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Flora e Fauna
Adaptações ao Fogo
Revisão Bibliográfica
Origem do fogo
Atuação do fogo
Conceito de adaptação
Adaptações ao fogo
Flora
Fauna
Fontes de consulta
Introdução
Origem do fogo
Nos ambientes naturais, o fogo, tanto antropogênico como natural, tem um
importante papel para a dinâmica desses ambientes, afetando direto ou
indiretamente, sendo considerado um de seus fatores determinantes,
exercendo grande influência na manutenção da sua fisionomia e
composição (SILVA, FIEDLER & NAPPO).
Atuação do fogo
Reprodução e estabelecimento de espécies, pois facilita a dispersão das suas
sementes e germinação (SARIEGO, 2003):
a) A anemocoria é uma característica de grande parte das espécies do
Cerrado. Ao eliminar a palha seca que se acumula sobre o solo, o fogo
ajuda a propagação dessas espécies, pois remove a macega que impede
ou embaraça o deslocamento das sementes. Isto é particularmente
evidente para aquelas espécies do estrato herbáceo/subarbustivo, cujos
frutos desenvolvem-se bem próximo à superfície do solo (COUTINHO,
2003).
b) O fogo também age como um fator estimulante da germinação de
espécies que possuem sementes com tegumento puro e impermeável, que
permanecem no substrato até que um fogo passe por ali - como ocorre
geralmente com as leguminosas. A brusca e rápida elevação da
temperatura produzida pelas queimas superficiais pode provocar
rachaduras e pequenas fendas nesses tegumentos, favorecendo a
penetração da água e a germinação das sementes, surgindo um grande
número de plântulas (LIMA & BATISTA, 1993; RIZZINI, 1976).
• Eliminação de plantas “invasoras” (não típicas desses ambientes) que
dificultam a germinação das sementes (SARIEGO, 2003).
• Rápida remineralização de matéria orgânica - Enriquecimento do solo: permite
que os sais minerais retornem ao solo, enriquecendo-o (SARIEGO, 2003). – A
aceleração da remineralização da biomassa e a transferência dos nutrientes
minerais nela existentes para a superfície do solo, sob a forma de cinzas.
Desta forma, nutrientes que estavam imobilizados na palha seca e morta,
inúteis portanto, são devolvidos rapidamente ao solo e colocados à disposição
das raízes. O fogo transferiria nutrientes do estrato lenhoso para o herbáceo,
beneficiando a este último (COUTINHO, 2003).
• O fogo é um dos poucos distúrbios que mata plantas adultas, abrindo espaços
e promovendo a sucessão vegetal e contribuindo para que acentuadas
mudanças ocorram na composição florística das pastagens naturais
(STEUTER & McPHERSON, 1995; BOND & WILGEN, 1996).
Conceito de adaptação
Adaptação em sua definição mais simples, é a capacidade de uma espécie
sobreviver no seu ambiente particular. Dizer que os organismos estão adaptados
aos seus ambientes é afirmar o primeiro axioma da ecologia (BUFFALOE, 1974).
Adaptação, como um processo, significa a capacidade de um grupo de
organismos de desenvolver, através de um longo período de tempo, certos
aspectos estruturais e funcionais que o capacitam a sobreviver e se reproduzir em
um ambiente particular (BUFFALOE, 1974).
O termo adaptação implica em mudança – algum aspecto estrutural ou funcional
de um grupo de organismos muda de tal forma que ele passa a ter valor
adaptativo (BUFFALOE, 1974).
Adaptação - modificações genéticas que permitem que as populações vivam
melhor nas condições ambientais prevalecentes. As adaptações são mudanças
na estrutura, na função ou no comportamento de populações, que ocorrem no
decorrer de um longo período de tempo - mais de uma geração. (AMDA, 2003)
Adaptações ao fogo
Flora
A adaptação das plantas e comunidades ao fogo evoluiu sob determinadas
condições ambientais em uma escala temporal e espacial, sendo a extensão do
distúrbio ajustada às variações climáticas e topográficas (STEUTER &
McPHERSON, 1995).
Enquanto em pequena escala os indivíduos têm respostas morfofisiológicas ao
fogo, em grande escala, ocorre uma dinâmica de mosaico da vegetação, que
muda de acordo com a interação entre diferentes distúrbios, resultante de
aceleradas taxas de extinção, introdução e fragmentação de plantas (GRIME &
CAMPBELL, 1991; STEUTER & McPHERSON, 1995; BOND & WILGEN, 1996).
As adaptações morfofisiológicas das plantas ao fogo envolvem estratégias de
resistência, regeneração ou sobrevivência (RIZZINI, 1976; COUTINHO, 1977;
STEUTER & McPHERSON, 1995). A sobrevivência das plantas ao fogo depende,
em ordem decrescente, do grau de proteção das gemas, do nível de
chamuscação (altamente associado ao material morto ligado à planta), e do
intervalo entre queimadas (STEUTER & McPHERSON, 1995). Plantas com menor
relação folha/colmo, colmos mais espessos, baixa produção de material morto na
época seca e maior massa residual após a queima, são melhor adaptadas à
queima (MACEDO, 1995). A maior eficiência de algumas espécies em áreas
queimadas pode ser em função de sua plasticidade fisiológica, devido a qual
essas espécies apresentam maior fotossíntese, condutância foliar, concentração
de N na folha e aumento na eficiência de uso da água durante a seca, por
desenvolver menor potencial osmótico, em relação às plantas de áreas não
queimadas (KNAPP, 1985).
A vegetação dos cerrados e ambientes afins é constituída por espécies pirofíticas,
isto é, adaptadas a uma condição ambiental que inclui a presença do fogo. Elas
conviveram com ele durante a sua evolução, sendo selecionadas por este fator
(COUTINHO, 2003).
Estrato herbáceo-subarbustivo:
As gramíneas são apontadas como a família vegetal melhor adaptada à queima,
em função de sua rápida capacidade de regeneração após a queima
(DAUBENMIRE, 1968; VOGL,1974; COUTINHO, 1994). Isto se deve ao contínuo
crescimento foliar do meristema intercalar e de novos afilhos, oriundos de
meristemas protegidos abaixo do solo ou na base das bainhas persistentes
(BOND & WILGEN, 1996). Por outro lado, as condições ambientais após o fogo,
representadas por elevada temperatura e evaporação da superfície de solo
descoberto, promovem o desenvolvimento de plantas xerofiticamente adaptadas,
com folhas finas e pilosas e menor transpiração (STEUTER & McPHERSON,
1995).
As primeiras pesquisas sobre a influência do fogo sobre a vegetação do cerrado
enfocavam as estruturas adaptativas das plantas às queimadas. Observaram que
as gemas das gramíneas eram protegidas por imbricados catáfilos pilosos e que
as ervas, arbustos e semi-arbustos possuíam xilopódio subterrâneo, espesso e
lenhosos, o qual, além de resistir ao fogo, fornecia nutrientes e água para o novo
crescimento (ROSA, 1990).
No estrato herbáceo/subarbustivo, bastam alguns dias para que seus órgãos
subterrâneos recomecem a brotar. Curiosamente, muitas de suas espécies
iniciam o rebrotamento com a produção de flores (COUTINHO, 2003).
As rebrotas devem-se, principalmente, a adaptações, como a presença de
xilopódios, para as lenhosas, e de rizomas, para as gramíneas (SILVA, FIEDLER
& NAPPO).
- Uma forte alteração que ocorre no habitat provocada pelo fogo é a redução
do suporte alimentar disponível para a fauna local. Essa degradação leva
os animais a alterarem sua estratégia alimentar (animais especialistas
tornam-se generalistas, aumentando a competição, alterando o
comportamento da espécie e reduzindo sua qualidade nutricional), e em
casos mais graves a morte por inanição (LIMA & BATISTA, 1993).
• SILVA, Julio Cesar da; FIEDLER, Nilton Cesar; NAPPO, Anderson Eloi.
Impactos Ecológicos dos incêndios florestais no cerrado.
• BOND, W.J., WILGEN, B.W. van. Fire and plants. London: Chapman & Hall,
1996. 263p.) Population and communit biology,14). In: HERINGER, Ingrid e
JACQUES, Aino Victor Ávila. Adaptação das plantas ao fogo: enfoque na
transição floresta - campo. Cienc. Rural, nov. 2001, vol. 31, p. 1085-1090.
ISSN 0103-8478.2001.
• GRIME, J.P., CAMPBELL, B.D. Growth rate, habitat productivity, and plant
strategy as predictors of stress response. In: HERINGER, Ingrid e JACQUES,
Aino Victor Ávila. Adaptação das plantas ao fogo: enfoque na transição floresta
- campo. Cienc. Rural, nov. 2001, vol. 31, p. 1085-1090. ISSN 0103-
8478.2001.
• www.mobot.org