NOVA VENÊNCIA – ES
Processo nº
\------------------------, já qualificado no
feito em epígrafe, por meio de seu procurador in fine assinado,
que tem escritório à Rua __________________________, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar
CONTESTAÇÃO
2
A própria SRTE-ES não aplicou qualquer sanção
administrativa, certamente por entender que, uma vez
satisfazendo todas as exigências, o requerido não deveria ser
penalizado.
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representante do MPT, esta não deve prosperar, uma vez que não
se vislumbra no caso, direitos coletivos, difusos ou homogêneos
a serem defendidos.
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Não se pretenda, de igual sorte, confundir o Ministério Público da
União (gênero) do Ministério Público do Trabalho (espécie), no que tange à
competência. A Lei Complementar nº 75/93, em que pese não raro ser desfavorecida
de melhor técnica legislativa, dotou o Ministério Público da União (gênero) de um
admirável elenco de competências. Fê-lo acertadamente.
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centenas de trabalhadores para a consecução do seu objetivo
lucrativo. Trata-se de pequeno arrendatário que cria poucas
cabeças de gado. Somente UM EMPREGADO foi encontrado em
situação irregular pela SRTE/ES, porque o requerido apenas tinha
UM EMPREGADO. Aliás, trata-se de seu primeiro e único empregado.
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então legitimado e obrigado a defender os “direitos
transindividuais” de toda a classe de empregados domésticos que
pudessem porventura, ser empregados por aquela determinada
empregadora ou empregador.
II - MÉRITO
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Não se pretende aqui implicar no descabimento
da atuação do parquet através de tutela inibitória. Contudo,
tal atuação é limitada à reincidência no ilícito trabalhista ou
pelo menos na grande probabilidade de sua ocorrência. Tais
hipóteses ocorrem, por exemplo, nos casos de empresas ou mesmo
empresários individuais que empregam vários trabalhadores. Como
sua atividade lucrativa simplesmente não pode ser exercida sem a
contratação de mão-de-obra, existe uma grande probabilidade que
o ilícito venha a ocorrer novamente.
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Como já ressaltado inúmeras vezes, o caso versa
sobre contratação única de um vaqueiro, por pequeno arrendatário
para manejo de poucas cabeças de gado. Não se trata de empresa
com vários funcionários ou de grande produtor rural que para
desenvolver sua atividade lucrativa, obrigatoriamente tem que se
valer de mão-de-obra contratada.
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movimentação do Ministério Público para proteger uma
coletividade “fantasma” é aceitar sua movimentação a cada
reclamação trabalhista isolada, onde para evitar que o
reclamante infrinja novamente a legislação trabalhista, lhe seja
impelida uma obrigação de fazer.
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Segundo alegações do Ministério Público, o
requerido infringiu dispositivos da NR 31, portaria 86/2005 do
Ministério do trabalho, além de desrespeitar outros dispositivos
constitucionais, como proteção à saúde e segurança dos trabalhadores.
Pleiteia em sede de tutela inibitória que o requerido se comprometa a
cumprir integralmente a referida norma com relação aos atuais e futuros
empregados.
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Ora, MM Juiz, existe um verdadeiro abismo entre
tratamento desumano e simples desobediência de um ou dois itens de uma
NR ou Portaria! A digníssima representante do MPT foi bem enfática ao
ressaltar as supostas falhas cometidas pelo requerido, mas
estranhamente esqueceu-se de mencionar que no mesmo local
supostamente “insalubre e absolutamente inabitável”, existia TV
colorida com antena parabólica, fogão a gás, luz elétrica, água
encanada e geladeira!
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a) capacidade dimensionada para
uma família: não existe
regulamentação do que seja
essa capacidade
dimensionada. A residência
ocupada pelo vaqueiro
contratado e sua família,
não é maior ou melhor do que
a casa sede.
b) Paredes construídas em
madeira ou alvenaria: todas
as paredes eram construídas
em alvenaria.
c) Pisos de material resistente
e lavável: o único cômodo
que era de “chão batido”
conforme se desprende da
própria inicial, era a
cozinha. Todo o resto da
moradia tinha piso revestido
de cimento (durável e
lavável por natureza)
d) Condições sanitárias
adequadas: a moradia era
dotada de banheiro. Não
existia falta de cobertura
do banheiro, mas apenas o
fato de que uma das telhas
de amianto estava quebrada
na lateral, algo que seria
facilmente corrigido.
e) Ventilação e iluminação
suficientes: a moradia era
dotada de janelas e portas e
tinha luz elétrica.
f) Cobertura capaz de
proporcionar proteção contra
intempéries: a moradia era
coberta por telhado em
amianto que apesar de não
ser um dos mais resistentes,
proporcionava perfeita
proteção contra chuvas e
qualquer outro tipo de
intempérie.
g) Poço ou caixa de água
protegido contra
contaminação: a casa contava
inclusive com água encanada
e banheiro.
h) Fossas sépticas, quando não
houver rede de esgoto
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afastadas da casa e do poço
de água, em lugar livre de
enchentes e a jusante do
poço: como já dito, a
moradia era aparelhada com
banheiro.
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Falta com a verdade a Ilma. Procuradora a tentar
impingir ao requerido a imagem de grande latifundiário, vilão da
sociedade, explorador da atividade pecuária!
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recebimento de notificação para assinatura de TAC, que se operou mais
por falta de instrução do que por qualquer outra coisa.
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Como é comum na maioria das propriedades de
Porto Belo, estas são manejadas pelas próprias famílias
residentes, e somente em uma ou outra existe a contratação,
quando muito de apenas um, empregado. São propriedades
modestas, ocupadas por pequenos pecuaristas com pouco poder
aquisitivo e dotados de pouca instrução, onde as moradias são
todas rústicas, não implicando, contudo em ambiente de
degradação ou de perigo iminente.
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Para que se admita a condenação por danos
morais pelo simples descumprimento de legislação trabalhista, é
necessário que exista ao menos uma pluralidade de
trabalhadores de modo que possa causar efetivamente um impacto
na sociedade. É neste sentido as jurisprudências elencadas pelo
próprio MPT, uma vez que TODAS ELAS versam sobre contratação
irregular ou trabalho escravo de vários trabalhadores.
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Assim, não se nega a legitimidade do Ministério
Público da União para pleitear o ressarcimento da sociedade
pelos danos morais coletivos sofridos. Contudo, o dano moral
coletivo somente exsurge de situação de tal gravidade e
magnitude que seja capaz de causar a repulsa da sociedade.
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Nos lindes do Direito do Trabalho, presta-se à
medição da verossimilhança de determinada explicação ou solução;
assim, p.ex., não é razoável supor que os ex-empregados de uma
dada empresa tenham espontaneamente se demitido e constituído
uma cooperativa entre si para, a partir do mês seguinte, prestar
serviços à mesma empresa, por preço unitário e sem os encargos
sociais de praxe.. O princípio da razoabilidade induz, nesses
casos, à presunção da fraude.
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No acórdão exarado no RO
00750.2005.003.17.00.0, do TRT da 17ª Região, a construtora
Épura Ltda foi condenada a pagar R$ 25.000,00 a título de danos
morais coletivos em caso que envolvia a falta de colocação de
barreiras em todos os acessos de entrada à torre de elevador,
execução de tarefas às alturas por trabalhadores que não usavam
cinto de segurança com trava-quedas. As irregularidades
culminaram com o falecimento do auxiliar de obras José Maria
decorrente de queda de bloco de cimento que lhe causou
traumatismo crânio-encefálico.
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No que tange ao dano extrapatrimonial coletivo,
o que levará em conta para a quantificação do dano, é a extensão
deste, as circunstâncias do fato e a situação econômica do
ofensor.
IMPUGNANDO OS PEDIDOS
2. Da tutela antecipada
Para que seja deferida a tutela antecipada se
faz necessária a comprovação dos requisitos para a sua
concessão, sejam eles, periculum in mora e fumus boni iuris, que
não estão presentes no caso.
Não existem outros empregados na pequena
propriedade. O empregado Adelson foi o PRIMEIRO E ÚNICO
empregado contratado pelo requerido.
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contratação do vaqueiro Adelson foram devidamente sanadas,
descabida a tutela antecipada para concessão da tutela
inibitória.
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mostra inócua e atentatória ao princípio da economia
processual
3 – Da tutela definitiva
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Ex positis, requer:
Termos em que,
Pede deferimento.
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