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LEI 8.

112
Lei nº 8.112/1990 e suas alterações
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LEI Nº 8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES

A Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dispõe sobre o regime jurídico dos servidores
públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais.
Cada ente político tem competência legislativa para criar seu próprio estatuto. Ou seja,
cada estado e cada município têm suas próprias leis para seus servidores.

Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais.

A Lei n. 8.112 é aplicada à administração direta (Ministérios, Polícia Federal, Receita


Federal etc.). Além disso, são atingidas as autarquias (Anvisa, Anatel etc.) e as fundações
públicas (Funasa, Funai etc.).
Pessoas que trabalham em empresas públicas ou sociedades de economia mista (Caixa
Econômica, Banco do Brasil, Correios etc.) possuem vínculo celetista, mas devem fazer con-
curso público.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público.

O servidor público ocupa um cargo público; já o empregado público ocupa um emprego


público (CLT).
5m

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura orga-


nizacional que devem ser cometidas a um servidor.
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

Casos previstos em Lei: Justiça Eleitoral, voluntário etc.

Art. 37. A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso pú-
blico de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou em-
prego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em
lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 19, de 1998)

O concurso da Polícia Federal requer uma prova escrita, um teste físico, um teste psico-
técnico, investigação social etc. Há concursos em que o candidato deve apresentar títulos
(mestrado, doutorado etc.).
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Não é necessária aprovação prévia em concurso público para cargos em comissão (livre
nomeação). Note que o cargo em comissão é diferente da função de confiança, embora suas
atribuições sejam as mesmas (chefia, direção ou assessoramento). O cargo em comissão pode
ser ocupado por qualquer pessoa que preencha os requisitos técnicos da vaga; já a função de
confiança deve ser ocupada por servidor efetivo, aprovado previamente em concurso público:

Art. 37. V – As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de car-
go efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento.
10m Art. 37. XVI – É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regu-
lamentadas;

Portanto, a Constituição permite a acumulação de cargos apenas para as atividades


mencionadas, que apresentam falta de profissionais no país.

 Obs.: há cargos com o nome de “técnico” que não podem ser acumulados com cargo de
professor (exemplos: técnico judiciário de tribunal e técnico do INSS). Já os cargos
técnicos que exercem uma atividade específica podem ser acumulados com cargo
de professor (exemplo: técnico judiciário da área de informática).

ATENÇÃO
Na exceção prevista na alínea b do inciso XVI do art. 37 da CF, o conceito de “cargo técnico
ou científico” não remete, essencialmente, a um cargo de nível superior, mas pela análise
da atividade desenvolvida, em atenção ao nível de especificação, capacidade e técnica
necessários para o correto exercício do trabalho. RMS 42.392/AC, Rel. Ministro HERMAN
BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 10/02/2015, DJe 9/03/2015; RMS 28.644/AP,
Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 06/12/2011, DJe 19/12/2011;
RMS 20.033/RS, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em
15/02/2007, DJ 12/03/2007, p. 261.
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Outros casos de acumulação de cargos permitidos pela Constituição:

• Art. 38. III – vereador com cargo público (havendo compatibilidade com horário);
• Art. 95. Parágrafo único. Inciso I – juiz e magistério;
• Art. 128, § 5º, II, d – membros do Ministério Público e magistério.
15m
• Art. 42, § 3º – militares dos Estados e DF podem ocupar cargo de professor, técnico ou
científico e da área da saúde com profissão regulamentada. (Emenda Constitucional
n. 101, de 2019)

Cargos ou empregos públicos sempre podem ser acumulados com empregos privados.
A acumulação é vedada em todos os entes políticos; uma pessoa não pode trabalhar, por
exemplo, no INSS e no Banco do Brasil.

STF – Tese de repercussão geral (RE 602.043): “Nos casos constitucionalmente autorizados de
acumulações de cargos, empregos e funções, a incidência do artigo 37, inciso XI, da Constituição
Federal, pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância
do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.”

O art. 37, XI, dispõe sobre o teto remuneratório, que tem como base o subsídio recebido
pelo Ministro do STF. Ou seja, nenhum servidor receberá mais que esse Ministro, salvo se
acumular cargos.

DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

Os requisitos básicos para investidura no cargo devem ser apresentados no momento da posse.

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;

 Obs.: o servidor pode ser brasileiro nato ou naturalizado.

II – o gozo dos direitos políticos;


III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em lei.
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Ou seja, as leis específicas das categorias podem exigir requisitos diferentes dos mencio-
nados acima. A Lei n. 8.112 é uma Lei genérica aplicada a todas as categorias que pertencem
à União.
20m

§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso pú-


blico para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são
portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas
no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover
seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei.

DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE 2021/TC/PROCURADOR) Acerca do regime jurídico dos servidores públicos
do Distrito Federal, julgue o item que se segue.
Situação hipotética: José é deficiente e se inscreveu em concurso público para concor-
rer a uma vaga para agente de atividades penitenciárias destinada aos candidatos com
deficiências. O edital regulador do certame previa teste de aptidão física em uma das
fases do concurso.
Assertiva: Nessa situação, a existência de reserva de vagas às pessoas deficientes por
si só afasta a exigência de aprovação do candidato nessa etapa do certame.

COMENTÁRIO
A deficiência deve ser compatível com as atribuições do cargo, já que o teste de aptidão
física é uma etapa do concurso público.

GABARITO
1. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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