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AO JUÍZO DA 1ª VARA DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES DA COMARCA DA

UBERLÂNDIA- ESTADO DE MINAS GERAIS

DEPENDÊNCIA AOS AUTOS Nº 5011256-11.2021.8.13.0702

PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA ANTECIPADA

BRIAN FELIX DE OLIVEIRA, brasileiro, divorciado, monitor de


segurança, nascido em 21/10/1988 na cidade de Uberlândia, filho de Carlos Alberto Dias de Oliveira e
Raquel Felix de Souza Oliveira, portador do RG MG 15.077.312 PC/MG, CPF sob o nº 089.344.736-65,
e-mail: brianfelixbfo@gmail.com, residente e domiciliada na Rua Nego Amancio, 477, Bairro Jardim
Patrícia, CEP 38410-478, na cidade de Uberlândia/MG, vem através e por intermédio de seus
procuradores infra-assinado (procurações em anexo), que está subscreve, com escritório situado a Rua
Irene Maria de Oliveira, nº390, Monte Hebron, Cep 38420-600; telefone: 34.99880-2705; e-mail:
alinealvaresadv@gmail.com e dr.helveciobraz@outlook.com, com o devido respeito e acatamento,
PROPOR

AÇÃO REVISIONAL DE PENSÃO ALIMENTÍCIA COM PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA


DE URGÊNCIA ANTECIPADA

LORENZO FÉLIX SILVA, brasileiro, menor impúbere,


representado por sua genitora NAYARA DA SILVA COSTA, brasileira, solteira, Auxiliar
Administrativo, portadora da Carteira de Identidade de nº MG-19.292.997 e do CPF de nº 018.447.666-
67, residentes e domiciliados na Rua Jorge Martins Pinto, nº 133, Bairro Santa Mônica, Uberlândia/MG,
CEP: 38.408-230, pelos fatos e fundamentos que a seguir passa a expor.

I –DA JUSTIÇA GRATUITA

Sob as penas da Lei, declara o Requerente não estar em condições de


arcar com as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio e/ou de
sua família. Por essa razão, respaldado nas garantias constitucionais do acesso à justiça e da assistência
jurídica integral (art. 5.º, incisos XXXV e LXXIV, respectivamente da Constituição Federal do Brasil), e,
ainda, com base nas Leis Federais n.º 1.060/50 (LAJ) requer o benefício da JUSTIÇA GRATUITA.

II – SÍNTESE FÁTICA
Em decisão interlocutória proferida por este Douto Juízo, nos autos do
processo de nº 5011256-11.2021.8.13.0702, consoante termo que se junta, os alimentos provisórios foram
fixados em 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente, devidos desde a citação, a serem pagos até o
décimo dia de cada mês, conforme decisão juntada aos autos do cumprimento de sentença.

A situação financeira do Requerente nunca foi favorável, e tem


passado por grandes dificuldades financeiras, tendo dificuldades até para seu próprio sustento.

Ademais, o Requerente não tem condições de arcar com o pagamento


de 30% referente a alimentos, para o Requerido.

O Requerente é pai de uma criança de sete anos e de uma criança de 1


ano conforme certidões em anexo, bem como também arca com as respectivas pensões, sendo certo que
firmou acordo judicial nos autos do processo nº....... que tramitou perante a Vara de Família e Sucessões
da Comarca xxxxxxx

Assim, comprovado está a modificação na situação financeira do


Requerente.

Ainda, neste sentido, necessário se faz um levantamento sobre a


possibilidade do Requerente, da genitora do menor, bem como das necessidades do Requerido.

II.1 Da Possibilidade do Requerente

Cumpre salientar, que o Requerente possui outro filho menor


(Doc.xx), razão que por si só, já demonstra a necessidade de divisão do percentual percebido por este.
Hoje o Requerente paga de alimentos ao Requerido, a importância de R$181,80 (cento e oitenta e um
reais e oitenta centavos), e ao outro filho menor a importância de R$181,80 (cento e oitenta e um reais e
oitenta centavos).

II.2 – Da Necessidade do Requerido

O Requerente reconhece seu dever de alimentos perante o Requerido,


no entanto não consegue arcar com a obrigação alimentar no seu patamar de 30% sobre o salário mínimo.

O Requerente não tem como dar continuidade na referida obrigação


alimentar, vez que nos dias atuais, a obrigação representa um encargo pesado demais para o Requerente,
já que o valor mensal, atualmente representa 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente R$ 363,60
(trezentos e sessenta e três reais e sessenta centavos).

Convém esclarecer que o Requerente atualmente vive com uma nova


companheira, constituindo nova família, que como se sabe, advém novos encargos, que descrevemos
como; aluguel, água, energia, telefone e duas pensões.

O Requerente e sua companheira estão se esforçando e muito, até


mesmo para SOBREVIVEREM, visto que atualmente só o Requerente labora e percebe a média de
salário de R$ 1.300,00 (mil e trezentos reais).

Cumpre salientar, que o Requerente possui outro filho menor


(Doc.xx), razão que por si só, já demonstra a necessidade de divisão do percentual percebido por este.
Hoje o Requerente paga de alimentos ao Requerido, a importância de R$181,80 (cento e oitenta e um
reais e oitenta centavos), e ao outro filho menor a importância de R$181,80 (cento e oitenta e um reais e
oitenta centavos).

Dessa forma, o Requerente não dispõe de recursos suficientes para


honrar fielmente essa pensão alimentícia, nos termos que fora determinado por este juízo, visto que
atualmente vive com nova companheira e seus gastos familiares extrapolam a renda auferida atualmente.

Ademais, os gastos mensais do Requerente estão superando MUITO,


sua renda mensal, tanto que caso venha prevalecer esta forma de apuração de pagamento de pensão, o
Requerente fatalmente chegará ao estado de insolvência civil, pois os prejuízos que vem sofrendo estão
extrapolando o nível de suportabilidade, levando-o a uma situação financeira tão desfavorável que não lhe
permite sobreviver dignamente.

Ressalta-se que a atual situação do Requerente é delicada, o


Requerente não possui condição de arcar com os alimentos da forma fixada (30% do salário mínimo),
pois da forma como está não subsiste o devido equilíbrio do trinômio NECESSIDADE-
POSSIBILIDADE-PROPORCIONALIDADE para a fixação da obrigação.

Portanto, caracterizado o desequilíbrio entre as possibilidades do


Requerente e as necessidades do menor, e proporcionalidade com os demais filhos busca-se restabelecer-
se o equilíbrio da obrigação do pai e as precisões do filho Lorenzo, bem como as porcentagens recebidas
pelas outras filhas do requerente.

III – DO DIREITO

O art. 1.699 do Código Civil, prevê que os alimentos poderão ser


modificadas conforme a situação financeira de quem está obrigado a prestar alimentos.

“Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação


financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado
reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou
majoração do encargo.”

Nesta esteira, o §1º do art. 1.694 do CC. Dispõe:

“§1º DO ART. 1.694. OS ALIMENTOS DEVEM SER FIXADOS NA


PROPORÇÃO DAS NECESSIDADES DO RECLAMANTE E DOS
RECURSOS DA PESSOA OBRIGADA”.

Por sua vez, o art. 15 da Lei nº 5478/68 prescreve que: “A


DECISÃO JUDICIAL SOBRE ALIMENTOS NÃO TRANSITA EM JULGADO E PODE A
QUALQUER TEMPO SER REVISTA, EM FACE DA MODIFICAÇÃO DA SITUAÇÃO
FINANCEIRA DOS INTERESSADOS”.

Ou seja, conforme exposto, o pedido deduzido pelo Requerente é


juridicamente possível, e encontra-se amplamente amparado em lei.

Importante ressaltar o entendimento do Egrégio Tribunal de São Paulo


neste sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. REVISIONAL DE ALIMENTOS.


Decisão que indeferiu o pedido de antecipação da tutela, que
pretendia a redução liminar da obrigação alimentar, atualmente
fixada em 50% do salário mínimo, para o importe de 30,061% do
salário mínimo nacional. Inconformismo do autor/genitor. Alimentos
anteriores que foram fixados por acordo em 2017. Agravante que já
se encontrava desempregado na época, bem como já havia sido
condenado criminalmente. Outros 02 filhos que também já existiam
na época. No entanto, recentemente, houve a fixação de alimentos aos
outros 02 filhos no importe de 60% do salário mínimo. Portanto,
entendo necessária a redução para valor que melhor se adeque ao
binômio necessidade/possibilidade. Agravada/menor que possui
problemas de saúde e necessidades presumidas. Pensão alimentícia
reduzida para 40% salário mínimo, ressalvando que esse valor pode
ser alterado após melhor dilação probatória. AGRAVO
PARCIALMENTE PROVIDO. (Agravo de Instrumento nº 2228468-
92.2019.8.26.0000 – Min Relatora Ana Maria Baldy. Órgão Julgador
6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo)

IV – DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Destarte, a antecipação da tutela, encontra-se prevista no art. 294 e


seguintes do Código de Processo Civil, e permite ao julgador convencido da probabilidade do direito e
perigo na demora, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida.

In casu, é imprescindível a antecipação da tutela, haja vista a situação


financeira do Requerente é delicada, conforme se depreende da vasta documentação acostada aos autos.

De outro lado, ainda há outros menores envolvido, uma vez que o


Requerente é pai de mais duas crianças.

Com efeito, o perigo na demora se concretiza com o fato de que o


Requerente não possui condições de arcar com a pensão nos parâmetros em que fora arbitrada, sendo
certo que, se não efetuar o pagamento dos alimentos, corre o risco de ser preso, nos termos do art. 528 do
CPC.

Ora Excelência, o Requerente não quer se ver livre da obrigação. Pelo


contrário, quer efetuar o pagamento com equilíbrio da obrigação, pois entende que tem o dever de
colaborar com a subsistência e educação do Requerido.

Todavia, essa obrigação deve ser igualmente dividida com a genitora


do Requerido.

Em atenção ao trinômio necessidade – possibilidade –


proporcionalidade, requer se digne V. Exa. a determinar, inaldita altera pars, a redução dos alimentos
pagos pelo Requerente ao Requerido, para o montante de 15% (quinze por cento) sobre o salário mínimo,
a importância de R$181,80 (cento e oitenta e um reais e oitenta centavos)

Assim, levando em consideração a escassez dos recursos do


Requerente, deve-se diminuir o valor dos alimentos prestados ao Requerido, como medida de urgência,
haja vista o perigo de que injustamente, ocorra a prisão civil daquele.

IV – DOS PEDIDOS

Diante todo exposto, requer se digne Vossa Excelência:


a) a concessão do benefício da justiça gratuidade, por não ter
condições de arcar com as despesas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo próprio;

b) a título de tutela provisória de urgência (CPC, arts. 294, 297 e 300)


a diminuição da pensão alimentícia para R$181,80 (cento e oitenta e um reais e oitenta centavos) em
razão da possibilidade do Requerente, face a necessidade do Requerido e a proporcionalidade entre as
condições da genitora do menor, atendendo ao trinômio previsto em lei;

c) a citação do Requerido, para, querendo, apresentar resposta à


presente no prazo do art. 335 do Código de Processo Civil, sob pena de revelia;

d) ao final, seja confirmada a tutela provisória de urgência, para que o


Requerente passe a prestar alimentos no importe de R$181,80 (cento e oitenta e um reais e oitenta
centavos)

e) a intimação do Ministério Público (art. 698 do CPC) para que se


manifeste no presente feito em razão do interesse de incapaz;

f) a condenação do requerido em custas e honorários que Vossa


Excelência fixar nos termos do art. 85 e seguintes do Código de Processo Civil;

f) a condenação do Requerido ao pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito


admitidos, em especial pela produção de prova documental, testemunhal, pericial e inspeção judicial,
além da juntada de novos documentos e demais meios que se fizerem necessários.

Requer-se, por fim, que todas as publicações sejam emitidas em nome


da Dra. Aline de Souza e Silva Alvares, OAB/MG196.389, com escritório profissional na Rua Irene
Maria de Oliveira, nº390, Monte Hebron, Cep 38420-600; telefone: 34.99880-2705; e-mail:
alinealvaresadv@gmail.com.

DO VALOR DA CAUSA - Art. 292, III do CPC

Dá-se a causa o valor de R$ 2.181,60 (dois mil cento e oitenta e um


reais e sessenta centavos).

Termos em que, pede deferimento

Uberlândia-MG, 30 de August de 2023.

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DRA. ALINE DE SOUZA E SILVA
DR. HELVECIO DE O. BRAZ
ALVARES
OAB/MG n.º 178.186
OAB/MG 196.389

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