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CONVÊNIO DEFENSORIA PÚBLICA

Talita Fazion de Almeida


OAB/SP 482.122

AO JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE PIRAJUÍ -


SP

DJULIENY VIEIRA RAMOS HONORIO, brasileira, menor nascida


em 11 de março de 2006, C.I RG nº 59877883-4, inscrita no CPF/MF sob o n° 497.381.558-
60, neste ato representado por sua genitora JOVELIANA VIEIRA RAMOS, brasileira,
solteira, C.I RG nº 27563678, inscrita no CPF/MF sob o nº 262.050.868-16, ambas residentes
e domiciliadas na Rua Sebastião Ramos dos Santos, n. 322, Jardim dos Servidores, na cidade
de Pirajuí – SP, CEP 16603-346, vem à presença de Vossa Excelência, por meio de sua
Advogada, infra assinada, endereço eletrônico fazion.adv@gmail.com, ajuizar

AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS COM PEDIDO DE TUTELA


PROVISÓRIA DE URGÊNCIA

em face de SÉRGIO ROBERT HONÓRIO, brasileiro, inscrito no CPF sob o nº


357.869.318-97, residente e domiciliado na Rua Eliseu Benedito Machado, n. 86-A,
Residencial Santo André, na cidade de Pirajuí – SP.

I. JUSTIÇA GRATUITA:

O artigo 5º, XXXIV e XXXV da Constituição


Federal assegura a todos o direito de acesso à justiça em defesa dos seus
direitos, independente do pagamento de taxas, ao prever expressamente que a

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lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

A autora exerce a função de faxineira de modo autônomo, percebendo


como salário mensal aproximadamente o valor de R$ 1.300,00 (um mil e trezentos reais).

Como se sabe, a Defensoria Pública do Estado de São Paulo extrai perfil


objetivo de hipossuficiência a quem integra núcleo familiar que recebe até 3 (três) salários-
mínimos mensais. Nestes limites, caracterizada está a hipossuficiência da requerente.

Assim, os documentos juntados nos autos demonstram que a requerente é


inapta a realizar o pagamento das custas processuais sem o prejuízo se seu próprio sustento
e de sua família, portanto, requer sejam lhe concedidas as benesses da justiça gratuita.

II. DOS FATOS

Nos autos do processo nº 0002494-80.2013.8.26.0453 (2ª Vara Judicial Civil


da Comarca de Pirajuí – SP – autos principais) restou acordado que o Requerido pagaria a
autora, a título de prestação alimentícia, o equivalente a 1/3 (um terço) do salário mínimo
nacional vigente, até o dia 10 de cada mês, a ser depositado na conta corrente em nome da
genitora, atualmente correspondente ao montante de R$ 440,00 (quatrocentos e quarenta
reais) mensais.

À época do trânsito em julgado da sentença (25/10/2013) o réu estava


desempregado. Todavia, nos dias atuais, conforme documentos em anexo, este é empresário
individual, sendo o único sócio da empresa S R CONSTRUTORA CIVIL (CNPJ:
30.618.218/0001-42), empresa responsável por diversas obras de alvenaria e serviços de
pintura em geral na cidade de Pirajuí e região. Há inclusive a informação que esta presta
serviços terceirizados para a Prefeitura de Pirajuí – SP.

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Não se sabe, porém, qual é a renda atual do réu.

Dessa forma, ante a mudança da situação financeira do alimentante, faz-se


necessário o presente pedido majoração de alimentos.

Ressalte-se também que a situação da alimentanda também modificou-se com


os anos, atualmente ela está com 17 (dezessete) anos, terminou recentemente cursinho
preparatório para a faculdade realizado na cidade de Bauru – SP, e agora almeja ingressar na
faculdade. Ou seja, os gastos da menor obviamente multiplicaram-se com os anos, sendo
imprescindível que os alimentos anteriormente fixados sejam revisados.

DO DIREITO À MAJORAÇÃO DOS ALIMENTOS

O Código Civil, em seu art. 1.699 estabelece a possibilidade de se majorar os


valores pagos à título de alimentos nos casos de mudança na situação financeira do
alimentante e de quem recebe:

Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação


financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o
interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração,
redução ou majoração do encargo.

Assim, considerando que o Requerido é empresário individual e considerando


que foi alterada a situação financeira do alimentante e pelos argumentos a seguir expostos,
tem-se por inquestionável a necessária revisão dos alimentos fixados.

Tal situação, configura motivo suficiente para a revisão dos alimentos


prestados, especialmente quando o valor pago se mostra insuficiente para suprir as
necessidades da alimentanda, em observância ao princípio da proporcionalidade.

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Portanto, os valores fixados à título de alimentos deve ser elevados para o


montante de um salário mínimo nacional.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

Nos termos do Art. 300 do CPC/15, "a tutela de urgência será concedida
quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
o risco ao resultado útil do processo."

No presente caso tais requisitos são perfeitamente caracterizados, vejamos:

A PROBABILIDADE DO DIREITO resta caracterizada diante da


demonstração inequívoca de que o menor possui necessidades especiais e que houve
modificação na renda do alimentante.

Assim, conforme destaca a doutrina, não há razão lógica para aguardar o


desfecho do processo, quando diante de direito inequívoco:

"Se o fato constitutivo é incontroverso não há racionalidade em


obrigar o autor a esperar o tempo necessário à produção da provas
dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos, uma vez que o
autor já se desincumbiu do ônus da prova e a demora inerente à
prova dos fatos, cuja prova incumbe ao réu certamente o beneficia."
(MARINONI, Luiz Guilherme. Tutela de Urgência e Tutela da
Evidência. Editora RT, 2017. p.284)

Já o RISCO DA DEMORA está plenamente caracterizado, ou seja, tal


circunstância confere grave risco de perecimento do resultado útil do processo, conforme
leciona Humberto Theodoro Júnior:

"um risco que corre o processo principal de não ser útil ao


interesse demonstrado pela parte", em razão do "periculum in

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mora", risco esse que deve ser objetivamente apurável, sendo que e a
plausibilidade do direito substancial consubstancia-se no direito
"invocado por quem pretenda segurança, ou seja, o "fumus boni iuris"
(in Curso de Direito Processual Civil, 2016. I. p. 366).

Por fim, cabe destacar que o presente pedido NÃO caracteriza conduta
irreversível, não conferindo nenhum dano ao réu.

Diante de tais circunstâncias, é inegável a existência de fundado receio de


dano irreparável, sendo imprescindível a concessão da tutela de urgência para majorar os
alimentos nos termos solicitados.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto requer:

a) A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código


de Processo Civil;

b) O deferimento da antecipação de tutela, para fins de imediata majoração


dos alimentos, para o valor de um salário mínimo nacional vigente, a
ser depositados na conta bancária em nome da representante legal da
menor: Banco CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, AGÊNCIA 3477, Conta
poupança 000752711105-5.

c) A citação do Requerido para responder a presente ação, querendo;

d) A intimação do órgão do Ministério Público para que acompanhe o


presente feito;

e) A produção de todas as provas admitidas em direito;

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f) A TOTAL PROCEDÊNCIA da presente ação, para fins de majorar os


alimentos devidos pelo alimentante para o valor de um salário mínimo
nacional, a ser depositado na conta bancária em nome da representante
legal da menor: Banco CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, AGÊNCIA
3477, Conta poupança 000752711105-5.

g) A condenação do réu ao pagamento de sucumbência e honorários


advocatícios nos parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC;

h) Manifesta o interesse na realização de audiência conciliatória nos


termos do art. 319, VII, do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$ 15.840,00 (quinze mil e oitocentos e quarenta


reais).

Nesses Termos,
Pede e Espera Deferimento.
Pirajuí, 22 de novembro de 2023.

TALITA FAZION DE ALMEIDA


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