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FACULDADE ESTÁCIO – CAMPUS MACAPÁ

CURSO DE DIREITO

DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO I – CCJ 0010

TURMA: 3001

DOCENTE: PROFª ESP. LUCIANA UCHÔA ESTEVES

GRUPO/ACADÊMICO:

Adriana Oliveira da Silva


Matrícula: 201607404851

Bianca Duarte de Andrade


Matrícula: 201102199486

Christian Willan Nobre de Brito


Matrícula: 201607203707

Gabriel Eduardo de Andrade Montesinos


Matrícula 201701287072

AVALIAÇÃO AV2 – DIREITO ADMINISTRATIVO I – CCJ 0010 3001 – 10,0


PTS
OBSERVAÇÕES: Leia com atenção as questões antes de responder. As questões devem ser
respondidas e encaminhadas pela Plataforma Digital Teams ou pelo SIA/SAVA. A execução da
avaliação ocorrerá durante a semana de aplicação da AV2, tendo como prazo máximo de entrega
28/11/2020. Sua avaliação é composta por 04 (quatro) questões discursivas, sendo atribuídos 2,5
(dois vírgula cinco) pontos para as respostas corretas e fundamentadas na legislação específica,
quando houver, totalizando 10,0 (dez) pontos. Boa prova!

01. FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/Exame Anual 2/2019/XXIX Exame

Diante de rebelião instaurada em unidade prisional federal, que contou com a


conivência de servidores públicos, a autoridade competente, ao final de apuração em
processo administrativo disciplinar, aplicou a disponibilidade como sanção aos agentes
penitenciários envolvidos no evento, dentre os quais estava André.

Em razão disso, André procura você para, na qualidade de advogado(a), esclarecer,


fundamentadamente, os questionamentos a seguir.

A) A autoridade competente poderia ter aplicado a disponibilidade como sanção a


André? (1,25)
R= Não. A disponibilidade não tem a natureza de sanção, somente se aplicando nas
hipóteses de extinção do cargo ou declaração da sua desnecessidade, na forma do Art.
41, § 3º, da CRFB/88, OU a disponibilidade não consta dentre as penalidades
disciplinares previstas no Art. 127 da Lei nº 8.112/90.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os


servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Lei nº 8.112/90

Art. 127. São penalidades disciplinares:


I - advertência;
II - suspensão;
III - demissão;
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V - destituição de cargo em comissão;
VI - destituição de função comissionada.

B) Existe desvio de finalidade na aplicação da sanção descrita? (1,25)

R= Sim. Há desvio de finalidade na situação descrita, dado que a disponibilidade foi


utilizada para alcançar fim diverso daquele previsto na lei, consoante define o Art. 2º da
Lei nº 4.717/65.

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades


mencionadas no artigo anterior, nos casos de:
a) incompetência;
b) vício de forma;
c) ilegalidade do objeto;
d) inexistência dos motivos;
e) desvio de finalidade.
02. FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/Exame Anual 2/2017/XXIII Exame

O Congresso Nacional aprovou recentemente a Lei nº 20.100/17, que reestruturou diversas


carreiras do funcionalismo público federal e concedeu a elas reajuste remuneratório.
Especificamente em relação aos analistas administrativos de determinada agência reguladora,
foi instituída gratificação de desempenho.

Ao proceder aos cálculos, a Administração interpreta equivocadamente a lei e calcula a maior


o acréscimo salarial, erro que só é percebido alguns anos depois de iniciado o pagamento.

Sobre a hipótese apresentada, responda aos itens a seguir.

A) Não havendo má-fé dos servidores, a Administração pode rever a qualquer tempo os
cálculos e exigir a devolução da quantia paga indevidamente? (1,25)

R= Há qualquer tempo não, pois a Administração possui o prazo de cinco anos para anular os
atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, conforme
disposto no Art. 54 da Lei nº 9.784/99. Quanto à restituição da quantia paga a maior, por não
terem os servidores dado causa ao equívoco e estarem de boa-fé, bem como diante do caráter
alimentar e do princípio da confiança legítima, não será cabível.

Art. 54. O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os
destinatários decai em cinco anos, contados da data em que
foram praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida
de autoridade administrativa que importe impugnação à
validade do ato.

B) O ato da Administração que resultar na revisão do cálculo da gratificação precisa,


obrigatoriamente, ser motivado? (1,25)

R= Sim, pois segundo dispositivo legal a Administração deve obrigatoriamente motivar


o ato, conforme disposto no Art. 50, inciso I, da Lei nº 9.784/99 OU no Art. 50, incisos
VI ou VIII, da Lei nº 9.784/99.

Lei nº 9.784/99
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses
VI - decorram de reexame de ofício
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação
de ato administrativo
03. FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/Exame Anual 1/2016/XIX Exame

A lei federal nº 1.234 estabeleceu novas diretrizes para o ensino médio no país,
determinando a inclusão de Direito Constitucional como disciplina obrigatória. Para
regulamentar a aplicação da lei, o Presidente da República editou o Decreto nº 101
que, a fim de atender à nova exigência legal, impõe às escolas públicas e particulares, a
instituição de aulas de Direito Constitucional, de Direito Administrativo e de Noções de
Defesa do Consumidor, no mínimo, de uma hora semanal por disciplina, com
professores diferentes para cada uma.

Com base na hipótese apresentada, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir.

A - Considerando o poder regulamentar, conferido à Administração Pública, de editar


atos normativos gerais para complementar os comandos legislativos e permitir sua
aplicação, é válido o Decreto nº 101, expedido pelo Chefe do Poder Executivo? (1,25)

R= Não é valido o decreto nº 101, o poder regulamentar conferido à Administração


tem caráter complementar à lei, a fim de permitir sua aplicação. O poder regulamentar
destina-se, portanto, a explicitar o teor das leis, preparando sua execução, não
podendo criar obrigação nova, não prevista na lei. O Art. 84, IV, da CRFB/88, dá a
exatadimensão dessa prerrogativa: “expedir decretos e regulamentos para sua fiel
execução”.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução

B - O ato expedido pelo Chefe do Poder Executivo está sujeito a controle pelo Poder
Legislativo? (1,25)

R= Sim, pois o Congresso Nacional tem competência constitucional para sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar, conforme
previsão do Art. 49, V, da CRFB/88.

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem
do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
04. FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/Exame Anual 3/2016/XXI Exame

Maria construiu, de forma clandestina, um imóvel residencial em local de risco e, em


razão disso, a vida de sua família e outros imóveis situados na região estão ameaçados.
A autoridade municipal competente, por meio do devido processo administrativo
tomou as providências cabíveis para determinar e promover a demolição de tal
construção, nos exatos termos da legislação local.

Diante dessa situação hipotética, responda aos itens a seguir.


A) Pode o Município determinar unilateralmente a obrigação demolitóri

R= Sim. O ato administrativo em questão decorre do exercício do poder de polícia que


goza do atributo da imperatividade ou coercibilidade, por meio do qual a Administração
pode impor unilateralmente obrigações válidas.

B) Caso Maria não cumpra a obrigação imposta, o Município está obrigado a postular a
demolição em Juízo? (1,25)

R= A resposta é negativa. O ato administrativo em questão goza do atributo da


autoexecutoriedade, que autoriza a Administração a executar diretamente seus atos e a
fazer cumprir suas determinações, sem recorrer ao Judiciário.

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