Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
O brincar é um direito da criança, mesmo assim existem aquelas que não
conseguem usufruir dele. A experiência lúdica contribui para o desenvolvimento
integral da criança pequena. Brincando, a criança pode expressar seus medos,
ansiedade e questões internas, tendo a possibilidade de descobrir seus limites,
potencialidades e individualidade. A fim de ampliar saberes sobre este tema. Esse
estudo teve como objetivo principal compreender a importância do brincar para o
desenvolvimento da criança pequena através do contexto psicopedagógico clínico.
Para isso foi feito um estudo qualitativo(GIL,2008), através de uma pesquisa
bibliográfica (BOGDAN E BIKLEN, 1994), de forma que autores como Winnicott,
(1975); Mallaguzzi (1998); Huizinga (2017), dentre outros, foram utilizados no intuito
de compreender, como o psicopedagogo clínico se organiza neste espaço, através
de atividades lúdicas, para fornecer um ambiente facilitador para o desenvolvimento
das potencialidades das crianças.
ABSTRACT
Playing is a child's right, yet there are those who cannot enjoy it. The ludic
experience contributes to the integral development of the young child. Kidding, the
child can express his fears, anxiety and internal issues, being able to discover his
limits, potentialities and individuality. In order to expand knowledge on this topic. This
study aimed to understand the importance of playing for the development of the
young child through the clinical psycho-pedagogical context. For this, a qualitative
study was done (GIL, 2008), through a bibliographical research (BOGDAN AND
BIKLEN, 1994), so that authors like Winnicott, (1975); Mallaguzzi (1998); Huizinga
(2017), among others, were used in order to understand how the clinical psych
pedagogue is organized in this space, through play activities, to provide a facilitating
environment for the development of children's potentialities.
1
Psicóloga (FANOR, 2015), Especialização em Psicoterapia Psicanalítica (FB Uni, 2018) e
Psicopedagogia Clínica e Hospitalar no Centro Universitário Unichristus (UNICHRISTUS, 2018).
2
Pedagoga (UECE, 2009), Psicopedagoga (UNICHRISTUS, 2013) e Mestre em Educação Brasileira
pela Universidade Federal do Ceará (UFC, 2017).
3
Terapeuta Ocupacional (UNIFOR,1991), Mestre em Educação Especial pela Universidade Estadual
do Ceará (UECE,2002), Orientadora Metodológica (UNICHRISTUS,2018).
2
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Sneyders (1996) o brincar pode ser entendido como o que
torna a criança ativa, criativa e oferece oportunidades de interagir melhor com os
outros e consigo mesma. Sendo assim, é possível pensar que o brincar oferece
maior propriedade para um desenvolvimento infantil com melhor qualidade. Assim,
fica esclarecida a importância de se explorar a brincadeira com a criança pequena,
pois é brincando que a criança pode ser oportunizada a vivenciar seu
desenvolvimento numa perspectiva integral, ou seja, em seus aspectos físico,
cognitivo, social, emocional, dentre tantos outros que acabam se refletindo no
aprender.
A brincadeira é uma experiência que deve ser vivida pelas crianças. Através
do brincar a criança pode aprender diferente saberes e se tornar, do ponto de vista
emocional, mais maduro. Então, quando uma criança não brinca ou tem poucas
experiências com brincadeiras ela pode ser emocionalmente imatura ou um sujeito
4
O documento intitulado Práticas Cotidianas da Educação Infantil (BARBOSA, 2009) utiliza a
nomenclatura “crianças pequenas”, para fazer menção aos sujeitos na faixa etária de 4 a 5 anos e 11
meses. Vale salientar que a Lei 13.306/2016 (BRASIL, 2016) modificou o atendimento da Educação
Infantil para crianças te 5 anos e 11 meses.
3
Considerando tudo o que foi dito até o momento, é possível afirmar que este
estudo pode vir a contribuir para a formação dos psicopedagogos, colaborando com
a prática na clínica psicopedagógica, trazendo benefícios para a atuação desses
profissionais, pois há muito para se refletir sobre este tema que ainda gera tantas
perguntas, como: afinal, o brincar pode contribuir para o desenvolvimento integral
das crianças pequenas? As atividades vivenciadas pelas crianças na clínica
psicopedagógica, através do brincar, podem estimular suas competências? Quais?
Como o psicopedagogo clínico organiza a ação terapêutica lúdica no sentido de
colaborar com o desenvolvimento das crianças?
2 METODOLOGIA
Este estudo se caracteriza por uma pesquisa qualitativa, por analisar dados
não mensuráveis, que propõe compreender os costumes, motivações e
desempenhos de determinado grupo de pessoas (GIL, 2008). Dessa forma o grupo
apresentado neste artigo é o dos psicopedagogos junto à importância do brincar no
contexto clínico psicopedagógico como ferramenta para o desenvolvimento de
crianças pequenas. Assim, a pesquisa qualitativa não se preocupa com o perfil
numérico, mas se aprofunda no entendimento do grupo social pesquisado (GIL,
2008).
Esta produção foi elaborada através do estudo de uma revisão bibliográfica
com objetivo de reunir dados que servirão para a investigação proposta (BOGDAN e
BIKLEN, 1994). Essa pesquisa permite investigar uma gama de informações dos
fenômenos amplos, de materiais já elaborados. (GIL, 2008)
Considerando que esse estudo é uma revisão bibliográfica, em que
aparecem autores como Winnicott, (1975), Mallaguzzi (1998), Huizinga (2017),
Modestio e Rubio (2014), dentre outros, sendo possível, através deles compreender
que, a brincadeira é uma experiência que ajuda a criança a estabelecer o elo entre
sua realidade interna e externa, mantendo-a íntegra e possibilitando um
desenvolvimento saudável (WINNICOTT, 1975). Sendo assim, é possível dizer que
a brincadeira fornece uma oportunidade de organização para a criança pequena no
que tange à iniciação de suas relações emocionais, sociais, cognitivas, portanto, de
aprendizagem.
5
as oportunidades e facilidades para viver sem violência e preservar sua saúde física
e mental e seu desenvolvimento moral, intelectual e social (...)” (ECA, 1990, p.181).
Em uma criança pequena é preciso pensar que, com o passar do tempo, ela
vai crescendo e precisa desenvolver novas competências que serão essenciais ao
longo da sua vida em diferentes situações. Como um exemplo disso, pode-se pensar
no bebê. Ele nasce sem ainda ser capaz de caminhar, mas, aos poucos, quando
estimulado, essa criança vai adquirindo essa competência de se mover com as duas
pernas, de pé, caminhar ereto, dentre outras.
Com base nos autores acima, esse seria um dos vários motivos porque as
crianças precisam brincar para que possam ter suas competências afloradas.
Através do brincar tem-se uma forma de criar e se recriar todo o desenvolvimento
infantil, momento em que são realizadas descobertas que podem ser muito
produtivas para desenvolvimento, físico, cognitivo, emocional e motor da criança
pequena.
De acordo com os estudos realizados pela autora Vaz (2013 apud Craig
1996), o seu desenvolvimento cerebral das crianças pequenas costuma ser rápido.
Isso proporciona uma melhor capacidade de aprendizagem e aprimoramento da
motricidade, da linguagem, do pensamento, da autonomia, tornando possível que a
cirnaça possa vir a ser dotada de competências que podem ser conquistadas
através da brincadeira, com inúmeros personagens e fantasias. Por isso que
Winnicott (1975, p.79) em seu livro o Brincar & a Realidade traz que “é no brincar, e
talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem sua liberdade de criação”.
Outra importante contribuição que Winnicott (1991) dá, é que toda pessoa
tem uma tendência à integração, ao crescimento, ao amadurecimento. No espaço
clínico, essas disposições citadas devem ser respeitadas pelo terapeuta no espaço
do "setting"5 analítico.
Isso quer dizer que o terapeuta, para ajudar a criança pequena a se integrar
nesse espaço, é preciso ter cuidado com este lugar. A organização do espaço
requer um movimento e cuidado prévio por parte desse profissional. O modo como o
espaço clínico está arrumado, interfere no processo de segurança e vínculo com a
criança, por isso o terapeuta precisa investir na estética e nos elementos presentes
nesse local, estar presente, pontualmente, em todas as sessões. Hisada (2002,
p.41) explica que, “no limite e espaço do setting seguro é possível que o paciente se
sinta protegido e confiante". Essa proteção e segurança são sentidas através do
espaço físico, mas também pela presença comprometida do terapeuta.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS