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Drª. Lucia da Silva OAB/SP 365.

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE ITANHAÉM-SP

Processo nº 1007728-24.2021.8.26.0266

RODRIGO DOS SANTOS MINEO, já devidamente qualificado nos autos do


processo em epígrafe, vem por intermédio de sua advogada que esta subscreve,
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, apresentar:

CONTESTAÇÃO A INICIAL

Em face de LÍVIA SANTOS MÍNEO e LUCAS SANTOS MÍNEO, menores,


neste ato representados por sua genitora OSMARINA SOUZA DOS SANTOS, pelas
razões de fato e direito a seguir aduzidas:

I- DAS PUBLICAÇÕES

Inicialmente, requer que todas as publicações e/ou intimações referentes ao presente feito
sejam efetuadas exclusivamente em nome da patrona LÚCIA DA SILVA, OAB-SP 365.772, com
escritório na Rua Expedicionário Poitena, nº 41, sala 1, Centro, Itanhaém, SP, requerendo, para
tanto, a anotação de seu nome nos autos.

II- DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA DO RÉU:

Requer preliminarmente o réu, com fulcro no artigo 5º, incisos XXXV e LXXIV, da CF,
combinados com os artigos 1º e seguintes da lei 1.060/50, que seja apreciado e acolhido o
presente pedido do direito constitucional à Justiça Gratuita, isentando a parte ré do pagamento
e/ou adiantamento de custas processuais, tendo em vista os seus baixos rendimentos e o fato de
que ATUALMENTE PASSA POR MUITAS DIFICULDADES FINANCEIRAS POIS ESTÁ
DESEMPREGADO E POSSUI MAIS UMA FILHA PARA SUSTENTAR, SENDO QUE O
PAGAMENTO DE DESPESAS PROCESSUAIS PREJUDICARÁ O SEU SUSTENTO E O DE
SUA FAMÍLIA.

Diante também do Novo Código de Processo Civil, o inteligente artigo 99 assim deixou a
sua previsão:

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição para
ingresso de terceiro no pro recurso.
§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural.
§ 4o A assistência do requerente por advogado particular não
impede a concessão de gratuidade da justiça.
Desta forma, fica evidente que se trata de uma pessoa com
poucos recursos financeiros e que vem sendo coagida com
cobranças abusivas relativas à presente lide.

Desta forma, fica evidente que se trata de uma pessoa com poucos recursos financeiros.

III-SÍNTESE DA INICIAL:

Os autores, através de sua representante legal, propuseram ação de alimentos,


buscando o pensionamento de seu genitor.

É sabido que o mesmo vinha ajudando as criança e, inclusive, pegava o mesmo para
passar finais de semana, tendo uma convivência “pacífica”.
Quanto a alegação da representante dos menores, que alega ter conhecimento que o
Requerido possui três onibus, trabalhando com os veiculos de forma autonoma, auferindo,
segunda ela, uma renda de R$6.000,00 (seis mil reais).
Alega ainda que em decorrência do seu trabalho, gasta R$400,00 (quatrocentos reais)
com babá durante sua ausência. Afirma ainda que a filha menor, Livia, necessita de aulas de
reforço em decorrencia da pandemia.
Posto isso requer a majoração dos alimentos hoje em R$800,00 (oitocentos reais),
para um salário minímo vigente, sendo R$1.100,00 (mil e cem reais).
Quanto as visitas, requereu ainda que seja, um fim de semana alternado com cada
genitor, bem como feriados.

IV- DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Inicialmente faz-se necessário e urgente o pedido de redução dos alimentos


provisórios arbitrados, conforme fls.32/33:

(...)“Em razão da prova de parentesco, mas observando que a inicial não está acompanhada
de provas concretas quanto à necessidade dos alimentados e a possibilidadedo alimentante,
DEFIRO em termos a tutela provisória, para o efeito de arbitrar osalimentos provisórios no
valor equivalente a um salário mínimo nacional, na medida em que se tratam de dois
autores.O valor será devido todo dia 10 de cada mês, a partir do primeiro dia 10 posterior à
citação. (...)”

O nobre julgador estipulou os valores conforme exposto acima baseando-se única e


exclusivamente na palavra da representante legal dos menores, porém a cautela neste caso se
torna essencial.

Atualmente o demandado encontra-se DESEMPREGADO, conforme carta de


declaração acostada aos autos, afastando qualquer alegação de que o requerido trabalhe de
forma autonoma com tres onibus, o que é inverídico, além de prejudicar a outra filha
(conforme documento de identidade da mesma), demonstrando mais uma vez qu não possui
recurso suficientes para a outra filha do requerido, dificilmente terá a quantia de um de um
salário mínimo para dar como alimentos para seus dois outros filho, requerente desta
demanda e não menos importante que a outra.

É certo afirmar que o requerido tem o dever de alimentar, não é esse o foco da
presente narrativa, mas sim o valor arbitrado, fugindo totalmente da realidade em que vivem
pessoas desempregadas.

Ainda, cabe observar que, caso o requerido consiga um emprego recebendo um


salário mínimo, ele iria pagar de 20% a 30% descontado em folha, ou seja, menos de R$
200,00, ao passo que, caso esteja DESEMPREGADO, deverá adimplir o valor de 50% de
um salário mínimo, ou seja, R$ 500,00, menos do que o requerido paga atualmente. A douta
decisão possuem equívocos que devem ser corrigidas imediatamente, pois não é razoável.

Neste sentido, Conforme dispõe o artigo 1.695 do Código Civil, os alimentos devem
ser prestados "quando quem os pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo
seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem
desfalque do necessário ao seu sustento".

E assim já compreende o r. Tribunal de Justiça do Distrito Federal por exemplo:

TJ-DF - AGRAVO DE INSTRUMENTO AGI


20130020300222 DF 0030976-67.2013.8.07.0000 (TJ-
DF) data de publicação: 25/04/2014. 2. Na hipótese
vertente, considerando as possibilidades financeiras do
alimentante/agravante, demonstradas neste juízo de
cognição sumária, afigura-se razoável reduzir o valor dos
alimentos provisórios, ao menos até o julgamento da
ação originária, oportunidade em que será apreciada de
forma mais detalhada as reais possibilidades do
alimentante.
O sustento dos filhos é responsabilidade de ambos os
genitores, de modo a não deixar de prestar auxílio a
qualquer de seus descendentes ou priorizar um em
detrimento dos demais, além de os alimentos provisórios
terem o dever de ser fixados em quantidade que o pai
suporte.

Desta forma, sugere o requerido que seja estipulado, em caso de não vínculo
empregatício, um valor acessível de 50% sobre um salário mínimo em caso não vínculo
empregatício, mantendo as disposições em caso de vínculo empregatícios, qual seja 70% do
salário minimo, o que já o faz hoje, para que o mesmo efetue o pagamento, não
prejudicando seu sustento e piorando o sustento de sua família.

V- DO MÉRITO
Com fulcro no art. 1.695, do Código Civil Brasileiro, os alimentos quando fixados
deverão sempre obedecer ao binômio necessidade – possibilidade, não devendo
desfalcar o necessário ao sustento do Devedor, devendo ser, como amplo
entendimento jurisprudencial e doutrinário, fixados de acordo com percentual dos
rendimentos do Requerido, neste sentido:

TJ-RS - Agravo de Instrumento AI 70062800537 RS (TJ-RS)


Data de publicação: 27/04/2015 Ementa: AGRAVO DE
INSTRUMENTO. ALIMENTOS. FIXAÇÃO EM
PERCENTUALDO SALÁRIO MÍNIMO. Os alimentos devem
ser fixados de acordo com opercentual dos rendimentos do
agravante porque, assim, melhor atendem ao binômio
necessidade-possibilidade. DERAM PARCIAL PROVIMENTO
AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. (Agravo de Instrumento Nº
70062800537, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do
RS, Relator: Alzir Felippe Schmitz, Julgado em 23/04/2015).

TJ-RS - Apelação Cível AC 70067045476 RS (TJ-RS) Data de


publicação: 01/12/2015 Ementa: APELAÇÃO. REVISIONAL
DE ALIMENTOS. PERCENTUAL SOBRE RENDIMENTOS
EM CASO DE ALIMENTANTE COM EMPREGO
FIXO.PERCENTUAL SOBRE SALÁRIO-MÍNIMO EM CASO
DE DESEMPREGO. A fixação em 30% sobre os rendimentos
do pai/alimentante, para o caso dele ter emprego fixo e
formal, considerando que são alimentos destinados para 02
filhas menores, está em consonância com o que este
colegiado tem fixado em casos análogos. Precedentes. A
fixação para o caso do alimentante não ter emprego fixou ou
estar desempregado deve se dar em 30% do salário-mínimo,
pois esse foi o valor pedido pelas alimentadas; e esse foi o
valor ofertado pelo próprio alimentante em audiência, com
concordância expressa das alimentadas. DERAM PARCIAL
PROVIMENTO. (Apelação Cível Nº 70067045476, Oitava
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: José Pedro
de Oliveira Eckert, Julgado em 26/11/2015).
Sendo assim, levando em consideração que a douta decisão às
fls.32/33, buscou determinar o valor de, aproximadamente, R$ 1.100,00 (mil e cem
reais) em dias atuais, ignorou o fato de a representante legal do requerente usar de
artifícios sem provas para convencer o douto Juízo.

Conforme amplamente demonstrado, o requerido encontra-se


desempregado, trabalhando como free lance, bem como anexa aos autos fotos do
único onibus que possui, e que está totalmente fora de uso em decorrência de seu
deterioriamento, conforme se comprova, auferindo renda menor do que o alegado
pelos requerentes, e o que impossibilita de efetuar a quantia determinada pelo
nobre julgador.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

Itanhaém, 16 de Maio de 2022.

LÚCIA SILVA
OAB/SP 365.772

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Rua Expedicionário Poitena, 41– Sala 01 - Centro –
Itanhaém – SP Tel. (13) 997960-340

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