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PSICOLOGIA

PROJETO INTEGRADOR:

OBSERVAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

AUDREY BERNARDO DE SOUZA 917204948


MAYARA JUVENAL BARBOSA 917204837
TAIS DE CASTRO LIMA 917201355
VERÔNICA DA SILVA RAMOS 917204523
YGOR GILBERTO FERREIRA 917204372

MEMORIAL – 6ª A– NOTURNO

A CRIANÇA DE 9-10 ANOS

PROFESSOR ORIENTADOR:
FERNANDA DE SOUZA RAMIRO

SÃO PAULO
2020
AUDREY BERNARDO DE SOUZA 917204948
MAYARA JUVENAL BARBOSA 917204837
TAIS DE CASTRO LIMA 917201355
VERÔNICA DA SILVA RAMOS 917204523
YGOR GILBERTO FERREIRA 917204372

OBSERVAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA:

A CRIANÇA DE 9-10 ANOS

Projeto Integrador apresentado ao curso de


Psicologia, da Universidade Nove de Julho.

Orientador: Professora Fernanda de Souza


Ramiro.

SÃO PAULO
2020
RESUMO

Neste projeto a partir da observação, abordaremos o processo de


desenvolvimento das crianças, bem como, análises e comparativos, segundo a
teoria de Piaget. Mostraremos a importância de compreender a formação dos
mecanismos mentais da criança, para assim, entender a natureza futuramente
nos adultos.

O projeto apresenta a aplicação de brincadeiras. Estas questões da


temática da brincadeira e sua relevância para a compreensão científica do
desenvolvimento infantil serão abordadas ao decorrer da pesquisa, se
concentrando principalmente no período operatório concreto, que compreende
a faixa etária de 8 a 12 anos. Durante o processo de aplicação das
brincadeiras, as crianças foram estimuladas durante a realização ao
aprendizado, pois tiveram de prestar atenção na instrução do aplicador, e na
atividade proposta.

Concluímos que o tema abordado enriqueceu o conhecimento de todos


os envolvidos, e podemos nos aprofundar nas teorias, em específico e Piaget,
para o desenvolvimento humano.

Palavras-chave: ​Jean Piaget, desenvolvimento humano, estágios, criança,


brincadeiras.
ABSTRACT

In this project based on observation, we will approach the children's


development process, as well as analyzes and comparisons, according to
Piaget's theory.
We will present in the following pages, we will show the importance of
understanding the formation of the child's mental mechanisms, in order to
understand nature in the future in adults.
The project presents, the application of games, and the development of
analyzes and comparisons with Piaget's theory. These questions of the theme
of play and its relevance for the scientific understanding of child development
will be addressed during the research, focusing mainly on the concrete
operative period, which comprises the age group of 8 to 12 years. During the
process of applying the games, the children were stimulated during the learning
process, as they had to pay attention to the instruction of the applicator, and the
proposed activity.
We conclude that, the topic addressed enriched the knowledge of all
involved, and we can go deeper into the theories, specifically and Piaget, for
human development.

Key words: ​Jean Piaget, human development, internships, child, play.


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO 5

2.REFERENCIAL TEÓRICO 6

3.OBJETIVO 7

4.JUSTIFICATIVA 8

5.MÉTODO 9
5.1. Participantes 9
5.2. Equipamento/Material 9
5.3. Procedimento 9

6.RESULTADOS 11

7.DISCUSSÃO 26

8.CONSIDERAÇÕES FINAIS 29

9.REFERÊNCIAS 30
1.INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo abranger nosso conhecimento no


desenvolvimento humano, desde o nascimento de uma criança até os
momentos entre a família, ou seja, o convívio social onde a criança tende a
aprender e se desenvolver como sujeito em sua totalidade. Piaget foi brilhante
em suas teorias, pois trouxe mudanças positivas e inovadoras para o
desenvolvimento de crianças. Cada indivíduo em seu desenvolvimento possui
capacidades de aprender e também de transmitir conhecimento, pois o saber é
uma ferramenta que vem de dentro para fora. Segundo afirma a teoria de
Piaget, as crianças passam por estágios específicos de acordo com seu
intelecto e capacidade.

Neste trabalho serão realizadas dinâmicas com crianças da faixa etária


de 09 a 10 anos, onde acontecerão observações e serão acompanhadas
durante a aplicação. É relevante ressaltar que nessa faixa etária espera-se que
o indivíduo se encontre no período operatório-concreto, e já tem a capacidade
de consolidar as conservações de número, substância, volume e peso, ou seja,
o sujeito começa a lidar com conceitos matemáticos.

Com base na teoria de Piaget buscaremos apresentar dinâmicas feitas


com as crianças e mostrar como ocorre o desempenho de cada um em
relação às brincadeiras, e com esse material coletado montar uma comparação
teórica.

Essa comparação será importantíssima, pois os resultados possuem


grande significância, e é a chave de criação primordial de todo esse trabalho.

5
2.REFERENCIAL TEÓRICO

A referência teórica básica para a aplicação e análise deste trabalho é


Jean Piaget (1896-1980), a partir do qual conseguimos observar os processos
de aprendizagem das crianças em sua busca no aperfeiçoamento dos métodos
pedagógicos ou educativos.

Para Piaget é de grande importância compreender a formação dos


mecanismos mentais da criança, para assim, entender a natureza futuramente
nos adultos.

O autor descreve o desenvolvimento por processos de acordo com suas


fases de desenvolvimento. São elas: sensório- motor (0- a 2 anos),
pré-operatório (2- a 7,8 anos), operatório concreto (8 - a 12 anos) e o
operatório formal (a partir dos 12 anos), segundo a teoria de ​ ​Piaget (1974).

Exploraremos o período operatório concreto, que representa o período


do indivíduo da faixa etária que nos foi destinada para desenvolver a pesquisa.
O operário concreto abrange a infância propriamente dita (dos oito aos onze
ou doze anos aproximadamente). É o início da escolaridade, necessidade de
expressão, e também marcada pela autonomia na tomada de decisões.

6
3.OBJETIVO

Este projeto integrador tem como objetivo fazer a observação de


crianças de 12 meses até 12 anos, e após a comparação de comportamentos,
realizar levantamento de hipóteses teóricas que justifique diferenças e
semelhanças entre crianças diferentes, utilizando todas as teorias estudadas
no decorrer da disciplina.

E para levar o leitor e a quem está sendo apresentado este trabalho a


observação e reflexão de tais atitudes e com a probabilidade de assim facilitar
um entendimento e convivência com suas crianças, também visamos uma
compreensão maior em relação às dificuldades que as crianças passam ao
longo da infância e adolescência também, por conta do meio social e por outros
motivos, para que se proponha uma boa relação entre os familiares e que uma
má conduta não agrave dificuldades e transtornos para os menores.

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4.JUSTIFICATIVA

Pode-se considerar o trabalho proposto como uma oportunidade de


melhor compreender o funcionamento do desenvolvimento infantil e toda sua
evolução. Remeter-nos a uma análise mais profunda entre a teoria e a análise
das dinâmicas aplicadas.

Sabe-se que o desenvolvimento humano se dá desde muito cedo, e


também, é importante considerar que se inicia antes mesmo do nascimento do
ser, enquanto se encontra em gestação já desenvolve algumas características
e alguns gostos por conta das preferências da mãe, por meio da relação
materno-infantil o bebê acaba já se direcionando em relação a alguns instintos
de sobrevivências e alguns reflexos necessários para vida.

E com isso se inicia o processo de aprendizagem ao longo das fases, de


acordo com cada faixa etária. Nota-se que o ato de brincar é algo importante e
faz parte da evolução infantil​. ​Ao consultar a palavra brincar no dicionário,
nota-se que existem diversos significados, tal como distrair-se com jogos
infantis, folgar​. A ação do brincar é importante, não só para o entretenimento
infantil, mas também para o desenvolvimento, por isso ela é importante em
todas as fases da vida. Sendo assim, a brincadeira deve ser encarada como
algo sério, que é fundamental para o desenvolvimento infantil.

“Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é


motivada por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O
que está acontecendo com a mente da criança determina suas
atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos
respeitar mesmo se não a entendemos.” (GARDNEI apud
FERREIRA; MISSE; BONADIO, 2004)

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5.MÉTODO

A aplicação da atividade se constitui na técnica de aprendizagem, que se


desenvolve dos 7 aos 12 anos, e é marcado pelo início do pensamento lógico
concreto. Avaliamos os aspectos intelectuais e também afetivos deste processo
do desenvolvimento, segundo Jean Piaget.

5.1. Participantes

Participaram dessa atividade de observação três crianças, sendo todas do


sexo feminino, com idades entre 9 e 10 anos. Destacamos que dessas crianças
aplicamos a metodologia em gêmeas.

5.2. Equipamento/Material

Para realização do trabalho foram utilizados alguns materiais para aplicação


das brincadeiras, sendo eles dez balas, dois copos de tamanho igual e um com
o tamanho diferente, bolacha de sal e água, massa de modelar, um balde, uma
bola, objetos e alimentos da própria casa.

5.3. Procedimento
Utilizou-se um roteiro de observação do comportamento da criança tendo
como parâmetro a teoria. Aplicamos conforme a descrição abaixo tais
brincadeiras:

Brincadeira 1: ​A brincadeira consiste em uma contagem de bala/objeto em


ordens diferentes, porém na mesma quantidade.

Brincadeira 2: ​A brincadeira é a partir da apresentação de dois copos com


água e iguais e um copo de apoio diferente e vazio. A água de um dos copos
iguais é transferida para o diferente e daí surge o questionamento.

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Brincadeira 3: ​Brincadeira com a divisão da bolacha. São divididas as
bolachas em quantidades diferentes, entre a criança e o entrevistador. Depois
é dividida a quantidade da criança em partes (ela ficará com menos). É
importante sempre questionar.

Brincadeira 4: ​Massa de modelar. Questionar se a criança acha que pegando


a massa de modelar da forma que está e fazendo uma bolinha “bola”, a
quantidade de massa será a mesma. Questionar.

Brincadeira 5: ​Brincadeira do Vivo ou morto. Observar a capacidade da


criança de abstrair o comando do aplicador, e assim, se movimentar com
segurança.

Brincadeira 6: ​Brincadeira do Acerte o alvo. A criança tem que acertar a


bolinha em um balde, em distâncias diferentes, até ela conciliar a distância e a
velocidade, e acertar o alvo.

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6.RESULTADOS

Criança A: Refere-se à gêmea primogênita que, segundo os pais, é a mais


decidida, apresenta sempre seu ponto de vista e opiniões.
Criança B: Refere-se à gêmea caçula que, segundo os pais, é mais carinhosa,
porém sempre está em dúvida do que escolher, ela acaba esperando pela
irmã.
Criança C: Refere-se a uma menina, filha única, uma criança pro-ativa e
decidida em suas decisões, assim como em suas respostas.

Abaixo apresentamos as análises das brincadeiras aplicadas, relacionadas aos


aspectos intelectuais e também afetivos deste processo do desenvolvimento,
segundo Jean Piaget.

A. A afetividade, a vontade e os sentimentos morais


No processo de afetividade, a vontade e os sentimentos morais, conseguimos
notar nas crianças transformações profundas que acontecem na afetividade.
Nesse momento, é possível perceber a transformação de regra, entre as
crianças, ou entre crianças e adultos. Na atividade descrita abaixo, observamos
a partir da reação da criança.

“Coisa curiosa, as reações observadas entre os menores e os


maiores são bem diferentes! Os pequenos, dominados pelo respeito
unilateral que sentem pelos mais velhos - se bem que, na prática,
brinquem sem se importar muito em obedecer às regras
estabelecidas - , recusam-se, em geral, a admitir que a nova regra
possa constituir uma “regra de verdade””.
JEAN PIAGET, 1999, p. 54

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Atividade realizada: Brincadeira com a divisão da bolacha - Apresentamos
para a criança dois pedaços da bolacha iguais e questionamos quanto ao
tamanho, se é igual ou diferente. Depois quebramos as bolachas em partes,
deixando a criança com a menor quantidade e questionamos se ela está com
mais ou menos da quantidade. Essa divisão da bolacha é realizada por mais
duas vezes aproximadamente.

Resultados:

CRIANÇA A: ​Nessa brincadeira a aplicadora apresenta um pedaço da bolacha.


A criança A observa cuidadosamente a colocação da bolacha em cima da
mesa. Em seguida, a aplicadora divide a bolacha ao meio e questiona qual das
partes tem mais e qual das partes tem menos. A criança A, depois de observar
bem, responde muito decidida, que o lado direito tem mais e o lado esquerdo
menos, acertando a questão. No terceiro momento, a aplicadora divide
novamente as bolachas, questionando quem tem mais bolachas e quem teria
menos, nesse caso a criança A, ficou com mais e a aplicadora com menos. A
criança A rindo para a aplicadora, diz que ela ficou com mais e a aplicadora
com menos.
Depois são divididas novamente as partes da bolacha, deixando a criança A
com menos e a aplicadora com mais, a reação da criança é de estar
desapontada, pois desta vez, ela terá menos, e respondendo que ela ficará
com menos e a aplicadora estará com mais.

CRIANÇA B: Nessa brincadeira a aplicadora apresenta um pedaço de bolacha.


A criança B, com cara de receosa, observa todo o processo da colocação da
bolacha em cima da mesa. Em seguida, a aplicadora divide a bolacha ao meio,
e questiona qual das partes tem mais e qual das partes tem menos. A criança

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B, rapidamente, responde que o lado direito tem mais e o lado esquerdo
menos, acertando a questão. No terceiro momento, a aplicadora divide
novamente as bolachas, questionando quem tem mais bolachas e quem teria
menos. A criança B, nesse momento, observa bem a divisão, e demonstra
dúvidas quanto à resposta, tem movimentos faciais, entre eles mexe muito a
boca. Depois de um tempo pensando, ela decide que a parte da direita tem
mais e a esquerda menos, apenas pelo fato de estar inteira e não em pedaços.
Depois são divididas novamente as partes da bolacha, deixando a criança B
com mais bolachas, pois é o pedaço da bolacha inteira, e o aplicador com
pedaços divididos, e questionando quem teria mais ou menos, a criança com
uma cara de decepcionada diz que a aplicadora teria ficado com mais e ela
com menos, porém não questiona.

CRIANÇA C: ​Nessa brincadeira a aplicadora apresenta um pedaço da bolacha.


A criança C observa atentamente a divisão da bolacha, então a aplicadora
questiona a criança sobre qual parte tem mais bolacha, a criança C responde
rapidamente e com certeza de que o pedaço do lado esquerdo tem mais e o do
direito tem menos, acertando a pergunta. Logo após a aplicadora divide
novamente as bolachas deixando a mesma quantidade para ambos os lados e
a criança diz que o lado direito tem mais do que o lado esquerdo, responde
com um pouco de incerteza e olhando atentamente para a aplicadora e o
tempo todo esfregando uma mão na outra. Após, a aplicadora divide
novamente a quantidade de bolacha e questiona a criança, a mesma
respondendo com certeza de que o lado direito tinha menos e o esquerdo mais,
acertando a pergunta, mas quando questionada novamente pela aplicadora se
tem certeza da resposta, a criança leva a mão na cabeça e responde que sim,
mas com insegurança.

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B. As operações racionais
No processo de operações racionais, podemos observar a organização
do pensamento das crianças, pois a partir dos sete anos o núcleo operativo da
inteligência merece um exame detalhado, pois essa fase é de extrema
importância no desenvolvimento mental.

“Convém, primeiramente, notar que a noção de operação se aplica a


realidades bem diversas, embora bem definidas. Existem operações
lógicas, como as que compuseram um sistema de conceitos ou
classes (reunião de indivíduos) ou de relações; operações aritméticas
(adição, multiplicação etc.), e seus inversos; operações geométricas
(seções, deslocamentos etc.); temporais (seriação dos
acontecimentos, e, portanto, de suas sucessão, e simultaneidade de
intervalos), mecânica, físicas etc. Uma operação é então,
psicologicamente, uma ação qualquer (reunir indivíduos ou unidades
numéricas, deslocar etc.) (...) “
JEAN PIAGET, 1999, p. 48

Atividade realizada: Contagem de Balas/objeto - são colocados balas/objetivos


na mesa para a criança em ordens diferentes, porém, a quantidade
independente da ordem sempre será igual. É questionada na mudança dessa
ordem se a quantidade é modificada ou se permanece a mesma. Essa troca de
ordens e perguntas é feita por aproximadamente quatro vezes.

Resultados:

CRIANÇA A: ​Na atividade de contagem, a aplicadora utiliza macarrão como o


objeto a ser contado. São colocadas duas fileiras com cinco macarrões, um ao
lado do outro a princípio.

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São apresentadas para a criança A, as filas e quantidades, e é questionado se
a fileira é igual ou diferente. Ela responde com pressa que é diferente, a
aplicadora pergunta o porquê de ela achar que é diferente, e nesse momento a
criança A observar o macarrão na mesa com muito cuidado, tenta contar com
os olhos a quantidade exata, sua expressão facial é bem evidente, mexendo
boca e nariz. A criança A fica mais de um minuto pensando, e a aplicadora
pergunta se ela gostaria de trocar as respostas, ela responde com um sim, que
gostaria de trocar a resposta. Dessa vez, a criança A acha que está igual a
quantidade de macarrão, acertando.
Em um segundo momento, a aplicadora divide o grupo de cinco macarrões de
posição, e questiona novamente a criança A se mudou. Ela novamente
responde rápido, que sim, e ao ser questionada do porquê ou o que ela achava
que mudava, ficou novamente observando por alguns minutos as quantidades,
e troca sua resposta, dizendo que estaria igual.
Para finalizar, é trocada mais uma vez a ordem do grupo de cinco macarrões, e
desta vez, a criança A, ao ser questionada, pensa bastante antes de
responder, e depois diz estar diferente. Ela aparenta estar desconfortável
depois de ter errado, porém é dito a todo momento que ela não precisava ficar
preocupada de estar certo ou errado.
Depois a aplicadora coloca o grupo com cinco em outra posição, e questiona
novamente a criança se mudou a quantidade. A criança B observa bastante a
modificação e novamente conta com os olhos a posição do macarrão, e sua
resposta é que não continua a mesma quantidade. Ao ser questionada sobre o
que achava que mudou, ela responde que tem cinco ao total em cada grupo, e
é perguntada, a partir daí qual teria mais e qual teria menos, ela novamente
observa a posição e troca sua resposta, dizendo que os dois teriam mais.
Para finalizar, é trocada mais uma vez a ordem do grupo de cinco macarrões e,
desta vez, a criança B, ao ser questionada, respondeu após alguns minutos
contando, que os dois têm mais, que são iguais.

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CRIANÇA B: Na atividade de contagem, a aplicadora utiliza macarrão como o
objeto a ser contado. São colocadas duas fileiras com cinco macarrões, um ao
lado do outro a princípio.
São apresentadas para a criança B as filas e quantidades. A criança B, ao
sentar, observa o macarrão e sua quantidade, fixando bem o olhar na mesa,
depois é questionada se na fileira a quantidade é igual ou diferente. A criança
A observar mais uma vez e conta com os olhos as quantidades, e sua resposta
após alguns minutos é que a quantidade é a mesma.

CRIANÇA C: ​Na atividade de contagem, a aplicadora utiliza pirulitos como o


objeto a ser contado. São colocadas duas fileiras com cinco pirulitos, um ao
lado do outro a princípio.
Quando a aplicadora está enfileirando os pirulitos nota-se que a criança
observa atentamente, e quando questionada sobre qual fileira tem mais a
criança C aparenta estar contando os pirulitos, e logo responde sorrindo que
as quantidades estão iguais. Então a aplicadora modifica a ordem dos pirulitos,
a criança apresenta uma expressão facial de dúvida, quando questionada qual
teria mais e menos, a mesma inicia a contagem novamente com os olhos e
logo responde sorrindo que as quantidades estão iguais, quando questionada
do porquê dela achar que está igual a mesma responde que a aplicadora
mudou somente o formato, mas a quantidade de pirulitos permanece o mesma,
questionada novamente pela aplicadora, de como ela chegou à conclusão, a
criança responde que quando estava em fileira tinha 5 pirulitos, e que a
aplicadora mudou somente a ordem e permaneceu a mesma quantidade.

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C. Os processos do pensamento
Nesse processo a criança tem uma percepção maior do mundo, e acaba
tirando as representações formadas do mundo, ela acaba desenvolvendo o
pensamento mais lógico, elas apresentam novas formas de explicações, assim
como as explicações mitológicas.
Destacamos abaixo, uma experiência apresentada pelo autor.

A experiência mais simples a esse respeito consiste em apresentar


à criança dois copos de água de formas semelhantes e dimensões
iguais, cheios até uns três quartos. Em um deles jogamos dois
pedaços de açúcar, perguntado, antes, se a água vai subir. Uma vez
imerso o açúcar, constata-se o novo nível e pesam-se os dois copos,
de modo a realçar que a água contendo o açúcar pesa mais que a
outra.
JEAN PIAGET, 1999, p. 41

Atividade realizada: Copos com água - Na mesa são colocados dois copos
iguais com água e um copo diferente dos outros dois, sem água. É perguntado
para a criança se a quantidade é igual ou diferente, depois desse
questionamento, trocamos a água de copo, no caso para o único copo
diferente, e questionamos novamente se a quantidade muda ou permanece.
Essa troca de água realizamos aproximadamente por mais duas vezes.

Resultados:

CRIANÇA A: A princípio a aplicadora explica o porquê de termos os três


copos, sendo dois com água e um sem. O primeiro questionamento é sobre
qual a criança A acha que tem mais e qual acha que tem menos água. A
criança A, bem decidida, diz que o copo direito tem mais água e o esquerdo
menos, depois são modificados os copos, a aplicadora coloca o copo com

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menos água no outro copo vazio, e novamente é questionado qual copo tem
mais e qual copo tem menos. A criança A observar toda a troca com muita
atenção, e é novamente questionada sobre qual tem mais e qual tem menos.
Ela se concentra em observar os copos, e com o olhar tenta medir o nível da
água. Sua resposta é trocada, pois o primeiro copo que havia menos, dessa
vez ele está com mais água, segundo a criança A. Para finalizar, a aplicadora
troca novamente o copo, voltando à posição inicial. A criança A, novamente,
pensa e responde que a quantidade de água havia mudado. Sua resposta
retorna para o primeiro estágio, sendo o copo da direita com mais e o copo da
esquerda com menos.

CRIANÇA B: A princípio a aplicadora explica o porquê de termos os três


copos, sendo dois com água e um sem. O primeiro questionamento é qual a
criança B acha que tem mais e qual acha que tem menos água. A criança B
observa bem os copos, e com um tempo maior diz que o copo esquerdo tem
mais água e o direito menos, depois são modificados os copos, a aplicadora
coloca o copo com menos água no outro copo vazio, e novamente é
questionado qual copo tem mais e qual copo tem menos. A criança B observa
toda a troca com muita atenção, porém ela aparenta estar ansiosa e não gostar
muito da brincadeira. É novamente questionado qual tem mais e qual tem
menos, ela olha rapidamente os copos e decide que desta vez o com mais
água é o direito. Sua resposta é trocada. A aplicadora questiona o porquê de
ela achar que tem mais, a criança pensa por bons minutos, e apresenta um
olhar de dúvida, e começa a analisar novamente o nível de água dos copos.
Sua resposta é “Porque esse aqui (copo direito) tem mais água”
Para finalizar, a aplicadora troca novamente o copo, voltando à posição inicial,
a criança B, novamente, pensa e responde que a quantidade de água
permanecia a mesma. Sua resposta continua sendo o copo direito, sendo o
copo da direita com mais e o copo da esquerda com menos.

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CRIANÇA C: ​A princípio a aplicadora explica o porquê de termos os três
copos, sendo dois igual e um diferente. A aplicadora enche o primeiro copo e
solicita o auxílio da criança C para deixar a quantidade de água exatamente
igual ao do primeiro copo, a criança atende prontamente. Copos cheios e
igualados na quantidade de água, a aplicadora questiona a criança sobre qual
tem mais e qual tem menos, a criança responde que a quantidade está igual,
em seguida a aplicadora pega um copo menor e despeja a água do copo
esquerdo, quando questiona a criança em qual copo tem mais e qual tem
menos, a mesma responde rapidamente e sem dúvidas de que o copo menor
tinha menos água do que o copo maior que estava posicionado no lado direito,
quando questionada do porquê da diferença, a mesma responde que pelo fato
do copo ser menor, ele contém menos água e o outro por ser maior, contém
mais água, diz também que não está igualado como os dois primeiros copos.
Então a aplicadora questiona a criança se não era a mesma quantidade de
água que tinha no outro copo, a criança responde que sim, é a mesma
quantidade, mas a água não está na mesma linha do copo grande, a criança
responde sempre rindo e com muita certeza de sua resposta. Aplicadora
decide devolver a água do copo pequeno ao copo grande que estava
posicionado no lado esquerdo, e questiona a criança se a quantidade
permanece a mesma, como no início da brincadeira, a criança responde que
está igual, a aplicadora devolve novamente a água para o copo menor e
questiona a criança e ela responde com toda certeza de que a diferença são os
tamanhos dos copos e decide mudar a resposta, dizendo que a quantidade de
água de ambos os copos eram iguais o que mudava era o tamanho.

Atividade realizada: Massa de modelar - É apresentada para a criança uma


massa de modelar, depois é dividida no meio a massa e questionado se os
tamanhos divididos são iguais. Após o retorno do primeiro questionamento, se

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pega uma das massas divididas e amassada em formato de bola, e novamente
é questionado qual massa é maior ou menor.

Resultados:

CRIANÇA A​: A princípio a aplicadora apresenta a massa de modelar para a


criança A. É questionado se ela acha que tem bastante ou pouca massa no
formato inicial. A criança A responde sem demora: “Acho que tem pouco”.
Depois, a aplicadora divide a massa ao meio, deixando dois pedaços de
massa, e questiona qual ela acha que é maior e qual é a menor. A criança A
observa bem as duas massas e fixa seu olhar na aplicadora, que pede pra ela
olhar para as massas e falar aquilo que ela acha sem se preocupar. A criança
A demora alguns minutos para se decidir e escolher que a massa da direita tem
mais que a da esquerda. Depois a aplicadora amassa a massa de modelar que
a criança A diz ter menos em formato de bola e novamente questiona qual tem
mais e qual tem menos. A criança A observa bastante as massas e pensa por
bons minutos. Após alguns instantes ela responde que a massa da direita
permanece sendo a maior, a aplicadora questiona por que ela acha isso e,
novamente, a criança A olha para as massas e fica refletindo sobre sua
respostas, essa resposta, a mesma não consegue responder dessa vez, pois
se perde entre os questionamentos.

CRIANÇA B​: A princípio, a aplicadora apresenta a massa de modelar para a


criança B. É questionado se ela acha que tem bastante ou pouca massa no
formato inicial, a criança pensa um pouco e responde: “Tem mais massa”.
Depois a aplicadora divide a massa ao meio, deixando dois pedaços de massa,
e questiona qual ela acha que tem mais massa, a colocada na direita ou
esquerda, a criança B escolhe a massa da direita, justificando ser a que tem
mais massa. Depois, a aplicadora amassa a massa de modelar menor,

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deixando-a no formato de bola, e novamente questiona a criança B, qual seria
a maior e a menor, ela pensa por muito tempo, analisa cada detalhe das duas
massas, e escolhe a massa da direita. A aplicadora questiona o porquê de ela
achar isso, e novamente a criança B pensa por vários minutos até conseguir
explicar que para ela aparenta ter muita massa junta. É questionado o porquê
da massa da esquerda ter pouca e a criança retorna a pensar por alguns
minutos, desta vez, ela fica por outros bons minutos e apresenta receio ao
responder.

CRIANÇA C: ​A princípio a aplicadora apresenta a massa de modelar para a


criança A. É questionado se ela acha que tem bastante ou pouca massa no
formato inicial. A criança C responde rapidamente que tem pouca massa, então
a aplicadora divide a massa ao meio e questiona a criança qual que tem mais e
menos massa, a criança observa atentamente e diz que o pedaço que está
posicionado no lado direito tem mais massa do que a do lado esquerdo, então
a aplicadora pega a massa do lado esquerdo e faz uma bolinha e questiona
novamente a criança de qual tem mais massa, e criança olha atentamente e
demonstra dúvida e responde que a bolinha contém mais massa, quando
questionada do porquê, a criança diz que é pela massa está redonda e a outra
do lado direito tem pouca massa, mas a criança demonstra incerteza e
mexendo o tempo todo nos cabelos. Aplicadora junta ambas as partes das
massas e faz uma bolinha posicionando no lado direito e em seguida pega
uma outra massa de modelar que contém a mesma quantidade e posiciona no
lado esquerdo, e questiona a criança sobre qual contém mais massa, a criança
olha atentamente para as massas e demora para responder, mas quando
responde diz que a massa do lado esquerdo contém mais massa, a aplicadora
pergunta o porquê, a criança responde rapidamente que a massa não está
cortada ao meio.

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D. Os processos da conduta e da socialização

Nesse processo, a criança consegue cooperar no caso do jogo, ela não


confunde mais o seu próprio ponto de vista com os demais. Ela coordena suas
ações, bem como seguir as regras que foram postas.

Do ponto de vista das relações interindividuais, a criança, depois dos


sete anos, torna-se capaz de cooperar, porque não se confunde mais
com seu próprio ponto de vista com o dos outros, dissociando-os
mesmo para coordená-los. Isto é visível na linguagem entre crianças.
As discussões tornam-se possíveis, porque comportam compreensão
a respeito dos pontos de vista do adversário e procura de
justificações ou prova para a afirmação própria.
(JEAN PIAGET, 1999, p. 41)

Atividade realizada: Brincadeira do Vivo ou morto - Em pé com as crianças


são apresentadas as regras da brincadeira, onde a criança com a fala do
aplicador se posiciona da seguinte forma: Quando falado “Vivo” a criança deve
ficar em pé, e quando falado “Morto” a criança deve se agachar. A fala é
realizada diversas vezes, onde a criança agacha e levanta diversas vezes.

Resultados:

CRIANÇA A: Nessa brincadeira, a criança A demonstra muita empolgação e


estava bem atenta na aplicadora aguardando todos os comandos. Em um
determinado momento da brincadeira, a criança A se atrapalha com os
comandos da aplicadora, ela acaba errando e rindo pelo fato ocorrido.

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CRIANÇA B: Nessa atividade, a criança B demonstrou concentração, ela
tentava sempre pensar antes de agir, também apresentava atenção nos
comandos da aplicadora. Ela desenvolveu a atividade apenas com o ouvir, não
olhou para a aplicadora, por algumas vezes olhou para a irmã. Em um
determinado momento da brincadeira ela acaba errando, pois como estava
observando a irmã e a mesma errou, acaba se perdendo se identificando com
o erro.

CRIANÇA C: ​Nessa brincadeira, a criança C demonstra concentração até o


primeiro comando da aplicadora. Nos primeiros instantes a criança conseguiu
acertar os comandos, conforme a aplicadora vai acelerando os comandos,
nota-se que a criança segue em seu próprio ritmo, para não errar, mesmo
assim, se perde em sua contagem e dá risada quando percebe que errou.

Atividade realizada: Brincadeira de Acerte o Alvo - É colocado um balde em


um ponto distante a princípio, depois é explicada a regra do jogo, as crianças
devem pegar a bola e acertar dentro do balde. Em cada partida, é trocado de
lugar o balde, deixando mais fácil ou mais difícil.

Resultados:

CRIANÇA A: Nessa atividade a criança escolhe iniciar sentada no sofá da sala


de suas casas, a criança A é a segunda a atirar a bola no balde, pois isso foi
acertado com a irmã (criança B). A distância do balde é considerável nessa
primeira etapa, e a criança não consegue acertar o alvo (o balde).
Na segunda etapa a aplicadora modifica a distância do balde, porém a criança
A não consegue acertar o alvo, a bola acaba batendo na borda do balde e
“quase” entrando. A criança A demonstra felicidade pois a bola quase entrou no
balde, assim desempatando a brincadeira.

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Na terceira etapa, o balde já está próximo à criança, e a Criança A, com
ansiedade, atira a bola e acerta o alvo. Ela sorri para o irmão, pois a criança B,
havia ganhado primeiro.
Na etapa final, o balde está bem próximo e com muita ansiedade a criança A
joga a bola e acaba errando o alvo. Ela acaba se frustrando e fica com um
olhar triste.

CRIANÇA B: Nessa atividade, a criança escolhe iniciar sentada no sofá da


sala de sua casa. A criança B é a primeira a atirar a bola no balde, pois isso foi
acertado com a irmã (criança A). A distância do balde é considerável nessa
primeira etapa, e a criança não acerta o alvo (o balde).
Na segunda etapa, a aplicadora modifica a distância do balde, porém a criança
B não consegue acertar o alvo, e demonstra tristeza em seu rosto e ansiedade,
demonstrada na rigidez das pernas.
Na terceira etapa, o balde já está próximo à criança, e a Criança B acaba
pensando bastante antes de atirar a bola, ela acerta e sorri.
Na etapa final, o balde está bem próximo e com bastante concentração a
criança B joga a bola e acerta o alvo. Ela fica muito contente com seu
desempenho.

CRIANÇA C: ​Nessa atividade a aplicadora inicia explicando como funciona a


brincadeira, a criança C demonstra um pouco de ansiedade. Inicia a
brincadeira com o balde bem distante da criança, então ela lança a bolinha,
mas erra o alvo e sorri decepcionada, a aplicadora pergunta por que ela acha
que errou e a criança diz que a bolinha foi com muita velocidade. Na segunda
tentativa a aplicadora coloca o balde em uma distância considerável da criança,
mas mesmo assim ela erra o alvo, quando questionada do porquê ela achar
que errou, a criança leva as duas mãos ao rosto e diz que a bola foi muito
baixa. Na terceira e última tentativa a aplicadora coloca o balde bem próximo

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da criança e então ela enfim consegue acertar o alvo, quando questionada do
porque ela achar que acertou, a mesma diz que levantou a mão para jogar a
bola.

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7.DISCUSSÃO

A realização desse projeto de fato enriquece o conhecimento de todos, é


sempre incrível fazer parte de algo desafiador que exige concentração,
aprendizagem de conteúdos, assuntos novos, e desenvolvimento de
habilidades.
Foram trabalhadas habilidades importantes, como estar em grupo,
organizar e fazer tarefas, não é algo muito fácil, mas sem sombra de dúvidas é
contagiante, cada um tem uma idéia e isso faz toda diferença positiva em um
grupo, e na elaboração de um projeto como esse.
As crianças que participaram das brincadeiras demonstraram muitos
desempenhos, e isso é fantástico, porque pode-se dizer que compõe o período
em que elas estão vivenciando, ou seja a fase em que estão vivendo e se
conhecendo, e conhecendo também o meio em que vivem.
Foram realizadas pesquisas para que todo esse trabalho fosse
concretizado, por meio do uso de vídeos, textos, e arquivos contendo
conteúdos para aprimorar o conhecimento e expandir a visão de cada um.
Sabe-se que Piaget contribuiu totalmente, ao aprofundar em seus
conceitos e teorias, sem dúvidas ficou muito mais tranquilo analisar com maior
profundidade quais as melhores formas de manejo em relação à aplicação das
brincadeiras, principalmente para a observação do desempenho de cada
criança ao realizarem as brincadeiras.
Nesse período o egocentrismo intelectual e social que caracteriza a fase
anterior dá lugar à emergência da capacidade da criança de estabelecer
relações e coordenar pontos de vista diferentes e de integrá-los de modo lógico
e coerente. Um outro aspecto importante neste estágio refere-se ao
aparecimento da capacidade da criança de interiorizar as ações, ou seja, ela

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começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas através de
ações físicas típicas da inteligência sensório-motora.

A partir dos 8 anos as brincadeiras passam a ser em grupos e possuem


regras que são seguidas à risca, e quando são quebradas representam como
falta, assim aprimorando o convívio social e discernimento de que as regras
devem ser seguidas ou haverá consequências. O que pode ser importante para
o indivíduo, pois abrange na sua visão de mundo.

Em suas obras, Piaget e Vygotsky consideram o brincar como um


aspecto fundamental do desenvolvimento Infantil. Rolim, Guerra & Tassigny
(2008) diz que “Vygotsky, ao longo de sua obra, discute aspectos da infância,
destacando-se suas contribuições acerca do papel que o brinquedo
desempenha, fazendo referência a sua capacidade de estruturar o
funcionamento psíquico da criança”. E Mattos e Faria (2011) afirmam que, para
Piaget, o jogo “é a construção do conhecimento, principalmente, nos períodos
sensório motor e pré operatório”.

Nesse estágio, a criança começa a manipular mentalmente as


representações do que internalizou nos estágios anteriores. Isso só ocorre,
porém, com coisas concretas, já que conceitos abstratos ainda não são
compreensíveis para ela. Nessa fase, ela já compreende que dois copos
diferentes podem ter a mesma quantidade de suco e que duas metades de um
biscoito não são equivalentes a dois biscoitos. Outra noção mais bem
desenvolvida é a da moral: as regras fazem mais sentido e, em situações
simples, a criança já consegue julgar o que é correto.

​“Piaget constatou que a conservação da substância aparece por


volta dos sete-oito anos, a do peso por volta dos nove-dez anos e a
conservação do volume por volta dos onze-doze anos. Ora, apesar

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destas diferenças cronológicas, diz ele, a criança, para justificar suas
considerações sucessivas, emprega exatamente os mesmos
argumentos que se traduzem por expressões verbais rigorosamente
idênticas: “nós só esticamos” (a bolinha em salsicha) “não tiramos
nem pusemos nada”, “é mais comprido, mas é mais fino” etc. Isto é,
indícios de que tais noções não dependem só da linguagem [...]
dependem segundo Piaget da coordenação das ações. Suas
observações mostram que, em certo momento, nesses casos, cada
deformação levada ao extremo ocasiona a possibilidade de um
retorno, cada tateio enriquece os pontos de vista da criança, que
começa a agir e argumentar com uma determinada lógica”
(CHIAROTTINO, 1972, p. 21)

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8.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que, aplicar dinâmicas em crianças é animador, uma tarefa


talvez simples aos olhares humanos, mas ao mesmo tempo, algo fantástico,
isso depende da forma que cada um direciona o seu olhar.
As crianças passam por estágios específicos, onde aprendem,
desenvolvem, criam formas de demonstrar as suas emoções e suas
criatividades, isso se dá porque o ser humano é recheado de inteligência,
sabe-se que cada um possui capacidade.
Durante as aplicações das dinâmicas notamos diferenças significativas
nas crianças, em suas formas de interação com o aplicador e de respostas,
cada uma com sua forma específica de se expressar, algumas com seu jeito
mais retraído e outras mais pró-ativas. De início o grupo sentiu uma certa
insegurança pela diferença de interação das crianças, pois pensávamos que
isso alteraria nos resultados, após aplicação e análise do material teórico que
utilizamos notamos que não houve alteração no resultado final para
composição do trabalho, sendo assim, entendemos que apesar das diferenças
de personalidades, ambas encontram-se no período operatório concreto.
Podemos concluir que a realização do trabalho foi bastante significativa
e importante, principalmente em um momento difícil em nosso país, os desafios
foram gigantes, porém não impossíveis de serem vencidos, não se pode negar
o fato de que conhecimento é sempre bem-vindo, o grupo aprendeu muito com
tudo que foi abordado e em cada aplicação.

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9.REFERÊNCIAS

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. Tradução Maria Alice Magalhães D´


Amorim e Paulo Sergio Lima Silva. 24 ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2003.

PIAGET, Jean. A revolução de Piaget. Tradução Heitor Amílcar. Publicado em


Redação: São Paulo 2016.

BRINCAR. Dicionário online de Português, 23 abr. 2020. Disponível em


<dicio.com.br>. Acesso em 23 abr. 2020.

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