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LEI 8112/90 – DISPOSIÇÕES INICIAIS


CONCEITO E DEFINIÇÕES
Começa agora um dos assuntos mais importantes no estudo do Direito Administrativo: a
lei 8112/90, que institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. Por se
tratar de uma lei extensa e cobrada quase em sua totalidade em provas, ficaremos muitas aulas
dedicados a esta lei, de maneira detalhada e atenciosa.
FIQUE LIGADO: autarquias em regime especial são aquelas a que a lei confere
privilégios específicos, tais como poder de regulação.
LEMBRE-SE: as fundações a que a lei se refere são as de DIREITO PÚBLICO,
uma vez que as fundações de Direito Privado são regidas pela CLT.

A primeira parte da lei se dedica à algumas definições:


 SERVIDOR: pessoa legalmente investida em cargo público.
 CARGO PÚBLICO: conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor.
LEMBRE-SE: é proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos
previstos em lei.

AMPLA ACESSIBILIDADE
Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, com
denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter
efetivo ou em comissão.
RELEMBRANDO:
Cargo Efetivo: proveniente de ingresso por CONCURSO PÚBLICO.
Cargo em Comissão: Livre nomeação e exoneração – QUALQUER PESSOA
(Servidor Efetivo ou não) pode ser nomeado, desde que cumpra requisitos básicos.

A ampla acessibilidade deriva do princípio constitucional da impessoalidade, de modo


que a administração pública deve dispor de condições iguais para todos os candidatos a
ingresso, com critérios objetivos e sem nenhum tipo de restrição que não seja amparada
constitucionalmente ou por lei.
A própria Constituição Federal, em seu artigo 37, inciso I, traz que:
“Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei”.
Quando a constituição e a própria lei citam “todos os brasileiros” elas se referem aos:
 Natos;
 Naturalizados;
 Portugueses Equiparados (se houver Reciprocidade).
Alguns cargos são PRIVATIVOS de Brasileiros NATOS, tais quais:
 Presidente e Vice-Presidente da República;
 Presidente da Câmara dos Deputados;
 Presidente do Senado Federal;

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 Ministro do Supremo Tribunal Federal;


 Carreira Diplomática;
 Oficial das Forças Armadas;
 Ministro de Estado da Defesa.
Sobre a acessibilidade de estrangeiros aos cargos públicos, existem maiores restrições,
sendo eles limitados por lei às universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros.
Essa previsão está, inclusive, na própria constituição, no seguinte trecho:
Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica,
administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao
princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos
e cientistas estrangeiros, na forma da lei.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa
científica e tecnológica.

REQUISITOS PARA INVESTIDURA


A lei 8112/90 traz requisitos básicos para investidura em cargo público, sendo eles:
 Nacionalidade brasileira (Nato, Naturalizado);
 Gozo dos direitos políticos;
 Quitação com as obrigações militares e eleitorais;
 Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
 Idade mínima de dezoito anos;
 Aptidão física e mental.
Observação: as atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos
estabelecidos em lei.
FIQUE ATENTO: apenas LEI pode estabelecer outros requisitos que não sejam
estes da lei 8112/90, desde que sejam JUSTIFICADOS pelo cargo.

SÚMULAS PERTINENTES
Súmula Vinculante 44: só por LEI pode-se sujeitar a exame psicotécnico a
habilitação de candidato a cargo público.
Súmula 14 do STF: não é admissível, por ato administrativo, restringir, em
razão da idade, inscrição em concurso para cargo público.
Súmula 683 do STF: o limite de idade para a inscrição em concurso público
só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser
justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

Observação: o inciso XXX, ao qual a súmula se refere, trata-se da proibição de diferença


de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil.
NOMEAÇÃO, POSSE E EXERCÍCIO
Uma das coisas mais importantes deste começo de lei é saber que após o ato de
provimento originário (NOMEAÇÃO) existe a POSSE e após esta, vem o EXERCÍCIO.

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O diagrama acima é autoexplicativo: após a NOMEAÇÃO o servidor tem 30 dias para


TOMAR POSSE; caso não tome posse o ATO DE NOMEAÇÃO É TORNADO SEM EFEITO.
Após a POSSE o servidor tem 15 dias para ENTRAR EM EXERCÍCIO; caso não entre em
exercício no prazo o servidor será EXONERADO.
FIQUE ATENTO: os prazos citados NÃO POSSUEM NENHUM TIPO DE
PRORROGAÇÃO!
IMPORTANTE: A INVESTIDURA EM CARGO PÚBLICO SE DÁ COM A
POSSE!

Por fim, a lei traz que ATÉ 20% das vagas serão reservadas aos PORTADORES DE
DEFICIÊNCIA.

CONCURSO PÚBLICO
Concurso Público é o instrumento que a Administração Pública usa para selecionar seus
servidores e empregados. Sendo um requisito básico para garantir:
 IMPESSOALIDADE;
 MORALIDADE;
 ISONOMIA.
Segundo a Constituição Federal, em seu Artigo 37, Inciso II:
“A investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo
ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração”.
A lei 8112/90 normatiza esta previsão constitucional da seguinte forma:
“Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo
ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o
regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses
de isenção nele expressamente previstas”.

IMPORTANTE: NÃO se admite a escolha de Candidatos Baseado Apenas em


Provas de Títulos.

EXCEÇÕES AO CONCURSO PÚBLICO

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Existem algumas situações em que não é necessário a realização de concurso público para
o provimento. São elas:
 Cargos em Comissão – Livre Nomeação e Exoneração;
 Servidores Temporários – Necessário Processo Seletivo Simplificado (PSS);
 Cargos Eletivos – Governadores, Senadores, Deputados etc.;
 Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias – Regido pela lei
11350/06 que prevê Processo Seletivo Público Diferenciado para estes cargos;
 Ministros (TCs, STF, STJ, STM, TST, TSE);
 Quinto Constitucional – Indicação de Advogados ou Membros do Ministério Público
para compor o TRF, TJ;
 Ex-Combatentes – Que tenham participado da Segunda Guerra Mundial;
 Dirigentes de Empresas Estatais – Pois são Cargos em Comissão;
 Contratações de Profissionais Qualificados por Empresas Estatais.

REGRAS DO EDITAL
PRAZO
Primeiramente vamos atentar ao PRAZO DE VIGÊNCIA do edital. Este prazo está previsto
no texto da constituição, em seu artigo 37, da seguinte forma:
“III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período”.
A lei 8112/90 repete o dispositivo, acrescentando que:
“Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos,
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
§ 1° O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização
serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial da
União e em jornal diário de grande circulação”.

ATENÇÃO: o prazo de prorrogação deve ser IGUAL ao prazo inicial do edital!


Tendo o Limite de até 2 anos + 2 anos.
A lei 8112/90 cita que deverá ser publicado no Diário Oficial (DOU) E em
jornal de grande circulação.

ALTERAÇÃO DO EDITAL
O Edital de Concurso Público trata-se de ato DISCRICIONÁRIO, porém, com as limitações
legais que lhe são devidas.
Uma vez o edital publicado existe uma vinculação a este instrumento convocatório.
Por este motivo alterações no edital, após sua publicação, em REGRA FEREM O PRINCÍPIO DA
ISONOMIA!
ATENÇÃO: segundo o STF, só se permitem alterações no edital se houver
MODIFICAÇÃO NA LEGISLAÇÃO que disciplina a respectiva carreira.
IMPORTANTE: entretanto, o edital pode ser RETIFICADO, como acontece
normalmente, desde que devidamente justificado.

NULIDADE DO CONCURSO
Caso o concurso apresente alguma irregularidade, sendo invalidado posteriormente, essa
invalidação do Concurso Induz à Invalidação das Nomeações!

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Nessa situação, enquanto o servidor estiver nomeado e em exercício ele estaria


desempenhando suas funções normalmente, porém, a invalidação do concurso acarretaria a
invalidação de sua nomeação de maneira retroativa! Devemos lembrar, contudo, que segundo
a TEORIA DA APARÊNCIA terceiros de boa-fé que “sofreram” atos deste servidor, terão estes
atos mantidos.
ABERTURA DE CONCURSO NA VIGÊNCIA DE OUTRO
Aqui temos duas visões: uma segundo a constituição e outra segundo a lei 8112/90.
CF – Artigo 37, Inciso IV – “Durante o prazo improrrogável previsto no edital de
convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na
carreira”.
Lei 8112/90 – Artigo 12, §2° – “Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expirado”.
Ou seja, segundo a constituição PODE ser aberto novo concurso enquanto não encerrada
a vigência de outro, porém, DEVE SER RESPEITADA a ordem, com a convocação primeiramente
dos aprovados no concurso vigente.
Essa regra é chamada de “NÃO PRETERIÇÃO”. Já a lei 8112/90 VEDA a abertura de novo
concurso na vigência de outro! Devemos então estar atentos ao que a questão nos pede!
DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO
Segundo este direito, candidatos aprovados em concurso público, DENTRO DAS VAGAS
oferecidas em edital, DEVEM ser nomeados durante o prazo de vigência do certame.
Além disso, a não preterição garante que o candidato aprovado em concurso não poderá
ser nomeado APÓS outro servidor, PIOR CLASSIFICADO, no concurso em questão.
STF - Súmula 15: "Dentro do prazo de validade do concurso, o candidato
aprovado tem direito à nomeação, quando o cargo for preenchido sem observância
da classificação."

Logicamente, uma vez nomeado o servidor, esta nomeação não pode ser anulada, a não
ser que possua alguma ilegalidade. Então, após a nomeação DEVE haver a posse!
STF - Súmula 16: "Funcionário nomeado por concurso tem direito à posse”.

No outro extremo temos o candidato nomeado SEM CONCURSO público, o que se trata de
uma irregularidade. Logo:
STF - Súmula 17: "A nomeação de funcionário sem concurso pode ser desfeita
antes da posse”.
IMPORTANT: apesar da obrigatoriedade de se nomear os aprovados nas
vagas, um caso EXCEPCIONAL e DEVIDAMENTE JUSTIFICADO, pode basear a NÃO
NOMEAÇÃO, mesmo que no número de vagas previsto.

COTAS PARA AFRODESCENTES


Sem muito o que falar, diferente da previsão da própria 8112/90, que reserva ATÉ 20%
das vagas para portadores de deficiência, a lei 12990/14 determina um número FIXO de:
 20% das Vagas – União – Quando 3 ou mais vagas em edital;
 Mediante Auto Declaração;
 Concorrência Concomitante na “Ampla Concorrência”;

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 Lei com PRAZO DETERMINADO – 10 ANOS.

FORMAS DE PROVIMENTO
São justamente as formas de se prover o cargo público, sendo 7 (sete) formas na lei
8112/90.
DICA: São 7 formas de Provimento e 7 formas de Vacância, saber a quantidade
pode ser um bom “gatilho” para a memorização.

Antes de listarmos as formas de provimento é importante saber que o provimento dos


cargos públicos se fará mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Ou seja, a
autoridade competente de cada um dos poderes (Executivo, Legislativo ou Judiciário) será
responsável pelo ato de provimento.

São formas de provimento de cargo público na lei 8112/90:

 Nomeação;
 Promoção;
 Aproveitamento
 Readaptação;
 Reversão;
 Reintegração;
 Recondução.

Temos de falar, primeiramente, das duas formas de provimento que foram VETADAS da
lei 8112/90, por serem inconstitucionais. Essas duas formas tratam-se da ASCENÇÃO e da
TRANSFERÊNCIA.

ASCENÇÃO era passar de um cargo para outro, de complexidade superior, por meio de
uma prova “interna”. Dessa maneira, um Técnico Administrativo poderia se tornar Analista, por
exemplo, caso tivesse a escolaridade necessária e realizasse um processo seletivo promovido
pelo próprio órgão/entidade.

TRANSFERÊNCIA era passar de um cargo para outro, também por meio de seleção
interna, como se por exemplo um Agente da PF se tornasse Escrivão da PF, sem necessidade de
novo concurso.

O STF, por meio da seguinte súmula vinculante, reiterou a inadequação dessas formas de
provimento, por meio da seguinte redação:
Súmula Vinculante 43: É inconstitucional toda modalidade de provimento que
propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado
ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente
investido.

NOMEAÇÃO
A nomeação pode se dar em:

 CARÁTER EFETIVO - Cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira


(Necessária Aprovação em Concurso).

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 COMISSÃO - Inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos


(Livre Nomeação e Exoneração).

Interino nada mais é do que estar substituindo momentaneamente outro servidor em


cargos de Direção, Chefia ou Assessoramento. Segundo a lei 8112/90:
O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial
poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro
cargo de confiança, sem prejuízo das atribuições do que
atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela
remuneração de um deles durante o período da interinidade.

LEMBRE-SE – Durante a interinidade deve-se OPTAR pela remuneração.

POSSE
A posse é a INVESTIDURA em cargo público, é a famosa “assinatura” no termo, no qual o
outrora candidato finalmente torna-se, de fato, servidor público! Na lei 8112/90 a definição de
posse é:
A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual
deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades
e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser
alterados unilateralmente, por qualquer das partes,
ressalvados os atos de ofício previstos em lei.

A lei 8112/90 trata-se de um regime jurídico único, logo, tanto a administração, como o
servidor estão VINCULADOS à essa lei, motivo pelo qual não pode haver alteração unilateral
das atribuições, deveres, etc. Porém, NÃO EXISTE DIREITO ADQUIRIDO À REGIME JURÍDICO
ÚNICO! Logo, atos de ofício previstos em lei podem ocorrer, alterando algumas previsões, bem
como a PRÓPRIA LEI pode sofrer alterações.

Ainda sobre a posse, temos de saber:

 A posse poderá dar-se mediante PROCURAÇÃO específica.

 Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por NOMEAÇÃO – Ou seja, nas
outras seis formas de provimento NÃO HAVERÁ POSSE!

 No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que


constituem seu patrimônio.

 No ato da posse, o servidor apresentará declaração quanto ao exercício ou não


de outro cargo, emprego ou função pública.

 A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial.

EXERCÍCIO
Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de
confiança. É onde COMEÇA a contar o prazo de estágio probatório!

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LEMBRE-SE – O Estágio Probatório começa a ser contado a partir do efetivo


exercício no cargo.

 O servidor que tendo sido nomeado, NÃO TOMAR POSSE no prazo estabelecido,
terá seu ATO DE NOMEAÇÃO TORNADO SEM EFEITO.

 O servidor que tendo tomado posse, NÃO ENTRAR EM EXERCÍCIO no prazo


estabelecido, será EXONERADO.

READAPTAÇÃO
Segundo a lei 8112/90 trata-se da investidura do servidor em cargo de atribuições e
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física
ou mental verificada em inspeção médica.

Ou seja, se após um acidente, uma doença, ou qualquer infortúnio, o servidor se mostrar


incapaz de realizar o cargo em que esteja provido, é mais interessante para a administração
pública READAPTÁ-LO do que APOSENTÁ-LO.

Logicamente, se o servidor for julgado incapaz para o serviço público, em qualquer


cargo, o readaptando será aposentado.

Segundo a lei 8112/90 a readaptação será feita:

 Em cargo de atribuições afins.


 Respeitada a habilitação exigida.
 Respeitado o nível de escolaridade.
 Com equivalência de vencimentos.

IMPORTANTE - Na hipótese de inexistência de cargo vago, o servidor


exercerá suas atribuições como EXCEDENTE, até a ocorrência de vaga.

READAPTAÇÃO SEGUNDO A EC 103/19


A emenda constitucional 103/19 trouxe uma definição muito mais ampla para a
readaptação, sendo a seguinte:

O servidor público titular de cargo efetivo poderá ser readaptado


para exercício de cargo cujas atribuições e responsabilidades
sejam compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua
capacidade física ou mental, enquanto permanecer nesta condição,
desde que possua a habilitação e o nível de escolaridade
exigidos para o cargo de destino, mantida a remuneração do
cargo de origem.

Ou seja, de acordo com essa redação, não é necessário a readaptação para um cargo de
habilitação, escolaridade e vencimento compatível. Teoricamente, o servidor poderia ser

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readaptado em QUALQUER cargo, desde que tivesse a escolaridade e a habilitação exigidas para
o cargo de destino, mantendo a remuneração do cargo de origem.

Logo, podemos inferir, que um Juiz, por exemplo, poderia ser readaptado para um cargo
de Analista, ou até mesmo de técnico!

REVERSÃO
Trata-se do retorno à atividade do Servidor Aposentado, esse retorno se dá no MESMO
cargo ou no cargo resultante de sua transformação. Essa reversão pode se dar de duas formas:

 Caso 1 - Servidor Aposentado Por Invalidez – Quando insubsistente motivo por


junta médica.

 Caso 2 - No Interesse da Administração.


CASO 1 - REVERSÃO COMPULSÓRIA
A Constituição Federal nos traz que o servidor pode ser aposentado:
“Por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que
estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em
que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para
verificação da continuidade das condições que ensejaram a
concessão da aposentadoria”.

Perceba que a Constituição Federal abandonou o uso do termo “Invalidez”, substituindo-


o por “Incapacidade Permanente”, isso porque o termo “invalidez” era considerado pejorativo.
De qualquer maneira, o conceito permanece o mesmo, esse servidor aposentado DEVERÁ
passar por avaliações médicas periódicas, para comprovar que sua incapacidade se mantém!
Caso essa incapacidade cesse, esse será REVERTIDO COMPULSÓRIAMENTE!

IMPORTANTE: Na hipótese de reversão compulsória, caso o cargo esteja


ocupado, o servidor revertido exercerá suas atribuições como EXCEDENTE!

CASO 2 – INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO


Essa forma de reversão também é chamada de REVERSÃO VOLUNTÁRIA, pois é
necessário que o servidor tenha SOLICITADO A REVERSÃO.

Nesse caso, tanto a aposentadoria como a solicitação de reversão devem ter sido
voluntárias! Ou seja, não pode um aposentado por invalidez, enquanto continuar incapacitado,
solicitar a reversão; e mesmo que cesse a incapacidade a reversão seria COMPULSÓRIA,
conforme o caso 1.

Logo, são necessários alguns requisitos para esse caso, sendo:

 Servidor tenha solicitado a reversão;


 Aposentadoria tenha sido voluntária;
 Servidor seja estável quando na atividade;

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 A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;


 Haja cargo vago.

IMPORTANTE: Em QUALQUER CASO, NÃO poderá reverter quem já tiver


completado 70 anos de idade.

REINTEGRAÇÃO
Trata-se da “volta” do SERVIDOR ESTÁVEL no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo
resultante de sua transformação, quando INVALIDADA A SUA DEMISSÃO:

 Por decisão administrativa ou judicial.


 Com ressarcimento de todas as vantagens.

IMPORTANTE – Caso o cargo se encontre EXTINTO, o servidor ficará em


DISPONIBILIDADE.

Apesar da lei se referir somente ao servidor estável, o STF ADMITE A REINTEGRAÇÃO DE


SERVIDOR NÃO ESTÁVEL! Segundo a súmula 21 do STF:

Súmula 21 – STF - Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado


nem demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua
capacidade.

Ou seja, para demitir servidor não estável, seria necessária instauração de Processo
Administrativo Disciplinar, sendo assim, esse processo poderia ser invalidado
administrativamente ou judicialmente, gerando Reintegração do servidor.

LEMBRE-SE – As súmulas, quando não vinculantes, não obrigam a decisão do


magistrado no caso concreto, apenas orientam essa decisão.

OCUPANTE DO CARGO QUE FOI REINTEGRADO


Imagine que o servidor foi demitido, e 5 anos depois foi reintegrado, nesse tempo o cargo
já estava provido por outro servidor. O que acontece então com esse servidor “atual” do cargo?

A lei 8112/90 preceitua que, provido o cargo, o seu ocupante será, SE ESTÁVEL:

 Reconduzido ao cargo de origem; ou


 Aproveitado em outro cargo; ou
 Posto em disponibilidade.

IMPORTANTE – Em qualquer caso, NÃO É DEVIDA INDENIZAÇÃO ao servidor


ocupante do cargo.

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E se o servidor NÃO FOR ESTÁVEL? Nesse caso a lei é silente sobre o assunto, ficando cada
caso concreto para apreciação do juiz.

RECONDUÇÃO
Retorno do SERVIDOR ESTÁVEL ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de:

 Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;


 Desistência estágio probatório (Jurisprudência)*;
 Reintegração do anterior ocupante.

Imagine um servidor que seja Policial Rodoviário Federal, que passa em seu estágio
probatório e se torna estável. Logo após, passa no concurso de Agente de Policia Federal, seu
maior sonho, e assume o referido cargo.

Acontece que esse NÃO se adapta ao novo cargo, sendo REPROVADO em estágio
probatório, logo, como é estável no serviço público federal e já completou o estágio probatório
como Policial Rodoviário Federal, será esse RECONDUZIDO ao cargo de origem.

A jurisprudência também entende que a recondução pode se dar por DESISTÊNCIA do


“novo cargo”, durante o período de estágio probatório!

OBS. – A recondução por desistência NÃO está prevista em lei!

O outro caso previsto em lei é o já discutido, quando há a REINTEGRAÇÃO do anterior


ocupante do cargo.

IMPORTANTE – Caso o servidor NÃO SEJA estável, não há o que se falar em


RECONDUÇÃO!

Após reconduzido, encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será:

 APROVEITADO em outro cargo, ou;


 Posto em DISPONIBILIDADE.

LEMBRETE – Reintegração e Recondução – DISPONIBILIDADE caso o cargo


esteja ocupado!

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