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LEI 8.

112
Lei nº 8.112/1990 e suas alterações
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LEI Nº 8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES

DA POSSE E DO EXERCÍCIO

Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as atri-
buições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não
poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofício
previstos em lei.

ATENÇÃO
A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 13, § 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de provimento.
(Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10/12/1997)
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, em licença
prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alíneas
“a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. (Redação
dada pela Lei n. 9.527, de 10/12/1997)

É importante observar que a lei permite a prorrogação da posse somente para quem já é
servidor público federal. Todavia, cada ente político tem competência para criar seu próprio
regime jurídico para os servidores, que podem trazer regras diferentes.
Nesse sentido, vale observar os dispositivos citados no § 2º do art. 13:

Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:


I – por motivo de doença em pessoa da família;
(...)
III – para o serviço militar;
V – para capacitação;
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de efetivo
exercício os afastamentos em virtude de: (Vide Decreto n. 5.707, de 2006)
I – férias;
IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-gra-
duação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento;
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
5m b) para tratamento da própria saúde;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
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e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei n. 9.527, de
10/12/1997)
f) por convocação para o serviço militar;
IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação
desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica;

Continua a Lei n. 8.112/1990:

Art. 13, § 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Obs.: vale lembrar que não é possível entrar em exercício por procuração.

§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.


§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu
patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

Obs.: essa declaração de bens no ato da posse é de grande importância, pois os servido-
res devem renovar a sua declaração de bens anualmente. Dessa forma, havendo
uma evolução patrimonial que não condiz com a remuneração, é possível que o ser-
vidor venha a responder a um processo ou por ato de improbidade administrativa.

§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo previsto no §
1º deste artigo.

Obs.: quando o servidor é nomeado, mas não aparece para assinar o termo de posse, a
sua nomeação será tornada sem efeito. Todavia, se o nomeado toma posse, mas
não entra em exercício, então será exonerado de ofício. Dessa forma, vale lembrar
que a exoneração não é uma punição.

Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para
o exercício do cargo.

Exercício

Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de con-
fiança. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10/12/1997)
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§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em exercício,
contados da data da posse. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10/12/1997)
10m (...)
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para
função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o
disposto no art. 18.

Obs.: o servidor efetivo apenas é designado para função de confiança, não sendo ne-
cessário tomar posse ou entrar em exercício nessa função. Isso é diferente do que
acontece com o ocupante de cargo em comissão, que deve seguir os trâmites pre-
sentes na lei.

§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de


designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá
exceder a trinta dias da publicação.
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, redis-
tribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo desempenho
das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a
nova sede.

Obs.: ou seja, o servidor que é removido para trabalhar em outra cidade terá direito a um
período de trânsito, que serve justamente para que possa realizar a sua mudança
para o novo domicílio.

§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a que se


refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes
aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e
observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente.
(...)
§ 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis especiais.
(Incluído pela Lei n. 8.270, de 17/12/1991)
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Estabilidade

Acerca da estabilidade, é importante trabalhar com base na Constituição Federal de 1988,


pois os dispositivos que tratam do tema na Lei n. 8.112/1990 encontram-se desatualizados.
Nesse sentido, dispõe a CF/1988:

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de
provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
(...)
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de de-
sempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)

Perda do cargo público quando estável (art. 41, § 1º da CF/1988)

O servidor, mesmo estável, pode perder o seu cargo público em algumas situações.
Nesse sentido, dispõe a CF/1988:

Art. 41, § 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda Consti-
tucional n. 19, de 1998)
I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda Constitucional n.
19, de 1998)
II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar,
assegurada ampla defesa.

Obs.: vale lembrar que no caso de perda de cargo em virtude de processo disciplinar ou
por avaliação de desempenho, o Estado deve conceder ao servidor o direito ao con-
traditório e à ampla defesa.

A CF/1988 também traz uma outra forma de perda do cargo público, mas por meio de
exoneração:
20m

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 19, de 1998)
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A questão da perda de cargo por excesso de gasto com pessoal é tratada na Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal (LRF), que traz a seguinte redação:

Art. 19. Para os fins do disposto no art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada
período de apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da receita
corrente líquida, a seguir discriminados:
I – União: 50% (cinquenta por cento);
II – Estados: 60% (sessenta por cento);
III – Municípios: 60% (sessenta por cento).

Se os limites de despesas forem desrespeitados, devem-se tomar as medidas previstas


no art. 169, § 3º da CF, de maneira sucessiva:
1º) redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e
funções de confiança;
2º) exoneração dos servidores não estáveis;
3º) se as providências acima não forem suficientes para assegurar o cumprimento da
determinação da lei, o servidor estável poderá perder o cargo, ou seja, poderá ser exonerado.

Estágio probatório

Primeiramente, vale lembrar que estágio probatório e estabilidade são coisas diferentes.
A estabilidade é uma expectativa de permanência no serviço público, já o estágio proba-
tório é uma mera avaliação, que tem por objetivo verificar se o servidor tem aptidão ou não
para o exercício do cargo.
Apesar de a Lei n. 8.112/1990 apontar que o estágio probatório tem o prazo de 24 meses,
isso não é mais válido, pois tanto o prazo para a estabilidade quanto para o estágio probató-
rio hoje é de três anos.
25m

Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito
a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptidão e ca-
pacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:
(Vide EMC n. 19)
I – assiduidade;
II – disciplina;
III – capacidade de iniciativa;
IV – produtividade;
V – responsabilidade.
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Obs.: o professor traz um mnemônico para ajudar na memorização do dispositivo acima.


“O servidor deve ser RAPID”, em que R = responsabilidade, A = assiduidade, P =
produtividade, I = iniciativa e D = disciplina.

Cabe destacar que o estágio probatório é em cada cargo. Ou seja, se o servidor já passou
pelo estágio probatório, mas fez outro concurso e assumiu um novo cargo, precisará cumprir
o estágio probatório de seu novo cargo.

Art. 20, § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à
homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por
comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da
respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados
nos incisos I a V do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei n. 11.784, de 2008)
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido
ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
30m § 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comis-
são ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de
provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, de níveis 6, 5 e
4, ou equivalentes. (Incluído pela Lei n. 9.527, de 10/12/1997)

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conte-
údo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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