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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA

7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM


ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

ANAIS
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA

COMITÊ CIENTÍFICO
Angeline Martini
Daniela Biondi

COMISSÃO ORGANIZADORA
Angeline Martini
Daniela Biondi
Tamílis Emerick
Ana Cláudia Nogueira da Silva
Tamara Ribeiro Botelho de Carvalho Maria

VIÇOSA - MG
2021
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

APRESENTAÇÃO

O primeiro Simpósio Brasileiro de Estudos em Arborização Urbana foi realizado entre


os dias 7 e 11 de dezembro de 2020. O evento, promovido pelo Departamento de
Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), teve como objetivo reunir os
trabalhos dos estudantes de graduação e pós-graduação que realizam pesquisas na área de
arborização urbana em todo o Brasil, para divulgar à sociedade o conhecimento científico
produzido pelas instituições de pesquisa atuantes na área.
Além de participantes da UFV, fizeram parte do simpósio discentes de outras sete
instituições: Universidade Federal do Paraná (UFPR), Escola Superior de Agricultura "Luiz
de Queiroz" (ESALQ/USP), Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO-Irati),
Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Universidade Tecnológica Federal do
Paraná (UTFPR-Dois Vizinhos), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ).
Os trabalhos foram organizados em assuntos correlatos e cada dia o evento contou
com uma temática diferente, que foi mediada por um professor da área. No primeiro dia o
tema foi Planejamento da arborização urbana e os efeitos climáticos, assunto mediado pela
Profª. Drª. Angeline Martini (UFV). No segundo dia o assunto foi Arborização de ruas e a
produção de mudas, com a mediação do Prof. Dr. Rogério Bobrowski (UNICENTRO). No
terceiro dia o tema foi Manejo das Árvores Urbanas, mediado pelo Prof. Dr. Demóstenes
Ferreira da Silva Filho (ESALQ/USP). No quarto dia o os trabalhos foram na área de
Espacialização da arborização urbana e as águas pluviais, mediado pelo Prof. Dr. Everaldo
Marques de Lima Neto (UFRPE). E o último dia o tema abordado foi Ecologia urbana,
mediado pela Profª Drª. Daniela Biondi (UFPR).
O evento, transmitido pelo Youtube, foi aberto ao público em geral, técnicos,
analistas, arboristas e demais profissionais ou interessados em conhecer as pesquisas
desenvolvidas pelas universidades. E contou com os seguintes apoiadores: Universidade
Federal do Paraná, Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, Pd Instrumentos, Doctor
tree e ArbUrb. Foram mais de quinhentos participantes inscritos e 150 certificados emitidos,
para acompanhar a apresentação de 24 trabalhos científicos. O canal do simpósio no
Youtube, contou com mais de 250 inscritos e aproximadamente 3.000 visualizações ao longo
da semana, com média diária de 530 acessos.
SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

SUMÁRIO

TEMA: PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA E OS EFEITOS CLIMÁTICOS


A PERCEPÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO
VIÁRIA - ESTUDO DE CASO EM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE ..................................... ..2
Marcela Guedes Dourado, Dianafaz Eloiza Canan, Flávia Gizela K. Brun

PROTOCOLOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PLANOS DE ARBORIZAÇÃO EM MUNICÍPIO DE


PEQUENO PORTE NO PARANÁ ........................................................................................................... 4
Ciro Duarte de Paula Costa, Flávia Gizele König Brun, Eleandro José Brun, Valéria Mariano da Silva

BENEFÍCIO MICROLIMÁTICO PROPOCIONADO POR DIFERENTES ESPÉCIES DA


ARBORIZAÇÃO ...................................................................................................................................... 6
Laíssa Ferreira Carvalho, Angeline Martini

BENEFÍCIOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA: DO MESO AO MICROCLIMA ........................................ 8


Flávio Henrique Mendes

A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NO MICROCLIMA E CONFORTO TÉRMICO URBANO DE


VIÇOSA - MG ........................................................................................................................................ 10
Hiohanes Moura Cardoso, Angeline Martini

TEMA: ARBORIZAÇÃO DE RUAS E A PRODUÇÃO DE MUDAS


PANORAMA DOS CANTEIROS DA ARBORIZAÇÃO VIÁRIA DE CURITIBA – PARANÁ ........... 12
Bruna Fernanda Heck Bomm, Daniela Biondi, Alexandre Behling

MODELAGEM DA QUALIDADE VISUAL DA PAISAGEM DE CALÇADAS ARBORIZADAS DE


CURITIBA, PARANÁ, E A CONCORDÂNCIA TÉCNICO-POPULAR .................................................. 15
Sidnei Antonio Crovador Junior, Rogério Bobrowski, Afonso Figueiredo Filho

PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES NATIVAS DA MATA ATLÂNTICA COM POTENCIAL PARA


ARBORIZAÇÃO URBANA....................................................................................................................17
Leandro Dias de Lima,Ana Lícia Patriota Feliciano, Everaldo Marques de Lima Neto

INSETOS EM VIVEIRO DE PRODUÇÃO DE MUDAS PARA ARBORIZAÇÃO URBANA EM CURITIBA


– PARANÁ ............................................................................................................................................. 19
Leonardo Fogaça, Daniela Biondi

ESTUDO DO CRESCIMENTO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA FINS DE ARBORIZAÇÃO URBANA;


CAMPO DE TESTE DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – CAMPUS DOIS
VIZINHOS.............................................................................................................................................. 21
Marcos Vinícius Souza Cardoso, Flávia Gizele König Brun, Eleandro José Brun

TEMA: MANEJO DAS ÁRVORES URBANAS


EFEITOS DO MANEJO DE PODA EM INDIVÍDUOS DE Ligustrum lucidum W. T. Aiton EM VIAS
URBANAS ............................................................................................................................................. 23
Guilherme Landim Santos, Flávia Gizele König Brun

CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO DE CRESCIMENTO E ESTUDOS DO ANCORAMENTO DE


ÁRVORES EM CALÇADAS .................................................................................................................. 26
Elisiane Vendruscolo, Rogério Bobrowski, Magda Lea Bolzan Zanon
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VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO RISCO DE QUEDA DE Spathodea campanulata P. BEAUV ............ 28


Tamílis Emerick, Marina Moura de Souza, Angeline Martini

INFLUÊNCIA DA PODA NO RISCO DE QUEDA DE ÁRVORES URBANAS ...................................... 30


Tamara Ribeiro Botelho de Carvalho Maria, Daniela Biondi

VELOCIDADE DE ONDA MECÂNICA NA AVALIAÇÃO DE RAÍZES DE ANCORAGEM DE ÁRVORES


NAS CIDADES ...................................................................................................................................... 32
Isabela Guardia, Demóstenes Ferreira da Silva Filho

TEMA: ESPACIALIZAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA E AS ÁGUAS PLUVIAIS


FLORESTA URBANA E RENDA PER CAPITA: ANALISANDO PADRÕES ESPACIAIS .............. 34
Bruna Lara Arantes, Nicole Rennó Castro, Leandro Gilio, Jefferson Lordello Polizel, Demóstenes Ferreira da Silva Filho

PLANTAS ORNAMENTAIS EXÓTICAS INVASORAS NO PAISAGISMO: ÁREAS DE OCORRÊNCIA


NO BRASIL ........................................................................................................................................... 37
Ana Cláudia Nogueira da Silva, Angeline Martini

POTENCIAL DA ARBORIZAÇÃO NA INTERCEPTAÇÃO DAS ÁGUAS PLUVIAIS E ESCOAMENTO


SUPERFICIAL NO BAIRRO DAS GRAÇAS EM RECIFE – PE ........................................................... 39
Alana Gabriela Mira Silva, Bianka Luise de Oliveira, Everaldo Marques de Lima Neto

INTERCEPTAÇÃO PLUVIAL PELOS INDIVÍDUOS ARBÓREOS URBANOS .................................... 41


Guilherme Santana Silva , Jamil Alexandre Ayach Anache

A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE SOBRE A VULNERABILIDADE A


INUNDAÇÕES NA MATA ATLÂNTICA: RESULTADOS PRELIMINARES .......................................... 43
Jennifer Viezzer, Daniela Biondi

TEMA: ECOLOGIA URBANA


INVENTÁRIO QUALI-QUANTITATIVO E DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DA ARBORIZAÇAO
VOÁRIA DOS BAIRROS FÁTIMA E BOA VISTA EM SETE LAGOAS, MG ........................................ 45
Lívia Ferreira da Silva, Aderbal Gomes da Silva

PANORAMA DAS FLORESTAS URBANAS DO SUDESTE PARANAENSE: SERVIÇOS


ECOSSISTÊMICOS EM UMA PERSPECTIVA SOCIOAMBIENTAL ................................................... 48
Tarik Cuchi, Rogério Bobrowski

SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS E QUALIDADE DE FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS ...... 50


Jéssica Thalheimer de Aguiar, Rogério Bobrowski, Flávia Gizele König Brun, Pedro Higuchi

FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS COMO UMA SOLUÇÃO BASEADA NA NATUREZA (SBN)


PARA A MITIGAÇÃO DA MUDANÇA DO CLIMA ................................................................................ 52
Allan Rodrigo Nunho dos Reis, Daniela Biondi, Ana Paula Dalla Corte, Antonio Carlos Batista

AGRADECIMENTOS............................................................................................................................54
PERSPECTIVAS...................................................................................................................................55

** O texto e conteúdo dos trabalhos apresentados neste Anais são de


responsabilidade dos autores.
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TEMA:

PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA


E OS EFEITOS CLIMÁTICOS

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A PERCEPÇÃO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE


PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO VIÁRIA - ESTUDO DE CASO EM
MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE

Marcela Guedes Dourado 1


Dianafaz Eloiza Canan 2
Flávia Gizela K. Brun 3

O entendimento acerca dos benefícios da arborização urbana e do seu planejamento


é de fundamental importância para a adaptação das espécies arbóreas escolhidas
e inseridas no espaço urbano. Objetivou-se, com este estudo avaliar a percepção
ambiental da população do município de Boa Esperança do Iguaçu, PR. Para isso
foram aplicados 259 questionários no mês de novembro de 2018, aos moradores da
área urbana do município. Os resultados obtidos indicaram que 65,3% dos
entrevistados consideraram a localidade pouco arborizada, 30,1% como razoável e
4,6% como muita arborizada. As principais vantagens da arborização urbana
indicadas foram: sombra 46,3%, redução de calor 23,9%, flores e frutos 18,1% e
outros com 9,7%, em relação as desvantagens da arborização 51,0% dos moradores
afirmaram não ver nenhum tipo de problema quanto as árvores nas ruas, 16,2%
questionaram em relação a problemas na calçada, 15,4% apontaram problemas
relacionados com a rede elétrica e sujeiras das ruas e calçadas, e 1,5%
questionaram a redução da iluminação pública e sujeira dos pássaros. Quando
questionados em relação ao valor de uma árvore urbana 41,7% dos entrevistados
responderam entre R$ 600 e 1000, 17,8% entre R$ 200 e 600; 10,0% entre R$ 100
e 200 e; 6,2% mencionaram não valer nada. Os entrevistados também foram
questionados se indicariam alguma espécie vegetal para compor a arborização do
município, 88,0% indicaram espécies de sombra, flores e frutos, 3,9% espécies de
pequeno porte, 3,1% qualquer espécie. Quanto a responsabilidade da arborização
urbana no bairro, 69,9% dos entrevistados mencionaram a prefeitura e 20,5% a

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própria população. Quando abordados se colaboram com a arborização da


rua/bairro, e sobre quais atitudes poderiam ser tomadas para preservar as árvores
nas ruas, 39,4% responderam que contribuem plantando árvores, 28,2% colaboram
realizando a manutenção e poda, 16,6% colaboram não danificando e 15,8% não
colaboram. Os resultados obtidos indicaram que os moradores possuem uma boa
percepção ambiental sabendo identificar as vantagens e desvantagens da
arborização urbana. Estudos com esse escopo são necessários para melhor
compreender a inter-relação entre o homem e o ambiente, levando em conta sua
percepção sobre as questões ambientais, e podem ajudar na difusão de ideias
relacionadas a arborização urbana, contribuindo para o planejamento e elaboração
de políticas públicas voltadas a arborização do município de Boa Esperança do
Iguaçu, PR.

Palavras-chave: educação ambiental; planejamento urbano; políticas públicas;


benefícios ambientais; meio ambiente.

___________________________________________________________________

1 Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Pós-graduação em Agroecossistemas,


Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, PR, Brasil -
marcelaguedesd@gmailcom.
2 Graduanda do curso de Engenharia Florestal, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus
Dois Vizinhos, PR, Brasil - dianafaz_eloiza@hotmail.com.
3 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, PR, Brasil - flaviag@utfpr.edu.br.

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PROTOCOLOS PARA O DESENVOLVIMENTO DE PLANOS DE


ARBORIZAÇÃO EM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE NO PARANÁ

Ciro Duarte de Paula Costa 1


Flávia Gizele König Brun 2
Eleandro José Brun 3
Valéria Mariano da Silva 4

No Brasil, grande parte dos municípios são considerados de pequeno porte, cerca
de 74,2%, e apresentam até 25 mil habitantes em seu território. No estado do Paraná
essa proporção é ainda maior, cerca de 81,2% dos municípios são considerados de
pequeno porte. Diante desta realidade, passamos a compreender a arborização dos
pequenos centros, implementada nas últimas décadas, na sua grande maioria,
relegada a um segundo plano nas administrações municipais. Por isso, a partir de
2012, o Ministério Público do Estado do Paraná tem orientado os municípios a
elaborarem seus Planos Municipais de Arborização Urbana. Nesse sentido, são aqui
descritas as etapas do protocolo desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa em
Silvicultura e Ecologia Urbana da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
visando apoiar os municípios a elaborar seus Planos Municipais de Arborização
Urbana. A construção de tal protocolo é baseado no Manual para Elaboração do
Plano Municipal de Arborização Urbana elaborado pelo Ministério Público do Estado
do Paraná e demais metodologias publicadas pelo Grupo de Pesquisa em
Silvicultura e Ecologia Urbana da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A
metodologia adotada para o desenvolvimento do Planos Municipais de Arborização
Urbana é realizada em cinco etapas: 1) diagnóstico da percepção da população
quanto à arborização urbana; 2) inventário completo da arborização viária; 3) análise
de risco de queda de árvores; 4) construção de banco de dados e elaboração de
mapas temáticos; e por fim, 5) planejamento e elaboração do Plano Diretor
Participativo de Arborização Urbana. A partir desses protocolos, o Grupo de

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Pesquisa em Silvicultura e Ecologia Urbana da Universidade Tecnológica Federal


do Paraná orientou os municípios de São Mateus do Sul, Dois Vizinhos e Boa
Esperança do Iguaçu no desenvolvimento de seus Planos Municipais de Arborização
Urbana. Ao todo, foram amostrados no inventário da vegetação 18.023 registros no
município de São Mateus do Sul, 5.833 registros no município de Dois Vizinhos e
729 registros em Boa Esperança do Iguaçu. Nesse contexto, de vital importância
para as cidades, o Plano Municipal de Arborização Urbana se constitui de um
importante instrumento para nortear as decisões sobre os aspectos relacionados à
arborização urbana dos municípios, e a sua implementação permitirá o avanço da
melhoria da qualidade do ambiente urbano municipal.

Palavras-chave: arborização urbana; gestão municipal; plano diretor.

___________________________________________________________________

1 Engenheiro Florestal, Mestrando do Programa de Agroecossistemas, Universidade Tecnológica


Federal do Paraná, Dois Vizinhos-PR – ciro@neofloresta.com.br
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Curso de Engenharia Florestal, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos-PR – flaviag@utfpr.edu.br
3 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Curso de Engenharia Florestal, Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Dois Vizinhos-PR – eleandrobrun@utfpr.edu.br
4 Engenheira Florestal, Diretora de Projetos, Neofloresta Serviços Ecossistêmicos, Pato Branco-PR –
valeria@neofloresta.com.br

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BENEFÍCIO MICROLIMÁTICO PROPOCIONADO POR DIFERENTES


ESPÉCIES DA ARBORIZAÇÃO

Laíssa Ferreira Carvalho 1


Angeline Martini 2

A urbanização é um fenômeno crescente em todo o mundo, transformando o


ambiente natural em um ambiente construído, e causando mudanças no clima. A
arborização urbana, como uma solução baseada na natureza, é uma medida para
mitigar os impactos causados por esse fenômeno e ajudar as cidades a se
adaptarem melhor às mudanças climáticas. O objetivo geral desse estudo é analisar
a influência de diferentes espécies arbóreas no microclima urbano de Viçosa-MG.
As espécies analisadas foram: Spathodea campanulata, Lagerstroemia indica,
Libidibia ferrea, Handroanthus impetiginosus, Delonix regia, Caesalpinia pluviosa,
Terminalia catappa, Licania tomentosa, Bauhinia variegata, Handroanthus
serratifolius e Filicium decipiens. A escolha das espécies foi devido à disponibilidade
e por serem espécies comumente utilizadas na arborização. A coleta de dados foi
realizada em diferentes épocas do ano de 2020: período de baixa temperatura e
ausência de precipitação - julho; período de alta temperatura e ausência de
precipitação - setembro, e período de alta temperatura e com ocorrência de
precipitação - dezembro. A coleta de dados meteorológicos foi feita pelo método do
transecto móvel, onde um equipamento foi mantido fixo embaixo da copa das
árvores e outro utilizado por um pesquisador para percorrer diferentes distancias a
partir das árvores (0 m, 5 m, 10 m, 15 m, 20 m e 25 m) permitindo identificar o raio
de influência das árvores, totalizando 3 repetições. Os horários de coletas
estabelecidos foram: 9, 15 e 19 horas e as variáveis coletadas foram umidade
relativa do ar (UR), temperatura do ar e velocidade do vento. Para determinar quais
características das árvores influenciam de forma mais expressiva na melhoria
microclimática, dados dendrométricos foram mensurados: altura total, altura de

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copa, DAP, diâmetro de copa, área de copa, volume de copa e índice de área foliar.
Espera-se com os resultados poder quantificar o benefício microclimático promovido
por cada espécie selecionada, compreendendo suas particularidades com relação
aos diferentes períodos do ano e horas do dia. Além disso, pretende-se determinar
o raio de influência que esse benefício alcança no entorno imediato, bem como
definir quais as características das árvores que resultam em melhores resultados
microclimáticos.

Palavras-chave: árvores urbanas; clima; temperatura; transecto móvel, umidade


relativa.

___________________________________________________________________

1 Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciências Florestais,


Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG - laissafc@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa-MG – martini@ufv.br

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BENEFÍCIOS DA ARBORIZAÇÃO URBANA: DO MESO AO


MICROCLIMA

Flávio Henrique Mendes 1

É preciso conhecer o clima urbano para planejar as cidades. Ele está em constante
mudança devido à ação antrópica quanto ao uso e ocupação do solo. Desta forma,
a arborização urbana aparece como uma ferramenta mitigadora das mudanças
climáticas, aumentando a resiliência das urbes. O objetivo desta pesquisa foi
analisar os benefícios ecossistêmicos da infraestrutura verde em Santiago do Chile
e Piracicaba/SP/Brasil. Para o primeiro caso, utilizou-se imagens do satélite
Landsat-7 de 2000 e 2019, além de simulações microclimáticas com o software
ENVI-met na comuna (“conjunto de bairros, subprefeituras”) Estación Central,
enquanto que, no segundo caso, foram feitas medições in loco com um termômetro
digital infravermelho, identificando a temperatura de cada superfície urbana durante
o verão de 2019. Os resultados mostraram que, em média, Santiago teve um
aumento de 1°C a cada sete anos (2,7°C no período, sendo a mediana igual a
2,3°C), com destaque às regiões periféricas. As comunas de Vitacura, Las Condes
e Providência (setor oriente), respectivamente, representam as mais frescas,
enquanto que as do setor poente, como Lampa, Cerrillos e Quilicura, nesta ordem,
as mais quentes. A simulação computacional em Estación Central revelou que o
design de sua área, com prédios de mais de 30 pisos que superam 100 m de altura
total, proporciona a existência de zonas mortas de ventilação a sotavento, com
velocidades inferiores a 1 m s-1, alterando a direção do vento e, assim, afetando a
qualidade de vida de seus habitantes. Em Piracicaba, a nível microclimático, o teto
de um carro escuro foi a superfície que atingiu a maior temperatura, incríveis 95°C
às 12h00, durante a fase de treinamento do equipamento. Na sequência, o asfalto
ultrapassou 70°C às 13h00, porém, quando sombreado por árvores, ficou próximo
dos 35°C nas horas mais quentes do dia. A vegetação (árvores e relvado), por sua

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vez, apresentou baixa amplitude térmica, entre 30°C e 46°C, mostrando sua
capacidade de resiliência na regulação microclimática como um dos serviços
ecossistêmicos. Portanto, pesquisas que abordem a valoração monetária de
indivíduos arbóreos são essenciais, a fim de auxiliar gestores públicos e população
quanto ao manejo da floresta urbana, expressando num valor concreto a relevância
desses seres vivos. Consequentemente, políticas públicas que fomentem a
preservação das árvores urbanas são fundamentais, cuja criação de um Imposto
Predial e Territorial Urbano (IPTU) Verde pode ser interessante, o qual concederá
algum desconto neste imposto para o morador que possuir árvores em sua calçada,
afinal, é melhor incentivar o certo do que punir o errado.

Palavras-chave: clima urbano; ENVI-met; IPTU Verde; temperatura de superfície;


uso e ocupação do solo.

___________________________________________________________________

1 Engenheiro Florestal e Licenciado em Ciências Agrárias, Especialista em Marketing, Especialista em


Agronegócios, Doutorando do Programa de Recursos Florestais, Escola Superior de Agricultura “Luiz
de Queiroz", Universidade de São Paulo (USP), Piracicaba-SP – friquemendes@usp.br

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A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NO MICROCLIMA E CONFORTO


TÉRMICO URBANO DE VIÇOSA - MG

Hiohanes Moura Cardoso 1


Angeline Martini 2

O aumento da temperatura é uma das principais ameaças climáticas para as


cidades, no qual resulta não apenas em problemas ambientais, mas também na
ampliação da sensação de calor percebida pelas pessoas, reduzindo-se o bem-estar
e a qualidade de vida. Com a finalidade de amenizar tais efeitos ambientais urbanos,
os gestores têm avaliado o papel cada vez mais relevante das áreas verdes no bem-
estar e melhoria do microclima, por promoverem o resfriamento natural das ilhas de
calor bem como reduzir temperaturas extremas. Com temperaturas mais amenas,
as pessoas se sentem mais dispostas pois o clima possui papel significativo no
status comportamental e fisiológico humano, interferindo nos chamados “índices de
conforto térmico”. O objetivo desta pesquisa foi investigar a influência que áreas
verdes exercem no microclima urbano e no conforto térmico em Viçosa – MG,
através do índice “UTCI”, levando em consideração características presentes nas
praças e nas ruas adjacentes que auxiliam na promoção deste conforto. A
metodologia consistiu na escolha de cinco praças arborizadas em Viçosa, que
variaram em área e localização. Foram feitas coletas de variáveis meteorológicas
em cada praça e ruas adjacentes, simultaneamente, com a utilização de pares de
equipamentos, nos quais um fixo no interior da praça e outro percorrendo as ruas
adjacentes no qual observou-se as diferenças entre os ambientes. Os dados
meteorológicos foram convertidos em conforto térmico com a utilização do índice
UTCI e, por fim, avaliadas as características tanto das praças, como das ruas
adjacentes que influenciavam no conforto observado. A temperatura foi, em média,
5,6 ºC menor nas praças em comparação às áreas externas adjacentes. Em
contrapartida, a umidade foi mais alta, 7,6 unidades em média. Ambas variáveis

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
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oscilaram menos no interior das praças, demonstrando que o microclima nesses


ambientes é mais agradável. Com relação ao conforto térmico, embora não se tenha
observado classes de conforto ideal, as praças demonstraram ser mais agradável
em relação às áreas adjacentes e sua influência se fez, em média, a um raio de 90
metros de distância. Ainda, foi possível perceber que tanto a presença de
arborização nas praças quanto nas ruas, possibilitaram melhora do conforto térmico
urbano. As ruas mais largas também tiveram contribuição significativa para
promoção do conforto. O estudo demonstra sua relevância por servir de subsídio à
profissionais da área de planejamento urbano, tendo em vista a possibilidade de
utilização de estratégias como a arborização para redução de problemas ambientais
e melhoria da ambiência urbana.

Palavras-chave: microclima; conforto térmico; UTCI; arborização urbana;


planejamento urbano.

___________________________________________________________________
1 Arquiteto e Urbanista, Mestrando do Programa de Ciência Florestal, Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa-MG, Brasil – hiohanes.cardoso@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa-MG, Brasil – martini.angeline@gmail.com

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TEMA:

ARBORIZAÇÃO DE RUAS E A PRODUÇÃO DE


MUDAS

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PANORAMA DOS CANTEIROS DA ARBORIZAÇÃO VIÁRIA DE


CURITIBA – PARANÁ

Bruna Fernanda Heck Bomm 1


Daniela Biondi 2
Alexandre Behling 3

A urbanização modifica ecossistemas naturais e traz consigo uma série de impactos


negativos à qualidade ambiental urbana. A floresta urbana é capaz de mitigar esses
impactos, mas é necessário otimizar o uso dos espaços já existentes para poder
ampliar a cobertura vegetal nas cidades. Neste sentido, o presente trabalho teve
como objetivo realizar um levantamento sobre a composição florística dos canteiros
da arborização viária das zonas residenciais de Curitiba, Paraná. A pesquisa foi
realizada nos canteiros da arborização viária nos zoneamentos residenciais
previamente divididos pela lei municipal nº 9.800/2000, que foram reagrupados de
acordo com características semelhantes de uso do solo em ZR-A, ZR-B, ZRC e ZR-
D, sendo o ZR-A menos adensado, e o ZR-D mais adensado. Foi realizada uma
amostragem estratificada totalizando 200 amostras. Na coleta de campo a área
permeável dos canteiros foi mensurada, inventariando todas as espécies existentes
e para aquelas com porte arbóreo (com altura total maior que 2 metros ou com DAP
maior que 0,10 m) foi medido seu DAP, altura total e de bifurcação e diâmetro de
copa. Ao final do inventário foram identificados 460 taxa, representando 329 gêneros
e 103 famílias. Sendo predominantemente de origem exótica (68,6%) e a forma de
vida mais frequente foi a herbácea (40,1%). 1.332 indivíduos com porte arbóreo
foram identificados pertencentes a 110 espécies, onde as 6 espécies predominantes
corresponderam a metade (50,15%) de toda arborização analisada. Houve
predominância dos canteiros com pequenas dimensões. Em todos os zoneamentos
a espécie com maior frequência foi Axonopus compressus (grama-são-carlos),
gramínea nativa com resistência a geada. ZR-A apresentou o maior tamanho médio

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dos canteiros, entretanto foi também aquela com menor número de indivíduos
arbóreos (82), indicando que o maior espaço disponível no interior dos lotes, gera
desinteresse no uso dos canteiros públicos. Os resultados indicam que devido à
disponibilidade e facilidade de cultivo, existe preferência pela utilização de espécies
exóticas e com forma de vida herbácea. Demonstrou-se que a prefeitura não
diversifica o plantio de árvores nas calçadas, pois metade das espécies com porte
arbóreo era composta por apenas 6 espécies. Devido ao espaço limitado existente
nos grandes centros urbanos, verificou-se maior quantidade de canteiros com
pequenas dimensões. A. compressus foi a espécie com maior frequência em todos
os zoneamentos dentre todas as formas de vida. Todos os zoneamentos
demonstraram potencial a ser explorado, mas em especial o ZR-A por possuir os
maiores tamanhos de canteiros e menor número de indivíduos arbóreos.

Palavras-chave: arborização urbana; árvores de rua; composição paisagística;


floresta urbana; jardim urbano.

___________________________________________________________________
1 Engenheira Florestal, Mestre pelo Programa de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba-PR - brunafhbomm@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – dbiondi@ufpr.br
3 Engenheiro Florestal, Professor Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – alexandre.behling@yahoo.com.br

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

MODELAGEM DA QUALIDADE VISUAL DA PAISAGEM DE CALÇADAS


ARBORIZADAS DE CURITIBA, PARANÁ, E A CONCORDÂNCIA
TÉCNICO-POPULAR

Sidnei Antonio Crovador Junior 1


Rogério Bobrowski 2
Afonso Figueiredo Filho 3

Nos últimos anos, a preocupação com a qualidade da paisagem tem sido um tema
que ganha maior atenção. A paisagem sempre foi e sempre será percebida de
maneira diferenciada para cada observador, assim, deve-se ressaltar a dificuldade
em avaliá-la e qualificá-la. Estudos de qualidade do ambiente urbano juntamente
com esta técnica de consulta à população podem tornar o processo de planejamento
mais adequado, apresentando maior êxito uma vez que se apresenta mais
integrativo. O objetivo desta pesquisa foi determinar a qualidade visual da paisagem
das calçadas arborizadas e não arborizadas de Curitiba, estado do Paraná, e
confrontar os resultados obtidos com a percepção e preferência popular sobre as
paisagens avaliadas. Como modelo de estudo escolheu-se vinte e quatro ruas (doze
arborizadas e doze não arborizadas) das quatro Zonas Residenciais de Curitiba,
Paraná, a partir das quais foram realizadas a coleta de fotografias para sugerir a
condição da arborização nos locais. A coleta foi repetida nas quatro estações, a fim
de abranger a variedade sazonal destes ambientes. Para análise da qualidade da
paisagem das calçadas arborizadas, a pesquisa foi estruturada em duas etapas. Na
primeira, realizou-se uma análise técnica para sistematizar a qualificação da
paisagem, e na segunda, será feita a análise popular para verificar a preferência das
pessoas, dada a subjetividade das escolhas. A partir das variáveis obtidas nas
imagens (porcentagem de vegetação, de céu e de ambiente construído), com o uso
do software MultiSpec, e das variáveis obtidas em campo (IAF, FVC, DAP, diâmetro
de copa, altura da árvore, altura da copa, largura da calçada, largura da rua, altura

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

dos edifícios e recuo) foi possível determinar a qualidade da paisagem de cada


fotografia por meio de um modelo matemático ajustado a partir de Análise de
Regressão Múltipla. Para a caracterização da percepção e a preferência popular,
será utilizado um questionário estruturado contendo questões afirmativas sobre a
presença do elemento vegetal nas cidades e sobre a preferência das paisagens
contidas nas fotografias, apresentando diferentes formas de composição
paisagística para cada rua, de acordo com modelo do Teste Q. Os resultados
esperados são: obter a qualidade da paisagem de ruas arborizadas e não
arborizadas em diferentes setores residenciais; Obter a qualidade da paisagem, por
meio de um modelo matemático ajustado a partir de análise de regressão múltipla;
Obter a concordância da percepção e preferência popular com relação a avaliação
técnica da qualidade visual da paisagem.

Palavras-chave: floresta urbana; paisagismo; planejamento urbano; preferência


popular; silvicultura urbana.

___________________________________________________________________
1 Engenheiro Florestal, Mestrando do Programa em Ciências Florestais, Universidade Estadual do
Centro-Oeste - UNICENTRO, Irati-PR – junior.crovador@hotmail.com
2 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Irati-PR – bobrowski_roger@yahoo.com
3 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Irati-PR – afigfilho@gmail.com

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES NATIVAS DA MATA ATLÂNTICA


COM POTENCIAL PARA ARBORIZAÇÃO URBANA

Leandro Dias de Lima 1


Ana Lícia Patriota Feliciano 2
Everaldo Marques de Lima Neto 3

O processo de urbanização acarreta diversos danos ao ambiente, devendo-se


buscar uma maneira de tornar este ambiente o mais próximo possível do ambiente
natural, com a preservação ambiental proporcionando uma melhor qualidade de vida
à população da cidade. A Mata Atlântica é um bioma de grande importância para o
equilíbrio ecológico, pois abriga uma significativa diversidade biológica, contribuindo
com inúmeros benefícios para a população. Levando em consideração todos os
benefícios ecológicos que a vegetação urbana pode proporcionar, fazem-se
necessários estudos acerca da escolha de espécies e produção de mudas
adequadas para compor esta vegetação. A escolha das espécies é um fator de
primordial no planejamento da Arborização Urbana. Alguns aspectos relacionados
com as características das espécies a serem usadas devem ser observados:
adaptação da espécie ao clima, rusticidade, resistência a pragas e doenças,
crescimento moderado, raízes pivotantes profundas, forma e tamanho da copa
compatíveis ao espaço físico, espécies que apresentem folhagem perene, evitar
árvores com espinhos e acúleos no tronco, com flores muito grandes ou de perfume
ativo e com folhagem pilosa e não apresentar princípios tóxicos. O trabalho tem
como objetivo avaliar a produção de mudas com a aplicação de tratamentos
silviculturais, visando obter mudas com características adequadas para a
arborização urbana. Serão selecionadas árvores matrizes de cada espécie, sem
sintomas de deficiência, que representem bem a espécie, e a localização
georreferenciada. Será avaliada a biometria dos frutos e sementes, teste inicial de
germinação, semeadura em dois substratos para a produção das mudas, controle

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

de plantas invasoras, altura das plantas, diâmetro do caule, número de folhas, a


relação altura/diâmetro do coleto, porcentagem de sobrevivência e análise química
do substrato. Posteriormente, serão aplicadas as podas de condução. A partir do
desenvolvimento do trabalho, espera-se conhecer as características ecológicas das
espécies estudadas, visando fornecer subsídios para a utilização na arborização
urbana, e informações sobre a biometria dos frutos e sementes de espécies
arbóreas nativas, auxiliando no processo de produção de mudas utilizando
diferentes substratos, além de fornecer informações dos tratos silviculturais
adequados para a produção de mudas nativas da Mata Atlântica.

Palavras-chave: espécies florestais; substratos; vias públicas.

___________________________________________________________________

1 Engenheiro Agrônomo, Doutorando do Programa de Ciências Florestais, Universidade Federal Rural


de Pernambuco, Recife-PE – leandro_dias1993@hotmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, PR, Brasil – ana.feliciano@ufrpe.br
3 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, PR, Brasil –everaldo.limaneto@gmail.com

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

INSETOS EM VIVEIRO DE PRODUÇÃO DE MUDAS PARA


ARBORIZAÇÃO URBANA EM CURITIBA – PARANÁ

Leonardo Fogaça 1
Daniela Biondi 2

A entomologia florestal consiste no estudo dos diversos aspectos relacionados aos


insetos que interagem com as atividades florestais. No ambiente urbano tal ciência
se torna um elemento importante para a manutenção da vegetação, pois os métodos
tradicionais de controle populacional de insetos como a utilização de produtos
químicos não são permitidos. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar a
entomofauna presente no Horto Municipal da Barreirinha em Curitiba – Paraná por
meio de duas metodologias de coleta e sugerir meios de controle condizentes com
ambiente. O Horto é o maior viveiro de produção de mudas do município e está
localizado na área urbana da cidade, em zona residencial, e tem como área vizinha
o Parque Municipal da Barrerinha, que abriga um fragmento de vegetação nativa. As
coletas de insetos foram realizadas quinzenalmente durante o período de um ano
por meio de coletas ativas, que consiste na captura manual pelo coletor, e as coletas
passivas, por meio de armadilhas etanólicas modelo PET-Santa Maria abastecidas
com álcool 70º. Foram coletados 1522 insetos de dez ordens e diferentes estágios
de desenvolvimento. Dentre os desfolhadores registrados estão insetos da ordem
Coleoptera, Hymenoptera, Lepidoptera e Orthoptera. O potencial dano causado por
indivíduos dessas ordens são a perda de área foliar das mudas, prejudicando suas
capacidades fotossintéticas. A perfuração de tecidos e a amputação de partes
vegetais são danos causados por broqueadores e serradores, hábitos verificados
em espécies coletadas da ordem Coleoptera. As ordens Hemiptera e Thysanoptera
são potenciais causadoras de dano sugador às folhas de mudas, além também
atuarem como vetores de patógenos. Devido aos hábitos fossoriais, apresentam
capacidade de causar danos às raízes as ordens Orthoptera e Blattodea. Foi

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

verificado também o comportamento minador de folhas causado por larvas da ordem


Diptera. Dentre os predadores e controladores biológicos estão a ordem Neuroptera,
além de representantes das ordens Coleoptera, Hemiptera e Diptera. Também foi
registrada a ocorrência da ordem Psocoptera, que não apresenta potencial de danos
às mudas. Diante desse cenário, os métodos de controle de insetos recomendados
são a catação manual, que consiste na remoção de folhas atacadas e principalmente
a manutenção de fragmentos de vegetação dentro do próprio horto, permitindo a
ocorrência de predadores naturais. O levantamento e posterior monitoramento da
entomofauna nos viveiros de mudas para a arborização urbana são importantes
práticas que garantem o desenvolvimento de árvores saudáveis para proporcionar
todos os benefícios esperados nas cidades, além de restituir os investimentos
efetuados pelos municípios.

Palavras-chave: entomofauna; floresta urbana; armadilha etanólica; coleta ativa.

___________________________________________________________________

1 Engenheiro Florestal, Mestrando do Programa de Ciências Florestais, Universidade Federal do


Paraná, Curitiba-PR – leo.leofogaca@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – dbiondi@ufpr.br

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

ESTUDO DO CRESCIMENTO DE ESPÉCIES NATIVAS PARA FINS DE


ARBORIZAÇÃO URBANA; CAMPO DE TESTE DA UNIVERSIDADE
TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ – CAMPUS DOIS VIZINHOS
Marcos Vinícius Souza Cardoso1
Flávia Gizele König Brun 2
Eleandro José Brun3

Atualmente, a vegetação urbana é considerada um elemento de vital importância,


não apenas para a composição da paisagem, como também, um papel primordial
na melhoria das condições ambientais das cidades. O planejamento da arborização,
deve considerar as características das espécies em relação ao espaço disponível, a
diversidade e a ocorrência regional, proporcionando o aumento de sua vida útil no
meio urbano. O uso de espécies nativas deve ser priorizado, pois as espécies
exóticas causam danos, como a perda da biodiversidade e alteração da paisagem.
No Brasil, são escassos os estudos para embasamento técnico científico do
emprego das espécies nativas no meio urbano, fazendo com que sejam preteridas
diante das espécies exóticas, prejudicando a qualidade ambiental das cidades e a
implementação dos Planos Diretores de Arborização Urbana. Embasando-se no
cenário apresentado, o estudo objetiva-se realizar a análise do comportamento de
crescimento de espécies nativas visando seu potencial para seu emprego na
arborização urbana. O estudo está sendo desenvolvido na Unidade de Ensino,
Pesquisa e Extensão (UNEPE) no Jardim da Universidade Tecnológica Federal do
Paraná – Campus Dois Vizinhos, Paraná, desde o ano de 2010, através do
acompanhamento de 240 exemplares implantados de 30 espécies diferentes. Para
a realização da análise do crescimento, afere-se as seguintes variáveis
dendrométricas anualmente: altura total (ht), altura da primeira bifurcação (hb), altura
do primeiro galho vivo (hg) em metros com auxílio de vara dendrométrica
(exemplares com altura inferior a 3,0 m) e Hipsômetro Vertex IV (exemplares com
altura > 3,0 m); área de copa (Ac) em m2 por meio do método de raios equidistantes

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

com trena métrica de 30,0 m; diâmetro à altura do peito (DAP) em cm com trena
diamétrica e a altura de copa (hc) pela diferença calculada entre a altura total e de
bifurcação. O processamento dos dados é realizado em planilha eletrônica Excel
Microsoft®. A análise do crescimento das espécies avaliadas é feita com no
incremento médio anual (IMA) das variáveis aferidas e comparados com dados de
crescimento das espécies na literatura em condições de floresta nativa (ótimo de
desenvolvimento das espécies), plantios comerciais e em arborização urbana
quando implantadas em outras regiões do estado, país ou América do Sul. O estudo,
encontra-se em andamento, com caráter de avaliação contínua, possuindo um
caráter de cunho científico, de extensão e de embasamento para geração de
protocolos e informações técnicas voltadas para o emprego de espécies arbóreas
nativas para arborização urbana, visando suprir as carências e entraves para a
adoção de espécies nativas no meio urbano. Em termos de formação de recursos
humanos qualificados na temática agregou estudantes de graduação do Curso de
Engenharia Florestal, como estudantes de nível médio através de Bolsas de IC-
CNPq, e mais de 14 trabalhos técnicos-científicos em nível nacional e internacional
com a divulgação dos dados gerados até o momento. Ao término do ciclo de
desenvolvimento de 15 anos de implantação e monitoramento das espécies, gerar-
se-à um livro com a compilação das informações geradas e divulgadas ao longo do
estudo.

Palavras-chave: incremento; variáveis dendrométricas; silvicultura; espécies


nativas; conservação da flora.
___________________________________________________________________
1 Graduando do curso de Engenharia Florestal, Bolsista PIVIC, Membro do Grupo de Pesquisa em
Silvicultura e Ecologia Urbana – Laboratório de Silvicultura do Curso de Engenharia Florestal,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, PR, Brasil –
marcoscardoso@alunos.utfpr.edu.br
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora, Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Silvicultura e
Ecologia Urbana – Laboratório de Silvicultura do Curso de Engenharia Florestal, Universidade
Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, PR, Brasil – flaviag@utfpr.edu.br
3 Engenheiro Florestal, Professor Doutor Coordenador do Laboratório de Silvicultura do Curso de
Engenharia Florestal, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos, PR, Brasil –
eleandrobrun.utfpr@gmail.com

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

TEMA:

MANEJO DAS ÁRVORES URBANAS

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

EFEITOS DO MANEJO DE PODA EM INDIVÍDUOS DE Ligustrum


lucidum W. T. Aiton EM VIAS URBANAS.

Guilherme Landim Santos1


Flávia Gizele König Brun²

A cidade sustentável e acessível para a sociedade está prevista como direito


fundamental pela Constituição Federal de 1988. Preservar suas condições de
vigorosidade das árvores é importante para a redução de danos físicos ao patrimônio
público, além disso, a manutenção de árvores no perímetro urbano é prevista pelas
técnicas da Norma Brasileira de Podas de corte para a preservação estética dos
indivíduos arbóreos. O presente estudo teve como objetivo diagnosticar o manejo
de podas emergenciais e de limpeza em árvores de Ligustrum lucidum W.T. Aiton
em vias urbanas, analisando a aplicação da NBR 16246-1:2013 e os efeitos
morfométricos no desenvolvimento dos indivíduos durante os ciclos de podas. O
inventário se realizou pela amostragem de vias na região do centro na cidade de
Dois Vizinhos, Paraná. Os dados foram mensurados durante o período de seis
meses, de julho a de dezembro de 2019. O monitoramento se deu pelas podas da
companhia energética ocorreu e pela Prefeitura Municipal de Dois Vizinhos. As
variáveis levantadas foram: Diâmetro a Altura do Peito (DAP) em cm, Altura da
árvore em m, Área de Copa em m², Abertura de cone de Poda e m² e número de
Brotações Epicórmicas por indivíduo. A transformação de dados não-lineares em
médias para a obtenção de estimativas mensais sobre o desenvolvimento
morfométrico dos indivíduos para a gestão de arborização urbana local se deram
pelo uso da regressão linear. Os indivíduos apresentaram redução de ramos
epicórmicos em vias com a presença de redes de energia de média tensão pois seu
crescimento conflitava com as redes, porém os brotos não foram erradicados para
preservar as propriedades mecânicas da árvore. Por apresentarem alta quantidade
de brotos epicórmicos em sua composição, os indivíduos apresentaram reduções

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

de altura total, que foram necessárias para ajustar as condições de infraestrutura


das árvores com as redes de energia. A área de copa apresentou podas laterais em
41% de sua área total. A intervenção aconteceu para abrandar a abertura do cone
de poda que apresentavam condições de ruptura e reduzir o risco de abertura pelo
desequilíbrio para inibir acidentes no perímetro urbano. A abertura do cone de poda
reduziu sua abertura após a poda com normas técnicas de cortes emergenciais
aplicadas pela Prefeitura Municipal, este parâmetro é importante para a recuperação
estética do indivíduo arbóreo, além da preservação do ciclo de vida dos indivíduos.
O DAP não apresentou incremento durante o período de podas para árvores em vias
com redes de energia. A poda mesmo com o uso de normas e técnicas ainda traz
danos para árvores, pois o conflito entre infraestruturas de redes de energia e
arborização urbana são frequentes em espaços públicos. O planejamento de
espécies adequadas para o espaço, como também o planejamento do espaço
público é essencial para garantir a acessibilidade à cidade sustentável previsto pelo
Estatuto das Cidades. Como também a manutenção de árvores faz parte deste
planejamento. As podas realizadas pelas normas técnicas ajudaram as árvores com
a sua reposição de folhagem além de auxiliar na preservação estética dos indivíduos
de Ligustro na cidade de Dois Vizinhos.

Palavras-chave: manejo de árvores urbanas; silvicultura urbana; normas técnicas.

___________________________________________________________________
1 ,Acadêmico em Engenharia Florestal, Pesquisador do Grupo de Pesquisa em Silvicultura e Ecologia
Urbana – Laboratório de Silvicultura, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois Vizinhos-
PR – guisaan.gui@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Coordenadora do Grupo de Pesquisa em Silvicultura e Ecologia Urbana,
Doutora em Recursos Florestais, Docente, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Dois
Vizinhos-PR – flaviag@professores.utfpr.edu.br

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CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO DE CRESCIMENTO E ESTUDOS DO


ANCORAMENTO DE ÁRVORES EM CALÇADAS

Elisiane Vendruscolo 1
Rogério Bobrowski 2
Magda Lea Bolzan Zanon 3

Atualmente os centros populacionais estão mudando de áreas rurais para áreas


mais urbanizadas. No Brasil estima-se que 84,74% das pessoas já vivem em áreas
urbanas. Este trabalho tem como objetivo estudar o ancoramento das árvores em
relação à estrutura das calçadas e da acessibilidade de pedestres, para dez
espécies florestais utilizadas na floresta urbana da cidade de Frederico Westphalen,
RS. O trabalho foi realizado a partir de dados da arborização de calçadas que
corresponde ao grupo áreas públicas da floresta urbana, foram selecionados 40
indivíduos por espécie. Para cada espécie avaliada foram coletados dados
quantitativos e qualitativos, das árvores e da estrutura urbana. As variáveis avaliadas
foram: circunferência à altura do peito (cm), altura total (m), diâmetro de copa (cm),
diâmetro de ancoramento (cm), distância do meio-fio (cm), largura da calçada (cm),
largura do canteiro (cm), número de brotações epicórmicas e poda drástica. Foram
analisadas por meio de um mapa percentual obtido com Análise de Correspondência
Canônica Múltipla, via o pacote factoextra R, do software R®. As etapas que
envolveram a modelagem foram realizadas com o auxílio do software SAS –
“Statistical Analysis System 9.4”. O resumo estatístico da variável diâmetro de
ancoramento teve média de 51,88 cm, variando entre 8,83 a 285,75 cm e coeficiente
de variação de 65,03%. Entre todas as variáveis dimensionais, a média da poda,
número de brotações epicórmicas e do diâmetro à altura do peito, foram as que
tiveram as menores variação entre as variáveis, apresentando os menores valores
de desvios. A maior variação encontrada foi para a variável diâmetro de copa de
184,42 que também apresentou a maior média. A largura da calçada teve média de

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

272,85 cm, variando entre 0,00 e 665,00 cm. A média da distância do meio-fio teve
a menor variação entre as variáveis, apresentando o menor valor de desvio. Foi
realizado a análise correspondência canônica múltipla. Classificadas em: com
acessibilidade larguras dos passeios superiores a 120 cm e sem acessibilidade
larguras dos passeios inferiores a 120 cm. Na análise concluiu-se que 90,25% dos
indivíduos estão plantados em locais onde as calçadas apresentam acessibilidade.
Quanto a capacidade do canteiro, 60,25% apresentam condições de ter canteiros
com capacidade mínima adequada. No entanto, para os 39,75% restantes há
necessidade de aumentar a capacidade dos canteiros. A maioria das espécies não
apresenta quantidade adequada de solo nos canteiros para o desenvolvimento das
espécies. O modelo para diâmetro de ancoramento obteve como variáveis
independentes a √𝐷 e 𝐷 3 sendo expresso pela equação: 𝑫𝑨 =
𝟏 2
𝟏 𝟏 , com ajuste de 𝑅𝑎𝑗. = 0,94, e precisão de Sxy =
(𝟎,𝟔𝟕𝟎𝟑𝟖∗ − 𝟎,𝟗𝟖𝟓𝟑𝟐∗ )𝟐
√𝑫𝑨𝑷 𝑫𝑨𝑷𝟑
0,04.

Palavras-chave: acessibilidade; floresta urbana; urbanização.

___________________________________________________________________
1 Engenheira Florestal, Mestranda da Universidade estadual do Centro-Oeste, Irati-PR –
elisianevendruscolo@gmail.com
2 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
estadual do Centro-Oeste, Irati-PR – bobrowski_roger@yahoo.com.br
3 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade
Federal de Santa Maria, Frederico Westphalen-RS – magdazanon@ufsm.br

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

VARIÁVEIS ASSOCIADAS AO RISCO DE QUEDA DE Spathodea


campanulata P. BEAUV

Tamílis Emerick 1
Marina Moura de Souza 2
Angeline Martini 3

A arborização urbana tem sido cada vez mais relacionada aos índices de qualidade
de vida dentro das cidades, fornecendo diversos benefícios ecossistêmicos à
população. No entanto, o manejo inadequado aliado a um mau planejamento tem
levado esse componente urbano a apresentar falhas nos últimos anos, despertando
o esforço de gestores de todo o mundo ao desenvolvimento de técnicas mais
efetivas para avaliação de risco de queda desses indivíduos. Nesse sentido, o
objetivo geral desse estudo é estabelecer e aprimorar os parâmetros necessários à
avaliação do risco de queda de árvores urbanas com base em quedas registradas
após evento climático extremo. Uma análise visual de risco foi realizada em 2018
em todos os indivíduos de Spathodea campanulata localizados no campus da
Universidade Federal de Viçosa, em Viçosa- MG. No ano seguinte, uma tempestade
causou danos severos a 48 indivíduos desta espécie, dentre o total de 124 deles.
Tal informação foi obtida por meio de levantamento de campo imediatamente após
a ocorrência do evento para que, assim, os resultados da análise visual prévia,
referente aos indivíduos danificados fossem comparados com os indivíduos que não
sofreram danos, para as 32 variáveis analisadas. Os resultados indicaram que
38,7% dos indivíduos de Espatódea foram danificados no evento, sendo 31% de
forma irreversível, com arrancamento de raiz ou descolamento de base. Nove
variáveis, distribuída entre copa, tronco e base e raízes, estiveram diretamente
relacionadas ao grau de dano mais severo, sendo sinais de poda em galhos acima
de 20 cm de diâmetro, presença de galhos secos acima da rede, presença de
folhagem rala, galhos esguios, danos de batidas e lesões de casca no tronco,

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

restrição de espaço para desenvolvimento das raízes, ausência da forma neiloide


do tronco, presença de fungos e lesões na base do tronco. Foram realizadas, ainda,
nesses mesmos indivíduos tomografias sônica e de resistência elétrica, a fim de
verificar a presença de deterioração no interior do tronco, através dos equipamentos
Picus 3 e Tree Tronic 3, ambos fabricados pela Argus Eletronic. Além disso, está
sendo realizada a análise visual desses exemplares através de cinco metodologias
de análise visual de risco de queda, a fim de compará-las quanto à efetividade e
objetividade, esperando-se que forneçam base de dados consistente para a
proposição de um novo protocolo de avaliação.

Palavras-chave: silvicultura urbana; tomografia; árvores urbanas; planejamento


urbano; potencial de risco.

___________________________________________________________________
1 Engenheira Florestal, Mestranda do Programa de Ciência Florestal, Universidade Federal de Viçosa,
Viçosa, MG, Brasil – tamilis.emerick@ufv.br
2 Engenheira Florestal, Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG, Belo Horizonte, MG, Brasil
- marina.souza@cemig.com.br
3 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Federal de Viçosa, Viçosa, MG, Brasil – martini@ufvl.com.br

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

INFLUÊNCIA DA PODA NO RISCO DE QUEDA DE ÁRVORES URBANAS

Tamara Ribeiro Botelho de Carvalho Maria 1


Daniela Biondi 2

A poda é uma das práticas de manejo de maior frequência na floresta urbana. A


técnica consiste na remoção seletiva dos galhos da planta a fim de atender os
objetivos da sociedade, como por exemplo, a correção de estruturas danificadas das
árvores. Considerando que este é um mecanismo artificial, toda poda irá causar uma
injúria ao organismo vivo, e por isso deve ser realizada por profissional capacitado.
A poda bem executada deve preservar a arquitetura original da árvore além de
considerar técnica e tipo de corte, idade da planta e tamanho dos ramos removidos.
Porém, em muitas cidades a poda não é realizada exclusivamente por profissionais
capacitados o que faz com que a mesma acabe influenciando o surgimento de
defeitos estruturais nas árvores, aumentando seu risco de queda. O objetivo desta
pesquisa foi identificar o tipo de poda frequentemente realizado nas árvores e os
possíveis defeitos associados à poda na arborização viária de Itanhaém-SP. Foram
amostradas 230 árvores das espécies mais frequentes no município, sendo elas:
Terminalia catappa, Ficus benjamina e Delonix regia. Foi realizada a avaliação
visual do risco de queda e posteriormente identificadas as possíveis associações
entre a poda e os defeitos estruturais, aspectos que contribuem para a avaliação do
risco de queda de árvores. A poda foi realizada em 75% das árvores, sendo a “poda
de redução” a de maior frequência (45%). Entre os defeitos encontrados nas árvores
podadas, estiveram: galhos secos e ocos, lesões, cavidades, brotações epicórmicas,
galhos angulados, forma do tronco e arquitetura de copa alterados, presença
organismos xilófagos. A maioria (63%) das árvores não podadas foi classificada
como risco baixo de queda, enquanto que a maioria (61%) das árvores com poda
foram classificadas como risco médio de queda. Encontrou-se uma associação

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

positiva entre a poda e 6 defeitos estruturais das árvores. Assim conclui-se que, a
poda realizada por pessoal não capacitado no município de Itanhaém, contribuiu
para a ocorrência de defeitos estruturais nas árvores e para o aumento do risco de
queda.

Palavras-chave: manejo de árvores; floresta urbana; árvores de risco; defeitos


estruturais de árvores; arborização viária.

___________________________________________________________________

1 Engenheira Florestal, Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Engenharia Florestal,


Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR – trbotelhomaria@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – dbiondi@ufpr.br

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VELOCIDADE DE ONDA MECÂNICA NA AVALIAÇÃO DE RAÍZES DE


ANCORAGEM DE ÁRVORES NAS CIDADES

Isabela Guardia 1
Demóstenes Ferreira da Silva Filho 2

Árvores nas cidades estão sujeitas a situações adversas específicas: ilhas de calor,
conflito com mobiliário urbano, falta de espaço, injúrias mecânicas e manejo
incorreto. No solo urbano, fatores como impermeabilização, compactação e nutrição
deficiente podem afetar negativamente o estabelecimento das raízes, ocasionando
perda de integridade e resistência. Essas situações favorecem a queda de árvores
por falha de ancoragem do sistema radicular, podendo provocar graves danos
humanos e patrimoniais. A Avaliação de Risco de árvores inclui o diagnóstico das
raízes de ancoragem e pode prevenir tais quedas. Para isso, o emprego de métodos
não destrutivos para avaliação interna de tronco e raízes de árvores urbanas é de
extrema importância. Assim, foram objetivos deste estudo: elucidar a correlação
entre velocidades de propagação de onda mecânica (m.s-1), obtidas com Arbotom
e Arboradix, com densidade da madeira de amostras e árvores, gerando um modelo
de correlação; verificar se diferentes tipos de pavimento no entorno das raízes geram
interferência sobre as velocidades obtidas com Arboradix e; aplicar os dados obtidos
na interpretação dos gráficos de velocidade, visando embasar a avaliação das
árvores e suas raízes de ancoragem nas cidades. Velocidades de tomografias com
Arbotom foram comparadas com a densidade da madeira por espécie na forma de
regressão. Foram realizadas tomografias por Arboradix com amostras de madeira
em quatro situações de pavimento e uma de controle, bem como tomografias com
Arbotom e Arboradix nas árvores que forneceram as amostras, para comparação.
Os resultados mostraram correlação positiva e significativa (R²=0,86) entre
velocidades por Arbotom e densidade de onze espécies arbóreas. Houve diferença
estatística entre os pavimentos grama e cimento, observada nas tomografias com

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
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Arboradix em amostras e em árvores. Entre a densidade básica das amostras e suas


tomografias por Arboradix, apenas o controle gerou uma correlação positiva
(R²=0,21), porém não significativa. Os resultados sugerem interferência do tipo de
pavimento sobre as velocidades de onda obtidas na tomografia com Arboradix.
Dados de tomografia com Arbotom, nos planos radial e tangencial da madeira, se
relacionaram melhor com a densidade da madeira do que dados com Arboradix no
plano longitudinal da madeira. Com o processamento dos dados, tomografias de
árvores urbanas com Arboradix confirmaram resultados obtidos em laboratório.
Assim, sugerimos que a interpretação de tomografias com Arboradix considerem
também o pavimento no entorno das raízes para resultados mais precisos. Estudos
aprofundados, com mais espécies e diferentes pavimentos, devem ser conduzidos
para confirmação e melhor compreensão dos resultados encontrados.

Palavras-chave: Arboradix; Arbotom; avaliação de risco de árvores urbanas;


sistema radicular; tomografia por onda mecânica.

___________________________________________________________________

1 Engenheira Florestal, Mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Recursos Florestais da


Universidade de São Paulo - ESALQ, Piracicaba - SP – isabela.guardia@alumni.usp.br
2 Engenheiro Agrônomo, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais da Universidade
de São Paulo - ESALQ, Piracicaba – SP – dfilho@usp.br

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TEMA:

ESPACIALIZAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA E


AS ÁGUAS PLUVIAIS

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FLORESTA URBANA E RENDA PER CAPITA: ANALISANDO PADRÕES


ESPACIAIS

Bruna Lara Arantes 1


Nicole Rennó Castro 2
Leandro Gilio 3
Jefferson Lordello Polizel 4
Demóstenes Ferreira da Silva Filho 5

A integração das ciências naturais e sociais na pesquisa multidisciplinar pode ser a


chave para melhorar as políticas públicas urbanas. As análises sobre a distribuição
das florestas urbanas em relação à renda são escassas para as cidades dos países
em desenvolvimento, como os da América Latina, sendo um problema crucial tento
em vista sua histórica urbanização problemática e não planejada. Nosso estudo visa
suprir essa lacuna, tendo como foco a megacidade de São Paulo. Analisamos a
correlação espacial entre cobertura arbórea e renda per capita e a interação dessas
variáveis com outras coberturas do solo (gramado, edifícios e sombras). A cobertura
do solo da cidade foi estimada a partir de uma ortoimagem infravermelha digital e
técnicas estatísticas de Análise Exploratória De Dados Espaciais (AEDE) foram
utilizadas para correlações espaciais com a renda per capita por distrito
administrativo, disponível no Censo 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Constatamos que a cidade de São Paulo apresenta
dois padrões de correlação espacial entre cobertura arbórea e renda, podendo
representar outras megacidades com características semelhantes. Ao considerar
toda a área da cidade, a correlação espacial é negativa, resultado contrário à maior
parte da literatura e fortemente influenciado pela presença de florestas
remanescentes nas regiões periféricas, onde vive a população de baixa renda. Ao
considerar apenas áreas mais urbanizadas, a correlação espacial é positiva,
indicando uma distribuição desigual da floresta urbana que favorece os bairros mais

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

ricos. Considera-se que a distribuição da floresta urbana na cidade em relação a


renda de seus habitantes é desigual, e favorece regiões de maior renda. Nessa
pesquisa não foi considerado aspectos como acessibilidade, ou diferentes usos da
floresta urbana, o que é sugerido para futuros estudos.

Palavras-chave: sistema de informação geográfica; silvicultura urbana; estatística


espacial; desigualdade socioambiental; mega cidades.

___________________________________________________________________
1 Bióloga, Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Recursos Florestais, ESALQ USP,
Piracicaba-SP – blarantes@usp.br
2 Economista, Professora Doutora na Docente na Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ) e
Pesquisadora no Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA / USP), Piracicaba-
SP – nicole.renno@cepea.org.br
3 Economista, Doutor e Pesquisador no Insper Global Agribusiness Center, São Paulo-SP –
leandrog3@insper.edu.br
4 Doutor em Geografia, Técnico no Departamento de Ciências Florestais, ESALQ-USP, Piracicaba-SP
– jlpolize@usp.br
5 Agrônimo, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais da ESALQ-USP, Piracicaba-SP
– dfilho@usp.br

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PLANTAS ORNAMENTAIS EXÓTICAS INVASORAS NO PAISAGISMO:


ÁREAS DE OCORRÊNCIA NO BRASIL

Ana Cláudia Nogueira da Silva 1


Angeline Martini 2

O comércio de mudas e sementes associado ao mercado de espécies ornamentais


são os principais responsáveis pela introdução de espécies invasoras nos
ecossistemas brasileiros. O controle e manejo de espécies invasoras são cruciais,
visto que a erradicação depois que ocorre a invasão é frequentemente inviável
devido aos altos custos laborais e econômicos. Desta forma, os modelos de
distribuição de espécies podem auxiliar no levantamento, na avaliação e no
monitoramento, uma vez que estes utilizam métodos quantitativos para inferir os
requisitos ambientais das espécies a partir de características de locais onde há
ocorrências conhecidas da invasão. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar a
ocorrência de plantas ornamentais invasoras e determinar as áreas com potencial
de invasão impulsionado pelo paisagismo brasileiro. Para a análise da distribuição
espacial dos registros de ocorrências de invasão e para a determinação de áreas
com probabilidade de invasão foram selecionadas 11 plantas ornamentais invasoras
utilizadas, principalmente, na arborização dos municípios brasileiros: Hedychium
coronarium J.Koenig, Hovenia dulcis Thunb., Impatiens walleriana Hook.f.,
Ligustrum lucidum W.T.Aiton, Lonicera japonica Thunb., Melia azedarach L.,
Pittosporum undulatum Vent., Tecoma stans (L.) Juss.ex Kunth, Tithonia diversifolia
(Hemsl.) A.Gray, Tradescantia zebrina Heynh. ex Bosse e Ulex europaeus L. O
software Maxent foi a ferramenta utilizada para modelar a distribuição das espécies
e 12 variáveis ambientais foram utilizadas nos modelos de distribuição das espécies
selecionadas. A análise de distribuição espacial identificou 80,19% dos registros de
ocorrência de invasão estão localizados nas regiões Sudeste e Sul, sendo assim, a
determinação de áreas com probabilidade de invasão foi realizada nas cidades

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

pertencentes a essas duas regiões. Melia azedarach, Tecoma stans e Hedychium


coronarium foram as espécies que apresentaram maior número de cidades com
probabilidade de invasão muito alta. São Paulo, Paraná e Santa Catarina foram os
estados que apresentaram maior número de cidades com probabilidade muito alta
de invasão para as plantas ornamentais analisadas. As variáveis antropização do
ambiente, temperatura média anual e região fitoecológica foram as que mais
contribuíram para os modelos de distribuição das plantas invasoras. As cidades que
possuem uma probabilidade de invasão muito alta devem criar estratégias de
controle e manejo da invasão das espécies, além disso, políticas para a prevenção
da introdução ou dispersão destas plantas ornamentais devem ser desenvolvidas
mesmo em cidades que não apresentaram um alto risco de invasão, já que a
carência de informações sobre a ocorrência ou não de invasões biológicas é uma
limitação para esta pesquisa e uma realidade no Brasil. Estes resultados podem ser
integrados em estratégias de apoio a prevenção, controle e manejo de plantas
ornamentais invasoras e podem contribuir no desenvolvimento de programas de
gestão de espécies exóticas invasoras.

Palavras-chave: arborização urbana; biodiversidade; espécies exóticas; invasão


biológica; Maxent.

___________________________________________________________________

1 Engenheira Ambiental, Mestra em Ciência Florestal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa-MG,


Brasil – anac.nogueira@ufv.br
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciência Florestal, Universidade
Federal Viçosa, Viçosa-MG, Brasil – martini@ufv.br

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POTENCIAL DA ARBORIZAÇÃO NA INTERCEPTAÇÃO DAS ÁGUAS


PLUVIAIS E ESCOAMENTO SUPERFICIAL NO BAIRRO DAS GRAÇAS
EM RECIFE – PE

Alana Gabriela Mira Silva1


Bianka Luise de Oliveira2
Everaldo Marques de Lima Neto3

A supressão da floresta nativa nas cidades provocou efeitos negativos na regulação


hídrica, tanto na interceptação e recepção das águas pluviais quanto no escoamento
superficial. Dessa maneira, o crescimento urbano sem considerar o sistema de
drenagem natural das águas intensifica o potencial para a ocorrência de
alagamentos e inundações, tornando frequentes os problemas relacionados às
enchentes urbanas. Nesse sentido, esta pesquisa teve por objetivo analisar o
potencial da arborização urbana na interceptação das águas pluviais e escoamento
superficial no bairro das Graças em Recife - PE. A metodologia aconteceu em três
etapas, sendo elas: Definição da área de estudo, Inventário florestal urbano,
Validação das espécies na Plataforma i-Tree. Na primeira etapa foi selecionado o
bairro com a maior área arborizada. A segunda etapa, o inventário, definiu-se a partir
de unidades amostrais considerando quilômetro linear das calçadas do bairro. As
amostras foram sorteadas para representar 10% da área de ruas do bairro. Foram
mensuradas as variáveis sugeridas pela plataforma i-Tree eco, entre elas:
identificação de espécies, família, gênero, área de copa, DAP, saúde da copa,
porcentagem de copa ausente e inclinação. A terceira etapa foi a validação das
espécies que resultaram no processamento dos dados, por tratar-se de uma
plataforma internacional foi necessário inserir os dados referentes a cidade do recife,
sendo: nação, continente, moeda, dados de renda, vegetação, índice e valores de
precipitação mensal e anual. Foram inventariados 30 espécies, em que as quatro

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espécies mais frequentes, perfazem 50,37% do total, sendo elas: Licania tomentosa
(21,17%), Senna siamea (11,68%), Terminalia catappa (9,49%) e Filicium decipiens
(8,03%). Observou-se que do total de indivíduos inventariados obteve-se a área
foliar com 24.175,5 m² e interceptaram um volume de 1.739,8 m³ de águas
pluviais/ano, evitando que a água atingisse diretamente o solo e consequentemente,
reduzindo a possibilidade de erosão do solo, inundações e alagamentos. Observou-
se também que para os indivíduos inventariados evitou-se o volume de escoamento
de 355,1 m³, auxiliando na contenção de águas pluviais por meio dos sistemas de
drenagem urbana. Portanto, o volume retido pelas árvores possibilitou uma a
diminuição dos efeitos causados pelas chuvas, detonando o potencial da
arborização urbana na regulação hídrica. Recomenda-se que esse estudo de
quantificação da redução do escoamento superficial e interceptação pelas árvores
seja ampliado ao nível de espécies, a fim de validar que as características das
espécies interferem no potencial de regulação hídrica.

Palavras-chave: floresta urbana; regulação hídrica; serviço ecossistêmico.

___________________________________________________________________

1 Graduanda do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife,


PE, Brasil - alanagabrielams@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil
biankaluise@gmail.com
3 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciência Florestal, Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Recife, PE, Brasil, everaldo.limaneto@ufrpe.br

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INTERCEPTAÇÃO PLUVIAL PELOS INDIVÍDUOS ARBÓREOS


URBANOS

Guilherme Santana Silva 1


Jamil Alexandre Ayach Anache ²

Os problemas relacionados com a drenagem urbana nas cidades brasileiras têm


aumentado exponencialmente, acarretando na redução da qualidade de vida da
população. Isso ocorre em razão das altas taxas de impermeabilização do solo que
afeta o ciclo hidrológico. Uma das principais componentes do ciclo hidrológico é a
interceptação, no entanto, apesar de sua relevância, é ainda uma das variáveis mais
subestimadas nos estudos de modelagem hidrológica, principalmente em regiões
urbanas. Assim o trabalho tem como objetivo verificar a capacidade de interceptação
da precipitação dos indivíduos arbóreos esparsos em área urbana. Oito indivíduos
arbóreos esparsos serão selecionados em uma área piloto localizada na Cidade
Universitária (UFMS), de diferentes espécies, sendo caracterizado por: Altura total,
diâmetro de copa, diâmetro à altura do peito, índice de área foliar, altura do fruste –
características comumente citadas na literatura. Serão distribuídos seis pluviômetros
milimetrados, estabilizados com o auxílio de estacas a 50 cm do solo, em cada um
dos indivíduos. A fim de observar as variações entre a parte interna e externa da
interceptação em relação à copa, serão distribuídos três pluviômetros a uma
distância de um terço do raio da copa e outros três a dois terços. Além destes, dois
outros pluviômetros serão adicionados em campo aberto próximo ao local das
árvores para aferir a precipitação total. Após cada evento chuvoso serão medidos
os dados de precipitação, sendo tabelados e analisados posteriormente, de modo a
obter a interceptação média para cada um destes. A coleta de dados será realizada
entres os meses de janeiro e março de 2021, contemplando parte do período
chuvoso na área de estudo. Ao fim do estudo com os dados da interceptação

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sintetizados espera-se entender melhor o papel dos indivíduos arbóreos no contexto


urbano, na retenção de águas pluviais, bem como entender com as características
individuas – tamanho das folhas, rugosidade do tronco - podem interferir no processo
de interceptação.

Palavras-chave: interceptação; árvores; chuva; ciclo hidrológico; hidrologia Urbana.

___________________________________________________________________

1 Engenheiro Ambiental, Mestrando em Recursos Naturais, Universidade Federal do Mato Grosso do


Sul (UFMS), Campo Grande - MS – guilherme.santana@ufms.br
2 Engenheiro Ambiental, Professor Adjunto, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS),
Campo Grande - MS – jamil.anache@ufms.br

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A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE


SOBRE A VULNERABILIDADE A INUNDAÇÕES NA MATA ATLÂNTICA:
RESULTADOS PRELIMINARES

Jennifer Viezzer 1
Daniela Biondi 2

As inundações estão cada vez mais frequentes e afetando mais pessoas. Nos
últimos 100 anos, 7 milhões de vidas foram perdidas pelos impactos das inundações
no mundo. No Brasil, o caso mais fatídico foi o da Região Serrana do Rio de Janeiro,
em 2011, quando inundações e deslizamentos tiraram mais de 900 vidas e mais de
1 milhão de pessoas foram diretamente afetadas. Cidades possuem alta
vulnerabilidade a inundações devido ao seu uso e cobertura do solo alterados, baixa
cobertura vegetal, impermeabilização do solo, e rios urbanos profundamente
modificados. Entre as soluções para esses problemas estão a conservação e
recuperação da vegetação nas margens dos rios, que regulam o ciclo da água. Essa
vegetação aparece no primeiro Código Florestal de 1934 como “florestas protetoras”,
que se tornaram Áreas de Preservação Permanente (APP) no “novo” Código
Florestal de 1965 e na atual Lei de Proteção da Vegetação Nativa de 2012. O
objetivo desta pesquisa é analisar a influência da vegetação presente em APP
hídricas na vulnerabilidade das populações urbanas a inundações na Mata Atlântica
brasileira. Para explorar as relações entre essa vegetação e a ocorrência de
inundações, são considerados três alvos de pesquisa: (1) os municípios do Bioma
Mata Atlântica; (2) a Bacia Hidrográfica do Rio Belém, em Curitiba-PR; e (3) a
população do bioma. As áreas de estudo foram selecionadas devido à combinação
entre baixa cobertura vegetal e altos urbanização, densidade de pessoas, e registros
de ocorrências de inundação. Para o alvo 1, são estudados indicadores de
urbanização, socioeconômicos, ambientais, de conservação da APP e de
vulnerabilidade a inundações. Resultados preliminares mostram correlações baixas

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entre esses indicadores, à exceção entre os ambientais e de conservação da APP –


o que demonstra a possibilidade de se conciliar conservação com urbanização e
com desenvolvimento socioeconômico. Para o alvo 2, as áreas mais vulneráveis à
inundação na bacia são mapeadas considerando variáveis meteorológicas,
topográficas, pedológicas, hidrográficas, de uso e cobertura do solo, de urbanização,
e ecossistêmicas. Ainda, pretende-se qualificar os remanescentes de vegetação da
bacia a partir de métricas de qualidade da paisagem, além de discutir os resultados
frente a dados socioeconômicos da área de estudo. Para o alvo 3, um questionário
foi elaborado para traçar o perfil dos participantes e conhecer suas experiências,
percepções e preferências sobre inundações e APP urbanas. Com isso, espera-se
contribuir com o conhecimento científico sobre os benefícios gerados pela floresta
urbana em APPs em relação às inundações.

Palavras-chave: floresta urbana; percepção ambiental; redução de risco de


desastres; serviços ecossistêmicos; Soluções baseadas na Natureza.

___________________________________________________________________

1 Engenheira Florestal, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal,


Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR – jen.viezzer@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba-PR – dbiondi@ufpr.br

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TEMA:

ECOLOGIA URBANA

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INVENTÁRIO QUALI-QUANTITATIVO E DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE


DA ARBORIZAÇAO VOÁRIA DOS BAIRROS FÁTIMA E BOA VISTA EM
SETE LAGOAS, MG

Lívia Ferreira da Silva1


Aderbal Gomes da Silva2

A arborização urbana é um fator determinante da salubridade ambiental, por


influenciar diretamente no bem estar do homem, devendo ser considerada como um
dos elementos naturais mais importantes que compõem os ecossistemas urbanos,
sendo imprescindível no planejamento. O presente trabalho tem como objetivo
realizar o inventário quali-quantitativo e o diagnóstico da qualidade da arborização
viária dos bairros de Fátima e Boa Vista da cidade de Sete Lagoas, MG, bem como
avaliar o potencial de plantio de novas espécies. Foram avaliadas as seguintes
variáveis: espécie, altura total, diâmetro à altura do peito (DAP), avanço da copa
para construção, fitossanidade, condição do sistema radicular, intensidade da poda,
necessidade de poda, área livre para o desenvolvimento do tronco, largura da
calçada e conflito com a rede elétrica. Foram identificados 1302 indivíduos
distribuídos em 68 espécies e 34 famílias. Caesalpinia pluviosa obteve a maior
frequência representando 16% da população inventariada seguida por Licania
tomentosa representada por 15%. Foram identificados que 24,81% dos indivíduos
inventariados apresentaram conflito com a rede elétrica e 6,45% foram
caracterizados como conflitantes com habitação. Com relação as podas, verificou-
se que 50,92% das árvores avaliadas foram submetidas a poda leve, 14,82% a poda
pesada, 19,59% poda drástica e 14,62% não foi aplicado nenhum tipo de poda.
17,69% dos indivíduos avaliados requerem adequação da copa, e que, 4,86% são
mudas que demandam de poda de formação. Os danos causados pelo sistema
radicular, 4,07% causam danos em calçadas e muros. Quanto à fitossanidade,
65,59% foram classificadas como boa, 24,42% como regular, 6,68 ruim e 3,30 como

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mortas. A arborização viária dos bairros inventariados possui uma distribuição de


espécies irregular e apresenta baixa diversidade, elevando o risco e ataque de
pragas e doenças. Os danos físicos observados indicam um manejo inadequado da
arborização viária, principalmente devido às podas mal conduzidas, comprometendo
a estabilidade, fitossanidade e vigor dos indivíduos. Recomenda- se o planejamento
criterioso da arborização visando o aumento da diversidade de espécies, e ainda a
atuação de profissionais treinados para executar adequadamente os tratos
silviculturais de modo a atender as necessidades reais das árvores em sua
plenitude.

Palavras-chave: avaliação qualitativa; inventário arbóreo urbano; fitossanidade;


arborização viária; intensidade de poda.

___________________________________________________________________

1 . Graduanda do curso de Engenharia Florestal, Universidade Federal de São João Del Rei, Sete
Lagoas, MG, Brasil – liviafs_88@hotmail.com
2. Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Engenharia Florestal, Universidade
Federal de São João Del Rei, Sete Lagoas, MG, Brasil – aderbalsilva@ufsj.edu.br

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PANORAMA DAS FLORESTAS URBANAS DO SUDESTE


PARANAENSE: SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS EM UMA PERSPECTIVA
SOCIOAMBIENTAL

Tarik Cuchi 1
Rogério Bobrowski 2

A falta de medidas no gerenciamento da floresta urbana pode afetar negativamente


as contribuições da natureza à população, ocasionando a distribuição irregular às
populações de diferentes realidades sociais e afetando a configuração da paisagem.
Essas contribuições, conhecidas como Serviços Ecossistêmicos podem influenciar
direta e indiretamente a qualidade de vida humana. Os Serviços Ecossistêmicos,
decorrentes de florestas urbanas, no Brasil têm sido avaliados, em sua maioria,
individualmente e em escalas locais. Avaliar uma grande variedade destes serviços
utilizando imagens de sensores remotos e geotecnologias pode ser considerado um
método menos oneroso para a coleta, processamento, análise e disponibilização
destas informações, uma vez que a obtenção das variáveis é em escala de
paisagem. O presente estudo será realizado no sudeste paranaense e em Curitiba,
utilizando dados matriciais PlanetScope, Landsat 8 TIRS, ALOS PALSAR RTC,
limites urbanos (área urbana e bairros) e indicadores socioeconômicos. Esses dados
serão processados para a obtenção de informações geoespaciais acerca da
cobertura e métricas de paisagem dos locais de estudo, que, com exceção das
métricas, servirão para estimar os Serviços Ecossistêmicos. Estes serviços serão
estimados utilizando procedimentos difundidos, e posteriormente, analisados quanto
as suas correlações espaciais aos indicadores socioeconômicos e às métricas de
paisagem. Para compreender a capacidade explicativa dos indicadores e das
métricas aos Serviços Ecossistêmicos será realizada análise de regressão espacial.
Portanto, este estudo terá como objetivo propor e desenvolver um framework para o
diagnóstico da floresta urbana em escala de paisagem, tendo como base os

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Serviços Ecossistêmicos (variáveis dependentes), indicadores socioeconômicos e


métricas de paisagem (variáveis independentes), do sudeste paranaense e de
Curitiba. Com isso, espera-se encontrar a dependência espacial dos dados e boa
capacidade explicativa da maioria das variáveis independentes às dependentes,
para que possa ser gerado um framework de diagnóstico. Além disso, é esperado
entender a dinâmica da distribuição dos serviços ecossistêmicos em função dos
diferentes aspectos e realidades da sociedade da região de estudo.

Palavras-chave: sensoriamento remoto; infraestrutura verde; arborização.

___________________________________________________________________

1 Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Ciências Florestais, Universidade Estadual do


Centro-oeste, Irati-PR – tarikcuchi@gmail.com
2 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Estadual do Centro-oeste, Irati, PR, Brasil – rogerio@unicentro.br

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SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS E QUALIDADE DE FRAGMENTOS


FLORESTAIS URBANOS

Jéssica Thalheimer de Aguiar 1


Rogério Bobrowski 2
Flávia Gizele König Brun 3
Pedro Higuchi 4

Considerando a expansão das áreas urbanas, o entendimento de como os


processos ecológicos funcionam nessas áreas tornou-se necessário para a
manutenção da diversidade ecológica. Sendo assim, o objetivo desse estudo
consiste em avaliar a qualidade de fragmentos florestais urbanos da cidade de Irati,
Paraná, e a capacidade de oferta de serviços ecossistêmicos em comparação a
fragmento rural em unidade de conservação federal (FLONA). Para isso, considerou-
se uma área de 1,0 ha para cada fragmento, dada a área máxima de um dos
fragmentos urbanos. Nestes locais foram realizadas as seguintes avaliações:
Levantamento florístico do estrato arbóreo e regenerante, distribuição espacial das
espécies mais abundantes, avaliação do banco de sementes e chuva de sementes,
capacidade de interceptação da água da chuva, estoque de carbono. No
Levantamento florístico (censo arbóreo de 50 parcelas de 10,0 x 20,0 m),
considerando todos os indivíduos com DAP ≥ 10 cm, foram mensuradas as variáveis
DAP, altura total e identificação das espécies. Para a distribuição espacial das
espécies serão tomadas coordenadas métricas de localização na parcela de todos
os indivíduos em relação aos eixos X e Y. Foi realizado o levantamento da
regeneração em parcelas de 1,0 x 20,0 m considerados os indivíduos da classe 1
(até 1 m de altura), classe 2 (1-3 m) e classe 3 (>3 m e DAP ≤ 5 cm). Em cada
parcela de regeneração foi feita avaliação do banco de sementes (sazonalmente) e
chuva de sementes (mensalmente). Em cada fragmento foram instalados nove
pluviômetros distribuídos na fora, na borda e no centro com intuito de avaliar a

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capacidade de interceptação da água da chuva, as avaliações foram realizadas


mensalmente no meio de cada estação do ano. O estoque de carbono foi estimado
para as três áreas a partir de diferentes modelos. A partir dos resultados já obtidos
foi possível evidenciar os benefícios do fragmento urbanos em comparação a um
fragmento rural situado em unidade de conservação federal.

Palavras-chave: diversidade ecológica; fitossociologia; interceptação da chuva;


estoque de carbono.

___________________________________________________________________

1 Engenheira Floresta, Doutoranda em Ciências Florestais, UNICENTRO, Irati-PR, Brasil -


jeh.aguiar93@hotmail.com
2 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Engenharia Florestal, UNICENTRO,
Irati-PR, Brasil - rogerio@unicentro.br
3 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Engenharia Florestal, UTFPR, Dois
Vizinhos-PR, Brasil – flaviag@utfpr.edu.br
4 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Engenharia Florestal UDESC, Lages-
SC, Brasil - higuchip@gmail.com

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SIMPÓSIO BRASILEIRO DE ESTUDOS EM ARBORIZAÇÃO URBANA
7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

FRAGMENTOS FLORESTAIS URBANOS COMO UMA SOLUÇÃO


BASEADA NA NATUREZA (SBN) PARA A MITIGAÇÃO DA MUDANÇA
DO CLIMA

Allan Rodrigo Nunho dos Reis 1


Daniela Biondi 2
Ana Paula Dalla Corte 3
Antonio Carlos Batista 4

O objetivo desta pesquisa é analisar a contribuição de fragmentos florestais urbanos


como uma Solução baseada na Natureza (SbN) para mitigar os efeitos locais da
mudança do clima nas cidades. As SbN podem favorecer a capacidade dos
fragmentos florestais urbanos em armazenar carbono e assim, aumentar a resiliência
das cidades à mudança do clima. Como estudo de caso serão analisados parâmetros
ambientais de dois fragmentos florestais urbanos localizados em Curitiba, Paraná,
representados pelos bosques Papa João Paulo II e João Carlos H. Gutierrez. O
projeto consiste em análises da sustentabilidade funcional destes fragmentos
florestais, considerando diferentes intensidades de invasão biológica. Para isso,
serão realizadas análises da dinâmica do carbono armazenado na serapilheira
florestal e no solo, a partir de coletas mensais durante um ano. Para estas coletas,
foram instaladas 10 parcelas permanentes, sendo seis no Bosque Papa João Paulo
II e quatro no Bosque Gutierrez, onde a vegetação arbórea será caracterizada e
amostras de solo serão coletadas. A serapilheira coletada será secada e separada
em diferentes classes (folhas, galhos, casca, estruturas reprodutivas e miscelânea),
sendo quantificado o carbono por meio de um Analisador de Carbono por
Combustão Total Leco C 144. A partir destas análises, serão realizadas associações
entre o armazenamento de carbono em diferentes densidades e diversidade de
espécies. Paralelamente a estas coletas, serão obtidas fotografias aéreas a partir de
uma Aeronave Remotamente Tripulada (RPA) modelo Phantom 4 Pro Plus, com

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uma câmara RGB embarcada. Serão realizados 12 voos em cada bosque. Por meio
das fotografias aéreas, serão feitas correlações entre a dinâmica do carbono na
serapilheira e o comportamento fenológico das espécies exóticas invasoras e das
nativas nos fragmentos. Modelos geoestatísticos serão elaborados para a
espacialização do carbono na serapilheira e no solo, a partir da variação do carbono
em função das densidades das espécies exóticas invasoras e nativas. Será
realizada uma modelagem matemática para cenários futuros de estimativas de
mudança do clima, considerando aumentos de dióxido de carbono (CO2) e de
temperatura, a partir dos Representative Concentration Pathway (RCP) para os
fragmentos florestais. Serão desenvolvidos indicadores que relacionem a
sustentabilidade funcional de fragmentos florestais urbanos com a sua capacidade
de fixação e armazenamento de carbono, visando auxiliar no manejo destas áreas.
Por meio desta pesquisa, pretende-se demonstrar a relevância dos fragmentos
florestais urbanos como uma SbN, pela capacidade de fixar e armazenar carbono e,
desse modo, contribuir para a mitigação dos efeitos locais da mudança do clima.

Palavras-chave: carbono florestal; floresta urbana; homogeneização funcional;


serapilheira; serviços ecossistêmicos.

_________________________________________________________________________________
1 Engenheiro Florestal, Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal,
Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – allan.nunho@gmail.com
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – dbiondi@ufpr.br
2 Engenheira Florestal, Professora Doutora do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – anapaulacorte@gmail.com
2 Engenheiro Florestal, Professor Doutor do Departamento de Ciências Florestais, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, PR, Brasil – batistaufpr@gmail.com

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7 A 11 DE DEZEMBRO DE 2020

AGRADECIMENTOS

Nossos sinceros agradecimentos às instituições de ensino e pesquisas que


apoiaram, apresentando suas pesquisas neste evento: Universidade Federal de
Viçosa (UFV), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Escola Superior de
Agricultura "Luiz de Queiroz" (ESALQ/USP), Universidade Estadual do Centro-Oeste
(UNICENTRO-Irati), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE),
Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR-Dois Vizinhos), Universidade
Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Federal de São João del-
Rei (UFSJ).
Agradecemos também o apoio da Sociedade Brasileira de Arborização
Urbana, Pd Instrumentos, Doctor tree e ArbUrb.

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PERSPECTIVAS

Diante do grande número de participantes e a qualidade dos trabalhos


apresentados neste simpósio, vislumbra-se com enorme otimismo a realização do II
Simpósio Brasileiro e Estudos em Arborização Urbana a cada dois anos, tempo
suficiente para novamente expor o que se está pesquisando nas instituições de
ensino e pesquisa com o tema Arborização Urbana ou Floresta Urbana.
Vale salientar que, independentemente da situação de saúde pública no
Brasil, fica estabelecido a realização deste evento na modalidade “on-line” e de
forma gratuita. Sendo assim, este evento será o melhor meio de divulgar a
produtividade científica acadêmica, além de ser um voto de retribuição à sociedade
brasileira pelos investimentos em pesquisa.
Rumo ao II Simpósio Brasileiro e Estudos em Arborização Urbana em
2022!!!!

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