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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES CÍVEL

DA COMARCA DE BANDEIRANTES DO ESTADO DE PARANÁ

ÁGATHA JASMIN DE OLIVEIRA DO NASCIMENTO, brasileira, menor impúbere,


inscrita no CPF sob nº 162.822.259-06, representada por sua genitora ALINE DE OLIVEIRA,
brasileira, solteira, portadora do RG nº 10.280.787-1 e inscrita no CPF sob nº 096.921.789-78,
residentes e domiciliadas na Rua José Andrade de Alcantara, nº 95, QD 01, L07, na cidade de
Bandeirantes/ PR - CEP 86360-000, por seu advogado, que a esta subscreve, com escritório
profissional na Avenida Bandeirantes, nº 407, centro, na cidade de Bandeirantes - PR, CEP:86.360-
000, vem à presença de Vossa Excelência com fulcro nos artigos 693 e seguintes do Código de
Processo Civil, observando-se o procedimento especial previsto na Lei no 5.478/68-LA, propor:

AÇÃO DE GUARDA E REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS C/C ALIMENTOS

em face de ROGÉRIO PEREIRA DO NASCIMENTO, brasileiro, portador do RG sob o nº 133684786,


podendo ser encontrado no endereço situado na Rua Caracaratingá, nº 427, na cidade de
Arapongas – PR, CEP: 86707-700, pelos motivos e fatos expostos a seguir.

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, requer a Vossa Excelência que seja deferido o benefício da Gratuidade de Justiça,
com fulcro no artigo 98, caput, do Código de Processo Civil, por não ter condições de arcar com às
custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízos do próprio sustento e de sua família,
visto que a Requerente atualmente está tentando ingressar no mercado de trabalho.
Cumpre salientar ainda entendimento da Terceira Turma do Superior Tribunal de
Justiça, a qual decidiu que a gratuidade de justiça nas ações de alimentos em favor de crianças e
adolescentes não exige prova de insuficiência financeira do responsável legal, tendo em vista
que a menor é presumidamente incapaz economicamente, não se podendo condicionar a
concessão de gratuidade de justiça à demonstração de insuficiência de recursos da procuradora
legal, tendo em vista que o direito à gratuidade tem natureza personalíssima (artigo 99, parágrafo
6º).

II – DOS FATOS

A Requerente é mãe da menor, conforme consta em sua certidão de nascimento.


Sendo ela fruto do relacionamento entre a Requerente e Requerido, a qual nasceu no dia
05/04/2022, no Município de Arapongas-PR, nos termos da Certidão de Nascimento anexa aos
Autos.
A menor vive com sua genitora, de modo que esta recebe todos os cuidados
necessários para o seu desenvolvimento. Contudo, mesmo durante a gestação da Requerente,
apesar de ainda manter o relacionamento com o Requerido.
Logo após o nascimento do bebê, o relacionamento entre as partes chegou ao
fim. Devido a requerente ter medida protetiva contra o requerido a mesma não pode se
comunicar, por esse motivo que não tentou uma solução amigável.
O genitor ameaçou por várias vezes a requerente, dentre as ameaças a mesma
era vítima de violência doméstica, tanto antes como depois do parto, no entanto a mesma viu-se
obrigada a pedir medida protetiva contra o mesmo (em anexo).
É imprescindível relatarmos ainda os últimos meses do relacionamento foram
deveras conturbados. O Requerido demonstrou, por diversas vezes, um comportamento agressivo,
instável, e desequilibrado de modo que coloca em risco a vida e saúde da criança. Há de se falar
também que o requerido ameaça a requerente de pegar a criança e ir embora com a mesma. De
modo que, visando resguardar os direitos da menor, a Requerente busca amparo judicial.
Assim, a Autora requer que seja regulamentada a guarda, que na prática já a
exerce de forma unilateral, e apesar da conduta paterna, entende que a presença do genitor é um
direito da menor. Por isso, roga que o direito de visita do pai seja alternado, todavia,
supervisionada pela genitora ou por alguém de sua confiança, tendo em vista a idade da menor
(apenas cinco meses) e o comportamento do requerido, já descrito nesta exordial.
Outrossim, a Requerente requer que seja estipulado valor referente aos
alimentos para a menor, fixado no importe de 30% do salário mensal, corrigido anualmente de
acordo o valor do salário-mínimo vigente.

III – DOS FUNDAMENTOS


III. I DA GUARDA E DA REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS

Como dito, a genitora já exerce a guarda unilateral de fato da menor. Porém, a


Requerente tem interesse na guarda definitiva, dispondo-se a exercê-la unilateralmente.
Ocorre que, a parte autora entende que seria importante para a criança crescer
com uma referência paterna, bem como ter o convívio com o Requerido desde que seja
monitorado devido o desequilíbrio de humor do mesmo. Assim, a fim de buscar o convívio pacífico
da família e tendo como objetivo maior a formação humana da menor, entende ser mais eficaz que
seja estabelecido da seguinte forma:
- A menor ÁGATHA JASMIN DE OLIVEIRA DO NASCIMENTO, atualmente com 05
(cinco) meses de idade, ficará sob a guarda do cônjuge virago, tendo o cônjuge varão o
direito/dever de ver e permanecer com a filha;
- Que o Requerido possa ter a filha em sua companhia, em fins de semana
alternados, podendo pegá-la na casa materna às 09 horas do sábado e devolvê-lo até as 18 horas
do mesmo dia, no mesmo local. Terá a companhia da filha em feriados alternados, iniciando-se
pelo primeiro após a prolação da sentença; devido à distância da moradia de ambos, a criança
ainda é bebê não tem condições de ficar longe da mãe sendo totalmente dependente da mesma.
Além do mais a alimentada não pode tomar qualquer leite, por essa razão tem a
prescrição médica tendo a mesma que tomar um leite específico; e tendo também que tomar
alguns medicamentos conforme as receitas em anexo.

III.II DOS ALIMENTOS À MENOR

Visto que o alimentante possui emprego fixo na empresa Conte Solar (painel
solar) exercendo a função de analista comercial.
A renda média mensal do requerido ultrapassa de R$ 1.212,00 (um mil duzentos
e doze reais) que seria o salário-mínimo vigente, o requerido recebe um pouco mais de R$ 1.700
(um mil e setecentos reais) mensal.
Em razão do requerido ganhar mais de um salário, é justo que o mesmo pague
a título de alimentos o valor de R$ 510,00 (quinhentos e dez reais) sendo 30% do salário, mais R$
202,50 (duzentos e dois reais e cinquenta centavos) referente ao leite especial que a alimentada
precisa.

III.IV DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

O art. 4º da Lei de Alimentos determina:

Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo


alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o
credor expressamente declarar que deles não necessita.
Parágrafo único. Se se tratar de alimentos provisórios pedidos
pelo cônjuge, casado pelo regime da comunhão universal de
bens, o juiz determinará igualmente que seja entregue ao
credor, mensalmente, parte da renda líquida dos bens comuns,
administrados pelo devedor.
A requerente necessita urgentemente de Alimentos Provisórios para que possa
dar ao alimentando o mínimo de decência e dignidade. Para tanto, com base na excelente
condição financeira do requerido, diante dos fatos devidamente comprovados, faz-se a concessão
de alimentos provisórios em valor nunca inferior a 20% (vinte por cento) salários mínimos
vigente, mais R$ 202,50 (duzentos e dois reais e cinquenta centavos) referente ao leite especial.

DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. ALIMENTOS ENTRE CÔNJUGES. PRAZO.


Se, na constância do casamento, a mulher não dispõe dos
meios próprios para prover o seu sustento e se o seu marido
tem capacidade para tanto, não se pode fixar o dever
alimentício pelo prazo de apenas um ano, apenas porque ela é
jovem e capaz para o trabalho. Recurso conhecido e provido.
(REsp 555.429/RJ, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, QUARTA
TURMA, julgado em 08/06/2004, DJ 11/10/2004, p. 339)

CIVIL. PENSÃO ALIMENTÍCIA. Acórdão que limitou o dever de


alimentar pelo prazo de um ano, à consideração de que a
mulher é professora municipal, com renda própria. Julgado
reformado em razão das circunstâncias de fato: dedicação da
mulher à família por mais de 20 (vinte) anos, impedindo-a de
melhorar sua formação profissional, com a consequência de ter
remuneração insuficiente para atender-lhe as despesas básicas.

Recurso especial conhecido e provido. (REsp. 214.757/RJ, Rel.


Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA TURMA, julgado em
02/04/2002, DJ 17/06/2002, p. 255)
Portanto, diante dos argumentos acima aduzidos, e à luz da
ordem jurídica pátria, resta evidenciado que a requerente
merece total, pleno e irrestrito acolhimento.
IV - DOS PEDIDOS

Por fim, diante do exposto requer:

a) O deferimento dos benefícios da justiça gratuita;


b) A citação do Requerido, acima descrito, para que compareça em audiência a ser designada por
Vossa Excelência, sob pena de confissão quanto a matéria de fato, podendo contestar dentro do
prazo legal sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia, nos moldes do art. 344 do CPC/2015;
c) O arbitramento de alimentos provisórios, no valor de R$ 242,40 (duzentos e quarenta e dois
reais e quarenta centavos) sendo 20% (vinte por cento) do salário mínimo vigente, mais R$
202,50 (duzentos e dois reais e cinquenta centavos) referente ao leite especial, a ser depositado
na conta da representante legal da alimentada: Banco Nº 1288 POUPANÇA CAIXA TEM; AGÊNCIA:
3880; CONTA: 889941673-5; Titular: ALINE DE OLIVEIRA; portadora do RG sob o nº 10.280.787-1,
inscrita no CPF sob o nº 096.921.789-78, até o dia 15 de cada mês;
d) A intimação do representante do Ministério Público para intervir no feito;
e) Que sejam julgados procedentes os pedidos elencados a presente Inicial, condenando-se o
Requerido na prestação de alimentos definitivos, no valor de R$ 510,00 (quinhentos e dez reais)
sendo 30% (trinta por cento) do salário, mais R$ 202,50 (duzentos e dois reais e cinquenta
centavos) referente ao leite especial, a ser depositado na conta bancária da representante legal
da alimentada;
f) Seja deferida a guarda definitiva e unilateral da menor à genitora e regulamentada o direito a
visita para o genitor, conforme descrito alhures, sendo imprescindível que até os 03 (três) anos de
idade a visita se dê de modo supervisionado, nos termos do quanto estabelecido e fundamentado
no item: III.2 - DA REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA UNILATERAL E DAS VISITAS SUPERVISIONADAS;
g) Seja o Requerido condenado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios,
nos moldes do art. 546 do CPC/2015;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, que
ficam desde já requeridos, ainda que não especificados, inclusive depoimento pessoal da
representante legal da Requerente.
Atribui-se à causa o valor R$ 2.000,00 (dois mil reais) para fins de alçada, nos
moldes do art. 292, III do CPC/2015.

Termos em que
Pede deferimento.

Bandeirantes, 08 de setembro de 2022.


MAYKON JONATHA RICHTER – OAB/PR 36.356

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