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Psicologia da Educação II

Teste de hipótese: Provas Piagetianas

Christopher O. Aquino; Erick Alan Menke; Fernanda Emanuely de Melo; Julio Cesar Xavier (discentes)
Renata Magalhães Naves (docente)

Universidade Federal de Goiás, Instituto de Física, Goiânia, GO, Brasil

֍ Introdução
A teoria de Piaget usando uma abordagem psicogenética, coloca o sujeito como epistêmico (a busca constante
de explicar o mundo). A partir disso, pode-se entender que o processo de construção do conhecimento também é
baseado na autonomia. Ou seja, compreensivelmente, ninguém passa nada a ninguém, mas aquele que escolhe o
conhecimento para construir. Isso ajuda a educação porque mostra que o conhecimento acontece internamente.
Portanto, os educadores devem apenas avaliar os alunos com base em seu desempenho.

Teoria Piagetiana: Psicologia Genética


A tentativa do pensador de entender de onde vem o conhecimento é o que torna seu estudo das crianças tão
profundo, pois o aprendizado se estabelece na infância. Com base nesses estudos, ele desenvolveu a psicologia
genética, que diz que para conhecer algo, é preciso experimentá-lo. Adquirir conhecimento, no entanto, requer um
conjunto de operações mentais que se tornam mais complexas, à medida que o conhecimento também se torna mais
complexo. Segundo Piaget, conhecer significa organizar, estruturar e interpretar a realidade em termos de experiência
com o objeto de conhecer.

A teoria de Piaget baseia-se na relação de troca estabelecida entre o indivíduo e o meio ambiente. Para ele,
conhecer significa agir sobre a realidade – física ou mentalmente. Portanto, a ação é a principal fonte de conhecimento.
A partir disso, surgiram os conceitos de assimilação, adaptação e adaptação.

→ Assimilação: Designa um processo no qual uma criança adquire nova informação. A criança está sempre disposta
a aprender. A estrutura cognitiva funciona em um esquema de “berço”. Quando é apresentado um objetivo
semelhante, como uma mesa, a terá também como berço. Esse é um caso de assimilação. Como os dois têm quatro
pernas e são grandes, são iguais. Isso os torna confundíveis.

→ Acomodação: Os dois objetos semelhantes só serão diferenciados no processo de acomodação. Mas, para que isso
aconteça, deve haver a participação de um adulto corrigindo quanto houver essa confusão entre o que é parecido.
Essa intervenção vai ajudar a criança a entender as diferenças.

→ Adaptação: É a troca de informações que adultos e crianças fazem com o ambiente. Isso ajuda a estabelecer a
interação adaptativa do homem e meio.

De zero a dois anos: Sensório‐motor 

Criança não tem autonomia e está presa a atividade do agora. Nessa época, o bebê só consegue usar a pré‐lógica (ordenar 
objetos do maior para o menor, colocar uns sobre os outros ou encaixar bases iguais em orifícios de mesmo desenho). Porém, 
é nesta fase que as primeiras noções começam a ser construídas. 

 
De dois a sete anos: Pré‐operatório 

A criança precisa se adequar ao meio em que vive. Aqui começa a linguagem oral e a criança vai usar as palavras para falar 
sobre a rotina e passado. 

É  uma  fase  em  que  a  criança  só  pensa  em  si  e  que  os  sentimentos  são  transmitidos  a  objetos  ou  animais.  Por  exemplo: 
“cachorro bonzinho, não morde o neném”. 

Sete a 12 anos: Operações concretas 

Criança começa a desenvolver um conhecimento e entende as operações mentais que podem ser feitas com objetos concreto. 
A percepção de situações não palpáveis ainda é confusa, porém começam a demonstrar opiniões e emoções. 

12 +: Operações formais 

Os pré‐adolescentes começam a realizar operações mentais com abstrações e não somente com o concreto. Além disso, os 
hormônios começam a agir e o corpo passa por mudanças. Isso faz com que os sentimentos sejam afetados, por isso é normal 
encontrar por aí adolescentes revoltados e achando que são tão incríveis que podem mudar o mundo. 

֍ Justificativa e Objetivos
Entender que crianças e adolescentes aprendem como fatores internos é fundamental para que os educadores
apliquem uma variedade de ferramentas e recursos de avaliação em sala de aula para permitir que os alunos
exteriorizem de diferentes maneiras o que constroem internamente. Piaget acreditava que a educação deve ser
construtivista e baseada em atividades nas quais os alunos possam se desenvolver para realizar os conhecimentos
necessários.

Um educador propõe, seleciona ou identifica um ambiente no qual uma criança ou jovem pode desenvolver
um programa proposto por Piaget. Vale ressaltar que essa situação de aprendizagem não se desenvolve sem interação.
Considera-se, então, que o pensador baseia sua teoria na relação com o social.

֍ Metodologia
Sujeito
A primeira criança testada chama‐se Gabi, de 5 anos. A segunda é Guilherme, de 7 anos. 

Não  existem  dados  de  escolaridade,  condições  sociais  ou  dados  sobre  a  família  das  duas  crianças  observadas,  as 
implicações deste cenário serão discutidas em tópicos a frente. 

Instrumentos utilizados
→ CONSERVAÇÃO DE VOLUME DE LÍQUIDOS: O teste começa com a criança 01 (Gabi) sendo apresentada a dois copos com 
suco, que estão igualmente nivelados, a pesquisadora, pergunta a ela se os copos contêm a mesma quantidade de suco, o que 
é confirmado por Gabi. Após essa breve introdução à situação, a pesquisadora tira de um dos copos o suco e transfere para 
outro com mais comprimento vertical (um copo mais alto e fino), a criança é testemunha dessa operação;  ao ser questionada 
novamente, Gabi responde que o copo mais comprido é o que contém a maior quantidade de suco, já que ao compará‐los, ela 
percebe  que  já  não  estão  mais  nivelados.  O  teste  com  Guilherme  é  realizado  de  forma  idêntica  ao  de  Gabi,  e  exibiu  um 
resultado igual, apesar da idade. 

→ CONSERVAÇÃO DE PEQUENOS CONJUNTOS DISCRETOS DE ELEMENTOS: No segundo teste, com Gabi, são colocadas
duas fileiras de moedas na frente da criança, a pesquisadora pergunta a Gabi em qual das fileiras tem mais moedas,
que responde prontamente que existe a mesma quantidade nas duas. Nesse momento, a pesquisadora aumenta o
espaçamento entre as moedas de uma das fileiras deixando-a mais longa; quando perguntada novamente sobre qual
das fileiras tem mais moedas, Gabi responde que a fileira com mais espaço entre as moedas é a que possui uma maior
quantidade delas. O mais interessante é que o mesmo teste foi realizado com Guilherme e os resultados foram iguais,
apesar de sua idade.

Resultado e discussão
Ao analisar os resultados do teste de hipótese, é possível perceber que Gabi apresenta um comportamento
bastante condizente com sua idade (5 anos) e estágio do desenvolvimento cognitivo, porém Guilherme (por já ter 7
anos), estranhamente apresenta resultados idênticos à de sua irmã. Ele deveria já ser capaz de distinguir algumas
situações dentro das provas.

Mesmo sob essa ótica, não é uma situação preocupante, já que por causa da falta de informações da família,
condições de criação e habitação, classe social e desempenho escolar, não é possível desenvolver um diagnóstico de
atraso no desenvolvimento cognitivo da criança 02 (Guilherme). E, ainda que fosse possível, a idade de Guilherme, 7
anos, é colocada dentro da Teoria Cognitiva Piagetiana como uma idade na qual a partir dela se é possível encontrar
esse tipo de resultado, não é um limitador afinal, ou seja, em outras palavras, é correto afirmar que a idade de 7
anos, é uma mínima, e não uma máxima. Caso houvesse mais informações sobre as condições socioeducativas de
Guilherme e Gabi, é bem provável que se poderia extrair um desvio padrão e perceber que o garoto não possui
qualquer atraso em seu desenvolvimento.

Ainda é possível notar o detalhe de que para as duas crianças, o conceito de conservação de estado é
basicamente inexistente, algo que já é previsto dentro da teoria piagetiana; para as crianças, uma simples mudança
dentro da estrutura interna dentro de um cenário já é o suficiente para alterar todo o sistema.

Considerações Finais
As observações com testes de hipótese das Provas Piagetianas se mostraram bastante condizentes com o
proposto na Teoria, inclusive na capacidade de poder perceber alguma alteração no desenvolvimento da criança.

Vale ressaltar que pela falta de dados do cenário observado, não foi possível fazer um teste livre de qualquer
viés de confirmação, pelo menos em relação à Guilherme, que apresentou divergências quanto à teoria. No entanto,
como os testes com Gabi se mostraram dentro da curva do esperado, é correto afirmar que o teste de hipótese foi
um sucesso.

A validade destas provas vai muito além de simplesmente compreender como os estágios do desenvolvimento
evoluem de acordo com a idade e maturação do indivíduo observado, ou sequer sobre como a inteligência é formada
no amago do consciente humano, esta é uma teoria que pode ser usado para estudo de cenários para ajudar alunos
com dificuldade. Isto é, um professor pode certamente utilizar da metodologia para avaliar as condições de
aprendizagem de uma turma, embora esta aproximação ao problema se mostra incrivelmente mais eficaz em crianças
de até 12 anos, é completamente possível utilizar dela em turmas de alunos mais avançadas em termos de idade e
desenvolvimento cognitivo, o que permitiria uma melhor capacidade do professor de compreender as dificuldades e
vantagens de seus alunos.

Indubitavelmente, não é apenas a teoria piagetiana que forma uma boa didática e análise dos alunos, porém
é inegável o quão útil ela é para esse propósito, uma vez que ela é passível de uso de metodologia científica
Popperiana, que é, sem dúvidas, a mas eficiente delas. Portanto, fica provado a eficácia do método e os resultados
extraídos das duas crianças observadas, Gabi e Guilherme

Referências Bibliográficas
→ Estudos comparativos entre provas piagetianas e testes psicométricos: Revisão bibliográfica:
https://psycnet.apa.org/record/1986-10780-001
→ Introduction to Piaget - RG Richmond – 2013:
https://api.taylorfrancis.com/content/books/mono/download?identifierName=doi&identifierValue=10.4324/97
80203715710&type=googlepdf
→ L'OUVERTURE A L'EXPÉRIENCE EN ÉPISTÉMOLOGIE: A propos des Colloques de l'Institut d'Epistémologie génétique
de M. Jean Piaget:

https://www.jstor.org/stable/42964629
→ Provas Piagetianas - Desenvolvimento Cognitivo Piaget - 5 e 7 anos – Roberta Marchetti
https://youtu.be/ZxV5fhhszcA

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