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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
ÍNDICE
Regras Aplicáveis Aos Servidores Públicos ......................................................................................................2

Lei do Direito Autoral nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998: Proíbe a reprodução total ou parcial desse material ou divulgação com
fins comerciais ou não, em qualquer meio de comunicação, inclusive na Internet, sem autorização do AlfaCon Concursos Públicos.
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Regras Aplicáveis Aos Servidores Públicos


Passemos, agora, a analisar as regras aplicáveis aos servidores públicos, as quais estão previstas
nos artigos 37 a 41 da Constituição Federal.
Cargos, Empregos E Funções
→ Os primeiros dispositivos relacionados aos servidores públicos e que foram apresentados pela
Constituição Federal regulamentam o acesso a cargos, empregos e funções públicas. Veja o que
diz o artigo 37, I e II da CF:
I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na
forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração.
Ao iniciarmos este estudo, uma distinção se faz necessária antes de tudo: qual a diferença entre
cargo, emprego e função pública?
Cargo público é a unidade de competência ofertada por uma pessoa jurídica de direito público e
ocupada por um agente público. Os cargos são criados por lei com denominação específica e quan-
tidade certa, além de serem regidos por um regime estatutário. Devido à relação estatutária, podem
ser alterados unilateralmente pela Pessoa Jurídica que a criou. Podem ser de provimento efetivo ou
em comissão. Os cargos de provimento efetivo são preenchidos por meio de concurso público, per-
mitindo ao seu titular a aquisição da estabilidade. Já os cargos em comissão podem ser preenchidos
por servidores públicos ou não. São os chamados cargos de livre nomeação e exoneração, os quais
não geram aos titulares que não tenham feito concurso público, o direito à estabilidade.
O emprego público, por sua vez, seria a unidade de competência desempenhada por agentes con-
tratados sob regime celetista, ou seja, quem ocupa um emprego público possui uma relação traba-
lhista com a Administração Pública. Quem contrata empregado público são as pessoas jurídicas
de direito privado, pertencentes à Administração Pública. Também dependem de concurso público
para serem providos. Contudo, não geram para os titulares o direito à estabilidade.
A função pública é a atribuição ocupada por quem não possui cargo ou emprego público. Ocorre
em duas situações: nas contratações temporárias e nas funções de confiança.
Os cargos, empregos e funções são acessíveis a todos os brasileiros e estrangeiros que preenche-
rem os requisitos previstos em lei. Aos estrangeiros o acesso é limitado, essa é norma de eficácia
limitada, pois depende de regulamentação, como professores ou pesquisadores em universidades e
instituições de pesquisa científica e tecnológica. Destaque-se, ainda, que existem cargos privativos
de brasileiros natos, os quais estão previstos no artigo 12, § 3º da CF: Presidente e Vice-Presidente da
República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Ministro do STF,
oficial das forças armadas, carreira diplomática e Ministro do Estado da Defesa.
O acesso aos cargos e empregos públicos depende de aprovação em concurso público de provas
ou de provas e títulos, dependendo do cargo a ser ocupado. A realização do concurso não será neces-
sária para o preenchimento de cargos em comissão, haja vista serem de livre nomeação e exoneração.
Está obrigada a contratar, por meio de concurso, toda a Administração Pública direta e indireta, seja
do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, da União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
É importante ressaltar, neste momento, que a função pública ora tratada não pode ser confundi-
da com a função que todo agente da Administração Pública detém, que é aquele conjunto de atribui-
ções inerentes ao cargo ou emprego; neste momento, a função pública foi tratada como diferencia-
ção do cargo e do emprego públicos. Em seguida, é necessário ressaltar que os cargos em comissão
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dispensam o concurso público, que é meio exigido para que se ocupe um cargo ou empregos públicos.
Validade Do Concurso Público
→ A Constituição Federal previu prazo de validade para os concursos públicos. Veja o que diz o
artigo 37, III e IV:
Art. 37, III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;
IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso
público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira.
O prazo de validade será de até 2 anos, podendo ser prorrogado apenas uma vez, por igual
período. O prazo de validade passa a ser contado a partir da homologação do resultado. Este é o
prazo que a Administração Pública terá para contratar ou nomear os aprovados para o preenchi-
mento do emprego ou do cargo público, respectivamente. A decisão de prorrogar é discricionária da
Administração Pública, que deverá fazê-la dentro do prazo de validade do concurso.
Segundo posicionamento do STF, quem é aprovado dentro do número de vagas previstas no
edital possui direito subjetivo à nomeação, durante o prazo de validade do concurso. Uma forma
de burlar este sistema, encontrada pela Administração Pública, tem sido a publicação de edital
com cadastro de reserva, que gera apenas uma expectativa de direito para quem foi classificado no
concurso público.
→ Outro posicionamento interessante do Supremo diz respeito ao direito de nomeação, que terá o
candidato preterido por nomeação, fora da ordem de classificação, ou seja, caso seja nomeado
alguém de classificação superior, antes do candidato de classificação inferior, este terá direito ad-
quirido à nomeação, conforme súmula 15 do STF:
DENTRO DO PRAZO DE VALIDADE DO CONCURSO, O CANDIDATO APROVADO TEM O
DIREITO À NOMEAÇÃO, QUANDO O CARGO FOR PREENCHIDO SEM OBSERVÂNCIA DA CLAS-
SIFICAÇÃO.

Segundo a Constituição, durante o prazo improrrogável do concurso, os aprovados terão priori-


dade na convocação diante dos novos concursados, o que não impede a abertura de novos certames,
apesar de a Lei 8.112/90 proibir a abertura de novo concurso, enquanto houver candidato aprovado

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no concurso anterior e desde que esteja dentro do prazo de validade. Para sua prova, você deverá
responder conforme for perguntado. Se for segundo a Constituição Federal, não há proibição de rea-
lização de novo concurso, enquanto existir outro com prazo de validade aberto. Se lhe perguntarem
segundo a Lei 8.112/90, não se abrirá novo concurso, enquanto houver candidato aprovado em
concurso anterior, com prazo de validade não expirado.
Reserva De Vaga Para Deficiente
→ Essa regra sobre concurso público, no que tange à inclusão social, é uma das mais importantes,
previstas no texto constitucional. É regra de ação afirmativa, que visa à inserção social dos por-
tadores de necessidades especiais, bem como a compensar a perda social que alguns grupos têm,
possuindo valor social relevante. Diz respeito à reserva de vagas para pessoas com necessidades
especiais, as quais não podem ser tratadas da mesma forma que as pessoas que estão em pleno
vigor físico. Aqui, a isonomia deve ser material, observando a nítida diferença entre os deficientes
e os que não o são. Vejamos o que dispõe a Constituição, a respeito desse tema:
Art. 37, VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de
deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
→ Por se tratar de norma de eficácia limitada, a Constituição exigiu regulamentação para este dis-
positivo, o que foi feito, no âmbito federal, pela lei 8.112/90:
Art. 5, § 2o Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras;
para tais pessoas, serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
Este dispositivo garante a reserva de até 20% das vagas oferecidas no concurso para os deficien-
tes. Complementando esta norma, foi publicado o Decreto Federal 3298/99 que regulamentou a Lei
nº 7.853/1989, que fixou o mínimo de 5% das vagas para deficiente, exigindo, nos casos em que esse
percentual gerasse número fracionado, que fosse arredondado para o próximo número inteiro. Esta
proteção gerou um inconveniente nos concursos com poucas vagas, fazendo com que o STF inter-
viesse e decidisse no sentido de que se a observância do mínimo de 5% ultrapassasse o máximo de
20%, não seria necessário fazer a reserva da vaga. Isso é perfeitamente visível em concursos com 2
vagas. Se fosse reservado o mínimo, ter-se-ia, pelo menos, 1 vaga para deficiente, o que corresponde-
ria a 50% das vagas, ultrapassando, assim, o limite de 20% estabelecido em lei.
Funções De Confiança E Cargos Em Comissão
→ A Constituição prevê a existência das funções de confiança e os cargos em comissão:
Art. 37, V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Existem algumas peculiaridades entre estes dois institutos que sempre caem em prova. As funções
de confiança são privativas de ocupantes de cargo efetivo, ou seja, para aquele que fez concurso
público; já os cargos em comissão podem ser ocupados por qualquer pessoa, apesar de a Consti-
tuição estabelecer que se deve reservar um percentual mínimo para os ocupantes de cargo efetivo.
Tanto as funções de confiança como os cargos em comissão destinam-se às atribuições de direção,
chefia e assessoramento. As funções de confiança – livre designação e livre dispensa – são apenas
para servidores públicos ocupantes de cargos efetivos, os quais serão designados para seu exercício,
podendo ser dispensados a critério da Administração Pública. Já os cargos em comissão são de livre
nomeação e livre exoneração, podendo ser ocupados por qualquer pessoa, seja ele servidor público
ou não. A ocupação de um cargo em comissão por pessoa não detentora de cargo de provimento
efetivo não gera direito de ser efetivado, muito menos de adquirir a estabilidade.
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EXERCÍCIOS
01. Os ocupantes de cargos comissionados e os agentes administrativos temporários não podem
adquirir estabilidade no serviço público, uma vez que tal instituto é reservado aos ocupantes
de cargo efetivo, desde que cumpram os requisitos constitucionais.
Certo ( ) Errado ( )
02. Os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros natos que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei, dependendo
ainda, salvo no caso de nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração, da aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos;
Certo ( ) Errado ( )
03. Durante o prazo improrrogável, previsto no edital de convocação, aquele aprovado em
concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
concursados.
Certo ( ) Errado ( )
GABARITO
01 – CERTO
02 – ERRADO
03 – CERTO

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