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SOROCABA
2022
1. PAULA ANDREA PANNUNZIO MOREIRA
Sorocaba
2022
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Unesp Instituto de Ciência e
Tecnologia – Campus de Sorocaba
FICHA CATALOGRÁFICA
2. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
CAMPUS SOROCABA
FICHA DE APROVAÇÃO
BANCA:
___________________________
___________________________
___________________________
___________________________
3.
Dedicatória
ALEXANDRE MARCO
PANNUNZIO MOREIRA, Paula A. Tipificação do uso e ocupação do solo nas zonas ripárias urbanas sob a ótica de uma arquiteta urbanista: um diagnóstico para avaliar a
possibilidade de implantação de projetos de revitalização em trechos degradados. 2023. 125 f. Tese (Doutorado em Ciências Ambientais) - Campus Experimental de Sorocaba,
5. RESUMO
A degradação das zonas ripárias é um dos principais problemas relacionados às
questões ambientais. Com a crescente urbanização e demais atividades antrópicas,
a necessidade por recursos naturais vinculados à obtenção de matérias primas, vêm
contribuindo positivamente para o crescimento econômico das cidades. No entanto,
a ausência de gestão e planejamento urbano pode promover danos ambientais
acentuados em áreas com características naturais. Sendo assim, no Brasil poucos
projetos de desenvolvimento urbano buscam a renaturalização ou revitalização dos
corpos hídricos. Dentro dessa exposição, grande parte das políticas urbanas
mundiais buscam priorizar a mobilidade urbana, ocupações irregulares, áreas de
recreação entre outros temas de desenvolvimento urbano. Essas ações, dentro
dessas temáticas possuem relevância, no entanto, as questões associadas com a
gestão hídrica municipal, ainda carecem de implementação de políticas, programas
e projetos para o desenvolvimento urbano. Nesse sentido, busca-se por meio dessa
proposta o desenvolvimento de um método de tipificação de uso e ocupação dos
solos em trechos de zonas ripárias urbanas, que consiste na caracterização das
feições, físicas, biológicas e antrópicas. Dessa maneira, com o desenvolvimento
deste método, para tipificar rios urbanos pretende-se contribuir com a fase inicial de
diagnóstico ambiental para posterior implantação de ações de revitalização ou
renaturalização em zonas ripárias urbanas degradadas.
About the degradation of riparian zones and water resources is the aim of the several
problems related to environmental issues. With increasing urbanization and other
anthropic activities, the achievement for natural and ecological purposes has
contributed positively to the economic growth of cities. However, the absence of
management and urban planning can promote accentuated environmental damage in
areas with natural features. Thus, in Brazil, some urban development projects seek
the renaturalization or revitalization of riparian zones and hydric resources. Although
a large part of the world's urban policies seeks to prioritize urban mobility, irregular
occupations, recreation areas, among other urban development issues. All these
actions are relevant, meanwhile, issues associated with about water management,
recover the natural areas, still lack the implementation of policies, programs, and
projects for urban development. In this sense, this study seeks to develop a method
for classify the use and occupation in stretches of urban riparian zones, which
consists of characterizing physical, biological and anthropic features. Therefore, this
method, tend, to typify degraded urban riparian zones contributing to environmental
diagnosis for the subsequent implementation of revitalization or denaturalization
processes in degraded urban riparian zone
4. MATERIAIS E MÉTODOS.....................................................................................50
1.18 ÁREA DE ESTUDO......................................................................................50
5 RESULTADOS.......................................................................................................65
6 CONCLUSAO.........................................................................................................77
7 BIBLIOGRAFIA...................................................................................................78
11
1. INTRODUÇÃO
As zonas ripárias ou vegetação marginal aos corpos de água tem recebido,
nos últimos anos, atenção especial de diversos pesquisadores devido à importância
que representa especialmente para os corpos de água, é o que também
denominados de zonas ripárias, em especial atenção às zonas ripárias urbanas, pois
são as mais impactadas e degradadas conforme a urbanização das comunidades.
A zona ripária com suas diferentes denominações encontra-se distribuída em
nosso território, associada a vasta rede hidrológica. Inserida nas diferentes
composições da paisagem, a vegetação marginal (mata ciliar) tornou-se facilmente
vulnerável a exploração. Hoje é possível constatar principalmente nas zonas
urbanas os impactos e danos decorrentes das diversas atividades de urbanização
(PIMENTEL et al., 2021).
Antes de explicar e avaliar os diversos conceitos sobre zonas ripárias, através
das imagens abaixo, onde observa-se situação de zonas ripárias não impactadas, e
a seguir, ZRs impactadas e degradadas, demonstrado atual situação da zona ripária
do rio Sorocaba, em áreas urbanas.
A figura 01 mostra a zona ripária em estado natural, com capacidade de cumprir
suas funções favorecendo os serviços ecossistêmicos.
Tabela 1 imagem de ZR
12
Figura 3 - Zona ripária do rio Sorocaba, calha principal av. Dom Aguirre.. Fonte Google 2022.
14
Figura 1 - trechos da zona ripária na calha principal do rio Sorocaba. Fonte Google 2022
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS
CONCLUSAO
BIBLIOGRAFIA
17
2. OBJETIVOS
I. OBJETIVO GERAL
III. HIPÓTESE
A tipificação do uso e ocupação da zona ripária urbana, pode ser considerado
uma importante metodologia para diagnóstico e avaliação de áreas degradas
urbanas através de classes de impactos e danos?
18
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 ZONAS RIPÁRIAS
Figura 2 - Corte esquemático das Zonas Ripárias de ambientes naturais. Fonte Google 2022.
Até 10m 30
Entre 10 e 50m 50
De 50 a 200m 100
que a largura mais indicada para a faixa ciliar, visando a proteção do curso
d’água em áreas florestais, é de 30 metros.
No entanto, é reconhecido que a delimitação da zona ripária na
microbacia nem sempre se restringe ao que estabelece a Lei Federal, porém a
faixa ciliar de 30 metros pode realizar o papel físico de proteção dos cursos
d’água . Estão previstos no código florestal e são espaços legalmente e
ambientalmente considerados vulneráveis, podendo ser de áreas públicas ou
privadas, com ou sem vegetação nativa, a grande polêmica recai sobre as
faixas de proteção das margens dos leitos e sobre as atividades e as
edificações nessas áreas urbanas. (PAVEZZI, 2012).
A nova lei 14.285/2021, estabelece que os municípios podem adquirir
autonomia em áreas urbanas para consolidar novas regras de delimitação de
APPs em áreas urbanas consolidadas.
A zona ripária está intimamente ligada ao curso d’água, mas seus limites
não são facilmente demarcados. a dinâmica da vegetação do corredor ripário é
claramente influenciada pelo regime de distúrbios hidrológicos. Os autores
sugerem que, em contraste, a produtividade e a diversidade da vegetação
podem influenciar os processos biogeoquímicos, especialmente os
relacionados com as mudanças das condições redutoras que ocorrem das
cabeceiras à rede de drenagem. Entretanto, a ligação entre a superfície e a
água subterrânea é o fator predominante de controle da conectividade entre os
ecossistemas terrestre e ripário (DE MIRANDA; BOTEZELLI; PAMPLIN, 2021)
A abrangência da zona ripária na microbacia em relação ao escoamento
subterrâneo, bem como, as características geológicas, ajudam a controlar a
hidrologia da microbacia. Esses dados indicaram que pequenas diferenças na
profundidade do sedimento permeável funcionam como controle da duração da
conexão hidrológica entre a zona ripária e as áreas adjacentes (WOHL et al.,
2005).
Assim, pode-se afirmar que a zona ripária é uma área na paisagem que
inclui, principalmente, as margens e cabeceiras de drenagem dos cursos
d’água, caracterizando-se por um habitat de extrema dinâmica, diversidade e
complexidade (EDWARDS et al., 2020). O conjunto das interações ripárias é
responsável pela manutenção da água em termos de quantidade e qualidade,
bem como da saúde do ecossistema aquático, do controle do escoamento
22
necessário garantir que essas áreas estejam bem conectadas entre si e com o
resto da malha urbana. No levantamento e mapeamento de áreas residenciais,
é comum adotar uma classificação baseada na densidade e na tipologia: Em
síntese, de acordo com Boeing, (2021) as funções das áreas residenciais são
as seguintes:
3.7.PLANEJAMENTO URBANO
Para se organizar, regular e melhorar a qualidade de vida das
comunidades, é através do planejamento urbano ou urbanismo, podemos dizer
que, é a ciência responsável pelo processo de desenvolvimento de programas
e serviços que visam melhorar a qualidade de vida da população seja em áreas
urbanas ou rurais existentes ou a serem planejadas. Essa ciência, refere-se
principalmente aos processos de produção, estruturação e apropriação do
ambiente e espaço urbano (LEMOS; ANDRADE; MEDEIROS, 2022).
Um projeto de planejamento urbano deve integrar, infraestrutura cinza
construída (ou seja, edifícios e infraestrutura civil de apoio, como estradas,
pavimentos, etc.) com as infraestruturas verde e azul, ou seja, rios e lagos e
outros tipos de superfícies naturais(SHAO et al., 2021).
As definições de sustentabilidade urbana variam, os princípios mais
abrangentes incluem compensar as crescentes pressões sobre o ambiente
natural ou os sistemas de infraestrutura, enquanto proporcionam as mesmas
oportunidades que temos atualmente para as gerações futuras. O projeto
urbano sustentável procura integrar conceitos holísticos no projeto de edifícios
37
3.9.4.METODOLOGIA DE LEOPOLD
Este é um método que foi criado nos Estados Unidos em 1971 pela Dr.
Luna Leopold como parte de uma equipe de estudos da entidade chamada
U.S. Geological Survey, para fazer avaliações de impacto ambiental em
projetos geológicos e de construção. A matriz de Leopold é baseada na
avaliação das interações que existem entre o projeto e o meio ambiente, mas
sem nomear especificamente cada impacto gerado por tal interação.
Nesse sentido, o método Leopold não funciona como um checklist de
impactos, mas utiliza uma matriz baseada nas metodologias matriciais
normalmente utilizadas para a identificação de impactos. Originalmente, essa
matriz definiu 100 ações diferentes que podem causar impacto e 88 condições
ambientais já identificadas que podem ocorrer, portanto, existem 8.800
interações potenciais. A explicação conceitual da matriz de Leopold que foi
desenhada em 1971 em coerência com a Lei de Política Ambiental de 1969.
Consiste em um método que analisa através da ponderação numérica de
prováveis impactos.
A metodologia baseia-se na aplicação de uma matriz numérica baseada
em dados qualitativos resultantes sobre ações e projetos de engenharia civil.
Essa matriz fornece uma maneira simples de resumir e classificar os impactos
49
3.9.5.MÉTODO ARBOLEDA
1. MATERIAIS E MÉTODOS
médio porte, que drenam para o rio Tietê, e outras três que compõem a bacia
do rio Sorocaba, resultando em seis Sub-Bacias: quais sejam: Médio Tietê
Inferior, Médio Tietê Médio, Baixo Sorocaba, Médio Sorocaba, Médio Tietê
Superior e Alto Sorocaba. Conforme Tabela 4
margens do solo em vários trechos. Sendo assim, este estudo busca classificar
o grau do impacto, dano e degradação da ZRs, estabelecendo a possibilidade
e aptidão para ações e projetos de revitalização.
Visto que, em áreas densamente urbanizadas a aplicação do termo
“revitalização”, muitas vezes pode ser considerada a ação mais adequada, já
que ações de recuperação, renaturalização, restauração, destinam-se a
espaços pouco degradados e de baixa ocupação urbana.
De forma geral, os procedimentos executados para tipificação do uso e
ocupação das zonas ripárias urbanas adotados neste estudo, foram divididos
em 6 etapas principais:
Figura 6 - trechos da área de esudo elaborado pelo autor - fonte Google 2022.
No meio antrópico:
1. Densidade populacional ou ocupação demográfica;
2. Densidade urbana, obras civis e construções permanentes, tais como,
pontes, avenidas, edifícios residenciais, e múltiplos usos;
3. Presença e descarte de resíduos sólidos urbanos;
4. Impermeabilização do solo;
5. Despejo de esgoto domésticos e efluentes
2. Cor da água;
3. Assoreamento do leito do canal;
4. Processos erosivos;
5. Enchentes em períodos de precipitação;
4.4.6 IMPERMEABILIZAÇÃO DA ZR
Impermeabilização dos solos na ZR aumenta o risco de inundações e de
escassez de água, contribui para o aquecimento global, coloca em risco a
biodiversidade e é motivo de especial preocupa- ção quando afeta terrenos
agrícolas férteis.
Sendo,
N = natureza do dano, é um critério que define a alteração ambiental causada
pela atividade urbana, pode ser positivo ou negativo;
P = presença do impacto, é definido pela manifestação, ou seja, a presença do
impacto, podendo ser 0 quando não há impacto (o que é impossível para zonas
urbanas), 1 quando é pouco presente, 2 quando é mediano e 3 quando intenso
R = grau de reversibilidade do dano, 0 irreversível, 1 baixa possibilidade de
reversão, 2 média possibilidade, 3 alta possibilidade.
A = Abrangência, refere-se à dimensão do dano, conforme escalas acima
citadas, 1 pontual, com facilidade de recuperação, 2 difusa quando o dano
abrange dimensões além da área estudada. 3 dimensões regionais, onde
ultrapassa os limites urbanos e regionais.
M = Magnitude, classificando-se a relevância, a gravidade do dano, onde se
classifica de 1 a 3 onde 1 baixa magnitude do dano, e assim, sucessivamente.
K = Corresponde a pontuação adquirida que identificará tipo da zona ripária
impactada.
3 alto
1 baixa dificuldade
Grau de dificuldade de
R 2 média
reversibilidade
3 alta
1 baixo (pontual)
Magnitude relata a severidade do
M 2 médio médio
impacto na ZR
3 alto (regional)
68
TRECHO:
Impacto
(pontual Magnitude
Dificuldade de Ponderação
Natureza difuso (gravidade
Reversibilidade. Fator K
ou do dano)
regional)
Densidade
1
demográfica
MEIO ANTRÓPICO
2 Densidade urbana
equip. urbanos de
3
infraestrutura
Impermeabilização
da ZR
4 Resíduos sólidos
5 Esgoto e efluentes
∑ TOTAL
3
do leito do canal
Presença de
4 processos
erosivos
Inundações e
5
enchentes
6 Fluxo hídrico
∑ TOTAL
Deterioração da
1
paisagem natural
2 Cobertura vegetal
MEIO BIÓTICO
Presença de
3
vegetação arbórea
4 avifauna
5 ictiofauna
∑ TOTAL
FATOR K <-90 -36 a -80 1 a -35 O a 35 36 a 80 >80
ZRU COM FACILIDADE
TIPOS E CLASSES DE ZONAS RIPÁRIAS URBANAS
TIPO 1 DE REVITALIZAÇÃO
OTIMO
ZRU ACENTUADA
TIPO 3 DIFICULDADE DE
REGULAR REVITALIZAÇÃO
ZRU - INTENSA
TIPO 4 DIFICULDADE DE
RUIM REVITALIZAÇÃO
ZRU EXTREMA
TIPO 5 DIFICULDADE DE
MUITO RUIM REVITALIZAÇÃO
ZRU IMPOSSIBILIDADE
TIPO 6 DE REVITALIZAÇÃO
PÉSSIMO
5 RESULTADOS
Ainda estou fazendo
A interpretação das imagens, as visitas in loco e a aplicação da matriz, nos
trechos estudados, abrangeu 06 tipos de classes de impacto do uso e ocupação do
solo nas áreas urbanas da microbacia do rio Sorocaba.
De acordo, Bárbara,et.al. (2022), as áreas urbanas são responsáveis pela
conversão de áreas naturais em áreas antropizadas. Este cenário é acompanhado
pela perda de áreas verdes, principalmente nas áreas de vegetação ripária.
Visando a obtenção de uma melhor qualidade de vida para a população
residente, almeja-se a criação de espaços favoráveis para a manutenção da
integridade ecológica e a permanência da comunidade existente, torna-se
necessário a recuperação das funções ecológicas desses ambientes, deve-se
priorizar as áreas de vegetação marginal em processos de recuperação das funções
ecológicas nas áreas urbanas (SZEREMETA; ZANNIN, 2013)
Notou-se em todos os trechos avaliados, sinais de extrema perturbação
antropogênica, no que se refere à capacidade de regeneração das Zonas ripárias
Urbanas, na maioria dos trechos estudados, porém é possível mitigar os impactos e
os danos ambientais na maioria dos trechos estudados.
É de plena convicção que um ambiente antropizado, dificilmente, se
converterá a um espaço natural sem danos e impactos
Foi possível avaliar a opinião pública em relação ao ambiente natural, através
de entrevistas com a comunidade. Como resultado destas entrevistas, foi possível
perceber que, na maioria das comunidades, predomina a falta de conhecimento e de
conceitos ambientais.
O trecho 04 foi o que apresentou melhor espaço de preservação natural da
zona ripária, não possui fácil acesso e não atende requisitos de lazer para a
comunidade, no entanto a comunidade considera como área abandonada, área
perigosa, devido a presença de insetos peçonhentos, roedores, e muitas vezes
ocupada por usuários de drogas.
Existe uma bacia de contenção de águas pluviais que forma um pequeno
lago, para nós cientistas, trata-se de um espaço extremamente impactado, mas a
população local, considera como parque de uso público e usufrui pois o local
73
TRECHO 1
Este trecho foi dividido em 04 partes
1A 1B, 1C, 1D, 1E, 1F
TRECHO 1A
O Trecho 1A é correspondente ao córrego do Lavapés, com 167m de
extensão a jusante e dimensão dos transectos maiores que 10m. Apresentou a
melhor pontuação, do trecho 1, classificando-se no TIPO II ou Fator K 125 margem
direita e 89 pontos margem esquerda, devido a sua proximidade com áreas de
preservação permanente e áreas protegidas do Parque Municipal Quinzinho de
Barros. A grande relevância desta área é a existência de grandes espaços e vazios
urbanos, que podem ser utilizados para auxiliar processos de revitalização e
reflorestamento da zona ripária neste trecho.
A margem direita apresenta riqueza de vegetação arbórea nativa, trecho do
leito do rio natural com substrato rochoso, profundidade do leito maior que 50cm
A margem esquerda do mesmo trecho é definida por áreas livres, ou seja,
vazios urbanos, porém ausência de vegetação arbórea, mas cobertura vegetal de
gramíneas na ZR. Não há fauna aquática, presença de avifauna, e vetores urbanos.
74
Trecho 1B
O trecho 1B avaliou-se o comprimento de 203,51m, classificou-se como TIPO IV,
qual atingiu pontuação do Fator K – 22, para a margem esquerda e – 15 para
margem direita, caracterizando-se como zona ripária degradada, tipo IV,
característica ruim, neste trecho ocorre a canalização do leito do córrego, assim
como sua retificação. As margens foram totalmente removidas assim como o solo
impermeabilizado, não ocorre a presença de resíduos sólidos domésticos nas
margens impermeabilizadas, porém, percebe-se o descarte dentro do canal,
principalmente de plásticos PET. Na margem esquerda é notada a presença de
pequenos trechos vazios, resultantes da não apropriação da área. Na margem
direita verifica-se a total impermeabilização da ZR, além da inserção de vias públicas
e médio tráfego de veículos e pessoas. No leito do rio a profundidade é bem baixa,
menor que 30cm em determinados trechos. Não há destaque para a fauna, quanto à
flora, não existe espécie arbórea somente gramíneas.
De acordo com Simonetti (2018), os baixos índices de cobertura vegetal, das
zonas riparias urbanas fazem parte de cenários de expansão urbana vivenciada pelo
pais na segunda metade do século XX, o que contribuiu, para o povoamento das
cidades de forma bastante acelerada e desordenada, e o conhecimento e
diagnóstico das áreas urbanizadas podem auxiliar na compreensão dos impactos
biofísicos, sociais e econômicos decorrentes desse processo.
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Trecho 1C
O trecho C abrangeu a distância de 125,14m, caracterizado como tipo IV, atingindo
a pontuação do fator K -48, na margem esquerda e – 36 na margem direita. Neste
trecho da ZR, ocorreu a impermeabilização total das margens, com inserção de vias
nas margens direita e esquerda, remoção total da vegetação ripária, leito do córrego
canalizado, taludes removidos e concretados. O leito do córrego encontra-se quase
inexistente, apenas uma lâmina de água, representa o leito do córrego.
78
Figura 13 - trecho 1C
Trecho 1D
79
Figura 15-Trecho 1D
80
Trecho 1E
O trecho 1E foi o mais impactado e degradado das ZRs estudadas, pois é
totalmente canalizado, atingindo pontuação do fator K -167, nas margens direita e
esquerda. Ocorre o descarte de resíduos inertes, assim como o descarte de esgoto
e efluentes domésticos, mais a frente o leito do canal, torna-se fechado, o que
contribui para maior degradação da paisagem natural da ZR. Trata-se de uma área
com extrema dificuldade de recuperação e alto índice de investimentos econômicos,
para recuperação do local.
A redução de áreas verdes nos centroo urbanos também pode resultar no
surgimento de ilhas de calor (DA SILVA; SIMONETTI, 2018).
A presença de mata ciliar contribui para diminuição da temperatura dos
corpos aquáticos, assim como o investimento na criação de zonas ribeirinhas
arborizadas pode proporcionar benefícios em termos da mitigação de alguns dos
efeitos ecológicos da mudança climática na temperatura da água (ZAIMES;
TUFEKCIOGLU; SCHULTZ, 2019). Em relação ao aspecto hidrológico e
ecológico, o sistema ripário contribui para a manutenção e resiliência dos
córregos e sua vegetação devido a diversas interações ambientais, podendo
aumentar a capacidade de armazenamento, manter a qualidade da água, estabilizar
81
Trecho 1 F
83
6 CONCLUSAO
7 BIBLIOGRAFIA
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