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HISTORIOGRAFIA.1
INTRODUÇÃO/ JUSTIFICATIVA
A ditadura militar é marcada por momentos decisivos em nossa democracia
como também as perseguições de políticos, atrocidades contra os Direitos Humanos
e principalmente questões de continuidades e permanências das lembranças de
diversos grupos envolvidos nos acontecimentos. Sobre o período, Carlos Fico (2014)
menciona que a historiografia brasileira cresceu nos últimos 30 anos, especialmente
relacionado à respeito aos estudos sobre a história do Brasil republicano e
principalmente sobre a ditadura militar. Indica, o crescimento de produção
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O texto é baseado no “relatório técnico-científico final” do projeto de pesquisa - “Para que não se
esqueça, para que nunca mais aconteça”: regimes autoritários e ditadura militar no Brasil, entre o
conhecimento histórico e o conhecimento histórico escolar”. Parte dos resultados foram apresentados
e publicados em anais do III Simpósio dos Ananins e Seminário de Iniciação Científica- UFPA.
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Graduando em História pela Universidade Federal do Pará (UFPA) - Campus Ananindeua, bolsista
PRODOUTOR - Iniciação Científica. E-mail: Elber599@gmail.com. Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6385071540053931.
historiografia relacionando com outros cursos interdisciplinares das Ciências
Humanas buscaram a estudar as instituições no regime, também o interesse dos
historiadores em analisar os desdobramentos dos fatos e analisar os momentos
político-social do período militar e principalmente desenvolver metodologias em sala
de aula para o ensino de história.
No ano de 2014, completou-se 50 anos do golpe de 1964, foi marcado por um
Boom de produções historiográficas sobre o período. E o “mercado editorial a partir
de 2014 contribuem sobremaneira para a conformação de determinados imaginários
sobre a ditadura brasileira e seus desdobramentos que possibilitam uma
compreensão mais multifacetada de suas características principais” (PERLATTO,
2017, p.725). Nesse mesmo ano, ocorria a Comissão Nacional da Verdade, no âmbito
Federal as investigações sobre o período militar, os pesquisadores estavam
interessados nas documentações “ultrassecretas” e oralidades de diversos grupos,
movimentos sociais e vítimas envolvidas para pesquisas como “finalidade de examinar
e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período [...], a fim
de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação
nacional” (BRASIL, 2011). Principalmente nesse momento, o mercado editorial
começou observar com mais atenção em novas construções historiográficas sobre o
período, relacionando um olhar mais voltado para a História Social, desconstruindo as
faces dos imaginários diante dos sujeitos heróicos que viveram no regime como sobre
o governo militar e ao mesmo tempo levantou debates no universo acadêmico sobre
a questão se ocorreu um Golpe Civil-Militar ou Ditadura Militar, nos anos 1964 a 1985.
No ensino de História como principal ênfase do texto, os debates da comissão
influenciaram o campo historiográfico como também acrescentou novas narrativas e
documentações para as abordagens no espaço escolar. Segundo a pesquisadora e
historiadora Marta Rovai
OBJETIVOS
O objetivo geral do projeto foi seguido no decorrer da iniciação científica com a
questão da construção do saber histórico em relação à ditadura militar no Brasil e
como o mesmo se desdobra em saber histórico escolar tendo como base a formação
da consciência histórica dos alunos. E os específicos foram: Observar os professores
do 9° ano como se desenvolveu os debates sobre a ditadura militar, analisar os livros
didáticos aprovados pela PNLD 2020 (Plano Nacional do Livro Didático) e
posteriormente construir os resultados do levantamento, elaborar possíveis
mecanismos de construção de consciência histórica do professor ao aluno, e produzir
trabalhos ou artigos acadêmicos com os resultados do projeto, baseados nos dados
de análise e observação [no ano de 2019 a março de 2020
RESULTADOS
1. Balanço Historiográfico
Interessante afirmar, “a escassez de fontes documentais não existe mais: o
regime militar brasileiro preservou muitos acervos, vários deles abertos à consulta
pública desde o final dos anos 1980 – abundância que me sugeriu a expressão
“ditadura documentada” (FICO Apud FICO, 2017, p.8). O regime deixou inúmeros
documentos em acervos para os pesquisadores como forma de afirmação da memória
e o entendimento dos fatos e atitudes dos militares, consequentemente deixou
vestígios fundamentais para os historiadores investigarem, formulações de hipóteses
e interpretações. Com os acontecimentos ocorrido no ano de 2014, levou as pesquisas
para a realização do balanço de publicações sobre o período e o local de busca das
publicações foram -“Portal de Periódicos da Capes”, “Google Acadêmico/ Sholar” e
“Repositório da UnB”.
TABELA 1:
ARTIGOS 321
LIVROS 5
RECURSO TEXTUAL 5
RESENHA 2
TESES 2
Fonte: portal de periódicos da CAPES. Soares (2020)
TABELA 2:
RESULTADOS 345
ARTIGOS 330
LIVROS 5
RECURSO TEXTUAL 5
RESENHA 2
TESES 2
Fonte: portal de periódicos da CAPES. Soares (2020)
Buscou analisar de forma organizada as publicações referentes à "ditadura
militar” publicadas até o ano de 2014, para compreender a questão dos crescimentos
de produções historiográficas e também voltado ao ensino de História. A tabela mostra
uma quantidade excelente de publicações armazenadas no portal de periódicos sobre
a ditadura e a quantidade publicada de artigos nesse período. E os dados coletados
e montados pelo projeto é a prova que houve um crescimento significativo ou
popularmente o Boom de produções.
Outro exemplo que prova o crescimento de produções é o Google Acadêmico,
site popular de armazenamento de livros e artigos científicos.
GRÁFICO 1:
Gráfico 2:
Figura 2:
Fonte: Elaborada por Soares (2020)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, trabalhar com a Ditadura Militar trouxe novas informações e
conhecimentos sobre o período voltado ao ensino de História aos alunos do ensino
básico. No ensino de História, houve avanços nos debates do período militar, como a
questão dos livros didáticos a qual desenvolvi nas pesquisas e dentro do plano de
trabalho, mostrou como a CH é construída pelos autores dentro das suas
experiências, práxis [teoria e prática] e a interpretação sobre o período, fazendo
comparações possíveis dos processos e ligações da consciência histórica para
construção das narrativas do objeto de conhecimento baseado no posicionamento do
autor, afetando positivamente ou negativamente os sujeitos ao utilizarem o LDH.
Aprendemos na Iniciação Científica, sobre a questão dos debates sobre as
crenças dos vestígios que são as documentações geradas por grupos dominantes
com pretensão de gerar uma narrativa histórica como uma “verdade absoluta” e torna-
se uma fonte que a leitura não passa por uma crítica e questionamentos sobre o
período, consequentemente, afeta no universo escolar. Destaco a citação de Carlos
Fico (2017, p. 19) “Há algum debate, especialmente relativo à crença sobre o acesso
ao real por meio dos vestígios, à construção da narrativa histórica com pretensão de
verdade porque fundamentada em documentos e assim por diante”.
Os resultados levaram em consideração a importância dos estudos de Rüsen,
voltados à importância dos conceitos de consciência histórica no universo escolar,
especificamente a sala de aula. Rüsen (1992) cita que a consciência histórica evoca
o passado como espelho da experiência na qual reflete na vida presente e revela.
Desse modo, a importância do debate sobre ditadura com os alunos, reforça a
importância do CH para a prática no tempo presente e trazer a lembrança do passado
para refletirmos sobre os acontecimentos do passado e para a desconstrução das
continuidades do passado e gerar mudanças graduais a longo prazo no cotidiano
escolar e social.
REFERÊNCIAS
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âmbito da Casa Civil da Presidência da República. Brasília, DF. Novembro 2011. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12528.htm. Acesso em: 11 Mai. 2020.
CERRI, Luís Fernando. Ensino de história e consciência histórica. Rio de Janeiro: editora FGV,
2011.
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PERLATTO, Fernando. História, literatura e a ditadura brasileira: historiografia e ficções no contexto do
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Guimarães (org.). Ananindeua (PA): Editora Cordovil E-books, 2020. p. 62-73.
SOARES, E. L. T. Regimes autoritários e Ditadura Militar no Brasil: História e historiografia, 2020
(Relatório de pesquisa).
FONTES
Repositório da Universidade de Brasília (Online) - Teses sobre “Ditadura Militar no Brasil”, entre 2010
a 2020; Dissertações sobre “Ditadura Militar no Brasil”, entre 2010 a 2020
Google Scholar (Google Acadêmico) - “Ditadura Militar”. Textos em Espanhol, Inglês e Português, entre
2014 a 2018; “Ditadura Militar”. Textos de todas as Línguas, entre 2014 a 2018