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PEÇA 3 – ATIV.

DE SALA DE AULA – PETIÇÃO INICIAL


ALUNA: Dâmaris Damasceno – 1711929
Estágio II – Turma: M35AB

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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DA _ VARA DE FAMÍLIA DA


COMARCA DE SALVADOR/BA

VALDELICE, brasileira, menor impúbere, vem, neste ato devidamente representada por sua
genitora ALICE, brasileira, solteira, operadora de telemarketing, inscrita sobre o RG de nº… e CPF
de nº…, residente e domiciliada à rua x, nº…, bairro y, Salvador/BA, com fulcro na lei 5.478/68,
apresentar perante Vossa Excelência a seguinte

AÇÃO DE ALIMENTOS

Em face de VALTER, brasileiro, divorciado, empresário, inscrito sobre o RG de nº… e CPF de


nº…, residente e domiciliado à rua x, nº…, bairro y, Salvador/BA, pelas razões de fato e direito a
seguir aduzidas.

1) PRELIMINARMENTE

1.1) DA JUSTIÇA GRATUITA

Requer a requerente, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro no disposto
da Lei 1.060/50, uma vez que esta já encontra-se em dificuldade financeira. Desse modo, em
virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os
encargos decorrentes do processo, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, conforme
declaração (anexo 1).

1.2) DO FORO PARA JULGAMENTO

Conforme os autos, observa-se que os genitores de VALDELICE residem em Estados


diferentes da Federação. Desse modo faz-se de suma importância reivindicar o foro para
processamento e julgamento do presente caso para a comarca de Salvador/CE, conforme o artigo
53, II do CPC: “É competente o foro: II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação
em que se pedem alimentos”.

2) DOS FATOS

Conforme Certidão de Nascimento (anexo 2), VALDELICE foi fruto do relacionamento


amoroso de Valter Alice, sendo reconhecida de modo devido como filha de ambos. Entretanto,
desde a concepção de Valdelice, todas as obrigações restaram na responsabilidade da genitora, tais
quais, as despesas concernentes à moradia, alimentação, transporte, escola, saúde e lazer,
totalizando em torno de R$ 1360,00 (mil trezentos e sessenta reais), haja vista os comprovantes
apresentados (anexo 3)
Todavia, mediante folha de pagamento (anexo 4), Alice recebe, enquanto operadora de
telemarketing, o valor de R$ 1200,00 (mil e duzentos reais), estando assim sobremodo endividada.
Por outro lado, VALTER aufere, enquanto empresário, a média de R$ 10000,00 (dez mil reais)
mensais, não possui outros filhos e colabora de modo esporádico com quantias entre R$ 200,00 e
R$ 300,00 mensais. Atesta-se, portanto, que situação financeira do requerido é estável e
privilegiada, tendo condições de colaborar para o sustento de sua filha todavia.

3) DO DIREITO

3.1) DA OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS

O dever da família de assegurar à criança, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à educação e ao lazer, vem esculpido no art. 227, da Constituição Federal. Deveres esses que devem
ser garantidos pela família, sendo recíproco entre os pais, não importando a relação que estes
possuam, cujo dever é de assistir, criar e educar seus filhos menores, conforme o artigo 229 da
Constituição brasileira.

O pedido da parte Autora encontra fundamento no art. 1696, do Código Civil, o qual prevê
que o direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos:

Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os pretende não tem bens suficientes,
nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se reclamam,
pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a
todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de
outros.

Outrossim, nos moldes do art. 1695, do referido diploma processual, resta demonstrada a
necessidade, vez que a genitora realiza as despesas concernentes à moradia, alimentação, transporte,
escola, saúde e lazer, totalizando em torno de R$ 1360,00 (mil trezentos e sessenta reais) e sem
ajuda do pai da criança para arcar com as despesas do filho. No mais, até onde a parte Requerente
tem ciência sobre os percebimentos do Requerido, o mesmo tem possibilidade em prestar a
assistência devida, visto que, aufere, enquanto empresário, a média de R$ 10000,00 (dez mil reais)
mensais e não possui outros filhos

Desse modo comprovado as relações jurídicas necessárias para a prestação de alimentos,


assim como demonstrado a relação necessidade-possibilidade, resta evidenciado a fumaça do bom
direito da requerente.

4) DA LIMINAR DE URGÊNCIA DE ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Mediante o exposto, urge salientar que a cada dia, diante das responsabilidades suscitada
pela criação de VALDELICE, a genitora encontra-se endividada, uma vez que, conforme já
demonstrado, os gastos necessários para manutenção de todos os cuidados com a criança, superam o
valor recebido pela requerente. Diante de tais condições observa-se comprovado os dois requisitos
imprescindíveis à concessão de liminar: periculum in mora e fumus bonne iuris.
Tal instituto encontra-se comprovado na Lei 5478/86, senão vejamos: “Art. 4º As despachar
o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o
credor expressamente declarar que deles não necessita.” Desse modo, requer-se a fixação dos
alimentos provisórios no valor de 20% dos rendimentos, uma vez que mostra-se valor razoável
para adimplementos das obrigações de VALDELICE e não gera risco ou prejuízo à Valter.

5) DO PEDIDO

Ante o que fora apresentado, requer-se à Vossa Excelência:

a) a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes, do Código de
Processo Civil e art. 1º, § 2º, da Lei nº 5.478/68;

b) a fixação de alimentos provisórios, no percentual de 20% com base no art. 4º, da Lei nº 5.478/68;

c) não sendo concedido o percentual requerido, que sejam concedidos alimentos provisórios em
percentual que o presente Juízo achar adequado;

d) a citação do Requerido para comparecer à Audiência de Conciliação e Mediação, nos termos do


art. 5º, § 1º, da Lei nº 5.478/68;

e) a intervenção do representante do Ministério Público, nos termos do art. 178, inciso II, do CPC;

f) a procedência do pedido para condenar o Requerido ao pagamento de alimentos definitivos, no


percentual de 20% (vinte por cento), a serem depositados todo dia 5 de cada mês via transferência
bancária;

g) ou ainda, procedência para condenar o Requerido ao pagamento de alimentos definitivos, no


percentual de 20% (vinte por cento) a serem pagos diretamente, de modo diligente, às instituições
responsáveis pela educação, saúde, transporte, assim como partilha dos gastos de moradia,
alimentação e lazer.

h) a condenação do Requerido ao pagamento das custas e honorários sucumbenciais, nos termos da


Lei;

Nestes Termos,

Pede e Aguarda deferimento.

Fortaleza, 04 de março de 2021

Advogado OAB nº

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