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Universidade Federal do Maranhão

Centro de Ciências Humanas

Departamento de Antropologia e Sociologia- DSOC/CCH

Disciplina : LECS I

Docente: Profª Drª Elisa Maria dos Anjos

Aluno: Thiago da Silva Mendes

A “era das diretrizes”: a disputa pelo projeto de educação dos mais


pobres.

Uma dos elementos que compõem as estruturas do capitalismo é que o


pensamento dominante de um tempo é o pensamento da classe dominante,
dessa forma por meio da educação pública e do controle dos conteúdos que
compõem a formação dos alunos em cidadãos é via educação, esse é um dos
elementos que garantem a harmonia dessas estruturas dentro da democracia
burguesa.
O controle da educação, juntamente da pauperização da população são
elementos fundamentais para a funcionamento do sistema econômico
capitalista. Algumas períodos da história do Brasil nos evidenciam que o
controle e a distribuição de recursos para a educação são indicadores dos
períodos em que a valorização do ensino dentro da lógica capitalista,
contribuem para o ‘’ desenvolvimento’’ do país.
No texto as autoras nos mostram como que a migração da ideologia da
classe dominante, dos valores, as visões de mundo opera no campo
educacional via legislação por meio do aparato estatal. Elas fazem um resgate
histórico que vai desde os primeiros momentos das políticas de direcionamento
educacional até os governos petistas.
Elas relembram a criação do Conselho Federal de Educação, algumas
reformas educacionais, criação da primeira LDB, governos ditatoriais que
perseguiam as humanidades, visões tecnocratas que sabotaram a educação,
vetos no início do período democrático e expõem os mecanismo de dominação
dos donos do poder, etc.
No fim da década de 1980, com o advento da redemocratização das
relações institucionais, e das novas formas que o mundo do trabalho ganhou e
da criação de uma nova LDB, emerge um debate sobre a criação de um novo
tipo de formação que abarcasse dimensões políticas comprometidas com a
cidadania. O debate girava entorno da reformulação da educação, ele visava
um currículo que valorizasse a tecnologia relacionada ao mundo do trabalho.
Com a aprovação da LDB em 1996, novas rotas foram traçadas no
ensino, agora ela tomou uma nova forma dentro da estrutura educacional,
assim como as Diretrizes Curriculares Nacionais, que por meio da União,
juntamente do Conselho Nacional de Educação, buscaram garantir a formação
básica comum.
As autoras agora abordam no texto a relação que as reformas
educacionais tiveram com a movimento internacional correspondente, elas
fazem uma citação em que basicamente o autor nos mostra que existe uma
subordinação dos Estados nacionais às exigências das agências multilaterais
como a (UNESCO), Banco mundial, Banco Interamericano entre outras. As
políticas educacionais estão em completa submissão das políticas econômicas
neoliberais.
Agora o texto nos mostra a relação da educação com o trabalho nos
processos formativos dos estudantes. Se pegarmos como base a crítica a
economia política, a educação da classe trabalhadora no Brasil tem sido
estudada especialmente sob o enfoque econômico-político. As autoras falam
das teorias critico-reprodutivistas e a teoria crítica do currículo, em seguida
falam da contraposição às teorias critico- reprodutivistas, a compreensão da
escola como instancia de organização da cultura e, assim, como aparelho
privado de hegemonia(Gramsci,1991).
O programa marxiano educacional juntamente dos estudos de Gramisc,
a partir de seus leitores, corroboraram com a difusão da concepção de
educação de educação tecnológica e politécnica e da formação omnilateral
como a utopia educacional revolucionária da classe trabalhadora, tendo o
trabalho como princípio educativo.
O produto desta expressão foi importante, pois ele sintetizou a questão
cientifica e ético-plítica central da área, impulsionando estudos sobre sua
possibilidade teórica e prática central da área, motivando estudos sobre o seu
significado e sua possibilidade teórica e prática na sociedade capitalista. A LDB
original buscou implantar esse princípio na organização da educação básica,
mas foi a perda de seu sentido contribui com a reforma conservadora do
governo FHC.
O texto agora narra alguns fatos ocorridos entre o final do governo Lula
da Silva, e início do governo Dilma Rousseff. A ressuscitação das Diretrizes
Curriculares Nacionais e alguns caminhos que foram percorridos oriundos dos
Pareceres do Relator da Câmara de Educação Básica Professor Cordão
O documento veio a lume no primeiro semestre de 2010, e o primeiro
documento alternativo de um Grupo de Trabalho, promovido pelo Ministério da
Educação, reunindo movimentos sociais, entidades científicas e setores do
próprio Ministério, começou a ser elaborado em meados do mesmo ano.
Agora a questão da ‘’Chave’’ nos mostra que essa é uma visão
problemática , parece bastante sedutora, mas é um expressão carregada de
senso comum. A visão da educação como chave para um lugar não é nova.
Permeado de sentido metafórico na educação e tendo um uso supostamente
científico na teoria das competências, o termo chave transforma-se em
“CHAVE” na proposta de DCNEP de 2010.
As autoras nos apresentam alguns problemas envolvendo o termo
‘’Chave’’ e no mostram que no Brasil ao orientar as DCN da educação básica,
conferiu-se forte ênfase à dimensão comportamental em detrimento da
formação teórica. Elas detectam um problema na teorização das competências,
elas dizem que o currículo não pode antecipar a experiência profissional, visto
que a teorização das competências buscava atrelar ao ensino os saberes que
forjam os estudantes para o mundo do trabalho.
No que diz respeito a questão curricular na relação trabalho e educação,
entendemos que são questões das DCN, que tem um sentido crítico no
documento alternativo ao texto da CNE/CEB. Sua análise torna-se um
problema da relação entre parte – a formação que a escola pode proporcionar
– e a totalidade das relações sociais de produção, e entre teoria – os
conhecimentos científicos e técnicos aprendidos na formação – e a prática real
que desafia e reconstrói esses conhecimentos.
Em relação ao problema da teoria e da prática, o texto nos mostra que o
o parecer defende os princípios da valorização da experiência dos alunos, da
contextualização na prática dos conhecimentos teóricos, da prática como
organizadora do currículo, dentre outros.
As autoras nos mostram que em relação aos saberes produzidos no
contexto da prática utilitária o homem é colocado em condições a orientar-se
no mundo, de familiarizar-se com as coisas e manejá-las, mas não proporciona
a compreensão das coisas e da realidade. A Prática deve ser transformadora
no contexto da realidade, ela deve ser orientada pelos saberes e vivencias dos
alunos, não basta simplesmente teorizarem coisas deslocadas da realidade,
coisas que busquem transformar o homem em meras peças produtoras de
força de trabalho, é de fundamental importância alinharmos a teoria com
pratica, somente assim garantimos transformações concretas e não virtuais.
Outro ponto do parecer é a sua flexibilidade geradora de uma
fragmentação. O parecer propõe uma formação fragmentada que exige do
trabalhador uma constante atualização, sem que ele tenha o aparato à sua
ação autônoma e transformadora própria de uma práxis social produtiva crítica.
O termo que em questão é a ‘’CHAVE’’ que abre somente as desiguais
oportunidades do mercado de trabalho aos quais trabalhadores competentes
podem se adaptar.
O texto segue agora falando a respeito da interdisciplinaridade como
problema e como necessidade. Segundo as autoras o Parecer Cordão
recomenda que as escolas adotem a interdisciplinaridade como um aspecto da
“filosofia de trabalho”, mas o contexto da recomendação limita-se ao mercado
de trabalho.

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