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Recuperacao
2ª Edição
Curitiba
2018
Ficha Catalográfica elaborada pela Fael. Bibliotecária – Cassiana Souza CRB9/1501
FAEL
Carta ao Aluno | 5
4. Impacto ambiental | 43
7. Legislação ambiental | 87
Conclusão | 151
Referências | 153
Carta ao Aluno
Prezado(a) aluno(a),
Há que se dizer que muito se avançou no sentido da proteção
do Meio Ambiente e em prol da sustentabilidade, desde o encontro
Rio92 até sua edição mais recente, a Rio+20, mas muito ainda há
para se fazer.
No que tange à legislação brasileira, boa parte dos impac-
tos e das degradações ambientais têm penalidades previstas nas leis,
bem como a normatização da recuperação da degradação ambiental
gerada por atividades comerciais, industriais e agropecuárias.
Para atuar de forma eficiente e com a excelência necessária para
administrar esse contexto atual, o gestor ambiental precisa ter conheci-
mento teórico-prático.
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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1
As Principais Causas de
Problemas Ambientais
Contemporâneos
Objetivos de aprendizagem:
22 Entender a evolução da interação do homem com a natureza;
22 Compreender o quanto a evolução do modo de vida causa impac-
tos ambientais;
22 Identificar quais ações antrópicas causam impactos no meio urbano;
22 Identificar quais ações antrópicas causam impactos no meio rural.
Você Sabia
Se o tempo de existência do planeta fosse comparado ao tempo de
um dia (24 h), o homem só apareceria nos últimos minutos antes da
meia noite!!! Incrível, não?!
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As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
Você Sabia
As atividades antrópicas têm transformado tanto a dinâmica do planeta
que alguns cientistas já usam o termo Antropoceno para identificar o
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Importante
Compreender que a vida naturalmente é uma interação com o meio
ambiente onde vivemos, e que o estamos transformando o tempo todo.
É fundamental a percepção do quanto as transformações que fazemos
estão causando danos ou trazendo benefícios ao meio ambiente.
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As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
Importante
Aterros Sanitários configuram-se como técnica de disposição de rejei-
tos sólidos de modo a ocupar pouco espaço e causar o mínimo de
impacto ambiental possível. São o contrário dos antigos lixões que
configuravam-se por grandes áreas em que os dejetos eram simples-
mente despejados causando enorme impacto ambiental.
sidade de levar água a pontos distantes cresceu junto com o aumento das
cidades e de suas populações. Assim o diga os romanos e seus aquedutos!
Você Sabia
Aquedutos são estruturas de pedra constituída por um ou vários arcos
superpostos e erguidos para dar sustentação a canais usados para con-
dução de água sobre vales ou outras formas de depressão do terreno.
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As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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As Principais Causas de Problemas Ambientais Contemporâneos
região para outra. A retirada delas para o cultivo acarreta graves problemas de
perda de solo e perda da qualidade da água, dados os assoreamentos causados.
Saiba mais
Não deixe de ler Primavera Silenciosa, de Rachel Carson, escrito em
1962. Trata-se de um livro que traz um dos primeiros fundamentos
científicos para as questões relacionadas aos níveis de concentração
de poluentes oriundos dos processos agrícolas, muitos destacados
neste capítulo. É uma excelente leitura recomendada para quem
deseja aprofundar ainda mais seus conhecimentos!
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Importante
A suinocultura configura um grande impacto no que tange os deje-
tos dos animais, que são altamente poluidores por serem compos-
tos por grandes concentrações de nitratos, bem como a criação de
galináceos. O descarte inadequado destes dejetos inadequadamente
configura-se como alta contaminação dos efluentes líquidos.
Resumindo
O conceito chave deste capítulo é o de que o impacto ambiental está
intrinsecamente relacionado à vida humana. A própria evolução do homem
está condicionada ao aumento dos impactos e transformações ambientais.
Os impactos ambientais causados pelo homem, estão presentes tanto
no contexto de produção rural quanto na complexidade dos grandes cen-
tro urbanos. Ter em mente que muitas vezes estamos causando impacto
ambiental desapercebidamente é o primeiro passo para identificá-los e
diminui-los de modo a caminhar para uma vida mais sustentável e menos
impactante ao meio ambiente.
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2
Degradação:
conceito e vetores
Objetivos de aprendizagem:
22 Relacionar as formas de degradação ambiental com seus respecti-
vos vetores;
22 Conceituar a degradação ambiental;
22 Conceituar o que são os vetores da degradação ambiental;
22 Identificar os vetores de degradação ambiental;
22 Identificar as formas de degradação ambiental e seus respectivos vetores.
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Degradação: conceito e vetores
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Saiba mais
O vazamento de petróleo, que ocorreu no Golfo do México, foi
considerado o pior da história, por que foram derramados cerca de 5
milhões de barris de petróleo no mar, além de ocasionar a morte de
sete trabalhadores. Esse volume de vazamento representa, aproxima-
damente, o dobro da produção de petróleo diária do Brasil. Durou
87 dias, se espalhou por mais de 1.500 km no litoral norte-americano,
contaminando e matando milhares de animais.
Você Sabia
Segundo o site SOS Mata Atlântica, a extensão desta mata já foi de
1.315.460 km², se estendendo por 17 estados do Brasil (Rio Grande do
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Degradação: conceito e vetores
Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Para-
íba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). Atualmente,
ainda existe cerca de 8,5 % desta mata. Em função da sua localização,
boa parte dela foi devastada para dar lugar a grandes centros.
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Degradação: conceito e vetores
Você Sabia
Voçorocas e ravinas são formas de erosão do solo. É comum que
estes tipos de erosão ocorram de forma natural, isso por que voço-
rocas e ravinas nada mais são do que o resultado da ação da água
sobre o solo. Porém, também podem ocorrem de forma não natural,
quando a ação do homem resulta em perda da vegetação, que segura
e protege o solo da ação da água (Figura 2). Sem a vegetação, a água
fica livre para carrear os sedimentos do solo e erodi-lo.
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Degradação: conceito e vetores
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Degradação: conceito e vetores
Resumindo
Os conceitos apresentados neste capítulo, serão fundamentais para com-
preendermos, nos próximos capítulos, quais as consequências da degradação
ambiental para a qualidade da vida contemporânea, nas atividades indus-
triais, agronômicas e comerciais e para a preservação do planeta para as gera-
ções futuras.
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3
Efeitos da degradação
do meio ambiente
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender os efeitos que as atividades econômicas geram no
meio ambiente;
22 Conhecer as principais formas de degradação e seus efeitos no meio
ambiente;
22 Relacionar a degradação ambiental com a piora da qualidade de vida.
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Efeitos da degradação do meio ambiente
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 32 –
Efeitos da degradação do meio ambiente
Importante
Efeito estufa é um recurso natural da Terra que apresenta o seguinte
comportamento: Os raios solares entram na atmosfera terrestres,
aquecem naturalmente o planeta, e sairiam da atmosfera, completa-
mente, pela reflexão dos mesmos. Porém, a atmosfera é composta
pode diversos gases, entre estes os chamados gases do efeito estufa.
A função natural destes gases é fazer com que parte dos raios solares
não retorne a atmosfera, o resultado disso é que o calor permanece
na terra por mais tempo. Sem esse efeito natural o planeta congelaria.
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Efeitos da degradação do meio ambiente
é o ozônio, que forma uma camada que tem a função de proteger o planeta
dos raios ultravioleta, mais nocivos à vida. Contudo, o uso de, basicamente,
clorofluorcarbonos (presentes em diversas atividades econômicas e produtos,
como os sprays) faz com que a camada de ozônio fique mais rarefeita e perca
sua função essencial, o que resulta na maior entrada de raios ultravioleta, que
participam do processo de aquecimento global.
Portanto, entre os responsáveis pelo aquecimento global estão diversas
atividades econômicas que lançam gases na atmosfera, o modo de vida con-
temporâneo, baseado no uso de automóveis, entre outros.
A mudança climática gerada pelo aquecimento global, fruto de ativi-
dades poluidoras que emitem gases que aumentam o efeito estufa, dá-se pri-
meiro com o aquecimento das águas oceânicas. As correntes marinhas viajam
por todos os oceanos e estão ligadas aos caminhos percorridos pelas massas
de ar. O regime de chuvas depende dessa circulação das massas de ar; se elas
estiverem alteradas, o regime pluviométrico estará alterado.
Nas últimas décadas, os estudos climáticos vêm apontando que as tem-
peraturas estão em constante aquecimento, por isso a mudança climática
ficou conhecida como aquecimento global.
Os principais efeitos do aquecimento global são, basicamente:
22 elevação do nível da água do mar;
22 alteração química da água dos oceanos;
22 elevação da temperatura;
22 alteração no regime de chuvas, provocando cheias e secas extremas.
Newbolt (2009) afirma que mudanças climáticas naturais levariam
milhares de anos para acontecer – algo próximo a 20 mil anos. Porém, estu-
dos científicos apontam que a mudança climática já está em curso.
Saiba mais
Sabemos que o mundo está ficando cada vez mais quente. As
mudanças climáticas são inegáveis, mas é sempre bom ver os dois
lados da moeda, não é mesmo? O Prof. Molion discorda de que
haja um aquecimento global causado pelo homem. Assista ao vídeo
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Efeitos da degradação do meio ambiente
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Efeitos da degradação do meio ambiente
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
(FAO, 2011), 25% dos solos do planeta estão degradados e este desgaste afe-
tará a produção mundial de alimentos. Este mesmo relatório aponta a degrada-
ção e a escassez dos solos como um novo desafio à tarefa de produzir alimentos
para a população, que deve chegar a 9 bilhões de pessoas no mundo todo em
2050. As áreas em que há maior possibilidade de perda de solos configuram-se
nas grandes extensões de terra, sendo as mais sensíveis localizadas ao longo da
costa oeste das Américas, na região mediterrânea do Sul da Europa e Norte da
África, em especial para o Sahel (deserto localizado no nordeste do continente
africano) e em diversas áreas da Ásia.
Entre as causas da degradação e perda dos solos estão as práticas agrícolas,
que, muitas vezes sem se preocuparem com o meio ambiente ou por adotarem
ações não sustentáveis, propiciam a formação e desenvolvimento de diversas
formas de erosão (pela ação da água e do vento), compactação do solo (por
meio do uso do solo como pasto para o gado) e poluição do solo e da água
(pelo uso de agrotóxicos).
Saiba mais
A Organização das Nações Unidas (ONU) decretou 2015 como
o Ano Internacional dos Solos e espera que a iniciativa sirva para
mobilizar a sociedade e os responsáveis pela tomada de decisões,
de modo que percebam a profunda importância dos solos como
parte fundamental do meio ambiente e os perigos que envolvem sua
degradação em todo o mundo.
Resumindo
Neste capítulo pudemos ver como o meio ambiente é todo interligado,
a degradação de um dado local gera impactos em inúmeras outras coisas. A
perda da vegetação acarreta problemas à água, ao solo e à temperatura, por
exemplo. Pudemos ver também que a degradação ambiental tem sempre uma
consequência direta com a geração de renda e emprego, mostrando que os
impactos ambientais não estão ligados somente a aspectos da natureza, mas
também a aspectos sociais e econômicos.
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4
Impacto ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final da aula o aluno será capaz de:
22 Conceituar impacto ambiental;
22 Identificar as principais formas de impacto ambiental.
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Impacto ambiental
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Impacto ambiental
13%
40%
17%
27%
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
mento da qualidade das águas, que ocasiona o aumento nos custos de trata-
mento e restringe os usos da água (Brasil, 2005).
Assim como acontece com as águas superficiais, as subterrâneas também
são regidas por lei (Brasil, 1997) e discutidas em conjunto com a Resolução
Conama 396 (Brasil, 2008).
De acordo com informações da Agência Nacional de Águas (SETTI et
al, 2000), o uso indiscriminado de águas subterrâneas pode comprometer as
necessidades desse recurso por gerações futuras em curto espaço de tempo,
cerca de alguns anos
Você sabia
Na Cidade do México, capital do país, rachaduras gigantes no solo
ameaçam comunidades inteiras. O problema se deve ao excesso de
extração de água do lençol freático, na capital e nos arredores, onde
o solo não é estável. Há risco de afundamento em oito delegações
da cidade, onde vive mais de um milhão de pessoas. Em 2009, foi
encontrada em Vilas de San Martín uma rachadura de quase um
quilômetro de extensão e seis metros de largura (Nájar, 2009).
Lençol freático é um reservatório de água subterrânea formado pela
infiltração da água da chuva no solo, que ocupa seus poros e fendas
de rochas, nos chamados locais de recarga. A água infiltra até atingir
uma camada de material impermeável, formando o lençol.
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Impacto ambiental
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Saiba mais
O livro Um inimigo do povo, de Henrik Ibsen escrito em 1882, narra
a história de um médico que descobre que as águas da cidade em que
mora estão contaminadas pela atividade dos curtumes locais. A conta-
minação da água está espalhando tifo e outras doenças. Exatamente os
assuntos tratados nesta disciplina, não é? Então, aproveite e boa leitura!!
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Impacto ambiental
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
dos, resíduos, combustíveis, metais pesados. As áreas utilizadas para esta fina-
lidade acabam por se tornarem impróprias para a prática da agricultura ou
urbanização, como construção de moradias ou comércios e serviços, pois estes
elementos agregados ao solos penetram no mesmo, contaminando-o. Essa
contaminação pode ainda se tornar um problema de saúde pública, pois tais
contaminantes podem trazer riscos a saúde humana e de outros seres vivos. O
tratamento destes solos pode ser realizado pelo processo de biorremediação, o
qual requer recursos e longo período de tempo (Jaques et al. 2007).
O descarte irregular de resíduos sólidos urbanos, em outras palavras o
acúmulo de lixo em áreas impróprias (como os lixões a céu aberto) é outra
fonte de contaminação dos solos em diferentes escalas, além de representar
graves perigos em áreas urbanizadas, devido aos próprios processos de decom-
posição do lixo, que produz gases como o metano, que quando não tratado
adequadamente, se acumula nos solos, gerando perigo de explosões.
Você sabia
A remediação de solos contaminados envolve processos que visam
à redução dos teores de contaminantes a níveis seguros e compatíveis
com a proteção à saúde humana, seja impedindo ou dificultando a
disseminação de substâncias nocivas ao ambiente (Tavares, 2015).
4.3.2 Desmatamento e
desertificação
A desertificação configura-se como um
fenômeno em que uma dada área com solo
com boas condições de nutrientes e quantidade
significativa de vegetação, perde estas caracte-
rísticas, assumindo formas semelhantes às de
desertos. Este processo pode ocorrer natural
ou antropicamente.
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Você sabia?
O dia 17 de junho é o Dia Mundial de Combate à Desertificação e
à Seca, cujo objetivo é a conscientização dos tomadores de decisão,
de empresários e da sociedade civil organizada, sobre o processo de
desertificação e seus respectivos efeitos negativos ao meio ambiente,
a economia e a saúde humana.
Resumindo
Podemos observar neste capítulo a diferença existente entre degradação
e impactos ambientais, destacamos os principais impactos na água e no solo
e foi possível observar que há relação entre os impactos entre os dois. Um
exemplo é o assoreamento. Também vimos exemplos de alterações físicas,
químicas e biológicas como formas de impacto ambiental
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5
Atividades econômicas
causadoras de seus
impactos ambientais
Objetivos de aprendizagem:
22 Relacionar tipos de atividades industriais e respectivos impactos
ambientais;
22 Identificar a degradação e os impactos causados pela atividade
minerária;
22 Conhecer a respeito da degradação e dos impactos provocados
pelo agronegócio;
22 Identificar a degradação e os impactos oriundos do curtume;
22 Entender a degradação e os impactos causados pela siderurgia;
22 Conhecer a degradação e os impactos oriundos da indústria de tintas;
22 Identificar a degradação e os impactos provocados pela indústria de
celulose e papel.
5.1 Mineração
A atividade minerária está entre as atividades humanas mais antigas; isso
porque a utilização de rochas e minerais pelos seres humanos tem início com
as primeiras ferramentas e utensílios feitas com esses materiais. Contudo, foi
somente por volta de 6000 e 5000 anos a.C, que a utilização de rochas e
minerais sofreu uma transformação. As ferramentas que eram, até então, ape-
nas algumas rochas coletadas do chão, passaram a receber algum tratamento,
mesmo que rudimentar, com isso configurando a passagem da Idade da Pedra
para a Idade da Pedra Polida.
Com o passar dos anos e o consequente avanço da tecnologia, a utili-
zação das rochas e minerais foi aumentando, e sua capacidade de extração
também, passando-se então pela Idade do Cobre, Idade do Bronze e Idade
do Ferro.
É possível perceber que certos períodos da história da humanidade têm
nomes de metais, mostrando a importância desta atividade econômica. A
partir do avanço da tecnologia da mineração e da manufatura de metais,
nossa vida, cada vez mais, atrelou-se a produtos oriundos da mineração.
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Atividades econômicas causadoras de seus impactos ambientais
Você sabia
Basta olhar para nossa casa e veremos que sem a mineração nem
teríamos onde morar. As paredes de tijolos e cimento são oriundas
da extração de argilas e caulim. O contra piso é oriundo da extração
de calcário. E as janelas? São de ferro e alumínio; as lâmpadas antigas
eram de tungstênio e as fluorescentes, de uma pequena parte de
mercúrio. Em nossos eletrodomésticos há alumínio e cobre. Isso não
acontece só em nossa casa, mas em diversos produtos da vida coti-
diana. Por exemplo, muitos produtos de beleza são feitos com mate-
riais oriundos da mineração. Até o computador usado na preparação
deste ebook é feito de materiais oriundos de mineração.
A mineração é a retirada ou
Figura 1 – Imagem de mina a céu aberto.
extração de rochas e seus respecti-
vos minerais da natureza. A forma
Fonte: Shutterstock, 2015.
Importante
As extrações em minas a céu aberto muitas vezes são localizadas em
morros, morrotes e pequenas serras. Com o avanço da extração, a
caracterização geomorfológica desses lugares, ou seja, o modelato
do relevo local, é alterada. Com isso, lugares onde existia um morro,
após a atividade mineradora passam a ser planos.
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Fase do
Impacto
empreendimento
Desmatamento para acesso à área, geração de ruídos, vibrações, gases
Prospecção e
de combustão e poluição por combustíveis e lubrificantes relacionados a
pesquisa mineral
sondagens ou demais atividades de pesquisa.
Desmatamento e movimentação de terra para construção de vias e
Implantação do instalações da mina, ruídos, virações, emissão de gases de combustão,
projeto geração de poeira.
Nesta fase já há possibilidade de geração de erosões e assoreamentos.
Poluição visual, desmatamento, remoção do solo, geração de rejeitos, ruí-
dos, vibrações de máquinas e de explosivos, gases de combustão, poeira,
Preparação do
erosão, assoreamento, rebaixamento do lençol freático, possibilidade
terreno e desmonte
de contaminação dos recursos hídricos, descaracterização da paisagem,
possíveis alterações geomorfológicas.
Ruídos, vibrações, poeira, gases de combustão, danos por
Carregamento e
combustíveis e lubrificantes, intensificação do transito, degradações
transporte
nas vias.
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Atividades econômicas causadoras de seus impactos ambientais
Fase do
Impacto
empreendimento
Basicamente nesta fase não deveria haver nenhum impacto, contudo
fechamentos de mina mal executados acarretam em lixiviação do solo,
Fechamento da mina
contaminação dos recursos hídricos,
erosões e assoreamentos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
Saiba mais
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, indignado com a
degradação ambiental causada pela mineração feita no então Pico do
Cauê, protestou com um poema. Infelizmente hoje em dia o pico
do Cauê é conhecido como “buraco do Cauê”, mostrando o poder
devastador da mineração.Abaixo o poema do Drummond.
A MONTANHA PULVERIZADA
(Carlos Drummond de Andrade)
Chego à sacada e vejo a minha serra,
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
5.2 Siderurgia
A atividade siderúrgica está diretamente ligada à atividade de mineração.
Isso porque a siderurgia é, em essência, o beneficiamento de bens minerais, já
previamente beneficiados para a produção de aço.
O aço é um material essencial para a construção, seja ela de obras civis,
navais, de aviões, entre outras. A produção de aço está associada a grandes
impactos ambientais, entre eles a emissão de gases poluentes que estão liga-
dos à mudança climática, à geração de contaminantes dos recursos hídricos,
entre outros.
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Atividades econômicas causadoras de seus impactos ambientais
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Etapas da produção
Impactos ambientais
siderúrgica
Extração de minério de
Já explicitados no subtópico 5.1, sobre a atividade de mineração.
ferro e carvão mineral
Desmatamento, emissão de dióxido de carbono (CO2), geração
Produção de ferro gusa de efluentes líquidos (amônia, benzeno, óleos, cobre, chumbo,
cromo e níquel).
Emissão dos seguintes gases: CO2 e CH4, responsáveis pela
Produção de aço semia- mudança climática, e SOx e NOx, associados à chuva ácida e à
cabado geração de efluentes líquidos (amônia, benzeno, óleos, cobre,
chumbo, cromo e níquel).
Emissão dos seguintes gases: CO2 e CH4, responsáveis pela
mudança climática, e SOx e NOx, associados à chuva ácida e à
Produção de aço refinado
geração de efluentes líquidos (amônia, benzeno, óleos, cobre,
chumbo, cromo e níquel).
Fonte: Elaborado pelo autor, 2015.
5.3 Agronegócio
A atividade agrícola responde primordialmente pela principal atividade
econômica de geração de alimentos, biocombustíveis e fibras.
Os impactos ambientais e a degradação ao meio ambiente causados por
atividades relacionadas ao agronegócio são amplamente conhecidos. Neste
contexto, a Organização das Nações Unidas (ONU) constituiu, a Organi-
zação das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) a qual tem
por objetivo buscar a erradicação da fome no mundo aliando os conheci-
mentos sobre agronomia.
O Brasil é internacionalmente conhecido por ser o celeiro do mundo.
Não por menos, dados de 2011 apresentam uma a safra agrícola que ocupou
uma área de aproximadamente 50,6 milhões de hectares, configurando-se
como uma das maiores do mundo (CNI, 2012).
Em um país de dimensões continentais como é o nosso, destinar gran-
des extensões de terra à agricultura é completamente compreensível; con-
– 66 –
Atividades econômicas causadoras de seus impactos ambientais
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Atividades econômicas causadoras de seus impactos ambientais
Importante
A irrigação na agricultura, quando mal planejada, acarreta exaustão
de sistemas hídricos. Isso significa que está sendo retirada mais água
do que o sistema natural consegue suprir. Os principais efeitos são o
rebaixamento de aquíferos e a diminuição do volume de rios.
5.4 Curtume
O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de carne bovina e con-
sequentemente a indústria de produtos derivados dessa atividade também é
expressiva. Os materiais descartados da venda de carne, entre os quais estão os
ossos, as entranhas e a pele ou o couro dos animais, constituem outro grupo
de atividades econômicas, ligadas a estes subprodutos.
A atividade ligada à trans- Figura 3 – Couros na etapa de curtimento.
formação e comercialização
do couro dos bois é conhecida
como curtume. A utilização
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Atividades econômicas causadoras de seus impactos ambientais
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Atividades econômicas causadoras de seus impactos ambientais
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Etapas do processo de
Impactos ambientais
produção de papel
Desmatamento e perda de espécies nativas; alterações ou degra-
Plantio dos pinus e euca-
dação de habitats naturais; introdução de espécies invasoras dos
liptos
cultivos; uso intensivo de água.
Uso intensivo de grandes quantidades de água, manipulação de
Polpação elementos altamente poluidores, geração de efluentes e resíduos
líquidos.
Uso de produtos químicos e substâncias corrosivas, geração de
Branqueamento
efluentes e resíduos líquidos.
Secamento Sem impactos.
Resumindo
Neste capítulo pudemos relacionar as atividades econômicas com seus
respectivos impactos ambientais e identificar os potenciais impactos ambien-
tais em cada etapa dos processos envolvendo as diversas atividades.
Há que se dizer que a simples utilização de produtos potencialmente
poluidores acarreta impactos relevantes ao meio ambiente. Também foi pos-
sível identificar como algumas atividades distintas relacionam-se entre si
e como o impacto ambiental causado por dada atividade pode servir para
outra, como é o caso da mineração e da siderurgia e da agricultura e a produ-
ção de celulose.
– 74 –
6
A importância da
conservação ambiental
Objetivos de aprendizagem
22 Explicar a importância da conservação ambiental.
22 Apresentar o conceito e as formas de manejo sustentável.
22 Conceituar reserva legal e apresentar a lei que a rege.
22 Definir áreas de preservação permanente e os respectivos perí-
metros e apresentar a lei que as regulamenta.
22 Conceituar unidades de conservação e apresentar a lei correspondente.
22 Apresentar o Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
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A importância da conservação ambiental
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A importância da conservação ambiental
Importante
Pedologia é a ciência que tem como foco o estudo dos solos. Envolve o
conhecimento das propriedades e características do solo, físicas, químicas
e biológicas. A pedologia é uma ciência multidisciplinar, sendo, portanto,
de interesse de engenheiros agrônomos, geógrafos e geólogos. Os pro-
fissionais que se dedicam a ela são chamados de pedólogos.
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Mata Ciliar
50m Mata Ciliar
100m
Mata Ciliar
200m
Mata Ciliar
500m
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A importância da conservação ambiental
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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A importância da conservação ambiental
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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A importância da conservação ambiental
Parque
relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a rea-
nacional
lização de pesquisas científicas, realização de atividades
educacionais, recreação, lazer e turismo ecológico.
Categoria de UC que preserva sítios naturais raros, singulares e/
Monumento ou de grande beleza cênica. É constituído por propriedades par-
natural ticulares, desde que concilie os objetivos de uma UC com as
formas de uso e ocupação do solo por parte dos proprietários.
Tem por objetivo proteger ambientes naturais que garantam
Refúgio de
condições para a existência ou reprodução de espécies ou comu-
vida silvestre
nidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
Área extensa, com presença de ocupação humana, com atributos
Uso sustentável
Floresta nativas, criada com o objetivo básico de uso múltiplo sustentável dos
nacional recursos florestais e pesquisas científicas voltadas para a descoberta
de métodos de exploração sustentável destas florestas nativas.
Área utilizada por comunidades tradicionais, cuja subsis-
tência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
Reserva
agricultura de subsistência. Essas UCs são criadas para pro-
extrativista
teger os meios de vida e a cultura dessas populações, assegu-
rando o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
– 85 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Resumindo
O interesse ambiental de proteção e preservação pode ser de diversos
tipos, podendo ser a beleza cênica de um dado lugar, sua importância ecoló-
gica ou a proteção dos recursos naturais e hídricos.
Sabemos que a esfera governamental é quem regula e gerencia as prin-
cipais formas de preservação, mas a participação da sociedade e das pessoas
(físicas e jurídicas) em geral é importante, bem como a ajuda na preserva-
ção, por meio das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN),
por exemplo.
– 86 –
7
Legislação ambiental
Objetivos de aprendizagem:
22 Identificar o que a Constituição Federal estabelece em relação a
aspectos ambientais;
22 Conhecer os principais instrumentos legais relacionados à questão
ambiental, como Política Nacional do Meio Ambiente, Sistema
Nacional do Meio Ambiente, Lei das Águas, Lei de crimes ambien-
tais entre outras;
22 Analisar a legislação ambiental brasileira em todas as suas políticas
específicas que embasam as ações de manejo, proteção, preservação
e recuperação ambiental;
22 Conhecer as instruções normativas ao PRAD.
– 88 –
Legislação ambiental
Você sabia
A palavra “política”, do grego “politéia” era usada para se referir a
tudo relacionado a polis (cidade-estado) e à vida em coletividade.
A política está relacionada diretamente com a vida em sociedade, no
sentido de fazer com que cada indivíduo expresse suas diferenças e
conflitos sem que isso seja transformado em um caos social (Fonte:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/politica/)
– 89 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 90 –
Legislação ambiental
Faz parte da Política Nacional do Meio Ambiente a busca para que haja:
I. [...] compatibilização do desenvolvimento econômico-social
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilí-
brio ecológico;
II. [...] definição de áreas prioritárias de ação governamental [...];
IV. [...] desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais
orientadas para o uso racional de recursos ambientais;
V. [...] divulgação de dados e informações ambientais e formação de
uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da
qualidade e do equilíbrio ecológico;
VI. [...] preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas
à sua utilização racional e disponibilidade permanente [...];
VII . [...] imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recu-
perar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribui-
ção pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos.
(Brasil,1981)
Figura 1 – Políticas ambientais
As diretrizes são organizadas em brasileiras definidas por lei
normas e planos, que têm como objetivo
Política Nacional de Meio Ambiente
orientar a ação do governo, em todas as
Lei 6.938/81
suas esferas, no que se refere à preservação
da qualidade ambiental e manutenção do
equilíbrio ecológico. Política Nacional de Recursos Hídricos
Lei 9.433/1997
As principais políticas brasileiras defi-
nidas por lei são apresentadas na Figura 1. Política Nacional de Educação Ambiental
Lei 9.795/99
– 91 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 92 –
Legislação ambiental
É de competência do Conama:
I. estabelecer, mediante proposta da Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, dos
demais órgãos integrantes do SISNAMA e de Conselheiros do
CONAMA, normas e critérios para o licenciamento de ativida-
des efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos
Estados e supervisionado pela SEMA;
– 93 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 94 –
Legislação ambiental
– 95 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 96 –
Legislação ambiental
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 98 –
Legislação ambiental
– 99 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 100 –
Legislação ambiental
Você sabia
O SNUC prevê 12 categorias de Unidades de Conservação. Essas
estão subdivididas em dois grupos: as que necessitam de proteção
integral, que são cinco categorias; e as que podem ter alguma forma
de uso sustentável, formadas por sete categorias. A busca de novos
processos de compensação, com destaque para a remuneração por
competências, vinculada à capacidade de “entrega” do funcionário,
alimenta as expectativas dos gestores de pessoas.
– 101 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Saiba mais
Você tem interesse em conhecer todos os tipos de crimes cometidos
contra o meio ambiente? Sabe em que incorrem aqueles que o prati-
cam? O livro Crimes Ambientais e juizados especiais, do professor Ivan
da Silva, publicado em 2011, trata de detalhar esses crimes e sinalizar
as respectivas punições e sanções legais. Além disso, você vai poder
conferir outras questões referentes ao Direito Processual Ambiental.
– 102 –
Legislação ambiental
Importante
A proteção e a conservação do solo e das águas no local em que será
realizado o PRAD deve ser item de especial importância, uma vez que
– 103 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 104 –
Legislação ambiental
– 105 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 106 –
Legislação ambiental
Importante
O responsável técnico pela elaboração e execução de um PRAD
qualquer é também o responsável legal e deve garantir que a exe-
cução do mesmo será feita da melhor forma não omitindo nenhuma
irregularidade ou qualquer problema, o que significa que qualquer
irregularidade ocorrida ao PRAD quem responderá por esta será o
responsável técnico, podendo inclusive sofrer sanções penais.
– 107 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Resumindo
Como pudemos estudar, a legislação ambiental é extensa e contempla
as mais diversas formas, ações e atitudes que estejam relacionadas ao meio
ambiente, sobretudo com o intuito de proteção, preservação e manutenção
dos mais diversos ecossistemas e suas composições.
A respeito da legislação específica acerca dos projetos de recuperação de
áreas degradadas (PRAD), pudemos observar que se trata de uma norma legal
que prevê ações desde as primeiras proposições, passando pela sua implantação,
manutenção e monitoramento. Questões que serão tratadas no capítulo 10
– 108 –
8
Técnicas de
Avaliação de Impacto
Ambiental – AIA
– 110 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
– 111 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 112 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 114 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
– 115 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Objetivos de aprendizagem:
22 Dominar as diferentes técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental;
22 Listar as vantagens e desvantagens de cada das técnicas de AIA;
22 Identificar a melhor situação para aplicação de cada técnica uma
das seguintes técnicas de AIA: ad hoc, checklist, matrizes, superpo-
sição de mapas e geoprocessamento, redes e diagramas, modelo de
simulação, formas matemáticas e métodos quantitativos.
Glossário
Brainstorming: termo técnico em inglês cuja tradução literal seria “tem-
pestade no cérebro”. Alguns profissionais aportuguesaram a expres-
são para “chuva de ideias”. Seja brainstorming, seja chuva de ideias,
o conceito por trás dessa prática é fazer um levantamento de possibi-
lidades a serem executadas para solução de um problema. Ela é rea-
lizada em grupos, geralmente formados por especialistas no assunto.
– 116 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
Vantagens:
22 possui forma simples e de fácil compreensão;
22 permite que os interessados tenham envolvimento direto;
22 gera informações e possui subsídios para dar orientações a even-
tuais outras avaliações a serem incluídas no processo em questão;
22 tem formato ágil e rápido de criação da AIA;
22 adequa-se a casos em que haja falta e escassez de
Desvantagens:
22 não se debruça totalmente sobre o problema, resultando em uma
avaliação pouco profunda que não leva em consideração eventuais
impactos secundários;
22 não se determinam e se identificam os impactos em todas as formas
ambientais possíveis, podendo haver lacunas.
– 117 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
8.2 Checklist
As técnicas de AIA, chamadas de checklist, consistem, basicamente, em
identificar as relações entre fatores ambientais e os prováveis impactos gerados
por um projeto específico.
Alguns projetos já possuem listas padronizadas para AIA, resultado de anos
de experiência acumulada a respeito dos impactos gerados por algumas ativida-
des; entre eles destacamos os projetos de hidroelétricas e estradas de rodagem.
Além dos exemplos de listas padronizadas para projetos de autoestradas
e de hidroelétricas, existem as listas computadorizadas, como o programa
Meres, desenvolvido pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos
(United States Department of Energy, DOE), que auxilia a computar as emis-
sões de poluentes partindo-se das premissas das normativas e características
sobre a natureza/tipo e a grandeza do projeto.
Embora sejam essencialmente técnicas voltadas para a identificação, as
checklists possuem informações sobre técnicas para a previsão antecipada do
impacto e podem conter algumas formas de escalas de valor, de modo a criar
ponderação sobre fatores e características que estão sendo avaliados.
Nas fases iniciais, as listagens representam a técnica mais utilizada
em AIA, consistindo, portanto, na identificação e enumeração (listagem)
dos impactos, a partir de diagnósticos ambientais realizados por profis-
sionais das mais diversas áreas de interesse, para analisar os meios físico,
biótico e socioeconômico.
Esses técnicos e demais profissionais envolvidos na AIA terão que cor-
relacionar os impactos comuns a cada etapa da atividade – implantação e
operação do empreendimento. Os impactos listados deverão ser classificados
em positivos ou negativos, de acordo com o tipo de alteração antrópica que
esteja sendo produzida no meio analisado.
Às vezes essa metodologia pode ser empregada na forma de questionário
a ser completado, a fim de dar uma orientação para a avaliação subsequente.
Vantagens:
22 tem formato “enxuto”, considerado resumido, organizado e facil-
mente compreensivo;
– 118 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
Desvantagens:
22 há compartimentação e fragmentação;
22 não destaca nem identifica as relações existentes entre os fatores
ambientais;
22 não permite que se identifiquem os impactos secundários nem que
sejam feitas predições;
22 não considera valores e conflitos;
22 constitui um método por demais simples e estático.
Saiba mais
O Manual de Pavimentação do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT) trata da importância e das
formas de se fazer avaliações de impactos ambientais específicas
para a construção de estradas de rodagem no Brasil. Esta publi-
cação é disponibilizada na Internet. Se você deseja conhecer
esse material, acesse o seguinte endereço eletrônico: <http://
www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/manuais/
Manual_de_Pavimentacao_Versao_Final.pdf>.
8.3 Matrizes
As matrizes consistem em técnicas bidimensionais que identificam as
relações entre as ações e seus respectivos fatores ambientais, geralmente cada
– 119 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
uma delas em colunas e linhas da matriz. Esta técnica incorpora alguns parâ-
metros próprios à avaliação, mas é uma técnica basicamente de identificação
de impactos.
A fim de verificar os efeitos secundários e a interdependência entre os
fatores ambientais, foram desenvolvidos desdobramentos para as matrizes, de
modo a listar tais fatores.
As matrizes apareceram, ou começaram a ser utilizadas, a partir da neces-
sidade de suprir as deficiências de métodos, como as listagens (checklists) e a
própria evolução natural do conhecimento em AIA.
Um ponto de debate sobre a utilização desta técnica é a necessidade ou
não de se calcular um indicador, algo como um índice global de impacto
ambiental que seria um fator resultante da soma ou de uma média ponderada
entre a magnitude versus importância dos impactos específicos.
Tendo em vista a diferente natureza dos impactos, alguns autores defen-
dem a não contabilização de índice global, sugerindo a elaboração de matrizes
para diversas alternativas e a comparação entre elas no nível de cada efeito sig-
nificativo específico. De qualquer forma, é importante assinalar que o índice
global só poderá ser calculado se houver compatibilização entre as escalas
utilizadas para os vários impactos, já que apenas escalas de intervalo ou razão
estão sujeitas a manipulação matemática (Pires, 2009).
Assim, efeitos medidos em escalas nominais ou ordinais deverão ser con-
vertidos naquele tipo de escala.
Vantagens:
22 é adequado para a comunicação de resultados;
22 inclui indicadores ambientais e sociais;
22 comporta dados quantitativos e qualitativos;
22 produz informações de boa qualidade para o prosseguimento de
estudos futuros;
22 trata-se de um método multidisciplinar;
22 possui baixo custo.
– 120 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
Desvantagens:
22 não há determinação de possíveis inter-relações entre os fatores
analisados;
22 faz análises compartimentadas do meio ambiente;
22 utiliza quase que exclusivamente o meio físico e biótico como base;
22 desconsidera valores e conflitos sociais, entre outras particularida-
des das comunidades locais;
22 não é suficientemente relevante o resultado apresentado em forma
de índice global de impacto, portanto não pode ser usado como
indicador seguro de impacto.
Uma das formas de utilização de matrizes mais difundidas em todo o
mundo é a Matriz de Leopold, desenvolvida em 1971 para o Serviço Geoló-
gico dos Estados Unidos (USGS). Essa matriz foi projetada de modo a poder
ser utilizada para a avaliação de impactos associados a quase todos os tipos de
implantação de projetos (Pires, 2009).
Você sabia
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a principal contribuição
do ZEE é racionalizar o uso e a gestão do território. Com isso se
busca uma redução nas ações predatórias e, ainda, indicação das
atividades mais adaptadas às particularidades de cada região, com o
objetivo principal de identificação das inter-relações entre os diversos
componentes da realidade. (Brasil, 2015).
– 122 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
Desvantagens:
22 não são evidenciados impactos de segunda e terceira ordens;
22 apresenta dificuldade para definir quais os parâmetros essenciais a
serem mapeados;
22 Tem uso limitado quando a superposição é feita com grande quan-
tidade de mapas.
Importante
Geoprocessamento é uma ferramenta de tratamento e processamento
de informações que estejam necessariamente ligadas a pontos locali-
zados em mapas, a coordenadas geográficas ou, ainda, a dados geor-
referenciados, por meio de softwares específicos conhecidos como
GIS, sigla em inglês para “sistemas de informações geográficas”.
– 123 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Importante
Impactos de primeira ordem são os chamados impactos diretos, fruto
da relação causa e efeito diretamente. Quando há uma reação secun
– 124 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
– 126 –
Técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental – AIA
Resumindo
Pudemos conhecer diversas técnicas de avaliação de impacto ambiental
com suas peculiaridades, vantagens e desvantagens. Cada técnica apresenta
possibilidades que fazem com que cada uma se encaixe melhor em determi-
nado tipo de projeto. Com isso foi possível ter uma noção bem definida da
complexidade de realização da AIA, bem como a importância que este estudo
tem e a responsabilidade de ser bem feito.
– 127 –
9
Recuperação de área
degradada (RAD)
impactos, os custos envolvidos e a dificuldade técnica, que farão com que seja
decidida pela recuperação, reabilitação ou restauração da área em questão.
Então, bons estudos!
Objetivos de aprendizagem:
22 Compreender o que é a RAD;
22 Identificar diferenças entre recuperação, reabilitação e restauração;
22 Conhecer as etapas que compõem a RAD.
Saiba mais
A obra Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos, do
professor Luis Enrique Sánchez (2013), é um clássico para quem está
estudando os processos que envolvem os impactos ambientais e sua
consequente recuperação.
– 130 –
Recuperação de área degradada (RAD)
Degradação
Recuperação
Recuperação
Reabilitação
ambiental
Restauração
9.1.1 Recuperação
De acordo com a Lei nº 9.985/2000 (Brasil, 2000), que estabelece o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), a definição de recu-
peração é a “restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada a uma condição não degradada que pode ser diferente de sua con-
dição original”.
O Decreto nº 97.632/1989 (Brasil, 1989) refere-se ao objetivo da recu-
peração ambiental: “retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de
acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando à obten-
ção de uma estabilidade do meio ambiente”.
O Ibama (1990) estabelece que a recuperação ambiental significa que
o sítio degradado retornará a uma forma e utilização de acordo com o plano
pré-estabelecido para o uso do solo. Implica a obtenção de uma condição
estável, em conformidade com os valores ambientais, estéticos e sociais da cir-
cunvizinhança. Significa também que o sítio degradado terá condições míni-
mas de estabelecer um novo equilíbrio dinâmico, desenvolvendo um novo
solo e uma nova paisagem (Tavares, 2008).
Podemos concluir que o conceito de recuperação permite que a área em
questão, após sua recuperação ambiental, apresente uma condição diferente da
original. Sendo assim, admite-se que houve perda das características naturais
daquele ambiente, mesmo após sua recuperação, mas busca-se dar a ele uma nova
função. Ou seja, é uma maneira de minimizar ao máximo os danos causados.
– 131 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
9.1.2 Reabilitação
O conceito de reabilitação refere-se ao retorno da área degradada a um
estado biológico correspondente ao natural, com a garantia de que não resta
nenhuma forma de contaminação.
A reabilitação da área não necessariamente poderá significar que ela não
tenha uso produtivo no longo prazo, por meio de cultivo, de recreação ou de
valorização estético-ecológica (Tavares, 2008).
Alguns exemplos de reabilitação para fins recreativos são: a raia olímpica
da Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP), instalada em
uma antiga área de extração de areia em planície aluvionar do Rio Pinheiros;
a construção do Parque Esportivo Cidade de Toronto, instalado em área de
antiga extração de areia; o Centro Educacional e Recreativo do Butantã, ins-
talado em área de antiga pedreira; e o lago do Parque Ibirapuera, instalado em
antiga cava de extração de areia. Todos esses casos foram realizados na cidade
de São Paulo (SP) (Tavares, 2008).
Esse conceito de reabilitação pode encaixar-se nas técnicas de recupera-
ção denominadas soluções alternativas, descritas neste capítulo.
9.1.3 Restauração
De acordo com a Lei n° 9.985/2000 (Brasil, 2000), a restauração
ambiental é “a restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre
degradada o mais próximo possível da sua condição original”.
Portanto por essa definição, restaurar é trazer a área à sua condição pré-
-impacto, ou seja, reconstruir novamente o ambiente de modo que ele fique
como antes de sofrer a perturbação. Podemos, então, considerar que este
– 132 –
Recuperação de área degradada (RAD)
– 133 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 134 –
Recuperação de área degradada (RAD)
Glossário
Indicadores: Os indicadores são instrumentos de gestão que permitem
acompanhar o alcance das metas, identificar avanços, melhorias de qua-
lidade, correção de problemas, necessidades de mudança, etc. Tem
por função descrever por meio da geração de informações o estado
real dos acontecimentos e o seu comportamento e atribuir um valor
à um parâmetro de com base em informações passadas e presentes.
– 135 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Glossário
Herbáceas: são espécies vegetais com caules não lenhosos ou semilenho-
sos, de diversos portes, porém nunca atingindo mais que 2 m de altura.
Exemplos são as ervas e gramíneas.
Arbustivas: são espécies vegetais com características que podemos conside-
rar intermediárias às herbáceas e às arbóreas. Portanto, são árvores de porte
médio. Exemplos são os arbustos.
Arbóreas: São os exemplares de maior porte em relação às arbustivas e às
herbáceas. Podem exibir alguns ramos junto ao solo. São as árvores.
– 136 –
Recuperação de área degradada (RAD)
Glossário
Geotecnia: é um ramo da engenharia civil que trata de projetos ou constru-
ção de obras que dependam do comportamento dos solos e/ou das rochas.
Glossário
Percolação: é o movimento gravitacional da água após a infiltração, ou seja,
ocorre o fluxo do meio saturado (solo saturado).
Saiba mais
Uma recuperação de área por meio de remediação foi realizada em um
Posto de Serviço desativado, em um dos municípios da Grande São Paulo.
Em uma área de 1.000 m2 diagnosticou-se uma pluma de fase livre de gaso-
lina com cerca de 200 m2 e espessura da ordem de 20 cm, fase dissolvida
e solo contaminado. A remediação foi realizada e após seis meses de ope-
ração reduziu-se os teores de benzeno no solo a 100 ppb, e nas águas
subterrâneas a 450 ppb. Os demais compostos alvo (tolueno, xilenos e
etilbenzeno) mantiveram-se abaixo dos limites estabelecidos. A redução do
benzeno foi obtida com aplicação de Peróxido de Hidrogênio, tendo com
resultado final o teor de 45 ppb. Neste cenário iniciou-se as obras de cons-
trução de um edifício comercial, e monitoramentos subsequentes certificaram
o atingimento das metas. Fonte: Viana Jr. (2015).
– 137 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Você sabia
Carcinicultura é o nome dado à criação de camarões em cativeiro.
No Brasil essa prática data da década de 1970.
Importante
Passivo ambiental é um conceito que envolve conhecimentos da
contabilidade e das ciências ambientais. O passivo é um conceito
próprio da contabilidade, porém quando aplicado ao meio ambiente,
refere-se à degradação causada por certa empresa e que necessaria-
mente deverá ser recuperada, resultando em gasto financeiro.
Resumindo
Neste capítulo foram apresentados os conceitos de recuperação, reabi-
litação e restauração ambiental, bem como as leis que ditam seus respectivos
conceitos. Também foram apresentados alguns dos desafios para essas três
formas de mitigação dos impactos ambientais.
Pudemos aprender sobre as etapas que compõem a RAD e as principais
técnicas empregadas nela. Também vimos a importância da AIA para sub-
sidiar a RAD com informações e, com isso, permitir a tomada de decisões
quanto às principais técnicas de RAD.
– 138 –
Recuperação de área degradada (RAD)
– 139 –
10
Plano de Recuperação
de Área Degradada
(PRAD) e suas variáveis
Objetivos de aprendizagem:
22 Listar e compreender todas as etapas que envolvem o processo de
execução do Plano de Recuperação de Área Degradada;
22 Conhecer sobre inspeção da área e análise da Avaliação de Impacto
Ambiental (AIA);
22 Saber sobre caracterização e contabilização do passivo ambiental;
22 Identificar as medidas corretivas e preventivas;
22 Conhecer as etapas do PRAD: do termo de referência à execução.
– 143 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 144 –
Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) e suas variáveis
Saiba mais
A Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo
(Fapesp), junto com o Instituto de Botânica de São Paulo fizeram em
2006, na cidade de Guaratinguetá, um evento de capacitação para a
recuperação de áreas degradadas. Um dos frutos desse encontro foi
o lançamento do Manual para recuperação de áreas degradadas do
Estado de São Paulo (Barbosa, 2006). Esse material contém diversas
propostas e estudos de caso para a recuperação de áreas degradadas
e serve como referência para futuras proposições de PRAD.
– 145 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Importante
Os créditos de carbono são uma medida de compensação por
impacto ambiental que se restringe à emissão de gases do efeito
estufa. Esses créditos podem ser considerados ativos ambientais,
de modo que grandes quantidades de crédito de carbono podem
entrar como questões financeiras positivas às empresas, junto com
seus ativos.
– 146 –
Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) e suas variáveis
Você sabia
Tendo em vista o conceito de passivo ambiental e sua contabilização,
algumas empresas acabam por incluir em seus PRAD futuras atividades
geradoras de renda a serem inseridas na área a ser recuperada. Ou
seja, a empresa faz a recuperação ambiental e a área fica em condi-
ções de ser usada para outra atividade. Ribeiro e Manzione (2012)
apresentam um exemplo disso: antigas cavas de extração de areia e
argila transformaram-se em um parque de esportes radicais aquáticos
em Jaguariúna, no Estado de São Paulo. Outro exemplo é a antiga
pedreira em Curitiba que foi transformada em parque (figura abaixo).
– 147 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Medidas corretivas
22 Entre as principais medidas corretivas destacam-se:
22 revegetação – podendo ser de extensas áreas ou apenas na mata ciliar;
22 criação de lagos em antigas cavas de mineração;
22 troca de solos contaminados, como pode ser visto na Figura 1;
– 148 –
Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) e suas variáveis
Medidas preventivas
Entre as principais medidas preventivas, destacam-se as formas de con-
trole de poluição do ar, da água e do solo. O controle da poluição é feito
– 149 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Resumindo
Neste capítulo pudemos conhecer as fontes de informação que fomen-
tam a criação dos PRADs. Também identificamos as formas de ações que
podem ser empregadas e propostas, podendo ser corretivas ou preventivas.
Vimos a importância financeira que a recuperação dos impactos ambien-
tais tem para uma empresa, podendo entrar como um passivo contábil; ou
seja, o impacto ambiental tem impacto direto no bolso de quem o causa, uma
forma eficiente de chamar os responsáveis à responsabilidade.
Foram apresentadas as etapas que compõem o PRAD e sua documen-
tação necessária, lembrando que algumas etapas podem ser diferentes em
alguns estados, bem como a eventual necessidade de um ou outro documento
a mais a ser entregue aos órgãos ambientais estaduais.
– 150 –
Conclusão
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
Prezado aluno,
Chegamos ao final de nossa jornada de estudos da disciplina “Impac-
tos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas”. Ao longo do trabalho,
foram apresentados os conceitos e temas ligados aos impactos ambientais e à
recuperação das áreas degradadas.
Para isso, destacamos e identificamos as principais causas de proble-
mas ambientais contemporâneos, associados ao modo de vida da sociedade
moderna, mas também ao avanço do número de fábricas e indústrias que
ainda dão pouca importância à questão ambiental.
Foram até mesmo relacionadas as principais formas de impacto e degra-
dação ambiental com suas fontes geradoras, nas mais diversas atividades eco-
nômicas, entre elas a mineração, o agronegócio, os curtumes, a indústria quí-
mica e petroquímica, entre outras.
Conceituamos a degradação e apresentamos seus vetores, para que
pudéssemos conhecer a fundo os efeitos da degradação do meio ambiente e
suas consequências na água, no solo, no ar e na saúde humana.
Não poderíamos deixar de destacar a relevância da conservação ambien-
tal; afinal de contas, se não expusermos a importância da preservação e da
conservação, o discurso ambientalista torna-se vazio e, consequentemente, os
profissionais do meio ambiente tornam-se dispensáveis, o que é justamente
o contrário.
Com base na importância da conservação e preservação ambiental, e
relacionando-a com as principais atividades econômicas causadoras de degra-
dação, apresentamos a legislação ambiental, com todas as suas peculiaridades
e possíveis punições.
Por fim, compartilhamos informações suficientes para a definição
e conhecimento das técnicas de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) e
quando aplicá-las, seja nos PRADs, seja no RAD.
Desejamos que todo este conteúdo seja inspirador para a sua formação,
e que você se sinta estimulado a aprofundar os estudos nesta temática tão
importante nos dias de hoje.
– 152 –
Referências
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
– 154 –
Referências
– 155 –
Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Referências
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Referências
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Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degradadas
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Referências
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Há que se dizer que muito se avançou no sentido da proteção do Meio
Ambiente e em prol da sustentabilidade, desde o encontro Rio92 até sua edição
mais recente, a Rio+20, mas muito ainda há para se fazer.
No que tange à legislação brasileira, boa parte dos impactos e das degra-
dações ambientais têm penalidades previstas nas leis, bem como a normatiza-
ção da recuperação da degradação ambiental gerada por atividades comerciais,
industriais e agropecuárias.
Para atuar de forma eficiente e com a excelência necessária para administrar
esse contexto atual, o gestor ambiental precisa ter conhecimento teórico-prático.
A disciplina Impactos Ambientais e Recuperação de Áreas Degrada-
das fornece ao estudante conceitos básicos relacionados às formas e vetores das
degradações ambientais e apresenta o conceito e as principais formas de impac-
tos ambientais da atualidade. Com base nesses conceitos, aborda a legislação de
pertinente ao tema.
O foco da disciplina é identificar as principais atividades causadoras
de impacto ambiental e, a partir das características desses impactos, apresen-
tar métodos, específicos para cada caso, para o desenvolvimento de Planos de
Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD.
O objetivo desta disciplina é compartilhar conhecimento como aluno,
para que seja capaz de planejar e desenvolver PRAD, bem como fazer parte de
futuras equipes de execução de Estudos de Impactos Ambientais e seus respec-
tivos relatórios (EIA – RIMA). Para isso, você terá subsídios para desenvolver
as seguintes competências.
ISBN 978-85-53370-27-6
9 7885 53 3 7027 6