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EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR RELATOR


SELSO DE OLIVEIRA

Ref.: Agravo de Instrumento nº. 5069691-07.2022.8.24.0000


Juízo da 2ª Vara da Família e Órfãos da Comarca da Capital - Eduardo Luz
Alimentos – Lei Especial nº 5.478/68

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Nº do Processo de Origem: 5017875-04.2022.8.24.0091

ANNA ERNA BERNARDO, já devidamente qualificada no recurso


de Agravo de Instrumento em destaque, vem, com o devido respeito à presença de
Vossa Excelência, por intermédio de sua advogada que ora assina, alicerçada
no art. 1.019, inc. II, do Código Processo Civil, para, tempestivamente, na quinzena
legal, apresentar:

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CONTRAMINUTA ao AGRAVO DE INSTRUMENTO 

do qual figura como recorrente DIOGO ALBERTO BERNARDO,


em face da decisão que concedeu alimentos provisórios em favor da Agravada,
neste ato, representando seus filhos ALAN BERNARDO e ANTONY BERNARDO
WROBLEWSKI, razão qual fundamenta-a com as Razões ora acostadas.

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Respeitosamente, pede deferimento.

Florianópolis, 13 de fevereiro, de 2023

Audrey Vanessa de Barros Alves


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CONTRAMINUTA AO AGRAVO DE INSTRUMENTO

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RECORRENTE: DIOGO ALBERTO BERNARDO
RECORRIDA: ANNA ERNA BERNARDO e outros

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA


PRECLARO RELATOR

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I| TEMPESTIVIDADE:

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A presente contraminuta ao Agravo há de ser considerada como
tempestiva, porquanto a Recorrida fora intimada a manifestar-se por meio do Diário
da Justiça Eletrônico, quando esse circulou no dia 24/01/2023.
Portanto, à luz do que rege a Legislação Adjetiva Civil (CPC 1.019 inc. II)
é plenamente tempestivo o presente arrazoado, sobretudo quando apresentado na
quinzena legal.

II| A DECISÃO AGRAVADA NÃO MERECE REPARO:

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A Recorrida ajuizou Ação de Reconhecimento e Dissolução de União
Estável cumulada com Fixação de Alimentos, Regulamentação de Guarda/Visitas e
Divisão de Bens, em desfavor do Agravante.
Como pedida acautelatória, a Agravada requereu, a título de alimentos
provisórios aos filhos menores, um salário mínimo e meio para cada criança (R$
1.980,00), cujo percentual incidirá na remuneração mensal do Agravante, o qual,
como proprietário da loja PC Floripa Informática, localizada na Rua: Felipe

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Schmidt, no centro de Florianópolis/SC, recebe a importância mensal de R$
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 9.000,000 (nove mil reais).
A magistrada processante da querela, albergada na vasta prova
documental acostada com a peça vestibular, acolheu, in totum, o pleito.
Essa é, inclusive, a decisão guerreada, ao argumento de que fora
desarrazoada e que não foi pautara por provas contundentes. Por isso, interpôs
este recurso, buscando, no âmago, a redução do valor atribuído a título de
alimentos provisórios.

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Sobre tal redução, amparo de reapreciação não deve dispor, porquanto
o devido acerto é mais que fidedigno na aplicação de justiça e na necessidade
vital que as partes Agravadas subsistem na atualidade, diante da parca condição
econômico-financeiras de que possui a genitora e as necessidades dos menores.

III| JUNTADA DE DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:

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Antes de tudo, sob a égide do art. 1.019, inc. II, parte final, do Código
de Processo Civil, a Agravada cuida para juntar prova documental atinente ao
julgamento deste recurso.
Trata-se de documentos que demonstram a real necessidade de manter
o decisum que acolheu o pedido de alimentos fixados em um salário mínimo e meio
para cada criança. Desse modo, quando do julgamento deste recurso, pede-se que
sejam levados em conta como prova sustentada pela Recorrida.

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IV| NO ÂMAGO DO RECURSO: INEXISTE MOTIVO PARA ALTERAR
A DECISÃO GUERREADA:

Não acreditando que o presente recurso seja sequer conhecido, a


Recorrida, mostrando desvelo neste embate jurídico, destaca inúmeros motivos
que demonstram suficientes para não se modificar a decisão ora guerreada.  
No Brasil, o direito da guarda e convivência de filhos menores está
disciplinado no Código Civil, consistindo no exercício do poder familiar, cujo regime

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poderá ser fixado de forma consensual ou mediante decisão judicial.  A
guarda — que não se confunde com convivência — poderá ser unilateral ou
compartilhada, sendo a primeira a atribuição a apenas um dos genitores ou alguém
que o substitua, e a segunda a guarda conjunta, com a responsabilização de
ambos no exercício de direitos e deveres dos filhos comuns.
O que significa que o sustento, o cuidado e a educação devem ser
assumidos por ambos os pais, haja vista que o art. 5º do Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8.069 de 1990) prevê que nenhuma criança ou adolescente será

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objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência,
crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou
omissão, aos seus direitos fundamentais.
A convivência, por sua vez, é um direito da criança de convívio com
ambos os pais, o que não necessariamente quer dizer que o tempo da criança será
igualitariamente dividido entre eles e esse tempo de qualidade poderá acontecer de
forma presencial e/ou virtual a depender do caso concreto.

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Pois bem. De acordo com a pesquisa Primeiríssima Infância: Creche:

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necessidade e interesse de famílias e crianças 1, cerca de 89% das crianças de 0 a
3 anos são cuidadas pelas mães, somente em 5% dos casos o pai é o responsável
e em outros 5% o responsável não é um dos pais (avó, tia, outros). Isso significa
que atividades como brincar, alimentar, cozinhar, dar banho, trocar a fralda, levar
ao médico, lavar as roupas, arrumar a casa, levar à escola, ajudar nas tarefas
escolares, dentre outras atividades que contemplam o trabalho de cuidado são, em
sua maioria, desempenhadas por mulheres em flagrante disparidade de gênero.

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O trabalho de cuidado que é atribuído às mulheres em relação as tarefas
domésticas, a criação dos filhos, o cuidado com os idosos, apesar de integrar
substancialmente a carga de trabalho semanal das mulheres, não é tido como
trabalho propriamente dito, posto não ser dotado de valor de trabalho, notadamente
por ser historicamente desenvolvido pelas mulheres no seio de uma sociedade
patriarcal que invisibiliza o trabalho de cuidado — afinal, como afirmou a autora

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Silva Frederic, "o que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não
pago"2.
No que se refere ao valor dos alimentos, tanto o Código Civil, quanto a
Lei 5.478/1968 (Lei de alimentos), tratam sobre o assunto. Em suma, os alimentos
devem ser fixados respeitando a capacidade financeira de quem pode fornecê-los e
a necessidade de quem deles precisa, nos termos do art. 1.694, §1º, do Código
Civil.

1
Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. Primeiríssima infância: creche: necessidade e interesses de famílias e

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Tal valor deve abarcar, não apenas o caráter alimentar em si, como
também visa garantir a educação, moradia, lazer, saúde, transporte, vestuário,
sobretudo quando se trata de uma criança muito nova — cuja necessidade é
presumida — que gera despesas expressivas em razão do excessivo: roupas,
remédios, brinquedos, médicos não cobertos pelo plano de saúde, além da
possibilidade de querer apoio de uma babá para que a mãe possa seguir inserida
no mercado de trabalho, mensalidade escolar e material escolar.

crianças. São Paulo/SP: FMCSV, 2017, p. 17. Disponível

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No presente caso, os Agravados, ALAN BERNARDO e ANTONY
BERNARDO WROBLEWSKI, possuem, respectivamente, 11 e 04 anos de idade.
O primeiro Agravado, ALAN BERNARDO, com excelente rendimento
escolar, estuda desde o ano de 2020 no Sistema de Ensino Energia, cuja
mensalidade consta atualmente, no valor de R$ 1.524,70 (hum mil, quinhentos e
vinte e quatro reais e setenta centavos) para o pagamento até o vencimento.
Frequenta, também, Escolinha de Artes, atividade de que gosta muito, cuja
mensalidade é no importe de R$ 249,90 (duzentos e quarenta e nove reais e

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noventa centavos), totalizando no mês o valor de R$ 1.774.60 (hum mil,
setecentos e setenta e quatro reais e sessenta centavos) (comprovantes
anexos).
Já o segundo Agravado, ANTONY BERNARDO WROBLEWSKI,
embora matriculado meio período em creche da rede pública até o ano passado,
vai passar a frequentar neste ano, creche em período integral, cujo valor de
mensalidade é de R$ 990,00 (novecentos e noventa reais) (comprovante anexo).

em https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/biblioteca/primeirissima-infancia---creche/ Acesso em 28 jan. 2023.

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Observem Nobres Desembargadores, que as despesas com a educação
dos menores, sem contar com os gastos com uniformes e materiais escolares é de
R$ 2.764,60 (dois mil, setecentos e sessenta e quatro reais e sessenta
centavos) ao mês.
E, as despesas não param por aí. Conforme tabela abaixo é possível
observar os gastos que os Agravados tiveram no mês de janeiro com moradia e
alimentação. Não computados na tabela, se tem ainda despesas com medicação,

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saúde, acompanhamento odontológico, lazer, transporte e vestuário (comprovantes
anexos).

DESPESAS VALOR
Energia Elétrica R$ 322,25
Água, Taxa de IPTU, Taxa de Lixo e R$ 171,59
Taxa de Iluminação
Alimentação +- R$ 1.300,00

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Gás R$ 560,00

Total: R$ 2.353,84 (dois mil, setecentos e sessenta e quatro reais e


sessenta centavos)

Vale ressaltar Excelências, que a genitora ANNA ERNA BERNARDO


possui nacionalidade estrangeira. Nascida na Polônia e residente há pouco tempo
no Brasil o único trabalho que desempenha é de professora de língua estrangeira,

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auferindo poucos ganhos por mês, tanto é que optou por matricular o filho
ANTONY BERNARDO WROBLEWSKI em período integral na creche para que
possa procurar outros meios de renda (conforme extrato bancário e recibo de
pagamento anexos).
As alegações trazidas pela parte Agravante de que a Agravada aufere
rendimentos superiores, eis que além de professora atua como empresária,
possuindo duas páginas de produto/serviços nas redes sociais não merecem
serem acolhidas, vez que desprovidas de fundamentos fáticos e jurídicos, aliado
2
O que eles chamam de amor, nós chamamos de trabalho não pago, diz Silvia Federici. Passos, Úrsula. Jornal

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ao fato de que se confundem com o mérito da causa, insurgindo como fatos
impertinentes ao cerne da lide sob âmbito da tutela provisória deferida a
Agravada.
É só verificar a quantidade de seguidores que as páginas possuem e
as poucas publicações feitas no ano, bem como a pequena interação do público
para notar que não coadunam meios de provas precisos.

Publicações no
ano de 2022

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Folha de São Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/10/o-que-eles-chamam-de-

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amor-nos-chamamos-de-trabalho-nao-pago-diz-silvia-federici.shtml?

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O Código de Processo Civil distribui ônus da prova de igual forma entre
as partes, cabendo ao autor demonstrar o fato constitutivo do seu direito (art. 373,
inciso I) e ao Réu, ao seu turno a existência de fato modificativo, impeditivo ou
extintivo daquele (art. 373, inciso II).
Ora Nobres Desembargadores, conforme os documentos anexos
demonstram, precisamente, o extrato bancário de janeiro de 2023, a Agravada
possui pequena movimentação bancária. Já o Agravante, embora informe que é
utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=twfolha. Acesso em: 30/01/2023.

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técnico em informática e não possua ensino superior, trabalha em uma loja de
informática situada no centro de Florianópolis/SC e, como proprietário de mesma,
pode informar o valor de renda que desejar, destacando mais inverdades trazidas
por ele, conforme demonstra a mesma assinatura nos documentos abaixo:

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A propósito, ensina o saudoso doutrinador MOACYR AMARAL
SANTOS sobre o assunto: “que em juízo os fatos não se presumem. A verdade
sobre eles precisa aparecer: os fatos devem ser provados”. Consequência disso é
então que cada uma das partes tem de oferecer a prova daquilo que alega, sob
pena de sair vencida na demanda”.
Como ainda assevera o mesmo processualista: “Daqui resulta que os
litigantes para garantia de suas pretensões, devem provar suas afirmações dos

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fatos que fazem, ônus que lhe é comum, regulado pelos princípios que tornam a
teoria do ônus da prova”. (Prova Judiciária no civil e no Judicial, v.I, nº 27).
E se tal absurdo provesse, não deve haver consideração para tanto,
visto não ser motivo plausível, para a alegação de que a parte agravada possui
rendimentos superiores ao Agravante. Apontamentos e alegações totalmente fora
de contexto sobre o mérito da lide, até mesmo impertinentes ao caso, e sem
critérios e conjunto probatório para tanto.
Nessa esteira, segue julgado catarinense:

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AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DE FAMÍLIA.
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE ARBITROU ALIMENTOS EM
TRÊS SALÁRIOS MÍNIMOS, ALÉM DE VERBAS IN NATURA.
RECURSO DO ALIMENTANTE PRELIMINARES. TESE
LEVANTADA EM CONTRARRAZÕES DE VIOLAÇÃO DO ART.
1016, III E IV, DO CPC. INOCORRÊNCIA. AGRAVANTE QUE
IMPUGNOU OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA E
INDICOU OS NOMES E ENDEREÇOS DOS PROCURADORES
DAS PARTES. ALEGAÇÃO DE DECISÃO ULTRA PETITA.
INSUBSISTÊNCIA. OBSERVÂNCIA DO BINÔMIO
NECESSIDADE/POSSIBILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE

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PARA A QUANTIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS QUE PERMITE O
ARBITRAMENTO EM QUANTIA SUPERIOR ÀQUELA
POSTULADA NA INICIAL. MÉRITO. PRETENSÃO DE
REDUÇÃO DO VALOR DA VERBA ALIMENTAR, SOB
ARGUMENTO DE INCAPACIDADE ECONÔMICA.
INVIABILIDADE. SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA DO
GENITOR. INCAPACIDADE DE ADIMPLIR O VALOR
PROVISORIAMENTE FIXADO NÃO COMPROVADA.
NECESSIDADES DA CRIANÇA PRESUMIDAS. DIREITO DE
USUFRUIR DO MESMO PADRÃO DE VIDA DO PAI.
ALIMENTANTE QUE JÁ ARCAVA DIRETAMENTE COM
DESPESAS DO FILHO. MANUTENÇÃO DAS OBRIGAÇÕES,

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SOB PENA DE CAUSAR PREJUÍZOS AO MENOR. "- Não
demonstrada, pelo réu, a impossibilidade de arcar com os
alimentos provisórios fixados na origem a favor de sua filha
menor, tendo sido observado o binômio necessidades-
possibilidades, não há se falar na minoração da respectiva
verba." (TJSC, Agravo de Instrumento n. 4016292-
90.2016.8.24.0000, da Capital - Continente, rel. Des. Henry Petry
Junior, j. 18-04-2017). DECISÃO MANTIDA. RECURSO
CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJSC, Agravo de Instrumento n.
4003493-78.2017.8.24.0000, de Chapecó, rel. Cláudia Lambert de
Faria, Quinta Câmara de Direito Civil, j. 20-02-2018) (grifou-se).

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Portanto, verifica-se que a parte Agravante logra condições financeiras
suficientes para suportar os alimentos fixados provisoriamente, razão pela qual
possui condições de contribuir com valores de maior vulto para o sustento das
crianças. De outra parte, não consta nos autos, indícios que o importe alimentício
acarretará alteração da vida financeira do genitor, devendo-se, desta forma,
assegurar aos menores o direito de manter o padrão de estudos e vida que estão
acostumados, atraindo a incidência da Teoria da Aparência .

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A divisão segundo os rendimentos de cada um traduz o significado
pleno do princípio da isonomia, que trata igualmente aqueles que se encontram
em idêntica situação, porém, faz distinção quando as partes vivenciam contexto
fático diverso, tal como nos autos.
No mais, não é recomendável que os Agravados tenham brusca
alteração em seu padrão de vida neste momento de adaptação e de fragilidade
emocional, principalmente, no tocante à educação. Conforme mencionado acima,
ALAN BERNARDO estuda em colégio particular há três anos e retirá-lo deste

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sistema de ensino o qual já está adaptado seria prejudicial para a manutenção da
sua formação escolar, podendo ocorrer atrasos no aprendizado, frustrações e
inseguranças.
Os primeiros laços que as crianças criam são com seus familiares: pais,
irmãos, avós, tios, primos e outros. Logo depois, dependendo da idade, passam a
frequentar a escola e aí começa a formação dos laços que vão além da família,
surgido um estreito relacionamento com professores, atendentes, coleguinhas,
enfim, se inicia uma nova convivência.

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E, é neste cenário, que a criança é retirada quando é necessário mudar
de escola, motivo pelo qual o valor da pensão deve ser mantido em patamar
condizente com as despesas correntes da família.
Portanto, feitas tais colocações, quanto à possibilidade financeira
recíproca dos pais de sustentar os filhos, a capacidade financeira de quem pode
fornecê-los, a necessidade de quem deles precisa e o papel desempenhado por
mulheres em flagrante disparidade de gênero e de forma quase que exclusiva, não
há razões para, nesse momento processual, alterar a r. decisão combatida.

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V| DOS PEDIDOS:

Ante o exposto, requer-se:

Pelo exposto, requer a este Egrégio Tribunal de Justiça, digne-se em


receber essa contraminuta ao recurso de agravo, para negar o provimento do

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referido recurso, com ratificação da decisão agravada dos alimentos provisórios em
um salário mínimo e meio para cada criança, fixação praticada de forma clara e
com acerto à Justiça pela Ilustre Juíza de 1º Grau.
Ad cautelam, caso este Egrégio Tribunal de Justiça, entenda diferente,
requer a fixação dos alimentos na exata proporcionalidade dos recursos
disponíveis do alimentante.

Termos em que,

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Pede e Aguarda Deferimento.

Florianópolis, 13 de fevereiro, de 2023.

Audrey Vanessa de Barros Alves


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Relação de Documentos:

a) Extrato bancário;

b) Despesas referente à educação e

c) Despesas referente à moradia.

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