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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE DIREITO

IMPACTOS DA EDUCAÇÃO JURÍDICA SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA –


PARA PENSAR A FORMAÇÃO EM DIREITO NA UFRN

PEDRO REZENDE SANTOS FEITOZA

NATAL - RN
Dezembro de 2011
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PEDRO REZENDE SANTOS FEITOZA

IMPACTOS DA EDUCAÇÃO JURÍDICA SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA –


PARA PENSAR A FORMAÇÃO EM DIREITO NA UFRN

Monografia apresentada ao Curso de


Graduação em direito como parte dos
requisitos para a obtenção do Título de
Bacharel em direito do Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, sob a orientação da
Profª. Me. Mariana de Siqueira e sob a co-
orientação do Prof. Me. Humberto Góes.

NATAL - RN

Dezembro de 2011
  3  

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE DIREITO PÚBLICO

A monografia “IMPACTOS DA EDUCAÇÃO JURÍDICA SOBRE A PESQUISA


CIENTÍFICA – PARA PENSAR A FORMAÇÃO EM DIREITO NA UFRN”, de
autoria do graduando Pedro Rezende Santos Feitoza, foi devidamente avaliada e
aprovada.

Natal/RN, ___ de _______de 2011.

COMISSÃO EXAMINADORA

__________________________________________________
Profa. Msc. Mariana de Siqueira
PRESIDENTA

__________________________________________________
Profº. Msc. Morton Medeiros
MEMBRO

__________________________________________________
Profa. Msc. Anna Emanuella Rocha
MEMBRO
  4  

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Marcos e Virgínia, por me darem


as condições para que eu possa lutar pelos meus
sonhos. Só há mérito se todos tiverem cama para
dormir, comida para comer, alegria para sorrir e
amor para sentir.

Aos melhores professores da minha graduação, o


Centro Acadêmico Amaro Cavalcanti e o
Programa Lições de Cidadania, assim como
todos os seus membros, por fazerem me sentir
sujeito de minha história.

Ao companheiro Hélio Miguel, por seu exemplo


e sua liderança. Você é um imprescindível de
Brecht.

Aos meus amigos André Fontes, Haroldo


Varella, Pablo Leurquin e Mateus Fontenele,
por tornarem minha graduação ainda mais
inesquecível.

Á minha professora orientadora Mariana de


Siqueira, por ter me dado a certeza, com seu
exemplo, de que a docência será o meu caminho.

E por fim, a quem decido este pequeno trabalho,


ao amigo e companheiro de luta Betinho que,
com sua amorosidade freireana, me orientou com
rigor e dedicação. Agradeço por ter me aberto
mais do que oportunidades. Você me abriu
abraços, sorrisos e uma nova amizade.
  5  

INTRODUÇÃO

Ao longo dos últimos trinta anos, vários juristas, professores e instituições, como
por exemplo, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação Brasileira do Ensino
do direito (ABEDi), o Ministério da Educação e outros atores preocupados com a temática,
têm procurado discutir e enfrentar as dificuldades identificadas na educação jurídica com a
produção de análises, sugestões e constituição de instrumentos normativos.

Tais contribuições apontam que as dificuldades encontradas não dizem respeito a


aspectos isolados do modelo de educação, mas sim estão relacionadas aos projetos
pedagógicos, aos modelos científicos, às metodologias de ensino-aprendizagem e à
precariedade da formação dos egressos dos cursos de direito. Por isso parece haver, entre
os estudiosos da questão, certo consenso de que o acúmulo de diversas dificuldades
ensejou uma crise do atual modelo do ensino jurídico no país.

Diante desse quadro, pergunta-se: será que o curso de direito da Universidade


Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) também está inserido na mesma realidade de
outros cursos jurídicos, possui as mesmas características e deficiências apontadas pelos
autores que tratam da questão da educação jurídica no Brasil? Existem elementos
identificáveis que apontam nesse sentido?

A presente monografia pretende discutir a educação jurídica no Brasil procurando


investigar se as conclusões apontadas pelos estudos realizados sobre a temática também
podem se aplicar à realidade do curso de direito da UFRN. Para isso se utiliza da análise
das características da pesquisa científica realizada por estudantes no âmbito do curso, por
entender que ela pode ser compreendida como reflexo direto da formação jurídica desses
estudantes durante a sua graduação.

A primeira parte do trabalho tem como objetivo constituir um quadro geral das
principais deficiências da educação jurídica no Brasil a partir da contribuição de autores
que tratam da questão, abordando as características e os desafios apontados por eles. Esse
entendimento é importante na medida em que possibilita um passo seguinte: a partir da
análise da pesquisa científica realizada no âmbito da produção de monografias de
  6  

conclusão de curso de graduação, construir um possível diálogo entre a realidade do curso


de direito da UFRN e as categorias teóricas construídas e manejadas pelos autores.

É importante ressaltar que não se pretende incluir nesse quadro as soluções


apontadas por esses mesmos autores. A meta aqui é apenas traçar um quadro geral da
abordagem acerca da educação jurídica nas análises teóricas mais conhecidas até então no
país.

Será abordado o que se apresenta como o elemento mais estrutural para entender a
baixa qualidade da educação na seara jurídica, a própria visão do direito estudada nas
escolas. Em vista disso, trata-se de entender o paradigma positivista-normativista que tem
dominado a ciência jurídica nos últimos tempos, além do método lógico-formal que se
desdobra dessa visão.

Uma vez entendido o paradigma dominante da ciência do direito, é investigado de


que forma esse paradigma, ao ser assimilado pelo senso comum teórico dos juristas, se
desdobra nos aspectos didático-pedagógicos. Após ser traçado um breve diagnóstico das
escolas de direito proposto por Roberto Aguiar (2004), são analisados esses
desdobramentos partindo do predomínio da sala de aula como espaço pedagógico
privilegiado dos cursos de direito, e chegando a outras características, tal qual o
exegetismo, o judicialismo praxista, a cultura manualesca e o modelo pedagógico
descontextualizado (fechado) marcado pela ausência de pesquisa e extensão.

Na segunda parte do trabalho será descrita a análise dos trabalhos de conclusão de


curso, com a construção e constatação das hipóteses de investigação, a discussão dos
resultados obtidos, a caracterização do curso de direito da UFRN em contraste às
conclusões do quadro de deficiências construído na primeira parte, e o apontamento de
possíveis soluções para a superação das dificuldades encontradas.

A presente pesquisa científica foi realizada de acordo com a estratégia de


abordagem descrita abaixo.
  7  

2 ESTRATÉGIA DE ABORDAGEM

Para alcançar os objetivos da pesquisa, primeiramente procedeu-se à análise das


principais obras que tratam da Educação Jurídica no Brasil para elaborar, a partir do
diálogo desses escritos, um quadro com as principais características e deficiências da
formação em direito no Brasil, bem assim traçar um possível modelo epistemológico
dominante da educação jurídica.

Após a elaboração do quadro, foram construídas as hipóteses de investigação que


irão guiar a análise da amostra. As hipóteses tratam de elementos que possam compor o
perfil da pesquisa científica esperada, a partir das principais características apontadas pelos
autores.

O universo de pesquisa definido é os trabalhos de conclusão do curso de direito da


UFRN, aqueles apresentados na forma de monografia. A escolha pela análise dos trabalhos
de conclusão de curso se deve por sua importância na graduação. De acordo com a
resolução CNE/CES n° 9, de 29 de setembro de 2004, o trabalho de conclusão de curso é
componente curricular obrigatório, e pode ser considerado o trabalho científico mais
importante e mais maduro de um estudante de graduação em direito.

A amostra de pesquisa que foi recolhida desse universo se refere a todas as


monografias apresentadas desde 2004 até o primeiro semestre de 2011. O marco temporal
escolhido se deve justamente à resolução supracitada, que definiu como obrigatória a
apresentação de trabalho de conclusão de curso para a obtenção do diploma de bacharel em
direito. Essa escolha possibilitou ter a certeza de encontrar material para análise.

Os elementos-chave que foram considerados para o estudo dos trabalhos de


conclusão e possibilitaram constatar se as hipóteses de investigação são verdadeiras, foram
as áreas temáticas das pesquisas científicas, a abordagem metodológica, os objetivos, as
conclusões, as bibliografias consultadas, bem como os resultados das avaliações pelas
bancas examinadoras.
  8  

Após a análise de todos esses elementos, os dados obtidos foram interpretados,


classificados e sistematizados em fichas de análise que ajude a elaborar um perfil geral dos
trabalhos de conclusão de curso, assim como observar em que medida se confirma as
hipóteses de pesquisa e se é possível fazer conclusões mais precisas e consistentes sobre a
relação pesquisa jurídica e educação em direito.
  9  

3 PODEMOS FALAR EM “CRISE DO ENSINO JURÍDICO”?

Após a leitura de importantes trabalhos1 que tratam do ensino jurídico,


constata-se que praticamente todas as produções teóricas pressupõem que o ensino jurídico
está em crise.

Essa idéia emerge do diagnóstico educacional dos autores ao constatarem a


ineficácia dos cursos jurídicos em relação aos objetivos traçados pelos projetos político-
pedagógicos, pela legislação e pelo modelo ideal de formação jurídica pensado por esses
mesmos autores e autoras.

Apesar de considerar os diagnósticos apontados pelos estudos e análises


teóricas, que serão analisados mais adiante para constituir o que aqui se denomina “quadro
geral”, é preciso, para iniciar o presente trabalho, manifestar uma dupla oposição à ideia de
“crise do ensino jurídico” esboçada em muitos estudos. A primeira se refere à
caracterização como “crise” da situação atual do ensino jurídico. A segunda trata da
denominação “ensino jurídico” para se referir à atividade-fim dos cursos de direito.

Quanto à primeira, é necessário entender o significado mais comum da palavra


crise. De acordo com o novo dicionário Aurélio2, “crise” significa “ponto de transição
entre um período de prosperidade e outro de depressão”, “momento perigoso ou difícil de
uma evolução ou de um processo”, “decadência, queda, enfraquecimento”. Ou seja, para
este trabalho, seria mais adequado falar em “crise do ensino jurídico” caso fosse possível
constatar que a qualidade dos cursos jurídicos passa por um momento de queda em relação
à sua evolução histórica.

Partindo dessa premissa, baseia-se a divergência em duas constatações: A


primeira constatação é a de que, a partir dos estudos anteriores realizados sobre o tema, os
cursos de direito no Brasil, desde sua criação, sempre tiveram um padrão de qualidade que
se poderia chamar de acanhado, apresentando no decorrer da história um desenvolvimento
linear (VENÂNCIO, 1979). Talvez seja plausível afirmar que os principais problemas

                                                                                                                       
1
 Ver  bibliografia.  
2
 Dicionário  Aurélio,  3°  edição  eletrônica.  
  10  

estruturais que ainda hoje persistem não são novos ou mesmo momentâneos, sempre
acompanharam a história do ensino jurídico brasileiro. Todas as reformas educacionais
realizadas, sejam reformas diretamente vinculadas ou com repercussão para os cursos de
direito, nunca alcançaram plenamente seus objetivos.

Sérgio Adorno, ao estudar o ensino jurídico do Império, confirma e aprofunda


a hipótese segundo a qual nunca houve efetivamente ensino jurídico no Império, ou seja,
um processo de ensino-aprendizagem a partir da relação didática entre docentes e
discentes. O que havia, segundo ele, era, na verdade, um ambiente extra-ensino, vinculado
a propósitos políticos, que em conjunto com as características da vida acadêmica
determinava a formação do bacharel em direito. O curso de direito era um dos elementos
de inserção na política (1988).

Alberto Venâncio Filho, em sua obra “Das Arcadas ao Bacharelismo”


(1979), estudando documentos e correspondências oficiais, matérias de jornais, reformas
educacionais e outros documentos, constitui o percurso histórico de criação e consolidação
dos cursos jurídicos no Brasil, do Império até meados da década de 1970. Após identificar
as características principais do ensino jurídico de cada época conclui que este teve sempre
uma evolução linear, rotineira, sem nunca ter atingido uma “idade de ouro”, razão pela
qual, segundo ele, não se pode dizer que o ensino jurídico se encontra em decadência, “não
porque seja bom, mas porque nunca foi melhor” (1979; p. 35).

Nenhum dos autores que abordam a questão da crise no ensino jurídico


apontou um período no passado em que o ensino jurídico teve um desempenho
considerado “bom” ou no mínimo “aceitável” segundo as características que eles mesmos
constituem como parâmetro de qualidade. Todos os diagnósticos se voltam para uma
perspectiva de futuro, de desenvolvimento, e não de retomar algum padrão de qualidade
anterior.

Nesse sentido, é possível concordar com Alberto Venâncio, segundo quem,


“somente por imagem de retórica se poderia falar das gloriosas tradições das Arcadas ou
da Escola do Recife, porque na verdade o padrão de ensino nunca precedeu limites
estreitos e acanhados” (1979: p.35).

Assim, prefere-se não utilizar a idéia de “crise”. Afinal, a inaptidão das escolas
jurídicas brasileiras, de acordo com o que apontam os estudos sobre a formação em direito
  11  

no Brasil, não se trata de mero desvio de caminho, mas a continuidade de um rumo que se
tomou desde o início.

Essa observação é importante na medida em que permite dizer que os


problemas enfrentados pelo ensino jurídico não seriam de ordem conjuntural, frutos
somente de matrizes curriculares ou inadequação de espaços físicos; fazem parte da forma
como vem sendo realizados os cursos de direito no Brasil ao longo dos tempos.

Por fim, sem necessidades de estender tanto o debate, a segunda divergência


de que parte o presente estudo é quanto à utilização do termo “ensino jurídico”, quando
parece que seria mais apropriado falar ou adotar a expressão “educação jurídica”.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 207, as


universidades brasileiras obedecerão ao princípio da indissociabilidade do ensino, pesquisa
e extensão. De forma semelhante, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em
seu artigo 43, inciso VII, estabelece como finalidade da educação superior a promoção da
extensão articulada com a criação de cultura e pesquisa científica geradas nas instituições.
E, na mesma direção, de forma mais específica à formação em direito, a Resolução
CNE/CES n° 9, de 29 de setembro de 2004, define, em seu artigo 2°, inciso VIII que o
projeto pedagógico dos cursos de direito deverão abranger incentivo à pesquisa e a
extensão como necessário desdobramento das atividades de ensino.

Hoje no país, como se pode deduzir da legislação apontada, há um


entendimento consolidado de que a educação superior deve passar, obrigatoriamente, por
atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Todos os autores e autoras estudados nesta pesquisa abordam, com a devida


atenção, essa característica importante da educação superior. Apesar disso, a utilização
generalizada do termo “ensino jurídico” acaba por ofuscar a importância dos outros dois
elementos essenciais da educação superior.

Alguns poderiam dizer que isso é um purismo lingüístico, incapaz de afetar


a essência das críticas feitas pelos autores. Afirmar isso é desconhecer a força operacional
dos conceitos3, que por vezes colabora na criação de um imaginário que reforça um dos
principais problemas da educação jurídica apontados pelos estudos sobre os cursos de
                                                                                                                       
3
  Compartilhamos   aqui   a   mesma   preocupação   que   Paulo   Freire   manifesta   em   seu   livro   “Extensão   ou  
Comunicação?”  ao  discutir  os  efeitos  da  utilização  do  termo  “extensão”.  
  12  

direito, a predominância e isolamento do ensino em face dos outros dois elementos


essenciais à formação superior. Como abordaremos mais adiante, a prática da pesquisa e da
extensão universitária na formação em direito afeta completamente o espaço de
aprendizagem dos sujeitos, possibilitando novos recursos pedagógicos e transformando a
própria forma de compreender o fenômeno jurídico. Utilizar simplesmente a expressão
“ensino jurídico” é, implicitamente, diminuir a importância dos outros dois elementos da
educação superior.

Deste modo, passa a ser utilizada no decorrer do presente trabalho apenas a


expressão “educação jurídica” em referência à atividade-fim dos cursos de direito. A
expressão “ensino jurídico” será utilizada apenas quando o objetivo for abordar apenas um
dos elementos do tripé de sustentação da formação superior no Brasil (ensino, pesquisa e
extensão).
  13  

4 AS CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO JURÍDICA NO BRASIL

Apontar as características da educação é objetivo do presente capítulo. Para


tanto, é necessário constituir um quadro com os principais aportes teóricos e/ou análises
elaboradas em torno da educação jurídica brasileira. É este panorama que se verá a seguir a
partir da disposição de ideias centrais trazidas por autores centrais no debate sobre o tema.
Para Antônio Machado (2009), podemos caracterizar a educação jurídica como
essencialmente formalista, tecnicista (porém com baixa qualidade técnica), despolitizada,
completamente esvaziada de conteúdo social e humanístico, com um predomínio
incontrastável da ideologia positivista e apresentando uma didática superada e autoritária,
centrada exclusivamente na aula-conferência e na abordagem de conteúdos programáticos
aleatoriamente definidos.

Já Roberto Aguiar (2004), apresentando uma visão a partir das habilidades


exigidas dos juristas, taxa as escolas de direito de monótonas, repetitivas, reprodutoras,
conservadoras, alheia às demandas sociais, isoladas de sua localidade, formalistas e
legalistas, além de serem causadoras de “envelhecimento precoce” daqueles que a
freqüentam.

Em sua proposta de reconstrução do ensino jurídico a partir da hermenêutica


filosófica, Haide Hupffer (2008) entende que a metodologia empregada tornou-se
incompatível com as exigências da sociedade contemporânea, impossibilitando a formação
de juristas críticos, reflexivos e preocupados com a função social do direito.

O argentino radicado no Brasil, professor da Universidade Federal de Santa


Catarina e da Universidade de Brasília, Luis Alberto Warat, em suas ponderações sobre
educação e direito (2004), constata que no campo da educação jurídica as características
dogmáticas, alienantes e de pacificação do receptor da informação se dá de forma muito
mais notória que em outros processos de aprendizagem. Para ele as escuelas de Derechos
são incapazes de propiciar aos estudantes um aparato teórico-instrumental crítico que os
possibilite problematizar o sistema jurídico e a realidade social. De outro lado, Warat
  14  

trabalha com a existência de um senso comum teórico que se reproduz através de uma
formação em direito.4

Por sua vez, ao diagnosticar o modelo central da educação jurídica no Brasil,


Inês Pôrto (2000) esquematiza três características principais: a descontextualização, o
dogmatismo e a unidisciplinariedade.

Para Roberto Lyra Filho, a análise da educação jurídica passa primeiramente


pela observação de dois elementos centrais: de que direito se fala nas escolas de direito e
que pedagogia se utiliza para este processo de formação, sendo que uma coisa implica na
outra. Afinal, como se pode ensinar bem um direito que se conhece mal? A questão
fundamental para a educação jurídica, segundo Lyra Filho, reside no fato de que sua
qualidade está atrelada a uma correta visão do direito.

Nenhuma reforma trará resultados se a formação continuar vinculada à idéia


positivista que reduz o direito àquele produzido pelo Estado. Para ter eficácia, mudanças
na educação jurídica exigem uma revisão global, sociológica e filosófica do que se
compreende pelo próprio direito. Apresenta, para tanto, a proposição dialética como
método de apreensão do fenômeno jurídico como base para constituição de uma nova visão
de o que é direito (RODRIGUES, 2008).

Esse breve panorama mostra que o problema que parece atravessar a educação
jurídica exibe várias questões. Ela perpassa desde os aspectos estruturais, como o
paradigma científico, o paradigma político e a metodologia lógico-formal; os aspectos
operacionais, abrangendo as questões curriculares, didático-pedagógicas e administrativas
das faculdades; e aspectos funcionais, como a função social dos cursos, o mercado de
trabalho e a identidade do bacharel em direito.

4.1 Os aspectos estruturais da baixa qualidade dos cursos jurídicos

                                                                                                                       
4
 Para  Warat,  há  um  esvaziamento  do  núcleo  conceitual  dos  discursos   jurídicos  forjados  pela  práxis  jurídica  
que  ele  denomina  de  “senso  comum  teórico  dos  juristas”.  Esse  “senso  comum”  influi  na  formação  crítica,  
resultando   num   saber   que   provocando   conotativamente   a   opacidade   das   relações   sociais,   afasta   os   juristas  
da   compreensão   do   papel   do   direito   e   de   seu   conhecimento   na   sociedade.   Warat   fixa   o   “senso   comum  
teórico  dos  juristas”  em  quatro  regiões:  a  região  das  crenças  ideológicas  (I)  que  abrange  as  concepções  e  
mundo  que  possuem  os  juristas;  a  região  das  opiniões  éticas  (II),  que  influem  nos  critérios  do  que  é  racional  
na  tomada  de  decisões;  a  região  das  crenças  epistemológicas  (III)  que  diz  respeito  aos  hábitos  intelectuais  
que  regulam  as  condições  de  produção  de  conhecimento;  e  por  fim  a  região  dos  conhecimentos  vulgares  
(IV),  que  traduzem  necessidades  cotidianas  em  idéias.  (2004)  
  15  

Segundo o que se pode depreender dos autores mencionados acima, o ponto de


partida-base para compreender os desafios enfrentados hoje pela educação jurídica é a
idéia de que é necessário lidar com questões estruturais que afetam os cursos de direito.
Pensar somente em questões conjunturais, que abordam unicamente a reforma de
currículos e programas, avaliar os desafios centrando-os na postura de docentes ou
discentes, ou resumir a baixa qualidade da educação jurídica aos escassos recursos
governamentais é insuficiente para resolver a questão.

Partindo de Roberto Lyra Filho, para quem há um equívoco generalizado e


estrutural na própria concepção do direito que se ensina, é preciso chegar à fonte e não às
conseqüências; é fundamental repensar o ensino jurídico tendo como suposto as perguntas
“que é o direito e para que se deva ensiná-lo”?

O diagnóstico-proposta de Lyra Filho é, conforme suas palavras, de que “tudo


depende, em última análise, do que se entenda por direito, para vê-lo crescente ou
minguante, e ensiná-lo à moda antiga ou em estilo diverso” (1980).

Um dos títulos de seus livros chama-se “O direito que se ensina errado” (1980).
Há pelo menos dois sentidos em que podemos entender essa afirmação: como o ensino do
direito em forma errada e como errada concepção do direito que se ensina. O primeiro
sentido volta-se para um vício de metodologia enquanto o segundo a uma visão incorreta
dos conteúdos que se pretende ministrar.

Ambos os sentidos, para Lyra Filho, estão estreitamente interligados, já que


não se pode ensinar bem o direito errado. Logo, a má compreensão do direito determina os
defeitos pedagógicos.

Seguindo esse caminho, para se compreender melhor o que se ensina nas


escolas de direito brasileiras, há que se adentrar nos problemas epistemológicos que o
direito ensinado enfrenta, investigando o modelo que determina a metodologia e o objeto
assimilado pelas escolas. Ou seja, o normativo-positivista e o raciocínio lógico-formal
(MACHADO, 2009).

4.1.1 O paradigma epistemológico: o positivismo-normativista e seu


método
  16  

Para Machado, um dos maiores, senão o maior, equívoco epistemológico atual


do direito, em sua generalidade, é a identificação com a lei estatal, assim como a
identificação da ciência jurídica com as técnicas de decisão e controle. Tais posturas
epistemológicas se apóiam nos mitos da neutralidade e da pureza científicas, resultando em
uma cultura jurídica essencialmente dogmática (2009).

Kelsen, em sua Teoria Pura do direito, afirma que o direito é um fenômeno


com várias faces, admitindo dimensões sociais e valorativas (1985). No entanto,
procedendo com o “corte epistemológico”, reservou para a ciência do direito a norma
como único objeto de seu estudo, terminando por negar à ciência do direito qualquer
possibilidade de conhecer as dimensões históricas e axiológicas do fenômeno jurídico.

Em verdade, Kelsen pretendia estabelecer um rigor metodológico para o


conhecimento jurídico, garantido a esse conhecimento o status de conhecimento científico,
em uma abordagem positivista. Ou seja, Kelsen não negava ao direito as dimensões não
normativas, mas apenas considerava que essas dimensões não deveriam ser objeto da
ciência jurídica (MACHADO, 2009).

A visão kelseniana é uma visão positivista que reduz a ciência do direito à


dogmática jurídica como única forma válida de conhecimento jurídico-científico,
reconhecendo no poder do Estado de editar normas a fonte principal, senão exclusiva, do
direito.

Assim, segundo Warat, o direito foi sendo limitado à condição de simples meio
de organização e aplicação das normas, distanciando-se das ações legítimas relacionadas
com a Justiça e seu caráter genuíno de direito (2004).

Aprofundando as características do positivismo jurídico, Antônio Machado


expõe que esse positivismo:

“a) estabelece uma rígida separação entre o mundo do ser e o mundo do dever
ser; b) reconhece apenas as leis postas pelo Estado como expressão do direito; c)
propõe uma análise jurídica distinta da análise histórica da norma; d) rejeita a
análise dos componentes ideológicos da norma; e) visualiza o direito como
ciência que estuda apenas os fatos normativos; f) assenta a definição de direito
no seu caráter coercitivo; g) aceita o direito positivo ou como expressão do justo,
ou meio de garantir valores como a estabilidade, a segurança jurídica e a ordem
social.” (2009: p.113)
  17  

Ao estabelecer uma rígida separação entre o mundo do ser e o mundo do dever,


com uma análise jurídica distinta da análise histórica da norma em rejeição à análise dos
seus componentes ideológicos, e por fim, ao aceitar o direito positivo como expressão do
justo, o positivismo normativista se utiliza de um método lógico-formal que apenas
consegue apreender o dever-se, não tendo condições de superar o direito existente e vê-lo
de forma dinâmica dentro da dialética social (MACHADO, 2009).

Se a exclusividade da norma enquanto objeto da ciência do direito já é uma


característica reducionista, a adoção de métodos dedutivo ou lógico-formais que pretendem
analisar a norma em relação ao sistema normativo criado pela própria norma, sob a
argumentação da neutralidade e pureza metódicas reduz ainda mais o campo e a visão
jurídica (MACHADO, 2009).

Na relação de conhecimento, o objeto produzido é o resultado do ato cognitivo


de determinado sujeito através de determinado método. O sujeito, utilizando-se deste
método, aprecia o objeto a partir das categorias e do instrumental que este disponibiliza.
Logo, toda relação de conhecimento acaba se dando por uma relação de ação e omissão, na
medida em que quanto menos aspectos da realidade o método expõe, mais aspectos ele
omitirá – mantém em segredo. Por isso dizia Lyra Filho que todo método guarda uma
relação de segredo com o objeto do conhecimento (RODRIGUES, 2008).

Quanto mais rígido, inflexível e unívoco for o método, mais parcial será a
produção do conhecimento por ele determinada (RODRIGUES, 2008).

Assim, ao reduzir à norma o objeto do estudo jurídico e utilizar o método


lógico-formal, o positivismo afasta de vez as características históricas, políticas e sociais
do direito, não apenas operando uma redução de seu objeto como também o tornando
estático, ao recusar analisar a norma de forma dinâmica e contextualizada, produzindo um
conhecimento parcial e desvinculado da realidade social. Conhecimento esse que somente
é aceito como conhecimento total do direito pela posição dominante que o paradigma
normativo-positivista hoje ocupa (RODRIGUES, 2008).

O resultado é que os juristas tentam apreender um objeto dinâmico, o direito –


que faz parte da realidade social – com seus métodos estáticos. O que se traduziria numa
  18  

contradição. Afinal, o direito só poderia ser apreendido por métodos também dinâmicos,
capaz de acompanhar as evoluções, involuções e contradições existentes na dinâmica
social. (LYRA FILHO, 1980).

Essas são as características do atual paradigma epistemológico assimilado pela


educação jurídica no Brasil, um paradigma científico em que as normas de origem estatal
se constituem na única base sobre a qual o jurista deve construir o seu sistema conceitual.

Necessário ressaltar que o império da lei, ou o primado da lei sobre as outras


fontes do direito não surge na história do pensamento jurídico com o positivismo
Kelseniano, ou mesmo no século XX. Essa visão vem de antes, da Escola da Exegese
francesa, no início do século XIX.

Na análise de Castanheira Neves (HUPFFER, 2008) sobre a Escola da Exegese


percebem-se três postulados capitais, que dão sustentabilidade a sua teoria e metodologia.

O primeiro postulado trata da identificação do direito com a lei. O segundo


postulado é o da exclusividade do conteúdo normativo da lei como critério jurídico,
apoiado no entendimento da normatividade jurídica. A lei continua tendo o papel de única
fonte de direito, e só dela é possível retirar os critérios normativo-jurídicos, concebidos em
termos puramente racionais e abstratos – expressão da normatividade com a racionalidade
abstrata. O terceiro e último postulado é o da suficiência da lei concretizada no Código
Civil. É a codificação o mecanismo capaz de dar solução a todos os casos jurídicos,
desestimulando qualquer atividade interpretativa. O Código representa um sistema jurídico
claro, completo e fechado. Somente em caso de lacunas haveria uma atuação mais proativa
do juiz no sentido de preenchê-las. Estava-se diante de um sistema jurídico que se bastava
por si mesmo.

Ora, de forma geral, o positivismo jurídico dos dias atuais confirma e


aperfeiçoa em uma visão que de certa forma já existia. É importante tecer essa observação
na medida em que ajuda a constatar que a preponderância lei já se fazia presente desde o
início da educação jurídica no Brasil, o que se verifica na elaboração de grande parte das
obras jurídicas indicadas pelos cursos. Hoje, isso pode ser confirmado nos exaustivos
manuais jurídicos escritos tendo por base a lei codificada encontrados nas bibliotecas das
Faculdades de direito (HUPFFER, 2008). Esses manuais terminam sendo nada mais são do
que comentários, longas exposições e explicações dos códigos.
  19  

Feita a observação e seguindo adiante, um dos problemas apontados por Warat


da influência desse paradigma epistemológico na educação jurídica, para além de seus
problemas intrínsecos, é a sua assimilação enviesada pelo que ele denominou de “senso
comum teórico dos juristas” 5, provocando grandes distorções no pensamento de Kelsen e
fundamentando a prática tecnicista dos profissionais do direito (2004). Em outras palavras,
extensão do corte epistemológico kelseniano para a própria compreensão do direito, e não
apenas para o conhecimento do objeto da ciência do direito, permitiu que os juristas se
demitissem de sua obrigação de conhecer as outras dimensões do direito. Talvez, por ser
mais simples e fácil de praticar um conhecimento jurídico que se restrinja ao conhecimento
da norma (MACHADO, 2009).

Esse predomínio do positivismo-normativista parece ter agravado uma série de


problemas na educação jurídica. Problemas esses que serão abordados mais adiante.

4.2 Os aspectos operacionais da baixa qualidade dos cursos jurídicos

Como pontuado, a melhoria dos cursos jurídicos no Brasil passa


necessariamente pela discussão da visão do direito que é aplicada nesses cursos. A
insuficiência do paradigma epistemológico, abordada acima, precisa ser enfrentada para de
fato ocorrer mudanças consistentes e duradouras. No entanto, para além dessa questão
parece existir uma série de outros problemas que também merecem atenção, tanto
problemas que são desdobramentos diretos da crise de paradigma, como problemas
decorrentes de outros fatores.

Para compor os aspectos operacionais trabalhados pelos autores no quadro da


educação jurídica, serão abordadas a seguir questões curriculares, didático-pedagógicas e
administrativas apontadas pelos autores acerca dos cursos de direito brasileiros.

4.2.1 Um breve diagnóstico

Em seu livro Habilidades: ensino jurídico e contemporaneidade, Roberto


Aguiar (2004), analisando as várias habilidades potenciais do ser humano, constrói um
perfil das capacidades desejadas para os juristas. Ao tratar desse perfil, analisa as escolas
de direito na perspectiva de centros de formação dessas habilidades. Para tanto, considera

                                                                                                                       
5
 Ver  nota  de  rodapé  anterior.  
  20  

as diversas dimensões de formação, características institucionais, objetivos, perfis de seus


profissionais e dos destinatários de seus processos.

No início de sua análise, Roberto Aguiar define as escolas de direito, entre


outras características, como “monótonas”, “repetitivas”, “reprodutoras”, “conservadoras” e
“com predominância de conteúdos formais em detrimento de atitudes, condutas e
habilidades” dos profissionais e das profissionais que desejam formar (2004, p.179 e ss.).

“Monótonas” por sua concepção atrasada de educação e de mundo, por sua


mercantilização, por serem “previsíveis”, “repetitivas”, “entediantes” e “intelectualmente
pobres” (AGUIAR, 2004). Para ilustrar essa face monótona, o autor mencionado traz uma
passagem de Eça de Queirós em sua obra “O Conde de Abranhos”:

“Têm alguns espíritos, ávidos de inovação, ainda que no fundo sinceramente


afeiçoados aos princípios conservadores, sustentando que o sistema da sebenta
(como, na sua jovial linguagem, lhe chama a mocidade estudiosa) é antiquado.
Eu considero, porém, a sebenta como a mais admirável disciplina para os
espíritos moços. O estudante habituando-se, durante cinco anos, a decorar todas
as noites, palavra por palavra, parágrafos que há quarenta anos permanecem
imutáveis, sem os criticar, sem os comentar – ganha o hábito salutar de aceitar,
sem discussão, e com obediência, as idéias preconcebidas, os princípios
adotados, os dogmas provados, as instituições reconhecidas. Perde a funesta
tendência – que tanto mal produz – de querer indagar a razão das coisas,
examinar a verdade dos fatos; perde enfim o funesto hábito de exercer o livre-
exame – que não serve senão para ir fazer um processo científico a venerandas
instituições, que são a base da sociedade. O livre-exame é o princípio da
revolução. A ordem o que é? – A aceitação obediente das idéias adotadas. Se se
acostuma a mocidade – a não receber nenhuma idéia dos seus mestres, sem
verificar se é exata – corremos o perigo de os ver, mais tarde, não aceitar
nenhuma instituição do seu país sem verificar se é justa. Temos o espírito da
revolução – que termina pelas catástrofes sociais. Hoje, destruído o regime
absoluto, temos a certeza que a Carta liberal é justa, é sábia, é útil, é sã. Que
necessidade há de a examinar, discutir, verificar, criticar, comparar, pôr em
dúvida? O hábito de decorar a sebenta – produz mais tarde o hábito de aceitar a
Carta. A sebenta é a pedra angular da Carta! O Bacharel é o gérmen do
Constitucional (AGUIAR, 2004: p. 179).

Guardadas as devidas atualizações, Roberto Aguiar afirma que essa


mentalidade continua vigente. As sebentas de ontem se transformaram nos manuais de
hoje, que devem ser decorados para serem vomitados de volta para o professor. Os
princípios, as interpretações e as idéias devem ser aceitas obedientemente como dogmas
imutáveis. Conclui ele: “Assim se forma o profissional técnico, que confunde direito com
lei e que não tem a menor noção de justiça ou preocupação com os efeitos sociais,
  21  

econômicos ou políticos de sua conduta e muito menos das implicações desses aspectos
com a juridicidade” (AGUIAR, 2004: p.180).

A consequência dessa monotonia causada pela unilateralidade é a


repetitividade. Como repetitividade, o autor considera o entendimento do mundo como
fenômeno regular, linear, sem grandes rupturas, onde tudo já foi pensado, explicado e
ratificado por autoridades incontestáveis representadas por juristas, tribunais e
doutrinadores (AGUIAR, 2004). Daí que a única tarefa que resta ao estudante é repetir o
que seus professores, por sua vez, repetem dos livros que nada mais são do que repetição
dos códigos.

Essa prática da repetição acaba por gerar uma repetição de conhecimento, o


que desemboca da terceira característica, a face reprodutora. As escolas de direito acabam
reproduzindo os dogmas imutáveis do saber jurídico, as visões inquestionáveis sobre o
sujeito de direito e as relações jurídicas. Não há espaço para produção, criatividade,
construção de novas soluções e modelos de enfrentamento que a sociedade precisa para
superar seus velhos e novos problemas. Como diz o autor, elas acabam por “mumificar as
cabeças dos estudantes, que se tornam mortos antes de nascer, velhos, antes de serem
jovens” (AGUIAR, 2004: p. 181).

Ora, mas essas características não são de todo em vão. Para Aguiar, servem
para algo. São importantes para tornarem os futuros juristas pessoas quietas dentro da
ordem posta, da ordem injusta, conservadoras diante das mudanças que se apresentam
como possibilidade, medrosas diante das inovações e pouco ou nada atuantes
politicamente. Assim, as escolas de direito são também, em sua maioria, conservadoras
(2004).

Ainda de acordo com Aguiar, existem dois tipos de conservadorismo. O


conservadorismo inteligente, fundamentado, que ele considera como divergência. E o
conservadorismo alienado, às vezes até “troglodita”, que é muito mais um sentimento
vago, reflexos de experiências cotidianas mal resolvidas. É essa segunda visão que é
desenvolvida na maioria das escolas de direito, que tem como objetivo incutir o respeito à
ordem, que fala sobre justiça, mas não se aprofunda sobre ela, que considera filosofia,
sociologia e política como “mero perfume” (2004).
  22  

Por fim, das características elencadas acima, resta a predominância de


conteúdos formais em detrimento de atitudes, condutas e habilidades. Os ensinamentos
são, em suma, formais, descontextualizados, sem qualquer instrumentalização, formando
operadores de normas que não perdem tempo com temas “extrajurídicos” (AGUIAR,
2004).

Ainda de acordo com Roberto Aguiar, para baratear o ensino (principalmente


sob a ótica da excessiva proliferação das faculdades privadas), constitui-se um processo
pedagógico que ensina o texto sem o contexto. Trabalha-se com textos, leis e documentos,
com a pretensão de esgotar o real, desenvolvendo uma lógica interna excludente que ignora
os dados das dimensões sociais que não podem ser por ela tratados (2004).

“O ensino jurídico passa a ser um processo de análises perfunctórias das


redundâncias legalistas. As grandes questões da legitimidade, da justiça, dos
conflitos sociais, das dominações políticas e das desigualdades econômicas, por
exemplo, são olimpicamente ignoradas, ocasionando uma lacuna mutiladora na
construção das cabeças dos estudantes de direito.” (AGUIAR, 2004: p.185)

Essas são as características que mais fortemente aponta Roberto Aguiar no que
se refere aos aspectos didático-pedagógicos. Em diálogo com outros autores é possível
entender melhor quais as bases e crenças pedagógicas que desembocam nessas
características.

4.2.2 A sala de aula como espaço privilegiado de aprendizagem

Sem dúvida alguma, o ponto de partida para uma compreensão das bases e
crenças pedagógicas que povoam os cursos jurídicos e explicar as características apontadas
acima é a sala de aula. Sala de aula não apenas enquanto espaço físico, mas como espaço
privilegiado do processo de aprendizagem nesses mais de 180 anos de educação jurídica
em nosso país. Segundo alguns autores, não é raro encontrar um estudante que, em seus
cinco anos de curso, tenha freqüentado outro local senão a sala de aula, ou no máximo a
biblioteca (CRUZ e outros, 2008).  

No entendimento dos mesmos autores, o esquema giz, lousa e saliva, centrado


na figura do docente, que atua, basicamente a partir de sua experiência cotidiana e dos
manuais, continua a predominar. E se há uma palavra que possa resumir o processo de
  23  

aprendizagem que se dá na relação professor-estudante dentro das salas de aula, esta


palavra seria unilateralidade (CRUZ e outros, 2008).  

Em “180 anos de ensino do direito no Brasil - Olhares e perspectivas


discentes” (CRUZ e outros, 2008), algumas imagens marcam essa orientação pedagógica:
a transferência unilateral de informações e de concepções de mundo, a desigualdade da
relação instituição-estudante, a composição escolástica da sala de aula, a centralidade da
figura do professor, o uso comum e a aceitação passiva do argumento de autoridade e a
memorização de textos normativos.

Para dialogar com essas imagens traçadas na obra supracitada, é possível


resgatar a concepção de educação bancária de Paulo Freire para quem sabe entender o que
se passa na sala de aula dos cursos de direito.

Segundo Freire, as relações existentes, de forma majoritária, nos bancos


escolares é uma relação “narradora”, na medida em que implicam simplesmente na
narração de conteúdos por parte do docente – sujeito – para os objetos ouvintes – os
estudantes (2005).

Essa narração fala sempre da realidade como algo parado, estático,


compartimentado e bem-comportado. Fala sempre de algo totalmente alheio à experiência
existencial dos educandos. Assim, a palavra, nessas narrações, se esvazia da dimensão
concreta que devia ter ou se transforma em palavra oca, em “verbosidade alienada e
alienante” (FREIRE, 2005).

Esse tipo de relação professor-estudante conduz à memorização mecânica do


conteúdo narrado. É como se a relação se configurasse em um verdadeiro banco, no qual o
professor vai lá e deposita o conteúdo na cabeça do estudante, e que depois, através dos
exames, retira o extrato do saldo que foi depositado (FREIRE, 2005).

Daí, então, que nela:

“a) o educador é o que educa; os educandos, os que são educados;


b) o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem;
c) o educador é o que pensa; os educandos, os pensados;
d) o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente;
e) o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados;
  24  

f) o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos, os que seguem a


prescrição;
g) o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na
atuação do educador;
h) o educador escolhe o conteúdo programático; os educados, jamais ouvidos
nesta escolha, se acomodam a ele;
i) o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que
opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às
determinações daquele;
j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos”
(FREIRE, 2005: p.68).

Essa relação, tão denunciada por Paulo Freire em sua obra, parece se
reproduzir nas salas de direito. Como resultado, produz-se em nossas faculdades um tipo
de profissional que carece de instrumental teórico capaz de problematizar a realidade social
e o sistema jurídico, apreendido por esse profissional como inquestionável, natural, com
instituições perfeitas e órgãos neutros, ideologicamente descomprometidos. (WARAT,
2004).

Segundo Warat, referindo-se a essa relação de aprendizagem,

“la ciencia tradicional del Derecho, del modelo napoleónico,


conforma un proceso de socialización normativa, altamente
dogmático. El jurista es ingenuamente condicionado para recibir
sin cuestionamiento alguno, la información normativa, sin
posibilidad de problematizar ni percibir los componentes
valorativos, las significaciones sociales de las proposiciones
integrantes de los distintos tipos de discursos normativos. Su obrar
está por tanto condicionado hacia la pasividad, hacia la aceptación
no cuestionadora incluso de muchas formas de violencia
institucionalizadas” (2004: p.372).

A denúncia dessa forma de relação pedagógica que se estabelece dentro das


salas de aula dos cursos de direito parece ser unanimidade entre os autores. Da mesma
forma, Antônio Machado observa que o professor fala a partir de um lugar privilegiado, o
que lhe permite manter sob controle a tônica e os rumos de alguma discussão que,
porventura, venha a surgir. Para ele, essa pedagogia atende aos valores de segurança e
  25  

certeza do saber científico, intensificado pelo princípio mais bem resguardado de nossa
tradição positivista, a segurança jurídica (2009).

A unanimidade que se dá entre os autores, e a profundidade dessa relação


pedagógica constituída é o que talvez permita leva questionar se própria formação dos
docentes não é uma das causas do problema.

Fazendo uma rápida investigação sobre o tema, percebe-se que o espaço


determinado legalmente para formação do professor de ensino superior são os cursos de
pós-graduação stricto-sensu, em especial o mestrado. O artigo 66 da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, Lei n° 9.394/1996, prevê que os professores do magistério
superior no Brasil terão sua formação na pós-graduação, “prioritariamente em programas
de mestrado e doutorado” (BRASIL, 1996).

Apesar disso, analisando mais detidamente o diploma legal, contata-se que não
há orientação normativa orientando como será feita essa formação docente. “No que tange
à legislação, esta não é precisa quanto à formação pedagógica de mestres e doutores; as
universidades fazem o que julgarem melhor” (VAZ DE MELLO, 2002, p. 13).

De fato, os programas de mestrado e doutorado não têm contribuído


adequadamente para a formação de novos professores. A ausência de diretrizes para a
formação pedagógica dos docentes agrava a situação. Investe-se na formação da pesquisa,
por vezes precariamente, e deixa-se de lado a formação docente (OLIVEIRA, 2010).

O que se tem, então, é que a formação para a docência não é uma realidade na
educação jurídica. Não faz parte da cultura jurídica a busca pela formação pedagógica.
(OLIVEIRA, 2010) Para alguns autores, “são raros os docentes que buscam titulação na
área da educação, assim como são raros os programas de pós-graduação em direito que
propõem uma ação pedagógica inovadora” (VENTURA, 2004, p. 15).

A situação se agrava ainda mais, se é que isso é possível, pelo fato de a grande
maioria dos professores de direito exercerem outra profissão, tendo a carreira docente de
forma secundária, quando não considerada um “bico”. Roberto Aguiar (1999) afirma que,
nesse caso, é comum o profissional ver a docência como uma operação de marketing, ou
seja, mais uma forma de divulgar o seu trabalho e chamar atenção para as “conquistas” de
seu escritório. Sem falar naqueles que “ostentam o título de professores como mero adorno
  26  

cultural, transmitindo por intermédio da cátedra, sem também qualquer reciclagem crítica,
todas as possíveis distorções da prática profissional” (MACHADO, 2009: p. 145).

Ainda que tenham vocação e preocupação com o ensino, por ter outra
profissão, que em geral é mais bem remunerada, resta pouco tempo de dedicação à
docência. Um dos manuais utilizados nos bancos acadêmicos (no próximo tópico será
abordada a questão da cultura manualesca) traz a seguinte afirmativa: “o professor não
precisará preocupar-se em mudar o exercício, porque ele foi preparado para auxiliar o
professor que, com raras exceções, tem condições de dedicar-se integralmente ao
magistério” (HAIDE, 2008: p.62).

Esse pouco tempo que resta à docência se resume à sala de aula, em detrimento
da reflexão, do estudo, da pesquisa, da extensão, do planejamento e avaliação, enfim, da
vida acadêmica. Sem reflexão não há como surgir questionamentos, e sem
questionamentos não há mudança.

4.2.3 Reflexos do positivismo-normativista nos aspectos didáticos-


pedagógicos

Uma vez observadas as características apontadas acima, importa aprofundar a


reflexão sobre os aspectos didáticos-pedagógicos apontando sua relação direta com a
qualidade da formação em direito.

Segundo Machado, as atividades didático-pedagógicas nos cursos jurídicos,


pautados pelo paradigma normativo-positivista, acabam por restringirem-se à descoberta
do período de vida e de obrigatoriedade da lei (vigência); à constatação da regularidade
formal de sua criação (validade); e por fim à verificação, superficial, diga-se de passagem,
da aceitação e observância da norma pela comunidade jurídica (eficácia). Logo, a educação
jurídica se reduziria a uma hermenêutica de normas (2004).

Dessa forma, a educação jurídica passa a gravitar apenas em torno da norma


(estatal) e pela busca teórica de sua validade. Esse modelo pedagógico, segundo Machado,
provoca alguns “vícios e deformações” na educação do direito que os teóricos
identificaram como (I) exegetismo e (II) judicialismo praxista. A esses “vícios e
deformações” acrescenta-se a (III) cultura manualesca e (IV) o modelo pedagógico
descontextualizado (fechado) marcado pela ausência de pesquisa e extensão (2004).
  27  

O exegetismo (I) surge como expressão da fracassada tentativa de neutralidade do direito,


ao identificá-lo com a lei e resumir o trabalho do jurista na busca do significado da letra da
lei. Segundo Machado, essa idolatria da lei impõe o direito positivo como roteiro da
educação jurídica, implicando-a somente com o conhecimento gramatical ou filológico do
fenômeno jurídico, dispensando maiores questionamentos acerca da política de produção
das normas ou sobre os resultados da aplicação do direito num dado contexto
socioeconômico (2004). Como o ponto de partida se resume na lei, já feita e posta,
cria-se a ilusão de que não há nenhuma necessidade de investigações críticas e sociológicas
que proporcionem a descoberta de relações de poder que presidiram e presidem a
positivação do direito no campo do conflito de classes sociais.

A investigação “própria” do jurista tem já o seu ponto de partida (a lei) e o seu


ponto de chegada (o sentido da lei). Conforme Tércio Sampaio Ferraz Júnior, “é preciso
reconhecer que a Dogmática Jurídica, em que pese o seu contato com os pressupostos
zetéticos da experiência jurídica, tem por característica principal o princípio da proibição
da negação, ou seja, o princípio da inegabilidade dos pontos de partida de suas séries
argumentativas”, logo a inegabilidade da lei (1980: p. 95). Afinal, a dogmática, como o
próprio termo parece significar no senso comum, é uma forma de conhecimento que se
estrutura a partir de dogmas, ou pontos de partida inquestionáveis. No direito, tem se
consagrado como pressuposto elementar a lei (FERRAZ, 1980).

Na mesma direção, reflete Inês Porto ao concluir que

“o aprendizado dogmático seja estruturado por um “sistema de


evidências não refletidas”, que excluem aquilo que não pode ser
pensado pelas premissas de seu pensamento. No modelo central de
ensino jurídico aprende-se a dispersar as contradições da realidade”
(2000: p. 55).

A consequência do exegetismo e dogmatismo praticados nas relações didático-


pedagógicas da educação jurídica pode ser constatada no ensino reprodutor, na
aprendizagem passiva, na valorização do estudo da norma em detrimento do estudo do
caso, e, principalmente, na incapacidade de compreender os fenômenos sociais
  28  

contemporâneos em sua historicidade, problematicidade e em seus aspectos econômicos,


políticos, ambientais, culturais, globais e sociais (PÔRTO, 2000).

Pode-se dizer, nas palavras de Haide Hupffer, que os acadêmicos de direito

“perderam aos poucos a capacidade de olhar para além dos códigos


e manuais e de ter na preocupação com o ser, o alicerce de sua
formação, isto é, reflexão-ação-reflexão, e depois o sentido, a
noção do real e o quando de acontecimento e historicidade se dá na
relação jurídica e social” (HUPFFER, 2008: p.37).

Por outro lado, um dos objetivos básico desse roteiro “exegético” seguido
pelas escolas de direito é ensinar a “tecnologia de decisão”, ou seja, os caminhos para se
chegar à decisão justa, em outras palavras, a melhor decisão indicada pela lei. Essa busca
pela melhor decisão é expressão do (II) judicialismo, em que o saber jurídico se volta para
a lei como parte do conhecimento do modo pelo qual vão decidir os tribunais, implicando
num tipo de “judicialização” ou “jurisprudencialização” da ciência jurídica. Essa
preocupação do modo de decidir dos tribunais reduz o horizonte do direito à técnica de
eliminar conflitos, obscurecendo a dimensão política da busca por justiça, sobretudo
porque os conflitos jurídicos são encarados apenas no plano interindividual e resolvidos
exclusivamente no âmbito dos tribunais, da judicialização (MACHADO, 2009).

Para Antônio Machado, esse é o fenômeno do praxismo. Todo o conteúdo


social do processo jurídico orienta-se para a técnica do “como fazer”, sem a preocupação
moral de formular respostas para as questões relacionadas como o “por que fazer?” ou o “é
justo fazer?”. Nesse praxismo, todo o campo de pesquisa do estudante passa a ser manuais
que reproduzem os repetitivos formulários da técnica jurídica (modelos de petições,
sentenças, pareceres, etc.), orientando a prática profissional com absoluta predominância
da técnica sobre a reflexão teórica. (2009).

A redução do campo de pesquisa aos manuais é um dado importante que diz


algo sobre as relações didático-pedagógicas da educação jurídica. Nesse sentido, Haide
Hupffer aponta para a (III) cultura manualesca como uma forte influência para a “crise”
instalada na educação jurídica (2008).
  29  

A bibliografia básica exigida na maior parte dos currículos dos cursos jurídicos
se resume a manuais e códigos comentados nos quais “se encontra a opinião de diversos
juristas que tentam revelar o que ‘o legislador quis dizer’ ou ‘qual é a vontade da norma’”
(HUPFFER, 2008: p.61). Em geral, esses manuais seguem a mesma linha editorial,
pretendendo apresentar respostas para a grande maioria dos casos que os profissionais do
direito se deparam no exercício de suas profissões, transmitindo a idéia de completude e de
que o conhecimento jurídico está todo incluído no manual (HUPFFER, 2008).

O mais dramático na cultura manualesca é que ela esconde a singularidade dos


fatos e a riqueza e pluralidade do direito. Como os manuais são a única fonte de saber para
muitos acadêmicos, eles deixam de pensar e problematizar mais profundamente o direito e
suas possibilidades. A profundidade da crise pode ser constatada, segundo Hupffer, na
similitude dos propósitos dos autores: facilitar (ao tentar simplificar) o ensino do professor
e o aprendizado do acadêmico (2008).

Essa questão se agrava ainda mais em tempos atuais, em que se proliferam


cada dia mais os tais “cursinhos”, sejam de preparação para OAB ou para concursos
públicos em geral.

Como se percebe, a cultura manualesca reforça o método formal-dedutivo


empregado no normativismo. E para além de reforçar, a utilização excessiva de manuais de
qualidade duvidosa termina por diluir e banalizar ainda mais o já precário paradigma
normativo-positivista (HUPFFER, 2008).

Por fim, a última “deformação” a ser abordada dentro dos aspectos didático-
pedagógicos, é a característica (IV) “fechada” do perfil didático-pedagógico dos cursos
jurídicos. Por modelo “fechado” de educação, admitem-se dois vieses que se entrelaçam: o
viés das limitações epistemológicas e o viés das limitações de experiências pedagógicas. A
combinação de ambos resulta no que Inês Pôrto chama de “descontextualização” da
educação jurídica (2000).

Como dito acima, ao estabelecer a norma como objeto da ciência jurídica, o


ponto de partida da investigação do jurista passa a ser a lei e o ponto de chegada o sentido
da lei. Nessa lógica, a idéia trabalhada de direito é a de que ele existe em um único
contexto, definido por Boaventura como o contexto da cidadania (1989). Logo, a educação
jurídica se limita, epistemologicamente, no conhecimento do contexto da cidadania,
  30  

ocultando a existência de outros contextos jurídicos e desprezando os saberes construídos a


partir das especificidades de suas práticas sociais.

Para entender melhor a idéia de limitação epistemológica aqui indicada, é


fundamental adentrar um pouco mais no significado de pluralismo jurídico apontada por
Boaventura.

Na visão de Boaventura, explicada por Inês Pôrto, o direito é “uma prática


social experienciada quotidianamente por todos nós, de diversas formas. Nossa vida
quotidiana acontece em espaços diferentes, estruturados a partir de lógicas próprias e
organizadas em função da existência de formas do poder social” (2000: p.34). A estrutura
social se organiza, em geral, em razão desses movimentos em torno do poder, seja através
de dominação, seja através da resistência a ela (PÔRTO, 2000).

Continuando a explicação:

“os contextos identificados por Santos são dimensões da vida em que nos
produzimos (buscamos nossa autenticidade) e reproduzimos (cedemos aos
padrões ditados por outros). A variação destes pólos depende muito da forma de
existência do poder social em cada contexto, pois ela irá definir o desenho e
ritmo das relações entre as pessoas, e que podem ser expressas pelo conflito, pela
violência, pelo silenciamento ou mesmo pelo estranhamento” (PÔRTO, 2000:
p.34).

Entretanto, o direito não pode estar atento a todas as formas de existência do

poder social: “se o direito estivesse em toda parte, não estaria em parte nenhuma”

(PÔRTO, 2000, p.34). Assim, distinguem-se alguns espaços estruturais nos quais se

identificam a existência e o exercício do poder social (PÔRTO, 2000).

Para tanto, utiliza-se a idéia de contexto jurídico, caracterizado por uma


espacialidade e temporalidade específicas. Segundo Boaventura, o direito estatal é somente
uma das formas de existência do direito. Em paralelo, existem outros contextos jurídicos,
com suas próprias formas de “juridicidade”, a saber: o da cidadania, o doméstico, o da
produção e o da mundialidade.
  31  

O contexto da cidadania engloba as relações entre o indivíduo e o Estado, que


são, respectivamente, a unidade de prática social e a forma institucional. O poder define as
relações sociais a partir do critério de dominação, e a forma de juridicidade do contexto é o
direito estatal.

O contexto doméstico engloba as relações sociais cuja “unidade de prática


social é a família, a forma institucional é o casamento e o parentesco, a forma de
juridicidade é o direito doméstico e o modo de racionalidade é a maximização do afeto”
(SANTOS, 1990: p.32).

O contexto da produção engloba as relações do processo de trabalho. A


unidade de prática social é “a classe, a forma institucional é a fábrica ou empresa, o
mecanismo de poder é a exploração, a forma de juridicidade é o direito da produção e o
modo de racionalização é a maximização do lucro” (SANTOS, 1990, p.32).

O quarto e último seria o contexto da mundialidade, que engloba as relações


econômicas internacionais e as relações entre Estados nacionais na medida em que
integram o sistema mundial. A unidade da prática social é “a nação, a forma institucional
são as agências, os acordos e os contratos internacionais, o mecanismo de poder é a troca
desigual, a forma de juridicidade é o direito sistêmico e o modo de racionalidade é a
maximização da eficácia” (SANTOS, 1990, p.33).

A partir daí, o pluralismo jurídico pode ser entendido como

“a sobreposição, articulação e interpenetração de vários espaços jurídicos


misturados, tanto nas nossas atitudes, como nos nossos comportamentos, quer
em momentos de crise ou de transformação qualitativa nas trajetórias pessoais e
sociais, quer na rotina morna do quotidiano sem história” (SANTOS, 1996:
p.272).

Essa é uma das várias teses da idéia de pluralismo jurídico. É, por outro lado,
um exemplo de como a educação jurídica que se desenvolve hoje no Brasil exclui os vários
contextos jurídicos existentes na vida social, voltando-se para o estudo apenas do contexto
da cidadania.
  32  

Dessa forma, ao se voltar somente para o contexto da cidadania, acaba-se


operando uma estreita limitação epistemológica. Todas as questões sociais das quais o
direito é chamado a intervir são analisadas e conhecidas através das características do
contexto da cidadania, ou seja, o indivíduo como unidade de prática social, o Estado como
forma institucional e o direito estatal como forma de juridicidade. Qualquer olhar voltado
mesmo para as comunidades próximas dos cursos jurídicos, com as quais é possível um
contato direto, é intermediado por essas lentes, essa forma única de enxergar o fenômeno
jurídico.

Essa forma de educação tem a pretensão de cobrir o complexo fenômeno social


do direito através do ocultamento de outros contextos jurídicos, o que a torna uma
educação descontextualizada.

Com essa descontextualização, o ocultamento de dimensões importantes da


vida social transforma a educação em algo estranho a experiência quotidiana do estudante.
Quem aprende não consegue se ver naquilo que estuda, não compreende o significado
existencial que o conhecimento jurídico pode ter em sua vida, a não ser no futuro
profissional. Temos assim um modelo educacional que não mobiliza os estudantes na
realidade em que estão mergulhados diariamente, reportando sempre a situações abstratas e
distantes de seu dia-a-dia. (PÔRTO, 2000).

Para Freire, a educação exige apreensão da realidade circundante de forma a


reconstruí-la e recriá-la a partir de novas referências, buscando conhecer diferentes
dimensões da prática (1997). A educação jurídica, ao contrário do que diz Freire, reduz
essas dimensões plurais à univocidade do contexto da cidadania (1997).

Ora, como a educação jurídica permitirá a apreensão da realidade circundante


se, além de só considerar o contexto da cidadania, ela também é limitada no que se refere
às experiências pedagógicas? Este o segundo viés do qual a educação jurídica foi apontada
como “fechada” neste estudo.

A experiência pedagógica predominante da educação jurídica tem sido a sala


de aula, através da relação bancária estabelecida entre estudante e professor já denunciada
aqui. Apesar da determinação constitucional da indissociabilidade entre pesquisa, ensino e
extensão, as atividades de pesquisa e extensão são praticamente inexistentes, e quando
existem, não são articuladas de forma integrada entre os três elementos. Em outras
  33  

palavras, a experiência pedagógica que o estudante tem acesso para pensar o direito
durante os cinco anos de curso se resume à sala de aula. Mesmo os estágios profissionais
ou os núcleos de prática jurídica são vistos como um momento posterior de aplicação do
conhecimento desenvolvido nas salas de aula (PÔRTO, 2000).

Retomando Paulo Freire, “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si


mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo”. Ao reduzir a
experiência pedagógica à sala de aula, em uma relação hierarquizada, a educação jurídica
prejudica um dos elementos essenciais do processo educativo, que é a mediação do mundo.
Impede que haja a mediação do mundo no processo educativo. E não qualquer mundo, mas
o mundo em toda sua dimensão rica e complexa. Ao tentar “transmitir” um conhecimento
produzido em um contexto social inteiramente diferente, desconhecido do estudante, o
professor termina por ignorar o contexto existencial do estudante e o próprio contexto de
produção do conhecimento. Logo, o único resultado possível é a produção de um
conhecimento descontextualizado (PÔRTO, 2000).

É preciso conhecer o mundo, entendê-lo, para daí então poder explicá-lo e


poder transformá-lo. Na educação jurídica, ao vivenciar o diálogo com a comunidade, o
acadêmico teria contato diretamente com o mundo e com novos contextos, aprendendo a
riqueza da significação, a pluralidade construída a partir da constituição histórica,
possibilitando uma reflexão crítica sobre as relações ser humano-mundo e seres humanos-
seres humanos. Como escreve Haide Huppfer, “possibilitar a apreensão da realidade
inserida no meio acadêmico construirá sua forma de entendimento sobre o direito,
pensando-o para além dos códigos, pois não é suficiente o reconhecimento teórico dos
direitos fundamentais sem que se tenha a sociedade como base” (HUPFFER, 2008: p.210).

Ao ampliar as experiências pedagógicas, possibilitando ao estudante travar


diálogos com outros espaços, saberes e sujeitos, a educação jurídica pode voltar-se para a
realidade concreta e circundante, abrir-se à possibilidade de o estudante aprender o direito
na sociedade discutindo a função social das leis, observando a efetividade da Constituição,
descobrindo e conhecendo novos contextos jurídicos, desenvolvendo atividades de
pesquisa, integrando-se acadêmica e socialmente.

Cada vez mais os autores partem de uma compreensão global da complexidade


dos fenômenos jurídicos do século XXI. Para que essa compreensão seja desenvolvida na
  34  

educação jurídica, é preciso que os cursos saiam de suas instalações formais ou de seus
campi para ir ao encontro de seu meio circundante, envolvendo a comunidade em sua
integridade; estabeleça um diálogo verdadeiro com trânsito “assegurado à comunidade
acadêmica que encontrará, na sociedade, a oportunidade de elaborar o conhecimento com a
práxis social” (HUPFFER, 2008: p.213).

Mediante esse diálogo, a educação jurídica pode enriquecer suas atividades de


ensino e de pesquisa, produzindo um novo conhecimento, resultado do encontro do saber
acadêmico com a experiência comunitária, com saberes populares, com desafios concretos,
o que só tende a dinamizar e revitalizar o conteúdo da educação.

Segundo os autores aqui estudados, aos cursos de direito cabe o papel de


orientação:

(...) para que se ensine e se aprenda o direito socialmente vivido. Esta


transmutação para a compatibilização entre o ensino jurídico oficial e o ensino
socialmente esperado é a tarefa mais importante das faculdades de direito. Esta
seria a fórmula de se transformar as faculdades de direito em agentes propulsores
da dinâmica social ou, mais especificamente, transformar o conhecimento
jurídico socialmente ensinado e aprendido em conhecimento socialmente útil
(HUPFFER, 2008: p.216).

Desse modo, é possível afirmar que o modelo central de educação jurídica no


Brasil supera a sua característica de “descontextualização” se ultrapassa ambos os limites:
o epistemológico, ampliando suas formas de conhecer para além do contexto da cidadania,
e o da experiência pedagógica, ampliando, para além das salas de aula, as possibilidades de
novas experiências em novos espaços para a produção de conhecimento.
  35  

5 ANÁLISE DAS MONOGRAFIAS

5.1 Dificuldades encontradas na investigação

Como já detalhado na parte explicativa da metodologia adotada na pesquisa, no


segundo momento foi realizada a análise de todos os trabalhos de conclusão do curso de
direito da UFRN no formato de monografia desde 2004 até o primeiro semestre de 2011.

Para a realização da análise e utilização dos instrumentos metodológicos


escolhidos, algumas dificuldades foram encontradas, o que requer maior atenção pelos
possíveis efeitos que causam nos resultados da pesquisa e também pela possibilidade de
apontarem indícios significativos para a análise da educação jurídica na Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.

A primeira dificuldade encontrada para a investigação das monografias foi o


acesso ao material a ser pesquisado. Ao contrário de outros cursos de direito6, o curso da
UFRN não mantém um acervo digital dos trabalhos produzidos pelo curso, como teses,
dissertações e monografias, de forma a possibilitar o acesso de qualquer parte através da
internet. O acervo físico também carece de organização, não possuindo catalogação do
material ou mesmo qualquer registro, seja das informações do material ou de sua
localização.

Todo o material encontrado está guardado em armários na coordenação do


curso, em posse dos servidores técnico-administrativos. Foi realizada uma busca tanto na
biblioteca central da Universidade, como também na biblioteca setorial do Centro de
Ciências Sociais Aplicadas, a partir da informação de uma das servidoras técnico-
administrativo de que poderia haver outras monografias localizadas nessas bibliotecas. A
busca terminou sem sucesso, deixando em aberto a possibilidade de existir outras
monografias apresentadas que, involuntariamente, não constituíram a amostra da pesquisa.

Essa falta de organização e descaso com a sistematização do material científico


produzido pelas atividades de pesquisa do curso traz dificuldades ao acesso das
informações e dados para novas pesquisas, ao acesso às soluções indicadas pelas
                                                                                                                       
6
    Como   exemplo,   o   curso   de   direito   da   Universidade   de   Brasília   mantém,   em   conjunto   com   a   biblioteca  
central  da  Universidade,  o  acervo  digitalizado  das  teses,  dissertações  e  monografias  produzidas  pelo  curso,  
permitindo  o  acesso  por  qualquer  pessoa  através  do  sítio  eletrônico  da  Faculdade  de  direito.  
  36  

monografias ao público em geral, e aponta indícios de que o curso de direito da UFRN não
tem como prioridade a difusão da pesquisa científica e a produção de conhecimento que
contribua para a solução de problemas sociais, como estabelece o Estatuto da UFRN ao
trazer os objetivos da instituição7. O benefício que advém da pesquisa científica realizada
em sede de trabalho de conclusão de curso parece ficar, em grande parte, restrito apenas
aos próprios pesquisadores e professores orientadores, apesar de ser financiada com
recursos públicos e ser realizada em instituição pública de educação superior.

Dessa situação, surgiu a segunda dificuldade. Apesar de estar estabelecido na


metodologia da pesquisa o marco temporal de 2004 até 2011 para a amostra da pesquisa,
só foram encontradas monografias do ano de 2008, 2009, 2010 e 2011. A limitação dos
objetivos e metodologia da pesquisa não permite saber se de fato não foram apresentadas
monografias nos anos anteriores ou se o material se perdeu. Isso reduz a amostra
estabelecida previamente na metodologia, pois diminui a variação do período de
apresentação das monografias, não permitindo generalizar os resultados obtidos para o
marco temporal escolhido com base na resolução CNE/CES n° 9 de 29 de setembro de
2004.

A terceira dificuldade encontrada diz respeito ao número de monografias


apresentadas. Se reduzirmos o período da amostra para apenas os anos que de fato foi
encontrado o material investigado, ou seja, de 2008 ao primeiro semestre de 2011, teremos
que de um universo de cerca de 560 estudantes graduados8, apenas 30 (trinta) monografias
foram apresentadas. Supõe-se que todos os outros estudantes optaram pela apresentação de

                                                                                                                       
7
 Art.  4°  do  Estatuto  da  UFRN:  
 São  objetivos  da  Universidade:  
I  -­‐  ministrar  educação  em  nível  universitário,  tendo  como  centro  de  suas  preocupações  o  
compromisso  com  todos  os  princípios  proclamados  no  art.  3o;  
II  -­‐  desenvolver,  de  forma  plural,  um  processo  formativo  em  diferentes  campos  do  saber  
necessários  à  compreensão  da  natureza  e  da  cultura;  
III  -­‐  contribuir  para  o  progresso,  nos  diversos  ramos  do  conhecimento,  por  meio  do  
ensino,  da  pesquisa  e  da  extensão;  
IV  -­‐  desenvolver  e  difundir  o  conhecimento,  tendo  em  vista  preparar  o  indivíduo  para  o  
exercício  da  reflexão  crítica  e  participação  na  produção,  sistematização  e  
desenvolvimento  do  saber;  
V  -­‐  desenvolver  e  difundir  a  pesquisa  científica,  objetivando  o  avanço  do  conhecimento  
teórico  e  prático,  em  seu  caráter  universal  e  autônomo,  contribuindo  para  a  solução  dos  
problemas  sociais,  econômicos  e  políticos,  nacionais  e  regionais,  e  para  a  elevação  do  
nível  de  vida  do  povo  brasileiro.  
Parágrafo  único.  No  cumprimento  desses  objetivos,  a  Universidade  não  permite  a  
superposição  de  meios  para  o  alcance  de  fins  idênticos  ou  equivalentes.  
8
 Média  de  80  estudantes  formados  por  semestre.  
  37  

artigo científico como trabalho de conclusão de curso, o que, novamente, termina por
limitar a amostra da pesquisa para um número reduzido de estudantes.

Além de diminuir a amostra da pesquisa, esse fato pode também indicar a falta
de interesse dos estudantes pela pesquisa científica; a falta de professores interessados e
disponíveis para a orientação acadêmica; e a falta de apoio e incentivo institucional para o
desenvolvimento da pesquisa no curso de direito. Todos os três elementos fortalecem a
perspectiva apontada por alguns autores já trabalhados (MACHADO, 2009; HAIDE, 2008)
de que o desenvolvimento institucional da pesquisa no âmbito da formação em direito no
Brasil ainda apresenta limites estreitos, carecendo de incentivo.

Por fim, a última dificuldade encontrada para a realização da investigação se


refere ao registro das atividades acadêmicas desenvolvidas pelos estudantes durante o
curso de graduação. Ao fim da graduação, é obrigatória a apresentação, por parte dos
estudantes, dos certificados que comprovam a participação em atividades de pesquisa,
ensino e extensão que totalizem 320 horas. É requisito essencial para a obtenção do
diploma. Entretanto, nenhuma dessas informações fica armazenada na coordenação do
Curso de direito.

A falta de registro dessas informações se apresenta como uma dificuldade à


pesquisa por que através desses dados poderíamos conhecer um pouco mais do perfil
desses estudantes, conhecendo, de forma facilmente acessível, quais projetos de ensino,
pesquisa e extensão tais estudantes participaram, o que poderia ajudar a constatar ligações
entre o perfil apresentado no trabalho de conclusão de curso e a trajetória acadêmica do
estudante durante a graduação.

5.2 Apresentação das hipóteses de investigação

Ao construir a estratégia de abordagem da presente pesquisa científica, foram


elaboradas algumas hipóteses de investigação para nortear a análise das monografias. As
hipóteses dizem respeito ao perfil da pesquisa científica esperado para as monografias de
conclusão do curso de direito da UFRN.

Todas as hipóteses foram construídas a partir do cenário da educação jurídica


trazido pelos autores analisados e discutidos no primeiro capítulo do trabalho. Elas levam
em consideração elementos essenciais de uma pesquisa científica, como temática de
  38  

pesquisa, metodologia e bibliografia utilizadas, procurando constituir um perfil dominante


da pesquisa científica nos cursos de direito.

A primeira hipótese foi construída a partir da constatação de alguns autores


pesquisados de que o paradigma atual da ciência do direito é o positivismo-normativista,
em que o direito é identificado com a lei estatal, e a ciência jurídica com as técnicas de
decisão e controle9. Diante disso, a hipótese é de que existe uma predominância de
temáticas que não implicam no reconhecimento da juridicidade para além da juridicidade
estatal.

A segunda hipótese diz respeito às metodologias empregadas. Predominaria


nas pesquisas a utilização de métodos exclusivamente dedutivos e bibliográficos, sem
abordagem de casos concretos de comunidades locais e/ou regionais, ou da constatação
empírica de desdobramentos sociais, econômicos ou políticos do tema em questão. O
método próprio do positivismo-normativista, como vimos, são os métodos dedutivos,
lógico-formal e, somando-se a isso a constatação de que a educação jurídica tem girado
unicamente em torno da sala de aula, da figura do professor e da utilização de códigos e
manuais, sem maiores investimentos em pesquisa e extensão, resulta de que o perfil
metodológico dominante deve se resumir a essa hipótese.

A terceira e última hipótese se volta para o elemento da bibliografia. A partir


da denúncia da cultura manualesca, da unidisciplinariedade e da falta de incentivo à
pesquisa científica, espera-se, em geral, presença constante de manuais jurídicos e a
ausência de três elementos: obras de outras áreas do conhecimento, obras de autores
estrangeiros e teses, dissertações ou monografias.

5.3 Resultados da pesquisa

5.3.1 Composição da amostra

Para a composição da amostra de pesquisa, foram analisados 30 (trinta)


trabalhos de conclusão de curso na forma de monografia.

A amostra foi composta por 03 (três) monografias apresentadas em 2011, 07


(sete) monografias apresentadas em 2010, 12 (doze) monografias apresentadas em 2009 e

                                                                                                                       
9
 Ver  tópico  2.1  do  capítulo  1.  
  39  

08 (oito) monografias apresentadas em 2008. As fichas de características construídas a


partir da análise de cada monografia podem ser consultadas ao fim do trabalho, no anexo I.

Entre as diversas áreas do conhecimento jurídico, a amostra se divide em 06


(seis) monografias com temática referente à área de direito Civil, 06 (seis) em direito
Constitucional, 04 (quatro) em Processo Civil, 04 (quatro) em direito Ambiental, 03 (três)
em Processo Constitucional, 02 (duas) em direito Administrativo, 01 (uma) em direito
Penal, 01 (uma) em direito Tributário, 01 (uma) em Hermenêutica Jurídica, 01 (uma) em
Sociologia do direito e 01 (uma) em Processo Penal.

Como se pode constatar, as pesquisas voltadas para as monografias de


conclusão de curso se concentram em grande parte na área de direito Civil (incluindo
processo civil), o que pode indicar que a predominância de disciplinas de direito Civil na
grade curricular do curso de direito da UFRN têm influência direta na escolha das
temáticas para as pesquisas por parte dos estudantes.

5.3.2 Primeira hipótese

De acordo com o que foi discutido na primeira parte da presente pesquisa,


quando abordadas as posições das principais obras que tratam da educação jurídica no
Brasil, um dos maiores equívocos epistemológicos atuais do direito ensinado nas
faculdades jurídicas é a sua redução à lei estatal e às decisões proferidas pelos tribunais.
Através desse “corte epistemológico”, de tradição kelsiana, é reservado à ciência jurídica
apenas a norma como seu objeto de estudo, impossibilitando qualquer nova formulação
teórica que integre as dimensões históricas e axiológicas do fenômeno jurídico ao objeto da
ciência do direito. Assim, o predomínio do paradigma positivista-normativista, descrito por
Machado (2009) e Hupffer (2008) é completo.

Se a educação oferecida no curso de direito da UFRN for analisada sob o


prisma da pesquisa científica produzida na seara do trabalho de conclusão de curso, o que é
o objetivo desta pesquisa (considerando apenas os trabalhos em forma monográfica), então
as afirmações dos autores se mostram plenamente verdadeiras.

Das 30 (trinta) pesquisas científicas que tiveram suas temáticas e abordagens


investigadas para a constatação da primeira hipótese, a partir do título funcional, do índice,
  40  

da introdução e da conclusão dos trabalhos10, absolutamente todas podem ser consideradas


estritamente dentro do paradigma positivista-normativista. As temáticas das pesquisas
giram sempre em torno de questões como a análise do ordenamento jurídico pátrio11, do
ativismo judicial12, de elementos do processo judicial13, de instrumentos normativos na
seara administrativa14, da análise da eficácia de determinada lei15, das teses sustentadas
perante tribunais16, de institutos de direito civil17, dos efeitos da súmula vinculante18 ou de
aspectos jurídicos de determinada questão19, considerando sempre como “aspectos
jurídicos” estritamente os aspectos legais da questão.

Mesmo o trabalho intitulado “Sociedade de classe, direito de classe: Uma


perspectiva marxista e atual” 20, que traz uma perspectiva extremamente crítica em relação
ao direito atual, termina por identificar a totalidade do direito ao próprio direito estatal.21

Nenhuma pesquisa analisada traz qualquer tipo de concepção pluralista do


direito, seja na concepção discutida por Boaventura de Sousa Santos, na concepção trazida
por Antonio Carlos Wolkmer ou qualquer outra concepção de pluralismo jurídico. Ou

                                                                                                                       
10
 Para  maiores  detalhes,  consultar  as  fichas  de  análise  no  anexo  I.  
11
  ARAÚJO,   Adriano   da   Silva.   Liberdade   de   expressão   e   criminalização   da   homofobia   no   sistema  
constitucional  brasileiro.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2009.  
12
 FICHA  02:  PIRES,  Lianne  Pereira  da  Motta.  O  ativismo  judicial  no  processo  coletivo:  uma  análise  sob  a  
perspectiva  neoconstitucionalista.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  
2010.  
13
  FICHA   04:   MACEDO,   Lorena   Neves.   Tutela   de   Evidência:   Delineamentos.   Monografia   (Graduação   em  
direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2010.  
14
  FICHA   05:   COSTA,   Albertino   Pierre   da.   Realização   conjunta   de   sistema   de   registro   de   preços:   novo  
paradigma   à   efetividade   do   princípio   constitucional   da   eficiência   na   seara   das   contratações   públicas.  
Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2010.  
15
  FICHA   11:   FELIX,   Fábio   Henrique   de   Miranda.   Lei   Complementar   123/2006:   Contribuições   da   nova   lei  
geral   para   as   micro   e   pequenas   empresas   no   âmbito   tributário.   Monografia   (Graduação   em   direito)   –  
Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2009.  
16
  FICHA   12:   SOUTO,   Isaac   Vinícius   Costa.   Teses   defensivas   sustentadas   perante   o   tribunal   do   júri  
brasileiro:   uma   abordagem   direcionada   ao   homicídio.   Monografia   (Graduação   em   direito)   –   Curso   de  
direito  da  UFRN.  Natal,  2009.  
17
  FICHA  17:   LOPES,   Patrícia   Cristina   Cortes   Pinheiro.  Guarda   compartilhada   e   sua   aplicação   na   realidade  
familiar   brasileiro   após   o   advento   da   Lei   N°   11.698/08.   Monografia   (Graduação   em   direito)   –   Curso   de  
direito  da  UFRN.  Natal,  2009.  
18
  FICHA   15:   SANTOS,   Tiago   Batista   dos.   Origens,   disciplina   e   possíveis   reflexos   da   súmula   vinculante   no  
direito  pátrio.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2009.  
19
  FICHA   23:   GUADAGNIN,   Rodrigo   Pimentel.   Aspectos   Jurídicos   e   Constitucionais   das   Atividades  
Nucleares.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2008.  
20
  FICHA   08:   CHAGAS,   Juary   Luís.   Sociedade   de   classe,   direito   de   classe:   Uma   perspectiva   marxista   e   atual.  
Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2010.  
21
Ao   criticar   a   perspectiva   de   Boaventura   de   Sousa   Santos   de   considerar   o   direito   com   potencial  
emancipatório,   o   autor   claramente   identifica   o   direito   como   instrumento   de   dominação   utilizado   pelo  
Estado  de  característica  burguesa.  
  41  

mesmo a concepção dialética do direito trabalhada por Roberto Lyra Filho. A concepção
positivista e normativista do direito parecem unanime.

Algumas pesquisas procuraram ampliar mais o campo de análise, abordando


elementos históricos e sociais em suas pesquisas, por exemplo, as monografias das Fichas
01, 06, 08, 29 e 30 22. No entanto, terminaram por isolar, na análise, os elementos jurídicos
apenas na legislação e nas decisões dos tribunais, exemplificada pela jurisprudência.

Apesar do tamanho da amostra, que pode ser considerada pequena, face ao


universo da pesquisa, ela se mostra significativa por sua qualidade, afinal trata-se do
trabalho científico mais importante e de maior fôlego de estudantes que se interessaram
voluntariamente por desenvolver pesquisa, além de serem construídas sob a orientação de
professores do próprio curso e terem obtido em avaliação de banca examinadora as notas
máximas ou próximas do máximo.

Essas características indicam que o resultado das pesquisas não foge ao padrão
ou perfil desejado pelo curso, pelo contrário, é reflexo direto deles.

Diante desse cenário, conclui-se que a primeira hipótese foi confirmada pela
análise das monografias, apontando fortes indícios de que o quadro descrito pelas obras
anteriormente apontadas acerca do paradigma científico do direito que é ensinado nas
escolas jurídicas do país também se aplica ao curso de direito da UFRN.

5.3.3 Segunda hipótese

A segunda hipótese trata do perfil da metodologia empregada nas pesquisas


científicas realizadas para as monografias e pode ser considerada uma conseqüência direta
                                                                                                                       
22
  FICHA   01:   SANCA,   Moizés   Alberto.   A   compatibilização   da   sustentabilidade   socioeconômica   e   a  
preservação  do  meio  ambiente  e  do  equilíbrio  ecológico.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  
direito  da  UFRN.  Natal,  2011.  
FICHA  06:  FERNANDES,  Vinícius  da  Costa.  Segregação  racial  nos  Estados  Unidos  da  América  e  a  mutação  
constitucional   no   âmbito   da   Suprema   Corte.   Monografia   (Graduação   em   direito)   –   Curso   de   direito   da  
UFRN.  Natal,  2010.  
FICHA  08:   CHAGAS,  Juary  Luís.   Sociedade  de  classe,  direito  de  classe:  Uma  perspectiva  marxista  e  atual.  
Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2010.  
FICHA  29:  BONAVIDES,  Natália  Bastos.  Realidade  versus  Constituição  na  comunicação  social:  as  concessões  
de  serviços  de  radiofusão  para  políticos.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  
Natal,  2011.  
FICHA  30:  BEZERRA,  Hélio  Miguel  Santos.  O  direito  à  moradia  e  sua  aplicabilidade  na  realidade  brasileira.  
Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2011.  
 
 
  42  

da primeira hipótese. Isso por que, de acordo com Roberto Lyra Filho, na relação de
conhecimento o objeto produzido é o resultado do ato cognoscitivo exercido por
determinado sujeito através de determinado método, e este sujeito, utilizando-se deste
método, aprecia o objeto a partir das categorias e do instrumental que este coloca à sua
disposição (RODRIGUES, 2008). Como o positivismo, ainda de acordo com Lyra Filho, é
uma teoria que se restringe à análise da norma positivada pelo Estado e que procura reduzir
o direito a lei, fazendo do sistema legal um sistema unívoco, fechado e completo, precisa
se utilizar de métodos estáticos, não dinâmicos, que possibilite excluir da análise as
contradições, evoluções e involuções da dialética social. Assim, muitas vezes consegue
obscurecer as próprias contradições existentes no ordenamento legal, fazendo-o parecer
adquirir as características que lhe imputa (1980).

Ao considerar também, além do modelo científico que requer método próprio,


algumas deficiências da educação jurídica como o pouco incentivo institucional à pesquisa
científica e à extensão universitária, e a limitação do modelo pedagógico à sala de aula, a
segunda hipótese prevê que, em geral, será utilizada exclusivamente a metodologia de
conclusões por dedução e restrita à investigação bibliográfica.

Na amostra recolhida para análise, das 30 (trinta) monografias apenas 04


(quatro) monografias apresentam uma metodologia que foge do perfil descrito na hipótese.
Todas as outras utilizam uma metodologia que fica restrita à análise bibliográfica, com a
23
consulta à “doutrina” , à legislação, à jurisprudência, e algumas monografias utilizaram
também a consulta a projetos de leis e também obras de outras áreas do conhecimento.
Chegaram às conclusões a partir do estudo e comparação do material pesquisado,
utilizando o método da dedução lógica.

As quatro pesquisas científicas que utilizam metodologia que foge ao perfil


dominante traçado na hipótese, são as pesquisas analisadas nas fichas de n° 03, 17, 29 e 30.

A pesquisa descrita na ficha de n° 0324 tem como temática a análise do


processo eletrônico como instrumento de controle de procedimentos internos para a
efetivação da prestação jurisdicional. Para a realização da pesquisa, a autora faz uma

                                                                                                                       
23
 Manuais  jurídicos  e  livros  acerca  do  direito  Positivo  em  geral.  
24
  LIRA,   Luzia   Andressa   Feliciano   de.   Análise   do   processo   eletrônico   como   instrumento   de   controle   de  
procedimentos  internos  para  a  efetivação  da  prestação  jurisdicional.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  
Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2010.  
  43  

análise bibliográfica e documental com coleta de dados no Sistema Creta, tendo como
objeto a 7° Vara Federal (Juizado Especial Federal) da Seção Judicial do Rio Grande do
Norte. Ou seja, além do método bibliográfico e dedutivo, a autora procura conhecer e
explorar um caso concreto de implantação do processo eletrônico, estudando-o através de
dados oferecidos pelo Sistema Creta, da Justiça Federal.

A pesquisa descrita na ficha de n° 1725 tem como temática o estudo da guarda


compartilhada e sua aplicação na realidade familiar brasileiro após o advento da Lei N°
11.698/08. De forma central, a autora utilizou o método bibliográfico e dedutivo para a
realização da pesquisa, no entanto, procurou ir além, efetuando uma incursão ao campo
para a realização de algumas entrevistas com servidores do poder judiciário e membros de
famílias em situação de guarda compartilhada.

A pesquisa descrita na ficha de n° 2926 tem como temática a relação entre o


tratamento normativo dado pela Constituição Federal à comunicação social e as concessões
de serviços de radiofusão para políticos. Como a autora tem como objetivo também
conhecer e entender quais os efeitos que a posse de concessões por políticos podem
ocasionar no dia-a-dia da democracia brasileira, além da análise bibliográfica, é utilizado a
análise de discursos acerca da cobertura dada pela imprensa para um importante
movimento político que ocorreu no ano de 2011 em Natal. Ou seja, a partir do estudo de
um determinado caso concreto, a autora procura compreender e averiguar a veracidade dos
posicionamentos estudados sobre a questão em tema.

Já a pesquisa descrita na ficha de n° 3027 apresenta como temática o estudo da


aplicação do direito à moradia na realidade brasileira e visa aprofundar a reflexão acerca
dos erros e acertos dos poderes constituídos e respectivas políticas públicas, a fim de
apontar novas perspectivas para a efetividade do direito Fundamental à Moradia. Para
constituir a realidade brasileira no que diz respeito à moradia, é utilizada, além da pesquisa
bibliográfica, a análise de documentos, peças jurídicas, reportagens jornalísticas, relatórios
                                                                                                                       
25
  LOPES,   Patrícia   Cristina   Cortes   Pinheiro.   Guarda   compartilhada   e   sua   aplicação   na   realidade   familiar  
brasileiro  após  o  advento  da  Lei  N°  11.698/08.  Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  
UFRN.  Natal,  2009.  
 
26
  BONAVIDES,   Natália   Bastos.   Realidade   versus   Constituição   na   comunicação   social:   as   concessões   de  
serviços   de   radiofusão   para   políticos.   Monografia   (Graduação   em   direito)   –   Curso   de   direito   da   UFRN.  
Natal,  2011.  
27
  BEZERRA,   Hélio   Miguel   Santos.   O   direito   à   moradia   e   sua   aplicabilidade   na   realidade   brasileira.  
Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2011.  
  44  

de visitas às comunidades carentes, além de diversos dados de institutos de pesquisa, como


também dados recolhidos a partir da participação em projeto de extensão durante a
graduação. Vários casos concretos e específicos são abordados no decorrer do trabalho,
incluindo movimentos políticos em prol de moradia e operações de investigação do
Ministério Público.

Diante do resultado, conclui-se pela confirmação da segunda hipótese, restando


demonstrado, ao menos dentro da amostra recolhida, que o modelo científico do
positivismo jurídico e também as deficiências pedagógicas já apontadas opera efeitos
direto na metodologia utilizada nas pesquisas. É possível perceber também que a segunda
hipótese foi constatada de forma menos rígida que a primeira, sendo observadas algumas
pesquisas que deram passos além do esperado, o que pode indicar que mesmo dentro do
atual cenário de educação jurídica, mudanças são possíveis. Isso sugere que investigar e
estudar de que forma estimular e incentivar tais mudanças devem ser um dos objetivos das
pesquisas dentro da área da educação jurídica.

5.3.4 Terceira hipótese

Para a constatação da validade da terceira hipótese, houve o levantamento da


bibliografia de todas as monografias, em busca da verificação da presença ou ausência de
quatro elementos: manuais jurídicos, obras de outras áreas do conhecimento, obras de
autores estrangeiros e teses, dissertações ou monografias.

De todas as hipóteses, essa foi a que apresentou maior variação nos resultados,
sendo comprovada de forma parcial.

No quesito presença de manuais jurídicos, a hipótese foi confirmada. Apenas a


monografia de ficha n° 0828 não apresentou em sua bibliografia a presença de manuais
jurídicos. Em todas as outras foram constatadas uma forte presença de manuais jurídicos,
em todos os ramos do direito. Esse resultado parece não apenas indicar a abundância desse
tipo de obra teórica na literatura jurídica, mas também indica que a denúncia de Hupffer
(2008) acerca da cultura manualesca na educação jurídica se mostra verdadeira.

É bem possível que as causas da forte presença dessas obras são mesmo a
utilização excessiva dos manuais jurídicos como livro-base das disciplinas ministradas
                                                                                                                       
28
  CHAGAS,   Juary   Luís.   Sociedade   de   classe,   direito   de   classe:   Uma   perspectiva   marxista   e   atual.  
Monografia  (Graduação  em  direito)  –  Curso  de  direito  da  UFRN.  Natal,  2010.  
  45  

durante a graduação e também a funcionalidade dessas obras à preparação para concursos


públicos.

No quesito obras de outras áreas do conhecimento, apesar da hipótese também


se confirmar, o resultado mostra-se mais animador. De todas as monografias analisadas, 07
(sete) delas utilizaram para a realização da pesquisa obras de outras áreas do conhecimento
para além do direito. Foram as monografias das fichas de n° 01, 03, 06, 08, 11, 17 e 2929.

Apesar da utilização dessas obras não indicar que as pesquisas tenham de fato
um caráter interdisciplinar, a busca por estudos em outras áreas já indica, ao menos, um
primeiro passo nessa direção.

No quesito obras de autores estrangeiros, o resultado mostrou-se totalmente


diferente do previsto na hipótese. Dos 30 trabalhos investigados, 17 (dezessete)
apresentaram terem consultados obras de autores estrangeiros. Ou seja, mais da metade, o
que determina que a hipótese provou-se falsa. Isso demonstra que o curso parece estar
aberto à discussão jurídica que se realiza em outros países, em um fluxo de troca de
informações que se pode considerar razoável.

Nesse ponto há um dado interessante. A esmagadora maioria dos autores


citados tem origem européia, seguida de perto por autores estadunidenses30. Raríssimas
foram as citações de autores da América Latina ou de países não ocidentais, o que indica a
forte influência do conhecimento jurídico de matriz européia e estadunidense. Esses dados
podem indicar também que a própria formação dos docentes apresenta influência maior
desses países.

O último quesito diz respeito a pesquisa em teses, dissertações ou monografias


para a composição dos trabalhos. Mais uma vez a hipótese foi confirmada. O resultado
encontrado foi de que apenas 03 (três) monografias procuraram esse tipo de fonte, todas
elas utilizando dissertações. Esse resultado indica claramente o pouco desenvolvimento da
pesquisa científica no curso de direito da UFRN, inclusive pouco desenvolvimento de
metodologia de pesquisa. A pós-graduação é o espaço por excelência, no Brasil, para o
desenvolvimento da pesquisa científica no âmbito do direito. Os trabalhos produzidos
nesse âmbito (teses e dissertações) representam um vasto e rico campo de pesquisas atuais

                                                                                                                       
29
 Ver  anexo  I.  
30
 Ver  as  fichas  do  anexo  I.  
  46  

e significativas, que podem oferecer subsídios importantes para a realização de novas


pesquisas, possibilitando um fluxo essencial da pós-graduação para a graduação.

No entanto, os resultados indicam que não há ainda uma cultura por busca de
dados e estudos nessa fonte no curso de direito da UFRN, ainda sendo prioritária a busca
por fontes como manuais jurídicos e artigos científicos na internet.

De fato, como já foi chamado à atenção, o tamanho da amostra analisada não


permite fazer afirmações conclusivas acerca do perfil educacional do curso de direito da
UFRN. No entanto, as dificuldades encontradas para a realização da investigação e os
resultados encontrados indicam claramente que algumas das deficiências da educação
jurídica brasileira, apontada pelos autores e que puderam ser testadas, também incidem no
curso jurídico da UFRN.
  47  

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao empreender uma reflexão crítica sobre a educação jurídica no Brasil em


conjunto com uma investigação empírica acerca da realidade do curso de direito da UFRN,
apontou-se uma série de dificuldades para a construção de uma formação educacional na
área jurídica que de fato atenda as necessidades presentes da sociedade brasileira.

Em resumo, a construção de um quadro de deficiências na primeira parte do


trabalho revelou inúmeros pontos sobre os quais ainda é preciso pesquisar, investigar,
refletir e questionar de forma mais aprofundada, se houver a vontade verdadeira de pensar,
elaborar e por em prática políticas acadêmicas que elevem a qualidade da educação
superior brasileira a um nível de excelência que de fato possibilite a produção de
conhecimento e a formação de profissionais críticos e conscientes de suas
responsabilidades na sociedade.

Como já foi afirmado, não basta fazer periodicamente reformas curriculares, ou a


implementação de novos modelos pedagógicos. É preciso mudar a própria visão do direito
que é ensinado nas escolas e, junto com essa mudança, mudar o próprio conceito de
educação jurídica.

Vive-se hoje um período de explosão no número de faculdades de direito no país,


sobretudo no campo da educação privada. Paradoxalmente, a temática da educação jurídica
continua a ocupar a periferia do pensamento dos juristas brasileiros. É preciso levar a
questão da educação jurídica mais a sério. É visível a escassez de pesquisas, obras e
espaços dedicados exclusivamente a tratar do tema. Além disso, nota-se o abismo entre a
área jurídica e a área da pedagogia na abordagem sobre a formação em direito.

A situação do curso de direito da UFRN só vem a reforçar esse cenário. Acredita-se


que essa é a primeira pesquisa voltada para discutir a realidade educacional do curso. As
dificuldades encontradas para a realização da investigação demonstram o quão
despreparado está o curso para voltar-se para si mesmo e começar a refletir sobre suas
práticas e seus rumos. O presente trabalho aponta que o primeiro passo é sistematizar e
organizar todas as informações sobre o próprio curso e seus sujeitos, para facilitar a
construção de novas pesquisas, novas discussões e também políticas de melhorias.
  48  

Apesar de apresentar alguns resultados que indicam que é necessário investir mais
em pesquisa científica, extensão universitária, modelos científicos alternativos, novas
metodologias de ensino e pesquisa, várias questões permanecem em aberto. Qual a opinião
do corpo docente e discente sobre as questões tratadas na pesquisa? Quais as sugestões que
eles têm a apresentar? Quais as maiores dificuldades vividas pelos estudantes de direito da
UFRN? Será que o perfil dos artigos científicos apresentados como trabalho de conclusão
de curso é diferente do perfil das monografias aqui analisadas? Os poucos projetos de
extensão universitária que existem no curso afetam de fato a formação dos estudantes e a
experiência docente dos professores?

Como é possível perceber, várias questões ainda precisam ser respondidas em


novas pesquisas. A intenção desse trabalho foi dar um passo inicial na discussão científica
sobre o próprio curso. Espera-se que com os dados e posicionamento expostos aqui novos
debates sejam abertos.
  49  

7 BIBLIOGRAFIA

ADORNO, Sérgio. Os aprendizes do poder: o bacharelismo liberal na política brasileira.


Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.

AGUIAR, Roberto A. R. de. Habilidades: ensino jurídico e contemporaneidade. Rio de


Janeiro: DP&A, 2004.

RASIL. Constituição Federal de 1988.

BRASIL. Lei 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação).

BRASIL (Ministério da Educação). Portaria 1.886/1994.

BRASIL (Conselho Nacional de Educação). Resolução 09/2004.

CARLINI, Angélica; CERQUEIRA, Daniel; ALMEIDA FILHO, José Carlos. 180 anos do
Ensino Jurídico no Brasil. Campinas: Millennium Editora, 2008.

CRUZ, Elisa Pires da; SENA, Jaqueline; BLOTTA, Vitor; LEVY, Wilson. In:
CERQUEIRA, DANIEL; CARLINI, Angélica; ALMEIDA FILHO, José (Org). 180 anos
do ensino jurídico no Brasil. Campinas, SP: Millenium Editora, 2007.

FERRAZ JR., Tércio Sampaio. Função Social da dogmática jurídica. São Paulo: Revista
dos Tribunais, 1980.

FREIRE, Paulo. “Extensão ou Comunicação?” 5° ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1980.

______. Pedagogia do Oprimido. 25. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.

GUSTIN, M. S; DIAS, M. T. F. (Re)Pensando a Pesquisa Jurídica. Teoria e Prática.


Belo Horizonte: Del Rey, 2002.

HUPFFER, Haide Maria. Ensino jurídico: um novo caminho a partir da Hermenêutica


Filosófica. Viamão, RS: Entremeios, 2008.

KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1985.

LYRA FILHO, Roberto. O direito que se Ensina Errado: sobre a reforma do ensino
jurídico. Brasília: Centro Acadêmico de direito da UNB, 1980. 15

______. Para um direito sem Dogmas. Porto Alegre: Fabris, 1980.

______. O que é direito. 1°. ed. Coleção Primeiros Passos, São Paulo. Brasiliense, 1982.

______. Pesquisa em que direito? Brasília: Edições Nair Ltda.

MACHADO, Antônio Alberto. Ensino jurídico e mudança social. 2. ed. São Paulo:
Expressão Popular, 2009.
  50  

OAB – Conselho Federal. Ensino Jurídico: Diagnóstico, Perspectivas e Propostas.


Brasília: Comissão de Ensino Jurídico do Conselho Federal da OAB.

OLIVEIRA, Juliana Ferrari de; MIGUEL, Paula Castello. Ensino jurídico: experiências
inovadoras. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2010.

PÔRTO, Inês da Fonseca. Ensino Jurídico, diálogos com a imaginação: construção do


projeto didático no ensino jurídico. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor, 2000.

RODRIGUES, Horácio Wanderlei. In: CERQUEIRA, DANIEL; CARLINI, Angélica;


ALMEIDA FILHO, José (Org). 180 anos do ensino jurídico no Brasil. Campinas, SP:
Millenium Editora, 2007.

SANTOS, B. de S. Introdução a uma Ciência Pós-Moderna. Rio de Janeiro: Graal,


1989.

SOUSA JÚNIOR, José Geraldo de. O direito como liberdade: o direito Achado na Rua
– experiências populares de criação do direito. 338f. 2008. Tese (Doutorado em direito)
– Programa de Pós-Graduação em direito, Universidade de Brasília (UnB), Brasília.

VAZ DE MELLO, R. M. A formação do docente universitário no contexto da pós-


graduação. 2002. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal de Minas Gerais
– UFMG, Belo Horizonte/MG, 2002.

VENÂNCIO FILHO, Alberto. Das arcadas ao bacharelismo: 150 anos de ensino


jurídico no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 2004, (Série Estudos), v. 57

VENTURA, D. Ensinar direito. Barueri/SP: Manole, 2004.

WARAT, Luís Alberto. Introdução Geral ao direito. Epistemologia Jurídica da


Modernidade. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris Editor: 1995, reimpressão, 2002, v. 2
  51  

ANEXO I
FICHA N° 01

ANO: 2011
TÍTULO: A compatibilização da sustentabilidade socioeconômica e a preservação do
meio ambiente e do equilíbrio ecológico.
AUTOR: Moizés Alberto Sanca.
ÁREA: direito Ambiental
TEMÁTICA: “Apresenta como principais temáticas: a percepção contemporânea da
sustentabilidade socioeconômica; a sustentabilidade ambiental e o ordenamento jurídico
nacional e internacional; e a participação da coletividade na fomentação de
sustentabilidade ambiental.” (INTRODUÇÃO, P.12)
OBJETIVOS DA PESQUISA: “... o presente trabalho jurídico científico tem por objetivo
assinalar os principais aspectos da compatibilização da sustentabilidade socioeconômica e
a preservação do meio ambiente e do equilíbrio ecológico. E mais, abre-se a oportunidade
de reflexões e debates sobre o tema. Sendo as hipóteses desse trabalho se questiona que
importância tem a participação responsável das coletividades para com o bem comum? As
ciências concebidas e as legislações ambientais são imprescindíveis para garantir a
sustentabilidade do capital natural? É possível construir o ethos ambiental? De que forma
será estabelecida a compatibilização da sustentabilidade socioeconômica e o meio
ambiente ecologicamente equilibrado?” (INTRODUÇÃO, P.12.)
METODOLOGIA: O autor propõe realizar uma análise bibliográfica, que será realizada
por meio de documentação indireta. A partir dela, se obterá conclusões dedutivas. “A
metodologia adotada será realizada por meio da documentação indireta, como leis, livros,
artigos, jurisprudência e revistas que podem ser encontrados em bibliotecas e sites. A
presente obra será submetida à pesquisa do tipo qualitativo, além disso, sua abordagem
compreenderá os debates doutrinários, a partir dos quais serão retiradas as conclusões que
sustentarão essas hipóteses elaboradas.” (INTRODUÇÃO, P.12)
BIBLIOGRAFIA: 36 referências citadas. 07 referências estrangeiras. (Portugal, Polônia,
Índia).
Estão presentes na bibliografia obras estrangeiras (apenas de autores europeus), obras de
outras áreas do conhecimento além do direito e também a presença de manuais jurídicos.
Observou-se a ausência de teses, dissertações ou monografias.
  52  

Referências estrangeiras na bibliografia:


1. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Tendências e Perspectivas do Estado de direito
Ambiental no Brasil. In: Estado de direito ambiental: tendências. 2. Ed. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2010.
2. CONSTITUIÇÃO da República Portuguesa. 2010.
3. CONSTITUCIÓN Española.
4. SACHS, Ignacy. Desenvolvimento: includente, sustentável, sustentado. Rio de Janeiro:
Garamond, 2004.
_________. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond,
2002.
_________. Ecodesenvolvimento: crescersem destruir. São Paulo: Vértice, 1986.
5. SEM, Amartya Kumar. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia das
Letras, 2000.
Referência de obras de outras áreas de conhecimento:
1. DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa.2.ed.São Paulo: Atlas, 2010.
2. FREIRE, Paulo. Educação e mudança. 30. Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2007.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional/global.

FICHA N° 02

ANO: 2010
TÍTULO: O ativismo judicial no processo coletivo: uma análise sob a perspectiva
neoconstitucionalista.
AUTORA: Lianne Pereira da Motta Pires.
ÁREA: direito Processual Civil.
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente trabalho tem por objeto a
análise da aplicabilidade do princípio do ativismo judicial nos processos coletivos, com
embasamento teórico no fenômeno do neoconstitucionalismo. Objetiva efetuar o cotejo
entre as principais concepções doutrinárias sobre o tema, apontar as peculiaridades das
  53  

demandas coletivas frente ao processo comum, para, por fim, elencar os fundamentos
doutrinários, constitucionais e jurisprudenciais que conferem supedâneo à atuação proativa
dos magistrados nas ações que versam sobre os direitos transindividuais.” (RESUMO, P.1)
METODOLOGIA: A autora realiza uma análise bibliográfica, com a utilização de obras
doutrinárias, legislação e jurisprudência de tribunais superiores. Apresenta conclusões a
partir da dedução.
BIBLIOGRAFIA: 30 referências citadas.
Ausência de obras estrangeiras, teses, dissertações e monografias, obras de outras áreas do
conhecimento além do direito. Presença de manuais jurídicos.
Manuais jurídicos:
1. DIDIER JR, Fredie; ZANETI JR, Hermes. Curso de direito Processual Civil –
Processo coletivo. 5° Ed. Salvador: Jus Podivm, 2010.
2. LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito Processual do Trabalho. 8° Ed.
São Paulo: LTR, 2010.
3. MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de direito Processual Civil – Vol. 1. 4° Ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, com a utilização
de alguns elementos concretos como jurisprudência de tribunais superiores, de âmbito
nacional.

FICHA N°03

ANO: 2010
TÍTULO: PROCESSO ELETRÔNICO: Enfoque no controle de procedimentos internos
como forma de garantir a eficiência da função pública jurisdicional e a efetividade da
prestação jurisdicional.
AUTOR: Luzia Andressa Feliciano de Lira
ÁREA: direito Processual
TEMÁTICA: Análise do processo eletrônico como instrumento de controle de
procedimentos internos para a efetivação da prestação jurisdicional.
  54  

OBJETIVOS DA PESQUISA: “Sob esse contexto, busca-se analisar a relevância dos


instrumentos de controle dos procedimentos internos, realizados no âmbito da 7° Vara
Federal (Juizado Especial Federal) da Seção Judicial do Rio Grande do Norte, para a
eficiência da prestação da função pública jurisdicional e, consequentemente, a efetividade
da prestação jurisdicional.” (RESUMO).
METODOLOGIA: A autora realiza uma análise bibliográfica e documental com coleta
de dados no Sistema Creta, tendo como objeto a 7° Vara Federal (Juizado Especial
Federal) da Seção Judicial do Rio Grande do Norte. “Para isso, foi realizada uma pesquisa
exploratória bibliográfica e documental, com o levantamento bibliográfico sobre o objeto
de estudo, bem como a coleta de dados do Sistema Creta.” (RESUMO).
BIBLIORAFIA: 42 referências citadas. 02 referências estrangeiras (Itália, Inglaterra e
Peru).
Presença de Autores Estrangeiros (Itália e Inglaterra) e de manuais jurídicos. Presença de
uma obra de outra área do conhecimento além do direito. Ausência de teses, dissertações e
monografias.
1. CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryan. Acesso à justiça. Tradução Ellen Gracie
Northfleet. Porto Alegre: 1988.
2. WILLIAMSON, John; KUCZYNSKI, Pedro-Pablo. Depois do Consenso de
Washington: Retomando o crescimento e a Reforma na América Latina. São Paulo:
Saraiva, 2004.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
Para a realização da pesquisa, foi analisada a relevância dos instrumentos de controle dos
procedimentos internos, realizados no âmbito da 7° Vara Federal (Juizado Especial
Federal) da Seção Judicial do Rio Grande do Norte, o que configura a utilização de casos
concretos de âmbito locais e regionais.

FICHA N° 04

ANO: 2010
TÍTULO: Tutela de Evidência: Delineamentos
  55  

AUTOR: Lorena Neves Macedo


ÁREA: direito Processual Civil
TEMÁTICA: “A tutela da evidência consiste em tema dos mais importantes da atualidade
em termos de efetividade processual. Faz parte da movimentação dos processualistas em
torno da tutela jurisdicional adequada conceito do processo civil de resultados, inserido na
fase teleológica da ciência processual. A problemática apresentada é que os lindes da tutela
da evidência carecem de melhores delineamentos, pois não está o instituto desenvolvido de
maneira ordenada pelo legislador atual.” (RESUMO)
OBJETIVOS DA PESQUISA: “Objetiva o presente trabalho demonstrar a existência de
um contorno básico do instituto da tutela da evidência.” (RESUMO)
METODOLOGIA: A autora realiza uma análise bibliográfica e documental, utilizando
obras doutrinárias, legislação, o projeto de lei do novo código civil e a jurisprudência.
“Utiliza, para tanto, a doutrina acerca do assunto, bem assim a legislação atual e o Projeto
de Lei n. 166/2010 – que contempla um novo Código de Processo Civil -, o qual destina à
rubrica “tutela de evidência” uma seção própria e expressamente distinta da “tutela de
urgência”, podendo ser utilizado, como ocorre no presente trabalho, na condição de
parâmetro de orientação no delineamento da tutela da evidência.” (RESUMO)
BIBLIOGRAFIA: 28 referências citadas. 01 referência estrangeira (Itália).
Presença de obras estrangeiras. Presença de manuais jurídicos. Ausência de obras de outras
áreas de conhecimento. Ausência de dissertações, teses e monografias.
1. CAPPELLETTI, Mauro; GARTH, Bryan. Acesso à justiça. Tradução Ellen Gracie
Northfleet. Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1988.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N°05

ANO: 2010
TÍTULO: Realização conjunta de sistema de registro de preços: novo paradigma à
efetividade do princípio constitucional da eficiência na seara das contratações públicas.
  56  

AUTOR: Albertino Pierre da Costa


ÁREA: direito Administrativo
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “A presente monografia objetiva realizar
um estudo aprofundado e específico do instituto do Sistema de Registro de Preços (SRP)
para buscar a formação, em face da análise dos vários meios possíveis de sua utilização, de
novo paradigma à formalização dos mesmos, por meio da aplicação do procedimento de
realização conjunta, em coparticipação entre mais de um órgão e entidade pública, na
pragmática das contratações administrativas brasileiras, à luz do art. 1°, parágrafo único,
inciso IV, do Decreto n° 3.931/2001, como importante forma de dar efetividade ao
princípio constitucional da eficiência, aplicado aos gastos públicos. Ao passo em que visa
expor e evidenciar, a partir da análise da doutrina especializada e do posicionamento do
Tribunal de Contas da União (Acórdão n° 1.487/2007-TCU), os diversos problemas ético-
jurídicos inerentes à prática da adesão (ou “carona”) a SRP´s, formalizados por outros
órgãos e entidades da Administração Pública, nos moldes e sob a égide das normas
atualmente vigentes.” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência.
BIBLIORAFIA: 46 referências citadas.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 06

ANO: 2010
TÍTULO: Segregação racial nos Estados Unidos da América e a mutação constitucional
no âmbito da Suprema Corte.
AUTOR: Vinícius da Costa Fernandes
ÁREA: direito Constitucional
  57  

TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “A presente monografia jurídica presta-


se a examinar o fenômeno da mutação constitucional, por meio da atuação judiciária da
Suprema Corte dos Estados Unidos da América, a partir da perspectiva histórica de
discriminação entre brancos e negros, presente desde o início da civilização norte-
americana, expomos como a segregação racial, que fez parte da cultura daquele país
durante séculos, passou da condição de constitucionalmente legalizada deu-se por meio de
sucessivos fatos marcantes da história jurídica dos Estados Unidos, com sede principal na
Suprema Corte, responsável, desde sempre, pelo pronunciamento da constitucionalidade ou
não das leis naquela nação. Passamos, assim, de um início de segregação racial entre
brancos e negros lícito e constitucional para a atual conjuntura de ilícito jurídico e
inconstitucional.” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, com consultas em obras
doutrinárias, livros de histórias, legislação e jurisprudência, inclusive estadunidense.
BIBLIORAFIA: 21 referências citadas. 05 referências estrangeiras (Itália, Estados Unidos
da América).
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Presença de obras de outras áreas de conhecimento.
1. BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. Brasília: UNB, 1986.
2. BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 10. Ed. Brasília: UNB, 1999,
10° ed.
3. BROWN v. BOARD OF EDUCATION, 347 U.S. 483 (1954).
4. LOSURDO, Domenico. Democracia ou bonapartismo. Rio de Janeiro:> UFRJ, 2004.
5. REHNQUIST, Willian H. The Supreme Court. New York: Vintage Books, 2002.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa aborda o caso da segregação racial nos Estados Unidos e sua
conseqüente constitucionalização. No entanto, realiza o estudo apenas bibliograficamente,
sem análise documental ou outros métodos de obtenção de dados. Também não aborda
assuntos diretamente locais e/ou regionais.

FICHA N° 07

ANO: 2010
  58  

TÍTULO: Hermenêutica constitucional no sistema jurídico brasileiro: considerações


quanto ao método interpretativo mais apropriado frente à supremacia constitucional e à
exigência de fundamentação judicial.
AUTOR: Pedro Eduardo Selva Subtil
ÁREA: Hermenêutica Jurídica
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente trabalho objetiva o estudo de
modelos jus-filosóficos de Hermenêutica constitucional, realizando seu enfrentamento com
o ordenamento jurídico brasileiro e determinando sua adequação quanto a este.”
(RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, com consultas em obras
doutrinárias, legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões através da dedução. “Trata-
se de análise primordialmente bibliográfica que buscará base legal, jurisprudencial e
doutrinária, tendo como principal fundamentação livros e artigos científicos. Ademais, se
desenvolverá no campo do dever-ser, tomando por base as premissas legais e a experiência
jurisprudencial. A partir dessas premissas, será desenvolvido um raciocínio jus-filosófico
acerca do tema, buscando considerações gerais que orientem a devida análise do papel a
ser desempenhado por modelos interpretativos abstratos diante de nossa realidade
jurídica.” (INTRODUÇÃO, P.10)
BIBLIORAFIA: 28 referências citadas. 08 referências estrangeiras (EUA, Alemanha,
Itália, Dinamarca).
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
1. DWORKIN, Ronald. A virtude soberana. A teoria e a prática da igualdade. 1. Ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.
2. _________. Levando os direitos a sério. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 2007.
3. _________. O império do direito. Tradução de Jefferson Luiz Camargo. 2. Ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2007.
4. HESSE, Konrad. Elementos de direito constitucional da república federativa da
Alemanha. Tradução de Luís Afonso Heck. Tradução da 20° Edição. Porto Alegre: Sérgio
Antônio Fabris Editor. 1998.
5. MORRIS, Clarence. Os grandes filósofos do direito. 1. Ed. São Paulo: Martins Fontes,
2002.
  59  

6. PALOMBELLA, Gianluigi. Filosofia do direito. Tradução de Ivone C. Beneditti. São


Paulo: Martins Fontes, 2005.
7. RAWLS, John. Uma teoria da justiça. 3. ED. São Paulo: Martins Fontes, 2008.
8. ROSS, Alf. direito e justiça. Tradução de Edson Bini. Bauru: Edipro, 2000.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 08

ANO: 2010
TÍTULO: Sociedade de classe, direito de classe: Uma perspectiva marxista e atual
AUTOR: Juary Luís Chagas
ÁREA: Sociologia Jurídica
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente trabalho procura se apropriar
e utilizar da teoria marxista visando conceituar o direito e, a partir desse contexto, expor
sua instrumentalidade, seu caráter de classe.” (RESUMO)
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, com consultas em obras
doutrinárias, abrangendo o campo da sociologia, economia, política e filosofia política,
além do campo jurídico. Apresenta conclusões através da dedução. “Para tanto, resgata-se
o método aplicado por Marx em sua obra magna, de modo a buscar a gênese do direito no
desenvolvimento histórico das categorias sociais mais simples e abstratas localizadas na
base material da sociedade. Ao empregar esse método, este estudo percorre a história das
sociedades remontando o processo humano de produção da sua sobrevivência e, dessa
forma, identifica o direito como um resultado da forma mercantil, que por sua vez é
determinada pelas relações de produção e pelos conflitos de classe que estas mesmas
relações engendram.” (RESUMO).
BIBLIOGRAFIA: 61 referências citadas. 46 referências estrangeiras.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Ausência de
manuais jurídicos. Presença de obras de outras áreas de conhecimento.
1. ANDERSON, Perry. As antinomias de Gramsci. São Paulo: Editora Joruês, 1986.
  60  

2. BUCKARIN, N, ENGELS, Friendrich. ABC do comunismo. Princípios do comunismo.


São Paulo: Global Editora, 1980.
3. ENGELS, Friendrich. A dialética da natureza. 6° edição. São Paulo: Editora Paz e
Terra, 2000.
4. ___________. A origem da família, da propriedade privada e do estado. 1° edição. São
Paulo: Centauro Editora, 2002.
5. GRAMSCI, Antonio. Cadernos do Cárcere. Vol. 1. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2006.
6. ___________. Cadernos do Cárcere. Vol. 2. 5° edição. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2004.
7. HERNÁNDEZ, Martín. O veredicto da história. Rússia, China e Cuba: da revolução
socialista à restauração do capitalismo. São Paulo: Editora Sundermann, 2008.
8. LENIN, Vladimir Ilitch. O estado e a revolução. A revolução proletária e o renegado
Kautsky. São Paulo: Editora Sundermann, 2005.
9. ___________. Obras escolhidas. Vol. 1. São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1979.
10. ___________. Obras escolhidas. Vol. 2. São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1980.
11. ___________. Obras escolhidas.Vol. 3. 2° Edição. São Paulo: Editora Alfa-Omega,
2004.
12. LUXEMBURGO, Rosa. Reforma social ou revolução? São Paulo: Global Editora,
1986.
13. MARX, Karl. Introdução à crítica da economia política. Paris: Ed. Sociales, 1957,
tradução da Ed. Acadêmica.
14. ___________. O capital: crítica da economia política. L. 1, vol. 1, 17° edição. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
15. ___________. O capital: crítica da economia política. L. 1, vol. 2, 17° edição. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2001.
16. ___________. Manuscritos econômicos-filosóficos. São Paulo: Editora Martin Claret,
2001.
17. MARX, Karl; ENGELS, Friendrich. A ideologia alemã (Feuerbach). 7° edição. São
Paulo: Editora Hucitec, 1989.
18. ___________. Manifesto comunista e princípios do comunismo. São Paulo: Editora
Sundermann, 2003.
19. ___________. Obras escolhidas. Vol. 1. São Paulo: Editora Alfa-Omega, sine datum.
  61  

20. ___________. Obras escolhidas. Vol. 2. São Paulo: Editora Alfa-Omega, sine datum.
21. ___________. Obras escolhidas. Vol. 3. São Paulo: Editora Alfa-Omega, sine datum.
22. MORENO, Nahuel. As revoluções do século XX. São Paulo: Editora Sundermann,
2003.
23. ___________. Lógica marxista e ciências modernas. São Paulo: Editora Sundermann,
2007.
24. NOVACK, George. Introdução à lógica marxista. São Paulo: Editora Sundermann,
2005.
25. PACHUKANIS, E. B. direito internacional.
26. Mais seis obras de PACHIKANIS.
32. PODVOLOTSKY, Ivan Petrovitch. Para uma teoria marxista do direito: crítica
sistêmico-normativa à doutrina jurídica de Piotr Stutchka.
33. REED, John. 10 dias que abalaram o mundo. Porto Alegre: L&PM, 2002.
34. SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma revolução democrática da justiça. São
Paulo: Editora Cortez, 2007.
35. __________. “Poderá o direito ser emancipatório?”. Revista Crítica de Ciências
Sociais, 65, p. 3-76, 2003.
36. STUCKA, Petr Ivanovich. direito de classe e revolução socialista. 3° edição. São
Paulo: Editora Sundermann, 2009.
37. __________. direito e luta de classes: teoria geral do direito. São Paulo: Editora
Acadêmica, 1988.
38. __________. O problema do direito de classe e da justiça de classe.
39. TROTSKY, Leon. A revolução desfigurada. São Paulo: Centauro Editora, 2007.
46. Mais sete obras de Trotsky.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
global.

FICHA N°09

ANO: 2009
  62  

TÍTULO: Responsabilidade Estatal decorrente da omissão e o direito à indenização


AUTOR: Leandro Dias de Sousa Martins
ÁREA: direito Civil
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Analisa a questão da responsabilidade
civil do Estado quando praticado sob a modalidade omissiva perante a lacuna legislativa
existente. Assim, traçar um perfil de como se identifica essa responsabilidade e o modo de
indenização. Abordando a origem histórica desse conceito de responsabilidade até chegar
aos tempos hodiernos, no qual há uma separação entre responsabilidade estatal objetiva e a
subjetiva. Busca-se apoio nos conceitos doutrinários, uma análise da jurisprudência das
altas cortes brasileiras e um embasamento legal para justificá-lo.” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica. “Busca-se
apoio nos conceitos doutrinários, uma análise da jurisprudência das altas cortes brasileiras
e um embasamento legal para justificá-lo.” (RESUMO).
BIBLIOGRAFIA: 25 referências citadas. 01 referência estrangeira. 09 referências à
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Obras estrangeiras:
1. ENTERRÍA, Eduardo Garcia de; FERNÁNDEZ, Tomás-Ramón. Curso de Derecho
Administrativo II. 5. Ed. Madrid: Editora Civitas, 1998.
Manuais jurídicos:
1. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito Administrativo. 22. Ed.
São Paulo: Malheiros, 2007.
2. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito Administrativo. 17. Ed. Rio
de Janeiro: Lúmen Júris, 2007.
3. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. direito Administrativo. 20. Ed. São Paulo: Atlas,
2007.
4. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de direito
Civil: Responsabilidade Civil. 6. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
5. GASPARINI, Diogenes. direito Administrativo. 12. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
6. LENZA, Pedro. direito Constitucional Esquematizado. 13. Ed. São Paulo: Editora
Saraiva, 2009.
  63  

7. MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocência Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo


Gonet. Curso de direito Constitucional. 4. Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2006.
8. MORAES, Alexandre de. direito Constitucional. 19. Ed. São Paulo: Editora Atlas,
2006.
9. ENTERRÍA, Eduardo Garcia de; FERNÁNDEZ, Tomás-Ramón. Curso de Derecho
Administrativo II. 5. Ed. Madrid: Editora Civitas, 1998.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N°10

ANO: 2009
TÍTULO: Aspectos teóricos e procedimentais da modalidade licitatória pregão no estado
do Rio Grande do Norte.
AUTOR: Camila Monaliza Franco Costa
NOTA: 10,00
ÁREA: direito Administrativo
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Para realizar suas funções, a
Administração Pública recorre frequentemente à colaboração de terceiros, utilizando-se de
bens e serviços de particulares para melhor cumprir suas finalidades. Os procedimentos
licitatórios surgem, então, como o procedimento preliminar rigorosamente determinado e
preestabelecido em lei, que permitirá à Administração Púbica selecionar a proposta que
oferece mais vantagens para o contrato de seu interesse. O presente trabalho visa analisar a
célere forma procedimental da modalidade licitatória denominada Pregão, enfocando-se
em sua aplicação e regulamentação no âmbito do Estado do Rio Grande do Norte e no
tratamento diferenciado concedido às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte neste
procedimento.” (RESUMO).
METODOLOGIA: A autora realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 30 referências citadas. 08 referências a manuais jurídicos.
  64  

Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de


manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Manuais jurídicos:
1. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito Administrativo. 17. Ed. Rio
de Janeiro: Lúmen Júris, 2007.
2. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. direito Administrativo. 20. Ed. São Paulo: Atlas,
2007.
3. FILHO, Marçal Justen. Curso de direito Administrativo. 1. Ed. São Paulo: Saraiva,
2005.
4. GASPARINI, Diógenes. direito Administrativo. 5. Ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
5. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito Administrativo. 23. Ed. São
Paulo: Malheiros, 2007.
6. MEIRELLES, Hely Lopes. direito Administrativo Brasileiro. 28. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2003.
7. MORAES, Alexandre de. direito Constitucional. 11. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
8. SILVA, José Afonso da. Curso de direito Constitucional Positivo. 20. Ed. São Paulo:
Malheiros, 2002.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
global.

FICHA N°11

ANO: 2009
TÍTULO: Lei Complementar 123/2006: Contribuições da nova lei geral para as micro e
pequenas empresas no âmbito tributário.
AUTOR: Fábio Henrique de Miranda Felix
NOTA: 10,00
ÁREA: direito Tributário
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “A situação das empresas de pequeno
porte estava exigindo melhorias em vários aspectos, principalmente no campo tributário,
  65  

devido a sua vital importância na economia brasileira. A edição da Lei Complementar 123
de 14 de dezembro de 2006, mais conhecida como Lei Geral das microempresas e das
empresas de pequeno porte, promete mudar esse cenário, incentivando-as de todas as
formas possíveis e, principalmente, atraindo-as para a formalidade. Graças ao novo regime
especial de arrecadação simplificado, chamado de Simples Nacional ou Supersimples, a
redução da carga tributária parece se tornar uma realidade. Nesse contexto, a pesquisa que
será apresentada a seguir abordará os principais benefícios de tal Lei para as empresas-
alvo, dando-se enfoque aos aspectos tributários.” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação, jurisprudência e sites de internet. Apresenta conclusões com base na dedução
lógica. “Para tanto, foi aplicado, predominantemente, o método bibliográfico, a partir da
utilização do conteúdo de artigos, trabalhos acadêmicos, revistas, livros e sites que
possuem informações pertinentes ao tema em questão.” (RESUMO).
BIBLIOGRAFIA: 57 referências citadas. 01 referência estrangeira. 07 referências a
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Presença de uma dissertação. Presença de manuais
jurídicos. Presença de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências jurídicas:
1. LONGENECKER, Justin et al. Administração de pequenas empresas. 13. Ed. São
Paulo: Tompson Learning, 2007.
Referências a manuais jurídicos:
1. AMARO, Luciano. direito tributário brasileiro. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
2. CERRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário. 23. Ed. São
Paulo: Malheiros Editores, 2007.
3. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 18. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2007.
4. CASTRO, Adilson Gurgel de; GOMES, Carlos Roberto de Miranda. Curso de direito
tributário: parte geral e especial. 7. Ed. Natal: Nordeste, 2005.
5. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 27. Ed. São Paulo: Malheiros
Editores, 2006.
6. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito Administrativo. 8. Ed. São
Paulo: Malheiros, 1996.
7. MORAES, Alexandre de. direito constitucional. 19. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
  66  

ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU


REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
global.

FICHA N°12

ANO: 2009
TÍTULO: Teses defensivas sustentadas perante o tribunal do júri brasileiro: uma
abordagem direcionada ao homicídio.
AUTOR: Isaac Vinícius Costa Souto
NOTA: 10,00
ÁREA: direito Processual Penal
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Analisa as teses defensivas trazidas à
tona no seio do Tribunal do Júri brasileiro, abordando, especificamente, os argumentos que
giram em torno do crime de homicídio. Frisa a relevância da desenvoltura técnica dos
defensores que atuam perante o Tribunal do Júri brasileiro, os quais sempre devem estar a
par das teses que podem ser sustentadas de acordo com o caso concreto. Descreve um
escorço do patamar histórico da instituição do Júri no Brasil e no mundo, corroborando
com o âmago do princípio constitucional da plenitude de defesa, o qual propaga até maior
enlevo que o princípio constitucional da ampla defesa. A proposta contempla as mais
diversas teses de defesa, as quais estão divididas, basicamente, nos compartimentos da
atipicidade, excludentes de ilicitude, excludentes de culpabilidade e causas de diminuição
de pena. Constata tanto as possibilidades mais corriqueiras de defesa, bem como teses
menos utilizadas, contudo, todas dispostas a auxiliar constantemente o advogado atuante
na tribuna do Júri, e os demais estudiosos e admiradores da instituição do Júri, do direito
penal e processual penal. Desenvolve a proeminência que vem imantada com a mais
abalizada defesa, a qual sempre deve estar presente em toda seara jurídica, especialmente
no imo do Júri, no qual os pares julgam os pares, de acordo com a justiça humana.”
(RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias e
legislação. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
  67  

BIBLIOGRAFIA: 26 referências citadas. 09 referências a manuais jurídicos.


Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. CAPEZ, Fernando. Curso de direito Penal. V. II. 9. Ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
2. GRECO, Rogério. Curso de direito Penal: Parte Geral. Vol. 1. 6. ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2006.
3. GRECO, Rogério. Curso de direito Penal: Parte Geral. Vol. 2. 3. ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2007.
4. MASSON, Cleber Rogério. direito Penal Esquematizado: Parte Geral. São Paulo:
Método, 2008.
5. MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de direito Penal: Parte Geral. 17. Ed. São Paulo:
Atlas, 2001.
6. MORAES, Alexandre. direito Constitucional. 19. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
7. NUCCI, Guilherme de Souza. Tribunal do Júri. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2008.
8. RANGEL, Paulo. direito Processual Penal. 13. Ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
9. TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de direito Processual
Penal. 3. Ed. Salvador: Juspovim, 2009.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
global.

FICHA N°13

ANO: 2009
TÍTULO: O novo perfil do mandado de injunção frente ao julgamento dos MI N. 670-ES,
708-DF e 712-PA pelo STF
AUTOR: Maria Karollina Gomes de Medeiros
NOTA: 9,0
ÁREA: direito Processual Constitucional
  68  

TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente estudo pretende, com base


em pesquisa doutrinária e jurisprudencial, analisar a evolução das construções
interpretativas dos efeitos da decisão concessiva do mandado de injunção, bem como a
atual tendência de lhe conferir máxima eficácia, a fim de consolidá-lo como mecanismo
apto a atribuir plena executoriedade às normas constitucionais destituídas de eficácia
imediata, neutralizando as conseqüências lesivas decorrentes da ausência de
regulamentação normativa de preceitos constitucionais revestidos de eficácia limitada.”
(RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias e
jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica. “O presente estudo
pretende, com base em pesquisa doutrinária e jurisprudencial, analisar...” (RESUMO).
BIBLIOGRAFIA: 18 referências citadas. 09 referências à manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: os
conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. São Paulo: Saraiva, 2009.
2. FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Curso de direito constitucional. 23. Ed. São
Paulo: Saraiva, 1996.
3. MORAES, Alexandre de. direito Constitucional. 19. Ed. São Paulo: Atlas, 2006.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa analisa os casos concretos dos julgamentos dos MI N. 670-ES, 708-
DF e 712-PA pelo STF. Aborda assim, assuntos de interesses nacionais.
FICHA N°14

ANO: 2009
TÍTULO: Sociedade de Risco e direito Ambiental: As transformações necessárias, em
especial no instituto da responsabilidade civil, com vistas a adequar este ramo jurídico à
realidade da sociedade pós-moderna.
AUTOR: Priscilla Dantas Ribeiro Teixeira
ÁREA: direito Ambiental
  69  

TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Diante deste cenário de ineficiência do


direito clássico, notadamente do instituto da responsabilização civil ambiental, em face das
novas demandas da sociedade, o presente trabalho propõe analisar o novo papel a ser
desempenhado pelo direito ambiental, em especial pelo instituto da responsabilização,
através da descrição e construção de estratégias jurídico-dogmáticas com vistas a
assimilação jurídica dos riscos ecológicos produzidos pela sociedade de risco.”(RESUMO)
METODOLOGIA: A autora realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica. “Os
procedimentos metodológicos utilizam-se de pesquisas teórica, descritiva, bibliográfica e
qualitativa, por meio de instrumentos como livros, teses, artigos, eletrônicos e legislações
pertinentes ao tema, para, ao final, apresentar adaptações necessárias com vistas a superar
as incertezas da sociedade de risco.” (RESUMO).
BIBLIOGRAFIA: 25 referências citadas. 03 referências estrangeiras. 04 referências à
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a obras estrangeiras:
1. CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato. direito
Constitucional Ambiental Brasileiro. 2. Ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
2. GONZÁLES, Jorge Agudo. El control de contaminación: técnicas jurídicas de
protección medioambiental – Vol. I. Madrid: Montecorvo, 2004.
3. ___________. El control de contaminación: técnicas jurídicas de protección
medioambiental – Vol. II. Madrid: Montecorvo, 2004.
Referências a manuais jurídicos:
1. DIDIER JR, Fredie; ZANETI JR, Curso de direito Processual Civil – Processo
Coletivo. 4 volume. 4. Ed. Editora Podivm: Bahia, 2009.
2. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito Civil Brasileiro – Vol. 7. São Paulo: Saraiva,
2006.
3. FLORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito ambiental brasileiro. 7. Ed.
rev., atual. E ampl. São Paulo: Saraiva, 2005.
4. GRINOVER, Ada Pellegrini. direito Processual Coletivo.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
  70  

A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos


diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
global.

FICHA N°15

ANO: 2009
TÍTULO: Origens, disciplina e possíveis reflexos da súmula vinculante no direito pátrio.
AUTOR: Tiago Batista dos Santos
NOTA: 10,0
ÁREA: direito Processual Constitucional
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Examina-se o instituto da súmula
vinculante, introduzido no ordenamento pátrio por intermédio da Emenda Constitucional
45, de 08 de dezembro de 2004, e regulamentado pela lei 11.417, de 19 de dezembro de
2006.” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 16 referências citadas. 01 referência estrangeira (Espanha). 02
referências a manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a obras estrangeiras:
1. SESMA, Victoria Iturralde. El precedente judicial em el common Law. Madrid:
Civitas, 1995.
Referências a manuais jurídicos:
1. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito Administrativo. 15. Ed. Rio
de Janeiro: Lúmen Júris, 2006.
2. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. direito Administrativo. 18. Ed.. São Paulo: Atlas,
2005.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
  71  

A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos


diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
global.

FICHA N°16

ANO: 2009
TÍTULO: O imposto sobre a propriedade territorial rural nas propriedades destinadas à
exploração da atividade mineraria.
AUTOR: Patrícia Erica Luna da Silva
ÁREA: direito Ambiental e Tributário
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente trabalho intenta demonstrar
que são inseparáveis os fundamentos econômicos de uma política ambiental conseqüente e
exeqüível, pois uma política econômica conseqüente não ignora a necessidade de uma
política de proteção dos recursos naturais. [...] Ousa-se entrecruzar estes temas a fim de se
chegar a uma solução acerca da incidência do ITR nas áreas da mineração.” (RESUMO)
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica. “Para tanto,
no deslinde do trabalho foi verificado o tratamento dado pelo Ordenamento Jurídico Pátrio
à mineração e ao ITR.” (RESUMO).
BIBLIOGRAFIA: 22 referências citadas. 14 referências a manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. AMARO, Luciano. direito Tributário Brasileiro. 12. Ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
2. ANTUNES, Paulo Bessa. Curso de direito Ambiental. 5° ed. Rio de Janeiro: Lúmen
Júris, 2001.
3. BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito Financeiro e de direito Tributário. 3. Ed.
São Paulo: Saraiva, 1004.
4. ____________. Curso de direito Constitucional. São Paulo: Celso Bastos, 2002.
5. BONAVIDES, Paulo. Curso de direito Constitucional. 15 ed. São Paulo, Malheiros
Editores, 2004.
  72  

6. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito Tributário. 13. Ed. São Paulo:
Saraiva, 200.
7. CARRAZZA, Roque Antônio. Curso de direito Constitucional Tributário. 24 ed.
Malheiros Editores, 2008.
8. COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de direito Tributário Brasileiro. 4 ed. Rio
de Janeiro: Forense, 1999.
9. FIORILLO, Celso Antônio Pacheco. Curso de direito Ambiental Brasileiro. São
Paulo: Saraiva, 2000.
10. MEIRELLES, Hely Lopes. direito Administrativo Brasileiro. 24 ed. São Paulo:
Malheiros, 1999.
11. MELLO, Celso Antônio Bandeira. Curso de direito Administrativo. 20° edição.
Malheiros Editores. São Paulo, 2005.
12. MORAIS, Alexandre de. Curso de direito Constitucional. 23 ed. Atlas, 2008.
13.TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito Financeiro e Tributário. 14 ed. Rio de
Janeiro: Renovar, 2007.
14. SILVA, José Afonso da. Curso de direito Constitucional Positivo. 24 ed. São Paulo:
Malheiros, 2005.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 17

ANO: 2009
AUTOR: Patrícia Cristina Cortes Pinheiro Lopes
ÁREA: direito das Famílias
TÍTULO: Guarda compartilhada e sua aplicação na realidade familiar brasileiro após o
advento da Lei N° 11.698/08.
NOTA:
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Considerando a relevância e a
atualidade do tema, o presente trabalho volta-se para a análise do instituto da guarda
  73  

compartilhada, objetivando dirimir os principais questionamentos suscitados quando da sua


inserção da legislação brasileira, identificar quais as maiores dificuldades para a sua efetiva
aplicação, bem como apresentar mecanismos hábeis a viabilizar a sua adoção em casos de
rompimento da união conjugal.”
METODOLOGIA: A autora realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Além disso, utiliza-se de entrevistas com membros e servidores
do poder judiciário, e membros de famílias em situação específica. No entanto, as
entrevistas não ocupam uma relevância central no desenvolvimento do trabalho. Apresenta
conclusões com base na dedução lógica. “Para tanto, o estudo baseou-se na análise de
dispositivos legais – nacionais e internacionais, em uma vasta pesquisa bibliográfica e
eletrônica, bem como em pesquisa de campo, a fim de demonstrar a viabilidade da guarda
compartilhada e desmistificar os possíveis mitos que lhe são atribuídos para a sua não
concessão.” (INTRODUÇÃO, P.11).
BIBLIOGRAFIA: 23 referências citadas. 02 referências estrangeiras. 01 referência a
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Presença de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a obras estrangeiras:
1. BAUSERMAN, Robert, PH.D.AIDS Administration/Departamento of Health and
Mental Hygiene; Journal of Family Psychology, v. 16, n. 1. (EUA)
2. GOLDESTEIN, Joseph; FREUD, Anna e SOLNIT, Albert J. No interesse da criança?
Tradução: Luis Cláudio de Castro e Costa, revisão Marina Appenzeller. São Paulo: Martins
Fontes, 1987.
Referências a manuais jurídicos:
1. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito Civil Brasileiro: direito de família. 17° ed. São
Paulo: Saraiva, 2003. V. 1.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 18
  74  

ANO: 2009
AUTOR: Adriano da Silva Araújo
ÁREA: direito Constitucional
TÍTULO: Liberdade de expressão e criminalização da homofobia no sistema
constitucional brasileiro
NOTA:
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Esta monografia analisa o possível
conflito entre parte da Proposta de Lei da Câmara n°. 122 de 2006 (PLC 122/06), que visa,
dentre outras coisas, alterar a Lei n° 7.716 de 1989 (Lei do Racismo) para incluir no rol de
seus crimes os delitos cometidos com discriminação ou preconceito de orientação sexual
ou identidade de gênero, e o direito à liberdade de manifestação do pensamento previsto no
inciso IV do art. 5° da Constituição Federal de 1988 (CF/88).” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 25 referências citadas. 05 referências estrangeiras. 03 referências a
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a obras estrangeiras:
1. AUERBACH, Jerold S. When the Nazis came to Skokie: freedom for speech we
hate. Find Articles at BNET, 2000.
2. COHEN, Carl. Free speech and political extremism: How nasty are we free to be”
Law and Philosophy 7, 1989, p.263-279.
3. FISS, Owen M. A ironia da liberdade de expressão. Tradução: Gustavo Binenbojm e
Caio Mário da Silva Pereira Neto. Rio de Janeiro: Renovar, 2005. 148 p.
4. SCHENCK v. United States. Cornell University Law School.
5. VANEIGEM, Raoul. Nada é sagrado, tudo pode ser dito: reflexões sobre a liberdade
de expressão. Tradução: Marcos Marcionilo. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 100 p.
Referências a manuais jurídicos:
1. BONAVIDES, Paulo. Curso de direito Constitucional. 12° ed. São Paulo: Malheiros
Editores Ltda. 2002. 805 p.
2. MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito Penal. 22° ed. São Paulo: Atlas, 2005.
  75  

3. SILVA, José Afonso. Curso de direito Constitucional Positivo. 23° ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2004. 900 p.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 19

ANO: 2009
AUTOR: Hozana Karla Pinheiro
ÁREA: direito das Famílias
TÍTULO: A adoção no Brasil e as inovações da Lei N. 12.010, de 3 de agosto de 2009.
NOTA: 10,0
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente trabalho objetiva analisar
como ocorre a adoção no Brasil, e, para isto, é feito um estudo de sua evolução, com
enfoque para a Nova Lei de Adoção (Lei 12.010, de 3 de Agosto de 2009).”
(INTRODUÇÃO, P.9)
METODOLOGIA: A autora realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 16 referências citadas. 14 referências a manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das Famílias. 4° ed. ver. Atual. E ampl. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 2007.
2. RODRIGUES, Sílvio. direito Civil: direito de Família. V.6. 28 ed. ver. e atual. Por
Francisco José Cahali. São Paulo: Saraiva, 2004.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
  76  

A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos


diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 20

ANO: 2009
AUTOR: Emanuel Lopes de França
ÁREA: direito Civil
TÍTULO: Responsabilidade civil do médico cirurgião-plástico.
NOTA: 9,0
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Analisa-se na presente monografia,
questões relevantes envolvendo a responsabilidade civil do médico cirurgião-plástico.”
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 19 referências citadas. 14 referências a manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. LOPES, Miguel Maria de Serpa. Curso de direito Civil. 4°. Ed. Rio de Janeiro: Editora
Freitas Bastos, 1995.
2. MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito Civil. 10° ed. Vol. 4. São Paulo:
Saraiva, 2004.
3. RODRIGUES, S. direito Civil. Volume II. 25° ed. São Paulo: Editora Saraiva, 1997.
4. DINIZ, Maria Helena. direito Civil: Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos
Contratos. 3° ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 21
  77  

ANO: 2008
AUTOR: Lauro Ericksen Cavalcanti de Oliveira
ÁREA: direito Civil
TÍTULO: Formação e desenvolvimento teórico dos mecanismos instrumentais da
circulação dos títulos de crédito.
NOTA: 10,0
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “A presente monografia apresenta a
dinâmica econômica e jurídica dos títulos de crédito dando enfoque especial à circulação
dos mesmos.” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 25 referências citadas. 14 referências a manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. ARNOLDI, Paulo Roberto Colombo. Teoria Geral dos Títulos de Crédito. Rio de
Janeiro: Forense, 1998.
2. BERTOLDI, Marcelo M.; RIBEIRO, Márcia Carla Pereira. Curso Avançado de direito
Comercial. 2 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais. 2003. V. 2.
3. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Comercial. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.
4. ___________. Manual de direito Comercial. 17 ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
5. FAZZIO JÚNIOR, Waldo. Manual de direito Comercial. São Paulo: Atlas, 2000.
6. FILHO, Misael Montenegro. Curso de direito Processual Civil – Medidas de
Urgência, Tutela Antecipada e Ação Cautelar, Procedimentos Especiais. 3 ed. São
Paulo: Atlas, 2006. V. 3.
7. PROENÇA, José Marcelo Martins. direito Comercial 1. 23 ed. São Paulo: Saraiva,
2003.
8. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito Processual Civil –
Procedimentos Especiais. 35. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
  78  

A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos


diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 22

ANO: 2008
AUTOR: Vítor Campos Cavalcante
ÁREA: direito Processual Constitucional
TÍTULO: “Relativização” da coisa julgada na sentença inconstitucional e seus reflexos no
processo (fase) de execução.
NOTA:
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Analisa os efeitos e implicações das
declarações de constitucionalidade e inconstitucionalidade no ordenamento brasileiro,
mormente a gravidade dos vícios que normas e atos normativos inconstitucionais
provocam no mundo jurídico. Estuda a coisa julgada nas sentenças cujo fundamento teve
por base uma lei declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, bem como seu
reflexo na fase ou no processo de execução. Apresenta as diversas teorias que propõe a
relativização da res iudicata. Problematiza a inserção, no ordenamento jurídico pátrio, dos
artigos 475-L, parágrafo 1° e 741, parágrafo único, todos do Código de Processo Civil,
estudando acerca da constitucionalidade dos mesmos.” (RESUMO).
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 39 referências citadas. 02 referências estrangeiras. 14 referências a
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a obras estrangeiras:
1. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. direito Constitucional e Teoria da Constituição.
4 ed. Coimbra: Almedina, 19.
2. HESSE, Konrad. A força normativa da Constituição. Gilmar Ferreira Mendes (trad.).
Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1991.
Referências a manuais jurídicos:
  79  

1. DIDIER JÚNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de direito Processual


Civil: Processo Coletivo. 2 ed. Salvador: IusPodium, 2007, vol. 4.
2. DINIZ, Maria Helena. Compêndio de Introdução à Ciência do direito. 16 ed. São
Paulo: Saraiva, 2004.
3. LENZA, Pedro. direito Constitucional Esquematizado. 8 ed. São Paulo: Método,
2005.
4. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do Processo de
Conhecimento. 4 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005.
5. __________. Curso de Processo Civil. Vol. 3: Execução. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2007.
6. MORAES, Alexandre de. direito Constitucional. 16 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
7. MOTTA, Sylvio; DOUGLAS, William. direito Constitucional: teoria, jurisprudência e
1000 questões. 2 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2002.
8. SILVA, José Afonso da. Curso de direito Constitucional Positivo. 24 ed. São Paulo:
Malheiros, 2004.
9. THEODORO JÚNIOR, Humberto e FARIA, Juliana Cordeiro de. Curso de direito
Processual Civil. 43 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2005, Vol. I.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 23

ANO: 2008
AUTOR: Rodrigo Pimentel Guadagnin
ÁREA: direito Constitucional
TÍTULO: Aspectos Jurídicos e Constitucionais das Atividades Nucleares
NOTA: 10,0
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: Dissertar acerca dos aspectos jurídicos-
constitucionais das atividades nucleares.
  80  

METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,


legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 37 referências citadas. 04 referências estrangeiras. 05 referências a
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências estrangeiras:
1. CHARBONNEAU, Paul Eugéne et al. Enciclopédia da Ecologia. São Paulo: Editora
USP, 1979.
2. CHOPPIN, Gregory R., LILJENZIN, Jan-Olof; RYDBERG, Jan. Radiochemistry and
Nuclear Chemistry. 2 ed. reimpressa. Oxford: Ed. Buttrworth-Heinemann, 1996.
3. CHESSER, Ronald K.; BAKER, Robert J. Lições de Chernobyl para a Recusa do
Catastrofismo. In: revista American Scientific Brasil, n. 63, p. 78 a 85. São Paulo:
Ediouro Gráfica, Agosto de 2007.
4. YERGIN, Daniel. O PETRÓLEO – Uma história de ganância, dinheiro e poder.
(Trad. Leila Natale, Maria Guimarães e Maria Góes). São Paulo: Ed. Página Aberta. 1993.
Referências a manuais jurídicos:
1. ANTUNES, Paulo de Bessa. direito Ambiental Brasileiro. 711. Ed. Rio de Janeiro:
Editora Lumen Juris, 2004.
2. LENZA, Pedro. direito Constitucional Esquematizado. 11 ed. São Paulo: Ed. Método,
2007.
3. MACHADO, Paulo Affonso Leme. direito Ambiental Brasileiro. 11. Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2003.
4. RESEK, José Francisco. direito Internacional Público. 8 ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
5. SILVA, José Afonso da. Curso de direito Constitucional Positivo. 29 ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2006.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 24
  81  

ANO: 2008
AUTOR: Lamine Sissé
ÁREA: direito Constitucional
TÍTULO: Normas protetoras da liberdade de expressão na Guiné-Bissau e a sua efetiva
aplicação
NOTA: 8, 5
OBSERVAÇÃO: Sem resumo e sem índice.
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: Dissertar acerca das normas protetoras da
liberdade de expressão na Guiné-Bissau e a sua efetiva aplicação
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 40 referências citadas. 12 referências estrangeiras. 02 referências a
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências estrangeiras:
1. ALMEIDA, Pedro de. Anuário Portugal África. Instituto de Comércio Externo de
Portugal – ICEO. Publirela, Relações Públicas e Serviços, Lda. Lisboa, 1992.
2. BOBBIO, Norberto. Teoria da norma jurídica. 3 ed. Bauru, SP: Edipro, 2005.
3. BOBBIO, Norberto. A Era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Apresentação
de Celso Lafer. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
4. BROWNLIE, Ian e Outros. Princípios de direito Internacional Público. Lisboa, 1997.
5. CAMPOS, João Mota e Outros. Organizações Internacionais. Lisboa, 1999.
6. GOUVEIA, Jorge Bacelar. Organizações Internacionais – Textos Fundamentais.
Edicomp, Lisboa, 1991.
7. GUINE-BISSAU. O homem é um ser Social. Educação Social 7° classe. Editora Nueva
Eurografica s.r.l – Roma, 1992.
8. GUINE-BISSAU. O homem é um ser Social. Educação Social 9° classe. Editora Nueva
Eurografica s.r.l – Roma, 1992.
9. HISTÓRIA: A Guiné e as Ilhas de Cabo Verde. PAIGC. Impresso por Paul Dupont,
Paris: 1974.
  82  

10. KELSEN, Hans. Teoria Pura do direito: introdução à problemática científica do


direito. São Paulo. Revista dos Tribunais, 2001.
11. LOSANO, Mario G. Os grandes sistemas jurídicos: introdução aos sistemas jurídicos
europeus e extra-europeus. Trad. Marcela Vareja. Revisão da tradução: Silvana Cobucci
Leite. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
12. SANTOS, Boaventura de Sousa. A gramática do tempo: para uma nova cultura
política. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2008.
Referências a manuais jurídicos:
1. PAULO, Bonavides. Curso de direito Constitucional. 13 ed. Malheiros Editores, São
Paulo, 2003.
2. SILVA, José Afonso. Curso de direito Constitucional Positivo. 27 ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2006.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 25

ANO: 2008
AUTOR: Priscila Felipe Medeiros da Câmara
ÁREA: direito Ambiental
TÍTULO: A relevância dos princípios do direito ambiental na tutela jurídica do meio
ambiente
NOTA: 10,0

TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente estudo se propõe a analisar


os princípios do direito Ambiental frente à problemática situação na qual se encontra o
ambiente onde vivemos.”
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica e documental, utilizando obras
doutrinárias, legislação e jurisprudência. Analisa algumas decisões proferidas por
Tribunais de Justiça brasileiros. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 28 referências citadas. 10 referências a manuais jurídicos.
  83  

Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de


manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. ANTUNES, Paulo de Bessa. direito Ambiental. 7 ed. rev., ampl. E atual. Rio de
Janeiro: Lúmen Juris, 2004.
2. COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito Civil. São Paulo: Saraiva, 2004. V. 2.
3. DIDIER JÙNIOR, Fredie; ZANETI JÚNIOR, Hermes. Curso de direito Processual
Civil. Vol. 4 – Processo Coletivo. 3 ed. Salvador: JusPodium, 2008.
4. FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de direito Ambiental Brasileiro. 6 ed. São
Paulo: Saraiva, 2005.
5. MACHADO, Paulo Affonso Leme. direito Ambiental Brasileiro. 13 ed. rev., atual e
ampl. São Paulo: Malheiros, 2005.
6. MORAES, Alexandre. direito Constitucional. 17 ed. São Paulo: Atlas, 2005.
7. MORAES, Luís Carlos Silva de. Curso de direito Ambiental. 2 ed. São Paulo: Atlas,
2004.
8. MUKAI, Toshio. direito Ambiental Sistematizado. 4 ed. rev. E atual. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2002.
9. REBELLO FILHO, Wanderley; BERNARDO, Christianne. Guia Prático de direito
ambiental. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 1999.
10. SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de direito ambiental. São Paulo: Saraiva, 2002.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 26

ANO: 2008
AUTOR: Sumeya Iraneyde Geber de Melo
ÁREA: direito das Famílias
TÍTULO: Reparação Civil na separação e no divórcio
NOTA: 10,0
  84  

TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “O presente trabalho versa a


possibilidade de haver pedido de reparação civil, em sede de dano moral, quando da
separação e do divórcio. Baseia-se, esta reparação, em grave violação dos deveres do
casamento e de ofensas aos direitos da personalidade perpetrados por um cônjuge ao seu
consorte durante a constância do casamento, suscetíveis de causar danos de ordem moral.
Tem como fundamento jurídico o artigo 5°, incisos V e X e seu parágrafo 2° da
Constituição Federal e os artigos 11 ao 21, 186 e 927 do Novo Código Civil.”
METODOLOGIA: A autora realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 17 referências citadas. 03 referências a manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. DINIZ, Maria Helena. Curso de direito Civil Brasileiro. Vol. 5. direito de Família. 22
ed. revista e atualizada. São Paulo: Ed. Saraiva, 2007.
2. VENOSA, Sílvio de Salvo. direito civil: direito de família. 22 ed. Revista e atualizada.
São Paulo: Saraiva, 2006.
3. RODRIGUES, Sílvio. direito civil: direito de família. 27 ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 27

ANO: 2008
AUTOR: Edson Joadi de Medeiros
ÁREA: direito Penal
TÍTULO: Penas mais rígidas resolve? Tese da aplicação da inversabilidade proporcional
pura nas penas para os crimes graves.
NOTA: 9,5
  85  

TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “A apresentação da tese da aplicação da


inversablidade proporcional pura nas penas para os crimes mais graves pretende, com
tratamentos distintos para o réu primário e para o reincidente, propor uma nova forma de
reeducar os presos e reinseri-los na sociedade. Um complexo tratamento dos presos com o
apoio de diversas áreas científicas.” (RESUMO)
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 18 referências citadas. 09 referências estrangeiras. 02 referências a
manuais jurídicos.
Presença de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a obras estrangeiras:
1. BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Trad. Torrieri Guimarães. São Paulo:
Martin Claret, 2003.
2. CONCHE, Marcel. O fundamento da moral. Trad. Marina Appenzeller; São Paulo:
Martins Fontes, 2006.
3. DUSSEL, E. Ética de la liberación la edad de la globalización. Madrid: Trotta, 1998.
Em portugués pela Petrópolis: Vozes, 2000.
4. FERRAJOLI, Luigi. Derechos y garantias: la ley del más débil. Madrid: Trotta, 2001.
5. FERRI, Enrico. Deliquente e a Responsabilidade Penal. Trad. Fernanda Lobo – São
Paulo: Rideel, 2006.
6. MAGGIORE, Giuseppe. Derecho penal. Trad. J.J. Ortega Torres. Bogotá: ed. Temis,
1954.
7. MELMAN, Charles. Alcoolismo, deliquencia, taxicomania: uma outra forma de gozar.
Trad. De Rosane Pereira. Organização e revisão técnica de Contardo Calligaris. São Paulo:
Escuta, 1992.
8. SOLER, Sebastian. Derecho penal argentino. Buenos Aires: Ed. Argentina, 1953.
9. WINNICOT, D. W. Privação e deliquencia. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
Referência a manuais jurídicos:
1. BRUNO, Aníbal. direito Penal. Rio de Janeiro: Ed. Nacional, 1956.
2. GRECO, Rogério. Curso de direito Penal: parte geral. 4 ed. Rio de Janeiro:Impetus,
2004.
  86  

ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU


REGIONAIS:
A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos
diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 28

ANO: 2008
AUTOR: Symone Mendes de Araújo Alves
ÁREA: direito Processual Civil
TÍTULO: Cumprimento de sentença das obrigações de pagar e o princípio da
especificidade (art. 475 – J do CPC)
NOTA: 10,0
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: “Analisa as alterações trazidas pela Lei
n° 11.232/2005 concernentes às obrigações de pagar quantia frente ao princípio da
especificidade.” (RESUMO).
METODOLOGIA: A autora realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Apresenta conclusões com base na dedução lógica.
BIBLIOGRAFIA: 28 referências citadas. 14 referências a manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Ausência de teses, dissertações e monografias. Presença de
manuais jurídicos. Ausência de obras de outras áreas de conhecimento.
Referências a manuais jurídicos:
1. CÂMARA, Alexandre de Freitas. Lições de direito Processual Civil. 5 ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2008. V. 1-2.
2. MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Processo Civil: Teoria Geral dos Recursos,
Recursos em Espécie e Processo de Execução. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2007. V. 2.
3. SILVA, Ovídio A. Baptista da. Teoria Geral do Processo Civil. 4 ed. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2006.
4. THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito Processual Civil. Vol. 2. 39 ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2006.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
  87  

A presente pesquisa não aborda nenhum caso concreto em específico e assuntos


diretamente locais e/ou regionais, antes apresenta uma abordagem teórica, abstrata e
nacional.

FICHA N° 29

ANO: 2011
AUTOR: Natália Bastos Bonavides
ÁREA: direito Constitucional
TÍTULO: Realidade versus Constituição na comunicação social: as concessões de
serviços de radiofusão para políticos
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: A temática da pesquisa gira em torno da
relação entre o desenho normativo dado pela Constituição Federal à comunicação social e
as concessões de serviços de radiofusão para políticos. Os objetivos são estabelecer um
panorama geral da radiofusão no Brasil e a partir daí discutir a existência de políticos que
são concessionários de serviços de rádio e televisão e quais os impactos disso para a
democracia brasileira.
METODOLOGIA: A autora realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Realiza também análise documental e análise de discurso, de
jornais, revistas, materiais audiovisuais, internet e outros meios para investigar o caso
concreto da cobertura jornalística de um importante evento político da cidade de Natal.
Apresenta conclusões com base na dedução lógica e da análise do caso concreto.
BIBLIOGRAFIA: 15 referências citadas. 02 referências a manuais jurídicos.
Ausência de obras estrangeiras. Presença de uma dissertação. Presença de manuais
jurídicos. Presença de obras de outras áreas de conhecimento.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa aborda caso concreto em específico (cobertura jornalística do
movimento político #foramicarla) e assuntos diretamente locais e/ou regionais,

FICHA N° 30

ANO: 2011
  88  

AUTOR: Hélio Miguel Santos Bezerra


ÁREA: direito Constitucional
TÍTULO: O direito á moradia e sua aplicabilidade na realidade brasileira
TEMÁTICA E OBJETIVOS DA PESQUISA: A pesquisa tem como temática estudar a
aplicação do direito à moradia na realidade brasileira e visa uma profunda reflexão acerca
dos erros e acertos dos poderes constituídos e respectivas políticas públicas, a fim de
apontar novas perspectivas para a efetividade do direito Fundamental à Moradia.
METODOLOGIA: O autor realiza análise bibliográfica, utilizando obras doutrinárias,
legislação e jurisprudência. Realiza também -análise documental em busca de dados acerca
da situação referente à moradia na realidade brasileira e, mais especificamente, na
realidade da cidade de Natal, além de se debruçar sobre casos concretos de bairros de Natal
e também de movimentos sociais em prol de moradia. Apresenta conclusões com base na
dedução lógica e da análise dos dados e casos concretos.
BIBLIOGRAFIA: 36 referências citadas. 04 referências a manuais jurídicos. 07
referências a obras estrangeiras.
Presença de obras estrangeiras. Ausência teses, dissertações ou monografias. Presença de
manuais jurídicos. Presença de obras de outras áreas de conhecimento.
ABORDAGEM DE CASOS CONCRETOS E ASSUNTOS LOCAIS E/OU
REGIONAIS:
A presente pesquisa aborda a situação de Natal em específico, com citação de casos
concretos e assuntos diretamente locais e/ou regionais,
PARTICIPAÇÃO EM PROJETO DE EXTENSÃO:
O autor participou do projeto Lições de Cidadania classificado de extensão pelos critérios
da monografia.

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