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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE ANGOLA

ZOLA HENRIQUE MONTEIRO

ANALISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA DEPOSIÇÃO DE


RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) NAS PRAIAS DE (LUANDA).

ESTUDO DE CASO: PRAIA DE CACUACO

LUANDA, 2023
ZOLA HENRIQUE MONTEIRO.

ANALISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA DEPOSIÇÃO DE


RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) NAS PRAIAS DE (LUANDA).

ESTUDO DE CASO: PRAIA DE CACUACO

Trabalho de fim de Curso apresentado ao


Instituto Politécnico Metropolitano de
Angola como requisito parcial para a
conclusão da Licenciatura em Geologia e
Minas, sob orientação do Prof Loulé Pena.

LUANDA, 2023
ZOLA HENRIQUE MONTEIRO.

ANALISE DOS IMPACTES AMBIENTAIS CAUSADOS PELA DEPOSIÇÃO DE


RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) NA PRAIAS DE CACUACO (LUANDA).

ESTUDO DE CASO: PRAIA DE CACUACO.

Trabalho de fim de Curso ao Instituto politécnico Metropolitano de Angola como requisito


parcial para a conclusão da Licenciatura em Geologia e Minas, sob orientação do Prof. Loulé
pena.

Aprovado ao: __/__/____

______________________________________________________________________

Coordenação do Curso de Engenharia de Geologia e Minas.

Considerações_______________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
ANALISE DOS IMPACTOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELA DEPOSIÇÃO DE
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) NAS PRAIAS DE LUANDA.

FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

OBJECTIVOS
OBJECTIVO GERAL

 Analisar os principais impactos ambientais causados pela deposição de resíduos


sólidos urbanos (RSU) nas praias de Cacuaco.

Objetivos específicos
 Identificar os principais impactos ambientais causados pela deposição de resíduos sólidos
urbanos (RSU) nas praias de Cacuaco.
 Apresentar as características dos principais resíduos sólidos urbanos (RSU) encontrado
nas praias de Cacuaco.
 Enquadrar os principais impactos ambientais de acordo com a lei vigente no país.

 Propor alternativas para a mitigação dos impactos ambientais decorrentes do descartes


inadequadas de RSU nas praias de Cacuaco.

HIPÓTESES

H1- A deposiçao inadequada de residuos solidos urbanos RSU nas prais de Cacuaco esta
causando contaminaçao da agua e do solo afetando negativamente a saude e biodiversidade
local

H2- A falta de infraestrutura adequada e de conscientização da população em relação ao


descarte correto de resíduos sólidos urbanos RSU contribui para a deposição inadequada nas
praias de Cacuaco
Resumo

A análise dos impactos ambientais causados pela deposição de resíduos sólidos urbanos
(RSU) nas praias de Cacuaco é um tema de grande importância, pois esses impactos afetam a
qualidade ambiental, a saúde dos ecossistemas costeiros e a experiência dos visitantes das
praias. Este estudo tem como objetivo investigar e compreender os efeitos negativos
decorrentes do descarte inadequado de RSU nessas áreas, buscando identificar os principais
problemas e propor soluções para mitigar esses impactos.

Através de uma análise detalhada, serão identificados os principais impactos ambientais


causados pela deposição de RSU nas praias de Cacuaco. Isso inclui a contaminação da água e
do solo, a poluição visual, a degradação dos ecossistemas costeiros e a ameaça à
biodiversidade marinha. Além disso, serão estudadas as características dos resíduos sólidos
urbanos encontrados nesses locais, considerando sua composição e potencial de
contaminação.

Serão exploradas as técnicas e estratégias atualmente utilizadas para o tratamento e gestão dos
RSU em Cacuaco, buscando entender sua eficácia e identificar possíveis melhorias. Com base
na legislação ambiental vigente em Angola, serão propostas alternativas e medidas para
mitigar os impactos ambientais, promovendo a sustentabilidade nas praias de Cacuaco.

Através desse estudo, espera-se contribuir para a conscientização da comunidade local, das
autoridades governamentais e do setor privado sobre a importância de práticas adequadas de
gestão de resíduos sólidos urbanos. A implementação de medidas de mitigação propostas
pode resultar em praias mais limpas, ecologicamente saudáveis e atrativas para moradores e
turistas, preservando a beleza natural e promovendo a qualidade de vida da comunidade local.

Em resumo, este estudo visa fornecer uma análise abrangente dos impactos ambientais
causados pela deposição de RSU nas praias de Cacuaco, com o objetivo de propor soluções
para minimizar esses impactos e promover a sustentabilidade costeira. A pesquisa busca
contribuir para a preservação do meio ambiente e o bem-estar da comunidade local,
promovendo a conscientização sobre a importância do gerenciamento adequado de resíduos
sólidos urbanos.
Palavras chaves RSU resíduos sólidos urbanos, impactos ambientais, praias de cacuac

JUSTIFICATIVAS

A escolha do tema deu-se devido à necessidade da análise dos impactos ambientais causados
pela deposição de resíduos sólidos urbanos (RSU) nas praias de Cacuaco que é de extrema
relevância diante dos desafios ambientais enfrentados atualmente. O descarte inadequado de
RSU representa uma ameaça significativa à qualidade ambiental, à saúde dos ecossistemas
costeiros e à experiência dos visitantes dessas praias e como também resulta em uma série de
consequências negativas, incluindo a contaminação da água, a degradação dos ecossistemas
costeiros e a ameaça à biodiversidade marinha.

PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Desde o estudo de campo, através da coleta de amostras bem como a recolha de informação
bibliográfica, consequentemente apresenta-se a discussão dos resultados.

 PESQUISA BIBLIOGRÁFICAS

O presente estudo deu-se através de revisão de varias literaturas, relacionadas a


conceitos de tratamento de resíduos, engenharia ambiental e geologia tendo como ponto
de partida monografias publicadas, teses, livros, dissertações, artigos.

 ENSAIOS REALIZADOS.

( REFERENTE AOS DADOS QUE SERAM PASSASO APOS PELO


LABORATORIO )

ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho está estruturado da seguinte forma:

 O primeiro capítulo é o referencial teórico, que limita–se especificamente na


abordagem de conceitos elementares e fundamentais, concernente ao tratamento bem
como tecnologias ou métodos a ser aplicado em estudo.
 O segundo capitulo, trata da caracterização regional desde a sua localização, historia,
origem, geologia local.
 O terceiro capitula, apresentação discussão dos resultados e a comparação entre os
cenários.

CAPITULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Conceitos Básicos de Resíduos sólidos

Resíduos sólidos: São materiais indesejados ou descartados resultantes de atividades


humanas, como produção, consumo ou outras atividades. Podem incluir materiais como
plásticos, papel, vidro, metais, resíduos orgânicos, entre outros.

Geração de resíduos: Refere-se ao processo de produção e acumulação de resíduos sólidos em


uma determinada área ou período de tempo. A geração de resíduos pode variar de acordo com
fatores como população, estilo de vida, atividades industriais e comerciais.

Classificação de resíduos: Os resíduos sólidos podem ser classificados de acordo com suas
características físicas, químicas e biológicas. As principais categorias de classificação incluem
resíduos orgânicos, resíduos recicláveis, resíduos perigosos e resíduos inertes.

Coleta de resíduos: É o processo de recolhimento e transporte dos resíduos sólidos de sua


fonte de geração até o local de disposição adequado, como aterros sanitários, centros de
reciclagem ou instalações de tratamento.

Tratamento de resíduos: Envolve processos para reduzir o impacto negativo dos resíduos
sólidos no meio ambiente. Isso pode incluir tratamentos físicos, químicos ou biológicos, como
compostagem, reciclagem, incineração e digestão anaeróbica.

Disposição final de resíduos: Refere-se à destinação final dos resíduos sólidos após o
tratamento. Pode envolver a disposição em aterros sanitários controlados, a incineração segura
de resíduos ou outras técnicas de disposição adequadas.
Reciclagem: É o processo de transformação de resíduos sólidos em novos produtos ou
materiais. A reciclagem visa reduzir a quantidade de resíduos destinados a aterros sanitários,
economizar recursos naturais e reduzir o impacto ambiental.

Reutilização: É a prática de usar novamente um produto ou material sem modificação


significativa. A reutilização ajuda a reduzir a quantidade de resíduos gerados, prolongando a
vida útil dos materiais
Definição de Resíduos Sólidos

Segundo George Tchobanoglous, Hillary Theisen, and Samuel Vigil Resíduos sólidos são
materiais descartados resultantes de atividades humanas e animais, que são sólidos,
semissólidos, líquidos contidos em recipientes e gases em recipientes pressurizados ou não
pressurizados

Outros autores como Fernando Sebastian García Einschlag 2019) define "Resíduos sólidos
são materiais descartados resultantes de atividades humanas, comerciais, industriais ou
institucionais que não têm valor imediato para seus geradores. Esses materiais podem ser
sólidos, semissólidos ou líquidos, e sua gestão adequada é fundamental para minimizar
impactos ambientais e garantir a sustentabilidade."

Resíduos sólidos municipais são materiais descartados pela população em áreas urbanas.
Esses resíduos podem ser divididos em diferentes categorias, como resíduos domésticos,
resíduos comerciais, resíduos de serviços públicos e resíduos de construção e demolição. A
gestão adequada desses resíduos é essencial para proteger o meio ambiente e a saúde pública
Christian Ludwig 2014")

As definições para resíduos sólidos ou mais comumente chamados “lixo” é designado como
sendo qualquer material considerado inútil, supérfluo, sem valor, gerado pela atividade
humana o qual precisa ser descartado. Chama-se de lixo tudo aquilo que não serve mais e
deve ser jogado fora, ou seja, a palavra lixo é definida como: aquilo que se varre da casa e se
joga fora; entulho; sujidade; sujeira; imundície; coisas inúteis, imprestáveis, velhas; qualquer
material produzido pelo homem que perde a utilidade e é descartado. O conceito de lixo ou
resíduo sólido tem essa conceção entendida pelo homem, mas para a natureza não existe lixo
e sim processos naturais inertes.
Os tipos de resíduos sólidos Urbanos
Os tipos de resíduos sólidos urbanos podem ser classificados em diversas categorias, de
acordo com a sua composição e características. Alguns dos principais tipos de resíduos
sólidos urbanos são:

Resíduos Orgânicos: São resíduos de origem biológica, como restos de comida, cascas de
frutas e legumes, folhas, gramas, entre outros materiais de origem vegetal ou animal.

Resíduos Recicláveis: Englobam materiais que podem ser reciclados e transformados em


novos produtos. Exemplos incluem papel, papelão, plástico, metal e vidro.

Resíduos de Construção e Demolição: São provenientes de atividades de construção, reforma


ou demolição de edifícios e infraestruturas. Incluem concreto, tijolos, madeira, cerâmica,
entre outros materiais.

Resíduos Eletrônicos: Compreendem equipamentos eletrônicos descartados, como


computadores, telefones celulares, televisores, eletrodomésticos, entre outros dispositivos
eletrônicos.

Resíduos Perigosos: São resíduos que possuem substâncias tóxicas, inflamáveis, corrosivas ou
radioativas, representando um risco à saúde humana e ao meio ambiente. Exemplos incluem
pilhas, baterias, produtos químicos, medicamentos vencidos, entre outros.

Resíduos Hospitalares: São resíduos gerados em estabelecimentos de saúde, como hospitais,


clínicas e laboratórios. Incluem seringas, agulhas, luvas, gazes, medicamentos vencidos, entre
outros materiais contaminados.
Alguns exemplos de tipos de resíduos sólidos

Não há um número fixo ou definitivo de tipos de resíduos sólidos, pois isso pode variar
dependendo da classificação adotada e das características específicas de cada região. No
entanto, podemos mencionar uma variedade de exemplos de resíduos sólidos comumente
encontrados:

Resíduos Orgânicos

Resíduos Recicláveis (papel, papelão, plástico, metal, vidro)

Resíduos de Construção e Demolição

Resíduos Eletrônicos

Resíduos Perigosos

Resíduos Hospitalares

Resíduos Agrícolas

Resíduos de Alimentação

Resíduos de Jardim

Resíduos de Embalagens

Resíduos de Produtos Químicos

Resíduos de Mineração

Resíduos de Transporte (pneus, óleos usados, peças de veículos)

Resíduos de Energia (combustíveis fósseis, cinzas de usinas)

Resíduos de Alimentos e Bebidas

Residuos de construção civil


COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

A caracterização e a análise dos componentes dos resíduos sólidos urbanos pelos municípios
são fundamentais para a adequada gestão e para o gerenciamento dos RSU.

Os dados podem variar dependendo da fonte e metodologia aplicada.

Fonte: ABRELPE, 2020.

De acordo com os dados disponíveis, nota-se que a fração orgânica, abrangendo sobras e
perdas de alimentos, resíduos verdes e madeiras, é a principal componente dos RSU, com
45,3%. Os resíduos recicláveis secos somam 33,6%, sendo compostos principalmente pelos
plásticos (16,8%), papel e papelão (10,4%), vidros (2,7%), metais (2,3%), e embalagens
multicamadas (1,4%). Outros resíduos somam 21,1%, dentre os quais resíduos têxteis, couros
e borrachas representam 5,6% e rejeitos, estes compostos principalmente por resíduos
sanitários, somam 15,5%.

Estima-se que praticamente metade da massa de RSU coletada no país seja composta de


matéria orgânica. A outra metade é composta por resíduos recicláveis secos e rejeitos, o
que aponta para uma grande oportunidade e para o necessário equacionamento do problema
dos resíduos sólidos urbanos, mediante a adoção de práticas e medidas de valorização dos
resíduos sólidos recicláveis secos e orgânicos, por meio, em especial, de arranjos
regionalizados.

Portanto, devemos separar os resíduos recicláveis secos (vidro, metal, plástico e papel), do
orgânico (cascas de frutas, restos de legumes e verduras, borra de café, resíduos verdes) e dos
rejeitos antes de descartá-los. Isso permite que sejam reciclados, tratados ou dispostos de
forma ambientalmente adequada. 
Classificação de Resíduos sólidos

De acordo com PNRS POLITICA NACIONAL DE RESIDUOS SOLIDOS) os resíduos


sólidos podem ser classificados

Quanto à origem:

a) resíduos domiciliares: gerados por atividades domésticas em residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: gerados por varrição, limpeza de ruas e vias públicas e outros
serviços de limpeza urbana;

c) resíduos industriais: gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

d) resíduos de serviço de saúde: gerados nos serviços de saúde, conforme definido em


regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama Sistema Nacional Do Meio
Ambiente) e do SNVS Sistema Nacional De Vigilância a Saúde);

e) resíduos da construção civil: gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de


obras de construção civil, incluídos as resultantes da preparação e escavação de terrenos para
obras civis;

f) resíduos agrossilvopastoris: gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos


os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

g) resíduos de serviços de transportes: gerados em portos, aeroportos, terminais alfandegários,


rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

h) resíduos de mineração: gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de


minérios;

Quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que apresentam risco à saúde publica ou qualidade ambiental
em razão de suas características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade,
patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade;
b) resíduos não perigosos: todos os outros tipos de resíduos que não se enquadram na
classificação acima

Classificação dos Resíduos Sólidos em Angola

A classificação dos resíduos sólidos é feita com base nas propriedades físicas, químicas ou
biológicas. Em Angola, segundo o referido Decreto Presidencial nº 190/12 de acordo com o
seu artigo 4º, os RSU são classificados em:

Perigosos - aqueles que apresentam perigosidade com as características seguintes:


propriedade inflamável, corrosividade, reatividade e toxicidade. E, em função das suas
propriedades físicas químicas ou biológica, podem apresentar risco para saúde e o meio
ambiente.

Não perigosos - os que não apresentam as características descritas anteriormente e que se


subdividem em categorias tais como: Resíduos sólidos domésticos ou semelhantes originados
nas habitações ou idênticos;

Resíduos Sólidos comerciais - originados em estabelecimentos comerciais, escritórios,


restaurantes e outros idênticos cujo volume diário não exceda 1.100 litros, sendo estes
depositados em recipientes;

Resíduos domésticos volumosos - os originários das habitações, cuja remoção não se torna
possível pelos meios normais atendendo ao volume, forma ou tamanho que apresentam ou
cuja deposição nos contentores existentes seja considerada prejudicial para a comuna ou
município;

Resíduos sectoriais - os produzidos em qualquer atividade agrícola, industrial, comercial ou


de prestação de serviços, cujo volume diário exceda 1.100 litros e que não podem ser
depositados ou tratados como resíduos sólidos urbanos;

Resíduos especiais - os resíduos com características especificas, designadamente embalagens,


resíduos de equipamento elétrico e eletrónicos, veículos em fim de vida, veículos da
construção e demolição, pilhas, pneus, óleos, minerais e outros que, por sua vez, podem ser
objeto de recolha e tratamento especifico;

Resíduos de jardins - originados nos trabalhos de conservação de jardins particulares tais


como aparas, ramos, troncos ou folhas; Resíduos Sólidos resultantes da limpeza pública de
jardins, parques, vias, linhas de água, cemitérios e outros espaços públicos;

Resíduos Sólidos industriais - originários de atividades acessórias e comparadas a resíduos


sólidos urbanos com características idênticas à dos resíduos sólidos domésticos e comerciais
sobretudo os originários de refeitórios, cantinas, escritórios e as embalagens não
contaminadas.

Resíduos sólidos hospitalares - não infetados, comparados aos domésticos;

Resíduos originários da defecação de animais nas ruas. Fazem parte dos resíduos sólidos não
perigosos o papel, plástico, vidro, metal, entulho, sucata, e outros tipos de resíduos que não
apresentam características de perigosidade estabelecidas no regulamento.
Legislação aplicadas a vigor do funcionamento de gestão de resíduos sólidos

Em Angola, foi publicado em decreto presidencial nº 190/12, de 24 de Agosto, a aprovação


do regulamento sobre a gestão de resíduos em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo
11; da Lei nº 5/98 de 19 de junho (Lei de Base do Ambiente de Angola). Este regulamento
estabelece as regras gerais relativamente à produção de resíduos depositados no solo, subsolo,
tratamento, recolha, armazenamento e transporte de quaisquer resíduos com exceção dos de
natureza radioativa ou sujeitos a regulamentação específica, por forma a prevenir ou diminuir
impactos negativos sobre a saúde das pessoas e no ambiente. A referida Lei de Base do
Ambiente de Angola define que os resíduos sólidos urbanos ´´correspondem a todo material
proveniente das atividades diárias do homem em sociedade, através dos quais há necessidade
de se criar sistemas que previnem situações que danificam o meio ambiente e que coloquem
em risco a saúde das pessoas e prejudiquem o ambiente´´.

Nos referentes artigos 6,7, aplicasse fatores implementados no gerenciamento de resíduos


sólidos como no

artigo6º matéria de gestão de resíduos perigosos e não perigosos

Compete ao Ministério do Ambiente, em matéria de gestão de resíduos perigosos e não


perigosos, o seguinte:

a). Emitir e divulgar as regras de cumprimento obrigatório sobre os procedimentos a observar


no âmbito da gestão de resíduos perigosos e não perigosos;

b) realizar o licenciamento ambiental das instalações ou locais de armazenagem e/ou


eliminação de resíduos;
c) credenciar, em coordenação com as entidades de tutela, ouvidas as instituições interessadas,
os operadores de transporte de resíduos, bem como os veículos usados para o transporte dos
mesmos;

d) cadastrar as entidades públicas ou privadas que manuseiam resíduos;

e) adotar, em coordenação com os sectores de tutela, as medidas necessárias para suspender a


armazenagem, eliminação ou transporte de resíduos, efetuado ilegalmente

g). Garantir a participação pública no processo do licenciamento, bem como o acesso à


informação relevante sobre a gestão de resíduos;

h) fiscalizar o cumprimento das disposições do presente Regulamento.

Em matéria de gestão de resíduos, compete aos órgãos locais, nas respetivas áreas de
jurisdição, e sob coordenação do Ministério do Ambiente, o seguinte:

a) aprovar normas específicas sobre gestão de resíduos, articuladas com as regras referidas na
alínea a) do n.º 1 do presente artigo;

b) fixar tarifas pela prestação de serviços ao público através de meios próprios,


nomeadamente no âmbito da recolha, depósito e tratamento de resíduos;

c) participar nos processos de licenciamento para a remoção, tratamento e depósito de todo o


tipo de resíduos, nas respetivas áreas de jurisdição.

Artigo 7 Plano de gestão de resíduos

Segundo o artigo 7 decreto presidencial nº 190/12 todas as entidades públicas ou privadas


que produzem resíduos ou que desenvolvem atividades relacionadas com a gestão de resíduos,
devem elaborar um Plano de Gestão de Resíduos, antes do início da sua atividade, contendo
no mínimo, toda a informação precisa constante do Anexo I e/ou do Anexo II, consoante
esteja em causa, respetivamente, um aterro ou outra operação de gestão de resíduos.

O plano referido no número anterior, deve ser submetido ao Ministro do Ambiente para
aprovação, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados da data de receção do
expediente. O Plano de Gestão de Resíduos é válido por um período de 4 (quatro) anos,
contados a partir da data da sua aprovação.

O Plano de Gestão de Resíduos referido no número anterior, deve ser atualizado e submetido
ao Ministro do Ambiente, ate 90 (noventa) dias antes da data do termo de validade, e sempre
que ocorram alterações substantivas no plano submetido.

As instalações sujeitas ao licenciamento ambiental, nos termos do artigo 10.º do presente


Regulamento, devem incluir no processo de licenciamento, o Plano de Gestão de Resíduos.

Métodos de deposição, aproveitamento ou valorização de resíduos em Angola

Segundo o artigo 8 decreto presidencial nº 190/12 as entidades envolvidas na deposição,


aproveitamento ou valorização de resíduos têm a obrigação de demonstrar, através de um
processo de avaliação de riscos realizado durante o desenvolvimento do Plano de Gestão de
Resíduos, a viabilidade científica, tecnológica e ambiental do método de tratamento,
deposição, aproveitamento ou valorização a ser adotada para o caso específico,

Qualquer entidade envolvida no processo de deposição ou eliminação de resíduos que não


utilize a opção de deposição ou eliminação aconselhável do ponto de vista técnico-científico
para o tratamento dos seus resíduos, deve rever o seu Plano de Gestão de Resíduos em cada 3
(três) anos, com o objetivo de alcançar o método de deposição aconselhável do ponto de vista
técnico-científico para a deposição dos resíduos.
Tratameto de residuos solidos

Segundo a fonte de portal de residuos solidos define que o tratamento de resíduos sólidos é
um conjunto de processos e práticas destinados à gestão adequada dos materiais descartados
pela sociedade, visando minimizar os impactos ambientais e de saúde pública associados ao
descarte inadequado. Essas práticas envolvem a coleta, transporte, processamento, reciclagem
e disposição final dos resíduos gerados por atividades humanas, desde residências até
indústrias e comércio.

Um dos principais objetivos do tratamento de resíduos sólidos é reduzir o volume de materiais


que chegam aos aterros sanitários e lixões, promovendo a sustentabilidade ambiental e
evitando a contaminação de recursos naturais como solo, água e ar. Para isso, várias
estratégias são adotadas, incluindo a redução na fonte, reutilização, reciclagem e a
recuperação energética.

Objetivos do tratamento de resíduos?

O tratamento de resíduos tem como principal objetivo a gestão adequada dos materiais
descartados, buscando minimizar os impactos ambientais e de saúde pública, além de
promover a sustentabilidade e o uso eficiente dos recursos naturais.
Divisão de objetivos de tratamento de Resíduos Sólidos

Os objetivos de tratamento de resíduos podem ser divididos em 6 fases:

Proteção ambiental: O tratamento adequado dos resíduos ajuda a evitar a contaminação do


solo, água e ar, preservando a biodiversidade e os ecossistemas. A reciclagem e a reutilização
de materiais também reduzem a necessidade de extração de recursos naturais e a geração de
poluição associada à produção de novos produtos.

Saúde pública: A gestão eficiente dos resíduos sólidos contribui para a redução de doenças e
problemas de saúde relacionados ao acúmulo de lixo e à contaminação do meio ambiente. O
tratamento adequado previne a proliferação de vetores de doenças, como roedores e insetos, e
diminui a exposição da população a substâncias tóxicas.

Redução de emissões de gases de efeito estufa: A decomposição de resíduos orgânicos em


aterros sanitários libera metano, um potente gás de efeito estufa. O tratamento adequado dos
resíduos, como a compostagem e a recuperação energética, pode reduzir significativamente as
emissões de metano e outros gases de efeito estufa, ajudando no combate às mudanças
climáticas.

Promoção da economia circular: O tratamento de resíduos incentiva o desenvolvimento de


práticas sustentáveis, como a reutilização e a reciclagem, promovendo a economia circular.
Isso resulta em menor exploração de recursos naturais, redução do consumo de energia e
geração de empregos no setor de reciclagem e gerenciamento de resíduos.
Educação e conscientização: O tratamento de resíduos promove a conscientização da
população sobre a importância da redução, reutilização e reciclagem, incentivando o consumo
responsável e a adoção de práticas sustentáveis.

Cumprimento de regulamentações e políticas públicas: O tratamento de resíduos permite o


cumprimento de leis e regulamentações relacionadas à gestão de resíduos, garantindo a
responsabilidade ambiental e social por parte das empresas e governos.

Para alcançar esses objetivos, é fundamental o envolvimento de todos os setores da sociedade,


incluindo governos, empresas e cidadãos, além do desenvolvimento e implementação de
soluções eficazes e inovadoras na gestão de resíduos sólidos.

Metodologias para o funcionamento de tratamento de Resíduos Sólidos

Existem várias metodologias e abordagens para o funcionamento de sistemas de tratamento de


resíduos sólidos. Alguns dos principais métodos e tecnologias utilizados incluem:

Sistema de coleta seletiva: Implementação de um sistema de coleta seletiva, onde os resíduos


são separados em diferentes categorias (plástico, papel, vidro, metal, resíduos orgânicos, etc.)
no momento da coleta, facilitando o tratamento posterior.

Compostagem: Processo de decomposição biológica de resíduos orgânicos, como restos de


alimentos e resíduos de jardim, em um ambiente controlado. O composto orgânico produzido
pode ser utilizado como adubo para a agricultura e jardinagem.

Digestão anaeróbica: Processo biológico no qual os resíduos orgânicos são decompostos por
bactérias em condições de baixo teor de oxigênio, produzindo biogás (uma mistura de metano
e dióxido de carbono) e digestato (um resíduo rico em nutrientes). O biogás pode ser utilizado
como fonte de energia renovável.

Incineração: Processo de queima controlada de resíduos sólidos em altas temperaturas. A


incineração reduz o volume dos resíduos, destrói substâncias perigosas e gera energia na
forma de calor ou eletricidade. No entanto, requer sistemas de controle de emissões para
minimizar a poluição do ar.

Reciclagem: Processo de transformação dos resíduos em novos produtos ou matérias-primas,


reduzindo a necessidade de recursos naturais. A reciclagem pode incluir a separação e
processamento de materiais como papel, plástico, vidro, metal e eletrônicos, para serem
reintroduzidos na cadeia de produção.

Aterros sanitários: Método de disposição final de resíduos sólidos em locais projetados e


operados de forma adequada, com medidas de proteção ambiental para evitar a contaminação
do solo e das águas subterrâneas. Os aterros sanitários são geralmente projetados para
minimizar a decomposição dos resíduos e a geração de gases.

Essas são apenas algumas das metodologias comumente utilizadas no tratamento de resíduos
sólidos. A escolha das técnicas apropriadas depende de vários fatores, como a composição dos
resíduos, recursos disponíveis, legislação ambiental e metas de sustentabilidade estabelecidas.

Formas de tratamento de resíduos sólidos urbanos

Existem formas de tratamento de resíduos sólidos que são igualmente importantes. As


principais formas de tratamento para os resíduos sólidos urbanos são :

Tratamento mecânico:. Envolve processos físicos de separação e recuperação de materiais dos


resíduos sólidos. Isso pode incluir a triagem automatizada, o uso de equipamentos como
esteiras transportadoras, separadores magnéticos e peneiras para separar os materiais com
base em suas características físicas.

Tratamento térmico: Inclui processos que utilizam calor para tratar os resíduos sólidos.
Algumas técnicas comuns são a pirólise, a gasificação e a incineração. A pirólise envolve o
aquecimento dos resíduos em ausência de oxigênio, resultando na produção de gases
combustíveis e na formação de carvão e bio-óleo. A gasificação é um processo similar, mas
com a presença limitada de oxigênio. Já a incineração é a queima controlada dos resíduos a
altas temperaturas, geralmente em instalações com sistemas de controle de emissões para
minimizar os impactos ambientais.

Tratamento bioquímico: Envolve processos biológicos que utilizam microrganismos para


decompor e transformar os resíduos sólidos. A biodigestão anaeróbica é um exemplo, em que
os resíduos orgânicos são decompostos por bactérias em condições de ausência de oxigênio,
resultando na produção de biogás, que pode ser utilizado como fonte de energia.
Classificações e exemplos das principais formas de residuos solidos urbanos

Tratamento mecanico

No tratamento mecânico são realizados processos físicos geralmente no intuito de separar


(usinas de triagem) ou alterar (reciclagem) o tamanho físico dos resíduos. Neste processo não
ocorrem reações químicas entre os componentes como nos muitos casos do tratamento
térmico. Os maiores exemplos de tratamento mecânico de resíduos são encontrados no setor
de reciclagem. Muitas vezes, o processo de reciclagem de produtos é dividido em várias
etapas que agem de maneira interdependente. Em alguns casos como na reciclagem
de resíduos eletrônicos, os processos mecânicos costumam ser complexos.

Podemos classificar as formas de tratamento mecânico de resíduos sólidos de acordo a sua


finalidade

Diminuição do tamanho das partículas: Quebra, trituração, moinhos;

Aumento do tamanho das partículas: aglomeração, briquetagem, peletagem;

Separação da fração física: Classificação;

Separação pelo tipo de substância;

Mistura de substâncias: extrusão, compactação;

Separação de fases físicas: sedimentação, decantação, filtração, centrifugação, floculação;

Mudança de estados físicos: condensação, evaporação, sublimação


Tratamento Bioquímico de resíduos sólidos

O tratamento bioquímico ocorre através da ação de grupos de seres vivos, (em sua maioria
micro-organismos como bactérias e fungos mas também organismos maiores como lesmas e
minhocas), que ao se alimentarem dos resíduos, quebram suas moléculas grandes
transformando-as em uma mistura de substâncias e moléculas menores.

Dependendo de alguns fatores como por exemplo a temperatura, pressão e acidez dessa
mistura de substâncias (moléculas), as substâncias resultantes desse processo podem reagir
entre si quimicamente, caracterizando assim o processo bioquímico.

Em alguns casos só ocorre o processo biológico, em outros somente o químico. Isso vai
depender da tecnologia e metodologia utilizada.

Os processos de tratamento bioquímico mais conhecidos são:

Biodigestão: Decomposição da matéria orgânica na ausência de oxigênio nos


chamados Biodigestores ou Centrais de Biogás. Aguns exemplos de biodegestao:

Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos urbanos

Biodigestor para resíduos sólidos orgânicos rurais

Biodigestor para resíduos com alto teor de celulose

Compostagem: Decomposição da matéria orgânica na presença de oxigênio em Usinas de


Compostagem. Veja alguns exemplos abaixo:
Usina de compostagem de Salerno na Itália

A Usina de Compostagem de Bremen na Alemanha

Alguns empreendimentos fazem uso das duas tecnologias em uma única central. Confira no
exemplo abaixo:

Ex: Tratamento de Resíduos Sólidos Orgânicos em Ypres na Bélgica – Sistema integrado de


Biodigestor e Usina de compostagem

Tratamento Térmico de resíduos sólidos

No tratamento térmico, os resíduos recebem uma grande quantidade de energia em forma de


calor a uma temperatura mínima que varia de acordo com a tecnologia aplicada (Temperatura
de reação) durante uma certa quantidade de tempo (Tempo de reação) tendo como resultado
uma mudança nas suas características como por exemplo a redução de volume, devido a
diversos processos físico-químicos que acontecem durante o processo.

Existem 5 principais processos de tratamento térmicos separados em função da temperatura


de operação e o meio onde ocorre o processo. São eles:

Secagem: Retirada de umidade dos resíduos com uso de correntes de ar. Ocorre na presença
do ar atmosférico e temperatura ambiente.

Pirólise: Decomposição da matéria orgânica a altas temperaturas e na ausência total ou quase


total de oxigênio. As temperaturas do processo podem variar de 200 a 900°C.

Gaseificação: Transformação de matéria orgânica em uma mistura combustível de gases (gás


de síntese). Na maioria dos processos não ocorre uma oxidação total da matéria orgânica em
temperaturas variando entre 800 e 1600°C.

Incineração: Oxidação total da matéria orgânica com auxílio de outros combustíveis a


temperaturas variando entre 850 e 1300°C

Plasma: Desintegração da matéria para a formação de gases.

Outros processos específicos


Dependendo do tipo de resíduo, podem ser necessários tratamentos específicos, como
descontaminação, neutralização ou estabilização. Por exemplo, os resíduos perigosos, como
produtos químicos, lixo eletrônico e lâmpadas fluorescentes, requerem processos
especializados para garantir a segurança ambiental e a saúde pública

O Problema da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos em Angola

O problema da gestão de resíduos sólidos urbanos em Angola é uma questão significativa que
enfrenta o país. A rápida urbanização e o aumento da população têm levado a um aumento na
geração de resíduos sólidos, o que, por sua vez, resulta em desafios na sua gestão adequada.

Um dos principais problemas é a falta de infraestrutura adequada para a coleta, transporte,


tratamento e disposição final dos resíduos sólidos. Muitas áreas urbanas carecem de sistemas
eficientes de coleta de resíduos, levando a uma acumulação de lixo nas ruas e em áreas
inadequadas, como terrenos baldios e corpos d'água. Isso contribui para a degradação
ambiental, poluição do solo e da água, bem como para problemas de saúde pública.

Além disso, a falta de conscientização e educação da população sobre a importância da gestão


adequada de resíduos sólidos também é um desafio. A prática de descarte inadequado de
resíduos, como o despejo de lixo em áreas impróprias, agrava o problema e dificulta a
implementação de soluções efetivas.

A ausência de políticas e regulamentações claras, bem como a falta de coordenação entre as


entidades responsáveis pela gestão de resíduos, também são obstáculos para uma gestão
eficiente. A falta de investimento em infraestrutura, tecnologias adequadas e capacitação dos
profissionais envolvidos na gestão de resíduos também contribui para agravar o problema.

Para enfrentar esse desafio, é necessário um esforço conjunto do governo, setor privado,
organizações não governamentais e comunidades locais. São necessárias ações para melhorar
a infraestrutura de coleta e transporte de resíduos, promover a reciclagem e a reutilização,
implementar tecnologias de tratamento adequadas, estabelecer regulamentações e políticas
claras e promover a conscientização e educação da população sobre a importância da gestão
adequada de resíduos.

A solução para o problema da gestão de resíduos sólidos urbanos em Angola requer um


compromisso firme e investimentos adequados em infraestrutura, capacitação e
conscientização. Com uma abordagem abrangente e a colaboração de todas as partes
interessadas, é possível melhorar significativamente a situação e promover uma gestão mais
sustentável dos resíduos sólidos.

De acordo com associação Eco Angola a má gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
tem impacto direto na vida de cada cidadão. Por essa razão, é crucial e urgente discutir as
questões voltadas ao ambiente, pois estas estão intrinsecamente relacionadas com a qualidade
de vida das populações.

Almeida (2017) afirma que a gestão dos resíduos sólidos urbanos segue um circuito que deve
ser respeitado desde a sua deposição até ao destino final, e que deve obedecer à seguinte
ordem sequencial:

O que se espera de Angola, é uma Gestão Integrada de Resíduos Sólidos que pode ser


entendida como a maneira de “conceber, implementar e administrar sistemas de gestão de
resíduos sólidos urbanos, considerando uma ampla participação dos vários sectores da
sociedade e tendo como perspetiva o desenvolvimento sustentável (Júnior, 2007).
O Regulamento Sobre Gestão de Resíduos em Angola, publicado em 2012, define legalmente
“Resíduos” como sendo substâncias ou objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção
ou obrigação de se desfazer, que contêm características de risco por serem inflamáveis,
explosivos, corrosivos, tóxicos, infeciosos ou radioativos, ou por apresentarem quaisquer
características que constituam perigo para vida ou saúde das pessoas e para o meio ambiente.

Quando os resíduos não são devidamente depositados em aterros sanitários, mas em lixeiras a
céu aberto, tornam-se um problema para a saúde pública e contribuem para a poluição das
águas superficiais e subterrâneas, tornando-as impróprias para o consumo humano (Sousa,
2009).

Em Angola, apesar do Decreto Presidencial nº 190/12 de 24 de Agosto  aprovar os


regulamentos sobre a gestão de resíduos em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo
11, da Lei nº 5/98 de 19 de Junho (Lei de Bases do Ambiente de Angola), a questão dos
resíduos sólidos urbanos ainda é um problema que merece maior atenção das autoridades
competentes, pois os resíduos sólidos urbanos são também responsáveis pela produção de
gases de efeito estufa (monóxido de carbono, metano e o dióxido de carbono) que causam o
aumento significativo das temperaturas médias globais, bem como causam chuvas ácidas.

Cruz (2005) em sua dissertação de mestrado, afirma que os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)
quando depositados em espaços abertos (lixeiras) e sem qualquer processo de tratamento,
causam contaminação dos solos que se pode agravar com a escorrência das águas das chuvas
que arrastam a excessiva carga orgânica. Estas, por sua vez, podem contaminar aquíferos com
elementos patogénicos afetando negativamente os mares e rios, comprometendo o habitat dos
peixes e outros animais aquáticos, e consequentemente também afetando a saúde pública.

Almeida (2017), em sua dissertação de mestrado diz que em Angola os resíduos são
depositados em lixeiras e são na sua maioria posteriormente queimados, produzindo
quantidades variadas de substâncias tóxicas, como gases, partículas de metais pesados (por
exemplo o chumbo), compostos orgânicos, dioxinas e furanos.

Segundo a Agência Angola Press (ANGOP),  em 2014 foi inaugurada a Agência Nacional de
Resíduos (ANR), onde as suas principais funções eram a regulamentação da atividade e
concessão de serviços públicos no sector de resíduos sólidos, execução de políticas públicas,
gestão de resíduos e a criação de programas para a prevenção na geração, reutilização,
reciclagem, tratamento e disposição final de resíduos, obedecendo a critérios de proteção
ambiental, qualidade e eficiência de serviços sem esquecer a viabilidade económica dos
projetos.

Principais problemas identificados na gestão de resíduos sólidos em Angola

Apesar dos esforços empreendidos em Angola, com a criação de uma Agência Nacional de
Resíduos, ainda são frequentes práticas que não refletem uma boa gestão de resíduos sólidos,
nomeadamente:

Recolha deficiente dos resíduos, por falta de meios (como apontado pelas administrações),
levando ao triste cenário de depósito e acúmulo dos resíduos no chão, valas de drenagem a
céu aberto ou junto de águas paradas;

Escassez de contentores para o descarte;

Pouca ou até mesmo ausência de educação ambiental e sensibilização das comunidades;

Pouco incentivo para a recolha seletiva e sem pontos de deposição;

Não colaboração da população na deposição dos resíduos nos locais devidos. Muitas vezes
verifica-se o descarte dos resíduos na via pública;

Alagamento de alguns bairros em tempo chuvoso, impedindo a circulação das pessoas;

Famílias carenciadas tornam-se catadoras de resíduos para o sustento, sem meios de proteção,
correndo sérios riscos de contrair doenças.
Proposta de ações para melhorar o atual quadro da gestão de Resíduos Sólidos
Urbanos

Para melhorar o atual quadro da gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, é importante considerar
uma série de ações e medidas. Estas são algumas propostas que podem ser exploradas:

Implementação de políticas e regulamentações mais rigorosas: É fundamental estabelecer


políticas claras e regulamentações eficazes para o manejo adequado dos resíduos sólidos
urbanos. Isso inclui leis que promovam a redução, reutilização, reciclagem e descarte
adequado dos resíduos.

Promoção da educação ambiental: É necessário investir em programas de educação ambiental


para conscientizar a população sobre a importância da gestão adequada dos resíduos sólidos.
Isso pode ser feito por meio de campanhas de conscientização, workshops, palestras e
materiais educativos.

Fortalecimento da coleta seletiva: A implementação eficiente da coleta seletiva é crucial para


a segregação correta dos resíduos sólidos. Isso permite a separação dos materiais recicláveis,
que podem ser encaminhados para processos de reciclagem, reduzindo assim a quantidade de
resíduos destinados a aterros sanitários.

Incentivo à reciclagem e reutilização: É importante estimular a reciclagem e reutilização de


materiais, tanto por meio de campanhas de conscientização como oferecendo infraestrutura
adequada, como centros de reciclagem e postos de coleta.
Investimento em infraestrutura de tratamento de resíduos: É necessário investir em
tecnologias e infraestrutura adequada para o tratamento dos resíduos sólidos urbanos. Isso
pode incluir a construção de usinas de compostagem, instalações de incineração controlada e
aterros sanitários com medidas de controle ambiental.

Estímulo à economia circular: A transição para uma economia circular, em que os resíduos
são vistos como recursos, pode trazer benefícios significativos. Isso envolve o incentivo à
adoção de práticas de redução, reutilização e reciclagem, bem como o apoio ao
desenvolvimento de indústrias e negócios que utilizam materiais reciclados como matéria-
prima.

Cooperação entre diferentes atores: A gestão eficaz dos resíduos sólidos requer a cooperação
entre diferentes atores, como governos locais, empresas privadas, organizações da sociedade
civil e a população em geral. É importante estabelecer parcerias e canais de comunicação para
promover ações conjuntas e compartilhar conhecimentos e recursos.

Essas propostas podem contribuir para a melhoria da gestão de resíduos sólidos urbanos,
reduzindo os impactos ambientais, promovendo a sustentabilidade e melhorando a qualidade
de vida das comunidades e também é importante adaptar essas propostas à realidade
específica de cada localidade, levando em consideração fatores como infraestrutura existente,
recursos disponíveis e características socioeconômicas da região.
Conceitos Básicos de Impactos Ambientais

"De acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama ) nº 1, de 23


de janeiro de 1986, define que :

Impacto ambiental é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do


meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o bem-estar da
população, a saúde, a segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e
econômicas;a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos
recursos ambientais."

Impactos ambientais são as alterações que ocorrem no meio ambiente como resultado das
atividades dos seres humanos. Esses impactos são responsáveis por desencadear mudanças
que afetam diferentes níveis, indo desde as condições estéticas daquele ambiente até a saúde e
as atividades econômicas de uma população."

O impacto ambiental é qualquer alteração no ambiente provocada por ações humanas. Pode
ser, portanto, positivo ou negativo, temporário ou permanente.

Impactos ambientais são as consequências das atividades humanas na natureza. A mineração e


a agricultura, por exemplo, são atividades econômicas que alteram o meio ambiente. Os
impactos ambientais afetam o planeta de várias formas e podem fazer estragos irreparáveis.
Esses impactos podem ser locais, como a poluição urbana do ar e a poluição do ar em
ambientes fechados.

Na literatura técnica, há várias definições de impacto ambiental, quase todas elas largamente
concordantes quanto a seus elementos básicos, embora formuladas de diferentes maneiras.
Alguns exemplos são:

Qualquer alteração no meio ambiente em um ou mais de seus componentes – provocada por


uma ação humana (Moreira, 1992, p. 113.).

O efeito sobre o ecossistema de uma ação induzida pelo homem (Westman, 1985, p. 5.).

A mudança em um parâmetro ambiental, num determinado período e numa determinada área,


que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se essa atividade
não tivesse sido iniciada (Wathern, 1988a, p. 7.).

Tipos de Impactos Ambientais

De acordo com o seu estado natural os impactos ambientais podem ser diretos ou indiretos.

Os impactos diretos referem-se aos efeitos imediatos e visíveis causados por uma ação
específica. Por exemplo, a destruição de habitats naturais devido à construção de uma estrada
ou o lançamento de produtos químicos em um corpo d'água.

Por outro lado, os impactos indiretos são os efeitos secundários ou consequências em cadeia
que ocorrem como resultado dos impactos diretos. Por exemplo, a poluição do ar gerada por
uma indústria pode ter impactos indiretos na saúde humana e na biodiversidade, afetando
indiretamente outras áreas.

Ambos os tipos de impactos são importantes de serem considerados em avaliações de impacto


ambiental e gestão ambiental, pois podem ter efeitos significativos no meio ambiente, na
saúde humana e nos ecossistemas. A compreensão e identificação dos impactos diretos e
indiretos são fundamentais para tomar medidas adequadas de mitigação e minimizar os efeitos
negativos das atividades humanas no meio ambiente.
Critérios de Classificação de Impactos Ambientais

Os critérios de classificação dos impactos ambientais podem variar dependendo do contexto e


do método utilizado. No entanto, existem alguns critérios comuns que são frequentemente
utilizados para classificar os impactos ambientais. Alguns exemplos incluem:

Magnitude: Refere-se à intensidade ou grau de alteração causada pelo impacto ambiental.


Pode ser classificado como baixo, moderado ou alto, com base nos efeitos observados no
meio ambiente.

Duração: Refere-se ao período de tempo em que o impacto ambiental ocorre e permanece


ativo. Pode ser classificado como temporário (curto prazo) ou permanente (longo prazo).

Abrangência: Refere-se à área geográfica afetada pelo impacto ambiental. Pode ser localizado
(afetando uma área restrita) ou difuso (afetando uma ampla área).

Reversibilidade: Refere-se à capacidade de reverter ou mitigar os efeitos do impacto


ambiental após a sua ocorrência. Pode ser classificado como reversível (possível de ser
revertido) ou irreversível (não passível de ser revertido).
Sinergia: Refere-se à interação entre diferentes impactos ambientais, onde a combinação de
múltiplos impactos pode levar a efeitos cumulativos maiores do que a soma dos efeitos
individuais.

Importância ecológica: Refere-se ao valor ecológico do ambiente afetado pelo impacto,


considerando a presença de espécies ameaçadas, habitats sensíveis, áreas protegidas, entre
outros fatores.

Significância: Refere-se à relevância do impacto ambiental em relação aos objetivos e


critérios estabelecidos pelos órgãos reguladores e pela legislação ambiental aplicável.

Esses critérios podem ser utilizados em avaliações de impacto ambiental, estudos ambientais e
relatórios de sustentabilidade para classificar e descrever os impactos que uma atividade,
projeto ou empreendimento pode causar no meio ambiente. É importante adaptar os critérios
às necessidades específicas do contexto e considerar a orientação das autoridades ambientais
locais e da legislação vigente.

Impactos Ambientais em Angola

Em Angola, há diversos impactos ambientais decorrentes de atividades humanas e do


desenvolvimento socioeconômico do país. Alguns dos principais impactos ambientais em
Angola incluem:

Desmatamento e perda de biodiversidade: A expansão da agricultura, a exploração madeireira


e a urbanização têm contribuído para o desmatamento e a perda de habitats naturais, levando à
diminuição da biodiversidade e à extinção de espécies.

Poluição da água: A falta de sistemas adequados de tratamento de água e de gestão de


resíduos resulta na poluição de rios, lagos e lençóis freáticos por resíduos sólidos, esgoto e
produtos químicos, afetando a qualidade da água e a vida aquática.

Poluição do ar: As atividades industriais, a queima de combustíveis fósseis e o uso de


veículos motorizados contribuem para a emissão de poluentes atmosféricos, causando
problemas de saúde e afetando a qualidade do ar.
Erosão do solo: Práticas agrícolas inadequadas, como o desmatamento sem controle e a
exploração intensiva da terra, podem levar à erosão do solo, diminuindo sua fertilidade e
contribuindo para a degradação ambiental.

Desperdício de recursos naturais: A exploração não sustentável de recursos naturais, como


petróleo, gás e minerais, pode levar à exaustão desses recursos e à degradação dos
ecossistemas locais.

Mudanças climáticas: As emissões de gases de efeito estufa provenientes da queima de


combustíveis fósseis e de atividades industriais contribuem para as mudanças climáticas,
resultando em eventos climáticos extremos, como secas, inundações e aumento da
temperatura média.

Legislação que vigoram os impactos ambientais em Angola

Em Angola, a legislação ambiental é composta por diversos instrumentos legais que visam
regular e proteger o meio ambiente, incluindo a prevenção e mitigação dos impactos
ambientais. Alguns dos principais instrumentos legais que abordam os impactos ambientais
em Angola são:

Lei nº 5/98 - Lei de Bases do Ambiente: Estabelece os princípios gerais de proteção,


conservação e uso sustentável dos recursos naturais e do meio ambiente em Angola.

Lei nº 5/99 - Lei da Política Nacional do Ambiente: Define as bases para a promoção de um
ambiente equilibrado e saudável, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento
sustentável em Angola.

Decreto nº 51/04 - Regulamento da Avaliação do Impacto Ambiental: Estabelece as normas e


procedimentos para a avaliação dos impactos ambientais de projetos, obras e atividades que
possam causar alterações significativas no meio ambiente.
Lei nº 10/04 - Lei dos Parques Nacionais e Reservas Naturais: Regula a criação, gestão e
conservação das áreas protegidas em Angola, visando a preservação da biodiversidade e dos
ecossistemas naturais.

Decreto nº 59/07 - Regulamento da Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos: Estabelece as


normas e diretrizes para a gestão adequada dos resíduos sólidos urbanos, visando a prevenção
da poluição e a proteção da saúde pública e do meio ambiente

Segundo Decreto nº51/04 de 23 de Julho a lei de bases do ambiente estabelece que um dos
principais instrumentos de Gestão Ambiental é a Avaliação de Impacte Ambiental cujo
objetivo fundamental é o de aferir as incidências que determinados projetos públicos e
privados possam ter sobre o ambiente, com base em Estudos de Impacte Ambiental
previamente elaborados.

Segundo decreto provincial artigo 3 do decreto nº51/04 cita definições relacionadas sobre
avaliações do impacto ambiental e estudo de impacto ambiental

Avaliação de Impacto Ambiental é um procedimento de gestão ambiental preventiva que


consiste na identificação e análise prévia, qualitativa e quantitativa dos efeitos ambientais
benéficos e perniciosos de uma atividade proposta
Estudo de Impacto Ambiental é o documento elaborado pelo proponente no âmbito do
procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental, que contém uma descrição sumária do
projeto, a identificação e avaliação dos impactes prováveis, positivos e negativos, que a
realização do projeto poderá ter no ambiente;

Auditoria Ambiental é a avaliação, a posterior, dos Impactes Ambientais do projeto, tendo


por referência normas de qualidade ambiental, bem como as previsões, medidas de gestão e
recomendações resultantes do procedimento de Avaliação de Impacto Ambiental

consulta pública é a auscultação dos cidadãos interessados, os residentes na área, afetados


pelo projeto, as suas associações representativas, nomeadamente as de ambiente e os órgãos
do poder local da área territorial abrangida, bem como os representantes das instituições do
poder tradicional, caso o projeto tenha incidência sobre comunidades rurais;

Dono da Obra é o autor do pedido de aprovação de um projeto privado ou a entidade pública


que toma a iniciativa relativa a um projeto;

Realização de Avaliação de Impacte Ambiental

Segundo o artigo 4 do decreto nº51/04 existem 3 fatores fundamentais para realização de


avaliação de impacto ambiental

O licenciamento de projetos agrícolas, florestais, industriais, comerciais, habitacionais,


turísticos ou de infra--estruturas que pela sua natureza, dimensão ou localização tenham
implicações com o equilíbrio e harmonia ambiental e social ficam sujeitos a um processo
prévio de Avaliação de Impacte Ambiental que implica a elaboração de um Estudo de
Impacte Ambiental (EIA) a ser submetido à aprovação do órgão do Governo responsável pela
área do ambiente.

Os projectos referidos no número anterior são, entre outros os descritos no anexo deste
diploma.
Podem estar isentos de realização de Avaliação e Estudo de Impacte Ambiental os
empreendimentos considerados pelo Governo como de interesse para a defesa e segurança
nacional.

Apresentação do Estudo de Impacte Ambiental

Segundo o artigo 5 do decreto nº51/04 dono da obra deve apresentar, no início do


procedimento administrativo de autorização ou de licenciamento do projeto, à entidade
pública competente para tal decisão um Estudo de Impacto Ambiental.

A entidade publica referida no número anterior deve enviar, no prazo de cinco dias, após a
receção do documento, ao membro do Governo responsável pela área do ambiente, os
seguintes elementos:

a) O projeto a ser autorizado ou licenciado;

b) O Estudo do impacto Ambiental;

c) outros elementos que considere convenientes para a correta apreciação do projeto

Estudo de Impacto Ambiental

Segundo o artigo 6 do decreto nº51/04 Estudo de Impacte Ambiental deve conter os


seguintes dados:

a) Descrição do projeto;

b) O relatório do Estudo de Impacte Ambiental;

c) Todas as alternativas tecnológicas e de idealização do projeto, confrontando-as com a


hipótese da não execução do projeto

; d) Identificação e avaliação sistemática dos Impactos Ambientais gerados nas fases de


implantação e operação da atividade preconizada no projeto;
e) definir os limites da área geográfica a ser afetada de forma direta ou indireta pelos
impactes, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, às
populações humanas, outros seres vivos e a bacia hidrográfica na qual se localiza;

f) considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de


influência do projeto e sua compatibilidade;

g) outros elementos que pelas particularidades e características do projecto forem julgadas


pertinentes.

Atividades técnicas do Estudo de Impacto Ambiental

Segundo o artigo 7 decreto nº51/04 a realização de Estudo de Impacte Ambiental deve-se


desenvolver, no mínimo, as seguintes atividades técnicas:

O diagnóstico ambiental da área de influência do projeto e descrição, análise dos recursos


ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental
da área, antes da implantação do projeto, considerando-se:

a) O meio físico, o solo, o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando-se os recursos


minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos de água, o regime hidrológico, as
correntes marinhas, as correntes atmosféricas;
b) O meio biológico e os ecossistemas naturais – a fauna e a flora, destacando as espécies
indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e económico, raras e ameaçadas de
extinção e as áreas de preservação permanente;

c) O meio socioeconómico, o uso e ocupação do solo, o uso da água e a componente


sociocultural, destacando-se os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da
comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a
potencial utilização futura desses recursos.

Análise dos Impactes Ambientais do projeto e das suas alternativas, através da identificação,
previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactes relevantes,
descriminando-se:

Os impactes positivos e negativos, diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos,


temporários e permanentes;

Seu grau de reversibilidade;

Suas propriedades cumulativas e sinergéticas;

Distribuição dos ónus e benefícios sociais.

Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos.

Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactes positivos e


negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados

Avaliação de Impacto Ambiental

Segundo artigo 9 do decreto nº51/04 a instrução do processo de Avaliação de Impacto


Ambiental deve atender aos princípios e objetivos definidos na Lei de Bases do Ambiente,
nomeadamente:

a) um resumo não técnico do projeto;

b) uma descrição das atividades a desenvolver;

c) uma descrição geral da situação ambiental do local de implantação da atividade;

d) um resumo, das opiniões e críticas resultantes de consultas públicas;

e) uma descrição das possíveis mudanças ambientais e sociais provocadas pelo projeto;
f) indicação das medidas previstas para eliminar ou minimizar os efeitos sociais ambientais
negativos;

g) indicação dos sistemas previstos para o controlo e acompanhamento da atividade

Cacuaco é uma municipalidade localizada na província de Luanda, em Angola. Aqui


estão algumas informações sobre a caracterização regional de Cacuaco:

1. Localização: Cacuaco está localizado na região nordeste da província de Luanda, às


margens do Oceano Atlântico. Faz fronteira com os municípios de Viana a sul e de
Quiçama a leste.
2. História: A história de Cacuaco remonta ao período colonial. Durante a época do
domínio português, a região era conhecida como "Vila Teixeira da Silva" em
homenagem ao governador João Maria Teixeira da Silva. Após a independência de
Angola em 1975, a região passou a ser chamada de Cacuaco.
3. Origem: A área de Cacuaco era originalmente habitada por comunidades pesqueiras
tradicionais. Com o crescimento da cidade de Luanda, muitas pessoas migraram para
Cacuaco em busca de trabalho e oportunidades. Ao longo do tempo, Cacuaco se
desenvolveu em um município com atividades urbanas e rurais.
4. Geologia local: A região de Cacuaco apresenta uma geologia diversificada. Ela é
composta por formações rochosas sedimentares, incluindo arenitos, argilitos e
calcários, que foram depositados ao longo de milhões de anos. A área costeira é
caracterizada por praias arenosas e dunas costeiras.

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