Você está na página 1de 4

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA 1ª

VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE JOINVILLE – ESTADO DE SANTA


CATARINA

Autos nº XXXXXXX – Ação de alimentos

ADOLFO LISBOA, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua Sete de


Setembro, 222, Centro, Curitiba, Estado do Paraná, com endereço profissional
na Rua Quinze de Novembro, 333, Centro, Curitiba, Estado do Paraná,
Empresa de Telecomunicações Voz do Povo, vem, através de sua advogada
Heloisa Antunes Polhmann, inscrito na OAB/PR sob o nºXXXXXX,
respeitosamente à presença de vossa Excelência, apresentar:

CONTESTAÇÃO

Na ação de alimentos proposta por LINDAMIR NORUEGA, brasileira, solteira,


com domicílio na Rua Catarinense, 111, Bairro São Joaquim, Joinville, Estado
de Santa Catarina.

DAS ALEGAÇÕES DA AUTORA

As alegações da autora, que viveu na maritalmente com o réu por,


aproximadamente, cinco anos, resultando no nascimento de Acácia Lisboa de
12 anos de idade, na cidade de Curitiba, consistem que o réu rompeu a
convivência com ela antes mesmo do nascimento da filha e, desta forma,
nunca houve contribuição para o sustento da mesma. Todavia, a requerente
pleiteia que seja pago o valor total correspondente ao período em que o
requerido não contribuiu para a criação de sua filha e, que seja fixado um valor
para pagamento mensal de pensão alimentícia.

PRELIMINARES

Confirma-se que a autora já propôs anteriormente, na cidade de Curitiba, uma


ação idêntica a esta proposta, a qual se encontra suspensa devido ao
desemprego do réu na época da propositura e, com isso, dado o disposto no
artigo 337, §§1º e 2º do Código de Processo Civil, incumbe ao réu, antes de
discutir o mérito: “Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se
reproduz ação anteriormente ajuizada.“ e “Uma ação é idêntica a outra quando
possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido”,
verificando-se assim, a litispendência contida na ação.

DO MÉRITO

O valor do pedido da autora é inviável, tendo em vista que o requerido possui


uma renda mensal bruta de R$2.200,00 que, com os descontos legais, resta o
valor líquido de R$1.900,00 e, desta forma, afeta diretamente a vida do mesmo,
pois possui gastos para manter-se, como: aluguel, alimentação, vestuário,
manutenção da residência, dentre outros gastos pessoais para as suas
necessidades básicas (recibos, holerites e extratos bancários em anexo).

RECONVENÇÃO

Como se trata de pedido que versa sobre os alimentos, pede-se que seja
analisado o pedido contraposto, nos termos do artigo 343 do Novo Código de
Processo Civil, fundamentados pelo artigo 1.699 do Código Civil, o qual fala
que: “Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação financeira de
quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado reclamar ao
juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou majoração do
encargo”, tudo isso tendo em vista a redução do poder aquisitivo do réu, que é
elemento limitador, pois, o mesmo passou tempo desempregado e sem
poderes aquisitivos, os quais estão sendo regularizados com o novo emprego.

Apesar do dever de garantir alimento, tudo isso deve ser revisto diante da atual
condição financeira do alimentante. E, com isso, a baixa condição financeira de
arcar com o valor pedido pode ser observada pelos comprovantes que junta em
anexo, a qual impacta na subsistência do réu e na incapacidade de adimplir
regularmente com o valor fixado.

Dessa forma, conforme a doutrina especializada sobre o assunto, a fixação de


alimentos não pode causar dano ao alimentando, sendo esta:

“Os alimentos devem sempre permitir que o alimentando


viva de modo compatível com a sua condição social. Ainda
que seja esse o direito do credor, na quantificação de
valores é necessário que se atente as possibilidades do
devedor de cumprir o encargo. Assim, de um lado há
alguém com direito a alimentos e, de outro, alguém
obrigado a alcança-los.” (BERENICE DIAS, Maria. Manual
de direito das famílias. 12 edição. Editora RT, 2017. Versão
ebook, 28.23).

Ainda, o Código Civil traz amparo para a inviabilização do próprio sustento do


alimentante neste caso:

“Art.1.695. São devidos os alimentos quando quem os


pretende não tem bens suficientes nem pode prover, pelo
seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se
reclama pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao
seu sustento”.

Dessa forma, até que o requerido possua uma melhor condição financeira, a
qual o possibilite um maior valor fixado de alimentos, pede-se a redução dos
valores estabelecidos a título de alimentos para R$522,50 (quinhentos e vinte e
dois reais e cinquenta centavos), equivalentes a 50% (cinquenta por centro) do
salário mínimo vigente atualmente.
Assim, diante da impossibilidade comprovada de manter os valores pactuados,
impõe-se revisão.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, em sede de CONTESTAÇÃO, requer:

1. O deferimento do pedido de Gratuidade da Justiça, vide artigo 98 do


Novo Código de Processo Civil;
2. A TOTAL IMPROCEDÊNCIA da presente demanda, com a manutenção
do valor de alimentos fixados em R$522,50 (quinhentos e vinte e dois
reais e cinquenta centavos);
3. A condenação da autora ao pagamento das custas processuais e aos
honorários advocatícios, nos termos da lei, previstos no artigo 85, §2º do
Código de Processo Civil de 2015;
4. A produção de todas as provas admitidas em direito;
5. Interesse na realização de audiência conciliadora manifestado;

Do valor da causa à Reconvenção: R$1.000,00 (um mil reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Cidade, data.

(Nome completo e assinatura do Advogado).

ANEXOS:

Holerites;

Recibos/comprovantes de pagamento;

Extrato bancário;

Você também pode gostar