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O BRINCAR COMO FERRAMENTA PARA O DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO

CONTEXTO CLÍNICO PSICOPEDAGOGICO

PLAYING AS A TOOL FOR THE CHILD DEVELOPMENT PROCESS THROUGH


THE PSYCHOPEDAGOGICAL CLINICAL CONTEXT

Fernanda Roberta Ferreira Basílio1


Maria Nerice dos Santos Pinheiro2
Isabelle Cerqueira Sousa3

RESUMO
O brincar é um direito da criança, mesmo assim existem aquelas que não
conseguem usufruir dele. A experiência lúdica contribui para o desenvolvimento
integral da criança pequena. Brincando, a criança pode expressar seus medos,
ansiedade e questões internas, tendo a possibilidade de descobrir seus limites,
potencialidades e individualidade. A fim de ampliar saberes sobre este tema. Esse
estudo teve como objetivo principal compreender a importância do brincar para o
desenvolvimento da criança pequena através do contexto psicopedagógico clínico.
Para isso foi feito um estudo qualitativo(GIL,2008), através de uma pesquisa
bibliográfica (BOGDAN E BIKLEN, 1994), de forma que autores como Winnicott,
(1975); Mallaguzzi (1998); Huizinga (2017), dentre outros, foram utilizados no intuito
de compreender, como o psicopedagogo clínico se organiza neste espaço, através
de atividades lúdicas, para fornecer um ambiente facilitador para o desenvolvimento
das potencialidades das crianças.

Palavras-chave: Brincar. Desenvolvimento. Psicopedagogia Clínica.

ABSTRACT
Playing is a child's right, yet there are those who cannot enjoy it. The ludic
experience contributes to the integral development of the young child. Kidding, the
child can express his fears, anxiety and internal issues, being able to discover his
limits, potentialities and individuality. In order to expand knowledge on this topic. This
study aimed to understand the importance of playing for the development of the
young child through the clinical psycho-pedagogical context. For this, a qualitative
study was done (GIL, 2008), through a bibliographical research (BOGDAN AND
BIKLEN, 1994), so that authors like Winnicott, (1975); Mallaguzzi (1998); Huizinga
(2017), among others, were used in order to understand how the clinical psych
pedagogue is organized in this space, through play activities, to provide a facilitating
environment for the development of children's potentialities.

Keywords: Play. Development. Clinical Psychopedagogy.

1
Psicóloga (FANOR, 2015), Especialização em Psicoterapia Psicanalítica (FB Uni, 2018) e
Psicopedagogia Clínica e Hospitalar no Centro Universitário Unichristus (UNICHRISTUS, 2018).
2
Pedagoga (UECE, 2009), Psicopedagoga (UNICHRISTUS, 2013) e Mestre em Educação Brasileira
pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2017).
3
Terapeuta Ocupacional (UNIFOR,1991), Mestre em Educação Especial pela Universidade Estadual
do Ceará (UECE,2002), Orientadora Metodológica (UNICHRISTUS,2018).
2

1 INTRODUÇÃO

Este estudo foi desenvolvido com o intuito de refletir sobre a importância do


brincar para o desenvolvimento das crianças pequenas4 no contexto clínico
psicopedagógico, portanto, traz como temática a percepção do brincar como
ferramenta significativa para o processo de aprendizagem infantil no contexto clínico
psicopedagógico.

Mallaguzzi1999, p.s/n) afirma que a criança tem “cem linguagens”, sendo


assim, o brincar pode ser considerado uma das linguagens das crianças pequenas.
Esta atividade lúdica é um modo de comunicação que esses sujeitos utilizam para
interagir com o mundo e os objetos que o compõe.

De acordo com Sneyders (1996) o brincar pode ser entendido como o que
torna a criança ativa, criativa e oferece oportunidades de interagir melhor com os
outros e consigo mesma. Sendo assim, é possível pensar que o brincar oferece
maior propriedade para um desenvolvimento infantil com melhor qualidade. Assim,
fica esclarecida a importância de se explorar a brincadeira com a criança pequena,
pois é brincando que a criança pode ser oportunizada a vivenciar seu
desenvolvimento numa perspectiva integral, ou seja, em seus aspectos físico,
cognitivo, social, emocional, dentre tantos outros que acabam se refletindo no
aprender.

Todavia, nem sempre o desenvolvimento infantil acontece como esperado.


Na atualidade, parece ser mais comum encontrar crianças que estejam privadas de
tempos e espaços para desenvolver suas potencialidades por meio do brincar. Isso
muitas vezes ocorre em decorrência da violência (FRAGA, 2009), uma realidade da
sociedade atual, ou do uso excessivo de equipamentos eletrônicos (SIBILIA, 2013),
que tanto interessam as crianças.

A brincadeira é uma experiência que deve ser vivida pelas crianças. Através
do brincar a criança pode aprender diferente saberes e se tornar, do ponto de vista
emocional, mais maduro. Então, quando uma criança não brinca ou tem poucas
experiências com brincadeiras ela pode ser emocionalmente imatura ou um sujeito
4
O documento intitulado Práticas Cotidianas da Educação Infantil (BARBOSA, 2009) utiliza a
nomenclatura “crianças pequenas”, para fazer menção aos sujeitos na faixa etária de 4 a 5 anos e 11
meses. Vale salientar que a Lei 13.306/2016 (BRASIL, 2016) modificou o atendimento da Educação
Infantil para crianças te 5 anos e 11 meses.
3

pouco criativo (FRIEDMANN, 2006). Essas situações podem gerar necessidades


nas crianças que talvez possam ser orientadas através do trabalho psicopedagógico
na clínica.

Dessa forma é importante salientar o papel do Psicopedagogo clínico das


demandas que podem surgir por consequência do não brincar ou do brincar pouco,
que poderá ocasionar uma desorganização interna da criança com relação aos
fenômenos psíquicos e nas suas relações sociais (WINNICOTT, 1975).

Diante disso, é fundamental que a família, principal responsável pela


criança, possa tentar buscar outras formas e continuar investindo nas crianças
pequenas para propiciar o desenvolvimento desses sujeitos através da experiência
lúdica. Considerando esta realidade, o psicopedagogo parece assumir um lugar
importante de estimulador do desenvolvimento das competências infantis através do
brincar, sendo as intervenções clínicas (FERREIRA, 2015), em algumas situações,
uma ação interessante para as crianças pequenas e suas famílias, o brincar não
deve ser encarado como um tempo perdido na vida das crianças, porque, além de
estimular a imaginação e a criatividade, ele contribui para o desenvolvimento físico e
ajuda a estabelecer valores, como o trabalho em grupo, a empatia, a amizade,
através de brincadeiras (BAHIA; RÜGER, 2009).

Considerando tudo o que foi dito até o momento, é possível afirmar que este
estudo pode vir a contribuir para a formação dos psicopedagogos, colaborando com
a prática na clínica psicopedagógica, trazendo benefícios para a atuação desses
profissionais, pois há muito para se refletir sobre este tema que ainda gera tantas
perguntas, como: afinal, o brincar pode contribuir para o desenvolvimento integral
das crianças pequenas? As atividades vivenciadas pelas crianças na clínica
psicopedagógica, através do brincar, podem estimular suas competências? Quais?
Como o psicopedagogo clínico organiza a ação terapêutica lúdica no sentido de
colaborar com o desenvolvimento das crianças?

Neste sentido, o objetivo geral deste estudo é compreender a importância do


brincar para o desenvolvimento integral da criança pequena através do contexto
psicopedagógico clínico.
Os objetivos específicos são:
4

a) Perceber a relevância do brincar como recurso para o desenvolvimento


integral da criança;
b) Identificar como o brincar pode ser utilizado para estimular as diferentes
competências infantis no contexto clínico psicopedagógico;
c) Entender como o psicopedagogo clínico organiza seu trabalho com uma
abordagem lúdica para contribuir com o desenvolvimento da criança.

Com o intuito de alcançar os referidos objetivos, organizou-se um


direcionamento metodológico e definiu-se os autores e teóricos necessários para a
produção desse artigo. Isso será explanado na próxima seção.

2 METODOLOGIA

Este estudo se caracteriza por uma pesquisa qualitativa, por analisar dados
não mensuráveis, que propõe compreender os costumes, motivações e
desempenhos de determinado grupo de pessoas (GIL, 2008). Dessa forma o grupo
apresentado neste artigo é o dos psicopedagogos junto à importância do brincar no
contexto clínico psicopedagógico como ferramenta para o desenvolvimento de
crianças pequenas. Assim, a pesquisa qualitativa não se preocupa com o perfil
numérico, mas se aprofunda no entendimento do grupo social pesquisado (GIL,
2008).
Esta produção foi elaborada através do estudo de uma revisão bibliográfica
com objetivo de reunir dados que servirão para a investigação proposta (BOGDAN e
BIKLEN, 1994). Essa pesquisa permite investigar uma gama de informações dos
fenômenos amplos, de materiais já elaborados. (GIL, 2008)
Considerando que esse estudo é uma revisão bibliográfica, em que
aparecem autores como Winnicott, (1975), Mallaguzzi (1998), Huizinga (2017),
Modestio e Rubio (2014), dentre outros, sendo possível, através deles compreender
que, a brincadeira é uma experiência que ajuda a criança a estabelecer o elo entre
sua realidade interna e externa, mantendo-a íntegra e possibilitando um
desenvolvimento saudável (WINNICOTT, 1975). Sendo assim, é possível dizer que
a brincadeira fornece uma oportunidade de organização para a criança pequena no
que tange à iniciação de suas relações emocionais, sociais, cognitivas, portanto, de
aprendizagem.
5

Para entender o brincar como ferramenta para o desenvolvimento infantil a


partir da Psicopedagogia o artigo inicialmente, disserta sobre o brincar como direito
que pode ajudar o desenvolvimento integral da criança pequena. A Constituição
Federal (BRASIL, 1988) como também o Estatuto da Criança e do Adolescente
(BRASIL, 1990), esclarecem os direitos do cidadão assim como os das crianças, e
mesmo com seus direitos garantidos, existe certa insegurança para ser desenvolvido
o brincar de uma forma mais completa e sociável, deixando claro que os exageros
das tecnologias também adentram no mundo infantil de uma forma, as vezes,
exacerbada.

Em seguida, haverá uma apresentação das formas assumidas pelo brincar


no contexto clínico psicopedagógico para auxiliar no desenvolvimento das
competências das crianças pequenas. Além disso, será abordada a contribuição que
o psicopedagogo poderá dar para desenvolver as competências das crianças que,
muitas vezes, deixam de adquiri-las por não ter a brincadeira tão presente em sua
vida.

Finalizando o artigo, traz-se o modo como o psicopedagogo clínico se


organiza no seu espaço de trabalho, com ênfase em Winnicott (1975), através das
atividades lúdicas e fornecendo um ambiente facilitador para as suas
potencialidades serem desenvolvidas por meio do setting terapêutico.

3 O BRINCAR: UM DIREITO QUE CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO


INFANTIL

A Constituição Federal garante que todo o povo brasileiro tem os direitos


sociais e individuais garantidos, sendo eles: “a liberdade, a segurança, o bem-estar,
o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos” (BRASIL, 1988.
s/p).

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (BRASIL, 1990), de forma


parecida com a Constituição já citada, cita de forma específica as crianças. Este
documento explica que as crianças têm garantido o “(...) direito a proteção integral e
6

as oportunidades e facilidades para viver sem violência e preservar sua saúde física
e mental e seu desenvolvimento moral, intelectual e social (...)” (ECA, 1990, p.181).

Mesmo diante de todos esses direitos que asseguram os brasileiros ainda


existem algumas crianças que não conseguem usufruir dos seus direitos.
Antigamente, as crianças podiam desfrutar de uma variedade de lugares e tempos
para o brincar. Brincava-se na própria família, na rua, nas calçadas. As brincadeiras
eram variadas, como: “rodas de ciranda”, “esconde-esconde”, “pular corda”,
“amarelinha”, “pega-pega”, “polícia e ladrão”, “guisado”, “carimba”, “sete pecados”,
“passarinho no ninho” e várias outras brincadeiras.

Hoje em dia, apesar de não só a criança, mas, também, a sociedade possuir


direito à segurança, algumas crianças parecem ter menos oportunidades de brincar.
A sociedade atual tem sido marcada por violência (FRAGA, 2009) e pelo uso, às
vezes exagerado, das tecnologias (SIBILIA, 2012). Além disso, pais, mães e outros
adultos estão cada vez mais ocupados com a necessidade de trabalhar em turnos
integrais para suprir as necessidades financeiras da família, tendo pouco tempo para
que se dediquem às atividades lúdicas com seus filhos. Essa situação contribui para
que as famílias não deixem as crianças explorarem novos espaços e acabam se
adaptando de outras formas que podem não favorecer o brincar.

Com esse contexto, a criança pequena pode vir a sentir dificuldades


relacionais, motoras, cognitiva e emocional, pois esse menor contato com o
ambiente que não propicia tantas oportunidades de integração com diferentes pares
para desenvolver a arte do brincar, pode comprometer o desenvolvimento infantil.

Mesmo com esta realidade, é preciso que a sociedade possa se adaptar a


ela e pensar em outras formas em que o brincar possa acontecer porque, de acordo
com Winnicott (1975, p.63):

[...] o brincar é próprio da saúde, facilita o crescimento e, portanto, a saúde;


o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma
forma de comunicação na psicoterapia; finalmente, a psicanálise foi
desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a serviço da
comunicação consigo e com os outros (WINNICOTT, 1975, p.63).
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Outros espaços passaram a ser lugar de brincadeira como a educação


infantil, o próprio quarto da criança, os aparelhos tecnológicos e o espaço clínico.
Em alguns casos, a clínica e o trabalho terapêutico também servem como um
caminho para desenvolver a criança de forma integral através do brincar.

Se Winnicott (1975) diz que o brincar promove a saúde do ser humano, no


ambiente da clínica psicopedagógica o indivíduo pode ampliar, nesse espaço, com
apoio do psicopedagogo, o potencial e a criatividade da criança de uma forma
natural, porque o brincar faz parte da essência humana, pois somos “homo ludens”
(HUIZINGA, 2017).

O brincar na clínica é visto de forma “autocurativa” (WINNICOTT, 1975),


onde a criança pode estabelecer um contato com a realidade de uma forma menos
dolorosa e resolutiva. Assim ela pode ir desenvolvendo sua resiliência e tolerando as
frustações para que possa crescer de forma mais saudável e integral, por meio de
uma experiência mais completa com os objetos, e com o mundo.

Ratificando o que foi explanado acima, as autoras Moschini e Caierão (2015)


falam que o lúdico no espaço de atendimento psicopedagógico é visto como um
lócus de criatividade.

Na clínica existe a oportunidade para o aprendente desenvolver-se com o


terapeuta através do brincar, de uma forma primordial, quando a intervenção
terapêutica é pensada para ajudar na construção psíquica para o desenvolvimento
da imaginação da criança pequena.

Dessa forma, o brincar pode ser utilizado para estimular as diferentes


competências infantis em diferentes lugares e momentos, podendo ampliar a
aprendizagem da criança para todos os âmbitos da sua vida.

Porém, tendo se falado em clínica psicopedagógica como espaço de brincar,


torna-se importante pensar sobre que experiências lúdicas podem acontecer nesse
contexto através do trabalho do psicopedagogo.

3.1 O DESENVOLVIMENTO DAS COMPETÊNCIAS INFANTIS ATRAVÉS DO


BRINCAR NA CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA
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Como já foi dito anteriormente, a criança pequena, quando tem poucas


oportunidades de brincar, poderá ter o seu desenvolvimento, inclusive o intelectual,
comprometido. Essa situação pode gerar nesse indivíduo algumas dificuldades
(KIDDO, 2012).

É importante pensar sobre isso porque, por meio do brincar, as crianças


podem não desenvolver, ultrapassar ou aprender a conviver com possíveis
dificuldades. Isso significa que o brincar ajuda a desenvolver muitas competências
que as crianças, às vezes, deixam de adquirir ou desenvolvem pouco quando a
brincadeira não é uma atividade tão presente nas suas vidas. Mas o que seriam
essas competências? Segundo os autores Fleury e Fleury (2001, p.185),
"competência é pensado como conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
(isto é, conjunto de capacidades humanas)". As competências são as capacidades
de realizar diferentes ações.

Em uma criança pequena é preciso pensar que, com o passar do tempo, ela
vai crescendo e precisa desenvolver novas competências que serão essenciais ao
longo da sua vida em diferentes situações. Como um exemplo disso, pode-se pensar
no bebê. Ele nasce sem ainda ser capaz de caminhar, mas, aos poucos, quando
estimulado, essa criança vai adquirindo essa competência de se mover com as duas
pernas, de pé, caminhar ereto, dentre outras.

Para que esta criança conquiste a capacidade de ficar de pé, caminhar e


correr, ela pode ser estimulada através do brincar, por meio de um ambiente
facilitador, que precisa ser ajustável e adaptável às necessidades do bebê. Para um
ambiente dessa forma acaba sendo importante a contribuição das pessoas que
desempenham as funções maternas e paternas, como traz Winnicott (2016). Essa
função seria, para Winnicott, o estímulo da pessoa que ocupa o lugar da mãe ou do
pai, dessa forma se adaptando as necessidades das crianças quando solicitado.
Essa pessoa poderia organizar um local com barra, tapete de EVA, brinquedo com
música, chocalho, andador, além de brincar com a criança, como a própria mãe
quando brinca e estimula o bebê.

Pensando nas competências que precisam ser desenvolvidas na infância,


percebe-se que, uma criança que não possui ou tem pouca estimulação, pode ter
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um comprometimento no seu desenvolvimento cognitivo e, consequentemente, na


sua aprendizagem. Por isso, são muitas as competências que necessitam ser
estimuladas durante a infância para que haja o aperfeiçoamento e a construção da
aprendizagem. Para essa construção, o papel do ambiente social é fundamental,
incluindo a escola, a família, a clínica psicopedagógica, quando necessária, e outros
espaços. Para Beauchamp e Anderson (2010 apud GASPAR & MATOS, 2015,
p.196), as

[...] competências surgem gradualmente durante a infância e a


adolescência, como resultado de uma relação dinâmica entre o sujeito e o
meio. Quando tal não se verifica, poderão surgir situações de isolamento
social, ansiedade e redução de autoestima, que poderão vir a ter grande
impacto no desenvolvimento positivo do sujeito (BEAUCHAMP;
ANDERSON,2010 apud GASPAR & MATOS, 2015, p.196).

Com base nos autores acima, esse seria um dos vários motivos porque as
crianças precisam brincar para que possam ter suas competências afloradas.
Através do brincar tem-se uma forma de criar e se recriar todo o desenvolvimento
infantil, momento em que são realizadas descobertas que podem ser muito
produtivas para desenvolvimento, físico, cognitivo, emocional e motor da criança
pequena.

Considerando o desenvolvimento das competências infantis, Modesto e


Rubio (2014, p.03) também concordam que brincar é importante, porque explicam
que,

Por meio do lúdico há o desenvolvimento das competências de aprender a


ser, aprender a conviver, aprender a conhecer e aprender a fazer;
desenvolvendo o companheirismo; aprendendo a aceitar as perdas, testar
hipóteses, explorar sua espontaneidade criativa, possibilitando o exercício
de concentração, atenção e socialização (MODESTO; RUBIO, 2014, p.03)

Deste modo é possível perceber o quanto o brincar possibilita o


desenvolvimento da criança pequena, lhe proporcionando autonomia, conhecimento
e várias conquistas para a compreensão de como agir com o mundo e suas
situações, tendo limites e regras estabelecidas dentro do seu “eu”. Todas essas
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conquistas se refletem na forma como a criança aprende e se entrega às novas


aprendizagens.

De acordo com os estudos realizados pela autora Vaz (2013 apud Craig
1996), o seu desenvolvimento cerebral das crianças pequenas costuma ser rápido.
Isso proporciona uma melhor capacidade de aprendizagem e aprimoramento da
motricidade, da linguagem, do pensamento, da autonomia, tornando possível que a
cirnaça possa vir a ser dotada de competências que podem ser conquistadas
através da brincadeira, com inúmeros personagens e fantasias. Por isso que
Winnicott (1975, p.79) em seu livro o Brincar & a Realidade traz que “é no brincar, e
talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação”.

Diante do exposto, pode-se pensar, quando necessário, no espaço clínico


psicopedagógico para o desenvolvimento de diferentes competências em casos em
que as crianças apresentem dificuldades percebidas pela família, professores ou
outros funcionários da escola em que estudam. Essas dificuldades, relacionadas a
não conquista ou à necessidade de melhoria de algumas competências, pode ser
trabalhada pelo psicopedagogo clínico que, pode exercer um papel fundamental
para esta etapa da vida da criança.

No caso da clínica psicopedagógica, o adulto responsável por organizar


esse ambiente estimulante é o psicopedagogo (MOSCHINI; CAIEIRÃO, 2015). Este
profissional pode desenvolver uma abordagem psicopedagógica lúdica, oferecendo
aos seus aprendentes diferentes atividades que são previamente organizadas e
pensadas de acordo com cada necessidade específica de cada sujeito.

No espaço da clínica o psicopedagogo, trabalhando no espaço terapêutico


apenas com uma criança, poderá ter uma visão mais apurada desse indivíduo,
podendo dar maior atenção ao que é específico das demandas apresentadas. Esse
olhar dirigido ao sujeito, para a construção de um atendimento individualizado, pode
vir a proporcionar que as competências infantis sejam conquistadas de forma mais
saudável, significativa e construtiva (FERREIRA, 2015).

Assim, com ajuda do psicopedagogo clínico a criança pode melhorar na


construção de novos conhecimentos e, consequentemente, de competências e
aprendizagens (FERREIRA, 2015).
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Borba (2007, p.38) diz que no

[...] plano informal das brincadeiras possibilita a construção e a ampliação


de competências e conhecimentos nos planos da cognição e das interações
sociais, o que certamente tem consequências na aquisição de
conhecimentos no plano da aprendizagem formal (BORBA, 2007, p.38).

Sendo assim, o brincar é um facilitador do trabalho psicopedagógico clínico


(FERREIRA, 2015). O psicopedagogo pode utilizar o lúdico como uma abordagem
terapêutica fornecer uma linguagem mais acessível e próxima da realidade natural,
do "homo ludens" (HUIZINGA, 1975), presente nas crianças pequenas. Mas como
pode ser a ação lúdica do psicopedagogo na prática? Com todas as contribuições
apresentadas será pensado, na seção seguinte, um pouco sobre a abordagem
lúdica, através do brincar, na clínica psicopedagógica.

3.2 ABORDAGEM LÚDICA PSICOPEDAGÓGICA NA CLÍNICA: A AÇÃO DO


PSICOPEDAGOGO

Winnicott (1972), um respeitável pediatra e colaborador da Psicanálise por


meio de teorias importantes e que podem contribuir para a Educação, propôs
alternativas de forma lúdica para atendimentos com crianças pequenas, que
facilitam o trabalho do terapeuta na clínica.

Para o autor citado, a organização do ambiente no qual a criança será


atendida, é uma importante referência para o trabalho do terapeuta e para o
paciente. A contribuição winnicottiana explica que a sala de atendimento deve
promover para o paciente uma experiência de aconchego, através de uma sala
tranquila, onde haja preocupação com o cheiro, com a iluminação e com o modo
como os objetos estão colocados, sempre oferecendo para a pessoa que frequenta
aquele lugar uma sensação de continuidade (HISADA, 2002), buscando favorecer
seu desenvolvimento pessoal (WINNICOTT, 1972). O trabalho do terapeuta começa
com o cuidado com o espaço.
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Outra importante contribuição que Winnicott (1991) dá, é que toda pessoa
tem uma tendência à integração, ao crescimento, ao amadurecimento. No espaço
clínico, essas disposições citadas devem ser respeitadas pelo terapeuta no espaço
do "setting"5 analítico.

Isso quer dizer que o terapeuta, para ajudar a criança pequena a se integrar
nesse espaço, é preciso ter cuidado com este lugar. A organização do espaço
requer um movimento e cuidado prévio por parte desse profissional. O modo como o
espaço clínico está arrumado, interfere no processo de segurança e vínculo com a
criança, por isso o terapeuta precisa investir na estética e nos elementos presentes
nesse local, estar presente, pontualmente, em todas as sessões. Hisada (2002,
p.41) explica que, “no limite e espaço do setting seguro é possível que o paciente se
sinta protegido e confiante". Essa proteção e segurança são sentidas através do
espaço físico, mas também pela presença comprometida do terapeuta.

Além de todo o cuidado com a organização do ambiente, outra etapa bem


relevante é a realização da anamnese com os pais. A anamnese é de extrema
importância para obter um conhecimento do histórico e da demanda que os pais
trazem sobre a criança (MENDES, 2007). Nessa etapa é possível que o
psicopedagogo possa ter dados que contribuam, mesmo que apenas de forma
inicial, sobre seu desenvolvimento da criança, a gestação da mãe e características
atuais do paciente, como gostos e preferências e assim ir compreendendo melhor as
queixas iniciais, buscando perceber as questões do paciente que precisam ser
trabalhadas e desenvolvidas na clínica.

Através dessas etapas o psicopedagogo poderá se sentir melhor respaldado


para expressar e trabalhar com um olhar mais cuidadoso frente às demandas
infantis que surgem na clínica, possibilitando estratégias que lhe permitam
aprofundar e desenvolver essa criança com suas necessidades especifica.

Dando continuidade às etapas de trabalho do psicopedagogo na clínica, no


caso da abordagem lúdica como recurso de intervenção do psicopedagogo, não
basta que a criança queira brincar. No caso do atendimento terapêutico na clínica
psicopedagógica, o profissional precisa também estabelecer uma relação de
5
Para Winnicott (1988), setting analítico representa a mãe com sua técnica e o paciente sendo o
bebê, assim o setting, seria o espaço que, vai permitir ao paciente buscar funções relacionadas às
primeiras etapas do desenvolvimento.
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confiança com o aprendente de forma que o vínculo positivo (PICHÒN-RIVIERE,


1982) possa contribuir para que aconteça o momento de brincadeira. Desse modo, o
lúdico no espaço da clínica parece ser um momento que, para acontecer, precisa de
uma participação mútua, envolvendo criança e psicopedagogo. De acordo com
Moschini e Caieirão (2015, p.363), isso é importante, por que

[...] na medida em que potencializamos o brincar no tratamento psi-


copedagógico, a partir de um espaço de confiança, vão se modificando a
rigidez, estereotipias das modalidades de aprendizagem (MOSCHINI;
CAIEIRÃO, 2015, p.363).

Considerando esses autores, parece que o brincar fortalece a possibilidade


de um melhor desenvolvimento da criança pequena, ou seja, da aquisição de
competências necessárias ao seu crescimento saudável e capaz de ampliar suas
aprendizagens.

A participação do psicopedagogo no brincar no contexto clínico pode ajudar


a tornar a relação entre criança e terapeuta, algo bom e que poderá fazer do espaço
clínico um lugar de continuidade, segurança, previsibilidade e desejo para a criança
pequena. Isso pode ser algo que facilita muito o trabalho do psicopedagogo, pois de
acordo com Franco (2003, p.48), "se não houver uma adesão do paciente e do
analista àquele espaço e tempo fora do espaço e tempo comuns, então não há
brincadeira". Com a ajuda do pensamento de Franco (2003) fica claro que o modo
de agir do terapeuta e da criança na clínica deve ser ativo, principalmente quando há
uma proposta lúdica.

Porém, ainda que a participação do psicopedagogo seja importante durante


o brincar na clínica, essa posição ativa não precisa ser sempre brincando com a
criança. O terapeuta precisa estar atento às necessidades que devem ser
conquistadas pelas crianças e, ao mesmo tempo, perceber avanços e retrocessos.
Esse olhar observador do psicopedagogo é citado por Rubistein (1987, p.51),
quando diz que este profissional "é como um detetive que busca pistas, procurando
solucioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a sua meta
fundamentalmente é investigar todo o processo".
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Para assumir o papel de investigador, de detetive e de observador é


importante lembrar que um ponto necessário é pensar no planejamento das
atividades que serão realizadas durante o atendimento, pensando sempre de que
forma seria possível intervir para buscar obter um resultado positivo para o trabalho
vivido com a criança pequena na clínica. Oliveira (2006, p.50), traz que o
"planejamento terapêutico é adaptado às características e possibilidades do caso". É
preciso planejar para que se possa realizar e colocar em prática uma ação clínica
porque, cada aprendente é um ser único. Isso requer um planejamento diferenciado
para cada caso, abordando cada criança de maneira particular (BOSSA, 1994).

Quando existe um planejamento o psicopedagogo tem uma base de


estratégias para realizar as atividades avaliativas e posteriormente interventivas, que
podem ser compostas, por exemplo, por: anamnese, EOCA (Entrevista Operativa
Centrada na Aprendizagem), Técnicas Projetivas, Teste de Inteligência WISC–III,
Provas Piagetianas, Atividades Pedagógicas (leitura, escrita e operações
matemáticas), entrevista com a pedagoga da escola, caso necessário, observações
e a utilização de jogos, brinquedos e brincadeiras no decorrer do processo
(WEISS,2011).

É importante ter um planejamento para que o psicopedagogo clínico tenha


mais possibilidades de perceber os avanços e conquistas que ainda são necessárias
trabalhar e intervir para o desenvolvimento da criança frente ao aprender
(BRENELLI, 2001).

Outra etapa importante da ação psicopedagógica na clínica é o momento


do feedback para as famílias e para a escola das crianças que estão sendo
atendidas por esse profissional no cenário clínico. Winnicott (1984) acredita que
esse momento de retorno, de informação sobre o trabalho desenvolvido é essencial,
pois os pais e outros colaboradores da aprendizagem da criança são como co-
terapeutas. Essa rede interativa de pessoas funciona como um conjunto de
facilitadores dos processos da criança e devem estar cientes das condições desse
sujeito. Isso mostra que, mesmo na clínica, o psicopedagogo não trabalha sozinho,
mas em parceria com os pais, com professores e outros parceiros da criança.

Em resumo, o trabalho do psicopedagogo na clínica, para a realização de


uma abordagem lúdica eficiente, com base em alguns elementos da teoria
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winnicottiana (WINNICOTT, 1984) necessita de algumas ações que são: anamnese,


como entrevista inicial das queixas trazidas pelos pais; a organização do ambiente
confiável; planejamento das atividades avaliativas e interventivas, participação ativa
na experiência lúdica como ator e/ou observador, e finalizando com o feedback aos
pais para que seja trabalhado questões ambientais externas, no qual são as
participações da família como co-terapeutas para o desenvolvimento da criança
pequena no processo da clínica psicopedagógica.

Através dessas ações por parte do psicopedagogo é possível que crianças


pequenas possam avançar nas conquistas de competências e aprendizagens
necessárias às experiências na vida.

4 CONCLUSÃO

Através da realização deste estudo foi possível construir muitos saberes


relacionados ao brincar e a psicopedagogia no cenário clínico.

Inicialmente constatou-se que, mesmo diante dos direitos que assistem as


crianças, seja através da Constituição Federal (BRASIL, 1989) ou do ECA (BRASIL,
1990), ainda existem crianças que não conseguem usufruir do direito de brincar e de
vivenciar a brincadeira.

Essa realidade é fruto de muitos fatores como a violência, a falta de tempo


dos pais, o uso exagerado das tecnologias (FRAGA, 2009), (SIBILIA, 2012). Mas
esse contexto é o que contribui para a falta do brincar. Muitas crianças não brincam
o suficiente, brincam pouco nos dias de hoje (SILVA, et al. 2010).

Isso é preocupante, pois o brincar contribui para o desenvolvimento da


criança pequena de forma integral. Possibilita seu crescimento emocional, cognitivo,
motor e outros, promovendo assim a saúde, o bem estar e as potencialidades do ser
humano. Se as crianças brincam menos ou pouco, uma quantidade insuficiente para
se desenvolverem bem e saudáveis, a clínica, em alguns casos, através de um
trabalho terapêutico lúdico acaba servindo como espaço de brincar.
16

Isso acontece na clínica psicopedagógica porque é perceptível que o brincar


ajuda a ampliar muitas competências que as crianças, às vezes, deixam de adquirir
ou desenvolvem pouco quando a brincadeira não é uma atividade tão presente nas
suas vidas. Dessa forma, através do brincar na clínica, tem-se a oportunidade de dar
a criança a possibilidade desenvolver melhor aquilo que ela ainda não conseguiu, ou
desenvolveu pouco, porque não brincou.

O trabalho com a psicopedagogia clínica pode se tornar em um momento em


que são realizadas descobertas que podem ser muito produtivas para o
desenvolvimento infantil através de uma abordagem lúdica (SILVA, 2016). Na clínica
é possível que o psicopedagogo possa oferecer aos seus aprendentes diferentes
atividades, que são previamente preparadas e pensadas, de acordo com cada
necessidade particular de cada sujeito (BOSSA, 1994).

Este artigo mostra a importância do brincar na clínica psicopedagógica como


ferramenta para o desenvolvimento infantil. A prática do psicopedagogo clínico é
fundamental, porque pode resgatar aprendizagens que não foram conquistadas pela
criança através da brincadeira. A clínica também é lugar de aprendizagem. Estar
junto com essa criança na construção de seus conhecimentos, facilitando o caminho
para seu desenvolvimento de forma integral, é uma tarefa importante a ser
desenvolvida pelo psicopedagogo. Com o artigo foi possível compreender a
importância do brincar para o desenvolvimento da criança pequena através do
contexto psicopedagógico clínico.

O brincar, as brincadeiras e o lúdico são temas muito estudados na área da


Educação e da Psicopedagogia. Apesar de todas essas contribuições ainda é
preciso alcançar uma maior sensibilização dos futuros e atuais psicopedagogos
clínicos. Além deles, atingir também as escolas e os familiares de uma forma geral,
para que se estenda a compreensão da importância do brincar como uma das
atividades fundamentais para o desenvolvimento integral da criança pequena, de
acordo com suas necessidades. Para isso, é preciso que outros estudos com este
tema sejam produzidos.

Porém, na construção desse estudo, especificamente, ficou clara a


importância e a sustentação da clínica psicopedagógica, por meios éticos e com
bases bastante sólidas em teorias que seguem uma linha de pensamento que situa
17

o psicopedagogo de forma que ele possa adentrar nas novas configurações de


sintomas ou dificuldades de aprendizagem que estão se (re)formulando de acordo
com os novos tempos, principalmente por conta das crianças que brincam menos e
que nem sempre se desenvolvem como deveriam.

Este percurso foi de grande relevância, buscando contribuir com as escolas,


familiares e com os profissionais da área de atuação na clínica psicopedagógica.
Este trabalho pode ajudar o psicopedagogo a trabalhar de forma criativa e pensando
em possibilidades de constituição e integração do sujeito através lúdico.

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