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AULA 1: 05/02/2019

INQUÉRITO POLICIAL E PRISÕES PROCESSUAIS


ANÁLISE INICIAL

Só pela capa do inquérito acima ( e que vcs


receberam), já podemos tirar algumas pequenas
conclusões. Vamos lá?
INQUÉRITO POLICIAL: O QUE É?

Conforme conceitua o professor Aury Lopes Júnior (2017), inquérito policial é “o procedimento
administrativo preliminar de caráter informativo presidido pela autoridade policial (delegado: art. 144
CF c/c art. 3º da Lei 12830/13) que tem por objetivo apurar a autoria, a materialidade, as
circunstâncias do fato e eventuais fontes de prova (art. 2º, §1º, da Lei 12.830/13) e que tem por
finalidade contribuir na formação da opinião delitiva do titular da ação.”

NO CASO ORA ESTUDADO, O INQUÉRITO POLICIAL FOI INSTAURADO EM RAZÃO DE UM


FLAGRANTE DELITO DE SUPOSTO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS.
FLAGRANTE DELITO
Flagrante é o delito que ainda “queima”, ou seja, é aquele que está sendo cometido ou
acabou de sê-lo, autorizando-se a prisão em flagrante do indivíduo mesmo sem
autorização judicial em virtude da certeza visual do crime. Funciona, desse modo, como
um mecanismo de autodefesa da sociedade (art. 5º, inciso LXI da CF). QUAIS AS
FINALIDADES BÁSICAS DA PRISÃO EM FLAGRANTE? i) Evitar a fuga do infrator; ii)
Auxiliar na colheita de elementos de informação; iii) Impedir a consumação do delito ou
seu exaurimento; iv) Preservar a integridade física do preso.
CRIME SUPOSTAMENTE PRATICADO
LEI 11343/06

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,


adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar,
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou
fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500


(quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS DO CRIME PRATICADO
O QUE QUER DIZER
ISSO? QUER DIZER
Artigo 5º, XLIII , CF/88- a lei considerará QUE TEM QUE FICAR
PRESO?
crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
graça ou anistia a prática da tortura , o
tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo
os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem;
O QUE DEVE ACONTECER QUANDO ALGUÉM
FOR PRESO EM FLAGRANTE?

1 ENCAMINHADO À DELEGACIA, A DEPENDER DA PENA, O DELEGADO PODERÁ


ARBITRAR FIANÇA. LEMBRANDO QUE AQUI NÃO É O CASO PORQUE O CRIME
EM ESPÉCIE É INAFIANÇÁVEL.
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
O QUE DEVE ACONTECER QUANDO ALGUÉM
FOR PRESO EM FLAGRANTE?

2 SE NÃO FOR O CASO DE LIBERAÇÃO PELO DELEGADO, DEVERÁ SER


ENCAMINHADO AO JUIZ DE CUSTÓDIAS ( ONDE HOUVER). E SEGUIRÁ, ENTÃO,
O COMANDO DO ARTIGO 310 DO CPP!
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro)
horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do
acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 13.964,
de 2019)

I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do


art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da
prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).

§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato em qualquer
das condições constantes dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade
provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a todos os atos processuais, sob pena de
revogação. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Se o juiz verificar que o agente é reincidente ou que integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade provisória, com ou sem
medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 3º A autoridade que deu causa, sem motivação idônea, à não realização da audiência de custódia
no prazo estabelecido no caput deste artigo responderá administrativa, civil e penalmente pela
omissão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste
artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade
da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata
decretação de prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
FIANÇA

Ver artigos 310, 321, 322, 323, 324 e 325 do CPP!


COMO ENTENDER A QUESTÃO DA
INAFIANÇABILIDADE? aRTIGO 5ª DA CF/88

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela


autoridade judiciária;
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido,
quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;
ENTENDIMENTO MAJORITÁRIO

SE NÃO CABE FIANÇA, PORQUE O CRIME É INAFIANÇÁVEL E NÃO CABENDO


PRISÃO PREVENTIVA (PORQUE NÃO EXISTEM OS REQUISITOS DOS ARTIGOS
311, 312 E 313 DO CPP), O QUE SOBRA É A LIBERDADE PROVISÓRIA SEM
FIANÇA ( SAI SEM PAGAR).
DA LIBERDADE PROVISÓRIA, COM OU SEM FIANÇA

Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade
provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios
constantes do art. 282 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - (revogado) (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).


II - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade
máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

Art. 323. Não será concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - nos crimes de racismo; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).


Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem
motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; (Redação
dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - em caso de prisão civil ou militar; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).

IV - quando presentes os motivos que autorizam a decretação da prisão preventiva (art. 312).
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: (Redação dada
pela Lei nº 12.403, de 2011).

a) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

b) (revogada); (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

c) (revogada). (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau
máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for
superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº
12.403, de 2011).

I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

§ 2o (Revogado): (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).


I - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - (revogado); (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - (revogado). (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011).
O DEBATE CONTINUA NAS PRÓXIMAS
AULAS.

AULA QUE VEM: FAREMOS PROCURAÇÃO EM FAVOR DO FLAGRANTEADO


ESTUDADO EM SALA DE AULA.

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