Você está na página 1de 19

Pantheon Cursos Preparatórios – 1º Fase do Exame da OAB

www.pantheonead.com.br
Sumário
Improbidade e Processo Administrativo Disciplinar ............................................................. 1

Pantheon Cursos Preparatórios – 1º Fase do Exame da OAB


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Improbidade e Processo Administrativo Disciplinar

QUESTÃO 01 - (FGV– OAB – XXVIII Exame de Ordem / 2019)


Sávio, servidor público federal, frustrado com a ineficiência da repartição em que trabalha, passou a faltar
ao serviço. A Administração Pública, após constatar que Sávio acumulou sessenta dias de ausência nos
últimos doze meses, instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do referido
servidor.
Tendo como premissa esse caso concreto, assinale a afirmativa correta.
A) O processo administrativo disciplinar será submetido a um procedimento sumário, mais simples e
célere, composto pelas fases da instauração, da instrução sumária - que compreende a indiciação, a
defesa e o relatório - e do julgamento.
B) A inassiduidade habitual configura hipótese de demissão do serviço público, ficando Sávio impedido
de nova investidura em cargo público federal pelo prazo de cinco anos, a contar do julgamento.
C) Na hipótese de ser imputada a pena de demissão a Sávio, é lícito à Administração Pública exigir
depósito de dinheiro como requisito de admissibilidade do recurso administrativo, até mesmo como forma
de ressarcir os custos adicionais que o poder público terá com o processamento do apelo.
D) A falta de advogado constituído por Sávio no processo administrativo é causa de nulidade, tendo em
vista que a ausência de defesa técnica prejudica o exercício da ampla defesa por parte do servidor
arrolado.

Comentários:
Nos termos do arts. 133, 139 e 140 da Lei n.º 8.112/90:

Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa
justificada, por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze
meses.
(...)
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também
será adotado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se
especialmente que:
(...)
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos, empregos
ou funções públicas, a autoridade a que se refere o art. 143 notificará o servidor,
por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar opção no prazo
improrrogável de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão,

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 1


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo


processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta
por dois servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a
materialidade da transgressão objeto da apuração
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III – julgamento (Grifo nosso).

Portanto, Sávio, servidor público federal, será submetido a um procedimento sumário, pela inassiduidade
habitual. Logo, o processo administrativo disciplinar será mais simples e célere.

Assim, a alternativa correta que deve ser marcada é: O processo administrativo disciplinar será
submetido a um procedimento sumário, mais simples e célere, composto pelas fases da
instauração, da instrução sumária - que compreende a indiciação, a defesa e o relatório - e do
julgamento.

Gabarito: Letra A

QUESTÃO 02 - (FGV– OAB – XXVIII Exame de Ordem / 2019)


A União celebrou convênio com o Município Alfa para a implantação de um sistema de esgotamento
sanitário. O Governo Federal repassou recursos ao ente local, ficando o município encarregado da
licitação e da contratação da sociedade empresária responsável pelas obras. Após um certame
conturbado, cercado de denúncias de favorecimento e conduzido sob a estreita supervisão do prefeito,
sagrou-se vencedora a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. Em escutas telefônicas, devidamente
autorizadas pelo Poder Judiciário, comprovou-se o direcionamento da licitação para favorecer a
sociedade empresária Vale Tudo Ltda., que tem, como sócios, os filhos do prefeito do Município Alfa.
Tendo sido feita perícia no orçamento, identificou-se superfaturamento no preço contratado.
Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.
A) Não compete ao Tribunal de Contas da União fiscalizar o emprego dos recursos em questão, pois, a
partir do momento em que ocorre a transferência de titularidade dos valores, encerra-se a jurisdição da
Corte de Contas Federal.
B) O direcionamento da licitação constitui hipótese de frustração da licitude do certame, configurando ato
de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública e, por isso, sujeita
os agentes públicos somente à perda da função pública e ao pagamento de multa civil.

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 2


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

C) Apenas os agentes públicos estão sujeitos às ações de improbidade, de forma que terceiros, como é
o caso da sociedade empresária Vale Tudo Ltda., não podem ser réus da ação judicial e, por
consequência, imunes à eventual condenação ao ressarcimento do erário causado pelo
superfaturamento.
D) Por se tratar de ato de improbidade administrativa que causou prejuízo ao erário, os agentes públicos
envolvidos e a sociedade empresária Vale Tudo Ltda. estão sujeitos ao integral ressarcimento do dano,
sem prejuízo de outras medidas, como a proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos
fiscais por um prazo determinado.

Comentários:
Questão literal. Vejamos o que nos ensina a Lei nº 8.429/92:

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo
não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.
(...)
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:
(...)
VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para
celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los
indevidamente.
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas
na legislação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às
seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de
acordo com a gravidade do fato:
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou
valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância,
perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 3


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Com base no exposto acima, nosso gabarito é: Por se tratar de ato de improbidade administrativa
que causou prejuízo ao erário, os agentes públicos envolvidos e a sociedade empresária Vale
Tudo Ltda. estão sujeitos ao integral ressarcimento do dano, sem prejuízo de outras medidas,
como a proibição de contratar com o Poder Público ou receber incentivos fiscais por um prazo
determinado.

Gabarito: Letra D

QUESTÃO 03 - (FGV– OAB – XXIX Exame de Ordem / 2019)


O Ministério Público ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Felipe dos Santos, servidor
público federal estável, com fulcro no Art. 10, inciso IV, da Lei nº 8429/92. O servidor teria facilitado a
alienação de bens públicos a certa sociedade empresária, alienação essa que, efetivamente, causou
lesão ao erário, sendo certo que, nos autos do processo, restou demonstrado que o agente público não
agiu com dolo, mas com culpa.
Com base na hipótese apresentada, assinale a opção que está em consonância com a legislação de
regência.
A) Felipe não pode sofrer as sanções da lei de improbidade, pois todas as hipóteses capituladas na lei
exigem o dolo específico para a sua caracterização.
B) É passível a caracterização da prática de ato de improbidade administrativa por Felipe, pois a
modalidade culposa é admitida para a conduta a ele imputada.
C) Não é cabível a caracterização de ato de improbidade por Felipe, na medida em que apenas os atos
que atentam contra os princípios da Administração Pública admitem a modalidade culposa.
D) Felipe não praticou ato de improbidade, pois apenas os atos que importam em enriquecimento ilícito
admitem a modalidade culposa.

Comentários:
O art. 10, inciso IV, da Lei de improbidade administrativa (Lei n.º 8.429/92) dispõe que:

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial,
desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das
entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente: (...)
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do
patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 4


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado; (...)
(grifo nosso).

No caso narrado na questão, houve lesão ao Erário, logo é permitida a modalidade culposa. Assim, a
opção correta é: É passível a caracterização da prática de ato de improbidade administrativa por
Felipe, pois a modalidade culposa é admitida para a conduta a ele imputada

Em síntese, quanto à prática de dolo ou culpa, os atos de improbidade são classificados da seguinte
forma:
- Art. 9º – Atos que importam enriquecimento ilícito => DOLO
- Art. 10 – Atos que causam prejuízo ao Erário (cofres públicos) => DOLO OU CULPA
- Art. 10-A – Concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário => DOLO OU CULPA
- Art. 11 – Atos que atentam contra os princípios da Administração Pública => DOLO.

Gabarito: Letra B

QUESTÃO 04 - (FGV– OAB – XXV Exame de Ordem / 2018)


Ricardo, servidor público federal, especializou-se no mercado imobiliário, tornando-se corretor de imóveis.
Em razão do aumento da demanda, passou a atender seus clientes durante o horário de expediente,
ausentando-se da repartição pública sem prévia autorização do chefe imediato. Instaurada sindicância,
Ricardo foi punido com uma advertência. A despeito disso, ele passou a reincidir na mesma falta que
ensejou sua punição. Nova sindicância foi aberta.
Com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta.
A) A sindicância não pode resultar, em nenhuma hipótese, na aplicação da pena de suspensão; neste
caso, deve ser instaurado processo administrativo disciplinar.
B) A reiteração da mesma falha não enseja a aplicação da pena de suspensão; neste caso, a única
sanção possível é a advertência.
C) A sindicância pode dar ensejo à aplicação da pena de suspensão, desde que a sanção seja de até 30
(trinta) dias.
D) A pena de demissão independe da instauração de processo administrativo disciplinar, podendo ser
aplicada após sindicância.

Comentários:

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 5


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Alternativa A. Incorreta. - A sindicância pode resultar: no arquivamento do processo; na aplicação de


penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias; na instauração de processo disciplinar
(art. 145, I, II, III, Lei n.º 8.112/90).
Alternativa B. Incorreta. - A reiteração da mesma falha enseja a aplicação da pena de suspensão. “A
suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder
de 90 (noventa) dias” (art. 130, Lei n.º 8.112/90).
Alternativa C. CORRETA. De acordo com o art. 145, da Lei n.º 8.112/90: Art. 145. Da sindicância
poderá resultar: I - arquivamento do processo; II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão
de até 30 (trinta) dias; III - instauração de processo disciplinar. Portanto, devemos assinalar como correta
a alternativa que afirma que: A sindicância pode dar ensejo à aplicação da pena de suspensão,
desde que a sanção seja de até 30 (trinta) dias.
Alternativa D. Incorreta. - A pena de demissão depende da instauração de processo administrativo
disciplinar (art. 146, Lei n.º 8.112/90).

Gabarito: Letra C

QUESTÃO 05 - (FGV– OAB – XXVI Exame de Ordem / 2018)


Raul e Alberto inscreveram-se para participar de um concorrido concurso público. Como Raul estava mais
preparado, combinaram que ele faria a prova rapidamente e, logo após, deixaria as respostas na lixeira
do banheiro para que Alberto pudesse ter acesso a elas. A fraude só veio a ser descoberta após o ingresso
de Raul e de Alberto no cargo, fato que ensejou o afastamento deles. Após rígida investigação policial e
administrativa, não foi identificada, na época do certame, a participação de agentes públicos no esquema.
Sobre os procedimentos de Raul e de Alberto, com base nas disposições da Lei de Improbidade
Administrativa, assinale a afirmativa correta.
A) Eles enriqueceram ilicitamente graças aos salários recebidos e, por isso, devem responder por ato de
improbidade administrativa.
B) Eles causaram prejuízo ao erário, consistente nos salários pagos indevidamente e, por isso, devem
responder por ato de improbidade administrativa.
C) Eles frustraram a licitude de concurso público, atentando contra os princípios da Administração Pública,
e, por isso, devem responder por ato de improbidade administrativa.
D) Eles não praticaram ato de improbidade administrativa, pois, no momento em que ocorreu a fraude no
concurso público, não houve a participação de agentes públicos.

Comentários:

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 6


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Pessoal, para que a um particular seja imputado o crime de improbidade administrativa, necessariamente
deve haver a presença de um agente público na ação. Desta forma, a alternativa a ser assinalada é:
Eles não praticaram ato de improbidade administrativa, pois, no momento em que ocorreu a
fraude no concurso público, não houve a participação de agentes públicos.

Gabarito: Letra D

QUESTÃO 06 - (FGV– OAB – XXVI Exame da Ordem / 2018)


Maria foi aprovada em concurso para o cargo de analista judiciário do Tribunal Regional Federal da 2ª
Região, mas, após ter adquirido a estabilidade, foi demitida sem a observância das normas relativas ao
processo administrativo disciplinar.
Em razão disso, Maria ajuizou ação anulatória do ato demissional, na qual obteve êxito por meio de
decisão jurisdicional transitada em julgado. Nesse interregno, contudo, Alfredo, também regularmente
aprovado em concurso e estável, foi promovido e passou a ocupar o cargo que era de Maria.
Sobre a hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
A) A invalidação do ato demissional de Maria não poderá importar na sua reintegração ao cargo anterior,
considerando que está ocupado por Alfredo.
B) Maria, em razão de ter adquirido a estabilidade, independentemente da existência e necessidade do
cargo que ocupava, deverá ser posta em disponibilidade.
C) Maria deverá ser readaptada em cargo superior ao que ocupava anteriormente, diante da ilicitude de
seu ato demissional.
D) Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser reintegrada ao cargo que ocupava e
Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de origem.

Comentários:
Conforme estabelece o art. 41, § 2º, da Constituição Federal: invalidada por sentença judicial a
demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável,
reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço (Grifo nosso).

Portanto, do caso hipotético temos o instituto da reintegração, que é disciplinado pelo art. 28, da Lei n.º
8.112/90, vejamos:
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo
anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 7


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com


ressarcimento de todas as vantagens.
(...)
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido
ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou,
ainda, posto em disponibilidade. (grifo nosso).

Sendo assim, Maria será reintegrada e Alfredo reconduzido ao cargo de origem. Logo, devemos marcar
como correta a alternativa: Em decorrência da invalidade do ato demissional, Maria deve ser
reintegrada ao cargo que ocupava e Alfredo deverá ser reconduzido para o cargo de origem.

Gabarito: Letra D

QUESTÃO 07 - (FGV – OAB – Exame da Ordem XXV / 2018)


Raimundo tornou-se prefeito de um pequeno município brasileiro. Seu mandato teve início em janeiro de
2009 e encerrou-se em dezembro de 2012. Em abril de 2010, sabendo que sua esposa estava grávida
de gêmeos e que sua residência seria pequena para receber os novos filhos, Raimundo comprou um
terreno e resolveu construir uma casa maior. No mesmo mês, com o orçamento familiar apertado, para
não incorrer em novos custos, ele usou um trator de esteiras, de propriedade do município, para nivelar
o terreno recém-adquirido.
O Ministério Público teve ciência do fato em maio de 2015 e ajuizou, em setembro do mesmo ano, ação
de improbidade administrativa contra Raimundo. Após análise da resposta preliminar, o juiz recebeu a
ação e ordenou a citação do réu em dezembro de 2015.
Considerando o enunciado da questão e a Lei de Improbidade Administrativa, em especial as disposições
sobre prescrição, o prazo prescricional das eventuais sanções a serem aplicadas a Raimundo é de
A) cinco anos, tendo como termo inicial a data da infração (abril de 2010); logo, como a ação foi ajuizada
em setembro de 2015, ocorreu a prescrição no caso concreto
B) três anos, tendo como termo inicial a data em que os fatos se tornaram conhecidos pelo Ministério
Público (maio de 2015); logo, como a ação foi ajuizada em setembro de 2015, não ocorreu a prescrição
no caso concreto.
C) cinco anos, tendo como termo inicial o término do exercício do mandato (dezembro de 2012); logo,
como a ação foi ajuizada em setembro de 2015, não ocorreu a prescrição no caso concreto.
D) três anos, tendo como termo inicial o término do exercício do mandato (dezembro de 2012); logo, como
a ação foi ajuizada em setembro de 2015, ocorreu a prescrição no caso concreto

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 8


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Comentários:
Em relação à prescrição, o art. 23, I, da Lei nº 8.429/92, assim dispõe: Art. 23. As ações destinadas a
levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do
exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

Vamos sistematizar os fatos narrados pelo caput da questão:


- Em janeiro de 2009, Raimundo torna-se prefeito;
- Em abril de 2010, Raimundo, para não onerar seu orçamento particular, utilizou trator de propriedade
da prefeitura para nivelar seu terreno.
- Em dezembro de 2012, Raimundo encerra seu mandato;
- Em setembro de 2015, o Ministério Público ajuizou uma ação de improbidade administrativa contra
Raimundo pela utilização do trator da prefeitura.

Conforme o caput da questão, Raimundo realizou um ato de improbidade administrativa de


enriquecimento ilícito, pois economizou seu orçamento particular ao utilizar o trator de propriedade da
prefeitura. Tal ato, prescreve em 05 anos após o término do mandato.

Diante do exposto, devemos assinar a alternativa: Cinco anos, tendo como termo inicial o término
do exercício do mandato (dezembro de 2012); logo, como a ação foi ajuizada em setembro de
2015, não ocorreu a prescrição no caso concreto.

Gabarito: Letra C

QUESTÃO 08 - (FGV– OAB – XXIII Exame da Ordem / 2017)


Após a Polícia Federal colher farto material probatório, o Ministério Público denunciou Ricardo, servidor
público federal estável, por crime funcional e comunicou o fato às autoridades competentes para eventual
apuração administrativa.
Antes do recebimento da denúncia, diante da vasta documentação que demonstrava a materialidade de
violação de dever funcional remetida para a Administração, foi instaurado o processo administrativo
disciplinar, sem a realização de sindicância, que, mediante regular processamento do inquérito
administrativo, culminou na aplicação da pena de demissão de Ricardo.
Sobre a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta.
A) Ricardo não poderia ser demitido sem a realização de sindicância, que é procedimento prévio
imprescindível para a instauração de processo administrativo disciplinar.

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 9


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

B) O recebimento da denúncia deveria ter suspendido o processo administrativo disciplinar contra


Ricardo, e o prosseguimento de tal apuração só poderia ocorrer após a conclusão do Juízo criminal.
C) O processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo é nulo, pois não é cabível a utilização
de prova produzida para a apuração criminal.
D) A hipótese não apresenta qualquer nulidade que contamine o processo administrativo disciplinar
instaurado contra Ricardo.

Comentários:
Conforme o art. 143, da Lei n.º 8.112/1990:

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é


obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
(...)
Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a imposição de
penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão, será
obrigatória a instauração de processo disciplinar. (grifo nosso)

Assim, como afirma o caput da questão, foi aberto um processo administrativo disciplinar sem abertura
de sindicância, o que é permitido pela Lei n.º 8.112/1990. Não havendo o que se falar de nulidade do
processo.

Portanto, devemos marcar como correta a alternativa: A hipótese não apresenta qualquer nulidade
que contamine o processo administrativo disciplinar instaurado contra Ricardo.

Gabarito: Letra D

QUESTÃO 09 - (FGV– OAB – XXIII Exame da Ordem / 2017)


O Ministério Público estadual ajuizou ação civil pública por improbidade em desfavor de Odorico, prefeito
do Município Beta, perante o Juízo de 1º grau.
Após os devidos trâmites e do recebimento da inicial, surgiram provas contundentes de que Odorico se
utilizava da máquina administrativa para intimidar servidores e prejudicar o andamento das investigações,
razão pela qual o Juízo de 1º grau determinou o afastamento cautelar do chefe do Poder Executivo
municipal pelo prazo de sessenta dias.

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 10


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Nesse caso, o Juízo de 1º grau


A) não poderia ter dado prosseguimento ao feito, na medida em que Odorico é agente político e, por isso,
não responde com base na lei de improbidade, mas somente na esfera política, por crime de
responsabilidade.
B) não tem competência para o julgamento da ação civil pública por improbidade ajuizada em face de
Odorico, ainda que o agente tenha foro por prerrogativa junto ao respectivo Tribunal de Justiça estadual.
C) não poderia ter determinado o afastamento cautelar de Odorico, pois a perda da função pública só se
efetiva com o trânsito em julgado da sentença condenatória.
D) agiu corretamente ao determinar o afastamento cautelar de Odorico, que, apesar de constituir medida
excepcional, cabe quando o agente se utiliza da máquina administrativa para intimidar servidores e
prejudicar o andamento do processo.

Comentários:
De acordo com o artigo 2º da Lei nº 8.429/92, reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação,
designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego
ou função nas entidades mencionadas no artigo 1º, quais sejam:

Administração direta (Poder Executivo Municipal, o caso desta questão, enquadra-se na


Administração Direta), indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de
entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual;

Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como
daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por
cento do patrimônio ou da receita anual

Sendo assim, o Juízo de 1º grau agiu corretamente ao determinar o afastamento cautelar de


Odorico, que, apesar de constituir medida excepcional, cabe quando o agente se utiliza da
máquina administrativa para intimidar servidores e prejudicar o andamento do processo.

Gabarito: Letra D

QUESTÃO 10 - (FGV– OAB – XXIV Exame da Ordem / 2017)

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 11


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Em ação civil pública por atos de improbidade que causaram prejuízo ao erário, ajuizada em desfavor de
José, servidor público estadual estável, o Juízo de 1º grau, após os devidos trâmites, determinou a
indisponibilidade de todos os bens do demandado, cujo patrimônio é superior aos danos e às demais
imputações que constam na inicial.
Apresentado o recurso pertinente, observa-se que a aludida decisão
A) não merece reforma, na medida em que José deve responder com todo o seu patrimônio,
independentemente do prejuízo causado pelos atos de improbidade que lhe são imputados.
B) deve ser reformada, considerando que somente podem ser objeto da cautelar os bens adquiridos
depois da prática dos atos de improbidade imputados a José.
C) deve ser reformada, pois não é possível, por ausência de previsão legal, a determinação de tal medida
cautelar em ações civis públicas por ato de improbidade.
D) deve ser reformada, porquanto a cautelar somente pode atingir tantos bens quantos bastassem para
garantir as consequências financeiras dos atos de improbidade imputados a José.

Comentários:
Vejamos o que nos ensina o artigo 7º da Lei nº 8.429/92 (que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função
na administração pública direta, indireta ou fundacional):

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou


ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável
pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens
do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá
sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o
acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito. (Grifo nosso)

Desta forma, em relação à decisão ora proferida no caput da questão, a alternativa a ser assinalada é:
deve ser reformada, porquanto a cautelar somente pode atingir tantos bens quantos bastassem
para garantir as consequências financeiras dos atos de improbidade imputados a José.

Gabarito: Letra D

QUESTÃO 11 - (FGV– OAB – XX Exame da Ordem / 2016)

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 12


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Carlos Mário, chefe do Departamento de Contratos de uma autarquia federal descobre, por diversos
relatos, que Geraldo, um dos servidores a ele subordinado, deixara de comparecer a uma reunião para
acompanhar a tarde de autógrafos de um famoso artista de televisão. Em outra ocasião, Geraldo já se
ausentara do serviço, durante o expediente, sem prévia autorização do seu chefe, razão pela qual lhe
fora aplicada advertência. Irritado, Carlos Mário determina a instauração de um processo administrativo
disciplinar, aplicando a Geraldo a penalidade de suspensão, por 15 (quinze) dias, sem a sua oitiva, em
atenção ao princípio da verdade sabida.
Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta.
A) A penalidade aplicada é nula, em razão de violação às garantias constitucionais da ampla defesa e do
contraditório, razão pela qual o princípio da verdade sabida não guarda compatibilidade com a ordem
constitucional vigente.
B) A penalidade aplicada é nula, pois a ausência do serviço sem autorização do chefe é hipótese de
aplicação da penalidade de advertência e jamais poderia dar ensejo à aplicação da penalidade de
suspensão.
C) A penalidade aplicada é correta, pois a ausência do servidor no horário de expediente é causa de
aplicação da penalidade de suspensão, e o fato era de ciência de vários outros servidores.
D) A penalidade aplicada contém vício sanável, devendo ser ratificada pelo Diretor-Presidente da
autarquia, autoridade competente para tanto.

Comentários:
Nas palavras da professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “verdade sabida é o conhecimento pessoal e
direto da falta pela autoridade competente para aplicar a pena”. A verdade sabida, todavia, é vedado
pela Constituição Federal e pela Lei n.º 8.112/90, justamente por violar o contraditório e a ampla defesa.
Vejamos na Lei n.º 8.112/90, in verbis:

Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é


obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo
administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.

Sendo assim, devemos marcar como correta a alternativa: A penalidade aplicada é nula, em razão de
violação às garantias constitucionais da ampla defesa e do contraditório, razão pela qual o
princípio da verdade sabida não guarda compatibilidade com a ordem constitucional vigente.

Gabarito: Letra A

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 13


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

QUESTÃO 12 - (FGV – OAB – Exame da Ordem XX / 2016)


Uma organização da sociedade civil recebeu recursos públicos para a execução de um projeto, em regime
de colaboração com a Administração Pública.
A partir da hipótese apresentada, segundo a Lei de Improbidade Administrativa, assinale a afirmativa
correta.
A) Uma organização da sociedade civil, que se qualifica como entidade privada sem fins lucrativos, ao
receber recursos públicos, inclusive sob a forma de auxílio ou subvenção, pode ser sujeito passivo de ato
de improbidade administrativa.
B) Uma organização da sociedade civil, por ser entidade privada, não pode ser sujeito passivo de ato de
improbidade administrativa.
C) Os atos praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo,
fiscal ou creditício, de ente público, não se sujeitam às penalidades previstas na lei de improbidade
administrativa.
D) Uma organização da sociedade civil, por ser entidade privada sem fins lucrativos, pode receber
recursos públicos, razão pela qual não pode ser sujeito passivo de ato de improbidade administrativa.

Comentários:
Conforme vimos em aula, a Lei de Improbidade Administrativa – Lei nº 8.429/92, no art. 1º e parágrafo
único, estabelece que incidirá as sanções dessa lei contra os atos de improbidade praticados contra:
(i) - a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios, de Território;
(ii) - empresa incorporada ao patrimônio público;
(iii) - entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de 50%
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei;
(iv) - entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público
bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos
de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Portanto, entidade que receba recursos públicos pode ser sujeito passivo de ato de improbidade
administrativa. Logo, devemos marcar como correta a alternativa A.

Demais alternativas (incorretas):


Alternativa B. Incorreta. Uma organização da sociedade civil, por ser entidade privada, pode ser sujeito
passivo de ato de improbidade administrativa.

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 14


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Alternativa C. Incorreta. Os atos praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção,
benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de ente público, se sujeitam às penalidades previstas na lei
de improbidade administrativa.

Alternativa D. Incorreta. Uma organização da sociedade civil, por ser entidade privada sem fins lucrativos,
pode receber recursos públicos, razão pela qual pode ser sujeito passivo de ato de improbidade
administrativa.

Gabarito: Letra A

QUESTÃO 13 - (FGV – OAB – Exame da Ordem XVIII / 2015)


O Ministério Público do Estado W ajuizou ação de improbidade administrativa contra um ex-governador,
com fundamento no Art. 9º da Lei nº 8.429/1992 (ato de improbidade administrativa que importe
enriquecimento ilícito), mesmo passados quase 3 (três) anos do término do mandato e 6 (seis) anos desde
a suposta prática do ato de improbidade que lhe é atribuída. Nesse caso,
A) o ex-governador está sujeito, dentre outras sanções, à perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ao ressarcimento integral do dano e à suspensão dos direitos políticos pelo
período de oito a dez anos.
B) a ação de improbidade está fadada ao insucesso, tendo em vista que não podem ser réus de tal
demanda aqueles que já não ocupam mandato eletivo e nem cargo, emprego ou função na Administração.
C) a ação de improbidade está fadada ao insucesso, tendo em vista que já transcorreram mais de 3 (três)
anos desde o término do exercício do mandado eletivo.
D) é imprescritível a ação de improbidade destinada à aplicação das sanções previstas na Lei nº
8.429/1992, e, por essa razão, o ex-governador pode sofrer as cominações legais, mesmo após o término
do seu mandato.

Comentários:
Aquele que, em razão do exercício de mandato realize atos de improbidade administrativa que importem
no enriquecimento ilícito, está sujeito às sanções, dentre outras, a perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ao ressarcimento integral do dano e à suspensão dos direitos políticos de oito
a dez anos (arts. 9º c/c 12, I, da Lei nº 8.429/92).

Portanto, conforme o caput da questão, o ex-governador está sujeito àquelas sanções. Logo, a
alternativa correta é: O ex-governador está sujeito, dentre outras sanções, à perda dos bens ou

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 15


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ao ressarcimento integral do dano e à suspensão


dos direitos políticos pelo período de oito a dez anos.

Gabarito: Letra A

QUESTÃO 14 - (CESPE – OAB – Exame da Ordem / 2008)


A respeito dos agentes públicos, julgue os itens a seguir.
I Na prática de atos de improbidade administrativa, mesmo os que exercem, sem remuneração, mandato,
cargo, emprego ou função pública são considerados agentes públicos.
II As pessoas que, na esfera federal, são contratadas por tempo determinado para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público são regidas pela Lei n.º 8.112/1990.
III Os integrantes da Advocacia-Geral da União, os procuradores dos estados e do DF e os defensores
públicos são, nos termos da CF, remunerados por subsídios.
IV O dispositivo constitucional que proíbe a sindicalização e a greve dos militares federais estende-se aos
militares dos estados e do DF.
Estão certos apenas os itens
A) I e II.
B) II e III.
C) III e IV.
D) I, III e IV.

Comentários:
Item I: CERTO. “Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas
no artigo anterior” (art. 2º, Lei nº Art. 8.429/92).

Item II: INCORRETO. O art. 37, IX, da Constituição Federal, autoriza a contratação por tempo
determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse público. Todavia, os ditos
temporários não são servidores públicos civis federais, assim, não são regidos pela Lei n.º 8.112/1990.

Item III: CERTO. Nos termos do art. 135, da Constituição Federal, integrantes da Advocacia-Geral da
União, os procuradores dos estados e do DF e os defensores públicos são de fato remunerados por
subsídios.

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 16


www.pantheonead.com.br
Direito Administrativo
COLEÇÃO
QUESTÕES COMENTADAS XXXII Exame de Ordem
(2021)

Item IV: CERTO. ao militar são proibidas a sindicalização e a greve (art. 142, § 3º, IV, CF/1988)

Assim, apenas o item II está incorreto: I, III e IV.

Gabarito: Letra D

QUESTÃO 15 - (VUNESP – OAB-SP – Exame da Ordem / 2007)


Um perito judicial que receba um bem imóvel para elaborar laudo que favoreça uma das partes em juízo,
pode ser enquadrado no conceito de improbidade administrativa?
A) Não, porque a improbidade administrativa não se aplica à função judicial.
B) Sim, por se tratar de desvio ético de conduta de agente público no desempenho de função pública.
C) Sim, desde que o perito seja funcionário público.
D) Não, porque seu enriquecimento ilícito não acarretou danos à Administração.

Comentários:
Nos termos do art. 1º, da Lei nº 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor


ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de
Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta
por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.
(grifo nosso).

Portanto, o ato do perito judicial de receber um bem para elaborar um laudo é enquadrado como
improbidade administrativa. Assim, devemos marcar que: Sim, por se tratar de desvio ético de
conduta de agente público no desempenho de função pública.

Gabarito: Letra B

Questões Comentadas – Direito Administrativo – 1ª Fase XXXII Exame da OAB 17


www.pantheonead.com.br

Você também pode gostar