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INSTITUTO FEDERAL DO NORTE DE MINAS GERAIS CAMPUS MONTES

CLAROS
ENGENHARIA QUÍMICA - ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE PROF. MSC.
THALLES DE ASSIS CARDOSO GONÇALVES

Diego Ribeiro de Almeida

RESUMO:
Introdução Ao Tratamento de Esgotos e à Análise de Processo

Montes Claros - MG
01 de março de 2024
• O que são efluentes e por que tratá-los e recuperar recursos
o Efluentes são águas residuais geradas por atividades humanas, como
domésticas, industriais, agrícolas, comerciais, etc., que podem conter
poluentes e contaminantes de diferentes tipos, como orgânicos,
inorgânicos, biológicos, físicos, etc.
o Tratar efluentes significa remover ou reduzir esses poluentes e
contaminantes, para evitar danos ao meio ambiente e à saúde humana,
como a degradação da qualidade da água, do solo e do ar, a transmissão
de doenças, a perda de biodiversidade, etc.
o Recuperar recursos significa aproveitar os componentes úteis dos
efluentes, como água, energia, nutrientes e materiais, para reutilizá-los
ou reciclá-los, reduzindo a demanda por recursos naturais, o consumo
de energia, a emissão de gases de efeito estufa, o custo de tratamento,
etc.

• Como tratar efluentes e recuperar recursos


o Existem diferentes processos de tratamento e recuperação, baseados
em fenômenos físicos, químicos e biológicos, que podem ser
classificados em três categorias principais: primários, secundários e
terciários
o Os processos primários são aqueles que removem os poluentes e
contaminantes mais grosseiros, como sólidos em suspensão, areia,
óleos, etc., por meio de operações como gradeamento, desarenação,
flotação, sedimentação, etc.
o Os processos secundários são aqueles que removem os poluentes e
contaminantes mais finos, como matéria orgânica, nitrogênio, fósforo,
etc., por meio de reações como oxidação, redução, nitrificação,
desnitrificação, etc., envolvendo microrganismos aeróbios ou
anaeróbios
o Os processos terciários são aqueles que removem os poluentes e
contaminantes mais específicos, como metais pesados, compostos
orgânicos voláteis, micropoluentes emergentes, etc., por meio de
técnicas como adsorção, troca iônica, osmose reversa, ozonização, etc.
o Esses processos dependem de variáveis e parâmetros, como
temperatura, pH, oxigênio, carga orgânica, nutrientes, metais,
microrganismos, etc., que devem ser monitorados e controlados para
garantir a eficiência e a estabilidade dos processos
o Esses processos podem ser combinados em diferentes etapas e
sistemas, de acordo com as características dos efluentes e dos recursos
desejados, como lodos ativados, filtros biológicos, lagoas de
estabilização, digestão anaeróbia, coagulação-floculação, filtração,
desinfecção, etc.

• Objetivos do tratamento de efluentes e recuperação de recursos


o Os objetivos são definidos por critérios de qualidade e quantidade, que
variam conforme o destino dos efluentes tratados e dos recursos
recuperados, como reuso, reciclagem, descarte, aproveitamento, etc.
o Os critérios são estabelecidos por normas legais, padrões técnicos e
demandas da sociedade, que podem mudar ao longo do tempo e do
espaço, de acordo com o desenvolvimento científico, tecnológico,
econômico e social
o Os objetivos devem ser alcançados de forma eficiente, eficaz e
econômica, considerando os custos e benefícios envolvidos, como o
investimento inicial, a operação e manutenção, a receita gerada, o
impacto ambiental, a satisfação do usuário, etc.

• Desafios do tratamento de efluentes e recuperação de recursos


o Os desafios são decorrentes dos problemas e dificuldades que a área
enfrenta, como a escassez de água, a poluição, a mudança climática, a
energia, a saúde pública, a economia e a educação ambiental
o A escassez de água é um problema que afeta muitas regiões do mundo,
devido ao aumento da demanda, à diminuição da oferta, à má
distribuição e ao desperdício de água, exigindo soluções como o reuso
de efluentes tratados para fins não potáveis ou potáveis
o A poluição é um problema que afeta a qualidade da água, do solo e do
ar, devido à presença de poluentes e contaminantes provenientes de
diversas fontes, exigindo soluções como o tratamento de efluentes para
remover ou reduzir esses poluentes e contaminantes
o A mudança climática é um problema que afeta o clima e o ecossistema
do planeta, devido ao aumento da concentração de gases de efeito
estufa na atmosfera, exigindo soluções como a recuperação de energia
dos efluentes para reduzir o consumo de combustíveis fósseis e a
emissão de gases de efeito estufa
o A energia é um problema que afeta a disponibilidade e o custo de
energia elétrica, devido à dependência de fontes não renováveis, à
instabilidade da oferta, à ineficiência do uso, exigindo soluções como a
recuperação de energia dos efluentes para gerar energia elétrica ou
térmica a partir de biogás, hidrogênio, etc.
o A saúde pública é um problema que afeta a prevenção e o controle de
doenças, devido à exposição a agentes patogênicos presentes nos
efluentes, exigindo soluções como o tratamento de efluentes para
eliminar ou inativar esses agentes patogênicos por meio de processos
físicos, químicos ou biológicos
o A economia é um problema que afeta a viabilidade e a rentabilidade dos
projetos, devido aos custos elevados, aos riscos financeiros, à falta de
incentivos, exigindo soluções como a recuperação de recursos dos
efluentes para gerar receita a partir da venda ou do uso de água,
energia, nutrientes, materiais, etc.
o A educação ambiental é um problema que afeta a conscientização e a
participação da população, devido à falta de informação, à resistência
cultural, à desconfiança, exigindo soluções como a educação ambiental
para divulgar os benefícios, os desafios e as oportunidades do
tratamento de efluentes e recuperação de recursos
o Os desafios exigem soluções inovadoras, integradas e adaptáveis, que
considerem as especificidades de cada contexto e as necessidades de
cada usuário, como o tipo, a origem, a composição, a vazão, a carga,
etc., dos efluentes, e o destino, a qualidade, a quantidade, etc., dos
recursos
o Os desafios demandam cooperação, participação e conscientização de
todos os envolvidos, desde os geradores dos efluentes até os
beneficiários dos recursos, passando pelos profissionais, gestores,
pesquisadores, legisladores, educadores, etc., que devem atuar de
forma conjunta, responsável e ética.

Os reatores utilizados no tratamento de esgoto são unidades que promovem a


remoção de poluentes e contaminantes por meio de processos físicos, químicos e
biológicos. Existem diversos tipos de reatores, que podem ser classificados de acordo
com o fluxo, a configuração, o regime, o meio suporte, o tipo de microrganismo, etc.
Alguns exemplos de reatores são: reatores anaeróbios de fluxo ascendente com
manta de lodo (UASB), reatores anaeróbios de leito fluidizado (RALF), reatores
aeróbios de lodos ativados (RLA), reatores aeróbios de leito móvel (MBBR), reatores
aeróbios de biofilme (RAB), reatores aeróbios de membrana (MBR), etc.
O balanço de massa envolvido no tratamento de esgoto é uma ferramenta que permite
quantificar as entradas e saídas de massa em um reator, considerando os diferentes
componentes presentes no esgoto, como matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, metais,
etc. O balanço de massa pode ser usado para avaliar a eficiência do tratamento, a
produção de lodo, a produção de biogás, a salinidade, entre outros parâmetros. O
balanço de massa pode ser aplicado em diferentes etapas do tratamento, como o
tratamento primário, secundário e terciário, e em diferentes processos, como os lodos
ativados, a digestão anaeróbia, a osmose reversa, etc.
Para realizar o balanço de massa, é necessário conhecer as vazões e as
concentrações dos efluentes afluente e efluente, bem como dos fluxos internos, como
o lodo de recirculação, o lodo excedente, o permeado, o concentrado, etc. A partir
desses dados, é possível calcular as massas de entrada e saída de cada componente,
e compará-las para verificar se há conservação de massa ou não. A conservação de
massa indica que a massa de entrada é igual à massa de saída, ou seja, não há
acúmulo ou perda de massa no reator. A não conservação de massa indica que há
alguma fonte ou sumidouro de massa no reator, ou seja, há alguma reação química
ou biológica, ou algum erro de medição ou estimativa.
Um exemplo de balanço de massa no tratamento de esgoto é o balanço de massa de
demanda química de oxigênio (DQO), que representa a matéria orgânica presente no
esgoto. O balanço de massa de DQO pode ser usado para estimar a remoção de DQO
no tratamento, a produção de biogás na digestão anaeróbia, a produção de lodo no
processo de lodos ativados, etc. A equação geral do balanço de massa de DQO é:
Onde:
QA é a vazão do efluente afluente (m³/d);
CA é a concentração de DQO do efluente afluente (mg/L);
QR é a vazão do lodo de recirculação (m³/d);
CR é a concentração de DQO do lodo de recirculação (mg/L);
QE é a vazão do efluente tratado (m³/d);
CE é a concentração de DQO do efluente tratado (mg/L);
QW é a vazão do lodo excedente (m³/d);
CW é a concentração de DQO do lodo excedente (mg/L);
QG é a vazão de biogás (m³/d);
CG é a concentração de DQO do biogás (mg/L);
QS é a vazão de sólidos perdidos (m³/d);
CS é a concentração de DQO dos sólidos perdidos (mg/L).

Os termos do lado esquerdo da equação representam as massas de entrada


de DQO no reator, e os termos do lado direito representam as massas de saída de
DQO do reator. Se o reator estiver em regime permanente, ou seja, sem acúmulo de
massa, a equação se iguala a zero, e a massa de entrada é igual à massa de saída.
Se o reator estiver em regime transiente, ou seja, com acúmulo de massa, a equação
se iguala à variação de massa no reator, e a massa de entrada é diferente da massa
de saída.
As taxas de conversão no tratamento de esgoto são os parâmetros que indicam
a quantidade de massa ou energia que é convertida de uma forma para outra durante
os processos de tratamento. Por exemplo, a taxa de conversão de demanda química
de oxigênio (DQO) em biogás é a relação entre a massa de DQO removida e a massa
de biogás produzida em um reator anaeróbio. As taxas de conversão dependem de
vários fatores, como o tipo de efluente, o tipo de reator, o tipo de microrganismo, as
condições operacionais, etc.
As taxas de conversão são importantes para dimensionar, projetar, operar e
otimizar os sistemas de tratamento de esgoto, pois permitem estimar a eficiência de
remoção de poluentes, a produção de lodo, a produção de biogás, o consumo de
energia, o custo de tratamento, o impacto ambiental, etc. As taxas de conversão
também são úteis para realizar o balanço de massa e energia dos processos de
tratamento, que consiste em quantificar as entradas e saídas de massa e energia em
um sistema, considerando os diferentes componentes presentes no esgoto, como
matéria orgânica, nitrogênio, fósforo, metais, etc.
Para calcular as taxas de conversão, é necessário conhecer as vazões e as
concentrações dos efluentes afluente e efluente, bem como dos fluxos internos, como
o lodo de recirculação, o lodo excedente, o permeado, o concentrado, etc. A partir
desses dados, é possível aplicar as equações de balanço de massa e energia, que
relacionam as massas e as energias de entrada e saída de cada componente, e
verificar se há conservação de massa e energia ou não. A conservação de massa e
energia indica que a massa e a energia de entrada são iguais à massa e à energia de
saída, ou seja, não há acúmulo ou perda de massa e energia no sistema. A não
conservação de massa e energia indica que há alguma fonte ou sumidouro de massa
e energia no sistema, ou seja, há alguma reação química ou biológica, ou algum erro
de medição ou estimativa.
Um exemplo de taxa de conversão no tratamento de esgoto é a taxa de
conversão de DQO em lodo, que representa a quantidade de lodo produzido por
unidade de DQO removida em um processo aeróbio, como os lodos ativados. A taxa
de conversão de DQO em lodo depende da idade do lodo, que é o tempo médio de
permanência dos microrganismos no sistema, e do coeficiente de rendimento, que é
a fração de DQO utilizada para a síntese de novas células. A taxa de conversão de
DQO em lodo pode ser calculada pela seguinte equação:

Y é a taxa de conversão de DQO em lodo (kg de lodo/kg de DQO);


QW é a vazão do lodo excedente (m³/d);
CW é a concentração de DQO do lodo excedente (mg/L);
QA é a vazão do efluente afluente (m³/d);
CA é a concentração de DQO do efluente afluente (mg/L);
QE é a vazão do efluente tratado (m³/d);
CE é a concentração de DQO do efluente tratado (mg/L).

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