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GOIÂNIA
2016
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GOIÂNIA
2016
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
2. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 5
3. OBJETIVOS ................................................................................................................ 5
1 INTRODUÇÃO
Num cenário em que temas ambientais adentram cada vez mais os assuntos populares,
surgem novas técnicas promissoras - e eficazes- capazes de desatualizar e inviabilizar os
métodos tradicionais. No que tange à engenharia, nada muda. Cada vez mais as pessoas se
conscientizam da real necessidade de medidas à serem tomadas com o intuito de preservar
os recursos naturais e barrar o superaquecimento do planeta. É nesse contexto que surge a
ideia da Engenharia Natural.
2 JUSTIFICATIVA
Segundo Golfari e Caser (1977), devido ao seu baixo custo, os requerimentos técnicos
relativamente simples para instalação e manutenção, a adequação paisagística e ambiental,
têm encontrado um largo campo de aplicação em regiões tropicais e semitropicais, já que
nestas regiões as condições favoráveis ao crescimento da vegetação ocorrem na maior parte
do ano.
Também deve-se considerar que “as plantas desenvolvem um papel importante ao nível do
ciclo hidrológico pois reduz a água no solo através da folhagem, raízes e ramos o que contribui
para a estabilização do solo” (SILVA, 2012). Por fim, também deve-se levar em conta que o
emprego dessas técnicas constitui uma elevada compatibilidade na integração ambiental,
contribuindo para a sustentabilidade.
3 OBJETIVOS
É também um objetivo a execução de uma parte prática onde se irá aplicar uma ou mais
técnicas de engenharia natural, de acordo com a identificação feita no(s) solo(s), verificando
quais são as técnicas mais adequadas aos taludes da área especificada.
4 REVISÃO LITERÁRIA
Primeiramente, taludes são zonas de topografia acentuada, com maior ou menor inclinação
com o solo, podendo ser natural ou consequência de ações humanas. Estes estão sujeitos a
fenômenos erosivos, sendo então comum a ocorrência de movimento de materiais terrosos
ou rochosos, chamados de “movimentos de vertente”. Assim, é essencial que sejam feitos
estudos dos métodos e materiais mais eficientes para a contenção desses tipos de
movimento.
O estudo das condições do solo é de grande importância para verificar condições existentes
locais. Para isso, segundo Silva (2012), estudos geológicos e geotécnicos definirão as
características geotécnicas dos materiais, como também dos possíveis mecanismos de
ruptura, permitindo aplicações de neutralização, a fim de evitar acidentes futuros.
Da mesma forma, é preciso que se tenha o conhecimento sobre a vegetação local e não local,
em alguns casos, para melhor determinação dos tipos de plantas mais adequadas ao solo
estudado, região em torno do talude, clima local, etc. De acordo com Portocarrero et al (2006),
a ampliação desse conhecimento permitirá o aumento da eficácia dos projetos de recuperação
ambiental e na estabilidade de taludes e encostas.
Uma proposta alternativa para a construção do talude do Beira Rio (margem esquerda do Rio
Itaíçu-Açu) da cidade de Blumenal – SC, como mostra a figura 2, pode ser usada como
exemplo do uso da vegetação local e não local e de elementos naturais, como estacas vivas
e blocos de rochas para a contenção da encosta feita naquele local. Além do uso do ambiente
construído para a criação de passeios e ciclovias no alto do talude.
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5 MATERIAIS E MÉTODOS
5.1 MATERIAIS
Para os materiais utilizados na construção dos taludes, foi utilizada a técnica da génese da
engenharia natural, que segundo Gray e Leiser (1989), consiste na utilização de sistemas
vivos, e através de um método dinâmico, sem gastos de energia que possam se desenvolver
através da seleção equilibrada entre os materiais inertes e os materiais vivos que obtém uma
alta sustentabilidade.
Os materiais vivos são plantas, partes de plantas, sementes e todas as associações vegetais
(estacaria de arbustivas autóctones, sementes de herbáceas, plantas em torrão,
representados alguns exemplos na figura 3). Geralmente, no local de construção, são usadas
as vegetações que se encontram no local, dado que estas estão adaptadas às características
locais. Possuem uma função estabilizadora, que anteriormente era executada por materiais
inertes.
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São usados como preparação do terreno para a receção das plantas, sendo utilizados uma
série de Técnicas de Engenharia Natural (mais comuns neste tipo de construção: madeira,
pedras, geotêxtis, metais e fibras, figura 4). Os materiais inertes, devem ser selecionados
pelas suas características técnicas, abundância na região, pela facilidade de aquisição e em
função do seu custo. Esses materiais podem ser alvenaria, restos culturais, madeira ou pedras
(Durlo e Sutili, 2003). Os materiais inertes têm como função assegurar a estabilidade do local
enquanto a vegetação se desenvolve.
5.2 MÉTODOS
Dentre os métodos para a estabilização dos taludes, há alguns fatores que devem ser levados
em conta para a sua construção, dentre eles, os custos da obra, os materiais e equipamentos
disponíveis, dentre outros. Os principais problemas de instabilidade num talude são erosão,
os escorregamentos, a queda de blocos e os fluxos. As técnicas utilizadas neste tipo de
instabilidade podem ser agrupadas em três categorias: medida de proteção, correção e
reforço.
VALAS DE RETENÇÃO:
Esta proteção consiste numa vala construída na base do talude com o objetivo de reter os
blocos rochosos (figura 5). O seu dimensionamento depende da altura e da inclinação do
talude. Um talude com inclinações de 90º a 70º, os blocos terão uma trajetória em queda livre,
logo amontoam-se junto a base, para inclinações de 70º a 50º os blocos irão rebolar e devido
aos ressaltos tenderão a amontoar-se mais distantes da base do talude. A altura do talude irá
afetar a queda de forma proporcional, ou seja, quanto maior altura, mais distante da base irá
ser o amontoamento.
BANQUETAS
Este tipo de proteção consiste no desmonte do talude de forma a criar vários degraus (figura
6). É uma proteção que pode não ser eficaz, se os blocos não se amontoarem na base de
cada banqueta. Para evitar ressaltos e rolamento dos blocos são muitas vezes utilizadas em
conjunto com redes metálicas que funcionam como barreiras de retenção.
REDES
Este tipo de proteção é muito frequente no revestimento de taludes. A sua função consiste em
evitar a queda dos blocos rochosos mais pequenos, os blocos de maior dimensão serão
retidos na base do talude. Consiste numa malha de aço de grande resistência e flexibilidade,
o que permite uma grande adaptabilidade às condições do talude bem como o
desenvolvimento de uma cobertura vegetal que promoverá um suporte adicional (figura 7).
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Figura 7 - Exemplo de uma “Rede para rochas” que controla as quedas rochosas em áreas problemáticas.
REPERFILAMENTO DO TALUDE
Esta técnica é muito simples e eficaz, por isso, deve ser a primeira medida de correção a ser
considerada. Consiste na alteração da geometria do talude recorrendo ao corte ou aterro de
forma a conseguir um perfil mais estável (figura 8). É geralmente utilizada em conjunto com
obras de drenagem de forma a reduzir as infiltrações e o escoamento superficial, minimizando
os processos erosivos. Um dos fatores de instabilidade é a gravidade que está associada à
inclinação e à altura do talude. Estes dois fatores são os mais relevantes no reperfilamento
de um talude.
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OBRAS DE CONTENÇÃO
Entende-se por obras de contenção todas as estruturas que, uma vez implantadas em um
talude, oferecem resistência à movimentação deste ou à sua ruptura, ou ainda que reforça
uma parte do maciço, de modo que esta parte possa resistir aos esforços, independentemente
da instabilidade do mesmo. As obras de contenção podem classificar-se: muros de gravidade,
obras especiais de estabilização e soluções alternativas em aterros.
Estes muros são os mais antigos e em maior número. Consistem em pedras colocadas
manualmente em que a sua resistência depende exclusivamente do interligamento dessas
pedras (figura 9-A). Atualmente é cada vez menos frequente o uso destes muros,
especialmente em muros com maior altura, devido ao seu custo elevado. Este muro apresenta
algumas vantagens, tais como a simplicidade na construção e o facto de empregar qualquer
dispositivo de drenagem porque o material do muro é drenante. Pode ser vantajoso este tipo
de muro aquando no local estão disponíveis blocos de pedra, pois assim o seu custo é
reduzido. Pode-se considerar desvantagem, o facto de para alcançar a instabilidade interna
ser necessário os blocos de pedra possuírem dimensões regulares, o que causa um valor
menor do atrito entre as pedras.
Figura 9 - Muro de gravidade. A- Muro de alvenaria de pedra B- Muro alvenaria de pedra com argamassa
6 RESULTADOS ESPERADOS
Outros resultados também envolvem uma possível e provável redução dos custos da obra,
mediante a não utilização de grandes máquinas e a baixa movimentação de terra, destacando
também a simplicidade de instalação e manutenção. Além disso, os materiais utilizados são
naturais e possuem baixo custo.
O impacto ambiental também será reduzido, devido ao uso da vegetação como material de
construção vivo, protegendo os recursos naturais e encontrando um equilíbrio entre as
atividades humanas e o sistema ecológico.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, P. A. S.; ORLANDI, C; CAMARGO, J. C. C.; OKAWA, M.; PRIETO, V.; (1991)
– Manual de geotecnia: taludes de rodovias; orientação para diagnóstico e soluções de seus
problemas. São Paulo: IPT, 1991. p. 388.
GRAY, D. H.; LEISER, A. T. Biotechnical slope protection and erosion control. Van Nostrand
Reinhold, New York: 1989.