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UNIVERSIDADE UNOPAR
AGRONOMIA

AGRONOMIA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO II

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS

Aluno: Altino José Benício de Almeida

Orientador: Luciana Rodrigues Cardoso Trigueiro

Nova Friburgo, RJ, maio de 2023


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UNOPAR
AGRONOMIA

Altino José Benício de Almeida

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS


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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE
CURSO II
UNOPAR
AGRONOMIA

Orientador: Luciana Rodrigues Cardoso


Trigueiro

Nova Friburgo, RJ
2023
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Resumo

Levando-se em conta as técnicas agrícolas e agronômicas,


responderemos as seguintes questões: O que é uma área degradada? É possível
recuperar áreas degradadas? É possível se obter uma recuperação natural
dessas áreas ou há necessidade de intervenção humana? Recuperação de áreas
degradadas é inviável financeiramente? Como utilizar recursos simples com baixo
investimento e grande capacidade de recuperação em área degradadas? Há
necessidade de mão-de-obra técnica qualificada para se iniciar um projeto de
recuperação de áreas degradadas?
O tema oferece uma contribuição para melhoria da qualidade de vida da
nossa sociedade, assim vamos identificar os principais motivos que levam a
degradação de áreas agrícolas e/ou pecuárias a fim de que seja oferecido
cabedal teórico para que se compreenda os fatores naturais, sociais,
edafoclimáticos e técnicos que proporcionam o surgimento de áreas degradadas.
Indicar os principais problemas geradores de áreas degradadas, buscando
a aplicação de técnica e de práticas comprovadamente preventivas no uso do
solo, mas também será buscado modelos de ações corretivas e técnicas agrícolas
e agronômicas de restauração dos solos degradados.
Buscar a antecipação dos problemas relacionados ao uso indiscriminado do
solo e do seu exaurimento.
Assim, serão estudados os autores e suas obras mencionadas no
referencial teórico, porém não serão abordados de forma a se buscar redigir um
resumo bibliográfico de cada autor ou de cada tópico estudado, e não será
meramente um resumo da literatura profissional, mas sim o trabalho irá se
concentrar nos tópicos específicos de interesse e incluirá a análise crítica da
relação entre os diferentes trabalhos dos diferentes autores estudados, e se
relacionará a pesquisa ao trabalho.
A pesquisa acadêmica visando mudança de paradigmas será tratada
novamente sob o prisma do pensamento crítico.
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................6
2. JUSTIFICATIVA..............................................................................................11
3. OBJETIVOS....................................................................................................14
4. REFERENCIAIS TÉORICOS.........................................................................19
5. METODOLOGIA.............................................................................................20
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................21
7. ANEXO: ASPECTOS JURÍDICOS.................................................................22
8. CONCLUSÃO.................................................................................................25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................27
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1. INTRODUÇÃO

A erosão (FREIRE, 1984), “(...) é um grupo de processos sob os quais


material terroso ou rochoso é desagregado, decomposto, removido de alguma
parte da superfície terrestre e depositado em algum outro lugar (...) a erosão é um
processo natural de suavização da superfície terrestre que se iniciou com a
exposição das rochas a condições diferentes daquelas quando da sua formação”.
Dessa forma, sendo um processo natural geológico não pode ser sustado,
além de constituir-se elemento positivo na gênese de rochas sedimentares e na
formação de alguns solos, fornecendo materiais enriquecedores por meio do
processo de adição.
Porém, inicialmente, para que possamos compreender bem os processos
erosivos temos que ter bem em mente alguns conceitos básicos introdutórios ao
tema apresentado, que são eles:

1. Área degradada:
Aquela que, após o distúrbio, teve eliminado, juntamente com a vegetação,
os seus meios de regeneração bióticos, como o banco de sementes, banco de
plântulas, chuvas de sementes e rebrota, apresentando baixa capacidade de
voltar ao seu estado anterior.
A recuperação de áreas degradadas tem por objetivo fornecer ao ambiente
degradado, condições favoráveis a reestruturação da vida num ambiente que não
tem condições físicas, químicas e/ou biológicas de se regenerar por si só.
Essa recuperação pode ser conduzida através de obras no terreno como a
construção de terraços, banquetas, etc., ou ainda, da implantação de espécies
vegetais.
A recuperação de áreas degradadas tem por objetivo fornecer ao ambiente
degradado, condições favoráveis a reestruturação da vida num ambiente que não
tem condições físicas, químicas e/ou biológicas de se regenerar por si só.
Através de obras no terreno como a construção de terraços, banquetas, etc.,
ou ainda, da implantação de espécies vegetais, podemos conduzir a recuperação
de uma área degradada.
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a) Área degradada: menor diversidade de espécies, ausência de estrutura vegetal,


ausência de solo, baixíssima ou ausente capacidade de regeneração natural
b) Área conservada: maior diversidade de espécies, maior estrutura vegetal e
animal, presença de solo, alta capacidade de recuperação natural.
2. Área estragada ou desgastada:
Áreas que perderam boa parte ou toda sua capacidade produtiva.
3. Redução da quantidade e qualidade da capacidade atual e futura do solo para
produção vegetal:
Ações do homem modificaram o ecossistema de tal maneira que os
mecanismos naturais são perdidos e, por isso, há necessidade de nova
intervenção humana para reversão da situação presente.
4. Degradada – sofreu distúrbios intensos por isso não possui meios de
regeneração natural.
5. Perturbada - sofreu distúrbios de menor intensidade por isso possui meios de
regeneração natural.
A degradação pode ser fruto de:
1. Mineração;
2. Uso intensivo do solo para fins agropecuários (herbicidas, salinização do solo,
super pastoreio, etc);
3. Queimadas consecutivas;
4. Desmatamento.
1) Poluição e degradação ambiental.
No meio urbano, o simples fato da maior parte das áreas serem
desflorestadas já constitui um sério problema ambiental. No entanto, as cidades
acumulam inúmeros outros problemas ambientais.
Os veículos movidos a combustíveis fósseis lançam no ar toneladas de
partículas poluentes, que prejudicam o funcionamento de todos os ambientes
próximos, além de serem a causa de diversos problemas de saúde para o ser
humano.
Outro conseqüência do uso de combustíveis fósseis é a formação de ácidos,
a partir dos óxidos de carbono e enxofre, que resultam nas chuvas ácidas. Esse
fenômeno altera de forma negativa os ecossistemas aquáticos, prejudicando a
agricultura e as florestas.
8

Especialistas na matéria há tempo têm advertido o poder público e a


sociedade sobre a necessidade imediata de um re-planejamento do destino de
todos os resíduos sólidos.
O modo de vida nas cidades tem gerado sérios problemas em decorrência do
excesso de produção de lixo, que inutilizam e poluem grandes áreas.
A questão dos lixões e o esgotamento dos Aterros Sanitários é um sério
problema para todos os municípios e a preocupação com o destino desses
resíduos vem crescendo: ao invés de causar prejuízos sociais e ambientais o lixo
pode gerar lucro.
A criação de cooperativas de “catadores de lixo”, é um exemplo de solução
que associa o sustento econômico de muitas famílias à preservação ambiental.
Outro sério problema nos centros urbanos é o lançamento de esgotos
domésticos e industriais considerados a principal forma de poluição das águas.
A advertência dos ecólogos sobre a necessidade de tratamento adequado
também não é recente. Porém, mesmo nos países ricos, a recuperação de rios
começou a acontecer nos últimos anos, sendo que ainda há muito que se fazer.
As indústrias lançam nas águas, diariamente, toneladas de substâncias que não
podem ser decompostas por processos naturais, e que conseqüentemente
acumulam-se nos seres vivos.
Os chamados metais pesados. Os resíduos industriais podem ainda se
acumular no solo, tornando extensas áreas impróprias para a maior parte das
atividades humanas.
Há muito tem se discutido os impactos negativos das atividades agrícolas
resultantes da chamada Revolução Verde. Nesse modelo agrícola, o uso de
adubos industriais, herbicidas e inseticidas tem poluído o ambiente, além de
contaminar os alimentos com substâncias tóxicas.
A monocultura, adotada nesse modelo, além de ser dependente de
constantes intervenções geradoras de poluição e erosão do solo, provoca a
redução da biodiversidade local e em muitos casos comprometem o patrimônio
genético da agricultura.
Existem diversas formas ecológicas de trabalharmos a questão da poluição
dos ambientes, uma delas é que os interesses das políticas publicas sejam
direcionados para a questão da poluição ambiental. Muito mais importante que
9

isso, é que a sociedade reconstrua seu laço de harmonia com a natureza


conseguindo viver uma vida de equilíbrio e respeito com ela.
O fenômeno de degradação e decomposição das rochas, ou as modificações
sofridas pelo solo devido a variações de temperatura, a ação da água e do vento,
é chamado de erosão.

a) Erosão laminar:
Arraste de uma camada muito fina e uniforme do solo, - a forma mais
perigosa de erosão. Uma vez não percebida logo no início, é notada somente
quando atinge um grau elevado, ou seja, após descobrir as raízes das plantas.

b) Erosão em sulcos:
Erosão que forma valas ou sulcos no terreno, sendo facilmente percebida. Em
estágios mais avançados, favorece o aparecimento de voçorocas.

Problemas causados pela erosão:


a) Perda de solo pelo arraste de partículas;
b) Assoreamento de nascentes, córregos e rios;
c) Contaminação das águas por agroquímicos (agrotóxicos e fertilizantes
químicos) que são arrastados com partículas do solo;
d) Desmoronamento de encostas e taludes.

A voçoroca, boçoroca ou ravina é um fenômeno geológico que consiste na


formação de grandes buracos de erosão, causados pela chuva e intempéries, em
solos onde a vegetação é escassa e não mais protege o solo, que fica
cascalhento e suscetível de carregamento por enxurradas. Pobre, seco, e
quimicamente morto, nada fecunda.
Ela pode ser prevenida com a plantação de árvores na beira dos buracos, que
agem como guarda-chuva do solo contra a chuva e vento, além de evitar que o
fluxo da água leve consigo terra e sedimentos, que são retidos por suas raízes.
É um fenômeno prejudicial, pois destrói terras cultiváveis e colabora para o
assoreamento de rios e entupimento de redes de esgoto, que ficam entulhadas
por detritos do solo, facilitando o processo das enchentes urbanas.
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Para controlar a voçoroca eugerem-se a construção de terraços e bacias de


retenção para o ordenamento e armazenamento da enxurrada formada na parte
superior da voçoroca, e barreiras para reter sedimentos dentro das voçorocas, e
algumas no entorno desta, com paliçadas de bambu e pneus usados.
No meio urbano, o simples fato da maior parte das áreas serem
desflorestadas já constitui um sério problema ambiental. No entanto, as cidades
acumulam inúmeros outros problemas ambientais. Os veículos movidos a
combustíveis fósseis lançam no ar toneladas de partículas poluentes, que
prejudicam o funcionamento de todos os ambientes próximos, além de serem a
causa de diversos problemas de saúde
para o ser humano.
Outro conseqüência do uso de combustíveis fósseis é a formação de ácidos,
a partir dos óxidos de carbono e enxofre, que resultam nas chuvas ácidas. Esse
fenômeno altera de forma negativa os ecossistemas aquáticos, prejudicando a
agricultura e as florestas. Especialistas na matéria há tempo têm advertido o
poder público e a sociedade sobre a necessidade imediata de um re-
planejamento do destino de todos os resíduos sólidos. O modo de vida nas
cidades tem gerado sérios problemas em decorrência do excesso de produção
de lixo, que inutilizam e poluem grandes
áreas.
A questão dos lixões e o esgotamento dos Aterros Sanitários é um sério
problema para todos os municípios.
A preocupação com o destino desses resíduos vem crescendo: ao invés de
causar prejuízos sociais e ambientais o lixo pode gerar lucro. A criação de
cooperativas de “catadores de lixo”, é um exemplo de solução que associa o
sustento econômico de muitas famílias à preservação ambiental. Outro sério
problema nos centros urbanos é o lançamento de esgotos domésticos e
industriais considerados a principal forma de poluição das águas.
A advertência dos ecólogos sobre a necessidade de tratamento adequado
também não é recente. Porém, mesmo nos países ricos, a recuperação de rios
começou a acontecer nos últimos anos, sendo que ainda há muito que se fazer.
As indústrias lançam nas águas, diariamente, toneladas de substâncias que
não podem ser decompostas por processos naturais, e que conseqüentemente
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acumulam-se nos seres vivos. Os chamados metais pesados. Os resíduos


industriais podem ainda se acumular no solo, tornando extensas áreas
impróprias para a maior parte das atividades humanas.
Segundo pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a
Amazônia perdeu cerca de 17% de cobertura florestal, principalmente nos
últimos 50 anos.
Originalmente haviam 4,9 milhões de km² e, no final de 2003 eram 4
milhões de km² quadrados. Juntos, os biomas Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado
e a formação florestal Araucária perderam 3,6 milhões de km². Estes dados
colocarão o Brasil no livro dos recordes, o Guiness Book edição 2005, como o
país com o maior índice de desmatamento do planeta.
Há muito tem se discutido os impactos negativos das atividades agrícolas
resultantes da chamada Revolução Verde. Nesse modelo agrícola, o uso de
adubos industriais, herbicidas e inseticidas tem poluído o ambiente, além de
contaminar os alimentos com substâncias tóxicas.
A monocultura, adotada nesse modelo, além de ser dependente de
constantes intervenções geradoras de poluição e erosão do solo, provoca a
redução da biodiversidade local e em muitos casos comprometem o patrimônio
genético da agricultura. Para se ter uma noção da influência da expansão das
fronteiras agrícolas na degradação ambiental, segundo informações do Ministério
do Meio Ambiente, 33% da vegetação do cerrado das nascentes do Rio Xingu e
de seus afluentes já foram destruídas.
A bacia do Rio Xingu atravessa dois importantes biomas brasileiros, o
Cerrado e a Floresta Amazônica, com um território de 2,6 mil hectares e o
principal vetor deste ritmo de degradação é o modelo de atividade agropecuária,
implantado a partir da década de 60.
Existem diversas formas ecológicas de trabalharmos a questão da
poluição dos ambientes, uma delas é que os interesses das políticas publicas
sejam direcionados para a questão da poluição ambiental.
Muito mais importante que isso, é que a sociedade reconstrua seu laço
de harmonia com a natureza conseguindo viver uma vida de equilíbrio e respeito
com ela.
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2. JUSTIFICATIVA

Após desequilibrado o processo erosivo natural, o seu controle para


amenização deve ser feito logo na primeira fase, ou seja, deve-se intervir
primeiramente no estancamento ou na redução drástica da desagregação do solo
pela energia do agente erosivo, para que as medidas de controle do transporte e
da deposição das partículas tenham maiores condições de se tornarem factíveis
com sucesso.
A enganosa impressão de que as reservas naturais poderiam ser
consideradas inesgotáveis induziu um comportamento ingenuamente
inconseqüente na exploração dos mesmos, desde a época da colonização das
áreas tropicais. Os recursos naturais são classificados em dois grupos divididos
em dois sub-grupos
Inexauríveis a) recicláveis, como a água e o ar, e b) não recicláveis como a
radiação solar.
Exauríveis a) não renováveis, dentre os quais os recursos minerais, e b)
renováveis, que incluem os recursos bióticos.
A floresta, um recurso natural exaurível renovável, possui um papel protetor
para o solo, recurso natural exaurível não renovável. LIMA (1986) resume o papel
protetor da floresta, principalmente nas zonas de grande prec1pitação, através da
amenização e retardamento do escoamento superficial da chuva, favorecirnento
da infiltração, pela retenção temporária e absorção parcial da água serrapilheira e,
diminuição da velocidade do escoamento sub-superficial.
A retirada de toda cobertura florestal expõe o solo a um acelerado processo
de erosão, se previamente não houverem ponderações conservacionistas
disciplinares.
O disciplinamento do uso do solo é a melhor medida de se prevenir a
degradação de áreas. Resumidamente podemos descrevê-Ia em classes, da
seguinte forma (FREIRE, 1984):
a) As classes referem-se ao grau de limitação do uso, independente da sua
natureza;
b) Assim, as classes I são próprias para culturas;
c) A classe IV é ocasionalmente utilizável para culturas;
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d) As classes V VI e VII podem ser utilizadas para pastagens e


reflorestamento;
e) A classe VIII só deve ser utilizada para abrigo da vida silvestre e para lazer;
Cada classe, exceto a I, apresenta subclasses com base na natureza da
sua limitação, que pode ser: grau de erosão, excesso de água, deficiências do
solo e clima adverso;
Subclasses semelhantes formam uma unidade de manejo, isto é, requerem
as mesmas práticas de controle da erosão quando estiverem sob o mesmo uso,
apresentarem produtividade potencial uniforme (± 25% de variação entre
unidades) e forem suficientemente uniformes para produzir de forma equivalente
a mesma cultura, pastagem ou floresta, sob os mesmos tratamentos.
Esta classificação é fundamental, existindo equivalentes formas para o
disciplinamento de áreas urbanas e industriais. Além do ponto de vista solo e
produtividade dos recursos naturais, existe ainda o aspecto da perda da
biodiversidade local, muitas vezes levando à extinção maciça quando grandes
áreas são desmatadas. VIANA (1987) relata a situação das florestas tropicais do
Sul e Sudeste brasileiros sob um aumento constante de intensidade, frequência e
tamanho das perturbações antrópicas.
Como resultado, espécies mais adaptadas às condições de distúrbios têm
aumentado em densidade, ao passo que espécies dos estágios mais avançados
da sucessão (florestal) têm diminuído. As características biológicas das
proximidades das áreas perturbadas mudaram de florestas mais maduras para
florestas secundárias. A disponibilidade de sementes de espécies mais tardias da
sucessão florestal tem diminuído, dificultando o processo de recolonização destas
espécies".
O tempo de duração do processo de desmatamento torna a situação crítica
ao pensarmos quanto já se perdeu definitivamente sem sequer termos conhecido,
e quanto se perde bem em frente aos nossos olhos, tal a escala da aceleração do
processo de extinção biológica. Da mesma forma que a erosão, a extinção é um
processo natural, de ação lenta e gradual de transformação das populações
biológicas, sua aceleração pode equivaler a um processo de intensa "erosão
genética", mas infelizmente a diminuição do "pool" genético é irreversível.
Mais um aspecto a ser considerado é a alteração das paisagens, geralmente
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levando à perda de belos cenários naturais em troca de uma simplificação e


repetição monótonas que não causam equivalente bem estar psicológico e
emocional ao homem.
Assim, a retirada total ou parcial da cobertura florestal pode levar à
degradação dos solos e recursos hídricos pelo processo erosivo intensificado; dos
recursos biológicos, pela aceleração do processo de extinção; e dos recursos
estéticos da paisagem natural por sua simplificação e potencial de formação
negativa; conseqüentemente as áreas empobrecem na sua capacidade de
fornecer benefícios à sociedade e se tornam fontes de malefícios crescentes,
proporcionais ao "poder" do homem modificar o meio.

3. OBJETIVOS

I - Objetivos ou metas a serem traçadas para se iniciar um projeto de


recuperação de áreas degradadas:
1. Estudo dos remanescentes florestais dos locais a serem reflorestados
(espécies nativas);
2. Levantamento das condições ambientais e as possíveis causas da
degradação (uso de defensivos agrícolas, queimadas, passagem de gado etc);
3. Escolha do modelo de recuperação, de acordo com os objetivos e
características locais: plantio em linhas, alternado, sistemas agroflorestais;
4. Escolha das espécies a serem plantadas, tendo como base as características
da vegetação original, no modelo de reflorestamento escolhido e nas
características locais do ambiente (se é mata ciliar ou não, se a área é sujeita a
alagamentos etc).
5. Escolha das espécies.
Após serem traçados os objetivos, num primeiro momento as espécies
devem possuir resistência ao ambiente degradado, além de serem adaptadas ao
clima da região e devem também:
a) Ser de fácil propagação.
b) Facilidade de se obter sementes.
c) Facilidade de se propagar a semente
d) Deve possuir crescimento rápido e fornecer cobertura ao solo
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e) Deve ser uma boa fornecedora de matéria orgânica para o solo

Essas espécies podem ser plantadas através de mudas ou plantadas por


sementes diretamente no campo. (Podemos preparar o terreno e fazer o semeio a
lanço, ou na ponta do facão.) É interessante que tenhamos um viveiro onde
possam ser produzidas as mudas das espécies secundárias e clímax, já que o
ambiente degradado pode trazer dificuldades no estabelecimento das sementes.
Sucessão ecológica:
O processo de instalação lento e gradual de organismos em um determinado
local é chamado de sucessão ecológica. No caso desse processo ocorrer em uma
área até então desabitada, diz-se que ocorre sucessão primária; no caso de
instalação de organismos em uma área que já se constituía como um
ecossistema, como, por exemplo, uma área de mata desmatada ou queimada,
dizemos que ocorre sucessão secundária.
A sucessão primária pode ocorrer em rochas inabitadas, em áreas cobertas
por lava vulcânica resfriada ou ainda em telhados antigos. A ausência de
nutrientes orgânicos não permite a sobrevivência de organismos heterótrofos (que
não produzem o próprio alimento), e a escassez de nutrientes inorgânicos dificulta
a sobrevivência de autótrofos (que produzem o seu alimento) de grande porte.
Devido à capacidade de síntese de matéria orgânica e ao pequeno porte os
primeiros organismos a se desenvolverem nessas condições são os liquens, as
cianobactérias e os musgos, que são chamados de organismos pioneiros e
constituem, juntamente com os consumidores e decompositores desses seres, as
comunidades pioneiras.
Com o passar do tempo, a decomposição de fezes, tecidos e organismos
mortos produz nutrientes inorgânicos, como os nitratos e o fosfatos, permitindo a
sobrevivência de gramíneas, herbáceas, e animais invertebrados e vertebrados de
pequeno porte. Esses organismos constituem as chamadas comunidades
intermediárias ou seres.
As comunidades intermediárias ou seres, propiciam o desenvolvimento das
árvores da vegetação “adulta” (geralmente de ciclo de vida longo), que formam as
comunidades clímax.
Já o processo de sucessão secundária ocorre em locais anteriormente
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povoados, cujas comunidades saíram do estágio de clímax por modificações


climáticas, pela intervenção humana (como em um terreno desmatado ou
queimado), ou pela queda de uma árvore na mata abrindo uma clareira na
floresta. Nesses casos, a sucessão se dá a partir das comunidades intermediárias
(seres), e na ausência de perturbações ambientais – como por exemplo,
queimadas, poluição do ar e do solo, agrotóxicos e novos desmatamentos – a
comunidade pode se desenvolver até atingir o clímax, como descrito para a
sucessão primária.
No entanto, quase sempre os fatores de perturbação ambiental ocorrem,
dificultando e, às vezes, até impedindo o processo de sucessão natural. O tempo
para esse processo acontecer é muito longo, podendo ultrapassar 60 anos, para
alguns tipos de ambientes, mesmo na ausência total de problemas ambientais.
O estudo dos detalhes do processo de sucessão ecológica é, portanto,
fundamental para que possamos auxiliar, de maneira positiva, o processo de
dinâmica do desenvolvimento da vegetação, seja aumentando a velocidade da
recomposição da vegetação ou contornando as perturbações ambientais.
Um fator importante que deve ser sempre levado em consideração é que as
espécies arbóreas têm diferentes necessidades e resistências com relação à luz
solar.
Algumas espécies só se desenvolvem com radiação solar direta, durante
todo o ciclo de vida – são as árvores pioneiras.
Essas plantas são interessantes para iniciar o processo de recuperação,
gerando sombra para aquelas árvores que necessitam de menos luz.
As árvores predominantes na vegetação adulta (clímax) – chamadas de
climácicas – têm pouquíssima tolerância à luz durante seu desenvolvimento. Um
terceiro grupo – o das secundárias – que necessitam de mais luz que as
climácicas, porém, não suportam tão bem o excesso de luz quanto as pioneiras.
As árvores secundárias, em alguns casos, são subdivididas em grupos, de
acordo com sua tolerância à luz (que pode ser maior ou menor).
A importância da mata ciliar
A quantidade de água em contato com o solo é um dos fatores
determinantes no processo de erosão; as margens dos rios são, portanto,
extremamente vulneráveis a ela, o que pode causar danos gravíssimos, como
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assoreamento e perdas de solo para agricultura.


Na natureza, ao longo dos anos, a instalação de uma vegetação nas
margens dos rios foi fundamental para a estabilização e existência dos leitos: as
Matas Ciliares, assim denominadas pela similaridade da ação exercida pelos
cílios na proteção do olho. Os cursos d’água que apresentam sua mata ciliar
íntegra são menos impactados por agentes externos. Formam longos corredores
de vegetação ao longo dos rios contribuindo para a manutenção da
biodiversidade e o equilíbrio dos ecossistemas.
Observações necessárias para se iniciar um projeto de recuperação de áreas
degradadas
a) Estudo dos remanescentes florestais dos locais a serem reflorestados
(espécies nativas);
b) Levantamento das condições ambientais e as possíveis causas da degradação
(uso de defensivos agrícolas, queimadas, passagem de gado etc);
c) Escolha do modelo de recuperação, de acordo com os objetivos e
características locais: plantio em linhas, alternado, sistemas agroflorestais;
d) Escolha das espécies a serem plantadas, tendo como base as características
da vegetação original, no modelo de reflorestamento escolhido e nas
características locais do ambiente (se é mata ciliar ou não, se a área é sujeita a
alagamentos etc).
Escolha das espécies
Num primeiro momento as espécies devem possuir resistência ao ambiente
degradado, além de serem adaptadas ao clima da região.
a) Devem ser de fácil propagação.
b) Facilidade de se obter sementes.
c) Facilidade de se propagar a semente
d) Deve possuir crescimento rápido e fornecer cobertura ao solo
e) Deve ser uma boa fornecedora de matéria orgânica para o solo
Essas espécies podem ser plantadas através de mudas ou plantadas por
sementes diretamente no campo. (Podemos preparar o terreno e fazer o semeio a
lanço, ou na ponta do facão.) É interessante que tenhamos um viveiro onde
possam ser produzidas as mudas das espécies secundárias e clímax, já que o
ambiente degradado pode trazer dificuldades no estabelecimento das sementes.
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a) Colonizadoras: Capins, algumas leguminosas herbáceas, plantas


espontâneas diversas.
b) Pioneiras: Albizia, Aroeira, Café de bugre, Canafístula, Candeia, Caroba,
Embiruçu, Goiaba, Jacatirão, Paineira, Pata de vaca, Guapuruvú, Sibipiruna,
etc...
c) Secundárias: Mulungu, Cinamomo, Ipê-amarelo, Cedro-rosa, Araribá-amarelo
, Aroeira-vermelha, Grapia , Jacarandá-vermelho, Louro-pardo, Tanheiro, etc,...
d) Clímax: Baguaçú, Bicuiba, Canela-preta, Imbuia, Pau-óleo ,Peroba,
Sassafrás, etc.
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4. REFERENCIAIS TEÓRICOS

O assunto é fartamente estudado por numerosos autores, dentre eles,


destacam-se:
Sérgio Murilo Santos, de Araújo, José Dantas Neto, Aline Nikosheli
Nepomuceno,, Valdomiro Lourenço Nachormik, Sebastião Venâncio Martins,
Gustavo Henrique de Sousa Araújo,. Antônio José Teixeira Guerra, Maria do
Carmo Oliveira Jorge, Sebastião Silvas, Efraim Rodrigues, Richard. Primack,
Antônio Pereira Magalhães Júnior, Luiz Fernando de Paul, Barros, Robert
Christopherson, Fábio Rosano Dario, Patrícia Mara Sanches, João Pedro
Marques. Ribeiro, e Luciano Furtado Loubet.
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5. METODOLOGIA

A metodologia deste trabalho será uma revisão da literatura. Nesta


revisão iremos buscar fornecer conceitos, exemplos, diagnósticos, subsídios,
modelos e soluções para que os proprietários de áreas degradadas possam
buscar alternativas para solucionar os principais problemas relacionados a
áreas degradas em suas propriedades.
Serão estudados os autores e suas obras mencionadas no referencial
teórico, porém não serão abordados de forma a se buscar redigir um resumo
bibliográfico de cada autor ou de cada tópico estudado, e não será meramente
um resumo da literatura profissional, mas sim o trabalho irá se concentrar nos
tópicos específicos de interesse e incluirá a análise crítica da relação entre os
diferentes trabalhos dos diferentes autores estudados, e se relacionará a
pesquisa ao trabalho.
Buscaremos indicar os principais problemas geradores de áreas
degradadas, buscando a aplicação de técnica e de práticas comprovadamente
preventivas no uso do solo, mas também será buscado modelos de ações
corretivas e técnicas agrícolas e agronômicas de restauração dos solos
degradados.
A pesquisa revisional da literatura será feita de forma sistemática de
forma a elaborar um manual de práticas conservacionistas e de ações
preventivas de forma a se buscar a antecipação dos problemas relacionados
ao uso indiscriminado do solo e do seu exaurimento.
Entendemos ser a pesquisa pela revisão de literatura uma forma de se
atualizar os conhecimentos adquiridos de forma a se acrescentar mais do que
uma atualização dos dados, mas para que haja a possibilidade de que possa
surgir uma nova ressignificação do tema e para que a pesquisa acadêmica
seja retomada e assim as antigas visões sejam desempoeiradas e trazidas à
tona novamente sob o prisma do pensamento crítico.
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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Resumidamente, os problemas podem ser generalizados e condicionados a


(GRIFFITH, 1990):
a) As plantas pioneiras do local minerado são totalmente diferentes daquelas
que poderiam haver na cobertura original.
A rapidez da recuperação via regeneração natural dependerá do processo
de intemperização dos solos (que poderá levar de 1 a 3 anos) e da proximidade
das fontes naturais de sementes.
b) Na escolha de espécies para o restabelecimento artificial da vegetação,
os seguintes critérios específicos devem ser orientadores: a influência da planta
sobre a fertilidade do solo; a utilidade da planta como abrigo e alimento para a
fauna; seu efeito estético; e plantar vegetação de vários estratos, como por
exemplo, herbáceas.
c) Deve haver o monitoramento global da paisagem a ser recuperada em
macro escala e no local, por alguns anos. A maior dificuldade na recuperação em
superfícies mineradas é a modificação radical do ambiente que havia
anteriormente, de modo que a restauração ao simples abandono, exige uma
escala de níveis de recuperação, sendo os custos proporcionais. Porém, a
modificação radical pode também tornar-se um fator positivo e liberar linhas de
objetivos de recuperação, se partirmos do princípio que a restauração não é,
nesse caso, via de regra, a melhor solução. Uma vez da total alteração do meio,
sua "nova" moldagem pode ter por base as necessidades e exigências
específicas da população próxima ou do manejo da macro-paisagem.
MOROKAWA (1991) alerta sobre a necessidade técnica de áreas verdes por
habitante de centros urbanos (6 m2 habitante), distribuídas e caracterizadas de
diferentes formas. As áreas mineradas próximas às cidades têm toda
caracterização para suprir essa necessidade.
Com isso, a recuperação de áreas degradadas por revestimento vegetal
tem seus fundamentos básicos, dos quais não se pode esquecer: a diversidade
de origens, formas e intensidades de degradação, aliadas às circunstâncias
externas marginais da área degradada, torna quase que infinitas as possibilidades
de reconstituição do meio, seja a nível de restauração da sua forma ou de sua
função.
22

O conhecimento da biologia e silvicultura das espécies, quer sejam locais


ou não, contribuirá para que soluções operacionais possam ser mais ou menos
eficientes na recuperação de áreas degradadas.
Finalmente, de nada adiantará somente as denúncias de irracionalidade e
uso indevido do ambiente se não iniciarmos efetivamente a recuperação destes e,
ainda, criarmos mecanismos mais eficientes para o controle e uso daqueles
ambientes ainda não degradados. Cabe aos técnicos envolvidos apresentarem
soluções de cunho técnico-científico, assim como a participação efetiva no destino
das suas comunidades.

ANEXO – Aspectos Jurídicos:


Resolução SMA – 47, de 26 de novembro de 2003
Altera e amplia a Resolução SMA 21, de 21-11-2001; Fixa orientação para o
reflorestamento heterogêneo de áreas degradadas e dá providências correlatas.
O Secretário de Estado do Meio Ambiente, em cumprimento ao disposto nos
artigos 23, VII, e 225, § 1º, I, da Constituição Federal, nos artigos 191 e 193 da
Constituição do Estado, nos artigos 2º e 4º da Lei federal nº 6.938, de 31 de
agosto de 1981, e nos 2º, 4º e 7º da Lei estadual nº 9.509, de 20 de março de
1997, e considerando o contido na Agenda 21 e na Convenção da Biodiversidade;
Considerando a constatação feita pela equipe do Instituto de Botânica,
relacionada ao projeto “Modelos de Repovoamento Vegetal para Proteção de
Sistemas Hídricos em Áreas Degradadas dos Diversos Biomas no Estado de São
Paulo” (Políticas Públicas / FAPESP) quanto à baixa diversidade vegetal das
áreas reflorestadas com espécies nativas, nas quais têm sido utilizadas menos de
33 espécies arbóreas, o que se agrava, ainda mais, quando se verifica que são
plantadas praticamente as mesmas espécies em todo o Estado,
independentemente da região, sendo 2/3 (dois terços) delas, em geral, de
estágios iniciais da sucessão, de ciclo de vida curto (15-20 anos), o que irá levar
os reflorestamentos ao declínio em um certo espaço de tempo, como vem sendo
observado na prática; Considerando a necessidade de revisão periódica dos
termos contidos na Resolução SMA 21, de 21-11- 2001, tendo em vista o avanço
do conhecimento científico e resultados obtidos com sua aplicação prática;
Considerando que a perda da diversidade biológica significa a redução de
23

recursos genéticos disponíveis ao desenvolvimento sustentável, na forma de


madeira, frutos, forragem, plantas ornamentais e produtos de interesse alimentar,
industrial e farmacológico; Considerando que o Departamento Estadual de
Proteção de Recursos Naturais - DEPRN, tem constatado que dentre outras
formas de Recuperação de Áreas Degradadas, os plantios realizados têm
apresentado resultados mais satisfatórios a partir dos critérios técnicos para a
escolha e combinação das espécies, estabelecidos na Resolução SMA 21/01,
resolve:
Art. 1º - A recuperação de áreas degradadas exige elevada diversidade, que pode
ser obtida com o plantio de mudas e/ou outras técnicas tais como semeadura
direta, indução e/ou condução da regeneração natural.
§ 1 - O caput deste artigo não se aplica para áreas de recuperação com menos de
1,0 (um) hectare, nas quais deverão ser utilizadas, no mínimo, 30 espécies.
§ 2 - Respeitando-se as formações de ocorrência, recomenda-se a utilização de
espécies ameaçadas de extinção, e/ou atrativas da fauna associada.
§3 - As espécies escolhidas deverão contemplar os dois grupos ecológicos:
pioneiras (pioneiras e secundárias iniciais) e não pioneiras (secundárias tardias e
climácicas), considerando-se o limite mínimo de 40% para qualquer dos grupos.
§4 - Com relação ao número de indivíduos por espécie, nenhuma espécie poderá
ultrapassar o limite máximo de 20% do total do plantio.
Art. 2º - A recuperação florestal de áreas degradadas nas formações de floresta
ombrófila, floresta estacional semidecidual e savanas florestadas (cerradão), será
efetivada mediante o plantio de mudas de, no mínimo, 80 (oitenta) espécies
arbóreas das formações vegetais de ocorrência regional, exemplificadas na
listagem do Anexo a esta resolução, não excluindo espécies levantadas
regionalmente.
Art. 3º - Na execução dos trabalhos de recuperação florestal, deverão ser
priorizadas as seguintes áreas:
a) as áreas consideradas de preservação permanente pela Lei Federal 4771/65,
em especial aquelas localizadas em nascentes e olhos d’água;
b) de interligação de fragmentos florestais remanescentes na paisagem regional
(corredores ecológicos);
c) de elevado potencial de erodibilidade;
24

Art. 4º - Para formações ou situações de baixa diversidade de espécies arbóreas,


tais como: florestas estacionais deciduais, formações paludosas e de restinga,
manguezal, além das áreas rochosas, o número de espécies a ser utilizado será
definido por projeto técnico circunstanciado, a ser aprovado no âmbito da
Coordenadoria de Licenciamento Ambiental e de Proteção de Recursos
Naturais - CPRN, considerando-s ea maior diversidade possível.
Art. 5º - Para projetos de recuperação mediante plantio, o solo deverá ser
devidamente preparado, atentando para as recomendações técnicas de
conservação de solo, de calagem e adubação, do controle inicial de competidores,
além de isolar a área dos fatores de degradação.
§ 1 - A manutenção das áreas restauradas deverá ser executada por, no mínimo,
18 meses após o plantio, incluindo o controle de formigas, capinas e/ou
coroamentos, adubação e outros, conforme avaliação técnica do responsável pelo
projeto.
§ 2 - Tendo como objetivo final a recuperação da floresta, será admitida a
ocupação das entrelinhas, com espécies para adubação verde e/ou de interesse
econômico, por até dois anos, desde que o projeto utilize princípios agro-
ecológicos.
Art. 6º -Para recuperação de áreas com algum tipo de cobertura florestal
nativa remanescente, recomenda-se:
a) a proteção da área de qualquer ação de degradação;
b) o controle de espécies exóticas ou nativas em desequilíbrio;
c) o adensamento na borda da área, usando espécies de rápido crescimento e
boa cobertura;
d) o enriquecimento dessas áreas com espécies finais da sucessão.
Art. 7º - Para a recuperação de áreas degradadas mediante outras técnicas,
associadas ou não ao plantio de mudas, deverá ser apresentado um projeto
específico, contendo:
a) avaliação da paisagem;
b) avaliação do histórico de degradação da área;
c) retirada dos fatores de degradação;
d) avaliação dos processos de regeneração natural;
e) aproveitamento do potencial de auto-recuperação.
25

Parágrafo único- A não presença e/ou expressão deste potencial de auto-


recuperação adotar-se-ão as medidas previstas no artigo 2º.
Art. 8º - A execução dos trabalhos de recuperação florestal deverá observar os
seguintes aspectos:
I - O solo deverá ser preparado em consonância com a estratégia de
recuperação adotada, atentando para as recomendações técnicas de
conservação de solo, de calagem, adubação e aplicação de matéria orgânica, com
destaque para análise físico-química do solo;
II - Avaliação do potencial de auto-recuperação dessas áreas no que se refere: à
presença ou chegada de propágulos (sementes ou indivíduos remanescentes),
oriundos do banco de sementes e da “chuva” de sementes, dependendo da área -
objeto de recuperação e da vizinhança, em função da presença de
remanescentes florestais próximos;
III - Avaliação do histórico e uso atual da área, no que se refere às práticas
culturais, como alteração da drenagem do solo, retirada ou revolvimento periódico
do solo, uso de herbicidas e outros;
IV - Em situações onde for observada a regeneração natural de espécies nativas,
no pré e pós-plantio, esta deverá ser aproveitada na recuperação da área,
estimulando e conduzindo os indivíduos regenerantes através de práticas
silviculturais;
V - A área de recuperação deverá ser isolada dos fatores de degradação;
VI - Deverá haver controle de formigas cortadeiras e de espécies
competidoras indesejáveis, especialmente gramíneas e cipós.

7. CONCLUSÃO

A revegetação da área degradada, fundamentada na sucessão secundária


florestal, deve, segundo método esboçado em KAGEYAMA et alii (1989), utilizar-
se de espécies pioneiras como facilitadoras do processo.
A recuperação de um ecossistema não deve, porém, ser confundida com
atividades superficialmente similares que visam fins de produção florestal
26

(CARPANEZZI et alii, 1990). CARPANEZZI et alii (1990) dizem que espécies


"introduzidas podem ser plantadas, mas para favorecer a sucessão ecológica,
talhões pioneiros deveriam utilizar ideal mente espécies nativas locais".
Os autores realçam que é importante diversificar, desde o início, os talhões
pioneiros para conseqüentemente incentivar a diversidade de espécies vegetais e
animais.
As espécies pioneiras possuem como características ecológicas e
estratégicas, seu rápido crescimento, agressividade na ocupação de áreas livres,
baixas exigências em termos de fertilidade do solo e ciclo de vida curto (6 a 10
anos aproximadamente), permitindo que a dinâmica das populações florestais se
estabeleça.
Juntamente com a postura de se priorizar a restauração do ecossistema ao
invés da sua função, muitos preservacionistas "defendem o emprego exclusivo de
espécies nativas em reflorestamentos de proteção ambiental.
Segundo VIANA (1990) os principais objetivos de manejo das florestas de
proteção são:
a) Regularizar a vazão dos cursos d'água;
b) Manter a qualidade da água;
c) Minimizar a erosão;
d) Conservar a biodiversidade;
e) Propiciar habitat para a vida silvestre;
f) Criar espaços para a recreação;
g) Proteger áreas urbanas das poluições industrial e sonora;
h) Proteger áreas agrícolas e urbanas da ação dos ventos;
i) Contribuir para a manutenção dos níveis atuais de CO2 na atmosfera;
j) Restaurar paisagens degradadas;
k) Produzir algum outro tipo de benefício.
27

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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degradadas: conceitos, temas e casos 1ª Edição. Brasília: Editora CRV, 2020.

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Áreas de Preservação Permanente, Voçorocas, Taludes Rodoviários e de
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13ª Edição, São Paulo: Bertrand Brasil, 2005.

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Paulo: Bertrand Brasil, 2005.

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Hidrogeomorfologia: Formas, processos e registros sedimentares fluviais.
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ARAÚJO, Gustavo Henrique de Sousa. Biogeografia: Dinâmicas e


Transformações da Natureza. 13ª Edição, São Paulo: Bertrand Brasil, 2005.

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degradadas. 8ª Edição, São Paulo: Editora SENAS São Paulo, 2022.
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Edição, São Paulo: Editora SENAC São Paulo 2014.

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Degradadas. 2ª Edição, São Paulo: Fael, 2017.

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