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Universidade Federal do Maranhão

Centro de Ciências Humanas

Departamento de Antropologia e Sociologia- DSOC/CCH

Disciplina : LECS I

Docente: Profª Drª Elisa Maria dos Anjos

Aluno: Thiago da Silva Mendes

Fichamento Amaury
O autor inicia o texto falando das cronologias e faz uma observação
importante acerca das interpretações das datas. Segundo ele as datas estão
marcadas pela escolha que o autor da cronologia exerce e, indo mais a afundo,
essa escolha serve como indicador de interpretação e está submetida a uma
subjetividade. Ele nos mostra que as datas estão distantes de serem indiscutíveis.
Segundo Amaury, as datas são construídas assim como os fatos históricos.
O autor nos apresenta um exemplo, ele fala da abertura de um importante
período da história brasileira, e de como a construção da data e início e fato são
construídos, e de como as interpretações são projetadas e marcadas por quem
esta as datando. Se foi um golpe ou uma revolução irá depender da versão de
quem está apresentando esses fatos.
Em relação ao ensino de sociologia nas escolas secundarias pode-se diz
que o exemplo da ditadura militar serve como critério para a presença ou a
ausência desta no ensino, segundo o autor fica a critério das interpretações a
intermitência do ensino. Se é culpa da classe dominante ou dos professores,
dependerá do autor da cronologia.
Amaury segue o texto falando que 1891 começaram a campanha pela
obrigatoriedade do ensino de sociologia no nível médio, com a reforma de
Benjamim Constant, mas esse projeto acabou não vingando por conta de um atrito
entre o marechal- presidente e Benjamim o futuramente ao falecimento do ministro
entre alguns problemas.
A data acabou retrocedendo mais com o advento das pesquisas sobre o
tema. Os ’’Pareceres’ ’de Rui Barbosa de 1882-3 reconfiguraram o começo do
ensino de sociologia no nível médio. Atravessando diversos caminhos não oficiais
e projetos malsucedidos, a introdução da sociologia no ensino começou nos
cursos complementares e nas escolas. O autor nos mostra uma característica
desta primeira etapa do ensino de sociologia, que é o seu caráter cientifico e uma
expectativa cívico-redentorista.
A sociologia tornou-se obrigatória nos anos finais dos cursos preparatórios
em 1925, com a Reforma de Rocha Vaz, e atravessou caminhos conturbados na
busca de sua obrigatoriedade. A disseminação do ensino de sociologia se deu
em decorrência da ausência de cursos formadores de professores de Sociologia,
sendo comum a presença de professores de outras áreas do conhecimento na
formação de quadros. E segundo o autor, essa reforma aconteceu no período que
pode ser considerado o mais autoritário do que ficou conhecido como República
velha.
Outra data importante que o autor nos lembra é a de 1931, ano em que
ocorreu a Reforma Francisco Campos, logo após a Revolução de 1930 e a criação
do Ministério da Educação e Saúde Pública, mas segundo ele o que fica
registrado em várias cronologias é que a Reforma Francisco Campos segurou a
Sociologia como disciplina obrigatória. Os poderes que o governo teve na época
com a o advento da revolução de 1930.Com o novo formato de governamental
alguns decretos foram criados e também a Universidade de São Paulo. Depois o
Curso de Ciências Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP).
Nesse período, o ensino de Sociologia era bem diferente do formato que
temos hoje, a formação de quadros, de profissionais da área e a criação do curso
levando o nome ‘’Ciências Sociais’ ainda estava bem distantes do modelo atual. O
ano de 1935 também teve sua importância na cronologia do ensino de Sociologia
no ensino. Quando a coisa foi se consolidando, os profissionais da área das
ciências sócias estavam voltados mais para a pesquisa, houve uma discussão
muito grande acerca do ensino de sociologia na escola secundária.
A universidade de São Paulo teve bastante dificuldade em formar
profissionais licenciados, mesmo com a legislação criando o curso de licenciatura,
não foi possível criar um molde capaz de consolidar uma tradição que edificasse
uma estrutura voltada para a licenciatura.
O fim da obrigatoriedade do ensino de Sociologia na escola secundaria veio
com a Reforma Capanema, em 1942. Essa reforma rearranjou a educação
brasileira. Um problema grave que o autor do texto nos mostra é a saber se a
exclusão do ensino de sociologia na escola secundária é um problema ideológico
ou não, visto que outro agravante para a consolidação da sociologia no ensino é a
dificuldade da sociologia em se garantir como ciência, pois uma das modalidades
da nova configuração da educação era cientificista.
O argumento do autor basicamente nos mostra que o problema da exclusão
do ensino era por conta de uma ‘’indefinição do papel dessa disciplina no contexto
de uma formação que se definia mais orgânica, resultado do estabelecimento de
uma burocracia mais técnica e mais exigente ou convicta em relação à concepção
de educação. ’’ (Moraes, 2011, p. 365)
Seguindo o texto o autor fala da primeira Lei Diretrizes e Bases (LDB) que
foi aprovada num período considerado democrático, e mesmo com todas
discussões acerca do ensino, algumas dificuldades ainda persistiam, mas as
cronologias não foram suficientes para nos mostrar que a desvalorização do
ensino foi por questões ideológicas. Muitos caminhos foram trilhados pelo autor
para nos mostrar que nesse período o contexto favoreceu a ideia de que a
ausência do ensino teria relação com os governos que historicamente perseguiam
as humanidades e a sociologia.
A questão dá ideologização ser o principal excludente da Sociologia no
ensino, serviu como combustível para a validação e volta da sociologia no ensino
médio. Segundo o autor, essa reintrodução do ensino nas escolas secundarias
decorreu do período em que a redemocratização teve início, e da pressão
exercida por profissionais da área.
O autor segue o texto falando da primeira proposta curricular. O estado de
São Paulo foi o primeiro a sugerir a inclusão da Sociologia no currículo de uma
das séries e proporcionar condições que favorecessem a legitimidade da
disciplina.
Esse processo tenta incorporar novos elementos que busquem se
aproximar da realidade dos alunos, trazendo uma linguagem mais pedagógica
buscando uma melhor compreensão da realidade destes. E assim os estados
brasileiros incorporam esse modelo formalmente. O período após essas
mudanças acaba dificultando a qualidade do ensino. Segundo o autor o período
ficou conhecido como ‘’ racionalização’’.
Em 1996 a educação brasileira é marcada por diversos episódios numa
fase de transição democrática. O projeto de LDB que vinha transitando desde
1988 não vinga, mas um projeto suplente de autoria do senador Darcy Ribeiro é
sancionado. E assim seguiu entre diversos caminhos na Câmara dos deputados e
no Senado a inserção do ensino de sociologia até o veto do Presidente da
República, Fernando Henrique Cardoso.
Amaury segue o texto falando de o veto ter ocorrido num período em que a
democracia já estava presente no Brasil, e que o motivo não era o que estudos
menos aprofundados reproduzem, ao constarem a ausência do ensino como
perseguição ideológica, em que o ensino de sociologia fosse algo subversivo e de
esquerda etc. O autor nos mostra que é necessário se aprofundar pesquisas
nesse sentido.
O autor continua o texto chamando a atenção para os caminhos que a
sociologia tomou desde a sua obrigatoriedade, ele fala que ela sempre teve que
provar sua importância e relevância, é como se a disciplina sempre estivesse
numa campanha por um retorno ao currículo escolar. O debate acerca do ensino
de sociologia, gira entorno de sua obrigatoriedade e de sua relevância

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