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2023

ANGELINE MARTINI
DANIELA BIONDI
EVERALDO MARQUES DE LIMA NETO

ANAIS
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM
ARBORIZAÇÃO URBANA

VIÇOSA – MG
2023
Direitos Exclusivos desta edição:

© 2023 by Angeline Martini, Daniela Biondi e Everaldo Marques de Lima Neto

Editado por Angeline Martini/ Daniela Biondi/ Everaldo Marques de Lima Neto
Av. Peter Henry Rolfs, s/n
36570-900 Viçosa - MG
Fones: (31) 3312-4192/
martini@ufv.br/ dbiondi@ufpr.br/ everaldo.limaneto@ufrpe.br
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA

COMISSÃO ORGANIZADORA

Angeline Martini

Ana Cláudia Nogueira da Silva

Isabella Santana Sampaio

COMITÊ CIENTÍFICO

Angeline Martini

Daniela Biondi

Everaldo Marques de Lima Neto

COMITÊ DE DIVULGAÇÃO

Grupo ARBO

RESPONSÁVEL PELA TRANSMISSÃO

Ana Cláudia Nogueira da Silva

VIÇOSA – MG
2023
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .................................................................................................... 1
PALESTRAS ........................................................................................................... 3
CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO NA FLORESTA URBANA
.............................................................................................................................. 4
SOBREVIVÊNCIA DE MUDAS ARBÓREAS PLANTADAS EM ÁREAS PÚBLICAS DO
RECIFE, PE ............................................................................................................. 6
MUDANÇA DE COBERTURA ARBÓREA PARA A CIDADE DE SÃO PAULO, PERÍODO
2010-2017............................................................................................................. 8
A RELAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO VIÁRIA E CRIME DE ROUBO NA CIDADE DE
LAVRAS/MG ........................................................................................................ 10
MODELAGEM DE ROTAS PARA CORREDORES VERDES URBANOS...................... 12
PLANEJAMENTO DE INFRAESTRUTURAS VERDES MULTIFUNCIONAIS NO
MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE ....................................................................... 14
CRESCIMENTO DE BROTAÇÕES EPICÓRMICAS DE SIBIPIRUNA (Cenostigma
pluviosum (DC.) GAGNON & G.P. LEWIS) APÓS PODA EM MARINGÁ-PR .......... 16
ÁRVORES NAS ESQUINAS ATRAPALHAM? UM ESTUDO DA INFLUÊNCIA DAS
ÁRVORES PRESENTES NAS CALÇADAS ................................................................ 18
FLORESTA URBANA NA PAISAGEM DE CUIABÁ-MT............................................ 20
PERCEPÇÃO AMBIENTAL DO CONFORTO TÉRMICO PROPORCIONADO PELA
ARBORIZAÇÃO DO CENTRO DE LAGES-SC .......................................................... 22
TRABALHOS ENVIADOS...................................................................................... 24
ASPECTOS ECOLÓGICOS E FITOSSOCIOLÓGICOS DE UMA FLORESTA URBANA AO
LONGO DE UM GRADIENTE AMBIENTAL ............................................................ 25
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA ARBORESCENTE DAS PRAÇAS DE MARÍLIA-SP ......... 27
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO PARQUE DA AJURUOCA EM EXTREMA/MG ....... 29
DIVERSIDADE FLORÍSTICA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS EM
CURITIBA, PARANÁ ............................................................................................. 31
FENOLOGIA E VISITANTES FLORAIS DE Scheelea phalerata (Mart. exp Spreng)
NO CAMPUS DA UFMT-CUIABÁ .......................................................................... 33
CARACTERIZAÇÃO DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS DO MUNICÍPIO DE
CURITIBA, PARANÁ ............................................................................................. 35
ÍNDICES FITOSSOCIOLÓGICOS DE FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS EM
CURITIBA, PARANÁ ............................................................................................. 37
SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DA FLORESTA URBANA NO SUL DA CIDADE DE LOJA,
EQUADOR ........................................................................................................... 37
DESENHO URBANO DAS PRAÇAS DA CIDADE DE MANAUS/AM ......................... 39
DOES URBAN FORESTS MATTER FOR CRIME ANALYSIS? A SPATIAL ANALYSIS FOR
SAO PAULO CITY, BRAZIL .................................................................................... 41
LEVANTAMENTO ARBÓREO DO ENTORNO DA UNIFESP CAMPUS DIADEMA E
ESTACIONAMENTO INTERNO: UM INÍCIO PARA A MELHORIA DA ARBORIZAÇÃO
LOCAL ................................................................................................................. 43
OCORRÊNCIA DE ERVA-DE-PASSARINHO NA ARBORIZAÇÃO DO CAMPUS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA .................................................................. 45
CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS EM RECIFE/PE ... 47
APLICATIVO MULTIPLATAFORMA PARA PLANEJAMENTO E ANÁLISE DA
ARBORIZAÇÃO URBANA ..................................................................................... 49
LEVANTAMENTO DAS AUTORIZAÇÕES DE CORTE DE ÁRVORES EM ÁREA
PARTICULAR EMITIDAS PELA PREFEITURA DE CURITIBA EM 2021 ..................... 51
POTENCIAL DE RISCO DE QUEDA DE Erythrina falcata BENTH. EM ÁREAS VERDES
DO CENTRO DE CURITIBA, PARANÁ .................................................................... 53
METODOLOGIA DE GRAU DE ATENÇÃO DE PALMEIRAS URBANAS NA
AVALIAÇÃO DOS EXEMPLARES DO CAMPUS DA UFMT EM CUIABÁ – MT ......... 55
ÍNDICE DE ÁREAS VERDES PÚBLICAS (IAVP) EM RECIFE - PE .............................. 57
ASSOCIAÇÃO ENTRE TOMOGRAMA SÔNICO E A CONDIÇÃO INTERNA REAL DO
TRONCO DE Spathodea campanulata ................................................................ 59
IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ARBORIZAR NOVA FRIBURGO - RJ ................... 61
PROJETO ARBORIZAR: IMPLEMENTAÇÃO DE ÁRVORES NA ROTATÓRIA DE
COIMBRA-MG, UMA AQUARELA DE FLORES ...................................................... 63
RESULTADOS DO PLANTIO DE 355 ÁRVORES URBANAS EM EXTREMA-MINAS
GERAIS ................................................................................................................ 65
SEMENTES DO AMANHÃ - EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA PRÓ-EFEITO E
APOIO AO PLANTIO FLORESTAL URBANO COM ESPÉCIES NATIVAS ................... 67
FRAGMENTO DE FLORESTA URBANA COMO INSTRUMENTO PARA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL......................................................................................................... 69
REDE CASA DA NATUREZA CONEXÕES SOCIOAMBIENTAIS DA CUESTA (EBOOK):
ARBORIZAÇÃO URBANA EM BOTUCATU ............................................................ 71
AGRADECIMENTOS ............................................................................................. 73
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

APRESENTAÇÃO
O segundo Simpósio Brasileiro de Estudos em Arborização Urbana foi
realizado entre os dias 6 e 8 de dezembro de 2022. O evento,
promovido pelo grupo de estudos ARBO, do Departamento de
Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e com o
patrocínio da Sociedade de Investigações Florestais (SIF), teve como
objetivo reunir os trabalhos dos estudantes de graduação e pós-
graduação que realizam pesquisas na área de arborização urbana em
todo o Brasil. A segunda edição do evento deu continuidade a ideia
iniciada em 2020 para divulgar a sociedade o conhecimento científico
produzido pelas instituições de pesquisa atuantes na área.

Fizeram parte da programação principal do simpósio, discentes de oito


instituições: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade
Federal do Paraná (UFPR), Escola Superior de Agricultura "Luiz de
Queiroz" (ESALQ/USP), Universidade Estadual do Centro-Oeste
(UNICENTRO-Irati), Universidade Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Universidade
Federal de Lavras (UFLA) e Universidade Federal de Santa Catarina
(UDESC).

Além da programação principal, transmitida ao vivo, esta edição


contou com a apresentação de outros 24 trabalhos apresentados de
forma gravada, disponibilizados no canal do Youtube
(https://www.youtube.com/@simbau2022). Na programação ao vivo
foram apresentados quatro trabalhos por dia, sendo as apresentações
mediadas por um professor da área. No primeiro dia a mediação foi
realizada pela Profª. Drª. Angeline Martini (UFV), no segundo dia pelo
Prof. Dr. Everaldo Marques de Lima Neto (UFRPE) e no último dia, pela
Profª Drª. Daniela Biondi (UFPR). Professores que também fizeram
parte do comitê científico do evento.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

O simpósio, transmitido pelo Youtube, foi aberto ao público em geral,


técnicos, analistas, arboristas e demais profissionais ou interessados
em conhecer as pesquisas desenvolvidas pelas universidades. Além do
patrocínio da Sociedade de Investigações Florestais (SIF), contou
novamente com o apoio da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana. Foram 365 participantes inscritos e 115 certificados emitidos,
para acompanhar a apresentação de 35 trabalhos científicos. O canal
do simpósio no Youtube (https://www.youtube.com/@simbau2022),
contou com mais 140 inscritos e aproximadamente 1.600 visualizações
ao longo da semana.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

PALESTRAS

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

CONSERVAÇÃO DE ESPÉCIES AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO NA


FLORESTA URBANA
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Allan Rodrigo Nunho dos Reis , Daniela Biondi

1
Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
allan.nunho@ufpr.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Pós-graduação em
Engenharia Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
dbiondi@ufpr.br

A urbanização ocasiona modificações na paisagem, promovendo


prejuízos aos ambientes naturais e aos processos ecológicos. No
entanto, a priorização de áreas para a conservação nas cidades
favorece a eficiência de esforços e uso de recursos para a conservação
de espécies ameaçadas de extinção. Nesta pesquisa utilizou-se como
estudo de caso o desenvolvimento de um índice de priorização de
áreas para a conservação para a espécie arbórea Ocotea odorifera
(Vell.) Rohwer (canela-sassafrás) na cidade de Curitiba, Paraná.
Visando verificar a distribuição da espécie e a sua adequação
ambiental na área de estudo, foi elaborado um modelo de distribuição
potencial, utilizando o algoritmo Maxent®. Para a elaboração do
modelo, foram utilizados 12 pontos de ocorrência confirmada da
espécie em Curitiba e 13 variáveis ambientais. O mapa gerado a partir
da modelagem foi sobreposto ao de áreas verdes protegidas
selecionadas de Curitiba. O mapa contendo a delimitação das áreas
protegidas foi reclassificado em Alta, Média e Baixa adequação
ambiental para a espécie. Foi recortada a área com as maiores
probabilidades de ocorrência potencial para avaliar a influência da
estrutura da paisagem sobre a distribuição da espécie. Calculou-se a
área ocupada pelas classes de probabilidade de ocorrência dentro de
cada área protegida. Foram calculadas as métricas de paisagem AREA

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

(área), SHAPE (forma) e ENN (isolamento), no software Fragstats®. A


definição dos fragmentos de habitat prioritários à conservação de O.
odorifera foi obtida pelo Índice para Seleção de Áreas para
Conservação de Espécies, com base na modelagem de distribuição
potencial de O. odorifera e nas métricas de paisagem. Os valores dos
índices para cada área protegida foram agrupados em três classes e foi
elaborado um ranking para classificar as melhores áreas de
conservação. A região centro-norte de Curitiba apresenta maior
probabilidade de ocorrência de O. odorifera. A área potencialmente
ocupada por O. odorifera em Curitiba é de 5.132,4 ha (11,8% da área
total do município), sendo que 31 áreas protegidas apresentam
adequação Alta ou Média para a espécie. A área de adequação alta
possui a maior proporção dentro de áreas protegidas, com 2,063% de
sua cobertura total inserida nessas áreas. A Reserva Particular do
Patrimônio Natural Municipal (RPPNM) Alfred Willer é a melhor área
protegida para a conservação de O. odorifera em Curitiba. Embora os
fragmentos florestais remanescentes contenham características
ambientais alteradas, Curitiba apresenta condições ambientais
relevantes à conservação de O. odorifera. As informações adquiridas
podem auxiliar no planejamento da conservação da espécie.

Palavras-chave: Áreas prioritárias à conservação; Canela-sassafrás;


Fragmentos florestais urbanos; Índice para Seleção de Áreas para
Conservação de Espécies; Métricas de paisagem.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

SOBREVIVÊNCIA DE MUDAS ARBÓREAS PLANTADAS EM


ÁREAS PÚBLICAS DO RECIFE, PE
1
Arthur Fonseca Chateaubriand de Vasconcelos ,
2 3
Eliane Cristina Sampaio de Freitas , Everaldo Marques de Lima Neto

1
Biólogo, Mestrando do Programa de Ciências Florestais, Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife, PE, Brasil – arthurafcv@gmail.com
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, PE, Brasil –
eliane.freitas@ufrpe.br
3
Eng. Florestal, Prof. Dr do Depart. Ciências Florestais, UFRPE, Recife, PE, Brasil –
everaldo.limaneto@ufrpe.br

A floresta urbana é caracterizada por toda cobertura vegetal existente


nos espaços urbanos, incluindo áreas públicas e privadas. Devido a
importância das árvores, o Poder Público Municipal realiza
investimentos para promover plantios de mudas arbóreas. No entanto,
é comum o fracasso dos plantios, que se deve principalmente à falta
de participação social e a ausência de ações educacionais sobre a
importância da vegetação. Associado a isso, a falta de manutenção e
monitoramento resulta em um ambiente propício ao vandalismo,
havendo como consequência a ocorrência de danos e morte de mudas
plantadas. A presente pesquisa tem como objetivo avaliar a
sobrevivência de mudas arbóreas plantadas em áreas públicas do
Recife – PE em 2021 pela Secretaria de Meio Ambiente e
Sustentabilidade (SMAS). O estudo foi desenvolvido com base em
dados disponibilizados pela SMAS, referentes aos plantios executados
entre os meses de fevereiro a maio de 2021. Foram avaliadas 200
mudas arbóreas plantadas em áreas públicas, representadas por 11
espécies, 4 famílias botânicas e organizadas entre plantio planejado
pela SMAS e plantio solicitado via serviço telefônico “156”. Para

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

identificar a sobrevivência das mudas, as seguintes observações foram


realizadas em campo: número da muda; muda plantada ausente;
característica do fuste; galhos secos; presença de folhas; sistema
radicular exposto; presença de plantas daninhas; presença de sintomas
de ataques de pragas; tecido lenhoso apresenta coloração esverdeada;
estado da muda. Na análise de ocorrência de danos nas mudas, foram
selecionadas as variáveis: quebra de galhos; poda drástica; injúria no
caule; queimada; tutor removido. Do total das 200 mudas que foram
avaliadas, 98 % foram espécies nativas da Mata Atlântica, sendo as
mais plantadas: Paubrasilia echinata, Handroanthus chrysotrichus,
Caesalpinia peltophoroides. A avaliação da sobrevivência demonstrou
que 41,50 % dos indivíduos permaneciam nos locais de plantio. Com
relação as categorias de plantio, as mudas que foram solicitadas pela
população obtiveram um maior percentual de sobrevivência. Para os
locais de plantio, as mudas introduzidas em calçadas públicas tiveram
o maior percentual. O dano mais frequente nas mudas sobreviventes
foi a injúria no caule, ocasionada principalmente por roçadeiras
mecânicas. Os resultados obtidos evidenciam a importância de
monitorar o desenvolvimento das mudas plantadas em áreas públicas.
Campanhas de educação ambiental podem ser utilizadas para
conscientizar a população sobre a importância da sobrevivência das
mudas plantadas, além de contribuir com o conhecimento das espécies
que estão sendo utilizadas nos projetos de arborização do Recife.

Palavras-chave: Silvicultura Urbana; Plantio Urbano; Conservação


Ambiental.

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MUDANÇA DE COBERTURA ARBÓREA PARA A CIDADE DE SÃO


PAULO, PERÍODO 2010-2017
1
Bruna Lara Arantes

1
Doutora em Ciências, Recursos Florestais, Pesquisadora na Escola Superior de
Agricultura “Luiz de Queiroz”, Piracicaba, SP, Brasil – blarantes@usp.br

A cidade de São Paulo é uma das cinco maiores cidades do mundo, a


maior cidade da América Latina, e o principal centro da economia
brasileira. Entender como a Cobertura Arbórea Urbana (UTC) muda ao
longo do tempo representa um enorme desafio de gestão. Este estudo
criou um mapa de UTC para identificar onde a cobertura arbórea
aumentou, diminuiu e não mudou em Cidade de São Paulo no período
2010-2017. Analisamos a mudança UTC para duas zonas principais de
da cidade: Macrozona Urbana e Ambiental, e para Distritos
Administrativos e para classes de Uso do Solo (LU). A cobertura da
terra foi derivada de duas imagens de alta resolução: a imagem Aero
Photogrametric Survey em 2010 (1m²) e uma imagem Worldview-2 de
2017 (70 cm). As imagens foram classificadas através de uma
classificação orientada a objetos supervisionada com o Random Forest,
no ArcGIS versão 10.7, em um processo de análise de imagem digital
pareada que permite escolher a amostra treinadores para cada turma
respeitando a mesma localização geográfica. A análise de acurácia da
classificação foi feita com o Índice de Kappa, com processo de
validação cruzada, com 1.000 pontos amostrais usados para gerar a
matriz de confusão. O índice Kappa foi de 84% em 2010 e 82% em
2017, e de 96% e 95% respectivamente para a classe de cobertura
arbórea. A cidade de São Paulo apresentou um aumento líquido no
UTC de 10,34% para o período 2010-2017 quando considerado todo o
território da cidade. Esta tendência de aumento mantém-se quando se
consideram duas zonas principais da cidade: Urbana com 0,30% e

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Ambiental com 13%, essa tendência de mantêm quando analisada ao


nível de para Distritos Administrativos e classes de Uso do Solo. A
Macrozona Ambiental é composta principalmente por remanescentes
de Mata Atlântica e pode estar em intenso processo de regeneração,
enquanto a macrozona urbana pode estar enfrentando dificuldades no
aumento de cobertura arbórea, principalmente em uma cidade como
São Paulo. Na cidade 80% da floresta urbana está em solos privados
compostos por residências e áreas industriais, e somente 20% em
áreas públicas, isso pode dificultar ações de manutenção e
reflorestamento por parte dos gestores públicos municipais.

Palavras-chave: Florestas Urbanas; Sistema de Informação Geográfica;


Uso do Solo; Mudança de Cobertura Arbórea Urbana; Mega Cidades.

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A RELAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO VIÁRIA E CRIME DE ROUBO NA


CIDADE DE LAVRAS/MG
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Kelly Iapuque Rodrigues de Sousa , Michele Valquíria dos Reis ,
3 4
Eric Fernandes de Mello Araújo , Fernanda de Almeida
1
Engenheira Florestal, Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Florestal, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG – kellyiapuque@gmail.com
2
Agrônoma, Professora Doutora do Departamento de Agricultura, Universidade
Federal de Lavras, Lavras-MG – michele.reis@ufla.br
3
Cientista da computação, Professor Doutor do Departamento de Ciências da
Computação, Universidade Federal de Lavras, Lavras-MG – eric@ufla.br
4
Administradora, Analista, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Sete Lagoas-
MG – fernanda.almeida1@estudante.ufla.br

A vegetação urbana pode contribuir para melhorias no bem estar e


sensação de segurança das pessoas, mas o conhecimento sobre a
influência da vegetação e criminalidade no cenário latino-americano
ainda é escasso. Objetivou-se analisar a relação entre a Arborização
Viária e crimes de roubo no período de 2014 a 2018 em Lavras/MG. Os
dados utilizados foram: informações georreferenciadas dos roubos,
inventário da arborização viária pública e privada e informações
socioeconômicas, analisados por meio da estimativa Kernel e o modelo
de regressão Binomial Negativo. A maior quantidade de roubos
ocorreu à noite, sendo as vítimas homens, acima de 26 anos, brancos
com maior escolaridade. A Arborização viária, pública e privada, de
Lavras é composta em sua maioria por espécies com diâmetro da copa
e altura considerado pequeno ou médio. Sendo que, a maioria estava
com bons aspectos fitossanitários. Nos setores classificados com baixa
densidade arbórea (1 a 60 árvores) ocorreram mais roubos em
comparação com a média densidade (60 a 120 árvores). A estimativa
Kernel mostrou que as áreas com maiores agrupamentos dos roubos,
não são as mesmas com maiores quantidades de arborização viária. O
modelo preditivo Binomial Negativo obteve associação negativa entre

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a arborização viária e os roubos, indicando que o incremento de


árvores na cidade pode contribuir para diminuição de roubos. Sugere-
se que, gestores priorizem além do aumento do número de árvores, a
escolha das espécies adequadas e contínua manutenção e
monitoramento. Este estudo inicial, por ser aprimorado por meio de
realização de análises espaciais utilizando imagens de satélite, uma vez
que alguns estudos têm lançado mão de geotecnologias para
aprimorar as análises e proporcionar resultados mais detalhados. Além
de, inserir no modelo outras variáveis referentes à vegetação, como
altura, diâmetro e área basal e diversidade de espécies. Tais
descobertas contribuem para a literatura sobre as relações entre a
quantidade de árvores e a criminalidade no contexto latino-americano
e em uma cidade de médio porte no Brasil.

Palavras-chave: Arborização Urbana; Infraestrutura verde; Segurança;


Criminalidade.

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MODELAGEM DE ROTAS PARA CORREDORES VERDES


URBANOS
1 2
Iran Jorge Corrêa Lopes , Daniela Biondi

1
Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
iran.lopes@ufpr.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Pós-graduação em
Engenharia Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
dbiondi@ufpr.br

Para contemplar as demandas do crescimento populacional, os centros


urbanos substituíram grande parte do ambiente natural por
infraestrutura urbana, causando a fragmentação de habitats. O
isolamento entre fragmentos de vegetação proveniente das barreiras
antrópicas pode interromper processos ecológicos assegurados pela
conectividade. É necessário, então, analisar o patrimônio florestal
urbano dentro da perspectiva da ecologia de paisagem para planejar
intervenções no escopo da infraestrutura verde, que busca estabelecer
uma rede interconectada de elementos compatíveis com a
conservação da biodiversidade e sustentabilidade urbana. Uma das
tipologias de infraestrutura verde são os corredores verdes, que
consistem em redes de terra contendo elementos lineares, que são
planejados, projetados e gerenciados para diversas finalidades,
incluindo os âmbitos ecológicos, recreacionais, culturais, estéticos, ou
demais propósitos compatíveis com o uso sustentável da terra. O
objetivo deste trabalho é apresentar uma metodologia para a
simulação de uma rede interconectada de corredores verdes em uma
escala municipal através de técnicas de geoprocessamento. Para isso, é
necessário delimitar a paisagem (área de aplicação da metodologia) e
obter as informações geoespaciais pertinentes a pesquisa, como tipo
de cobertura do solo e qual tipo de uso é atribuído a determinado

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local. Em seguida, são selecionados os fragmentos de interesse, que


servirão de pontos de origem e destino no traçado das rotas dos
corredores. Nessa etapa, atributos como área, forma, capacidade
ecológica, e diversidade devem ser levadas em conta, e para isso,
métricas de paisagem podem ser indicadoras de qualidade dos
fragmentos em relação a paisagem. Depois da seleção das áreas focais
a serem conectadas, é necessário atribuir valores de resistência aos
elementos da paisagem, onde as classes de uso do solo do tipo habitat
(cobertura florestal, arbustos, água) deve ser categorizada com menor
resistência, com relação aos tipos de uso do solo não-habitat
(infraestrutura urbana, solo exposto). Dessa forma, o modelo de rota
de menor custo prioriza simular as rotas preferencialmente seguindo
por píxeis de menor resistência, de um ponto de origem a um destino
de interesse. Uma vez traçadas as rotas de menor custo, o usuário
pode refinar a busca, estabelecendo um buffer entre as rotas e
analisando com uma maior qualidade os caminhos dos corredores.
Finalmente, utilizando ferramentas de paisagismo, é possível
demonstrar com clareza intervenções propostas para os problemas
diagnosticados nos caminhos através de desenhos, buscando torná-los
compatíveis como corredores verdes. O modelo de rotas de menor
custo é apontado como metodologia viável para pesquisas sobre a
criação de corredores verdes, possibilitando obter resultados
interessantes utilizando dados secundários.

Palavras-chave: Corredores verdes; Ecologia da paisagem; Floresta


urbana; Geoprocessamento.

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PLANEJAMENTO DE INFRAESTRUTURAS VERDES


MULTIFUNCIONAIS NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE
1 2
Ana Cláudia Nogueira da Silva , Angeline Martini

1
Engenheira Ambiental, Doutoranda do Programa de Ciência Florestal, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa-MG – anac.nogueira@ufv.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG – martini@ufv.br

A infraestrutura verde (IV) vem se destacando como uma estratégia de


enfrentamento dos impactos da urbanização e mudanças do clima nos
centros urbanos. Os serviços ecossistêmicos (SE) fornecidos pelas IV
são importantes para a melhoria ambiental das cidades e, portanto, as
decisões sobre os locais de implementação destas infraestruturas têm
implicações significativas para a justiça ambiental e social. Diversos
estudos sobre o planejamento da IV têm como foco apenas um SE,
desconsiderando a multifuncionalidade destas infraestruturas. O
conceito de multifuncionalidade no planejamento de IV significa que
múltiplas funções ecológicas, sociais e econômicas devem ser
explicitamente consideradas ao invés de ser um produto do acaso.
Belo Horizonte, capital do estado de Minas Gerais, é a sexta cidade
mais populosa do Brasil, a 12ª mais populosa da América do Sul e foi
escolhida como estudo de caso desta pesquisa, cujo objetivo é
desenvolver um modelo de planejamento para IV, utilizando o método
de análise multicritério espacial, a partir na análise das sinergias e
compensações entre os múltiplos SE ofertados por estas áreas.
Inicialmente, serão avaliados seis indicadores de demandas de serviços
ecossistêmicos no município: ilha de calor, suscetibilidade a
inundações, vulnerabilidade social, disponibilidade de áreas verdes,
conectividade da paisagem e qualidade do ar. Posteriormente, serão
definidos três cenários, considerando a importância (pesos) de cada
serviço ecossistêmico: 1) todos os indicadores de SE avaliados serão

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
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considerados com igual importância para o ambiente urbano; 2) a


determinação do grau de importância de cada indicador será baseada
na opinião de especialistas brasileiros que atuam nas áreas de
planejamento urbano e SE utilizando o Processo de Hierarquia
Analítica, 3) a determinação do grau de importância levará em
consideração que os SE associados à resiliência das cidades às
mudanças do clima possuem uma importância superior aos demais
serviços ecossistêmicos. Por fim, aplicado o modelo de planejamento
espacial da Infraestrutura Verde de Belo Horizonte, utilizando a análise
multicritério, na qual a distribuição geográfica de critérios ou eventos
influencia os resultados da análise. Espera-se com está pesquisa obter
um diagnóstico da demanda de SE em Belo Horizonte e a partir desta
determinar as melhores áreas para implementação da infraestrutura
verde considerando a multifuncionalidade destes espaços para cada
cenário proposto, bem como as características socioambientais e
econômicas do município. A abordagem proposta nesta pesquisa
contribuirá para que as cidades brasileiras se tornem mais sustentáveis
e resilientes às mudanças climáticas, melhorando a qualidade de vida
através de estratégias baseadas na natureza.

Palavras-chave: Áreas verdes; Cidades Resilientes; Cidades


Sustentáveis; Planejamento Urbano; Serviços ecossistêmicos.

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CRESCIMENTO DE BROTAÇÕES EPICÓRMICAS DE SIBIPIRUNA


(Cenostigma pluviosum (DC.) GAGNON & G.P. LEWIS) APÓS
PODA EM MARINGÁ-PR
1 2 3
Rafaela Novaes de Abreu , Rafaela Pereira Naves , Jefferson Lordello Polizel ,
4
Demóstenes Ferreira da Silva Filho
1
Engenheira Florestal, Doutora em Ciências, ESALQ/USP, Piracicaba, SP, Brasil –
rafabreu@usp.br
2
Bióloga, Doutora em Recursos Florestais, ESALQ/USP, Piracicaba, SP, Brasil –
rafaelapnaves@gmail.com
3
Tecnólogo em Informática, Técnico de Laboratório do Departamento de Ciências
Florestais, ESALQ/USP, Piracicaba, SP, Brasil – jlpolize@usp.br
4
Engenheiro Agrônomo, Prof. Dr. do Departamento de Ciências Florestais, ESALQ/USP,
Piracicaba, SP, Brasil – dfilho@usp.br

O crescimento de árvores urbanas no Brasil ainda é pouco estudado e


os que já existem permitem apenas aplicações para algumas espécies
em determinadas condições ambientais. Dessa maneira, há a
necessidade de maior esclarecimento quanto ao comportamento de
outras espécies em contextos regionais específicos. Por isso, este
estudo tem como objetivo descobrir se determinados fatores podem
influenciar na velocidade que as brotações epicórmicas crescem após a
poda de sibipirunas em conflito com a fiação elétrica na cidade de
Maringá - PR, relacionando ao crescimento fatores como microclima,
área de canteiro, índice de área foliar (IAF), época e intensidade da
poda, vigor da árvore e diâmetro à altura do peito (DAP). Para isso, foi
solicitado o registro de podas realizadas pela Copel, utilizando-o como
base para o planejamento da amostragem em campo. Com o objetivo
de gerar um modelo capaz de explicar o comportamento do
crescimento das brotações, os dados foram analisados a partir da
abordagem de ajuste e seleção de modelos. Foi construído um modelo
com todas as variáveis, e para selecionar o que cotinha as variáveis que

16
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

melhor explicavam a variação dos dados foi utilizado o critério de


informação de Akaike (CIA), que selecionou o modelo que indica a
existência de uma relação positiva entre o crescimento e o IAF, e que o
crescimento é maior nos canteiros do tipo descontínuo. Essas duas
variáveis que demonstraram possuir relação com o crescimento,
explicam 19% da variação do ritmo do mesmo. Isso significa que o tipo
de canteiro e o IAF são variáveis que ajudam a prever a velocidade de
crescimento de brotações epicórmicas de sibipirunas após poda em
Maringá - PR. A razão pela qual o modelo explica pouco sobre a
variação de crescimento das brotações, pode ser resultado da
existência de outras variáveis que estão influenciando o crescimento,
mas que não foram avaliadas nesse estudo.

Palavras-chave: Arborização viária; Fiação elétrica; Floresta urbana.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

ÁRVORES NAS ESQUINAS ATRAPALHAM? UM ESTUDO DA


INFLUÊNCIA DAS ÁRVORES PRESENTES NAS CALÇADAS
1 2
Keyla Karine Michalichen , Jonathan Matheus dos Santos ,
3 4
Iane Barroncas Gomes , Rogério Bobrowski

1
Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Ciências Florestais, Universidade
Estadual do Centro-oeste, Irati – PR – keylakarine36@gmail.com
2
Engenheiro Florestal, Mestrando do Programa de Ciências Florestais, Universidade
Estadual do Centro-oeste, Irati – PR – jonathanmagwer@gmail.com
3
Engenheira Florestal, Doutoranda do Programa de Ciências Florestais, Universidade
Estadual do Centro-oeste, Irati – PR - ianegomes@hotmail.com
4
Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade Estadual do Centro-oeste, Irati – PR - rogerio@unicentro.br

Este estudo teve como objetivo avaliar o conflito de árvores urbanas


com as esquinas, questionando se são as árvores os elementos que
atrapalham a visão de um motorista no momento em que precisa
cruzar uma esquina. Para tanto foram selecionadas 30 esquinas na
cidade de Curitiba, Paraná, que obrigatoriamente apresentavam
árvores ou postes de fiação elétrica ou construções sem recuo, os
quais compuseram os tratamentos da pesquisa. Após a escolha das
esquinas foi feita a medida da largura da rua, utilizando o Google
Earth, como escala, para a medição da interferência do objeto
estudado na visibilidade dos motoristas. As imagens foram inseridas
no software ImageJ, onde a área de obstrução de visão dos objetos foi
calculada levando em consideração os 5,0 m do vértice da esquina
para dentro e altura de 1,8 m. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado (DIC), onde os tratamentos foram: T1: árvore
em esquina, T2: poste em esquina e T3: construção sem recuo em
esquina. Para testar a homogeneidade dos dados, foi utilizado o teste
de Bartlett (α = 5 %), depois os dados foram submetidos à Análise de

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

Variância (ANOVA) empregando-se o software Assistat e as médias


foram comparadas pelo teste de Tukey a 5,0% de probabilidade de
erro. Os tratamentos T1 (presença de árvores nas esquinas) e T2
(presença de postes e fiações elétricas nas esquinas) não diferiram
estatisticamente, sendo suas médias 0,92 e 0,91 m² de interferência,
respectivamente, se equivalendo em termos de área de interferência
do campo de visão dos motoristas. O tratamento T3 (presença de
construções sem recuo) apresentou maior obstrução do campo de
visão dos motoristas, sendo uma média de 2,65 m². Sugere-se que os
manuais e recomendações das companhias de energia elétrica sejam
reavaliados quanto aos critérios de plantios de árvores em esquinas. E
que seja considerado o mesmo grau de interferência de árvores e
postes no campo de visão dos motoristas, devendo justificar o plantio
de árvores mais próximas às esquinas, e buscar políticas menos
rigorosas para o plantio de árvores nas caçadas.

Palavras-chave: floresta urbana; mobilidade urbana; equipamentos


urbanos; construção sem recuo.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

FLORESTA URBANA NA PAISAGEM DE CUIABÁ-MT


1
Joelson Cardozo de Arruda , Jaçanan Eloisa de Freitas Milani²,
3
Carla Cristina Cassiano

1
Engenheiro Ambiental, mestrando, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT,
Cuiabá-MT – cardozojoelson@gmail.com;
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Florestais e Ambientais (PPGCFA), Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT –
Cuiabá-MT – jacanan.milani@gmail.com;
3
Engenheira Florestal, Professora Doutora da Universidade Federal de Mato Grosso –
UFMT – Cuiabá-MT - carlacassiano.ufmt@gmail.com

O processo histórico orientou a forma do uso e da ocupação do solo


sem qualquer planejamento na cidade de Cuiabá-Mato Grosso. A
estrutura espacial e funcional do perímetro urbano no que tange a
vegetação, é abordada como “Urban Forest”, termo introduzido para
tratar sobre as florestas urbanas. No ambiente urbano a fragmentação
das florestas, ou seja, a descontinuidade, gera hábitats precários,
resultado de diferentes graus de perturbações antrópicas. O objetivo
geral desta pesquisa é mapear e quantificar a cobertura vegetal existe
no perímetro urbano de Cuiabá-MT, com o uso de sensoriamento
remoto e ferramentas de Sistema de Informação geográfica - SIG. A
pesquisa justifica-se pela necessidade de quantificação da floresta
urbana, utilizando o comportamento do Índice de Vegetação com
Diferença Normalizada (Normalized Difference Vegatation Index -
NDVI), bem como a geração de mapas temáticos, que possa subsidiar
informações a serem incluídas no Plano Diretor Municipal e no Plano
Diretor de Arborização Urbana. A pesquisa utilizou o método
hipotético dedutivo, no qual as suspeitas do trabalho podem ser
contestadas ou afirmadas futuramente, por meio da pesquisa
bibliográfica em artigos disponíveis nas plataformas Scielo,
Researchgate, Google Scholar, usando as palavras-chave: ferramentas
de SIG em área urbana; estudo da vegetação; floresta urbana;

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

sensoriamento remoto da vegetação; Cuiabá-MT; NDVI. A seleção das


imagens (raster) foram realizadas por meio do banco de dados
espaciais (INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e IBGE –
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a coleta, processamento,
tratamento e seleção em softwares de ambiente GIS seguindo as
normais oficiais de parâmetros e metodologias. Os resultados mostram
que a classificação supervisionada, apresenta consideráveis resultados,
sendo o índice de confiabilidade Kappa de 77%. A paisagem urbana de
Cuiabá possui apenas 26,63% de cobertura vegetal, acima de outras
cidades, porém a distribuição dessas áreas não está de acordo com as
legislações pertinentes e as diretrizes da ONU, onde preconizam a
distribuição de forma homogênea, é notável que algumas regiões da
cidade possuem mais e outras menos vegetação.

Palavras-chave: SIG; Vegetação urbana; NDVI; Plano Diretor Municipal;

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

PERCEPÇÃO AMBIENTAL DO CONFORTO TÉRMICO


PROPORCIONADO PELA ARBORIZAÇÃO DO CENTRO DE LAGES-SC
1 2
Gabriel Mancini Antunes da Silva , Flávia Gizele König Brun ,
3 4 5
Guilherme Melegari , Mariana de Moraes Goulart , Maria Raquel Kanieski

1
Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Ciência do Solo, Universidade do
Estado de Santa Catarina – UDESC/CAV, Lages-SC, Brasil –
gabriel.manc99@gmail.com
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Dois Vizinhos-PR, Brasil –
flaviag@utfpr.edu.br
3
Graduando do curso de Engenharia Florestal, Universidade do Estado de Santa
Catarina – UDESC/CAV, Lages-SC, Brasil – gui.melegari01@hotmail.com
4
Engenheira Florestal, funcionária da empresa Tavares Florestal, Lages-SC, Brasil –
marianamoraesgoulart@gmail.com
5
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC/CAV, Lages-SC, Brasil –
raquel.kanieski@udesc.br

A arborização urbana, quando bem planejada pode gerar diversos


benefícios para a sociedade, como a redução da temperatura
atmosférica e do solo, serve como quebra-ventos, auxilia na infiltração
de água no solo, serve como redutora da poluição sonora, fornece
abrigo e alimento para a fauna, possui uma função recreativa,
podendo reduzir problemas psicológicos e físicos das pessoas,
caracterizam e sinalizam espaços, geram conforto térmico para a
população, entre outros. Em Lages-SC, poucos estudos são realizados,
relacionando a arborização urbana com o conforto térmico dos
habitantes. Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar a
percepção ambiental da população do bairro centro da cidade de Lages
– SC, nas estações da primavera e do verão, quanto à influência da
arborização urbana no conforto térmico da cidade. O município está
localizado no planalto serrano catarinense, com clima Cfb (classificação
de Köppen). Para a avaliação da percepção foram empregadas 14

22
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

questões fechadas e 3 questões abertas. Os questionários foram


aplicados a partir da abordagem de cerca de 10% da população desse
bairro (1311 pessoas) pelo censo do IBGE de 2010. As entrevistas
foram realizadas de segunda a sexta em horário comercial em
ambientes abertos e fechados. Foi realizada uma árvore de
classificação, a 5% de probabilidade, para verificar se a pergunta: “Na
sua opinião, a quantidade de árvores que existem na cidade está sendo
suficiente para criar um ambiente termicamente agradável?”, está
relacionada ou não com as respostas das outras perguntas aplicadas. A
árvore de classificação foi influenciada pelas outras perguntas,
principalmente pela sensação térmica, podendo-se constatar que a
população do centro de Lages acredita que precisa de mais árvores
para gerar o conforto térmico necessário para o centro da cidade, nas
estações da primavera e do verão. Dessa forma, é sugerido que a
cidade de Lages elabore um Plano Diretor de Arborização Urbana
(PDAU), considerando a legislação, educação ambiental e manejo
arbóreo, para otimizar o conforto térmico da cidade, tornando
também a população protagonista desse processo junto ao poder
público.

Palavras-chave: Conforto Ambiental; Ecologia Urbana; Planejamento


Urbano; Questionários.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

TRABALHOS ENVIADOS

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

ASPECTOS ECOLÓGICOS E FITOSSOCIOLÓGICOS DE UMA


FLORESTA URBANA AO LONGO DE UM GRADIENTE AMBIENTAL
1 2
Ricardo Cordeiro de Lima , Everaldo Marques de Lima Neto

1
Engenheiro Florestal, Mestrando do Programa de Ciências Florestais, Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil– ricardo.cordeiro@ufrpe.br
2
Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil-
everaldo.limaneto@ufrpe.br.

A interação entre o ambiente antrópico com a vegetação pode


impactar a comunidade florestal de diversas formas, resultando em
diferenças na riqueza e estrutura das espécies florestais. Nesse
cenário, tem-se como consequência o comprometimento dos sistemas
ecológicos entre as áreas mais limítrofes e as áreas do interior do
fragmento das regiões urbanas. Desse modo, este trabalho teve como
objetivo caracterizar a estrutura e composição de um remanescente
florestal, ao longo de um gradiente ambiental, a fim de compreender
como as florestas urbanas são afetadas. Com esse objetivo buscou-se
responder a seguinte pergunta: de que forma os aspectos ecológicos
de uma comunidade arbórea, circundada pela paisagem urbana,
variam entre a borda e o interior? O estudo foi realizado na Unidade
de Conservação Mata do Passarinho em Olinda-PE, na qual foram
implantadas 15 parcelas de 10 x 25 m distribuídas ao longo de três
ambientes, criando assim um gradiente no sentido borda-interior do
fragmento, sendo: A1 – ambiente de borda; A2 - ambiente de transição
entre A1 e A3; A3 - ambiente de interior. Foram amostrados todos os
indivíduos com circunferência a altura do peito ≥15 cm. A análise dos
grupos ecológicos apontou uma predominância de grupos sucessionais
iniciais, na qual ocorre a dominância das espécies pioneiras e
secundárias iniciais ao longo de todo o gradiente dos ambientes
estabelecidos, apesar de não ocorrer influência do ambiente ao longo

25
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

desse gradiente. Esse resultado pode estar relacionado com os efeitos


negativos provenientes da retirada de madeira, ocorridos em períodos
anteriores a criação da unidade de conservação estudada, tendo hoje
como consequência a predominância de espécies de grupos ecológicos
iniciais ao logo de todos os ambientes. Em relação a síndrome de
dispersão, a zoocoria predomina, seguida por autocoria e anemocoria.
Nesse sentido, observou-se através da análise de variância que o
ambiente afeta a síndrome de dispersão dos indivíduos ao longo desse
mesmo gradiente, sendo observado uma maior atividade dos
diferentes tipos de dispersão nos ambientes mais afastados da borda
do fragmento. Quanto ao índice de diversidade de Shannon (H’) e de
Equabilidade de Pielou (J’), os valores (A1- H’=2,86 nats ind.-1 e J’
=0,90; A2 - H’=2,54 nats ind.-1 e J’= 0,82; A3 - H’=2,81 nats ind.-1 e J’=
0,82) encontrados para os diferentes ambientes apresentaram
variações ao longo do gradiente borda-interior. Portanto, observou-se
que houve variação entre os ambientes de borda e de interior no
fragmento de floresta urbana.

Palavras-chave: Ecologia Urbana, Grupos ecológicos; Dispersão;


Diversidade.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA ARBORESCENTE DAS PRAÇAS DE


MARÍLIA-SP
1 2 3
Eduardo Campanhã Ribas , Daniela Biondi , Angeline Martini

1
Engenheiro Florestal, Doutorando em Recursos Florestais, Universidade de São Paulo,
Piracicaba, SP, Brasil – eduardocribas@usp.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – dbiondi@ufpr.br
3
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil – Martini.angeline@gmail.com

As áreas verdes proporcionam inúmeros benefícios sociais para a


população e contribuem para a manutenção da biodiversidade local.
Na Mata Atlântica, ainda há pouco conhecimento sobre as espécies
nativas com potencial para ocupar as áreas urbanas e tornar o
ambiente mais permeável para a fauna e inserir a cidade na paisagem.
O objetivo deste estudo foi reconhecer o patrimônio arbóreo das
praças da cidade de Marília-SP, analisando a proporção de espécies
nativas e exóticas, distribuição por famílias botânicas e cálculo do
Índice de Diversidade de Shannon-Wiener. O município fica localizado
no centro-oeste do estado de São Paulo, sua zona urbana está alocada
em uma importante região de reabastecimento hídrico e a zona rural
possui remanescentes importantes de Floresta Estacional Semidecidual
(FES). Realizou-se amostragem estratificada para inventariar as praças
proporcionalmente por regiões da cidade, resultando em 35 unidades
amostrais. Coletou-se dados de indivíduos arborescentes com altura
superior a 1,5m, identificando a espécie in loco ou por meio de
exsicatas em laboratório com auxílio da literatura especializada.
Considerou-se nativa regional (NR) as espécies da FES de SP, nativa (N)
as brasileiras e exóticas (E) as provindas de outros países. Avaliou-se
também o potencial de invasão para exóticas (EI) e toxicidade (T).
Registrou-se 1273 indivíduos arborescentes, com média de 36 por

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

praça, sendo 132 espécies, de 107 gêneros e 45 famílias botânicas. Em


valores totais de indivíduos, em comparação com outros estudos, as
praças de Marília apresentam valores médios, demonstrando potencial
para melhoria. As espécies mais abundantes foram Paubrasilia
echinata (pau-Brasil), Licania tomentosa (oiti) e Handroanthus
impetiginosus (ipê-rosa), com 78, 66 e 61 indivíduos, respectivamente.
Considerando o número de indivíduos por família, se destacam:
Bignoniaceae (256), Fabaceae (235), Arecaceae (181) e Myrtaceae (77).
A proporção de indivíduos por família está em conformidade com o
limite máximo proposto por outros autores. 28,24% das espécies são
NR ou 27,68% dos indivíduos. Em contraponto, 55,72% das espécies
são E, ou 46,52% dos indivíduos. Foram identificadas, ao menos, 22
espécies EI e T, recomendando-se a substituição gradual destes
indivíduos, evitando novos plantios. O Índice de Diversidade de
Shannon-Wiener foi de 1,765, considerado relativamente baixo em
comparação com outros estudos. Recomenda-se incrementar a
arborização das praças de Marília-SP com espécies NR ainda não
utilizadas, aumentando a diversidade e elevando a proporção de NR
em relação às E, para isso, mostra-se necessário o estudo da
viabilidade da utilização de novas espécies nativas da Mata Atlântica
na zona urbana.

Palavras-chave: Espécies Nativas; Floresta Urbana; Inventário


Arbóreo; Mata Atlântica.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA DO PARQUE DA AJURUOCA EM


EXTREMA/MG
1 2
Flávio Henrique Mendes , Cláudia Camargo Ortiz

1
Engenheiro Florestal, Doutor em Ciências, Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Piracicaba-SP –
friquemendes@usp.br
2
Engenheira Florestal, Gestora Executiva, Secretaria Municipal de Turismo, Eixo
Parques e Jardins, Prefeitura Municipal de Extrema, Extrema-MG –
parquesejardinstur@extrema.mg.gov.br

Os parques urbanos são áreas verdes de grande importância para as


cidades. Eles possuem funções ecológicas, sociais e estéticas. Em
Extrema/MG, o Parque Municipal da Ajuruoca situa-se na porção mais
alta do relevo, na Serra do Lopo, sendo possível apreciar a cidade há
aproximadamente 1000 m de altitude, com belas paisagens,
apresentando, desta forma, um alto potencial turístico. Tendo em vista
tal potencial para revitalização do Parque, o objetivo deste estudo foi
avaliar a composição florística e fazer as recomendações de manejo
para cada indivíduo, por meio de um inventário arbóreo (censo). As
variáveis coletadas em campo foram: código, nome científico, nome
comum, CAP, DAP, diâmetro de copa, altura, condição fitossanitária,
necessidades de manejo, duas fotos para cada exemplar, e as
coordenadas geográficas. O levantamento mostrou a existência de 43
espécies, totalizando 140 indivíduos, sendo a mangueira (Mangifera
indica) a mais abundante (13,6%), seguida pela areca-bambu (Dypsis
lutescens) e jerivá (Syagrus romanzoffiana), com 6,4% cada, depois
angico-do-cerrado (Anadenanthera falcata), com 5,7%, e o ipê-amarelo
(Handroanthus chrysotrichus), com 5,0%. O Índice de Diversidade de
Shannon-Wiener foi de 3,40. A altura média foi de 7,5 m, o CAP médio
igual a 72 cm (DAP = 23 cm) e o diâmetro de copa médio, 5,6 m. De um
modo geral, as espécies encontram-se em boas condições

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

fitossanitárias, embora foram sugeridas 8 remoções, por apresentarem


alto risco de queda ou ser espécie invasora (como o ipê-de-jardim -
Tecoma stans). As práticas silviculturais recomendadas foram: controle
de broca, controle de cupins, desbrota, levantamento de copa,
monitoramento, poda de limpeza, remoção de figueira mata-pau,
remoção de arame e queima de galhos infectados por ácaros. Ademais,
há necessidade de remoção de alguns tocos provenientes do corte
raso de uma situação passada. Essas informações serão de grande valia
para os tomadores de decisão quanto à revitalização do Parque da
Ajuruoca, voltando a ser uma ótima opção turística.

Palavras-chave: Arborização urbana; Diversidade; Inventário arbóreo;


Parque urbano.

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DIVERSIDADE FLORÍSTICA DE FRAGMENTOS FLORESTAIS


URBANOS EM CURITIBA, PARANÁ
1 2 3
Allan Rodrigo Nunho dos Reis , Daniela Biondi , Daniel Zambiazzi Miller ,
4
Severo Ivasko Júnior

1
Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
allan.nunho@ufpr.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Pós-graduação em
Engenharia Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
dbiondi@ufpr.br
3
Engenheiro Florestal, Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal
(PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
daniel.z.miller@hotmail.com
4
Engenheiro Florestal, Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal
(PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
severoivasko@gmail.com

Os índices ecológicos são ferramentas que permitem a análise da


diversidade de espécies em ecossistemas, fornecendo indícios sobre a
dinâmica populacional naquele ambiente. O objetivo desta pesquisa foi
avaliar a diversidade florística de dois fragmentos florestais urbanos
localizados em Curitiba, Paraná. As áreas de estudo foram os bosques
Papa João Paulo II (Bosque do Papa) e Dr. João Carlos Hartley Gutierrez
(Bosque Gutierrez). No Bosque do Papa, foram instaladas seis parcelas
amostrais permanentes e no Bosque Gutierrez, 4 parcelas, com 20 x 30
m, totalizando 10 parcelas, numeradas sequencialmente. Em cada
parcela foi realizada uma caracterização florística, com a separação de
espécies nativas da Floresta Ombrófila Mista (FOM), e não-nativas,
representadas pelas espécies exóticas em relação à FOM, e exóticas
invasoras. Foram contabilizados os indivíduos com Circunferência à
Altura do Peito (CAP) > 15 cm (≈ 4,78 cm de Diâmetro à Altura do Peito
(DAP)), tanto árvores quanto palmeiras. Essa etapa ocorreu entre

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

novembro de 2021 e março de 2022. A partir dos dados coletados,


foram calculados os índices de diversidade de Shannon–Weaver (H’),
Equabilidade de Pielou (J’), e Jaccard (J). Os cálculos foram realizados
em ambiente R. As parcelas 7, 9 e 1, respectivamente, apresentaram as
maiores diversidades florísticas, tendo as espécies presentes com a
mesma abundância, conforme resultados dos índices de Shannon-
Weaver e Pielou. A parcela 4, no Bosque do Papa, apresentou menor
diversidade florística, devido à dominância de indivíduos da espécie
Ligustrum lucidum. No Bosque Gutierrez, a maior dominância e,
portanto, menor diversidade, foi verificada na parcela 8, em
decorrência da presença de árvores da espécie nativa Matayba
elaeagnoides. Em relação aos bosques, os valores médios dos índices
de Shannon-Weaver e Pielou foram inferiores no Bosque do Papa,
corroborando a menor diversidade de espécies nesse local. Nos
bosques avaliados há a dominância de várias espécies na maioria das
parcelas amostrais, com exceção das parcelas 4, 8 e 3,
respectivamente, que atingiram valores inferiores para este índice. Os
resultados do Índice de Jaccard indicaram uma baixa similaridade na
composição florística entre as parcelas amostrais. As parcelas mais
similares foram as 2 e 3 (similaridade de 0,5294), no Bosque do Papa, e
as parcelas 8 e 10 (similaridade de 0,5217), no Bosque Gutierrez. Dessa
forma, os índices demonstraram que o Bosque do Papa apresentou as
menores diversidades de espécies, indicando a necessidade de manejo
no sentido de elevar a diversidade florística do local.

Palavras-chave: Análise florística; Bosque Gutierrez; Bosque Papa João


Paulo II; Floresta urbana; Fragmentos florestais urbanos.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

FENOLOGIA E VISITANTES FLORAIS DE Scheelea phalerata


(Mart. exp Spreng) NO CAMPUS DA UFMT-CUIABÁ
1 2
Laryssa Helena Carmo Leite dos Santos , Willian da Silva Costa ,
3 4
Pedro Felipe Arruda Passolli , Jaçanan Eloisa de Freitas Milani
1
Discente, Graduanda da Faculdade de Engenharia Floresta, Universidade Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil - larycarmo_@hotmail.com
2
Discente, Graduanda da Faculdade de Engenharia Floresta, Universidade Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil - scostawillian@gmail.com
3
Discente, Graduando da Faculdade de Engenharia Florestal, Universidade Federal de
Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil - pedro.passolli@gmail.com
4
Docente, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil - jacanan.milani@gmail.com

Estudos fenológicos permitem identificar as relações e a influência dos


fatores bióticos e abióticos envolvidos no crescimento e
desenvolvimento de uma espécie, dentro de uma comunidade. Os
visitantes florais são responsáveis pela polinização, pilhação e
predação das estruturas florais nas plantas, informações desta
natureza são importantes para conservação das espécies. O objetivo
desse estudo foi identificar a ocorrência das fenofases vegetativas e
reprodutivas de indivíduos de Scheelea phalerata, seus visitantes
florais e a frequência em uma área urbana de Cuiabá, Mato Grosso.
Quinzenalmente foram monitorados 20 indivíduos, entre
setembro/2021 e agosto/2022. A coleta dos visitantes foi realizada no
período fenológico correspondente à floração, com auxílio de uma
armadilha Roechling. S. phalerata apresentou produção contínua de
folhas durante todo o monitoramento, as fenofases folhas senescentes
e brotação apresentaram baixa intensidade, já as folhas maduras
foram constantes, com pouca variação. A brotação foliar também foi
constante, porém com pouca intensidade. A floração foi verificada ao
longo de todo o período de estudo, com regularidade e constância na
sua intensidade, padrão observado para os botões florais e a antese. A

33
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

frutificação foi observada ao longo de todo o monitoramento, frutos


imaturos, com maior intensidade em maio/2022 e os frutos maduros
tiveram a mesma tendência, com uma queda significativa em
agosto/2022, tendo variação de intensidade ao longo do estudo. A S.
phalerata não tem comportamento sazonal, uma vez que suas
fenofases são de longa duração e sofrerem variação de intensidade ao
longo do ano. As ordens que apresentaram maior frequência para este
estudo foram a Coleoptera e Diptera. A ordem Hymenoptera foi
registrado com frequência e quantidade considerável, já as ordens
Lepidoptera e Blattodea tiveram menor frequência. A predominância
de ordens como Coleoptera e Diptera indicam um padrão de
dominância destas ordens nestas regiões. Estudos sobre visitantes
florais em palmeiras são escassos, mostrando assim, a importância de
mais estudos voltados a esse tema.

Palavras-chave: Acuri; Fenofase vegetativa; Fenofase reprodutiva;


Insetos.

34
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

CARACTERIZAÇÃO DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS


DO MUNICÍPIO DE CURITIBA, PARANÁ
1 2
Iran Jorge Corrêa Lopes , Daniela Biondi

1
Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
iran.lopes@ufpr.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Pós-graduação em
Engenharia Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
dbiondi@ufpr.br

A análise da configuração espacial dos fragmentos florestais urbanos é


fundamental para a interpretação da paisagem, subsidiando
informações que podem nortear decisões em prol da sustentabilidade
nas cidades. O objetivo desta pesquisa foi classificar os fragmentos
florestais quanto a extensão, forma, quantidade e distribuição na
cidade de Curitiba-Paraná. A partir da classificação supervisionada de
uma imagem do satélite Sentinel-2 de fevereiro de 2021
compreendendo o município de Curitiba, a classe “cobertura florestal”
foi selecionada para ser processada em ambiente SIG, onde foram
seccionadas nas dez regiões político-administrativas (RPA) que
agrupam os bairros da cidade. As áreas florestais foram classificadas
quanto a área: Fragmentos Remanescentes (FR) > 100.000 m2,
Fragmentos de Perturbação (FP) [7.500 – 100.000 m2], Fragmentos
Introduzidos (FI) [2.500 – 7.500 m2], e Urban Stepping Stones (USS) <
2.500 m2. Foram calculadas as métricas AREA e SHAPE dos fragmentos
florestais em ambiente R. Foi utilizado o índice ASH (adimensional), no
qual o resultado é a AREA dividida pelo SHAPE. As áreas florestais de
Curitiba se mostraram bastante fragmentadas, com fragmentos de
maior área situados nas porções sul, sudeste e noroeste do município.
Ao todo, foram contabilizados 22.483 fragmentos com vegetação
arbórea. A classificação dos fragmentos florestais baseada nos valores

35
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

do índice ASH apresentou 25 fragmentos com valor acima de 10, que


juntos correspondem a 42,38% da cobertura florestal total do
município, ocupando 8,52% do território. Observa-se que existem
poucos fragmentos com valor acima de 10 quanto ao índice de ASH
(0,09%), em grande parte concentrados na periferia da cidade. Os FR
que apresentaram os maiores valores em relação a área das RPAs
foram: Santa Felicidade (24,31%), Tatuquara (23,52%), Bairro Novo
(22,83%), e Cidade Industrial de Curitiba (18,07%), seguidas por
Boqueirão (9,00%), Boa Vista (7,65%), Portão (4,65%), e Pinheirinho
(3,86%). As regionais Matriz e Cajuru obtiveram maiores percentuais
para os FP e USS em comparação a área dos FR, evidenciando maior
percentual de fragmentos menores em área florestal. Quanto ao
sistema composto pela floresta urbana, foi verificado uma alta
heterogeneidade em sua distribuição, com a diminuição da cobertura
florestal no sentido da periferia ao centro da cidade. Os fragmentos de
maior relevância estão na periferia da cidade, sobretudo nas regionais
Santa Felicidade, Cidade Industrial, Bairro Novo e Tatuquara, situadas
em extremidades do município. Os remanescentes de maior área são
de grande relevância para a manutenção da biodiversidade na
paisagem, o que reflete na necessidade de um planejamento a fim de
transformá-las áreas prioritárias para conservação.

Palavras-chave: Ecologia da paisagem; Floresta urbana; Fragmentos


florestais urbanos; Geoprocessamento.

36
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

ÍNDICES FITOSSOCIOLÓGICOS DE FRAGMENTOS FLORESTAIS


URBANOS EM CURITIBA, PARANÁ
1 2 3
Allan Rodrigo Nunho dos Reis , Daniela Biondi , Daniel Zambiazzi Miller ,
4
Severo Ivasko Júnior

1
Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – allan.nunho@ufpr.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Pós-graduação em
Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
dbiondi@ufpr.br
3
Engenheiro Florestal, Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – daniel.z.miller@hotmail.com
4
Engenheiro Florestal, Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Florestal,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – severoivasko@gmail.com

Os índices fitossociológicos caracterizam a estrutura de uma


comunidade vegetal. Em ambientes com presença de espécies
exóticas, estes índices indicam quais espécies estão exercendo mais
influência sobre a sua sustentabilidade. Esta pesquisa teve como
objetivo avaliar a composição florística de dois fragmentos florestais
urbanos localizados em Curitiba, Paraná. As áreas de estudo
compreenderam os bosques Papa João Paulo II (Bosque do Papa) e Dr.
João Carlos Hartley Gutierrez (Bosque Gutierrez). No Bosque do Papa,
foram instaladas seis parcelas amostrais permanentes e no Bosque
Gutierrez, 4 parcelas, com 20 x 30 m, totalizando 10 parcelas,
numeradas sequencialmente. Em cada parcela foi realizada uma
caracterização florística, com a separação de espécies nativas da
Floresta Ombrófila Mista (FOM), e não-nativas, representadas pelas
espécies exóticas em relação à FOM, e exóticas invasoras. Foram
contabilizados os indivíduos de árvores e palmeiras com Circunferência
à Altura do Peito (CAP) > 15 cm (≈ 4,78 cm de Diâmetro à Altura do
Peito (DAP)). Essa etapa ocorreu entre os meses de novembro de 2021
e março de 2022. Foram calculados os seguintes índices

37
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

fitossociológicos: Densidade Absoluta (DA), Densidade Relativa (DR),


Frequência Absoluta (FA), Frequência Relativa (FR), Dominância
Absoluta (DoA), Dominância Relativa (DoR), Valor de Importância (VI).
Os cálculos foram realizados em ambiente R. As espécies com maior
quantidade de indivíduos, densidade absoluta e densidade relativa
foram Casearia sylvestris, Matayba elaeagnoides e Ligustrum lucidum,
respectivamente, sendo a última exótica invasora. As espécies com
maiores valores de dominância absoluta e relativa foram Araucaria
angustifolia, seguida por Ocotea puberula e Cabralea canjerana. Na
sequência, aparece novamente L. lucidum. As espécies mais frequentes
foram C. sylvestris, com 70 indivíduos e encontrada em todas as
parcelas; Eugenia uniflora só não presente na parcela 9; M.
elaeagnoides, não encontrada nas parcelas 1, 3 e 7; Casearia decandra,
não encontrada nas parcelas 7 e 9; e O. puberula, presente em todas
as parcelas do Bosque do Papa e na parcela 9. O valor de importância
(VI) foi superior, com valores acima de 7,0, para as espécies A.
angustifolia, C. sylvestris e M. elaeagnoides, todas nativas da FOM
Mista. Novamente em quarto lugar aparece L. lucidum, com VI de 7,04.
Em relação às espécies não-nativas, as que mais se destacaram nos
índices fitossociológicos foram L. lucidum, Hovenia dulcis e Persea
americana. Os parâmetros fitossociológicos de L. lucidum indicam que
a espécie está influenciando a estrutura da comunidade florestal e
sustentabilidade dos fragmentos florestais avaliados.

Palavras-chave: Espécies exóticas invasoras; Fitossociologia; Floresta


urbana; Fragmentos florestais urbanos; Ligustrum lucidum.

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SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS DA FLORESTA URBANA NO SUL


DA CIDADE DE LOJA, EQUADOR
1 2 3
Deicy Lozano , Maria Fernanda Macas , Darwin Pucha

1
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Ciências Florestais,
Direção de Pesquisas, Universidade Nacional de Loja, Loja-Equador –
deicy.lozano@unl.edu.ec
2
Graduanda do curso de Engenharia Florestal, Universidade Nacional de Loja, Loja-
Equador – maria.f.macas@unl.edu.ec
3
Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Programa de Ciências Florestais,
Laboratório de Dendrocronologia, Laboratório Anatomia de Madeiras Tropicais,
Direção de Pesquisas, Universidade Nacional de Loja, Loja-Equador-
darwin.pucha@unl.edu.ec

As florestas urbanas constituem um elemento fundamental dentro das


cidades, pois nos fornecem vários serviços ecossistêmicos que
contribuem para a sustentabilidade, porque permitem mitigar o
impacto ambiental através do controle de enchentes, redução da
poluição do ar, etc. No entanto, atualmente são cada vez mais escassas
devido ao crescimento populacional em grande escala e a
industrialização que não só causaram sérios danos à saúde da
população, mas também aos ecossistemas. O objetivo deste estudo foi
avaliar as características funcionais de cinco serviços ecossistêmicos
fornecidos pelas árvores urbanas no sul da cidade de Loja, Equador.
Nestas áreas foram medidas as árvores com DAP>5cm, altura e
identificadas taxonomicamente. Os serviços ecossistêmicos avaliados
foram: habitat e abrigo, sequestro de carbono, qualidade do ar,
produção de oxigênio e lazer. Para o serviço ecossistêmico habitat e
refúgio foi calculada a capacidade potencial de uma espécie arbórea
fornecer habitat e conectividade a aves silvestres (VHB) que foi
estimada pela combinação de duas características funcionais:
densidade de copa (Dc) e perenidade foliar (Pn). No sequestro de
carbono foi usado a equação alométrica que considera as variáveis

37
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

DAP (cm) e densidade da madeira (g/cm3). A produção de oxigênio foi


calculada pela multiplicação do carbono sequestrado e os pesos
atômicos do carbono e oxigênio. A qualidade do ar foi estimada a
partir da diferença entre a absorção e emissões de CO2. Para o lazer
foram consideradas as espécies dos parques e a percepção de 260
entrevistados. Foram registrados 1930 indivíduos, 60 espécies, 44
gêneros e 30 famílias, sendo as mais abundantes Fabaceae (n=9sp),
Oleaceae (n=5sp), Bignoniaceae (n=4sp) e Salicaceae (n=2sp).
Terminalia catappa, Ficus benjamina e Callistemon lanceolatus foram
as espécies com maior VHB em avenidas, enquanto Acacia dealbata,
Acacia melanoxylon e Callistemon speciosus em parques. No total, foi
quantificado 3.905,11 t C ano-1 (2,02%) nas árvores urbanas; a
produção de oxigênio foi estimado em 10.413,64 t ano-1 (5,40%) e uma
qualidade do ar negativo de -88549,25 t ano-1 (4,22%). Quanto ao
lazer, as espécies com maior abundância nos parques da zona sul de
Loja foram: Salix humboldtiana, Alnus acuminata e Acacia
macracantha. Os entrevistados indicaram que os parques são locais
para realizar caminhadas, observação de aves, reunir as famílias nos
fim de semana, e afirmaram que as árvores contribuem para diminuir
o estresse. A quantificação dos serviços ecossistêmicos ajudaram para
a conservação e manejo das florestas urbanas.

Palavras-chave: biodiversidade urbana; conservação; funcionalidade;


inventário florestal; valoração econômica.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

DESENHO URBANO DAS PRAÇAS DA CIDADE DE MANAUS/AM


1 2
Brenna Paula Boaventura Corrêa Cavalcanti , Rodrigo Flemelly Peres Fermin ,
3
Yêda Maria Boaventura Corrêa Arruda

1
Contadora, Mestre em Design e Técnica Administrativa em Educação da Faculdade de
Educação, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil –
brennacavalcanti@ufam.edu.br
2
Graduando do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade Federal do
Amazonas, Manaus, AM, Brasil – flemelyrodrigo@gmail.com
3
Engenheira Florestal e Bióloga, Professora Doutora do Departamento de Biologia,
Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, Brasil – yedaarruda@ufam.edu.br

O desenho das praças na malha viária urbana permite o


estabelecimento das relações entre espaço e sociedade, propicia o
planejamento dos espaços públicos urbanos, promovendo assim a
interação homem e espaço. O objetivo do estudo foi classificar as
praças quanto ao desenho urbano (layout) na malha viária de Manaus.
Ocorreu nas seis zonas territoriais urbanas: zona Norte; zona Sul; zona
Centro-Sul; zona Leste; zona Oeste e zona Centro-Oeste. O censo das
praças foi realizado remotamente por meio de pesquisa documental
(físicos e/ou digitais) e websites de órgãos do Município e Estado. O
mapeamento das praças ocorreu mediante a análise visual de imagens
de satélite do Google Maps. A classificação das praças, quanto a sua
inserção na trama urbana, foi por literatura especializada. Das 210
praças listadas pela Secretaria Municipal de Limpeza Pública
(SEMULSP), 50,4% delas estão igualitariamente distribuídas nas zonas
Sul e Centro-Sul, enquanto os outros 49,6% encontram-se distribuído
entre as demais zonas. A zona Oeste é a mais desprovida desses
espaços públicos, com 23 (11%) praças no total. A maioria das praças
está localizada em áreas mais afastados do centro da cidade,
englobando os bairros considerados periféricos e com relativa
concentração populacional. Neste estudo, foram analisadas 172
praças. De acordo com a literatura especializada, a praça classificada

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

como do tipo 3 (entorno da praça com três vias condutoras) foi a mais
frequente (n=42; 24,4%), seguida do tipo 2 (entorno com duas vias) em
34 praças (19,8%), tipo 1 (entorno com uma via) em 27 praças (15,7%)
e tipo 4 (entorno com quatro vias) em 20 (11,6%). O estudo identificou
mais três situações para as praças analisadas: não encontrada (n=31;
18%), erroneamente classificada como praça (n=12; 7%) e extinta (n=6;
3,5%). Constatou-se uma diferença em relação a infraestrutura das
praças nas seis zonas, presume-se que seja devido a topografia do
terreno e da disposição dos elementos urbanos pré-existentes. A praça
do tipo 3 é a mais frequente e sugere uma maior relação social e
interação com o ambiente natural, por apresentarem pelo menos uma
via principal no seu entorno, possibilitando o maior acesso da
população manauara. A desatualização das informações dos órgãos
públicos impactou a pesquisa, ocasionando a lentidão para o
inventário, o diagnóstico e a avaliação das praças; pode-se citar a
simples alteração do nome diversas vezes com o passar dos anos das
vias no entorno ou da praça propriamente dita.

Palavras-chave: Arborização; Floresta urbana; Malha viária;


Planejamento urbano; Infraestrutura.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

DOES URBAN FORESTS MATTER FOR CRIME ANALYSIS? A


SPATIAL ANALYSIS FOR SAO PAULO CITY, BRAZIL
1 2 3
Bruna Lara Arantes , Dexter Locke , Gustavo Carvalho Moreira ,
4
Morgan Grove

1
PhD in Forest Resources; Researcher at “Luiz de Queiroz” College of Agriculture,
Piracicaba, SP, Brazil – blarantes@usp.br
2
PhD in Geography, Research Geographer at USDA Forest Service, Northern Research
Station, Baltimore, MD, US - dexter.locke@usda.gov
3
PhD Applied Economics, Adjunct professor at Federal University of São Carlos,
campus Sorocaba, SP, Brazil - gustavomoreira@ufscar.br
4
PhD in Social Ecology, Scientist and Team Leader at USDA Forest Service, Northern
Research Station, Baltimore, MD, US - morgan.grove@usda.gov

Prior research has linked tree canopy cover and lower crime. This
research has mostly been conducted in US cities. Cities in Latin
America are both biodiversity hotspots and rapidly urbanizing. Yet,
little research about urban tree canopy and crime can be found for this
region. This study aims to fill this knowledge gap and proposes a series
of spatial statistical analysis of tree cover and crime in Sao Paulo city
(Brazil), with high quality data for both tree cover and crime rates, a
rare database even considering North American and European cities.
Urban tree cover was estimated from 2017 satellite image, and
geocoded crime database is from 2016 year, composed by robbery,
theft, assault, rape, and all kinds of homicides. We test the tree cover
and crime relationship with spatially with 36 spatial regression
specifications: three crime types (person, property, total crime), three
scales of study (crime per census sectors, human development unit,
administrative districts), two areas of the city (all city versus the
urbanized areas), and two denominators of crime (crime by
population/1000 and by square kilometer). We found that there is a
spatial association between the occurrence of crimes and the presence

41
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

of tree cover, corroborating that these elements are not uniformly or


randomly distributed in space. We fit 19 significant spatial models, 11
SARMA models and 9 LAG models, from which 11 presented a negative
relationship between tree cover and crime. Our main results showed
that Sao Paulo city tree cover is associated with lower total, property
and person crime rates, even when different areas of the city, scales of
study, and denominator of crime are tested. The results follow the
literature that have observed tree cover associated with lower crime
rates for different types of crime. This study contributes to
international literature presenting robust results about the largest city
of Latin America, and innovates in testing different study area sizes and
denominators of crime, that did not influence the negative association
of tree cover and crime occurrences, once it remains true.

Keywords: Tree Canopy; Geographic Information System; Latin


America cities; Mega cities; Spatial Autoregressive Models.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

LEVANTAMENTO ARBÓREO DO ENTORNO DA UNIFESP


CAMPUS DIADEMA E ESTACIONAMENTO INTERNO: UM
INÍCIO PARA A MELHORIA DA ARBORIZAÇÃO LOCAL
Victória Rodrigues dos Santos Maciel¹, Aline Andreia Cavalari Corete²,
4
Luciana Varanda Rizzo³, Ricardo José Francischetti Garcia ,
5
Thami Izumi da Cruz

1
Graduanda do curso de Ciências Biológicas, Universidade Federal de São Paulo,
Diadema, SP, Brasil - vmaciel@unifesp.br
2
Ciências Biológicas, Professora Doutora do Departamento de Ecologia e Biologia
Evolutiva, Universidade Federal de São Paulo, Diadema, SP, Brasil -
aline.cavalari@unifesp.br
3
Física, Professora Doutora Associada do Departamento de Ciências Ambientais,
Universidade Federal de São Paulo, Diadema, SP, Brasil - lrizzo@usp.br
4
Ciências Biológicas, Prefeitura Municipal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil -
ricardojfgarcia@gmail.com
5
Engenharia Ambiental, Prefeitura Municipal de Diadema, Diadema, SP, Brasil -
thami.izumi@gmail.com

As árvores têm um papel importante na mitigação dos impactos


gerados pelas mudanças climáticas, na manutenção da fauna em áreas
urbanas, no bem estar da população e dos ambientes urbanos.
Considerando que houve diminuição das áreas verdes ao longo dos
anos na cidade de Diadema devido a urbanização, foi realizado um
levantamento qualitativo e quantitativo da arborização viária em uma
área de cerca de 255,709m² no entorno da UNIFESP Campus Diadema,
localizada na região central do município, e estacionamento interno da
unidade José de Alencar. Este levantamento foi feito a partir do
cadastramento da vegetação arbórea com diâmetro a altura do peito
(DAP) superior a 0,05 metros e foram coletados os dados de
localização, largura do passeio, variáveis dendrométricas, estado
fitossanitário, conflitos com equipamentos urbanos e registro
fotográfico. Ademais, foram coletadas amostras de cada espécie para

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

inclusão no Herbário da Universidade Federal de São Paulo, Campus


Diadema. No estacionamento, foram inventariados 140 indivíduos e
constatou-se que há predominância de indivíduos de espécies nativas.
A maioria desses indivíduos apresentou DAP abaixo de 10 cm e entre
10 e 20 cm e altura de 4 a 6 metros, indicando que são indivíduos
jovens e de pequeno porte. No viário, foram inventariados 114
indivíduos arbóreos e pôde-se constatar que há predominância das
espécies Ficus benjamina, Tabebuia rosea e Ligustrum lucidum,
totalizando 54,55%, e predominância de espécies exóticas. A maioria
dos indivíduos apresentou DAP entre 20 e 50 cm, houve grande
incidência de conflitos com a fiação aérea e danos na calçada. Foi
observada relação positiva entre DAP, altura e danos na calçada,
demonstrando que esses fatores precisam ser levados em
consideração no planejamento de plantio no viário. Em relação à
fitossanidade, 69% dos indivíduos estavam sadios. Conclui-se que a
arborização do viário do perímetro analisado é adulta, com maioria dos
indivíduos de espécies de origem exótica e em sua maioria, sadios, e
que há necessidade de melhoria no planejamento e escolha das
espécies para que haja diminuição nos conflitos com equipamentos
urbanos, visando o bem estar da vegetação e da população.
Palavras chave: Florestas urbanas; Levantamento florístico;
Planejamento urbano.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

OCORRÊNCIA DE ERVA-DE-PASSARINHO NA ARBORIZAÇÃO


DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
1 2
Cláudio Emanuel Magaton Campos , Angeline Martini

1
Graduando do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa,
MG, Brasil – claudio.campos@ufv.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil - martini.angeline@gmail.com

As florestas urbanas trazem diversos benefícios para a sociedade e por


isso precisam ser bem manejadas. O manejo correto das espécies
vegetais é essencial para manter seu vigor, caso contrário, toram-se
susceptíveis a doenças e ataque de parasitas. As ervas-de-passarinho
são hemiparasitas, que sugam água e nutrientes de seus hospedeiros,
podendo debilitar a árvore. O presente trabalho teve como objetivo
identificar quais e quantos indivíduos de porte arbóreo, presentes nos
diferentes arranjos que compõe a arborização do campus da
Universidade Federal de Viçosa (UFV), estão infestadas por erva-de-
passarinho. Por meio de expedições a campo, foram percorridos ruas,
estacionamentos e espaços de lazer da UFV, entre os meses de
outubro e novembro de 2022. A análise consistiu na observação visual
da ocorrência de erva-de-passarinho, quando presente, foi realizada a
identificação taxonômica do hospedeiro e marcação da localização
para posterior identificação das características ambientais similares
dos locais de maior ocorrência. O hemiparasita do gênero Struthanthus
foi o mais comum observado no campus. Foram contabilizados 139
indivíduos de porte arbóreo com a presença da erva-de-passarinho, de
24 espécies e 17 famílias, o que corresponde a 4,0% do total de
indivíduos no campus. A maior ocorrência foi em Lagerstroemia indica
(13,6%), Bauhinia variegata (10%) e Filicium decipiens (9,3%). Das

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

espécies com erva-de-passarinho, 7 foram nativas e 17 exóticas,


evidenciando a preferência por exóticas, que totalizaram 83,9% dos
indivíduos. A incidência foi mais frequente em indivíduos de porte
arbóreo localizados em ambientes sombreados com fragmentos de
alta densidade vegetal no seu entorno. A arborização do campus da
UFV apresentou baixa infestação por erva-de-passarinho, no entanto,
os resultados obtidos nesta pesquisa contribuem para o
monitoramento de sua ocorrência, tornando-se indispensável devido à
dificuldade de controle.

Palavras-chave: Struthanthus; hemiparasitas; hospedeiro; infestação;


praga.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL DOS FRAGMENTOS FLORESTAIS


EM RECIFE/PE
1 2
Maria Daiza de Sousa Alves , Everaldo Marques de Lima Neto ,
3
Carolina Rovira Pereira Fernandes
1
Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Ciências Florestais, Universidade
Federal Rural de Pernambuco, Recife-PE, Brasil – daizaalves0@gmail.com
2
Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil –
everaldo.limaneto@ufrpe.br
3
Graduada no curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife-PE, Brasil

O crescimento das cidades gera alterações no ambiente natural,


reduzindo a vegetação natural e refletindo na paisagem urbana. A
existência de fragmentos e habitats naturais em cidades repercute na
promoção dos mais diversos serviços ecossistêmicos, melhorando a
qualidade de vida e ambiental nas cidades. Assim, a ecologia de
paisagem é utilizada para entender possíveis dinâmicas e estruturas da
paisagem, subsidiando o planejamento e desenvolvimento urbano,
sem prejuízos aos ecossistemas naturais. Desta forma, o objetivo do
trabalho foi caracterizar a distribuição espacial dos fragmentos
florestais e suas relações ecológicas e de preservação no município do
Recife, Pernambuco. A cobertura da terra, realizada a partir de
fotointerpretação, foi adquirida da Prefeitura do Recife, proveniente
da ortofotocarta de 2013, obtendo acurácia por determinação do
índice de Kappa de 0,88. A área dos fragmentos foi classificada por
Região Político-Administrativa (RPA) do município, em que todas as
feições florestais com, no mínimo, 15 m de largura e comprimento
foram consideradas fragmentos, os quais foram divididos em classes
de tamanho < 0,1 ha, 0,1 a 1 ha, 1,01 a 10 ha, 10,01 a 100 ha e maior
que 100 ha. Para estas, foram analisadas com a extensão Patch Analyst

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

para ArcGIS as métricas de área total, número, tamanho médio e


mediano dos fragmentos. Foram avaliados a influência espacial do
efeito de borda a cada 10 metros de 20 a 100 m de borda. Além disso,
os índices de proximidade entre fragmentos, a extensão dos
fragmentos e a relação das classes de tamanho dos fragmentos com as
Unidades de Conservação (UC), respectivamente com as ferramentas
V-LATE e NearTable. O município apresentou 39,58% de sua área
coberta por fragmentos florestais, destes 6,50% são menores que 1ha,
enquanto a classe >100 ha contém 74,37% da área dos fragmentos. As
três primeiras classes de tamanho sofrem aproximadamente 70% de
influência do efeito de borda a 20 m e a classe >100 ha se mantém
43,75% sem ser afetada a 100 m. Apesar de haver locais com o índice
de proximidade baixo, a vegetação em geral, encontra-se conectada,
com apenas 182 fragmentos em isolamento total para a análise a 100
m, de um total de 3682 fragmentos identificados. Conclui-se que todos
os fragmentos com mais de 100 ha estão em UC ou diretamente
ligados a elas. E os pequenos fragmentos devem ser expandidos para
maior conexão e estabelecimento de espécies, havendo necessidade
de fortalecer as políticas ambientais e os instrumentos de gestão da
conservação da natureza.

Palavras-chave: Floresta Urbana; Ecologia da Paisagem; Cobertura


Vegetal ; Métricas da Paisagem; Unidades de Conservação.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

APLICATIVO MULTIPLATAFORMA PARA PLANEJAMENTO E


ANÁLISE DA ARBORIZAÇÃO URBANA
1
Leonardo Neves Barbosa Thaly

1
Professor de História, Pós-Graduado em História da Amazônia, Estudante de
Engenharia Florestal, Universidade do Estado do Pará, Castanhal-PA –
leonardo.thaly@aluno.uepa.br

A arborização urbana, vem sendo bastante discutida, uma vez que,


está ligada diretamente a qualidade de vida da população, e tal
compromisso com o meio socioambiental, traz inúmeras vantagens
para a malha urbana, tais como: papel anti-estressante, diminuição da
poluição do ar, proporcionar sombra, sequestro e armazenamento de
carbono, etc. No entanto, é importante destacar que arborizar, não é
apenas fazer o plantio de árvores em vias públicas, e praças, entende-
se que é uma ação desafiadora, e que precisa ser planejada
corretamente. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa foi o
desenvolvimento e uso de um aplicativo multiplataforma a fim de
auxiliar os gestores e as secretarias de meio ambiente do Estado do
Pará, no planejamento e acompanhamento da arborização urbana,
levando em consideração as características de seus municípios. O
aplicativo foi desenvolvido na plataforma no-code AppSheet, da
empresa Google, que permite criar aplicações para sistemas
operacionais Android, IOS, e navegador web. Em parceria com a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) do município de
Castanhal/PA, foi realizado um teste piloto em uma praça, do bairro
Imperador, na cidade de Castanhal/PA, onde foram inventariadas as
espécies que compunham aquele espaço, assim, foram coletados
dados pertinentes a arborização urbana, tendo como base modelos
tradicionais de fichas de campo, sendo tais informações divididas em:
localização e identificação, dimensões, entorno, biologia da espécie,
definição de ações. As espécies coletadas foram: Handroanthus sp

49
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

(Ipê), Pachira aquatica Aublet (Mamorana), Mangifera indica L.


(Mangueira), Ceiba pentandra (L.) Gaerth. (Samaúma) e Handroanthus
impetiginosus (Mart. Ex DC.) Mattos (Ipê-roxo), todo o processo de
preenchimento das informações levava em média 8 minutos, onde a
demora ficava por parte das medições do CAP, diâmetro da copa e
altura. Ainda que off-line, o aplicativo foi capaz de registrar as
informações e após conexão enviá-las para planilha do google, onde
em seguida a partir de tabela dinâmica de dados foram analisadas e
trabalhadas a fim de decidir as ações necessárias a serem realizadas. O
aplicativo denominado Arborium mostrou-se eficiente, visto que
permitiu coletar todas as informações de forma prática e intuitiva, sem
limitação de estar conectado à internet, diminuindo o tempo que se
levaria para transcrever os dados coletados e ao mesmo tempo
diminuindo custos, especialmente com papéis.

Palavras-chave: Android; Gestão; Inventário florestal urbano; IOS;


Mobile.

50
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

LEVANTAMENTO DAS AUTORIZAÇÕES DE CORTE DE ÁRVORES


EM ÁREA PARTICULAR EMITIDAS PELA PREFEITURA DE
CURITIBA EM 2021
1 2 4
Kendra Zamproni , Daniela Biondi , Antonio Carlos Batista³, Angeline Martini

1
Engenheira Florestal, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Florestal, Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR – kendra.zam@gmail.com
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR – dbiondi@ufpr.br
3
Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR – batistaufpr@gmail.com
4
Engenheira Florestal, Professora Doutora, Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa/MG – martini.angeline@gmail.com

A adequada gestão da vegetação no meio urbano é fundamental para


otimizar recursos, minimizar transtornos e garantir os diversos
benefícios proporcionados pelas árvores. Poucos estudos tratam sobre
a floresta urbana em área particular, demonstrando uma lacuna nas
informações a respeito dessa vegetação. Dentro desse contexto, o
objetivo desse trabalho foi realizar o levantamento das autorizações de
corte de árvores em áreas particulares emitidas pela Prefeitura
Municipal de Curitiba para toda a cidade no ano de 2021. Para tanto,
foram utilizados dados do Sistema Informatizado de Monitoramento
Ambiental (SIMA) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Filtrou-
se as solicitações deferidas do tipo “Autorização para Remoção de
Vegetação em Área Particular – ARP”, que trata de supressão de
árvores individuais por motivos estruturais e fitossanitários, e
“Autorização para Execução de Obra - AEO” que tramita na Secretaria
de Meio Ambiente quando a obra ocorre em lotes que possuem
vegetação arbórea, seja na forma de árvores individuais ou área de
bosque. Os dados foram processados em planilha Excel e o
quantitativo de solicitações deferidas, bem como de árvores

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

autorizadas para corte foram separados por regionais e bairros. No ano


estudado, foram cadastradas 1.978 solicitações do tipo ARP, tendo
sido deferidas 791, representando 40% do total. Foram cadastradas
1.991 AEO, sendo que em 554 a execução da obra implicava em
atingimento da vegetação existente no lote. Considerando os dois
tipos de autorização analisadas, verificou-se que no ano de 2021 foram
autorizados cortes de 15.287 árvores em área particular de Curitiba,
sendo 7.673 autorizadas por ARP e 7.614 autorizadas via AEO. Para
ambos os tipos de autorização, as regionais que apresentaram maior
número de solicitações deferidas foram Matriz, Santa Felicidade e Boa
Vista, somando 62,04% das ARP e 67,86% das AEO. O bairro Santa
Cândida apresentou o maior quantitativo de árvores individuais
autorizadas para corte (1.669), seguido do bairro Cidade Industrial,
com 1.600 árvores. Em relação às árvores atingidas por obras, no
bairro Santa Felicidade foram autorizadas a remoção de 1.547, e
novamente o bairro Cidade Industrial apresentou o segundo maior
número, com 705 árvores. O conhecimento destes dados permite que
o órgão responsável pela gestão florestal urbana identifique os locais
onde ocorrem as maiores perdas de vegetação, sendo possível
direcionar ações de reposição, de forma a equilibrar o ambiente
urbano e garantir os benefícios para a população.

Palavras-chave: Floresta urbana; Gestão; Supressão vegetal.

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POTENCIAL DE RISCO DE QUEDA DE Erythrina falcata BENTH.


EM ÁREAS VERDES DO CENTRO DE CURITIBA, PARANÁ
1 2 3
Severo Ivasko Júnior , Daniela Biondi , Allan Rodrigo Nunho dos Reis

1
Engenheiro Florestal, Doutor pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
severoivasko@gmail.com
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Programa de Pós-graduação em
Engenharia Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
dbiondi@ufpr.br
3
Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Pós-graduação em Engenharia
Florestal (PPGEF), Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil –
allan.nunho@ufpr.br

A gravidade dos problemas associados à queda de árvores e a


incompatibilidade destas com o espaço urbano indicam a necessidade
de determinar o grau de risco das árvores componentes das áreas
verdes nas cidades. Assim, o objetivo desta pesquisa foi determinar o
potencial de risco de queda de árvores da espécie Erythrina falcata
Benth. (corticeira) nas áreas verdes da região central de Curitiba,
Paraná. A espécie apresentou uma das maiores frequências de
registros de quedas e autorizações de corte emitidas pela Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (SMMA) de Curitiba nos últimos 20 anos.
Foram analisadas todas as 25 árvores da espécie presentes na área
verde Passeio Público e em nove praças localizadas no bairro Centro de
Curitiba. A classificação do potencial de risco foi realizada com base no
protocolo de análise visual de risco de árvores da International Society
of Arboriculture (ISA), o qual elenca uma série de possíveis defeitos
que podem ser encontrados em três partes das árvores – copa, tronco
e raízes. Os resultados indicaram que 48% das árvores de E. falcata
foram categorizadas com baixo potencial de risco, enquanto 36%
apresentaram risco moderado, e outros 16% apresentaram alto
potencial de risco. Além disso, em média, 57% dos defeitos estavam na

53
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

copa, enquanto outros 33% se encontravam no tronco, e 10% dos


defeitos estavam presentes nas raízes das árvores. Dentre os 28
defeitos encontrados em todas as árvores, 13 foram verificados na
copa, com destaque para a ocorrência de podas de elevação e de
limpeza, e a presença de galhos mortos e/ou quebrados. Outros nove
defeitos foram encontrados no tronco, como a ocorrência de troncos
codominantes e também podridões no cerne e no alburno. Por fim,
seis defeitos foram verificados no sistema radicular, com destaque
para a presença de raízes enoveladas e soerguimento das raízes. O fato
da maioria das árvores avaliadas apresentar baixo risco de queda pode
indicar que os indivíduos desta espécie estão mais adaptados às
condições adversas características do ambiente urbano. Esses
resultados evidenciam a importância do monitoramento da qualidade
das árvores no meio urbano, contribuindo para a segurança e bem-
estar da população que frequenta as áreas verdes das cidades.

Palavras-chave: Análise visual de risco; Arboricultura urbana; Área


Verde Urbana; Defeitos em árvores; Manejo arbóreo urbano.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

METODOLOGIA DE GRAU DE ATENÇÃO DE PALMEIRAS


URBANAS NA AVALIAÇÃO DOS EXEMPLARES DO CAMPUS DA
UFMT EM CUIABÁ – MT
1 2
Arthur Filipe Rodrigues Vilela , Antonio Albanezi Neto ,
4
Gabriel Bazanela de Agostini³, Jaçanan Eloisa de Freitas Milani
1
Aluno de Graduação de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso,
Cuiabá, MT, Brasil – arthurrodriguesvilela@gmail.com
2
Aluno de Graduação de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso,
Cuiabá, MT, Brasil – antonioneto000@outlook.com
3
Aluno de Graduação de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Mato Grosso,
Cuiabá, MT, Brasil – gabrielbazanela@hotmail.com
4
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento da Engenharia Florestal,
Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT, Brasil –
jacanan.milani@gmail.com

A arborização das cidades proporciona diversos benefícios ao meio


urbano e as palmeiras são componentes importantes dessa
composição. Palmeiras são um importante grupo de plantas em
ambientes naturais e modificados, devido a sua relevância ecológica,
alimentar e ornamental. O objetivo desse estudo foi avaliar as
palmeiras presentes no campus da Universidade Federal de Mato
Grosso em Cuiabá, utilizando a metodologia de Grau de Atenção de
Palmeiras Urbanas (GAPU). Esse método consiste numa avaliação
quali-quantitativa onde tem como base uma análise visual do entorno
da palmeira nos 360º, além dela própria, observando estado geral dos
exemplares. Foi percorrido a Avenida Principal que corta o campus e
uma área próxima à piscina da universidade, totalizando 1.453,71 m
percorridos. Cada palmeira foi avaliada qualitativamente por análise
visual utilizando a metodologia proposta, considerando análise de
copa, estipe, base e do entorno da planta. Foram analisadas 81

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

representantes da família Arecaceae, divididos em quatro espécies, no


canteiro central da avenida principal foram avaliadas 74 palmeiras,
sendo 72 da espécie Cocos nucifera L., uma palmeira Copernicia
australis Becc., e uma Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mar. Na
área próxima à piscina foram avaliadas 7 palmeiras, quatro Acrocomia
aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mar., duas Orbignya speciosa (Mart. ex
Spreng.) Barb. Rodr., e uma Cocos nucifera L. A mais frequente em
toda avaliação foi C. nucifera representando 90,12% de toda a
avaliação. Nenhum indivíduo apresentou grau de atenção alto ou
prioritário, em vista que de forma geral as palmeiras se encontram em
bom estado fitossanitário. Conclui-se desta forma que o uso da
metodologia GAPU é adequado para a avaliação das palmeiras.
Recomenda-se a continuidade da avaliação anualmente para o
monitoramento dos resultados e evolução das características e
condições das palmeiras no meio urbano.

Palavras-chave: Área Urbana; Paisagismo; Cocos nucifera; Arecaceae.

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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

ÍNDICE DE ÁREAS VERDES PÚBLICAS (IAVP) EM RECIFE - PE


1 2
Everaldo Marques de Lima Neto , Maria Eduarda Batista Vieira Fernandes ,
3
Thiago Allain Martins Siqueira Moura

1
Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciência Florestal,
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil –
everaldo.limaneto@ufrpe.br
2
Engenheira Florestal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil –
eduardabvfernandes@gmail.com
3
Graduando do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife, PE, Brasil – thiagallain@gmail.com

O uso público das áreas verdes entre os inúmeros serviços


ecossistêmicos, desempenha a função cultural de convívio social, lazer,
redução de estresse e de melhoria da saúde mental. Dessa forma, o
índice de áreas verdes é um dos instrumentos utilizados para nortear o
planejamento urbano para melhoria da qualidade de vida nas cidades.
Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo determinar o índice
de área verde pública por habitante, por bairro e total em Recife-PE,
apontando o déficit de áreas verdes destinadas ao uso público. Para
isso, utilizou-se a listagem das áreas verdes públicas construídas
(parques, jardins e praças), área dos bairros e das áreas verdes e o
número de habitantes em cada bairro e das seis regiões político-
administrativas (RPA) da cidade, disponibilizados no site oficial
Prefeitura da Cidade do Recife. Foi calculado o Índice de Área Verde
Publica – IAVP (m2 de área verde/habitante), obtido por meio da
relação entre o somatório das áreas de áreas verde e o número de
habitantes dos bairros e nas RPAs. Como resultados obteve-se que a
área de estudo detém 2.458.148,00 m² considerados como áreas
verdes, distribuídos em 493 praças, parques ou áreas verdes
caracterizadas por canteiros, cemitérios, rotatórias ou outros espaços
permeáveis. Observou-se que os 5 bairros com maiores IAVPs foram:
Santo Antônio (98,45), Jaqueira (52,17), Recife (36,33), Santana

57
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

(18,93), Derby (17,43), três desses encontram-se na porção central da


cidade, marcada historicamente pelo início da expansão urbana e com
atividades predominantemente comercial e turística. Já o bairro
Jaqueira (listado como parque mais visitado da cidade) e Santana,
ambos se apresentam como áreas nobres da cidade e
predominantemente residenciais. Os bairros com menores IAVPs
foram Coqueiral (0,06), Alto Santa Terezinha (0,04), Brasília Teimosa
(0,03), Água Fria (0,02), Linha do Tiro (0,01), estes apresentam função
predominantemente residencial. Nestes bairros, o processo de
consolidação foi marcado por ocupações irregulares e/ou áreas sem
planejamento, carecendo de maiores inserções de áreas verdes
publicas com função cultural e presença de vegetação. Considerando
as regiões político-administrativas apenas a RPA 1 apresentou IAVP de
17,96 m²/hab, enquanto as demais RPA não ultrapassaram 6 m²/hab.
Conclui-se que, em geral, a cidade apresenta baixos índices de áreas
verdes de uso público, em que 55% dos bairros apresentam menos de
1m² de área verde pública por habitante, carecendo de maior
investimento para os incrementos de florestas urbanas nos bairros e
RPAs.

Palavras-chave: Floresta Urbana; Planejamento Urbano; Silvicultura


Urbana; Serviços Ecossistêmicos.

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II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

ASSOCIAÇÃO ENTRE TOMOGRAMA SÔNICO E A CONDIÇÃO


INTERNA REAL DO TRONCO DE Spathodea campanulata
1 2 3
Tamílis Emerick , Angeline Martini , Marina Souza
1
Engenheira Florestal MSc. Esp., Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em
Ciência Florestal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa – MG,
tamilis.emerick@ufv.br
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora em Ciências Florestais, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa – MG, martini@ufv.br
3
Engenheira Florestal, Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, Belo
Horizonte- MG, marina.souza@cemig.com.br

A eliminação total do risco de queda de árvores no ambiente urbano é


uma atividade econômica e tecnicamente inviável, devendo o gestor
dispor de ferramentas eficientes que orientem suas intervenções. Uma
das ferramentas mais comentadas na atualidade para este fim é o
tomógrafo, considerado como um equipamento de baixo custo, fácil
de utilizar e adequado para muitas situações de campo. No entanto,
ainda é preciso mensurar o quanto esse tipo de equipamento é capaz
de refletir as condições reais de uma árvore em pé. O objetivo do
trabalho foi verificar a associação entre tomogramas realizados por
tomógrafo sônico e a condição real interna do tronco de Spathodea
campanulata. A pesquisa foi desenvolvida no campus da Universidade
Federal de Viçosa, onde foram realizadas tomogramas em 30
indivíduos de Spathodea campanulata, posteriormente suprimidos. O
equipamento utilizado foi o PiCUS® Sonic Tomograph 3 e os
tomogramas foram realizados a uma altura de 20 cm da base, onde
também foi feito o corte. Após a supressão dos indivíduos, todas as
seções foram fotografadas para comparação com o mapa
colorimétrico gerado pelo tomógrafo. Das 30 árvores suprimidas, a
maior parte (43,3%) apresentou o interior do tronco com madeira em
condição normal, sem sinal de defeitos. Dos problemas verificados,
constatou-se cavidade em 26,7% dos indivíduos, rachaduras em 20,0%

59
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6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

e, deterioração em parte da madeira, em 10,0%. Houve semelhança


entre o resultado do tomograma e a condição evidenciada pelo corte
em 70,0% dos indivíduos. O principal ponto de divergência entre o
equipamento e a observação visual foi a detecção de rachaduras em
estágios iniciais, isso, porém, não invalida a eficiência do equipamento,
mas apenas cria um ponto de atenção. Nenhuma árvore em condições
normais evidenciadas no corte foi classificada em estágios avançados
de deterioração ou com presença de cavidade pela avaliação
tomográfica, assim como todos os indivíduos identificados visualmente
nesta condição tiveram o mesmo diagnóstico com o tomógrafo. Com
isso, conclui-se que o equipamento reflete uma condição interna do
lenho bem próxima do real e que alguns defeitos são mais complexos
de serem identificados, criando pontos de atenção que não dispensam
a avaliação de um profissional capacitado. O tomógrafo sônico pode
ser uma importante ferramenta de apoio na tomada de decisão na
gestão da arborização urbana da atualidade.

Palavras-chave: SoT; tomografia sônica; deterioração interna;


arborização urbana; risco de queda.

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IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA ARBORIZAR NOVA FRIBURGO-RJ


1 2 3 4 5
Évelin Silvas , Rafael Cariello , Ramon Pittizer , Thalita Adame , Bruno Felice

1
Engenheira Florestal, Servidora Pública, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano Sustentável da Prefeitura Municipal de Nova Friburgo,
Nova Friburgo - RJ – evelin.ambientepmnf@gmail.com
2
Engenheiro Florestal, Servidor Público, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano Sustentável da Prefeitura Municipal de Nova Friburgo,
Nova Friburgo - RJ – cariello.ambientepmnf@gmail.com
3
Engenheiro Florestal, Servidor Público, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano Sustentável da Prefeitura Municipal de Nova Friburgo,
Nova Friburgo - RJ – ramon.ambientepmnf@gmail.com
4
Engenheira Ambiental, Servidora Pública, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Urbano Sustentável da Prefeitura Municipal de Nova Friburgo,
Nova Friburgo - RJ – thalita.ambientepmnf@gmail.com
5
Biólogo, Servidor Público, Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Urbano Sustentável da Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, Nova Friburgo - RJ –
felice.ambientepmnf@gmail.com

A cidade de Nova Friburgo, localizada na região serrana do Rio de


Janeiro, apesar de possuir quase metade de sua área coberta por
vegetação nativa da Mata Atlântica, possui apenas 38,3% de suas vias
públicas arborizadas. Assim, a Prefeitura Municipal de Nova Friburgo,
por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano
Sustentável criou o Programa Arborizar Nova Friburgo no ano de 2022
com os seguintes objetivos: promover o incremento em áreas públicas
com déficit de arborização, contribuir para o controle de enchentes e
inundações à medida que melhora as condições de drenagem das
águas pluviais, reduzir problemas com erosão e assoreamento e,
promover aprimoramento da paisagem urbana. E por meio de
parceiras entre o Poder Público, Iniciativa Privada, ONGs, associações
de bairro, e concessionárias de serviços públicos, tem sido realizado o
plantio de mudas em sua maior parte de espécies arbóreas nativas da
Mata Atlântica nas áreas públicas do município. Complementarmente,

61
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

o programa abrange compromissos ambientais estabelecidos por meio


de ações de fiscalização e pelo licenciamento ambiental de atividades
potencialmente poluidoras, permitindo que requerentes processuais
que possuem pendências possam quitar seus compromissos
ambientais através do plantio e manutenção das mudas em áreas
estipuladas pelo Programa. Desde junho de 2022, já foram plantadas,
monitoradas, e catalogadas pelo menos 121 mudas de espécies
arbóreas nas margens do Rio Bengalas, um dos principais rios da
cidade, que interliga os bairros com características mais industriais à
região central. Tem sido observado grande aceitação por parte dos
munícipes nas redes sociais, comprovando o sucesso do Programa.
Como prospecções futuras visualiza-se implantar projetos de
arborização em outras regiões da cidade, criação de Parques Lineares
nas áreas de Área de Preservação Permanente (APP) de corpo hídricos
onde ocorra ocupação irregular, promovendo melhores usos da APP, e
beleza nos espaços públicos, permitindo maior qualidade de vida para
a população Friburguense.

Palavras-chave: Arborização Urbana; Mata Atlântica; Região Serrana;


Rio de Janeiro; Vias públicas;

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PROJETO ARBORIZAR: IMPLEMENTAÇÃO DE ÁRVORES NA


ROTATÓRIA DE COIMBRA-MG, UMA AQUARELA DE FLORES
1 2
Pedro Augusto Marazzo de Sousa , Raíssa da Penha Gomes Machado ,
3 4
Cainã Cindra Castro ; Kenny Roger da Silva Pereira

1
Graduando em Agronomia, Estagiário, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Viçosa-
MG – pedro.marazzo@ufv.br
2
Graduanda em Geografia, Estagiária, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Viçosa-MG
– raissa.gomes@ufv.br
3
Graduando em Geografia, Estagiário, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Viçosa-MG
– caina.castro@ufv.br
4
Graduando em Geografia, Estagiário, Instituto Estadual de Florestas (IEF), Viçosa-MG
– kenny.pereira@ufv.br

A arborização com fins paisagísticos surgiu na Europa do século XV,


sendo difundida no século XVII com a criação de Squares e Boulevards
em grandes cidades, como Londres e Paris. Essa prática propicia
melhora no microclima local, contribuindo com menores variações de
temperatura, e promove melhor efeito estético, proporcionando um
acréscimo na percepção positiva do ambiente pelos transeuntes. Nesse
contexto, o projeto arborizar executa, através do Instituto Estadual de
Florestas, diversos projetos de arborização nas cidades da região da
Zona da Mata de Minas Gerais, em parceria com as escolas municipais
e prefeituras, abrangendo 03 cidades até o momento. Um dos locais
onde o projeto está sendo desenvolvido é a rotatória de entrada da
cidade de Coimbra-MG. Nesta, foi feita a proposta de implantação de
árvores nativas, de apelo estético e prático, já que o local assume o
papel de pórtico para a cidade, além de espaço de recreação de
crianças, pista para a realização de caminhadas e demais exercícios
físicos. As espécies foram selecionadas de acordo com a função que
exercerão no local, sendo que 4 serão implantadas nos canteiros
centrais, de forma a compor a estética da rotatória: Ipê-rosa
(Handroanthus heptaphyllus), Ipê-roxo (Handroanthus impetiginosus),

63
II SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
6 A 8 DE DEZEMBRO DE 2022

Ipê-amarelo (Handroanthus albus) e Ipê-branco (Tabebuia roseoalba),


implantadas nessa ordem e com espaçamento de 12,0 metros entre as
árvores, de forma a manter a simetria de cores durante a florada de
cada espécie; e 2 serão implantadas nas calçadas laterais com
espaçamento de 4,0 metros, objetivando a formação de sombras para
o conforto dos pedestres: Quaresmeira (Tibouchina granulosa) e Ipê-
tabaco (Zeyheria tuberculosa). O planejamento da implantação das
mudas foi feito com base em visitas e medições in situ, nas quais foram
visualizados elementos de infraestrutura e edificações considerados no
posicionamento das árvores. Posteriormente, foi utilizado o software
QGIS (versão 3.22 Bielowietza) por onde foi possível posicionar as
árvores de acordo com a legislação de arborização urbana, gerando, ao
final, o mapa de implantação das mudas com as coordenadas de cada
cova. Por fim, foi gerado o cronograma de ações, além da planilha
orçamentária e a totalidade de mudas a serem implantadas, sendo as
informações repassadas ao Viveiro Florestal do IEF em Viçosa-MG,
local onde serão produzidas. As ações de implantação das mudas, e
posterior manutenção, serão de responsabilidade da prefeitura de
Coimbra-MG, sendo que o IEF poderá, a todo momento, repor
quaisquer mudas perdidas durante os meses iniciais após o
transplantio.

Palavras-chave: Arborização; Ipês; Paisagismo; Urbano.

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RESULTADOS DO PLANTIO DE 355 ÁRVORES URBANAS EM


EXTREMA-MINAS GERAIS
1 2
Flávio Henrique Mendes , Cláudia Camargo Ortiz

1
Engenheiro Florestal, Doutor em Ciências, Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz”, Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), Piracicaba-SP –
friquemendes@usp.br
2
Engenheira Florestal, Gestora Executiva, Secretaria Municipal de Turismo, Eixo
Parques e Jardins, Prefeitura Municipal de Extrema, Extrema-MG –
parquesejardinstur@extrema.mg.gov.br

Sob a temática das Mudanças Climáticas, a arborização urbana aparece


como um elemento fundamental à resiliência das cidades, ao
promover diversos serviços ecossistêmicos, como sombra, purificação
do ar, regulação climática, melhora da saúde mental etc. Com o
projeto pioneiro Conservador das Águas, o município de Extrema/MG
tem ganhado destaque no cenário nacional e internacional quando o
assunto é conservação do meio ambiente. O Termo de Compromisso
de Compensação Ambiental (TCCA) aparece como um importante
instrumento para fomentar novos projetos ambientais. O objetivo
desta pesquisa foi avaliar o plantio de 355 árvores neste município,
viabilizado por meio de um TCCA firmado entre uma empresa privada
e a Prefeitura Municipal. A logística envolveu assinaturas de contratos
e visitas aos viveiros particulares para a aquisição de árvores de grande
e médio portes. A parte de campo iniciou com a alocação de cada
indivíduo, demarcado com uma estaca de bambu. Na sequência, fez-se
a abertura dos berços de cada avenida para o posterior plantio,
realizado no fim da primavera e meados do verão. Ao todo, foi possível
arborizar seis avenidas prioritárias na cidade, sendo elas: Luiz Gabellini,
José Gomes Marques, Lavapés, Saes Peres, João Gilli Neto e Batalhão
da Polícia Militar, com espécies predominantemente nativas (75%), tais
como: canafístula, ipê-roxo, ipê-branco, sabão-de-soldado, aldrago e

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outras sete frutíferas do Brasil (abiu, cereja-do-rio-grande, pitanga,


grumixama, cabeludinha, uvaia e marolo), com alturas variando de 1,7
m (frutíferas) até 9,0 m (canafístula), sendo estas provenientes de
sangria (técnica para retirada de árvores diretamente do solo e
transplantio), as quais ficaram cerca de 45 dias no viveiro para
adaptação. Com a adoção de práticas silviculturais adequadas, como
terra compostada, irrigação frequente, tutoramento, controle de
pragas e gestão técnica, o índice de sobrevivência foi excelente, de
aproximadamente 98%, superando os valores encontrados na
literatura. Todas foram georreferenciadas com GPS, e coletados os
dados dendrométricos (altura e DAP). As principais dificuldades foram
os grandes volumes de chuvas ocorridos em janeiro de 2022 e o fluxo
do trânsito da Av. Lavapés, próxima ao centro da cidade, que
necessitou ser fechado parcialmente para o plantio com auxílio de
munck. Outra dificuldade foi a inexistência de um mapeamento das
redes subterrâneas de água e esgoto, fato este que não foi limitante
para melhorar a arborização urbana de Extrema, visando ser uma
cidade modelo em meio ambiente. Como metas futuras, os tomadores
de decisão seguem trabalhando em índices qualiquantitativos para
torná-la cada vez mais arborizada.

Palavras-chave: Arborização urbana; Georreferenciamento; Mudanças


Climáticas; Serviços Ecossistêmicos; Termo de Compromisso de
Compensação Ambiental.

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SEMENTES DO AMANHÃ - EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA


ESCOLA PRÓ-EFEITO E APOIO AO PLANTIO FLORESTAL
URBANO COM ESPÉCIES NATIVAS
2
Lydiane Lucia De Sousa Bastos¹, Carmen Monteiro

1
Engenheira Florestal. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Ciência
Florestal. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa - MG, Brasil. lbastos@ufv.br
2
Pedagoga. Centro Educacional Pró-Efeito. Viçosa - MG, Brasil.
carmen.monteiroproefeito@gmail.com

O papel das florestas é vital para a vida no planeta. No entanto, uma


média de 13 milhões de hectares de florestas desaparecem todos os
anos. Isso causa impactos devastadores às comunidades humanas,
fauna e flora, e tem consequências climáticas desastrosas tanto em
nível regional quanto global. As árvores, quando plantadas em centros
urbanos, ajudam a filtrar as partículas poluentes, reduzem a poluição
sonora, melhoram o microclima e a sensação térmica. Nesse sentido, a
arborização urbana passa a ser vista como elemento natural
reformulador do espaço urbano que se reaproxima das condições
ambientais naturais. Além disso, a manutenção de espaços com a
floresta em pé (parques, praças, áreas verdes, reservas entre outros)
deve ser um esforço permanente e coletivo para a melhoria da
qualidade de vida na cidade. Desse modo, ações de sensibilização
ambiental tem papel fundamental para proporcionar meios interativos
e democráticos para que a sociedade possa produzir conteúdo e
disseminar conhecimentos, por meio da comunicação ambiental
voltada para a sustentabilidade. O Projeto “Sementes do Amanhã”
objetiva a educação ambiental por meio da questão da arborização
urbana na cidade de Viçosa. A iniciativa visa sensibilizar estudantes de
ensino fundamental, professore(a)s, famílias e comunidade para a
questão ambiental como forma de construir uma nova postura para as

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novas gerações. Para tanto, foi construído um viveiro florestal na


escola Pró-Efeito e produzidas mudas de 20 espécies florestais nativas
que serão plantadas pelos alunos e demais sujeitos no entorno da
escola e áreas escolhidas por técnicos voluntários. Todo o processo
está sendo realizado com atividades pedagógicas e lúdicas para os
alunos e familiares. O projeto é executado em parceria entre
universidade, escola e prefeitura proporcionando um importante
diálogo interinstitucional. Até o momento foram realizadas quatro
oficinas: beneficiamento de frutos e sementes, semeadura e produção
das mudas, prática de prevenção a queimadas e incêndios florestais, e
construção de calendário fenológico. Foi realizada ainda a blitz
ambiental, com apoio do Departamento de Trânsito da Prefeitura, no
qual as crianças abordavam os motoristas e os incentivavam a
plantarem sementes nativas. Na ocasião, foram doadas sementes
beneficiadas pelos próprios alunos e alunas, de modo a mitigar o
impacto causado pela poluição dos automóveis. Atualmente o projeto
está em fase de reconstrução após dois anos parado devido à
pandemia. O viveiro que contava com 150 mudas de espécies florestais
está sendo ampliado para abrigar 400 mudas.

Palavras-chave: Arborização urbana; Meio ambiente; Educação


infantil; Bem-estar

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FRAGMENTO DE FLORESTA URBANA COMO INSTRUMENTO


PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1 2 3
Tatiane Lima Ho , Daniela Biondi Batista , Antonio Carlos Batista ,
4
Angeline Martini

1
Engenheira Florestal, Consultora autônoma, Doutora pela Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, PR, Brasil – tatiane.l.ho@gmail.com
2
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – dbiondi@ufpr.br
3
Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – batistaufpr@ufpr.br
4
Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais,
Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil – martini@ufv.br

A relação distante do homem com a floresta gera uma desconexão


com os processos e ciclos da natureza, necessitando de estratégias
para fortalecer esse vínculo, como atividades de educação ambiental
em uma floresta. Assim, o objetivo desta pesquisa foi analisar o papel
da floresta no âmbito da pesquisa científica em educação ambiental,
tendo como experiência a ação do Projeto Floresta-Escola realizado na
Universidade Federal do Paraná. Para isso, foi analisado o panorama
geral das pesquisas científicas sobre as atividades de educação
ambiental relacionadas à floresta, utilizando como referência as bases
indexadoras Web of Science e Scopus. Além disso, foi utilizado como
estudo de caso as atividades da Trilha da Floresta do Projeto Floresta-
Escola, analisada a base histórica do Projeto ao longo dos 11 anos de
atuação e proposta uma metodologia que compreende estudos sobre
o comportamento humano. Na análise bibliométrica realizada, foram
avaliados 62 artigos, e destes, observou-se que a floresta é geralmente
utilizada em atividades não formais de ensino, em estudos com foco
em percepção e sensibilização ambiental, em práticas de campo,
trilhas interpretativas guiadas e autoguiadas. Na análise do Projeto

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Floresta-Escola, a abordagem foi a educação ambiental não formal e a


técnica principal de interpretação ambiental utilizada foi a trilha
interpretativa guiada em um fragmento de floresta urbana. O projeto
abrangeu 6.842 estudantes da educação básica do município de
Curitiba e região Metropolitana, a partir de 232 atividades
desenvolvidas com 101 escolas diferentes. Na atividade Trilha da
Floresta, foram abordados aspectos da flora, fauna, solo, água e a
percepção dos sentidos dos estudantes em relação à floresta. Já na
análise das técnicas científicas, foi proposta uma sequência
metodológica para a construção dos objetivos, da abordagem e do
conteúdo em atividades de educação ambiental. A técnica foi ajustada
para a atividade Trilha da Floresta, para ter maior clareza dos objetivos
e um roteiro que contemple as características do público-alvo. Conclui-
se que foi possível ter um panorama das pesquisas da área, verificar a
ação do Projeto Floresta-Escola como propulsora da educação
ambiental a partir do contato dos estudantes com a floresta urbana e
utilizar o método proposto na atividade Trilha da Floresta do Projeto
Floresta-Escola.

Palavras-chave: Trilha da floresta; Interpretação Ambiental; Educação


Não formal; Aprendizagem.

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REDE CASA DA NATUREZA CONEXÕES SOCIOAMBIENTAIS DA


CUESTA (EBOOK): ARBORIZAÇÃO URBANA EM BOTUCATU
1
Rafaella Ferreira Cicarelli

1
Graduanda em Engenharia Florestal, Faculdade de Ciências Agronômicas - Unesp
campus Botucatu-SP. rafaella.cicarelli@unesp.br

O Projeto Trilha foi iniciado em 24 de abril de 1998 pelo professor Dr.


Valdemir Rodrigues atendeu cerca de 30.000 estudantes e visitantes
de várias regiões e estados do Brasil. O Programa realizado na Trilha no
interior da floresta, no Campus da Faculdade de Ciências Agronômicas
da UNESP, é mais uma opção para desenvolver a educação ambiental e
o ecoturismo. Este tem a finalidade de promover a conscientização dos
estudantes dos colégios de ensino fundamental e médio da região de
Botucatu. Posteriormente, em 2020 surgiu a Rede Casa da Natureza
(RCN) tendo início a partir dos projetos educativos socioambientais
desenvolvidos pelo Instituto de Biociências de Botucatu (IBB) e pela
Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp, campus de
Botucatu-SP. Tem como objetivo articular e promover projetos e
programas relacionados às temáticas da Educação Ambiental, da
Ciência-Cidadã, da Conservação da Natureza, entre outras da região da
Cuesta de Botucatu. A rede surge da ação coletiva dos projetos “Clube
da Mata”, “Trilha-Casa da Natureza”, “Kayru”, “Arboricatu”, e propõe
aproximar e fortalecer a criação de futuros projetos sendo
fundamental para a reaproximação de crianças, jovens e adultos ao
meio natural fomentando a criação de novas relações socioambientais
e reafirmando outras indispensáveis para um equilíbrio dinâmico entre
homem e natureza, trazendo reflexões mais profundas sobre Educação
Ambiental e sua prática essencial em qualquer esfera. Tendo o cenário
pandêmico como empecilho no desenvolvimento das atividades a RCN
juntamente com os demais projetos criou o ebook “Rede casa da
Natureza Conexões Socioambientais da Cuesta” trazendo uma

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coletânea de temas atuais relacionados com meio ambiente e


sociedades por meio de ações da RCN”. A rede tem trabalhado através
da ciência educação na reversão do quadro desolador da ação humana
no desequilíbrio do ecossistema e destruição do Planeta Terra. Os
primeiros sete capítulos apresentam os temas: articulação das
comunidades, professores e pesquisadores na prática da educação
ambiental e ciência cidadã em escolas e parques, o capítulo 14 envolve
questões a respeito da arborização urbana, planejamento, manejo e
bem estar da população.

Palavras-chave: Educação ambiental; Meio ambiente; População;


Bem-estar.

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AGRADECIMENTOS

Nossos sinceros agradecimentos a todas às instituições de


ensino e pesquisa que participaram e apoiaram o segundo Simpósio
Brasileiro de Estudos em Arborização Urbana. A todos os palestrantes
e mediadores que tornaram possível a realização desta segunda edição
do evento, bem como a todos os demais participantes e ouvintes. E a
Sociedade de Investigações Florestais, nossa patrocinadora, por
acreditar e apostar neste trabalho.

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REALIZAÇÃO

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS

APOIO

PATROCÍNIO

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