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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
FACULDADE DE GEOLOGIA
ECONOMIA MINERAL

GENESIS WILLIAMYS SANTOS CARNEIRO


GEORGE LUCAS GOMES CARDOSO
JOÃO VITOR GOMES DOS SANTOS

A RELAÇÃO ENTRE O MEIO-AMBIENTE E A MINERAÇÃO

BELÉM
2023
GENESIS WILLIAMYS SANTOS CARNEIRO
GEORGE LUCAS GOMES CARDOSO
JOÃO VITOR GOMES DOS SANTOS

A RELAÇÃO ENTRE O MEIO-AMBIENTE E A MINERAÇÃO

Trabalho avaliativo apresentado como


requisito parcial para aprovação na disciplina
de Economia Mineral, do curso Geologia, da
Universidade Federal do Pará.

Docente: Prof. Dr. Carlos Marcello Dias


Fernandes

BELÉM
2023

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.............................................................................................4
2. DESAFIOS AMBIENTAIS E SOCIAIS..........................................................4
3. MEDIDAS MITIGADORAS..........................................................................5
4. BARRAGENS DE REJEITO..........................................................................6
5. GARIMPOS..................................................................................................7
6. CONCLUSÕES.............................................................................................8
7. REFERÊNCIAS............................................................................................ 9
1. INTRODUÇÃO
A relação entre mineração e meio ambiente é um tema complexo e amplamente
debatido, envolvendo questões sociais, econômicas e ambientais. A mineração é uma
atividade essencial para a extração de recursos minerais, como minério de ferro, carvão, ouro,
cobre e muitos outros, que são fundamentais para o desenvolvimento econômico e industrial
de muitos países. No entanto, essa atividade também pode ter impactos significativos e
duradouros sobre o meio ambiente, desde a destruição de habitats naturais até a poluição do
solo, da água e do ar.

2. DESAFIOS AMBIENTAIS E SOCIAIS


Um dos principais desafios ambientais relacionados à mineração é a remoção da
vegetação e a destruição de habitats naturais para a abertura de minas. A mineração a céu
aberto, em particular, pode ter impactos devastadores sobre ecossistemas terrestres, resultando
na perda de biodiversidade e na degradação de ecossistemas sensíveis. A remoção da
vegetação também pode aumentar o risco de erosão do solo e deslizamentos de terra,
causando problemas adicionais de degradação ambiental. Além disso, a mineração pode
resultar em poluição significativa da água e do solo. Durante o processo de extração,
substâncias químicas tóxicas, como mercúrio, cianeto e ácido sulfúrico, podem ser liberadas
no ambiente. Essas substâncias podem contaminar as águas subterrâneas, rios e lagos,
representando uma ameaça à saúde humana e à vida aquática. A contaminação do solo
também pode ocorrer devido ao depósito inadequado de resíduos de mineração, que podem
conter substâncias perigosas.
A poluição do ar é outro problema associado à mineração, especialmente em minas
subterrâneas e na extração de carvão. Durante a mineração de carvão, a liberação de gases
como dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e partículas finas pode contribuir para a
poluição do ar e para problemas respiratórios em comunidades próximas às minas. Além
disso, o processo de queima de carvão nas usinas termelétricas, que consomem a maior parte
do carvão extraído, é uma das principais fontes de emissão de dióxido de carbono,
contribuindo para as mudanças climáticas.
A mineração também pode ter impactos sociais significativos. Comunidades próximas
a áreas de mineração muitas vezes sofrem com a perda de terras, deslocamentos forçados e
mudanças nos modos de vida tradicionais. Além disso, a presença de empresas de mineração
pode gerar tensões sociais, conflitos e violações dos direitos humanos, especialmente em
países com governança frágil.

3. MEDIDAS MITIGADORAS
Diante desses desafios, é crucial adotar práticas de mineração sustentável e mitigação
de impactos ambientais. Isso inclui a implementação de regulamentações ambientais
rigorosas, o uso de tecnologias mais limpas e eficientes, a redução do consumo de água e
energia, e a gestão adequada de resíduos e produtos químicos.
Essas medidas englobam uma variedade de abordagens e tecnologias, visando
minimizar os efeitos negativos sobre o meio ambiente. Algumas das principais medidas
mitigadoras empregadas pela mineração são:
• Gestão adequada de resíduos: A mineração busca gerenciar os resíduos de forma
adequada para evitar a contaminação do solo e da água. Isso envolve o
desenvolvimento de técnicas de disposição e armazenamento seguro de rejeitos, como
a construção de barragens de rejeitos projetadas para evitar vazamentos e
rompimentos. Além disso, práticas de reciclagem e reutilização de materiais também
são adotadas para reduzir a quantidade de resíduos gerados.
• Controle da poluição do ar e emissões: A indústria da mineração tem implementado
medidas para controlar as emissões atmosféricas e reduzir a poluição do ar. Isso pode
envolver a instalação de equipamentos de controle de poluição, como filtros de
partículas e sistemas de tratamento de gases, para minimizar a liberação de poluentes
durante as operações de mineração e processamento.
• Uso eficiente de recursos naturais: A mineração busca otimizar o uso de recursos
naturais, como água e energia, por meio da implementação de práticas mais eficientes.
Isso pode incluir o desenvolvimento de tecnologias de economia de água, recirculação
de água em processos de beneficiamento mineral e a utilização de fontes de energia
renovável para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
• Recuperação e reabilitação de áreas degradadas: A mineração tem se
comprometido com a recuperação e reabilitação de áreas degradadas, buscando
restaurar os ecossistemas impactados pela atividade mineradora. Isso pode envolver o
reflorestamento, a revegetação e o monitoramento contínuo para garantir a
recuperação adequada das áreas afetadas.
• Monitoramento ambiental e pesquisa científica: A indústria da mineração investe
em programas de monitoramento ambiental para avaliar os impactos e a eficácia das
medidas mitigadoras adotadas. Além disso, a pesquisa científica é incentivada para o
desenvolvimento de tecnologias mais avançadas e soluções inovadoras que possam
reduzir ainda mais os impactos ambientais da mineração.
• Envolvimento com as comunidades locais: A mineração busca envolver as
comunidades locais afetadas pela atividade, promovendo a transparência, o diálogo e a
participação dos moradores nas decisões relacionadas à mineração. Isso inclui o
respeito aos direitos das comunidades, a geração de empregos locais e o
desenvolvimento de programas de responsabilidade social e ambiental que beneficiem
a população local.

A pesquisa e o desenvolvimento de alternativas sustentáveis também desempenham


um papel importante na mitigação dos impactos ambientais da mineração. Por exemplo, a
promoção da reciclagem e da economia circular pode reduzir a dependência de novas
extrações minerais, bem como o desenvolvimento de tecnologias de mineração mais
eficientes e menos poluentes.
Ademais, a transição para fontes de energia renovável, como a solar e a eólica, pode
reduzir a demanda por minerais como carvão e petróleo, diminuindo assim a pressão sobre os
ecossistemas naturais. Outro aspecto relevante é o consumo de recursos naturais não
renováveis pela indústria da mineração. A extração de minerais em larga escala pode levar à
escassez e à exaustão desses recursos. Embora muitos minerais sejam essenciais para a
fabricação de produtos e tecnologias modernas, é importante encontrar um equilíbrio entre o
suprimento desses recursos e a necessidade de preservação ambiental.

4. BARRAGENS DE REJEITO
A poluição causada pelos rejeitos de mineração é outra preocupação ambiental séria. O
acúmulo de resíduos de mineração em grandes quantidades, conhecidos como rejeitos, pode
representar riscos para o meio ambiente e para as comunidades próximas. Em alguns casos, os
rejeitos são armazenados em barragens, e se essas estruturas não forem devidamente
construídas, mantidas e monitoradas, podem ocorrer desastres.
As barragens de rejeito podem ser classificadas de acordo com o método de construção
e disposição dos materiais. Duas técnicas comuns são o alteamento a montante e a jusante. No
entanto, vale ressaltar que o método de alteamento a montante tem sido proibido em muitos
países devido aos riscos de segurança envolvidos.
O método de alteamento a montante é o mais antigo e tradicional. Nesse método, as
camadas de rejeitos são colocadas sobre o próprio material construído anteriormente,
formando uma parede inclinada em forma de degrau. À medida que a barragem cresce
verticalmente, ela se move para cima em direção à montante do depósito de rejeitos. Esse
método é considerado mais rápido e econômico em termos de construção.
No entanto, o método de alteamento a montante também é considerado o mais
inseguro. Isso ocorre porque a barragem é construída com base em uma mistura de rejeitos e
água, o que a torna menos estável. Além disso, o alteamento a montante tem um maior
potencial de liquefação, que é o processo em que o material se torna temporariamente fluido e
perde sua resistência estrutural. Esse processo pode levar ao colapso da barragem, causando
danos significativos e liberando grandes volumes de rejeitos.
Por outro lado, o método de alteamento a jusante é considerado mais seguro e é
amplamente adotado atualmente. Nesse método, a barragem é construída a partir de materiais
estáveis, como solo compactado, concreto ou rocha. Os rejeitos são depositados a jusante da
barragem já existente, formando um talude descendente. Isso reduz os riscos de liquefação e
aumenta a estabilidade da estrutura.
A proibição do método de alteamento a montante ocorre devido aos riscos
significativos associados a essa técnica. Após o desastre ocorrido em Mariana em 2015 e
posteriormente em Brumadinho em 2019, ambos no Brasil, onde barragens de rejeito
construídas com o método de alteamento a montante se romperam, causando enormes danos
ambientais e perdas humanas, diversos países adotaram medidas para proibir ou restringir o
uso desse método.

5. GARIMPOS
A atividade de garimpo é uma forma informal de mineração, geralmente realizada por
pequenos grupos de trabalhadores independentes. Essa prática ocorre principalmente em áreas
de mineração artesanal e de pequena escala, onde são buscados minerais preciosos, como ouro
e diamantes.
Embora o garimpo possa trazer benefícios econômicos para as comunidades locais,
especialmente em áreas remotas e de baixa renda, ele também está associado a diversos
impactos negativos sobre o meio ambiente, como desmatamento, degradação do solo e
contaminação da água, impactos sobre ecossistemas aquáticos e conflitos com comunidades
indígenas
Diante desses impactos negativos, é essencial adotar medidas para mitigar os danos
ambientais causados pelo garimpo que inclui regularização e formalização das atividades,
adoção de tecnologias mais limpas e sustentáveis, capacitação e conscientização dos
garimpeiros e fiscalização e controle das atividades.

6. CONCLUSÕES
É importante reconhecer que a mineração também desempenha um papel fundamental
na transição para uma economia de baixo carbono. Os minerais desempenham um papel vital
na produção de tecnologias renováveis, como painéis solares, turbinas eólicas e baterias de
íon-lítio. Portanto, é necessário encontrar soluções que equilibrem a demanda por minerais
essenciais para a transição energética e a necessidade de proteção ambiental. Para abordar
essas questões, é fundamental adotar uma abordagem abrangente, envolvendo governos,
empresas, comunidades locais e organizações não governamentais. É necessário estabelecer
regulamentações rigorosas para controlar e mitigar os impactos ambientais da mineração,
além de incentivar a responsabilidade social corporativa. Também é importante investir em
pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais limpas e eficientes, bem como na promoção
da reciclagem e da economia circular.
No Brasil, várias entidades e instituições estão vinculadas à tecnologia ambiental
aplicada à mineração, como o IBRAM, a CPRM (atual SGB) e a ANM, que buscam
promover práticas mais sustentáveis e responsáveis no setor. Essas entidades desempenham
um papel fundamental na pesquisa, desenvolvimento e implementação de soluções inovadoras
para mitigar os impactos ambientais da mineração. Essas entidades têm um papel crucial na
busca por soluções tecnológicas e normativas que promovam uma mineração mais sustentável
e consciente dos impactos ambientais.
O trabalho conjunto entre governo, empresas, comunidades e entidades ambientais é
fundamental para enfrentar os desafios relacionados à mineração e meio ambiente, buscando
conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação dos recursos naturais e a proteção
do meio ambiente.
A conscientização e a educação também desempenham um papel importante na
relação entre mineração e meio ambiente. É essencial informar as pessoas sobre os impactos
da mineração e incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis em todas as etapas da cadeia
de valor da mineração.
7. REFERÊNCIAS

MUNDO EDUCAÇÃO. (Data desconhecida). Impactos ambientais da mineração.


Recuperado em 13 de julho de 2023, Disponível em:
<https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/impactos-ambientais-mineracao>

BARRETO, M. L. Mineração e desenvolvimento sustentável: desafios para o Brasil. Rio


de Janeiro: CETEM/MCT, 2001. 215p.

Relatório perspectivas do meio ambiente para o Brasil: GEO-BRASIL, 2002. Brasília:


CPRM, março 2002. 31p.

BARBOZA, F. L. M. E GURMENDI, A. C. Economia mineral do Brasil. Brasília:


DNPM.1995

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