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JOÃO PESSOA/PB
2009.2
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JOÃO PESSOA/PB
2009.2
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70f.
BANCA EXAMINADORA
______________________________
Prof. Ms. Eduardo Varandas Araruna
Orientador
______________________________
Membro da Banca Examinadora
______________________________
Membro da Banca Examinadora
JOÃO PESSOA/PB
2009.2
5
Em primeiro plano, rendo graças à força suprema regente deste universo, Deus,
pelas bênçãos derramadas em minha vida, nomeadamente no restabelecimento da
minha saúde, sem a qual seria impossível elaborar uma única página desta obra;
Aos meus pais, José Raimundo de Lima e Maria Margarete Machado de Lima,
paradigmas irretocáveis de probidade, determinação e coragem, em uma sociedade
onde os valores morais foram, há muito tempo, distorcidos em prol das facilidades,
por vezes escusas, da era contemporânea;
Ao meu querido amigo, por coincidência também meu orientador, Dr. Eduardo
Varandas Araruna, pelas valorosas considerações, no tocante ao direcionamento
deste trabalho e, mais do que isto, pela paixão e excelência com que desempenha
suas atividades, tanto as ministeriais quanto o magistério, constituindo-se num
verdadeiro exemplo de prodigiosidade acadêmica e vanguardismo funcional,
inspirando, deste modo, às futuras gerações de pretensos membros do Parquet a
buscarem, efetivamente, dias melhores para a sociedade;
Às minhas chefes, Dra. Dóris Ayalla Anacleto Duarte, Dra. Ivete Leônia Soares de
Oliveira Arruda e Dra. Judith Maria de Almeida Lemos Evangelista, pela
compreensão com os meus encargos universitários e pelo desprendimento de me
liberarem dos afazeres profissionais, nos momentos em que ficou impossível
conciliar as atribuições de aluna e de Oficial de Promotoria;
Ao meu namorado, Pedro Sérgio Dias de Oliveira Júnior, pela abnegação da nossa
convivência, durante todo o tempo dedicado à confecção desta monografia, sem
jamais reclamar das minhas ausências, das minhas indisposições ou das minhas
oscilações de humor. Obrigado, meu querido, por tudo;
Roberto Lyra
RESUMO
9
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................................... 11
10
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 65
REFERÊNCIAS................................................................................................. 67
INTRODUÇÃO
aos domínios do Antigo Egito, perpassando pela Roma, Grécia, até atingirmos a
França no século XIV, onde efetivamente nasceu o Ministério Público. Já em seu
berço, constatamos as suas vinculações com o Poder executivo, circunstância
recorrente durante toda sua maturação estrutural, chegando a se estabelecer em
terras brasileiras nesses mesmos moldes.
O Capítulo II esmiúça a estrutura organizacional do órgão no Brasil pós
Constituição de 1988, pormenorizando seu conceito, discutindo sua natureza
jurídica, informando sua composição, que se dá através de quatro ramos distintos,
além de comunicar as garantias e prerrogativas inerentes aos membros da
Instituição, bem como esclarecendo seus deveres e vedações.
No último capítulo, abordamos o cerne das nossas proposições,
esclarecendo o que vem a ser autonomia, elucidando seus vários aspectos,
diferenciando-os de outros conceitos semelhantes. Aqui, trouxemos à baila a
discussão sobre as vinculações subjetivas entre as autoridades máxima do
Executivo e os Procuradores-Gerais da República e os Procuradores-Gerais dos
Estados, alertando para os efeitos dessa ligação no âmbito social.
CAPÍTULO I
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.
1
SOUZAa, Victor Roberto Corrêa de. Ministério Público: aspectos históricos. Jus Navigandi,
Teresina, ano 8, nº. 229, 22 fev. 2004. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?
id=4867>. Acesso em: 13 ago. 2009
16
Por volta do século VIII a.C., numa Grécia dominada pelas oligarquias, o
governo passou a ser exercido por um conselho de aristocratas denominado
Arcontado. Essa organização era formada por nove membros, chamados de
Arcontes, a quem incumbia a administração do Estado grego.
Cada arconte tinha uma designação específica. O Rei era responsável pelas
cerimônias religiosas, além da apuração dos crimes de impiedade e da presidência
do Areópago. Epônimo cuidava do calendário. Polemarco comandava o exército,
organizava os funerais dos militares e acautelava os metecos, no que dissesse
respeito ao direito civil. Por fim, os Tesmotetas, que compunham o conselho em
número de seis, eram considerados os guardiões da lei2.
Esses arcontes respondiam pela codificação das normas e, quando
encontravam defeitos na legislação, deveriam apontá-los. Além disso, os
Tesmotetas fixavam o calendário de funcionamento dos tribunais, supervisionavam o
sorteio dos magistrados e apuravam os delitos cometidos contra o Estado.
Outros paradigmas equivalentes ao de custus legis ainda surgiram na Grécia,
em meados do século VII a. C, como os cinco oficiais espartanos, denominados
Éforos, que eram eleitos anualmente, atuando na fiscalização da vida pública,
vigiando, inclusive, as atividades reais.
Diante dessas peculiaridades, não foi difícil para os historiadores visualizarem
um paralelo entre os Tesmotetas, os Éforos e o Ministério Público, por se verificar
que todas essas instituições tinham como atribuição garantir o regular cumprimento
dos preceitos legais, além de deterem o exercício da acusação penal.
No entanto, os antepassados do Parquet não eram revestidos da
imparcialidade que caracteriza o órgão nos tempos hodiernos. Qualquer desavença,
fosse ela filosófica, política ou religiosa, poderia ensejar uma delação criminal. E,
desde que não se afetasse os interesses do aparato estatal, a responsabilidade para
promover a incriminação recaía sobre a família da vítima.
Conselho e corte criminal que tinha seus membros recrutados entre os Arcontes que não mais
exerciam o cargo. Seus integrantes eram inamovíveis e julgavam os casos de homicídio premeditado,
incêndio e envenenamento.
2
SOUZAb, Itamar de. Luzes e sombras da democracia ateniense. R. FARN, Natal, v.2, n.l, p. 149 - 169
Jul./dez.2002.Disponívelem:<http://www.revistafarn.inf.br/revistafarn/index.php/revistafarn/article/viewFile/68/78>.
Acesso em: 31 ago. 2009
17
3
SOUZAa, op. cit. nota 1.
4
RODRIGUES (1999, apud JATAHY, Carlos Roberto de Castro. O Ministério Público e o Estado
Democrático de Direito: perspectivas constitucionais de atuação funcional. Rio de Janeiro: Lumen
Júris, 2007, p. 10.)
18
5
SOUZAa, op. cit. nota. 2
6
SAUWEN FILHO (1999, apud SOUZAa, 2004).
7
FILOMENO (1998, apud SOUZAa, 2004).
8
SILVA (1981apud SOUZA, 2004.).
9
RASSAT (1967, apud JATAHY, 2007. p. 11).
20
10
LYRA, Roberto. Teoria e prática da Promotoria Pública. 2 ed. Porto Alegre: Sérgio Antônio
Fabris, 1989, reimpressão, p. 20.
21
ostentado, desde aquele tempo, o perfil “independente” que a diferencia das demais
entidades com as quais é comparada.
Entretanto, outra dificuldade se afigura quando partimos para a fixação do
marco evolutivo preciso, por se verificar que existem dissidências entre os
doutrinadores ao tentarem apontar qual ofício ensejou factualmente a formação da
instituição: alguns defendem os “procureur du roi”, expressão traduzida em
vernáculo como Procuradores do Rei, como o encargo que consolidou o MP com os
contornos hodiernos; estando outros estudiosos mais propensos a ratificarem os
“advocat du roi” na posição de verdadeiros ancestrais do Parquet.
Os Procuradores do Rei eram indivíduos que detinham um conjunto de
atribuições bem variado, desempenhando atividades da várias espécies, como o
recrutamento dos marinheiros e o controle dos postos de correio. Entretanto, é no
exercício do múnus fiscal que essa figura ganhará feições ministeriais.
Ao defenderem os interesses financeiros do soberano, esses funcionários da
Coroa passaram a exercer, ainda que de maneira incipiente, a persecução e a
execução penal. Desta forma, garantiam o cumprimento das sentenças proferidas
pelos juízes, certificando-se de que os delitos fossem efetivamente punidos, embora
grande parte das penas possuísse caráter pecuniário e os fundos obtidos
revertessem em proveito do tesouro real.
Já os Advogados do Rei eram causídicos comuns, prestando seus serviços
exclusivamente na esfera cível, com vistas a defender os interesses particulares do
soberano, materializando mais um instrumento de defesa das prioridades daquele
que detinha o poder.
Desta forma, observou-se a necessidade de unificar essas duas vertentes de
atuação com o escopo de aperfeiçoar os mecanismos de proteção das aspirações
estatais, que em muitos aspectos se confundiam com os desejos pessoais do Rei.
Essas exigências motivaram a simbiose das duas esferas de atividades, quais sejam
cível e criminal, num único mecanismo de ação, possibilitando o nascimento do
Ministério Público tal qual o conhecemos.
A “Ordonnance”, de Felipe IV, datada de 25 de março de 1302, é o
documento que consolida os “procureur du roi” e “advocat du roi” num único tipo de
agente público, também chamado de “les gens du roi”, ratificando o Ministério
Público como instituição incumbida de tutelar os anseios do “Estado e de seu
22
11
JATAHY, op. cit., p. 12, nota 4.
Felipe IV da França é conhecido na história universal como um monarca tirânico, responsável por
inúmeras atrocidades jurídicas com requintes de perversidade.
23
13
GARCIA, Emerson. Ministério Público: organização, atribuições e regime jurídico. Rio de Janeiro:
Lúmen Júris, 2008. p. 7.
25
regulares e a edição de leis com força suficiente para revogar o direito dos
forais que vigorava em cada região.
Como ocorreu com a instituição francesa, a carga absolutista e
despótica atingiu proporções críticas, fomentando entre os súditos lusitanos
que vivenciaram o sucesso na Batalha de Aljubarrota um clamor
generalizado por uma justiça que não servisse apenas aos interesses
régios.
Desse modo, durante as Ordenações Afonsinas, publicadas durante o
lapso temporal iniciado em 1446 e perdurando até o ano de 1447, desponta
a figura do Procurador de Justiça com os seguintes contornos: “... E veja, e
procure bem todos os feitos de justiça, e das viúvas, e dos órfãos, e
miseráveis, pessoas que à nossa Corte vierem”. 14
16
LIMA, op. cit. nota 14.
28
19
JATAHY, op. cit., p.21, nota 4.
31
20
(Ibidem, p. 21).
32
21
JATAHY, op. cit., p. 24, nota 4.
22
JATAHY, op. cit., p.25, nota 4.
33
CAPÍTULO II
23
RAWLS (1997, apud GARCIA,2008).
36
24
O texto da palestra, proferida em 04.06.2004, foi reproduzido parcialmente na revista do Ministério
Público nº 20, jul/dez, 2004. pp. 476-478.
25
JATAHY, Carlos Roberto de Castro. Curso de princípios institucionais do Ministério Público. 4
ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2009, p. 18.
37
26
GARCIA, Emerson, op. cit. p. 41, nota 13.
38
28
Art. 37 da Lei Complementar Nº. 75/1993.
CR. Art. 128, §1º - O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República,
nomeado pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos,
após a aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para
mandato de dois anos, permitida a recondução.
40
Art. 88 da Lei Complementar Nº. 75/1993. O Procurador-Geral do Trabalho será nomeado pelo
Procurador-Geral da República, dentre integrantes da instituição, com mais de trinta e cinco anos de
idade e de cinco anos na carreira, integrante de lista tríplice escolhida mediante voto plurinominal,
facultativo e secreto, pelo Colégio de Procuradores, para um mandato de dois anos, permitida uma
recondução, observado o mesmo processo. Caso não haja número suficiente de candidatos com
mais de cinco anos na carreira, poderá concorrer à lista tríplice quem contar mais de dois anos na
carreira. Parágrafo único. A exoneração do Procurador-Geral do Trabalho, antes do término do
mandato, será proposta ao Procurador-Geral da República pelo Conselho Superior, mediante
deliberação obtida com base em voto secreto de dois terços de seus integrantes.
41
29
MAZZILLI, Hugo Nigro, op. cit. p. 158-159, nota 27.
42
A disciplina básica da Instituição está traçada nos art. 149 usque 181 da
Lei Complementar nº. 75/1993, sendo um ramo do Ministério Público da
União (art. 128, I, d, da CR/1988). Por conta disso, o Ministério Público
do Distrito Federal e Territórios não goza de ampla autonomia
administrativa e financeira, devendo, por exemplo, encaminhar a sua
proposta orçamentária ao Procurador-Geral da República (art. 159, XVIII,
da LC nº. 75/1993), bem como propor a ele a criação e a extinção de
cargos da carreira e dos ofícios em que devam ser exercidas suas
funções (art. 159, XVI, da LC nº. 75/1993).
33
MAZZILLI, Hugo Nigro. Introdução ao Ministério Público. 6 ed. São Paulo: Saraiva , 2007, p. 96.
34
Ibidem. p. 96.
35
Art. 57 da Lei Complementar 75/1993.
45
36
Art. 39 da Lei 8.625/1993.
37
MAZZILLI, op. cit. p 95, nota 33.
46
Carta brasileira, uma retribuição pecuniária fixa face aos serviços prestados pelos
integrantes da instituição objeto de nosso trabalho.
A mudança desencadeada pela referida emenda acabou por determinar a
retirada das gratificações incorporadas e demais vantagens auferidas, desde que
excedentes do limite estabelecido pelo dispositivo em comento, do cálculo hábil a
indicar o teto remuneratório dos servidores públicos por ela compreendidos, tendo
por base apenas o valor recebido pelos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Embora o nascimento dessa determinação para o mundo jurídico tenha
mantido a regra da irredutibilidade, é impossível não perceber a mitigação que essas
alterações introduziram no alcance da garantia em comento. Esta conclusão decorre
da interpretação literal dos artigos reguladores da matéria, tendo em vista a
necessidade de se cumular a exegese do Art. 9º da emenda em apreço, com a
dicção do Art. 17 dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT),
ambos advindos do texto constitucional. É neste sentido o pronunciamento de
Marcelo Dawalibi38, ao comentar a polêmica instalada após essa reforma:
Art. 9º da Emenda Constitucional Nº. 41, de 19 de dezembro de 2003. Aplica-se o disposto no art. 17
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias aos vencimentos, remunerações e subsídios dos
ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional,
dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza.
Art. 17 dos Atos de Disposições Constitucionais Transitórios. Os vencimentos, a remuneração, as
vantagens e os adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que estejam sendo percebidos
em desacordo com a Constituição, serão imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não
se admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título.
38
DAWALIBI, Marcelo. Ministério Público: fundamentos constitucionais e legais, estrutura e
organização. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, p. 19.
47
só poderia ser infligido aos vencimentos dissonantes “com os limites impostos pela
Constituição Federal quando de sua promulgação (05.10.1988)”39.
O argumento do doutrinador supramencionado tem procedência por estar
embasado em: “poder constituinte originário é o único que não pode ser contrastado
pelo direito adquirido”. No concernente à emenda constitucional, afirma não ter ela
“fundamento de validade em si mesma, mas na Constituição Federal, razão pela
qual, a exemplo das leis, deve se submeter aos limites impostos pelo constituinte
originário”.
Infelizmente, os conselhos de controle externo, tanto o Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), através da Resolução Nº 14, de 21.03.2006, quanto o Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP), na decisão do Processo CNMP nº.
0.00.000.000021/2006-29, de relatoria do Conselheiro Francisco Maurício Rabelo de
Albuquerque Silva, posicionaram-se de maneira a corroborar a aplicabilidade do teto
constitucional sugerido pela emenda constitucional em descortino. Esse permissivo
acabou por relativizar o princípio da irredutibilidade de vencimentos, abrindo
verdadeira exceção ao disposto no bojo da Carta Primaveril.
Apesar de lançadas as observações cabíveis acerca das garantias
constitucionais protetoras da atividade ministerial, resta-nos, ainda, analisar as
principais prerrogativas pertencentes a essa carreira. As primeiras a serem aqui
tratadas serão aquelas classificadas pelos estudiosos como pessoais, por
decorrerem exclusivamente da investidura no cargo.
Algumas dessas vantagens estão insculpidas na LONMP, que não teve a
intenção de exauri-las, fazendo constar, no seu Art. 40, de um rol exemplificativo,
viabilizando a hipótese de outras legislações específicas, tais como as leis orgânicas
estaduais.
39
MELLO(2003. apud DAWALIBI,2006).
Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, além de outras previstas na Lei
Orgânica: I - ser ouvido, como testemunha ou ofendido, em qualquer processo ou inquérito, em dia,
hora e local previamente ajustados com o Juiz ou a autoridade competente; II - estar sujeito à
intimação ou convocação para comparecimento, somente se expedida pela autoridade judiciária ou
por órgão da Administração Superior do Ministério Público competente, ressalvadas as hipóteses
constitucionais; III - ser preso somente por ordem judicial escrita, salvo em flagrante de crime
inafiançável, caso em que a autoridade fará, no prazo máximo de vinte e quatro horas, a
comunicação e a apresentação do membro do Ministério Público ao Procurador-Geral de Justiça; IV -
ser processado e julgado originariamente pelo Tribunal de Justiça de seu Estado, nos crimes comuns
e de responsabilidade, ressalvada exceção de ordem constitucional; V - ser custodiado ou recolhido à
prisão domiciliar ou à sala especial de Estado Maior, por ordem e à disposição do Tribunal
competente, quando sujeito à prisão antes do julgamento final; VI - ter assegurado o direito de
acesso, retificação e complementação dos dados e informações relativos à sua pessoa, existentes
nos órgãos da instituição, na forma da Lei Orgânica.
48
Art. 41. Constituem prerrogativas dos membros do Ministério Público, no exercício de sua função,
além de outras previstas na Lei Orgânica: I - receber o mesmo tratamento jurídico e protocolar
dispensado aos membros do Poder Judiciário junto aos quais oficiem; II - não ser indiciado em
inquérito policial, observado o disposto no parágrafo único deste artigo; III - ter vista dos autos após
distribuição às Turmas ou Câmaras e intervir nas sessões de julgamento, para sustentação oral ou
esclarecimento de matéria de fato; IV - receber intimação pessoal em qualquer processo e grau de
jurisdição, através da entrega dos autos com vista; V - gozar de inviolabilidade pelas opiniões que
externar ou pelo teor de suas manifestações processuais ou procedimentos, nos limites de sua
independência funcional; VI - ingressar e transitar livremente: a) nas salas de sessões de Tribunais,
mesmo além dos limites que separam a parte reservada aos Magistrados; b) nas salas e
dependências de audiências, secretarias, cartórios, tabelionatos, ofícios da justiça, inclusive dos
registros públicos, delegacias de polícia e estabelecimento de internação coletiva; c) em qualquer
recinto público ou privado, ressalvada a garantia constitucional de inviolabilidade de domicílio; VII
examinar, em qualquer Juízo ou Tribunal, autos de processos findos ou em andamento, ainda que
conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; VIII - examinar, em qualquer
repartição policial, autos de flagrante ou inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à
autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos; IX - ter acesso ao indiciado preso, a
qualquer momento, mesmo quando decretada a sua incomunicabilidade; X - usar as vestes talares e
as insígnias privativas do Ministério Público; XI - tomar assento à direita dos Juízes de primeira
instância ou do Presidente do Tribunal, Câmara ou Turma. Parágrafo único. Quando, no curso de
investigação, houver indício da prática de infração penal por parte de membro do Ministério Público, a
autoridade policial, civil ou militar remeterá, imediatamente, sob pena de responsabilidade, os
respectivos autos ao Procurador-Geral de Justiça, a quem competirá dar prosseguimento à apuração.
Os membros do Ministério Público terão carteira funcional, expedida na forma da Lei Orgânica,
valendo em todo o território nacional como cédula de identidade, e porte de arma,
independentemente, neste caso, de qualquer ato formal de licença ou autorização.
Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003.
49
40
MAZZILLI, Hugo Nigro, op. cit. p. 190, nota 27.
41
DAWALIBI, Marcelo, op. cit. p. 67. nota 38.
51
LONMP,. Art. 43. São deveres dos membros do Ministério Público, além de outros previstos em lei: I
- manter ilibada conduta pública e particular; II - zelar pelo prestígio da Justiça, por suas prerrogativas
e pela dignidade de suas funções; III - indicar os fundamentos jurídicos de seus pronunciamentos
processuais, elaborando relatório em sua manifestação final ou recursal; IV - obedecer aos prazos
processuais; V - assistir aos atos judiciais, quando obrigatória ou conveniente a sua presença; VI -
desempenhar, com zelo e presteza, as suas funções; VII - declarar-se suspeito ou impedido, nos
termos da lei; VIII - adotar, nos limites de suas atribuições, as providências cabíveis em face da
irregularidade de que tenha conhecimento ou que ocorra nos serviços a seu cargo; IX - tratar com
urbanidade as partes, testemunhas, funcionários e auxiliares da Justiça; X - residir, se titular, na
respectiva Comarca; XI - prestar informações solicitadas pelos órgãos da instituição; XII - identificar-
se em suas manifestações funcionais; XIII - atender aos interessados, a qualquer momento, nos
casos urgentes; XIV - acatar, no plano administrativo, as decisões dos órgãos da Administração
Superior do Ministério Público.
52
42
MAZZILLI, Hugo Nigro, op. cit. pp. 112-113, nota 33.
43
Ibidem, p. 113.
53
CAPÍTULO III
55
48
JATAHY, Carlos Roberto de Catro, op. cit. p. 467, nota 25.
59
49
Art. 128, §1º. O Procurador-Geral da República é o chefe do Ministério Público da União, nomeado
pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, permitida
a recondução precedida de nova decisão do Senado Federal.
50
§ 3º. Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice
dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que
será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma
recondução.
60
51
MEIRELLES (1985, apud MAZZILLI, 2007).
62
O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias.
52
GARCIA, Emerson, op. cit. nota 13, p. 100.
63
53
Ibidem, p. 106.
64
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LYRA, Roberto. Teoria e prática da Promotoria Pública. 2 ed. reimp. Porto Alegre:
Sérgio Antônio Fabris, 1989.
MAZZILI, Hugo Nigro. Introdução ao Ministério Público. 6 ed. ver. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 2007.
______. Regime Jurídico do Ministério Público. 6 ed. rev., ampl. e atual. São
Paulo: Saraiva. 2007.
SOUZA, Victor Roberto Corrêa de. Ministério Público: aspectos históricos. Jus
Navigandi, Teresina, ano 8, n. 229, 22 fev. 2004. Disponível em:
<http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=4867.> Acesso em: 13 ago. 2009.