologia em se garantir como ciência, pois uma das modalidades da nova configuração da educação era cientificista. O argumento do autor basicamente nos mostra que o problema da exclusão do ensino era por conta de uma ‘’ indefinição do papel dessa disciplina no contexto de uma formação que se definia mais orgânica, resultado do estabelecimento de uma burocracia mais técnica e mais exigente ou convicta em relação à concepção de educação. ’’ (Moraes, 2011, p. 365) Seguindo o texto o autor fala da primeira Lei Diretrizes e Bases ( LDB) que foi aprovada num período considerado democrático, e mesmo com todas discussões acerca do ensino, algumas dificuldades ainda persistiam, mas as cronologias não foram suficientes para nos mostrar que a desvalorização do ensino foi por questões ideológicas. Muitos caminhos foram trilhados pelo autor para nos mostrar que nesse período o contexto favoreceu a ideia de que a ausência do ensino teria relação com os governos que historicamente perseguiam as humanidades e a sociologia. A questão dá ideologização ser o principal excludente da Sociologia no ensino, serviu como combustível para a validação e volta da sociologia no ensino médio. Segundo o autor, essa reintrodução do ensino nas escolas secundarias decorreu do período em que a redemocratização teve início, e da pressão exercida por profissionais da área. O autor segue o texto falando da primeira proposta curricular. O estado de São Paulo foi o primeiro a sugerir a inclusão da Sociologia no currículo de uma das séries e proporcionar condições que favorecessem a legitimidade da disciplina. Esse processo tenta incorporar novos elementos que busquem se aproximar da realidade dos alunos, trazendo uma linguagem mais pedagógica buscando uma melhor compreensão da realidade destes. E assim os estados brasileiros incorporam esse modelo formalmente. O período após essas mudanças acaba dificultando a qualidade do ensino. Segundo o autor o período ficou conhecido como ‘’ racionalização’’. Em 1996 a educação brasileira é marcada por diversos episódios numa fase de transição democrática. O projeto de LDB que vinha transitando desde 1988 não vinga, mas um projeto suplente de autoria do senador Darcy Ribeiro é sancionado. E assim seguiu entre diversos caminhos na Câmara dos deputados e no Senado a inserção do ensino de sociologia até o veto do Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso. Amaury segue o texto falando sobre o veto ter ocorrido num período em que a democracia já estava presente no Brasil, e que o motivo não era o que estudos menos aprofundados reproduzem ao constarem a ausência do ensino como perseguição ideológica, e que o ensino de sociologia fosse algo subversivo e de esquerda etc. O autor nos mostra que é necessário que se aprofundem pesquisas nesse sentido. Ele continua o texto chamando atenção para os caminhos que a sociologia tomou desde a sua obrigatoriedade, ele fala que ela sempre teve que provar sua importância e relevância, é como se a disciplina sempre estivesse numa campanha por um retorno ao currículo escolar. O debate acerca do ensino de sociologia, gira entorno de sua obrigatoriedade e de sua importância no ensino secundário, Amaury nos apresenta alguns nomes importantes para o debate como Antônio Candido e Florestan Fernandes. Antonio Cândido defendia a presença da disciplina no curso de formação de professores, mas questionava a presença da sociologia no colegial. Florestan Fernandes entra no debate em 1954, defendendo a presença da sociologia na escola secundária, e avança na discussão sobre a sua conveniente implantação no ginásio, como elemento das Ciências Sociais. Ele defendia a mudança da estrutura do sistema deducional do país, de forma que a ciências humanas fossem mais valorizadas e mais aproveitadas no currículo escolar. Posteriormente em 1980, o debate volta, mas agora de uma maneira mais aprofundada a partir da criação de associações de sociólogos, gerando frutos, que resultaram no retorno fracionado e opcional da disciplina ao currículo escolar até 1990. No final do texto o autor relato o processo de luta dos professores, das associações e afins no congresso para que se garantisse a obrigatoriedade da sociologia no ensino secundário. Os caminhos trilhados pelos defensores da sociologia no ensino médio mais uma vez não foram fáceis, foram muitas conturbações e obstáculos até que em 2008 o Congresso Nacional aprovar o Projeto de Lei n. 1.641/03 em tramitação, sendo sancionado pelo presidente em exercício José Alencar como Lei n. 11.684/2008 que altera a LDB, colocando a Filosofia e Sociologia como disciplinas obrigatórias no ensino médio.