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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU (UNINASSAU)


CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA CIVIL

LUCIANO DE SOUZA CAMÊLO

MATERIAIS SUSTENTÁVEIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ARCOVERDE
2021
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LUCIANO DE SOUZA CAMÊLO

MATERIAIS SUSTENTÁVEIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL

FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU (UNINASSAU)

Relatório apresentado ao Curso de


Graduação de Engenharia Civil do
FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
(UNINASSAU) do estado de Pernambuco,
como requisito para obtenção de nota da
disciplina Estágio Supervisionado I, sob
orientação do Professor André Marque
Cavalcanti Filho.

ARCOVERDE
2021
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RESUMO

Aponta-se que no nosso país em média, são produzidos cerca de 79 milhões


em resíduos sólidos por ano, sendo a construção civil, responsável por
aproximadamente 50% da produção desses resíduos, isso levando-se em
consideração apenas o que é recolhido de forma legal, podendo assim o
número ser maior, devido aos descartes irregulares. Observa-se que grande
parte deles, é proveniente das reformas e de novas edificações, tendo como
grandes responsáveis por este montante materiais como concreto, pedras,
argamassa, materiais cerâmicos, madeiras, metais entre outros. Percebe-se
que essa grande produção anual explicitada, tem que ser alinhada com o
conceito de Desenvolvimento Sustentável, que alinha os desenvolvimentos
sociais, econômicos e ambientais. Identifica-se claramente que não se impede
que haja um crescimento econômico ou social, e sim a grande preocupação em
se esgotar os recursos naturais. Ressalta-se que apenas 20% dos resíduos
sólidos produzidos pela construção civil são reciclados. Levando-se em conta
esse baixo percentual, este relatório, tem como objetivo, apresentar conceitos,
práticas e materiais que além de propiciar uma reflexão sobre a redução desse
montante produzido, sejam levados materiais para um desenvolvimento
sustentável. Para isso foram avaliados os benefícios do uso de agregados
naturais, promovendo assim uma ferramenta na luta contra a escassez dos
agregados naturais. A introdução desses tipos de materiais permite se alcançar
o desenvolvimento de um projeto sustentável. Avalia-se que 40% de toda a
energia produzida no mundo é utilizada na construção civil, seja em
apartamentos, casas, prédios comerciais, bem como para sua reforma,
manutenção e funcionamentos. Conclui-se, portanto, que para construção civil
existem alternativas para se evitar o desperdício de materiais, bem como
promover a reutilização de materiais descartados, gerando um benefício para
quem constrói, diminuindo o custo da obra, e principalmente, poupando os
recursos naturais, bem como implementar projetos de fontes renováveis de
energia, como a eólica e a solar.

Palavras Chave: Desenvolvimento Sustentável, Reciclagem de Resíduos


Sólidos e Sustentabilidade, Fontes de Energias Renováveis.
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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO ................................................................................... 05
2. OBJETIVOS ...................................................................................... 06
3. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................. 07
4- METODOLOGIA ................................................................................. 09
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 10
6. CONCLUSÃO ..................................................................................... 17
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... 19
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1. INTRODUÇÃO

Sabe-se que a construção civil, especificamente no Brasil são


produzidas cerca de 31 milhões de toneladas por ano de resíduos, e que
atualmente, apenas 20% desse montante é reciclado e utilizado novamente na
construção civil. Estudos mostram que há alternativas para um
reaproveitamento maior desse material, bem como, existem alternativas para
construção civil e para inserir numa discussão sobre o tema, os futuros
profissionais da engenharia civil, bem como a sociedade pernambucana. Será
apresentado neste trabalho alguns materiais que além de evitar desperdício
desse montante, trazem alternativas na luta pela preservação ambiental, se
utilizando do conceito de desenvolvimento sustentável, o qual, traz a ideia de
desenvolvimento ambiental, aliado aos desenvolvimentos econômico e social.
O objetivo desse trabalho é uma conscientização da possibilidade bem próxima
da escassez das fontes naturais de agregados e energéticas, e para isso
apresentará novos conceitos de agregados naturais, agregados reciclados,
bem como, discutirá a importância da utilização das energias eólica e solar na
redução dos impactos ambientais. Trará a legislação vigente no Brasil sobre o
descarte de um determinado grupo de materiais utilizados nas obras de
reforma e novas edificações no nosso país e a legislação da Política Energética
Nacional.
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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Contribuir para o aprendizado dos temas apresentados, visando que os


profissionais que estão à frente dos projetos e execução das obras de
Engenharia Civil, passem a ter um papel fundamental na preservação
ambiental dentro do setor de construção civil, utilizando-se de materiais que
estejam inseridos dentro do conceito de desenvolvimento sustentável. Ajudar a
construir uma sociedade, e profissionais, com a visão voltada para a
preservação ambiental, a qual, saiba utilizar os recursos de fontes não
renováveis de forma racional, dando preferência a utilização de fontes
renováveis. Incentivar a geração atual e as futuras a promover a preservação e
manutenção dos recursos, seja uma promovedora da multiplicação desses
recursos, como por exemplo, o plantio de árvores e a expansão da utilização
de energia eólica e solar.

2.2. Objetivos Específicos

● Descrever os conceitos de Desenvolvimento Sustentável e sua

importância para que se assegure o crescimento econômico sem exaurir os


recursos naturais.

● Apresentar alguns materiais sustentáveis que possibilitem uma maior

preservação do meio ambiente.

● Proporcionar o conhecimento da Lei 12.305 que instituiu a política de

Resíduos Sólidos gerados no Brasil.

● Discutir as vantagens de utilização de energias renováveis em

detrimento as fontes de recursos esgotáveis.


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3. REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. Desenvolvimento Sustentável

De acordo com Camargo (2003), a ideia central do desenvolvimento sustentável, é a


harmonia entre o desenvolvimento econômico, social e a preservação do meio ambiente, no
qual, no qual sua grande preocupação, e a utilização desses recursos de maneira inconsciente,
pensando apenas no hoje, e não nas gerações futuras e na grande possibilidade da escassez
deles.

3.2. Resíduos sólidos

Segundo Fonseca (2001), o crescimento da população e a necessidade


diárias da população produzem uma quantidade elevada de resíduos sólidos.

A lei que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos no Brasil (PNRS) [2], é a LEI
12.305, DE 02 DE AGOSTO DE 2010.

3.3. Legislação de Resíduos Sólidos

Para Schneider (2013), é necessário que exista uma regulamentação nos Países para
que possibilite para que as novas tecnologias de controle de produção de resíduos além de
poderem ser implementadas de forma satisfatória e com diretrizes pré-estabelecidas, possam
ter o respaldo jurídico.

Observa-se uma tendência de evolução dos sistemas de gestão de resíduos em países


e regiões do mundo, conformando a necessidade de preparação para que as novas
tecnologias, quando forem consideradas, estejam reguladas de forma a assegurar a qualidade
da operação e, especialmente, dos sistemas de controles ambientais (QUICKER; HEE,
2013; SCHNEIDER; RAGOSSNIG, 2013).

3.4. Materiais Sustentáveis

Conforme CARNEIRO; CASSA; BRUM (2001), o desperdício de material na construção


civil ocorre em grande quantidade, e apesar de existir novos métodos para reciclagem e
reaproveitamento desses materiais, ainda estamos longe de mudar nossa cultura no que diz
respeito à preocupação ambiental em equilíbrio com o crescente crescimento da construção
civil, e a reutilização desse material, além de se adequar o novo conceito de sustentabilidade,
traz uma redução de custos para as referidas construções.
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3.5. Fontes de Energias Renováveis

Segundo Pereira, (2015), quando se fala em energias renováveis e desenvolvimento


tecnológico é importante o aproveitar o potencial de algumas fontes de energia disponíveis,
como a energia solar, eólica, fotovoltaica e de biomassa. As tecnologias a base de fontes
renováveis são atrativas por oferecerem uma gama de vantagens ambientais, aliados a
benefícios econômicos e sociais.

Para Gomes (2007), citado por Basso (2015, p.50) “Um dos cernes do problema da
eficiência energética e baixo desempenho das edificações é o raciocínio imediatista, pois, os
elementos de projeto, os mecanismos do mercado e o próprio ato de executar a obra podem
resultar em construções pouco eficientes no quesito energético e de conforto térmico. É
evidente a necessidade de mudança na forma de construir e nas tecnologias e materiais de
construção utilizados no Brasil, para que surjam construções mais eficientes e haja melhorias
nas já existentes”.

A lei LEI Nº 12.490, DE 16 DE SETEMBRO DE 2011. que vem Incentivar a geração de


energia elétrica a partir da biomassa e de subprodutos da produção de biocombustíveis, em
razão do seu caráter limpo, renovável e complementar à fonte hidráulica.
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4. METODOLOGIA

A natureza deste projeto baseia-se na literatura bibliográfica de vários


autores, tendo por base suas fundamentações teóricas por meio das leituras de
livros e artigos, sendo utilizado os que possuem base acadêmica.
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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Paiva e Ribeiro (2004) o aumento da produção de resíduos causadores de


poluição ambiental e sua incorreta forma de descarte final necessitam de uma nova tecnologia
para destiná-los. Porém, o processo de reciclagem desses materiais deve ser feito de forma
cautelosa e segura para garantir sua qualidade na matéria prima final.

Ainda segundo Roth (2009) “Atualmente, o modelo de construção civil praticado no


Brasil, em toda a sua cadeia de produção, ocasiona vários prejuízos ambientais, pois, além de
utilizar, amplamente, matéria-prima não renovável da natureza e consumir elevadas
quantidades de energia, tanto na extração quanto no transporte e processamento dos insumos,
é também perdulário no uso dos materiais e considerado grande fonte geradora de resíduos
dentro da sociedade”.

Percebe-se a importância da utilização dos materiais reciclados,


levando-se em consideração não apenas a diminuição dos custos de uma
reforma ou nova obra, e sim na importância desse material reutilizável para que
se pense numa construção sustentável.
Identifica-se como resíduos sólidos os de classe I, perigosos, como os
inflamáveis, entre outros, e os de classe II, que são os não perigosos. Além
dessa classificação, existe a divisão do tipo de material, sendo eles resíduos
industriais, hospitalares, sólidos urbanos, nucleares, e o que trataremos aqui,
os de construção civil.
Os materiais reciclados e sustentáveis visam a preservação ambiental e
a redução de custos da obra e uma maior qualidade de vida para a
humanidade.

Imagem 01, 02 e 03 - Isoladores Elétricos Cerâmicos

Fonte: Materiais de Construção Volume 2


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Os resultados da caracterização dos resíduos de isoladores elétricos


cerâmicos (granulométrica, índice de forma, massa unitária, absorção de água
e espectrometria por fluorescência de raios X) encontram-se dentro dos valores
indicados pela literatura para aplicação em concretos. Os resultados
demonstram a potencialidade do emprego de resíduos de isoladores elétricos
cerâmicos em substituição a agregados graúdos em concretos, tornando o
desenvolvimento proposto uma solução sustentável para a fabricação de
artefatos que necessitam do uso de fontes não renováveis.

Imagem 04 – Cinzas de Biomassa

Fonte: www.ecivilnet.com

As cinzas resultantes da queima de eucalipto e casca da amêndoa de


cacau foram caracterizadas e utilizadas na produção de argamassas em
substituição ao cimento Portland, o que permitiu chegar às seguintes
conclusões: A cinza obtida apresenta baixo teor de sílica e alumina e, portanto,
não apresenta atividade pozolânica. Além disso, sua estrutura cristalina não
consegue ser alterada mesmo após a queima controlada a altas temperaturas,
o que reduz ainda mais a sua reatividade. Dessa forma a cinza apresenta,
como adição mineral, apenas o efeito fíler. Para potencializar esse efeito, foi
realizada uma moagem de 1 minuto em moinho de bolas, o que resultou em
um material com maior potencial para empacotamento da mistura. A avaliação
das propriedades mecânicas demonstrou que a substituição de 5% de cimento
por cinza ciclone moída praticamente não reduziu a resistência à compressão e
nem a resistência à tração na flexão das argamassas. Devido ao alto teor de
álcalis da cinza, ensaios de reatividade com sílica precisam ser realizados para
confirmar que a cinza ciclone moída pode ser utilizada como uma alternativa
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durável para substituição de parte do cimento portland. É importante ressaltar,


no entanto, que a alta cristalinidade da cinza indica pouca possibilidade de
reação álcali-sílica.

Imagem 04 – Cascalho de perfuração.

Fonte: www.maxwell.vrac.puc-rio.br

Por meio da análise granulométrica do cascalho e da comparação com a


areia natural utilizada, e os limites inferiores e superiores previstos na norma,
pode-se observar que a utilização do cascalho na produção de concretos está
compreendida na zona ótima, e que a substituição da areia natural pelo referido
resíduo poder ser feita. Os resultados obtidos quanto à resistência à
compressão axial aos 7 dias, e quanto à massa específica do concreto fresco
foram satisfatórios. Esses resultados apontaram uma tendência de aumento
em ambos os parâmetros. Isso pode ter ocorrido devido à plasticidade da argila
presente no cascalho e a uma maior quantidade de materiais finos em relação
à areia natural utilizada; o que ocasiona um maior empacotamento das
partículas, proporcionado o aumento da massa específica do concreto fresco e
da resistência à compressão axial. Apesar de tratar-se de um estudo piloto,
percebeu-se que a incorporação dos cascalhos em matrizes cimentícias é uma
alternativa para redução da exploração de jazidas de agregados naturais e
diminuição das áreas de aterro. Pode-se concluir que existe o potencial de
substituição de cascalhos de perfuração em blocos de pavimentação. Mais
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pesquisas devem ser realizadas, considerando a resistência à compressão


axial aos 28 dias, absorção de água por imersão, as simulações de dosagens
para alcançar a resistência à compressão axial adequada para pavimentos com
tráfego leve e pesado, os estudos, considerando vibro-prensas 144 com
controle automático de vibração e prensagem e a variabilidade dos cascalhos
de perfuração de petróleo, em função dos diferentes estágios de perfuração de
um poço e da estratificação dos solos e rochas escavadas.

Imagem 05 – Areia de Brita.

Fonte: http://pedreirasantoantonio.com.br/

Além de diminuir os custos com transporte, pois é extraído diretamente


nas pedreiras, que estão mais próximas ao mercado de consumo, apresentam
granulometria contínua, são isentas de matéria orgânica., reduzem o impacto
ambiental no que se refere, entre outros aspectos da areia natural, que é
retirada do leito dos rios.

Imagem 06 – Concreto Reciclado

Fonte: http://www.deviante.com.br/
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Por ser reaproveitado dos resíduos da própria obra, substituindo em


parcial ou totalmente uma nova remessa de concreto, deixando de utilizar mais
recursos naturais, barateando ainda os gastos da obra.

Imagem 07 – Argamassa de Argila

Fonte: dicasdearquitetura.com.br

Além de ser encontrada facilmente, proporciona um ambiente mais


acústico, além de possuir cores variadas, que em muitas vezes dispensa o uso
de tintas para acabamento da pintura, apresenta maior facilidade de manuseio,
propiciando assim ser moldada mais facilmente, a fabricação de fornos,
chaminés, entre outros benefícios.

Imagem 08 – Energia Eólica e Solar

Fonte: www.prudentesolar.com.br

Segundo Neto e Lima (2016, p. 12), a expansão deste setor no cenário nacional é
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resultado de intensos investimentos, principalmente de países desenvolvidos, que procuram


garantir o suprimento de energia de forma a diminuir a dependência sobre os combustíveis
fósseis.

Para Ruiz (2014), a construção civil possui lugar de destaque entre as indústrias
poluidoras do meio ambiente, enfrentando um grande desafio ao tentar aumentar a eficiência
energética durante e após a execução da obra, pois, necessita de uma das maiores demandas
energéticas no mundo.

Segundo Morishita (2011), citado por Basso (2015) “O consumo de energia também
sofre variação de acordo com a finalidade da edificação, seja ela, pública, comercial ou
residencial. (...) verifica-se que em 2009 o setor residencial foi responsável por 24% do
consumo de toda a energia produzida no país. Além disso, o consumo nos setores residencial,
comercial e público implicou ao setor de edificações 47% de participação no consumo de
energia, ultrapassando o consumo do setor industrial que foi de 44%”.

Encontraram-se na produção de Energia Eólica, desvantagens e


vantagens, entre os pontos negativos podemos enfatizar o dano a fauna,
levando-se em consideração a grande possibilidade de os pássaros virem a
colidir com as estruturas, a interferência eletromagnética, que causa erro na
transmissão de informação ou no funcionamento de um circuito, devido a
emissão de ruídos, de origem tanto mecânica, quanto aerodinâmica. Entre as
vantagens, podemos citar a não utilização de água nem para geração de
energia, nem para o resfriamento das turbinas, além de não produzir nenhum
tipo de resíduo ou poluente, e a maior delas seria a não emissão de CO2.
Pontua-se que esse tipo de energia reduz a dependência da utilização de
combustíveis fósseis.
Revelou-se que na produção de Energia Solar existem benefícios a
sustentabilidade do planeta, como não agressão ao meio ambiente, por ser
uma energia limpa, renovável, que não exaurindo os recursos naturais, não
possui resíduos nem sobras, entre outras. Quanto as desvantagens, uma
grande preocupação é com os pássaros que são atraídos pelas placas solares,
e em contato com elas morrendo queimados. Existem algumas desvantagens
que podemos citar como a alto custo de implementação, a dependência
climática, a baixa capacidade de armazenamento e o seu baixo rendimento.

Imagem 09 – Hidrelétrica

Fonte: https://meioambiente.culturamix.com/

Segundo Fearnside, (2019), o valor do tempo é crucial para comparar o impacto sobre
o aquecimento global de hidroeletricidade e combustíveis fósseis ou outras fontes de energia.
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Energia hidrelétrica tem uma enorme emissão nos primeiros anos devido à morte de árvores, à
decomposição subaquática do carbono do solo e das folhas de vegetação original e a explosão
de plantas aquáticas (macrófitas) devido à maior fertilidade de água.

Impossível trazer a pauta do tema sustentabilidade sem a presença da


eletricidade ou algum tipo de combustível, os quais são utilizados de uma
forma como fossem ilimitados, ou não causassem dano ambiental. Um dos
pontos mais discutidos nesse dano ao ambiente, são as hidroelétricas na
Amazônia, pelo fato da sua importância para a humanidade, e pelo seu grande
quantitativo de água, fator propulsor para geração de energia elétrica. Por esse
motivo, torna-se alvo de projetos grandiosos das hidrelétricas, que causam
profundo e irreversível impacto ambiental, como analisados a seguir:
Transferência da população da área inundada; Perda da área de solo, pois a
região inundada , impossibilita seu uso; Morte de plantas e animais, as quais
são varridas pela água, ainda em relação aos animais, causam o deslocamento
dos memos de forma forçada de uma área para outra; Destruição da floresta,
fator ocasionado de forma direta ou indireta pela construção das represas;
Perda de monumentos naturais, como ocorreu nas sete quedas após a
construção da Usina de Itaipu.
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6. CONCLUSÃO
Descreve-se, Desenvolvimento Sustentável como o desenvolvimento
capaz de progredir no que são considerando os três pilares econômico, social e
ambiental, os quais devem de forma harmoniosa, coexistir, sem que os dois
primeiros esgotem o terceiro tanto para geração atual, como para as futuras.
Acredita-se que o esgotamento dos recursos naturais, pode levar a extinção de
75% das espécies humana do planeta, e que se a utilização desses recursos
continuar nesse ritmo, aproximadamente em 2030, seriam necessários
recursos em dobro do que disponibilizamos hoje. O dado é tão alarmante que
está programada para este ano citado, uma agenda de ação global,
denominada “AGENDA DE 2030”, organizada pela Organização das Nações
Unidas, que dentre outros assuntos tratará do desenvolvimento sustentável,
subdividindo este tema em 17 objetivos, este plano de ações, ganhou corpo,
após a cúpula de mesmo nome, ter se reunido em setembro de 2015.

Acredita-se que o Brasil tenha a capacidade de reciclar 98% dos


resíduos da construção civil, dos aproximadamente 21% que recicla hoje.
Evidencia-se a falta da utilização de materiais sustentáveis. Podemos apontar
alguns materiais como, por exemplo, os isoladores elétricos cerâmicos que são
descartados anualmente 25,000 toneladas pelas redes de distribuição elétrica,
e servem tanto para serem, após passarem pelo processo de moagem, são
triturados e servem tanto para serem adicionados aos agregados miúdos como
areia, tanto ao graúdo, como é o caso da brita. Além desse tipo de material
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podemos citar o uso da cinza proveniente da queima da biomassa, podendo


ser usada para melhoria das propriedades de argamassas e concretos. Outro
produto é o cascalho de perfuração, que em sua esmagadora maioria é
descartado, é pode substituir de forma parcial a areia na produção de blocos de
concreto, por exemplo. Destaca-se ainda produtos como a areia de brita, que é
utilizada desde a fundação até o acabamento da mesma, o concreto reciclado,
que utiliza em sua composição tijolos e telhas que iriam para descarte, e a
argamassa de argila, que evita o desperdício e a utilização de outros recursos
naturais, sendo que neste caso, abrimos essa exceção para apresentar como
alternativa, um recurso natural, diferente dos reciclados citados anteriormente,
pelo fato que sua utilização, diminui o impacto ambiental, já que a argamassa
comum leva cimento, areia e água.
Por fim, podemos destacar a Lei 12.305/10, que possibilitou que fosse criada
uma política nacional de resíduos sólidos, que ajuda a prevenir, precaver,
promover a cooperação entre governo federal, estaduais, municipais, empresas
privadas, e sociedade como todo. Permitindo assim que se avance no
desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas, visando minimizar os
impactos ambientais, respaldando estudiosos e pesquisadores para encontrar
soluções para um desenvolvimento sustentável, além de se destinar recursos à
implementação desses esforços humanos. Além da Lei 12.490/11, que além de
garantir o fornecimento de biocombustíveis para o nosso país, incentiva a
pesquisa e o desenvolvimento relacionados à energia renovável, que
representam segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico do nosso país,
aproximadamente 13% da geração total, somando-se as Energias Eólica e
Solar.
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